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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA PEDRO PAULO LEÃO CHAGAS SOARES PITA EMPREENDEDORISMO INDIVIDUAL: Fatores que influenciam a continuidade da informalidade em Guaratinga-BA EUNÁPOLIS, BA 2018

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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

PEDRO PAULO LEÃO CHAGAS SOARES PITA

EMPREENDEDORISMO INDIVIDUAL: Fatores que influenciam a continuidade

da informalidade em Guaratinga-BA

EUNÁPOLIS, BA 2018

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PEDRO PAULO LEÃO CHAGAS SOARES PITA

EMPREENDEDORISMO INDIVIDUAL: Fatores que influenciam a continuidade

da informalidade em Guaratinga-BA

Trabalho apresentado às Faculdades Integradas

do Extremo Sul da Bahia como parte das

exigências para obtenção do grau de Bacharel

em Administração, sob orientação da Profª Ana

Taís Muniz Fontes.

EUNÁPOLIS, BA

2018

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Dedico este trabalho a minha avó Nolga

(in memorian), minha inspiração diária,

exemplo de bondade e dedicação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade concedida, por ter me escutado

e atendido minhas orações em momentos de dificuldade, e pela força e disposição a

mim concedidas para a elaboração deste trabalho. Mérito dEle a realização e

conclusão deste trabalho.

Aos meus professores, pelo conhecimento passado durante o curso e em especial a

minha orientadora Prof.ª Ana Taís, pela dedicação, atenção, paciência e pelo grande

incentivo dado durante a elaboração deste trabalho.

Aos meus colegas de sala pelas dicas transmitidas, em especial a Larissa e Esly,

por terem disponibilizado seu tempo para me ajudar e pela força dada durante este

período, meu muito obrigado a vocês!

Ao meu irmão Marcos, por sempre estar disposto a me ajudar quando tive

dificuldades, sendo sempre paciente em me atender, mesmo eu sendo “um pouco”

autoritário. Pelas dicas de formatação, e por ter disponibilizado seu computador

quando o meu apresentou problemas, serei muito grato a você!

Aos meus incríveis pais, Wanderley e Nádia, por terem lutado comigo nesta etapa,

por acreditar mesmo quando eu não acreditava, e por serem sempre presentes e

preocupados com minha educação, vocês são os melhores modelos e minha grande

inspiração. Muitíssimo obrigado!

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“Comece onde você está. Use o que você

tem. Faça o que puder.”

(Arthur Ashe)

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RESUMO

A necessidade de construção de uma sociedade economicamente avançada e

socialmente desenvolvida levou o Estado, mediador responsável por garantir tal ato,

a criar o perfil do Microempreendedor Individual, que serviu/serve de proposta

interventiva para a informalidade, fenômeno de constante crescimento no âmbito do

empreendedorismo nacional, tal fato se caracteriza pela ausência de formalização

ou documentação comprobatória da relação entre o empreendimento/trabalho e o

Estado. Observou-se, por meio deste trabalho, que a informalidade causa

dificuldades a ambos os entes da relação, atrapalhando a arrecadação tributária

para o Estado, enquanto que isenta o trabalhador referente aos direitos trabalhistas

e previdenciários garantidos através da formalização, além disto, como visto no

trabalho, os níveis de informalidade ainda são crescentes no mercado de trabalho

nacional, mesmo mediante à proposta interventiva. Assim, a presente pesquisa

pretendeu analisar os fatores que influenciam o constante crescimento dos níveis da

informalidade, tendo como amostra a cidade de Guaratinga-BA. Metodologicamente,

tal trabalho é uma pesquisa bibliográfica, visto que se utiliza de conceitos já

estabelecidos, referente a sua tipologia, esta é tida como descritiva, sua natureza é

a quali-quantitativa e utiliza o método dedutivo. É certo que o empreendedorismo

brasileiro está propenso a grandes números, visto a capacidade inata de

empreendimento de sua população, porém, existe a propensão ao aumento do

mercado informal devido a fatores econômicos, sociais e intrínsecos do

empreendedor, deste modo, buscou-se identificar os elementos causadores de tal

fenômeno. Logo, soube-se que, no perímetro estudado, os elementos são: falta de

conhecimento sobre o processo de formalização; satisfação com a presente

situação; processos burocráticos e exigências trabalhistas. Deduz-se que, em

territórios maiores, esses possam ser também os principais motivos do crescente

número de informais no país.

Palavras-chave: Empreendedorismo; Informalidade; Economia; MEI, Estado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxo de Renda ......................................................................................... 21

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Comparação do número de carteiras assinadas com trabalhadores informais (Mil pessoas) – 2017-2018 ........................................................................ 35

Gráfico 2 - Taxas de Empreendedorismo Segundo Estágio do Empreendimento TEA, TEE, TTE – Brasil – 2002:2016 ................................................................................. 43

Gráfico 3 - Número de Optantes pelo MEI – Brasil e Grandes Regiões - (em milhões). .................................................................................................................... 44

Gráfico 4 - Total de Trabalhadores por Conta Própria e Microempreendedores Individuais – março de 2012 a outubro de 2015........................................................ 49

Gráfico 5 – Gênero .................................................................................................... 50

Gráfico 6 – Nível de escolaridade ............................................................................. 51

Gráfico 7 – Etnia ........................................................................................................ 52

Gráfico 8 – Faixa Etária ............................................................................................. 52

Gráfico 9 – Ramo de Atividade .................................................................................. 53

Gráfico 10 – Qual foi a motivação para abrir o negócio? .......................................... 54

Gráfico 11 – Qual a forma de atuação do seu negócio? ........................................... 55

Gráfico 12 – Qual o rendimento mensal aproximado do seu negócio? ..................... 56

Gráfico 13 – Você tem conhecimento sobre o Microempreendedor Individual (MEI) (Lei 128/2008) perfil jurídico referente à formalização de pequenos negócios? ....... 57

Gráfico 14 – Como você tomou conhecimento sobre o Microempreendedor Individual – MEI? ....................................................................................................................... 58

Gráfico 15 – Qual a motivação para a permanência do negócio na Informalidade? . 58

Gráfico 16 – Qual motivo lhe levaria a se formalizar como Microempreendedor Individual – MEI? ....................................................................................................... 60

Gráfico 17 – Você tem conhecimento sobre as atividades de suporte e capacitação de entes como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE? .................................................................................................................. 61

Gráfico 18 – Seria conveniente participar de atividades de suporte e capacitação? . 62

Gráfico 19 – Qual motivo o influenciaria a participar de tais atividades? .................. 62

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Gráfico 20 – Com base na perspectiva do seu negócio, você acredita que empreender é um bom emprego? ............................................................................. 63

Gráfico 21 – Você crê que a formalização impulsionaria o crescimento do seu negócio? .................................................................................................................... 64

Gráfico 22 – Você tem interesse em realizar a formalização do seu negócio? ......... 64

Gráfico 23 – Gênero .................................................................................................. 65

Gráfico 24 – Nível de escolaridade ........................................................................... 66

Gráfico 25 – Etnia ...................................................................................................... 67

Gráfico 26 – Faixa Etária ........................................................................................... 67

Gráfico 27 – Ramo de Atividade ................................................................................ 68

Gráfico 28 – Qual o rendimento mensal aproximado do seu negócio? ..................... 69

Gráfico 29 – Como procedeu a iniciação do seu negócio? ....................................... 70

Gráfico 30 – Seu negócio demonstrou desenvolvimento após a formalização? ....... 70

Gráfico 31 – De qual maneira você realizou a formalização do seu negócio? .......... 71

Gráfico 32 – Como teve conhecimento do processo de formalização? ..................... 72

Gráfico 33 – Qual motivo o levou a formalizar-se? .................................................... 72

Gráfico 34 – Com base na perspectiva do seu negócio, você acredita que empreender é um bom ramo de atividade? ............................................................... 73

Gráfico 35 – Você já se prontificou a buscar suporte em alguma entidade de apoio ao empreendedor? .................................................................................................... 74

Gráfico 36 – Em caso de necessidade, qual a entidade de apoio você buscaria/buscou suporte? ......................................................................................... 75

Gráfico 37 – Em qual das situações você buscou/buscaria a entidade de apoio? .... 76

Gráfico 38 – Recomendaria a formalização? ............................................................ 77

Gráfico 39 – Principais estímulos para a formalização ............................................. 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Principais Fatores Favoráveis para a Abertura e Manutenção de Novos Negócios segundo os Especialistas Entrevistados – Países Selecionados – 2016 .. 28

Tabela 2 – Principais Medidas Legais: Histórico da Lei Geral................................... 39

Tabela 3 – Impostos e Contribuições Referentes ao Simples Nacional e ao MEI ..... 48

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

de Tecnologias Avançadas

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BRICS – Grupo político de cooperação formado por países caracterizados como

mercados emergentes, sendo este o acrônimo de Brasil, Rússia, Índia, China, África

do Sul

CGSN – Comitê Gestor do Simples Nacional

CNA – Confederações Nacionais da Agricultura

CNC – Confederações Nacionais do Comércio

CNI – Confederações Nacionais da Indústria

CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CNT – Confederações Nacionais dos Transportes

CONAMPE – Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos

Empreendedores Individuais

CPF – Cadastro de Pessoa Física

DASN-SIMEI – Declaração Anual do Simples Nacional do MEI

EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada

FINEP – Financiador de Estudos e Projetos

GEM – Global Entrepreneurship Monitor (Monitoramento de Empreendedorismo

Global)

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

ISS – Imposto sobre Serviço

LE – Lei Complementar

MEI – Microempreendedor Individual

MPE’s – Micro e Pequenas Empresas

P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

PLP – Projeto de Lei Complementar

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SOFTEX – Sociedade Brasileira para Exportação de Software

TEA – Total Entrepreneurial Activity (Atividade Empreendedora Total)

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TEE – Taxa de Empreendedores Estabelecidos

TTE – Taxa Total de Empreendedores

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 17

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 17

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 19

3.1 EMPREENDEDORISMO..................................................................................... 19

3.1.1 Empreendedorismo e o Desenvolvimento Econômico ............................... 20

3.1.2 Empreendedorismo no Brasil ....................................................................... 24

3.2 INFORMALIDADE ............................................................................................... 32

3.2.1 Conceito de Informalidade ............................................................................ 32

3.2.2 Fatores que influenciam o crescimento da Informalidade ......................... 33

3.3 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.............................................................. 38

3.3.1 Evolução do MEI ............................................................................................. 41

3.3.2 Formalização .................................................................................................. 44

5 AÇÕES COM BASE NA ANÁLISE ....................................................................... 79

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 81

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 83

ANEXOS ................................................................................................................... 86

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1 INTRODUÇÃO

O processo de inicialização de um empreendimento se caracteriza por ideias

embrionárias ou trabalhos informais, onde a produção ou realização de um

determinado serviço não passa por processos burocráticos ou normas pré-

estabelecidas que rejam e inspecionem a atividade do negócio. Neste momento

existe apenas o proprietário do empreendimento, que com afinco, persiste na

realização e propagação de seus serviços, produtos ou ideais.

Porém, o aumento das restrições legais, como a avaliação de registros e

documentações exigidas por órgãos públicos, gera dificuldades de negociação e

perda de direitos para os empreendedores que permanecem no âmbito da

informalidade.

Oliveira e Forte (2014, p. 2), afirmam que:

A privatização de setores econômicos, a desregulamentação das relações laborais e o incremento das competências exigidas dos trabalhadores são alguns dos vetores determinantes desse quadro. A reestruturação das economias e dos mercados de trabalho tem igualmente favorecido o recrudescimento das atividades informais nos países mais desenvolvidos.

Contudo, com o intuito de integrar e retirar da informalidade os profissionais

autônomos e seus negócios, para que estes estejam dentro da legalidade exigida,

veio a personalidade jurídica do Microempreendedor Individual (MEI), criada pelo

Estado como possível solução para tais problemas.

Sua introdução ocorreu inicialmente pela Lei Complementar nº 123/2006, onde foi

instituído o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte

(BRASIL, 2006) e, posteriormente, formalizado pela Lei Complementar nº 128/2008

(BRASIL, 2008).

Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),

se caracteriza como microempreendedor individual a empresa que tem o seu

faturamento de no máximo de R$ 6.750,00 por mês ou R$ 81.000,00 por ano, que

tenha apenas um empregado contratado, recebendo um salário-mínimo ou até

mesmo o piso da categoria e que não possua participações em outras empresas

(SEBRAE , 2018).

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Seu processo de legalização consiste no registro empresarial que regulariza e

aproxima empreendedores e os órgãos do Governo, concedendo licenças para seu

funcionamento.

Após sua legalização são concedidas vantagens, como a possibilidade de possuir

um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), podendo assim, ter mais

facilidade em abrir conta, adquirir empréstimos bancários e emitir notas fiscais, além

de ter alguns benefícios de cunho previdenciário. Suas despesas relacionadas a

impostos são reduzidas a pequenos pagamentos mensais que dependem

diretamente do tipo de atividade prestada pela empresa, o que permite a isenção de

impostos federais (OLIVEIRA, 2013). Além do pagamento citado, o mesmo tem a

obrigação de realizar a Declaração Anual do Simples Nacional do MEI (DASN-

SIMEI) (SEBRAE, 2018).

O Governo Federal, além dos direitos mencionados, trouxe alguns benefícios para o

estímulo da atividade micro empresarial, tirando impeditivos que justificavam a não

formalização do MEI, como a obrigatoriedade de contratação de profissionais

contábeis, bem como a emissão de documentos fiscais.

Analisando tais pontos, é notória a preocupação do Estado na legalização dos

empreendimentos informais, trazendo uma série de benefícios, como já citado,

descomplicando processos burocráticos e diminuindo responsabilidades fiscais para

uma maior praticidade na gestão dos pequenos negócios.

Tal proposta de formalização, mesmo que tardia, contribuiu para agregar novos

empreendimentos, para tanto Oliveira (2013, p. 1) explica que “embora somente

tenha sido disponibilizada a todos os estados a partir de fevereiro de 2010, a política

pública vem sendo comemorada como exitosa”.

É possível constatar tal afirmação nas pesquisas realizadas pelo SEBRAE (2015,

p.8) que afirmam o seguinte, “de julho de 2009 a dezembro de 2015, o número de

MEI cresceu de zero para 5.680.614, alcançando uma média de 100 registros por

hora” e 7 em cada 10 microempreendedores individuais recomendam o registro MEI

para outros empreendedores que ainda estejam realizando suas atividades na

informalidade (SEBRAE, 2015).

Contudo, mesmo com tantos benefícios disponibilizados e com o nível crescente de

adeptos do plano, ainda existe um grande número de trabalhadores no setor da

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informalidade. Segundo Papp e Gerbelli (2016), “Em todo o Brasil, são hoje cerca de

10 milhões de trabalhadores informais”.

É perceptível que estes trabalhadores recebem influências de fatores diversos, como

a situação política, econômica e financeira que os induzem a permanecer na

informalidade. Para tanto, tem-se a pergunta: Quais os principais motivos que

conduzem para que os trabalhadores de Guaratinga-BA permaneçam no mercado

informal?

Observando os dados e pesquisas e objetivando auferir informações que possam

responder tal questão, pretende-se dentro deste trabalho compreender os fatores

que afetam a decisão de um empreendedor em manter-se na informalidade dentro

do município de Guaratinga-BA.

Para tanto, tem-se como objetivos específicos: (i) Discutir sobre o conceito de

empreendedorismo e sobre as vantagens dos microempreendedores individuais; (ii)

Pesquisar no município de Guaratinga-BA as condições que levam empreendedores

a permanecer na informalidade; (iii) Analisar as informações e dados coletados para

compreensão do caso.

Deduz-se que a pesquisa é significativa, pois permite construir o entendimento do

programa MEI, dos seus benefícios e seu objetivo, que consiste na formalização do

empreendedor informal. Logo, torna-se relevante a aplicação e desenvolvimento da

mesma, uma vez que aborda fatores importantes para o desenvolvimento dos

negócios, reconhecendo as causas da informalidade em empreendimentos

individuais.

