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FACULDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MARLON CESAR ALVES STATLER A APLICAÇÃO DA ANÁLISE PARA PEQUENOS INVESTIDORES. Rio de Janeiro 2015.2

FACULDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE CIÊNCIAS … · Professor Rubem Roberto Magalhães de Souza Faculdade São Judas Tadeu ... À memória de Helena Alves (Nicoliello) Statler, tia,

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FACULDADE SÃO JUDAS TADEU

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MARLON CESAR ALVES STATLER

A APLICAÇÃO DA ANÁLISE PARA PEQUENOS INVESTIDORES.

Rio de Janeiro

2015.2

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FACULDADE SÃO JUDAS TADEU

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MARLON CESAR ALVES STATLER

A APLICAÇÃO DA ANÁLISE PARA PEQUENOS INVESTIDORES.

Monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso à Faculdade São Judas

Tadeu como requisito parcial para obtenção

do grau de Bacharel em Ciências Contábeis,

sob a orientação da professora Mary Wanyza

dos Santos Denberg.

Rio de Janeiro

2015.2

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TERMO DE APROVAÇÃO

MARLON CESAR ALVES STATLER

A APLICAÇÃO DA ANÁLISE PARA PEQUENOS INVESTIDORES.

Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso à Faculdade São

Judas Tadeu como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências

Contábeis, aprovado pela seguinte banca examinadora:

____________________________________________

Professora Orientadora Mary Wanyza dos Santos Denberg

Faculdade São Judas Tadeu

____________________________________________

Professor Vanderlei Mello de Oliveira

Faculdade São Judas Tadeu

____________________________________________

Professor Rubem Roberto Magalhães de Souza

Faculdade São Judas Tadeu

Coordenador

Rio de Janeiro, 09 de Março de 2016.

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À memória de Helena Alves (Nicoliello)

Statler, tia, madrinha (e mãe) pela dedicação ao

longo de toda uma vida, incentivando-me a estu-

dar e sempre acreditar em mim e em meu po-

tencial.

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AGRADECIMENTOS

À família pelo apoio e incentivo, em especial a José Francisco Alves Statler, cujo

incentivo foi crucial para o início e término desta fase e à Wilma Alves Statler de

Castro, que nunca deixou de acreditar em minha capacidade e potencial;

À Lívia Mara de Assis, pela compreensão, paciência e carinho dedicados em todos

os passos desta jornada, sendo eles bons ou ruins;

Ao corpo docente da faculdade São Judas Tadeu, pelo apoio e incentivo, principal-

mente diante das adversidades;

Agradecimento especial aos professores Rubem Roberto Magalhães de Souza pela

confiança e à professora Mary Wanyza dos Santos Denberg que, com sua paciência

e dedicação, deu possibilidades de que este trabalho fosse concluído;

Aos amigos, que auxiliaram com materiais, dicas, sugestões e com a dedicação de

tempo para ler todo este trabalho e opinar criticamente.

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RESUMO

Este trabalho busca contribuir, de forma positiva, na percepção dos pequenos inves-

tidores quanto às oportunidades de investimento fornecidas por grandes empresas

que oferecem seu capital em bolsas de valores para captação de recursos, diminu-

indo seu desconhecimento a respeito das demonstrações contábeis publicadas e

como analisá-las corretamente. Para isto, serão apresentadas a ciência contábil,

seus demonstrativos obrigatórios, seus princípios e regras e as diferentes técnicas

de análise. Assim este trabalho se utilizará de pesquisas bibliográficas para explicitar

os conceitos necessários ao seu entendimento e uma demonstração prática da aná-

lise aplicada em uma demonstração publicada por uma empresa de capital aberto.

Verificou-se uma ajuda significativa na análise das demonstrações ao estudar a sa-

úde financeira da entidade sendo, porém, necessária também a verificação de ou-

tros fatores antes de uma tomada de decisão conclusiva.

Palavras-chave: Análise. Investimento. Indicadores.

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ABSTRACT

This work seeks to contribute positively for the perception of small investors regard-

ing the investment opportunities provided by large companies that share their capital

on stock for the acquisition of resources by reducing their lack of knowledge regard-

ing the financial statements published and how to analyze them correctly. For this

purpose, will be introduced the accounting science, it’s mandatory statements, prin-

ciples and rules and the different techniques of analysis. Therefore this work will use

bibliographical searches to clarify the concepts needed for the understanding and a

practical demonstration of analysis applied at accounting demonstration published by

a joint-stock company. Was verified a significant support by the use of the technique

on examining financial statements to study the financial health of the entity, however,

it’s also necessary to verify other circumstances before a conclusive decision-

making.

Keywords: Analysis. Investment. Indicators.

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Lista de Abreviaturas

AC Ativo Circulante

AH Análise Horizontal

ANC Ativo Não Circulante

ARLP Ativo Realizável a Longo Prazo

AT Ativo Total

AV Análise Vertical

BP Balanço Patrimonial

CDB Certificados de Depósitos Bancários

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CMV Custo das Mercadorias Vendidas

CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DFC Demonstração de Fluxo de Caixa

DRE Demonstração de Resultado do Exercício

DVA Demonstração de Valor Adicionado

IBRACON Instituto Brasileiro de Contadores

PC Passivo Circulante

PL Patrimônio Líquido

PMPC Prazo Médio de Pagamento de Compras

PMRV Prazo Médio de Recebimento de Vendas

PNC Passivo Não Circulante

PT Passivo Total

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10

OBJETIVOS ................................................................................................................ 11

JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 12

METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................ 13

LIMITAÇÕES ............................................................................................................... 13

1. CONTABILIDADE, TÉCNICAS, PRINCÍPIOS E DEMONSTRATIVOS ............ 14

1.1. Definição Da Contabilidade .............................................................................. 14

1.2. Técnicas Da Contabilidade ............................................................................... 16

1.3. Princípios Contábeis ......................................................................................... 18

1.4. Demonstrações Contábeis ............................................................................... 21

1.5. Balanço Patrimonial .......................................................................................... 22

1.6. Demonstração De Resultado De Exercício ...................................................... 23

1.7. Demonstração De Fluxo De Caixa ................................................................... 26

1.8. Demonstração De Valor Adicionado ................................................................. 29

2. AUDITORIA ...................................................................................................... 31

2.1. Surgimento E Conceito ..................................................................................... 31

2.2. Lei Regulamentadora, Auditoria Interna E Externa .......................................... 32

3. TÉCNICA DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................... 34

3.1. Definição De Análise Vertical E Horizontal ....................................................... 34

3.2. Reclassificações E Ajustes ............................................................................... 37

4. INDICADORES E SUAS INTERPRETAÇÕES ................................................. 39

4.1. Função dos Indicadores ................................................................................... 39

4.2. Indicadores De Liquidez ................................................................................... 39

4.3. Indicadores De Composição/Endividamento .................................................... 41

4.4. Indicadores De Lucratividade ........................................................................... 42

4.5. Indicadores De Rentabilidade ........................................................................... 43

4.6. Indicadores De Rotatividade ............................................................................. 44

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5. APLICAÇÃO PRÁTICA DA ANÁLISE .............................................................. 46

5.1. Prática Da Análise Horizontal E Vertical (Primeiro Biênio) .............................. 46

5.2. Prática Dos Indicadores (Primeiro Biênio) ....................................................... 51

5.3. Prática Da Análise Horizontal E Vertical (Segundo Biênio) ............................. 53

5.4. Prática Dos Indicadores (Segundo Biênio) ...................................................... 57

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 60

6.1. Resultados ........................................................................................................ 60

6.2. Recomendações ............................................................................................... 60

6.3. Conclusão ......................................................................................................... 61

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 62

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INTRODUÇÃO

Atualmente existe, no Brasil, uma clara obstinação das pessoas quanto ao in-

vestimento em fundos “seguros”. Desta forma, muitos perdem dinheiro investindo em

Poupanças ou CDB’s em um cenário de inflação alta com receio de, exatamente,

perder dinheiro. Isto se deve a diversos fatores, dentre eles pode-se destacar dois

principais: O fator cultural é um deles, pois além da educação financeira brasileira

ser tardia, tem-se o hábito dos pais passarem para os filhos o perigo de perder di-

nheiro, até mesmo em investimentos de baixo risco.

O segundo, que será abordado por este trabalho, é o desconhecimento das demons-

trações financeiras e análise das mesmas, que pode levar um pretenso investidor a

assumir certos riscos com alta probabilidade de sucesso. Desta forma, surge a ques-

tão: Como a análise das demonstrações financeiras pode auxiliar o pequeno investi-

dor a tomar decisões corretas e obter o melhor retorno possível sobre seu investi-

mento?

Com o advento de novas tecnologias e, por conseguinte, a atual propagação,

quase viral, das informações é essencial aos usuários das mesmas que façam uma

minuciosa análise antes de tomá-las como fator determinante para qualquer tomada

de decisão. Em um mundo dinâmico, informações obtidas de um conjunto de dados

estáticos (como é o caso de demonstrativos financeiros publicados ao fim do exercí-

cio anterior) podem parecer anacrônicas, porém, além de ser imprescindível que se

conheça o passado da empresa em que se pretende investir, o mais importante ao

analisar as demonstrações de uma empresa é reconhecer tendências. É possível

verificar se uma empresa está, ao longo do tempo, com um aumento exponencial de

prejuízos ou lucros, se o aumento das dívidas é condizente com o aumento dos in-

vestimentos, dentre outras tendências que podem ser captadas da análise destas

demonstrações aparentemente estáticas.

Assim, mesmo que as informações obtidas da análise das informações contá-

beis não devam, em nenhum momento, serem as únicas informações determinantes

para a tomada de decisão, não deixam de cumprir seu papel como informações re-

levantes. Portanto, quando se trata das informações contábeis, o cuidado de filtrá-

los não se torna, em nenhum momento, menos necessário.

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No Brasil há recentes casos de demonstrações contábeis publicadas que não

demonstravam, de forma adequada, a real situação da empresa. Por se tratarem de

questões políticas, alheias à natureza econômica dos investimentos em valores, não

será abordado por este trabalho. Desta forma, recomenda-se o uso das técnicas ex-

plicitadas neste trabalho em companhias privadas que têm como fim maior o lucro,

apesar de sua aplicação ser útil também em sociedades de natureza pública ou mis-

ta que, além do lucro, visam atender interesses sociais ou, em muitos casos, inte-

resses políticos.

OBJETIVOS

Este trabalho tem por objetivo apresentar as análises das demonstrações fi-

nanceiras, tendo como foco principal os pequenos investidores individu-

ais, apresentando a análise de forma simples e mostrar sua aplicabilidade na hora

de tomar decisões a respeito de onde e como investir. Neste intuito o trabalho irá

abordar:

Detalhar as limitações da Análise de Demonstrações quando aplicadas a inves-

timentos;

Definir o conceito de Contabilidade, suas técnicas e princípios, apresentar o

conceito das Demonstrações Financeiras, bem como de Ativo, Passivo, Patri-

mônio Líquido, Receitas e Despesas;

Definir auditoria e a importância da mesma na confiabilidade das informações

contábeis;

Definir o conceito de análise vertical e horizontal;

Listar os principais indicadores, explicando suas interpretações;

Exemplificar as análises vertical e horizontal;

Utilizar a análise horizontal, vertical e indicadores em uma abordagem prática

da análise voltada a investimentos.

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JUSTIFICATIVA

O trabalho se dá em decorrência do grande medo das pessoas, com enfoque

especial nos brasileiros, de realizar investimentos no mercado de ações pelo desco-

nhecimento do mesmo e o enorme “medo de perder tudo”.

O estudo terá uma aplicabilidade prática no modo do brasileiro de ver os in-

vestimentos como uma forma de alcançar seus objetivos e, desta forma, se benefici-

ar de uma maneira mais eficaz de investimentos mais apropriados a seus planos

para a eventual concretização dos mesmos.

A quantidade de casos observados de brasileiros que fazem investimentos ru-

ins e, muitas vezes, até mesmo perdem dinheiro com compra e venda de imóveis ou

capital de pequenas empresas familiares e de amigos sem sequer cogitar investir

parte destes recursos em uma empresa de grande porte de capital aberto define

bem a realidade da cultura brasileira do desconhecimento do mercado de ações e

das possibilidades de investimento.

O desconhecimento de como funciona a bolsa de valores, de como funcionam

as demonstrações contábeis obrigatórias a toda empresa de capital aberto e de co-

mo analisá-las é uma parte predominante no pensamento destes pequenos investi-

dores que acabam perdendo estas oportunidades.

Partindo deste desconhecimento, não somente perdem os investidores, que

recebem um retorno cada vez menor por seus investimentos “seguros”, muitas vezes

extremamente corroídos pela inflação, mas também perdem as empresas de capital

aberto do país, que não conseguem arrecadar recursos em seu próprio território,

onde presumivelmente são melhores conhecidas, tornando-se desta forma cada vez

menos competitivas em comparação às grandes multinacionais estabelecidas em

países com culturas de investimento mais sólidas. Vale lembrar que estas empresas

brasileiras também têm dificuldades de arrecadar recursos de outros países, princi-

palmente naqueles em que há forte sentimento de patriotismo, onde se prefere fazer

investimentos em empresas locais.

Estes fatos contribuem para trazer o Brasil à triste realidade de apenas uma

minoria das empresas nacionais tendo seu capital aberto na bolsa, tornando o país

uma economia sustentada por empresas de pequeno e médio porte.

Assim, este estudo visa dar a estes pequenos investidores uma simples e po-

derosa ferramenta que os ajudará na análise destes investimentos de forma eficaz

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para, ao menos, diminuir este medo, demonstrar como reconhecer o histórico da

empresa ao longo do tempo através da análise horizontal e reconhecer as caracte-

rísticas dos investimentos feitos por estas empresas. Ao reconhecer e aplicar a aná-

lise o pequeno investidor pode desbravar novas fronteiras para seus investimentos,

utilizando-a de forma a minimizar seus riscos objetivando o maior retorno sobre seu

capital.

METODOLOGIA DE PESQUISA

Para atingir tais objetivos esta pesquisa utilizará a metodologia científica, sob

uma abordagem qualitativa. Este trabalho caracteriza-se como descritivo e expli-

cativo, tendo como procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica e documental.

