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FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA CURSO DE PEDAGOGIA KÉZIA DE SOUZA PEREIRA NUNES ROSIANE DO ESPIRITO SANTO FERREIRA ENTRE EMÍLIAS, PINÓQUIOS E PRINCESAS: A LITERATURA INFANTIL COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA LEITURA NAS CLASSES DE EDUCAÇÃO INFANTIL. BELÉM 2013

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FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA

CURSO DE PEDAGOGIA

KÉZIA DE SOUZA PEREIRA NUNES

ROSIANE DO ESPIRITO SANTO FERREIRA

ENTRE EMÍLIAS, PINÓQUIOS E PRINCESAS: A LITERATURA INFANTIL COMO

ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA LEITURA NAS CLASSES DE EDUCAÇÃO INFANTIL.

BELÉM

2013

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KÉZIA DE SOUZA PEREIRA NUNES

ROSIANE DO ESPIRITO SANTO FERREIRA

ENTRE EMÍLIAS, PINÓQUIOS E PRINCESAS: A LITERATURA INFANTIL COMO

ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA LEITURA NAS CLASSES DE EDUCAÇÃO INFANTIL.

BELÉM

2013

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ás

Faculdades Integradas Ipiranga como requisito

obrigatório para obtenção do grau em Pedagogia.

Orientadora: Profª Ma Nilma Machado

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KÉZIA DE SOUZA PEREIRA NUNES

ROSIANE DO ESPIRITO SANTO FERREIRA

ENTRE EMÍLIAS, PINÓQUIOS E PRINCESAS A LITERATURA INFANTIL COMO

ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA LEITURA NAS CLASSES DE EDUCAÇÃO INFANTIL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado as Faculdades Integradas Ipiranga como requisito obrigatório para obtenção de grau em Pedagogia.

Data: 09/11/13

Kézia de Souza Pereira Nunes: Nota_______

Rosiane do Espirito Santo Ferreira: Nota_______

Banca Examinadora:

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

BELÉM

2013

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AGRADECIMENTOS

Ao concluir este trabalho, gostaria de agradecer primeiramente ao meu Deus que me

capacitou e sustentou em todos os momentos da minha vida, aos meus pais Lucidalva e

Adalberto, tudo que sou agradeço a vocês, que acreditaram e me apoiaram. As minhas

princesas Kamile e Karinne, que souberam compreender a minha ausência durante a

caminhada acadêmica, pelos momentos que chorei e carinhosamente vocês me abraçavam

sorrindo, minhas dadivas de Deus, amo muito vocês.

Ao meu esposo Gidaías, um homem exemplar, pai maravilhoso, amor da minha vida, que

não mediu esforços para me auxiliar, e me dar condições emocionais ao longo dessa

caminhada, te amo muito. A professora mestra e orientadora Nilma Machado que foi

incansável, preocupando-se em proporcionar meios pra que esse trabalho se concretizasse,

muito obrigada pelo incentivo, apoio, orientação e amizade.

Enfim, a todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para a realização desse sonho.

Kézia de Souza Pereira Nunes.

Agradeço a Deus, que meu deu forças para prosseguir em meios a tantas dificuldades, aos

meus pais José e Andrelina que me apoiaram em todos os momentos, ao meu filho Eduardo

que sempre aqueceu meu coração e compreendeu a minha ausência durante estes meses.

A minha companheira de elaboração de TCC Kézia pela paciência, dedicação e

amadurecimento acadêmico.

A minha Orientadora profª Nilma Machado que não mediu esforços para nos orientar,

obrigada pelo incentivo e apoio.

Em fim a todos que participaram direto ou indiretamente neste momento da minha vida.

Rosiane do Espirito Santo Ferreira

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, bem como todas as minhas conquistas a Deus, também a minha

família pelo apoio. As minhas colegas de turma, pelo incentivo, pela força, e principalmente

pelo carinho.

Enfim dedico este em especial a minha amiga Rosiane, valeu a pena todas as renuncias,

todos os obstáculos, valeu a pena esperar, pois com muita alegria estamos colhendo o fruto

do nosso esforço.

Kézia de Souza Pereira Nunes

Dedico este trabalho ao grandioso Deus que com seu infinito amor sempre nos da força

para persistir na caminhada. A minha família que foram os meus alicerces.

Aos amigos e colegas de turma pelas palavras de incentivo e troca de experiências. A todos

os educadores que com vontade, amor e sabedoria contribuíram para a minha formação.

Rosiane do Espirito Santo Ferreira

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[...] É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza,

a raiva, a irritação, o bem estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e

tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em que as

ouvem- com toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não)

brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos imaginários!

Abramovich

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RESUMO

O presente estudo bibliográfico destaca a importância da Literatura infantil para a promoção do prazer pela leitura, logo compreende-se que todo aluno precisa ser estimulado, principalmente na escola, e que a leitura é algo indispensável na construção do pensamento da criança. Entende-se que a Literatura Infantil é um recurso rico em informações e oferece um método prazeroso e divertido de ensinar as crianças no contexto da educação infantil a partir de lições variadas é importantes para uma vida toda, proporcionando um bem estar para a fase que vivem. Assim, não se pode negar que a Literatura Infantil, com seus contos clássicos, poesias, lendas é uma grande aliada do educador no processo de socialização e aprendizagem do aluno, e que deve estar presente na rotina diária da escola, pois permite não só a criança, mas também ao professor voar para longe nas páginas de um livro.

Palavras-Chave: Educação Infantil. Literatura Infantil. Leitura.

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ABSTRACT

This bibliographical study highlights the importance of children's literature to promote the joy of reading, so we understand that every student needs to be encouraged, especially at school, and that reading is something indispensable thought in the construction of the child. means that children's literature is a rich resource of information and provides a pleasurable and fun method of teaching children in the context of education children from the lessons varied and important for a lifetime, providing welfare for Phase living . Thus, one cannot deny that children's literature, with his classic tales, poems, legends is a great ally of the educator in the socialization process and student learning, and that should be present in the daily routine of the school, because it allows not only the child, but also the teacher to fly away from the pages of a book.

Keywords: Child Education, Children's Literature and Reading.

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO...................................................................................................................10

2- OBJETIVOS.......................................................................................................................11

2.1- OBJETIVOS GERAL.......................................................................................................11

2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................................11

3- REFERÊNCIAL TEÓRICO.................................................................................................12

3.1- A TRAJETÓRIA DA LITERATURA INFANTIL................................................................ 12

3.2- A LITERATURA INFANTIL NO BRASIL..........................................................................17

3.3- A CONTRIBUIÇÃO DA LITERATURA INFANTIL PARA A FORMAÇÃO DE UM

LEITOR...................................................................................................................................21

3.4- AS PRÁTICAS DE LEITURAS REALIZADAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO

INFANTIL ..............................................................................................................................28

3.5- CONCEPÇÕES DE LEITURA PRESENTES NAS PRATICAS DE ENSINO DA

LEITURA................................................................................................................................31

4- METODOLOGIA................................................................................................................37

5- RESULTADOS...................................................................................................................38

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................46

7- REFERENCIAS...........................................................................................................49

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1. INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, a educação tem se preocupado em contribuir para a formação

de um indivíduo crítico, responsável e atuante na sociedade. Diante disso, a escola busca

conhecer e desenvolver na criança as competências da leitura e da escrita e a literatura

infantil pode influenciar de maneira positiva nesse processo.

Observa-se que os primeiros livros para crianças foram escritos por professores e

pedagogos e só surgiram no final do século XVII, tinha uma função utilitário-pedagógica e,

por isso, durante muito tempo foram considerados como um estilo literário inferior. A única

educação diferenciada, era a educação dos filhos da nobreza e os filhos da classe

desprivilegiada, os pequenos nobres deliciavam-se na leitura em grandes clássicos; já os

filhos dos pobres, a esses lhe restavam ouvir histórias de cavalaria, heróis desconhecidos,

lendas ou contos, que eram contadas e recontadas oralmente pelo povo, essas histórias

tinham como características uma linguagem simples (popular), tornando sua compreensão

fácil; formando assim as primeiras literaturas de cordel.

Em relação à escola e sua união com a literatura infantil, não foi casual, pois os

primeiros escritores foram os pedagogos e professores com o intuito de educar, não sendo

aceito como a arte por sua finalidade e sim ser pragmática, servindo também como recurso

didático para atividades que causem domínio sobre a criança. (ZILBERMAN; 2003).

Assim verifica-se que há várias formas de se trabalhar a literatura na Educação

Infantil, que é um fator muito importante para que as crianças apreciem as histórias

contadas, pois de acordo com: Abramovich (1997) “contar histórias é uma linda arte”

independente de ser através de filmes, dramatizações, teatro, leitura de livros de imagem,

encenações, brincadeiras, manuseio de livros pelos próprios alunos e o mais comum de

todos; o contar de histórias.

No entanto, a habilidade de compreender um texto e interpretá-lo vem

representando atualmente uma dificuldade para um grande número de crianças, aspecto

esse que influencia na inserção do sujeito no mundo letrado. Todavia, educadores acreditam

que crianças que convivam com um meio letrado, sendo estimuladas a ler, possuem

maiores e melhores condições para desenvolver sua criatividade e seu meio social.

Nesse sentido, justifica-se a relevância do presente estudo que visa investigar por

meio da pesquisa bibliográfica a importância da literatura infantil como estratégias de

promoção da leitura nas classes iniciais da Educação Infantil, a mesma tem como objetivo

analisar de que maneira a literatura pode influenciar na formação do leitor, conhecer as

contribuições no processo de formação do sujeito, e como a literatura tem influenciado no

desenvolvimento da leitura e da escrita no contexto escolar.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Investigar a importância da literatura infantil para o desenvolvimento da criança

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar as concepções de leitura que embasam a prática docente;

Conhecer as práticas de leitura realizadas no contexto da Educação Infantil;

Verificar as contribuições da literatura infantil para a formação do leitor.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. A TRAJETÓRIA DA LITERATURA INFANTIL

Alguns autores afirmam que a ”literatura seria um gênero incompreensível sem a

presença da criança, que seria um único destinatário”. Explicam eles que, na sociedade

antiga, não havia infância entendida como nenhum espaço separado do mundo adulto.

Portanto, a literatura infantil só surgiria com a ascensão da ideologia burguesa, a partir do

século XVIII (GÓES, p.75).

A trajetória da Literatura Infantil confunde-se com as produções dos autores que

serão tratados na sequência. Logo, Charles Perrault (1628-1703), foi considerado o grande

precursor da Literatura Infantil. O autor foi quem mais contribuiu para fixar os tipos de

Literatura Infantil, portanto seu nome obscurece o de todos os contistas do séc.XVII. Perrault

recolhe o folclore, a tradição e transforma-os em verdadeiras obras de arte. Assim fez com o

Gato de Botas e Cinderela, que denominou Gata Borralheira.

Nesse contexto as obras de Charles Perrault ficaram conhecidas em todo o mundo,

pois são carregadas de características folclóricas, tradutora da sociedade da qual fazia

parte, sendo muitas vezes adaptadas por grandes nomes, como chapeuzinho vermelho -

adaptada pelos irmãos Grimm. Dentre as obras mais famosas do autor, além de

Chapeuzinho Vermelho, estão: A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar, Cinderela, Barba

Azul ("La Barbe-Blue") e O Gato de Botas ("Le Maître Chat ou Le Chat Botté"). Portanto

Perrault inaugurou um ciclo de manifestações artísticas, culturais e literárias que favoreceu o

desenvolvimento de obras dedicadas ao Público infantil.

Segundo Jesualdo nem os contos Perrault, nem os contos dos Grimm, os primeiros

a darem significação perfeita a literatura infantil, foram originalmente, inventados por

crianças ou para criança, mas são de caráter popular e correspondem, ao menos por seu

tipo e essência, a fase de culturas primitivas, ou como experiência viva, formam o que

Antonio Machado chama de O Barro Santo (folclore), que serve para modelarmos nossa

criação posterior, sadia e poderosa, a autêntica, que será renovada na recriação do povo

(GÓES, p. 82).

Na sequência, destacam-se Jacob Grimm (1785-1863) e Wilhelm Grimm(1786-

1859) os quais pertenceram ao círculo intelectual de Heidelberg. Foram filólogos Grandes

folcloristas, historiadores, pesquisadores. Em viagens, hospedando-se de casa em casa,

recolheram diretamente da memória popular a matéria de seus contos. Também exploravam

a veia dos contos napolitanos de Pentameron de Basile.