Esta pesquisa se enquadra em um tema relativamente recente, com poucas

pesquisas de natureza acadêmica, onde tanto o Governo quanto os

empreendedores têm a dificuldade de compreender o ponto proposto. Espera-se

que a mesma sirva de parâmetro para melhoria dos empreendimentos do perímetro

estabelecido, e de base para utilização de ferramentas, programas ou estratégias

que possam incentivar a redução do número de empresas que se situam atualmente

no mercado da informalidade.

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2 METODOLOGIA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Com relação à metodologia utilizada, é importante destacar, primeiramente, que o

presente trabalho foi realizado a partir de conceitos e ideais das referências

bibliográficas apresentadas, assim, houve embasamento em tais obras a fim de

construí-lo, isto consoante à Cervo e Bervian (2002, p.65) que afirmam que:

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Busca conhecer e analisar contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.

No que tange às suas tipologias, o autor produziu tal trabalho seguindo

classificações quanto ao tipo da pesquisa, técnicas para coleta de dados,

abordagem e natureza. Tais pontos serão explicados respectivamente nos próximos

parágrafos.

O tipo de pesquisa utilizada para a composição do presente trabalho se deu por

meio de pesquisa descritiva. Quanto a isto, Cervo e Bervian (2002, p.66) dizem que:

A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas.

Assim, a presente pesquisa inclui-se na tipologia apresentada, visto que seu

propósito é o estudo de fenômenos que influenciam a continuidade de grupos de

pessoas em situações de vulnerabilidade trabalhista e social, caracterizando os fatos

influenciadores, assim como as motivações conscientes por parte dos trabalhadores.

Para viabilizar a construção de uma pesquisa descritiva, é importante a utilização de

técnicas para arrecadação de dados referentes ao tema proposto, isto é um dos

procedimentos primordiais para o entendimento de descrições das variáveis. Deste

modo, no presente trabalho foram utilizados questionários para levantamento de

dados referente aos empreendimentos informais e formais.

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Tais questionários possibilitaram abranger com mais exatidão tais grupos, além de

proporcionar um conforto aos respondentes, dado o anonimato que se encontram ao

responderem os mesmos (CERVO; BERVIAN, 2002).

Assim sendo, buscou-se uma efetiva coleta de dados, para melhoramento do corpo

do trabalho e das conclusões sobre o tema proposto, buscando construir um

trabalho coeso e útil ao entendimento dos fatos e elementos que circundam o

assunto.

Quanto à abordagem, este trabalho é de natureza quali-quantitativa, tendo em vista

a utilização de métodos estatísticos para compreensão da representatividade de

empreendimentos submetidos as questões estabelecidas nos questionários,

gerando, por meio disto, a análise e estudo de características, comportamentos,

fenômenos, classificações de trabalho que sirvam de parâmetros para a

identificação dos fatores da informalidade, contabilizando as taxas destes fatores

para que haja uma tabulação que permita um melhor entendimento dos níveis dos

fenômenos que ocasionam a informalidade no município de Guaratinga-BA.

Referente ao método utilizado dentro do trabalho, este consiste no método dedutivo,

que visa, por meio de uma avaliação de uma pequena parcela da população, a

abrangência do total da população. Cervo e Bervian (2002, p.34) alegam que:

A dedução é a argumentação que torna explícitas verdades particulares contidas em verdades universais. [...]. O método da dedução garante que os teoremas devem ser verdadeiros se forem verdadeiros os axiomas e os postulados.

Deste modo, é permitido concluir sobre um determinado evento através de

afirmações básicas que atestam que o fato é verdadeiro em uma escala maior.

Buscando compreender o fenômeno da informalidade, houve a aplicação de um

estudo de caso, o mesmo, segundo Gil (2009), aliado a certos propósitos, busca: (l)

investigar eventos não compreendidos; (ll) retratar o contexto da investigação; (lll)

elaborar hipóteses; (lV) explanar sobre as variáveis do fenômeno estudado.

Por meio das ferramentas e tipologias citadas, esmera-se auferir informações

importantes para resolução do questionamento imposto, assim como para o alcance

dos objetivos determinados.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 EMPREENDEDORISMO

A partir da propagação das teorias do economista Joseph Alois Schumpeter (1883-

1950), ocorridas através de suas publicações, observou-se a relação da inovação

com o desenvolvimento econômico. Esta permite que as alterações no

comportamento social, na estrutura organizacional ou na estrutura da economia

sejam encaradas por uma perspectiva oposta, sendo esta a perspectiva da

inovação, que posteriormente se caracterizaria como a perspectiva empreendedora

(CICCONI, 2014).

Para tanto, o responsável pela identificação de oportunidades em meio às variações

sociais ou comportamentais para a criação de novas organizações ou tipos de

negócios que possam gerar ganhos econômicos, substituindo o antigo por um atual

mais eficiente e mais econômico, é o empreendedor. Entende-se que tal profissional

se caracteriza pela iniciativa de execução das ideias pensadas para satisfação de

um público consumidor, sendo esta satisfação causada por um novo serviço ou bem

físico.

Cicconi (2014, p.4) afirma:

O empreendedorismo pode ser visto, portanto, como qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou de nova iniciativa, tal como emprego próprio, uma nova organização empresarial ou a expansão de um negócio existente, por um indivíduo, equipe de indivíduos, ou negócios estabelecidos.

Tal tentativa de criação de um novo negócio é influenciada por uma determinada

ideia de inovação, esta ideia pode ser motivada por diversos fatores, podendo ser

pela observação de hábitos sociais, análise da cultura, gosto do empreendedor ou

habilidades do mesmo, bem como os hábitos de consumo de uma determinada

população (CICCONI, 2014).

Para que haja um maior entendimento sobre as causas do empreendedorismo, é

necessário ter conhecimento sobre a diferença do “empreendedorismo por

necessidade” para o “empreendedorismo por oportunidade”.

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Empreender por necessidade se refere à totalidade de profissionais que iniciam seus

negócios por influências diversas, podendo ser pelo desemprego ou situações

precárias relacionadas ao empreendedor, sendo assim, este é impulsionado a

iniciar, devido a tais fatores, uma atividade empresarial. Como consequência, tal

empreendedor não terá conhecimento sobre o funcionamento do negócio, bem

como o movimento da economia e as mudanças no comportamento do seu

consumidor, sofrendo pela falta de planejamento estratégico prévio e tendendo,

posteriormente, ao fechamento do negócio (CICCONI, 2014).

Já a criação de novos métodos, processos ou produtos para que sejam inseridos no

mercado como uma nova estrutura/roupagem ou como um empreendimento

inovador se caracteriza como o “empreendimento por oportunidade”. Visando o

desenvolvimento do negócio, seu empreendedor realiza um planejamento

estratégico prévio buscando a maximização dos lucros e diminuição dos custos

operacionais, potencializando a capacidade de desenvolvimento da empresa,

partindo da percepção de que ainda existem negócios a serem explorados

(CICCONI, 2014).

Deve-se ressaltar que o empreendedorismo por oportunidade está estritamente

relacionado com o desenvolvimento econômico, por este ser o único a promovê-lo,

devido ao seu escopo inicial e forma de seu desenvolvimento. Em contrapartida, o

empreendedorismo por necessidade não está interligado ao desenvolvimento

econômico por causa da forma como as atividades são executadas, tais negócios

estão previamente destinados ao fracasso graças à falta de execução de um

planejamento estratégico prévio (CICCONI, 2014).

3.1.1 Empreendedorismo e o Desenvolvimento Econômico

A riqueza de uma nação é representada por sua capacidade de produzir bens e

serviços em determinado período, somando em valores monetários tudo que foi

produzido em uma região específica ou intervalo de tempo. Acredita-se que o

desenvolvimento econômico vivenciado por uma sociedade em um determinado

território é consequência da atividade empreendedora.

Uma teoria que examina e exemplifica o pensamento de relação entre os entes

mercadológicos e o desenvolvimento econômico é a Teoria do Fluxo de Renda. De

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forma simplificada, esta Teoria explica a relação dos agentes estabelecidos na

economia, dentro de um plano de equilíbrio, reconhecido como o mercado. Estes

agentes podem ser reconhecidos como entes que, por suas ações, alteram o fluxo

econômico (SILVA, 2007).

Na Figura 1 pode-se observar como funciona a relação dos empreendimentos com o

desenvolvimento de um dos agentes econômicos, as famílias.

Figura 1 - Fluxo de Renda

Fonte: Portal Educação, adaptado (2013).

Analisando a Figura 1, percebe-se como as organizações ou empreendimentos

atuam na formação do desenvolvimento econômico e social, mesmo estando

representado de forma simplificada. As famílias, com o objetivo de sanar suas

necessidades de consumo, contratam ou compram serviços e bens desenvolvidos

pelas empresas, estas, por sua vez, contratam a mão de obra familiar para a

produção dos bens/serviços elaborados pela mesma. Assim, as empresas injetam

renda nas famílias que, por consequência, utilizam desta renda para a contratação

de seus serviços ou compra dos seus bens (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).

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É possível perceber, através desta análise, a importância dos empreendimentos

para o crescimento e desenvolvimento social, visto que, por meio de suas ações, as

famílias conseguem auferir renda para o consumo ou formação de outro

empreendimento.

Esta concepção de que o desenvolvimento econômico ocorre por consequência do

equilíbrio da atividade dos agentes econômicos seria posteriormente questionada

por Schumpeter em seu livro “A Teoria do Desenvolvimento Econômico”, de 1934.

Ele justificou que o crescimento econômico decorre, prioritariamente, dos “saltos” e

“repentes” que acontecem, de forma desarmoniosa, dentro do equilíbrio, findando na

quebra ou rompimento do mesmo. Tal “salto” é caracterizado por ele como

“destruição criativa”, que é realizado por meio de indivíduos capazes de promover os

saltos no equilíbrio econômico (MORICOCHI; GONÇALVES,1994).

Moricochi e Gonçalves (1994, p.29) afirmam que:

A ação de investir não é tarefa para um homem comum. É preciso que se tenha nestas condições um tipo de indivíduo especial, isto é, o empresário, talentoso e motivado, que seja capaz de perceber as oportunidades de realizar negócios rentáveis.

As oportunidades de realização de negócios inovadores, que promovem o domínio

do mercado através da inovação, podem ocorrer por meio de diferentes formas, a

saber: novos produtos; novos processos; nova fonte de matéria-prima; novo

mercado; reorganização de uma indústria (MORICOCHI; GONÇALVES,1994).

I. Novos produtos: Implementação de novos bens ou nova qualidade de um

determinado bem.

II. Novos processos: Execução de novos processos em determinada planta

produtiva, não necessariamente precisa ser alguma descoberta cientifica.

III. Nova fonte de matéria-prima: Introdução de novos insumos que promovem

economia de investimento, economia de tempo ou que melhore a qualidade

do produto final.

IV. Novo Mercado: Refere-se à introdução de um produto em um mercado nunca

acessado anteriormente.

V. Reorganização de uma indústria: Criação de monopólio ou ruptura da

propriedade do mesmo.

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Estes são os meios que, segundo Schumpeter, um empreendedor pode garantir o

monopólio de um mercado, ou seja, através destes meios, um empreendedor é

capaz de realizar negócios, garantindo a rentabilidade por meio do processo de

inovação.

Outra Teoria que justifica a importância das organizações e empreendimentos para

o desenvolvimento social ou econômico é a Teoria dos Polos de Crescimento,

desenvolvida pelo economista François Perroux. Esta teoria dá grande importância

às empresas para o aumento econômico e social de uma determinada região.

Vista principalmente como uma ferramenta política, atribui-se o crescimento

econômico a uma organização capaz de fomentar a economia de uma determinada

região, tal empresa é caracterizada como “Empresa Motriz”. Esta empresa, quando

garante o crescimento das suas vendas e compras, assegura também o crescimento

das vendas e compras de outras empresas (JESUS; SPINOLA, 2015).

Um dos influenciados de Perroux, Paelinck, explica o funcionamento da indústria

motriz, bem como a consequência das suas atividades, afirmando que:

Constitui um polo de crescimento uma indústria que, pelos fluxos de produtos e de rendas, que pode gerar, condiciona a expansão e o crescimento de indústrias tecnicamente ligadas a ela (polarização técnica), determina a prosperidade do setor terciário, por meios das rendas que gera (polarização das rendas), e produz um aumento da renda regional, graças à concentração de novas atividades numa zona determinada, mediante a perspectiva de poder dispor de certos fatores de produção existentes nessa zona (polarização psicológica e geográfica). (PAELINCK, 1977 apud JESUS; SPINOLA, 2015, p.6)

É possível observar, por meio destas teorias neoclássicas, a influência que os

empreendimentos têm sobre o desenvolvimento econômico, este garante, por meio

das suas atividades, que a sociedade usufrua do fluxo de renda promovido por suas

ocupações, aumentando o poder de compra das famílias, bem como das

organizações que vendem e compram mais devido à influência causada por demais

empreendimentos, constatando, mais uma vez, a importância do empreendimento

para a economia.

Degen (2005, p.2) afirma que “O empreendedor é o agente do processo de

destruição criativa”, tal processo de acordo com o próprio Schumpeter é “o impulso

fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista” (SCHUMPETER;

apud DEGEN, 2005, p.9). Observa-se, portanto, a partir dos pontos citados, como se

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dá a ligação do desenvolvimento econômico com a atividade empreendedora

derivada do processo de inovação.

Em vista disso, na era atual, o empreendedorismo garantiu seu reconhecimento,

como resultado, tal era é chamada de Era do Empreendedorismo. Por esta ótica, o

empreendedorismo é visto como um processo significativo, obtendo benefícios não

só econômicos, mas também na esfera social, cultural e organizacional. Como

consequência, a atividade empreendedora no âmbito global demonstrou um

acelerado crescimento nos últimos anos, principalmente a partir da década de 50

(CICCONI, 2014).

Com o objetivo de controlar e medir o crescimento da atividade empreendedora

criou-se o Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Este projeto foi desenvolvido em

1997 por uma iniciativa conjunta realizada pela Babson College, nos Estados

Unidos, e pela London Business School, tornando-se, posteriormente, a principal

ferramenta de medição da atividade empreendedora dos países, assim como a

principal em análise da relação de tal atividade com o crescimento econômico

(CICCONI, 2014).

3.1.2 Empreendedorismo no Brasil

A atividade empreendedora brasileira tornou-se expressiva e relevante a partir da

década de 1990, quando passou a ter o reconhecimento das esferas públicas, onde

por meio de iniciativas planejadas criou uma sequência de projetos que visavam o

incentivo do crescimento da atividade empreendedora no país (DORNELAS, 2005).

Anterior a esta data, os proprietários de pequenos negócios viam-se desprotegidos,

pois não possuíam auxílio ou qualquer estímulo externo, desta forma, o iniciar de

tais empreendimentos era uma atividade quase que utópica, visto que não existiam

informações ou qualquer tipo de instrução para a realização desta atividade. Assim,

o empreendedorismo, anteriormente a 1990, não demonstrava desenvolvimento,

devido à ausência de estímulos governamentais (DORNELAS, 2005).

Após a década de 1990, constata-se a criação de iniciativas com o propósito de

gerar um ambiente propício e favorável ao crescimento da atividade empreendedora,

constam-se projetos como (CICCONI, 2014):

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I. Programas auxiliares à preparação de empresas.

II. Inclusão de matérias na grade curricular de ensino médio e superior voltadas

à conscientização referente ao papel do empreendedorismo.

III. Programas de incentivo à inovação.

IV. Criação de agências com o objetivo de dar suporte ao empreendedor.

Por meio destas e de outras iniciativas, a atividade empreendedora garantiu seu

reconhecimento, desta forma, o empreendedorismo nacional pôde se desenvolver e

se igualar aos níveis globais, demonstrando que o Brasil possui grande capacidade

empreendedora.

