136
JosÉ B. O. AMORIM FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM TÚBULO DISTAL CORTICAL DE RIM DE RATO: (estudo de microperfusão tubular renal "in vivo"). Tese apresentada ao Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, para obtenção do Título de Doutor em Ciências (Fisiologia). Área de Concentração: Fisiologia Orientador: Prof.Dr. Gerhard Malnic. São Paulo 1999

FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

JosÉ B. O. AMORIM

FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE ~ POTÁSSIO EM TÚBULO DISTAL CORTICAL DE

RIM DE RATO: (estudo de microperfusão tubular renal "in vivo").

~ Tese apresentada ao Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, para obtenção do Título de Doutor em Ciências (Fisiologia).

Área de Concentração: Fisiologia

Orientador: Prof.Dr. Gerhard Malnic.

São Paulo 1999

Page 2: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

Candidato: José Benedito Oliveira Amorim.

Título da Tese: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE

POTÁSSIO EM TÚBULO DISTAL CORTICAL DE RIM DE RATO:

(estudo de microperfusão tubular renal "in vivo").

A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de Doutorado,

em sessão pública realizada em .. .. ! ... J. J .. .. , considerou o

candidato:

( )Aprovado ( )Reprovado

1) Examinador(a)·-----------------

2) Examinador(a) ________________ _

3) Examinador(a), ________________ _

4) Examinador(a), ________________ _

5) Presidente. __________________ _

Page 3: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

JOSÉ B. O. AMORIM

FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM TÚBULO DISTAL CORTICAL DE RIM DE RATO: (estudo de microperfusão tubular renal "in vivo").

Tese apresentada ao Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, para obtenção do Título de Doutor em Ciências (Fisiologia).

Área de Concentração: Fisiologia

Orientador: Prof.Dr. Gerhard Maluic.

São Paulo 1999

Page 4: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

Aos meus pais ("in memoriam")

Que me deram todo o apoio, incentivo e amor

Para o meu desenvolvimento;

A minha esposa, Rosana, e aos meus filhos

Guilherme e Rodrigo;

Pela compreensão, dedicação e carinho.

Page 5: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

Ao Prof. Dr. Gerhard Malnic;

Dificilmente poderia resumir em poucas,

Palavras a importância de sua Presença,

De seu Exemplo e principalmente de sua

Amizade,

Por todos estes anos de intenso trabalho, mas

Repletos de Alegrias;

Meu eterno agradecimento pelo apoio, incentivo e orientação na

formação e continuidade da minha carreira.

Page 6: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

AGRADECIMENTOS:

Á todos os Professores deste Instituto, com os quais tive a

oportunidade e a felicidade de enriquecer meus conhecimentos;

Á todos os funcionários pela ajuda a mim dispensada, especialmente

aos da Biblioteca deste Instituto, pelo apoio, e colaboração na

confecção final desta Tese;

Ao Prof.Dr. Horácio; Profa.Dra. Wilma e Prof.Dr. Divo, pelo

despertar e direcionamento da minha vida acadêmica-científica, e

principalmente pela amizade a que nos une.

Á todos os meus amigos, desta Universidade e de São José dos

Campos, Á CAPES, FUNDUNESP e FAPESP, pelo auxílio

financeiro,

E a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a

realização deste trabalho.

Page 7: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

ÍNDICE

I- INTRODUÇÃO ............................................................................................... O!

Angiotensina .................................................................................................... I 7 Bradicinina....................................................................................................... 19 Prostaglandina .................................................................................................. 22 Peptídeo atrial Natriurético .............................................................................. 25 Arginina Vasopressina ..................................................................................... 28

II- OBJETIVOS .... ............................................................................................... 31

III- MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 32

Fase cirúrgica................................................................................................. 32 Preparo das micropipetas duplas e microeletródios ....................................... 34 Metodologia da Microperfusão..... ................... ... .... ... .... ... .... ... .... ... ... ........... 36 Medidas de Potenciais elétricos e Análise das curvas de atividade de K+.... 38

IV- RESULTADOS ............................................................................................ 43

V- DISCUSSÃO ............................................................................................... 76

Efeito da Angiotensina II............................................................................ 77 Efeito da Bradicinina............. .... .... .. .. .. . .. .. .. . .. .. .... .. .. .. .. .. .... .. .. .. .... ... .. . .. . .. .. .. 81 Efeito da Prostaglandina E,....................................................................... 85 Efeito do ANP............................... .... .. .. .. .. .. . .. . .. .. .. . .. .. .. . .. . .. .. ... .. .. .. . .. .. .. .... . 87 Efeito da A VP........................................................................................... 90

VI- CONCLUSÕES .......................................................................................... 100

VII- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 103

Page 8: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

ABSTRACT

It has been shown that luminal perfusion with collected proximal fluid

increases distal K+ secretion as compared to artificial solutions (Am. J.

Physiol. 258 (Fl523) 1990). This may be due to filtration or paracrine

secretion offactors stimulating K+ transport. Here we investigate severa! that

may act in this way. K+ secretion (h+) was measured by stationary

microperfusion in paired perfusions with contrai and A VP-containing 0.5

mM K+ solutions measuring the rate of increase of K+ activity and

transepithelial PD by double-barrelled microelectrodes. Luminal perfusion

with A VP and ANP stimulated K+ secretion, while ANGII, Bradykinin and

PGE2 inhibited h+. During luminal perfusion of A VP, h+ was 1.34 ± 0.35

(n~24 tubules) nmol.cm-2 s-1 during perfusion with 10"9 M A VP, against

0.90 ± 0.12 (n~21) in contrais (P< 0.02). Since luminal V1 receptors have

been described, a specific peptide V 1 antagonist (p-Mercapto-cyclopenta­

methylenepropionyl-0-Me-Tyr-Arg-Vasopressin, MCM) was added to the

perfusate. With 10-9 M A VP + 10-6 M MCM, JK was 0.36 ± 0.067 against

0.77 ± 0.10 (contra!) (n~9) nmol.cm-2 s1 (P< 0.01). With 10"6 M MCM

alone, h+ was 0.37 ± 0.04 against a control of 0.62 ± 0.06 (n~ 19) nmol.cm· 2 s 1 (P<O.Ol). A peptide V2 antagonist had no such effect. ln Brattleboro

rats, which do not produce endogenous A VP, MCM had no effect when

given alone, although A VP still stimulated K+ secretion. ln conclusion,

luminal AVP stimulates distal K secretion significantly. The V1 antagonist

MCM inhibits the etfect of A VP, but also reduces h+ when given alone.

This suggests that A VP acts luminally via V 1 receptors, but also that there

Page 9: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

appears to be a background effect of endogenous A VP blocked by the

antagonist.

Key-words: potassium, vasopressm, receptors, anti-V1, distal tubule,

microperfusion,

Page 10: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

AA - Ácido Araquidônico

ADH- Hormônio antidiurético

4-AP- 4-Amino-piridina

ALDO - Aldosterona

GLOSSÁRIO

AMPc- 3'5'-Monofosfato cíclico de adenosina

ANGI - Angiotensina 1

ANGII - Angiotensina II

ANP- Peptídeo Atrial Natriurético

Anti-AT1- Antagonista de receptor AT1 de ANGII (Losartan)

A TP - Trifosfato de Adenosina

A V1 -Bloqueador de receptor V 1 de A VP

A V2 - Bloqueador de receptor V2 de A VP

A VP- Arginina Vasopressina

BK2- Receptor de Bradicinina

BK - Bradicinina

BK+- Canais de potássio de grande condutância

CaMKII- Cálcio calmodulina

DAG- Diacil-glicerol

DCC- Dueto Coletor Cortical

DCMI - Dueto Coletor Medular Interno

DNA- Ácido desoxiribonuclêico.

DPtrans - Diferença de potencial transepitelial

ECA - Enzima de Conversão da Angitensina

EP- Receptor de Prostanóide do tipo E (EP1,2,3,4)

FDC- "Food, Drug and Cosmetics Agency"

Page 11: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

FSR - Fluxo sanguíneo renal

20-HETE- Ácido 20-Hidroxi-eicosatetranóico

GMPc - 3 '5 '-Monofosfato cíclico de Guanosina

HEPES- (Ácido N-[2-hidroxietil]piperazine-N' -[2-etanosulfônico])

IP3 -lnositol trifosfato

Maxi-K- Canais de potássio de grande condutância

MDCK- "Madin Darby Canine Kidney Cell"

NEP- Endopeptidase neutra

NO - Óxido Nítrico

NO-sintase - Enzima geradora de NO

PCR - "Polymerase Chain Reaction"

PG - Prostaglandina

PGE2 - Prostaglandina E2

PKA - Proteína Quinase A

PKC - Proteína Quinase C

PLA2 - Fosfolipase Az

PLC- Fosfolipase C

RFG -Ritmo de filtração glomerular

RNAm- Ácido ribonuclêico mensageiro

RNAr- Ácido ribonuclêico ribossômico

ROMK - "Rat Out Medullary Potassium Channel"

SCC- Sistema Calicreína-Cinina

SK - Canais de potássio de pequena condutância

SNC- Sistema Nervoso Central

"STOP FLOW"- Perfusão estacionária

TAL - Ramo ascendente espesso da alça de Henle

TEA- Tetraetilamônio

Page 12: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

TCN - Túbulo Conector

Vm- Potencial de Membrana

V, -Potencial Transepitelial

Page 13: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

I INTRODUÇÃO

O potássio (K+) é wn dos mais abundantes cátions do organismo. Este

íon participa de inúmeras funções celulares e sua concentração nos fluídos

intra e extracelular é mantida constante a despeito da grande variabilidade de

sua ingestão. Uma concentração adequada de K+ intracelular é requerida para

infuneros processos celulares vitais, tais como: tun ótimo crescimento celular,

divisão celular, síntese de DNA e proteínas, regulação de volume celular e

balanço ácido-base intracelular. Alterações da concentração intracelular do K+

levam a modificações do pH, o qual indiretamente influencia os processos

metabólicos por alteração da atividade de várias enzimas (ST ANTON &

GIEBISCH, 1992). Em adição, a excitabilidade do nervo e a contração

muscular dependem sobremaneira do potencial de membrana (V m), que por

sua vez , é dependente da diferença de concentração de K+ através das

membranas.

Dos 3,500mEq de potássio encontrados num homem de 70Kg, cerca de

98% estão confinados no líquido intracelular. Destes, cerca de 80% estão

contidos nas células musculares numa concentração de !50mEq/Litro. 2% do

potássio corpóreo (cerca de 70mEq) estão localizados no tluído

extracelular( cerca de 14 litros), onde a concentração fisiológica varia entre 3.5

a 5.5 mEq/litro (Figura 1 ). O mecanismo básico que mantém este gradiente de

cerca de 30 vezes entre os compartimentos intra e extracelular envolve a

atividade da bomba Na+,K+-ATPase, situada na membrana celular de todas as

células de manúferos (SELDIN & GIEBISCH,1989)(Figura 1).