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O material folclórico, recolhido pelos irmãos Grimm, foi publicado entre os anos

1812-1822, no volume contos de fadas para crianças e adultos. Suas principais obras foram:

“A Bela Adormecida”, “Os Músicos de Bremen”, “Os Sete Anões e a Branca de Neve”. O

Romantismo trouxe ao mundo um sentido humanitário, assim, a violência nos contos de

Perrault é substituída por um humanismo em que se sente o maravilhoso da vida.

Os Grimm após seria polêmica com o escritor Von Arnin suavizaram o rigor

doutrinal e levaram em conta as exigências da mentalidade infantil. A maioria dos contos de

Grimm é de encantamento, em que a metamorfoses ou transformações por encantamento, a

contos maravilhosos, em que aparecem os elementos mágicos, fábulas, lendas, contos de

enigma, ou de mistério.

A obra dos Grimm trouxe, no século XIX, uma nova fonte aos contos de fadas ou

contos maravilhosos, foram os primeiros na Europa no seu tempo que deram valor estético

e humano à matéria popular, exaltaram o povo alemão, falando da alma viva e poética de

suas lendas. Pode se dizer que abriram caminho para o sentimento democrático do mundo

moderno.

Na sequência, destaca-se Hans Cristians Andersen (1805-1875), nasceu em

Odesse, Dinamarca, a 2 de abril de 1805. Por essa razão, essa data ficou dedicada ao Dia

Internacional do Livro Infantil, ele é o poeta das fadas, o maior criador na Literatura Infantil.

Era um romântico, seu pai era sapateiro, sua mãe serviçal e um de seus avós um maníaco

inofensivo, motivo de caçoada das crianças da aldeia. Andersen foi um rapaz feio, a quem

custava estudar e não queria seguir nenhum oficio. Tinha uma ambição: ser famoso, assim

quando adolescente foi para Copenhague e viveu na miséria ate que encontrou um protetor,

Collin, que o levou para a sua casa. Cursou a escola secundaria com muito esforço, pois era

indisciplinado.

Começou a escrever narrativas que não tiveram êxito, mas sabia contar contos

para crianças e seu gênio criador reelaborava a matéria popular, resultando em ficções

muito originais que o imortalizaram. Algumas de suas obras: “A Roupa Nova do Imperador”,

“O Patinho Feio”, “A menina dos fósforos”, “A rainha de neve”.

Outro expoente da literatura infantil foi Lewis Carroll (1832-1898) que viveu durante

o reinado da Rainha Vitória. Filho de um pastor Anglicano ordenou-se a diácono em 1861.

Foi professor de Matemática, do Christ Church College, de Oxford, durante 26 anos.

Começou sua carreira de escritor publicando poemas e contos, em 1855, na revista Comics

Times. Criou sua obra mais famosa, Alice no País das Maravilhas, em 1862. Durante um

passeio de barco pelo Tâmisa com alguns amigos e três meninas, filhas do deão do Crist

Church College: Alice Lidde (a heroína das aventuras) e suas irmãs, Lorina e Edith.

Em Alice, Carrol trata “o problema da relatividade das coisas”, a partir do problema

do tamanho. Dessa maneira Alice está sempre aumentando ou diminuindo de altura. Tal

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abordagem esta relacionada com a angústia de crescer, o medo de crescer, comum as

crianças, fala também da metamorfose que permanecem atuais pela ruptura com a lógica

comum. O papel dos animais, desconcertante, mais, finalmente, menos incompreensíveis

que os adultos.

Nessa perspectiva, Alice aparece como reflexão da infância mal adaptada ao

mundo adulto e que aí procura o seu lugar. Para lutar contra esse mal, Carrol oferece ao

jovem leitor um mundo de jogos, que ao mesmo tempo nega o mundo real e constrói outro,

onde tudo é possível e é essencialmente fundado sobre a linguagem. A característica

principal de Alice é ser, antes de tudo, um livro para crianças, escrito para e com uma

criança. Sua finalidade é divertir.

Carlo Lorenzini Collodi (1826-1890), encantou a criançada com seu boneco de pau,

do livro As aventuras de Pinóquio. Collodi é o lugarejo onde nasceu sua mãe. Os

sentimentos de paternidade, o remoço do filho que foge o tema bíblico pai-filho são assuntos

universais. Collodi fundiu o pagão e o bíblico, lembra a parábola do filho pródigo que volta

ao velho pai. A literatura Infantil do século XIX na Itália reflete as características românticas.

Assim o autor valorizou três aspectos: O sentido da família, a exaltação do nacionalismo e o

sentido da caridade dentro da consciência cristã. Sua obra muito conhecida foi “As

aventuras de Pinóquio”.

Nesse contexto, destacam-se Monteiro Lobato (1882-1948), nasceu em Taubaté,

São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia

Monteiro Lobato. Foi alfabetizado pela própria mãe, logo despertou o gosto pela leitura,

lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé. Desde

menino já mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se

recusou a fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté, estudou no

Instituto de Ciências e Letras de São Paulo.

Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, em 1904.

Na festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos

se retiraram da sala. Neste mesmo ano voltou para Taubaté, prestou concurso para a

Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Parnaíba, no ano

de 1907. Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de

1908. Com ela ele teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute

(1916). Paralelamente ao cargo de Promotor escrevia para vários jornais e revista fazia

desenhos e caricaturas. Ficou em Areias até 1911, quando se muda para Taubaté, para a

fazenda Buquira deixada como herança pelo seu avô.

No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O estado de São Paulo publicou uma

carta sua enviada a redação, intitulada “Velha Praga”, onde destaca a ignorância do

cabloco, criticando as queimadas e que a miséria tornava incapaz o desenvolvimento da

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agricultura na região. Sua carta foi publicada e causou grande polemica. Mais tarde, publica

novo artigo “Urupês” onde aparece pela primeira vez o personagem “Jeca Tatu”.

Em 1917 vende a fazenda e vai morar em Caçapava, onde funda a revista

“Paraíba”. Nos 12 números publicados, teve como colaborador Coelho Neto, Olavo Bilac,

Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da literatura. Muda-se para são Paulo,

onde colabora para a revista e a transforma em editora. Publica em 1917, seu primeiro livro

“Urupês”, que esgota sucessivas tiragens. Transforma a revista em centro de cultura e a

editora numa rede de distribuição com mais de mil representantes.

No dia 20 de dezembro de 1917, publica do jornal O Estado de São Paulo, um

artigo intitulado “Paranóia ou Mistificação”, onde critica a exposição de Anita Malfatti, pintora

paulista recém-chegada da Europa. Estava criada uma polêmica, que acabou se

transformando em estopim do movimento modernista. Monteiro Lobato, em sociedade com

Octalles Marcondes Ferreira, fundam a “Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato”. Com

o racionamento de energia, a editora vai a falência, vendem tudo e fundam a Companhia

Editora Nacional”. Lobato muda-se para o Rio de Janeiro e começa a publicar livros para

crianças. Em 1921 publica ”Narizinho Arrebitado”, livro de leitura para as escolas.

A obra A menina do Narizinho Arrebitado era segundo Sandroni (2002, p.38) "um

livro de leitura para uso das escolas primárias”. A forma do texto era didática, porém quando

Lobato percebeu a importância do mundo que estava criando, passou a misturar fantasia e

realidade. Verifica-se que a obra fez grande sucesso, que levou o autor a prolongar as

aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do “Sítio do Pica-Pau

Amarelo”.

Em 1927 é nomeado, por Washington Luís, adido comercial nos Estados Unidos,

onde permanece até 1931. Como o escritor literário, Lobato destacou-se no gênero “conto”.

O universo retratado, em geral são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do

Parnaíba, quando da crise do plantio do café. Em seu livro “Urupês”, que foi a sua estreia na

literatura, Lobato criou a figura do “Jeca Tatu”, símbolo do caipira brasileiro. As histórias do

“Sítio do Pica Pau Amarelo”, e os seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia

Nastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam a realidade e a fantasia usando uma

linguagem coloquial e acessível (COELHO, 1985, p. 186).

Entende-se que por meio de suas obras Monteiro Lobato inova todos os caminhos

da atividade humana, valorizando a aventura, o cotidiano, a família, a escola, o esporte, as

brincadeiras, as minorias raciais, penetrando até no campo da política e suas implicações,

onde não existe fronteira entre a realidade e a fantasia, assim como entre os humanos, os

seres mágicos e os animais. Além de tratarem de questões políticas e econômico do Brasil e

do mundo de uma forma sutil e adaptada para a infância, pois ele acreditava na inteligência

da criança, portanto ele demonstrava um enorme respeito e compromisso com o público

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infantil, ao relatar em suas obras os conceitos referentes á moral, ética e justiça,

estimulando a criança a ver a realidade através de conceitos próprios. (COELHO 1985, p.

186).

Com Monteiro Lobato, inicia-se a literatura infantil brasileira, juntamente com outros autores

como Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Mario Quintana, Cecília Meireles entre outros,

mas só alcança maior desenvoltura a partir dos anos 70, onde inaugura o período fértil no

Brasil.

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3.2- A Literatura Infantil no Brasil

Segundo Lajolo (2008), no Brasil a Literatura Infantil e a escola sempre tiveram

mutuamente atreladas. Os livros infantis encontram na escola, o espaço ideal para garantir a

atenção de seus leitores, mesmo que estes sejam utilizados como leitura obrigatória e

usados como pretextos utilitários, informativos e pedagógicos.

Assim Lajolo (2008, p.106) diz que é a literatura,

como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discutem, simbolicamente, seus impasses, seus valores suas utopias. Por isso a Literatura é importante no currículo escolar: O cidadão para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, torna seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muito.

O aparecimento da Literatura Infantil tem características próprias, pois decorre da

ascensão da família burguesa, do novo “status” concedido à infância na sociedade e da

organização da escola.

Portanto, contar histórias é um costume antigo, e foi a partir deste que se originou a

Literatura Infantil que é um produto cultural da sociedade contemporânea que oferece a

lo\criança um modo de educa-la para isso foram feitas algumas adaptações de contos

populares contados por pessoas comuns em rodas de historias.

Segundo Zilberman (1985, p.1), antes não se escrevia para elas, porque não existia

infância. Porque a infância era totalmente desconsiderada, as crianças participavam,

juntamente com os adultos, da vida política e social, testemunhavam as guerras, a vida e as

festas. Todavia no século XVIII, houve uma grande mudança na sociedade, a escola surge

como uma instituição que objetivava fortalecer a política e a ideologia burguesa, com o

crescimento e a popularização da escola, a Literatura Infantil adentra o século XIX com

grande força.

No Brasil, Abramovich (1997) esclarece que os primeiros registros da literatura

precederam a independência. Essa história ocorreu em resposta à difusão da literatura em

função da expansão da imprensa; ao aumento da produção literária em escrita vernácula; á

consolidação da escola e do ensino.

Segundo Zilberman e Lajolo (2004, p. 28),

a justificativa do surgimento de livros nacionais se dá devido ao grande número de obras estrangeiras, com essa ideia de editar obras nacionais, a literatura brasileira passa a se preocupar em produzir livros infantis que tinham um endereço certo, o corpo discente das escolas igualmente reivindicadas como necessárias a consolidação do projeto de um Brasil moderno.

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Embora haja alguns registros relatando que a Literatura Infantil teve seu início no

Brasil no século XIX, existem algumas controvérsias que indicam, segundo (citar fonte) que

tudo começou com a implantação da Imprensa Régia por D. João VI, em 1808, quando

algumas obras literárias voltadas para a criança começaram a ser publicada, como a

tradução de “Aventuras do Barão Munchausen”.

A Literatura Infantil apresenta, no Brasil, um campo de trabalho tão extenso e

desconhecido, que ocorre com o investigador o que se passou com Cristóvão Colombo:

pensa-se ter descoberto o caminho para as índias quando, de fato, mal tangenciou um

continente inexplorado cujo perfil exato ainda esta por ser definido. (ZILBERMAN,1985, p.9).

Porém, foi entre século XIX e XX que a produção de livros infanto-juvenil se

fortaleceu, devido a nova visão de educação que se estabelecerá no país, em que a criança

começava a ser visto de forma diferente pelos autores, as traduções e adaptações de livros

firma-se a consciência de que uma literatura própria, que valorizasse o nacional se fez

necessário, esta mudança que começou na escola, com o surgimento de livros de literatura

e livros de educação religiosa para crianças e jovens.