Referente à criação de agências com o objetivo de dar suporte ao empreendedor,

compreende-se a instituição do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE), da Sociedade Brasileira para Exportação de Software

(SOFTEX) e outras entidades. Segundo Cicconi (2014, p.7) o SEBRAE, órgão de

suporte ao pequeno empresário,

Tem por objetivo promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos micro e pequenos empreendimentos por meio do oferecimento de consultorias, cursos, treinamentos, publicações, promovendo palestras, seminários, entre outras ações que ofereçam aos empreendedores informações valiosas ao crescimento das empresas e promovam o aprendizado.

Já a SOFTEX realiza programações e projetos para capacitação dos

empreendedores voltados ao ramo de tecnologia, treinando-os para os adequarem

ao nível de globalização, garantindo que estes se destaquem no mercado nacional e

exterior (DORNELAS, 2005).

Outro órgão que também foi responsável por estimular o empreendedorismo é o

Financiador de Estudos e Projetos (FINEP), onde, administrando projetos como o

Fundo Verde-Amarelo, garantiu o apoio ao surgimento de empresas com diferenciais

tecnológicos, incentivou a exportação dos micro e pequenos empresários, estimulou

a competitividade, apoiou a criação das incubadoras, além de criar programas de

desburocratização e acesso ao crédito por parte dos micro e pequenos empresários

(CICCONI, 2014).

De forma prematura, tentou-se a implantação de projetos que visavam melhorar o

empreendedorismo nacional, desta forma, percebeu-se que os ambientes político e

econômico não estavam propícios ou maduros o suficiente para que fossem

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instaurados alguns projetos, como as incubadoras de empresas e os parques

tecnológicos.

Após a maturação da economia e da política tem-se a implantação das referidas

incubadoras de empresas que, segundo Dornelas (2005, p.9), “tem como objetivo

auxiliar os projetos inovadores para que se transformem em empresas de sucesso.

Para isso os empreendedores recebem suporte gerencial, orientações nas áreas de

gestão e financeira, entre outras”.

Já a partir de 2000, voltou-se a discutir sobre o estabelecimento dos parques

tecnológicos. Estes têm por objetivo agregar empresas inovadoras com produção

centrada em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), mantendo atividades de promoção

relacionadas com o empreendedorismo tecnológico e inovador (CICCONI, 2014).

Relacionado à tais projetos, é importante ressaltar sobre as atividades das

universidades, que incentivavam o desenvolvimento do empreendedorismo e o

desenvolvimento tecnológico por meio de planos e projetos, sendo, muita das vezes,

as precursoras das incubadoras e dos parques tecnológicos (CICCONI, 2014).

Foi a partir da implantação destes projetos e da atuação dos entes colaboradores

como o SEBRAE, a SOFTEX e as universidades, que o empreendedorismo nacional

recebeu destaque. Para um melhor entendimento do impacto causado por tais

iniciativas, tem-se a evolução do empreendedorismo no Brasil e das iniciativas de

incentivo ao empreendedor, assim, registra-se a:

1. Elaboração de programas como o Softex e Geração de Novas Empresas de

Software, Informação e Serviços (GENESIS) que estimulavam a implantação

de disciplinas em universidades e a geração de empreendimentos

relacionados à softwares (start-ups). O programa Softex foi reformulado e

continua em atividade (DORNELAS, 2005).

2. Implantação do programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, para a

capacitação de mais de 6 milhões de empreendedores em todo o país,

destinando recursos financeiros a esses empreendedores, assim, totalizou-se

um investimento de R$8 bilhões, tendo vigorado de 1999 a 2002, realizando

mais de 5 milhões de operações de crédito (DORNELAS, 2005).

3. Elaboração de ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os

programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do Sebrae, que são

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referências para os empreendedores tendo ótima avaliação por parte destes

(DORNELAS, 2005).

4. Concepção de diversos cursos e programas sendo criados nas universidades

para o ensino do empreendedorismo (DORNELAS, 2005).

5. Criação de empresas de comercialização eletrônica no país nos anos de 1999

e 2000, motivando o surgimento de entidades de apoio aos empreendedores

e o surgimento de várias empresas start-up de Internet. Este foi breve, porém

contribuiu para a propagação do empreendedorismo (DORNELAS, 2005).

6. Evolução do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da

ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que, em 2004, havia

280 incubadoras de empresas no país, totalizando mais de 1.700 empresas

incubadas, que geram mais de 28 mil postos de trabalho (DORNELAS, 2005).

Por meio da implantação destes e de outros projetos, assim como a maturação da

economia, houve resultados de crescimento que mudaram a perspectiva de

desenvolvimento do empreendedorismo nacional. Índices atestam que o

empreendedorismo tem demonstrado rápido crescimento e ascensão, sendo

reconhecido e recebendo posições de destaque perante as pesquisas realizadas

pelo GEM. Cicconi (2014, p.9) declara que:

O Brasil apareceu como o país que possuía melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o total dessa população: 1 em cada 8 adultos. Em 2010, a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) foi de 17,5%, a maior desde que a pesquisa GEM é realizada no país, demonstrando a tendência de crescimento da atividade empreendedora.

Pode-se considerar, portanto, o quanto é relevante o estudo e o reconhecimento da

atividade empreendedora em nosso país, tal análise atesta o potencial de evolução

brasileiro no que se refere ao âmbito empreendedor, sendo este o prisma que

permite o desenvolvimento da economia, influenciando a diminuição de problemas

nos âmbitos sociocultural, profissional, econômico e político.

Para tanto, existem aspectos que exercem influência referente à realização de

atividades empreendedoras, contendo, além de pontos de estímulo, fatores que

podem ser considerados como entraves do desenvolvimento do empreendedorismo

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e da criação de novos negócios capazes de promover alterações no campo social e

econômico.

Tais fatores envolvem causas econômicas, culturais, institucionais e até mesmo

comportamentais que dependem de características positivas ou negativas para

promoção de regresso ou expansão do empreendedorismo.

Na Tabela 1 é possível comparar informações do empreendedorismo de

participantes de uma política colaborativa entre nações que demonstraram grande

desenvolvimento em um curto espaço de tempo, que são, Brasil, Rússia, Índia,

China, África do Sul (BRICS) (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR, 2016).

Tabela 1 – Principais Fatores Favoráveis para a Abertura e Manutenção de

Novos Negócios segundo os Especialistas Entrevistados – Países

Selecionados – 2016

Fonte: Global Entrepreneurship Monitor (2016), adaptado.

Através da Tabela 1 é possível verificar aspectos econômicos, ambientais,

institucionais e políticos que podem ser caracterizadas como impeditivos ou

incentivos para o desenvolvimento do empreendedorismo, segundo a análise de

Brasil Rússia Índia ChinaÁfrica

do Sul

51,6 40,6 16,4 15,4 7,8

41,6 40,6 12,7 26,9 23,5

24,7 40,6 45,5 3,9 17,7

20,4 6,3 21,8 30,8 13,7

18,3 6,3 14,6 15,4 21,6

14,0 28,1 25,5 69,2 49,0

10,8 12,5 16,4 15,4 5,9

10,8 0,0 9,1 0,0 3,9

5,4 6,3 9,1 11,5 43,1

4,3 25,0 30,9 26,9 15,7

4,3 0,0 0,0 0,0 0,0

4,3 3,1 3,6 7,7 5,9

3,2 12,5 29,1 26,9 27,5

2,2 3,1 10,9 3,9 3,9

1,1 3,1 9,1 7,7 19,6

1,1 15,6 5,5 19,2 0,0

1,1 3,1 1,8 3,9 0,0

0,0 6,3 1,8 0,0 0,0

0,0 3,1 1,8 0,0 0,0

Crise Internacional

Custos do Trabalho, Acesso e Regulamentação

Características da Força de Trabalho

Educação e Capacitação

Informações

Internacionalização

Apoio Financeiro

Contexto Político, Institucional e Social

% de especialistas

Países selecionados - BRICS

Acesso à Infraestrutura Física

Infraestrutura Comercial e Profissional

Diferenças Devidas ao porte da Empresa

Programas Governamentais

Normas Culturais e Sociais

Pesquisa e Desenvolvimento

Políticas Governamentais

Clima Econômico

Composição da População Percebida

Fatores

Abertura de Mercado/Barreiras à Entrada

Capacidade Empreendedora

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diferentes especialistas que detalham o potencial do Brasil em empreender e os

pontos que desestimulam tal processo.

Como pontos de incentivo têm-se:

• Capacidade Empreendedora: O Brasil apresentou um número de 41,1%,

sendo superior aos outros países, desta forma, sabe-se que existe a

possibilidade de o empreendedorismo nacional alcançar grandes patamares

de rentabilidade e aproveitamento (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP

MONITOR, 2016);

• Programas Governamentais: Dados equilibrados em comparação aos demais

países, apontando uma boa administração de programas de incentivo ao

empreendedorismo, demonstrando ações relativamente satisfatórias às

demandas sociais (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR, 2016);

• Pesquisa e Desenvolvimento: Informações positivas sobre os incentivos à

pesquisa e desenvolvimento, evidenciando estímulos ao desenvolvimento de

métodos para avanços científicos e tecnológicos em território nacional

(GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR, 2016).

Porém, em contrapartida, como fator negativo, é possível constatar dados como:

• Políticas Governamentais: Consta uma taxa de 20,23% inferior ao índice

alcançado pela China, evidenciando fraquezas relacionadas a incentivos

políticos aos empreendedores nacionais, visto que estímulos diversos são

implantados nos demais países emergentes enquanto perdura-se a

inexistência de aplicação em território nacional, corroborando com o descuido

relacionado aos empreendedores. Comparando as taxas dos pontos citados

do empreendedorismo nacional com o chinês e tendo a noção de que o

empreendedorismo chinês demonstrou dados de crescimento superior aos

demais países analisados, possuindo a maior taxa de crescimento na década,

cria-se a hipótese de que as políticas governamentais seriam mais favoráveis

do que programas governamentais, visto que os agentes econômicos

(organizações) promoveriam maior desenvolvimento submetidos à políticas

de longo prazo, isto em comparação a programas sensíveis a alterações do

poder executivo (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR, 2016);

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• Educação e Capacitação: O Brasil encontra-se na última colocação, o que

permite deduzir sobre a ineficácia educacional referente a causas

empreendedoras, bem como o desenvolvimento de programas de

capacitação pouco capazes de estimular a abertura de novos negócios e de

desenvolver a gestão dos mesmos, sendo unânime entre os especialistas à

impotência nacional em questões educacionais para o fomento da atividade

empreendedora (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR, 2016);

• Apoio Financeiro: Os sistemas de apoio financeiro não contribuem

efetivamente para a abertura e desenvolvimento da atividade empreendedora

nacional, confrontando tais dados com os outros países pesquisas, percebe-

se uma inferioridade na taxa nacional se posta em comparação com os

demais países emergentes. Verifica-se o baixo índice de apoio com relação

às causas financeiras, culminando em um ambiente não favorável ao

desenvolvimento de empreendimentos (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP

MONITOR, 2016);

• Contexto Político, Institucional e Social: Analisando o meio onde os

empreendimentos se inserem, os especialistas afirmam que, em um contexto

político, social e institucional, o Brasil é inferior aos demais BRICS, tendo um

ambiente desfavorável ao desempenho e manifestação de atividades

empreendedoras (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR, 2016).

Cicconi (2014) ainda afirma que, entre estes bloqueios está a elaboração de

políticas públicas de incentivo a inovação, como as incubadoras de empresas, que,

mesmo com os resultados positivos obtidos por sua execução, ainda existem pontos

negativos, pois estas dependem de recursos estatais para realizar o estímulo que os

empreendimentos necessitam.

Altos juros, burocracia alta, insegurança jurídica da relação entre o Estado e elevada

carga trabalhista são outros pontos que podem ser interpretados como pontos de

desestímulo ao empreendedorismo (CICCONI, 2014).

Existem ainda os fatores comportamentais que inibem o crescimento do

empreendedorismo no Brasil e a formação de novos empreendedores, para tanto,

segundo Degen (2005), três destes influenciam de forma predominante, sendo: (i)

imagem social, (ii) disposição de assumir riscos e (iii) capital social dos potenciais

empreendedores.

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I. O fator de imagem pessoal se refere a profissionais que já possuem carreiras

bem-sucedidas, porém, não estão dispostos a assumir o compromisso de

“retroceder” posições para tomar direção do próprio negócio, mesmo que

estes desejem possuí-lo (DEGEN, 2005).

II. A disposição para assumir riscos é outro fator, este se tornou um dos

principais motivos para a não abertura de novos empreendimentos. O

empreendedor, principalmente no início, deve possuir a capacidade de

assumir riscos em seu negócio, o sucesso, posteriormente, será a prova de

que seu proprietário teve a capacidade de conviver e solucioná-los. Degen

(2005, p.11) afirma que “O empreendedor não é malsucedido nos seus

negócios porque sofre revezes, mas porque não sabe superá-los” (DEGEN,

2005).

III. Por último, têm-se o capital social, tal ponto se refere aos valores e ideias

herdados por atitudes subliminares, onde pais, professores, instituições

religiosas e outros influenciam o processo de decisão de uma carreira

profissional, induzindo subjetivamente, a não escolha de uma atividade

empreendedora (DEGEN, 2005).

Além dos pontos que segundo Degen influenciam a não formação de novos

empreendedores, existe a informalidade. Tal fator suprime o potencial do

empreendedor nacional, gerando empresas que não possuem qualquer relação ou

prestação de contas com o Estado. Para tanto, é necessário realizar uma análise

aprofundada sobre suas causas e impactos econômicos, observando também, seu

contexto histórico, assim como seus efeitos e consequências.

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3.2 INFORMALIDADE

3.2.1 Conceito de Informalidade

A ideia de conceituação sobre o termo informalidade sofreu, ao longo dos anos,

várias diferenciações, isto conforme o surgimento de estudos que influenciaram a

transformação do pensamento sobre sua definição. Deste modo, a partir de

variações econômicas e estudos sobre fenômenos de natureza distinta, criou-se

determinadas concepções sobre a informalidade e sua respectiva abrangência

(FILGUEIRAS; DRUCK; AMARAL, 2004).

A expressão de diferentes objetos de estudo se enquadra nesta situação, pois são

influenciadores da conceituação da informalidade, assim, atribui-se determinadas

significações sobre a mesma a partir de estudos de suas tipologias como, por

exemplo, os empresários informais, o empregado sem carteira assinada, ou até

mesmo as atividades criminosas ou fora das exigências normativas (FILGUEIRAS;

DRUCK; AMARAL, 2004).

Observando as tipologias apresentadas, é importante destacar que o presente

trabalho ater-se-á exclusivamente aos microempresários operantes na economia

informal, sendo estes, os que não possuem vínculo formal com o Estado.

Por se tratar de conceitos conflitantes, visto que a aplicação destes sintetizam

caracterizações diversas, cabe a realização da condensação do pensamento de

informalidade para o estreitamento do corpo da pesquisa. Em vista disto, passar-se-

á a conceituação do objeto da informalidade cabível a pesquisa.

Segundo estudos realizados no Quênia, que teve por objetivo analisar a estrutura de

emprego e renda do país, houve a constatação de que a informalidade da presente

região decorreu do êxodo rural vivenciado no século XX aliado ao processo de

industrialização, consequência do pós-guerra nos países em desenvolvimento

(FILGUEIRAS; DRUCK; AMARAL, 2004).

Deste modo, não havendo absorção de boa parcela da população, ocasionou-se a

criação da economia informal que consiste de atividades de baixa produção, sem

relações de salário e sem proteção social. Pretendendo compreender o fenômeno

nascido, houve a caracterização e conceituação do mesmo, que finalizou em:

Um conjunto de atividades e formas de produção não tipicamente capitalistas, caracterizadas em especial por não terem na busca do lucro o

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seu objetivo central e por não haver uma separação nítida entre capital e trabalho, ou seja, o produtor direto, de posse dos meios de produção, executa e administra a atividade econômica, com o apoio de mão de obra familiar e/ou alguns ajudantes (FILGUEIRAS; DRUCK; AMARAL, 2004, p.3).

