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ELFONI LUEDTKE
Nascimento: 19 de Dezembro de 1950.
┼ Falecimento: 20 de Março de 2013.
Na cidade de Vale do Sol, no dia 19 de Dezembro de 1950, nascia a
pequena Elfoni. Filha de Gustavo e Erna, Elfoni veio para a família,
enchendo o coração de todos com muita alegria.
Junto dos pais e seus irmãos, Adolfo, Rudolfo, Erna, Alma, Afonso,
a menina Elfoni morava em uma casa na linha cinco, interior da cidade de
Sinimbu e trabalhava na lavoura plantando fumo com a família. Elfoni teve
pouco estudo, foi até a terceira série pois naquela época as coisas eram muito
difíceis e o acesso à escola era precário.
Quando tinha treze anos de idade, Elfoni perdeu seu pai. Nesse
momento, um vazio enorme tomou seu coração, mas sabia que deveria ser
forte. Elfoni sabia que deveria dar forças a sua mãe e a ajudá-la mais ainda.
(Elfoni quando jovem)
Na localidade onde moravam, havia muitos amigos, mas tinha um em
especial. Filho de sua madrinha e afilhado de seu pai, Astor Luedtke usou o
chale que pertencia à Elfoni em seu batizado. Tinham, desde muito
pequenos, uma ligação muito forte e especial.
Elfoni e Astor descobriram com os anos que o amor que sentiam um
pelo outro era mais do que uma amizade. Decidiram então ficar juntos,
gritando aos quatro ventos o amor que sentiam um pelo outro. Astor com
dezoito anos foi para o quartel e trouxe Elfoni consigo. Arrumou um
emprego para que Elfoni pudesse trabalhar em Santa Cruz do Sul, e ela então
começou a trabalhar como doméstica.
O casal Elfoni e Astor resolveram noivar e no dia 31 de Março de 1973
selaram seu amor. Um ano depois, veio sua primeira filha, Liane, depois
Ernani, Rosane, Erni e por fim Silvana.
Mais tarde veio os netos, Ana Julia, Camila, Eduarda, Eduardo, e José
Pietro que infelizmente Elfoni não conheceu.
No dia 1 de Abril de 1973 o casal se mudou para Rincão del Rey- Rio
Pardo. Sua filha Rosane conta que os pais vieram em uma camioneta velha,
cheia de latas de banha e carregada de mudança. Elfoni e Astor começaram
sua vida juntos a partir daquele dia, com muito amor e dedicação.
Construíram uma família linda e com uma base de honestidade e amor
impecável.
(Elfoni e Astor com todos os seus filhos e neta Ana Julia)
Trabalho, foi o exemplo mais dado para seus filhos e netos, que, vendo
o casal, puderam ver que tudo se constrói com garra e determinação.
(Elfoni e Astor dando leite para os seus porquinhos)
Quando Elfoni e Astor vieram para Rincão del Rel, eles vieram com
toda a cara e a coragem do mundo. Não conheciam ninguém e nem tinham
familiares próximos daquela localidade. Elfoni e Astor eram apenas um casal
de jovens quando foram construir sua família, mas deram conta de tudo, pois
a responsabilidade deles já havia começado muito antes de se casarem.
(Elfoni e Astor)
Plantavam fumo juntos. Astor lembra que a primeira lavoura que
fizeram, foi com cento e vinte mil pés de fumo. Eram dedicados e juntos iam
muito longe. Elfoni gostava do trabalho da lavoura, mas o que ela amava
mesmo era de cozinhar, e era ela quem dominava tudo na cozinha. Adorava
fazer galinhada, pão de milho, cuca, massas, para ela cozinhar era uma
demonstração de amor.
Gostava de ajudar nas festas da comunidade, era uma mulher muito
alegre e transmitia essa alegria pra quem quer que fosse. Elfoni não gostava
de ficar em casa por muito tempo, adorava sair, ou melhor, adorava a
liberdade.
Adorava o ano novo, por que com ele vinha muitos fogos de artificio.
Elfoni adorava os fogos de ano novo e as festas que sua família fazia com
eles, para ela era uma alegria imensa.
(Ano novo em família, com os filhos, netos, e amigos)
Alegre, carinhosa, honesta, trabalhadora e amiga. Tinha o dom de
conquistar a todos. Colecionava amigos, até por que, fazia amizades com
muita facilidade. Para ela, sua família e seus amigos eram um pedacinho
dela. Estar com eles era uma benção e ela fazia de tudo para que isso
acontecesse.
(Elfoni e Astor)
Era colorada de verdade. Elfoni não escondia de ninguém seu amor
pelo Internacional. Não era uma torcedora fanática, mas tinha amor pelo seu
clube, e uma paixão pelo futebol. Quando Astor assistia ao jogo, Elfoni
ficava vibrando e torcendo ao lado dele até os últimos minutos. E, apesar de
gostar muito de futebol, Elfoni optava por um esporte mais ao ar livre, como
uma boa caminhada. Gostava de admirar o colorido e o quão bonito as coisas
eram.
(Elfoni e Astor na praia)
(Elfoni e Astor comemorando seus 25 anos de casados)
“Tudo perdido” dizia Elfoni quando alguém lhe contava algo absurdo
ou até mesmo algo engraçado. Era a maneira que ela encontrava de distração.
Rosane lembra que uma vez havia pego sua bicicleta e posto sua filha em
cima, junto dela. E que sua mãe, Elfoni, havia achado aquilo muito
engraçado e havia dito “tá tudo perdido”. Era uma mulher de risadas longas
e gostava de fazer brincadeiras.
Para Elfoni, ela já havia conseguido realizar todos os seus sonhos.
Tinha um marido maravilhoso ao seu lado, filhos dedicados e netos
amorosos. Tinha a família que havia pedido a Deus.
(Elfoni e Astor com o papai noel no Natal)
Elfoni estava ansiosa demais. Estava nervosa por que o tão sonhado
dia estava chegando. Elfoni e Astor iriam completar quarenta anos de
casados, e ela já havia organizado tudo. O salão já estava marcado, as
cadeiras e as mesas iam estar bem decoradas, ia ter arranjos de flores, painel
para fotos, ia ser perfeito. Elfoni e Astor deram tudo o que tinham para a
realização dessa festa, pois queriam que tivesse tudo o que não puderam ter
em seu casamento.
A festa estava marcada para o dia 06 de Abril de 2013, porém a festa
não chegou a se realizar. Elfoni sofreu um acidente de carro no dia 20 de
Março de 2013, junto com dois tios que também vieram a falecer, e seu
marido Astor, que sobreviveu ao acidente.
Hoje, restam saudades e lembranças de uma vida repleta de amor e
carinho. Elfoni se foi, mas deixou um legado de alegria e bondade para toda
sua família.
“Eu só peço a Deus que onde você esteja, que esteja
bem. Eu sei que você está em paz, por que o que tu pode
fazer aqui tu fez.”
-Rosane
“A grande arma do homem é o amor, pois até em sua
morte existindo o amor em seu coração seu conforto será
para toda eternidade.”
-Alysson Batista