A ingestão diária de potássio é de cerca de IOOmEq. Para ser mantido o

seu balanço, diariamente cerca de 90 mEq são excretados pelos rins e 1 O

mEq pelas fezes. Na situação normal, a excreção renal de potássio

corresponde a cerca de 18% de sua carga filtrada. Entretanto, dependendo da

Page 14: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

2

condição metabólica do indivíduo, pode variar, desde 1% da sua carga filtrada

(na situação de carência de potássio) até cerca de 150% (durante sobracarga

deste cátion). Estes valores demonstram que, fisiologicamente, há extensa

reabsorção tubular e que, dependendo do caso considerado, esta pode

aumentar ou então pode ocorrer secreção tubular de potássio.

São descritos dois mecarusmos regulatórios que controlam a

concentração de potássio. O primeiro envolve a redistribuição de potássio

entre os compartimentos intra e extracelular. Vários hormônios, como por

exemplo a insulina e agonistas beta-adrenérgicos, aumentam o "uptake" de

K+ pela célula e desta forma retiram o K+ do espaço extracelular para o

intracelular (BIA & DeFRONZO, 1981). Já agonistas alfa-adrenérgicos

inibem a entrada de K+ na célula. Outros fatores não hormonais também

influenciam a captação celular deste cátion, como desequilíbrio ácido-básico,

tonicidade do plasma, citoesqueleto celular, entre outros.

Page 15: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

3

Homeostase do potássio

INGEST ÃO(l OOmEq)

~ Fluido intracelular

3.500mEq(140-150mEq!L (>95%)

Gastro Trato Fluido Extracelular Músculo intestinal 70mEq(3.5-5.5mEq/L) Plasma 2.700mEq

17mEq -l~mEq 2% (3.5-5.5 -< mEq!L) -(0.5%)

~ Fígado

250mEa Osso

~ .... ~>- 300mEq Entrocttos

EXCREÇÃO RENAL 250mEq

90mEq

Figura 1- Panorama do balanço (homeostase) de K+ num indivíduo de 70Kg.

Observar a elevada concentração do K+ no líquido intracelular, comparado ao

fluido extracelular.

O segundo mecantsmo envolve o controle renal (STANTON &

GIEBISCH, 1992), pois o rim desempenha papel chave na regulação da

concentração extracelular de K+, desde que 90% da ingesta de K+ são

excretados pelos túbulos renais.

Page 16: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

4

Mecanismos de transporte do potássio ao longo do néfro.

Todas as células v1vas possuem elevada concentração intracelular de

K•, e apresentam mecanismos de transporte que mantêm esta concentração.

Entre estes mecanismos destaca-se a Na-r/K-r-ATPase. Além disso, as

membranas de todas as células são permeáveis ao potássio, um processo que

atualmente é atribuído à presença de canais iônicos. Portanto, trata-se de uma

permeabilidade de alta especificidade, que varia conforme a natureza das

células, conforme sejam excitáveis ou não excitáveis, glandulares, ou

epiteliais. O rim tem um papel importante na regulação do potássio do meio

interno. Seu papel pode ser avaliado através do "clearance" de K+, que é

normalmente cerca de 20% do valor da inulina, indicando considerável

reabsorção tubular. Entretanto, em animais aos quais se administra uma

sobrecarga de K+, sulfato ou certos diuréticos como os inibidores da anidrase

carbônica, tal "clearance" se eleva, podendo exceder o da inulina. Por outro

lado, foi verificado que a excreção global de K+ é pouco afetada por variações

da carga filtrada. Berliner interpretou estes dados supondo que este íon seria

completamente reabsorvido no TP, sendo a quantidade que aparece na urina

proveniente de secreção em porções mais distais do néfro (BERLINER et

alii., 1950). Achados mais recentes, obtidos por métodos de micropunção em

ratos, confirmaram esta hipótese. Até o início do túbulo distal cortical (distal

convoluto) há reabsorção de cerca de 95% da carga filtrada. A partir deste

local se observa secreção de K+ sendo esta variável de acôrdo com o estado

metabólico do organismo. Em ratos carentes deste cátion, tal secreção distal

está ausente, mas está muito aumentada em ratos submetidos a uma dieta rica

de K+. No dueto coletor e possivelmente no túbulo distal pode ocorrer

reabsorção em vez de secreção de K+, em caso de hipocalemia. Desta forma,

---·-

Page 17: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

5

as células tubulares renais apresentam mna série de mecanismos que modula

o transporte de potássio em sentido de sua reabsorção e/ou secreção.

Estudos de microperfusão e em ±luxo livre, demonstram que

aproximadamente 70% do K+ filtrado é reabsorvido, por difusão e por

"solvent drag", no túbulo proximal, em sua maior parte pela via paracelular,

movido pela DP lúmen-positiva dos segmentos S2 e S3. A existência de um

componente ativo na reabsorção de K+ pelo segmento S1 do túbulo proximal é

controvertida. O potássio sai da célula passivamente, por canais iônicos, pela

membrana basolateral, a favor do seu gradiente eletroquimico. Sob condições

fisiológicas, o ramo ascendente espesso (TAL) reabsorve, adicionalmente,

cerca de 25% da carga filtrada de K•, através do co-transportador 2CLNa+:K+

localizado na membrana lmninal das células situadas neste segmento. O K+

pode , em sua maior parte, voltar passivamente para a luz tubular, através de

canais específicos. Entretanto, quando o cotransporte Na+:K+:2Cr é

bloqueado por diuréticos de alça, pode ocorrer também secreção de K+ no

TAL (OBERLEITHNER et alii., 1983). Presumivelmente, ions de K+ são

secretados para dentro do lúmen, por canais de K+ sensíveis a ATP que são

responsáveis pela recirculação de K+ através da membrana apical (HEBER T

& ANDREOLI, 1984 ). Existem também evidências que a reabsorção de K+

no TAL é regulada por hormônios tais como a vasopressina (REEVES et alii.,

1989), que aumenta a condutância apical a K+ neste segmento e contribui

também para a estimulação da reabsorção de NaCI (REEVES et alii., 1989).

Entretanto, a reabsorção de K+ no túbulo proximal bem como no TAL,

não são mecanismos importantes na manutenção da horneostase de K+

extracelular (GIEBISCH, 1987). Estudos de micropunção e microperfusão

têm estabelecido firmemente que o dueto coletor inicial e cortical (DCC) é o

priucipal sitio de regulação fina da secreção de K+ (MALNIC et alii.,

1964/66/71; STANTON & GIEBISCH, 1982). No segmento final do túbulo

Page 18: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

6

distal cortical (ou coletor inicial), existe uma diferença de potencial de cerca

de -40 m V lúmen-negativa, favorável a transferência deste cátion para a luz

tubular. A Na+1K+-ATPase, localizada na membrana basolateral mantém a

concentração celular de potássio elevada, fornecendo um potencial químico

considerável para secreção passiva de K+ que se observa nesse segmento

tubular. O potássio desta forma, pode ser transferido da célula para a luz a

favor deste gradiente eletroquimico através da membrana luminal.

Neste segmento existem dois tipos celulares: a célula principal,

responsável pela secreção de K+ e reabsorção de Na+ (KOEPPEN et alii.,

1983 ); e a célula intercalar; envolvida principahnente na reabsorção de K+ e

secreção de próton (H'), via trocador K+IH' (WINGO, 1990) e H'-ATPase do

tipo vacuolar (GLUCK et alii., 1996).

A técnica de microperfusão por bomba em túbulos renais "in vivo",

pennite a utilização de soluções artificiais com composição eletrolítica similar

àquela encontrada no fluido nativo tubular. Quando este método é aplicado

em túbulo proximal, a taxa de reabsorção de fluido e íons é sempre mais baixa

do que a observada durante a situação de fluxo liVTe (GERTZ, 1963;

MALN!C et alii., 1966/90; STANTON & GIEBISCH, 1982; STANTON &

KAJSSLING, 1988; OKUSA et alii., 1990; VELÁSQUEZ et alii., 1992). As

maiores diferenças relatadas entre a técnica de microperfusão por bomba e

fluxo liVTe são observadas no túbulo distal. Em rato, por exemplo, a taxa de

reabsorção de fluido na situação de fluxo liVTe é de 2.0-2.5nl.min-'.mm·'

contra 1.0-1.6 nl.min-1 tum·' na situação de perfusão por bomba na velocidade

de 5-7nl/min. A reabsorção de Na+ e a secreção de K+ também é afetada pela

perfusão com fluido nativo, particularmente em túbulo distal (KHURJ et alii.,

1975). Esta discrepância entre os resultados obtidos pelos métodos acima

descritos é bem evidente quando a concentração de potássio no fluido distal é

comparada sob variadas velocidades de fluxo. Enquanto que na situação de

Page 19: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

7

fluxo livre, a razão de concentração de K+ transepitelial é mantida constante a

despeito de consideráveis oscilações de fluxo, uma queda significante é

observada durante perfusão por bomba, quando a velocidade de fluxo é

aumentada. De fato, a secreção de potássio é marcadamente prejudicada

durante perfusão luminal com solução artificial. Situação similar é observada

com respeito a reabsorção de Na+: o transporte aumenta com o aumento da

taxa de fluxo na situação de fluxo livre, enquanto que a dependência da

reabsorção de Na+ do fluxo de fluido tubular é ausente ou atenuada durante

perfusão com bomba. As razões para estes diferentes resultados ainda não são

claras. Uma possibilidade seria a ausência de uma substãncia que estimule o

transporte durante a perfusão por bomba (MALNIC et alii., 1990).

Quando se estuda o comportamento dos transportes iônicos em fluxo

livre, também a reabsorção de Na+ é maior que durante perfusão com soluções

artificiais; isto levou HAEBERLE et alii.(1983), a analisar o efeito de

microperfusão com fluido proximal coletado por micropunção tubular, sobre a

reabsorção proximal de Na+ (HAEBERLE et alii., 1983). Estes autores

verificaram que esta perfusão levava a um estímulo da reabsorção de fluido

em comparação com perfusões com soluções artificiais. Sugeriram a presença

de fatores endógenos, provavelmente adicionados ao fluido tubular durante

seu percurso ao longo dos túbulos renais, que poderiam exercer efeito

estimulante sobre o transporte iônico nos segmentos perfundidos.

Maís recentemente, foram realizados, em nosso laboratório,

experimentos em que túbulos distais corticais de rim de rato foram

perfundidos com fluido colhido por micropunção de túbulos proximais.

