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FACULDADES INTEGRADAS ICESP/PROMOVE CURSO DE BACHAREL EM DIREITO A RELAÇÃO DAS LEIS NA CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO ESTUDANTE: ANDRÉ COUTO SANTOS ORIENTADOR: EVANDRO JOSÉ MORELLO Brasília/DF 2013

FACULDADES INTEGRADAS ICESP/PROMOVE CURSO DE BACHAREL EM ... · vivência em uma sociedade formada, em relação as normas. Pois a interrogativa da pesquisa é entender como se dá

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FACULDADES INTEGRADAS ICESP/PROMOVE

CURSO DE BACHAREL EM DIREITO

A RELAÇÃO DAS LEIS NA CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO

ESTUDANTE: ANDRÉ COUTO SANTOS

ORIENTADOR: EVANDRO JOSÉ MORELLO

Brasília/DF2013

ANDRÉ COUTO SANTOS

CURSO DE BACHAREL EM DIREITO

A RELAÇÃO DAS LEIS NA CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO

Artigo científico apresentado asfaculdades Integradas Icesp/Promove,como requisito necessário para aconclusão do Curso de Direito, para aobtenção do título de (bacharel). Orientador (a): Evandro José Morello.

Brasília/DF2013

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, O qual É o motivo da minha existência, e em

segundo lugar, ao professor Evandro José Morello que abdicou um pouco do

seu tempo para as devidas e importantes orientações do trabalho, e por fim,

aos meus diversos professores da Instituição pelos ensinamentos transmitidos.

RESUMO

Tendo em vista os muitos argumentos jurídicos sobre as relações das leis sob o

prisma de normalização e organização de um Estado, é notável que, muitos doutos

da área jurídica têm-se perguntado sobre o aspecto das relações entre as diversas

leis criadas, para a consolidação de certa sociedade Estatal formada. Partindo desse

pressuposto, a pesquisa procura abranger tal relação concreta entre os

ordenamentos jurídicos, correlacionando a um Estado democrático. Embora as leis

sejam um conjunto de normas postas por um Estado, em certo momento histórico,

subordinando a todos os sujeitos que estão dentro de seu território, existem normas

que partem dos anseios dessas pessoas. Predomina, na pesquisa, a intenção de

entender a procedência desse relacionamento entre as leis e os princípios gerais da

sociedade, em geral, na formação estatal, e no funcionamento da sociedade.

Palavras-chave: Ordenamentos jurídicos; sociedade estatal; leis; Estado

democrático.

ABSTRACT

Considering the many juridic arguments about the relations of the laws under the

prism of normalization and organization of a State, it is notable that many scholars of

the juridic area have questioned themselves about the aspect of the relations

between the diverse created laws, to the consolidation of the certain society state

formed. Based on this assumption, the survey seeks to cover such concrete relation

between juridic orderings, correlating to a democratic State. Although the laws are a

set of standards applied by a State, at certain historic moment, subordinating all

subjects who are within its territory, there are Standards that Born in the aspirations

of these people. It predominates, on the survey, the intention to understand the

procedence of this relationship between the laws and the general principles of the

society, in general, on the state formation, and in the functioning of society.

Keywords: Juridic ordering; State society; laws; democratic State.

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SUMÁRIO: INTRODUÇÃO. MATERIAIS E MÉTODOS: Plano de análise. 1.Sociedade estatal. 1.1 Breve relato sobre as raízes históricas da evoluçãoestatal. 2. Os elementos do Estado. 3. A moral e a ética como valores dasociedade estatal. 4. As leis objetivas e subjetivas. 5. O Estado democrático. 6.A relação das leis na consolidação do Estado democrático. 7. O ordenamentojurídico no Estado democrático. CONCLUSÃO. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS.

INTRODUÇÃO

A sociedade é o elo fundamental para sobrevivência de classes ou grupos

de seres humanos, e partindo desse pressuposto, isto é, da finalidade social, sabe-

se que, numa junção humana existe uma finalidade comum a todos os envolvidos,

ou seja, há um fim buscado na conjuntura de cooperações mútuas. A este fim,

denomina-se de bem comum social, e para tal, há uma conexão de atividades

circunstanciais na concepção de uma sociedade. Sendo assim, cria-se um conjunto

de preceitos e normas contendo regras. E nesse contexto, adoções de obrigações,

regras e deveres.

Contudo, para compreender tal sistemática social, primeiramente é válido

figurar a analogia do comprometimento recíproco entre os indivíduos da sociedade

formada num contexto geral. É fundamental cingir que, por meio dessa relação

contígua e elementar existente numa comunidade estatal são caracterizadas as leis,

e dentro destas normas, são identificados os direitos e obrigações. De acordo com

Dallari (2011, p.21):

A vida em sociedade traz evidentes benefícios ao homem, mas, por outrolado, favorece a criação de uma série de limitações que, em certosmomentos e em determinados lugares, são de tal modo numerosas efrequentes que chegam a afetar seriamente a própria liberdade humana.

Sabe-se que, esta relação entre indivíduos e Estado é implexa, sendo

assim, é fundamental estudar tal complexidade, ou seja, distinguir como se dá essa

correlação das leis sistêmicas, isto é, de normas coercitivas e outras que trazem

benefícios e proteções aos sujeitos de uma organização estatal. O objeto

fundamental é levantar elementos de estudo para uma explanação das leis na

materialização, ou constituição de um Estado.

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Em se tratando de práticas metodológicas, é valido ressaltar que as

abordagens indutivas e dedutivas ajudarão na abrangência objetiva, embora, é de

grande importância, um breve levantamento de estudos históricos sobre as

abstrusas inserções sociais. Partindo deste pressuposto elementar, há uma

aclaração deste fator social, ou seja, dos variados comportamentos humanos na

vivência em uma sociedade formada, em relação as normas. Pois a interrogativa da

pesquisa é entender como se dá a relação entre as leis na consolidação de um

Estado democrático.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para Demo (1987, p.19), “metodologia é uma preocupação instrumental,

trata das formas de ser fazer ciências. Cuida dos procedimentos, das ferramentas,

dos caminhos”. Sabe-se que, a finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e

prática. Partindo desse contexto, a pesquisa foi desenvolvida mediante a análise

bibliográfica, isto é, se utilizou de materiais que serviram de input de investigação,

tais como: instruis artigos e outros, para alcançar o escopo. Para isso, o pesquisador

perpetrou o uso de levantamentos de dados informativos para apreensão de dados

doutrinários, e apreciação criteriosa dos mesmos no âmbito social. Os check-ups

textuais foram feitas em duas etapas. De acordo com Severino (2003, p.53):

A análise textual pode ser encerrada como uma esquematização do textocuja finalidade é apresentar uma visão de conjunto da unidade. O esquemaorganiza a estrutura redacional do texto que serve de suporte material aoraciocínio.

Dentro do universo de pesquisa, a classificação bibliográfica foi feita in loco.

Para a coleta de corpus de estudo, foram realizadas revisões dos dados, e

documentos (embolsados e destacados) os quais, serviram para sistematizar a

relação das leis no processo de consolidação de uma sociedade estatal. Dentro do

universo bibliográfico, destacaram-se as doutrinas relacionadas ao tema de Teoria

Geral do Estado; Introdução ao Estudo do Direito; Sociologia do Direito; Psicologia

do Direito e Direito Constitucional. Segundo Gil (2002), análise dos dados envolve a

descrição dos procedimentos a serem adotados tanto para a análise quantitativa

quanto na qualitativa, sendo assim, os dados foram sopesados por meios de

estudos criteriosos das avaliações obtidas durante a pesquisa. 3

Plano de análise

Nesta etapa, foi de grande importância a experiência do pesquisador como

graduado em Letras Português, bem como, graduando em Direito, isso devido ao

fator de contribuição do senso crítico, devido à vivência no âmbito jurista, isto é, a

valia dos diálogos com outros discentes e também com grandes mestres da

Instituição. Afirma Severino (2003), que o leitor pode sempre ter um insight (uma

idéia) no provir da pesquisa, ou em outras ocasiões da vivência intelectual a respeito

de algum dos tópicos que está acordado.

