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FACULDADE MERIDIONAL – IMED
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
Neimar Ferreira da Rosa
A influência dos recursos e da inovação no desempenho das empresas: um
comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes
interorganizacionais
Passo Fundo
2017
Neimar Ferreira da Rosa
A influência dos recursos e da inovação no desempenho das empresas: um
comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes
interorganizacionais
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Administração da Escola de Administração da
Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para
a obtenção do grau de Mestre em Administração sob a
orientação do Prof. Dr. Claudionor Guedes Laimer.
Passo Fundo
2017
Neimar Ferreira da Rosa
A influência dos recursos e da inovação no desempenho das empresas: um
comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes
interorganizacionais
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Administração da Escola de
Administração da Faculdade Meridional –
IMED, como requisito parcial para a obtenção
do grau de Mestre em Administração sob a
orientação do Prof. Dr. Claudionor Guedes
Laimer.
Passo Fundo
2017
2
CIP – Catalogação na Publicação
R788i ROSA, Neimar Ferreira da
A influência dos recursos e da inovação no desempenho das empresas: um
comparativo entre empresas pertencentes e não pertencentes às redes
interorganizacionais / Neimar Ferreira da Rosa. – 2017.
99 f. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado em Administração) – IMED, Passo Fundo, 2017.
Orientador: Prof. Dr. Claudionor Guedes Laimer.
1. Administração de empresas – Desempenho. 2. Administração – Inovações
tecnológicas. 3. Interorganizações. I. LAIMER, Claudionor Guedes, orientador. II.
Título.
CDU: 658.5
Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857
3
DEDICATÓRIA
À minha esposa Franciele!
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me acompanhou na caminhada e me possibilitou
chegar a este momento.
Agradeço imensamente a minha esposa Franciele, que foi sustentação nos momentos
difíceis, compreensiva nos momentos de ausência e uma grande incentivadora da minha
caminhada.
Agradeço a meus pais Vilsiomar e Oneida, pela dádiva da vida e pela compreensão de
minhas angustias neste período.
Agradeço a minhas irmãs Suzana e Denise, e aos cunhados Marcos e Francisco pelo
apoio e incentivo nesta caminhada.
Agradeço a meus sogros Miguel e Gessi, meus cunhados Andressa, Andrei e Tiago,
pelo apoio e incentivo durante este período.
Agradeço imensamente ao meu Orientador Professor Doutor Claudionor Guedes
Laimer pela sua paciência e compreensão, e principalmente pela sua dedicação em auxiliar-me
nesta etapa.
Agradeço aos colegas da URI Campus de Frederico Westphalen em especial ao Curso
de Administração pelo incentivo e apoio.
Agradeço aos Colegas Ana Paula e Gilson pelo incentivo e parceria nesta minha
caminhada.
Agradeço ao corpo docente do PPGA da IMED pelos ensinamentos e trocas de
experiências proporcionadas.
Agradeço aos colegas do Mestrado pelo companheirismo e pelas trocas de experiências
vivenciadas neste período de grandes mudanças em nossas vidas.
Agradeço aos funcionários da Secretaria do PPGA pela dedicação em bem atender
durante as dúvidas ocorridas com documentações do Mestrado.
5
“Os que se encantam com a prática sem a
ciência são como os timoneiros que entram no
navio sem timão nem bússola, nunca tendo
certeza do seu destino”. (Leonardo da Vinci)
6
RESUMO
As redes interorganizacionais, a partir de sua consolidação como uma estratégia de busca por
uma maior competitividade, passaram a ganhar notoriedade nos estudos científicos. Sendo que
também os recursos, a partir da concretização da RBV como uma corrente teórica, obtiveram
um maior número de pesquisas a respeito. A inovação das empresas que atuam em um mercado
competitivo exerce um papel fundamental na competitividade das organizações. Devido a essa
importância, o presente estudo tem por objetivo: investigar o efeito dos recursos na inovação e
desempenho das empresas pertencentes e não pertencentes às redes interorganizacionais. A
realização da pesquisa se deu através de uma survey de caráter transversal com 166 empresas
pertencentes e não pertencentes às redes interorganizacionais do estado do Rio Grande do Sul.
Como principais resultados, apresentam-se a relação positiva entre os recursos, a inovação e o
desempenho. Também como resultado, o estudo apresenta diferenças no acesso a recursos, na
inovação e no melhor desempenho por parte das empresas pertencentes às redes
organizacionais, em relação às empresas não pertencentes às redes. Desta forma, as redes
interorganizacionais apresentam-se como uma ação estratégica para as empresas que buscam
um diferencial em mercados competitivos. Assim o trabalho contribui ampliando os estudos
acerca das redes interorganizacionais, e também como os recursos e a inovação possibilitam
um melhor desempenho as empresas.
Palavras-chave: Redes interorganizacionais. Recursos. Inovação. Desempenho.
7
ABSTRACT
The interorganizational networks, from its consolidation as a strategy of search for a greater
competitiveness, began to gain notoriety in scientific studies. Since the resources, as from the
realization of the RBV as a theoretical chain, also obtained a greater number of researches about
it. The innovation of companies operating in a competitive market plays a fundamental role in
the competitiveness of organizations. Due to this importance, this study aims to: Investigate the
effect of resources on innovation and performance of companies belonging to and not belonging
to interorganizational networks. The research was carried out through a cross-sectional survey
of 166 companies belonging to and not belonging to the interorganizational networks of the
state of Rio Grande do Sul. The main results are the positive relationship between resources,
innovation and performance . Also as a result, the study presents differences in access to
resources, innovation and better performance by the companies belonging to the organizational
networks, in relation to non-network companies. In this way, interorganizational networks
present themselves as a strategic action for companies that seek a differential in competitive
markets. Thus the work contributes by expanding the studies about the interorganizational
networks, and also how the resources and the innovation allow the companies to perform better.
Key-words: Interorganizational networks. Resources. Innovation. Performance.
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Tipologia da configuração de redes........................................................................25
FIGURA 2: Desenho teórico da pesquisa..................................................................................44
FIGURA 3: Resultado da influência dos recursos, inovação e desempenho..............................70
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1: Elementos estruturais das redes interorganizacionais..........................................20
QUADRO 2: Indicadores de análise da estrutura da rede..........................................................22
QUADRO 3: Conceito e classificação de recursos....................................................................33
QUADRO 4: Modelo VRIO......................................................................................................35
QUADRO 5: Conceito de desempenho e vantagem competitiva...............................................37
QUADRO 6: Conceito de Inovação...........................................................................................39
QUADRO 7: Operacionalização das variáveis de pesquisa.......................................................47
QUADRO 8: Índice de confiabilidade das escalas no pré-teste.................................................49
QUADRO 9: Apresentação da análise do estudo.......................................................................50
QUADRO 10: Análise de confiabilidade das escalas e normalidade dos dados.........................51
QUADRO 11: Confiabilidade e distribuição dos dados após redução dos fatores.....................66
QUADRO 12: Assimetria e Curtose dos fatores em estudo.......................................................67
QUADRO 13: Resumo das hipóteses de pesquisa e resultado...................................................83
10
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Caracterização da amostra.....................................................................................46
TABELA 2: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Físicos...............................55
TABELA 3: Análise Fatorial dos Recursos Físicos...................................................................56
TABELA 4: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Financeiros.......................57
TABELA 5: Análise Fatorial dos Recursos Financeiros............................................................57
TABELA 6: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Organizacionais................58
TABELA 7: Análise Fatorial dos Recursos Organizacionais....................................................59
TABELA 8: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Humanos.........................59
TABELA 9: Análise Fatorial dos Recursos Humanos...............................................................60
TABELA 10: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Reputacionais.................61
TABELA 11: Análise Fatorial dos Recursos Reputacionais......................................................61
TABELA 12: Estatística descritiva e matriz de correlação Desempenho...................................62
TABELA 13: Análise Fatorial Desempenho.............................................................................63
TABELA 14: Estatística descritiva e matriz de correlação Inovação.........................................64
TABELA 15: Análise Fatorial Inovação...................................................................................64
TABELA 16: Análise dos fatores com base nas variáveis selecionadas....................................65
TABELA 17: Matriz de correlação dos fatores..........................................................................67
TABELA 18: Resumo dos modelos de regressão linear do estudo............................................68
TABELA 19: Análise de Variância dos modelos de regressão do estudo..................................70
TABELA 20: Teste de significância dos coeficientes de regressão parciais do modelo de
regressão com a variável dependente e variáveis preditoras......................................................71
TABELA 21: Comparativo dos resultados dos Recursos Físicos entre empresas pertencentes e
não pertencentes às redes...........................................................................................................72
TABELA 22: Comparativo dos resultados dos Recursos Financeiros entre empresas
pertencentes e não pertencentes às redes....................................................................................73
TABELA 23: Comparativo dos resultados dos Recursos Organizacionais entre empresas
pertencentes e não pertencentes às redes....................................................................................74
TABELA 24: Comparativo dos resultados dos Recursos Humanos entre empresas pertencentes
e não pertencentes às redes........................................................................................................75
TABELA 25: Comparativo dos resultados Recursos Reputacionais entre empresas pertencentes
e não pertencentes às redes........................................................................................................75
11
TABELA 26: Comparativo dos resultados do Desempenho entre empresas pertencentes e não
pertencentes às redes.................................................................................................................76
TABELA 27: Comparativo dos resultados da Inovação entre empresas pertencentes e não
pertencentes às redes.................................................................................................................77
TABELA 28: Comparativo dos resultados dos fatores entre empresas pertencentes e não
pertencentes às redes.................................................................................................................79
SUMÁRIO
SUMÁRIO ............................................................................................................................. 12
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
1.1 JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA................. 16
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 17
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 19
2.1 REDES INTERORGANIZACIONAIS ...................................................................... 19
2.1.1 Estrutura de Redes Interorganizacionais .......................................................... 21
2.1.2 Determinantes para Formação de Redes Interorganizacionais ......................... 23
2.1.3 Tipologia de Redes Interorganizacionais ......................................................... 25
2.1.4 Fatores Competitivos das Redes Interorganizacionais ..................................... 29
2.2 RECURSOS ................................................................................................................ 31
2.2.1 Pressupostos da RBV ....................................................................................... 31
2.2.2 Classificação e características dos recursos...................................................... 32
2.2.3 Vantagem Competitiva ..................................................................................... 34
2.2.4 Desempenho ..................................................................................................... 36
2.3 INOVAÇÃO ............................................................................................................... 37
2.4 HIPÓTESES DE PESQUISA ..................................................................................... 40
3 MÉTODO ......................................................................................................................... 45
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..................................................................................... 45
3.2 COLETA DE DADOS ................................................................................................ 46
3.3 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 50
3.3.1 Estatística Descritiva ........................................................................................ 51
3.3.2 Estatística Inferencial ....................................................................................... 52
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................... 55
4.1 RECURSOS FÍSICOS ................................................................................................ 55
4.2 RECURSOS FINANCEIROS ..................................................................................... 56
4.3 RECURSOS ORGANIZACIONAIS .......................................................................... 58
4.4 RECURSOS HUMANOS ........................................................................................... 59
4.5 RECURSOS REPUTACIONAIS ............................................................................... 60
13
4.6 DESEMPENHO .......................................................................................................... 61
4.7 INOVAÇÃO ............................................................................................................... 63
4.8 ANÁLISE DOS FATORES COM BASE NAS VARIÁVEIS SELECIONADAS ..... 65
4.9 COMPARATIVO ENTRE EMPRESAS PERTENCENTES E NÃO
PERTENCENTES ÀS REDES INTERORGANIZACIONAIS ........................................... 72
4.9.1 Comparativo dos fatores gerados entre as empresas pertencentes e não
pertencentes às redes interorganizacionais...................................................................... 78
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 81
5.1 IMPLICAÇÕES TEÓRICAS E GERENCIAIS .......................................................... 83
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS ........... 84
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ................................................................................... 93
14
1 INTRODUÇÃO
A globalização e o crescimento do número de informações, tornou inimagináveis
concorrentes as empresas do mundo todo. Esse fato, fez com que as organizações buscassem
diferentes estratégias competitivas no mercado. O novo modelo de competição existente é
resultado do esgotamento do sistema de produção em massa, tradicional até as décadas finais
do século XX (CASTELLS, 1999). Tais mudanças ocasionaram o que pode ser chamado de
novo padrão competitivo global (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).
A crescente concorrência nos mercados, faz com que as organizações procurem
alternativas para melhorar seus desempenhos. Assim, a formação de redes, é uma estratégia
utilizada por empresas de diversos setores, visando a superar a limitação de seus recursos e,
dessa forma, melhorar seus ganhos competitivos (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008;
WEGNER; PADULA, 2013). As redes, por meio de ações coletivas, possibilitam às empresas
aprendizado mútuo, escala de produção ou de compra e venda, com isso podem aumentar os
ganhos individuais, além de potencializar recursos como estruturas colaborativas e modalidades
de relacionamento, permitindo assim, que estratégias concebidas coletivamente tornem-se
eficazes em seus mercados de atuação. Nesse sentido, a cooperação surge entre as organizações,
visando aos ganhos competitivos e também a um melhor desempenho (BALESTRIN;
VERSCHOORE; PERUCIA, 2014).
O termo rede interorganizacional refere-se a todo o tipo de relação estabelecida entre
três ou mais organizações, podendo derivar em uma série de disposições cujo objetivo é tornar
os participantes mais aptos a concorrer no mercado. De modo geral, uma rede
interorganizacional é composta por organizações que buscam cooperar para alcançar objetivos
compartilhados, enquanto continuam autônomas e independentes (HITT; IRELAND;
HOSKISSON, 2011; WEGNER; PADULA, 2013).
O fortalecimento das empresas inseridas em redes, se dá, em grande parte, pelo
compartilhamento de recursos. Assim, a criação da vantagem competitiva sustentável, depende
de recursos únicos e de capacidades que as empresas possuem para a competição em seu
ambiente. Desenvolver e explorar recursos torna-se menos oneroso se as organizações
compartilharem conhecimentos e aprendizados. Para descobrir esses recursos e essas
capacidades, deve-se olhar para dentro das empresas, para os recursos valiosos, raros e difíceis
de imitação e então explorá-los através da sua devida organização (BARNEY, 1991).
O compartilhamento de recursos permite às organizações, a elaboração de estratégias
conjuntas na busca de vantagens competitivas (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008). Dessa
15
forma, os recursos organizacionais consistem nas forças que as empresas têm à disposição para
obter e implementar suas estratégias (BARNEY, 1991). Assim, uma estratégia colaborativa se
dá com as empresas atuando em conjunto para atingir um objetivo comum, o que resulta em
uma vantagem colaborativa ou uma vantagem relacional (HITT; IRELAND; HOSKISSON,
2011). Por conta disso, a atuação em redes permite às organizações se tornarem mais
competitivas em seus mercados de atuação.
A formação de parcerias entre as empresas se dá por diversos motivos, mas em grande
parte, devido a não possuírem todo o conjunto de recursos necessários para atingir seus
objetivos. Dessa forma, associar-se a outras empresas na formação de alianças ou redes
estratégicas e de colaboração, permite às empresas aumentarem suas capacidades, bem como
acessar e compartilhar recursos e, com isso, aproveitar oportunidades (CROPPER et al, 2008;
HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2011). Com a colaboração é possível compartilhar
conhecimentos, ativos e o tempo destinado ao desenvolvimento de novos recursos, além de
custos menores no desenvolvimento desses recursos do que em uma atuação de forma isolada.
Assim, ao se analisar a importância dos recursos no desempenho das empresas, a Visão Baseada
em Recursos (RBV) auxilia na compreensão dos atributos necessários à formação de redes
interorganizacionais (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).
Ainda em relação às empresas pertencerem às redes interorganizacionais, conforme
Bulgacov, Arrebola e Gomel (2012), não somente os distintos recursos e as potencialidades
individuais das empresas são decisivos para a competitividade, mas também a existência de um
espaço de relações e de alianças colaborativas no uso de recursos compartilhados. Dessa forma,
as redes tornam-se um ambiente de trocas que permitem às empresas melhorar seus recursos, a
fim de uma melhor competitividade, ou seja, a capacidade de competição no mercado de
atuação. Com isso, concorrer de forma isolada em um mercado competitivo, dá espaço à união
de forças para atingir objetivos comuns através de estratégias conjuntas.
Neste sentido, o desafio atual da inovação incentiva as empresas a buscar estabelecer
relações interorganizacionais com parceiros heterogêneos que lhes permitem acessar um
conjunto de recursos e assim superar as dificuldades relacionadas a este desafio. Sendo, desta
forma, as redes interorganizacionais uma possibilidade de troca de conhecimentos e de recursos
por parte das empresas, o que possibilita a ampliação de suas inovações (BUENO;
BALESTRIN, 2012; DAGNINO; LEVANTI; PICONE, 2015).
16
1.1 JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
As publicações sobre o tema redes interorganizacionais vêm ganhando corpo nas
pesquisas empíricas desde a década de 1980. De modo que muitos estudos acadêmicos
passaram a pesquisar essa forma de organização entre firmas. A literatura sobre as redes
interorganizacionais é ampla, variada e heterogênea (OLIVER, 1990). Ressalta-se que as
pesquisas sobre redes interorganizacionais estão em crescente importância na pauta dos estudos
organizacionais (BALESTRIN; VERSCHOORE; REYES JUNIOR, 2010; FERREIRA;
STOROPOLI; SERRA, 2014; KLEIN; ALVES; PEREIRA, 2015).
O reconhecimento da importância do estudo das redes interorganizacionais, do ponto de
vista teórico, ocorre em grande parte, pelo fato de as redes serem estudadas sob diferentes
abordagens teóricas. Assim, os estudos sobre redes oferecem uma significativa base de
interesses comuns e um potencial diálogo entre os vários ramos da ciência social
(BALESTRIN; VARGAS, 2004). Podem portanto, as redes interorganizacionais serem
estudadas como mediadoras de diversas correntes teóricas.
Em um contexto histórico, a cooperação interorganizacional e a configuração em rede
conforme Ebers (1997) ganham força a partir dos distritos têxteis e de vestuário italianos, dos
metais alemães, e das indústrias de eletrônicos nos Estado Unidos, além dos Keiretsu japoneses
e dos Chaebol coreanos. Todos esses exemplos advêm de uma mudança do modelo de produção
em que a atuação de forma isolada é substituída pela colaboração entre as organizações.
Nesse contexto, destaca-se a relevância de estudos sobre o tema redes, uma vez que os
dados apontam que, fomentado por uma política de incentivo à criação e ao desenvolvimento
de redes interorganizacionais, o estado do Rio Grande do Sul, por meio do Programa Redes de
Cooperação apresenta um número relativamente elevado de redes interorganizacionais,
contendo 260 redes, as quais contam com um total de mais de 7000 empresas que geram mais
de 81 mil vagas de empregos (SDECT, 2015).
As variadas publicações na área de redes interorganizacionais têm demonstrado a
amplitude dos olhares ao tema alianças estratégicas (FERREIRA; STOROPOLI; SERRA,
2014), ao qual as redes interorganizacionais fazem parte, sendo que nas últimas décadas têm se
intensificado os estudos no campo da administração para melhor compreender a formação e a
gestão desse formato de organização coletiva (BRAND; FACCIN, 2015). Tanto em âmbito
internacional como nacional há um interesse por um melhor entendimento do papel das redes
no desenvolvimento das organizações e da sociedade (BALESTRIN; VERSCHOORE; REYES
JUNIOR, 2010). Nesse sentido, a formação e consolidação desse modelo de estratégia
17
competitiva tem despertado o interesse em melhor conhecê-lo, bem como estudar as melhores
formas de gestão dessas relações (CÂNDIDO, 2002).
O desenvolvimento da cooperação interorganizacional começou com alianças que se
formaram entre organizações individuais, que estavam dispostas a cooperar devido as suas
necessidades e capacidades complementares. As alianças estratégicas, nesse sentido, têm sido
um importante tema de estudo para a gestão estratégica (ALVES; PEREIRA, 2013).
As redes podem ser vistas pelas organizações como um meio de acessar e compartilhar
recursos. Desta forma, elas também servem como canais de informação, conhecimentos, ideias
e recursos (DAGNINO; LEVANTI; PICONE, 2015). Os recursos são compartilhados dentro
da rede, a partir da interação dos membros, fato que permite a elaboração de estratégias
conjuntas (ZEN; DALMORO; FENSTERSEIFER, 2009). O compartilhamento de recursos nas
redes permite, às empresas pertencentes, minimizar dificuldades individuais e tornarem-se mais
hábeis nos mercados em que atuam (MAGALHÃES; DAUDT; PHONLOR, 2009). Assim, os
relacionamentos interorganizacionais têm como objetivo permitir às empresas responderem, de
forma mais eficaz, aos desafios impostos pela crescente complexidade nos negócios (ALVES;
PEREIRA, 2013). Desse modo, pressupõe-se que as redes interorganizacionais permitem às
empresas melhorar as condições de acesso aos recursos e com isso poderem aumentar suas
inovações e seus desempenhos, construindo assim a vantagem competitiva.
Dessa forma, o problema de pesquisa apresenta-se como: Qual o efeito dos recursos na
inovação e desempenho das empresas pertencentes e não pertencentes à redes
interorganizacionais?
1.2 OBJETIVOS
Com base no exposto, são apresentados a seguir o objetivo geral e os objetivos
específicos deste estudo.
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste estudo é: Investigar o efeito dos recursos na inovação e
desempenho das empresas pertencentes e não pertencentes às redes interorganizacionais.
18
1.2.2 Objetivos Específicos
a) verificar o efeito dos recursos no desempenho das empresas;
b) verificar o efeito dos recursos na inovação das empresas;
c) verificar o efeito da inovação no desempenho das empresas;
d) comparar as empresas pertencentes e não pertencentes às redes interorganizacionais
em termos de recursos, inovação e desempenho;
1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
A presente dissertação está estruturada em cinco capítulos, sendo o primeiro capítulo
constituído pela presente introdução, a qual apresenta o estudo, sua delimitação, problema e
justificativa, além dos objetivos da pesquisa.
O capítulo dois apresenta o referencial teórico, envolvendo as discussões sobre as redes
interorganizacionais, suas características, as tipologias de redes, os determinantes das redes e
os fatores competitivos das mesmas. Apresenta os recursos estratégicos, suas características e
classificação, além da possibilidade de alcance de um melhor desempenho e da vantagem
competitiva a partir desses recursos. Ainda, o capítulo apresenta a inovação, seus conceitos e
tipos de inovação. O capítulo encerra com a apresentação das hipóteses de pesquisa.