Estes livros foram os primeiros esforços para a nacionalização da Literatura Infantil.

Embora várias tentativas para a nacionalização no Brasil da Literatura Infantil tenham sido

feitas ainda apresentava um campo de trabalho desconhecido até mesmo pela falta de

valorização. “Assim o primeiro livro lançado no Brasil com grande repercussão no meio

escolar foi o livro do povo “(1861), escritos por Antônio Marques Rodrigues (COELHO, 1985,

p.170).

Nesta mesma linha, foram lançados “Método Abílio”, por Abílio Cezar Borges; “O

livro do Nenê”, por Meneses Vieira; “Série Instrutiva” (1882), por Hilário Ribeiro; entre outros.

Logo após essa fase, começaram a ser escritos contos para a diversão da infância por

autores nacionais, como “Contos Infantis”, de Julia Lopes de Almeida, reunindo mais de

sessenta narrativas em verso e em prosa. Assim, de acordo com Coelho (1985) “Contos da

Carochinha” foi a primeira coletânea brasileira da literatura infantil com o intuito de traduzir

para a língua portuguesa, contos estrangeiros de sucesso, iniciativa tomada por Alberto

Figueiredo Pimentel, conquistando fama por tentar popularizar a literatura no Brasil mais

algumas obras e autores: “Livros das Crianças, de Zalina Rolim,” Leituras Infantis” de

Francisco Vianna, “Era uma vez”, de Viriato Correia; “Biblioteca Infanto”, de Arnaldo Barreto.

Os autores citados não mediram esforços para a popularização dos livros para as

crianças, porém não se pode deixar de falar do principal autor que marcou a Literatura

Infantil que foi Monteiro Lobato, o qual veio completar o que faltava nesta corrente área do

Brasil. Por meio de suas obras, o autor Monteiro Lobato inova todos os caminhos da

atividade humana, valorizando a aventura, o cotidiano, a família, a escola, o esporte, as

brincadeiras, as minorias raciais, penetrando até no campo da política e suas implicações,

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onde não existe fronteira entre a realidade e a fantasia, assim como entre os humanos, os

seres mágicos e os animais.

Além de tratarem de questões políticas e econômico do Brasil e do mundo de uma

forma sutil e adaptada para a infância, pois ele acreditava na inteligência da criança,

portanto ele demonstrava um enorme respeito e compromisso com o público infantil, ao

relatar em suas obras os conceitos referentes á moral, ética e justiça, estimulando a criança

a ver a realidade através de conceitos próprios.

A partir daí, os laços entre a escola e literatura começam a se estreitar, pois para

adquirir livros era preciso que as crianças dominassem a língua escrita e cabia a escola

desenvolver esta capacidade. De acordo com Lajolo & Zilbermann, “a escola passa a

habilitar as crianças para o consumo das obras impressas, servindo como intermediária

entre a criança e a sociedade de consumo” (2002, p.25).

Dessa maneira, surge a necessidade de se pensar em livros infantis como

instrumentos pedagógicos que visassem à formação de indivíduos moldados de acordo com

as classes dominantes futuras. Dessa dinâmica, nasce uma literatura voltada para o público

infantil com o intuito de promover o aprendizado dos valores capitalistas, contribuindo na

formação de um novo “ser social”. Assim, o aparecimento da Literatura Infantil tem

características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo "status”

concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola. Sua emergência deveu-

se, antes de tudo, à sua associação com a Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas

para se converterem em instrumento dela.

Para Arroyo (1968, p.34) “a literatura infantil propriamente dita partiu do livro

escolar, do livro útil e funcional, de objeto eminentemente didático.” A Literatura Infantil

apareceu durante o século XVII, com características próprias, proveniente da burguesia, a

qual foi esboçada para as crianças da sociedade. As histórias eram criadas como um

instrumento de Pedagogia. E assim, é a partir do século XVII que as crianças passam a ser

considerado um ser diferente do adulto e com necessidades próprias, recebendo uma

educação especial como preparação para a vida adulta.

Nesse contexto após Monteiro Lobato, a Literatura Infantil foi contemplada no

Brasil, com a contribuição de vários autores multiplicando-se assim seus valores

pedagógicos, com interesse no desenvolvimento intelectual e na diversão infantil, como

algumas obras lançadas nas décadas de 80 e 90: O Menino Maluquinho, de Ziraldo;

Marcelo Marmelo Martelo, de Ruth Rocha; A Arca de Noé, de Vinícius de Moraes, e muitas

outras.

Infelizmente, no Brasil, poucas crianças vivem a realidade de poderem ler bons

livros. Isso faz com que a tarefa aumente em relação às escolas. A relação criança/livro só

acontece se os estímulos forem dados desde os primeiros anos de vida.

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Mas, quando a leitura foi direcionada para o público infantil, os textos escritos eram

oferecidos de maneira direcionada. A criança da classe nobre recebia obras dos grandes

clássicos, enquanto as crianças das classes desfavorecidas liam ou ouviam histórias

folclóricas de cavalaria e aventuras.

O ato de ler está presente dentro dos muros das escolas e esta diretamente relacionada

com a “decifração dos códigos” da escrita. Entretanto, existem outros tipos de leitura além

desse. Se prestarmos atenção ao que acontece à nossa volta veremos facilmente variados

modos de manifestação da prática do ler. É possível acreditar que o significado de leitura vai

além do simples conceito de decifrar sinais gráficos. O ato de ler é uma atividade de

apropriação de significados e atribuições de sentidos experiência pelo leitor.

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3.3. A CONTRIBUIÇÃO DA LITERATURA INFANTIL PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR

Na vida cotidiana é possível perceber a utilização da leitura, motivados por

situações de necessidade, prazer, obrigação, divertimento ou para passar o tempo. Nesta

perspectiva, pode-se afirmar que a leitura é fundamental para construção de conhecimentos

e para o desenvolvimento intelectual, ético e estético do ser humano. A escola tem como

uma de suas funções primordiais a formação do indivíduo leitor, pois ela ocupa o espaço

privilegiado de acesso a leitura, é imprescindível que a escola crie possibilidades que

oportunizem ao aluno o desenvolvimento do gosto pela leitura.

A leitura traz uma grande possibilidade de alcançar novos horizontes através do

desenvolvimento de aptidões para a construção do leitor. O conceito de leitura ultrapassa a

concepção estruturalista da linguagem e se apodera das condições sociais do homem.

Dessa forma, ler vai além da decodificação dos signos e se transforma em produto da

interação entre o sujeito leitor e a sociedade.

Para Cagliari (1994, p. 25), "o objetivo fundamental da escola é desenvolver a

leitura para que o aluno se saia bem em todas as disciplinas, pois se ele for um bom leitor, a

escola cumpriu em grande parte a sua tarefa". O autor define que a leitura deve ser a

extensão da escola na vida das pessoas para que elas sejam capazes de entender a

sociedade em que vivem e transformá-la num mundo melhor. Pesquisas desenvolvidas ao

longo dos últimos tempos sobre como tornar os alunos leitores competentes têm sido

unânimes em afirmar que o ato de ler está alicerçado na capacidade humana de

compreender e interpretar o mundo.

É papel da escola auxiliar na formação de leitores que produzam sentido de dialogo

com diversos gêneros literários (ANDRÉ, 2004, p.19).

Neste contexto, a escola tem papel fundamental, pois ela é o primeiro espaço

legitimado de produção de leitura e da escrita de forma consciente. Para garantir que ocorra

o processo de alfabetização é necessário criar um ambiente alfabetizador. O contato com o

objeto do conhecimento em seu cotidiano (conhecimento prévio), aliado à vontade de

interpretar o sistema de leitura, a escrita, leva a criança a formular hipóteses, ajustando-as

até a escrita convencional. Isso ocorre no momento em que a criança entra na escola, cujo

espaço físico deve garantir - além do acesso às informações - a formação de valores que

prepara o sujeito para efetiva participação social.

É necessário que os indivíduos estejam imersos em um ambiente de letramento a

fim de que possam entrar no mundo letrado, para que a leitura se transforme em

necessidade e forma de lazer para eles. O professor nem sempre deve determinar o que ler,

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mas oportunizar ao aluno contato com diversidade de materiais de leitura (jornais, revistas,

livros..., respeitando-se o nível de aprendizagem de cada um).

A escola tem por responsabilidade proporcionar aos seus alunos condições para

que esses tenham acesso ao conhecimento da leitura como função social. Nesse ciclo de

criação do conhecimento, próprio da vida escolar, a leitura ocupa, sem dúvida alguma, um

lugar de destaque, já que ensinar a ler é um meio básico para o desenvolvimento da

capacidade de aprender e constitui competências para a formação do aluno.

Essa inserção do aluno no universo da cultura letrada promove o desenvolvimento

da habilidade de dialogar com os textos lidos, através da capacidade de ler em profundidade

e interpretar textos significativos para a formação de sua cidadania, cultura e sensibilidade.

Para Solé (1998, p. 62), o ensino da leitura deve "[...] garantir a interação

significativa e funcional da criança com a língua escrita, como meio de construir os

conhecimentos necessários para abordar as diferentes etapas da sua aprendizagem".

A autora ainda assegura que "nenhuma tarefa de leitura deveria ser iniciada sem

que as meninas e meninos se encontrem motivados para ela, sem que esteja claro que lhe

encontram sentido" (SOLÉ, 1998, p.91). Portanto, a motivação está intimamente vinculada

às relações afetivas que os alunos possam estabelecer com a língua escrita, só com ajuda e

confiança a leitura deixará de ser uma prática difícil e pode se converter naquilo que sempre

deveria ser: um exercício estimulante. Compete ao professor ter conhecimento e bom senso

ao determinar os materiais a serem lidos por sua turma, levando em conta fatores

fundamentais como: idade, situação sócio-cultural, extensão do conteúdo, interesse e

assunto.

Nesse sentido, o educador consegue tal propósito ao planejar adequadamente as

atividades de leitura e selecionar com critério os materiais que serão trabalhados, tomando

decisões sobre as necessidades prévias do aluno, despertando o gosto pela leitura,

fazendo-o progredir em seu conhecimento, seguir o seu próprio ritmo, compreender o que

lê, interagir com o texto, analisar, elaborar sua própria interpretação, estabelecer suas

conclusões. Portanto, quanto maior a diversidade e possibilidades, maiores serão as

condições de desenvolver a habilidade do pensamento, pois a leitura na escola oportunizará

diferentes pontos de vista.

Nesse sentindo, a escola deverá contar com vários aliados como, professores

capacitados e compromissados com a educação e com espaços estruturados que

promovam a leitura, podem citar como exemplo a biblioteca.

Na sequência, Borba (2000, p. 18) apresenta a biblioteca escolar como essencial

no sistema educativo, indispensável para o desenvolvimento curricular e como tal deve

responder de forma satisfatória e eficiente seus serviços á comunidade na qual esta

inserida. A biblioteca pode servir como um grande suporte aos alunos, pois sua variedade

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de materiais oferecerá ao leitor um auxílio nas pesquisas guiando-os no que for preciso, e

outros serviços que facilitem e reforcem o aprendizado.

Apesar de sua grande eficiência, muitas vezes é possível encontra-la dissociada

desse ideal, pois em grande parte das escolas, a falta de bibliotecas ou a precariedade das

que existem é uma realidade atual que priva o aluno aprimorar mais o conhecimento.

Todavia, a escola tem a função de desenvolver a busca pelo saber, oferecendo meios que

venham a seduzir o aluno para um despertar do desenho de conhecer, que por sua vez lhe

proporcionara novos métodos no desenvolvimento intelectual e racional no cenário em que

esta inserido. O acesso ao aprendizado da leitura apresenta-se como um dos múltiplos

desafios da escola e, talvez como o mais valorizado e exigido pela sociedade.

Para a autora Zilberman (1998, p.18), a escola assume um papel duplo – o de

introduzir a criança na vida adulta, e ao mesmo tempo, o de protegê-la contra as agressões

do mundo exterior, muitas vezes até tem que assumir o papel da família, que é o de educar,

amar, respeitar. Muitas famílias atribuem esse papel para a escola por falta de tempo ou de

uma estrutura familiar.