Para implicação de coleta de dados o pesquisador utilizou duas técnicas de

leitura, os quais foram à leitura por cima (Skimming), cujo emprego permitiu a

consumação da idéia geral do texto, e também, a leitura específica (Scanning), que

também é caracterizada como uma leitura rápida, a qual objetivou coletar fatos

relevantes (referências ou paráfrases) de dados na configuração de pesquisa. Tal

análise foi realizada nas doutrinas correlacionadas ao tema, ou seja, foram

colacionadas as idéias centrais voltadas a temática no intuito de acaroar entre os

expostos doutrinários e a especificidade o qual foi estudada.

1. Sociedade estatal

Tendo em vista ao tema sociedade, é viável, explanar sobre a origem de fato

desse objeto, ou seja, a sociedade de um modo geral e específico. Sendo assim,

seguindo essa genealogia, é certo dizer que, a vida em coletividade traz aos seres

associados, uma série de benefícios, dentro dos quais, se podem citar, a segurança,

a cooperação mútua entre os indivíduos, a divisão de tarefas, e outras ramificações

adjetivas provindas.

Por outro lado, é visto que, o ser humano em sua subjetividade é dotado de

vários outros aspectos, ou seja, uns têm caráter íntegro, outros nem tanto, uns são

orgulhosos, e outros não. Sendo assim, para que haja certa comunhão em vida

conjunta é preciso haver criações de normatizes, ou regras, com intuito de preceituar

as ações de cada indivíduo participante da sociedade. Diante desses construtos

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levantados, pode-se distinguir sobre a origem da sociedade humana de um modo

característico. Dentro desse contexto afirma Figueiredo (2001, p. 25):

Etimologicamente, sociedade deriva do latim societas. Genericamenteconsiderado no sentido filosófico, o termo pode ser decomposto e aplicadoàs relações intersubjetivas humanas de maneira geral, ou condicionada dealguma forma.

É visto que, a origem da sociedade se consolidou devido à necessidade do

ser humano em associar-se a outros pares no intuito de somar as forças, dividir as

tarefas, dentre outras finalidades. Figueiredo (2001) usando os preceitos de Kant

expõe que o homem tem certa tendência a associar-se com a sociedade dentro de

um Estado, pois de certa forma, ele se sente mais homem, ou seja, sente que pode

desenvolver melhor as suas disposições naturais conjuntas e cotidianas.

Embora, existiu a necessidade da associação humana para a formação da

sociedade, com o tempo foi visto que, ocorriam várias divergências entre eles,

dentre os quais, é certo falar que, houve desconcertos por comidas, espaços físicos,

objetos particulares e outros. Sendo assim, certamente, houve a necessidade de

criação de normas com a finalidade de determinar os direitos e os deveres de todos

os partícipes da sociedade formada, e por outro lado, diminuir as contendas que

traziam de certa forma, enfraquecimento a sociedade, tais como, baixas no número

de participantes, contendas e de certa forma, grandes prejuízos. Pois, na natureza

humana, são encontrados vários indivíduos, cada um com a sua característica

própria, ou seja, sociais, ou, anti-sociais. Dentro desse contexto afirma Figueiredo

(2001, p. 25):

“[...] Tem também uma tendência a isolar-se porque também tem em si aqualidade anti-social de querer dirigir tudo para o seu próprio interesse, peloque ele (homem) espera encontrar resistência de todos, e sabe que deveresistir aos outros” (crítica do juízo).

No contexto geral de sociedade, sabe-se por outro lado, que o homem ao

fazer parte de uma sociedade, ele se torna mais forte perante as outras sociedades,

e mais fraco perante a sociedade do qual ele participa. Isto, pelo fato de que, ao

associar-se a um determinado grupo, ele transmite parte de suas vontades, ou seja,

ele abre mão de sua liberdade integral, ou melhor, sua liberdade, ou, vontades se

tornam limitadas pelo ordenamento da sociedade em geral, para o bem comum de

todos. 5

Diante desse contexto, Dallari (2011) relata que, esse fenômeno social é o

contratualismo. Segundo o mesmo autor, parafraseando Thomas Hobbes, sobretudo

na obra literária “leviatã”, publicado em 1651, é dito que o homem vive inicialmente

em um estado natural, ou seja, de natureza; e esse estado é o primitivo, porém,

esse estado não traz ao homem benefícios, ai, ele parte para o contrato social, o

qual é uma busca de uma vida em conjunto com outros pares de mesma espécie.

Partindo desse pressuposto elementar, é certo dizer que, o homem celebra

um contrato social, onde ele transfere seus direitos. Por outro lado, esse contrato é

regido por princípios sociais, cuja finalidade é a preservação da espécie, dentro de

diversos fatores, tais como, direitos e obrigações. É esse contrato social o precursor

da democracia contemporânea, ou seja, a sociedade contratual é uma necessidade

natural para a preservação do homem, isso porque, ela envolve a participação

mútua de todos, vislumbrando o bem-estar de toda a sociedade.

Sendo assim, a sociedade é uma união com estabilidade baseada no

contrato social, tendo por fim, a cooperação para a realização de um bem comum

diante de adoções de princípios, regras e obrigações. Seus elementos fundamentais

podem ser classificados como os membros da sociedade, o ordenamento social e o

objetivo comum. Maximiliano e Maximilianus (2010, p. 16) relatam que, “é necessária

a sociedade que está intimamente ligada à existência e à evolução do próprio

homem, como são as sociedades familiar, religiosa e política.” Com outras palavras,

o Estado é uma sociedade política, organizada juridicamente, com o objetivo de

obter o bem comum social.

1.1 Breve relato sobre as raízes históricas da evolução estatal

Diante desses princípios elementares sobre sociedade e Estado, se torna

viável um grafito sobre as origens históricas e evolução do advento estatal.

Primeiramente, é viável dizer que, para tanto, se torna necessário avaliar os

elementos históricos da sociedade em sua antiguidade, para a verificação dos

processos sistêmicos desde o passado mais remoto ou até mesmo, em um

momento histórico mais próximo.

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Diante dessa estrutura de pesquisa, é certo dizer que, na antiguidade havia

por parte do imperador a conjunção de todos os poderes estatais, ou seja, o Estado

era formado pela união dos poderes nas mãos de uma só pessoa, que detinha o

povo de um modo geral, dentro de certo contrato social por meio da utilização da

força. Qualquer prendo de ameaça a este contrato o detentor do poderio estatal

eliminava da forma mais bruta possível, para que com isso, qualquer outra ameaça

fosse desmotivada, sendo do próprio povo, ou de forças externas.

Sendo que, na antiguidade, o pacto social se consolidava pela força coerciva

do imperador, pode-se dizer que, o contrato social firmado era o de adesão.