Verificou-se que nestas condições ocorria maior secreção de K+ que durante

perfusão com soluções artificiais (MALNIC et alii., 1990). Desta maneira,

comprovou-se que também a secreção de K+ podia ser estimulada por tàtores

presentes em fluido tubular nativo. Não ficou, no entanto, claro que tipo de

Page 20: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

8

fator poderia ser este capaz de estimular o transporte tubular de K+ durante

microperfusões. Como o conhecimento da regulação do transporte de K+ por

fatores luminais de ação ainda desconhecida tem inegável interesse tanto do

ponto de vista do conhecimento da função tubular como de eventuais

aplicações farmacológicas, julgamos interessante perseguir esta questão.

Portanto, o objetivo deste trabalbo é investigar eventuais fatores que

possam estar presentes em fluído tubular, ou pela própria filtração do plasma

ao nível glomerular, ou através de secreção tubular em segmentos a montante

do túbulo distal cortical, particularmente ao longo do túbulo contorneado

proximal. Com esta finalidade, perfundimos o túbulo distal cortical com

soluções artificiais contendo substâncias que podem ser encontradas em

fluido tubular, incluindo diferentes agentes hormonais (Arginina­

Vasopressiua, Angiotensina II, Bradicinina, Peptídeo Atrial Natriurético,

Prostaglandina E,) avaliando concomitantemente o fluxo secretório de

potássio (JK+).

O conhecimento dos mecantsmos de transporte de K+ renal foi

grandemente ampliado por dois métodos. Em primeiro lugar, a introdução

por ERWIN NEHER & BERT SAKMANN (1976) da técnica de "patch

clamp", através da qual foi possível estudar a localização e as propriedades

dos canais de K+ ao longo do néfro. Posteriormente, com as técnicas de

biologia molecular, foi possível clonar os canais de K+, fornecendo novas

idéias sobre a estrutura destes canais e sua provável regulação.

Os canais de K+ são constituídos por um diversificado grupo de

proteiuas de membrana, que facilitam o movimento de K+ através da

membrana celular. Geralmente, mais de um tipo de canal de K+ esta presente

em células de mamíferos. Vários trabalbos relatam as propriedades biofisicas

destes canais em tecido renal. Nos últimos anos, foram descritos alguns tipos

de canais de K+, com ampla caracterização molecular, e com seus prováveis

Page 21: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

9

papéis fisiológicos. Alguns autores classificam os canais de K+ em dois

grandes grupos: um regulado por variações de voltagem, constituindo o grupo

de canais dependentes de voltagem (Kv), e o outro dependente de

nucleotídeos cíclicos (Knuo)(DESIR, 1995). Outro tipo de classificação, foi

recentemente apresentada por WEI et alii.(1996), baseada em sua constituição

molecular, contendo 2, 4 ou 6 segmentos transmembrânicos. Estes autores

chamaram a atenção para o fato de que o canal que possui 6 domínios

transmembrânicos, apresenta a estrutura molecular mais conservada entre as

espécies do reino animal.

Um tipo de canal de potássio descrito para tecido renal, contendo dois

segmentos transmembrânicos, ROMK, apresenta retificação para dentro, e é

similar aos canais IRK de retificação para dentro ("inward retifier")(BOIM et

alii., 1995). Estes canais são de grande interesse devido a várias

características ou propriedades comuns com canais de K+ nativos presentes na

membrana apical de células do ramo ascendente espesso e das células

principais do DCC

A despeito das similaridades de estrutura dos membros da superfamília

de IRK, os canais tipo ROMK mostram uma grande sensibilidade ao pH

intracelular maior do que a dos retificadores IRK. A redução do pH de 7 A

para 6.8, reduz a probabilidade de estado aberto destes canais. Esta marcada

sensibilidade da família ROMK para o pHi deve ser importante na

homeostase de K+ durante diferentes estados metabólicos (CHOE et alli.,

1997). Especificamente apóia a observação clínica que alcalose metabólica é

frequentemente acompanhada por aumento da secreção de K+ , e que a

hipocalemia desta alcalose poderia ser em parte explicada por tun aumento da

permeabilidade luminal ao K+ no DCC devido à elevação de pH (ST ANTON

& GIEBISCH, 1982, WRIGHT & GIEBISCH, 1992).

Page 22: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

lO

Do ponto de vista molecular, esta proteína apresenta dois domínios

transmembrânicos (Ml e M2) e uma alça denominada região H5, similar aos

tetraméricos poros de canais de K+ dependentes de voltagem. As isoformas

destas proteínas estão distribuídas diferentemente ao longo do néfron. O canal

tipo ROMK2 é o mais largamente distribuído (ramo ascendente espesso,

dueto coletor cortical), ROMKl é especificamente expresso em dueto coletor

e a expressão do canal tipo ROMK3, é limitada à medula e ramo ascendente

espesso e túbulo distal convoluto (BOIM et alii., 1995; XU et ahi., 1997).

Segundo W ANG (1995), os canais de potássio desempenham pelo

menos quatro fimções em células epiteliais dos túbulos renais. Primeiro,

devido à sua alta especificidade ao potássio, estes canais participam na gênese

do potencial de membrana (Vm), ou seja, na diferença de potencial elétrico

(DDP) negativo celular, e deste modo suprem a célula de uma força movente

para difusão iônica através da membrana apical e basolateraL Segundo, a

ativação de canais de potássio por alteração de volume das células tubulares

contribue para o controle do volmne celular. Terceiro, a recirculação de íons

K+ por canais específicos para este cátion através da membrana apical e

basolateral é mn mecanismo essencial para manutenção de um fimcionamento

adequado de cotransportadores como o Na+:2Cr:K+, ou transportadores de

natureza ativa (permutadores) como a Na+.IK+-ATPase. Finalmente, uma

classe especial de canais de potássio de células principais localizada

principalmente em dueto coletor cortical, responde a uma grande variedade de

estímulos e desempenha o papel mais importante no processo da secreção de

potássio.

Descreveremos a seguir, a disposição destes canais ao longo do néfro,

bem como suas características funcionais, como conhecidas atualmente:

• Túbulo proximal - Neste segmento, os canais mais importantes são canais

de potássio sensíveis ao ATP, ao estíramento ("stretch") e também a

Page 23: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

li

variações do pH, localizados na membrana BL. Concentração milimolar de

Mg-ATP e acidificação do citosol inibem a condutância de K+ por estes

canais, enquanto que o aumento de volume celular (Lw)("swelling") e a

aplicação de pressão negativa pela micropipeta de "patch clamp" ativam os

mesmos (BECKet alii., 1993; Ki\WARARA et alii., 1987; MEROT et

alii., 1989; SACKIN, 1995). Vários estudos sugerem que estes canais de

K" sensíveis ao ATP na membrana BL nas células do túbulo proximal

estão de certa forma associadas à ativação da Na",K"-ATPase (BECK et

alii., 1993). A redução do pH inibe os canais de K", um efeito consistente

com o decréscimo da condutância ao potássio na situação de acidose

(KUBOTA, et alii., 1983).

• Ramo ascendente espesso da alça de Hen1e - Dois tipos de canais com alta

probabilidade de estado aberto, com condutância de K", de cerca de 30 e

de 70 pS, estão localizados na membrana apical e sujeitos a regulação por

alterações do pH, concentração de ATP, proteína quinase A (PKA), e

proteína quinase C (PKC)(Figura 2)(W ANG, 1994). Ainda neste

segmento, apresenta-se um canal de potássio de alta condutância para o

K\ ativado por cálcio e por despolarização da membrana, porém com

probabilidade de abertura baixa, e ativação por aumento de volume celular

(tw) (GUGGINO et alii., 1987) (não mostrado na Figura 2). Estes canais

devem ser importantes para a regulação do volume celular e não para o

transporte de K", desempenhado provavehnente pelos canais de baixa

condutância (WANG et alii., 1990; PALMER & FRINDT et alii, 1994/

1997).

Page 24: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

API CAL

Na+ __ _

Na +

2cr K+

12

TAL BASOLATERAL

Figura 2 - Regulação dos canais de K+ na membrana apical em células do

ramo ascendente espesso da alça de Henle (TAL).

Alterações na concentração de cálcio intracelular podem modular a

atividade de ambos os tipos de canais de K+ da membrana apical,

indiretamente, por ativação da PKC (W ANG et alii.,l996). Os canais de K+

luminais são também inibidos por pH ácido e por concentração milimolar de

ATP. AMPc e PKA, relativos aos eventos de sinalização celular de hormônios

como o ADH (ou Arginina Vasopressina), aumentam a atividade destes

canais. Tal aumento de condutância ao K+, leva também ao aumento da

reabsorção de cloreto de sódio devido ao incremento da recirculação de

potássio pela membrana apical (GIEBISCH,l998).

Page 25: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

A Figura 2 mostra também que o ácido araquidôníco (AA), inibe os canais

lmnínais de K•, um efeito mediado pelo metabolito 20-HETE, do citocromo

P-450 (W ANG & LU, 1995). A inibição dos canais de K+ que segue a

ativação dos receptores de cálcio na membrana BL, provavelmente relaciona­

se ao efeito do AA, e tem sido sugerido que metabolitos do citocromo P-450

podem mediar o efeito de alterações do cálcio extracelular na reabsorção de

cloreto de sódio por modulação da recirculação de potássio apicat

• Túbulo coletor cortical (DCC) - Dois tipos de canal de potássio apical

foram descritos neste segmento em rato e coelho (Figura 3). O primeiro

refere-se a um canal de alta condutância ao K+ , com baixa probabilidade

de abertura à DP fisiológica, dependente de voltagem e de concentração de

Ca++ intracelular. Este canal é inibido por TEA (tetraetilamônío) e

provavelmente está envolvido no controle de volume celular (GIEBISCH,

1998). O outro tipo de canal apresenta uma baixa condutância ao K•, com

retificação para dentro ("inwardly rectitying"), e com alta probabilidade de

estado aberto. Estes canais, provavelmente estão envolvidos com a

secreção distal de K•, localizando-se na membrana apical das células

principais de DCC (WANG et alii., 1995; GIEBISCH, 1998). Em resposta

a fatores como vasopressina, alcalinização celular ou "intake" alto de K•,

ocorre wn recrutamento de canais apicaís adicionais com conseqüente

aumento de secreção de potássio (CASSOLA et alii., 1993). O canal de

baixa condutância ao K+ apical é altamente sensível a acidificação do meio

intracelular, e a atividade do canal declina marcadamente quando o pH é

reduzido de 7.4 para 7.0 (CHOE et alii., 1997). Isto está coerente com os

efeitos da situação de acidose metabólica, na qual ocorre diminuição da

secreção de K+ no túbulo distal (G!EBISCH, 1998).

Uma importante propriedade da secreção de potássio apical, é sua

sensibilidade ao ATP. Estudos de "patch clamp" mostram que baixas

Page 26: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

14

quantidades de ATP, por exemplo concentração submilimolar, são necessárias

para fosforilação e ativação dos canais, enquanto que concentrações da ordem

milimolar de ATP, inibem a atividade dos canais (WANG et alii., 1990;

GIEBISCH, 1998). Esta inibição pode ser revertida ou atenuada por ADP,

PKA dependente de AMPc, e por aumento do pH. Vasopressina estimula a

secreção de K+ por uma via dependente de PKA (CASSOLA et alii., 1993).