O capítulo três refere-se ao método de pesquisa do presente estudo, o qual trata-se de
uma pesquisa quantitativa, coletada através de uma survey, e contém as etapas de pesquisa como
definição da amostra, população e coleta de dados, além das análises realizadas, como análise
fatorial, regressão e teste t.
Em sequência, o capítulo quatro apresenta os resultados e discute os achados da
pesquisa, demonstrando os valores encontrados na realização das estatísticas referentes ao
estudo, fazendo relação com os referenciais teóricos estudados na realização do estudo.
Por último, o capítulo cinco apresenta as considerações finais da dissertação, constando
os principais achados e também as implicações teóricas e gerenciais do referido estudo.
Também é apresentado nesse capítulo as principais limitações de sua realização, bem como
sugestões de estudos futuros que possam complementar os achados da pesquisa atual.
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Apresentam-se neste capítulo as fundamentações teóricas sobre às redes
interorganizacionais, recursos, inovação e desempenho.
2.1 REDES INTERORGANIZACIONAIS
As redes interorganizacionais fazem parte de uma área de pesquisa ligada às relações
interorganizacionais (CROPPER et al., 2008), a qual se refere às relações entre as organizações,
tanto entre a empresa e seus clientes, fornecedores ou concorrentes, ou ainda, com outras formas
de organizações como instituições de pesquisa e ensino, órgãos governamentais e não
governamentais (EBERS, 1997).
A rede interorganizacional pode ser definida como um agrupamento coordenado de um
certo número de organizações independentes, com fluxo de recursos, informações e
conhecimento, as quais se unem por laços de confiança para atingir objetivos comuns, como
maiores níveis de eficiência e competitividade que não seriam possíveis individualmente
(GONZALES-CAMPO, 2010). As relações de uma empresa comportam-se como um recurso
que está na base da heterogeneidade, a qual permite que ela seja apoio para uma vantagem
competitiva sustentável, assim as redes interorganizacionais permitem às empresas ampliarem
suas relações e consequentemente ampliar suas vantagens competitivas (GALÁN;
CASANUEVA; CASTRO-ABACÉNS, 2010).
Os relacionamentos ou relações interorganizacionais, em especial, no ambiente de redes,
são mais do que uma transação passageira, as relações caracterizam-se por serem de longa
duração, além de que as empresas, nesse ambiente, necessitam compartilhar interesses mútuos
e colaborativos (THORELLI, 1986; OLIVER, 1990). Assim, o ambiente em rede promove a
aproximação dos empresários que compartilham informações e oportunidades de negócios
através de uma estrutura apropriada (BALESTRIN; VERSCHOORE; PERUCIA, 2014).
O conceito de redes refere-se a arranjos interorganizacionais estruturados por vínculos
sistemáticos, na maioria das vezes com características de cooperação entre empresas
independentes, as quais originam uma forma singular de coordenação das atividades
econômicas em conjunto. De acordo com esse conceito, as redes entre as organizações visam a
responder aos estímulos ambientais de maneira conjunta, utilizando o que cada organização em
particular possui de melhor, para fortalecer a rede interorganizacional como um todo (BRITTO,
2002).
20
Nesse sentido, Balestrin e Verschoore (2008) relatam que o termo “rede” está
relacionado aos primórdios das civilizações quando caçadores utilizavam armadilhas para
capturar pássaros. Tais armadilhas eram compostas por um conjunto de fios entrelaçados, que
formavam nós. Os fios entrelaçados em nós constituíam, então, as redes de caça e pesca. A
partir do século XX, a sociologia passou a associar o termo rede como a representação de um
conjunto de pontos com mútua comunicação, o fenômeno das relações de reciprocidade entre
os seres humanos ou ainda os tipos específicos de relações entre homens, objetos e eventos.
Dessa forma, os homens, objetos e eventos representam, no contexto sociológico, os nós,
enquanto os fios correspondem às informações e demais recursos que ligam esses nós. Juntos,
os nós e fios formam uma rede (Quadro 1) ou uma nova estrutura social (CENTENARO, 2015).
Quadro 1: Elementos estruturais das redes interorganizacionais
Elementos Morfológicos Gerais das
Redes Elementos Constitutivos das Redes Interorganizacionais
Nós Empresas ou atividades
Posições Estrutura de divisão do trabalho
Ligações Relacionamentos entre as empresas (aspectos qualitativos)
Fluxos Fluxo de bens (tangíveis) e de informações (intangíveis)
Fonte: Adaptado de Britto (2002, p. 352).
Por outro lado, na esfera organizacional, Marcon e Moinet (2001) relatam que as redes
tratam de um conjunto de pessoas ou organizações interligadas direta ou indiretamente. As
pessoas ou organizações são os atores sociais. Desse modo, o campo de estudo sobre redes
interorganizacionais é de interesse de diversas áreas do conhecimento como a economia, a
sociologia, a ciência política e a administração (BALESTRIN; VARGAS, 2004).
As redes interorganizacionais podem ser vistas como mecanismos estratégicos para
melhorar a vantagem competitiva das empresas. Assim, as redes podem ser vistas como meios
de construção e manutenção de vantagem competitiva sustentável, devido à necessidade de as
empresas buscarem a cooperação como forma de desenvolver recursos únicos e criadores de
valor, em que é fundamental o surgimento de iniciativas que facilitem a cooperação e a
articulação dos principais atores envolvidos. Isso, porque os resultados da organização em redes
podem concentrar-se, tanto na criação de conhecimento para o desenvolvimento de novos
produtos, e serviços, como na abertura de novos mercados (BALESTRO et al., 2004).
21
2.1.1 Estrutura de Redes Interorganizacionais
As redes podem distinguir-se em diferentes tipos e em diferentes estruturas, baseando-
se na presença ou na ausência de relacionamentos e, dessa forma, identificar que dada a
configuração da rede, diferentes resultados podem ser esperados (KENIS; OERLEMANS,
2008). Para essas relações dá-se o nome de laços, os quais representam as ligações entre as
organizações, assim, a força do laço é definida como a combinação de tempo, intensidade,
intimidade e serviços recíprocos que caracterizam a relação entre as organizações, definindo
assim o laço relacional (GRANOVETTER, 1973).
Para que as organizações possam estabelecer o aspecto de cooperação em uma rede
interorganizacional, Castells (1999) e Laimer (2013) apresentam que a interação, ou seja, a
execução de interesses comuns em prol de ganhos coletivos, acontece por um maior número de
informações compartilhadas no ambiente da rede. Assim, a estrutura organizacional da rede
permite que as informações sejam compartilhadas por meio de uma maior conectividade entre
os membros, o que permite uma comunicação sem ruídos, fato esse que pode proporcionar
ganhos competitivos às organizações pertencentes às redes interorganizacionais.
Outro aspecto relevante nas redes interorganizacionais está na proximidade ou na
distância relacional entre as organizações pertencentes à rede, a qual pode ser identificada a
partir do número de interações entre as empresas devido a suas posições dentro da rede (BURT,
1976). Fato este que pode ampliar os benefícios para a empresa central devido às interações
multilaterais, o que indica maior influência nas relações interorganizacionais (HUMAN;
PROVAN, 1997). Os laços sociais são importantes para compreensão dessas relações, embora
possam criar buracos relacionais pela falta de relações entre membros da rede (BURT, 1997).
A empresa que mantém elevado número de laços se beneficia pelo maior acesso às informações
(LAIMER, 2013). Com isso a interação, ou relação dos membros da rede, possibilita maior
acesso às informações que podem ser diferenciais competitivos.
Ainda, em se tratando das relações dentro das redes, conforme Granovetter (1973),
definem-se como laços, aspectos com base na frequência dos contatos, na reciprocidade e na
amizade existente nos relacionamentos. As interações das organizações na rede
interorganizacional, muitas vezes se concentram em atividades dentro de seu próprio grupo,
que pode criar buracos no fluxo de informações entre grupos ou, mais simplesmente, criar os
buracos estruturais (BURT, 2004). Nesse sentido, quanto maiores e mais intensas forem as
relações dos atores das redes, maiores serão os ganhos de troca de informações e aprendizagem.
22
Com isso, organizações com redes de gestão e de colaboração que preencherem os
buracos estruturais nos respectivos mercados, podem obter aprendizado mais rápido e são mais
produtivamente criativas (BURT, 2004). A centralidade, ocasionada pelo maior número de
laços, faz com que os benefícios para o ator central, estejam principalmente em uma função da
topologia da rede. Esses laços são implicitamente concebidos como formadores de uma
estrutura alavancável, ou seja, permitem à organização central um maior desempenho, havendo
dessa forma uma relação entre centralidade e desempenho (BORGATTI; FOSTER, 2003).
A densidade de uma rede, representa a relação entre o número de ligações existentes em
uma determinada rede e o número de ligações possíveis ou potenciais. Já a centralidade é a
medida de quão acessível um determinado ator está para os demais atores da rede e depende do
padrão de distribuição, ou da maneira como os diversos atores estão interligados. A
centralidade, além de medir a acessibilidade de uma organização, mede o número de caminhos
de comunicação que passam por ela. Quanto maior for o número de ligações entre os membros
de uma rede, menor a probabilidade de organizações centrais deterem o controle sobre o fluxo
de informações. Assim, a centralidade de um ator na rede é medida a partir do número de laços
que um ator estabelece com outros atores da rede (RÉGIS; BASTOS; DIAS, 2007).
As interações compõe-se de laços sociais entre as organizações. Tais laços podem ser
laços relacionais, formados da interação entre as organizações em uma rede social e laços
associativos formados pelo sentimento de pertencimento a determinado local ou rede social
(GRANOVETTER, 1983). Os laços relacionais também podem ser classificados pela
intensidade em que acontecem as relações, sendo que podem ser laços fortes, fracos ou
inexistentes. Esses laços podem ser assim classificados pela combinação de intensidade,
frequência, confiança e reciprocidade entre os membros da rede (GRANOVETTER, 1973).
Quadro 2: Indicadores de análise da estrutura da rede.
Indicador de
Estrutura da Rede Descrição
Densidade
Mostra o valor em percentagem da Densidade da Rede, isto é, mostra a alta ou baixa
conectividade da Rede. A Densidade é uma medida expressa em percentagem do
quociente entre o número de relações existentes com as relações possíveis.
Centralidade O Grau de Centralidade consiste no número de atores com os quais um ator está
diretamente relacionado.
Centralização Trata-se de uma condição especial na qual um ator exerce um papel claramente
central ao estar altamente conectado à Rede.
Intermediação Trata-se da possibilidade que um ator tem para intermediar as comunicações entre
pares de nós. Esses nós também são conhecidos como “atores-ponte”.
Proximidade Trata-se da capacidade de um ator para alcançar todos os nós da Rede.
Fonte: Adaptado de Régis, Bastos e Dias (2007).
23
Nesse sentido, laços fortes são aqueles em que há uma maior intensidade, frequência,
confiança, e proximidade relacional entre as organizações (Quadro 2). Já, laços fracos são
aqueles em que há uma menor intensidade e frequência de relações e um maior distanciamento
entre as organizações pertencentes à rede (GRANOVETTER, 1973; LAIMER, 2013).
2.1.2 Determinantes para Formação de Redes Interorganizacionais
As redes interorganizacionais são vistas como uma forma das empresas se tornarem
mais competitivas em um mercado cada vez mais globalizado, o qual exige rapidez na tomada
de decisão e, ao mesmo tempo, uma estrutura capaz de atender à demanda de seus clientes. A
formação de redes possibilita que as empresas se mantenham autônomas, da mesma forma que
consigam trocar informações com seus parceiros da rede e, também, que compartilhem recursos
para atender a mercados aos quais não conseguiriam de maneira isolada (THORELLI, 1986;
CASTELLS, 1999; HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2011; WEGNER; PADULA, 2013).
Assim, ações coletivas promovem ganhos competitivos às empresas pertencentes às redes
interorganizacionais (BALESTRIN; VERSCHOORE; PERUCIA, 2014).
O ambiente de redes interorganizacionais pode ser visto como um espaço que permite a
comercialização em conjunto, mas também, que permite fatores como a transferência de
tecnologia, intercâmbio de informações, contabilidade e finanças, bem como um espaço que
possibilita relações públicas e interpessoais em conjunto, transformando a rede em objeto de
investimento por parte de seus membros (THORELLI, 1986). Dessa forma, a rede
interorganizacional permite a seus membros uma oportunidade de compartilhar recursos
(KENIS; OERLEMANS, 2008).
As motivações para a formação de redes interorganizacionais podem ser as mais
diversas: a complexidade no desenvolvimento de produtos; a troca de conhecimento; a
aprendizagem organizacional e a disseminação da informação; a necessidade de rapidez de
resposta; a confiança e a cooperação; e a prevenção contra incertezas do mercado. Assim,
pertencer a uma rede interorganizacional permite à organização uma melhor posição no
mercado de atuação. As redes também permitem uma maior aprendizagem organizacional e
disseminação de ideias, as quais podem se transformar em ações conjuntas, possibilitando às
organizações pertencentes uma maior rapidez nas respostas ao mercado (HOFFMANN;
MOLINA-MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007).
Existem diversos motivos que levam as organizações a pertencer a uma rede
interorganizacional, Oliver (1990) e Laimer (2015) evidenciam seis motivos determinantes a
24
uma empresa passar a pertencer a um rede, esses motivos determinantes são tratados como
contingências críticas à formação de redes:
a) necessidade – a força de exigências legais ou regulatórias, bem como a dependência de
recursos nas empresas podem ser motivos que influenciem e sejam determinantes na
decisão de pertencer a uma rede interorganizacional;
b) assimetria – uma organização exerce certo controle ou poder pelos demais membros da
rede, a escassez de recursos também faz com que uma empresa permaneça ligada à rede;
c) reciprocidade – a formação da rede parte do pressuposto de que as relações baseiam-se
no equilíbrio, na harmonia, na equidade e no apoio mútuo. Também a escassez de
recurso pode induzir a cooperação ao invés da competição;
d) eficiência – a eficiência motiva a organização em estabelecer relações
interorganizacionais com a finalidade de aumentar o retorno e reduzir os custos;
e) estabilidade – a incerteza induz a organização a estabelecer relações com outras
organizações a fim de redução das incertezas;
f) legitimidade – as organizações estabelecem redes interorganizacionais objetivando
aumentar sua legitimidade, a qual pode resultar de uma melhor imagem, reputação,
prestígio ou credibilidade.
Complementando os determinantes apresentados, Ebers (1997) ressalta que os motivos
para as empresas estarem engajadas a uma rede interorganizacional podem ser diversos, mas
que especialmente dois são fundamentais. A busca por aumentar as receitas. Isso se dá pela
união das forças das empresas, como acesso a recursos complementares, utilizando-os no
desenvolvimento de novos produtos ou serviços, o que possibilita o acesso a novos mercados e
com isso o aumento das suas receitas. Também pela redução dos concorrentes transformando-
os em parceiros.
Outro motivo apresentado por Ebers (1997), é em relação à redução dos custos, visto
que através da rede é possível uma economia de escala, através de comercialização ou aquisição
em conjunto. Ainda as empresas em rede podem reduzir seus custos de governança e
coordenação de suas atividades através de ações conjuntas. Também, através da atuação em
conjunto as organizações podem economizar recursos pelo aprendizado e pelo know-how
desenvolvido na relação interorganizacional em rede.
Com o exposto, percebe-se que as motivações ou determinantes para as empresas
engajarem-se à atuação em redes podem ser os mais diversos, porém a aprendizagem
organizacional e a possibilidade de acesso aos recurso podem ser um determinantes para
desenvolvimento de vantagens competitivas sustentáveis.
25
2.1.3 Tipologia de Redes Interorganizacionais
A complexidade das relações em redes faz com que sejam necessárias formas de
simplificação e sistematização dessas relações. Oliver e Ebers (1998) trazem a necessidade de
utilizar diversas “lentes teóricas” e paradigmáticas, objetivando fazer uma leitura mais ampla
da complexidade das redes. Dessa forma, conhecer os tipos básicos de organização em redes
permite uma melhor compreensão a respeito do assunto (GALÁN; CASANUEVA; CASTRO-
ABANCENS, 2010).
Em relação à estrutura da rede, Grandori e Soda (1995) identificam três tipos básicos,
sendo eles: redes sociais, redes burocráticas e redes proprietárias, as quais podem se diferenciar
quanto ao grau de centralização, ou seja, desde uma rede simétrica (não existe empresa
centralizadora) até uma rede assimétrica (uma empresa centraliza as relações).
Também considerando a estrutura de formação da rede interorganizacional, Balestrin e
Verschoore (2008), apresentam que as redes aparecem de diferentes formas, em contextos
distintos. Assim é sugerido um mapa conceitual (Figura 1), com base no modelo apresentado
por Marcon e Moinet (2001), em que, aparecem em um dos eixos, o grau de formalização e no
outro eixo, a centralidade de poder, em que podem ser identificados os seguintes tipos de redes:
a) Rede Horizontal (Redes simétricas): cooperação;
b) Rede Vertical (Redes assimétricas): hierarquia;
c) Rede Formal (Redes contratuais): contrato;
d) Rede Informal (Redes de conivência): cumplicidade.
Figura 1: Tipologia da configuração de redes.
Fonte: Adaptado de Marcon e Moinet (2001).
HIERARQUIA
CONTRATO CUMPLICIDADE
COOPERAÇÃO
26
Por outro lado, Hoffmann, Molina-Morales e Martínez-Fernández (2007)
complementam a tipologia de rede, a partir de quatro indicadores: sendo a direcionalidade,
localização, formalização e poder. Esses indicadores levam em consideração as características
das redes:
a) direcionalidade: vertical e horizontal
b) localização: dispersa e aglomerada
c) formalização: base contratual formal e base não formal
d) poder: orbital e não orbital
Em virtude dessa diversidade de possibilidades de configuração de redes, dificilmente
encontrar-se-ão duas redes com estruturas idênticas, sendo que tais formatações em mapas
conceituais, são uma simplificação das diferentes formas que as redes podem assumir
(BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).
As redes interorganizacionais, podem apresentar diversas configurações. Redes
horizontais são aquelas estabelecidas entre empresas que competem em termos de produtos e/ou
mercados. Nesse tipo de rede o objetivo deve sempre estar dirigido aos ganhos que se pode
obter pela união entre as partes (HOFFMANN; MOLINA-MORALES; MARTINEZ-
FERNANDEZ, 2007; RODRIGUEZ, 2008; GALÁN; CASANUEVA; CASTRO-
ABANCÉNS, 2010). Os principais objetivos das empresas em estarem em uma organização
em redes horizontais estão na criação de novos mercados, suporte de custos e riscos em
pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, gestão da informação e de tecnologias,
definição de marcas de qualidade, defesa de interesses, ações de marketing, entre outros
(BALESTRIN; VARGAS, 2004).
As relações entre as organizações em redes formam um ambiente de aprendizagem por
meio da cooperação e da troca de conhecimentos. Essas relações são complexas, porém nelas
os atores concorrentes escolhem cooperar dentro de certo domínio, objetivando suprir alguma
deficiência difícil de ser superada individualmente. Assim, as redes favorecem a concentração
de esforços, sem privar a liberdade de ação estratégica de seus membros, permitindo a
realização de objetivos comuns aos pertencentes, com uma certa liberdade de decisão individual
(BALESTRIN; VARGAS, 2004).
Por outro lado, as redes verticais são aquelas formadas ao longo da cadeia de produção,
em que cada processo é realizado por empresas especializadas, não concorrentes e que não
atuam no mesmo mercado. O propósito desse tipo de rede é o de se alcançar a eficiência coletiva
nos processos. Com isso, nas redes verticais, os ganhos podem advir igualmente da rapidez de
27
resposta das partes (HOFFMANN; MOLINA-MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007;
RODRIGUEZ, 2008; GALÁN; CASANUEVA; CASTRO-ABANCÉNS, 2010).
Ainda, para Balestrin e Vargas (2004), essa configuração é semelhante às relações
estabelecidas entre matriz e filial, em que a filial possui pouca autonomia jurídica e
administrativa. Também com o objetivo de aproximação com os clientes, esse modelo de
organização em rede, visa à especialização e à rapidez de respostas.
Já as redes informais, são aquelas estabelecidas em função da confiança gerada entre os
membros. Essas relações não se dão apenas no âmbito da gestão empresarial, mas também no
âmbito onde as transações se realizam. As empresas criam relações e acumulam conhecimento
com respeito às empresas parceiras de negócio, o que diminui a possibilidade de aparecer um
comportamento oportunista, pela confiança gerada na relação (HOFFMANN; MOLINA-
MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007; GALÁN; CASANUEVA; CASTRO-
ABANCÉNS, 2010).
A organização em redes informais é formada pela conivência dos membros
pertencentes, que possuem preocupações semelhantes. Nos encontros entre eles, há a
possibilidade de troca de experiências e de informações sobre as bases da livre participação. As
redes de conivência também possibilitam criar uma cultura de cooperação e de auxílio ao
estabelecimento de relações interorganizacionais. Essas redes são formadas sem qualquer tipo
de contrato formal que estabeleça as regras de participação, as empresas agem em conformidade
com os objetivos mútuos de cooperação, fundamentados, principalmente, na confiança entre os
atores pertencentes. O comportamento dos membros regidos por acordos tácitos (BALESTRIN;
VARGAS, 2004).
No entanto, as redes podem ser estruturas formalizadas, regidas por uma base contratual.
Elas são estabelecidas com o objetivo de prevenir o chamado comportamento oportunista.
Assim, forma-se o grau de formalização dos acordos e intercâmbios entre empresas que formam
uma rede (HOFFMANN; MOLINA-MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007;
GALÁN; CASANUEVA; CASTRO-ABANCÉNS, 2010). A rede formal ou de base contratual,
permite que esses contratos sirvam para que a empresa possa ter mais garantias acerca do
comportamento da outra parte, os quais estabelecem regras de comportamento das partes
envolvidas (BALESTRIN; VARGAS, 2004).
Em boa parte das vezes o objetivo das redes formais está em ocasionar aos membros
participantes vantagens como a redução dos custos com insumos por meio de aquisições
coletivas, incremento do mercado de atuação devido à distribuição conjunta, além da redução
com custos de estocagem e de transporte (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008). Como na
28
grande maioria dos casos as redes formais são relativamente dispersas, essas ações em conjunto,
visam a estabelecer parcerias nos processos de logística, o que possibilita os relacionamentos e
trocas de bens e serviços. Isso permite que as empresas superem as distâncias e facilita que as
empresas pertencentes a esse modelo de rede ampliem sua participação no mercado, com base
em contratos formalizados (HOFFMANN; MOLINA-MORALES; MARTINEZ-
FERNANDEZ, 2007).