Assumindo tal enfoque, observa-se que a concepção apresentada sobre

informalidade está estritamente relacionada com o profissional autônomo, pequena

produção, auto emprego e empreendedor informal. Tal conceito é entendido como

segmento econômico com características, estruturação e funcionamento distinto do

empreendedorismo formal. Assim, entende-se que:

O trabalhador típico da informalidade se insere na economia, fundamentalmente, através do mercado de produtos e serviços, e não através do mercado de trabalho (FILGUEIRAS; DRUCK; AMARAL, 2004, p.3).

Constata-se desta forma a diferenciação do âmbito informal, que se distingue do

mercado formal visto as relações trabalhistas desreguladas, onde por meio de

contratos tácitos realiza-se a ordenação das atividades sem as perspectivas e

exigências estatais (FILGUEIRAS; DRUCK; AMARAL, 2004).

Por consequência, há a separação dos mesmos por meio de sua inserção, visto que

existe o isolamento dos não adequados ao sistema determinado por agentes

públicos para administração das relações de emprego e renda, desta maneira, os

trabalhadores autônomos limitam-se a realização de troca e venda de produtos ou

aplicação/efetivação de serviços para sustento próprio, sem grandes ambições de

retorno financeiro (FILGUEIRAS; DRUCK; AMARAL, 2004).

3.2.2 Fatores que influenciam o crescimento da Informalidade

A relação das políticas de produção e as mudanças promovidas pela industrialização

incentivaram, como visto anteriormente, o aumento da competição de mão de obra,

excluindo boa parte dela para o crescimento do excedente das organizações. Com a

reestruturação do sistema de produção, o mercado de trabalho se tornou globalizado

e tolerante, como consequência surgiu o desemprego estrutural, que influenciou o

aumento exacerbado do chamado setor da informalidade (OLIVEIRA, 2015).

Entende-se que tais transformações do modelo de produção, onde a mão de obra é

desvalorizada em detrimento da troca desta por maquinários que realizam o

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processo de manufatura com vantagem na diminuição dos custos de produção, da

padronização da produção e os aumentos da mesma, justificavam, na época, o

crescimento do mercado da informalidade.

Observa-se, em um contexto histórico, as desvantagens que subjugavam tais

empreendedores informais, estes, dentro de um determinado cenário se viam

inferiores e sem perspectiva de crescimento, levando desvantagens na competição

predatória (Informalidade versus Formalidade), onde entraves burocráticos vetavam

seu desenvolvimento e evolução (OLIVEIRA, 2015).

Para tanto, Noronha (2003 apud OLIVEIRA, 2015, p.17) afirma que “a ação do

Estado continua a proteger trabalhadores formais, o que de resto constitui um fator

de ampliação das desigualdades entre os setores formal e informal”.

Além dos fatores citados anteriormente, existem outros que também influenciam no

aumento da economia informal no país. Como um dos influenciadores da passagem

de trabalhadores da formalidade para informalidade, tem-se as crises econômicas,

tais crises são majoritariamente responsáveis pelo desenvolvimento do fenômeno

(PROJETO REDAÇÃO, 2016).

O Brasil, como em outros países, tem passado por constantes crises na economia,

estas acarretam no aumento das taxas de desemprego que, por consequência, gera

um acréscimo na taxa de trabalhadores no mercado da informalidade. Estes,

visando o próprio sustento, buscam meios de arrecadação de renda na economia

informal para garantir sua subsistência. Noronha (2003 apud OLIVEIRA, 2015)

declara que o crescimento das atividades informais decorre da incompetência do

setor moderno de produção em gerar empregos suficientes para a classe

trabalhadora, desta forma, entende-se que os indivíduos buscam a informalidade por

falta de opção, visto que necessitam de uma atividade que garanta o seu subsídio.

No Gráfico 1 são apresentadas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) sobre o setor informal, representado por trabalhadores por conta-

própria sem CNPJ, bem como o mercado formal que está representado pelos

trabalhadores com carteira assinada. Compara-se dados da quantidade de

participantes do setor formal com o setor informal, visando demonstrar o efeito do

desemprego sobre os níveis da informalidade no país. Tais estimativas

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compreendem os períodos de 2017- 2018, sendo ambos representados pelo

trimestre de julho-agosto-setembro.

Gráfico 1 – Comparação do número de carteiras assinadas com trabalhadores

informais (Mil pessoas) – 2017-2018

Fonte: IBGE (2018).

É perceptível a influência do desemprego sobre a informalidade, tendo em vista o

acréscimo causado pela sutil diminuição de trabalhadores com carteira assinada nos

níveis de informalidade nacional, tendo este um aumento no ano de 2018 se

comparado ao período de 2017. Assim, revela-se, de forma simplificada, a ligação

entre o índice de desemprego com o crescimento do setor informal.

Outro ponto de grande influência na transição e permanência de trabalhadores no

ramo informal é o constante crescimento das exigências para a contratação

trabalhista. Existe uma cobrança excessiva com relação à mão de obra

especializada, tornando mais dificultosa a admissão de trabalhadores sem grandes

conhecimentos técnicos.

Com relação aos pontos cobrados em uma contratação, é evidente o crescimento de

exigências relacionadas ao nível de escolaridade, bem como o de conhecimento e

técnicas específicas, outro requisito refere-se a experiências em determinadas

áreas, isto tudo influencia a não contratação de certos trabalhadores que não se

3330032972

2291123496

21000

23000

25000

27000

29000

31000

33000

35000

2017 2018

Com carteira Conta própria (sem CNPJ)

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36

enquadram nos pré-requisitos, restringindo-os e excluindo-os do mercado de

trabalho.

Tal fator pode ser reduzido através de incentivos educacionais por parte do Estado,

onde, por meio da profissionalização, aumenta-se o nível de escolaridade e a

qualificação profissional, que por consequência promoveria um acréscimo de

pessoas capacitadas dentro do mercado de trabalho.

Próximo a estes fatores, tem-se a influência da tributação e arrecadação de

impostos por parte do Estado, que se tornou, ao longo dos anos, um dos pontos

determinantes para o crescimento da economia informal. Neri (2006, p.3) ressalta

que “a informalidade está associada a encargos fiscais crescentes pelos vários

níveis de governo”, onde a alta taxa de tributos a serem pagos pelos

empreendedores influenciavam o crescimento e aumentavam o número de

empresas no mercado da informalidade, assim como a relação dos

empreendimentos com o governo. Como resultado, observou-se a saída de

trabalhadores da formalidade, diminuindo a arrecadação tributária e aumentando,

posteriormente, os valores das alíquotas dos tributos e da economia informal (NERI,

2006).

Observando este ambiente, percebe-se que os cenários citados geram

desvantagens não só aos trabalhadores. Os resultados e consequências das

circunstâncias mencionadas geram, desvantagens tributárias, visto que não existe

arrecadação dos tributos referentes aos negócios, devido a não formalização de

seus empreendimentos, tal perspectiva prejudica a Previdência Social e o

recolhimento dos impostos (VASCONCELOS, 2016).

Assim, o cenário finda na falta de proteção dos empreendedores referente à causa

previdenciária, tornando-os vulneráveis as questões relacionadas à invalidez, bem

como à maternidade e à saúde do trabalhador. Como não possuem assessoria, os

trabalhadores são obrigados a arcarem com tais despesas, contratando diferentes

modalidades de seguros, como contra invalidez, referente à problemas de saúde

(podendo haver a inclusão de cláusulas pós-parto), entre outros, o que é

dispendioso, principalmente para trabalhadores em situações de vulnerabilidade

financeira (NERI, 2006).

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Ainda dentro do cenário da informalidade, outra justificativa para iniciação de

empresas no mercado da informalidade está na aversão de processos burocráticos

por parte de seus empreendedores, estes possuem aversão à construção de

processos e exigências trabalhistas, bem como não aderem às imposições legais

devido ao alto custo requisitado para sua adequação (OLIVEIRA, 2015). Todos os

pontos citados acabam por promover o aumento da informalidade no país.

Segundo pesquisas do IBGE (2013 apud OLIVEIRA, 2015, p.18), “em sua síntese de

indicadores sociais – uma análise das condições de vida da população brasileira –,

apontou que a informalidade ainda assume grandes proporções no Brasil,

abrangendo 43,1% de trabalhadores em 2012”.

Tais dados apontam a criticidade referente à economia informal, onde grandes

percentuais da classe trabalhadora, por vários motivos, encontram-se na

informalidade, fomentando-a e gerando grandes impasses burocráticos e tributários,

dificultando, por fim, a ação do estado para a diminuição da informalidade.

Contudo, houve, com o passar dos anos, uma mudança de postura do Estado que,

aliou-se a parceiros como o SEBRAE e Ministério da Previdência Social, buscando

formalizar tais trabalhadores autônomos, visto que além de ocasionar impasses na

arrecadação tributária, geram-se também impactos macroeconômicos, fomentando,

por consequência, a competição formal versus informal (OLIVEIRA, 2015).

Para tanto, o Estado, ao longo dos anos, criou uma série de facilitações que

incentivam a atividade empreendedora no país, como a formação do perfil jurídico

MEI e diminuição de entraves tributários, que facilitaram a entrada de novos

profissionais na área, fomentando, por consequência, a economia nacional e o

desenvolvimento das organizações no mercado.

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3.3 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

A primeira iniciativa de reconhecimento e valorização da importância dos micro e

pequenos negócios na economia nacional ocorreu através da Constituição de 1988,

antes, tais trabalhadores não possuíam o reconhecimento necessário, sendo

negligenciados pelo Estado, mesmo sendo os agentes econômicos responsáveis

pela geração de emprego.

Quando tais procedimentos foram desenvolvidos, os empreendedores já estavam

aquém dos seus concorrentes globais, mostrando que tais iniciativas vieram com

grande atraso, visto que as outras economias desenvolviam um tratamento

diferenciado muito antes da economia nacional (PORTAL LEI GERAL DA MICRO E

PEQUENA EMPRESA, 2018).

Segundo a Constituição de 1988, especificamente nos artigos 170 e 179, consta

que:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei (BRASIL, 1988).

Verifica-se que existiu uma preocupação por parte do governo em garantir o

crescimento da atividade empreendedora nacional. Este buscou a redução da

informalidade e outros fenômenos que reprimiam o desenvolvimento econômico, por

meio da diminuição dos deveres e obrigações exigidos para os pequenos negócios.

Após o consentimento e autorização do Governo para a realização de medidas que

estimulavam o empreendedorismo, criou-se o Simples Federal. Tal medida teve por

objetivo descomplicar o recolhimento dos tributos e contribuições federais que,

mediante convênio, abrangia as parcelas apropriadas aos Municípios e Estados.

Todavia, os Estados não aderiram tal proposta e criaram seus próprios regimes de

tributação, isto resultou em 27 tratamentos tributários divergentes (PORTAL LEI

GERAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA, 2018).

Outro ponto que se observa é que poucos municípios adotaram o Simples Federal,

mostrando que, mesmo com medidas de estímulo, o Estado e suas subdivisões

ainda não prezavam e incentivavam as atividades das Micro e Pequenas Empresas,

visto que optaram pela maior arrecadação dos tributos ao estimulo do

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empreendedorismo nacional (PORTAL LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA

EMPRESA, 2018).

Após tais acontecimentos o Governo Federal sancionou outras iniciativas de

valorização dos pequenos negócios. A segunda resolução foi a aprovação do

Estatuto da Micro e Pequena Empresa (Lei nº 9.841, de 1999) que:

Assegura às microempresas e às empresas de pequeno porte tratamento jurídico diferenciado e simplificado nos campos administrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial, em conformidade com o que dispõe esta Lei e a Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e alterações posteriores.

Entretanto, tal estatuto foi desenvolvido por meio de lei ordinária, limitando sua

atuação à esfera Federal, não tendo poder legislativo sobre Municípios e Estados

(PORTAL LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA, 2018).

Todavia, a partir do ano de 2003 intensificou-se a busca pela valorização dos

pequenos empreendedores e a procura por um ambiente favorável para o

desenvolvimento dos mesmos (PORTAL LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA

EMPRESA, 2018). Na Tabela 2 é possível verificar, em um contexto cronológico, as

ações de incentivo e seus respectivos resultados. São pontuadas as práticas legais

realizadas no período de 2003 a 2016 para um melhor entendimento da evolução da

Lei Geral da Micro e Pequena Empresa nº 123/2006, deste modo consta, por meio

da Tabela 2:

Tabela 2 – Principais Medidas Legais: Histórico da Lei Geral

2003 Promulgação da Emenda Constitucional 042/2003 que alterou o regime

tributário nacional, incentivando o tratamento diferenciado e favorecido para

às Micro e Pequenas Empresas (MPE’s).

2005 Criada a Frente Empresarial para aprovação da Lei Geral do Micro e

Pequeno empresário, tal frente era constituída pelas Confederações

Nacionais da Indústria (CNI), do Comércio (CNC), da Agricultura (CNA), dos

Transportes (CNT), entre outros entes.

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2006 Aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa pela Lei

Complementar Federal 123/2006.

2007 Aprovação da Lei Complementar (LC) 127/2007 que institui melhorias à Lei

Geral das MPE’s, como a possibilidade de determinadas empresas do setor

de serviços recolherem os tributos na forma do Simples Nacional.

2008 Lei Complementar 128/2008: Criação de duas figuras importantes, sendo

estes o Microempreendedor Individual e o Agente de Desenvolvimento, além

de promover ajustes à Lei Geral dos Micro e pequenos empresários.

2009 Lei Complementar 133/2009: Ampliou as atividades optantes pelo Simples

Nacional.

2010 Apresentação do Projeto de Lei Complementar - PLP 591/10 que objetivava

a modificação de alguns itens da Lei Geral.

2011 Lei Complementar 139/2011: reajuste em 50% dos tetos de receita bruta

anual para os optantes do Simples Nacional; parcelamento das dívidas em

até 60 meses; empresas exportadoras poderiam auferir receitas no mercado

externo até R$ 3.600 mil. Lei 12.441/2011: permite a constituição da

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), assim como a

instituição de medidas provisórias da Presidência da República que

beneficiaram os pequenos negócios.

2012 PLP 237/2012: propunha elevar o teto para enquadramento das micro e

pequenas empresas e adotar alíquotas variáveis para a tributação do

Simples; criar regras para a transição para o regime do Lucro Presumido;

disciplinar a aplicação do regime de substituição tributária aos pequenos

negócios; adotar o critério único de entrada no Simples; desonerar as

atividades da saúde; blindar o Microempreendedor Individual; instituir a

obrigatoriedade no tratamento diferenciado em licitações públicas e a

manutenção da competitividade frente a novos incentivos. O PLP 237/2012

foi apensado ao PLP 221/2012.

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2013 Aprovação do PLP 221/2012 pela Comissão Especial na Câmara dos

Deputados destinada a proferir parecer sobre o projeto.

2014 Aprovação do PLP 221/2012 convertendo-se na Lei Complementar Federal

147/2014 com algumas alterações.

2015 Decreto 8.538/2015: regulamenta o tratamento diferenciado para as micro e

pequenas empresas nas licitações públicas.

2016 Lei Complementar 154/2016: altera a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa

e estabelece que o Microempreendedor Individual pode utilizar a sua

residência como sede do seu estabelecimento.

Fonte: Portal Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (2018), adaptado.

Antes da implantação dos benefícios e incentivos por parte da Federação, os

empreendedores de pequeno porte viam-se desamparados e sem perspectiva de

desenvolvimento econômico. Após a efetivação das leis e vantagens, pode-se

observar um contraste da atividade empreendedora nacional. Tais perfis

(Microempreendedor Individual, Microempresa e Pequena Empresa) se tornaram

grandes responsáveis pelo crescimento da riqueza nacional, promovendo o

progresso econômico e social.