Percebe-se que algumas crianças ao iniciar sua vida escolar, nunca tiveram

acesso a qualquer tipo de livro infantil. Vê-se que é indispensável para a formação de uma

criança, ouvir histórias. É assim que se inicia a aprendizagem para ser um leitor, e sendo um

leitor compreenderá com mais criticidade o mundo em que vive.

Zilberman (1998, p.21), aborda as relações entre literatura e escola; segundo a

autora, ambas compartilham um aspecto em comum: a natureza formativa. Tanto as obras

de ficção como a instituição de ensino estão voltadas à formação do indivíduo ao qual se

dirigem. No entanto, as obras infantis apresentam um mundo encantado, onde a criança

pode fantasiar várias coisas com seu enredo e personagens. É possível através de um livro

realizar atividades diversas, nas quais a criança coloca sua imaginação e toda sua

criatividade em prática, despertando muitas vezes um artista que está escondido dentro de

si.

Em algumas escolas a leitura dos livros é realizada sobre pressão, uma tarefa a ser

cumprida, com uma análise a ser feita após a leitura, esses livros são impostos pela

professora que também muitas vezes não escolhe, apenas segue a da escola. Zilberman

(1998, p.22) considera difícil dessa maneira estabelecer uma relação boa com a literatura

que promova seu espírito crítico, fazendo com que a criança pense sobre o que foi lido, se

espante com o maravilhoso ou até mesmo se irrite com a história. Ficando assim um

trabalho realizado mecanicamente, sem que a criança possa expressar suas emoções.

Para Soares (2001), literatura e escola são duas instituições, portanto devem estar

em constante interação, dessa maneira em algumas ocasiões é a escola que mata a

literatura. Por outro lado, a autora Zilberman (1998, p. 52) esclarece que, quando os textos

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são dados aos alunos para a realização de uma leitura, não devem ser dados de maneira

obrigatória, pois o leitor a fará com pressa em saber o que vem a seguir, sem querer parar

de ler, reler e aprender. Ler, não é memorizar, é descobrir, é compreender cada linha

escrita. A leitura para as crianças deve ser feita em voz alta, tanto na escola ou na família,

pois assim que se inicia uma trilogia que promete ter uma longa duração: amar a leitura, os

saberes e a língua nacional.

Abramovich (1997, p.17), afirma que a literatura Infantil, não conhece limites

definidos, e assim fica difícil estabelecer suas linhas de ação, podendo englobar histórias

reais ou fantásticas, reconhecer gente ou animais, simbolizar situações humanas, e tudo

isso junto em um mesmo texto. Para se ler um livro a uma criança, é necessário que seja

passado à emoção verdadeira conforme a história, é possível sorrir ou chorar junto às

situações dos personagens que suscitam o imaginário, sugerem outras ideias. Muitas vezes,

o leitor se identifica com os personagens por suas características. Assim, será atribuída a

missão da escola quando sugere em seus planejamentos os livros infantis.

As ilustrações contidas nos livros também são muito importantes, pois segundo

Lajolo (2004, p.13) toda literatura infantil se destina às crianças, e acreditando na qualidade

dos desenhos como elemento a mais para reforçar a história e a atração que o livro pode

exercer sobre as crianças, ficando patente a importância da ilustração nas obras a elas

dirigidas.

A ensaísta cubana Alga Marina Elizagary (El poder de La literatura para niños y

jovenes) afirma que ao contar uma história “o narrador tem que transmitir confiança, motivar

a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação como se fosse um virtuose

que sabe seu texto, que o tem memorizado que pode permitir-se o luxo de fazer variações

sobre o tema.” (ELIZAGARY apud ABRAMOVICH, 1997, p.20).

Logo, a pessoa que irá contar a história deve conhecer bem a mesma, levando em

consideração o momento em que aquelas crianças estão vivendo. Ao ler uma história, deve-

se evitar as descrições imensas e cheias de detalhes, pois se deve deixar o campo aberto

para o imaginário da criança; usar as possibilidades da voz, falar baixinho quando o

personagem fala também; aumentar a voz quando houver algazarra, enfim, valorizar cada

momento da história transmitindo a emoção que a criança espera.

Nesse contexto, a leitura do livro infantil não deve estar inserida no currículo escolar

somente por estar, pois pode interferir na escolha da criança a vir ser um bom leitor. Com os

livros é possível realizar várias atividades, existem aqueles que não contêm textos, somente

ilustrações, desenhos divertidos, coloridos, esses livros são experiências de olhar, de

olhares múltiplos, pois enxergam os personagens de modo diferente, cada um faz sua

interpretação.

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É possível assegurar por meio da leitura - como as demais aprendizagens - é um

processo de construção pessoal a partir dos conhecimentos e das experiências de cada

aluno, reforçado pelas oportunidades que lhe são oferecidas, como por exemplo, a criação

de um espaço dentro e fora da sala de aula que oportunize condições de acesso aos

diferentes tipos de textos, possibilitando uma maior interação entre o aluno e os textos,

atividades com leituras, representações, trocas de ideias entre grupos de alunos, etc.

Ações e atitudes que não podem faltar no dia-a-dia dentro e fora da sala de aula.

Nesse momento, vale lembrar a importância de um espaço físico que não somente dê apoio

ao aluno, mas também ao professor.

3.3.1 O papel do Professor na formação do leitor

Entende-se que é de extrema importância os pais e educadores discutirem a

importância do livro no processo de formação do leitor. A literatura pode influenciar de

forma positiva o processo ensino aprendizagem da criança quando a mesma é estimulada

desde as series iniciais tendo um acompanhamento de seus pais e professores, sabendo

que é muito importante desde cedo à literatura ganhar espaço na vida das crianças seja

através de uma história contada ou a observação de figuras.

Desde o século passado percebe-se a importância que a literatura infantil ocupa na

vida de muitas pessoas, principalmente na vida das crianças, pois são elas as que mais se

encantam com esse mundo de faz de conta. E esse encanto não é privilégio apenas das

crianças já alfabetizadas, também acontece com aquelas que ainda nem tiveram contato

com o universo da língua escrita e muito menos com a leitura por palavras, pois são essas

as que mais sabe aproveitar as fantasias e as que mais viajam pelo mundo da imaginação.

A literatura infantil proporciona o conhecimento de novos cenários, despertando o

gosto pela leitura, faz com que o leitor explore sua oralidade, além de enriquecer seu

vocabulário, estimular o imaginário, a criatividade, o lúdico e a fantasia. Nesse sentido é

imprescindível ressaltar que o educador tem papel fundamental na motivação para leitura,

ensinando seus alunos a discutirem, analisarem, refletirem, tomarem posição e

exteriorizarem pensamentos, tanto de forma oral como escrita.

De acordo com Kleiman (2004, p. 07), o papel do professor, é criar oportunidades

que permitam o desenvolvimento desse processo cognitivo, portanto cabe ao professor,

como mediador do processo de construção e elaboração da aprendizagem, desenvolver um

papel importante na busca da melhoria de qualidade no processo educacional, promovendo

meios que estimulem o desenvolvimento do aluno.

Quanto a essa questão, Abramovich (1997, p.143), acredita que quando a criança

ingressa no âmbito escolar na educação infantil, ainda não sabe ler e escrever, aí entra o

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papel do professor que realiza a leitura. Assim quando a criança ler ou escuta uma história,

esta desenvolvendo o seu senso crítico, ela quer perguntar, criticar, elogiar... O professor

deve constatar de que cada aluno se ele gostou ou não da história. Portanto com a

Literatura é possível realizar várias perguntas, a criança pode escrever sobretudo, de

maneira muito especial, e pessoal. A criança que ainda não sabe ler convencionalmente

pode fazê-lo por meio da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada

uma das palavras, pois ouvir um texto já é uma forma de leitura (BRASIL, 1998, p. 141).

Verifica-se que nesta fase, todas as crianças tem acesso a materiais de leitura e um

professor que conta histórias de forma prazerosa, desenvolverá apreciação pela leitura e

terá um professor um modelo a seguir. Desta maneira, entende-se que a relação com um

livro antes de aprender a ler auxilia a criança a torna-lo significativo como um objeto que

proporciona satisfação. Isto ocorre porque, ao tocar, manusear, olhar, alisar o livro e brincar

com suas folhas e gravuras, a criança sente um prazer similar ao proporcionado por um

brinquedo (ANDRÉ, 2004, p. 18).

Nesse sentido, as histórias podem ser apresentadas, não apenas pela leitura de

livros, mas, de diversas maneiras, contudo, deve-se levar em conta a disponibilidade de

tempo do educador e a faixa etária a ser trabalhada. Deve-se procurar diversificar as

dinâmicas utilizadas para contar historias, para que a cada dia haja mais interesse por este

momento. Assim, o professor pode-se explorar a leitura utilizando-se de gravuras de apoio,

de dramatizações com as crianças de apresentações de fantoches, e muitos outros recursos

que o professor pode utilizar para tornar a leitura diversificada e prazerosa.

Portanto, a literatura na Educação Infantil além de proporcionar prazer aos alunos e

professores, também possibilita aos alunos se identificarem com as histórias contadas, de

viajar no mundo da imaginação, de se expressar melhor de interagir com a turma, ou seja, a

literatura na educação infantil não só promove o conhecimento, mas o desenvolvimento em

todos os aspectos do aluno.

A idade pré- escolar possibilita trabalhar a literatura de varias formas e utilizando

um material textual diversificado, ampliando o conhecimento de mundo da criança. Haja

vista que desde que a criança entra na escola, por volta dos 03 ou 04 anos, ela se habitua à

rotina, o que lhes oferece segurança, e para uma melhor efetivação da literatura na turma, é

necessário que o educador promova diariamente: a hora do conto ou na hora da historia.

Esta é uma atividade que propõe atividade que propõe a interação da criança com o texto,

alimentando a imaginação do aluno, possibilitando o trabalho de inúmeros conteúdos das

varias áreas e de diversos tipos de textos e também torna a leitura um habito na vida da

criança.

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Há também um ponto muito importante a ser apresentado é a forma de como a

literatura esta inserida na escola, pois a leitura do livro não deve estar inserida no currículo

escolar somente por estar, pois pode interferir na escolha da criança a vir ser um bom leitor.

Entretanto muitas vezes o uso da literatura é criticado, pois ao transformar o

literário em escolar, ele é desfigurado, desvirtuado, perdendo seu verdadeiro sentido, e com

isso, é o aluno que sai prejudicado. Zilberman, (1998, p.30), afirma que o texto que é

sugerido nos livros didáticos, sempre vem acompanhado de exercícios de análise ao texto,

deixando de lado o essencial que seria a percepção de sua literalidade, os recursos de

expressão, e o uso estético da linguagem, assim o livro de literatura deixa de ser um livro

para emocionar, divertir, e passa ser um texto para ser estudado.

Portanto, a escolarização adequada é aquela que conduz o contato das crianças

com os livros desde cedo, de forma eficiente e prazerosa permitindo à criança desenvolver o

hábito pela leitura, capacidades orais, ampliação e compreensão de mundo de forma

intelectual e crítica.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI (BRASIL, 1998)

enquanto documento oficial do MEC constitui uma diretriz para as instituições, contribuindo

para o planejamento, desenvolvimento e avaliação de práticas educativas.

De acordo com o RCNEI (BRASIL, 1998), é possível desenvolver a linguagem oral

de várias formas, como por exemplo, através de gestos, sinais, movimentos corporais,

dando significado e apoiando a linguagem oral das crianças. Ainda segundo o documento,

um dos objetivos da dimensão da linguagem oral e escrita para as crianças na faixa etária

de zero a três anos é fazer com que elas se interessem pela leitura de histórias.

Considerando estas afirmações, não há como negar a importância da Literatura

Infantil no desenvolvimento da linguagem oral de uma criança, seja por meio de poema,

adivinha, trava língua ou o livro de histórias propriamente dito. Tais formas de expressão da

linguagem podem ser trabalhadas com as crianças de maneira a atraí-las pelas rimas de

uma poesia, pela brincadeira de adivinhar, pela sonoridade e diversão de falar um trava

língua ou pela viagem ao descrever as imagens de uma história fantástica.