Maximilianus (2010) descreve que o contrato de adesão é o pacto em que uma das

partes detém todo o monopólio de direito, ou de fato, impondo de maneira arbitrária

todas as cláusulas contratuais, cabendo a outra parte somente aderir, ou não, ao

estipulado. Nesse sentido é valido dizer que, a única maneira de alguma parte não

aderir o pacto contratual, era o de fugir da sociedade imperial, não cabendo outra

maneira, pois, não existia a faculdade de escolha. De acordo com Bonavides (2010,

p. 33, 34):

Com efeito, o Estado na Antiguidade é a Cidade, condensação de todos ospoderes. Da Cidade se irradiam as dominações, as formas expansivas depoder e força. De tal sorte que, ordinariamente, ela é a cabeça dosImpérios, das hegemonias, dos grandes reinos formados ao redor da boafortuna com que as armas da conquista se fizeram triunfantes. Nínive,Babilônia, Tebas, Persépolis, Esparta, Atenas, Roma, e tantas outras, são aimagem eloqüente do Estado Antigo com sua geografia política urbana, suaconcentração personificada de poder, sua forma de autoridade secular edivina expressa na vontade de um titular único – o faraó, o rei, o imperador-, de quem cada ente humano, cada súdito, é tributário.

Certas vezes, o detentor de todo o poderio estatal era tratado como um

semi-Deus. Sabe-se que, a força que ele exercia sobre a sociedade de um modo

geral era o da repreensão, ou da força bruta. Muitas vezes, utilizando exterioridades

religiosas, ou sagradas, fazendo com que houvesse por parte de quem era punido, o

total aceite do castigo imposto, como forma de punição severa pelo grado pecado

cometido contra o Estado, ou até mesmo, contra as vontades do imperador.

Já na Idade Média, ou seja, logo após a falência do Império Romano, foi

testificada que os moldes de governos anteriores possuíam um sistema falho. Com

isso passou a ser enfraquecida durante esse tempo a concepção de Estado, no

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sentido de Instituição, o qual era constituído pela concentração, ou por outro lado,

com força coercitiva, onde todo poder era dado a uma só pessoa, ou seja, a do

imperador. Bonavides (2010, p. 34) nos expõe que:

Em verdade, toda a Idade Média, com sua organização feudal levantadasobre as ruínas do Império Romano, vira em certa maneira arrefecer aconcepção de Estado. Pelo menos do Estado no sentido de instituiçãomaterialmente concentradora de coerção, apta a estampar a unidade de umsistema de plenitude normativa e eficácia absoluta.

Com esse enfraquecimento do Império, surgiu-se a separação, ou de outra

forma, o desmembramento do sistema político e do sistema religioso, onde, o

Estado passou a ter duas figuras importantes na consolidação estatal, ou seja, de

um lado passou a existir o poder imperial, e de outro o poderio espiritual abarcados

pelos santos papas. Com isso, as duas ramificações de poderio estatal,

manipulavam toda a sociedade, foi à primeira divisão do poder num determinado

Estado, na forma de governo. Neste contexto afirma Bonavides (2010, p. 34, 35):

A idéia fraca e pálida de Estado no mundo medievo era, todavia,contrabalançada, de algum modo, pela presença ativa e militante daquelascorrentes que, inspiradas no modelo romano, buscavam restabelecermenos a unidade do sistema, expressa pela fusão das duas esferas, apolítica e a religiosa, rompida para sempre com o advento do Cristianismo,do que a universalidade de cada poder desmembrado.

De uma parte, a autoridade temporal ressuscitada na imagem do SantoImpério Romano-Germânico; doutra, a autoridade espiritual dos Papas, emtoda sua majestade, rodeada da aura divina com porfiar por umasupremacia jamais lograda nem consumada ao longo de tantos séculos derivalidade do Sumo Pontífice com os Imperadores da Coroa Romano-Germânica.

Com outras palavras, é certo dizer que, a força coercitiva exercida pelo

imperador à coletividade de um modo geral, contribuiu para o enfraquecimento

dessa mesma sociedade, sendo assim, é correto dizer que, um Estado enfraquecido

era visto como vulnerável a outras sociedades formadas. Nasceu, portanto, uma

nova filosofia de pensamento, ou seja, o poder do imperador absoluto começou a

ser visto como uma grande ameaça à constituição estatal, e não como era visto

antes, como uma força necessária para tal consolidação.

Com o findar da Idade Média, e com a primeira revolução iluminista que foi a

Renascença, já havia a manifestação do Estado Moderno, onde, buscou-se

minimizar a figura da soberania. Surgiu com isso, soberania extrínseca, ou seja,

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poder soberano do Estado deixou de ser exercido de forma interiorizada, sendo

assim, nasceu uma base justificada e uma pretensão mútua de certa

interdependência estatal, pois a busca primordial era recolonizar outras associações

estatais. Ensejando assim, as políticas mercantilistas, e também a expansão

colonialista.

Tentou-se com essa nova filosofia, uma busca para dissimular a soberania

que era exercida de forma bruta pelo imperador a toda sociedade de um modo

específico. O povo foi visto como um grupo conexo importante para o fortalecimento

do Estado, porém, a força soberana trazia aos mesmos, certo desconcerto em

relação à forma de governo que era exercido. É viável dizer que, o povo obteve o

primeiro reconhecimento de que fazia parte de uma força estatal. Bonavides (2010,

p. 35) nos refere que:

Ao termo da Idade Média e começo da primeira revolução iluminista que foia renascença, brilhante precursora da segunda revolução, a revolução darazão, ocorrida no século XVIII, o Estado Moderno já manifestava traçosinconfundíveis de sua aparição cristalizada naquele conceito sumo eunificador – o de soberania, que ainda hoje é seu traço mais característico,sem embargo das relutâncias globalizadoras e neoliberais convergentes nosentido de expurgá-lo das teorias contemporâneas do poder.

A base justificada dessa pretensão aniquiladora daquele conceito consisteem apontar uma realidade distinta, imposta por novos modelos associativosde mútua interdependência estatal, os quais, para ganharem eficácia eprevalência na conjuntura globalizadora, buscam a todo transe remover eapagar e amortecer o conceito de soberania

E tais diligências destrutivas da autodeterminação das Nações se fazemcom muito empenho, porque a soberania nacional é óbice à soberania dosmercados.

Contudo, a idéia majestosa, soberana e de outro modo, sacramentado,

ainda coroava a cabeça do príncipe, sustentando de certa forma o Estado Moderno,

ou Estado soberano, antes de ser transformada na Nação do povo. Isto porque, o

príncipe ainda exercia em certas vezes a força agressiva, e coercitiva. A figura do

príncipe embora de forma cínica, era visto ainda como um libertador, o titular da

soberania, ou seja, o próprio Ente estatal. Bonavides (2010) diz que, a expressão

“Estado” foi, segundo a variante mais benquista criada por Maquiavel, que a

introduziu nas primeiras linhas de sua célebre obra instituída “O Príncipe”.

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Dentro desse contexto histórico, o Estado Moderno do Absolutismo passou

por duas etapas subsecutivas de teorização da soberania. Sendo assim, fala-se que

na primeira, avolumou o regime monárquico absoluto de direito, onde, cuja

legitimidade, em marcos abstrato, foi provida por meio de fundamentos teóricos, por

doutrinas dos teólogos, os quais conjecturavam o altar divino com o trono do poder

estatal.

Na segunda fase a teoria do Absolutismo, se desligou das supostas

verdades teleológicas. Houve com isso, uma queda do poderio do monarca, devido

a conflitos de idéias entre as normatizes eclesiásticas, em relação às leis do

imperador. Havia uma grande desconfiança entre a monarquia e o sacerdócio, onde

as partes se conflitavam subjetivamente em seus ideais. Existia uma duplicidade

moral, ou seja, as normas receadas da Igreja e do Imperador.