Segundo pesquisas, “houve um aumento de 23% para 34,5% de empreendedores

em dez anos e o pequeno negócio tornou-se responsável por mais de 52% da

geração de empregos formais e 40% da massa salarial no país” (BRASIL PORTAL,

2015), provando, portanto, o funcionamento das medidas tomadas pelo Governo

Federal em favor dos incentivos e facilitações para o aumento da atividade

empreendedora nacional.

3.3.1 Evolução do MEI

Anterior à implantação da figura jurídica do MEI, existia um alto nível de carga

tributária e um excesso de processos burocráticos que extinguiam a praticidade dos

negócios e impossibilitavam os empreendedores autônomos de realizarem a

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formalização dos seus negócios, induzindo-os a fugir de procedimentos trabalhosos

e onerosos e impedindo, por assim dizer, que tais trabalhadores tivessem quaisquer

relação com o Estado (BORGES; JUNIOR; SOUZA, 2015).

Todavia, a implantação do perfil MEI abriu uma nova possibilidade mais

desburocratizada e menos onerosa para o trabalhador informal, possibilitando a

formalização em grande escala, com menores taxas de tributação e maior

praticidade, para assim, gerar um crescimento da formalidade e auxiliar a economia

nacional (BORGES; JUNIOR; SOUZA, 2015).

Observando isto, é perceptível o total interesse do Estado em formalizar os

trabalhadores autônomos, este, impulsionado pela inexistente arrecadação tributária

na relação Estado versus Informalidade, apressou-se para solucionar o problema de

tributação, gerando melhorias e benefícios em outros âmbitos (BORGES; JUNIOR;

SOUZA, 2015).

Em uma perspectiva empreendedora, fica claro os benefícios da iniciativa estatal

para a formalização dos pequenos negócios, certamente, tal atitude gerou

consequências positivas diversas, como (VASCONCELOS, 2016):

1. Permitiu a flexibilização do mercado, possibilitando o crescimento da

diversidade empresarial;

2. Criação de novos postos de trabalho;

3. Diminuição da informalidade empresarial;

4. Direito à propriedade do negócio;

5. Melhor acesso a novos fornecedores, tecnologias, crédito, etc.

Além dos benefícios qualitativos apresentados, é imprescindível falar sobre os

benefícios quantitativos, visto que após a implantação da figura MEI pela Lei

Complementar 128/2008 que entrou em vigor em 1º de junho de 2009, houve um

grande crescimento no número de empreendimentos nacionais, validando a atitude

do Governo em tirar da informalidade e mostrando ser de grande importância e

relevância para o empreendedorismo brasileiro.

No Gráfico 2 é possível observar a evolução do Empreendedorismo no período de

2002-2016. Tal gráfico compara a Taxa de Empreendedores Estabelecidos (TEE), a

Taxa de Empreendedores Iniciais (TEA) com a Taxa Total de Empreendedores

(TTE), visto que este último é um dos pilares da economia nacional.

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Gráfico 2 - Taxas de Empreendedorismo Segundo Estágio do Empreendimento

TEA, TEE, TTE – Brasil – 2002:2016

Fonte: Global Entrepreneurship Monitor (2016).

É possível notar no Gráfico 2 o crescimento da atividade empreendedora no país

após a implantação do perfil MEI (2009), fazendo com que o TTE tenha

demonstrado seu maior percentual no ano de 2015, assim, fica explícito a influência

do Microempreendedor Individual no crescimento da atividade empreendedora

nacional, mostrando, desta forma, que a atitude governamental foi bem sucedida,

instigando e atraindo os trabalhadores informais para que estes se legalizem e

passem a exercer uma atividade formal.

Para entender melhor o crescimento no número de registros formais é apresentado,

no Gráfico 3, uma relação do número de registros pelas regiões do país, mostrando

e comparando os dados das regiões com os dados nacionais.

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Gráfico 3 - Número de Optantes pelo MEI – Brasil e Grandes Regiões - (em

milhões).

Fonte: Vasconcelos (2016).

Verifica-se novamente o crescimento do percentual do micro empreendedorismo

formal a partir da implantação da Lei do MEI, assim, por volta de 2010, após a

implantação da lei, é possível observar um crescimento, atingindo seu ápice

posteriormente no ano de 2014, onde a formalização foi de mais de 4 milhões de

trabalhadores informais, mostrando que a sociedade brasileira é empreendedora por

natureza, devido ao grande aumento do índice de microempreendedores em um

pequeno espaço de tempo.

Assim, é indiscutível a relevância do MEI para a economia e o desenvolvimento

nacional, este tem se mostrado de grande utilidade, visto que permite a formalização

e o desenvolvimento dos trabalhadores informais, já que disponibiliza benefícios

úteis para a elaboração de uma atividade empreendedora, cabe ao trabalhador

informal a escolha de oficializar seu negócio perante o Estado.

3.3.2 Formalização

A formalização compreende o processo que é responsável pela oficialização e

normatização de um determinado ponto. Relacionando tal conceito com a

perspectiva organizacional, é possível interpretar que a formalização é o processo

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responsável por tornar palpável ou tangível algo antes não oficializado, em outras

palavras, a formalização é o procedimento capaz de dar vida a um empreendimento

não declarado, através de registros em documentos e papeis (PORTAL DO

EMPREENDEDOR, 2018).

Como conceituado, tal processo tem por objetivo realizar a retirada dos

trabalhadores informais, visando que estes estejam em conformidade com as

exigências legais, visto que estes podem ser caracterizados como trabalhadores

clandestinos, onde, em sua maioria, realizam atividades ilegítimas ou fora das

imposições legais.

Noronha (2003) afirma que, no Brasil, o entendimento popular do que vem a ser

“trabalho formal” ou “informal” deriva, atualmente, da compreensão da ordem

jurídica, sendo assim, os empreendedores informais são aqueles que não possuem

qualquer registro que comprove a execução de uma tarefa perante a mediação do

Estado.

Segundo o IBGE (2001 apud JULIÃO; LEONE; NETO, 2014) o trabalhador informal

é aquele que trabalha por conta própria, tirando proveito do seu próprio

empreendimento, sozinho ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não,

com a ajuda de trabalhador não remunerado. Assim, reitera-se que “A principal

característica do trabalhador informal é a não separação entre o proprietário e o

empreendimento” (JULIÃO; LEONE; NETO, 2014, p.5).

Em comparação com as atividades dos trabalhadores legalizados, assume-se a

disparidade entre a informalidade e os negócios já formalizados, visto que, levando

em consideração os documentos e exigências trabalhistas e fiscais, além dos

benefícios previdenciários concedidos aos formais, é possível tomar os informais

como o elo inferiorizado das relações de trabalho, já que o Estado não possui a

competência de assumir controle sobre tais atividades.

Deste modo, muitos interpretam estes trabalhadores como a consequência de

problemas sociais e econômicos, que finda na exclusão de direitos e supressão de

crescimento do número de empreendimentos formalizados.

O Governo Federal, incentivado pelo desejo de regularizar as atividades citadas e

melhorar a relação de tais entes e sua tributação, desenvolveu um método efetivo e

simples para regular pequenos negócios informais. De forma estratégica, este

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elaborou procedimentos descomplicados que servem de inclusão social para os

trabalhadores informais, possibilitando sua transição para a formalidade (PORTAL

LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA, 2018).

A formalização, um processo interventivo, é definida como o registro empresarial

responsável pela regularização da situação da pessoa que não exerce atividade

econômica frente aos órgãos do Governo, como Junta Comercial, Receita Federal,

Prefeitura e órgãos responsáveis por eventuais licenciamentos, quando necessários

(PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2018).

Tal processo é gratuito e pode ser realizado online, tendo orientação executada por

parte de entidades de apoio a empreendedores como o SEBRAE. Também pode ser

realizado por empresas e escritórios contábeis (PORTAL DO EMPREENDEDOR,

2018).

Para tanto, para que a formalização seja efetuada, é necessário que o trabalhador

se atente a determinados requisitos exigidos pelo Governo Federal, verificando se

estão em conformidade com as imposições, sendo estas:

1. Ter sua atividade principal discriminada na lista de atividades constate do

Anexo Xl da resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional – CGSN nº

140/2018;

2. Ter faturamento encaixado com a categoria;

3. Ser autônomo;

4. Ter permissão da prefeitura onde se encontra o empreendimento, verificando

se este pode ser realizado no local desejado pelo empreendedor informal;

5. Não possuir filial ou participações em outras empresas.

A documentação exigida é: (l) Cadastro de Pessoa Física (CPF); (ll) Título de Eleitor;

(lll) Recibo da Última Declaração do Imposto de Renda, caso tenha declarado em

um período de dois anos; (lV) Número de celular ativo (PORTAL DO

EMPREENDEDOR, 2018).

A formalização pode levar ao cancelamento de alguns benefícios, então, é de suma

importância que o trabalhador informal verifique se recebe algum benefício

previdenciário como: salário-maternidade, auxílio-doença, auxílio-idoso,

aposentadoria por invalidez ou benefício de prestação continuada da assistência

social (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2018).

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Referente à autorização da Prefeitura com relação à realização das atividades em

determinado local, a Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios (2016)

afirma que: “Ao mesmo tempo em que consulta o endereço, o empreendedor

também precisa verificar quais são as autorizações específicas que seu negócio

exige. Dependendo da área, é preciso solicitar autorização dos bombeiros e da

vigilância sanitária”. Tal processo de verificação pode tanto ser realizado na

prefeitura da cidade onde se encontra o empreendimento, quanto online, pelo site do

SEBRAE.

Outro ponto relevante está na arrecadação de tributos, através da formalização, é

possível para o Estado melhorar sua apuração tributária, favorecendo e facilitando o

pagamento de impostos por parte do microempreendedor. Assim, geram-se

vantagens tanto para o Governo, quanto para os empreendedores declarados. A LC

nº. 128/2008 afirma o seguinte:

Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. [...] V – O Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, valor fixo mensal correspondente à soma das seguintes parcelas: a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a título a contribuição prevista no inciso IV deste parágrafo; b) R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS; e c) R$ 5,00 (cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS (Brasil, 2008).

Deste modo, ficou-se autorizado que as esferas competentes reduzissem a 0 a

alíquota dos seguintes impostos e contribuições para os Microempreendedores

Individuais, apresentados na Tabela 3:

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Tabela 3 – Impostos e Contribuições Referentes ao Simples Nacional e ao MEI

Fonte: Vasconcelos (2016), adaptado.

Com estas contribuições, os microempreendedores têm acesso aos benefícios

previdenciários como: aposentadoria por invalidez; aposentadoria por idade;

aposentadoria especial; aposentadoria por tempo de contribuição; auxílio-doença;

auxílio-acidente; salário-família e salário-maternidade. Os MEI’s também terão direito

a pensão morte e auxilio reclusão (BORGES; JUNIOR; SOUZA, 2015).

Porém, mesmo com a contabilização de inúmeros benefícios relacionados às

atividades primárias do empreendedorismo, disponibilizados por ações

governamentais, ainda é possível observar grandes taxas de informalidade na

economia nacional, como pode-se observar no Gráfico 4.

Tributo Descrição Esfera

IRPJ Imposto sobre a Renda da Pessoa

Jurídica

Federal

IPIImposto sobre Produtos Industrializados,

exceto o incidente na importaçãoFederal

CSLL Contriuição Social sobre o Lucro Líquido Federal

COFINS

Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social, exceto a incidente na

importação

Federal

PIS/PASEP

Contribuição para o Programa de

Integração Social e de Formação do

Patrimônio do Servidor Público, exceto a

incidente na importação

Federal

INSSContribuição para a Seguridade Social, a

cargo da pessoa jurídica (patronal).Federal

ICMS

Imposto sobre operações relativas à

circulação de mercadorias e sobre

prestações de serviços de transporte

interestadual e intermuniicpal e de

comunicação

Estadual

ISSImposto sobre serviços de qualquer

natureza.Municipal

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49

Gráfico 4 - Total de Trabalhadores por Conta Própria e Microempreendedores

Individuais – março de 2012 a outubro de 2015

Fonte: Perfil do MEI (2015).

É visto no Gráfico 4 dados referentes aos Trabalhadores por Conta-Própria

(Categoria que inclui Trabalhadores Informais) sendo comparados aos dados sobre

os Microempreendedores Individuais (Formais), em um período que compreende de

março de 2012 a outubro de 2015. Desta forma, nota-se que a taxa de informalidade

continua crescente mesmo com o aumento da formalização dos pequenos

empreendimentos nacionais.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

No capítulo exposto, constam dados da pesquisa de campo realizada no período de

20/09/2018 à 25/09/2018, constituída por 48 questionários, divididos entre Informais

(24 respondentes) e Formais (24 respondentes). Tal pesquisa teve por propósito a

arrecadação de dados para análise, compreensão e constatação de informações

que detalham a situação dos negócios informais, bem como a prática da

formalização nos empreendimentos do município de Guaratinga-BA. Em vista disso,

serão comparados os dados colhidos dos empreendimentos informais com os já

formalizados, para que se entenda as diferentes perspectivas de negócio segundo

seu perfil, sendo estes informal/formal.

Seguindo a sequência apresentada anteriormente, pretende-se mostrar, a princípio,

os dados dos questionários aplicados em 24 empreendimentos informais, adotando

critérios de caracterização dos respondentes, assim como as particularidades dos

mesmos, para que se possa entender as características influenciadoras que

corroboram para a permanência de seus negócios no campo informal.

Serão apresentados os dados referentes às particularidades dos proprietários dos

referidos negócios informais, a saber: Gênero; Nível de escolaridade; Etnia; Faixa

etária e o ramo de atividade do negócio e, em sequência, as particularidades dos

negócios informais.

Gráfico 5 – Gênero

Fonte: O Autor, 2018.

46%

54%

Masculino Feminino24 RESPOSTAS

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Como primeira medida de diferenciação, tem-se a caracterização por gênero. Vê-se

uma distinção superior de proprietárias femininas que se encontram na

informalidade, visto que 54% dos respondentes do questionário se caracterizam

como mulheres. Assim, é possível presumir que existe uma pequena superioridade

de empreendedoras informais em maiores escalas. Porém, tal superioridade, dentro

da amostra retirada, não possui grande expressividade, visto a mínima diferença,

sendo bastante páreos os empreendedores/empreendedoras.

Gráfico 6 – Nível de escolaridade

Fonte: O Autor, 2018.

Por meio dos dados obtidos, permite-se a dedução de que os baixos níveis de

formação acadêmica impossibilitam grandes colocações no mercado de trabalho, o

que os fariam buscar por outras fontes de renda, como a abertura de

empreendimentos. Deste modo, seus negócios sofreriam com a falta de capacitação

de seus proprietários, bem como a ausência de informações sobre o processo de

formalização, o que os levariam a permanecer em situações de informalidade, visto

a precariedade de entendimento sobre o funcionamento dos negócios.

8%

25%

13%

42%

8%4%

Nível Fundamental Incompleto Nível Fundamental Completo

Nível Médio Incompleto Nível Médio Completo

Nível Superior Incompleto Nível Superior Completo

24 RESPOSTAS

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Gráfico 7 – Etnia

Fonte: O Autor, 2018.

Outro critério de identificação dos proprietários é pela característica física ou cultural

dos mesmos. É evidente a superioridade de valores referente a categoria parda,

assim, assume-se que, dentro do perímetro proposto, existe grande incidência de

pessoas pardas. Porém, de nada influencia os dados recolhidos nas conclusões da

pesquisa.

Gráfico 8 – Faixa Etária

Fonte: O Autor, 2018.

4%

13%

4%

79%

Branco Negro Indígena Pardo Mulato Amarelo

24 RESPOSTAS

37%

21%

13%

25%

4%

20 – 29 anos 30 – 39 anos 40 – 49 anos 50 – 59 anos 60 – 69 anos

24 RESPOSTAS

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No Gráfico 8, os respondentes são distribuídos pelo critério da faixa etária. Por meio

de análise, vê-se que existe um percentual considerável de respondentes entre 50 –

59 anos, porém, o índice de 20 – 29 anos encontra-se superior as demais

possibilidades, assim, é possível reconhecer que os empreendimentos são

relativamente novos, visto a evidencia de que 37% de seus proprietários possuem

entre 20 a 29 anos de idade e 21% estão entre 30 – 39 anos de idade, bem como

4% dos respondentes estão entre 60 – 69 anos de idade. Logo, pode-se atribuir a

informalidade à ausência de experiência de seus donos ou falta de capacitação dos

experientes.