Para isto, este trabalho, conceituado como monografia, fará uma revisão biblio-

gráfica de autores publicados acerca de definições e conceitos inerentes ao tema

abordado e analisará, apurando indicadores econômicos, informações publicadas

pela empresa de capital aberto escolhida através da análise de suas demonstra-

ções financeiras.

LIMITAÇÕES

Para os fins inerentes a esta pesquisa foram utilizados dados divulgados por

uma empresa de capital aberto, analisando os indicadores econômicos e tendências

apontadas por estes dados à luz das técnicas da análise. Desta forma, o estudo

considera estas demonstrações de forma isolada, não aplicando uma comparação

com outras empresas de mesmo segmento, além de desconsiderar quaisquer fato-

res alheios aos dados divulgados. Esta pesquisa também se aterá a aplicar a análise

apenas ao Balanço Patrimonial e à Demonstração de Resultado do Exercício, duas

das principais demonstrações contábeis publicadas pelas empresas de capital aber-

to.

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CAPÍTULO 1. CONTABILIDADE, TÉCNICAS, PRINCÍPIOS E DEMONSTRATI-

VOS.

1.1 DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE

Para o entendimento correto do trabalho faz-se necessário o conhecimento de

alguns conceitos intrínsecos a qualquer investidor que poderá vir a utilizar a análise

em suas tomadas de decisão. A análise tem por objeto as demonstrações contábeis.

Portanto, surge a questão primordial: o que é Contabilidade?

Segundo Sérgio Adriano de Souza, em seu livro Contabilidade geral 3D:

A Contabilidade é uma ciência enquadrada no ramo das ciências so-

ciais, assim como a Economia, a Administração, o Direito, a Sociolo-

gia e outras. Ela tem por objeto o patrimônio das entidades, e por ob-

jetivo o controle desse patrimônio, com a finalidade de fornecer in-

formações aos seus usuários (SOUZA, 2012, p.37).

Esta característica intrínseca da contabilidade de fornecer informações aos

usuários é de extrema relevância no âmbito desta pesquisa. Informação é, nos dias

atuais, uma das “mercadorias” mais valiosas do mundo. Com as informações corre-

tas e tempestivas, ou seja, no tempo correto, a pessoa pode ter um aliado inestimá-

vel na hora de tomar qualquer tipo de decisão. Obter informação útil e no momento

certo requer cada vez mais atenção em um mundo dinâmico, saturado de informa-

ções chegando de todos os lugares do mundo através da rede mundial de computa-

dores. Ter acesso a todas estas informações é ótimo para o investidor, porém, o ex-

cesso de informações pode ser prejudicial. É necessário filtrar estas informações de

forma que o investidor não seja influenciado por informações distorcidas, anacrôni-

cas ou até mesmo incorretas. Desta forma, a contabilidade, definida pelo citado au-

tor como uma ciência que tem por objetivo controlar o patrimônio das entidades é a

ferramenta ideal para se buscar informações mais seguras e concretas da saúde

financeira da empresa cujo investimento está sendo cogitado.

O autor Hilário Franco corrobora o conceito de Adriano definindo, em 2009, a

contabilidade da seguinte maneira:

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É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no pa-

trimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração 27 ex-

positiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informa-

ções sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resulta-

do econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRAN-

CO, 2009. p. 41)

Assim, além das já citadas funções da contabilidade, este autor explicita para

a contabilidade o papel implícito no conceito anterior de interpretar os fatos ocorridos

no patrimônio das entidades. Outro ponto importante citado por Franco é que, além

da contabilidade fornecer informações sobre a composição do patrimônio, também

trabalha sobre a variação do mesmo. O estudo desta variação é essencial para os

analistas, pois as empresas que captam recursos através de investimentos não são,

em momento nenhum, organizações estáticas. Elas mudam a todo momento e a ca-

da mudança é vital para o investidor fazer novas análises sobre as alterações ocor-

ridas. Portanto, o que hoje pode parecer um ótimo negócio, daqui a alguns anos po-

de ser um desperdício de recursos e, da mesma forma, há investimentos que hoje

podem parecer prejuízo certo mas que, com o passar do tempo, podem se tornar

minas de ouro. O estudo da variação faz com que o investidor passe a reconhecer

tendências e, quando bem aplicadas, podem fazer com que o mesmo vislumbre o-

portunidades através dos mais diversos cenários da economia brasileira e mundial.

Por último, para sedimentar o conceito de contabilidade e sua enorme impor-

tância para os investidores, Marion (2005) fala do objetivo da contabilidade da se-

guinte forma:

O objetivo principal da contabilidade, portanto, conforme a Estrutura

Conceitual Básica da Contabilidade é o de permitir a cada grupo

principal de usuários a avaliação da situação econômica e financeira

da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre

suas tendências futuras. A contabilidade mede os resultados das

empresas avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para

as tomadas de decisões (MARION, 2005, p.26).

É dispensável discorrer sobre o maravilhoso cenário que poderia ser vislum-

brado caso houvesse um método que poderia trazer informações futuras com 100%

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de precisão. Infelizmente, nem a contabilidade nem qualquer outra ciência é capaz

de tal feito. Porém, como explicitado por Marion, a contabilidade faz inferências so-

bre tendências futuras. É óbvio, como dito anteriormente, que não há possibilidade

de se fazer inferências com total precisão, principalmente ao se tratar de empresas

dinâmicas que competem em uma economia globalizada por sua posição e sobrevi-

vência, porém, através da observação de padrões e tendências é possível realizar

uma análise com uma boa margem de segurança, observando-se as limitações des-

te estudo, de quais cenários são mais prováveis de se concretizarem no futuro.

Após entender o conceito da contabilidade, é possível entender sua importân-

cia e a razão desta ser a ferramenta selecionada por investidores em suas tomadas

de decisão. Porém, resta saber como a contabilidade transforma os fatos ocorridos

na administração das empresas em dados e informações úteis para seus usuários.

Para isto, a contabilidade se utiliza de técnicas que buscam esta transformação e

evidenciação de forma fidedigna, além do reconhecimento de tendências. Estas téc-

nicas são descritas a seguir.

1.2 Técnicas da Contabilidade

As técnicas utilizadas pela contabilidade para atingir sua finalidade seguem uma

sequência lógica, quando se tem em mente seu objetivo principal de fornecer infor-

mações fidedignas e realizar prospecções e análises futuras. São elas:

1. Escrituração

2. Demonstrações Contábeis

3. Auditoria

4. Análise

A escrituração pode ser vista como o início da prática contábil. É o processo mais

“braçal” do fazer contábil e consiste em um conjunto de procedimentos técnicos sis-

tematizados, cuja finalidade é o registro ordenado, controle e demonstração das va-

riações ocorridas na administração da empresa durante o período de tempo escritu-

rado evidenciando assim sua posição em uma determinada data. Segundo Basso:

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A arte de registrar os fatos contábeis no livro diário é a técnica

denominada escrituração. É pela escrituração que os fatos contábeis,

particularizados em sua essência, são acumulados ordenadamente

para formar os diversos demonstrativos contábeis (Basso, 1996,

p.29).

Desta forma o autor, além de ratificar a definição citada anteriormente, demons-

tra a interdependência entre a técnica da escrituração e as demonstrações contá-

beis. As demonstrações podem ser vistas, portanto, como resultado da escrituração.

As demonstrações são as formas da contabilidade evidenciar os fatos escriturados.

Elas devem especificar sua natureza, a entidade a qual se referem e o período a-

brangido. Existem várias demonstrações contábeis que serão esmiuçadas em capí-

tulo posterior.

Após a confecção das demonstrações, faz-se necessária a auditoria. Esta nada

mais é do que um conjunto de procedimentos técnicos utilizados para verificar a a-

dequação das demonstrações escrituradas às normas legais e aos princípios da

contabilidade (tratados em capítulo posterior). Portanto, a auditoria consiste basica-

mente em uma verificação da correção dos dados escriturados e seu atendimento às

normas e princípios necessários para que as mesmas tenham um grau de confiabili-

dade aceitável, ratificado por um parecer do auditor.

Por fim, após todas estas técnicas, chega-se à análise propriamente dita. A aná-

lise, realizada por gestores, agentes do governo, agentes financeiros, investidores e

demais interessados nas demonstrações da entidade, decompõe elementos das

demonstrações e levanta dados, estudando a relação que estes possam ter com os

demais dados e elementos da demonstração visando conhecer a situação real da

entidade no momento atual e realizar prospecções futuras. Porém, como citado an-

teriormente, para que esta análise de tendências possa ser confiável, faz-se neces-

sário saber o quão confiável é a ferramenta utilizada para esta análise. É essencial

conhecer as normas que regem a contabilidade para compreendê-la e conseguir

retirar dela a melhor informação possível. A contabilidade, como ciência, está sujeita

a determinados princípios que devem ser seguidos pelos profissionais que a prati-

cam e evidenciam seu trabalho através das demonstrações contábeis que são ob-

servados pelo auditor antes da emissão do parecer. Estes princípios serão esmiuça-

dos a seguir:

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1.3 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

Para atingir seus objetivos, a contabilidade se baseia em princípios contábeis

em convergência com as normas internacionais de contabilidade, estando dispostos

na Resolução CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº 750/93 (com alterações

dadas pela Resolução CFC nº 1.282/10) que dispõe sobre os Princípios da Contabi-

lidade (PC). Os princípios são os seguintes:

1. Princípio da Continuidade;

2. Princípio da Oportunidade (Princípio da Universalidade);

3. Princípio do Registro pelo Valor Original;

4. Princípio da Competência;

5. Princípio da Entidade;

6. Princípio da Prudência.

De acordo com a Resolução CFC nº 750/93: “O Princípio da Continuidade

pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensu-

ração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta cir-

cunstância”. Ao observar este princípio a contabilidade, ao aplicar suas técnicas,

entende a entidade como uma organização em constante movimento e produção

contínua, presumivelmente por tempo indeterminado (salvo exceções).

Já o princípio da oportunidade é tratado pela Resolução CFC nº 750/93 da

seguinte forma: “O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração

e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e

tempestivas”. Este princípio, também conhecido como Princípio da Universalidade,

trata de duas características distintas, porém complementares entre si, que dão ca-

ráter fidedigno à informação gerada pela demonstração contábil. Este princípio trata

da integridade, ou seja, correção da totalidade dos fatos escriturados, além da tem-

pestividade, que consiste no tempo certo. É correto afirmar que, por mais que uma

informação seja correta e importante, caso seja obtida anacronicamente, perderá

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todo o seu valor. Assim, da mesma forma que não interessaria a um apostador obter

os números corretos da loteria um dia após o sorteio, não interessa ao investidor

obter informações desatualizadas acerca da empresa a ser investida. A observância

a este princípio é essencial para que a informação seja útil à tomada de decisão.

O Princípio do Registro pelo Valor Original trata da forma que o fato é escritu-

rado no momento em que ocorre. É natural que, pelas empresas atuarem em um

ambiente dinâmico, o valor de seus ativos e passivos se alterem com o passar do

tempo e todas estas alterações devem ser evidenciadas nas demonstrações, porém,

este princípio determina que, no momento em que ocorre o fato, este deve ser pri-

mariamente escriturado pelo seu valor original. A Resolução CFC nº 750/93 define

este princípio da seguinte forma: “O Princípio do Registro pelo Valor Original deter-

mina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos

valores originais das transações, expressos em moeda nacional”.

O Princípio da Competência é de suma importância para se entender as de-

monstrações contábeis, haja vista que estas, sendo tempestivas, registram os fatos

no momento em que ocorrem e não apenas no momento das transações financeiras.

Desta forma, a informação torna-se tempestiva e confiável. Assim, nota-se profunda

relação deste princípio com o já mencionado princípio da universalidade. Este prin-

cípio impede, por exemplo, que dívidas sejam mascaradas nas demonstrações con-

tábeis atuais sendo contabilizadas apenas no exercício seguinte ou que receitas se-

jam adiantadas devido a antecipações de recursos. Estes fatos exemplificados pode-

riam confundir o investidor na sua tomada de decisão e fazer com que a contabilida-

de perdesse seu grau de confiabilidade. Este princípio também é definido pela Reso-

lução CFC nº 750/93. “O Princípio da Competência determina que os efeitos das

transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,

independentemente do recebimento ou pagamento.

O princípio da entidade também é fundamental para a análise, pois caso este

princípio não estivesse presente nas demonstrações contábeis, estas seriam falhas,

pois o investidor não teria certeza se o investimento que ele está fazendo é baseado

no patrimônio da empresa ou no patrimônio dos sócios. Observando-se este princí-

pio, as demonstrações revelam ao público interessado os valores da entidade, ex-

purgado o valor relativo ao patrimônio individual dos sócios. Este princípio, assim

como os outros, é tratado pela Resolução CFC nº 750/93.

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O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto

da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da

diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimô-

nios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um

conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natu-

reza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência,

nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus

sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição (Resolu-

ção CFC nº 750/93).

A prudência é um princípio de grande valia para o investidor, pois ele deter-

mina que, em caso de incerteza, a prudência deve ser observada, impedindo que

empresas majorem ativos ou subestimem passivos sob o argumento da incerteza, o

que poderia, em determinadas situações, colocar em cheque a análise contábil. Este

regime caracteriza toda a natureza do fazer contábil, pois a contabilidade, ao traba-

lhar com a geração de informações tempestivas e fidedignas para tomadas de deci-

são deve contar com toda a prudência possível no momento da escrituração para

não levar seus usuários a tomadas de decisão incorretas. A Resolução CFC nº

750/93 a define:

O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de pre-

caução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em

certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas

não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam

subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de men-

suração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Resolução

CFC nº 750/93)

Portanto, sabendo que a contabilidade transmite em seus relatórios estes

princípios, parece puramente lógico utilizar uma ferramenta cuja finalidade seja for-

necer informações baseadas em princípios técnicos testados e aprovados para, jus-

tamente, obter informações e tomar decisões corretas de investimento. Para realizar

esta análise, o investidor deve possuir em suas mãos as demonstrações contábeis,

de publicação obrigatória a todas as empresas de capital aberto. Estas demonstra-

ções serão relacionadas a seguir:

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1.4 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A contabilidade, logo após registrar os fatos observando os princípios e nor-

mas pertinentes, realiza uma demonstração expositiva. Isto é reforçado pelo profes-

sor Eudimar Alves que enumera as funções da contabilidade da seguinte forma: Re-

gistro, controle e orientação. Assim, o professor define:

São funções da contabilidade: REGISTRO - Para que haja o controle

e a orientação, os fatos devem ser evidenciados por algum meio, e o

meio utilizado em Contabilidade é o registro daqueles fatos. O regis-

tro é efetuado segundo um método universalmente conhecido como

‘método das partidas dobradas (para cada débito, existe um crédito

de igual valor) (ALVES, 2002);

O método das partidas dobradas, citado pelo autor, trata-se de uma forma efi-

caz de controle que determina que toda aplicação deve ter uma origem e vice versa.

