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FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA ANA PAULA GOMES DOS SANTOS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DAS PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS AGRICULTORES DO POVOADO DE ESCOVAL BA GOVERNADOR MANGABEIRA BA 2018

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FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA

CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

ANA PAULA GOMES DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DAS PLANTAS MEDICINAIS

UTILIZADAS PELOS AGRICULTORES DO POVOADO DE ESCOVAL – BA

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018

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ANA PAULA GOMES DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DAS PLANTAS MEDICINAIS

UTILIZADAS PELOS AGRICULTORES DO POVOADO DE ESCOVAL – BA

Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Farmácia da Faculdade Maria Milza como requisito final para obtenção do título de graduada.

Orientadora: Profª. Drª. Vania Jesus dos Santos de Oliveira.

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018

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Santos, Ana Paula Gomes dos

S237a Avaliação da atividade antibacteriana das plantas medicinais utilizadas pelos

agricultores do Povoado de Escoval - BA / Ana Paula Gomes dos Santos. - Governador Mangabeira - BA , 2018.

52 f.

Orientadora: Vania Jesus dos Santos de Oliveira.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Faculdade

Maria Milza, 2018.

1. Plantas Medicinais. 2. Extratos vegetais. 3. Plantas - Conhecimento Popular. I. Oliveira, Vania Jesus dos Santos de, II. Título.

CCD 633.88

Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

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ANA PAULA GOMES DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS AGRICULTORES

DO POVOADO DE ESCOVAL – BA

APROVADA EM ______/_______/_______

BANCA DE APRESENTAÇÃO

__________________________________________

Profª. Dr.ª Vânia Jesus dos Santos de Oliveira

Faculdade Maria Milza - FAMAM

Orientadora

__________________________________________

Larissa de Mattos Oliveira

Faculdade Maria Milza - FAMAM

__________________________________________

Noelma Miranda de Brito

Faculdade Maria Milza - FAMAM

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2018

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AGRADECIMENTOS

Eis que chego ao final de mais uma graduação, com muita luta, garra e

determinação e acima de tudo Fé, por isso, agradeço primeiramente a Deus pelo

dom da vida, por me proteger diariamente pelas estradas a caminho da Faculdade,

por ter me dado forças para superar as dificuldades enfrentadas ao longo dessa

jornada e chegar até onde cheguei. Agradeço aos meus pais Arildete e Adélia que

tanto amo por todo apoio, incentivo e preocupação. A minha filha Lara meu amor

incondicional que me proporciona os melhores momentos, que me renova e me faz

ser melhor dia após dia. Aos meus irmãos João, Marizete, Florice e Patrícia os quais

a todo momento estavam sempre prontos a me ajudar, em especial as minhas irmãs

por cuidar da minha pequenina nos momentos de estudo. A Willean pelo apoio,

incentivo, paciência e ajuda ao longo dessa jornada. A Kailane por sempre se dispor

a cuidar da minha pequena Lara nos períodos de estudos. Aos colegas que

compartilharam comigo os desafios impostos durante essa caminhada. A minha

orientadora Vania pelas oportunidades que ao longo desses anos fizeram ampliar

meus conhecimentos no meio acadêmico e por auxiliar na elaboração deste

trabalho. E aos que mesmo distante se fizeram presentes torcendo por mim. Meu

muito obrigada!

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RESUMO

O conhecimento popular sobre as plantas medicinais tem chamado à atenção dos pesquisadores, pois, possui uma constatação científica, permitindo extensão formal destes usos à população como um todo. Portanto este trabalho tem como objetivo geral analisar extratos vegetais das plantas medicinais utilizadas pelos agricultores familiares do Povoado de Escoval – BA, frente à sensibilidade antibacteriana das bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus e o comparativo farmacológico dessas espécies. Este estudo foi desenvolvido com as plantas mais utilizadas por estes agricultores. Foram testados extratos aquosos nas concentrações 0, 5, 10, 15 e 20%, onde colocou 5 mL do extrato e completando o volume da proveta de 100 mL com o meio Müller Hinton, obtendo a concentração de 5% sendo realizado este processo para as demais concentrações sendo posto 10, 15 e 20 mL do extrato obtendo as concentrações de 10, 15 e 20%. O comparativo farmacológico das plantas medicinais foi realizado a partir das espécies provenientes de um levantamento etnobotânico realizado com os agricultores, a partir dos resultados obtidos as três espécies mais citadas foram realizadas comparação farmacológica com literatura especializada. Segundo os entrevistados, o C. ambrosioides é utilizado para gripe e inflamações, comprovadas cientificamente foram encontradas ação antibacteriana, anti-helmíntica, anti-inflamatória e analgésica, devido à presença do ascaridol princípio ativo com ação analgésica e pode agir contra a gripe, inibindo os sintomas desta patologia. Enquanto o C. citratus é usado para dor de cabeça, hipertensão, segundo a literatura esta espécie possui ação anti-helmíntica, antibacteriana, anti-inflamatória, analgésica e antipirética comprovadas, mas devido à presença do óleo essencial este composto químico pode apresentar ação analgésica atuando sobre a dor de cabeça, além disso, pode provocar hipotensão. A L. alba é utilizada para gripe, dor de cabeça, inflamações, hipertensão. Na literatura evidenciou-se que esta espécie possui ação antibacteriana, sedativa, antiviral contra herpes, devido a presença do óleo essencial este composto químico pode apresentar ação analgésica agindo na dor de cabeça, o citral princípio ativo presente nesta planta pode apresentar ação anti-inflamatória por provocar a inibição de citocina pró-inflamatória, enquanto o princípio ativo citronelol responsável pela atividade anti-hipertensiva da planta. Os extratos aquosos das três espécies vegetais apresentaram atividade antibacteriana contra a bactéria E. coli, em todas as concentrações analisadas. Enquanto para a bactéria S. aureus apenas o extrato aquoso do capim santo ocorreu inibição na concentração de 20%. Portanto conclui-se que diante os dados obtidos evidenciou-se que para o comparativo farmacológico as patologias citadas foram comprovadas cientificamente. Para análise antibacteriana as plantas estudadas apresentaram potencial antibacteriano frente às bactérias testadas, podendo assim realizar estudos na busca de desenvolver novos fármacos com ação antibacteriana. Palavras-chave: Antimicrobianos. Extratos vegetais. Uso popular.

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ABSTRACT

The popular knowledge about medicinal plants has brought to the attention of researchers, because it has a scientific finding, allowing formal extension of these uses to the population as a whole. Therefore, this work has as general objective to analyze plant extracts of the medicinal plants used by the family farmers of Povoado de Escoval - BA, against the antibacterial sensitivity of the bacteria Escherichia coli and Staphylococcus aureus and the pharmacological comparison of these species. This study was developed with the plants most used by these farmers. Aqueous extracts were tested at 0, 5, 10, 15 and 20% concentrations, where 5 mL of the extract was added and the volume of the 100 mL beaker was filled with the Müller Hinton medium, obtaining a concentration of 5%. 10, 15 and 20 mL of the extract were obtained, obtaining concentrations of 10, 15 and 20%. The pharmacological comparison of medicinal plants was carried out from the species coming from an ethnobotanical survey carried out with the farmers, from the results obtained the three most cited species were made pharmacological comparison with specialized literature. According to the interviewees, C. ambrosioides is used for influenza and inflammation, proven scientifically have been found antibacterial, anthelmintic, anti-inflammatory and analgesic action due to the presence of active ingredient ascaridol with analgesic action and can act against influenza by inhibiting the symptoms of this pathology. While C. citratus is used for headache, hypertension, according to the literature this species has proven anthelmintic, antibacterial, anti-inflammatory, analgesic and antipyretic action, but due to the presence of the essential oil this chemical compound can present analgesic action acting on the headache, in addition, can cause hypotension. L. alba is used for flu, headache, inflammation, hypertension. In the literature it was evidenced that this species has antibacterial, sedative, antiviral action against herpes, due to the presence of the essential oil this chemical compound can present analgesic action acting on the headache, the citral active principle present in this plant can present anti-inflammatory action by causing the inhibition of pro-inflammatory cytokine, while the active ingredient citronellol responsible for the antihypertensive activity of the plant. The aqueous extracts of the three plant species presented antibacterial activity against the E. coli bacteria, in all concentrations analyzed. While for the S. aureus bacterium only the aqueous extract of the holy grass occurred inhibition in the concentration of 20%. Therefore, it is concluded that the data obtained showed that for the pharmacological comparison the mentioned pathologies were scientifically proven. For antibacterial analysis, the plants studied presented antibacterial potential against the tested bacteria, and thus could carry out studies in the search of developing new drugs with antibacterial action. Keywords: Antimicrobials. Plant extracts. Popular usage.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01: Estrutura molecular do constituinte químico Citral presente no C. citratus.