Com a reciprocidade na desconfiança por parte da Monarquia e o

Sacerdócio, nasceu ai, certas rivalidades entre tais poderes estatais. Pois de certa

forma, havia jogos de interesses próprios, onde, disputas por supremacia em

determinadas matérias contribuíram para a separação do lado estatal físico, ou

material, do lado teológico, ou de outra forma espiritual. A Igreja detinha certo

prestígio e força temporal, contribuindo para insatisfação da Monarquia, uma vez

que, se sentia ameaçada e diminuída.

Com essa guerra envolvendo a Monarquia e Igreja, os dois ramos foram

enfraquecidos, sendo assim, com tais enfraquecimentos, nasceu no povo uma força

jamais vista antes. O povo começou a incorporar a alma da nação, tomando assim,

certa consciência de seu próprio destino, ou seja, proclamando suas convicções

espirituais, contribuindo para sua auto-identidade, construindo seus valores morais

dentro de virtudes associadas na cidadania.

Contudo, sendo a parte do povo mais preparada economicamente, a

burguesia se tornou a parte dominante e eficaz na decretação do fim da sociedade

privilegiada ainda presente por corolário da herança feudal enxertada no corpo da

Monarquia absoluta. Abriu-se com tal processo, as reflexões e compreensões do

Estado constitucional contemporâneo. Ou melhor, verificou-se, que para

consolidação da sociedade, seria necessária a conversão do Estado absoluto em10

Estado constitucional. Instituídas em textos de Códigos de uma determinada

Constituição.

Por outro lado, foi visto que, o poder já não seria de pessoas, uma vez que,

não se poderia determinar para quais pessoas iriam todo o poder do Estado, sendo

com isso, houve a precisão de instituir leis no âmbito geral e social, sendo tais

ordenamentos principais de consolidação da governança estatal. O Estado

Constitucional inaugurado desde a sua concepção, até os dias contemporâneos,

ostenta três distintas modalidades essenciais. A primeira é o Estado da separação

dos poderes, o qual é também denominado de Estado Liberal; o segundo é o Estado

Social, ou seja, dos direitos fundamentais; e por fim, o Estado Democrático-

Participativo, onde há a participação popular.

Bonavides (2010) relata que, o Estado constitucional, como elemento

político, social, moral e jurídico, de uma rebelião de ideais, foi obras de filósofos

contratualistas, tais como: Locke, Montesquieu, Rousseau, Sièyes, Constant e Kant.

Tais teoristas foram uns dos mais importantes, os quais figuraram na galeria dos

grandes pensadores e publicistas da Idade Moderna. Esses escritores construíram

obras fixando os princípios e fundamentos da doutrina liberal, contribuindo para uma

nova concepção de governo.

Dentro do Estado constitucional dos direitos fundamentais, há uma

separação protocolar de poderes das formas de governo e de outro lado, dos

direitos da liberdade, dentro os quais, os individuais, civis e políticos. Diante desse

construto social, a Sociedade estatal contemporânea infere um valor supremo que

governa a teleologia da Sociedade como um todo, e do Direito, em conluio com o

princípio da dignidade da pessoa humana.

Há nesse patamar, ou seja, sobre o poder estatal dentro da soberania

popular sob o aspecto participativo, a denominada Constituição de um Estado

Constitucional democrático participativo. Onde, se busca levar a fim a cidadania, ou

seja, há a chamada democracia participativa, onde a soberania passa do Estado

absoluto e autoritário, para uma Constituição superior, porque a Constituição é uma

normativa provinda do poder vivo do povo, e está acima de qual qualquer outra lei

tortuosa criada. De outra forma, é visto que, o povo passou a ser a cabeça da11

normatização estatal, onde todas as leis buscadas são voltadas em sua maioria para

satisfazer toda a coletividade social. Bonavides (2010, p. 59) acorda que:

Constituição, povo e soberania desse modo exprimem o caráter e aqualidade do poder superlativo em termos contemporâneos de legitimidade.

O povo é a Constituição, a Constituição é o povo; os dois, com o acréscimoda soberania, compõem a santíssima trindade política Dio poder. Mas nãode qualquer poder, senão daquele que traz a inviolabilidade, a grandezaética, a fundamentalidade da Democracia participativa.

A soberania constitucional, enfim, faz vingar a onipotência dos princípios evalores que libertam.

Dentro do contexto de Estado constitucional, sabe-se que, num contrato

atual existem regras gerais ou condições para a validade do mesmo, e dentro desse

patamar há o acordo de vontades; a capacitação dos agentes; o objeto lícito,

possível, determinado ou determinável; por fim, a forma prescrita ou não proibido.

Por outro lado, dentro dos princípios dos contratos, há a autonomia de vontade; a

supremacia da ordem pública; a probidade; a boa fé; finalmente a obrigatoriedade

entre as partes.

Enfim, é válido ressaltar que em um contrato social atual, há todas essas

regras de convalidação contratual, ou seja, o contrato social pode ser denominado

de contrato social comutativo. De acordo com Maximilianus (2010, p. 39) pronuncia

que: “nos comutativos cada uma das partes recebe, ou entende que recebe, uma

contraprestação mais ou menos equivalente, como na compra e venda.” De outra

forma, é viável dizer que, a sociedade em geral assume uma relação contratual

entre o poder Estatal, ou seja, é garantido o poderio estatal pela coletividade e este

Estado dotado de poder protege toda a coletividade dentro dos princípios sociais

firmados.

2. Os elementos do Estado

Diante dos elementos do Estado, são subsídios constitutivos da sociedade

estatal: a população, o território, o ordenamento jurídico, o poder e o bem comum. A

população e o território são os elementos materiais; o ordenamento jurídico e o

poder são os elementos formais; por fim, o bem comum que é o elemento final de

uma sociedade. A população como elemento do Estado abrange o conceito

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demográfico, o qual se compreende o conjunto de indivíduos os quais compõem o

Estado. Dentro da população, podem-se abranger os nacionais, bem como, os

estrangeiros. Pois, a denominação povo é abarcada, ou referida de um modo geral,

apenas, aos nacionais. Diante desse pressuposto, Maximiliano e Maximilianus

(2010, p. 17):

A diferença é fundamental, pois somente os componentes do povo(nacionais) podem exercer os direitos políticos. Estes direitos políticos sãoexercíveis no instante em que o jovem adquire a qualidade de cidadão, ouseja, transforma-se em eleitor.

O segundo elemento primordial a constituição de uma sociedade estatal, é

território, que é área onde o Estado exerce com exclusividade e certa autonomia a

sua soberania. Incluindo-se os espaços terrestres, aéreos e aquáticos. Deste modo,

não se pode conceber a figura do Estado sem um território, ou seja, sem a base

física, sem seu espaço definido. Dentro desse assunto afirma Figueiredo (2001, p.

36):

Elemento geográfico do Estado, base delimitada de autoridade, instrumentode poder com vistas a dirigir o grupo social, todas são idéias pertinentes ecorrelacionadas ao conceito de território.

Não há dúvida de que o território é a base física ou geográfica dedeterminado Estado. Contudo, o estudo do território, para a ciência política,traz ínsita a idéia do poder de império; já para o direito, ressalta o aspectoda jurisdição, da territorialidade, da competência.