As redes aglomeradas territorialmente se caracterizam pelo fato de manterem relações
que, muitas vezes, se estendem além daquelas puramente comerciais. Além das empresas, nesse
tipo de rede é possível encontrar também instituições de suporte empresarial, como
universidades, centros de tecnologia, e instituições governamentais. (HOFFMANN; MOLINA-
MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007; GALÁN; CASANUEVA; CASTRO-
ABANCÉNS, 2010).
Já, as redes dispersas são aquelas que se relacionam e trocam bens e serviços através de
processo avançado de logística, que permite superar as distâncias. Essas redes são classificadas
como redes dispersas geograficamente, visto que a dispersão passa a ser um escopo da rede,
pois, elas se estabelecem com o propósito de ampliar a presença de mercado. Portanto, esse tipo
de rede, se dá em um espaço geograficamente disperso. Porém, mesmo dessa forma, tem o
objetivo de estabelecer uma melhor ocupação do mercado de atuação (HOFFMANN;
MOLINA-MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007; GALÁN; CASANUEVA;
CASTRO-ABANCÉNS, 2010).
As redes com caráter de redes orbitais, apresentam o poder centralizado, na medida em
que possuem uma empresa como um centro de poder, ao redor do qual as demais empresas
circulam (HOFFMANN; MOLINA-MORALES; MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007). Essa
configuração orbital pode ser vista como vantajosa para a empresa, pois a empresa central de
uma rede, quando comparada a uma empresa verticalizada, será mais eficiente, pois isso permite
economias de escala de suas participantes, que seus concorrentes não podem obter, visto que
seus custos de transação os forçam à integração (JARILLO, 1988).
Ainda, em relação à configuração das redes, a rede não orbital é aquela em que cada
parte tem a mesma capacidade de tomada de decisão. Nesse modelo de configuração, as
instituições são formadas pelas empresas, e as diretorias são estabelecidas a partir do voto direto
das empresas. Nessa configuração de rede interorganizacional, as empresas trabalham de
maneira cooperada, sem a existência de um centro de poder. Desta forma, qualquer empresário
associado pode propor uma chapa e concorrer ao pleito. Taldf configuração permite uma
29
atuação mais democrática dos membros da rede (HOFFMANN; MOLINA-MORALES;
MARTINEZ-FERNANDEZ, 2007).
2.1.4 Fatores Competitivos das Redes Interorganizacionais
A principal razão para o estabelecimento de redes interorganizacionais é reunir atributos
que possibilitem uma adequação ao cenário competitivo em uma única estrutura, sustentada por
ações uniformes, porém descentralizadas, que possibilite ganhos competitivos às empresas
associadas (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008). Assim, a prática da cooperação
interorganizacional, pode ser vista como estratégia para sobrevivência e desenvolvimento das
empresas, bem como um fator gerador da competitividade em seu mercado de atuação
(CÂNDIDO, 2002).
O estabelecimento de redes interorganizacionais objetiva proporcionar aos membros
pertencentes vantagens, que de maneira isolada não conseguiriam. Assim, algumas finalidades
estratégicas podem ser percebidas, conforme apresentado por Human e Provan (1997), onde as
trocas entre as empresas, tanto de produtos, informações ou até mesmo o simples
relacionamento entre as empresas permite o compartilhamento de melhores práticas. Outra
finalidade estratégica mencionada é a credibilidade organizacional, que trata da legitimidade
das empresas estarem inseridas em um ambiente de rede. Os autores também relatam o acesso
a recursos como uma forma de vantagem procurada pelas empresas no ambiente de redes. E
por último o desempenho financeiro também aparece como uma finalidade estratégica para as
empresas pertencerem às redes interorganizacionais (BALESTRIN; VARGAS, 2004).
Apresentam-se em seguida os principais condicionantes encontrados na literatura, sobre
as vantagens percebidas pelas empresas pertencentes às redes interorganizacionais. Esses
fatores podem ser caracterizados como finalidades estratégicas, conforme Human e Provan
(1997), mas também podem ser definidos como fatores relevantes, ou ainda, como ganhos
competitivos ao estabelecimento de redes interorganizacionais (VERSCHOORE;
BALESTRIN, 2008). Além disso, conforme Jarillo (1988), a confiança nas relações entre os
atores é um dos fatores que promove a redução dos custos de transação, ou seja, os custos
relativos à realização de contratos entre os membros, e torna a existência das redes
economicamente viáveis.
As redes interorganizacionais podem apresentar ganhos competitivos aos seus
membros, esses ganhos permitem às empresas pertencentes apresentarem um melhor
30
desempenho no mercado em que atuam. Os ganhos apresentados variam de empresa para
empresa e também de rede para rede.
Os ganhos de escala e de poder de mercado permitem às redes ampliar o potencial de
barganha nas distintas relações econômicas e também possibilitam a realização de acordos
comerciais. Dessa forma, pertencer a uma rede interorganizacional permite à organização
acessar mercados que não seriam possíveis de maneira isolada. Isso se deve em grande parte
em virtude do aumento do número de membros ou atores pertencentes à rede. Assim, a
formação de redes interorganizacionais desponta como uma possibilidade para as empresas
ampliarem seu poder de mercado (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008).
As redes interorganizacionais possibilitam condições para a aprendizagem e a inovação,
mediante o compartilhamento de ideias e de experiências entre os membros pertencentes, e
ações de cunho inovador, desenvolvidas em conjunto pelas empresas. A aprendizagem em rede
se dá de diversas formas, pois ela permite que as empresas acessem novos conceitos, métodos,
estilos e maneiras de abordar a gestão, a resolução de problemas e o desenvolvimento de seus
negócios. Assim, compartilhar conhecimento é um dos primeiros benefícios reconhecidos pela
cooperação entre os atores de uma rede, pois quando as empresas colaboram para desenvolver
uma tecnologia, o conhecimento resultante torna-se disponível para todas elas
(VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008; BALESTRIN; VERSCHOORE, 2010; BULGACOV;
ARREBOLA; GOMEL, 2012).
O estabelecimento de redes interorganizacionais, possibilita acesso a soluções para as
dificuldades das empresas, por meio de serviços, de produtos e da infraestrutura desenvolvidos
e disponibilizados pela rede para o desenvolvimento dos seus membros. As redes também
podem suprir necessidades de capacitação dos seus pertencentes, mediante treinamentos e
consultorias, pois elas têm melhores condições de identificar as fragilidades comuns e encontrar
as soluções coletivas (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008; BECKER et al., 2009;
BULGACOV; ARREBOLA; GOMEL, 2012).
Também, o estabelecimento de redes interorganizacionais, possibilita a redução de
custos e riscos, ao dividi-los de determinadas ações e de investimentos que são comuns aos
pertencentes da rede (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008). Outro benefício da relação e
cooperação interorganizacional para as empresas associadas é tornar viável o compartilhamento
dos riscos de ações complexas entre todos os membros pertencentes, dividindo os custos e os
resultados dos esforços coletivos (EBERS, 1997).
O estabelecimento de redes de cooperação possibilita a geração e a manutenção de
relações sociais: aproxima os agentes, amplia a confiança e o capital social e leva as relações
31
do grupo para além daquelas puramente econômicas. As redes interorganizacionais, por
possibilitarem experiências de auxílio mútuo, por abrir espaços para a contatos pessoais e por
permitirem a discussão, tanto dos problemas quanto das oportunidades que envolvem os
negócios dos participantes, configura-se como a forma organizacional mais apropriada para
gerar relações sociais (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008).
2.2 RECURSOS
A perspectiva da Visão Baseada em Recursos (Resource-Based View) ressalta a
importância da análise do ambiente interno da firma para o desenvolvimento de uma estratégia
que possibilite a obtenção de vantagem competitiva sustentável no mercado (ZEN;
DALMORO; FENSTERSEIFER, 2009). A visão baseada em recursos é uma teoria que
preconiza que as empresas são capazes de gerar vantagem competitiva se possuírem e
gerenciarem de forma eficiente seus recursos raros, valiosos e de difícil imitação (BARNEY,
1991).
2.2.1 Pressupostos da RBV
O pressuposto básico da RBV, conforme apresentado por Barney (1991), busca o
entendimento e a compreensão das fontes geradoras de vantagem competitiva sustentada. Leva-
se em consideração que, com base nos pressupostos, os recursos estratégicos são distribuídos
de maneira heterogênea nas empresas (heterogeneidade dos recursos) e que essas diferenças de
distribuição são estáveis ao longo do tempo (imobilidade de recursos).
O primeiro pressuposto básico da RBV, é que a heterogeneidade de recursos prepondera
que mesmo as empresas estando competindo no mesmo segmento, elas detêm recursos
estratégicos diferentes. Assim, em algum determinado segmento de atividade, algumas
empresas podem ter mais competências em realizar determinadas atividades do que outras
(BARNEY; HESTERLY, 2011).
Já a imobilidade de recursos preconiza que a heterogeneidade de recursos de uma
empresa deve ser longeva, pois, não é possível desenvolver ou adquirir certos recursos no
mercado. Eles, dessa forma, não podem ser simplesmente transferidos de uma empresa para
outra (BARNEY, 1991; BARNEY; HESTERLY, 2011).
Assim, a RBV ajuda a explicar, que o desempenho de uma organização pode ser
resultado, pela forma como são gerenciados e utilizados os seus recursos. De acordo com
32
Barney (1991), os recursos da empresa (firm resources) são todos os ativos, capacidades,
processos organizacionais, atributos, informações e conhecimentos controlados pela
organização que permitem conceber e adotar as estratégias que melhorem sua eficiência e
eficácia no mercado de atuação.
Com isso, as organizações podem obter uma vantagem competitiva sustentável por meio
de estratégias que as possibilitem explorar suas forças internas em resposta às oportunidades do
ambiente, enquanto neutralizam as ameaças externas e suas fraquezas internas (BARNEY,
1991). Assim, a empresa obterá uma vantagem competitiva à medida que criar valor para o
mercado com base nos seus recursos (ZEN; DALMORO; FENSTERSEIFER, 2009).
A RBV é um é uma corrente teórica, que busca explicar a vantagem competitiva
sustentável a partir da boa gestão dos recursos estratégicos, a qual pode ser medida nas empresas
através de indicadores de desempenho. Dessa forma, possuir os recursos por si só não é um
condicionante para a vantagem competitiva, mas a capacidade de controlá-los de maneira a
gerar essa capacidade é o fator diferencial da organização (BARNEY; HESTERLY, 2011).
2.2.2 Classificação e características dos recursos
A visão baseada em recursos (RBV) pode ser utilizada para identificar os recursos e
capacidades que proporcionam a geração ou a manutenção da vantagem competitiva
(BARNEY, 1991). Assim, os recursos e capacidades de uma firma incluem todos os atributos
que a capacitam para definir e implementar estratégias (LAIMER; LAIMER, 2009).
Os recursos de uma organização, conforme Wernerfelt (1984), podem ser qualquer coisa
que pode ser pensada como uma força ou fraqueza da organização. Assim, os recursos poderiam
ser definidos como ativos tangíveis e intangíveis que se vinculam à organização. Com isso, os
recursos de uma organização podem ser caracterizados como tangíveis e intangíveis
(WERNERFELT, 1984). Também, para Barney (1991), os recursos enquanto geradores de
vantagens competitivas, a partir da heterogeneidade das organizações, podem ser relacionados
como: valiosos; raros; imperfeitamente imitável; não substituível (VRIN). Assim, a
organização que possuir recursos com tais características possuirá atributos que possibilitam
obter uma vantagem em relação aos concorrentes.
Os recursos e as capacidades de uma organização, que podem ser chamados de atributos
que a capacitam a definir e implementar estratégias, conforme apresentados por Barney e
Hesterly (2011), classificam-se sumariamente em recursos financeiros, recursos físicos,
recursos humanos e recursos organizacionais. Dessa forma, os recursos de uma organização,
33
seguindo a classificação de Barney (1996), podem definir-se como uma força ou uma fraqueza,
sendo que os mesmos são geradores de vantagem competitiva sustentável à organização que os
possui.
Assim, os recursos apresentam-se como: valiosos, ou seja, são recursos que permitem à
organização responder a possíveis ameaças; raros, recursos que poucos concorrentes possuem;
imitabilidade, aqueles recursos difíceis de serem reproduzidos pelos concorrentes, ou que sejam
caros para adquirir; e por último a organização, se a firma tem possibilidades de explorar o
potencial competitivo de seus recursos. Assim essa classificação dos recursos dá origem à sigla
VRIO que representa as características dos recursos que podem gerar vantagens competitivas à
organização.
Os recursos das organizações, incluem todos os ativos, capacidades, processos
organizacionais, informação, conhecimento, entre outros, que possibilitam a ela conceber e
implementar as estratégias para que consiga a eficiência e a efetividade, a fim de criar valor
(BARNEY, 1991). Em seu estudo acerca dos recursos organizacionais, Grant (1991) revela que
balanços patrimoniais financeiros não são a forma mais adequada para a avaliação dos recursos
da empresa, pois os mesmos não consideram os recursos intangíveis e habilidades baseadas em
pessoas, possivelmente os recursos mais importantes da organização em termos estratégicos.
Dessa forma, os recursos podem ser melhor classificados a partir de diferentes obras, as quais
levam em consideração os diferentes tipos de recursos (Quadro 3).
Quadro 3: Conceito e classificação de recursos.
Tipos de Recursos Descrição Autores
Tangíveis
Financeiros
Recursos que permitem à organização
conceber e implementar as estratégias,
incluem todo o dinheiro, ou fontes de capital,
como dinheiro dos sócios, empréstimos
bancários e governamentais.
BARNEY, 1991;
1996; GRANT,
1991; HITT et al,
2011;
WERNERFELT,
1984
Físicos
Instalações e equipamentos, estruturas
físicas da organização, integrando também a
localização geográfica da organização.
BARNEY, 1991;
1996; BARNEY;
HESTERLY, 2011;
HITT et al, 2011
Tecnológicos
Patentes, know-how, propriedades
tecnológicas, tecnologias de hardware e
software.
GRANT, 1991;
HITT et al, 2011
Intangíveis Organizacionais
Atributos coletivos dos indivíduos, relações,
sistemas de planejamento, controle e
coordenação. Envolvem o comportamento
dos indivíduos na organização,
relacionando-se com a cultura
organizacional.
BARNEY, 1991;
1996; COLLIS;
MONTGOMERY,
1995; GRANT,
1991; HITT et al,
2011
34
Humanos
Inclui os colaboradores da organização, os
treinamentos, o conhecimento, a experiência
e os talentos.
BARNEY, 1991;
1996; GRANT,
1991; HITT et al,
2011
Inovação Ideias, capacidades científicas de inovar. HITT et al, 2011;
Reputação
Qualidade, confiança e reconhecimento da
marca por parte dos stakeholders. É
adquirido por um longo tempo de
atendimento das expectativas dos
stakehorlders.
COLLIS;
MONTGOMERY,
1995; GRANT,
1991; HITT et al,
2011
Fonte: Elaborado com base em Laimer e Laimer (2009).
Com o anteriormente exposto, pode-se pressupor que os pressupostos da RBV
proporcionam indicativos para se entender a criação de valores, os quais são capazes de originar
vantagens competitivas sustentáveis para as organizações. Daí surge a necessidade de
identificação dos recursos envolvidos nas operações, bem como os atributos que os diferenciam
e como eles possibilitam a criação de vantagens competitivas às organizações que os possuem
(MALAFAIA et al., 2010).
2.2.3 Vantagem Competitiva
A partir dos pressupostos estratégicos, na busca por um desempenho, por parte das
organizações, que sejam superiores aos de seus concorrentes, Barney e Herstely (2011)
apresentam que uma empresa obtém vantagem competitiva, quando consegue gerar valor
superior sobre seus competidores e garantir um retorno significativo dentro do seu mercado
consumidor. Em síntese, conforme apresentado pelos autores, a vantagem competitiva consiste
na criação de maior valor econômico entre os concorrentes dentro de um setor. Ainda, para
Porter (1989), a vantagem competitiva é sinônimo do sucesso estratégico da organização, o que
a possibilita a conquista de uma posição que permita obter ganhos acima da média.
A geração de uma vantagem competitiva se dá em grande parte pela combinação
adequada dos recursos da empresa. Assim para gerar uma vantagem competitiva, além de
possuir os recursos com as características de valor, raridade, inimitabilidade e organizacionais
(VRIO), apresentadas por Barney (1991), a empresa necessita saber combiná-los de maneira
eficiente, o que pode gerar um desempenho superior à média das organizações concorrentes
(PAVÃO; SEHNEM; HOFFMANN, 2011).
Em relação aos recursos, Pavão, Sehnem e Hoffmann (2011) apresentam que o valor e
a raridade estão relacionados com a vantagem competitiva e que a vantagem competitiva está
relacionada com o desempenho. Assim, nem todos os recursos necessitam ser raros e valiosos.
Porém, devem colaborar para que a empresa possa ter longevidade, colaborar para que a
35
empresa possa capitalizar-se e colaborar para a geração de renda. Com isso a construção da
vantagem competitiva se dá pela combinação dos diferentes recursos estratégicos da
organização (Quadro 4).
Quadro 4: Modelo VRIO
Recurso
Valioso?
Recurso Raro? Recurso
Dispendioso de
Imitar?
O Recurso
será explorado
pela Empresa?
Categoria
Competitiva
Desempenho
Econômico
Não - - Não Desvantagem
Competitiva
Abaixo do
normal
Sim Não - - Paridade
Competitiva
Normal
Sim
Sim
Não
- Vantagem
Competitiva
Temporária
Acima do
normal
Sim
Sim
Sim
Sim
Vantagem
Competitiva
Sustentável
Acima do
normal
Fonte: Adaptado de Barney (1991).
Para obter um ganho acima da média, Venkatraman e Ramanujan (1986) apresentam
que o desempenho é medido pelos resultados financeiros da organização. Tais resultados
apresentam indicadores que mostram se a empresa obteve desempenho dentro das metas
estabelecidas, e caso ela obtenha, considera-se que os recursos da organização a possibilitaram
uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.
Dessa forma, a visão baseada em recursos pode ser entendida como um dos modelos
teóricos que possibilitam explicar a vantagem competitiva, assim, pressupõe-se que as empresas
possuem heterogeneidade de recursos. Desse modo, as diferenças de desempenho entre as
empresas deve-se à heterogeneidade dos recursos que elas possuem, pois isso possibilita
diferentes combinações desses recursos, o que pode levar algumas empresas a apresentar
lucratividade abaixo da média e outras apresentar lucratividade acima da média do mercado.
Portanto, os pressupostos da RBV dão ênfase para o papel dos recursos estratégicos sobre
desempenho da empresa e pela configuração da vantagem competitiva (VASCONCELOS;
CYRINO, 2000).
A vantagem competitiva, para Barney e Hesterly (2011), pode ser mensurada pela
diferença entre os benefícios percebidos pelos clientes e o custo para produzir e vender os
produtos ou serviços. Ainda, para os autores há duas maneiras de se mensurar a vantagem
competitiva, a contábil e a econômica. A empresa que apresentar uma vantagem competitiva,
36
apresentará um desempenho financeiro acima da média, e um desempenho econômico acima
do normal.
2.2.4 Desempenho
As principais medidas de desempenho das empresas são dadas pelo desempenho
financeiro em comparação com os seus principais concorrentes ou a média da indústria ao longo
de um período (WANG; AHMED, 2007). Assim, Barney e Hesterly (2011) apresentam que a
vantagem competitiva se constrói com um desempenho superior à média dos concorrentes.
Dessa forma, Hung et al. (2010) relacionam a medida do desempenho organizacional, incluindo
tanto as vendas e informações de lucro, podendo ela ser interpretada para medir a eficácia, bem
como as dimensões de eficiência de desempenho.
Também, Barney e Hersteley (2011) indicam que as formas de executar a medida da
vantagem competitiva é estimando o desempenho contábil e o desempenho econômico. Com
isso, no geral, a literatura se utiliza de métricas de desempenho para analisar se uma empresa
possui recursos estratégicos que possibilitem a geração de vantagem competitiva.
Por outro lado, Venkatraman e Ramanujam (1986) propuseram três dimensões
crescentes de desempenho organizacional: financeira, operacional e eficácia organizacional. A
eficácia organizacional, por sua vez, englobaria o desempenho financeiro e operacional, pois
leva em consideração a configuração dessas duas dimensões em seu resultado.
Já Wang e Ahmed (2007) propuseram um modelo de pesquisa englobando, sob a
perspectiva da RBV, os antecedentes e as consequências das capacidades dinâmicas no
desempenho das empresas. Os autores enfatizam que o desempenho organizacional pode ser
medido pelo desempenho de mercado e pelo desempenho financeiro ao longo de um período
de cinco a dez anos. O desempenho de mercado é indicativo da participação de mercado da
empresa, do volume de vendas e do crescimento dos mesmos. Enquanto que o desempenho
financeiro é relacionado à rentabilidade, ou seja, retorno sobre o patrimônio, pela margem de
lucro e pelo lucro líquido em relação aos concorrentes.
Em vista disso, observa-se, nos autores relacionados, que sob a perspectiva da RBV e
das redes interorganizacionais a medida do desempenho organizacional envolve indicadores
que remetem ao desempenho financeiro e ao desempenho operacional. Assim, a partir da
revisão teórica realizada em relação à vantagem competitiva, definição da mensuração de
desempenho, apresenta-se a síntese dos conceitos de vantagem competitiva e desempenho
(Quadro 5).
37
Quadro 5: Conceito de desempenho e vantagem competitiva.
Variável Conceito Autores
Desempenho
Medida do desempenho da empresa nos últimos cinco
anos e possui duas dimensões: à dimensão financeira
que é relacionada à lucratividade, rentabilidade e
crescimento nas vendas e à dimensão operacional que
está relacionada a produtividade e redução de
desperdícios.
VENKATRAMAN;
RAMANUJAM, 1986; WANG;
AHMED, 2007; HUNG_et_al.,
2010
Vantagem
Competitiva
Vantagem competitiva pode ser entendida como a
capacidade de gerar valor econômico maior do que os
concorrentes. O valor econômico é a diferença entre
os benefícios percebidos pelos clientes e o custo
econômico total dos produtos ou serviços.