.................................................................................................................................. 12

Figura 02: Estrutura molecular do constituinte químico Limoneno presente no L. alba.

.................................................................................................................................. 14

Figura 03: Espécie de C. citratus cultivadas na Associação Ecológica Buriti no

Povoado de Escoval em Feira de Santana – BA. ...................................................... 14

Figura 04: Espécie de L. alba cultivadas na Associação Ecológica Buriti no Povoado

de Escoval em Feira de Santana – BA. ..................................................................... 16

Figura 05: Espécie de C. ambrosioides cultivadas na Associação Ecológica Buriti no

Povoado de Escoval em Feira de Santana – BA. ...................................................... 17

Figura 06: Estrutura molecular do constituinte químico Ascaridol presente no C.

ambrosioides. ............................................................................................................ 18

Figura 07: Placa contendo colônias da bactéria E. coli. ............................................ 22

Figura 08: Placas contendo colônias da bactéria S. aureus. ..................................... 23

Figura 09: Mapa referente à localização da área de estudo. .................................... 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Nome científico, princípio ativo, indicação terapêutica, comprovação

científica e referências das plantas medicinais mais utilizadas pelos agricultores

familiares do Povoado de Escoval Feira de Santana – BA. ...................................... 29

Tabela 2. Unidade Formadora de Colônia (UFC/mL) encontradas no extrato aquoso

do Chenopodium ambrosioides L. (mastruz). ............................................................ 31

Tabela 3. Unidade Formadora de Colônia (UFC/mL) encontradas no extrato aquoso

do Cymbopogon citratus (DC) Stapf (Capim santo). ................................................. 32

Tabela 4. Unidade Formadora de Colônia (UFC/mL) encontradas no extrato aquoso

do Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Erva-cidreira). ...................................................... 33

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LISTA DE SIGLAS

UFC – Unidade Formadora de Colônia

OMS – Organização Mundial da Saúde

SUS - Sistema Único de Saúde

MS – Ministério da Saúde

RENISUS – Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS

MHA – Muller-Hinton Ágar

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 6

2.1 PLANTAS MEDICINAIS ........................................................................................ 6

2.2 CONHECIMENTO TRADICIONAL X CONHECIMENTO CIENTÍFICO ............... 10

2.2.1 Cymbopogon citratus (DC.) Stapf – Capim santo ....................................... 14

2.2.2 Lippia alba (Mill.) N. E. Brown – Erva cidreira .............................................. 15

2.2.3 Chenopodium ambrosioides L. – Mastruz ................................................... 17

2.3 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS VEGETAIS ............................. 18

2.4 RESISTÊNCIA DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS .............................................. 20

2.4.1 Eschericha coli ............................................................................................... 21

2.4.2 Staphylococcus aureus ................................................................................. 23

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 25

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ........................................................................... 25

3.2 COMPARATIVO FARMACOLÓGICO ................................................................. 25

3.3 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA ............................................................................. 26

3.3.1 Determinação de Unidade Formadora de Colônias (UFC) .......................... 26

4 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................... 28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36

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1 INTRODUÇÃO

O uso de plantas medicinais é realizado desde os primórdios, quando os

indivíduos procuravam na natureza a cura para suas patologias, buscando desta

forma a recuperação da saúde e até mesmo a prevenção das doenças aliado a

estas ações o consumo de plantas medicinais para fins terapêuticos e de prevenção

de patologias é considerado a prática medicinal mais antiga na humanidade,

tornando-se o primeiro recurso terapêutico utilizado por povos primitivos

(VALMORBIDA et al., 2014; BRIÃO et al. 2016).

A utilização de plantas medicinais no Brasil, além do uso terapêutico e de

prevenção, é também decorrente das crises econômicas que afetam o país, aliadas

a dificuldade de acesso da população á assistência médica e farmacêutica e ao

custo dos medicamentos industrializados (alopáticos). Assim como, alguns requisitos

colaboram para um elevado consumo de plantas medicinais que são: o baixo custo,

poucos efeitos adversos quando comparados a medicamentos convencionais, fácil

obtenção e formulações caseiras de fácil preparo (MOTA et al., 2015; IBIAPINA et

al., 2014).

De acordo com Lima (2015), o conhecimento popular sobre as plantas

medicinais entre as diversas sociedades tem chamado a atenção dos

pesquisadores, pois, muitas vezes, possui uma constatação científica, permitindo a

extensão formal destes usos à população como um todo.

Um amplo avanço científico tem-se alcançado envolvendo estudos

farmacológicos e químicos de plantas medicinais, na busca de se obter novos

compostos com propriedades terapêuticas (SOUZA et al., 2015).

Em virtude da ação metabólica secundária, as plantas medicinais possuem a

capacidade de produzir substâncias antibióticas, antioxidantes as quais são

empregadas como forma de proteção contra predação por microrganismos

(FURTADO et al., 2015).

Diante das informações expostas acima será que as plantas medicinais

Chenopodium ambrosioides, Cymbopogon citratus e Lippia alba utilizadas pelos

agricultores do Povoado Escoval têm ações farmacológicas comprovadas e ação

antibacteriana?

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No intuito em responder a este questionamento, tem-se como objetivo geral

analisar atividade antibacteriana de extratos vegetais das espécies Chenopodium

ambrosioides, Cymbopogon citratus e Lippia alba utilizadas pelos agricultores

familiares do Povoado de Escoval – BA frente à sensibilidade antibacteriana e o

comparativo farmacológico dessas espécies. Sendo os objetivos específicos

correlacionar às plantas medicinais mais citadas com suas ações farmacológicas;

avaliar atividade antibacteriana do extrato aquoso das plantas medicinais sobre a

bactéria Escherichia coli e Staphylococcus aureus; realizar a contagem do número

de Unidades Formadoras de Colônias nas diferentes concentrações do extrato

aquoso.

Este estudo se justifica, pois ao fazer uso das plantas medicinais, se faz

necessário a realização de pesquisas científicas que comprovem sua ação

farmacológica e sua atividade antibacteriana para que estas sejam utilizadas pela

população de forma segura e adequada, proporcionando assim um resultado

benéfico e satisfatório.

Este trabalho é de fundamental importância para área farmacêutica, pois,

busca ampliar o conhecimento conforme os estudos realizados sobre a eficácia das

plantas medicinais perante a utilização da população, e com isso, através das

pesquisas científicas, proporcionarem descobertas de novos princípios ativos

mediante as plantas analisadas conforme a sua qualidade para consumo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PLANTAS MEDICINAIS

De acordo com a RDC nº 10, 09 de março de 2010, são consideradas plantas

medicinais as que se apresentam definidas como uma droga vegetal, que seja

apresentada na planta ou em alguma parte dela substâncias responsáveis por uma

ação terapêutica (BRASIL, 2010).

Desde os primórdios, há relatos da utilização de plantas para fins medicinais,

com o decorrer da evolução humana, acumularam-se conhecimentos em relação ao

ambiente, que trouxe experiências em relação ao uso das plantas para fins

terapêuticos de cura ou alívio de enfermidades (GONÇALVES, 2016).

O homem primitivo, ao ir a busca por plantas medicinais para seu alimento, foi

encontrando espécies com ação tóxica ou medicinal, com isso deu-se início a uma

sistematização empírica dos seres vivos, de acordo com o uso que podia fazer delas

(OLIVEIRA; ROCHA, 2016).

As antigas civilizações já realizavam o uso das plantas medicinais, umas

como alimento e outras como remédio, e através de seus conhecimentos sobre as

plantas, obtiveram sucessos e fracassos, sendo que, muitas vezes, elas curavam e,

em outras, produziam efeitos colaterais (FURTADO et al., 2015).

O consumo popular de plantas medicinais é uma técnica antiga, a qual foi

sendo propagada através da oralidade de sucessiva geração. A comunicação por

meio da forma oral é que difere do científico, o qual é transmitido por meio da

escrita. Nesse sentido, o conhecimento tradicional somente pode ser explanado

dentro do contexto cultural em que foi gerado. E em muitas comunidades

tradicionais, a cultura das plantas medicinais constitui-se como uma opção para os

cuidados primários da saúde (FERREIRA et al., 2015).

Sabe-se que as populações tradicionais possuem uma interação muito forte

com o meio a sua volta e, portanto, são detentoras de conhecimentos milenares que

são repassados de geração para geração ficando a família como principal fonte de

informação (DAVID; PASA, 2015).

Uma elevada parcela da população mundial apresenta confiança nos métodos

tradicionais referentes aos cuidados diários com a saúde e cerca de 80% dessa

população, principalmente dos países em desenvolvimento, acreditam nos derivados

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de plantas medicinais para seus cuidados com a saúde. Cerca de 25% de todas as

prescrições médicas são formulações baseadas em substâncias oriundas destas

plantas (FIRMO et al., 2011).