Estes resultados são consistentes com as observações de microperfusão

tubular "in vivo" e "in vitro" na qual ADH estimula a secreção de potássio

(SCHAFER et alii., 1990; FIELD et alii., 1984).

Existem vários estudos sugerindo que a proteina quinase C (PKC) e a

qninase dependente de C a++ -calmodulina (CaMKil), ativada por Ca ++, inibem

a atividade dos canais luminais de K+ (KUBOKAWA et alii., 1995). Outros

fatores que modulam a condutância apical de K+ incluem o efeito inibitório

direto do ácido araquidônico (AA) e a interação com o citoesqueleto celular

(WANG, CASSOLA & GIEBISCH; 199211994).

Foram identificados canais de K+ na membrana basolateral, mostrando

diferentes condutâncias unitárias (Figura 3)(HIRSCH & SCHLATTER,

1993). Um aspecto de interesse destes canais, refere-se a sua sensibilidade ao

pH, estimulação por NO e GMPcíclico, bem como inibição por aumento de

Ca++ e ATP celular (HIRSCH & SCHLATTER, 1993; WANG, 1995). Vários

estudos indicam que o óxido nítrico (NO) está envolvido na regulação de

transporte iônico nas células principais. Acredita-se que o NO estimula a

abertura dos canais de K+ basolaterais, uma vez que a inibição da NO-sintase

reduz a atividade destes canais, enquanto que agentes que promovem a

liberação de NO ou geração de GMPc (como o ANP), estimulam os mesmos

(W ANG, 1995). O NO e o GMPc hiperpolarizam o potencial de membrana e

desta forma favorecem a entrada de Na+ no lado luminal (LU & WANG,

1997).

Page 27: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

15

API CAL CCD BASOLATERAL

Figura 3 - Acima: Regulação da secreção de K+ nas células principais do

túbulo coletor cortical (DCC). Abaixo, regulação dos canais de K+ na

membrana BL das células principais do mesmo segmento.

Page 28: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

16

Agentes hormonais que influenciam a secreção tubular de potássio.

Vários são os fatores que afetam o transporte de K•, tais como:

elevação do ritruo (fluxo) de perfusão, presença de ânions impermeantes,

meio alcalino, entre outros, que estimulam a secreção deste cátion nos

segmentos finais do néfron. Além disso, existem inúmeros agentes hormonais

que participam da regulação da excreção de potássio nos segmentos finais do

néfro.

Entre os hormônios conhecidos que modulam a secreção de potássio,

destacam-se os mineralocorticóides. A regulação hormonal da excreção de K•

no rim depende em grande parte da ação da aldosterona. Entretanto, recentes

estudos não somente redefinem o papel da aldosterona, como sugerem a

participação de outros hormônios que participam da homeostase do K• no

rim, sob uma variedade de condições fisiológicas (FIELD & GIEBISCH,

1985).

Existem inúmeros trabalhos demonstrando o efeito dos

mineralocorticóides, especialmente da aldosterona, na reabsorção de Na•, e no

aumento da secreção de K+ e H+, em dueto coletor cortical (FIELD et alii.,

1984b ). Este hormônio penetra na membrana basolateral (MBL) por difusão,

devido a sua lipossolubilidade, aumentando de forma aguda a permeabilidade

da membrana luminal (ML) ao Na+ No citoplasma, a aldosterona combina-se

também com um receptor, tàrmando um complexo ativo, receptor-esteróide,

que por sua vez, penetra no núcleo e induz a transcrição de RNAmensageiro e

RNAribossômico, levando ao aumento da síntese de proteínas. Estas proteínas

podem estimular a secreção ativa de H+, bem como, o aumento da

permeabilidade ao Na+ na ML (estimulando a síntese e/ou incorporação de

canais). O aumento da concentração de Na+ intracelular estimula a atividade

Page 29: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

17

da Na+1K+-ATPase da MBL, aumentando a reabsorção de Na+ e a

concentração de K+ intracelular. A estimulação do transporte de Na+ toma a

luz tubular mais negativa. Ambos os aumentos, da concentração intracelular

de K+ e da negatividade luminal, determinam uma elevação da secreção de

K+, amplificando o fluxo secretório inicial, induzido pelo eteito imediato da

aldosterona. A regulação da liberação da aldosterona pela supra-renal, decorre

principalmente de alterações da concentração plasmática de Na+ e de K+, e

dos hormônios adrenocorticotrófico (ACTH) e da Angiotensina II

(GIEBISCH,l992).

Estudos de efeitos agudos e crônicos de mineralocorticóides mostram

que existe um aumento na taxa de "turnover" da Na+1K+-ATPase, com

inserção de novas unidades desta ATPase na MBL, e aumento da

permeabilidade ao sódio e ao potássio da membrana apical. Em adição, o

simultâneo aumento na bomba eletrogênica associado ao aumento da

permeabilidade do K+ na membrana basolateral induz a uma marcada

hiperpolarização do potencial celular (cerca de -1 Oüm V). Estes efeitos

elétricos resultam numa difusão passiva de K+ através da membrana

basolateral. O aumento de K+ celular, por sua vez, aumenta a condutância

deste ion no lado lmninal (STANTON & GIEBISCH, 1992).

Angiotensina II ( AN G II).

O sistema renina-angiotensina é um elemento importante na regulação,

a curto e a longo prazo, da pressão sanguínea arterial. Fatores que reduzem a

pressão arterial, como as reduções no volume sangnineo eficaz (dieta

hipossódica, diuréticos, perda sanguínea, insuficiência cardíaca congestiva

Page 30: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

18

(ICC), cmose hepática, síndrome nefrótica), ou as reduções na resistência

periférica total (vasodilatadores), ativam a liberação de renína pelos ríns.

A renína é uma enzima que atua sôbre o angiotensinogênio (substrato

da renina) para catalisar a formação do decapeptídeo angiotensina L Este

decapeptídeo é clivado pela enzima conversara de angiotensina (ECA)

produzindo o octapeptídeo angiotensina II.

A angiotensina II, por sua vez, atua através de diferentes mecanismos,

embora coordenados, para elevar a pressão arterial em direção aos seus

valores normais. Talvez o mais importante mecanismo seja a capacidade que

a angiotensina II tem em inibir a secreção de Na+ e H20 pelos rins.

A ANGII contribui para a regulação da excreção de Na+ através de seu

efeito estimulante na córtex da glãndula suprarenal, promovendo aumento da

secreção de aldosterona, e assim, aumentando a reabsorção de Na+

principalmente no nefro distaL No entanto, foi descrita também ação direta

deste peptídeo no nefro (BURNIER et alii., 1996). Em indivíduos normais, a

infusão de baixas doses de AN G II reduz a excreção urinária de Na+, enquanto

que a administração de um inibidor da Enzima de Conversão de Angiotensina

(ECA), aumenta a natriurese, ambos efeitos ligados à regulação da reabsorção

de Na+ nos segillentos proximal e distal do néfron (LIU & COGAN, 1987;

VOS et alii., 1993).

Estudos de microperfusão de lóbulos proximais no rato mostraram que

a administração de angiotensina em doses picomolares estímula a reabsorção

de Na+, particularmente pela ativação da pennuta Na+M (NASCIMENTO­

GOMES & MELLO-AIRES, 1992).

O aumento de excreção nrinária de Na+ foi também descrito com a

utilização de bloqueadores de receptores da ANGI! em rato e cão (FENOY et

alii., 1991; BOVEE et alii., 1991). Durante microperfusão "in vivo" em ratos

Munich-Wistar, Losartan foi extremamente efetivo em inibir a reabsorção de

Page 31: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

19

cr , bicarbonato e H,O no segmento SI do túbulo convoluto proximal (XIE et

alii., 1990). Losartan foi mais potente do que Captopril na inibição do

transporte de NaCL O bloqueio do sistema renina-angiotensina com inibidores

da ECA, geralmente causa um aumento do K+ plasmático, devido ao

decréscimo dos níveis plasmáticos de aldosterona. Já a ação do Losartan, em

alguns modelos experimentais, promove o aumento da excreção de K+

(BOVEE et alii., 1991; XIE et alii., 1991). Entretanto, em outros estudos,

demonstrou-se que este efeito foi transiente e não afetava os llive1s

plasmáticos de K+ (BURNIER et alii.,l993). Vários mecarnsmos foram

postulados para explicar a resposta caliurética do losartan. A excreção de K+

poderia resultar de um aumento da carga de Na+ no túbulo distal. Outra

explicação seria que o aumento da excreção de K+ estaria relacionado com

um aumento da concentração de ácido úrico presente no fluido luminal do

túbulo distaL Existem evidências mostrando que o túbulo proximal possui um

permutador urato/ânion, localizado em "brush border" de vesícula de

membrana, responsável pela reabsorção de ácido úrico (ROCH-RAMEL et

alii., 1994), sendo este pennutador sensível a presença de losartan. Em favor

desta hipótese, está o fato que a excreção de K+ e de ácido úrico apresentam

uma significante correlação positiva (BURNIER et alii., 1995).

Bradicinina (BK)

O Sistema Calicreina-Cinina (SCC) Renal, é composto por um

complexo conjunto multienzimático, do qual os principais elementos são: a

enzima calicreína, o substrato cininogênio, hormônios efetores ou cininas ,

dentre os quais se encontra a bradicinina (BK e lisii-BK), enzimas

metabólicas [entre as mais relevantes encontram-se a cininase I, cininase II

(ECA) e a endopeptidase neutra- NEP], e um número ainda desconbecido de

Page 32: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

20

ativadores e inibidores de calicreína e outras cininases, Este sistema parece

participar de inúmeros processos complexos, tais como: eventos

inflamatórios, resposta à lesão tecidual, controle do volume extracelular,

regulação da pressão sanguínea, controle da excreção de sódio e água,

resistência vascular renal e liberação de renina (VIO, 1992).