VENKATRAMAN;
RAMANUJAM, 1986; BARNEY;
HESTERLY, 2011
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
A capacidade da organização em gerar vantagem competitiva está relacionada à
configuração e à organização dos seus recursos, o que possibilita ampliarem suas participações
no mercado, bem como melhorar sua lucratividade. Dessa forma, a vantagem competitiva de
uma organização se dá pelo desempenho acima da média de mercado, possibilitada pelo arranjo
e configuração dos recursos que a empresa possui (BARNEY; HESTERLY, 2011).
2.3 INOVAÇÃO
A inovação é vista como fonte de geração de vantagem competitiva, desenvolvimento
econômico e mudanças na sociedade desde os estudos de Schumpeter em 1912
(SCHUMPETER, 1960). Segundo Freeman (2003), quando a vantagem competitiva provém de
uma mudança expressiva em um produto, serviço ou processo, ela é mais significativa. Assim,
a inovação possui papel fundamental no desempenho das organizações. O que retoma a ideia
inicialmente apresentada por Wernerfelt (1984), que propôs, que para as empresas, a
identificação e aquisição de recursos são fundamentais para o desenvolvimento de produtos e
serviços demandados pelo mercado e, desse modo, para fomentar a inovação nas organizações.
No entanto, a inovação não é gerada somente a partir dos recursos que a empresa é capaz
de desenvolver em seu ambiente interno, mas também pelo acesso de recursos e de capacidades
de organizações externas, que a empresa pode acessar por meio de alianças e de acordos de
cooperação (SODA, 2011). Nesse aspecto, as redes interorganizacionais possibilitam às
empresas ampliarem seus acessos a tais recursos externos que combinados com os recursos
internos possibilitam promover a inovação e melhorar consequentemente seus desempenhos.
A inovação, segundo Schumpeter (1960), é representada pelas novas combinações de
produção, que surgem descontinuamente e englobam cinco casos:
38
a) introdução de um novo bem: com o qual os consumidores ainda não estão
familiarizados ou de uma nova qualidade de um bem;
b) introdução de um novo método de produção: que não tenha sido testado pelas
experiências da indústrias de transformação, que não precisa ser baseada em uma descoberta
cientificamente nova ou ainda que pode consistir também em uma nova maneira de manejar
comercialmente uma mercadoria;
c) abertura de um novo mercado: que o ramo particular da indústria não tenha ainda
entrado, quer esse mercado tenha existido antes ou não;
d) conquista de uma nova fonte de oferta: de matérias-primas ou de bens
semimanufaturados, mais uma vez independentemente de essa fonte já existir ou ter sido criada;
e) estabelecimento de uma nova organização: organização de qualquer indústria, como
a criação de uma nova posição de monopólio ou a fragmentação de uma posição de monopólio.
As categorias de inovação anteriormente descritas por Schumpeter (1960), também são
apresentadas no Manual de Oslo (2005), que as classifica em quatro tipos:
a) inovação de produto: consiste na introdução de um produto (bem ou serviço) novo ou
significativamente melhorado no que diz respeito às características ou aos usos previstos dos
produtos previamente produzidos pela empresa.
b) inovação de processo: processo novo ou substancialmente aprimorado, que envolve
a introdução de tecnologia de produção nova ou significativamente aperfeiçoada, como também
de equipamentos novos ou significativamente aperfeiçoados em atividades de suporte à
produção.
c) inovação em marketing: consiste na implementação de um novo método de
marketing, com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no
posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços. Essas inovações visam
melhor atender às necessidades dos consumidores, possibilitando a abertura de novos mercados
ou reposicionando o produto no mercado em que a empresa está inserida, as quais tem o objetivo
de aumentar as vendas.
d) inovação organizacional: a inovação organizacional acontece por meio da
implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócio da empresa, na
organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas, desde que não tenha sido
utilizada anteriormente pela empresa e seja resultado de decisões estratégicas.
A inovação tem sido cada vez mais importante para a sobrevivência da empresa no
mercado. Assim, elaborar estratégias que possibilitem à empresa ampliar o número de
inovações desenvolvidas é essencial para sua sobrevivência e crescimento. Com isso, Balestrin
39
e Verschoore (2010), evidenciam que as redes interorganizacionais, em seus espaços,
promovem um ambiente favorável à socialização e à complementaridade de conhecimentos,
fundamentais à aprendizagem e à inovação. Essa troca de conhecimentos através das redes
interorganizacionais tem sido uma alternativa para empresas que sozinhas não conseguiriam
acessar os recursos, sejam eles humanos ou financeiros para o desenvolvimento de inovações.
A interação entre as organizações para desenvolvimento de inovações pode ser
demonstrado pelas relações diretas entre os atores em uma rede, as quais, afetam positivamente
o resultado da inovação, pois, podem fornecer três benefícios substantivos: conhecimento
compartilhado, complementaridade de competências e escala nos projetos de pesquisa e
desenvolvimento (AHUJA, 2000). Nesse aspecto, pertencer a uma rede interorganizacional
pode ser um determinante para o desenvolvimento de inovações que possibilitem à organização
melhorar seu desempenho no mercado em que atua.
As inovações decorrem da combinação de diferentes tipos de conhecimentos e
capacitações que muitas vezes não são encontrados, sobretudo nas empresas de pequeno porte.
Observa-se com isso, que a combinação dos recursos necessários à inovação pode ser
viabilizada de forma mais eficiente na configuração das empresas em redes interorganizacionais
(VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008). Por isso, nas redes, a inovação pode decorrer da
capacidade de promover a troca e a utilização de informações de maneira muito mais intensa
do que em qualquer outro formato organizacional conhecido. A maior conectividade dos
membros é um fator relevante para estimular e manter um fluxo de informações entre as
organizações (GULATI, 1998).
A partir da bibliografia analisada sobre inovação elaborou-se o conceito que será
utilizado na pesquisa. No entanto, ficam fora do escopo da pesquisa as inovações de marketing
e inovações organizacionais conforme apresentadas pelo Manual de Oslo (OCDE, 2005). Para
a variável inovação serão abordadas apenas as inovações de produto e processo. Assim, o
conceito de inovação (Quadro 6) utilizado no estudo pode ser observado a seguir, levando em
consideração referenciais que abordam a temática inovação.
Quadro 6: Conceito de inovação
Variável Conceito Autores
Inovação
A implementação de um produto (bem ou
serviço) novo ou significativamente
melhorado e o investimento em pesquisa e
desenvolvimento e em recursos humanos
para as atividades de inovação.
SCHUMPETER, 1960; OCDE, 2005;
YANG; HSU, 2010; PINTEC, 2011; TIDD;
BESSANT, 2015
Fonte: Adaptado de Centenaro (2015).
40
2.4 HIPÓTESES DE PESQUISA
As discussões acerca das temáticas trabalhadas, resultam em hipóteses teóricas da
pesquisa. A seguir apresenta-se a discussão do conceito bem como as hipóteses da presente
pesquisa.
Os recursos, na concepção da RBV são um conjunto de recursos e capacidades
controlados pela empresa e que são os principais determinantes da sua competitividade
(BARNEY, 1991). A partir da identificação e aquisição dos recursos, bem como de sua
configuração por parte da empresa, é possível a mesma obter um desempenho superior
(WERNERFELT, 1984).
Ainda em relação ao desempenho oriundo do aproveitamento e da aquisição dos
recursos, Forte, Matos e Oliveira (2015) ressaltam que a configuração e adequação das
estratégias com base nos recursos estratégicos possibilitam às organizações desempenhos
superiores no mercado em que atuam, pois um competidor poderá obter desempenho acima da
média somente se obtiver recursos superiores (BULGACOV; ARREBOLA; GOMEL, 2012).
Com isso, conforme Barney (1991), as empresas que apresentam recursos valorosos,
recursos raros, recursos de difícil imitação e explorados pela organização podem atingir
desempenhos acima da média do mercado. Dessa forma, os recursos possibilitam criar ou
ampliar as vantagens competitivas para as empresas (LAIMER; LAIMER, 2009). Neste
sentido, apresenta-se a primeira hipótese de pesquisa:
H1: Os recursos influenciam positivamente o desempenho das empresas.
Da mesma forma que os recursos possibilitam às organizações melhorar seus
desempenhos pode-se olhar o quanto os recursos possibilitam às empresas ampliar suas
inovações. Nesse sentido, conforme Wernerfelt (1984), as empresas que identificam e adquirem
os recursos, podem ser mais competitivas, fato esse que é fundamental para o desenvolvimento
de produtos e/ou processos e serviços demandados pelo mercado, e desse modo para fomentar
a inovação nas organizações.
As interações entre as empresas possibilitam o desenvolvimento de inovações
(BARALDI; GRESSETVOLD; HARRISON, 2012). Tais interações podem propiciar o
compartilhamento de recursos e esses levarem as organizações a ampliarem o número das
inovações. Os desafios da busca pela inovação incentiva as empresas a buscarem relações com
outras empresas para terem acesso a um maior conjunto de recursos, e assim superar as
41
dificuldades inerentes a esse desafio (BUENO; BALESTRIN, 2012; DAGNINO; LEVANTI;
PICONE, 2015).
Os recursos estratégicos apresentam influência positiva sobre a inovação das empresas
(CENTENARO, 2015). Com base no anteriormente exposto, apresenta-se a seguir a segunda
hipótese de pesquisa:
H2: Os recursos influenciam positivamente a inovação nas empresas.
A inovação de produtos e processos possui influência positiva no desempenho das
empresas (SANTOS, 2009; CENTENARO, 2015). Assim, as capacidades de inovação de
produtos e processos das empresas, podem melhorar suas competências e o desempenho das
organizações, sendo a aprendizagem organizacional e a inovação aspectos cruciais para criação
da vantagem competitiva, sustentada pelo desempenho acima da média do mercado (HUNG et
al., 2010).
Apesar do risco e da incerteza, a inovação, quando bem sucedida, pode produzir um
impacto relevante nos resultados econômicos das empresas que as implementam (FERREIRA;
MARQUES; BARBOSA, 2007). Nesse aspecto, Silveira e Oliveira (2013), apresentam que foi
possível apontar que há efeitos entre investimento em inovação e crescimento das vendas que
resultaram em melhorias nos indicadores de desempenho em todas as empresas estudadas.
Nesse sentido, conforme apresentam Tidd e Bessant (2015), as inovações estão
diretamente ligadas ao crescimento econômico, que pode ser entendido como uma variável que
leva a um melhor desempenho para as organizações. Com isso, levando em consideração as
literaturas estudadas na pesquisa apresenta-se a seguir a terceira hipótese de pesquisa:
H3: A inovação influencia positivamente o desempenho da empresas.
Os recursos de uma organização se bem explorados permitem a mesma promover
inovações em seus produtos, processos ou serviços. Em geral, as tecnologias demandam o uso
simultâneo de diferentes conjuntos de habilidades e bases de conhecimentos em um processo
de inovação, o que poderia estar limitado a uma empresa individual (BALESTRIN; VARGAS,
2004). Nesse sentido, os diversos recursos da empresa quando integrados, possibilitam o
desenvolvimento de habilidades e conhecimentos necessários ao processo de inovação.
Em estudo realizado por Sanches e Machado (2013) pode-se perceber que a pesquisa
permitiu concluir que a ótica da RBV na seleção, aquisição ou aprimoramento dos recursos
42
tangíveis e intangíveis favorece as decisões estratégicas, no intuito de direcionar os
investimentos para as inovações nas organizações. Com isso, a visão baseada em recursos
possibilita a inovação contínua ao garantir que cada empresa otimize o uso de seus próprios
recursos especializados (WERNERFELT, 1984; BARNEY, 1991; GRANT, 1991). Frente ao
referencial teórico exposto, apresenta-se a seguir a quarta hipótese de pesquisa:
H4: As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes maior acesso
aos recursos estratégicos em relação às empresas não pertencentes.
A configuração em rede promove ambiente favorável ao compartilhamento de
informações, de conhecimentos, de habilidades e de recursos essenciais para os processos de
inovação. Nesse sentido, a inovação é uma ação conjunta e cooperada de diversos atores
internos e externos da organização, como empresas, fornecedores, clientes, além de outras
instituições de caráter público ou privado (BALESTRIN; VARGAS, 2004).
Ahuja (2000) demonstrou que as relações diretas entre os atores em uma rede afetam
positivamente o resultado da inovação por fornecer três benefícios substantivos: conhecimento
compartilhado, complementaridade de competências e escala nos projetos de pesquisa e
desenvolvimento. Assim, as redes interorganizacionais podem fornecer acesso a uma grande
quantidade de conhecimento para o processo de inovação, proporcionando melhores resultados
de inovação em relação às empresas individuais (POWEL, 1998).
Observa-se que a combinação dos recursos necessários à inovação pode ser viabilizada
eficientemente com a formação de redes de cooperação, constituindo-se, assim, em um ganho
competitivo apropriado pelas empresas participantes da rede (VERSCHOORE; BALESTRIN,
2008). Com isso, o acesso aos recursos organizacionais possui influência positiva na inovação
das empresas pertencentes às redes interorganizacionais (CENTENARO, 2015). O que permite,
de acordo com as literaturas estudadas, apresentar a seguir a quinta hipótese de pesquisa:
H5: As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes, melhores
resultados de inovação em relação às empresas não pertencentes.
O desempenho das empresas quando inseridas em redes interorganizacionais sofrem
influência maior da inovação, do que quando atuando de formas isoladas. Com isso, a inovação
por meio da redes interorganizacionais tem se tornado cada vez mais importante para as
empresas (AHUJA, 2000; BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).
43
Os efeitos do desempenho são um aspecto importante da parceria, incluindo o raciocínio
mútuo para entrar em uma aliança estratégica (FERREIRA; STOROPOLI; SERRA, 2014). A
formação de redes interorganizacionais é uma maneira das empresas repartirem os riscos,
gerarem economias de escala e com isso melhorar seus desempenhos (LAIMER, 2015).
As redes interorganizacionais apresentam influência positiva na relação da inovação
como o desempenho (CENTENARO, 2015). Com isso, as empresas pertencentes às redes
interorganizacionais possuem melhores resultados de desempenho, quando comparadas às
empresas que atuam de forma isolada. Ante ao exposto, apresenta-se a sexta hipótese de
pesquisa:
H6: As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes um melhor
desempenho em relação às empresas não pertencentes.
As diferentes obras consultadas na realização da pesquisa, permitiram a realização das
hipóteses apresentadas. Com base na revisão bibliográfica sobre os recursos estratégicos da
organização, sobre aspectos preponderantes à inovação nas organizações e sobre os aspectos
influenciadores do desempenho das empresas realizou-se o desenho teórico da pesquisa (Figura
2) para uma melhor compreensão do estudo realizado.
Ainda, referente à elaboração das hipóteses de pesquisa, as quais foram elaboradas
levando em consideração a literatura estudada e também os objetivos propostos por este estudo,
preconiza-se também a influência das redes interorganizacionais no acesso aos recursos por
parte das empresas, as possibilidades de inovações realizadas e também a influência das redes
no desempenho das organizações pertencentes a redes interorganizacionais, realizando desta
forma uma comparação destes aspectos entre as empresas pertencentes às redes
interorganizacionais e às empresas que atuam de forma individual.
Com o anteriormente apresentado e, levando em consideração as hipóteses propostas na
realização do estudo, apresenta-se o modelo teórico (Figura 2) desenvolvido a partir dos
referenciais estudados.
44
Figura 2: Modelo teórico da pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
O desenho teórico apresentado, levou em consideração as propostas levantadas nos
objetivos da pesquisa, bem como as hipóteses desenvolvidas a partir das literaturas consultadas
na realização do presente estudo.
RECURSOS
DESEMPENHO
INOVAÇÃO
EMPRESA
PERTENCENTES
ÀS REDES NÃO PERTENCENTES
ÀS REDES
RECURSOS
INOVAÇÃO
DESEMPENHO
RECURSOS
INOVAÇÃO
DESEMPENHO
H1
H2
H3
H4, H5 e H6
45
3 MÉTODO
Neste capítulo apresentam-se os aspectos relacionados ao método de pesquisa, contendo
a população e amostra investigada, além das técnicas de coleta de dados, bem como ferramentas
utilizadas na análise dos dados coletados.
A presente pesquisa apresenta-se como uma pesquisa descritiva, pois busca descrever
características e estimar o comportamento de determinados grupos de empresas. Também, esta
pesquisa apresenta-se como um estudo transversal, por ser extraída uma amostra da população
e as informações são obtidas dessa amostra somente uma vez (MALHOTRA, 2012).
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população deste estudo é composta pelas empresas de diversos segmentos
pertencentes e não pertencentes às redes interorganizacionais, pois, o objetivo é de investigar a
relação entre recursos, inovação e desempenho, evidenciando a existência de diferença entre as
empresas pertencentes e não pertencentes às redes interorganizacionais. De acordo com
Malhotra (2012), a população de estudo é a coleção de objetos que possuem as informações
buscadas pelo pesquisador, as quais devem ser feitas inferências para se atingir os objetivos da
pesquisa. Assim, a população deste estudo compreende as empresas estabelecidas no estado do
Rio Grande do Sul.
O estado do Rio Grande do Sul apresentava em 2015 um total de 260 redes, das quais
pertencem mais de 7000 empresas de diferentes segmentos (SDECT, 2015). O total de empresas
registradas no Estado é de 1.163.483 empresas, número que representa 7,3% do total de
empresas registradas no Brasil. Das empresas registradas no estado, 93,2% são micro ou
pequenas empresas (CNC, 2016), classificação que leva em consideração o faturamento bruto
anual, sendo consideradas microempresas as que apresentam faturamento de até R$ 360 mil;
empresas de pequeno porte, as que apresentam faturamento anual maior que R$ 360 mil até R$
3,6 milhões; empresas de médio porte as com faturamento maior que R$ 3,6 milhões até R$
300 milhões (SEBRAE, 2016).
Para realização do estudo, foram contatadas 183 empresas entre pertencentes e não
pertencentes às redes interorganizacionais, sendo que dessas, 170 (92,9%) aceitaram responder
o questionário, o que resultou em um total de empresas, após a limpeza dos dados de 166
questionários válidos (Tabela 1). Em relação ao tamanho da amostragem, Hair Jr. et al. (2005;
2009) sugere como regra, para que se realize análises multivariadas, que o número de
46
observações (tamanho da amostra) seja de no mínimo 5 respondentes para cada variável
analisada. O presente estudo apresenta um número de 31 variáveis, o que exige um número
mínimo de 155 respondentes.
A caracterização das empresas pertencentes às redes interorganizacionais que compõe a
amostra, fazem parte de redes horizontais, com contratos formalizados conforme tipologia
apresentada por Hoffmann, Molina-Morales e Martínez-Fernandes (2007).
Tabela 1: Caracterização da amostra
Porte Nº de
empresas
% de
empresas
Tipo de
empresa
Nº de
empresas
% de
empresas
% do
total
Microempresa 101 60,85% Pertencente à rede 29 28,71% 17,47%
Não pertencente à rede 72 71,29% 43,37%
Pequena
Empresa 56 33,73%
Pertencente à rede 33 58,93,% 19,88%
Não pertencente à rede 23 41,07% 13,86%
Média
Empresa 9 5,42%
Pertencente à rede 4 44,44% 2,41%
Não pertencente à rede 5 55,56% 3,01%
Total 166 100% 166 100%
Fonte: Elaborado pelo autor (2017)
Os critérios para definição da amostra, consideraram a possibilidade de amostragem não
probabilística, pois as unidades amostrais não foram escolhidas aleatoriamente na população
pesquisada. Esse método de definição da seleção da amostra, pode levar em consideração
aspectos subjetivos como a experiência pessoal, conveniência e conhecimento especializado do
pesquisador (HAIR Jr. et al., 2005). Também como forma de seleção da amostra, foi utilizada
a amostra por conveniência, considerando a proximidade geográfica, na qual a seleção das
unidades amostrais é deixada a cargo do pesquisador (MALHOTRA, 2012). Este tipo de
amostragem possibilita ao pesquisador realizar a coleta do maior número de dados em um
menor espaço de tempo a um custo relativamente baixo (HAIR Jr. et al., 2005).
3.2 COLETA DE DADOS
A técnica de coleta de dados utilizada na pesquisa trata-se de uma survey. Dessa forma,
foi aplicado um questionário (Apêndice A) desenvolvido com base na literatura sobre redes
interorganizacionais, recursos, desempenho e inovação. Os estudos que recaem na categoria de
pesquisa descritiva, normalmente são estruturados e especificamente criados para medir
características descritas em uma questão de pesquisa. A presente pesquisa trata de uma survey
de caráter transversal, a qual constitui-se de uma pesquisa executada uma única vez que faz a
mensuração de variáveis por meio de uma amostra que descreve uma população em um
47
determinado ponto no tempo, sintetizadas estatisticamente (HAIR JR. et al., 2005;
MALHOTRA, 2012).
As variáveis recursos físicos, recursos financeiros, recursos organizacionais, recursos
humanos, recursos reputacionais, desempenho e inovação, foram mensuradas com base em uma
escala intervalar do tipo Likert (ampliada) de onze pontos, variando de 0 (discordo totalmente)
a 10 (concordo totalmente), que objetivou avaliar o grau de concordância com as afirmações.
A utilização da escala de onze pontos, se deu com o objetivo de facilitar a compreensão dos
respondentes, pois assim, os mesmos poderiam interpretar a resposta, como se atribuíssem uma
nota de 0 a 10 para cada uma das questões analisadas.
A operacionalização das variáveis foram elaboradas com base na literatura pesquisada
e nos autores relacionados aos temas propostos (Quadro 7).
Quadro 7: Operacionalização das variáveis de pesquisa.
Construtos
Variável Analisada
Codificação
das
Questões
Autores
Caracterização
da empresa
Nome da empresa
Questões
Gerais
Elaborado pelo autor
Endereço da empresa
Segmento (ramo de atuação)
Ano de fundação da empresa
Número de Empregados
Está associada a uma rede? 1
Qual rede (caso pertença a alguma)? 2
Relação profissional 3
Relação social 4
Porte da Empresa (Faturamento) 5
Recursos
Físicos
A empresa tem facilidade na aquisição de máquinas
e equipamentos.
6. (RFs6) BARNEY, 1991;
BARNEY;
HESTERLY,
2011;GRANT, 1991;
COLLIS;
MONTGOMERY,
1995; HITT;
IRELAND;
HOSKISSON, 2011;
WERNERFELT,
1984
A empresa tem facilidade na aquisição de matérias-
primas, produtos e/ou mercadorias.
7. (RFs7)
A empresa tem facilidade em melhorar a
infraestrutura física (prédio, instalações, etc.).
8. (RFs8)
A empresa tem facilidade na aquisição de
programas (software) e equipamentos de
informática (hardware).