O território é, portanto a área onde a sociedade estatal exerce com

exclusividade a sua soberania, isso sem falar nas influencias provindas de outras

nações externas, os quais limitam esta soberania. Tal soberania é exercida até certo

ponto, ou seja, desde que não contrariem as normas de blocos regionais. É sabido

que, a globalização atual contribuiu para uma transação direta entre os Estados,

devido ao fortalecimento do mercado capitalista mundial, forçando por outro lado, a

junção de todas as nações e um aceite de normas exteriores.

Outro elemento importante para a consolidação estatal é o ordenamento

jurídico, caracterizado pelo conjunto de normas postas pelo próprio Estado, em dado

momento histórico, abrangendo a subordinação de todos os indivíduos, os quais

estão em seu território. Relata Kelsen (2010), que o ordenamento jurídico é um

sistema de normas jurídicas. O conjunto de normas forma uma unidade, ou seja, o

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sistema geral do ordenamento jurídico é caracterizado como fonte comum de certa

sociedade. Essas normas são denominadas como regras fundamentais constituindo

a moral estatal.

No que se refere ao poder, este se materializa na probabilidade de o Estado

aplicar suas determinações, dentro de seu respectivo território, utilizando a força, se

necessário. Partindo desse pressuposto, sabe-se que, o Estado é uma sociedade

suprema, onde as suas leis se sobrepõem às normas emitidas por todas as outras

sociedades. Sendo assim, a este poder superior a todos os outros se dá o nome de

soberania, o qual deve ser observado no prisma interno e externo.

Já o fim buscado pelo Estado é definido como sendo o bem comum, ou seja,

é o bem-estar de toda a sociedade, alguns doutos da área jurídica classificam o bem

comum em três ramificações, quais são: a defesa com as agressões externas, a

manutenção a ordem internamente, e por fim, a administração da justiça. Dentro

desse contexto, sabe-se que, a segurança externa é um objetivo constante dos

Estados através da história. Pois de fato, as intervenções externas é a séria ameaça

a consolidação de um Estado formado.

Dentre os cincos elementos do Estado, pode-se dizer que, numa

determinada nação, onde ainda não há uma ordenação jurídica formulada, não se

pode então, dizer em Estado consolidado. Uma vez que, para haver a conjuntura

estatal, é preciso que exista um contrato social, influindo decisivamente nos ideários

da constituição. Partindo desse pressuposto, é que se fala em soberania nacional,

onde por meio da vontade de todo o povo as normatizes são construídas,

vislumbrando a hegemonia do Ente.

3. A moral e a ética como valores da sociedade estatal

É visto que, a moral, bem como a ética são valores característicos buscados

em uma sociedade estatal. Em certa linguagem comum, é verificado que os tais

conceitos são distintos um do outro. Embora muitos confundam a significação de

moral e ética, é certo dizer que, a moral é um conjunto de regras de conduta

assumidas pelos indivíduos de um grupo social com tal finalidade de se organizarem

em suas relações recíprocas, partindo do pressuposto do que é certo e errado. Isto,

14

seguindo os costumes da sociedade, ou seja, o que é fora da cultura local, contraria

as práticas habitacionais, e isto é ilegal.

Já a ética, é um pouco mais abstrata, ou seja, é constituída pela

característica filosófica, onde a reflexão social é exercitada. Em outras palavras, as

questões de éticas envolvem a indagação a respeito sobre o mau e o bom, sob o

prisma do valor social. Sob outro aspecto, é valido ressaltar que, o estudo da ética

busca entender qual a finalidade do valor da ação ética. É entendido que, os valores

da ética e a moral são resultados de culturas regionais, de outra forma, de costumes

e práticas sociais em uma determinada comunidade estatal. Segundo Aranha e

Martins (2000, p.117):

Vimos que os valores não são coisas, mas resultam das relações que osseres humanos estabelecem entre si e com o mundo em que vivem. Porisso os valores são em parte herdados da cultura e nossa primeiracompreensão da realidade a que pertencemos. Esse fato talvez nos façaconcluir que tais experiências variam conforme o povo e a época. É o quesugere a diversidade de costumes entre os povos.

Por outro lado, é certo relatar que, nem sempre as regras ou condutas éticas

visam ao bem de toda a comunidade em geral, isso, devido às devidas mudanças

sociais vivenciadas pela sociedade. Por mais que uma determinada sociedade

esteja estável, sempre haverá tais mudanças, decorridas pela própria subsistência

da comunidade. Sendo assim, certas regras os quais eram válidas em determinadas

circunstâncias, deixam de valer noutros determinados momentos, isso devido à

ambiguidade do ser humano em criar novas idéias, ou até mesmo, em sua busca de

novas direções. Por outro lado, a existência humana em sociedade precede de uma

forma direta e objetiva em sua essência. De acordo com esse entendimento Aranha

e Martins (2000, P. 31) relatam:

O mundo humano é de ambigüidade porque, enquanto os animais sãoacomodados ao mundo natural e, portanto, sempre idênticos a si mesmos, oser humano, ao contrário, sendo em parte o que sua cultura quer que eleseja, é capaz ainda de romper com a tradição.

Em outras palavras, a sociedade surge pela capacidade humana de criarinterdições, isto é, proibições, normas que definem o que pode e o que nãodeve ser feito. No entanto, existe sempre a possibilidade da transgressão.Transgredir é desobedecer. Não nos referimos apenas à desobediênciacomum – pela qual descumprimos normas consideradas válidas – masàquela transgressão que rejeita as fórmulas antigas e ultrapassadas parainstaurar outras, mais adequadas a atender novos problemas colocadospelo existir.

15

A capacidade inventiva do ser humano tende a desalojá-lo do “já feito”, embusca daquilo que “ainda não é”. Portando, é um ser da ambigüidade emconstante busca de si mesmo. Dessa forma, é também um ser histórico,capaz de compreender o passado e projetar o futuro. Saber aliar tradição emudança, continuidade e ruptura, interdição e transgressão é um desafioconstante na construção de uma sociedade melhor.

Na busca de uma boa qualidade de vida, a sociedade como um todo, deverá

reforçar sua procura para que todos os indivíduos ajam conforme o que é regrado.

Em alguns momentos, poderá haver uma desagradável ação na busca do viver

moralmente, pois de certa forma, pode-se dizer que, viver respeitando as normas em

determinada circunstância não será tão simples, isso, devido à força arbitrária, o

qual, todos terão que acatar. Findando, o projeto ético e o moral deverão sempre

caminhar juntos na formação, da valoração e consolidação de uma sociedade.

Dentro desse prisma elementar, é que se pode referir que, viver moralmente

numa determinada sociedade tem relação com a introdução de normas constituídas,

herdadas até mesmo, de modo arbitrário. Outro fator importantíssimo, o qual

contribui para a vivência moral e ético é a configuração por meio de aprendizagem,

ou seja, é na educação que principia a solidariedade, o reconhecimento da

dignidade e o respeito mútuo. Sendo assim, o indivíduo pode reformar uma

sociedade em que vive, pois a sua subjetividade é também reformada.

Um projeto moral desligado de um projeto político está destinado ao

fracasso, os dois processos devem caminhar contíguos, pois, formar o ser humano

de modo pleno dentro de uma moral social, só é admissível numa sociedade que

também caminha na moralidade e na justiça. Com isso, as normas gerais, tendem a

passar por reformas constantemente, pois com a reforma moral e ético, dos

indivíduos, o Estado há que se também sofrer tal reformulação. As leis antigas,

anosas ou obsoletas, se tornam inválidas e inoportunas trazendo à população um

espírito de revolta, forçando ao ordenamento jurídico uma nova reformulação.