No Brasil, o consumo de plantas medicinais possui como característica a

utilização empírica baseada no senso comum com poucas evidências científicas

apropriadas. Além do que, outros fatores como: intoxicação, reações alérgicas,

tratamento não eficaz, podem esta relacionados ao consumo inadequado dessas

espécies vegetais, além de erros na identificação das plantas utilizadas ou à forma

como são cultivadas, colhidas, armazenadas, conservadas ou preparadas,

acarretando no uso irracional de plantas medicinais (CAETANO et al., 2015).

No início da década de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS)

anunciou que 65-80% da população dos países em desenvolvimento dependiam das

plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde. As

plantas medicinais possuem princípios ativos produzidos durante o metabolismo da

planta, que lhe atribuem a ação terapêutica (NUNES et al., 2015).

No Brasil, a variedade de plantas é bastante alta e muitas delas são usadas

pela medicina em diversos campos da saúde apresentando princípios ativos

inibitórios contra microrganismos, com isso, pesquisas para esse fim são de grande

valia, principalmente como forma natural na terapêutica de doenças com um custo

muito menor que os demais medicamentos (VERDERIO; WEBER, 2017).

Na região Nordeste do Brasil, pesquisas sobre plantas medicinais ainda são

escassas. Há pouco tempo atrás, foi realizado estudo em bairro urbano da cidade de

Parnaíba, norte do Piauí, no qual os autores verificaram que as plantas medicinais

representam um forte recurso para a população estudada no tratamento das mais

variadas enfermidades, sendo perceptível um grau bem considerável de uso

(SANTOS et al., 2016).

Nesta região estudos sobre plantas medicinais se encontram intensificadas,

sobretudo em áreas de caatinga no estado de Pernambuco, no entanto, ainda são

poucos os estudos realizados em outros estados nordestinos. O Ceará apresenta

cerca de 46% de plantas xerófilas da caatinga, algumas delas endêmicas e ainda

pouco exploradas pela farmacologia, mas que são conhecidas e utilizadas na

medicina tradicional (RIBEIRO et al., 2014).

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Portanto acredita-se que o cuidado realizado por meio de plantas medicinais

seja favorável à saúde humana, desde que o indivíduo apresente um conhecimento

prévio de sua finalidade, riscos e benefícios (BADKE et al., 2011).

Segundo Madeiro e Lima (2017) faz-se necessário buscar averiguar o grau de

conhecimento que essas pessoas têm sobre o uso dessa medicina popular, pois na

maioria das vezes necessita de comprovações científicas, ou acaba sendo apenas

embasadas no empirismo.

As comunidades rurais estão diretamente ligadas ao consumo das plantas

medicinais, por estas serem, na maioria das vezes, o único recurso disponível para o

processo terapêutico de doenças na região, à medida que a relação com a terra

passa por uma modernização e o contato com centros urbanos se intensifica, a rede

de transmissão do conhecimento sobre plantas medicinais pode sofrer modificações,

sendo necessário a realização do resgate deste conhecimento e dos procedimentos

terapêuticos, como uma maneira de deixar registrado este modo de aprendizado

informal (ROQUE; ROCHA; LOIOLA, 2010).

O reconhecimento e o resgate do saber local sobre as plantas medicinais são

de grande relevância em comunidades rurais e urbanas, pelo fato dos

medicamentos caseiros surgirem como opção de cura, muitas vezes a única devido

à falta de outros recursos para cuidar da saúde (SANTOS et al., 2015b).

As plantas medicinais são usadas e recomendadas como prática de grande

relevância e cuidado à saúde entre as agricultoras, as quais realizam a troca de

seus saberes entre si e com os demais membros da comunidade (PIRIZ et al.,

2014).

Na família, a mulher agricultora é a receptora dos saberes tradicionais

repassados entre as gerações, fazendo com que predomine as queixas e as práticas

de cura, ocasionando a manipulação e preservação das plantas medicinais,

produzindo chás, pomadas e xaropes para as mais distintas doenças, incluindo os

desconfortos do corpo, tornando-se, assim, uma referência no cuidado familiar e da

comunidade (LIMA et al., 2014a).

Em muitas comunidades, o consumo das plantas medicinais é o principal

recurso para o processo terapêutico de diversas patologias, além de trazer uma

grande economia para as famílias. No entanto, é preocupante o uso indiscriminado

que muitas pessoas fazem das plantas medicinais, sem saber do risco, pois muitas

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destas plantas apresentam toxicidade elevada e precisam ser utilizadas de maneira

correta (KOVALSKI; OBARA, 2013).

Existem uma vasta pesquisa à cerca da eficácia de diferentes plantas

utilizadas pela população, as quais ainda não se conhecem a existência de

interações e interferências benéficas ou maléficas ao organismo no consumo

combinado dessas plantas (TELES; COSTA, 2014).

A Organização Mundial de Saúde declara ser de grande relevância que se

realizem pesquisas experimentais a respeito das plantas utilizadas para fins

medicinais e de seus princípios ativos, a fim de garantir sua eficácia e segurança

terapêutica (BATTISTI et al., 2013).

Segundo esta ideia as plantas medicinais, como fonte de tratamento para

diversas doenças, tem despertado o interesse para as investigações na intenção de

desenvolver fitoterápicos, de documentar as plantas, entender como elas são

percebidas nas comunidades, identificar a importância delas no contexto da

medicina tradicional e de sua incorporação no setor de saúde pública,

principalmente na Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde

- SUS (PIRES et al., 2014).

Destaca-se a Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 971/2006, que possui

como objetivo expandir as opções terapêuticas aos usuários do SUS, garantindo o

acesso a plantas medicinais, a fitoterápicos e a serviços relacionados à fitoterapia,

com segurança, eficácia e qualidade. Com isso, a Relação Nacional de Plantas

Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) oferece 71 espécies dentre as plantas

mais utilizadas, com o intuito de auxiliar pesquisas para o uso racional e seguro das

plantas medicinais, dentre elas estão a Lippia sidoides, Chenopodium ambrosioides,

Punica granatum as quais possuem ação antimicrobiana (ALCANTARA; JOAQUI;

SAMPAIO, 2015).

Em 2006 foi criada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos,

através do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006 com a intenção de estabelecer

como algumas de suas diretrizes: promover e garantir a segurança, eficácia e

também a qualidade no acesso tanto das plantas medicinais quanto dos

fitoterápicos; promover e reconhecer práticas populares de uso de plantas

medicinais e de remédios caseiros além de promover a adoção de boas práticas de

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cultivo e manipulação de plantas medicinais e de produção e manipulação de

fitoterápicos (BRASIL, 2006).

O Brasil tem elevado de forma significativa às pesquisas de plantas

medicinais com atividade antimicrobiana, no entanto esse número ainda é pequeno

quando se observa a biodiversidade brasileira. Essa ação antimicrobiana provém de

compostos presentes nos vegetais como: terpenóides, óleos essenciais, alcaloides,

lectinas, polipeptídeos, substâncias fenólicas e polifenóis (ALENCAR et al., 2015b).

2.2 CONHECIMENTO TRADICIONAL X CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O conhecimento e uso popular das plantas medicinais as quais podem ter

distintas implicações como: resgatar o patrimônio cultural tradicional, garantindo a

sobrevivência e perpetuação do mesmo; otimizar os usos populares correntes,

desenvolvendo preparados terapêuticos (remédios caseiros) de baixo custo;

estruturar os conhecimentos tradicionais de maneira a utilizá-los em procedimentos

de desenvolvimento tecnológico (CAETANO et al., 2014).

Portanto existe a necessidade de pesquisas etnobotânicas em comunidades

rurais na busca de catalogar as espécies vegetais usadas na medicina popular

resgatando os saberes e a relação que estas populações têm com as plantas

(ALVES; POVH, 2013).

O saber tradicional sobre o uso das plantas é amplo e em diversos casos, a

única solução disponível que a população rural de países em desenvolvimento tem

ao seu alcance. As plantas utilizadas como medicamento quase sempre têm posição

predominante e significativa nos resultados das investigações etnobotânicas de uma

região ou grupo étnico (LEITE; MARINHO, 2014).

O conhecimento tradicional é uma herança de grande valia para as

comunidades e culturas que os desenvolvem e os conservam, além disso,

contempla de forma significativa, dados para as sociedades de todo o mundo, e este

pode ser definido como o conjunto de saberes e saber-fazer a respeito do mundo

natural e sobrenatural, conduzido por meio da oralidade, de geração em geração

(LISBOA et al., 2017).

A utilização das plantas com a finalidade medicamentosa é muito frequente

entre a população mais pobre, sendo cultivadas e até comercializadas, o que

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contribui com a exposição do seu efeito de acordo com o uso popular, despertando o

interesse de estudos sobre uma determinada espécie, ligando o conhecimento

popular a medicina (SANTOS et al., 2015b).