Logo, a partir de uma roda de contação de histórias, a imaginação e a criatividade é

aguçada, além de fazer as crianças entrarem em contato com a linguagem de autores e

histórias diferentes, levando-as a criar suas próprias histórias e terem vontade de falar sobre

elas. Quando se torna uma prática do cotidiano da sala de aula, esta atividade oferece

vantagens às crianças porque, quando o professor conta histórias, promove na criança o

interesse pelas coisas sensíveis, criativas, inteligentes e belas, além de se sentirem

importantes no ambiente escolar.

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3.4. AS PRÁTICAS DE LEITURA REALIZADAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A partir de todas essas perspectivas sobre o conceito de leitura e pensando nas

diversas facetas da prática da mesma, podemos olhar para as instituições escolares e

considerar seu importante papel na formação dos leitores e suas práticas. A escola é, ainda

hoje, uma das principais agências de letramento (Kleiman, 1995; Soares, 1998) e esse fato

não pode ser ignorado quando se foca a prática de leitura com crianças pequenas.

Dessa forma podemos considerar as inúmeras formas de se utilizar a atividade de

leitura no período escolar. Desde as séries iniciais e mesmo na educação infantil a leitura

pode e deve fazer parte do cotidiano das crianças.

É importante que o docente seja mediador na prática de leitura na sala de aula, que

permitam ao aluno construir novas aprendizagens, nesse sentido formar leitores

competentes e eficazes na construção de textos coerentes, coesos e escritos

ortograficamente corretos.

A leitura e o texto passaram a serem objetos centrais em ensino, essas atividades de

leitura e produção de textos ganharam mais espaço no dia a dia dos alunos, o foco dessas

atividades é entender essas abordagens como objeto de interação, e de ensino

aprendizagem dentro e fora de sala de aula.

Entende-se que a leitura não deve ser compreendida só nas atividades de língua

portuguesa, mas sim como o todo, pois a leitura é possível em varias áreas de

conhecimento, é necessário que faça sentido para os alunos essas formas interdisciplinares.

Nesse sentido, desenvolver o trabalho pedagógico em sala de aula com a leitura e

escrita que são praticas complementares nas series iniciais do Ensino Fundamental,

estimulam nos alunos outras formas de interesse em ler e escrever, portanto é essencial

que se mostre aos alunos a importância da leitura e escrita para nossas vidas: Os

Parâmetros Curriculares Nacional (PCN- Brasil, 1997,p.53) apontaram que:

O trabalho com a leitura tem como finalidade a formação de leitores

competentes e, consequentemente, a formação de escritores, não formar

escritores no sentido de profissionais da escrita e sim pessoas capazes de

escrever com eficácia, pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem

sua origem na prática da leitura.

Todo educando deve participar na ideia de leitura e escrita como ato de interação

e compreensão de mundo, cabe a escola direcionar o acesso do aluno a diversidade de

textos, para que possam produzi-los e interpretá-los. Essa visão de texto favorece ao

educando reflexões criticas e inventiva exercitando varias formas de pensar e participar

numa sociedade letrada.

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Nesse contexto, ler e escrever são práticas que permitem ao aluno aprender a

linguagem com intuito na conquista de sua autonomia no processo de aprendizagem, logo

torna-los leitores bons, vai além da aptidão de ler e ter prazer pela leitura e compromisso,

pois a escola e o professor tem um importante papel nessa função em despertar nos alunos

o interesse em aprender a ler e escrever.

É importante que o aluno esteja ciente da busca que a leitura proporciona pra si,

fazer com que a leitura seja algo desafiador e inovador na construção de conhecimentos e

valores. Nessa perspectiva, a função de leitura tem como objetivo a compreensão do texto

sendo assim segundo os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN- Brasil, 1997,p 54)”

formar leitor competente supõe formar alguém que compreende o que lê “. Logo, cabe ao

professor propor atividades baseadas no dia a dia do educando, práticas que facilitem o

aprendizado dos alunos na leitura diversificada, na interpretação de variados gêneros

textuais e na construção de textos.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN- Brasil,

1997,p.58,59).

Formar leitores é algo que requer, portanto, condições favoráveis para a prática

da leitura que não se restringem apenas aos recursos materiais disponíveis, pois,

na verdade o uso que se faz dos livros e demais materiais impressos é o

aspectos mais determinante para o desenvolvimento da prática e do gosto pela

leitura. Algumas dessas condições:

Neste processo, algumas condições são essenciais para que a escola promova

o ensino da leitura conforme aponta os Pcns (1997).

Dispor de uma boa biblioteca na escola;

Dispor nos ciclos iniciais de um acervo de classe com livros e outros materiais de

leitura;

Organizar momento de leitura livre em que o professor também leia;

Panejar as atividades diárias garantindo que a leitura tenha uma mesma importância

que as demais;

Possibilitar aos alunos a escolha de suas leituras;

Construir na escola politica de formação de leitores na qual todos possam construir

com sugestões para desenvolver uma prática constante de leitura.

Com base nas práticas de leitura e escrita para as series iniciais do Ensino

Fundamental, o principal papel do professor em classe é ser mediador a esses

diversos aspectos, possibilidades e estratégias a demonstrar aos alunos a

importância do habito de ler e escrever.

Para torna-los cidadãos com leitura de mundo, no contexto cultural onde vive,

para possibilitar desenvolvimento no senso critico na sociedade.

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A literatura infantil exerce uma fascinação sobre as crianças, pois elas se

identificam com os diversos personagens das histórias, entram no mundo da fantasia e se

imaginam dentro dos livros. Esse campo da imaginação é fértil, principalmente quando

mediada por atividades de leitura oral dos livros. É durante o ato de ler e escutar histórias

que a imaginação flui, e apesar de a literatura ser uma complexa atividade de lidar com

palavras, exigindo capacidades crescentes de abstração, criança e literatura combinam

muito bem, pois seu encontro realiza-se no âmbito da arte, do sensível, lúdico, enfim, do

imaginário.

Como dizem Faria e Mello (2009, p 07) “[...] ouvir uma história tem importância

muito grande para a criança: faz com que ela se sinta importante, sinta que alguma coisa

está sendo feita especialmente para ela”. Ao desenvolver sua linguagem oral, a criança

organiza seu pensamento e aprende a realizar tarefas do cotidiano.

Vygotsky, na visão de Rego, diz que (1995, p. 63) “[...] a linguagem habilita as

crianças a providenciarem instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a

superarem a ação impulsiva, a planejarem a solução para um problema antes de sua

execução e a controlarem seu próprio comportamento”.

Segundo Vygotsky (apud REGO, 1995, p. 57) “[...] a mente da criança contém todos

os estágios do futuro desenvolvimento intelectual: eles existem já na sua forma completa,

esperando o momento adequado para emergir”. Apoiado nessa ideia, ele atribui uma grande

importância ao papel da interação social no desenvolvimento humano. Ouvir histórias não só

é uma forma de interação social, como também é um estímulo para que os estágios de

desenvolvimento da sua linguagem aconteçam.

Para ele, de acordo com Rego (1995, p. 63), “[...] signos e palavras constituem para

as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas”.

Nesse estágio, Vygotsky diz que a fala é global e ainda não é utilizada como instrumento do

pensamento. Aos poucos é que a criança atinge a função planejadora da fala, onde ela usa

a linguagem para planejar uma ação futura.

Assim, a Literatura Infantil é um instrumento para estimular a imaginação e a

criatividade da criança, na medida em que promove situações para isso, como a brincadeira

do faz de conta, demonstrando cenas de uma história contada, ou o ato de brincar

espontaneamente, elaboração de historias contadas pelas crianças, logo, além de contribuir

no conhecimento da criança, a partir destas modalidades de leitura, é possível desenvolver

várias atividades com base nas histórias como: construção de fantoches com sucata, com

papel, realização de desenhos, colagens, pinturas, atividades de expressão corporal,

mimicas, dramatizações, criação coletiva de novos finais para a trama; novas ilustrações

para a confecção de livros; construção de um texto coletivo; confecção de jogos da

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memória, dominó, etc. Estimulando assim o imaginário e a criatividade do aluno de forma

prazerosa e com mais eficácia.

Na visão de Vygotsky (1984, p.110):

palavras e gestos possibilitam transformar uma coisa em outra. É a linguagem que torna possível o faz de conta, a criação da situação imaginária. A criação não emerge do nada, mas requer um trabalho de construção histórica e participação da criança na cultura. A brincadeira infantil é, assim, um lugar por excelência de incorporação de práticas e exercícios de papéis sociais.

Para que a criança exercite sua imaginação e criatividade é necessário que ela seja

estimulada a isso, e a linguagem é que cria situações de estímulo. Quando uma história é

contada à criança em um diálogo simples, onde ela seja estimulada a contar coisas da sua

rotina, por exemplo, ela está sendo estimulada a usar sua imaginação e é capaz de criar

histórias próprias através da linguagem oral. Através dessa ação o educador proporciona a

criança a interagir com o grupo e se expressar participando ativamente das aulas.

Oliveira (1997, p. 47), destaca a visão de Vygotsky quando expõe que “a interação

com membros mais maduros da cultura, que já dispõem de uma linguagem estruturada, é

que vai provocar um salto qualitativo para o pensamento verbal”. Dessa maneira, cabe ao

professor promover situações onde a criança possa interagir com ele, que já tem uma

linguagem estruturada para que ela vá desenvolvendo a sua também. E a Literatura Infantil

pode ajudá-lo nesse aspecto, já que cada livro suscita linguagens diversificadas.

3.5. CONCEPÇÕES DE LEITURA PRESENTES NAS PRATICAS DE ENSINO DA LEITURA

Segundo Barbosa (1994 p. 34), o homem, através dos tempos, vem buscando

comunicar-se com gestos, expressões, e com a fala. A escrita tem origem no momento em

que o homem aprende a comunicar seus pensamentos e sentimentos por meio de signos.

Daí o surgimento das inscrições rupestre, simbologia e as esculturas que denotavam sua

própria e mais nobre conquista: a conquista de ser.

Nesse contexto, o ato de ler e escrever constitui-se um elemento inerente à

condição humana, uma vez que a aquisição da língua oral e escrita remete à possibilidade

de participação social na qual nos tornamos seres no mundo. Assim a aquisição da leitura e

da escrita implica, portanto, uma questão de cidadania, ao tempo que se revela como uma

forma de inclusão social, ao possibilitar-nos a capacidade criadora e o posicionamento

crítico do mundo no qual estamos inseridos. Desse modo, o domínio da língua oral e escrita

amplia horizontes, proporcionando, sobretudo o acesso à informação e à produção do

conhecimento.

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Logo a escola, enquanto agência por excelência de produção de conhecimentos

desempenha um papel de fundamental importância no processo de aquisição da língua

escrita, atribuindo sentido ao aprendizado da leitura e da escrita, por meio das interações

estabelecidas no contexto escolar.

No cenário brasileiro, a partir da década de 1980, do século XX, vem se delineando

novos enfoques e paradigmas acerca da prática pedagógica, visando uma compreensão

crítica do desenvolvimento dessa prática no interior da escola. Desse modo, no processo de

aquisição da leitura e da escrita, o papel do professor, enquanto mediador na construção do

conhecimento, cuja prática pedagógica deve estar sustentada numa concepção de

educação, além de orientar as ações o método de ensino traz implícito o objetivo que o

professor pretende atingir.

Durante anos a escola estabeleceu como meta o ensino de certa modalidade de

leitura decorrente de um saber especifico sobre o sistema alfabético porem com o passar

dos anos começam a surgir mudanças sumamente importantes a respeito de como os

processos de aquisição da língua oral e escrita são aplicadas ás crianças.

Segundo Ferreiro e Teberosky (1999, p. 21), o problema da aquisição da

aprendizagem da leitura e da escrita tem sido exposto como uma questão de métodos. A

preocupação dos educadores tem-se voltado para a busca da “melhor” ou “mais eficaz”

deles, levantando assim de qual método de ensino o educador deveria utilizar. Nessa

perspectiva apresentaremos algumas concepções de leitura que embasam a prática

docente.

Acerca desse tópico, para melhor delinear as concepções de leitura, é necessário

que se volte o olhar para a história, ao longo da qual o processo de aquisição e

aprendizagem vem sendo norteado e sustentado por três modelos.

Inicialmente, os pesquisadores apontam a definição de leitura a partir do modelo

estruturalista, relacionando-a com uma ação de decodificação mecânica dos signos através

da escrita, sendo sua aprendizagem realizada através de condicionamentos e repetições, ou

seja, do estímulo-resposta.