4. As leis objetivas e subjetivas

Diante do estudo das leis, é preciso ter o conceito de direito, onde é certo

dizer que, é a regra de conduta, com força coativa. Tal construto pertence à essência

da sociedade estatal, o qual permite em certos casos, a força coercitiva, a ser

exercida pelo poder competente. Tal força de coerção exercida pelo Estado faz parte

16

da organização social, ou seja, são regras com intuito de refrear as forças de

dissociação. Relata Maximilianus (2009, p. 15):

A palavra Direito vem o latim, directum, e designava, na sua origem, aquiloque é reto. Num sentido figurado, passou a designar o que estava deacordo com a lei.

Sabe-se que o direito nasceu junto com a sociedade, por mais velha que

seja a sociedade, é certo afirmar que o direito sempre existiu por mais que seja

rudimentar. Há um ditado em latim o qual diz: ‘ubi homo, ibi jus’, ou seja, onde está o

homem, está o direito. A noção de direito está ligada a justiça, sendo que, a conduta

humana seja repleta de egocentrismo, é válido ressaltar que o homem sempre

buscou a justiça como meio de balanceamento de vida em conjunta. Paupério

(2003, p. 41) relata que:

O conceito de justiça é mais acessível que o de direito, embora ambosestejam entranhados na consciência humana. O homem vulgar, porem, quemostra incapaz, muitas vezes, de discernir a natureza da violação de seudireito, tem sempre nítida sensação da injustiça que porventura sofra.

O direito como um fator importantíssimo da sociedade em geral, é dividido

em positivo e natural, ou seja, sendo que o primeiro se trata de um conjunto de

regras jurídicas em vigor num determinado Estado, já o segundo direito é a idéia

abstrata, de outra forma, aquilo que corresponde ao sentimento de justiça de uma

sociedade em geral. Em outras terminologias, é denominado o direito em objetivo e

subjetivo, sendo o objetivo, o mesmo que direito positivo. Paupério (2003, p. 85)

expõe que:

Por direito positivo entende-se, como já entrevimos, o conjunto de normasde comportamento e organizações vigentes numa determinada sociedade,num dado momento histórico, editadas pelo Estado. Das demais regraséticas diferencia-se, porque seu desrespeito dá margem a sanções(castigos, penalidades). Por isso, podemos defini-lo como o “conjunto deregras de comportamento e organização que, consagradas pelo Estado,visam à disciplina da convivência social e se impõem coercitivamente atodos”.

A noção de direito objetivo se baseia no fato de certa imposição por parte do

Estado aos seus indivíduos, como norma geral de agir (norma agendi). Por outro

lado, quando se trata de direito subjetivo, fala-se na faculdade individual de agir de

acordo com o direito (facultas agendi), isto é, a faculdade que cada cidadão

participante da sociedade tem de agir dentro das regras da lei e de invocar a sua

17

proteção e aplicação na defesa de seus fidedignos interesses. Paupério (2003, p.

103) mostra que:

De modo geral, podemos definir o direito subjetivo como a faculdade deagir, adotando determinado procedimento, para objetivar um interessegarantido pela lei. Tal faculdade pode ser apresentada sob dois ângulosdiferentes, sendo, assim, suscetível de duas significações diversas. De umlado, pode entender-se o direito subjetivo como a faculdade de agir deacordo com o preceito legal e dentro dos limites por estes impostos.

Diante desse patamar de direito objetivo e subjetivo, onde o direito é

dividido, há uma norma que parte do ordenamento legislativo, a todo o Estado, ou

seja, a sociedade estatal é garantida por um ordenamento de leis diretas, o que dá

garantia a sobrevivência do Estado é a lei objetiva. Porém, há as leis indiretas, ou

seja, as leis subjetivas, as quais partem de toda a sociedade em busca de uma

necessidade atual, com o intuito de satisfazer o interesse da coletividade, ou seja, a

invocação de seu direito de agir. O direito subjetivo gera leis subjetivas.

Sendo a lei um conjunto de normas formuladas e estabelecidas pelo

legislativo estatal, pode-se inferir desse conteúdo, que tais normas partem de certos

princípios existentes em determinadas características e práticas sociais. Ou seja, em

costumes da sociedade, o qual é a reiteração de uma conduta, na convicção de ser

a mesma obrigatória, ou de outra forma, uma prática geral aceita por todos como

sendo o certo, e o ético. Ou seja, as leis devem ser criadas sob o prisma da moral e

a ética social.

5. O Estado democrático

Partindo do pressuposto que o Estado é uma sociedade política, organizada

juridicamente, com o objetivo de obter o bem comum, e que, para ter uma sociedade

estatal formada, é preciso ter a composição dos elementos essenciais, tais como,

população, território, ordenamento jurídico, soberania interna e o bem comum, é

viável, a identificação de outro construto elementar essencial na constituição do

Estado.

Importa salientar a qualidade do poder exercido num determinado Estado,

em que, a participação popular nas diretrizes da sociedade estatal democratiza o

Ente formado, o qual se chama de Estado democrático de direito. A noção do

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elemento de democracia como forma ideal natural, fortifica os valores da

humanidade, e com a respeitosa participação do povo nas decisões estatais a

sociedade estatal se torna fortificada em abrangência. Dentro desse tópico afirma

Figueiredo (2001, p. 36):

A palavra democracia etimologicamente advém do grego dèmokratia, quesignifica o governo do povo; a soberania popular. Demos = povo e kratos =força, poder. Em última análise, teremos “democracia” em determinadoEstado se o povo detiver o poder. Literalmente, esse é o primeiro significadodo termo.

A democracia é um meio, onde o povo elege seus representantes para

exercerem o governo, ou seja, a sociedade escolhe os seus representantes, onde os

mais votados assumem a administração do Estado. Por outro lado, há também na

democracia, tais institutos de participação popular, os quais são o referendo, que é

uma consulta prévia ao povo; o plebiscito que é uma consulta posterior; e a iniciativa

popular, onde o povo participa do processo legislativo propondo projetos de leis. Por

fim, a ação popular onde por meio judicial gratuito o cidadão poderá anular qualquer

ato lesivo ao patrimônio público.

A base da democracia se dá na execução direta de governo pelo povo, ou

de outra forma, o governo popular. A organização desse governo do povo é

complementada e instituída por meio de uma constituição, daí é viável saber a

noção de Estado Constitucional, ou seja, por meio de muitos movimentos populares

na história da humanidade, é que basicamente houve assunção de alguns princípios

norteadores do Estado então denominado de democrático. Para Dallari (2011, p.

145):

A idéia moderna de um Estado Democrático tem suas raízes no séculoXVIII, implicando a formação de certos valores fundamentais da pessoahumana, bem como a exigência de organizações e funcionamento doEstado tendo em vista a proteção daqueles valores.

Dentro de tais princípios citam-se a supremacia popular, a preservação da

liberdade, e por fim, a igualdade de direitos. É certo que as transformações do

Estado para uma sociedade voltada aos direitos do povo surgiram entre os séculos

XVIII até meados do século XX. Sendo assim, por meio de uma carta maior,

denominada de Constituição, o qual institui a formação estatal e os elementos dos

19

deveres e direitos de todos que se caracteriza a formação de um Estado

democrático de direito.

6. A relação das leis na consolidação do Estado democrático

Sendo o conjunto de leis de um determinado Estado, caracterizado como

essenciais para a concretização do ordenamento jurídico, é viável salientar que, é

esse conjunto de normas que dá o surgimento de fato a um Estado. Isto é, em um

determinado grupo social sem ordenamento jurídico, sem configuração da formação

estatal, sem determinação de regras a serem seguidas por todos, não se pode falar

ainda que se trate de um Estado, e sim de um mero grupo igualitário.