Desta forma, mantém-se o controle das questões patrimoniais primordiais: De onde

veio o recurso e pra onde ele foi? Seguindo este método, pode-se observar de forma

clara as respostas a estas questões.

O Controle do patrimônio oferecido pela contabilidade é uma forte ferramenta

administrativa, que auxilia nas tomadas de decisões. Esta informação é reforçada

pelo professor Alves (2002) que diz: “A função controle é de suma importância, haja

vista a necessidade da salvaguarda de ativos, principalmente em se tratando de en-

tidades comerciais, que estão em constante competição para conquista de merca-

do”.

O professor Alves também versa sobre a Orientação, tratando-a da seguinte

forma: “Através dos relatórios contábeis é comunicada a situação da entidade que,

utilizados adequadamente, servirão de parâmetros (orientação) para um criterioso e

adequado planejamento”. A exposição, ou comunicação como cita o autor, se dá

através das demonstrações financeiras (que também podem ser chamadas de de-

monstrações contábeis ou relatórios contábeis). De acordo com a Resolução do

Conselho Federal de Contabilidade 1185/2009, demonstrações contábeis são "uma

representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da

entidade". Eudimar Alves (2002) também define as demonstrações contábeis: "São

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os relatórios, organizados sinteticamente, onde se resumem as informações contá-

beis de forma metódica, atendendo cada um a uma finalidade específica."

Existem várias demonstrações financeiras, dentre elas algumas são atual-

mente obrigatórias às sociedades por ações, objeto de interesse deste estudo, de

acordo com a Lei 6.404, atualmente alterada pela Lei 11.638/2007, que são as se-

guintes:

Balanço Patrimonial;

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;

Demonstração de Resultado do Exercício; e

Demonstração dos Fluxos de Caixa; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de

2007)

Demonstração do Valor Adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

1.5 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil, de acordo com

José Carlos Marion:

É a principal demonstração contábil. Reflete a Posição Financeira em

determinado momento, normalmente no fim do ano de um período

prefixado. É como se tirássemos uma foto da empresa e víssemos

de uma só vez todos os bens, valores a receber e valores a pagar

em determinada data (MARION, 2005, p.42).

O Balanço exibe as informações financeiras através de contas, que são agru-

padas em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Sobre esta questão, Iudícibus define

que: “O Balanço Patrimonial se divide em duas colunas: a da esquerda contém o

Ativo; a da direita contém o Passivo e o Patrimônio Líquido”.

Esta divisão faz-se necessária para separar o que são bens e direitos do que

são obrigações. O ativo representa as aplicações que a entidade deu aos recursos

captados. Já o passivo retrata os recursos originados de terceiros alheios à entidade

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que foram captados para aplicação em ativos ou pagamento de despesas. O patri-

mônio líquido também representa obrigações da entidade por recursos originados,

porém, estes recursos são provenientes de sócios da entidade e, para melhor con-

trole e visualização, é separado do passivo. Corroborando com as definições apre-

sentadas, Marion (2005), trata desta divisão, versando na separação do ativo, passi-

vo e patrimônio líquido da seguinte forma:

No Ativo os bens e direitos que possam ser mensuráveis monetaria-

mente, e que possam representar benefícios presentes ou futuros.

No Passivo as obrigações que serão exigidas por terceiros, comple-

mentadas pelos recursos investidos pelos donos deste patrimônio, ou

acumulados pelo processo de gestão deste patrimônio, sendo estes

recursos denominados de Patrimônio Líquido (MARION, 2005, p.49).

Portanto, o balanço patrimonial representa o total de patrimônio da entidade.

Porém, este balanço está em constante mutação relacionada à dinâmica da organi-

zação que, para seu funcionamento, gera receitas e despesas que alteram os dados

constantes no balanço patrimonial. Estas receitas e despesas são evidenciadas no

fazer contábil pela Demonstração de Resultado do Exercício, retratada a seguir.

1.6 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Além destas contas, chamadas de Contas Patrimoniais, há as Contas

de Receitas e Despesas. Estas contas de Receita e Despesa são também conheci-

das como Contas de Resultado e são evidenciadas em uma demonstração obrigató-

ria própria, chamada de Demonstração de Resultado do Exercício (DRE).

Segundo IUDICIBUS (1979), entende-se por receita:

A entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou di-

reitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de merca-

dorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também

pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de ou-

tros ganhos eventuais. Às vezes, a Receita ocorre em função da re-

dução de um passivo. A obtenção de uma Receita resulta, pois, num

aumento de Patrimônio Líquido (IUDICIBUS, 1979, p.73).

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Ainda de acordo com Iudícibus (1979), lê-se também a definição de Despe-

sas: "Entende-se por Despesa o consumo de bens ou serviços, que, direta ou indire-

tamente, ajuda a produzir uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passi-

vo, uma Despesa é realizada com a finalidade de se obter uma Receita".

Do confronto destas duas contas (Receitas x Despesas), obtém-se o Resulta-

do, que nada mais é do que a diferença do somatório das receitas deduzindo-se as

despesas. Este confronto é evidenciado na Demonstração de Resultado do Exercí-

cio onde, após o confronto de todas as receitas e todas as despesas da entidade,

o resultado é transferido para a conta de Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial,

aumentando-o em caso de resultado positivo ou lucro (Receitas maiores que despe-

sas) ou diminuindo-o em caso de resultado negativo ou prejuízo (Despesas maiores

que receitas).

Novamente, Iudícibus (1979), fornece uma definição clara e sucinta do que é

chamado Resultado, indo ainda mais além e explicando também o conceito de Lucro

e Prejuízo:

Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o Resul-

tado do período contábil será positivo, denominado de lucro, aumen-

tando o Patrimônio Líquido. Se as despesas forem maiores que as

receitas, este fato ocasiona um prejuízo que diminuirá o Patrimônio

Líquido (IUDICIBUS, 1979, p.79).

Portanto, percebe-se que a Demonstração de Resultado do Exercício está in-

trinsecamente ligada ao Balanço Patrimonial. O resultado do exercício é transferido

para o patrimônio líquido do balanço patrimonial da entidade aumentando-o ou dimi-

nuindo-o, dependendo dos resultados gerados pela empresa. A empresa cujo histó-

rico seja de lucros tende a ter aumentadas suas contas de lucro no patrimônio líqui-

do ao longo do tempo, enquanto as que amargam um período sequencial de prejuí-

zos constantes tendem a ter estas mesmas contas diminuídas ao longo do tempo. A

ligação entre a Demonstração de Resultado e o balanço é não somente importante,

como essencial. Uma complementa a outra e estariam incompletas e seriam, portan-

to, irrelevantes, desacompanhadas.

Este raciocínio é exposto por Tavares (2012):

Demonstração do resultado do exercício (DRE) é um relatório contá-

bil elaborado em conjunto com o balanço patrimonial, que descreve

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as operações realizadas pela empresa em um determinado período.

[...] Nota-se, assim, que a DRE é elaborada ao mesmo tempo em

que se define o balanço patrimonial e que não é possível conceber

este relatório dissociado deste outro instrumento contábil (TAVARES,

2012).

As contas presentes na DRE variam de empresa para empresa, porém, sua

estrutura deve seguir uma ordem lógica, que segue:

Receita Operacional Bruta

(-) Deduções da Receita Bruta

= Receita Líquida

(-) Custos das Vendas

= Resultado Operacional Bruto

(-) Despesas Operacionais

(+/-) Receitas/Despesas Financeiras

(+/-) Outras Receitas e Despesas

= Lucro Operacional

(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

= Lucro Líquido antes das Participações

(-) Participações

(=) Lucro Líquido

Desta forma, através destas duas demonstrações, a contabilidade controla o

patrimônio e o resultado das entidades. Porém, já que a contabilidade observa, co-

mo citado anteriormente, o regime de competência, será que é irrelevante a entrada

e saída de recursos propriamente dita? Desnecessário dizer que irrelevante, com

toda a certeza, não é. Para demonstrar as entradas e saídas de recursos é utilizada

uma outra demonstração contábil, chamada de Demonstração de Fluxo de Caixa.

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1.7 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) evidencia as entradas e saídas de di-

nheiro na entidade. Conforme demonstrado anteriormente, a contabilidade, em res-

peito ao Princípio Contábil da Competência, reconhece os fatos ocorridos na entida-

de independente da entrada ou saída dos recursos financeiros. Desta forma, por e-

xemplo, uma venda a prazo é reconhecida como receita integralmente no momento

em que ocorre e o valor, ainda não recebido, fica registrado em uma conta de ativo a

receber. Porém, em determinadas situações, é importante saber o quanto de recur-

sos a entidade de fato recebeu (ou gastou) no exercício examinado. Para este fim,

utiliza-se a Demonstração de Fluxo de Caixa.

O autor Assaf Neto e Silva (1997, p.35) trata do fluxo de caixa da seguinte

maneira: “[…] o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas

(desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado

intervalo de tempo”.

Para Ribeiro (2005, p.400), a Demonstração de Fluxo de Caixa é “uma de-

monstração contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em determi-

nado período e que provocaram modificações no saldo da conta Caixa”.

Blatt (2001, p.124) simplifica o entendimento desta demonstração: "Além do

mais, definição mais precisa de fluxo de caixa é aquela que consiste no total de re-

cebimentos em caixa menos o total de pagamentos em caixa durante um período do

relatório financeiro".

Iudícibus, Marion e Faria (2009, p.186) tratam da importância da análise da

DFC junto à demonstração de resultado em relação ao resultado e o Caixa: “A análi-

se conjunta da DFC e da Demonstração de Resultado pode esclarecer situações

controvertidas sobre o porquê de a empresa ter um lucro considerável e estar com o

Caixa baixo, não conseguindo liquidar todos os seus compromissos”.

Esta demonstração se tornou obrigatória por força da Lei 11.638/2007 e deve

ser elaborada observando-se o disposto no CPC (Comitê de Pronunciamentos Con-

tábeis) 03, aprovado pela Deliberação CVM 547/2008. Esta demonstração é dividida

em três segmentos, a seguir:

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I - Atividades Operacionais;

II - Atividades de Investimento;

III - Atividades de Financiamento.

Para o correto entendimento desta demonstração, é importante se ater a al-

guns conceitos definidos pelo CPC 03:

Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários dis-

poníveis. Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto

prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em mon-

tante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante ris-

co de mudança de valor.

Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de

caixa.

Tendo estes conceitos de caixa e o que são equivalentes de caixa têm-se

uma ideia da importância desta demonstração, afinal, ela trata especificamente dos

recursos certos da entidade, como bancos e dinheiro em espécie, além de aplica-

ções de liquidez imediata. Estes recursos são da empresa, independentemente de

qualquer ação realizada pela mesma, diferentemente dos estoques que ainda preci-

sam ser vendidos e recebidos ou das contas a receber, que ainda dependem de re-

cebimento, por exemplo. Este fluxo de caixa é contínuo em qualquer entidade em

operação, pois a todo momento a entidade faz pagamentos de contas, de fornecedo-

res e diversas outras obrigações, da mesma forma que esta mesma entidade tam-

bém recebe receitas que teve com venda de produtos ou prestações de serviços.

Este fluxo contínuo deve ser evidenciado pela contabilidade para tornar a informa-

ção completa aos usuários que a utilizarão para a tomada de decisão. Após explicar

o conceito de Caixa, equivalentes de caixa e Fluxo de Caixa, o CPC 03 explica tam-

bém as atividades que devem ser evidenciadas pela Demonstração de Fluxo de

Caixa e a divisão dos valores constantes nesta demonstração:

Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de re-

ceita da entidade e outras atividades que não são de investimento e

tampouco de financiamento.

Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda

de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos

equivalentes de caixa.

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Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças

no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de tercei-

ros da entidade. (CPC 03)

Conforme disposto no CPC acima, a Demonstração de Fluxo de Caixa é divi-

dida em três tipos diferentes de atividade. As atividades operacionais correspondem

às entradas e saídas inerentes às principais atividades da empresa, à sua razão de

existir. No caso de uma empresa comercial, por exemplo, entrariam como atividades

operacionais todas as receitas de vendas, bem como sairia deste fluxo as compras

de mercadorias. A atividade de investimento comporta a aquisição de bens duráveis,

reformas, aplicações de longo prazo, dentre outras. Seguindo o exemplo da empre-

sa comercial, seriam demonstrados na atividade de investimento a expansão da loja,

por exemplo. A atividade de financiamento consiste em captação de recursos. Esta

captação pode se dar com terceiros alheios à entidade ou com os próprios sócios.

Ainda utilizando a entidade comercial a título de exemplificação, seriam demonstra-

dos na atividade de financiamento recursos obtidos com empréstimos, financiamen-

tos e emissão de ações e saídas para quitação destas dívidas ou distribuição de lu-

cros, por exemplo. O fluxo de caixa possui vários objetivos, dentre eles controlar a

falta ou excesso de recursos.

Para Matarazzo a DFC tem os seguintes objetivos:

Avaliar alternativas de investimentos. Avaliar e controlar ao longo do

tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa; […]

Avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicio-

nando-a para que não chegue a situações de liquidez; Certificar que

os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente apli-

cados (MATARAZZO, 2010, p.234).