9. (RFs9)
Recursos
Financeiros
A empresa tem facilidade na obtenção de
empréstimo bancário para capital de giro.
10. (RFn10)
WERNERFELT,
1984; GRANT, 1991;
HITT; IRELAND;
HOSKISSON, 2011;
BARNEY;
HESTERLY, 2011
A empresa tem facilidade na obtenção de
financiamento bancário para aquisição de
máquinas, equipamentos e veículos.
11. (RFn11)
A empresa tem facilidade na obtenção de
financiamento bancário para construção, reforma e
ampliação
12. (RFn12)
A empresa tem facilidade na obtenção de recursos
dos sócios para investimentos no negócio.
13. (RFn13)
48
Recursos
Organizacionais
A empresa tem flexibilidade e rapidez para
responder às condições e mudanças do mercado.
14. (RO14)
BARNEY, 1991;
GRANT, 1991;
HITT; IRELAND;
HOSKISSON, 2011;
BARNEY;
HESTERLY, 2011
A empresa possui habilidade de identificar e
aproveitar as oportunidades de mercado.
15. (RO15)
A empresa tem facilidade na realização das rotinas,
procedimentos e processos organizacionais.
16. (RO16)
A empresa tem facilidade na realização dos
processos organizacionais para atender os clientes.
17. (RO17)
Recursos
Humanos
A empresa tem facilidade na contratação de
funcionários qualificados.
18. (RH18) BARNEY, 1991;
COLLIS;
MONTGOMERY,
1995; HITT;
IRELAND;
HOSKISSON, 2011;
BARNEY;
HESTERLY, 2011
A empresa tem facilidade na realização de
treinamento dos funcionários.
19. (RH19)
A empresa tem facilidade em proporcionar a troca
de informações entre os funcionários.
20. (RH20)
A empresa tem facilidade na utilização dos
conhecimentos gerados pelos funcionários.
21. (RH21)
Recursos
Reputacionais
A empresa tem credibilidade junto aos clientes,
fornecedores e instituições locais.
22. (RR22) BARNEY, 1991;
GRANT, 1991;
COLLIS;
MONTGOMERY,
1995; HITT;
IRELAND;
HOSKISSON, 2011
A empresa tem visibilidade junto aos clientes,
fornecedores e instituições locais.
23. (RR23)
A empresa tem status e prestígio junto aos
clientes, fornecedores e instituições locais.
24. (RR24)
A empresa tem boa reputação junto aos clientes,
fornecedores e instituições locais.
25. (RR25)
Desempenho
A empresa teve aumento no faturamento nos
últimos 5 anos.
26. (Des26)
HUNG et al, 2010;
VENKATRAMAN;
RAMANUJAM,
1986; WANG;
AHMED, 2007
A empresa teve crescimento nas vendas nos
últimos 5 anos.
27. (Des27)
A empresa teve aumento nos lucros sobre as
vendas nos últimos 5 anos.
28. (Des28)
A empresa teve aumento na produtividade nos
últimos 5 anos.
29. (Des29)
A empresa teve aumento na rentabilidade nos
últimos 5 anos.
30. (Des30)
A empresa teve redução dos custos nos últimos 5
anos
31. (Des31)
Inovação
A empresa desenvolveu novos produtos e/ou
serviços nos últimos 5 anos.
32. (Ino32)
SCHUMPETER,
1960; OCDE, 2005;
YANG; HSU, 2010;
PINTEC, 2011;
TIDD; BESSANT,
2015
A empresa melhorou significativamente seus
produtos e/ou serviços nos últimos 5 anos.
33. (Ino33)
A empresa desenvolveu novos processos
organizacionais nos últimos 5 anos.
34. (Ino34)
A empresa melhorou significativamente seus
processos organizacionais nos últimos 5 anos.
35. (Ino35)
A empresa investiu em pesquisa e desenvolvimento
de produtos e processos nos últimos 5 anos.
36. (Ino36)
A empresa contratou ou investiu no treinamento de
funcionários para as atividades de inovação nos
últimos 5 anos.
37. (Ino37)
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
A validade do instrumento de coleta de dados foi verificada através de especialistas e
do pré-teste. A validade através de especialistas foi realizada com dois professores
universitários e com dois empresários para verificar se o instrumento reflete aspectos da
literatura e, também que foi compreendido pelos respondentes (HAIR Jr. et al., 2005). O pré-
49
teste possibilita verificar a clareza das questões, se a interpretação por parte do respondente
condizia com o sentido pretendido pelo pesquisador e também a confirmação do tempo
necessário para responder todo o questionário (MALHOTRA, 2012). O questionário foi
submetido a um pré-teste com 20 empresas, dessas 10 eram empresas pertencentes às redes
interorganizacionais e 10 empresas não pertencentes às nenhuma rede.
Os objetivos do pré-teste, conforme Malhotra (2012), são de identificar e eliminar
possíveis problemas. Dessa forma, tanto na avaliação dos professores e dos empresários, bem
como no pré-teste foram verificadas a validade do instrumento e, como não houve a necessidade
de alteração no questionário, prosseguiu-se com a pesquisa, além de os respondentes do pré-
teste serem adicionados à amostra.
Por outro lado, foi verificada a confiabilidade do instrumento de coleta de dados através
da verificação da confiabilidade da escala dos construtos. Os resultados encontrados na amostra
do pré-teste (Quadro 8), estão condizentes com a confiabilidade da escala, pois os resultados
do Alfa de Cronbach estão acima de 0,600 (MALHOTRA, 2012).
Quadro 8: Índice de confiabilidade das escalas no pré-teste
Construtos Nº de itens da escala Alfa de Cronbach
Recursos Físicos 4 0,668
Recursos Financeiros 4 0,713
Recursos Organizacionais 4 0,916
Recursos Humanos 4 0,782
Recursos Reputacionais 4 0,852
Desempenho 6 0,859
Inovação 6 0,758
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Após a verificação da validade e confiabilidade, realizou-se a aplicação dos
questionários, que ocorreu no período de setembro a dezembro de 2016. Na aplicação dos
questionários, foram considerados sujeitos da pesquisa (respondentes) os profissionais chaves
do processo decisório das empresas, tais como gerentes, diretores ou proprietários.
A coleta de dados ocorreu de forma presencial nas empresas, com visitas do pesquisador
até as mesmas. O processo de coleta iniciou-se com a leitura das informações constantes na
parte inicial do questionário (Apêndice A), objetivando apresentar ao respondente a pesquisa e
a sua importância. Posteriormente, solicitou-se que o questionário fosse respondido
individualmente de acordo com a percepção do empresário em relação à realidade da empresa
referente às características da mesma e também referente aos temas Recursos Físicos, Recursos
50
Financeiros, Recursos Organizacionais, Recursos Humanos, Recursos Reputacionais,
Desempenho e Inovação constantes no questionário.
3.3 ANÁLISE DOS DADOS
A pesquisa visa responder aos objetivos e hipóteses elaboradas. Para isso, realizou-se
os testes estatísticos a partir dos dados coletados para o estudo com empresas pertencentes e
empresas não pertencentes às redes interorganizacionais. Uma melhor compreensão da
estrutura de apresentação dos resultados pode ser vista no Quadro 9.
Quadro 9: Apresentação da análise do estudo
Objetivos Hipóteses Testes
a) verificar o efeito dos recursos no
desempenho das empresas;
H1: Os recursos influenciam
positivamente o desempenho das
empresas.
Regressão
b) verificar o efeito dos recursos na
inovação das empresas;
H2: Os recursos influenciam
positivamente a inovação das
empresas.
Regressão
c) verificar o efeito da inovação no
desempenho das empresas;
H3: A inovação influencia
positivamente no desempenho das
empresas.
Regressão
d) comparar às empresas
pertencentes e não pertencentes às
redes interorganizacionais em
termos de recursos, inovação e
desempenho;
H4: As redes interorganizacionais
possibilitam às empresas
pertencentes maior acesso aos
recursos estratégicos em relação às
empresas individuais.
Teste t
H5: As redes interorganizacionais
possibilitam às empresas
pertencentes, melhores resultados
de inovação em relação às
empresas individuais.
Teste t
H6: As redes interorganizacionais
possibilitam às empresas
pertencentes um melhor
desempenho em relação às
empresas individuais.
Teste t
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Após a coleta, os dados foram tabulados no software Microsoft Excel® (2016) e
posteriormente executadas as análises estatísticas no software IBM SPSS Statistic®, versão 20.
Obteve-se uma amostra de 170 empresas (respondentes). A partir dessa amostra os dados foram
purificados conforme os procedimentos a seguir:
a) eliminação de questionários com respostas faltantes no bloco 2 do questionário
(afirmação para teste das hipóteses). Através desse procedimento foram eliminados 4
questionários;
51
Para análise dos dados, partiu-se da depuração dos mesmos, no qual fez-se a verificação
de consistência e tratamento das respostas. Após a depuração foi realizada a verificação de
consistência para identificar dados que estejam fora do padrão, sejam inconsistentes
logicamente ou que acusam valores extremos (MALHOTRA, 2012).
Dessa forma, dos 170 questionários respondidos, foram eliminados 11 questionários,
resultando no tamanho final da amostra de 159 empresas. Dessas, 64 empresas são pertencentes
a alguma rede interorganizacional, as demais 95 empresas não pertencem a nenhum tipo de
rede.
Posteriormente, realizou-se a análise de confiabilidades das escalas dos construtos
Recursos Físicos, Recursos Financeiros, Recursos Organizacionais, Recursos Humanos,
Recursos Reputacionais, Desempenho e Inovação, sendo que os resultados do Alfa de Cronbach
(Quadro 8) estão dentro dos padrões aceitáveis (acima de 0,600), conforme Malhotra (2012) e
também (acima de 0,700) conforme Hair Jr. et al. (2009).
Quadro 10: Análise de confiabilidade das escalas e de normalidade dos dados
Construtos Nº de itens da escala Alfa de Cronbach Teste de Normalidade
Recursos Físicos 4 0,716 0,146
Recursos Financeiros 4 0,857 0,100
Recursos Organizacionais 4 0,838 0,098
Recursos Humanos 4 0,835 0,071
Recursos Reputacionais 4 0,943 0,149
Desempenho 6 0,867 0,096
Inovação 6 0,824 * 0,065
Nota: Teste Kolgomorov-Smirnov significativo ao nível de: * p > 0,05.
Fonte: Elaboração do autor (2017).
Observa-se que todos os construtos apresentaram confiabilidade da escala condizente, e
que apenas o construto Inovação apresentou distribuição normal dos dados. Isso, considerando
as respostas de todas as variáveis coletadas. Porém, a partir da realização da análise fatorial
exploratória, novamente realizou-se o teste de normalidade e verificação da confiabilidade das
escalas, para que se pudesse prosseguir com as análises estatísticas de correlação e regressão
dos fatores gerados.
3.3.1 Estatística Descritiva
A estatística descritiva envolve a organização e sumarização dos dados, ou seja, é a
preparação dos dados para posteriores análises, as quais levam a uma conclusão sobre seus
52
resultados (BARBETTA, 2003). Os dados foram organizados no software Microsoft Excel 16
e no software SPSS 20, para posterior cálculo da média e do desvio-padrão das variáveis.
Na estatística descritiva utilizam-se cálculos da média e desvio-padrão. A média mostra
o centro de um conjunto de dados, enquanto o desvio-padrão indica a dispersão de um conjunto
de valores em relação à média (STEVENSON, 2001).
3.3.2 Estatística Inferencial
A estatística inferencial, refere-se ao uso apropriado dos dados da amostra para se ter
conhecimento sobre os parâmetros da população (BARBETTA, 2003). Ou seja, conjunto de
métodos estatísticos, que visam a caracterizar uma população a partir de uma amostra da
mesma. Para realização dessas análises utilizaram-se: a análise fatorial exploratória, regressão
linear e o teste t de Student.
Matriz de Correlação de Pearson
A matriz de Correlação de Pearson descreve o grau de associação dos dados de duas
variáveis (BARBETTA, 2003).
Ainda em relação aos valores da correlação, levando em consideração que sejam
estatisticamente significativos, conforme Hair Jr. et al (2005), quando o valor da correlação
estiver: entre ± 0,010 e ± 0,200 é uma correlação leve, quase imperceptível; quando estiver
entre ± 0,210 e ± 0,400 é uma correlação pequena; nos casos em que os valores estiverem entre
± 0,410 e ± 0,700 é uma correlação moderada; valores entre ± 0,710 e ± 0,900 é uma correlação
alta; já quando os valores estiverem entre ± 0,910 e ± 1,000 é uma correlação muito forte. Nas
correlações positivas, as variáveis relacionam-se em um mesmo sentido; enquanto que nas
correlações negativas elas relacionam-se em sentidos opostos (BARBETTA, 2003).
Análise fatorial
A análise fatorial é uma técnica de interdependência, a qual visa definir a estrutura
inerente entre as variáveis na análise (HAIR Jr. et al, 2009). Com isso, reduz-se os dados a
fatores, que foram considerados como construtos. Foram analisados os dados determinando o
número de fatores a priori, com base na teoria estudada e, também, nos conhecimentos prévios
do pesquisador através das variáveis que formam cada construto. Assim, foi possível determinar
53
o número de fatores a serem analisados, evitando problemas devido à multicolinearidade
(MALHOTRA, 2012).
Para realização da análise fatorial, foi utilizado o método de rotação ortogonal varimax,
que visa minimizar o número de variáveis com altas cargas a um fator, melhorando dessa forma
a interpretabilidade dos fatores (MALHOTRA, 2012).
Para aplicação do modelo de análise fatorial, existem várias estatísticas associadas
(MALHOTRA, 2012):
Teste de consistência interna da escala: a avaliação da confiabilidade da escala
utilizou o coeficiente alfa ou Alfa de Cronbach para avaliação da consistência interna.
O qual, varia de 0,000 a 1,000, onde valores inferiores a 0,600 indicam confiabilidade
de coerência interna insatisfatória. Outros autores sugerem a consistência interna da
escala valores do alfa superiores a 0,700 (HAIR Jr. et al, 2005; 2009).
Matriz de correlação: triângulo inferior da matriz que exibe as correlações simples, r,
entre todos os pares possíveis de variáveis incluídas na análise. Os elementos da
diagonal são todos iguais a 1,000.
Comunalidade: é a proporção da variância que uma variável compartilha com todas as
outras variáveis consideradas. É a proporção de variância explicada pelos fatores
comuns. A variação da comunalidade na extração está entre 0 e 1, sendo que valor igual
a 0 indica que não há nenhuma explicação da variável. Valor igual a 1 explica toda a
sua variância. Pestana e Gageiro (2000) indicam a exclusão de variáveis que apresentam
comunalidade inferior a 0,600.
Autovalor (eigen value): representa a variância total explicada do fator.
Medida de adequação da amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO): índice usado
para avaliar a adequação da análise fatorial. Os valores da estatística KMO podem
apresentar uma variação de 0 a 1. São considerados valores altos (entre 0,500 e 1,000)
e que indicam que a análise fatorial é apropriada. Já, valores inferiores a 0,500 são
considerados inapropriados e indicam que a análise fatorial pode ser inadequada.
Teste t de Student
O teste t visa a comparar as médias de duas amostras, considerando também o número
de elementos em cada amostra e a variabilidade interna dessas amostras (BARBETTA, 2003).
O teste t objetiva observar se as diferenças entre as médias das variáveis observadas das duas
amostras, ocorreram por acaso ou se houve uma diferença verdadeira (HAIR Jr et al., 2005).
54
Foi utilizado o teste t para verificar a diferença entre as empresas pertencentes às redes
interorganizacionais e as empresas não pertencentes às redes. Dessa forma, na comparação
apresentam-se as médias dos dois grupos, o desvio padrão e o valor do teste t para cada variável.
55
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Apresentam-se os resultados obtidos após analisados os dados da pesquisa e, também,
as discussões referentes aos resultados encontrados.
4.1 RECURSOS FÍSICOS
Os recursos físicos são entendidos como instalações e equipamentos, estruturas físicas
da organização, integrando, também, a localização geográfica da organização (BARNEY,
1991; 1996; BARNEY; HESTERLY, 2011; HITT et al, 2011). Nesse sentido, as variáveis
analisadas referentes aos recursos físicos, compõem a facilidade na aquisição de máquinas e
equipamentos (RFs6); a facilidade na aquisição de matérias-primas, produtos e/ou mercadorias
(RFs7); a facilidade em melhorar a infraestrutura física (RFs8) e a facilidade na aquisição de
programas e equipamentos de informática (RFs9). A Tabela 2 mostra a estatística descritiva
(média e desvio padrão) e a matriz de correlação do construto Recursos Físicos.
Tabela 2: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Físicos (n = 166).
Variáveis Média SD RFs6 RFs7 RFs8 RFs9
RFs6 7,17 2,196 1,000
RFs7 8,52 1,548 * 0,503 1,000
RFs8 6,40 2,376 * 0,348 ** 0,189 1,000
RFs9 7,67 2,133 * 0,531 * 0,413 * 0,398 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01; e ** p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
Os valores das correlações dos recursos físicos, não apresentam nenhuma correlação
muito forte (entre ± 0,910 e ± 1,000) entre as variáveis. Ainda que o RFs7 e RFs8 apresentam
um índice leve de correlação (0,189), com valores menores que 0,200. As variáveis que
apresentam uma correlação positiva moderada (valores entre ± 0,410 e ± 0,700) estão entre as
variáveis RFs6 e RFs7 (0,503); entre as variáveis RFs6 e RFs9 (0,531) e entre as variáveis RFs7
e RFs9 (0,413). Já as demais correlações do construto apresentam valores de correlações
positivas pequenas (entre ± 0,210 e ± 0,400), conforme Har Jr. et al. (2005).
Apesar de a matriz de correlação apresentar valores de correlação leve, pequena e
moderada (HAIR Jr. et al, 2005), seguiu-se a análise fatorial do construto, determinando os
fatores a priori (MALHOTRA, 2012). Esse apresentou um resultado de análise estatística de
Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) de 0,719, demonstrando ser apropriado utilizar a análise fatorial
(Tabela 2), pois valores do KMO entre 0,500 e 1,000, indicam que a análise fatorial é apropriada
56
(MALHOTRA, 2012). O teste de consistência interna da escala, apresentou valores de
confiabilidade de 71,6% (Alfa de Cronbach = 0,716), também dentro de padrões aceitáveis de
confiabilidade (MALHOTRA, 2012).
Tabela 3: Análise Fatorial dos Recursos Físicos.
Variáveis Extração
1ª Análise
Fator
1ª Análise
Extração
2ª Análise
Fator
2ª Análise
RFs6 0,680 0,825 0,766 0,875
RFs7 0,508 0,712
RFs8 0,375 0,612
RFs9 0,649 0,805 0,766 0,875
Variância Explicada 76,553 %
Coeficiente Alpha 0,694
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A análise fatorial apresentou duas variáveis (RFs7 e RFs8) com índices de
comunalidade abaixo do limite estabelecido como mínimo de 0,600 (PESTANA; GAGEIRO,
2000) e, dessa forma, elas foram retiradas e realizada novamente a análise fatorial com as duas
variáveis restantes (RFs6 e RFs9), que produziu um novo fator, que passou a ser denominado
de Fator Recursos Físicos (RFs),o mesmo apresenta uma variância de 76,5% de explicação. E
uma consistência interna da escala de 69,4% de confiança (Alfa de Cronbach = 0,694), ficando
dentro de parâmetros aceitáveis (≥ 0,600) conforme Malhotra (2012). O novo valor resultante
para a estatística KMO é de 50% (KMO = 0,500, mantendo-se como apropriada a utilização
da análise fatorial.
4.2 RECURSOS FINANCEIROS
Os recursos financeiros, são recursos que permitem a organização conceber e
implementar as estratégias. Incluem todo o dinheiro ou fontes de capital, como dinheiro dos
sócios, empréstimos bancários e governamentais (WERNERFELT, 1984; GRANT, 1991;
BARNEY, 1991; 1996; HITT et al., 2011). Com isso, os recursos financeiros no presente estudo
foram avaliados pela facilidade de obtenção de empréstimo bancário para capital de giro
(RFn10); pela facilidade na obtenção de financiamento bancário para aquisição de máquinas,
equipamentos e veículos (RFn11); pela facilidade na obtenção de financiamento bancário para
construção, reforma e ampliação (RFn12) e pela facilidade na obtenção de recursos dos sócios
para investimentos no negócio (RFn13). A Tabela 4 mostra a estatística descritiva (média e
desvio padrão) bem como a matriz de correlação do construto Recursos Financeiros.
57
Tabela 4: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Financeiros (n = 166)
Variáveis Média SD RFn10 RFn11 RFn12 RFn13
RFn10 7,72 2,399 1,000
RFn11 7,35 2,537 * 0,851 1,000
RFn12 6,87 2,717 * 0,724 * 0,735 1,000
RFn13 6,40 2,856 * 0,420 * 0,470 * 0,473 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
Os resultados da matriz de correlação do construto recursos financeiros, apresentam
correlações que variam conforme Hair Jr. et al. (2005), entre correlações positivas moderadas
(de ± 0,410 a ± 0,700) entre as variáveis RFn10 e RFn13 (0,420); entre as variáveis RFn11 e
RFn13 (0,470) e entre as variáveis RFn12 e RFn13 (0,473). Também a matriz apresenta
correlações positivas altas (de ± 0,710 a ± 0,900) entre as variáveis RFn10 e RFn11 (0,851);
entre as variáveis RFn10 e RFn12 (0,724) e entre as variáveis RFn11 e RFn12 (0,735).
A matriz de correlação apresentou resultados de correlações moderadas e altas, o que
permite prosseguir a análise a partir da análise fatorial (Tabela 6), que apresenta uma estatística
KMO de 78,0% (KMO = 0,780) o que condiz com uma análise fatorial apropriada. Também
apresenta, valores de consistência interna da escala em 85,7% de confiança (Alfa de Cronbach
= 0,857).
Tabela 5: Análise Fatorial dos Recursos Financeiros.
Variáveis Extração
1ª Análise
Fator
1ª Análise
Extração
2ª Análise
Fator
2ª Análise
RFn10 0,820 0,906 0,873 0,935
RFn11 0,849 0,922 0,882 0,939
RFn12 0,771 0,878 0,786 0,887
RFn13 0,431 0,656
Variância Explicada 84,709 %
Coeficiente Alpha 0,907
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
O resultado da análise fatorial (Tabela 6) apresentou uma variável (RFn13) com valor
da comunalidade abaixo do mínimo de 0,600 estabelecido no estudo (PESTANA; GAGEIRO,
2000), o que fez com que a mesma fosse retirada e realizada a análise fatorial novamente. Isso
resultou em um novo fator, que passou a ser tratado como Fator Recursos Financeiros (RFn),
composto de três variáveis, e que apresenta uma variância explicada de 84,7% e uma
consistência interna da escala com uma confiabilidade de 90,7% (Alfa de Cronbach = 0,907).