Nesse modelo, como explica Kato (2005, p.61),

na teoria estruturalista a concepção de leitura é da oral das palavras, isto é, a decodificação sonora da palavra escrita. Para os estruturalistas a leitura é um processo mediado pela compreensão oral, o leitor produz em resposta ao texto, sons da fala (no caso da leitura oral) ou movimentos internos substitutivos (no caso da leitura silenciosa).

A concepção estruturalista vê ainda a leitura como um processo de instantâneo de

decodificação de letras em sons, e a associação destes com o significado. Verifica-se que

nesta concepção de leitura que na fase inicial da alfabetização utiliza-se largamente a

vocalização.

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Segundo Kato (2005, p.62), parece que essa vocalização ou subvocalizaçao,

justamente nos impede de dar maior velocidade á leitura, por implicar uma dupla

decodificação: letras em sons e sons em significados.

Logo, ler equivale decodificar o escrito em som, o processo de aprendizagem da

leitura é visto simplesmente como uma associação entre respostas sonoras e estímulos

gráficos.

Segundo Ferreiro e Teberosky (1999, p.24), o modelo tradicional associacionista da

aquisição da linguagem é simples, existe na criança uma tendência á imitação, e no meio

social que a cerca (os adultos que a cuidam) existe uma tendência a reforçar seletivamente

as emissões vocálicas da criança que correspondem a sons ou a pautas sonoras complexas

(palavras) da linguagem própria do meio social.

Portanto, quando a criança produz um som que se assemelha a som da fala dos

pais, estes manifestam alegria, fazem gestos de aprovação etc. Desta maneira, o meio vai

selecionando do vasto repertorio de sons iniciais saídos da boca da criança somente

aqueles que correspondem ao som da fala adulta.

Neste contexto, a preocupação central neste modelo de alfabetização é a escrita

enquanto representação da fala, enfatizando a dimensão individual do processo de

alfabetizar, de modo que a escrita é constituída enquanto atividade neutra e mecânica,

sendo necessário inicialmente ensinar a escrita das letras para depois ensinar a ler e

escrever.

Desta forma, os exercícios de coordenação motora que estimulem a lateralidade, a

discriminação visual, são requisitos para aprender a escrever, pois o treino e a repetição são

elementos indispensáveis para a preparação da aquisição da escrita, haja vista que, nessa

concepção, escrever é sinônimo de copiar, restringindo o ensino da escrita a exercícios de

caligrafia, cópias, ditados, com ênfase no desenho correto das letras e na memorização

excessiva de palavras, como requisito para uma grafia correta.

A concepção empirista desconsidera a aquisição da linguagem escrita a partir dos

condicionantes sociais da criança, ao tempo que o processo de alfabetização ocorre de

forma descontextualizada da realidade, sem, contudo imprimir um significado social no

processo de aprendizado da língua escrita.

Contudo, esse modelo de ensino ainda se faz bastante presente nas escolas, esse

processo de ensino torna o aluno passivo ao reforço externo, que recebe uma linguagem

inteiramente fabricada por outros, tornando difícil a compreensão ou formulação de

hipóteses.

Outra perspectiva de analise, amplamente discutida na Educação nos dias atuais é

a psicolinguística, esse modelo refuta as antigas praticas de ensino e aprendizado do

sistema alfabético, concebendo a criança acerca do funcionamento da escrita. Baseada nos

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pressupostos teóricos da psicologia genética de Jean Piaget, esta concepção tem como

parâmetro a compreensão do processo de aquisição da língua escrita e falada pela criança,

a alfabetização passa a ser vista a partir do principio de “como se aprende”, deslocando a

atenção para a compreensão de processo de conhecimento realizado pelo aluno, uma vez

que a aquisição da leitura e escrita ocorre de forma simultânea.

Assim, a aprendizagem ocorre a partir da interação do sujeito cognoscente

(criança) como objeto cognoscitivo (língua escrita). Neste enfoque, Ferreiro e Teberosky

(2005, p. 26) ressaltam que o sujeito que conhecemos através da teoria de Piaget é aquele

que procura ativamente compreender o mundo que o rodeia e trata de resolver as

interrogações que este mundo provoca. O conhecimento objetivo aparece como uma

aquisição, e não como um dado inicial. O caminho em direção a este conhecimento objetivo

não é linear; não nos aproximamos dele passo a passo, juntando peças de conhecimento

umas sobre as outras, mas sim através grandes reestruturações, globais algumas das quais

são “errôneas” (no que se refere ao ponto final); porém “construtivas” (na medida em que

permitem aceder a ele).

Essa noção de erros construtivos é essencial para uma psicologia (e uma

pedagogia) associacionista, todos os erros se parecem. Para uma piagetiana é chave o

poder distinguir entre os erros aqueles que constituem pré-requisitos necessários para a

obtenção da resposta correta.

Já a perspectiva interacionista, atribui participação ativa ao individuo no processo

de desenvolvimento. Ao nascer, a criança não traz hereditariamente formas prontas de

conhecimento que evoluíram através da maturação, nem é modelada aos poucos pelo

condicionamento e reforços provenientes do mundo ao seu redor. Ela constrói seus

conhecimentos interagindo como o universo que a envolve, sendo aspectos para o seu

desenvolvimento as trocas linguísticas, as possibilidades de acesso à cultura, os

intercâmbios sociais e as oportunidades de experiências diversas.

A leitura é considerada um processo de interação entre o leitor e o texto, em que a

primeira busca satisfizer através das informações que lhe chegam e alcançar os objetivos da

leitura realizada. Solé (1998) adverte que isso não é algo simples e requer o preenchimento

de alguns quesitos para a efetivação do processo de ensino-aprendizagem: exige um leitor

ativo, que entenda e analise o texto, e que, consciente do seu papel, vá ao encontro do para

quê, ou seja, do objetivo da leitura. Outro ponto relevante na opinião da teórica refere-se ao

fato de que o leitor constrói o significado do texto, entendendo-se com isso que “[...] o

significado que certo escrito tem para o leitor não é uma tradução ou réplica do significado

que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto, os conhecimentos

prévios do leitor que o aborda e seus objetivos” (SOLÉ, 1998, p. 22). Portanto, o leitor

interage verbalmente com o autor através do texto escrito, sendo o diálogo a base dessa

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linha de pensamento, em relação à qual Oliveira (2005, p. 112) salienta que “[...] ler é mais

do que decodificar, é compreender e interpretar a leitura de forma crítica. Um leitor maduro

interage com o texto interrogando, criticando e construindo significados enxergando a

pluralidade da interpretação [...]”.

Lajolo (apud GERALDI, 1984, p. 80) estabelece que [...] ler não é decifrar, como

num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-

lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um,

reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade,

entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra prevista.

Nesse contexto, o ato de ler caracteriza-se como um processo interativo no qual o

leitor e o autor assumem papéis de interlocutores na construção do sentido do texto,

estando em jogo os conhecimentos prévios daquele e as informações que este pretende

repassar através dos seus escritos. Consideram-se, portanto, nessa interação, as condições

de produção associadas tanto ao autor quanto ao leitor.

Cada abordagem dessas traz consigo um pensar sobre a leitura e o texto que

sustenta o trabalho docente, formador de leitores. De acordo com pesquisas científicas

alguns conceitos vão se transformando, o que não quer dizer que as inovações propostas

sejam acatadas ou assimiladas, convivendo ao mesmo tempo as variadas concepções.

Possenti (1999, p. 169) relata que “até o surgimento da linguística moderna,

perguntar-se pelo sentido de um texto era em grande parte perguntar-se sobre o que queria

dizer o autor”, ou seja, ler era simplesmente oralizar o que o autor queria dizer, sem a

interferência do leitor. Dando continuidade a esse pensamento, o autor (Possenti, 1999 apud

GERALDI, 1984, p. 169) diz que “se a língua é analisável como sistema de signos em algum

nível, então ela é código e, se ela é código, código será tudo o que contiver algum dos seus

elementos. Inclusive o texto”. A partir dessa ideia, o sentido passa a estar no texto e não

mais no autor.

O estudioso chama a atenção para o que vem ocorrendo, pois existe uma

tendência em se acreditar que o responsável por dar sentido ao texto é o leitor, que faz sua

própria interpretação, de modo que não há leitura errada. Possenti (1999) ainda acredita que

no caso da leitura o relevante é se perguntar pela contribuição dos vários envolvidos no

processo, tais como o autor, o texto e o leitor. A esse respeito, Cardoso propõe que

A escrita é uma atividade de construção de significados. Alguns acreditam que o

significado está no texto. Sabemos, no entanto, que o significado está no texto, mas também

no contexto e no leitor. A noção de texto escrito, como uma forma de linguagem que adquire

sentido no contexto de uso de palavras (que possuem plurissignificação), é um aprendizado

longo, que exige a ‘utilização suficientemente completa dos meios gramaticais desdobrados

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da linguagem’ (LURIA, 1987 apud CARDOSO, 2000, p. 169), cuja complexidade não deve

constituir motivo para ser adiado (CARDOSO, 2000, p. 262).

Nessa linha de raciocínio, a linguagem, que é viva, mantém uma relação dinâmica

com a realidade. O ser humano se apropria de uma determinada forma de se expressar

para demonstrar ou apresentar suas ideias, sua maneira de ver e apreender o mundo. E

isso só é possível acontecer através da linguagem. Ao se expressar no mundo, o indivíduo

precisa de outro ser que o responda, quer seja na forma de contestação, de

complementação, quer de concordância, estabelecendo uma relação dialógica.

Segundo Bakhtin (1995, p. 113), a linguagem funda-se no dialogismo, pois “toda

palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém,

como pelo fato de se dirigir para alguém”, constituindo-se, pois, via sujeito, que, ao se

relacionar e interagir com as palavras do outro, incorpora-as a suas redes de conhecimento.

E esse movimento, por sua vez, não se dá somente na interação corpo a corpo, face a face,

mas também no trabalho com o texto escrito, quando o indivíduo interage dialogicamente e

se apropria do discurso alheio.

Portanto, as reflexões empreendidas revelam o caráter multifacetado do processo

de aquisição da leitura e da escrita, de modo que, além das habilidades específicas

desenvolvidas em torno do ato de ler e escrever se faz necessária a compreensão e análise

das várias concepções de leitura que embasam a pratica docente.

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4. METODOLOGIA

No sentido de procurar maiores conhecimentos relevantes ao tema “A literatura

infantil como estratégia de promoção da leitura nas classes de educação infantil”, realizou-

se a presente pesquisa de cunho bibliográfica.

Assim, Marconi e Lakatos (2007, p. 226) esclarecem que todo o projeto de pesquisa

deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador (o

coordenador e os principais elementos de sua equipe) fundamentará sua interpretação.

Nesse sentido, a pesquisa caracteriza-se por ser de cunho bibliográfico, logo

embasado no levantamento de fontes primarias que são dados históricos bibliográficos e

estatísticos; informações, pesquisas e material cartográfico; arquivos oficiais e particulares;

registros em geral; documentação pessoal (diários, memorias, autobiografias);

correspondência publica ou privada etc. (MARCONI e LAKATOS, 2007, p.161).

Quanto à abordagem, a mesma é de caráter qualitativo, ou seja, os dados obtidos

são analisados sem inferências; a interpretação dos fenômenos e a atribuição de

significados são básicas no processo da pesquisa qualitativa.

A abordagem qualitativa para Marconi e Lakatos (2007, p. 188) é adotada como

instrumento de investigação sendo essencial ser inserido no contexto a ser estudado,

investigando termos que se faz necessário pesquisar na realidade concreta do objetivo do

estudo.

O autor relata a importância da pesquisa qualitativa que muito favorece não só o

entendimento das premissas já estabelecidas, mas também permite o acréscimo de novos

fatos que podem contribuir para a temática em estudo. Entretanto, a inclusão de novos

dados deve obedecer o critério básico da pesquisa qualitativa no que concerne a

autenticidade do relato das consultas realizadas com a utilização dos indicadores

relacionados á temática.