Portanto, entende-se que, apesar de haver a necessidade da empresa na

qual se pretende investir tenha um montante disponível em Caixa e equivalentes de

Caixa, é perigoso que este montante ultrapasse em demasia o limite para cumprir

suas obrigações imediatas, já que com isto, há um desperdício de recursos que po-

deriam ser aplicados em outros setores mais produtivos. Pode parecer estranho

considerar o excesso de caixa como algo negativo, porém, pode ser compreendido

facilmente ao se entender a natureza da entidade de buscar lucros. Recursos para-

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dos em caixa não estão gerando retorno e isto é um problema sério para a entidade.

A mesma, ao verificar na Demonstração de Fluxo de Caixa excesso de recursos po-

de considerar realizar investimentos financeiros, investir em estoques ou até mesmo

aumentar sua estrutura, caso verifique que haja esta possibilidade, por exemplo.

Os autores Iudícibus, Marion e Faria em sua obra fazem a seguinte descrição

desta demonstração, corroborando o que foi dito acima:

A DFC propicia a elaboração de um melhor planejamento financeiro,

de forma que não ocorra excesso de Caixa, mas que se mantenha o

montante necessário para fazer face aos compromissos imediatos.

Também permite descobrir o momento de quando buscar emprésti-

mos para cobrir a insuficiência de fundos, bem como quando aplicar

no mercado financeiro o excesso de recursos (IUDÍCIBUS, MARION

e FARIA, 2009, p.187).

Portanto, a Demonstração de Fluxo de Caixa é uma importante ferramenta

administrativa e importante também para o investidor. Até o momento foram vistas

demonstrações utilizadas que retratam a parte unicamente econômica das empre-

sas. Porém, atualmente, cresce a percepção de que uma empresa é muito mais do

que uma sociedade que visa lucro. Isto não significa que a empresa deixou de visar

o lucro mas, além da lucratividade, a empresa também é vista como um ente social.

A riqueza gerada por uma empresa é distribuída entre vários setores da sociedade,

como funcionários, governo e, também, os sócios e acionistas. A contabilidade tam-

bém abrange esta distribuição de recursos com a Demonstração de Valor Adiciona-

do.

1.8 DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO

A Demonstração de Valor Adicionado (DVA) atende ao entendimento moder-

no de que a empresa, além de um agente econômico gerador de bens e serviços é

também um ente social, não podendo desta forma visar apenas o lucro, mas tam-

bém focar nas suas atribuições e responsabilidades sociais. Assim, esta demonstra-

ção tem por fim prestar contas à sociedade dos recursos gerados e a forma como

foram aplicados pela empresa. Esta Demonstração faz parte do chamado Balanço

Social, definido por Tinoco (2001, p.14) como: "[...] um instrumento de gestão e de

informação que visa evidenciar, da forma mais transparente possível, informações

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econômicas e sociais, do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuá-

rios, entre estes os funcionários”.

Santos (2007) define a DVA:

A Demonstração do Valor Adicionado – DVA, componente importan-

tíssimo do Balanço Social, deve ser entendida como a forma mais

competente criada pela Contabilidade para auxiliar na medição e

demonstração da capacidade de geração, bem como de distribuição,

da riqueza de uma entidade (Santos, 2007, p. 39).

Assim, conhecendo estas principais demonstrações contábeis o pretenso in-

vestidor percebe a utilidade que tem a informação gerada pela contabilidade. Mas

estas informações, será que são confiáveis? Como visto anteriormente, nas técnicas

utilizadas pela contabilidade, começa-se com a escrituração e dela são geradas as

demonstrações. Após a conclusão das demonstrações das empresas de capital a-

berto, antes de serem submetidas à análise dos investidores, devem ser auditadas

por um profissional externo à entidade para a validação das informações nelas cons-

tantes. A esta etapa da contabilidade é atribuída o nome de auditoria.

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CAPÍTULO 2. AUDITORIA

2.1 SURGIMENTO E CONCEITO

Tendo os conhecimentos anteriormente citados e posteriormente esmiuçados

o pequeno investidor terá uma base sólida de conhecimento para auxiliar na tomada

de decisões. Porém, é natural que surja uma dúvida clara na mente de alguém que

está disposto a investir seus recursos em uma empresa de capital aberto: Mesmo

conhecendo as técnicas que analisam demonstrações financeiras e conhecendo as

demonstrações em si, como saber se as informações publicadas estão corretas?

Afinal, é irrelevante a análise correta das informações erradas. Esta pergunta, duran-

te o surgimento da globalização e revolução industrial, se tornou bastante recorren-

te. As empresas começaram a competir internacionalmente, ocasionando um au-

mento excepcional da concorrência, havendo então uma necessidade cada vez mai-

or de captação de recursos. A procura de investidores levou as empresas a se preo-

cuparem com esta questão, procurando então uma auditoria para as suas demons-

trações.

Almeida trata deste assunto da auditoria e a revolução industrial:

Com a expansão do mercado e o acirramento da concorrência, hou-

ve a necessidade de a empresa ampliar suas instalações fabris e

administrativas, investir no desenvolvimento tecnológico e aprimorar

os controles e procedimentos internos em geral, principalmente vi-

sando à redução de custos e, portanto, tornando mais competitivos

seus produtos e serviços do mercado. (ALMEIDA, 2010, p. 01).

Nota-se, desta forma, que o surgimento da auditoria está intrinsecamente li-

gado aos investidores, apesar de ser utilizada também pelos gestores.

Etimologicamente, tem-se auditoria originada do Latim audire (ouvir). De for-

ma ampla, pode definir-se auditoria como o processo de confrontação entre uma

situação encontrada e um determinado critério. Assim, Attie aborda o tema da audi-

toria e sua relevância para os investidores e proprietários de empresas:

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O surgimento da auditoria está ancorado na necessidade de confir-

mação por parte dos investidores e proprietários quanto à realidade

econômicofinanceira espalhada no patrimônio das empresas investi-

das e, principalmente, em virtude do aparecimento de grandes em-

presas multigeograficamente distribuídas e, simultâneo ao desenvol-

vimento econômico que propiciou participação acionária na formação

do capital de muitas empresas. (ATTIE, 2010, p. 27).

O Instituto Brasileiro de Contabilidade (IBRACON, 1988) fala do objetivo da

auditoria das demonstrações contábeis da seguinte forma: “O objetivo de uma audi-

toria [...] é habilitar o auditor a expressar uma opinião sobre se as demonstrações

que foram preparadas, em todos seus aspectos relevantes, de acordo com uma es-

trutura conceitual identificada para relatórios contábeis”. Ou seja, a auditoria analisa

as demonstrações elaboradas e as compara com determinados padrões, verificando

se foram obedecidas as normas e procedimentos corretos, se as demonstrações

retratam a realidade da empresa e, por fim, dando um parecer sobre as mesmas.

2.2 LEI REGULAMENTADORA, AUDITORIA INTERNA E EXTERNA

Mais do que necessária para gerar maior confiança às demonstrações contá-

beis geradas pelas entidades, a Lei nº 11.638, de 2007, em seu Art. 3º trata da obri-

gatoriedade da auditoria da seguinte forma:

Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituí-

das sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei nº

6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração

de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria inde-

pendente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.

Desta forma, ficam obrigadas à auditoria independente as empresas de gran-

de porte, mesmo que não tenham ações em bolsas de valores. Além disso, a lei re-

trata a obrigatoriedade desta auditoria por um auditor registrado na Comissão de

Valores Mobiliários (CVM). O profissional auditor, ao fazer seu trabalho e fornecer

seu parecer acerca das demonstrações, está também comprometido com aquelas

informações. Caso posteriormente seja verificado alguma irregularidade será preju-

dicial à imagem do auditor. Desta forma, a auditoria tem uma importante e essencial

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função no combate a fraudes em demonstrações financeiras. É mais uma forma de

garantir a confiabilidade das demonstrações financeiras. Este auditor independente

tem a função de dar credibilidade às informações. A CVM, em seu sítio virtual, tra-

ta do auditor independente da seguinte forma:

O Auditor Independente exerce papel fundamental para assegurar

credibilidade às informações financeiras de determinada entidade, ao

opinar se as demonstrações contábeis preparadas pela sua adminis-

tração representam, em todos os aspectos relevantes, sua posição

patrimonial e financeira. A atividade de auditoria externa é essencial

para a proteção dos usuários das demonstrações contábeis, contri-

buindo para o funcionamento do mercado de valores mobiliários, à

medida que colabora para o fortalecimento da confiança nas relações

entre as entidades auditadas e os usuários daquelas demonstrações.

Portanto, o auditor independente tem seu enfoque primordial no sentido de

maximizar o grau de confiança nas demonstrações financeiras para seus diversos

usuários, incluindo-se os investidores. Este objetivo é possível mediante a emissão

de opinião pelo auditor externo sobre a conformidade entre as demonstrações con-

tábeis e uma estrutura de relatório financeiro aplicável através de um parecer.

Desta forma, o investidor tem como base para suas decisões, informações

obrigatoriamente verificadas por profissionais competentes e gabaritados para o e-

xercício da verificação e seus pareceres acerca das mesmas. Com este parecer as-

segurando a confiabilidade das informações geradas, o investidor pode começar a

análise das demonstrações.

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CAPÍTULO 3. TÉCNICA DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3.1 DEFINIÇÃO DE ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

Com estes conhecimentos o pequeno investidor já começa a entender as in-

formações obrigatoriamente publicadas pelas empresas de capital aberto. Desta

forma, começa-se a reduzir o medo do investimento em algo desconhecido. Por e-

xemplo, torna-se muito mais fácil investir em uma empresa sabendo-se que ela tem

um histórico de lucros nos últimos anos. Porém, esta interpretação é muito primordial

e será aprimorada com o uso de técnicas de análise mais específicas.

O dicionário online Michaelis determina várias definições de análise, dentre

elas

[...] 1 Decomposição ou separação de um todo, quer seja uma subs-

tância material, quer seja um produto do pensamento, em seus ele-

mentos constituintes. 2 Exame ou estudo da natureza de uma coisa

complexa ou determinação de suas feições essenciais, por esse mé-

todo. (Michaelis).

Pode-se definir a Análise de diversas formas. Por exemplo, para Iudicibus

(1988, p.20) análise é: “a arte de saber extrair relações fiéis, para o objetivo econô-

mico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas exten-

sões e detalhamentos, se for o caso”. Para Lopes de Sá (1991, p.16) “Análise con-

tábil é um estudo das partes dos demonstrativos para conhecer-se uma situação ou

diversas situações de uma empresa".

Desta forma, pode-se inferir que os objetivos da análise é o de diagnosticar a

real situação econômica e financeira da empresa, utilizando os diversos relatórios

gerados pela contabilidade, relacionando-as à necessidade do analista. Ela observa

e confronta os dados fornecidos pelas demonstrações a fim de extrair delas informa-

ções quantitativas e qualitativas para a tomada de decisão.

A análise pode ser utilizada por diversos usuários das informações contábeis.

Alguns indicadores são frequentemente utilizados por gerentes de banco ou forne-

cedores ao receberem solicitações de empréstimos ou compras a prazo de empre-

sas clientes. Também é utilizada por gestores e administradores que as utilizam, em

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conjunto com outros fatores, para a tomada de decisões na forma de gerir a empre-

sa. Os usuários das informações contábeis não são restritos apenas a administrado-

res, fornecedores e agentes financeiros, mas alguns funcionários, ao serem contra-

tados por grandes empresas, fazem uma análise de suas demonstrações para as-

segurar-se de que está investindo seu tempo e trabalho em um ambiente que lhe

proporcione retorno futuro. Além destes, o investidor também pode se beneficiar

desta técnica, utilizando-a para verificar a saúde financeira da empresa, o grau de

rentabilidade e retorno do investimento por ele realizado ou a realizar, além de di-

versos outros fatores importantes à sua tomada de decisão.

A análise tem por objeto de estudo as demonstrações contábeis. Isto se justi-

fica na eficiência e eficácia da contabilidade para o controle das informações. Este

raciocínio é corroborado por Crepaldi, que diz:

A contabilidade é um dos principais sistemas de controle e informa-

ção das empresas. Com a análise do balanço patrimonial e da de-

monstração do resultado do exercício é possível verificar a situação

da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como: análises de

estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios

e de terceiros, os bancos, as financeiras, aos clientes, etc (CRE-

PALDI, 1995, p. 24).

Desta forma, pode-se prosseguir à definição de Análise das Demonstrações

Financeiras. A análise é uma técnica que propõe a segregação, comparação e inter-

pretação das demonstrações contábeis, com a finalidade básica de extrair informa-

ções cada vez mais precisas para uma verificação da situação econômico-financeira

da empresa em um determinado momento. Com a informação extraída, faz-se uma

comparação, não só com outras empresas da mesma área, como também com a

própria empresa ao longo do tempo. Na análise, tais informações são extraídas atra-

vés de índices ou indicadores. Estes indicadores são comparados dentro do grupo

em que se encontram as contas, o que se chama de Análise Vertical, ou com os

mesmos indicadores ao longo do tempo, denominando-se Análise Horizontal.

O consultor Afonso Tobias, em seu artigo “Como elaborar e interpretar uma

análise vertical e horizontal das demonstrações financeiras” trata do conceito da

análise vertical:

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A análise vertical, considerado um dos principais instrumentos de

análise de estrutura patrimonial, consiste na determinação dos per-

centuais de cada conta ou cada grupo de contas do balanço patrimo-

nial, em relação ao valor total do Ativo ou Passivo. Do mesmo modo

a análise vertical determina a proporcionalidade das contas do de-

monstrativo de resultado em relação à Receita Líquida de Vendas,

considerado como sua base (TOBIAS).

Assim, entende-se a análise vertical como uma forma de determinar a partici-

pação de cada conta do balanço patrimonial com relação ao todo do grupo ao que

pertence e as contas de resultado, em relação à receita líquida. Estas informações

são relevantes ao investidor, pois pode-se obter desta análise a composição dos

investimentos da entidade, sabendo quais as prioridades de investimento da empre-

sa para os recursos captados dos investidores, terceiros ou da própria atividade da

empresa. Além disso, é possível ter uma noção da composição da dívida da empre-

sa, podendo-se avaliar com maior sobriedade a qualidade do investimento. A análise

vertical da composição da demonstração de resultado do exercício explicita, com

maior clareza, quais despesas possuem a maior e a menor participação no resultado

da empresa, evidenciando ao investidor quais fatores externos podem influenciar

com maior severidade os resultados da empresa. Por exemplo, caso a maior parte

das despesas de uma empresa seja sua folha de pagamento, aumentos recentes

nas obrigações trabalhistas terão um maior impacto nos resultado, em comparação

com empresas que possuam uma despesa de salários menor.