Também essa nova análise apresentou uma estatística KMO com resultados apropriados a
73,4% (KMO = 0,734) realização da análise fatorial.
58
4.3 RECURSOS ORGANIZACIONAIS
Os recursos organizacionais, são atributos coletivos dos indivíduos, relações, sistemas
de planejamento, controle e coordenação. Envolvem o comportamento dos indivíduos na
organização, relacionando-se com a cultura organizacional (GRANT, 1991; BARNEY, 1991;
1996; COLLIS; MONTGOMERY, 1995; HITT et al., 2011). Dessa forma, os recursos
organizacionais foram avaliados pela flexibilidade e rapidez para responder as condições e
mudanças do mercado (RO14); pela habilidade de identificar e aproveitar as oportunidades de
mercado (RO15); pela facilidade na realização das rotinas, procedimentos e processos
organizacionais (RO16) e pela facilidade na realização dos processos organizacionais para
atender aos clientes (RO17). A Tabela 6 apresenta a estatística descritiva (média e desvio
padrão) e a matriz de correlação entre as variáveis do construto Recursos Organizacionais.
Tabela 6: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Organizacionais (n = 166)
Variáveis Média SD RO14 RO15 RO16 RO17
RO14 7,19 1,747 1,000
RO15 7,64 1,648 * 0,723 1,000
RO16 7,61 1,825 * 0,444 * 0,588 1,000
RO17 8,08 1,584 * 0,441 * 0,508 * 0,696 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
Os resultados da matriz de correlação apresentam valores que conforme Hair Jr. et al.
(2005) variam entre correlações pequenas (de ± 0,210 e 0,400) nas variáveis RO14 e RO16
(0,444); correlações moderadas (de 0,410 a 0,700) entre as variáveis RO14 e RO15 (0,723);
entre as variáveis RO14 e RO17 (0,441); entre as variáveis RO15 e RO16 (0,588); entre as
variáveis RO15 e RO17 (0,504) e entre as variáveis RO16 e RO17 (0,696).
A matriz de correlação não apresentou valores elevados, porém prosseguiu-se com a
realização da análise fatorial (Tabela 7), que apresentou como resultados uma estatística KMO
com 70,3% (KMO = 0,703), o que permite avaliar como sendo apropriada a utilização dessa
técnica. Além disso, a análise apresentou uma consistência interna de escala de 83,8% de
confiabilidade (Alfa de Cronbach = 0,838) dentro dos parâmetros estabelecidos na pesquisa.
59
Tabela 7: Análise Fatorial dos Recursos Organizacionais.
Variáveis Extração
1ª Análise
Fator
1ª Análise
RO14 0,625 0,790
RO15 0,743 0,862
RO16 0,692 0,832
RO17 0,643 0,802
Variância Explicada 67,564%
Coeficiente Alpha 0,838
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A análise fatorial mostrou todas as variáveis com índice de comunalidade acima do mínimo
estabelecido (0,600) para a pesquisa (PESTANA; GAGEIRO, 2000). Com isso as variáveis
passaram a fazer parte de um novo fator, que passa a ser denominado de Fator Recursos
Organizacionais.
4.4 RECURSOS HUMANOS
Os recursos humanos da organização, incluem os colaboradores da organização, os
treinamentos, o conhecimento, a experiência e os talentos da mesma (BARNEY, 1991; 1996;
GRANT, 1991; HITT et al, 2011). Dessa forma, os recursos humanos foram avaliados com
base na facilidade de contratação de funcionários qualificados (RH18); na facilidade de
realização de treinamento dos funcionários (RH19); na facilidade em proporcionar troca de
informações entre os funcionários (RH20) e na facilidade da utilização dos conhecimentos
gerados pelos funcionários (RH21). A seguir, apresentam-se (Tabela 8) a estatística descritiva
e a correlação de Pearson das variáveis que compõem a análise sobre os Recursos Humanos.
Tabela 8: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Humanos (n = 166)
Variáveis Média SD RH18 RH19 RH20 RH21
RH18 5,46 2,517 1,000
RH19 5,87 2,450 * 0,655 1,000
RH20 7,55 2,247 * 0,399 * 0,599 1,000
RH21 7,51 2,182 * 0,386 * 0,544 * 0,795 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A matriz de correlação de Pearson, apresentou resultados que vão conforme Hair Jr. et
al. (2005) de correlações pequenas (entre ± 0,210 e ± 0,400) entre as variáveis RH18 e RH20
(0,399); entre RH18 e RH21 (0,386), correlações moderadas (entre ± 0,410 e ± 0,700) entre as
variáveis RH18 e RH19 (0,655); entre RH19 e RH20 (0,599); entre RH19 e RH21 (0,544) e
uma correlação alta ( de ± 0,710 a ± 0,900) entre as variáveis RH20 e RH21 (0,795).
60
Como a matriz de correlação apresentou correlações moderadas e fortes, prosseguiu-se
com a realização da análise fatorial, que apresentou uma estatística KMO de 69,3% (KMO =
0,693), o que é apropriado para utilização dos dados da mesma, bem como uma confiabilidade
da escala de 83,5% (Alfa de Cronbach = 0,835), que também é considerado satisfatório para
utilização dos dados.
Tabela 9: Análise Fatorial dos Recursos Humanos
Variáveis Extração
1ª Análise
Fator
1ª Análise
Extração
2ª Análise
Fator
2ª Análise
RH18 0,522 0,722
RH19 0,726 0,852 0,643 0,802
RH20 0,745 0,863 0,847 0,921
RH21 0,706 0,841 0,809 0,899
Variância Explicada 76,614 %
Coeficiente Alpha 0,842
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A análise fatorial apresentou uma variável (RH18) com índice de comunalidade inferior
a 0, 600, valor estabelecido como requisito mínimo para seguir compondo a análise
(PESTANA; GAGEIRO, 2000), a mesma foi retirada e realizada novamente a análise fatorial,
que apresentou como resultado um novo fator, Recursos Humanos (RH) composto das três
variáveis restantes na análise, e que possui uma variância explicada de 76,6% e uma
confiabilidade da escala de 84,2% (Alfa de Cronbach = 0,842), além da estatística KMO de
67,7% (KMO = 0,677), dentro dos parâmetros aceitáveis para considerar a análise fatorial como
apropriada.
4.5 RECURSOS REPUTACIONAIS
Os recursos reputacionais, estão relacionados a qualidade, confiança e reconhecimento
da empresa por parte dos stakeholders, podem ser adquiridos por um longo tempo de
atendimento das expectativas dos mesmos (GRANT, 1991; COLLIS; MONTGOMERY, 1995;
HITT et al., 2011). Assim, os recursos reputacionais estão associados à credibilidade da
empresa junto aos clientes, fornecedores e instituições locais (RR22); visibilidade da empresa
junto as clientes, fornecedores e instituições locais (RR23); status e prestigio da empresa junto
aos clientes, fornecedores e instituições locais (RR24) e boa reputação da empresa junto aos
clientes, fornecedores e instituições locais (RR25). A seguir (Tabela 10) apresentam a estatística
descritiva e a matriz de correlação do construto Recursos Reputacionais.
61
Tabela 10: Estatística descritiva e matriz de correlação Recursos Reputacionais (n = 166)
Variáveis Média SD RR22 RRR23 RR24 RR25
RR22 8,88 1,273 1,000
RR23 8,58 1,299 * 0,831 1,000
RR24 8,75 1,301 * 0,757 * 0,820 1,000
RR25 8,94 1,174 * 0,810 * 0,774 * 0,843 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A matriz de correlação (Tabela 10) apresentou como resultado das correlações, valores
que se referem de acordo com Hair Jr. et al. (2005) em todas as variáveis a correlações positivas
altas (valores entre ± 0,710 e ± 0,900).
Como apresenta correlações fortes, o construto permite a realização de análise fatorial,
que apresenta uma estatística KMO em 80,7% (KMO = 0,807), resultando em uma análise
apropriada. Também, uma consistência interna da escala com confiabilidade de 94,3% (Alfa de
Cronbach = 0,943).
Tabela 11: Análise Fatorial dos Recursos Reputacionais.
Variáveis Extração Fator
RR22 0,844 0,919
RR23 0,858 0,926
RR24 0,856 0,925
RR25 0,860 0,927
Variância Explicada 85,433 %
Coeficiente Alpha 0,943
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A análise fatorial do construto Recursos Reputacionais (RR) apresentou cargas fatoriais
altas e uma variância explicada de 85,4%. Como a comunalidade das variáveis ficou acima do
limite mínimo estabelecido (0,600) mantiveram-se todas as variáveis compondo o fator
Recursos Reputacionais.
4.6 DESEMPENHO
O desempenho da organização pode ser medido pelo desempenho da empresa nos
últimos cinco anos e possuir duas dimensões. A dimensão financeira que é relacionada à
lucratividade, à rentabilidade e o crescimento nas vendas e a dimensão operacional que está
relacionada à produtividade e à redução de desperdícios (VENKATRAMAN; RAMANUJAM,
1986; WANG; AHMED, 2007). Dessa forma, o desempenho foi avaliado pelo aumento do
faturamento nos últimos cinco anos (Des26); pelo crescimento nas vendas nos últimos cinco
62
anos (Des27); pelo aumento nos lucros nos últimos cinco anos (Des28); pelo aumento da
produtividade nos últimos cinco anos (Des29); pelo aumento da rentabilidade nos últimos cinco
anos (Des30) e pela redução dos custos nos últimos cinco anos (Des31). A Tabela 12 apresenta
a estatística descritiva (média e desvio padrão) e matriz de correlação de Pearson das variáveis
que compõem a análise do desempenho.
Tabela 12: Estatística descritiva e matriz de correlação Desempenho (n = 166)
Variáveis Média SD Des26 Des27 Des28 Des29 Des30 Des31
Des26 7,67 1,843 1,000
Des27 7,73 1,840 * 0,878 1,000
Des28 7,13 2,051 * 0,683 * 0,706 1,000
Des29 7,56 1,777 * 0,807 * 0,825 * 0,719 1,000
Des30 7,27 1,793 * 0,751 * 0,790 * 0,754 * 0,853 1,000
Des31 5,81 2,665 * 0,192 ** 0,150 * 0,240 ** 0,178 * 0,268 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01; e ** p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A matriz de correlação apresentou resultados que variam conforme Hair Jr. et al. (2005)
entre correlações positivas leves (de ± 0,010 e ± 0,200) entre as variáveis Des26 e Des31
(0,192); entre as variáveis Des27 e Des31 (0,150); entre as variáveis Des29 e Des31 (0,178).
Correlações positivas pequenas (de ± 0,210 e ± 0,400) entre as variáveis Des28 e Des31 (0,240);
entre as variáveis Des30 e Des31 (0,268). Correlações positivas moderadas (de ± 0,410 e ±
0,700) entre as variáveis Des26 e Des28 (0,683); entre as variáveis Des27 e Des28 (0,706).
Correlações positivas altas (de ± 0,710 e ± 0,900) entre as variáveis Des26 e Des27 (0,878);
entre as variáveis Des26 e Des29 (0,807); entre as variáveis Des26 e Des30 (0,751); entre as
variáveis Des27 e Des29 (0,825); entre as variáveis Des27 e Des30 (0,790); entre as variáveis
Des28 e Des29 (0,719); entre as variáveis Des28 e Des30 (0,754) e entre as variáveis Des29 e
Des30 (0,853).
A matriz de correlação apresentou correlações moderadas e altas e então prosseguiu-se
para realização da análise fatorial (Tabela 13), que apresentou uma estatística KMO com 86,9%
(KMO = 0,869) o que corresponde a uma análise apropriada. Também a análise de
confiabilidade interna da escala apresentou um resultado de 86,7% (Alfa de Cronbach = 0,867)
de confiabilidade.
A análise fatorial apresentou uma variável (Des31) com valor de comunalidade muito
baixo, inferior ao limite mínimo estabelecido (0,600) para compor o fator e para um ajuste do
modelo retirou-se a mesma, procedendo-se novamente a realização da análise fatorial com 5
variáveis que apresenta uma variância explicada de 82,2%, e uma melhoria na confiabilidade
63
da escala para 94,4% (Alfa de Cronbach = 0,944). Além de um índice KMO com 87,5% (KMO
= 0,875) que apresenta um resultado apropriado para a análise fatorial do construto (Tabela 13).
Tabela 13: Análise Fatorial Desempenho
Variáveis Extração
1ª Análise
Fator
1ª Análise
Extração
2ª Análise
Fator
2ª Análise
Des26 0,823 0,907 0,829 0,910
Des27 0,850 0,922 0,862 0,928
Des28 0,721 0,849 0,718 0,847
Des29 0,856 0,925 0,864 0,929
Des30 0,843 0,918 0,838 0,916
Des31 0,085
Variância Explicada 82,207 %
Coeficiente Alpha 0,944
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
Os resultados da extração da análise fatorial configurarão a criação do novo fator,
relacionado como fator Desempenho.
4.7 INOVAÇÃO
A inovação pode estar atrelada à implementação de um produto (bem ou serviço) ou
ainda a um processo, novo ou significativamente melhorado e a investimentos em pesquisa e
desenvolvimento e em recursos humanos para as atividades de inovação (SCHUMPETER,
1960; OCDE, 2005; YANG; HSU, 2010; PINTEC, 2011; TIDD; BESSANT, 2015). Dessa
forma, a inovação foi avaliada pelas variáveis: a empresa desenvolveu novos produtos e/ou
serviços nos últimos 5 anos (Ino32); a empresa melhorou significativamente seus produtos e/ou
serviços nos últimos 5 anos (Ino33); a empresa desenvolveu novos processos organizacionais
nos últimos 5 anos (Ino34); a empresa melhorou significativamente seu processos
organizacionais nos últimos 5 anos (Ino35); a empresa investiu em pesquisa e desenvolvimento
de produtos e processos nos últimos 5 anos (Ino36); e se a empresa contratou ou investiu no
treinamento de funcionários paras as atividades de inovação nos últimos 5 anos (Ino37).
Apresenta-se a seguir (Tabela 14) a estatística descritiva e as correlações do construto Inovação.
64
Tabela 14: Estatística descritiva e matriz de correlação Inovação (n = 166)
Variáveis Média SD Ino32 Ino33 Ino34 Ino35 Ino36 Ino37
Ino32 7,64 1,685 1,000
Ino33 7,96 1,460 * 0,726 1,000
Ino34 7,70 1,700 * 0,525 * 0,672 1,000
Ino35 7,69 1,647 * 0,597 * 0,734 * 0,882 1,000
Ino36 6,10 2,460 * 0,335 * 0,301 * 0,290 * 0,341 1,000
Ino37 5,95 2,719 * 0,318 * 0,331 * 0,361 * 0,403 * 0,628 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A matriz de correlação (Tabela 20) apresentou correlações que variam conforme Hair
Jr. et al. (2005) entre correlações positivas leves (de ± 0,210 a ± 0,400) entre as variáveis Ino32
e Ino36 (0,335); entre Ino32 e Ino37 (0,318); entre Ino33 e Ino36 (0,301); entre Ino33 e Ino37
(0,331); entre Ino34 e Ino36 (0,290); entre Ino34 e Ino37 (0,361); entre Ino35 e Ino36 (0,341);
entre Ino35 e Ino37 (0,403), e correlações positivas moderadas (de ± 0,410 a ± 0,700) entre as
variáveis Ino32 e Ino34 (0,525); entre Ino32 e Ino35 (0,597); entre Ino33 e Ino34 (0,672); entre
Ino36 e Ino37 (0,628). Correlações positiva alta (de ± 0,710 a ± 0,900) entre as variáveis Ino32
e Ino33 (0,726); entre as variáveis Ino33 e Ino35 (0,734); e entre as variáveis Ino34 e Ino35
(0,882).
A matriz de correlação apresentou correlações moderadas e altas. Posteriormente
prosseguiram-se as análises com a análise fatorial (Tabela 15), que apresentou uma estatística
KMO de 76,5% (KMO = 0,765) e uma consistência interna da escala com 82,4% de
confiabilidade (Alfa de Cronbach = 0,824) o que demonstra uma análise apropriada e um
confiabilidade condizente para a realização da análise fatorial.
Tabela 15: Análise Fatorial Inovação.
Variáveis Extração
1ª Análise
Fator
1ª Análise
Extração
2ª Análise
Fator
2ª Análise
Ino32 0,606 0,778 0,643 0,802
Ino33 0,724 0,851 0,798 0,893
Ino34 0,717 0,847 0,782 0,884
Ino35 0,800 0,894 0,851 0,922
Ino36 0,325 0,570
Ino37 0,373 0,610
Variância Explicada 76,855 %
Coeficiente Alpha 0,896
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
Com a realização da análise fatorial (Tabela 15) algumas variáveis (Ino36 e Ino37)
apresentaram comunalidades inferiores ao limite mínimo estabelecido (0,600), sendo que as
mesmas foram retiradas e realizada uma nova análise fatorial com quatro variáveis (Ino32,
65
Ino33, Ino34 e Ino35), que apresentou um variância explicada de 76,8% e uma nova
confiabilidade da escala de 89,6% (Alfa de Cronbach = 0,896). Já a estatística KMO apresentou
um resultado no ajuste do modelo de 74,9% (KMO = 0,749) o que demonstra uma análise
apropriada.
4.8 ANÁLISE DOS FATORES COM BASE NAS VARIÁVEIS SELECIONADAS
A análise fatorial resultou na exclusão de algumas variáveis que não apresentaram o
índice mínimo de comunalidade de 0,600 para utilização da variável no fator conforme indicado
por Pestana e Gageiro (2000). As variáveis restantes na composição dos fatores estão
apresentadas a seguir (Tabela 23). Também é apresentada a variância explicada de cada fator e
a consistência interna da escala pelo valor do Alfa de Cronbach.
Tabela 16: Análise dos fatores com base nas variáveis selecionadas.
Variável Fator Rec.
Físico
Fator Rec.
Financ.
Fator Rec.
Organizac.
Fator Rec.
Humano
Fator Rec.
Reputac.
Fator
Desemp.
Fator
Inovação
RFs6 0,875
RFs9 0,875
RFn10 0,935
RFn11 0,939
RFn12 0,887
RO14 0,790
RO15 0,862
RO16 0,832
RO17 0,802
RH19 0,802
RH20 0,921
RH21 0,899
RR22 0,919
RR23 0,926
RR24 0,925
RR25 0,927
Des26 0,910
Des27 0,928
Des28 0,847
Des29 0,929
Des30 0,916
Ino32 0,802
66
Ino33 0,893
Ino34 0,884
Ino35 0,922
Variância
Explicada
76,553% 84,709% 67,564% 76,614% 85,433% 82,207% 76,855%
Coeficiente
Alpha
0,694 0,907 0,838 0,842 0,943 0,944 0,896
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
A análise fatorial exploratória tem como objetivo, verificar aspectos relacionados à
validade da escala, bem como melhorar a interpretação dos dados. O novo teste de normalidade
possibilita verificar se os dados são considerados normais ou não com base nas variáveis que
permaneceram na análise de dados. Assim, algumas variáveis foram excluídas durante o
processo de análise fatorial. Por conta disso, apresenta-se o novo teste de confiabilidade de
consistência interna da escala (Alfa de Cronbach) e de normalidade dos dados (Kolgomorov-
Smirnov).
Quadro 11: Confiabilidade e distribuição dos dados após redução dos fatores
Construtos Nº de itens Alfa de Cronbach Teste de Normalidade
Recursos Físicos 2 0,694 0,149
Recursos Financeiros 3 0,907 0,133
Recursos Organizacionais 4 0,838 0,098
Recursos Humanos 3 0,842 0,119
Recursos Reputacionais 4 0,943 0,149
Desempenho 5 0,944 0,089
Inovação 4 0,896 0,095
Nota: Teste Kolgomorov-Smirnov significativo ao nível de: * p > 0,05.
Fonte: Elaboração do autor (2017).
A distribuição dos dados não se apresentou como normal após a realização do teste de
Kolgomorov-Smirnov, pois todos os fatores analisados apresentaram p < 0,05 não
apresentando, dessa forma, uma distribuição de dados normal. Devido a esse resultado,
realizou-se a análise da Assimetria e Curtose (Quadro 12) dos construtos em estudo.
Em relação à distribuição normal dos dados, conforme Kline (2005) são considerados
dados extremamente assimétricos quando apresentam um valor de assimetria superior a ± 3,00.
Na presente pesquisa nenhum dos dados apresenta valor superior ao estabelecido, enquanto que
para a curtose são considerados extremamente fora da distribuição de dados valores superiores
a 8,00. O fator recursos reputacionais apresentou valor superior ao indicado por Kline (2005).
67
Quadro 12: Assimetria e Curtose dos fatores em estudo (n = 166)
Construtos Nº de itens Assimetria Curtose
Recursos Físicos 2 -0,880 0,407
Recursos Financeiros 3 -1,224 1,282
Recursos Organizacionais 4 -0,976 1,741
Recursos Humanos 3 -0,859 0,887
Recursos Reputacionais 4 -2,045 9,592
Desempenho 5 -0,885 1,520
Inovação 4 -0,933 2,212
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
A matriz de correlações dos fatores (Tabela 17) apresenta os resultados de correlação
dos fatores, os quais são constituídos pela média das médias das variáveis analisadas após a
realização da análise fatorial.
Tabela 17: Matriz de correlação dos fatores (n = 166)
Fatores RFs RFn RO RH RR Des Ino
RFs 1,000
RFn 0,526 1,000
RO *0,554 *0,465 1,000
RH 0,379 * 0,429 ** 0,514 1,000
RR 0,526 * 0,476 ** 0,661 * 0,357 1,000
Des 0,363 * 0,352 ** 0,602 ** 0,269 * 0,483 1,000
Ino 0,290 ** 0,305 ** 0,557 * 0,354 * 0,603 * 0,643 1,000
Nota: Correlação de Pearson significativa aos níveis: * p < 0,01; e ** p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A matriz de correlação de Pearson (Tabela 17) dos fatores apresenta correlações que
variam conforme Hair Jr. et al. (2005) de correlação positiva pequena (de ± 0,210 a ± 0,400)
entre os fatores RFs e RH (0, 379); entre os fatores RFs e Des (0,363); entre os fatores RFs e
Ino (0,290); entre os fatores RFn e Des (0,352); entre os fatores RFn e Ino (0,305); entre os
fatores RH e RR (0,357); entre os fatores RH e Des (0,269); entre os fatores RH e Ino (0,354).