Nesse aspecto, presente estudo ancorou-se em autores como Abramovich (1997);

Coelho (2000); Kato (2005); Kleiman (2004); Lajolo (2004); Teberosky (1999)

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5. RESULTADOS

O material bibliográfico coletado durante a pesquisa foi rico em descrições sobre a

Importância da Literatura Infantil como promoção da leitura nas classes iniciais da educação

Infantil. Diante da discursão feita com os autores foi possível compreender a importância

dessa interação entre família e escola no desenvolvimento da criança. Assim foi possível

obter os seguintes resultados:

EIXO 1: A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO DA

CRIANÇA

Abramovich (1997, p.16-17) ressalta que "[...] Ah, como é importante para a

formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas historias... escutá-las é o início da

aprendizagem para ser leitor, e ser leitor é ter um caminho de descoberta e de compreensão

do mundo”.

Nesta perspectiva, é possível destacar que a leitura é fundamental para a

construção do conhecimento intelectual, ético e estético do ser humano. A partir da leitura

realizada é possível compreender que a Literatura Infantil é, ao mesmo tempo, recreação e

terapia, suporte de cultura e o mais importante elemento de comunicação, mas, sobretudo

um instrumento de diálogo entre a criança e o adulto.

Alguns especialistas em literatura afirmam que a formação do leitor tem raízes nos

primeiros meses de vida, através do convívio com histórias, lendas e poesias, narradas ou

lidas pelos pais ou familiares.

Quanto a essa questão Abramovich (1997, p. 10) explana:

meu primeiro contato com o mundo mágico das histórias aconteceu quando eu era muito pequenina, ouvindo minha mãe contar algo bonito todas as noites, antes de eu adormecer como se fosse ritual... Lembro-me de sua voz contando “João e Maria” e das várias adaptações que criava em relação à casa da bruxa, sempre construída com todas as comidas de que eu gostava.

Assim acredita-se que a própria voz do pai e da mãe durante o contar histórias

supre a criança de afetividade diária, que possivelmente irá minimizar algum conflito

associado em seu crescimento, construindo desse modo um adulto calmo, reflexivo, além

disso, a leitura desenvolve a criatividade de uma criança.

Nesse sentido, a literatura é sem dúvida a forma de recreação mais importante na

vida da criança. Ouvindo histórias, dizendo um poema, lendo, dramatizando, encenando

uma peça de teatro, de todas essas maneiras a criança, desde os 3 anos está divertindo-se

em seu mundo afetivo, através de símbolos, e liberando seus impulsos.

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Logo, a criança que desperta para o mundo e para a vida, esta ávida por descobrir

e entender, e essa curiosidade, esse deslumbramento, esse mistério que a cerca vão

aproximá-la do mundo dos símbolos. A criança busca desvendar e compreender tudo que

estimula a sua curiosidade, dando motivação ao seu crescimento.

Portanto, o importante na Literatura é interessar a criança sob todos aos aspectos:

intelectual, emocional, social ou ambiental, psicológico, por esta razão, dar qualquer leitura a

uma criança, sem conhecê-la, poderá tornar-se prejudicial. Portanto é preciso conhecer o

livro (a leitura) que será dada à criança, porque muitas histórias podem passar a ela

preconceitos e mentiras, ou seja, conceitos não ortodoxos, perdendo assim, o lado

pedagógico que está implícito na leitura de um livro.

Nesse sentido, destaca-se a importância da literatura infantil enquanto o meio mais

eficaz de enriquecimento e desenvolvimento da personalidade, é um passaporte para a vida

e para a sociedade.

Logo, levar a criança a ler, apenas, não é o bastante para aguçar o prazer da leitura

o que permanece e acompanha a criança ao longo da vida, como uma fonte de prazer, pois

é preciso conscientizá-la dos valores que ela desperta, tornando a leitura mais interessante

aos olhos da criança. Assim, para que uma história aprenda a atenção da criança é preciso

despertar sua curiosidade, estimulando sua imaginação.

Quanto ao aspecto físico, é necessário oferecer às crianças diversas matérias de

leitura, portanto o professor deve transformar a sala de aula num ambiente estimulante, com

as mais variadas situações, em que a criança possa manifestar livremente a compreensão e

os questionamentos que faz a partir da leitura de textos literários.

Por isso, o professor deve contar histórias criando assim um clima afetivo e de

aproximação entre as crianças. Ao ler uma história, o professor também proporciona esta

aproximação à vantagem de o texto trabalhar com a linguagem e produção literária,

permitindo que a criança conheça o fascinante mundo da Literatura Infantil.

Nesse processo, o educando deve ser incentivado a se manifestar, a participar

ativamente fazendo perguntas, comentários e interpretação oral da história. Portanto,

ouvindo história, tomando contato com livros de Literatura Infantil, a criança apresenta

interesse pela leitura e produção de texto. É importante que o professor selecione Livros

Infantis no nível de interesse das crianças, e ao mesmo tempo incentive-as a escolher

livremente sua leitura para que, ao poucos, possam fazer a seleção, tendo liberdade de

fazer a sua própria leitura.

É possível tornar verdadeiros leitores através da leitura uma vez que, ouvindo

histórias é que as crianças conseguem expressar suas emoções, emoções sentimento,

angustias e medos.

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Assim, é fundamental falar sobre Literatura Infantil para a criança neste processo

de descobertas e aquisição de conhecimentos, pois possibilita a criança condições

necessárias e adequadas para que possa vivenciar de forma imaginária papéis variados da

vida humana, assim como personagens irreais que a ajudam a compreender conflitos

psíquicos, desta forma o livro infantil (Literatura Infantil) servirá como suporte ao professor

para trabalhar conteúdos diversos.

Nesse sentido, a literatura propicia o desenvolvimento da competência leitora, a

capacidade do sujeito de ler e compreender o que lê, extrair da página impressa todo o

conhecimento, toda a satisfação e riqueza que a leitura possa proporcionar; desde a fase

inicial da criança, a professora deve cuidadosamente atingir as leituras de forma

espontânea, para que a criança sinta segurança ao falar o que pensa e o que sente.

Deve haver uma preocupação sempre crescente não só pelo que a criança lê, mas

também, pelo que a leitura lhe possa proporcionar. Procurando sempre trabalhar e analisar

a importância da leitura no desenvolvimento da criança, que é o de aumentar a contribuição

na aprendizagem infantil, na linguagem oral da criança. É uma atividade própria da infância

podendo se desenvolver de maneira individual ou coletiva, contribuindo desta forma com a

socialização através das reações com o seu “eu” e tudo que a cerca.

EIXO 2: AS CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL PARA A FORMAÇÃO DO

LEITOR

A leitura e a escrita fazem parte do mundo da criança desde seu nascimento,

devido estar inserida em seu cotidiano através dos diferentes aspectos que lhe são

apresentados.

Segundo Bettelheim (1996, p.20),

enquanto diverte a criança, a literatura esclarece sobre si mesma, e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança.

Portanto, muito antes de ingressar na escola ou de ser apresentado o sistema de

escrita, a criança já tem um bom conhecimento de mundo, pois geralmente já viram muitas

coisas escritas e provavelmente, sabem que a escrita quer dizer alguma coisa. Verifica-se

que todos são influenciados fortemente pelo o mundo que nos rodeia, pelo contato com as

obras literárias, cartazes, placas, jornais, embalagens de alimento e remédio. São esses

contatos que ajuda desenvolver a personalidade, o intelecto, as emoções, o potencial da

criança para estimular a leitura e a escrita, ampliar novos horizontes, cultura e

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conhecimento, compreensão a reformulação de conceitos e autonomia, o mundo e a

realidade que a cerca.

Contar histórias segundo Cunha (1999), é a mais antiga das artes, e os pedagogos,

sempre à procura de técnicas e processos adequados à educação das crianças,

descobriram está "mina de ouro", as histórias que deram origem à literatura infantil.

Portanto, é de suma importância que a criança viva a expectativa dos contos

infantis, pois é através destes que a mesma adquire valores morais e ético contido nas

histórias é claro que não com o mesmo reflexo que o adulto. A leitura da asas para a

imaginação e é ela que possibilita conhecer, refletir e atuar sobre a realidade uma vez

assumindo um papel social e de resgate da cidadania. Desse modo, o contato que a criança

tem com a leitura de conto de fadas, tornando indispensável em sua vida, iniciando assim o

contato com a sociedade, despertando certa criticidade na mesma.

Entretanto, os meios de comunicação estão cada vez mais presentes na vida das

crianças então é preciso que as mesmas estejam cada vez mais próximas dos livros e para

que isso aconteça é necessário que os livros sejam compostos por bons temas e repletos de

ilustrações, pois a criança precisa ser despertada pelo que está vendo ou lendo e que o

mesmo possa de forma prazerosa chamar a sua atenção.

A imagem é uma das partes mais importantes do texto porque sobre ela certamente

porque através da imagem ela terá um melhor entendimento do que foi lido. Assim, a leitura

é algo que deve ser estimulada dentro ou fora do ambiente escolar, logo a criança necessita

ter o contato com a literatura Infantil desde bebê, quando escutava historinhas de seus pais

antes de dormir o que é muito importante para os seus primeiros passos.

Entende-se que a curiosidade da criança vai abrir questionamentos para outros

assuntos que podem ou não estar ligados na história já que seu pensamento é livre e sua

criatividade é infinita A partir deste primeiro contato com a leitura, abre-se um leque de

informações para a criança para que as mesmas possam criar, quando a criança descobre

que existem vários tipos de histórias e que elas podem ser um personagem dela, eles

relacionam tal historia com a sua vida.

Desta forma, Emerson Santana (2010) afirma que "é mais fácil construir crianças

fortes do que reconstruir adultos quebrados”. Portanto, é através dos contos e do

conhecimento prévio adquirido no decorrer de sua vida que se pode alcançar uma boa

interação entre o autor e o leitor para que isso aconteça é preciso que o leitor seja motivado

dentro do cenário da Literatura Infantil.

Nesse sentido, quando a leitura é praticada primeiramente em casa, com os pais

certamente o gosto pela leitura será positivo, pois o fato de ouvir histórias desperta o

interesse de qualquer pessoa em todas as idades uma vez que, quando se ouve historias é

possível se transportar para o mundo da imaginação fazendo com que a criança passe a

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indagar, duvidar e até mesmo discutir sobre ela, conforme o que ela entendeu sobre a

história.

Entretanto, quando a literatura infantil é apresentada nas classes iniciais da

Educação Infantil muito a ganhar aproveitando este primeiro contato da criança com o livro,

porque o ser humano esta sempre a indagar sobre respostas para as suas perguntas o ato

de ler então apresenta uma necessidade do indivíduo. Despertando na criança o prazer a

emoção e os pensamentos críticos e os valores morais.

Através da Literatura as crianças podem desenvolver algumas capacidades

importantes, como a atenção, a memória, a imaginação e outras facilitando a sua

socialização.

É, na literatura, explica Abramovich (1997), que a memoria está mais bem

preservada porque lá, os fatos da realidade associados à imaginação tem sangue, suor,

emoção e, assim, é através dela que se pode observar em retrospectiva, a trajetória da vida

como múltipla e plena de virtualidades inesperadas.

.

EIXO 3: PRÁTICAS DE LEITURA REALIZADAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Observa-se que poucas crianças têm acesso a uma leitura prazerosa por essa

razão a necessidade de incentivar a leitura nos primeiros anos escolares, pois assim a

criança vai criando gosto pela leitura.

Segundo Bakhtin (p.33 2003).

(...) pode-se dizer que o homem tem uma necessidade (...)

absoluta do outro, do seu ativismo do que vê, lembra-se,

reúne e unifica que é único capaz de criar para ele uma

personalidade extremamente acabada; tal personalidade

não existe se o outro não a cria (...).

Através do incentivo a criança acaba entendendo que a leitura é algo prazeroso

que ajuda a expandir a imaginação e promove o conhecimento pensamento crítico.

A maioria tem o primeiro contato com a literatura apenas quando chega à escola.

E a partir daí, torna-se obrigação, pois infelizmente muitos educadores não gostam de

trabalhar com a literatura infantil, enquanto outros acham que a criança não tem capacidade

de assimilar, mas isso é um dos aguamentos que utilizam para não revelar

desconhecimento das técnicas que ajudam a dar vida a história, chamar atenção,

proporcionar trocas de informações entre os demais alunos sobre um determinado conto.

Segundo Santos (2000 p, 39) Trabalhar pedagogicamente as diferentes dimensões

do processo educativo é optar por um fazer docente que objetive ultrapassar o

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convencional. Logo, a prática docente do ontem não pode se repetir dogmaticamente no

hoje, e se faz necessária diferente do amanhã.