Gráfico 9 – Ramo de Atividade

Fonte: O Autor, 2018.

Referente ao ramo de atividade dos negócios informais, observa-se que dentro da

amostra alcançada, existe a predominância de empreendimentos voltados ao

comércio em comparação com outros ramos de atividade, tendo um percentual de

79% das respostas, enquanto que Serviço possui 21% do total, as demais atividades

não houve representação.

Passando-se da caracterização dos proprietários formais, passar-se-á a tabulação

dos dados arrecadados voltados às características de seus empreendimentos,

sendo estas as respostas específicas voltadas à informalidade.

79%

21%

Extrativismo – Agricultura e Pecuária Comércio Serviço Indústria

24 RESPOSTAS

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Gráfico 10 – Qual foi a motivação para abrir o negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

Como primeiro item referente às questões de negócio, aplicou-se um

questionamento para melhorar a compreensão de quais as motivações para a

abertura dos negócios informais. Para tanto, 33% dos respondentes justificaram à

abertura devido ao desemprego; subsequente a isto, houve o apontamento de que

25% dos empreendimentos são caracterizados como um negócio familiar. Já outro

ponto evidencia que, por necessidades financeiras, buscou-se a abertura de um

empreendimento, alcançando assim, 21% da totalidade dos respondentes. Um ponto

positivo está na justificativa de que 21% dos proprietários iniciaram uma atividade

empresarial por vontade de empreender, resultado possivelmente alcançado por

influência do público respondente jovem, sabendo que 39% do total se enquadram

na faixa entre 20-29 anos de idade. Demais categorias não obtiveram resultados.

Assume-se que parte dos empreendimentos informais pesquisados se caracterizam

como empreendimentos por necessidade, visto que sua iniciação decorreu de

situações de vulnerabilidade financeira e social que atingiram seus proprietários,

totalizando um percentual de 54% de negócios abertos em situações de

necessidade. Outro ponto está no índice de negócios familiares. Como conceituado

anteriormente, as atividades informais dependem, geralmente, do apoio da mão de

obra familiar; deste modo, explica-se o percentual alcançado nesta categoria.

33%

21%

21%

25%

Desemprego Vontade de Empreender Necessidade Financeira Influência de terceiros Negócio familiar

24 RESPOSTAS

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Gráfico 11 – Qual a forma de atuação do seu negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

Há grande abrangência de empreendimentos informais com estabelecimentos fixos

no município de Guaratinga-BA, tendo alcançado 75% do total de respondentes,

superando, e muito, o percentual de comércio Porta a Porta 25%.

É certo que a fidelização de um determinado consumidor se dá por meio da

satisfação de suas necessidades de consumo, fato facilmente garantido por meio de

vendas em espaços pré-estabelecidos, bem como pela venda baseadas em contato

direto com o cliente.

Baseando-se nos dados apresentados no Gráfico 11, é evidente que os

empreendimentos pesquisados utilizam prioritariamente da prática de venda dentro

destes estabelecimentos, ou, de forma minoritária, utilizando a prática de venda

direta. Porém, como observado, nenhum, dentre um total de 24 respondentes, utiliza

métodos de venda por meios eletrônicos.

Sabe-se que o nível de compartilhamento de informações, a automação e

simplificação de procedimentos burocráticos permitiu e continua a permitir a

aproximação ou diminuição de espaços de atuação de pequenos negócios. Deste

modo, admite-se que a possibilidade de alcance de novos consumidores

possibilitaria a alavancagem dos níveis de renda detectados (Gráfico 12), o que

poderia ser alcançado pela utilização correta dos meios eletrônicos citados.

75%

25%

Estabelecimento Fixo Porta a porta; Ambulante Internet; Televenda

24 RESPOSTAS

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Esta estratégia permite a exploração de novos âmbitos comerciais, promovendo

soluções modernas à relação dos consumidores estabelecidos longe dos

empreendimentos capazes de satisfazê-los.

Gráfico 12 – Qual o rendimento mensal aproximado do seu negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

Tendo como critério o rendimento aproximado alcançado mensalmente, observa-se

o predomínio de arrecadação na faixa de no máximo 1 Salário Mínimo, alcançando

46% dos respondentes, seguido da segunda classificação de 2 – 3 Salários Mínimos

com 33%; apenas 4% dos questionados possui rendimento entre 6 – 10 salários

mínimos.

Percebe-se que os empreendimentos informais possuem índices baixos de

rendimento, uma vez que 46% destes não atingem a faixa do salário mínimo,

demonstrando que, mesmo após a abertura do empreendimento, não houve

alterações significativas na renda auferida pela categoria, isto tendo a perspectiva de

que mais da metade dos respondentes são empreendimentos por necessidade

(como visto no Gráfico 10), onde, por questões de vulnerabilidade financeira, abrem

empreendimentos visando à saída de tais situações.

Assim, assumindo posições e serviços incompatíveis às suas capacidades, acaba

por gerar empreendimentos fracos ou frágeis, com baixo índice de rendimento,

indicando falta de capacitação profissional, escolhas inapropriadas para o tipo de

46%

33%

17%

4%

0 – 1 Salário Mínimo 2 – 3 Salários Mínimos 4 – 5 Salários Mínimos

6 – 10 Salários Mínimos Superior a 10 Salários Mínimos

24 RESPOSTAS

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empreendimento e até mesmo baixa demanda para o serviço/comércio no perímetro

estabelecido.

Gráfico 13 – Você tem conhecimento sobre o Microempreendedor Individual

(MEI) (Lei 128/2008) perfil jurídico referente à formalização de pequenos

negócios?

Fonte: O Autor, 2018.

Observando o Gráfico 13 e tendo a compreensão de que a política pública de

normatização de micro negócios foi implantada há cerca de 10 anos, assume-se que

os níveis de conhecimento a respeito do perfil de formalização de micro

empreendimentos é pequeno, visto que 50% dos entrevistados negam ter

conhecimento sobre o MEI.

A polarização de atividades de incentivo nos centros comerciais da região acaba por

negligenciar os municípios de pequeno porte, o que pode ser uma das justificativas

para o não conhecimento sobre o perfil MEI, fato que será discutido posteriormente

no Gráfico 17. Outra justificativa está na ausência da busca de informações por

parte dos proprietários, o que os levariam a se estagnarem em posições

desfavoráveis como a informalidade.

50%50%

Sim Não24 RESPOSTAS

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Gráfico 14 – Como você tomou conhecimento sobre o Microempreendedor

Individual – MEI?

Fonte: O Autor, 2018.

Dentre os respondentes que afirmaram ter conhecimento sobre o

Microempreendedor, 75% afirmaram ter tomado conhecimento por meio de ações do

SEBRAE, 17% por meio da Internet e 8% através de rádios e jornais. Constata-se a

superioridade do SEBRAE para propagação de informações sobre o perfil

Microempreendedor Individual, assim como a relevância dos meios de comunicação

para disseminação do MEI. Demais classificações não obtiveram respostas.

Gráfico 15 – Qual a motivação para a permanência do negócio na

Informalidade?

Fonte: O Autor, 2018.

17%

8%

75%

Internet Através de terceiros Rádio, telejornais Através do SEBRAE Outro

12 RESPOSTAS

25%

25%17%

4%

29%

Processos burocráticos e exigências trabalhistas Satisfação com a presente situação

Sem interesse em pagar impostos e taxas Ausência de suporte e capacitação

Falta de conhecimento sobre o processo de formalização Outra

24 RESPOSTAS

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Como questionamento motivador da pesquisa, esmerou-se inferir sobre o principal

estímulo que levam pequenos empreendedores a permanecerem na informalidade,

justificando que, dentro da pesquisa, considera-se o Microempreendedor Individual

como perfil mais adequado para a formalização dos negócios participantes da

pesquisa, visto seu porte e rendimento.

Assim, reconhece-se que, desde o questionamento gerador do Gráfico 13, parte dos

respondentes não possuem conhecimento sobre o processo de formalização, ou

seja, não detêm o conhecimento sobre o Microempreendedor Individual, perfil de

formalização de pequenos negócios. A partir disto, gerou-se percentual na

alternativa “Falta de conhecimento sobre o processo de formalização”, tendo índice

de 29%, superior as demais alternativas, tornando-se a principal motivação da

permanência dos negócios na informalidade no município de Guaratinga-BA.

Sabe-se que índice está atrelado à fatores como os baixos níveis de escolaridade

apresentados, além da baixa busca de informações por parte dos proprietários.

Desta forma, agrava-se a ignorância a respeito de informações essenciais para a

expansão e desenvolvimento de seus empreendimentos, estagnando seus negócios

em determinados estágios por consequência de não se examinar direitos garantidos

aos mesmos, fundamentais para o desenvolvimento de suas atividades.

Outros 25% do total de participantes não possuem interesse em realizar a

formalização, assumindo que estão satisfeitos com a presente situação de seus

negócios. Tal percentual é relativamente alto perante a totalidade das alternativas,

bem como os valores alcançados por elas, o que poderia justificar a grande taxa de

negatividade que serão apresentadas posteriormente no Gráfico 22.

Para os empreendedores existe a necessidade de estabilização para adequação e

preparo às normas e exigências aplicadas à segmentos específicos, isto tendo em

vista eventuais inspeções de instituições fiscalizadoras. Assim, o proprietário

informal antecipa possíveis multas ou ações trabalhistas sabendo da inadequação

do seu empreendimento, esperando (ou não) pelo momento certo de formalizar-se,

sendo esta uma possível justificativa para o percentual alcançado na alternativa.

Pode-se também justificar tal taxa, sabendo que a atividade informal tende a ser

temporária, compreendendo que seus empreendedores estão em fase de

testes/organização de seus negócios, fato atestado no Gráfico 29.

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Seguindo as demais alternativas, observa-se que 25% dos respondentes declaram

que a formalização possui altos níveis de burocracia que os impedem de formalizar-

se; 17% afirmam que não tem interesse em pagar qualquer imposto ou taxa; 4%

responderam que não existe capacitação para a formalização de seus negócios.

Não foi apresentada outra motivação para a permanência na informalidade, assim

não houve porcentagem para tal alternativa.

Gráfico 16 – Qual motivo lhe levaria a se formalizar como Microempreendedor

Individual – MEI?

Fonte: O Autor, 2018.

Como forma de apresentação dos direitos concebidos aos formalizados, buscou-se

entender quais direitos os beneficiariam e os motivariam a se formalizarem como

MEI. Entendendo isto, 62% dos respondentes assumiram que os direitos

previdenciários seriam a “principal vantagem” para a formalização. Compreende-se

que, pela ausência de suporte previdenciário, os informais responsabilizam-se no

custeio de planos que certificam o bem-estar do proprietário, o que pode, por muitas

vezes, estar em desacordo com as capacidades financeiras dos mesmos. 21% dos

respondentes desejam “Facilidades no acesso ao crédito e financiamentos” e outros

17% afirmam que a “Baixa burocracia e facilidades na formalização” lhes levariam a

formalizar-se como MEI.

62%

21%

17%

Direitos previdenciários (Aposentadoria, Auxílio-doença, etc.)

Possibilidade de emissão de notas fiscais e comprovação de renda

Facilidades no acesso ao crédito e financiamentos

Baixa burocracia e facilidades na formalização

24 RESPOSTAS

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Gráfico 17 – Você tem conhecimento sobre as atividades de suporte e

capacitação de entes como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas – SEBRAE?

Fonte: O Autor, 2018.

Observando os resultados alcançados dentro do presente questionamento, percebe-

se uma superioridade do índice de respondentes que negam ter consciência das

atividades do SEBRAE, tendo um percentual de 54% dos respondentes, o que pode

ser uma das causas para a permanência dos empreendimentos na informalidade,

assim como a ausência de conhecimento sobre o MEI, como apresentado no Gráfico

13.

Assim, deduz-se que grande quantidade destes não recebem informações a respeito

do processo de formalização, isto tendo em vista o não conhecimento sobre o

SEBRAE, o que poderia ser um sintoma da centralização de ações do ente de

suporte.

Sabe-se que a entidade de suporte age mediante busca dos proprietários

empreendedores, porém, a entidade citada se encontra distante, mais precisamente

em Eunápolis-BA (cerca de 60 km de distância), com ocasionais visitas que não

sanam as necessidades do perímetro exposto.

46%

54%

Sim Não24 RESPOSTAS

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Gráfico 18 – Seria conveniente participar de atividades de suporte e

capacitação?

Fonte: O Autor, 2018.

Em contrapartida, 96% dos respondentes (contra apenas 4%) afirmam ser

importante participar das atividades de suporte e qualificação ministradas pelo

SEBRAE, evidenciando uma propensão e abertura ao aprendizado por parte dos

empreendedores informais.

Gráfico 19 – Qual motivo o influenciaria a participar de tais atividades?

Fonte: O Autor, 2018.

Aprofundando nas necessidades de gestão dos negócios informais e pretendendo

compreender a propensão para o aprendizado de tais empreendedores, buscou-se

entender quais motivos os levariam a participar de atividades de suporte. Assim,

38% dos respondentes afirmam que o “Interesse em participar de treinamentos ou

consultoria” os influenciariam a buscar o ente de suporte e capacitação; 29% do total

96%

4%

Sim Não24 RESPOSTAS

8%

25%

38%

29%

Dificuldades em gerir meu negócio

Dificuldades em administrar renda

Interesse em participar de treinamento ou consultoria

Interesse em participar de cursos ou palestras

24 RESPOSTAS

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assumem que o “Interesse em participar de cursos ou palestras” os levariam ao

SEBRAE; 25% evidenciam que “Dificuldades em administrar renda” seria uma boa

motivação para tal ato. O restante dos respondentes (8%) disseram que as

“Dificuldades em gerir meu negócio” seriam o principal impulso.

Gráfico 20 – Com base na perspectiva do seu negócio, você acredita que

empreender é um bom emprego?

Fonte: O Autor, 2018.

Questionados sobre a perspectiva de empreendimento, houve uma constatação que

os respondentes entendem que empreender é uma boa perspectiva de emprego,

mesmo sabendo das implicações de oscilação dos níveis de renda. Visto isso, ainda

é possível observar um percentual razoável de afirmativas para tal questionamento,

tendo 71% de respostas positivas, enquanto que 29% dos empreendedores negam

tal pensamento.

Tendo tais dados em conhecimento, entende-se que os empreendedores

respondentes compreendem e assimilam as oportunidades alcançadas pela

aplicação de bons negócios, assumindo que seus empreendimentos se encontram

em situações favoráveis ao seu desenvolvimento profissional.

Entretanto, pelo mau/não uso de ferramentas administrativas, bem como pela má

iniciação de seus empreendimentos, pensa-se que parte dos empreendimentos não

se estabeleceram durante sua execução, o que pode justificar o percentual negativo.

71%

29%

Sim Não24 RESPOSTAS

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Gráfico 21 – Você crê que a formalização impulsionaria o crescimento do seu

negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

Tendo por indagação a concepção de possíveis melhorias que a formalização

causaria, chegou-se ao seguinte percentual: 75% dos questionados afirmaram crer

que a formalização impulsionaria o desenvolvimento do negócio, enquanto que 25%

admitem não acreditar nas melhorias e estímulos advindos da formalização, o que

evidencia certa oposição à formalização.

Gráfico 22 – Você tem interesse em realizar a formalização do seu negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

75%

25%

Sim Não24 RESPOSTAS

58%

42%

Sim Não24 RESPOSTAS

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Como último questionamento a respeito de formalização, resolveu-se entender o

posicionamento destes informais sobre uma possível formalização do negócio.