A bradicinina é um nonapeptídeo, enquanto que a calidina, também

denominada lisil-bradicinina, apresenta tun resíduo lisina adicionado na

porção aminoternrinal. Os dois peptídeos são clivados a partir de a 2-

globulinas que são sintetizadas pelo figado e circulam no plasma, Esses

precursores são denominados de cininogênios, Existem dois cininogênios, o

cininogênio de alto peso molecular e o de baixo peso molecular, Numerosas

serinoproteases geram cininas, mas as proteases altamente específicas que

liberam bradicinina e calidina dos cininogênios são denominadas de

calicreinas,

Existem dois tipos de calicreínas: a calicreína plasmática de 88kDa, e a

calicreina tissular, proteína comparativamente menor, com massa molecnlar

de 29kDa, Esta última é sintetizada em numerosos tecidos, inclusive em

glândula salivar, SNC, sistema cardiovascular e rim, A síntese da pro­

calicreina tissular é regulada por mnnerosos fatores, inclusive pela

aldosterona no run e nas glândulas salivares (GOODMAN & GILMAN,

1996),

O conhecimento atual da localização da calicreina no tecido renal,

através de várias metodologias aplicadas como: microdissecção de segmentos

de néfron de coelhos, imunoreação à calicreina em segmentos de néfrons

rnicrodissecados, estudos de rnicropunção em ratos, e estudos de

imunocitoquímica, indicam a presença desta enzima nas células do túbulo

conector (BEASLEY et alii,,1987). Estas células possivehnente podem estar

relacionadas também com a secreção de K+ distal, o que deixa em aberto

Page 33: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

21

como estes fenômenos possam estar relacionados. Com respeito à presença de

calicreína na membrana plasmática, a enzima foi observada ao longo de

extensas àreas basais e luminais, como reportado recentemente em fiações de

membrana purificadas. A calicreína pode atuar na membrana como

ectoenzima, como sugerido por dados obtidos em suspensão de células

corticais; e pode ser liberada para dentro da urina e do compartimento

vascular, já que é encontrada em ambos os efluentes de ríns isolados

perfundidos. No rim humano, com os mesmos métodos, a calicreína também

foi localizada no segmento correspondente ao túbulo conector. A estreita

associação anatômica desta região com o aparelho justaglomerular sugere

uma função desempenhada pelas células do túbulo conector, como regnlação

do FSR, RFG e liberação de renína, o que é consistente com um efeito

parácrino. Isto é apoiado considerando a inexistência de calicreína no túbulo

proximal ( sugeríndo que a calicreína não é filtrada em quantidades

significantes no glomérulo )(VIO et alii., 1983). Porém em condições

patológicas como insuficiência renal crônica, pode ser detectada a presença

desta enzima no filtrado glomerular.

A fonte primária mas não exclusiva de biossíntese de cininogênios, é o

figado, porém pelo método de imunofiuorescência e imunocitoquimica, foi

demonstrada a presença deste substrato em células de dueto coletor de ríns de

rato, Fato curioso, nestes estudos, é a presença de cininogênio próximo à

calicreína em segmentos de transição entre túbulo conector e coletor de rim

humano.

A ação da calicreína sobre seu substrato leva à geração de cininas das

quars a bradicínína é a mais notada. A capacidade vasodilatadora desta

substãncia, que modula a fimção renal através de ação vascular e tubular, vem

sendo extensivamente ínvestigada, através de várias metodologias, como:

infusão e perfusão de bradicinina, administração de antagonistas, uso de

Page 34: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

22

anticorpos, inibidores de cininases (Captopril, Enalapril), inibidores de NEP

(Phosphoramidon) e inibidores de cininogênio (aprotinina). As cininas

causam aumento do FSR, liberação de renina em glomérulo isolado, medeiam

a indução de hiperfiltração por dieta rica em proteínas, inibem a resposta

hidrosmótica da vasopressina em dueto coletor cortical isolado, bem como a

reabsorção de sódio no dueto coletor medular interno.

Os receptores de cininas têm sido caracterizados através de técnicas

farmacológicas, bioquímicas e de clonagem molecular (CHAJ et alii., 1996; -

SONG et alii., 1996) sendo localizados em células justaglomerulares, células

mesangiais, segmento fino e espesso da alça de Henle, túbulo proximal e

distal. Bradiciuina também causa um relaxamento dose-dependente de

arteríolas aferentes isoladas de ratos (EDW ARDS, 1985). Ainda, um sítio

ligante semelhante ao receptor de BK foi descrito em membrana glomerular

de ratos. O sítio específico e sua afinidade, parecem ser semelbantes ao

receptor de ciniua BK2. O receptor mais importante da bradicinina no rim,

BK2, tem sido localizado por técnicas de PCR reversa e hibridização "iu

situ" de RNAm, em quase todos os segmentos do néfron. Sua maior densidade

está em dueto coletor, conector e pars recta do túbulo proximal (SONG et

alii., 1996; MAR!N-CASTRANO et alii, 1996).

Prostaglandina E2 (PGE,)

As Prostaglandiuas (PG) compreendem uma diversificada familia de

lípides biologicamente ativos, derivados do metabolismo do ácido

araqnidônico, pela ação da ciclooxigenase. O rim é particularmente uma fonte

rica destes prostanóides, sendo a PGE2 seu maior metabólito renal, atingindo

concentração urinária da ordem de nanomolar, enquanto na circulação sua

concentração é bem menor, na faixa de picomolar (DUNN & HOOD, 1977;

Page 35: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

21

BONV ALET et alii., 1987). A produção local pode ser estimulada por vários

hormônios nicluíndo angiotensina, vasopressina e bradicinina, e por outro

lado os prostanóides modulam também a ação destes hormônios (BREYER et

alii., 1996). A PG regula a hemodinâmica renal e existem evidências de sua

açào no transporte de soluto e água, apresentando efeitos distintos sobre

células alvo do tecido renal, dependendo do tipo de prostaglandina (PGE2 ,

PGh,PGFz,Ir.) ou do tipo de receptor presente.

Recentemente foram descritos múltiplos receptores de prostaglandinas,

através de estudos farmacológicos, utilizando-se análogos estruturais de PG.

A nomenclatura para tais receptores foi padronizada, e assiin todos receptores

para prostaglandina E2 são referidos como receptores EP(E-Prostanóide ), e

seus subtipos foram descritos como EP~, EP2, EP3 e EP4 (COLEMAN et alii.,

1994; TOH et alii., 1995; REGAN et alii., 1993/1994).

A sequência amino-acídica destes receptores foi reportada, constituindo

sete domínios transmembrânicos característicos de receptores acoplados a

proteína-G (HENDERSON et alii., 1990; NAMBA et alii., 1993). A ativação

de cada receptor, por sua vez, está ligada a uma determinada via de

transdução de sinal. O receptor EP1 está acoplado à via Inositol Trifosfato

(IP3) e Diacil-glicerol (DAG); o receptor EP3, acoplado à proteína Gi; e os

receptores EP2, EP4, acoplados à proteína G, (COLEMAN et alii., 1994;

BREYER et alli., 1996).

O receptor EP 1 foi originalmente identificado pela sua capacidade de

causar contração muscular lisa em vários tecidos. O papel intrarenal deste

receptor foi somente parcialmente caracterizado. Por hibridização "in situ"

mostrou ser expresso em DCC de camundongo e homem. Em DCC de coelho,

a PGE2 inibiu o transporte de Na• por um mecanismo acoplado a liberação de

Ca++ de estoques intracelulares (HEBERT et alii., 1993). Este aumento de

Ca ++ é mimetizado por sulprostone, ativador do receptor EP1, mas não é

Page 36: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

24

reproduzido por ativadores de receptor EP3 (MB28767) ou de receptores

EP,!EP3(11-deoxi-PGE2), e pode ser bloqueado por aotagonistas de receptor

EP1 (FOWLER et alii., 1995).

O receptor EP, foi clonado em homem, coelho, rato, camundongo e

vaca (BREYER et alii., 1996). Esta classe de receptor parece ser a única que

permite vários tipos de "splicing" alternativos. Pelo menos 9 tipos de

isoformas são expressas no homem, 4 em coelhos, e 3 em rato e camundongo.

Foram expressadas 4 isoformas de receptor EP3 de glândula adrenal bovina

(NAMBA et alli., 1993) e designadas EP,A.B.C.D·

Dos quatro subtipos, o EP3 parece ser o mats ubíquo. O RNA

mensageiro do receptor EP3 é muito expresso em riin e útero, e é expresso

também em estômago, tiino, baço, pulmão, e cérebro (SUGIMOTO et alli.,

1992). TAKEUCill et alli. (1993), clonaram receptor EP3 em rato e

exatninaram a distribuição de seu mRNA em rim através de transcrição

reversa e PCR, em segmentos de néfrons dissecados. Seus resultados indicam

que estes receptores são expressos em segmento espesso da alça de Henle e

dueto coletor no córtex e na medula renal.

Ftmcionalmente, os receptores do grupo EP3 parecem estar envolvidos

em pelo menos dois processos intracelulares, run dos quais resulta na inibição

da liberação de neurotraosmissores, da secreção ácida gástrica, e da lipólise; e

o outro envolve a contração da musculatura lisa. No primeiro processo, as

respostas são todas classicamente mediadas por inibição da adenilciclase e no

último, por arunento de cálcio livre intracelular, quer de origem extra ou

intracelular. Em epitélio de túbulo coletor cortical, a ocupação destes

receptores causa inibição da geração de AMPc induzida pelo tratamento com

A VP (SONNENBURG & SMITH, 1988). Este receptor está aparentemente

envolvido "in vivo" na inibição da reabsorção de ágna estimulada pela A VP

(SMITH, 1989). A atividade do receptor renal EP3 é bloqueada pela toxina

Page 37: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

Z5

pertussis, indicando que o receptor é acoplado à proteína G,

(SONNENBURG et alli., 1990); além disto, o mesmo receptor tem sido

parcialmente purificado em associação com a proteína G sensível a toxina­

pertussis (WATANABE et alli., 1986, 199la). Assim, o receptor EP3 renal

parece estar acoplado a proteína Gi e está envolvido na inibição da formação

de AMPc. Este mecainsmo também é descrito em estômago, onde o EP3 está

envolvido na inibição da secreção ácida induzida pela histamina (REEVES et

alli., 1988), e em tecido adiposo, onde inibe a lipólise induzida pela epinefrina

(BUTCHER & BA!RD, 1968; STRONG et alli., 1992) [Estes últimos eventos

mediados por EP3 são inibidos pela toxina pertussis ].

PGE2 e agonistas EP3 (M&B 28767) diminuem o túvel de AMPc

estimulado por forskolin em células que expressam receptor EP3

(camundongo). lnteressantemente, embora PGE, e M&B28767 possuem

afinidade siuúlar por receptor EP3 recombinante, a potência do análogo sobre

preparações contendo receptor EP3 nativo é duas ordens de grandeza maior do

que a de PGE2. Esta diferença parece refletir a grande eficácia deste agente

M&B, resultando numa eficiência maior na estimulação do complexo

receptor-M&B do que do receptor-PGE2 (SUGIMOTO et alli., 1993).

Peptídeo Atrial Natriurético(ANP).