O professor não pode mais se contentar em repetir o que aprendeu, uma vez que a

sociedade esta em permanente processo de mudanças; que os conhecimentos se

modificam e se ampliam. Diante disso, cabe a ele optar por um fazer docente que estimule o

aluno a interpretar conteúdo estudado, relacionando com os fatos da realidade

contextualizada.

Portanto o processo de ensino implica na adoção de ações que permitam ao aluno refletir

criticamente sobre os conteúdos estudados, como forma de melhor compreender a

sociedade em que vive o que nos remete a considerar que os conteúdos escolares devem

ser estudados a partir das experiências do cotidiano, pela mediação de uma prática docente

que proporcione ao aluno crescer social e politicamente.

Eles têm em mente que o objetivo do educador que leciona em pré-escola é cuidar

e educar, enquanto o educador tem o dever de proporcionar o desenvolvimento integral da

criança para que consequentemente produzam conhecimentos, sejam futuramente

formadores de opiniões para atuar na sociedade em que vive.

Diante disso não é apenas contar historias, mas sim levar a criança a entra em

contato com esse mundo tão fascinante que podemos encontrar através dos contos infantis

e para que isso aconteça é necessário ter certa técnica para contar uma historia de uma

forma prazerosa tanto para o ouvinte como para quem vai ler.

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EIXO 4: CONCEPÇÕES DE LEITURA QUE EMBASAM A PRATICA DOCENTE

Desde os primórdios da civilização o homem busca habilidades que lhe tornem

mais útil a vida em sociedade, e incentivando a criação de mecanismos que possibilitassem

a disseminação de seu conhecimento e conquistas, daí o surgimento das inscrições

rupestre, simbologia e as esculturas que denotavam sua própria e mais nobre conquista: a

conquista de ser.

Nesse contexto, o ato de ler e escrever constitui-se um elemento inerente à

condição humana, uma vez que a aquisição da língua oral e escrita possibilita a participação

social na no mundo. Assim, a aquisição da leitura e da escrita implica, portanto, uma

questão de cidadania, ao tempo que se revela como uma forma de inclusão social,a

capacidade criadora e o posicionamento crítico do mundo no qual esta inseridos. Desse

modo, o domínio da língua oral e escrita amplia novos horizontes, sobretudo o acesso à

informação e à produção do conhecimento.

O ato de exercitar a leitura na vida das pessoas é de grande importância, logo o

papel da escola na formação de leitores é bastante discutido, questões que perpassa pelas

ideias e concepções de leitura.

De acordo com Lajolo (2003) na teoria estruturalista a concepção de leitura é a da

leitura oral da palavra, isto é, a decodificação sonora da palavra escrita. Essa preocupação

com a palavra escrita. Essa preocupação com a palavra continua a existir, mas aos poucos

começa a perceber que sua identificação leva em conta o conhecimento lexical do leitor,

criando assim uma segunda concepção, na qual o leitor é visto como antecipador da palavra

que vai ler.

Para os estruturalistas a leitura é um processo mediado pela compreensão oral,

isto é o leitor produz em resposta ao texto, sons da fala (no caso da leitura oral) ou

movimentos internos (no caso da leitura silenciosa). Nessa concepção, o que é retido na

memória de curto tempo é uma espécie de fala, admitindo, porém, que possa haver uma

leitura sem recodificação sonora, como acontece com os surdos.

O modelo estruturalista desconsidera a aquisição da linguagem escrita a partir

dos condicionantes sociais da criança, e o processo de alfabetização não ocorre de forma

significativa, porem esse modelo ainda se faz muito presente nas atividades escolares, no

livro didático, privando o leitor do prazer da leitura.

Por outro lado a concepção construtivista tem por base a ideia de que o

desenvolvimento das estruturas do conhecimento ou estruturas cognitivas é feita pela

interação entre ambiente e organismo. Nesta perspectiva Piaget (1990) esclarece que o

aparecimento da linguagem ocorre por volta dos dezoito meses de idade na superação do

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estagio denominado sensório motor, no qual ocorre o desenvolvimento da função simbólica,

por meio do qual um significante representa um significado.

A concepção psicolinguística busca fornecer hipóteses que deem conta de

explicar como esse processamento linguístico se estrutura na mente dos seres humanos,

bem como os subdomínios associados à compreensão e a produção de linguagem.

Compreensão e produção são atividades básicas da linguagem humana, tanto em sua

forma escrita. Para entender os processos mentais relacionados à compreensão da

linguagem, a psicolinguística investiga o processamento linguístico nos vários níveis

gramaticais que estão envolvidos nesse processo, tais como: fonológico, morfológico,

sintático, semântico.

Para os estruturalistas todo erro é erro, para os construtivistas todo erro é um pré-

requisito para o acerto.

Já a perspectiva interacionista, atribui participação ativa ao indivíduo no processo de

desenvolvimento.

A leitura é considerada um processo de interação entre o leitor e o texto, em que

a primeira busca satisfizer através das informações que lhe chegam e alcançar os objetivos

da leitura realizada. Solé (1998) adverte que isso não é algo simples e requer o

preenchimento de alguns quesitos para a efetivação do processo de ensino-aprendizagem:

exige um leitor ativo, que entenda e analise o texto, e que, consciente do seu papel, vá ao

encontro do para quê, ou seja, do objetivo da leitura. Outro ponto relevante na opinião da

teórica refere-se ao fato de que o leitor constrói o significado do texto, entendendo-se com

isso que “[...] o significado que certo escrito tem para o leitor não é uma tradução ou réplica

do significado que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto, os

conhecimentos prévios do leitor que o aborda e seus objetivos” (Solé, 1998, p. 22).

Portanto o educador que utiliza esse modelo de leitura proporciona ao aluno o

prazer em estar em uma sala de aula, e a satisfação pelo aprendizado.

Desse modo, o processo de ensino implica na adoção de ações que permitam ao

aluno refletir criticamente sobre os conteúdos estudados, como forma de melhor

compreender a sociedade em que vive e os processos humanos, que o rodeiam.

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6- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Literatura Infantil constitui-se num dos momentos mais ricos e significativos

dentro das instituições de ensino, em que as crianças um contato agradável com os livros

infantis, ampliando assim um leque de ideias e conhecimento, fazendo fluir sua criatividade

e promovendo a formulação de ideias próprias estimulando a atenção, observação, a

memoria, a reflexão e o desenvolvimento das linguagens, é necessário tanto a instituição

educacional como a família, permitir, incentivar, proporcionar e desenvolver sua

sensibilidade, da fantasia e da imaginação. É por meio deste contato que a criança adquire

vocabulário e conhecimento para fazer sua própria leitura de mundo.

Os primeiros livros para crianças foram escritos no final do século XVII, durante o

século XVIII, antes disso não se escrevia para elas, pois não existia a “infância”.

Assim, entende-se que a literatura quando inserida nas séries iniciais da Educação

Infantil facilita o desenvolvimento do seu intelecto da personalidade, satisfazendo suas

necessidades e aumentando sua capacidade crítica.

Fazendo com que a criança mergulhe dentro de si e trazer para fora todo o desejo

de aprendizagem latente. A criança precisa ser despertada para o interesse da leitura

perdendo a ideia de esta por sua vez seja apenas uma obrigação haja vista que aos 6 anos

de idade a mesma já estará tendo o contato direto com o livro em que a leitura será

obrigatória. Em virtude disso quanto mais cedo à literatura Infantil estiver presente na vida

de nossas crianças melhor será aproveitado.

Portanto é possível considerar inúmeras formas de utilizar à atividade de leitura

nas séries iniciais da educação infantil a leitura pode e deve fazer parte do cotidiano das

crianças. O contato com os livros deve-se fazer presente, portanto, desde o ingresso da

criança na constituição escolar. É durante o ato de ler e escutar histórias que a imaginação

da criança flui, pois elas se identificam com os diversos personagens das historias, entra no

mundo da fantasia e se imaginam dentro dos livros, esse campo da imaginação é fértil e

principalmente quando é mediada por atividades de leitura oral dos livros.

Conforme Abramovich (1997) é possível afirmar que a literatura infantil é

importante para a criança porque encaminha a descobertas, desperta interesse pelo novo,

pelo conhecimento das coisas, sendo que seu pensamento lógico organiza-se em formas

concretas que permitem as operações mentais, atraindo desafios e questionamentos pelo

que a rodeia.

Acredita-se que a literatura vem solidificar o espaço da leitura na escola enquanto

formação de leitores, sendo assim, torna-se importante.

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Assim as leituras realizadas sobre as contribuições da leitura nas classes iniciais da

educação infantil, acredita-se que a leitura e a escrita fazem parte do mundo desde o seu

nascimento antes mesmo de entrarem na escola haja vista que muitas coisas escritas ou

através de imagens.

Segundo Bettelheim(1996) ao mesmo tempo em que a literatura diverte a criança

ela favorece o desenvolvimento e a personalidade da mesma. Diante disso é de suma

importância que a literatura seja inserida desde ceda na vida das crianças e quando isso é

feito com o auxilio da família com certeza terá maiores resultados, porque o que se pode

perceber é que os pais têm deixado à responsabilidade de educar com a escola, quando na

verdade o professor pode de fato auxiliar nessa introdução da leitura nesta fase tão

importante que é a educação Infantil.

Ao termino da pesquisa pode-se concluir que, a literatura infantil percorreu um

longo caminho até chegar ao presente século. A preocupação com a literatura infantil

começa no início do século XVIII e até então não havia um olhar diferenciado entre adultos e

criança.

A partir dessa diferenciação surgiu a necessidade de produzir obras especificas

para elas. Com o passar dos anos vão surgindo obras infantis, as primeiras são vindas do

exterior e em seguida as crianças brasileiras passam a ser beneficiadas com várias obras

infantis, antes traduzidas e em seguida produzidas por alguns autores brasileiros como, por

exemplo, Monteiro Lobato, também conhecido como mestre da literatura infantil no Brasil.

Atualmente, existe uma variedade de contos de historias infantis, voltadas para a

realidade de meninos e meninas, pobres e ricos, negros ou brancos, leituras voltadas para a

realidade e contextos diversos.

Compreende-se que a leitura é uma atividade imprescindível para a formação do

ser humano em virtude de ser fonte de informação, de conhecimento e aprendizado, além

de ser uma atividade fundamental para o desenvolvimento cultural do leitor.

Quando as crianças tem um contato agradável com o livro infantil, estamos

ampliando seu leque de ideias e conhecimento, fazendo fluir sua criatividade e promovendo

a prática da leitura.

Acredita-se que a literatura infantil favorece no desempenho e conhecimento do

aluno, um simples contar de historias pode ser para a criança muito mais que um

divertimento, contar história pode despertar na criança o gosto pela leitura, que

consequentemente irá desenvolver, entre outras sua capacidade de fantasiar e imaginar

lugares, situações personagens etc. A literatura infantil, é uma grande auxiliadora que os

educadores possuem em mãos, basta saber usufruir e deixar a imaginação viajar, pois o

educador tem o compromisso não só com os alunos durante os momentos que passam

juntos, mas sim com o futuro deles.

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Portanto, no presente século, claramente se percebe a importância da literatura

infantil está inserida na vida das crianças, e para sua melhor efetivação é necessário que

haja compromisso por parte dos educadores para promover a leitura com prazer e eficácia,

compromisso da escola oferecendo melhores condições e estruturas físicas com espaços e

eventos que promovam a leitura, dando suporte não só ao aluno, mas também ao professor,

e por ultimo porem não menos importante a participação da família no processo ensino

aprendizagem, pois dentro do seio familiar a leitura é bastante prazerosa, cria um vínculo

maior entre pais e filhos.

Se as crianças são criadas em um ambiente receptivo à leitura, em contato ativo

com o livro é provável que no futuro ela conserve o gosto pela leitura. Se ao contrário a

família não se envolver será mais difícil o trabalho dos professores, pois a criança que tem

contato com a leitura desde cedo dentro de sua casa possui maior facilidade de aprender,

que um aluno que teve seu primeiro contato ao entrar na escola.

Todavia, o papel da família na formação do leitor é pouco discutido, mas é preciso

lembrar que os valores transmitidos pelas famílias perduram por toda a vida, portanto se

cada um fizer a sua parte, escola, professores e família com certeza terão no futuro

cidadãos críticos, criativos, atuantes e bons leitores.

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