Assim, observa-se que 58% dos participantes da pesquisa desejam se formalizar

como MEI, entretanto, 42% do total de respondentes negam interesse na

formalização, mesmo perante os benefícios e melhorias proporcionadas pela

formalização, o que nos leva a reconhecer a resistência à formalização, assumindo

que estes possuem propensão ao aprendizado de funções gerenciais, bem como

possuem um posicionamento positivo à perspectiva de ter o próprio negócio. Logo,

recomenda-se uma desmistificação do processo de formalização, para que estes

possam compreender os benefícios de ser legalizado.

A partir dos pontos alcançados a respeito dos negócios informais, buscou-se ter um

parâmetro de comparação para que se possa entender interpretações da

formalização, assim como os resultados de se regularizar como MEI. Conforme o

padrão estabelecido anteriormente, será apresentado inicialmente, informações

relativas aos empreendedores formais pesquisados, que totalizam 24 respondentes,

e posteriormente dados sobre o processo de formalização.

Gráfico 23 – Gênero

Fonte: O Autor, 2018.

Tendo como critério de comparação os empreendedores formais, percebe-se que,

em questão de gênero, a maior parte dos empreendimentos no perímetro

42%

58%

Masculino Feminino24 RESPOSTAS

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especificado são advindos de mão de obra feminina, demonstrando a propensão

feminina às atividades empreendedoras no município de Guaratinga-BA, visto a

predominância tanto em negócios informais quanto formais.

Gráfico 24 – Nível de escolaridade

Fonte: O Autor, 2018.

Percebe-se as disparidades entre os empreendimentos formais e informais, visto

que, 63% afirmam possuir Nível Médio completo, tendo percentual superior aos

informais, assim como inferior em Nível Fundamental Completo. Outro ponto de

dissemelhança está na taxa de Nível Superior Completo, o mesmo alcançou

melhores resultados que o demonstrado no Gráfico 13 referente aos

empreendimentos informais. Constata-se, portanto, uma superioridade em níveis

acadêmicos dos proprietários de negócios já formalizados, o que permite inferir que,

níveis de escolaridade mais elevados conduzem à um melhor entendimento dos

direitos possuídos, assim como melhores práticas de gestão.

17%

4%

4%

63%

4%8%

Nível Fundamental Incompleto Nível Fundamental Completo

Nível Médio Incompleto Nível Médio Completo

Nível Superior Incompleto Nível Superior Completo

Pós-graduação Incompleto Pós-graduação Completo

24 RESPOSTAS

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Gráfico 25 – Etnia

Fonte: O Autor, 2018.

Como nos empreendimentos informais, o índice de proprietários pardos é superior

aos demais, fazendo a alternativa alcançar 71% dos questionários. 17% dos

respondentes se consideram brancos, assim como 12% dos mesmos se consideram

negros. Classificações naturalmente nacionais e que encontram grandes taxas no

perímetro pesquisado. As demais classificações não obtiveram respostas.

Gráfico 26 – Faixa Etária

Fonte: O Autor, 2018.

17%

12%

71%

Branco Negro Indígena Pardo Mulato Amarelo

24 RESPOSTAS

8%

38%

25%

21%

8%

20 – 29 anos 30 – 39 anos 40 – 49 anos 50 – 59 anos 60 – 69 anos

24 RESPOSTAS

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Identificando e comparando com os dados demonstrados no Gráfico 26, é

perceptível a alocação e aumento dos níveis de faixa etária entre os

empreendimentos formais e informais. Índices como o da faixa etária entre 30 – 39

anos possui níveis mais elevados entre os empreendimentos formais, assim como

os de 40 – 49 anos; 60 – 69 anos e a baixa no índice de 20 – 29 anos. É possível

presumir, portanto, que tais empreendedores possuem mais experiência que

justificam a aplicação da formalização no próprio negócio.

Gráfico 27 – Ramo de Atividade

Fonte: O Autor, 2018.

Assim como nos empreendimentos informais, existe a predominância de

empreendimentos formais voltados a atividade de comércio, tendo um percentual de

92%, superior se comparado com os empreendimentos informais, assim como

inferior no ramo de serviços, tendo este alcançado 8% do total de respondentes.

Percebe-se o predomínio de atividades comerciais no município estudado, o que

poderia proporcionar altos níveis de concorrência e pouca diferenciação de

atividades fins.

92%

8%

Extrativismo – Agricultura e Pecuária Comércio Serviço Indústria

24 RESPOSTAS

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69

Gráfico 28 – Qual o rendimento mensal aproximado do seu negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

Observando a faixa de rendimento dos empreendimento formais, percebe-se que

existe uma melhor distribuição de renda entre os formalizados, visto que há índice

de empreendimentos com rendimento acima de 10 salários mínimos, sendo 4% do

total de respondentes, assim como superior entre 6 – 10 salários mínimos, visto que,

referente aos empreendimentos informais, houve um percentual de 4%, enquanto

que formais alcançou-se 21% do total, o que diminuiu consideravelmente a taxa de

rendimento entre 0 – 1 salário mínimo (29%) se comparado com os dados dos

negócios informais (46%), sendo permitido deduzir que a formalização permite que

os negócios usufruam de um maior fluxo financeiro, o que justifica os maiores níveis

de rendimento.

A partir dos dados auferidos, passar-se-á à interpretação das informações referentes

ao procedimento de formalização dos negócios.

29%

33%

13%

21%

4%

0 – 1 Salário Mínimo 2 – 3 Salários Mínimos4 – 5 Salários Mínimos 6 – 10 Salários MínimosSuperior a 10 Salários Mínimos

24 RESPOSTAS

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Gráfico 29 – Como procedeu a iniciação do seu negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

Nota-se que o procedimento de formalização dos empreendedores participantes da

pesquisa foi variado, 58% dos empreendimentos foram formalizados após um

período de atual na informalidade, enquanto que 42% formalizaram-se desde a

iniciação do projeto.

Gráfico 30 – Seu negócio demonstrou desenvolvimento após a formalização?

Fonte: O Autor, 2018.

42%

58%

Formalizei-me desde o início Iniciei informal, porém, após um período realizei a formalização

24 RESPOSTAS

86%

14%

Sim Não14 RESPOSTAS

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Dos respondentes que afirmaram terem se formalizado um período após a iniciação

do negócio, 86% declaram que seu negócio demonstrou desenvolvimento após a

formalização, contrastando as capacidades de evolução de empreendimentos

formalizados em comparação com os informais. Outros 14% negaram o

desenvolvimento, que, por certo, envolve motivações como capacidade

administrativa ou tipo de comércio.

Gráfico 31 – De qual maneira você realizou a formalização do seu negócio?

Fonte: O Autor, 2018.

Contrastando com a normalidade em grandes centros urbanos, tal informação

demonstra que em municípios de pequeno porte, a ação de formalização do

SEBRAE, bem como a formalização Online, é inferiorizada. Assim, observa-se que

no município de Guaratinga-BA, grande parte dos formalizados (92%) teve seu

negócio caracterizado como Microempreendedor Individual por ações de Empresas

ou Escritórios Contábeis.

Sabendo da informatização do processo de formalização, que possibilita a inscrição

dos negócios via Internet, bem como a formalização por meio da entidade de apoio,

evidencia-se a preferência dos proprietários nos serviços das contabilidades, mesmo

tendo em vista as duas alternativas anteriores que possibilitam a redução de custo e

tempo na formalização.

4%4%

92%

Online SEBRAE Empresas ou Escritório Contábil24 RESPOSTAS

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Gráfico 32 – Como teve conhecimento do processo de formalização?

Fonte: O Autor, 2018.

Ao contrário dos empreendimentos informais, 67% dos questionados formalizados

tomaram conhecimento do processo de formalização por meio de amigos e

familiares, enquanto que, em contrapartida, referente aos formalizados, 13% tiveram

conhecimento por meio de ações do SEBRAE, taxa inferior a apresentada no

Gráfico 14 referente aos empreendedores informais. 12% dos respondentes

disseram ter conhecido através da Internet; 4% por meio de jornais, revistas ou

artigos; outros 4% afirmaram ter tido conhecido por intermédio de telejornais.

Gráfico 33 – Qual motivo o levou a formalizar-se?

Fonte: O Autor, 2018.

67%4%

12%

13%

4%

Por meio de amigos/familiares Jornais, revistas ou artigos Internet SEBRAE Telejornal

24 RESPOSTAS

8%

67%

8%

17%

Direitos previdenciários Segurança

Facilidade no acesso ao crédito Possibilidade de emissão de nota fiscal

24 RESPOSTAS

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Dentre os principais benefícios garantidos ao MEI, questionou-se por qual razão

(dentre os benefícios) o empreendedor realizou a formalização. A principal resposta

adquirida foi a “Segurança”, esta alcançou uma porcentagem de 67% das respostas.

Assim, é garantido que sejam evitadas fraudes ou enganos que possam ser

cometidos contra seus empreendedores, assegurando que os empreendimentos e

seus proprietários estejam protegidos de eventuais problemas.

Sabe-se que, em certos ramos de atividade, existe a necessidade/obrigação de

emissão da nota fiscal para melhoramento das relações na cadeia de suprimentos,

bem como otimização dos procedimentos fiscais/contábeis, o que pode justificar a

taxa de 17% de formalização em favor da possibilidade de emiti-las.

Outra justificativa para a formalização foi a maior facilidade no acesso ao crédito por

parte dos empreendedores formalizados, o que pode garantir maior desenvolvimento

ao negócio, tendo em vista a aplicação da renda para a expansão do

empreendimento, tal alternativa alcançou a taxa de 8%.

Referente aos direitos previdenciários, 8% dos respondentes afirmaram terem se

formalizados por questões previdenciárias, objetivando garantir a cobertura e

manutenção dos níveis de renda em situações de transtorno indesejadas, sabendo

que existe a tendência de se utilizar benefícios disponibilizados pela previdência.

Gráfico 34 – Com base na perspectiva do seu negócio, você acredita que

empreender é um bom ramo de atividade?

Fonte: O Autor, 2018.

100%

Sim Não24 RESPOSTAS

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Questionados a respeito da perspectiva de seus negócios, 100% dos respondentes

declararam que acreditam na atividade do empreendedorismo, enquanto que no

Gráfico 20, houve um grau de negatividade de 29% dos empreendimentos informais.

Logo, entende-se que, a perspectiva de negócio entre ambos é distinta, sendo que,

para os formaisry, tal visão é, em suma, positiva, enquanto que para os informais,

tende a possuir certo grau de negatividade, visto as dificuldades implicadas em

negócios desregulados.

Gráfico 35 – Você já se prontificou a buscar suporte em alguma entidade de

apoio ao empreendedor?

Fonte: O Autor, 2018.

Já referente ao percentual de empreendedores que já se prontificaram a buscar uma

entidade de apoio, mostra-se que as respostas arrecadadas são bastante

polarizadas, 50% negaram à medida que 50% afirmaram já ter se prontificado a

buscar suporte, evidenciando novamente, a ausência de interesse na busca de

suporte por parte dos proprietários.

50%50%

Sim Não24 RESPOSTAS

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Gráfico 36 – Em caso de necessidade, qual a entidade de apoio você

buscaria/buscou suporte?

Fonte: O Autor, 2018.

Questionados sobre a possibilidade de se buscar suporte, buscou-se saber qual

entidade de apoio seria buscada em determinada situação. A maior parte dos

respondentes mencionaram o SEBRAE como uma possibilidade de se buscar o

suporte necessário, totalizando em 88% das respostas, taxa muito superior as

demais; 8% afirmaram que, em necessidade, buscariam a entidade de apoio da

Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores

Individuais (CONAMPE) e 4% dos respondentes disseram buscar o Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A alternativa “Endeavor” não

obteve resultados.

88%

4%8%

Endeavor

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CONAMPE – Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais

24 RESPOSTAS

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Gráfico 37 – Em qual das situações você buscou/buscaria a entidade de apoio?

Fonte: O Autor, 2018.

Assumindo situações hipotéticas, os respondentes disseram em quais situações

buscariam as entidades de apoio. Em sua maioria, 58% respondeu que buscariam

por terem interesse em participar de cursos e palestras, somando mais da metade

dos dados arrecadados, o que justifica a abertura destes proprietários à novas

informações de administração ou novas técnicas de gestão; 21% responderam que

procuraria tais entidades por causa do interesse em participar de

treinamentos/consultoria; 13% assumiram que buscariam em situações de

dificuldade de administrar renda e 8% em dificuldades na gestão do negócio.

Analisando tais dados, arranjam-se possibilidades de atividades das entidades de

apoio aos empreendedores, tendo em vista os dados arrecadados, crê-se que a

aplicação de cursos e palestras no perímetro estudado se alinharia as expectativas

dos empreendedores locais.

8%

13%

21%58%

Dificuldades em gerir meu negócio

Dificuldades em administrar renda

Interesse em participar de treinamento ou consultoria

Interesse em participar de cursos ou palestras

24 RESPOSTAS

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Gráfico 38 – Recomendaria a formalização?

Fonte: O Autor, 2018.

Referente a recomendação do processo de formalização, existe o predomínio de

afirmativas, ou seja, 92% dos respondentes recomendam a formalização para

aqueles que ainda não a fizeram. Logo, assume-se que a formalização é um

processo benéfico e que estimula/estimulou o crescimento dos negócios, dispondo

ferramentas para ampliação do negócio e assegurando a proteção de seus

proprietários.

Uma justificativa para a taxa de não recomendação (8%) deve-se ao processo de

formalização obrigatório para empreendimentos em certos ramos de atividade,

assim, buscando adequar-se às exigências mercadológicas, houve a inevitável

formalização de seus empreendimentos, ocasionando na taxa citada.

92%

8%

Sim Não24 RESPOSTAS

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Gráfico 39 – Principais estímulos para a formalização

Fonte: O Autor, 2018.

Dentre estes, 73% recomendam por causa da segurança promovida, 14% devido

aos Direitos previdenciários, 9% pela possibilidade de emissão de nota fiscal e 4%

pela facilidade no acesso ao crédito, assim, é possível observar quais dos benefícios

foram mais essenciais para o desenvolvimento do negócio.

Por meio da comparação promovida, foi possível identificar as motivações para a

permanência na informalidade, bem como as particularidades das formalizações dos

Microempreendedores Individuais.

Consoante aos dados apresentados, conclui-se e enfatiza-se sobre a importância

das vantagens e conveniências dados aos empreendedores formalizados. Tal

procedimento potencializa e aprimora o desenrolar das atividades, o que

possibilitaria a apresentação de melhores dados referente aos empreendimentos

informais. Deste modo, assim como os participantes da pesquisa, recomenda-se a

formalização para beneficiamento de seus proprietários e regularização de seus

negócios.

14%

73%

4%

9%

Direitos previdenciários Segurança

Facilidade no acesso ao crédito Possibilidade de emissão de nota fiscal

22 RESPOSTAS

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5 AÇÕES COM BASE NA ANÁLISE

Com base no objetivo da presente pesquisa, e diante das informações arrecadas por

meio da pesquisa de campo, soube-se das principais influências que incentivam

empreendedores a manterem-se como informais. Deste modo, ao analisar os

resultados, implica-se certas recomendações para garantir o melhoramento dos

empreendimentos pesquisados.

Entendeu-se por meio desta pesquisa a influência dos níveis de escolaridade sobre

as perspectivas do empreendimento, bem como sobre o acesso/busca de

informações por parte dos proprietários. Fato discutido na Tabela 1, que aponta

falhas no sistema educacional e nos programas de capacitação, comparando-o à

países onde sua implantação é eficaz e justificando a inibição da taxa de

empreendedorismo pela deficiência na capacitação/estímulo de empreendedores

nacionais por meio de projetos educacionais.

Os informais, principal objeto de pesquisa deste trabalho, possuem baixos níveis de

escolaridade (Gráfico 6), resposta dos programas educacionais ineficientes na

implantação de empreendimentos bem estruturados, fazendo-os gerir negócios

inconsistentes e ineficazes, terminando no desconhecimento do processo de

formalização, como visto no Gráfico 15.