A forrna ativa do ANP é um polipeptídeo contendo 28 aminoácidos

(ANP28). Desde a descoberta e a caracterização deste peptídeo, que estimula

a natriurese e a diurese, vários outros agentes tem sido identificados. Os

miócitos atriais secretam o pro-hormônio que apresenta 126 resíduos

aminoacídicos, que após clivado fornece o ANP, contendo 28 aminoácidos

(99-126). Nas diferentes espécies de mamíferos o ANP difere apenas num

aminoácido na posição 12, tal como isoleucina em rato, e metionina em

Page 38: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

26

humanos. O ANP, também denominado Fator Atrial Natriurético, pertence a

uma família denominada de peptídeos natriuréticos, nos quais se incluí o

"braín natriuretic peptide" ou BNP, que apesar do nome também é encontrado

em músculo atrial e ventricular, além do peptídeo natriurético do tipo C

(CNP), presente em células nervosas e endoteliais, e curiosamente com pouca

atividade natriurética em mamíferos (MAACK, 1996). Um outro componente,

ANF32, também denominado urodilatina, foi detectado na urina e em células

do túbulo distal.

O estímulo para secreção de ANP é o estiramento do tecido atrial

cardíaco. Assim, o aumento do volume plasmático, ou o aumento da pressão

venosa, são potentes estímulos fisiológicos para sua secreção. As principais

ações do ANP incluem: um efeito direto sobre o rim, influindo na

hemodinâmica renal, com aumento da excreção de água e eletrólitos; um

antagonismo funcional do sistema renina-angiotensina-aldosterona, por

inibição da síntese de renina e aldosterona, e também por antagonizar todos os

efeitos conhecidos da ANGII; também desempenha um antagonismo da

atividade autonômica, que causa vasoconstricção, e finalmente por promover

um aumento da permeabilidade hidráulica capilar, estimulando movimento de

fluído do compartimento intra vascular para o intersticial.

O ANP aumenta significativamente a carga de Na+ nos segmentos

finais do néfro, fato essencial para seu efeito natriurético. As razões para este

aumento são múltiplas e incluem: arunento do ritmo de filtração glomerular

(RFG), diminuição da hipertonicidade da medula interna que diminui o efluxo

passivo de fluído no ramo descendente da alça de Henle, e um efeito tubular

direto que reduz a reabsorção de Na+ no dueto coletor medular interno

(DCMI) (ATLAS & MAACK, 1992).

Um aspecto fisiológico importante do ANP está relacionado ao seu

efeito inibitório sôbre o sistema renina-angiotensina-aldosterona. A infusão

Page 39: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

27

aguda de ANP inibe a secreção de aldosterona pela adrenal, resultando num

decréscimo dos níveis plasmáticos dos hormônios antinatriuréticos (BURNET

et alii., 1984; MAACK et alii., 1984). A diminuição da aldosterona plasmática

em parte é devida à diminuição da atividade da renina no plasma, e em outra

parte ao efeito direto inibitório (do ANP) na zona glomerulosa da adrenal, na

síntese de aldosterona. A mais provável explicação para o decréscimo da

secreção de renina é o aumento da carga de Na+ na mácula densa (ATLAS et

alii., 1992). O ANP também antagoniza todos os efeitos conhecidos da

ANGII, como vasoconstricção periférica, atividade promotora de crescimento

de célula muscular lisa vascular , reabsorção de Na+ proximal, bem como o

efeito dipsogênico central. Estes efeitos antagônicos provavelmente estejam

relacionados com o decréscimo de Ca ++ intracelular, uma vez que em célula

muscular lisa vascular foi descrita uma estimulação da Ca ++ -ATPase do

sarcolema devido à ativaçào de uma via intracelular dependente de GMPc, ao

qual o ANP está relacionado.

Existem bioquimicamente e funcionalmente duas classes distintas de

receptores para o ANP. Uma compreende os receptores envolvidos na

ativação do GMPc. Estes receptores, dependendo da afinidade com que se

ligam ao ANP ou aos seus derivados, podem ser divididos em Tipo A (alta

afmidade) e B (baixa afinidade) (CHANG et alii., 1989, SUDOH et alii.,

1990). A segunda classe corresponde aos receptores do Tipo C, também

denominados receptores de "clearance". Estes não estão acoplados à atividade

do GMPc, podem ligar-se ao ANP ou a qualquer derivado com afrnidade

similar, e não levam a efeito natriurético. Acredita-se que os receptores do

tipo C tenham importàucia para a remoção do ANP da circulação, pois após a

ligação hormônio-receptor, decorre intemalização ( endocitose) deste

complexo e posterior desintegração do hormônio por hidrólise lisossomal,

enquanto os receptores são reciclados. Assim os receptores C atuam como um

Page 40: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

28

sistema tampão hOtmonal, impedindo grandes e inadequadas flutuações de

ANP no plasma (NUSSENZVEIG et alii , J 990; BROWN & ZUO, 1992;

ANAND-SR!V ASTA V A & TRACHTE, 1993; MAACK, I 996)

Vários trabalhos mostraram que o tecido renal apresenta wna ampla

distribuição destes receptores, particulannente em córtex renal (NAPIER et

a]ii,, !984; YlP et alii, 1985) e no glomérulo (BALLERMANN et aliL, 1985;

BUTLEN et a]ii,, 1987} TERADA et alii, (1991), detectaram altos níveis de

RNA mensageiro para o receptor de ANP em tubulos renais isolados, no

glomérulo e dueto coletor medular intcnw, enquanto outros segmentos rena]s

como CCD, túbulo convoluto proximal c distal apresentaram níveis muito

baixos de expressão,

Arginina-Vasopressina (AVI')

O honnônio neurohipofisário argum1a~vasopressma, sintetizado nos

núcleos supra-optico e paraventricular do hipotálamo, apresenta múltiplas

ações, incluindo a inibição da diurese~ contraçâo da célula muscular lisa,

agregação plaquetária, estimulação da glicogenólise no figado, modulação da

liberação do horrnônio adrenocortícotrófico (ACTH), e ainda pmticipa da

regulação central de alí,,'llmas funçôes somátícas, como termoregulação e

regulação da pressão sanl,'llínea (JARD et alíí,, 1988), Estas mítltiplas ações

poderiam ser explicadas pela ínteração do A VP com pelo menos três tipos de

receptores acoplados a proteína G: o receptor V 1a{ vascular, hepático) c

V1b(hipófise anteríor) relacionados com a via dos fosfoinositideos, com

ativação da fosfolipase C e liberação do CaH intracelular (NATHANSON et

alíí,, !992); e os receptores V2 (rim), acoplados a via adenil-ciclaseiAMPc,

A clonagem e a expressão dos receptores de A VP, contimram que são

pmtencentes a uma familia aeoplada a proteína G, caracterizados por sete (7)

Page 41: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

29

domínios transmembrânicos. A expressão do RNA mensageiro que codifica o

receptor V ta, é abundante em fígado e rim de rato e está presente também no

tecido nervoso (MOREL et alii., 1992; OSTROWSKI et alii., 1993). A

transcrição do receptor V 2 é alta no tecido renal, especialmente no dueto

coletor e ramo ascendente espesso da alça de Henle (OSTROWSKI et alii.,

1994). O A VP circulante, uma vez ligado ao receptor V2, promove aumento

da permeabilidade dos segmentos fmais do néfron à água, levando à

concentração urinária e a conservação de água pelo organismo.

NITSCHKE et alii.(l99\ ), descreveram também a presença de

receptores do tipo V1 nos segmentos distais, como dueto coletor cortical e

medular. O mesmo resultado foi mostrado por HIRASAWA et alii.(l994),

através de experimentos de PCR (Reverse Transcription Polymerase Chain

Reaction), bem como por TERADA et alii.(l993), detectando a expressão de

RNA mensageiro de receptores do tipo V1, em glomérulo, DCC, dueto coletor

medular interno e externo. Por outro lado, existem também evidências de que

a A VP, aluando em receptores V 1, modula o transporte iônico (BARRE TO­

CHAVES & De MELLO-AIRES, 1997).

A via adenil-ciclase/ AMPc envolve a participação da proteína quinase

A (PKA). Está bem caracterizado que o AMP c estimula a permeabilidade à

agua e a condutância de Na+ apical no DCC. Foi demonstrado também, que o

AMPc aumenta a secreção de K+ neste segmento (SCHLATTER &

SHAFER, 1987; ABRAMOW et alii., 1987). Foi sugerido que o efeito do

AMPc sobre a secreção de K+ resulta no aumento da força movente para o

K+, através da membrana apical (SCHAFER et alii.,l990). Em estudos de

"patch-clamp", em DCC de ratos, foi demonstrado que o AMPc causa

abertura de maior número de canais de baixa condutância a K+ por intermédio

da proteína quinase A (PKA)(CASSOLA et alii., 1993).

Page 42: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

30

Recentemente, um canal para K+ (ROMKl) regulado por ATP e

apresentando retificação para dentro, possuindo muitas propriedades

semelhantes aos canais de pequena condutância de K+, foi clonado de medula

externa de ratos (HO et alii., 1993 ). A sequência de arninoácídos do ROMKl,

revela vários sítios putativos para fosforilação por PKA, fornecendo assim

novas evidências do envolvimento da PKA neste processo. Outro aspecto, é

que em células A6, que apresentam propriedades funcionais similares às

células principais de DCC, o AMPcíctico aumenta significativamente a

densidade dos canais de K+ de baixa condutância (HAMILTON & EATON,

1991).

A importância do papel da PKA na modulação da atividade do canal de

K+ vem sendo explorada pelo estudo dos efeitos do ADH sobre a condutância

apical deste cátion. Desde que a razão de permeabilidade entre a membrana

basolateral e luminal não foi alterada por A VP, foi sugerido que o aumento da

força movente para K' seria responsável pelo efeito estimulatório do A VP

sobre a secreção de K', ao invés do aumento da condutância luminal ao K'.

Entretanto, se a condutância em ambos os lados da membrana foi estimulada,

nenhuma alteração de razões de permeabilidade seria observada. Esta hipótese

foi investigada em experimentos de "patch-clarnp". A aplicação de ADH (10-

200 pM), significantemente estimulou a atividade do canal em patches "cell­

attached". Este efeito pode ser mímetizado pela adição de AMPc,

particularmente de formas permeantes em membrana, como o db-AMPc

(dibutyril-AMPc), ou pela adição de um inibidor da fosfodiesterase (W ANG,

1995).

Page 43: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

31

II - OBJETIVOS

Como revisto na introdução a este trabalho, a secreção de potássio no

néfro distal depende da natureza do fluido que o perfunde. Quando esta

perfusão é realizada com fluido tubular nativo, é observado maior ritmo de

secreção que durante a perfusão com soluções exclusivamente salinas,

artificiais. O presente trabalho foi realizado para investigar eventuais fatores

estimuladores da secreção tubular de potássio que possam estar presentes em

fluído tubular, ou pela própria filtração do plasma ao nível glomerular, ou

através de secreção tubular em segmentos a montante do túbulo distal corticaL

Com esta fmalidade, perfundimos o túbulo distal cortical com soluções

artificiais contendo substãncias que podem ser encontradas em fluido tubular

nativo, como diferentes agentes hormonais (Arginina-Vasopressina,

Angiotensina li, Bradicinina, Peptídeo Atrial Natriurético, Prostaglandina E2)

em concentrações norma e suprafisiológica, avaliando-se concornítantemente

o fluxo secretório de potássio (Jk+).