Adiante, no mesmo artigo, o consultor fala da definição de Análise Horizontal:

A Análise Horizontal é uma técnica que parte da comparação do va-

lor de cada item do demonstrativo, em cada período, com o valor cor-

respondente em um determinado período anterior, considerado como

base. Essa análise tem como objetivo mostrar a evolução de cada

conta (ou grupo de contas), quando considerada de forma isolada.

Complementa a Análise Vertical, que nos informa o aumento ou di-

minuição da proporção de uma determinada despesa em relação a

um determinado total, mas não nos diz se essa variação foi derivada

do aumento ou da diminuição do valor absoluto da verba considerada

(TOBIAS).

Assim, a Análise Horizontal demonstra a evolução das contas, em compara-

ção com elas mesmas, ao decorrer do tempo. As análises Horizontal e Vertical estão

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intrinsecamente ligadas uma a outra. Elas não podem ser vistas como um estudo

independente, sob o risco quase certo de uma conclusão equivocada e decisões

infrutíferas.

A Análise Horizontal é dividida em Análise Horizontal Encadeada e Análise

Horizontal Anual. A Encadeada (que será utilizada na prática deste trabalho) consis-

te em utilizar um ano base de referência e efetuar as comparações dos anos poste-

riores. Já a Análise Horizontal Anual consiste em utilizar como referência sempre o

ano imediatamente anterior ao analisado como base. Desta forma, ao efetuar a aná-

lise, por exemplo, dos anos 2011, 2012 e 2013 pela análise encadeada têm-se a

comparação do ano de 2012 com 2011 e 2013 com 2011. Já pela análise anual a

comparação seria 2012 com 2011 e 2013 com 2012.

Além das análises horizontal e vertical, o investidor deve também se atentar a

certos aspectos das demonstrações que são importantes para a tomada de decisão.

Para auxiliar os usuários, a análise fornece uma ferramenta chamada de indicador,

que demonstra de forma mais prática a relação entre determinadas contas (ou gru-

pos de contas) da demonstração. Porém, antes de aplicar esta ferramenta, devido à

necessidade específica da análise, fazem-se necessários alguns ajustes e reclassifi-

cações.

3.2 RECLASSIFICAÇÕES E AJUSTES

Antes de inicializar a aplicação da análise como ferramenta para tomada de

decisão é importante atentar para alguns ajustes e reclassificações importantes para

se obter maior fidedignidade nas informações. Porém, antes de se efetuar ajustes

nas demonstrações, é recomendado que se verifique a relevância destes valores a

serem ajustados, já que em alguns casos o impacto causado será ínfimo para a aná-

lise, podendo ser até mesmo desconsiderado. Estas reclassificações e ajustes vari-

am, de acordo com o tipo de empresa a ser analisada e as contas presentes em sua

estrutura patrimonial, porém, alguns deles são bastante comuns, como:

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1. Duplicatas Descontadas: Estas duplicatas, apesar de serem represen-

tadas como uma redutora do ativo circulante, têm uma característica de

obrigação financeira, portanto, para fins de análise, habitualmente faz-

se a reclassificação para o Passivo Circulante. Importante ressaltar que

o CPC 38 já alterou a correta forma de escrituração desta conta para o

passivo circulante;

2. Despesas do Exercício Seguinte: Esta conta representa valores de

despesas antecipadas em um exercício que afetarão os próximos re-

sultados. Para fins de análise, o saldo desta conta é deduzido do Pa-

trimônio Líquido;

3. Resultados de Exercícios Futuros: nos casos em que, efetivamente,

representam recursos próprios da empresa, faz-se o ajuste incorporan-

do seu saldo ao Patrimônio Líquido. Caso sejam passivos exigíveis,

devem ser mantidos no Passivo;

4. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa: Esta conta reduz o a-

tivo e representa uma provisão com base em uma estimativa de não

pagamento de seus clientes. Na análise, seu saldo deve ser incorpora-

do ao Patrimônio Líquido;

5. Ativo Diferido: esta conta foi restringida pela Lei nº 11.638/2007, tendo

seus saldos reclassificados em 01/01/2008 e foi posteriormente extinta

pela Lei 11.941/2009. Desta forma é irrelevante, atualmente, para a

análise.

Após os ajustes, as demonstrações estão prontas para a aplicação dos indi-

cadores. Para utilizar a ferramenta da análise é essencial que se tenha conhecimen-

to dos indicadores e suas interpretações. Em um primeiro momento, pode-se imagi-

nar que seja uma tarefa complexa, porém, com um conhecimento básico da estrutu-

ra patrimonial abordada anteriormente, torna-se um processo bastante lógico. Para

os objetivos deste trabalho, serão analisados alguns dos principais indicadores dire-

tamente aplicáveis à análise econômica e financeira de empresas com enfoque no

retorno para seus potenciais investidores/acionistas.

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CAPÍTULO 4. INDICADORES E SUAS INTERPRETAÇÕES

4.1 FUNÇÃO DOS INDICADORES

Os indicadores têm como principal função relacionar as contas presentes nas

demonstrações contábeis de forma a extrair informações mais específicas aos usuá-

rios da informação contábil.

Os principais indicadores (também chamados de coeficientes) necessários

para a análise de um possível investimento são os de Liquidez, Endividamento, Lu-

cratividade, Rentabilidade e Rotatividade. Estes serão apresentados a seguir, bem

como suas interpretações e a fórmula utilizada para obtê-los.

4.2 INDICADORES DE LIQUIDEZ

Os indicadores de liquidez visam, de forma geral, evidenciar a capacidade da

empresa de honrar seus compromissos. Uma entidade com capacidade para pagar

suas dívidas tem maior chance de atrair investidores, pois este é um índice que é,

indubitavelmente, avaliado pelos mesmos. De forma geral, para que o grau de liqui-

dez tenha um resultado favorável, este deve ser maior que 1 e quanto maior, melhor,

indicando que a empresa possui ativos suficientes para liquidar suas obrigações. Os

índices de liquidez são:

Liquidez Geral: este índice faz o confronto de todos os bens e direitos

da entidade contra todas as suas obrigações com terceiros, de longo e

curto prazo. Desta forma, ficam excluídas as contas de Investimentos,

Imobilizado e Intangível. Assim, sua fórmula se dá da seguinte forma:

Liquidez Corrente: o índice de liquidez corrente busca confrontar os

bens, direitos e obrigações da entidade no curto prazo. Faz-se neces-

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sário, portanto, desconsiderar obrigações e ativos de longo prazo. As-

sim, sua fórmula é:

Um resultado maior que 1 mostra que a empresa não só tem recursos

totais para quitar suas obrigações, como também os têm para quitá-las

no curto prazo, não correndo assim o risco de ter que tomar emprésti-

mos enquanto aguarda realizações de operações futuras.

Liquidez Seca: a Liquidez Seca se assemelha à Liquidez Corrente, po-

rém, de forma mais prudente, ela exclui do cálculo os estoques. Esto-

ques são ativos que têm como característica uma realização duvidosa,

ou seja, podem ser vendidos no curto prazo, ou não. Porém, indepen-

dente da realização dos estoques, o passivo circulante possui um cará-

ter certo, devendo ser liquidado na data acordada. Então, por prudên-

cia, este indicador exclui os estoques do seu cálculo, tomando a se-

guinte fórmula:

Este indicador é, normalmente, visto como um coadjuvante para se ter

uma visão mais realista da situação da empresa.

Liquidez Imediata: enquanto a Liquidez Seca é vista como prudente, a

Liquidez Imediata tem caráter extremamente conservador. Trata, basi-

camente, da quantidade de dinheiro que a empresa possui para quitar

todas as suas obrigações de curto prazo. A fórmula para seu cálculo é:

Com estes indicadores é possível ter uma visão um pouco mais clara dos re-

cursos que a entidade possui e de suas dívidas. As dívidas, apesar de estarem ge-

ralmente associadas a algo ruim, porém, são essenciais para o funcionamento das

empresas. Assim sendo, não basta apenas verificar se uma empresa está, ou não,

endividada, mas também a qualidade destas dívidas. Para isto, existem os Indicado-

res de Endividamento.

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4.3 INDICADORES DE COMPOSIÇÃO/ENDIVIDAMENTO

Os índices de endividamento mostram, de forma percentual, a origem das dí-

vidas tomadas pela empresa. Estes indicadores fazem a distinção entre dívidas da

empresa com seus sócios/acionistas e com terceiros. De maneira geral, quanto me-

nor forem estes índices, melhor para a entidade, podendo indicar que ela está con-

seguindo se manter com o mínimo de capital de terceiros ou que suas dívidas de

longo prazo superam as de curto prazo. Assim, os indicadores de endividamento

são:

Participação do Capital de Terceiros: mostra a relação entre a quan-

tidade de capital de terceiros com a quantidade de capital próprio in-

vestido, representado pela seguinte fórmula:

Grau de Endividamento: relaciona o total dos recursos de terceiros

com o total de recursos da entidade. Sua fórmula é:

Imobilização de Capital Próprio: Demonstra o quanto do capital pró-

prio está sento utilizado no ativo imobilizado. O ativo imobilizado, como

dito anteriormente, trata de recursos que não se pretende realizar, são

utilizados pela entidade em sua atividade. Portanto, quanto menor par-

te destes recursos forem financiados com capital de terceiros, melhor

para a entidade. Este indicador é encontrado pela fórmula:

Composição do Endividamento: este índice demonstra a relação do

endividamento de curto e longo prazo da empresa. Assim, pode-se ve-

rificar a qualidade das dívidas. De maneira geral, quanto maior tempo

para pagar as dívidas, melhor para a empresa. A fórmula é:

Dívidas muito concentradas no curto prazo dão à empresa pouco tem-

po para se adaptar a possíveis adversidades, podendo acarretar uma

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insuficiência de caixa para pagamento das mesmas. Portanto, o ideal

para este indicador é, quanto menor, melhor.

Participação do Patrimônio Líquido: Indica o quanto do ativo da em-

presa está sendo financiado por capital próprio. Calculado pela fórmu-

la:

Quanto maior este índice, melhor para a empresa.

Após estudar a composição das dívidas da empresa e seu grau de endivida-

mento, o investidor deve também se ater ao resultado de seu possível investimento.

Para isso, são utilizados os indicadores de lucratividade.

4.4 INDICADORES DE LUCRATIVIDADE

Os indicadores de lucratividade, exibidos em percentagem, lidam com os da-

dos fornecidos pela Demonstração de Resultado do Exercício. Eles mostram a ca-

pacidade da empresa de transformar a receita em lucro. Importante conferir a estru-

tura da DRE, exposta anteriormente, para compreensão dos indicadores a seguir:

Margem Bruta: Determina o quanto da receita líquida é transformada

em lucro bruto, ou seja, quanto os custos afetaram a receita da entida-

de. A fórmula utilizada é:

Quan-

to menor for este indicador, maior foi a representatividade dos custos

operacionais no resultado da empresa.

Margem Operacional: Determina o impacto que as despesas opera-

cionais tiveram no lucro da empresa. Pode ser encontrado pela seguin-

te fórmula:

Da mesma

forma que a Margem Bruta, quanto menor o valor deste indicador, mai-

or a representatividade das despesas operacionais no resultado.

Margem Líquida: Determina o quanto da receita líquida se tornou, efe-

tivamente, lucro para a entidade. A fórmula utilizada

é:

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Quanto maior a Margem Líquida, melhor para a empresa, pois maior foi

a quantidade de receita de venda que se tornou lucro.

Assim, sabendo a lucratividade da empresa, o investidor deve atentar-se ao

fato primordial de seu investimento. A rentabilidade. Para isso, também existem indi-

cadores, expostos a seguir:

4.5 INDICADORES DE RENTABILIDADE

Estes indicadores exprimem a rentabilidade do investimento efetuado na em-

presa. São cruciais para o investidor ter uma base para o histórico de atratividade do

investimento.

Rentabilidade do Ativo Total: Mede o retorno líquido que a em-

presa produziu com relação ao total do investimento.

Quanto maior for o resultado deste índice, melhor para a empresa.

Rentabilidade do Capital Próprio: Mede o retorno obtido pela em-

presa relacionado ao investimento dos sócios.

Quanto maior o resultado do índice, melhor para a empresa.

Com estes dados, o investidor pode ainda se interessar pelo ciclo operacional

da empresa para auxiliar na sua prospecção de retornos futuros. Tão importante

quanto o lucro gerado pela empresa, é o tempo em que ela o gera. Se a empresa

gera um lucro alto, porém, demora demais para isto, por exemplo, pode correr o ris-

co de ter de se endividar para cumprir compromissos que vencem antes da geração

e recebimento do lucro, podendo, futuramente, incorrer em prejuízos. Para auxiliar o

investidor, existem indicadores que podem evidenciar este tipo de situação.

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4.6 INDICADORES DE ROTATIVIDADE

Os indicadores de rotatividade, trabalham com a relação do tempo operacional

da empresa, compreendendo o período entre a compra do estoque, sua venda e

recebimento, bem como o pagamento das compras. Para tal, considera-se um ano

comercial (360 dias). Os índices são os seguintes:

Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV): Mede o tempo médio en-

tre a venda de uma mercadoria e seu recebimento. Sua fórmula é:

Exibido em dias, quanto menor o prazo de recebimento de vendas, melhor

para a empresa.

Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC): Mede o tempo médio en-

tre a compra de uma mercadoria e seu pagamento. Normalmente, as empre-

sas não divulgam o valor de suas compras. Porém, esta pode ser calculada

através dos seguintes dados encontrados no balanço patrimonial e na DRE: o

Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) presente na DRE; o Estoque Final

(EF) presente no balanço patrimonial do exercício atual e o Estoque Inicial

(EI) presente no balanço patrimonial do exercício anterior, utilizando-se a fór-

mula: De posse do valor das compras, basta apli-

car a fórmula do PMPC que é:

Exibido em dias, quanto maior o prazo de pagamento de compras, melhor pa-

ra a empresa.