Deste modo, recomenda-se a aplicação de programas adequados as demandas dos

proprietários, auxiliando na promoção do discernimento das vantagens perdidas ao

se estar na informalidade, em favor do melhoramento da relação entre o Estado e os

empreendimentos, assim como da adequação das atividades exercidas por estes.

Tendo em vista os níveis de escolaridade observado na pesquisa, vê-se necessário

trabalhar questões de empreendedorismo no Ensino Médio da mesma forma que é

trabalhado sobre diferentes perspectivas profissionais acadêmicas, igualando o

empreendedorismo à estas profissões técnicas.

Observando os resultados referente à forma de atuação dos empreendimentos

pesquisados, percebe-se a inaplicabilidade de vendas por meios eletrônicos, o que

seria uma possibilidade para melhoramento dos níveis de renda apresentados no

Gráfico 12, referente aos empreendimentos informais. Assim, têm-se por

recomendação a aplicação de métodos de venda online para ampliação do público

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80

consumidor, bem como das perspectivas do negócio, pretendendo, assim, obter

melhores índices de renda.

Enfatiza-se a necessidade de acolhimento das entidades de suporte ao

empreendedor, visto os dados alcançados que indicam ausência de conhecimento a

respeito do processo de formalização e das práticas exercidas por estas entidades.

Conversou-se com os empreendedores respondentes, e soube-se da frequência de

visitação de representantes da entidade de apoio mais recorrida pelos respondentes

(como visto no Gráfico 36), o SEBRAE. Obteve-se a informação de que a mesma

possui visitas geralmente espaçadas, onde confirmou-se que, em 2018, houve a

realização de consultorias no mês de janeiro e posteriormente no mês de outubro,

isto dentro de um curto espaço de tempo.

Percebe-se a centralização de ações do referido ente, o que, de certa maneira,

dificulta o desenvolvimento dos empreendimentos informais e formais, bem como

promove a estagnação do nível de formalização do município, sabendo que existe a

dificuldade dos empreendedores informais em receber/alcançar informações do

processo de formalização.

Desta maneira, recomenda-se a implantação de um ponto de apoio ao

empreendedor no município de Guaratinga-BA ou ampliação/intensificação das

atividades de suporte ao empreendedor no perímetro citado, o que auxiliaria os

proprietários no desenvolvimento de um empreendimento estável, bem gerido e em

conformidade com as exigências legais.

Seguindo as recomendações aqui estabelecidas, acredita-se que haverá o

melhoramento dos processos de gestão dos empreendimentos, dos níveis de renda

alcançados por estes, bem como diminuição das taxas de informalidade em

municípios de pequeno porte.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresentado tem por finalidade analisar as questões influenciadoras

referentes ao aumento de adeptos do mercado informal, assim como falar sobre o

MEI (Microempreendedor Individual) como proposta de intervenção para atividade

informal.

Com a análise bibliográfica e estudo das influências da atividade empreendedora em

âmbito global e nacional, foi possível acompanhar o crescimento da mesma, bem

como a reação de estudiosos e das economias ao redor do mundo referente ao

aumento de número de adeptos.

Percebeu-se, por meio do estudo citado, que tal ramo de atividade é capaz de

alterar o fluxo de renda das famílias, desenvolver regiões e transformar a atividade

de uma economia.

No Brasil, o empreendedorismo, mesmo que tardio, passou a ser encarado como de

grande importância para o avanço econômico. Desta forma, o Estado, como

responsável influenciador, teve por iniciativa aumentar sua atuação no caso citado,

para assim, garantir que houvesse desenvolvimento por meio da atividade

empreendedora.

Porém, certos fenômenos sociais e econômicos encontrados, como a informalidade,

burocracia e as crises econômicas, promoveram e continuam a promover

impeditivos que atrapalham o crescimento da atividade empreendedora. Assim, para

melhorar a taxa de formalização, o Governo Federal criou o perfil MEI, através da

Lei Complementar nº 128/2008, com o intuito de atingir menores níveis de

informalidade.

Tal projeto possibilitou que trabalhadores pudessem ter direitos e incentivos, como

uma menor carga tributária, possibilidade de planos previdenciários, facilitações de

processos burocráticos e redução de custos com o fim de estimular a ampliação da

formalidade nacional.

No entanto, como visto no Gráfico 4, ainda existe crescimento da informalidade no

Brasil. Percebe-se que além das questões influenciadoras citadas anteriormente,

que acabam por restringir as ações dos trabalhadores informais, existem certos

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82

comportamentos e motivações intrínsecas que não permitem a diminuição das taxas

de informalidade.

Deste modo, teve-se por questionamento: Quais os principais motivos que

conduzem para que os trabalhadores de Guaratinga-BA permaneçam no mercado

informal? Por meio da pesquisa de campo buscou-se responder a problemática

imposta, apresentando justificativas no Gráfico 15, que atestam que: a falta de

conhecimento sobre a formalização; a satisfação com a situação presente do

negócio; e a burocracia seriam as explicações para a presença de empreendimentos

no campo informal. Assim, entende-se que o trabalho respondeu a pergunta

norteadora, promovendo uma melhor compreensão dos aspectos que envolvem

empreendimentos informais.

Tendo em vista a implantação da pergunta da pesquisa, buscou-se estabelecer um

objetivo alinhado à problemática inserida, o que resultou no desejo de compreender

os fatores que afetam a decisão de um empreendedor em manter-se na

informalidade dentro do município de Guaratinga-BA. Deste modo, assume-se que o

mesmo foi alcançado, sabendo que a pergunta imposta foi respondida.

Referente aos objetivos específicos, sabe-se que os mesmos são construídos

especificamente para a consecução do objetivo geral. Assim, foram estabelecidos os

seguintes objetivos:

• Discutir sobre empreendedorismo e sobre microempreendedores individuais;

• Pesquisar no município de Guaratinga-BA as condições que os levam a

permanecerem na informalidade;

• Analisar as informações e dados coletados para compreensão do caso.

Examinando as informações conseguidas através da construção do referencial

teórico e da aplicação da pesquisa de campo, constata-se o alcance destes

objetivos, sabendo que as atividades concernentes à resolução destes foram

exercidas no decorrer da construção do presente trabalho.

Assim, com base nas informações obtidas, haverá o estudo continuado em períodos

posteriores, objetivando compreender as atividades das entidades de apoio para

progresso dos índices de formalização em municípios de pequeno porte, bem como

melhoramento da compreensão do processo de normatização de empreendimentos

individuais.

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PORTAL LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA. Histórico da Lei Geral, 2018. Disponível em: <http://www.leigeral.com.br/o-site/historico-da-lei-geral>. Acesso em: 29 mar. 2018.

PROJETO REDAÇÃO. Do desemprego à informalidade, 2016. Disponível em: <https://www.projetoredacao.com.br/temas-de-redacao/o-cenario-do-mercado-de trabalho-no-brasil/do-desemprego-a-informalidade/52959>. Acesso em: 25 mar. de 2018.

SANTOS SILVA, J.A. Turismo, Crescimento e Desenvolvimento, 2007. Disponível em: http://www.eumed.net/tesis-doctorales/jass/22.htm>. Acesso em: 04 abr. 2018.

SEBRAE. O que é ser MEI?, 2018. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/o-que-e-ser-mei,e0ba13074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD> Acesso em: 04 mar. 2018.

SEBRAE. Perfil do microempreendedor individual - 2015. Brasília, DF, 2016.

VASCONCELOS, Kelly Samá Lopes de. De Empresário Individual Informal a Microempreendedor Individual (MEI): Uma análise dos benefícios da política de formalização. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Economia Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste, Caruaru, 2016.

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ANEXOS

ANEXO I – Questionário aplicado nos empreendimentos informais.

Este questionário tem por objetivo recolher dados referente aos empreendimentos formais e

informais no município de Guaratinga-BA, sendo parte importante para a resolução da

problemática de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Deste modo, peço a colaboração

do Sr(a). respondente para que as dificuldades possam ser compreendidas através da

arrecadação dos dados desejados. Por favor, responda as perguntas e nos dê sua opinião.

Desde já, agradeço-lhe por sua colaboração, quaisquer dúvidas, entre em contato no seguinte

email: [email protected] ou fone: (73) 98230-4719.

1ª Parte: Caracterização do respondente:

1. Gênero:

a) Masculino [ ]

b) Feminino [ ]

2. Nível de escolaridade:

a) Nível Fundamental Incompleto [ ]

b) Nível Fundamental Completo [ ]

c) Nível Médio Incompleto [ ]

d) Nível Médio Completo [ ]

e) Nível Superior Incompleto [ ]

f) Nível Superior Completo [ ]

g) Pós-graduação Incompleto [ ]

h) Pós-graduação Completo [ ]

3. Etnia

a) Branco [ ]

b) Negro [ ]

c) Indígena [ ]

d) Pardo [ ]

e) Mulato [ ]

f) Amarelo [ ]

4. Faixa etária

a) 20 – 29 anos [ ]

b) 30 – 39 anos [ ]

c) 40 – 49 anos [ ]

d) 50 – 59 anos [ ]

e) 60 – 69 anos [ ]

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5. Ramo de Atividade

a) Extrativismo – Agricultura e Pecuária [ ]

b) Comércio [ ]

c) Serviço [ ]

d) Indústria [ ]

2ª Parte: Particularidades do negócio informal.

1. Qual foi a motivação para abrir o negócio?

a) Desemprego [ ]

b) Vontade de Empreender [ ]

c) Necessidade Financeira [ ]

d) Influência de terceiros [ ]

e) Negócio familiar [ ]

2. Qual a forma de atuação do seu negócio?

a) Estabelecimento Fixo [ ]

b) Porta a porta; Ambulante [ ]

c) Internet; Televenda [ ]

3. Qual o rendimento mensal aproximado do seu negócio?

a) 0 – 1 Salário Mínimo [ ]

b) 2 – 3 Salários Mínimos [ ]

c) 4 – 5 Salários Mínimos [ ]

d) 6 – 10 Salários Mínimos [ ]

e) Superior a 10 Salários Mínimos [ ]

4. Você tem conhecimento sobre o Microempreendedor Individual (MEI) (Lei

128/2008) perfil jurídico referente à formalização de pequenos negócios (Se não,

pular para a 6 pergunta)?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

5. Como você tomou conhecimento sobre o Microempreendedor Individual – MEI?

a) Internet [ ]

b) Através de terceiros [ ]

c) Rádio, telejornais [ ]

d) Através do SEBRAE [ ]

e) Outro: _____________________________________________________________

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6. Qual a motivação para a permanência do negócio na Informalidade?

a) Processos burocráticos e exigências trabalhistas [ ]

b) Satisfação com a presente situação [ ]

c) Sem interesse em pagar impostos e taxas [ ]

d) Ausência de suporte e capacitação [ ]

e) Falta de conhecimento sobre o processo de formalização [ ]

f) Outra:______________________________________________________________

7. Qual motivo lhe levaria a se formalizar como Microempreendedor Individual –

MEI?

a) Direitos previdenciários (Aposentadoria, Auxílio-doença, etc.) [ ]

b) Possibilidade de emissão de notas fiscais e comprovação de renda [ ]

c) Facilidades no acesso ao crédito e financiamentos [ ]

d) Baixa burocracia e facilidades na formalização [ ]

8. Você tem conhecimento sobre as atividades de suporte e capacitação de entes

como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

9. Seria conveniente participar de atividades de suporte e capacitação?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

10. Qual motivo o influenciaria a participar de tais atividades?

a) Dificuldades em gerir meu negócio [ ]

b) Dificuldades em administrar renda [ ]

c) Interesse em participar de treinamento ou consultoria [ ]

d) Interesse em participar de cursos ou palestras [ ]

11. Com base na perspectiva do seu negócio, você acredita que empreender é um

bom emprego?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

12. Você crê que a formalização impulsionaria o crescimento do seu negócio?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

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13. Você tem interesse em realizar a formalização do seu negócio?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

Anotações

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___________________________________________________________________________

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ANEXO II – Questionário aplicado nos empreendimentos formais.

Este questionário tem por objetivo recolher dados referente aos empreendimentos formais e

informais no município de Guaratinga-BA, sendo parte importante para a resolução da

problemática de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Deste modo, peço a colaboração

do Sr(a). respondente para que as dificuldades possam ser compreendidas através da

arrecadação dos dados desejados. Por favor, responda as perguntas e nos dê sua opinião.

Desde já, agradeço-lhe por sua colaboração, quaisquer dúvidas, entre em contato no seguinte

email: [email protected] ou fone: (73) 98230-4719.

1ª Parte: Caracterização do respondente:

1. Gênero:

c) Masculino [ ]

d) Feminino [ ]

2. Nível de escolaridade:

i) Nível Fundamental Incompleto [ ]

j) Nível Fundamental Completo [ ]

k) Nível Médio Incompleto [ ]

l) Nível Médio Completo [ ]

m) Nível Superior Incompleto [ ]

n) Nível Superior Completo [ ]

o) Pós-graduação Incompleto [ ]

p) Pós-graduação Completo [ ]

3. Etnia

g) Branco [ ]

h) Negro [ ]

i) Indígena [ ]

j) Pardo [ ]

k) Mulato [ ]

l) Amarelo [ ]

4. Faixa etária

f) 20 – 29 anos [ ]

g) 30 – 39 anos [ ]

h) 40 – 49 anos [ ]

i) 50 – 59 anos [ ]

j) 60 – 69 anos [ ]

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5. Ramo de Atividade

e) Extrativismo – Agricultura e Pecuária [ ]

f) Comércio [ ]

g) Serviço [ ]

h) Indústria [ ]

6. Qual o rendimento mensal aproximado do seu negócio?

a) 0 – 1 Salário Mínimo. [ ]

b) 2 – 3 Salários Mínimos. [ ]

c) 4 – 5 Salários Mínimos. [ ]

d) 6 – 10 Salários Mínimos. [ ]

e) Superior à 10 Salários Mínimos. [ ]

2ª Parte: Particularidades da formalização.

1. Como procedeu a iniciação do seu negócio?

a) Formalizei-me desde o início (Pule para a 3ª questão) [ ]

b) Iniciei informal, porém, após um período realizei a formalização [ ]

2. Seu negócio demonstrou desenvolvimento após a formalização?

a) Sim. [ ]

b) Não. [ ]

3. De qual maneira você realizou a formalização do seu negócio?

a) Online [ ]

b) SEBRAE [ ]

c) Empresas ou Escritório Contábil [ ]

4. Como teve conhecimento do processo de formalização?

a) Por meio de amigos/familiares [ ]

b) Jornais, revistas ou artigos [ ]

c) Internet [ ]

d) SEBRAE [ ]

e) Telejornal [ ]

5. Qual motivo o levou a formalizar-se?

a) Direitos previdenciários [ ]

b) Segurança [ ]

c) Facilidade no acesso ao crédito [ ]

d) Possibilidade de emissão de nota fiscal [ ]

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6. Com base na perspectiva do seu negócio, você acredita que empreender é um

bom ramo de atividade?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

7. Você já se prontificou a buscar suporte em alguma entidade de apoio ao

empreendedor?

a) Sim [ ]

b) Não [ ]

8. Em caso de necessidade, qual a entidade de apoio você buscaria/buscou suporte?

a) Endeavor [ ]

b) SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas [ ]

c) BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [ ]

d) CONAMPE – Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos

Empreendedores Individuais [ ]

9. Em qual das situações você buscou/buscaria a entidade de apoio?

a) Dificuldades em gerir meu negócio [ ]

b) Dificuldades em administrar renda [ ]

c) Interesse em participar de treinamento ou consultoria [ ]

d) Interesse em participar de cursos ou palestras [ ]

10. Recomendaria a formalização? (Se sim, assinale o principal estímulo para a

recomendação).

a) Sim [ ]

( ) Direitos previdenciários

( ) Segurança

( ) Facilidade no acesso ao crédito

( ) Possibilidade de emissão de nota fiscal

a) Não [ ]

Anotações

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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