Correlação positiva moderada (de ± 0,410 a ± 0,700) entre os fatores RFn e RH (0,429); entre
os fatores RFs e RFn (0,516); entre os fatores RFs e RO (0,526); entre os fatores RFs e RR
(0,526); entre os fatores RFn e RO (0,465); entre os fatores RFn e RR (0,476); entre os fatores
RO e RH (0,514); entre os fatores RO e RR (0,661); entre os fatores RO e Des (0,602); entre
os fatores RO e Ino (0,557); entre os fatores RR e Des (0,483); entre os fatores RR e Ino (0,593)
e entre os fatores Des e Ino (0,605).
68
As correlações resultantes dos fatores apresentaram valores de correlações pequenas e
moderadas, o que possibilita a interpretação de que há associação entre os diferentes fatores
utilizados na composição da matriz de correlação. Também não existem altas correlações (>
0,800), indicando que não ocorre multicolinearidade entre as variáveis. Caso houvesse uma
correlação muito alta entre as variáveis, as inferências baseadas na análise de correlação
poderiam ser pouco confiáveis ou até mesmo errôneas (MALHOTRA, 2012).
Verificadas as suposições para realização da análise de regressão, foram gerados os
modelos de regressão (Tabela 18). O modelo 1 apresenta o Desempenho como variável
dependente e os recursos como variáveis preditoras. O modelo 2 apresenta a Inovação como
variável dependente e os Recursos como variáveis preditoras. Por fim, o modelo 3 apresenta o
Desempenho como variável dependente e a Inovação como variável preditora.
Tabela 18: Resumo dos modelos de regressão linear do estudo (n = 166)
Modelo Variável
Dependente
Variáveis Independentes R R² R² Ajustado Erro padrão da
Estimativa
1
Desempenho
Recursos Físicos,
Recursos Financeiros,
Recursos Organizacionais,
Recursos Humanos,
Recursos Reputacionais
0,618
0,382
0,362
1,343
2
Inovação
Recursos Físicos,
Recursos Financeiros,
Recursos Organizacionais,
Recursos Humanos,
Recursos Reputacionais
0,653
0,427
0,409
1,091
3 Desempenho Inovação 0,643 0,413 0,410 1,293
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
O coeficiente de determinação (R²) varia de 0 a 1, e o resultado obtido diz respeito à
proporção de variação da variável dependente, decorrente da variação das variáveis preditoras
(HAIR Jr. et al., 2005). Nesse sentido, o coeficiente de determinação mede a intensidade de
associação entre a variável dependente e as variáveis preditoras, assim quanto maior o valor de
R², maior o poder de explicação do modelo (MALHOTRA, 2012). Nos modelos de regressão
realizados, o que apresenta maior poder de explicação é o modelo 2, que apresenta uma
explicação de 42,7% (R² = 0,427).
Os recursos podem contribuir no desempenho e na inovação das organizações, conforme
apresenta-se (Tabela 18). Porém, o poder de explicação é relativamente baixo, sendo que quanto
maior for a explicação do modelo proposto (R²) maior é a influência das variáveis preditoras
em relação à variável dependente. No estudo em questão, o Desempenho (modelo 1) é
influenciado pelos recursos com um poder de explicação de 38,2% (R² = 0,382).
69
O resultado apresentado no modelo 1 da regressão parcial, confirma a hipótese 1 da
pesquisa, pois os recursos apresentam influência positiva no desempenho das empresas. Esses
resultados corroboram com os estudos realizados por outros autores (BALESTRIN;
VERSCHOORE, 2008; LAIMER, 2013).
Ainda, referente à importância dos recursos na concepção de estratégias para a
organização, relacionado à Inovação como variável dependente, apresenta um poder de
explicação (modelo 2) a partir dos recursos como variáveis preditoras de 42,7% (R² = 0,427).
Esse resultado condiz com o que Wernerfelt (1984) preconiza, de que os recursos possibilitam
às empresas que os identificam e os adquirem, ser mais competitivas, fato este que é
fundamental para o desenvolvimento de produtos e/ou processos e serviços demandados pelo
mercado, e desse modo para fomentar a inovação nas organizações.
O resultado do modelo 2 de regressão parcial condiz com os achados de Centenaro
(2015) de que os recursos estratégicos apresentam influência positiva na inovação das
empresas, confirmando a hipótese 2 da pesquisa, pois os recursos influenciam positivamente a
inovação nas empresas.
O modelo 3 da regressão, busca analisar se a inovação exerce influência no
Desempenho, que apresentou uma explicação de 41,3% (R² = 0,413), o que demonstra que o
desempenho é influenciado positivamente pela inovação. Dessa forma, portanto, ações que
fomentem inovações nas organizações podem levar as mesmas a melhorar seus desempenhos.
Com isso, confirma-se a hipótese 3 da pesquisa, pois a inovação apresenta influência positiva
no desempenho das empresas.
O resultado encontrado em relação, à influência da inovação sobre o desempenho
corrobora estudos de outrosautores (SANTOS, 2009; LAIMER, 2013; SANCHES;
MACHADO, 2013; SILVEIRA; OLIVEIRA, 2013; DAGNINO; LEVANTI; PICONE, 2015;
CENTENARO, 2015).
Nesse sentido, conforme os resultados encontrados na pesquisa e conforme a literatura
acerca da RBV, considerando os recursos estratégicos das organizações, entende-se que os
mesmos possibilitam às empresas que os possuírem obter retornos acima da média
(WERNERFELT, 1984), além de possibilitarem uma melhoria da eficiência e eficácia das
organizações (BARNEY, 1991). Esse fato se dá pela influência que os recursos estratégicos
apresentam, tanto diretamente no desempenho, como na influência direta na inovação, que
também possui influência positiva no desempenho. Tais influências supracitadas podem ser
melhor entendidas a partir da Figura 3 que apresenta, os valores de explicação (R²) das
regressões realizadas no presente estudo.
70
Figura 3: Resultado da influência dos recursos, inovação e desempenho
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos resultados da pesquisa (2017).
Dessa forma, conforme pode ser visto nos modelos de regressão parcial, os recursos
estratégicos possuem uma influência positiva no desempenho e na inovação das empresas
estudadas.
Também foram realizados os testes de significância dos modelos obtidos (Tabela 19),
que verificam a significância da equação global proposta.
Tabela 19: Análise de Variância dos modelos de regressão do estudo (n=166)
Modelo Variável
Dependente
Variável
Independente Item
Soma dos
Quadrados
Graus de
Liberdade
Quadrado
Médio F Significância
1 Desempenho
Físicos,
Financeiros,
Organizacionais,
Humanos,
Reputacionais
Regressão 178,833 5 35,767 19,801 0,000
Resíduos 289,008 160 1,806
Total 467,841 165
2 Inovação
Físicos,
Financeiros,
Organizacionais,
Humanos,
Reputacionais
Regressão 142,039 5 28,408 23,833 0,000
Resíduos 190,709 160 1,192
Total 332,748 165
3 Desempenho Inovação
Regressão 193,408 1 193,408 115,580 0,000
Resíduos 274,433 164 1,673
Total 467,841 165
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Após verificada a análise de variância dos modelos de regressão (Tabela 27), foram
realizados testes de significância dos coeficientes de regressão parciais dos modelos de
regressão (Tabela 20).
INOVAÇÃO
DESEMPENHO
0,427
0,382
RECURSOS 0,413
71
Tabela 20: Teste de significância dos coeficientes de regressão parciais do modelo de regressão
com a variável dependente e variáveis preditoras (variável independente) (n=166) Modelo Variável
Dependente
Variável Independente
Coeficiente de
Regressão parcial
(Beta)
t
Significância
1
Desempenho
Constante 0,000 1,360 0,176
Recursos Físicos -0,011 -0,129 0,897
Recursos Financeiros 0,087 1,103 0,272
Recursos Organizacionais 0,521 5,585 *0,000
Recursos Humanos -0,079 -1,048 0,296
Recursos Reputacionais 0,131 1,500 0,136
2
Inovação
Constante
Recursos Físicos
Recursos Financeiros,
Recursos Organizacionais
Recursos Humanos
Recursos Reputacionais
0,000 1,466 0,145
-0,140 -1,785 0,076
-0,017 -0,220 0,826
0,286 3,177 *0,002
0,104 1,437 0,153
0,459 5,473 *0,000
3 Desempenho Constante 0,000 2,802 *0,006
Inovação 0,643 10,751 *0,000
Notas: Significativo * p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
A partir da análise de significância dos coeficientes de regressão parciais (tabela 28), é
possível verificar quais influenciam o Desempenho e a Inovação. No modelo 1, com o
Desempenho como variável independente e as variáveis preditoras, os recursos significativos
(p < 0,05) foram apenas os “Recursos Organizacionais”. Os demais recursos como variáveis
preditoras não foram significativos estatisticamente.
Por outro lado, no modelo 2 com a variável dependente Inovação, as variáveis preditoras
“Recursos Financeiros” e “Recursos Reputacionais” se mostraram significativas (p < 0,05),
demonstrando influenciarem a inovação nas organizações. As demais varáveis preditoras não
se mostraram significativas na explicação da inovação.
Ainda, a inovação, como variável preditora do desempenho apresentou-se significativa
(p < 0,05), demonstrando influenciar a variável dependente desempenho. Conforme
apresentado por Wernerfelt (1984), a identificação ou a aquisição de recursos estratégicos é
fundamental para o desenvolvimento de produtos que o mercado demanda, fato este que
possibilita uma melhoria nos resultados de inovações da organização e consequentemente um
melhor resultado do desempenho (SANTOS, 2009; LAIMER, 2013; SANCHES; MACHADO,
2013; SILVEIRA; OLIVEIRA, 2013; DAGNINO; LEVANTI; PICONE, 2015;
CENTENARO, 2015).
72
4.9 COMPARATIVO ENTRE EMPRESAS PERTENCENTES E NÃO PERTENCENTES
ÀS REDES INTERORGANIZACIONAIS
As empresas podem apresentar diferentes percepções em relação a facilidade de acessar
recursos e também em relação à inovação e ao desempenho. Com o intuito de atender aos
objetivos da pesquisa de comparar a percepção das empresas pertencentes e não pertencentes
às redes interorganizacionais em relação a esses fatores apresenta-se a seguir o comparativo
dessas percepções através do teste t.
O comparativo referente aos recursos físicos (Tabela 21), estão representados neste
estudo pela facilidade da empresa na aquisição de máquinas e equipamentos (RFs6) e pela
facilidade na aquisição de programas (software) e equipamentos (hardware) de informática
(RFs9).
Tabela 21: Comparação dos resultados Recursos Físicos entre empresas pertencentes e não
pertencentes às redes Fator Variáveis Tipo de Empresa Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
Recursos
Físicos
RFs6
Pertence às Redes 66 7,74 1,730
Não Pertence às
Redes
100 6,80 2,391 * 2,943
RFs9
Pertence às Redes 66 8,20 1,694
Não Pertence às
Redes
100 7,33 2,512 * 2,778
Nota: Teste t significativo a: * p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A comparação das médias das variáveis recursos físicos, apresentou diferenças
estatisticamente significativas entre o grupo de empresas pertencentes e o grupo de empresas
não pertencentes às redes interorganizacionais, o que, conforme pode ser visto na média e pelo
resultado do Teste t (Tabela 21) as empresas pertencentes às redes interorganizacionais tem a
percepção de acessar mais facilmente recursos como, máquinas e equipamentos e também,
programas e equipamentos de informática.
Em relação aos recursos financeiros (Tabela 22), os mesmos são representados neste
estudo pela facilidade de obtenção de empréstimo bancário para capital de giro (RFn10); pela
facilidade da empresa na obtenção de financiamento bancário para aquisição de máquinas,
equipamentos e veículos (RFn11) e pela facilidade da empresa na obtenção de financiamento
bancário para construção, reforma e ampliação (RFn12).
73
Tabela 22: Comparação dos resultados Recursos Financeiros entre empresas pertencentes e
não pertencentes às redes Fator Variáveis Tipo de Empresa Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
Recursos
Financeiros
RFn10
Pertence às Redes 66 8,14 1,896
Não Pertence às
Redes
100 7,45 2,653 1,942
RFn11
Pertence à Redes 66 7,98 2,152
Não Pertence às
Redes
100 6,93 2,690 * 2,794
RFn12
Pertence à Redes 66 7,41 2,226
Não Pertence às
Redes
100 6,52 2,956 * 2,206
Nota: Teste t significativo a: * p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
O resultado da comparação das médias entre os grupos de empresas pertencentes e as
empresas não pertencentes às redes interorganizacionais apresentou, em duas das variáveis
analisadas, diferenças estatisticamente significativas, o que demonstra haver uma diferença
significativa entre os grupos de empresas em relação ao acesso aos recursos financeiros. Porém,
uma das variáveis (RFn10) não apresenta diferença estatisticamente significativa, mas ainda
assim, apresenta nas empresas pertencentes às redes interorganizacionais uma média superior
em relação as empresas não pertencentes às redes interorganizacionais.
Já os recursos organizacionais (Tabela 23), neste estudo estão representados pela
flexibilidade e rapidez da empresa para responder a mudanças do mercado (RO14); pela
habilidade da empresa em identificar e aproveitar as oportunidades de mercado (RO15); pela
facilidade da empresa na realização das rotinas, procedimentos e processos organizacionais
(RO16) e pela facilidade da empresa na realização dos processos organizacionais para atender
os clientes (RO17).
74
Tabela 23: Comparação dos resultados dos Recursos Organizacionais entre empresas
pertencentes e não pertencentes às redes. Fator Variáveis Tipo de
Empresa
Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
RO14
Pertence às Redes 66 7,45 1,531
1,575 Não Pertence às
Rede
100 7,02 1,864
Recursos
Organizacionais
RO15
Pertence às Redes 66 7,82 1,558
Não Pertence às
Rede
100 7,52 1,703 1,142
RO16
Pertence às Redes 66 7,68 1,816
Não Pertence às
Rede
100 7,57 1,838 0,385
RO17
Pertence às Redes 66 8,09 1,689
Não Pertence às
Redes
100 8,07 1,519 0,083
Nota: Valores do teste t não significativos.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A comparação das variáveis entre as empresas pertencentes e não pertencentes às redes
interorganizacionais (Tabela 23) demonstra não haver diferenças estatisticamente significativas
entre os dois grupos. Mesmo assim, é possível perceber através das médias, pois todos as médias
são superiores no grupo de empresas pertencentes a redes interorganizacionais, as quais
possuem uma percepção de que as varáveis que compõem o construto Recursos
Organizacionais apresentam aspectos positivos, demonstrando haver maior facilidade para as
mesmas explorarem estes recursos.
Em relação aos recursos humanos (Tabela 24), na presente pesquisa estão representados,
pela facilidade na realização de treinamento dos funcionários (RH19); pela facilidade da
empresa em proporcionar a troca de informações entre os funcionários (RH20) e pela facilidade
da empresa na utilização dos conhecimentos gerados pelos funcionários (RH21).
O resultado do Teste t de Student, demonstra haver diferenças estatisticamente
significativas entre as percepções dos dois diferentes grupos que compõem a amostra, sendo
que em todas as médias, as do grupo de empresas pertencentes às redes interorganizacionais é
superior à das respostas do grupo de empresas não pertencentes às redes interorganizacionais.
75
Tabela 24: Comparação dos resultados dos Recursos Humanos entre empresas pertencentes e
não pertencentes às redes Fator Variáveis Tipo de
Empresa
Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
Recursos
Humanos
RH19
Pertence às
Redes
66 6,38 2,286
Não Pertence às
Redes
100 5,54 2,508 * 2,183
RH20
Pertence às
Redes
66 8,02 1,593
Não Pertence às
Rede
100 7,24 2,551 * 2,409
RH21
Pertence às Rede 66 7,98 1,493
Não Pertence às
Rede
100 7,19 2,493 * 2,566
Nota: Teste t significativo a: * p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
Os recursos reputacionais (Tabela 25), estão representados na pesquisa pela
credibilidade da empresa junto aos clientes, fornecedores e instituições locais (RR22); pela
visibilidade da empresa junto aos clientes, fornecedores e instituições locais (RR23); pelo status
e prestígio da empresa junto aos clientes, fornecedores e instituições locais (RR24) e pela boa
reputação da empresa junto aos clientes, fornecedores e instituições locais (RR25).
Tabela 25: Comparação dos resultados dos Recursos Reputacionais entre empresas
pertencentes e não pertencentes às redes Fator Variáveis Tipo de Empresa Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
Recursos
Reputacionais
RR22
Pertence às Redes 66 9,08 1,071
Não Pertence às
Redes
100 8,75 1,381 1,621
RR23
Pertence às Redes 66 8,83 1,210
Não Pertence às
Redes
100 8,42 1,335 * 2,026
RR24
Pertence às Redes 66 9,08 1,057
Não Pertence às
Redes
100 8,53 1,403 * 2,694
RR25
Pertence às Redes 66 9,18 ,975
Não Pertence às
Redes
100 8,78 1,268 ** 2,183
Nota: Teste t significativo a: * p < 0,01; e * p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
O resultado de comparação entre as médias das variáveis do construto Recursos
Reputacionais (Tabela 25) apresentou três das variáveis (RR23, RR24 e RR25) com diferenças
estatisticamente significativas, o que demonstra haver uma diferença na percepção do grupo de
empresas pertencentes às redes interorganizacionais em relação ao grupo de empresas não
76
pertencentes às redes. A média das respostas é superior no grupo de empresas pertencentes às
redes interorganizacionais, o que demonstra haver uma melhor percepção em estar associado a
uma rede. Já, uma das variáveis que compõe o construto (RR22) não apresentou diferença
estatisticamente significativa, porém, também a média das respostas apresentou um valor maior
no grupo das empresas pertencentes às redes interorganizacionais.
O desempenho (Tabela 26), está representado pelo aumento de faturamento da empresa
nos últimos 5 anos (Des26); pelo crescimento das vendas da empresa (Des27); pelo aumento
nos lucros da empresa (Des28); pelo aumento da produtividade da empresa (Des29) e pelo
aumento na rentabilidade da empresa (Des30). Todas as variáveis avaliadas nos últimos 5 anos.
Tabela 26: Comparação dos resultados do Desempenho entre empresas pertencentes e não
pertencentes às redes Fator Variáveis Tipo de Empresa Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
Desempenho
Des26
Pertence às Redes 66 7,86 1,508
Não Pertence às
Redes
100 7,55 2,032 1,140
Des27
Pertence às Redes 66 7,95 1,408
Não Pertence às
Redes
100 7,58 2,070 1,387
Des28
Pertence às Redes 66 7,26 1,875
Não Pertence às
Redes
100 7,04 2,165 0,668
Des29
Pertence às Redes 66 7,74 1,328
Não Pertence às
Redes
100 7,44 2,017 1,165
Des30
Pertence às Redes 66 7,30 1,569
Não Pertence às
Redes
100 7,24 1,934 0,221
Nota: Valores do teste t não significativos.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A comparação das médias das respostas das variáveis (Tabela 26) apresentou as
variáveis sem diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de empresas pertencentes
e o grupo de empresas não pertencentes às redes interorganizacionais. Porém, em todas as
variáveis comparadas as médias das variáveis são superiores no grupo de empresas pertencentes
às redes interorganizacionais em relação ao grupo de empresas não pertencentes às redes, fato
que demonstra haver uma maior percepção nas variáveis que compõem o desempenho nas
empresas que pertencem a alguma rede interorganizacional em relação àquelas empresas não
pertencentes às redes.
77
Apesar, de não apresentar diferenças estatisticamente significativas em todas as
variáveis, o desempenho em empresas pertencentes às redes interorganizacionais foi superior
em relação as empresas não pertencentes, pois as médias de cada uma das variáveis foi superior,
o que condiz com os estudos de Wegner et al. (2016), em que empresas pertencentes às redes
interorganizacionais apresentam um melhor desempenho do que empresas individuais.
A inovação (Tabela 27), é composta neste estudo pelo desenvolvimento de novos
produtos/serviços pela empresa nos últimos 5 anos (Ino32); pela melhoria significativa dos
produtos/serviços da empresa nos últimos 5 anos (Ino33); pelo desenvolvimento de novos
processos organizacionais por parte da empresa nos últimos 5 anos (Ino34) e pela melhoria
significativa nos processos organizacionais da empresa nos últimos 5 anos (Ino35).
Tabela 27: Comparação dos resultados Inovação entre empresas pertencentes e não
pertencentes às redes. Fator Variáveis Tipo de Empresa Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
Inovação
Ino32
Pertence às Redes 66 7,97 1,519
** 2,078 Não Pertence às
Redes
100 7,42 1,759
Ino33
Pertence às Redes 66 8,11 1,337
Não Pertence às
Redes
100 7,87 1,535 1,020
Ino34
Pertence às Redes 66 8,11 1,229
Não Pertence às
Redes
100 7,43 1,908 * 2,776
Ino35
Pertence às Redes 66 8,03 1,301
Não Pertence às
Redes
100 7,46 1,811 ** 2,359
Nota: Teste t significativo a: * p < 0,01; ** p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
A comparação das médias das variáveis (Tabela 27) entre o grupo de empresas
pertencentes e o grupo de empresas não pertencentes às redes interorganizacionais, apresentou
três variáveis (Ino32, Ino34 e Ino35) com diferenças estatisticamente significativas e uma
variável (Ino33) sem diferença estatisticamente significativa, porém todas as variáveis
apresentam uma média superior nas empresas pertencentes às redes interorganizacionais em
relação às empresas não pertencentes a redes, o que demonstra haver uma percepção maior de
aspectos ligados a inovação nesses grupos de empresas.
78
4.9.1 Comparativo dos fatores gerados entre as empresas pertencentes e não pertencentes às
redes interorganizacionais
Os fatores presentes na Tabela 28 são constituídos pela soma das médias das variáveis
selecionadas a partir da análise fatorial e que compõem os Recursos Físicos, os Recursos
Financeiros, os Recursos Organizacionais, os Recursos Humanos, os Recursos Reputacionais,
o Desempenho e a Inovação.
Os resultados demonstram haver diferenças estatisticamente significativas em boa parte
dos fatores, exceto os fatores RO e Des, que não apresentam diferenças estatisticamente
significativas nas médias de acordo com o teste t de Student, visto que a média das respostas
está muito próxima entre às empresas pertencentes e empresas não pertencentes às redes
interorganizacionais.