A população de baixa renda é o principal consumidor, devido à condição

financeira, não proporciona um tratamento convencional com uso de medicamentos,

e essas pessoas são as que correm o maior risco de uso irracional e perigoso das

plantas medicinais, pois elas não possuem o conhecimento sobre sua toxicidade,

efeitos colaterais e contra indicações, sendo comum o pensamento que “produtos

naturais não representam perigo a saúde” (BRANDÃO, 2016).

O saber sobre a capacidade terapêutica dos vegetais tem desenvolvido o

interesse científico, proporcionando novas oportunidades para o controle e processo

terapêutico de diversas patologias (FERREIRA et al., 2014). O conhecimento

popular pode oferecer informações de grande relevância que contribui para novas

descobertas científicas e as pesquisas acadêmicas podem gerar novos

conhecimentos sobre as propriedades terapêuticas das plantas utilizadas como

medicinais (BATTISTI et al., 2013).

Práticas relacionadas ao uso popular de plantas medicinais são o que

diversas comunidades possuem como opção viável para o tratamento de patologias

ou manutenção da saúde. A maioria dessas plantas é usada com base no

conhecimento popular, observando-se a carência do conhecimento científico de

suas propriedades farmacológicas e toxicológicas (FIRMO et al., 2011).

A cultura da utilização e cultivo de plantas medicinais, em comunidades do

interior, estabelece um importante recurso local para a saúde e sustentabilidade do

meio ambiente rural. Entretanto, é de suma importância a orientação quanto a

plantação e manejo apropriado das plantas medicinais, pois a complementação do

conhecimento popular e científico sobre o cultivo e a utilização de plantas medicinais

é de grande relevância para sua segurança e eficácia (FLOR; BARBOSA, 2015).

A busca pelo consumo de plantas a partir do conhecimento popular já

existente, diversas vezes aprovado pelo uso frequente, tem direcionado muitos

estudos, portanto, uma elevada parcela da população utiliza plantas medicinais sem

o conhecimento de sua toxicidade, forma de preparo ou indicação clínica (LIMA et

al., 2014b).

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Considerando que inúmeras pesquisas confirmam que as plantas medicinais

possui um alto valor terapêutico e tem propriedades reconhecidas de cura,

prevenção, diagnóstico ou tratamento de sintomas de patologias seu uso traz

benefícios e é recomendado. No entanto, alguns estudos mostram que diversas

dessas plantas possuem substâncias maléficas e, por essa razão, devem ser

utilizadas com cuidado, respeitando seus riscos toxicológicos (BALBINOT et al.,

2013).

Segundo Silva Leandro et al., (2017) a população utiliza o capim-santo como

calmante e foi confirmando na literatura que o chá da folha de Cymbopogon citratus

utilizado como calmante e de ação espamolítica suave, tem sua composição química

baseada no seu princípio ativo o citral (Figura 1).

A análise qualitativa do óleo essencial mostra que os componentes

majoritários presentes no óleo são o neral e o geranial. A mistura desses dois

isômeros forma o citral, principal constituinte do óleo essencial. O alfa citral e o beta

citral são aldeídos monoterpênicos tricíclicos, chamados somente de citral

(FURTADO et al., 2015).

Figura 01: Estrutura molecular do constituinte químico Citral presente no C. citratus.

Fonte: http://principo.org/farmacognosia-princpios-ativos-de-plantas.html

De acordo com Oliveira e Rocha (2016), em sua pesquisa os entrevistados

relataram que a erva-cidreira era utilizada para problemas de pressão alta, cólicas

menstruais, calmante, insônia, dor de cabeça, febre, inflamação, gripe e dores

estomacais. Sendo comprovado na literatura que esta espécie possui ação

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calmante, combate a cólicas intestinais, anorexia, febre, afecções intestinais e a

gripe além de combater dores de cabeça, problemas digestivos.

Luca et al., (2014), aborda que a população relatou que o C. citratus é usado

para resfriado no entanto na busca por comprovações científicas notou-se que esta

espécie possui atividade antidiarréica, anti-hipertensivo, anticonvulsivante e anti-

inflamatório.

Conforme Almeida Neto et. al. (2015), a C. ambrosioides L. (Mastruz), é

conhecida na literatura farmacológica como planta de toxicidade estabelecida, no

entanto não foram registrados grandes prejuízos à população. Esta espécie possui

uma vasta utilização no nordeste brasileiro para tratamento de gripe, asma,

problemas pulmonares, cicatrizar ossos e ferimentos, dor nas pernas, Inflamação do

fígado, gastrite, gripe, impotência masculina, inflamação nos rins, tuberculose, úlcera

inflamada, problemas no útero, vermes.

Rodrigues e Andrade (2014) apontam que a C. ambrosioides é citada em

diversas pesquisas sobre plantas medicinais como uma das espécies mais

apontadas pelos entrevistados, indicada como anti-inflamatória, peitoral,

estomáquica, antituberculosa, acalma a tosse. Sua utilização pela população é muito

antiga e a espécie está inscrita na Farmacopéia Brasileira volume 1, onde consta

como parte usada a essência obtida dos ramos floridos e frutificados, devendo

conter, no máximo, 80% de ascaridol.

Oliveira et al., (2011) abordam em suas pesquisas que as folhas da L. alba

(Verbenaceae) são utilizadas na forma de infusão em casos de cólica e má digestão.

No entanto na literatura foi mencionado que esta espécie possui atividade

analgésica, espasmolítica e antibacteriana isto porque esta planta apresenta como

constituintes químicos alguns terpenos como limoneno, linalol, mirceno, dentre

outros.

Na medicina popular, assim como na terapêutica, plantas contendo derivados

terpênicos têm sido usadas como sedativas, tranquilizantes e anticonvulsivantes.

Compostos como linalol, limoneno possuem ação anticonvulsivante (Figura 2),

enquanto o mirceno, atividade analgésica (BASTOS, 2014).

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Figura 02: Estrutura molecular do constituinte químico Limoneno presente no L. alba.

Fonte: http://principo.org/farmacognosia-princpios-ativos-de-plantas.html

2.2.1 Cymbopogon citratus (DC.) Stapf – Capim limão

O capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.), é uma planta perene,

herbácea, pertencente à família Poaceae (Figura 3), que tem origem nas regiões

tropicais e semi-tropicais da Ásia, mas que se adapta bem nas América do Sul e do

Norte, na África e em outros continentes tropicais (AMARANTE et al., 2012).

Figura 03: Espécie de C. citratus cultivadas na Associação Ecológica Buriti no

Povoado de Escoval em Feira de Santana – BA.

Fonte: Autor

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Esta planta é popularmente conhecida no Brasil como capim-santo, capim-

limão, capim-cheiroso, capim cidreira, capim-cidrão, citronela-de-java, erva-cidreira e

capim-cidró (LUCENA et al., 2015).

Mediante as pesquisas de Amarante et al. (2012), experimentos

farmacológicos efetuados em animais, junto a análises microbiológicas, comprovam

que os principais resultados terapêuticos do capim limão são referentes com as

atividades estomacal, analgésica, antiespasmódica, e antimicrobiana.

Estudos farmacológicos têm apontado que o princípio ativo citral presente no

C. citratus apresenta atividades antioxidante, anti-inflamatória, espasmolítica,

antimicrobiana, larvicida e repelente. Além disso, pesquisas também tem

demostrado que o citral possui efeitos sobre o Sistema Nervoso Central, tais como

sedativo e anticonvulsivante (MOREIRA, 2013).

Várias citações sobre a atividade antimicrobiana de óleos essenciais estão

acessíveis na literatura, essa atividade é conferida à presença de compostos

fenólicos e terpenos, que na sua configuração pura têm indicado ação antibacteriana

e antifúngica (MACHADO et al., 2015).

2.2.2 Lippia alba (Mill.) N. E. Brown – Erva cidreira

A L. alba pertencente à família Verbenaceae, têm sua origem nas Américas

do Sul e Central, é uma planta medicinal aromática. Popularmente é conhecida

como: erva cidreira, erva-cidreira-do-campo, falsa-melissa, alecrim-do-campo,

alecrim-selvagem, cidreira-brava (Figura 4). É um dos vegetais de grande relevância

farmacológica, sendo utilizada nos programas de fitoterapia. É uma planta

promissora para as indústrias farmacêutica, aromáticas e perfumes, devido aos seus

potenciais confirmados como, antifúngica, inseticida e repelente (TAVARES et al.,

2011; SOUZA, 2017).

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Figura 04: Espécie de L. alba cultivadas na Associação Ecológica Buriti no Povoado de Escoval em Feira de Santana – BA.

Fonte: Autor

A utilização de plantas do gênero Lippia na medicina popular, geralmente

envolve o uso de folhas, flores e partes aéreas dispostas sob a forma de infusão ou

decocção e administrados por via oral, sendo indicadas para o tratamento de

patologias dos sistemas respiratório e digestivo, além do tratamento de infecções

(SILVA et al., 2015a).