Page 44: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

32

III- MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados ratos albinos Wistar machos, pesando entre 180 a

340g, fornecidos pelo biotérío central do Instituto de Ciências Biomédicas,

USP, além de ratos Brattleboro, que são geneticamente desprovidos de

hormônio antidiurético (A VP), fornecidos pela Escola Paulista de

Medicina(UNIFESP).

Os animais receberam dieta sólida padrão (NUVlLABcrl, PR) e água

"ad libitum" até o momento do experimento. Durante a fase experimental, os

animais foram anestesiados com Inactin (Byk-Gulden, Konstanz, FRG), na

concentração de JOOmg!Kg de peso corpóreo. Este anestésico apresenta as

seguintes vantagens: rápida indução anestésica, permite uma respiração

regular e ausência de alteração da pressão sanguinea. Caracteriza-se ainda por

manter um longo período anestésico, dispensando doses complementares. Sua

utilização tem sido constante em nosso laboratório e seus beneficias têm

suplantado seguramente suas restrições apontadas na literatura) como as

evidências da depressão na reabsorção tubular proximal em ratos anestesiados

pelo Inactin, comparando-os com ratos anestesiados por barbiturato

(VESTRJ, 1992).

Os animais controles, a segu1r, receberam infusão salina e annna1s

foram preparados para microperfusão "in vivo" como descrito previamente

por GIL & MALNIC (1989). Resmnidamente os experimentos consistiam das

segumtes etapas:

Fase cirúrgica.

1 - Os animais foram levados a uma mesa cirúrgica com temperatura

mantida a 3 7"C, por meio de uma placa aquecida. Posteriormente, foi feita a

Page 45: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

33

traqueostomia e canulação da veia jugular para infusão com solução de NaCl

0.9% acrescido de 3% de manitol, mediante uma bomba de infusão contínua

(Havard Apparatus, MA, USA), nmna velocidade variando de 0.05 a 0.1

mllmin, os Brattleboros, por outro lado, devido à perda continua de água,

receberam infusão contendo solução de NaCI(55nnnol!l), NaHCo,­

(20mmol/l), KC1(3mmol/l), acrescido de I% de manitol, na velocidade de O. I

a 02ml/min.

Em alguns grupos experimentais, foi feita a canulação da artéria

carótida, a fim de coletar amostras de sangue para a medida de pH, Pco,,

através de mu pHmetro (Radiometer BMS3/MK2), bem como determinar as

concentrações de Na+ e K+ por fotometria de chama (B262, Micronal, Brasil).

2 - Os animais foram colocados em decúbito lateral direito, sendo o rim

esquerdo exposto por incisão lateraL Este foi liberado da gordura perirrenal,

através da divulsão deste tecido por utilização de pequena tesoura reta

cirúrgica com ponta arredondada. O rim foi fixado em mu suporte acrílico e

imobilizado com agar 5% em solução fisiológica. Uma pequena área na

superficie renal, centro-lateralmente, foi mantida livre de ágar, a fim de

permitir o acesso dos microeletródios e micropipetas instalados nos

micromanipuladores.

3 - A visualização tubular foi realizada através de microscópio

estereoscópio (Leitz, Alemanha), com amuento de 40 à IOOx, sendo o rim

transilurniuado por mu bastão de quartzo, acoplado a mua lâmpada de

tungstênio. O rim foi banhado durante todo o experimento com solução

Ringer a 3 7°C A cauda do rato foi seccionada em sua extremidade e

mergulhada em "beaker" contendo solução salina e fazia contato elétrico por

ponte de Agar/KCl com uma hemicélula de Agi AgCL Desta forma, o

Page 46: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

34

compartimento extracelular do animal foi utilizado como nível de referência

das medidas elétricas realizadas.

Preparo das micropipetas duplas e microeletródios

Foram confeccionadas micropipetas duplas, utilizando-se capilares

duplos do tipo Tlieta (R & D. optical systems, lnc., Spencerville, MD, USA).

Cada capilar foi estirado verticalmente (Narishige, modelo P2, Japão) e

bizelado por um microesmeril (Fabricado na oficina do Departamento de

Fisiologia e Biofisica do ICB, USP) para obtenção de nm bizel com diâmetro

de ponta entre 12 e 15 J.!m. A micropipeta dupla continha em nm dos ramos

solução perfusora controle contendo I 00 mM de NaCI, 1 O mM Hepes, 1mM

CaCJ,, 1 mMgS04, 1 mM NH.Cl, 0.5mM KCI, pH 6.5, e acrescentava-se

rafinose para manter a osmolalidade em 300müsm. Adicionava-se também

nm corante verde FDC 0.05% para facilitar a identificação do segmento renal

perfundido O outro ramo foi preenchido com óleo de rícino corado com

negro sudan (Sudan-black) com a finalidade de se bloquear a coluna de fluido

perfusor dentro do lnmen ("stopped flow microperfusion").

Para os microeletródios duplos, utilizamos capilares duplos do tipo

Hi1genberg (Malsfeld, Alemanha), assimétricos (ramo maior com 1.6mm de

diâmetro externo, ramo menor com 0.8mm). Inicialmente os capilares foram

estirados verticalmente (Narishige, modelo P2, Japão), de forma a obter-se

diâmetro de ponta de I J.!m. Devido à natureza apoiar da resina de troca iôníca,

o ramo maior, onde é adicionada esta resina, sofria nm processo de

silanízação (hidrofobização ).

Este processo consiste na reação dos gmpos hidroxila do vidro com o

átomo de silício do composto orgânico Hexamethyldisilazano (Fluka

Chemika, Buchs, SW), através da exposição do capilar ao vapor deste

Page 47: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

35

composto, por um periodo médio de 30 min. A silanização foi realizada

através da adição de 0.2ml de disilazano em uma cãmara de vidro, com 15cm

de altura por 5cm de diãmetro, com tampa de rosca, e com uma vedação de

borracha adaptada para permitir a fixação dos microeletródios e impedir o

vazan1ento do composto. Esta câmara foi também mantida em capela com

exaustão, durante este procedimento.

O microeletródio, assim preparado, foi posteriormente colocado num

dessecador, evitando contato com a umidade do ar. A adição da resina de

troca iônica, específica para o K+ (Fluka Chemika, SW) na ponta do

microeletródio foi feita através de um capilar de vidro, estirado manualmente

em maçarico e introduzido no maior ramo, previamente silanizado, 24 horas

antes do início da fase cirúrgica. Pelo mesmo processo, solução eletrolítica de

fosfato ácido de potássio ( 40mM) e NaCl (15mM), com pH 7, foi colocada no

mesmo ramo, acima da resina. No ramo menor (referência), solução composta

de 0.26M NaCI e 0.76M acetato de sódio, corada com 0.1% de corante FDC,

foi introduzida.

Para calibração dos microeletródios, realizada antes e depois de cada

punção, foram utilizadas 3 soluções de composições similares à solução

utilizada para microperfusão tubular controle (NaCI 100mM, CaCh l.2mM,

MgS04 1mM, 1'-.'H,Cl !mM, HEPES I OmM), porém contendo diferentes

concentrações de K\ a saber: 3, 10 e 30mM. O microeletródio era então

calibrado, observando-se a variação de voltagem em relação ·a variação de

concentração de K•. O valor médio da DP por década de variação de [K+] foi

de 43±2.5mV, semelhante aos valores referidos por WRIGHT &

McDOUGAL (1972).

Foram confeccionadas micropipetas simples com capilares do tipo

Kimax (A. H. Thomas, Philadelphia, USA), de paredes finas, e diãmetro

externo de 0.8nun. Os capilares foram estirados horizontalmente (estirador de

Page 48: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

36

Livingstone). A seguir, sua ponta foi quebrada manualmente, através de pinça

de relojoeiro, sob microscopia óptica (Zeiss, Alemanha), de maneira a obter­

se um diâmetro fmal de 5 a l4J.!m. A pipeta foi então afilada com

microesmeril, para pennitir a formação de bizel. Esta micropipeta simples foi

preenchida com uma solução, contendo a mesma composição eletrolítica da

solução perfusora controle, além da substância a ser estudada (Bário,

Benzamil, A VP, ANP, PGE2, BK, ANGII).

As conexões entre os ramos das micropipetas dupla e simples, e as

seringas injetoras foram feitas com tubos de polietileno. A união entre os

ramos da tnicropipeta e os tubos de polietileno foi mantida através de agulhas

hipodénnicas, vedadas com lacre. A seguir, as micropipetas duplas e o

microeletródio foram colocados em micromanipuladores mecânicos (Leitz,

Wetzlar, Alemanha), enquanto a pipeta simples foi adaptada num

micromanipulador (Fischer, Gottinagen, Alemanha) através de um porta­

micropipetas feito na oficina do Departamento, ligado a outra seringa.

Metodologia da microperfusão.

A determinação da secreção tubular de potássio foi feita através da

técnica de microperfusão estacionária, como previamente descrito por

MALNIC & MELLO-AIRES (1971). A utilização de microperfusão

estacionária para o estudo da secreção distal de K+, é uma inovação

metodológica, uma vez que este método, inicialmente, foi utilizado para

avaliação da secreção de H+ e reabsorção de bicarbonato em túbulos renais, e

para determinação de transporte de K+ em túbulo proximal. Isto pennite

avaliações sequenciais da atividade de K+ luminal durante perfusões controle

e experimental no mesmo segmento tubular renal (VESTRI et alii., 1992).

Page 49: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

:n

Os túbulos distais foram localizados, iniciabuente, por perfusão com

soluções perfusoras coradas a partir de uma alça proximal média ou final com

a micropipeta dupla. Posteriormente, impalava-se o segmento distal fmal com

microeletrodo duplo, contendo nmn dos ramos resina de troca iônica sensível

ao potássio (Fluka Chemika, SW), e no outro, menor, solução eletrolítica

referência corada com verde FDC 0.1% (eletrodo de referência).

A identificação e confirmação das alças distais finais foi feita por

critérios anatômicos e elétricos. A partir de alça distal inicial ocorre um tempo

de trânsito abaixo de 2 segundos de uma solução corada, de uma alça até a

seguinte, e em geral o segmento distal não consta de mais de duas alças

(VELÁSQUEZ et alii., 1987). Ainda, a diferença de potencial transepitelial

encontra-se acima de -20m V (lúmen negativo) (GIL & MALNTC, 1989;

LOPES & MALNTC, 1989). A solução perfusora era isolada do fluido tubular

com óleo injetado pelo outro ramo da micropipeta. Em alguns

experimentos a perfusão dos túbulos renais foi feita do segmento distal inicial

para o segmento distal final (perfusão distal-distal).