Posição Relativa (PR): A Posição Relativa mede a relação entre o recebi-

mento das vendas e o pagamento das compras. A formula utilizada é:

Torna-se favorável para a empresa quando seu resultado é menor que 1.

Prazo Médio de Estocagem (PME): Mede o tempo médio que a empresa le-

va para renovar o estoque. A fórmula é:

Como o estoque deve estar em constante rotatividade durante a operação da

empresa, o melhor é que este índice, exibido em dias, seja o menor possível.

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Giro do Ativo: Mede a relação entre as vendas da empresa e o capital inves-

tido na mesma.

Quanto maior, melhor para a empresa.

É importante ressaltar que os indicadores não devem nunca ser vistos de forma

isolada para uma tomada de decisão. É possível que empresas que apresentem ín-

dices de liquidez menores que 1, por exemplo, sejam bons investimentos, da mesma

forma que empresas com altíssimos índices de liquidez podem se revelar improduti-

vos. Conhecendo estes indicadores, o investidor pode começar a aplicar, na prática,

seus conhecimentos para avaliar possíveis investimentos.

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CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO PRÁTICA DA ANÁLISE

5.1 PRÁTICA DA ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (PRIMEIRO BIÊ-

NIO)

Todo o conhecimento adquirido até o momento é essencial para o investidor

conseguir se situar em uma análise prática de uma demonstração contábil. Assim,

este trabalho recorreu ao endereço eletrônico da empresa C. Vale – Cooperativa

Agroindustrial e utilizará suas demonstrações contábeis públicas (Balanço Patrimo-

nial e Demonstração de Resultado de Exercício adaptadas em função da Lei 11.638)

para análise de sua situação econômica.

A análise prática apresentada conta com todas as contas reais publicadas no

sítio eletrônico da empresa, portanto, visa dar ao investidor uma prova da aplicação

da técnica em um ambiente real, da mesma forma que deverá aplicar em suas pes-

quisas por possíveis investimentos.

Para melhor visualização, as demonstrações dos quatro anos escolhidos fo-

ram divididas de forma bienal, acompanhadas das respectivas análises horizontal

(utilizando-se como base, para este trabalho, sempre o ano inicial de 2011) e vertical

e serão exibidas a seguir, em tabelas, seguindo a seguinte ordem:

Coluna 1: Contas;

Coluna 2: Valores (em reais) de 2011 (primeiro ano do biênio escolhi-

do);

Coluna 3: Análise Vertical (AV) exibida em percentual de 2011 (primei-

ro ano do biênio escolhido);

Coluna 4: Análise Horizontal (AH) exibida em percentual de 2011 (pri-

meiro ano do biênio escolhido);

Coluna 5: Valores (em reais) de 2012 (segundo ano do biênio escolhi-

do);

Coluna 6: Análise Vertical (AV) exibida em percentual de 2012 (segun-

do ano do biênio escolhido);

Coluna 7: Análise Horizontal (AH) exibida em percentual de 2012 (se-

gundo ano do biênio escolhido).

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CONTAS 2011 2012

R$ AV(%) AH(%) R$ AV(%) AH(%)

ATIVO CIRCULANTE

DISPONIVEL 3.709.189,30 0,18% 100,00% 2.770.581,69 0,12% -25,30%

ATIVO FINANCEIRO 206.093.444,04 9,93% 100,00% 140.220.465,14 5,89% -31,96%

SOMA 209.802.633,34 10,11% 100,00% 142.991.046,83 6,01% -31,84%

OPERACIONAL CONTAS A RECEBER DE ASSOCIADOS 252.258.159,99 12,15% 100,00% 338.555.637,20 14,23% 34,21%

CONTAS A RECEBER DE TERCEIROS 382.023.056,48 18,40% 100,00% 475.560.905,39 19,99% 24,48%

TRIBUTOS A RECUPERAR 45.000.710,02 2,17% 100,00% 53.004.932,99 2,23% 17,79%

CRÉDITOS DE FUNCIONÁRIOS 2.110.019,75 0,10% 100,00% 2.172.601,42 0,09% 2,97%

OUTROS RECEBÍVEIS 7.786.861,43 0,38% 100,00% 4.099.069,34 0,17% -47,36%

ESTOQUES 360.334.998,68 17,36% 100,00% 424.703.529,72 17,85% 17,86%

ATIVO BIOLÓGICO 46.175.245,11 2,22% 100,00% 60.056.022,47 2,52% 30,06%

ATIVO NÃO CIRC.MANTIDO P/VENDA 5.361.867,76 0,26% 100,00% 3.318.064,54 0,14% -38,12%

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 1.709.933,31 0,08% 100,00% 2.090.910,74 0,09% 22,28%

SOMA 1.102.760.852,53 53,12% 100,00% 1.363.561.673,81 57,32% 23,65%

TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 1.312.563.485,87 63,23% 100,00% 1.506.552.720,64 63,34% 14,78%

ATIVO NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO CONTAS A RECEBER DE ASSOCIADOS 27.149.984,15 1,31% 100,00% 38.699.493,31 1,63% 42,54%

CONTAS A RECEBER DE TERCEIROS 36.992.149,19 1,78% 100,00% 34.828.406,04 1,46% -5,85%

TRIBUTOS A RECUPERAR 3.779.029,03 0,18% 100,00% 7.958.560,17 0,33% 110,60%

DEP.JUDICIAIS OU VALORES VINCULADOS 2.967.774,83 0,14% 100,00% 2.574.594,39 0,11% -13,25%

CRÉDITOS DE FUNCIONÁRIOS 1.077.413,52 0,05% 100,00% 740.538,36 0,03% -31,27%

ATIVO FINANCEIRO 503.884,50 0,02% 100,00% 974.943,00 0,04% 93,49%

ATIVO BIOLÓGICO 1.345.543,34 0,06% 100,00% 1.691.267,11 0,07% 25,69%

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 688.370,61 0,03% 100,00% 497.937,02 0,02% -27,66%

SOMA 74.504.149,17 3,59% 100,00% 87.965.739,40 3,70% 18,07%

INVESTIMENTOS 35.410.699,15 1,71% 100,00% 43.018.602,20 1,81% 21,48%

IMOBILIZADO 646.181.517,92 31,13% 100,00% 731.439.797,18 30,75% 13,19%

INTANGÍVEL 7.136.263,20 0,34% 100,00% 9.688.252,12 0,41% 35,76%

TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE 763.232.629,44 36,77% 100,00% 872.112.390,90 36,66% 14,27%

TOTAL DO ATIVO 2.075.796.115,31 100,00% 100,00% 2.378.665.111,54 100,00% 14,59%

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CONTAS 2011 2012

R$ AV(%) AH(%) R$ AV(%) AH(%)

PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL CONTAS A PAGAR E OUTRAS 437.964.428,26 21,10% 100,00% 448.767.855,16 18,87% 2,47%

OBRIGAÇÕES SOCIAIS 5.431.057,03 0,26% 100,00% 6.298.116,08 0,26% 15,96%

OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 2.834.557,70 0,14% 100,00% 1.878.479,73 0,08% -33,73%

SOMA 446.230.042,99 21,50% 100,00% 456.944.450,97 19,21% 2,40%

FINANCEIROS

OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 482.311.246,41 23,24% 100,00% 665.340.543,06 27,97% 37,95%

PASSIVOS FINANCEIROS 39.213.705,50 1,89% 100,00% 43.617.801,20 1,83% 11,23%

SOMA 521.524.951,91 25,12% 100,00% 708.958.344,26 29,80% 35,94%

PROVISÕES 13.505.220,18 0,65% 100,00% 14.586.636,78 0,61% 8,01%

TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 981.260.215,08 47,27% 100,00% 1.180.489.432,01 49,63% 20,30%

PASSIVO NÃO CIRCULANTE EXIGIVEL A LONGO PRAZO CONTAS A PAGAR E OUTRAS 5.759.129,60 0,28% 100,00% 6.989.689,44 0,29% 21,37%

OBRIGAÇÕES SOCIAIS 16.499,18 0,00% 100,00% 18.203,24 0,00% 10,33%

OBRIGAÇÕES TRIBUTARIAS 11.776,72 0,00% 100,00% 0 0,00% -100,00%

OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 298.968.231,21 14,40% 100,00% 289.981.751,84 12,19% -3,01%

PROVISÕES 41.313.728,13 1,99% 100,00% 55.090.013,53 2,32% 33,35%

TOTAL DO EXIGÍVEL A LP 346.069.364,84 16,67% 100,00% 352.079.658,05 14,80% 1,74%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL 64.082.937,52 3,09% 100,00% 76.527.098,96 3,22% 19,42%

RESERVAS 669.375.468,58 32,25% 100,00% 753.761.516,28 31,69% 12,61%

SOBRAS DO EXERCÍCIO 15.008.129,29 0,72% 100,00% 15.807.406,24 0,66% 5,33%

TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 748.466.535,39 36,06% 100,00% 846.096.021,48 35,57% 13,04%

TOTAL DO PASSIVO + PL 2.075.796.115,31 100,00% 100,00% 2.378.665.111,54 100,00% 14,59%

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CONTAS 2011 2012

R$ AV(%) AH(%) R$ AV(%) AH(%)

INGRESSO/RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 2.693.975.732,50 100,00% 100,00% 3.170.916.536,87 100,00% 17,70%

(-)DISPÊNDIOS/CUSTOS DAS VENDAS -2.195.126.722,72 -81,48% 100,00% -2.623.059.193,84 -82,72% 19,49%

SOBRA/RESULTADO BRUTO 498.849.009,78 18,52% 100,00% 547.857.343,03 17,28% 9,82%

(-)DISPÊNDIOS/DESPESAS OPERACIONAIS -408.854.729,91 -15,18% 100,00% -419.465.259,12 -13,23% 2,60%

(-)Dispêndios/Despesas com Pessoal -126.280.580,85 -4,69% 100,00% -141.612.455,89 -4,47% 12,14%

(-)Dispêndios/Despesas Administrativas -82.440.097,03 -3,06% 100,00% -96.245.139,28 -3,04% 16,75%

Ingressos/Receitas Técnicas 18.801.148,53 0,70% 100,00% 22.442.231,66 0,71% 19,37%

(-)Dispêndios/Despesas Comerciais -192.287.290,24 -7,14% 100,00% -169.145.217,54 -5,33% -12,04%

(-)Dispêndios/Despesas Tributárias -17.029.454,93 -0,63% 100,00% -24.965.149,37 -0,79% 46,60%

(-)Dispêndios/Desp.c/Assist.Tec.Educ.Social -6.118.455,39 -0,23% 100,00% -7.289.528,70 -0,23% 19,14%

(-)Particip. Empregados no Resultado -3.500.000,00 -0,13% 100,00% -2.650.000,00 -0,08% -24,29%

OUTROS INGRESSOS E RECEITAS 5.808.103,11 0,22% 100,00% 7.531.212,79 0,24% 29,67%

Ganhos de Capital 2.299.558,86 0,09% 100,00% 2.158.417,38 0,07% -6,14%

Ganhos Participações Societárias 3.508.544,25 0,13% 100,00% 5.372.795,41 0,17% 53,13%

(-)OUTROS DISPÊNDIOS E DESPESAS -2.157.172,51 -0,08% 100,00% -695.855,50 -0,02% -67,74%

(-)Perdas de Capital -2.157.172,51 -0,08% 100,00% -695.855,50 -0,02% -67,74%

RESULTADO ANTES DO FINANCEIRO 93.645.210,47 3,48% 100,00% 135.227.441,20 4,26% 44,40%

(+/-)RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO -15.976.573,92 -0,59% 100,00% -48.643.121,27 -1,53% 204,47%

Ingressos/Receitas Financeiras 62.862.445,48 2,33% 100,00% 54.979.517,96 1,73% -12,54%

(-)Dispêndios/Despesas Financeiras -78.839.019,40 -2,93% 100,00% -103.622.639,23 -3,27% 31,44%

SOBRA/RESULTADO ANTES DA CSLL/IRPJ 77.668.636,55 2,88% 100,00% 86.584.319,93 2,73% 11,48%

(-)PROVISÕES P/CSLL E IRPJ -11.108.182,40 -0,41% 100,00% -8.266.871,56 -0,26% -25,58%

(-)Provisão p/Contribuição Social -2.946.754,17 -0,11% 100,00% -2.194.642,47 -0,07% -25,52%

(-)Provisão p/ IRPJ -8.161.428,23 -0,30% 100,00% -6.072.229,09 -0,19% -25,60%

SOBRA/RESULTADO APÓS CSLL E IRPJ 66.560.454,15 2,47% 100,00% 78.317.448,37 2,47% 17,66%

(-)AJUSTES LEGAIS -15.583.860,94 -0,58% 100,00% -22.533.309,95 -0,71% 44,59%

(-)Transf.p/Reserva de Subv.p/ Investimentos -15.583.860,94 -0,58% 100,00% -22.533.309,95 -0,71% 44,59%

SOBRA/RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 50.976.593,21 1,89% 100,00% 55.784.138,42 1,76% 9,43%

(-)DESTINAÇÕES ESTATUTÁRIAS -35.968.463,92 -1,34% 100,00% -39.976.732,18 -1,26% 11,14%

(-)RATES/FATES com não associados -949.495,57 -0,04% 100,00% -3.092.784,30 -0,10% 225,73%

(-)RATES/FATES -5.002.709,77 -0,19% 100,00% -5.269.135,40 -0,17% 5,33%

(-)Reserva Legal -15.008.129,29 -0,56% 100,00% -15.807.406,24 -0,50% 5,33%

(-)Reserva de Desenvolvimento -15.008.129,29 -0,56% 100,00% -15.807.406,24 -0,50% 5,33%

SOBRAS A DISPOSIÇÃO DA AGO 15.008.129,29 0,56% 100,00% 15.807.406,24 0,50% 5,33%

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É possível verificar que, representando-se as contas de maneira percentual

pela análise vertical, já fica mais fácil de visualizar suas reais representatividades.