A L. alba possui um rico potencial farmacológico que está relacionado à

ampla variação na composição química de seu óleo essencial. Essa variação leva a

classificação desta espécie em quimiotipos, que são denominados de acordo com o

componente químico majoritário presente em seus óleos essenciais que são carvona

e limoneno (SANTOS; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2018).

A erva-cidreira é composta por diversos metabólitos secundários os quais

desempenham algumas ações dentre eles o citral, este composto possui

determinadas atividades farmacológicas comprovadas cientificamente, tais como

atividade antibacteriana, antifúngica, antiparasitária, sedativa e expectorante,

espasmódica e diurética. Enquanto o limoneno apresenta as seguintes ações

farmacológicas: atividade antimicrobiana, atividade antifúngica e atividade

antitumoral (MILFONT et al., 2017).

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2.2.3 Chenopodium ambrosioides L. – Mastruz

A utilização medicinal de C. ambrosioides foi descrito pela primeira vez na

literatura europeia no século XVIII, quando o botânico sueco Peter Kalm refere-se o

uso das ervas pelos nativos e pelos europeus nas colônias americanas para o

tratamento do verme intestinal Ascaris sp. Porventura essa seja a planta mais

apreciada pelos indígenas americanos com características anti-helmíntica (SÁ,

2013).

A C. ambrosioides é uma planta herbácea do gênero Chenopodium, que

pertence à família Chenopodiaceae (Figura 5), a qual é composta por mais de 100

gêneros de ampla distribuição mundial (SÁ; SOARES; RANDAU, 2015).

C. ambrosioides (Amaranthaceae) tem sua origem nas Américas Central e do

Sul, sendo analisada atualmente como uma espécie cosmopolita, silvestre ou

cultivada; sua altura pode chegar até um metro, tem forte odor aromático. O nome é

originário do grego chen (ganso) e podus (pé) e se deve ao fato das folhas de

algumas espécies se assemelharem a pés de ganso. A espécie também é

conhecida como: mastruz, erva-de-santa-Maria, lombrigueiro quenopódio (SILVA et

al., 2015b).

Figura 05: Espécie de C. ambrosioides cultivadas na Associação Ecológica Buriti no Povoado de Escoval em Feira de Santana – BA.

Fonte: Autor

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O sumo do C. ambrosioides dispõe de atributos como vermífuga e

antimicrobiana, por proporcionar em sua composição um peróxido volátil designado

ascaridol que é seu princípio ativo (SOUZA et al., 2015).

De acordo com Oliveira et al. (2015) o princípio ativo ascaridol presente no C.

ambrosioides tem propriedades antiparasitária, antimalárica, antifúngica,

hipotensora, relaxante muscular, estimulante respiratório, depressora cardíaca,

antibacteriana, antitumoral e atividade analgésica com comprovações científicas.

Segundo Santos-Lima et al. (2016) o mastruz foi uma das espécies mais

citadas nos trabalhos sobre plantas medicinais com ação antiparasitária. A ação

anti-helmíntica desta planta tem sido atribuída ao ascaridol, constituinte

predominante do óleo essencial (Figura 6).

Figura 06: Estrutura molecular do constituinte químico Ascaridol presente no C. ambrosioides.

Fonte: https://chem.nlm.nih.gov/chemidplus/rn/512-85-6

2.3 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS VEGETAIS

As plantas medicinais são amplamente utilizadas pelos indivíduos para a

realização de terapias contra infecções, e isto fez com que atraísse a atenção de

diversos núcleos de pesquisa para o estudo dessa atividade, tendo em vista o

isolamento de novas moléculas com atividade antibacteriana, ou a otimização do

uso dessas plantas. Com isso o uso de extratos vegetais para a modulação da

resistência bacteriana a antimicrobianos tem sido estudado, obtendo-se resultados

promissores (ALENCAR et al., 2015a).

Ascaridol

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O uso de extratos vegetais com ação antimicrobiana conhecida pode alcançar

significado nas intervenções terapêuticas. Desenvolvem-se diversas pesquisas, em

diferentes países, a fim de se obter comprovações da sua eficácia. Várias linhagens

vegetais têm sido utilizadas, por possuir características antimicrobianas, por meio de

compostos sintetizados pelos metabólitos secundário da planta. O reconhecimento

destes produtos se dá devido ao reconhecimento das suas substâncias ativas, como

é o caso dos compostos fenólicos, que compõe os óleos essenciais e dos taninos

(LOGUERCIO et al., 2005).

Devido a sua ação metabólica secundária, as plantas medicinais possuem a

capacidade de gerar substâncias antibióticas usadas como proteção contra

predação por microrganismos. Há séculos as especificidades antimicrobianas

dessas substâncias também são reconhecidas de forma empírica, no entanto

apenas recentemente estão sendo realizados estudos com o objetivo de obter

comprovações científicas. Pesquisas realizadas a respeito de ações antimicrobianas

de extratos e óleos essenciais com plantas nativas têm sido citadas em vários

países, até mesmo no Brasil, onde há uma flora diversificada e rica tradição no uso

de plantas medicinais como antibacteriano, antifúngico, anti-inflamatório (FERREIRA

et al., 2014).

Estudos sobre a ação antibacteriana de extratos vegetais frente a variados

microrganismos deixam comprovar que as plantas medicinais possuem potencial

para o tratamento terapêutico, embora diversos extratos não apresentem

investigações científicas mais precisas (CARVALHO et al., 2014).

A busca pela descoberta de extratos vegetais com diversas atividades

biológicas tem proporcionado um grande aumento nos últimos anos. Em função

disso as plantas que apresentam atividade antimicrobiana também são de suma

importância, devido ao fato de diversos microrganismos oferecerem resistência, não

somente aos antibióticos já pré-estabelecidos, como também aos de última geração,

ocasionando crescente problema de saúde pública mundial (SILVA et al., 2012).

Há pouco tempo, a resistência bacteriana vem sendo considerada como um

crescente problema de saúde pública mundial e o maior empecilho para o sucesso

terapêutico visto a contínua diminuição do número de antibióticos válidos disponíveis

(ELLER et al., 2015).

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20

Estudos voltados para a avaliação de produtos naturais como terapêuticos e

principalmente com ação antimicrobiana devem ser incentivados na intenção de criar

novos fármacos (RIBEIRO et al., 2009).

2.4 RESISTÊNCIA DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS

Estudos tem fortalecido as verificações sobre os fitoterápicos com a finalidade

de oferecer um processo terapêutico alternativo de controle bacteriano. As

pesquisas acerca desses agentes são de grande importância no campo da saúde

tendo em vista que se buscam, mundialmente, substâncias com um menor efeito

tóxico e com maior eficácia contra a resistência bacteriana e capazes de combater

novos patógenos (PINHO et al., 2011).

A busca por novos agentes antimicrobianos se faz necessária devido ao

aparecimento de microrganismos resistentes. Pesquisas sobre agentes

antimicrobianos tem grande abrangência, sendo ponto crucial em vários setores do

campo farmacêutico. E as plantas medicinais têm sido frequentemente utilizadas no

tratamento de diversas patologias, constituindo assim uma fonte de grande

relevância de novos componentes biologicamente ativos. Os componentes

antimicrobianos presentes nas plantas medicinais podem inibir o crescimento

bacteriano por diversos mecanismos de ação possuindo um significativo valor clínico

(GUEDES et al., 2009).

Devido a crescente resistência aos antimicrobianos, bem como o elevado

custo e a dificuldade de acesso de algumas populações no Brasil a esses

medicamentos, torna-se fundamental o desenvolvimento de novos medicamentos

que possibilitem uma diminuição de efeitos adversos e dos riscos de intoxicação por

uso inadequado, bem como apresentem um custo acessível para a população.

Neste contexto, algumas plantas podem representar uma excelente fonte para a

busca de novos compostos, visto que a flora brasileira é altamente diversificada em

espécies (GUIMARÃES et al., 2017).

Portanto, devido à seleção de microrganismos patogênicos mutantes

resistentes a esses compostos, pesquisas a cerca de propriedades antibacterianas

de extratos de plantas e de substâncias isoladas de plantas é de grande relevância,

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no que diz respeito ao uso de antimicrobianos em medicina humana (DUTRA et al.,

2016).

A ação antimicrobiana de plantas medicinais é uma importante alternativa

para a obtenção de resultados positivos contra microrganismos resistentes. Tal

importância fundamenta-se no fato de que os antibióticos vegetais apresentam uma

estrutura química presente no óleo essencial que pode regular o metabolismo

intermediário de patógenos, alterando estruturas de membranas ou mesmo ativando

ou bloqueando reações e síntese enzimáticas, interferindo na permeabilidade da

membrana citoplasmática, causando perdas de constituintes celulares, danificando

sistemas enzimáticos, inativando ou destruindo o material genético de bactérias e

ocasionando lise da parede celular (PEREIRA et al., 2014; SANTOS et al., 2017).