Para aclarar a idéia, é aceitável trazer a teoria de Hans Kelsen, por meio de

sua pirâmide da hierarquia legislativa. Onde o modelo do mesmo doutrinador é de

grande valia, pelo motivo de apresentar uma estrutura dinâmica explicativa entre o

conjunto de normas sob o prisma da constituição de um Estado. Kelsen relata que a

constituição é a lei mãe de um Estado, ou seja, é o teto que constitui a formação

estatal. Dentro desse contexto relata Maximiliano e Maximilianus (2010, p. 25):

É de Hans Kelsen o modelo da pirâmide da hierarquia legislativa, onde asnormas legais retiram validade das regras imediatamente superiores, atéchegar ao ápice da pirâmide, onde está a Constituição, que é o fundamentode todo o ordenamento jurídico estatal. Desta maneira, a lei ordinária nãopode conter dispositivo que contrarie a Constituição, nem o decreto ou aportaria podem afrontar a lei ordinária.

Sendo o Estado democrático caracterizado cujo governo é voltado para o

povo, sabe-se que, para existir, ou constituir este modelo de Estado, é necessário

que haja uma carta, ou seja, uma lei maior. E é por meio dessa lei, a qual se

denomina de Constituição, que se encontra toda a fundamentação para que a

sociedade estatal formada exista sob o preceito legal. Isto é, para que haja validade

do então Estado formado.

De outra forma, sem essa lei maior regrando toda a vida da sociedade de

uma forma geral e ampla, haveria de certa forma uma determinada desordem

estatal, não só dos habitantes, mas por outro lado, de outros poderes de Estado.

Uma vez que, cada grupo ou organização de poder estatal, iria certamente criar

suas próprias leis ou normas de uma forma viciada e corporativa em favor de seus

20

próprios interesses e não em favor dos interesses de todo o grupo social. Sendo

assim, é viável a ilustração da pirâmide de Kelsen.

Fonte: MAXIMILIANO e MAXIMILIANUS. Resumo de Direito Constitucional, 2010.

Partido desse pressuposto de formação estatal instituída em um

ordenamento jurídico, a continuação da existência do Estado depende

absolutamente desse ordenamento de leis, ou seja, a lei maior, ou de outra forma, a

Constituição do Estado formado institui a formação estatal e a mantém em de

acordo com os interesses de todo o grupo estatal. Sabe-se que, de uma forma geral

a sociedade estatal se submete ao conjunto de leis existente, como um sujeito

instituído de direitos e deveres. Kelsen (2010, p. 169) relata:

O estado deve ser apresentado como uma pessoa diferente do direito paraque o direito, então – esse direito produzido e a ele submetido -, possajustificar o Estado. E o direito só pode justificar o Estado se for contrapostocomo ordem essencialmente diferente do Estado, cuja natureza original, opoder, é por ele pressuposto como ordenamento correto e justo.

Observa-se que, para a existência do Estado há certa dependência

principalmente do ordenamento jurídico. Usando uma metáfora, ou por outro modo,

uma comparação, o ordenamento jurídico pode ser caracterizado como uma mãe

gestante, e o embrião o Estado formado. Neste sentido, sabe que, o feto é ligado a

mãe por um cordão umbilical, por onde, a mãe transmite ao embrião os anticorpos e

também os nutrientes necessários para a sobrevivência e o crescimento do embrião.

21

Constituição Emendas à constituição

Lei Complementar

Lei Ordinária (+Medidas Provisórias)

Decretos, Portarias, Instruções, circulares etc.

Contratos, Estatutos

Pode-se então, especificar que, o Estado é um ente formado por uma lei, ou

seja, por um conjunto de normas conhecido como ordenamento jurídico. As leis

objetivas, por sua vez, determinam a formação estatal, e outras peculiaridades

formais como conjunto de obrigações a serem cumpridas, e podem ser

caracterizados como anticorpos, para impedir, ou proteger de quaisquer atitudes, ou

ações contrárias ao Estado formado. Noutro sentido, as leis subjetivas que partem

da faculdade do cidadão de agir e a exigir seus direitos, podem ser caracterizada

como os nutrientes, ou seja, a necessidade do povo a ser suprida por uma lei criada

pelo ordenamento jurídico De acordo com Kelsen (2010, p. 172):

Que o Estado é – precisamente qualificado – um ordenamento jurídico (quesó se diferencia quantitativa e não qualitativamente), isso se percebeporque toda manifestação de vida do Estado, de todo ato estatal, não podeaparecer senão como ato jurídico, como ato de produção ou de execuçãode normas jurídicas.

Diante disso, o Ente estatal, ou o Estado formado, é uma personificação

dentro de um ordenamento jurídico, ou seja, um conjunto de leis que ensejam todas

as formalizações da sociedade como sujeito de atos estatais. Especificamente, é por

meio desse ordenamento que é possível verificar a eficácia desse conjunto de leis,

onde tudo que se costuma designar, parte primeiramente do poder do Estado, e é

nesse conjunto de ordem que parte toda a personificação dessa unidade social. É

viável ilustrar o conceito demonstrado.

22

(Mãe)Ordenamento

Jurídico

(Embrião)Estado

Constituído

Fonte: Ilustração do artigo

Diante da ilustração mostrada, é observada a dependência do Ente estatal

perante o conjunto de leis, ou de outra forma, do ordenamento jurídico. Conhece-se

que o ordenamento jurídico constitui de forma direta e objetiva o Estado, de modo

que, os elementos do Estado tais como, a soberania, o território e o povo, são

denominados e validados pelo ordenamento jurídico, ou seja, toda a formalização

estatal parte desse ordenamento. Diante desse contexto nos diz Kelsen (2010, p.

177):

O conhecimento de que o Estado é um ordenamento jurídico encontra suaconfirmação em que o problema é habitualmente apresentado do ponto devista de uma Teoria geral do Estado e demonstrado como problema teórico-jurídico, como problema da validade e produção do ordenamento jurídico.

Diante dessa dependência do Ente estatal, é importante ressaltar que há

uma dinamização, uma troca de ações para a existência recíproca do ordenamento

jurídico, bem como do próprio Estado. Se o ordenamento jurídico não atende as

necessidades do Estado, ele se torna inviável, não sendo, aceitável a sua existência.

O ordenamento jurídico só existe, se o Estado também existir, ou seja, tal

ordenamento é existente somente para o Estado. Sob esse ponto de vista, a mãe,

só será mãe, de fato, se o filho assim o existir, caso contrário, não será mãe.

As leis subjetivas que partem da sociedade estatal como solicitação, têm

que ser criadas por meio de atos legais constitutivos sendo assim, provindas e

constituídas pelo ordenamento jurídico. De certa forma, se há a necessidade por

parte da sociedade estatal para criação de uma lei determinada, é certo dizer que,

esta lei deverá ser constituída para suprimir tal precisão da sociedade incorporada

no próprio Estado formado.

No exemplo abaixo é demonstrado tal relação. Maximilianus (2009) relata

que, o direito subjetivo, indica a possibilidade ou a faculdade individual de agir de

acordo com a capacidade de agir (facultas agendi). Com outras palavras, é a

competência facultativa que cada cidadão incorporado em um determinado grupo

estatal tem de agir, dentro das regras da lei do próprio Estado formado, o qual ele

participa, ou seja, invocando a sua proteção ou aplicação de seus legítimos

23

interesses. Portanto, essas invocações subjetivas geram leis subjetivas, pois parte

dessa faculdade de agir da sociedade como um todo, cabendo ao poder de Estado

avaliar o grau de necessidade dessas solicitações realizadas e atendê-las de forma

legalística e célere.