Verifica-se que as Contas a Receber de Terceiros e Estoques representam a maior

parte do ativo circulante da empresa em 2011. É possível verificar também uma par-

ticipação pequena dos recebíveis em longo prazo, o que mostra que a maior parte

dos ativos da empresa está focada no curto prazo. Seu Ativo Permanente tem tam-

bém uma grande participação na composição do ativo da empresa. Do outro lado, o

Passivo tem como contas de maior representatividade as Obrigações Financeiras e

Contas a Pagar do passivo circulante. Porém, é também importante ressaltar a re-

presentação considerável das Obrigações Financeiras de Longo Prazo. Observan-

do-se que a maior parte do ativo é de curto prazo, possuir alta representatividade de

despesas de longo prazo é, em primeira análise, bom para a empresa. Contando

com um Ativo Permanente que representa 33,18% do Ativo Total, seu Patrimônio

Líquido (PL) representando 36,06% do Passivo Total + PL cobre este valor ainda

com alguma folga o que, a princípio, é favorável à empresa (Lembrando que a soma

do Ativo Total e a do Passivo Total + PL são exatamente iguais). A grande participa-

ção das Reservas pode indicar que a empresa guarda recursos para eventuais im-

previstos o que, por um lado, pode ser bom para o investidor, que terá mais segu-

rança no ativo que está adquirindo, porém, por outro lado, pode significar menor dis-

tribuição dos lucros.

A Demonstração de Resultado do Exercício, por sua vez também analisada,

demonstra uma altíssima participação dos Custos de Vendas que, em 2011, tomam

mais de 80% da receita auferida pela empresa. Em contra partida as demais contas

possuem baixa representatividade, porém, o grande impacto dos custos é evidenci-

ado diretamente no resultado do exercício da empresa. A segunda conta de maior

representatividade é a de Despesas Comerciais, seguida pela de Despesas com

Pessoal.

Em 2012 não houve grande variação na representatividade das contas. Po-

rém, merece destaque a diminuição do disponível que, por si só, não pode ser julga-

do. Tanto pode, por exemplo, ter havido uma necessidade de pagamento de contas

inesperado que resultou em redução do disponível como pode ter sido percebido,

pela administração, que o disponível parado poderia ser aproveitado de melhor ma-

neira em outros investimentos, explicando assim a redução. A falta de grande varia-

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ção entre a representatividade das contas pode indicar, a priori, uma empresa patri-

monialmente estável.

Assim como no Balanço Patrimonial, não há grande variação de representati-

vidade entre as contas da Demonstração de Resultado. Os custos ainda consomem

uma enorme parcela da receita da empresa, seguidos pelas despesas comerciais e

despesas com pessoal (estas últimas em escala muito menor). Importante ressaltar

que houve um aumento de 17,70% na receita bruta da empresa, mas este aumento

é reduzido pelo aumento de 19,49% dos custos. Porém, apesar do aumento dos

custos, a empresa reduz várias outras despesas como, por exemplo, suas despesas

comerciais (que figura em segundo lugar na representatividade das despesas na

DRE), as Perdas de Capital, dentre outras. Desta forma, a empresa apresenta um

aumento em seu resultado de 9,43%.

5.2 PRÁTICA DOS INDICADORES (PRIMEIRO BIÊNIO)

Os indicadores do primeiro biênio, calculados pelas fórmulas vistas anterior-

mente, apresentaram o seguinte:

2011 2012

Liquidez Geral

1,0450 1,0404

Liquidez Corrente

1,3376 1,2762

Liquidez Seca

0,9704 0,9164

Liquidez Imediata

0,0038 0,0023

Participação do Capital de Terceiros

177,34% 181,13%

Grau de Endividamento

63,94% 64,43%

Imobilização de Capital Próprio

92,02% 92,68%

Composição do Endividamento

73,93% 77,03%

Participação do Patrimônio Líquido

36,06% 35,57%

Margem Bruta

18,52% 17,28%

Margem Operacional

2,88% 2,73%

Margem Líquida

1,89% 1,76%

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Rentabilidade do Ativo Total

2,46% 2,35%

Rentabilidade do Capital Próprio

6,81% 6,59%

Prazo Médio de Recebimento de Vendas

52 DIAS 54 DIAS

Prazo Médio de Pagamento de Compras

- 61 DIAS

Posição Relativa

- 0,8981

Prazo Médio de Estocagem

60 DIAS 59 DIAS

Giro do Ativo

1,2978 1,3331

Tanto em 2011 quanto em 2012 os indicadores de liquidez geral e corrente

apresentaram resultados positivos para a C. Vale. Já os indicadores de liquidez seca

e imediata (vistos como conservadores) não apresentaram resultados favoráveis. O

indicador de participação do capital de terceiros demonstra uma empresa bastante

endividada, o que é reforçado pelo indicador de Grau de Endividamento. A Imobili-

zação de Capital Próprio da empresa demonstra que a maior parte de seu ativo imo-

bilizado é financiada por capital próprio. O indicador de Composição do Endivida-

mento mostra que a maior parte das dívidas da empresa está no curto prazo, en-

quanto o de Participação do Patrimônio Líquido demonstra que a maior parte do

passivo é com terceiros. O indicador de Margem Bruta mostra que, após a dedução

dos custos, sobraram apenas 18,52% da Receita Líquida em 2011 e 17,28% em

2012, como já exposto anteriormente. Este indicador reforça a observação feita an-

teriormente sobre os altos custos da empresa. Após, os indicadores de Margem O-

peracional e Margem Líquida reforçam a dificuldade da empresa de transformar re-

ceita líquida em lucro líquido. Os índices de rentabilidade apresentam valores, em

2011 e 2012 respectivamente, de 2,46% e 2,35% para o ativo total e 6,81% e 6,59%

para o capital próprio. Os prazos médios demonstram uma situação favorável à em-

presa, mostrando que a empresa consegue receber suas vendas antes de pagar

suas dívidas. O Prazo Médio de Pagamento de Compras e, consequentemente, a

Posição Relativa, não puderam ser calculadas em 2011 devido a este ser o ano ini-

cial escolhido, faltando a informação anterior para o cálculo das compras e, posteri-

ormente, dos indicadores. O prazo médio de estocagem reduz de 2011 para 2012, o

que é bom para a empresa. O Giro do Ativo acima de 1 e aumentando em 2012

também mostra uma tendência favorável à C.Vale. Assim, tendo exposto estas aná-

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lises, faz-se necessário estudar também mais alguns exercícios da empresa para

que se possa ter uma base mais sólida. Assim, deve-se prosseguir para a análise do

segundo biênio (2013 e 2014).

5.3 PRÁTICA DA ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL (SEGUNDO BIÊ-

NIO)

Da mesma forma que foi feito com 2011 e 2012, os anos de 2013 e 2014

também devem ser submetidos à análise para melhor qualidade das informações

obtidas.

Assim, novamente para melhor visualização, as demonstrações do segundo

biênio escolhido, as demonstrações se apresentarão a seguir, acompanhadas das

respectivas análises horizontal (utilizando-se como base, para este trabalho, sempre

o ano inicial de 2011) e vertical, em tabelas, seguindo a seguinte ordem:

Coluna 1: Contas;

Coluna 2: Valores (em reais) de 2013 (primeiro ano do biênio escolhi-

do);

Coluna 3: Análise Vertical (AV) exibida em percentual de 2013 (primei-

ro ano do biênio escolhido);

Coluna 4: Análise Horizontal (AH) exibida em percentual de 2013 (pri-

meiro ano do biênio escolhido);

Coluna 5: Valores (em reais) de 2014 (segundo ano do biênio escolhi-

do);

Coluna 6: Análise Vertical (AV) exibida em percentual de 2014 (segun-

do ano do biênio escolhido);

Coluna 7: Análise Horizontal (AH) exibida em percentual de 2014 (se-

gundo ano do biênio escolhido).

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CONTAS 2013 2014

R$ AV(%) AH(%) R$ AV(%) AH(%)

ATIVO CIRCULANTE

DISPONIVEL 6.129.002,81 0,22% 65,24% 29.114.093,29 0,86% 684,92%

ATIVO FINANCEIRO 189.729.555,22 6,82% -7,94% 378.553.688,11 11,21% 83,68%

SOMA 195.858.558,03 7,04% -6,65% 407.667.781,40 12,07% 94,31%

OPERACIONAL CONTAS A RECEBER DE ASSOCIADOS 363.504.225,49 13,06% 44,10% 423.794.542,87 12,55% 68,00%

CONTAS A RECEBER DE TERCEIROS 233.820.566,91 8,40% -38,79% 363.856.758,02 10,77% -4,76%

TRIBUTOS A RECUPERAR 36.935.743,44 1,33% -17,92% 66.046.501,29 1,96% 46,77%

CRÉDITOS DE FUNCIONÁRIOS 2.224.730,04 0,08% 5,44% 1.830.514,69 0,05% -13,25%

OUTROS RECEBÍVEIS 13.308.315,62 0,48% 70,91% 25.295.249,86 0,75% 224,85%

ESTOQUES 813.330.767,98 29,22% 125,72% 769.045.661,49 22,77% 113,43%

ATIVO BIOLÓGICO 66.664.954,29 2,40% 44,37% 73.068.034,48 2,16% 58,24%

ATIVO NÃO CIRC.MANTIDO P/VENDA 22.685.577,02 0,82% 323,09% 22.623.713,05 0,67% 321,94%

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 3.195.780,35 0,11% 86,90% 3.653.045,49 0,11% 113,64%

SOMA 1.555.670.661,14 55,90% 41,07% 1.749.214.021,24 51,79% 58,62%

TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 1.751.529.219,17 62,93% 33,44% 2.156.881.802,64 63,86% 64,33%

ATIVO NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO CONTAS A RECEBER DE ASSOCIADOS 12.116.054,61 0,44% -55,37% 16.677.984,95 0,49% -38,57%

CONTAS A RECEBER DE TERCEIROS 64.998.797,08 2,34% 75,71% 102.837.382,18 3,04% 178,00%

TRIBUTOS A RECUPERAR 12.018.402,78 0,43% 218,03% 13.162.541,04 0,39% 248,30%

DEP.JUDICIAIS OU VALORES VINCULADOS 10.971.244,35 0,39% 269,68% 2.400.230,47 0,07% -19,12%

CRÉDITOS DE FUNCIONÁRIOS 637.840,92 0,02% -40,80% 0 0,00% -100,00%

ATIVO FINANCEIRO 975.764,40 0,04% 93,65% 8.381.298,95 0,25% 1563,34%

ATIVO BIOLÓGICO 3.292.526,99 0,12% 144,70% 3.561.669,80 0,11% 164,70%

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 3.643.634,41 0,13% 429,31% 1.794.041,81 0,05% 160,62%

SOMA 108.654.265,54 3,90% 45,84% 148.815.149,20 4,41% 99,74%

INVESTIMENTOS 54.039.356,33 1,94% 52,61% 63.177.126,45 1,87% 78,41%

IMOBILIZADO 842.758.230,17 30,28% 30,42% 975.865.765,15 28,89% 51,02%

INTANGÍVEL 26.142.023,14 0,94% 266,33% 32.953.264,03 0,98% 361,77%

TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.031.593.875,18 37,07% 35,16% 1.220.811.304,83 36,14% 59,95%

TOTAL DO ATIVO 2.783.123.094,35 100% 34,07% 3.377.693.107,47 100,00% 62,72%

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CONTAS 2013 2014

R$ AV(%) AH(%) R$ AV(%) AH(%)

PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL CONTAS A PAGAR E OUTRAS 553.328.962,75 19,88% 26,34% 833.947.738,17 24,69% 90,41%

OBRIGAÇÕES SOCIAIS 9.475.512,52 0,34% 74,47% 11.709.664,56 0,35% 115,61%

OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 0,00 0,00% -100,00% 0,00 0,00% -100,00%

SOMA 562.804.475,27 20,22% 26,12% 845.657.402,73 25,04% 89,51%

FINANCEIROS

OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 825.953.741,39 29,68% 71,25% 915.243.862,21 27,10% 89,76%

PASSIVOS FINANCEIROS 14.501.876,20 0,52% -63,02% 5.713.441,26 0,17% -85,43%

SOMA 840.455.617,59 30,20% 61,15% 920.957.303,47 27,27% 76,59%

PROVISÕES 17.342.788,04 0,62% 28,42% 24.096.705,39 0,71% 78,43%

TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 1.420.602.880,90 51,04% 44,77% 1.790.711.411,59 53,02% 82,49%

PASSIVO NÃO CIRCULANTE EXIGIVEL A LONGO PRAZO CONTAS A PAGAR E OUTRAS 6.056.412,27 0,22% 5,16% 9.750.278,83 0,29% 69,30%

OBRIGAÇÕES SOCIAIS 16.201,44 0,00% -1,80% 109.099,29 0,00% 561,24%

OBRIGAÇÕES TRIBUTARIAS 0,00 0,00% -100,00% 0 0,00% -100,00%

OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS 314.684.903,75 11,31% 5,26% 421.667.926,82 12,48% 41,04%

PROVISÕES 62.222.939,46 2,24% 50,61% 63.325.439,43 1,87% 53,28%

TOTAL DO EXIGÍVEL A LP 382.980.456,92 13,76% 10,67% 494.852.744,37 14,65% 42,99%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL 90.959.120,77 3,27% 41,94% 110.270.515,42 3,26% 72,07%

RESERVAS 864.496.181,11 31,06% 29,15% 954.779.330,65 28,27% 42,64%

SOBRAS DO EXERCÍCIO 24.084.454,65 0,87% 60,48% 27.079.105,44 0,80% 80,43%

TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 979.539.756,53 35,20% 30,87% 1.092.128.951,51 32,33% 45,92%

TOTAL DO PASSIVO + PL 2.783.123.094,35 100% 34,07% 3.377.693.107,47 100,00% 62,72%

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CONTAS 2013 2014

R$ AV(%) AH(%) R$ AV(%) AH(%)

INGRESSO/RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 4.113.739.290,89 100,00% 52,70% 4.611.427.297,00 100,00% 71,18%

(-)DISPÊNDIOS/CUSTOS DAS VENDAS -3.382.015.605,75 -82,21% 54,07% -3.764.850.911,24 -81,64% 71,51%

SOBRA/RESULTADO BRUTO 731.723.685,14 17,79% 46,68% 846.576.385,76 18,36% 69,71%

(-)DISPÊNDIOS/DESPESAS OPERACIONAIS -567.337.560,87 -13,79% 38,76% -673.358.266,42 -14,60% 64,69%

(-)Dispêndios/Despesas com Pessoal -181.830.806,22 -4,42% 43,99% -188.494.722,34 -4,09% 49,27%