Devido ao aumento da resistência de S. aureus a diversos antimicrobianos,

diferentes linhas de pesquisa têm conduzido estudos sobre drogas alternativas com

o objetivo de controlar a disseminação das linhagens resistentes. Vários grupos

desenvolvem pesquisa sobre o princípio ativo derivado de plantas e os resultados

têm sido bastante promissores e estabelece uma nova fonte de substâncias para o

desenvolvimento de medicamentos (BRAGA; SILVA, 2007).

Nos últimos tempos a necessidade de descobertas de novos antimicrobianos,

ocorre principalmente pelo fato de buscar substâncias com uma menor toxicidade e

maior eficiência contra a resistência bacteriana podendo estas serem capazes de

combater novos patógenos. E dentre as espécies bacterianas utilizadas para

avaliação de potenciais antimicrobianos destacam-se E. coli e S. aureus por serem

causadores de infecções frequentemente associadas a doenças respiratórias e

infecções urinárias, além de apresentarem fácil resistência a antibióticos que

usualmente são utilizados em combate a infecções ocasionadas por essas bactérias

(CAVALCANTE et al., 2013).

2.4.1 Eschericha coli

A E. coli encontra-se amplamente difundida na natureza, tendo como habitat

principal o trato intestinal de animais de sangue quente, esta bactéria é referenciada

ainda hoje como indicador de contágio fecal, principalmente em alimentos, por ser

de fácil representação e diagnóstico (WIEST et al., 2009).

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E. coli é uma bactéria Gram-negativa, anaeróbia facultativa, pertencente à

Família Enterobactereacea (Figura 7). Entre os bacilos Gram-negativos, é o principal

agente etiológico de infecções da corrente sanguínea, sejam comunitárias ou

hospitalar, também já foi descrita na literatura que esse agente microbiano é o

principal responsável pelos casos de infecções urinárias nas mulheres, por serem

patogênicas pode causar infecções intestinais e extra-intestinais, sendo as principais

fontes de infecção os alimentos e a água (SOUZA et al., 2015).

Figura 07: Placa contendo colônias da bactéria E. coli.

Fonte: Autor

Muitas doenças são transmitidas por alimentos, entre elas podemos ressaltar

as de origem bacteriana, com destaque para as causadas por E. coli, microrganismo

pertencente ao grupo dos coliformes (DIAS et al., 2010).

Sousa et al. (2016) verificaram que pesquisas com extrato aquoso de

sementes da Moringa oleifera Lam. foram capazes de inibir o crescimento da

bactéria E. coli.

Simonetti et al. (2016) compararam os resultados da pesquisa obtidos a partir

do extrato da espécie vegetal, onde observou que os extratos da espécie de

Eugenia anomala apresentaram melhor potencial de ação antimicrobiana frente a E.

coli.

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23

2.4.2 Staphylococcus aureus

O S. aureus envolve um grupo de bactérias gram-positivas agrupadas em

cachos ou aglomerados de células arredondadas – cocos (Figura 8). É

constantemente encontrada na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis,

também pode ser localizado no ambiente circulatório do ser humano, ficando o

próprio ser humano como seu principal reservatório causando infecção (ALMEIDA et

al., 2016).

Figura 08: Placas contendo colônias da bactéria Staphylococcus aureus.

Fonte: Autor

De acordo com Costa et al. (2011) a bactéria S. aureus pode ser intermitente

ou permanentemente presente na microbiota de narinas, pele, garganta e trato

gastrintestinal de algumas pessoas.

Entre as bactérias contaminantes de alimentos e referidas como agentes

causadores de patologias veiculadas por alimentos, pode-se citar S. aureus, a qual é

responsável por ocasionar surtos de toxinose (MILLEZI et al., 2014).

Esta bactéria pode ocasionar diversos processos infecciosos, desde uma

infecção cutânea até uma infecção sistêmica grave. Com isso a partir da década de

Page 32: FAMAM - FACULDADE MARIA MILZA CURSO DE BACHARELADO …

24

70, o S. aureus passou a ser um patógeno emergente nas infecções hospitalares,

pois as cepas isoladas proporcionavam resistência aos antibióticos β-lactâmicos

(COSTA, 2016).

Além disso, o S. aureus podem ser responsáveis por diversos processos de

infecção hospitalar e infecções oportunistas, sobretudo, aquelas referentes a casos

de imunodeficiências (BRAGA; SILVA, 2007).

De acordo com Furtado et al. (2015), o infuso das folhas secas de capim

santo apresentou atividade contra S. aureus e E. coli, enquanto que a decocção

destas folhas secas evidenciou atividade frente ao S. aureus, obtendo-se, para

ambos, halos de inibição formados inferiores ao padrão cloranfenicol.

Segundo Arantes et al. (2016), verificou que um estudo realizado com o

extrato aquoso produzido através das folhas de Azadirachta indica a qual destacou

forte atividade inibitória contra a bactéria S. aureus.

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25

3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

Este estudo foi desenvolvido com as plantas utilizadas pelos agricultores

familiares residentes no Povoado de Escoval o qual faz parte do Distrito de

Humildes, que pertence a cidade de Feira de Santana no estado da Bahia distante

108 quilômetros da capital Salvador, localizada na planície do rio Jacuípe entre o

recôncavo e o semiárido baiano do nordeste fazendo divisa com outros doze

municípios do estado.

Figura 09: Mapa referente à localização da área de estudo.

Fonte: maps.google.com.br, 2018.

3.2 COMPARATIVO FARMACOLÓGICO

O comparativo farmacológico das plantas medicinais foi realizado a partir das

espécies proveniente de um levantamento etnobotânico realizado com os

agricultores familiares do Povoado de Escoval Feira de Santana – BA. A pesquisa foi

aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Maria Milza, nº do

parecer 2.175.555, atendendo a todos os princípios éticos contidos na Resolução Nº

466/12. Foram entrevistados 73 agricultores familiares e a partir dos resultados

obtidos, foram apontadas 124 etnoespécies, as três espécies mais citadas foram

realizadas a comparação farmacológica literaturas especializadas.

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3.3 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA

3.3.1 Determinação de Unidade Formadora de Colônias (UFC)

Foram utilizadas as bactérias E. coli (LB 25922) e S. aureus (CCCD S009),

existentes no Laboratório de Microbiologia da Faculdade Maria Milza em Governador

Mangabeira-BA.

Devido a utilização dessas plantas medicinais serem utilizadas em forma de

chá portanto realizou-se o experimento com extrato aquoso destas espécies

vegetais, portanto a obtenção do extrato foi feito com as três espécies mais citadas

do levantamento etnobotânico realizado com os agricultores familiares do Povoado

de Escoval Feira de Santana - BA. As amostras foram higienizadas por 15 minutos

em solução de hipoclorito de sódio a 20 ppm. e enxaguadas com água destilada

com a finalidade de reduzir a carga microbiana e de remover a sujidade. Em

seguida, foram colocadas na estufa de circulação de ar forçado a 40ºC por 24 horas

para secagem.

Para preparação do inóculo bacteriano, foram semeadas bactérias em placas

de Petri com dimensões 90 x 15 mm, com meio ágar Mueller-Hinton por 24 horas a

uma temperatura de 35ºC±1ºC. Após o tempo de incubação, coletou-se colônias

com auxílio de alça de platina, e postas em tubos com solução salina estéril até que

se obtivesse turbidez correspondente à escala de McFarland 0,5 (aproximadamente

1x108 UFC/mL). A partir dessa suspensão foram realizados os testes

antibacterianos. Toda a manipulação bacteriana foi realizada em condições

assépticas de câmara de fluxo laminar.

Realizou-se o teste controle, onde para o teste de crescimento da bactéria

foram semeadas as bactérias E. coli e S. aureus em placas de petri contendo o

meio de cultura e encubadas por 24 horas a 35ºC±1ºC. Já para o teste de

esterilidade do meio a placa apenas contendo o meio de cultura foi inoculado na

estufa bacteriológica com as mesmas condições de temperatura.

Para o preparo dos extratos aquoso do Mastruz, Erva-cidreira e Capim Santo

pesou-se individualmente 40 g, 32 g e 50g de folhas secas e adicionou 300 mL, 200

mL e 100 mL de água estéril respectivamente, em seguida foram submetidas a

decocção por um minuto e filtrados em papel filtro.

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Logo após foi preparado meio de cultura Muller – Hinton Ágar (MHA). Antes

de verter o MHA nas placas de Petri, em uma proveta de 100 mL foram adicionados

5 mL do extrato e o volume da proveta foi completado com o MHA, obtendo-se

dessa forma o extrato na concentração de 5%. E para as demais concentrações

foram colocados 10, 15 e 20mL dos extratos, obtendo-se com esse processo

extratos com concentração de 10, 15 e 20%.