Fonte: Ilustração do artigo

Observa-se que, de acordo com o surgimento de certas necessidades, a

sociedade estatal solicita aos poderes constituídos, que dá a ordem ao Próprio

Estado e ao ordenamento jurídico para que transmita algumas leis para resolver ou

solucionar tais necessidades. Se não houver um atendimento momentâneo, às tais

necessidades da sociedade estatal, os poderes constituídos e até mesmo o próprio

Estado entram em colapso.

Ou seja, o embrião, que é o próprio Ente estatal poderá ficar doente, e

assim, além de necessitar dos nutrientes, uma vez não dados pelo ordenamento

jurídico, precisará também, de anticorpos, ou de leis objetivas para reparar o dano

ocasionado devido à demora em atender aos anseios do Estado. Com a doença do

embrião poderá ocorrer à doença ou mesmo, a morte da mãe, e logo após, a morte

do próprio embrião, ou seja, do Estado formado, pois de certa forma, um embrião

não vive sem a mãe. Essa doença se dá, devido a não aceitação por parte da

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Mãe Embrião

Leis objetivas

Leis subjetivas

sociedade as leis impostas, gerando com isso, certo desgaste contribuindo para o

caos total e generalizado em todo o sistema do Estado.

7. O ordenamento jurídico no Estado democrático

É sabido que, o ordenamento jurídico é o conjunto e normas ou regras,

postas pelo Estado de um modo geral, e subordinando a todas as pessoas que

estão dentro desse mesmo Ente estatal. Pode-se falar que, o ordenamento jurídico é

o cerne legal e primordial para a consolidação do Estado. Um fator importantíssimo

é saber que, para o ordenamento jurídico se materializar, ele precisa de certos

agentes do Estado.

Esses agentes estatais são compostos pela tripartição do Poder estatal, ou

seja, os poderes de um Estado democrático são compostos pelo Legislativo, pelo

Executivo e pelo Judiciário, onde, os mesmos devem ser autônomos e coesos entre

si. Tal tripartição tem a finalidade de evitar um poder de um só, ou seja, ao

impedimento de somente um elemento criar leis, havendo favorecimento de um

pequeno grupo dessa sociedade devido aos interesses parciais existentes.

Cada Poder estatal tem funções típicas e funções atípicas, onde a função

peculiar do Legislativo é a elaboração das leis. Já para o Executivo sabe que, a sua

função e a administração, com aplicação prática das leis. Por fim, para o Judiciário

fica a função julgadora. Porém, cada um dos Poderes realiza também várias outras

tarefas atípicas. De acordo com Maximiliano e Maximilianus (2010, p. 103): “para

manter o equilíbrio entre os Poderes, há um sistema de freios e contrapesos, em

que certos atos exigem a participação de mais de um poder.”

A função do Poder Legislativo é a elaboração de leis, ou a edição de normas

jurídicas gerais e abstratas e dentro de sua função atípica é a fiscalização da

administração. O poder Executivo é exercido pelo Presidente da República eleito

pelo povo, cabendo também a ele regulamentar e aplicar a lei. Por fim, ao Judiciário

incube dizer o direito do Estado, de outro lado, pode criar seus próprios regimentos

internos e também sua administração. Esses três Poderes do Estado é que dão ao

ordenamento jurídico, ou social a sua existência consolidando assim, as relações

estatais de um modo geral. De outro modo, administrando todo o Estado,25

elaborando as leis para toda a sociedade, e aplicando, ou seja, dizendo o direito,

perfazendo assim, a vivência do Estado de forma adequada.

CONCLUSÃO

Sabe-se que, para a formação de um Estado, são necessários alguns

construtos fundamentais na consolidação, ou constituição do mesmo. É visto que,

dentro de um sistema estatal, a organização parte de cinco elementos, quais são:

território, povo, poder, ordenamento jurídico e o bem comum. Em relação ao poder, é

certo dizer que, o mesmo só se consolida de forma concreta dentro do próprio

Estado formado. Pois, não há poder externo, ou seja, a soberania é relativa, pois, é

visto que, nenhum Estado é absolutamente soberano, devido ao aspecto existencial

da globalização, ou seja, há limitações aos Entes, e de outra forma, restrições e

interferências internacionais diretamente nos Estados interligados.

Por outro lado, as leis, ou melhor, as fontes imediatas de uma organização

estatal, são caracterizadas como ordenamento jurídico necessários na estrutura

integral de um Estado. De outro modo, a vivência do ordenamento jurídico é

constituída pelos Poderes do Estado quais são o Legislativo, o Judiciário e por fim, o

Executivo. Os quais dão a existência e a sobrevivência do próprio Estado formado.

O ordenamento jurídico é o conjunto de normas e regras impostas pelo Estado,

subordinando todas as pessoas do Estado.

Partindo dentro desse contexto, essas normas impostas a todo Estado, são

formas de constituição estatal, ou seja, o legislativo cria as leis necessárias para a

funcionalidade do Estado; o judiciário diz o direito, aplicando as leis; e o executivo

administra o Estado e acordo com essas normas, não podendo sobressair a elas.

Caso isso aconteça, haverá uma quebra da moral estatal, causando a um sério risco

para o Estado.

O ordenamento jurídico formaliza a existência do Estado, uma vez que, a Lei

maior, dá ao Ente estatal uma estrutura nacional e internacional, ou seja, a lei dá a

vida ao Estado. Usando uma metáfora, é sabido que, uma pessoa sem a certidão de

nascimento não existe, para ela existir na sociedade ela precisa então dessa

certidão. É a mesma coisa para um Estado, ou seja, para o mesmo existir no mundo,26

ele precisa de uma Constituição aceita internamente pela sociedade partícipe, e

reconhecida externamente pela comunidade internacional.

Porém, quando as leis de um Estado formado não correspondem mais, com

os anseios da sociedade, é precioso haver, uma renovação das leis de forma

específica, para que não haja um desgaste por parte da população em relação ao

ordenamento jurídico integral. Uma vez que, o ordenamento jurídico é formado pelo

conjunto de leis estatais e administrado pelas forças do Estado, tais como, o

Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Portanto, o ordenamento jurídico é quem dá a vida ao Estado, não se pode

falar em organização estatal sem o ordenamento jurídico próprio, pois, um Ente

estatal sem este ordenamento torna-se apenas um grupo igualitário dentro de certo

território. O Estado somente nasce, com uma Constituição, delimitando as leis gerais

e especificas, e por outro lado, ordenando sua máquina administrativa compondo

suas diversas funções de poder. Dentro desse entendimento, pode-se falar que, as

leis são tidas como essência principal entre o ordenamento estatal e entre a

sociedade em geral, ou seja, a lei é a ligação, o elo entre o ordenamento jurídico e a

coletividade como um todo.

Destarte, caso o ordenamento jurídico, compostos pelos poderes estatais,

não atender as invocações da sociedade, ou seja, ofertando leis de afeições, uma

vez solicitadas anteriormente pela coletividade, haverá um desconforto por parte do

grupo social e uma desvalorização perante o ordenamento jurídico, corroborando

para a um sério risco ao Estado. Diante desse contexto, haverá um

descontentamento e uma insatisfação gerando a desordem social, de outra forma a

doença do Estado como um todo. A relação das leis de um modo geral, ou normas

na consolidação de uma formação e estruturação estatal é um fator de altíssima

importância na sobrevivência de um Estado.

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