(-)Dispêndios/Despesas Administrativas -108.308.375,11 -2,63% 31,38% -141.964.993,72 -3,08% 72,20%

Ingressos/Receitas Técnicas 34.238.114,98 0,83% 82,11% 17.412.545,62 0,38% -7,39%

(-)Dispêndios/Despesas Comerciais -272.071.117,94 -6,61% 41,49% -311.690.382,12 -6,76% 62,10%

(-)Dispêndios/Despesas Tributárias -24.526.228,29 -0,60% 44,02% -36.897.719,36 -0,80% 116,67%

(-)Dispêndios/Desp.c/Assist.Tec.Educ.Social -8.639.148,29 -0,21% 41,20% -8.722.994,50 -0,19% 42,57%

(-)Particip. Empregados no Resultado -6.200.000,00 -0,15% 77,14% -3.000.000,00 -0,07% -14,29%

OUTROS INGRESSOS E RECEITAS 14.925.298,01 0,36% 156,97% 15.727.675,82 0,34% 170,79%

Ganhos de Capital 6.394.924,20 0,16% 178,09% 1.947.041,61 0,04% -15,33%

Ganhos Participações Societárias 8.530.373,81 0,21% 143,13% 13.780.634,21 0,30% 292,77%

(-)OUTROS DISPÊNDIOS E DESPESAS -5.939.521,30 -0,14% 175,34% -1.235.917,36 -0,03% -42,71%

(-)Perdas de Capital -5.939.521,30 -0,14% 175,34% -1.235.917,36 -0,03% -42,71%

RESULTADO ANTES DO FINANCEIRO 173.371.900,98 4,21% 85,14% -187.709.877,80 -4,07% -300,45%

(+/-)RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO -49.575.923,81 -1,21% 210,30% 31.850.254,08 0,69% -299,36%

Ingressos/Receitas Financeiras 74.647.235,32 1,81% 18,75% 130.076.206,15 2,82% 106,92%

(-)Dispêndios/Despesas Financeiras -124.223.159,13 -3,02% 57,57% -161.926.460,23 -3,51% 105,39%

SOBRA/RESULTADO ANTES DA CSLL/IRPJ 123.795.977,17 3,01% 59,39% 155.859.623,72 3,38% 100,67%

(-)PROVISÕES P/CSLL E IRPJ -10.998.887,06 -0,27% -0,98% -20.992.324,87 -0,46% 88,98%

(-)Provisão p/Contribuição Social -2.917.823,02 -0,07% -0,98% -5.563.144,82 -0,12% 88,79%

(-)Provisão p/ IRPJ -8.081.064,04 -0,20% -0,98% -15.429.180,05 -0,33% 89,05%

SOBRA/RESULTADO APÓS CSLL E IRPJ 112.797.090,11 2,74% 69,47% 134.867.298,85 2,92% 102,62%

(-)AJUSTES LEGAIS -27.673.366,08 -0,67% 77,58% -38.237.268,77 -0,83% 145,36%

(-)Transf.p/Reserva de Subv.p/ Investimentos -27.673.366,08 -0,67% 77,58% -38.237.268,77 -0,83% 145,36%

SOBRA/RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 85.123.724,03 2,07% 66,99% 96.630.030,08 2,10% 89,56%

(-)DESTINAÇÕES ESTATUTÁRIAS -61.039.269,38 -1,48% 69,70% -69.550.924,64 -1,51% 93,37%

(-)RATES/FATES com não associados -4.842.208,52 -0,12% 409,98% -6.366.345,30 -0,14% 570,50%

(-)RATES/FATES -8.028.151,56 -0,20% 60,48% -9.026.368,48 -0,20% 80,43%

(-)Reserva Legal -24.084.454,65 -0,59% 60,48% -27.079.105,43 -0,59% 80,43%

(-)Reserva de Desenvolvimento -24.084.454,65 -0,59% 60,48% -27.079.105,43 -0,59% 80,43%

SOBRAS A DISPOSIÇÃO DA AGO 24.084.454,65 0,59% 60,48% 27.079.105,44 0,59% 80,43%

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Desta vez, em 2013 e 2014, é possível ver, pela Análise Vertical, que a conta

de Estoques é a mais impactante dentro do grupo do Ativo Circulante. O Ativo Circu-

lante ainda figura como a maior parte do Ativo Total, com um total de 62,93% do Ati-

vo Total em 2013 e 63,86% do Ativo Total em 2014. Novamente é possível visualizar

que o Contas a Receber de longo prazo fazem uma pequena participação nos rece-

bíveis da empresa, da mesma forma que ocorria no biênio anterior. O Ativo Perma-

nente continua tendo uma grande participação no Ativo Total da empresa. Já pela

Análise Horizontal do Ativo, verifica-se que as Contas a Receber de Terceiros tem

sua participação diminuída neste biênio, porém, as Contas a Receber de Associados

mostram aumento em sua participação. O aumento do Disponível e do Ativo Finan-

ceiro em 2014, comparado com 2011, é enorme, o que pode dar algumas referên-

cias do que pode ter acontecido na empresa. Pode, por exemplo, ter havido sobra

de Caixa ou o recebimento de algum investimento feito anteriormente para o longo

prazo. O passivo, por sua vez, demonstra um aumento do Passivo Circulante, o que

mostra que as dívidas de curto prazo estão em ascensão. Novamente percebe-se

uma participação significativa também do Passivo Não Circulante.

A Demonstração de Resultado novamente mostra os custos como o maior “vi-

lão” deste biênio, consumindo 82,21% das receitas em 2013 e 81,64% em 2014.

Após os custos, as demais contas da DRE continuam com uma pequena participa-

ção no total desta demonstração. O Resultado, apesar de representar uma pequena

proporção na DRE, vem aumentando ao longo dos anos analisados. As contas de

Despesas Comerciais e Despesas com Pessoal também são evidenciadas na análi-

se vertical como contas de impacto no resultado. Importante ressaltar que, de 2011

para 2014 a empresa apresenta um aumento em seus lucros de 89,56%.

5.4 PRÁTICA DOS INDICADORES (SEGUNDO BIÊNIO)

Os indicadores do segundo biênio, após o cálculo pelas fórmulas já comenta-

das, apresentaram o seguinte retorno:

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2013 2014

Liquidez Geral

1,0314 1,0088

Liquidez Corrente

1,2329 1,2045

Liquidez Seca

0,6604 0,7750

Liquidez Imediata

0,0043 0,0163

Participação do Capital de Terceiros

184,13% 209,28%

Grau de Endividamento

64,80% 67,67%

Imobilização de Capital Próprio

94,22% 98,16%

Composição do Endividamento

78,77% 78,35%

Participação do Patrimônio Líquido

35,20% 32,33%

Margem Bruta

17,79% 18,36%

Margem Operacional

3,01% 3,38%

Margem Líquida

2,07% 2,10%

Rentabilidade do Ativo Total

3,06% 2,86%

Rentabilidade do Capital Próprio

8,69% 8,85%

Prazo Médio de Recebimento de Vendas

21 DIAS 29 DIAS

Prazo Médio de Pagamento de Compras

53 DIAS 81 DIAS

Posição Relativa

0,3873 0,3520

Prazo Médio de Estocagem

87 DIAS 74 DIAS

Giro do Ativo

1,4781 1,3653

Os indicadores de liquidez geral e corrente deste biênio se mantiveram positi-

vos para a empresa. Novamente os indicadores conservadores de liquidez corrente

e seca apresentaram resultados abaixo do ideal, apesar de já ser esperado. O indi-

cador de participação do capital de terceiros demonstra que a empresa continua en-

dividada, novamente reforçado pelo indicador de Grau de Endividamento. A Imobili-

zação de Capital Próprio da empresa demonstra que a maior parte de seu ativo imo-

bilizado continua sendo financiada por capital próprio e demonstra um aumento ao

longo dos períodos analisados. O indicador de Composição do Endividamento mos-

tra que a maior parte das dívidas da empresa continua no curto prazo, e o de Parti-

cipação do Patrimônio Líquido demonstra que a maior parte destas dívidas é com

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terceiros. A Margem Bruta mostra que, após os custos, sobram apenas 17,79% da

Receita Líquida em 2013 e 18,36% em 2014. Adiante, os indicadores de Margem

Operacional e Margem Líquida evidenciam que a empresa continua com dificulda-

des ao transformar a Receita Líquida em Resultado. Os valores dos índices de ren-

tabilidade apresentados foram 3,06% em 2013 e 2,86% em 2014 para o ativo total e

8,69% e 8,85% para o capital próprio, uma pequena melhora com relação aos anos

anteriores. Os prazos médios demonstram, mais uma vez, que a empresa consegue

receber suas vendas antes de pagar suas dívidas. Merece destaque o aumento do

Prazo Médio de Pagamento de Compras entre 2013 e 2014, que passou de 53 para

81 dias. O prazo médio de estocagem tem um grande aumento em 2013 e volta a

reduzir em 2014, porém, sem voltar à situação mais favorável do biênio anterior. O

Giro do Ativo reduz em 2014, quando comparado a 2013, porém, se mantém acima

dos níveis de 2011 e 2012.

Desta forma, conclui-se, à luz da análise apresentada, que a empresa estu-

dada apresenta custos muito altos, fazendo com que apenas uma pequena parcela

de sua receita torne-se efetivamente lucro (do qual apenas uma parcela é dividida

aos investidores). Porém, por outro lado, demonstrou-se uma empresa estável, com

histórico de lucros constantes e crescentes, baseando-se na tendência apresentada.

Observa-se que os custos são um fator determinante no resultado da empresa, o

que deve deixar um pretenso investidor a observar o mercado dos insumos da em-

presa que, em caso de apresentar redução, pode ser bastante favorável para este

investimento. Assim, pode-se observar que a empresa, em análise unicamente das

demonstrações contábeis, pode ser considerada atrativa para investidores que bus-

cam um investimento mais conservador, porém, pode não se mostrar tão vantajosa

para investidores mais arrojados, que estão dispostos a assumir maiores riscos em

vista de maiores retornos.

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CAPÍTULO 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 RESULTADOS

A Análise provou, como esperado, ser forte aliada do investidor para a toma-

da de decisão de onde aplicar seus recursos. As informações específicas geradas

por esta técnica podem dar ao pretenso investidor uma base sólida para analisar

empresas que oferecem seu capital em bolsas de valores. Assim, este pode avaliar:

a evolução ao longo do tempo da empresa pretendida; seu histórico de lucratividade;

sua relação com fornecedores e investidores; onde se concentram seus maiores

gastos; o tempo para conclusão do ciclo operacional, dentre inúmeros outros fatores

determinantes na tomada de decisão. Assim, com estas informações o pretenso in-

vestidor pode avaliar e comparar empresas, determinando qual delas seria melhor

para as suas expectativas, qual tem maior rentabilidade e qual pode gerar melhores

resultados a um custo aceitável. Porém, talvez até mais importante que a mensura-

ção da rentabilidade, a análise pode prevenir o pequeno investidor de empresas com

tendência a falir ou resultar em prejuízos por longos períodos.

Desta forma, atenua-se o medo constante no brasileiro das empresas de capi-

tal aberto e dos investimentos ditos “de risco”. Assim, beneficia-se diretamente o in-

vestidor, que encontra uma nova e mais lucrativa forma de ganhar dinheiro e a em-

presa de capital aberto, que terá mais crédito dos valores aplicados por estes inves-

tidores que antes sequer cogitavam participar de bolsas de valores. Além disso be-

neficiam-se, indiretamente, os consumidores que veem aumentar a competitividade

entre as empresas e a consequente diminuição dos preços e também o país que

evolui com mais empresas de capital aberto produzindo, gerando emprego e contri-

buindo com o desenvolvimento nacional.

6.2 RECOMENDAÇÕES

Após a conclusão deste estudo, faz-se necessária uma aplicação mais global

da técnica, considerando a análise de outras demonstrações, como a Demonstração

de Fluxo de Caixa, por exemplo. A limitação da análise das demonstrações financei-

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ras de avaliar números fora de contexto também deve ser explorada, estabelecendo-

se um paralelo entre os resultados obtidos pela aplicação da técnica da análise pura

e simples, como exposta neste trabalho, com uma aplicação da técnica aliada a fato-

res externos, como momentos econômicos, crises políticas, mercado financeiro, tro-

ca de gestores das entidades, dentre outros para melhor entender a verdadeira limi-

tação desta técnica.

6.3 CONCLUSÃO

Desta forma, pode-se concluir que o trabalho demonstrou, de forma teórica e

prática, como a técnica da análise das demonstrações financeiras pode se tornar

uma ferramenta útil a pessoas que objetivam diversificar seus investimentos em bus-

ca de melhores rendimentos e oportunidades para obter um retorno cada vez maior.

Acima de tudo, a técnica mostrou-se capaz de apontar tendências futuras gerando

uma maior qualidade das decisões tomadas após sua utilização.

Verificou-se também que o uso desta ferramenta pode auxiliar o investidor a

detectar investimentos de baixa qualidade, diminuindo assim seus receios de fazer

um investimento diferenciado que pode, muitas vezes, ser mais rentável do que as

aplicações de renda fixa vistas, de um modo geral, como extremamente seguras,

porém, com baixos rendimentos e pouca atratividade.

O trabalho aplicou a técnica da análise como forma de reduzir o desconheci-

mento das pessoas quanto a investimentos em empresas, tentando atenuar sua in-

segurança através do conhecimento das demonstrações obrigatórias e mostrando a

forma correta de analisá-las visando identificar bons (e maus) investimentos. Assim,

esta pesquisa serviu como base para pequenos investidores que possam vir a se

interessar na diversificação de investimentos em prol de maior remuneração sobre

seu capital.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 7.ed. Atlas,

2010.

ALVES, Eudimar. Apostila de Contabilidade Geral para Concursos. 2002. Disponível

em: <www.ebah.com.br/content/ABAAAAgJQAD/contabilidade>. Acesso em: 14 jun.

2015.

ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 5.ed. Atlas, 2010.

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