Em seguida, foi realizada diluição seriada de 1/10 onde foram adicionadas

alíquotas de 1mL da suspensão bacteriana (108 células/mL) das bactérias E. coli e

S. aureus, em 9 mL de água estéril em tubos de ensaio, do último tubo retirou uma

alíquota de 1 mL e colocou nas placas de Petri contendo os meios de cultura com 5

repetições para cada bactéria. A suspensão bacteriana foi plaqueada nesse meio

com o auxílio da alça de Drigalski. Posteriormente as placas de Petri foram

incubadas em estufa bacteriológica a 35ºC±1ºC durante 24 horas. Após o período de

incubação, as colônias foram contadas com o auxílio do contador de colônia.

A análise estatística foi do tipo descritiva com apresentação dos dados por

frequência absoluta. Sendo realizado o calculo de Unidade Formadoras de Colônias

(UFC), onde multiplicou a quantidade da diluição colocada na placa (1 mL), pelo

fator de diluição (1/10), sendo 1 x 1/10 obtendo o resultado de 0,1. Em seguida

dividiu o número de colônias contadas anteriormente pelo 0,1, obtendo assim o

número de UFC (UFC/mL).

Para a contagem do número de Unidades Formadoras de Colônias foi

utilizada a seguinte fórmula:

Onde:

N = Nº de UFC/ mg ou mL

P1 = Nº de colônias na placa 1

P2 = Nº de colônias na placa 2

D = Diluição utilizada.

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4 RESULTADO E DISCUSSÃO

Dentre as 124 etnoespécies citadas pelos entrevistados destacou-se

Chenopodium ambrosioides L. (mastruz), Cymbopogon citratus (DC.) Stapf (Capim-

santo) e a Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Erva-cidreira) como as mais citadas.

Segundo os entrevistados o C. ambrosioides é utilizado para gripe e também

para o tratamento de inflamações, no entanto comprovadas cientificamente foram

encontradas ação antibacteriana, anti-helmíntica, anti-inflamatória e analgésica,

portanto devido a presença do ascaridol o qual é um princípio ativo com ação

analgésica este pode agir contra a gripe inibindo os sintomas desta patologia.

Enquanto o C. citratus é usado para dor de cabeça e hipertensão, segundo a

literatura esta espécie possui ação anti-helmíntica, antibacteriana, anti-inflamatória,

analgésica e antipirética comprovada, mas devido à presença do óleo essencial

substância química presente nesta espécie, este metabólito secundário pode

apresentar ação analgésica atuando sobre a dor de cabeça podendo assim inibir os

sintomas desta patologia, além disso, pode provocar hipotensão, supostamente por

causa da diminuição da resistência vascular decorrente da inibição do influxo de

Ca2+ e provavelmente por ativação de receptores muscarínicos cardíacos que

provocam a bradicardia.

A L. alba foi citada pelos entrevistados como utilizada para gripe, dor de

cabeça, inflamações, hipertensão, de acordo com a literatura evidenciou-se que esta

espécie possui ação antibacteriana, sedativa, antiviral contra herpes, devido a

presença do óleo essencial nesta espécie vegetal este pode apresentar ação

analgésica agindo assim na dor de cabeça podendo assim inibir os sintomas desta

patologia, o citral princípio ativo presente nesta planta pode apresentar ação anti-

inflamatória por provocar a inibição de citocina pró-inflamatória bloqueando o

processo inflamatório favorecendo a cicatrização da ferida. No entanto, além do

citral, esta espécie vegetal possui também o princípio ativo citronelol, o qual é

responsável pela atividade anti-hipertensiva da planta. O mecanismo pelo qual o

citronelol diminui a pressão arterial se dá por efeito direto na musculatura lisa

vascular, causando vasodilatação (Tabela 1).

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Tabela 1. Nome científico, princípio ativo, indicação terapêutica, comprovação científica e referências das plantas medicinais mais utilizadas pelos agricultores familiares do Povoado de Escoval Feira de Santana – BA.

Fonte: Autor

Segundo Souza et al. (2015) ao realizarem seu experimento com o sumo do

C. ambrosioides puderam perceber que esta espécie vegetal apresentou potencial

antibacteriano mostrando inibição do crescimento da bactéria E. coli.

De acordo com Neiva et al. (2011) realizaram experimento com extrato

hidroalcoólico com as folhas de C. ambrosioides contra Giardia lamblia e foi

verificado que esta espécie possui ação inibitória sobre o crescimento deste

helmínto, podendo ser justificada pela presença de terpenos como o ascaridol que

apresenta ação anti-helmíntica.

Vita et al. (2014) e Vita et al. (2015) verificaram em seus experimentos tanto

com galinha caipira quanto com codorna a presença de endoparasito do gênero

Ascaridia, e após a realização do ensaio in vivo com o extrato do Mastruz constatou-

se que ocorreu uma redução significativa na contagem de ovos nas fezes desses

animais, atribuindo a esta espécie vegetal ação anti-helmíntica.

Almeida (2013) identificou em sua pesquisa que o Mastruz além de possuir o

ascaridol como princípio ativo majoritário, esta espécie apresenta o carvacrol o qual

é um metabólito secundário que porporciona uma boa ação anti-inflamatória.

Nome Científico

Princípio Ativo

Indicação terapêutica

Comprovação Científica

Referências

Chenopodium ambrosioides

L. Ascaridol

Gripe, inflamações

Antibacteriana, Anti-helmíntica,

Anti-inflamatória, Analgésica.

SOUZA, et al., 2015; VITA, et al., 2014; ALMEIDA, 2013;

SOUSA, et al., 2012.

Cymbopogon citratus(DC.)

Stapf Citral

Dor de cabeça,

hipertensão arterial

Anti-helmíntica, Antibacteriana,

Anti-inflamatório, Analgésico, Antipirético.

MACEDO, et al., 2015; LUCENA et

al., 2015; BOUKHATEM, et al., 2014; GBENOU et

al., 2012.

Lippia alba (Mill.)

N. E. Brown

Citral, limoneno, citronelol

Gripe, dor de cabeça,

inflamações, hipertensão

arterial

Antibacteriana, Antiviral (herpes),

Sedativa.

SUTILI, et al., 2015; AMIN; OLIVA, 2014; VEECK, et al., 2012.

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Segundo Sousa et al. (2012) na pesquisa realizada nos camundongos o

extrato hidroalcóolico C. ambrosioides utilizado por via oral de forma profilática,

reduziu significativamente o número de contorções abdominais (cólicas) induzidas

por ácido acético quando comparado com a água destilada utilizada como controle

negativo, conferindo ação analgésica. Ferreira (2013) diz que o Mastruz possui ação

analgésica devido à presença do princípio ativo ascaridol.

Macedo et al. (2015) realizaram um estudo com gerbilos (rato do deserto)

comprovando sua ação anti-helmíntica a partir da utilização do óleo essencial do

capim santo.

Méabed et al. (2018) verificaram que o extrato aquosos do C. citratus

revelaram estatisticamente uma eficácia de 100% no exame de fezes de

camundongos após o término do tratamento em comparação com Metronidazol, isto

mostra que esta espécie vegetal apresentou atividade anti-helmíntica contra Giardia

Boukhatem et al. (2014) através de suas investigações verificaram que o

efeito anti-inflamatório do óleo essencial do C. citratus administrado por via oral em

camundongos mostrou uma considerável atividade anti-inflamatória.

O citral, um dos principais componentes do óleo essencial do C. citratus,

demonstrou inibir a produção de citocinas pró-inflamatórias, como fator de necrose

tumoral (GRAÇA MIGUEL, 2010).

Gbenou et al. (2012) realizaram um experimento a para investigar o efeito

anti-inflamatório dos óleos essenciais do Capim santo nos Ratos Wistar, e foi

verificado que os tratamentos com óleo essencial de C. citratus reduziram o edema

ao longo do tempo. Devido ao processo inflamatório os animais apresentaram

hipertermia e a partir do tratamento com o óleo essencial do capim santo ocorreu

uma redução da temperatura nos ratos, conferindo assim ação antipirética desta

espécie vegetal. O óleo essencial demostrou atividade analgésica, pois os animais

foram capazes de manter suas caudas por mais tempo em um banho de água

quente (50ºC) que os animais não tratados.

Lucena et al. (2015) verificaram em sua pesquisa que o óleo essencial do

capim santo apresentou atividade antibacteriana quando comparado com

antibióticos da classe dos aminoglicosídeos.

Também foram realizados estudos com a L. alba, e Sutili et al. (2015) ao

realizar o experimento com bagres de prata (Rhamdia quelen) infectados com

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Aeromonas sp. e tratado com o óleo essencial de L. alba demonstrou maior

sobrevida em comparação com o grupo controle conferindo assim ação

antibacteriana desta espécie vegetal. O efeito observado do óleo essencial de L.

alba pode ser devido aos seus efeitos no sistema imune dos peixes, pois este óleo

essencial preveniu a elevação do cortisol em R. quelen submetido ao estresse

agudo.