No entanto, analisando as variáveis que compõe os fatores é possível perceber que em
todos os casos as médias das empresas pertencentes às redes interorganizacionais são superiores
as médias das empresas não pertencentes às redes, o que permite interpretar que mesmo não
havendo diferenças estatisticamente significativas em alguns fatores (RO e Des), a percepção
das empresas pertencentes às redes interorganizacionais, é que o acesso a recursos, bem como
o desempenho e a inovação são melhor percebidos neste grupo de empresas em relação as
empresas não pertencentes às redes interorganizacionais.
Os resultados apresentados na comparação entre às empresas pertencentes e não
pertencentes às redes interorganizacionais, enfatiza que o ambiente de cooperação das redes
possibilita maior acesso a recursos, visto que apenas um dos fatores relacionados a recursos não
apresenta uma diferença estatisticamente significativa (RO), porém mesmo assim a sua média
é superior ao das empresas que atuam individualmente. Esse resultado corrobora com diversos
estudos que afirmam que o ambiente de redes interorganizacionais é um ambiente propício ao
compartilhamento de recursos, bem como um facilitador de acesso aos recursos necessários
para implementação das estratégias da organização (BARALDI; GRESSETVOLD;
HARRISON, 2012; DAGNINO; LEVANTI; PICONE, 2015; CENTENARO, 2015; LAIMER,
2015).
79
Tabela 28: Comparação dos resultados dos Fatores entre empresas pertencentes e não
pertencentes a rede Fatores Tipo de Empresa Número de
Empresas
Média Desvio
padrão
t de Student
RFs
Pertence às Redes 66 7,96 1,503
* 3,284 Não Pertence às
Redes
100 7,06 2,040
RFn
Pertence às Redes 66 7,84 1,969
** 2,512 Não Pertence às
Redes
100 6,96 2,512
RO
Pertence às Redes 66 7,76 1,340
0,976 Não Pertence às
Redes
100 7,54 1,434
RH
Pertence às Redes 66 7,45 1,398
* 2,823 Não Pertence às
Redes
100 6,65 2,264
RR
Pertence às Redes 66 9,04 0,991
** 2,309 Não Pertence às
Redes
100 8,62 1,244
Des
Pertence às Redes 66 7,62 1,330
1,019 Não Pertence às
Redes
100 7,37 1,880
Ino
Pertence às Redes 66 8,05 1,182
** 2,284 Não Pertence às
Redes
100 7,54 1,529
Nota: Teste t significativo a: * p < 0,01; ** p < 0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017).
Essas evidências apresentadas confirmam parcialmente a hipótese 4 da pesquisa,
considerando que a maior parte dos fatores que forma o construto recursos apresentam
diferenças significativas. Além disso, há uma diferença positiva na percepção de acesso aos
recursos por parte das empresas pertencentes às redes interorganizacionais em relação às
empresas individuais. Apresentando-se assim no contexto deste estudo uma construção de
vantagem para as empresas pertencentes às redes interorganizacionais comparadas as empresas
que não pertencem às redes.
Em relação ao fator desempenho, a comparação entre as empresas pertencentes e não
pertencentes às redes interorganizacionais não apresentou diferença estatisticamente
significativa. Porém apesar disso, é possível perceber que a média do fator é superior no grupo
de empresas que pertencem às redes interorganizacionais. Além disso em todas as variáveis as
médias das empresas que pertencem às redes interorganizacionais são superiores do que das
empresas não pertencentes às redes. Esses resultado vão ao encontro de estudos que apresentam
as redes interorganizacionais como um fator positivo ao desempenho das organizações
(AHUJA, 2000; BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008; FERREIRA; STOROPOLI; SERRA,
2014; LAIMER, 2015; CENTENARO, 2015).
80
Os resultados apresentados confirmam parcialmente a hipótese 6, considerando o teste
realizado individualmente em cada variável do fator desempenho (Tabela 26). Pois, conforme
apresentado, às redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes um melhor
desempenho em relação às empresas atuantes de forma individual. Assim, mesmo o fator
desempenho não apresentando diferenças estatisticamente significativas é possível perceber
(Tabela 26), com base nas médias que as empresas pertencentes às redes interorganizacionais
tem uma percepção melhor sobre o desempenho.
O fator inovação apresentou diferença positiva estatisticamente significativa na
percepção da inovação entre as empresas pertencentes e não pertencentes às redes
interorganizacionais. Fato esse que corrobora com os resultados de outros estudos relacionados
(RODRIGUES, 2009; DAGNINO; LEVANTI; PICONE, 2015; CENTENARO, 2015), a haver
diferença nos níveis de inovação das empresas atuantes em redes em relação às empresas que
atuam de forma individual. Isso, devido ao ambiente de redes possibilitar a troca de informações
e conhecimentos, fatores esses essenciais ao desenvolvimento de inovações. Também o
ambiente em rede possibilita a complementaridade de competências entre as organizações.
Constituindo-se assim um ganho competitivo para as empresas. (POWEL, 1998; AHUJA,
2000; BALESTRIN; VARGAS, 2004; VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008; LAIMER, 2015;
CENTENARO, 2015).
Esses resultados confirmam a hipótese 5 da pesquisa, pois há uma diferença na
percepção das inovações por parte das empresas pertencentes às redes interorganizacionais se
comparadas a empresas individuais. Dessa forma às redes possibilitam melhores resultados de
inovação nas empresas pertencentes às redes interorganizacionais do que em empresas não
pertencentes às redes.
Após o teste das hipóteses, todas elas foram confirmadas (mesmo que parcialmente),
fato esse que ressalta a importância das redes interorganizacionais como uma estratégia
competitiva às organizações, e como possibilidade de construção da vantagem competitiva, seja
ela a partir dos recursos, seja a partir da inovação ou a partir do desempenho. No contexto deste
estudo o ambiente de redes interorganizacionais apresentou-se positivo para o sucesso das
empresas no seu mercado de atuação.
81
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo procurou identificar as relações entre os recursos, a inovação e o
desempenho, e se há diferença nesses aspectos entre as empresas pertencentes e não
pertencentes às redes interorganizacionais. Os argumentos teóricos deste estudo estão
embasados na literatura sobre redes interorganizacionais e nos recursos estratégicos da
organização na ótica da RBV. Tais recursos permitem às empresas que os possuem e os
exploram com eficiência a construção da vantagem competitiva, nesse aspecto representada
pelo desempenho superior das organizações. Também os recursos são preconizadores da
inovação nas empresas e que tais inovações também podem compor a construção da vantagem
competitiva a partir de melhores desempenhos proporcionados.
Os resultados empíricos da pesquisa mostram que os recursos apresentam um relação
positiva em relação à inovação e ao desempenho e que a inovação apresenta também uma
relação positiva com o desempenho. Ainda, apresenta-se que a diferença existente na percepção
das empresas pertencentes às redes interorganizacionais em relação às empresas não
pertencentes às redes, é significativa na maior parte das variáveis analisadas, como na análise
dos recursos físicos, dos recursos financeiros, dos recursos humanos, dos recursos reputacionais
e da inovação. Não sendo significativos na análise das variáveis de recursos organizacionais e
de algumas variáveis de desempenho. Porém, apesar de não haver diferença estatisticamente
significativa em relação a essas últimas variáveis, suas médias são superiores nas empresas
pertencentes às redes interorganizacionais em relação as empresas não pertencentes às redes.
Com isso, no que concerne às relações entre recursos, inovação e desempenho,
apresentam-se os seguintes resultados: os recursos físicos, financeiros, organizacionais e
reputacionais, possuem influência positiva no desempenho das organizações, sendo que apenas
os recursos organizacionais apresentam significância estatística. Por outro lado, os recursos
humanos apresentam influência negativa em relação ao desempenho, também não apresentando
significância estatística. Dessa forma pode-se dizer que os recursos organizacionais como
variável preditora do desempenho influenciam positivamente o desempenho das empresas.
Ainda, em relação aos recursos estratégicos da organização, no que tange à relação
desses com à inovação, tem-se que: os recursos organizacionais, humanos e reputacionais
influenciam positivamente a inovação nas empresas. Ressalta-se que os recursos humanos não
apresentam significância estatística. Já, os recursos físicos e financeiros influenciam
negativamente o desempenho das organizações, sendo que nenhum deles apresenta
significância estatística. Assim, pode-se dizer que os recursos organizacionais e os recursos
82
reputacionais como variáveis preditoras da inovação, apresentam influências positivas na
inovação das empresas.
Os resultados da pesquisa, no que se refere à relação da inovação com o desempenho,
tem-se que a inovação influencia positivamente o desempenho das organizações, sendo que os
resultados são estatisticamente significativos, o que se refere a uma explicação condizente de
relação positiva entre a inovação como variável preditora do desempenho das organizações.
Estes resultados da pesquisa permitem dizer que as hipóteses de pesquisa 1, 2 e 3 são
aceitas, pois os recursos influenciam positivamente o desempenho das empresas. Também os
recursos influenciam positivamente a inovação nas empresas e por último a inovação influencia
positivamente o desempenho das empresas.
No que se refere aos resultados referentes às redes interorganizacionais, apresenta-se
que as mesmas possibilitam vantagens às empresas pertencentes se comparado às empresas não
pertencentes ou empresas individuais. Com isso, pode se dizer que as empresas pertencentes às
redes interorganizacionais apresentam maior facilidade de obtenção dos recursos físicos,
recursos financeiros, recursos humanos e recursos reputacionais, evidenciado pela diferença
estatisticamente significativa na média referente a essas variáveis. Também as empresas das
redes apresentam médias superiores e estatisticamente significativas no que se refere à
inovação.
Por outro lado, os recursos organizacionais não apresentam diferenças significativas.
Porém, a média da variável é superior nas empresas pertencentes às redes interorganizacionais
do que nas empresas não pertencentes as redes. Também na variável desempenho, não houve
diferença significativa entre as médias, mas também nesta variável, a média das empresas
pertencentes às redes interorganizacionais foi superior do que as das empresas não pertencentes
às redes.
Os resultados da comparação das médias das variáveis estudadas, possibilitou confirmar
as hipóteses de pesquisa 4, 5 e 6 (Quadro 13), pois as redes interorganizacionais possibilitaram
às empresas pertencentes um maior acesso a recursos do que as das empresas não pertencentes
às redes. Também as redes possibilitaram as empresas pertencentes uma maior inovação em
relação as empresas individuais e mesmo algumas variáveis não apresentando diferenças
significativas, a partir das médias é possível perceber que às redes proporcionam um melhor
desempenho as empresas participantes se comparadas às empresas não participantes de redes
interorganizacionais. Esses resultados apresentam as redes interorganizacionais como um
ambiente que possibilita maior acesso a recursos, maior inovação e melhor desempenho às
empresas.
83
Quadro 13: Resumo das hipóteses de pesquisa e resultado
Hipótese de Pesquisa Resultado
H1: Os recursos influenciam positivamente o desempenho das empresas. Confirmada
H2: Os recursos influenciam positivamente a inovação nas empresas. Confirmada
H3: A inovação influencia positivamente o desempenho da empresas. Confirmada
H4: As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes maior acesso
aos recursos estratégicos em relação às empresas individuais.
Confirmada
parcialmente
H5: As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes, melhores
resultados de inovação em relação às empresas individuais.
Confirmada
H6: As redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes um melhor
desempenho em relação às empresas individuais.
Confirmada
parcialmente
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
A partir dos resultados da pesquisa percebe-se que os recursos apresentam-se como fator
determinante para a inovação e o desempenho das organizações, e que as redes
interorganizacionais, por serem ambientes que possibilitam a troca, o compartilhamento e um
maior acesso aos recursos, também são ambientes que possibilitam às empresas inovarem mais
e obterem melhores desempenhos.
Em suma, ante aos resultados encontrados na pesquisa, apresentar-se-ão as implicações
teóricas e gerenciais do presente estudo.
5.1 IMPLICAÇÕES TEÓRICAS E GERENCIAIS
As implicações teóricas deste estudo permeiam dois aspectos. Primeiramente, no que se
refere à relação entre os recursos, a inovação e o desempenho das organizações. E a segunda,
que as redes interorganizacionais possibilitam às empresas pertencentes um maior acesso a
recursos, um maior número de inovações e um melhor desempenho do que empresas que atuam
de forma individual, ou empresas não pertencentes às redes interorganizacionais. Esses dois
aspectos, contribuem para o aporte teórico sobre os ganhos competitivos ocasionados pelo
esforço aos pressupostos da visão baseada em recursos e pelas vantagens advindas de pertencer
a uma rede interorganizacional.
Destaca-se também que a pesquisa contribui para o aumento das pesquisas sobre redes
interorganizacionais no contexto brasileiro e na comparação dos resultados das empresas
pertencentes e das empresas não pertencentes às redes interorganizacionais. Também este
estudo vem se somar aos estudos quantitativos, estudos estes apresentados em menor número
nas publicações referentes às redes interorganizacionais.
84
Já as implicações gerenciais da presente pesquisa, estão no auxílio aos gestores na
tomada de decisão no que se refere a quais os recursos possuem uma maior contribuição para
melhorias do desempenho da organização. Desse modo, pode-se indicar o investimento nos
recursos organizacionais, pois os mesmos apresentam influência positiva na relação direta com
o desempenho. Também como implicação gerencial, apresenta-se suporte à tomada de decisão
em relação a quais os recursos apresentam maior influência nas inovações realizadas pelas
organizações. Nesse sentido, pode-se indicar o investimento nos recursos organizacionais e nos
recursos reputacionais, pois ambos apresentam influência positiva na inovação.
Ainda como implicação gerencial, no auxílio à compreensão da obtenção de um melhor
desempenho por parte das organizações, sugere-se o investimento em inovações, pois as
mesmas apresentaram influência positiva no desempenho das organizações. Desta forma o
investimento nos recursos que possibilitam ampliar o número de inovações por consequência
irá melhorar o desempenho da organização.
No que se refere a estratégia da organização o estudo demonstrou que há vantagens em
uma empresa pertencer a uma rede interorganizacional, tanto no maior acesso aos recursos
estratégicos, como na maior quantidade de inovações e por conseguinte, mesmo não
apresentando significância, na melhoria do desempenho das organizações. Assim, pertencer a
uma rede interorganizacional pode ser uma estratégia para as empresas que apresentam
dificuldades de acesso a recursos, de desenvolver inovações e dificuldades de desempenho.
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS
O estudo seguiu os rigores metodológicos de pesquisa científica, e embora isso tenha
acontecido, o mesmo apresenta algumas limitações, como o tamanho da amostra, pois a mesma
é composta por 159 empresas, número esse que atende o requisito mínimo para realização das
análises estatísticas (5 casos por variável, o ideal são 10 casos) conforme sugerido por Hair Jr.
et al. (2005), sendo que o presente estudo apresenta 31 variáveis observáveis. Dessa forma, o
número da amostra está muito próximo ao mínimo exigido para esse tipo de estudo. O fato do
não atingimento do número ideal de casos da amostra, deve-se à indisponibilidade de diversos
gestores a responder ao questionário.
Também como limitação do estudo, está a não resposta de diversos empresários às
questões 3 e 4, as quais tratam da estrutura e das relações das redes. Fato esse que impossibilitou
a realização de análises de desempenho relacionadas à posição da empresa na rede. Também,
85
não possibilitou realizar análises referentes a estrutura das redes, composição dos laços
relacionais, verificação de buracos estruturais entre outras.
Outra limitação do estudo, foi a não realização de análises considerando variáveis como
tempo da empresa na rede, idade da empresa, porte da empresa e até mesmo a utilização dos
segmentos que as empresas fazem parte.
Como sugestão de estudos futuros estão a utilização do tempo da empresa na rede como
mediador do desempenho, pois a atuação das empresas na rede é algo que visa ser duradouro e
dessa forma o tempo de participação na rede pode influenciar não só o desempenho, como a
inovação e o acesso aos recursos. Outra sugestão está em utilizar a idade da empresa como
influenciador do desempenho e da inovação.
Também pode-se realizar em estudos futuros, as diferenças entre os diferentes
segmentos de empresas em relação ao acesso a recursos, ao desenvolvimento de inovações e
aos resultados de desempenho.
Outra possibilidade de realização de estudos futuros é a realização de pesquisas
qualitativas, estudando as relações entre as empresas pertencentes às redes interorganizacionais,
e como essas relações possibilitam o compartilhamento de recursos, bem como possibilitam as
inovações e o como influenciam o desempenho das empresas pertencentes.
86
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93
APÊNDICE A - Questionário
Senhor empresário!
Este questionário faz parte de um projeto de pesquisa de uma parceria entre pesquisadores
da URI e da IMED, sob a coordenação do professor Dr. Claudionor Guedes Laimer e tem como objetivo
verificar a influência do relacionamento entre as empresas sobre a capacidade de compartilhamento
de recursos e a vantagem competitiva das empresas.
Salientamos que todos os dados e informações obtidos nesta pesquisa são de caráter
confidencial e destinam-se ao estudo acadêmico científico. Não serão divulgados dados ou
informações individuais das empresas. Os dados serão analisados de forma agregada.
Solicitamos sua especial atenção para o preenchimento do questionário da pesquisa, que
levará cerca de 10 minutos. Após a conclusão do estudo serão enviados os resultados a todas as
empresas participantes.
Agradecemos desde já a sua colaboração.
Claudionor Guedes Laimer | Pesquisador (54) 9915 3493 / [email protected]
Neimar Ferreira da Rosa | Pesquisador (55) 9992.2351 / [email protected]
Dados de identificação da empresa Nome da empresa:
Endereço: Cidade:
Segmento (ramo de atuação):
Ano de início das atividades: Número de empregados:
Assinale com um “X” na alternativa que corresponde à realidade da empresa: 1) A empresa está associada a uma rede? [ ] Não. [ ] Sim. Qual?
2) Caso esteja associada a uma rede. Qual é o ano de ingresso na rede?
Bloco A (Estrutura da Rede)
3) Relacione em ordem de importância as 5 empresas, que a tua empresa tem algum tipo de relacionamento de compra, venda ou troca de produtos ou serviços. Além disso, marque um “X” ao lado, indicando a frequência que ocorre esse relacionamento.
Empresa Frequência
Diária Semanal Mensal
1.
2.
3.
4.
5.
4) Relacione em ordem de importância os 5 empresários, com quem você troca informação ou conhecimento sobre clientes, produtos, máquinas ou instalações. Além disso, marque um “X” ao lado, indicando a frequência que ocorre a troca de informação.
Empresário Frequência
Diária Semanal Mensal
1.
2.
3.
4.
5.
5) Qual o porte (tamanho) da empresa?
[ ] Microempresa [ ] Pequena [ ] Média [ ] Grande
Inferior a R$ 360.000,00 Entre R$ 360.000,00 a R$ 3.600.000,00 Entre R$ 3.600.000,00 a R$ 20.000.000,00 Superior a R$ 20.000.000,00
94
Avalie cada uma das afirmativas, indicando a sua opinião quanto ao grau de concordância ou discordância. Marque um “X” no número que melhor representa a sua opinião.
Bloco B (Recursos físicos) Qual é o seu grau de concordância?
Discordo totalmente
Concordo totalmente
6) A empresa tem facilidade na aquisição de máquinas e equipamentos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
7) A empresa tem facilidade na aquisição de matérias-primas, produtos e/ou mercadorias.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
8) A empresa tem facilidade em melhorar a infraestrutura física (prédio, instalações, etc.).
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
9) A empresa tem facilidade na aquisição de programas (software) e equipamentos de informática (hardware).
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Bloco C (Recursos financeiros) Qual é o seu grau de concordância?
Discordo totalmente
Concordo totalmente
10) A empresa tem facilidade na obtenção de empréstimo bancário para capital de giro.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11) A empresa tem facilidade na obtenção de financiamento bancário para aquisição de máquinas, equipamentos e veículos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
12) A empresa tem facilidade na obtenção de financiamento bancário para construção, reforma e ampliação
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
13) A empresa tem facilidade na obtenção de recursos dos sócios para investimentos no negócio.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Bloco D (Recursos Organizacionais) Qual é o seu grau de concordância?
Discordo totalmente
Concordo totalmente
14) A empresa tem flexibilidade e rapidez para responder as condições e mudanças do mercado.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
15) A empresa possui habilidade de identificar e aproveitar as oportunidades de mercado.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
16) A empresa tem facilidade na realização das rotinas, procedimentos e processos organizacionais.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
17) A empresa tem facilidade na realização dos processos organizacionais para atender os clientes.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Bloco E (Recursos Humanos) Qual é o seu grau de concordância?
Discordo totalmente
Concordo totalmente
18) A empresa tem facilidade na contratação de funcionários qualificados.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
19) A empresa tem facilidade na realização de treinamento dos funcionários.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
20) A empresa tem facilidade em proporcionar a troca de informações entre os funcionários.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
21) A empresa tem facilidade na utilização dos conhecimentos gerados pelos funcionários.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Bloco F (Recursos reputacionais) Qual é o seu grau de concordância?
Discordo totalmente
Concordo totalmente
22) A empresa tem credibilidade junto aos clientes, fornecedores e instituições locais.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
23) A empresa tem visibilidade junto aos clientes, fornecedores e instituições locais.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
24) A empresa tem status e prestígio junto aos clientes, fornecedores e instituições locais.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
25) A empresa tem boa reputação junto aos clientes, fornecedores e instituições locais.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
95
Avalie cada uma das afirmativas, indicando a sua opinião quanto ao grau de concordância ou discordância. Marque um “X” no número que melhor representa a sua opinião.
Bloco G (Desempenho) Qual é o seu grau de concordância?
Discordo totalmente
Concordo totalmente
26) A empresa teve aumento no faturamento nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
27) A empresa teve crescimento nas vendas nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
28) A empresa teve aumento nos lucros sobre as vendas nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
29) A empresa teve aumento na produtividade nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
30) A empresa teve aumento na rentabilidade nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
31) A empresa teve redução dos custos nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Bloco H (Inovação) Qual é o seu grau de concordância?
Discordo totalmente
Concordo totalmente
32) A empresa desenvolveu novos produtos e/ou serviços nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
33) A empresa melhorou significativamente seus produtos e/ou serviços nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
34) A empresa desenvolveu novos processos organizacionais nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
35) A empresa melhorou significativamente seus processos organizacionais nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
36) A empresa investiu em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
37) A empresa contratou ou investiu no treinamento de funcionários para as atividades de inovação nos últimos 5 anos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
MUITO OBRIGADO PELA SUA PARTICIPAÇÃO!
Por favor, deixe seu contato abaixo para que possamos enviar os resultados da pesquisa
para a sua empresa:
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