Amin e Oliva (2014) ao realizarem o experimento com o creme de Erva-

cidreira para tratar herpes simplex 1 e verificaram que houve diferenças significativas

entre o grupo usando o creme e o grupo utilizando 5% de aciclovir tópica,

observando a redução do número de dias com esta patologia com a utilização do

creme de Erva-cidreira, atribuindo assim ação antiviral para erva-cidreira.

Veeck et al. (2012) em suas pesquisas conferiram que o óleo essencial de

L. alba mostrou ação sedativa para o transporte de peixe o que contribuiu para

retardar o lipídio de oxidação de filés durante o armazenamento congelado.

Para o estudo antibacteriano o extrato aquoso do mastruz os valores obtidos

para a bactéria E. coli apresentou potencial de inibição para esta espécie,

caracterizando esta planta com potencial de atividade antibacteriana para este

microrganismo. Isto mostra que o C. ambrosioides possui atividade antibacteriana

para E. coli de acordo com o que esta preconizado na RDC - Nº 10, de 9 de março

de 2010 que para a bactéria E. coli seu valor de referência é 102 UFC/g e para a S.

aureus são 107 UFC/g, conferindo assim que este mesmo extrato não houve

inibição para a bactéria S. aureus, em nenhuma das concentrações analisadas,

mostrando assim que esta espécie vegetal não apresentou potencial antibacteriano

para este microrganismo (Tabela 2).

Tabela 2. Unidades Formadoras de Colônias (UFC/mL) encontradas no extrato aquoso do Chenopodium ambrosioides L. (mastruz).

Fonte: Autor. *Valor de Referência: E. coli 102 UFC/g e S. aureus 107 UFC/g

Tratamento Controle Concentração

0 5% 10% 15% 20%

Escherichia coli 3,20x101 2,74x102 1,92X102 1,92X102 1,90x102

Staphylococcus

aureus 3,70x101 2,80x102 3,24x102 2,62x102 3,92x102

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De acordo com Souza et al. (2015) o sumo do mastruz apresentou atividade

antimicrobiana contra a E. coli, em todos os diferentes métodos (discos embebidos

por 24 h; discos secados em meio ambiente e discos secados em estufa) utilizados

na pesquisa, corroborando com o resultado desta pesquisa para esta bactéria.

Azevedo et al. (2011), verificaram em sua pesquisa com as bactérias E. coli e

S. aureus utilizando extrato etanólico do C. ambrosioides não houve inibição para o

crescimento de nenhuma das bactérias analisadas.

Nesta pesquisa a não inibição para a bactéria S. aureus pode ter ocorrido em

virtude a fatores ambientais como comprovado por Souza et al. (2015) também

verificou em seu trabalho que além dos fatores ambientais, o manejo da planta; as

formas variadas de aquisição do sumo ou do extrato; além de diferenças das

linhagens genéticas das espécies pesquisadas, podem ter contribuído para que o

mastruz não apresentasse o potencial antibacteriano contra esta bactéria.

No extrato aquoso do capim santo os resultados obtidos para as linhagens de

S. aureus e E. coli apresentaram potencial de inibição. Para a bactéria E. coli, a

sensibilidade ao extrato foi verificada em todas as concentrações testadas como

descrito na RDC - Nº 10, de 9 de março de 2010. Já para a bactéria S. aureus a

maior concentração do extrato foi a que proporcionou maior inibição (Tabela 3).

Tabela 3. Unidade Formadora de Colônia (UFC/mL) encontradas no extrato aquoso do Cymbopogon citratus (DC) Stapf (Capim santo).

Tratamento Controle Concentração

0 5% 10% 15% 20%

Escherichia coli 2,6x101 2,2x101 1,0x101 1,6x101 2,2x101

Staphylococcus

aureus 6,8x101 2,82x102 1,68x102 1,66x102 5,7x101

Fonte: Autor. *Valor de Referência: E. coli 102 UFC/g e S. aureus 107 UFC/g

Boeira (2018) através do seu experimento observou que o extrato

hidroalcoólico do capim santo apresentou potencial de inibição frente às bactérias E.

coli e S. aureus, atribuindo assim ação antibacteriana para esta espécie vegetal.

De acordo com Souza et al. (2014) observaram inibição antibacteriana do

capim santo através da realização do experimento com amostras de E. coli de

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origem aviária onde apresentaram uma sensibilidade total ao extrato hidroalcoólico

da espécie vegetal.

Segundo Maniçoba (2013), diversos fatores ambientais, além das

características genéticas, podem influenciar na composição química dos metabólitos

secundários presente no capim santo. Por exemplo, os parâmetros ambientais como

temperatura, regime hídrico, tipo de solo, época do ano, e também o estágio de

desenvolvimento desta planta, o que pode ter levado a inibição do S. aureus na

maior concentração testada.

Na análise da atividade do extrato aquoso da erva-cidreira frente à linhagem

de E. coli, observou-se um controle antibacteriano, caracterizando esta planta como

antibacteriana para este microrganismo de acordo com o que esta preconizado na

RDC – Nº 10/2010 que tem como valor de referência 102 UFC/g para esta bactéria.

Enquanto que este mesmo extrato para a bactéria S. aureus, não houve inibição

para o crescimento desta bactéria em nenhuma das concentrações analisadas

(Tabela 4).

Tabela 4. Unidade Formadora de Colônia (UFC/mL) encontradas no extrato aquoso do Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Erva-cidreira).

Tratamento Controle Concentração

0 5% 10% 15% 20%

Escherichia coli 3,9x101 3,2x101 2,4x101 1,6x101 1,6x101

Staphylococcus

aureus 2,97x102 1,028x103 1,248x103 4,10x102 3,88x102

Fonte: Autor. *Valor de Referência: E. coli 102 UFC/g e S. aureus 107 UFC/g

Para Cajaiba et al. (2016) a erva-cidreira é utilizada na forma de infuso das

folhas verdes ou secas, as quais são ricas em óleos essenciais que contêm citral,

cânfora e eugenol, com atividade específica contra algumas bactérias gram-

positivas, o que difere para o resultado desta pesquisa a qual não ocorreu inibição

do crescimento da bactéria S. aureus. Isto pode ter ocorrido em virtude de fatores

ambientais, manejo, realização da coleta em período chuvoso pode ter ocorrido uma

diminuição da ação dos metabólitos presentes nesta espécie não apresentando

potencial de inibição.

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Azevedo et al. (2011) observaram a atividade antibacteriana do extrato

etanólico das folhas de erva-cidreira frente à E. coli, enquanto para a ação

antibacteriana frente ao S. aureus o extrato etanólico das folhas de erva-cidreira não

obteve inibição em nenhuma das concentrações estudadas, corroborando com os

resultados desta pesquisa.

França et al. (2018) através do seu experimento verificaram que o extrato

bruto de L. alba testado frente a bactéria S. aureus apresentou potencial inibição

para a espécie vegetal. Enquanto que para a bactéria E. coli não houve atividade

antibacteriana do extrato, divergindo deste experimento, no qual verificou-se que o

extrato da erva-cidreira apresentou potencial de inibição para a bactéria gram-

negativa.

De acordo com as pesquisas de Machado; Pereira; Batista (2014) a

temperatura e a luminosidade realizam papéis importantes na fotossíntese, elas

influenciam o processo fisiológico das plantas. Estudos que avaliaram o efeito da

sazonalidade associada ao tempo de colheita na produção de biomassa em L. alba,

destacaram que as maiores produtividades foram obtidas de coletas realizadas na

primavera e no verão, cujas altas temperaturas, longos períodos de sol e baixa

precipitação pluviométrica, aumentaram a ação dos metabólitos secundários contra

S. aureus. Como a coleta da presente pesquisa foi realizada no período de inverno,

isto pode ter ocorrido fazendo com que diminuísse a concentração dos metabólitos

secundários na erva cidreira não inibindo o crescimento da bactéria S. aureus.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de plantas medicinais pelos agricultores familiares é de grande

relevância por ainda ser uma prática comum, no entanto observa-se ainda se faz

necessário a realização de novos estudos a fim de se comprovar algumas ações

dessas plantas, pois não foi encontrado na literatura testes clínicos, isto pode

acarretar no uso inadequado podendo levar a interações medicamentosas, quadro

de intoxicações, reações alérgicas.

Estas espécies vegetais apresentaram potencial antibacteriano como foi

demonstrada perante as bactérias E. coli e S. aureus. Estas linhagens bacterianas

por serem comuns em infecções, isto mostra que estas plantas podem ser fonte de

futuras pesquisas com a finalidade de buscar desenvolver novos fármacos com ação

antibacteriana.

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