Finalmente, a micropipeta simples contendo o agente hormonal a ser

estudado era inserida no mesmo néfro (proximal ou distal inicial). Cada

túbulo foi perfundido primeiramente com solução controle, e a seguir, com

solução experimental, permitindo, desta forma, comparação pareada entre a

microperfusão controle e experimentaL

Por esta técnica cerca de quatro a oito curvas, controle e experimental,

foram obtidas, constituindo sua média, um par de valores para cada túbulo. A

Figura 4 ilustra a metodologia de microperfusão estacionária utilizada. O

valor de "N" de nossas tabelas, corresponde ao número de túbulos

perfundidos, sendo aproximadamente de I a 3 túbulos para cada rato

estudado.

Page 50: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

38

Medidas de Potenciais elétricos e Análise das curvas de atividade de K'.

No trabalho de VESTRI & MALNIC (1990) discute-se alguns aspectos

relevantes quanto ao funcionamento do microeletrodo íon-seletivo.

Para estudar e caracterizar microeletrodos íon-seletivos assumiu-se tun

modelo com fonnalismo adequado para a análise do equilíbrio do sistema

microeletrodo-solução desconhecida (fluido tubular). O mesmo formalismo

pode ser usado para soluções de calibração. Para isto, utiliza-se os

coeficientes de atividade de Debye-Hueckel, a resposta básica do eletrodo

dada por Nicolsky e o potencial de jtmção líquida dado por Henderson.

Cada íon interlerente j contribui para a soma dentro do fator

logarítmico na equação de Nicolsky (Nicolsky, 1937; Ede1man et alii., 1978),

que pode ser reduzida para:

E = Eo + RT/zF ln( ai+ aj)

e, no nosso caso:

E= Eo + Sp. Log (aK' + k.aNa +)

Onde:

E- Eo ~diferença de potencial elétrico medido pelo microeletrodo.

Eo ~ potencial de referência.

k ~ fator de seletividade.

Sp ~ variação de voltagem por década de concentração de potássio

(slope)em solução pura.

aK+ - atividade de potássio,

aNa+ - atividade de sódio.

Page 51: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

39

A seletividade do microeletrodo para sódio é cerca de I Ox menor que

para o potássio, mas a concentração de sódio é em média I Ox maior( IOOmM)

que a de potássio. Por isto, os " slopes" obtidos na calibração são menores que

o valor teórico de 61,5mV a 37"C.

As voltagens referidas acima e a diferença de potencial transepitelial

foram lidas em um eletrômetro, de dois canais, diferencial, de alta impedância

de entrada, modelo FD223 (WPI, New Haven, CT), cuja saída foi

continuamente registrada por um polígrafo de quatro canais (Beckman,

modelo RS! lA) e simultaneamente digitalizada em intervalos de 1 segnndo

por microcomputador AT 386 (Deli mod. 333D) acoplado a um conversor

analógico digital (Lynx, São Paulo), através do qual os dados são adquiridos e

processados. As atividades de potássio correspondem à diferença de potencial

elétrico entre os canais de potássio e de referência.

Os dados foram analisados por um programa "Visual Basic" no

"software" Excel (Microsoft). Foram obtidos a meia-vida (tV,) para retomo

da atividade de K+ ao nível estácionário, a atividade de potássio estacionária

[K+], e a Diferença de potencial (DP) transepitelial. O fluxo de potássio CJk +)

foi então calculado, em analogia a fluxos de ~ medidos anteriormente por

meio deste método, seguindo a seguinte equação (GIL & MALNIC, 1989):

ln 2 . r J = -(K - K )*-

K' f h s 0 2

Onde tV, corresponde ao tempo decorrido para atingir a metade da diferença

máxima de concentração de K+;

K, é a atividade de K+ estacionário;

R. é a atividade de K+ inicial (0.5mM)

r corresponde ao raio do túbulo

Page 52: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

40

Após a aquisição e processamento dos dados, e a determinação dos

fluxos secretórios de potássio, estes eram tabelados e a significância das

diferenças estatísticas foi determinada através da aplicação do "teste t"

pareado de Student.

Page 53: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

Drogas e Soluções utilizadas:

- Solução perfusora luminal Controle (em mM)- I 00 NaCl, I CaC12, 1.2

MgS04, 1NR.Cl, 10 HEPES, 0.5 KCI. A osmolalidade desta solução foi

ajustada com rafinose (PM 395), para 300 mOsmol/Kg de H20.

41

Soluções padrões (em mM)- 100 NaCI, 1 CaC]z, 1.2 MgS04, 1NR.Cl, 10

HEPES, KCI 3 , 10, 30.

Angiotensina II (Escola Paulista de Medicina- UNIFESP, Brasil)

Peptideo Atrial Natriurético (Bachen Fine Chemicals, New Haven, CT)

Arginina Vasopressina (Sigma Chemical Company, St Louis, USA)

Anti-V 1 (Jl-mercapto- Jl-Jl-cyclopentamethylenepropionyl 1, O-Me-Tyr'­

Arg8 vasopressina, MCMV- Sigma Chemical CO, St Louis, USA).

Anti-V2 (adamantaneacetyl, 0-Et-D-Tyr2, Val4 aruinobutyril6

, Arg8•9

vasopressina, AA V- Sigma Chemical, CO, St Louis, USA).

Benzamil (Hidrocloreto de Benzilamiloride - Research Biochemicals Int,

Natick, MA).

Bradicinina- (Sigma Chemical, CO, St Louis, USA)

Prostaglandina E2 - (Sigma Chemical, CO, St Louis, USA)

Losartan (DUP 753; Du Pont Merck, Wilmington, DE)- inibidor AT1

Page 54: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

42

s

Figura 4: Desenho esquemático do sistema experimental. A esquerda,

micropipeta dupla com solução perfusora controle (P) e óleo mineral corado

(C). A direita, micropipeta dupla com resina de troca iônica (IE) e solução de

referência(Ref). Uma terceira micropipeta simples (S) também foi utilizada no

tubulo proximal ou distal final durante a microperfusão com solução

experimental.

Page 55: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

43

lV - RESULTADOS.

O protocolo experimental padrão envolve a microperfusão com uma

solução contendo uma concentração baixa de potássio (O .5mM), seguido pela

observação da variação da atividade deste cátion até um valor estacionário

durante o bloqueio do fluxo de fluido na alça distal final. A Figura 5 ilustra

um regisu·o obtido num dos experimentos mostrando acima, a variação da

atividade de potássio, e abaixo, a variação da diferença de potencial durante a

perfusão com Ringer controle.

Como descrito anteriormente, os dados obtidos por digitalização foram

processados em uma planilha do Excel através de um macro dentro deste

"software". Este procedimento permite a construção de gráficos como

ilustrado na Figura 6, mostrando o decaimento exponencial da diferença entre

a concentração de potássio estacionário e a concentração no tempo t. Esta

figura corresponde à perfusão com uma solução Ringer controle, enquanto

que na Figura 7, mostra-se o mesmo procedimento, porém com solucão

contendo agente honnonal (A VP w·''M).

As Tabelas e Figuras do presente trabalho são mostradas no final deste

tópico. A Tabela I mostra os parâmetros ácido-base do sangue de alguns

grupos de animais usados neste estudo, indicando que durante as condições

experimentais não foram encontradas diferenças significativas em relação aos

valores considerados fisiologicamente normais. Resultados semelhantes já

foram mostrados em trabalhos anteriores deste laboratório. Mostra-se também

os valores médios de concentrações plasmáticas de potássio e sódio, que se

encontram na faixa fisiológica.

No intuito de estudar o efeito de uma condição que é conhecida por

modificar o transporte de K+ no túbulo distal, foram feitas perfusões luminais

contendo Benzamil, um análogo do amiloride com predominante atividade

Page 56: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

44

bloqueadora sobre canais de Na+ e praticamente nenburn efeito sobre o

pennutador Na+M (KLEYMAN & CRAGOE, 1988). A Tabela II fornece os

valores médios da concentração de K+ estacionária [K+],, medidos após

perfusão tubular, quando o nível de K+ luminal retoma ao nível estacionário, e

a meia-vida da atividade de K+ lmnínal, na condição controle e após perfusão

com Benzamil. N corresponde ao número de túbulos. A concentração

estacionária de K+ foi marcadamente reduzida nesta condição experimental, e

o tY, foi significativamente maior do que na situação controle, indicando que

o influxo de K+ foi inibido por este agente, sendo muito mais lento do que o

controle.

A tabela II mostra também os valores dos tluxos de K+(h +), e a

DPtrans, calculados a partir dos dados descritos anteriormente, obtidos

através da condição referida. Como pode ser observado, o Benzarníl diminuiu

o tluxo secretório de K+ (11.6%) comparado à situação controle. Isto indica

que a maior parte do transporte transepitelial deste cátion é transcelular, via

canais de K+ presentes na membrana lurninal. Como esperado, a diferença de

potencial transepitelial (DPtrans) diminuiu acentuadamente nesta condição

experimental, como mostra a Tabela II.

Efeito da Angiotensina II

As Tabelas III, IV e V mostram os dados referentes à microperfusão

distal com o peptideo ativo, angiotensina II. Podemos observar que durante a

perfusão de ANGII na luz tubular, ocorreu uma redução no tluxo secretório

de potássio, nas duas concentrações estudadas, ou seja, 10-9 e w-"M (Figura!O). Este efeito direto do agente hormonal na inibição da secreção

distal de potássio, ocorreu apesar de que não houve diferenças significativas

Page 57: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

45

de tY, e de Ks, origurando-se de tendências destes valores que se combinaram

no cálculo de h+.

Tendo em vista que grande parte dos efeitos fisiológicos da

angiotensina II no rim adulto são mediados principalmente pela ativação dos

receptores AT1 (SMITH et alii., 1992), realizamos uma série de experimentos

com um antagonista de receptores AT1, Losartan (10-6M), no intuito de se

estudar a natureza do receptor responsável pelo efeito inibitório deste agente

honnonal no transporte distal de potássio.

Como pode ser notado na Tabela V e Figura 11, o emprego do losartan

durante as perfusões luminais de túbulos distais, reduziu o efeito inibitório da

angrotensinall sobre o fluxo resultante de potássio (Jk+)- Durante perfusão

isolada com losartan não se observou efeito significante sobre o Jk+. Durante

perfusão combinada de losartan e angiotensinaii (10-"M) (Tabela V; Figura

11 ), não houve a inibição anteriormente observada ..

Como a concentração de angiotensina na urina atinge valores até I O

vezes maiores do que o plasmático (THEKKUMKARA et alii., 1998,

NA V AR et alii., 1999), estes resultados sugerem que a secreção distal de

potássio pode depender de angiotensina II luminal.

Efeito da Bradicinina (BK)

Os resultados referentes à perfusão lurninal com Bradicinina (BK) em

túbulos distais iniciais e finais, são mostrados nas tabelas VI, VII e VIII.

Podemos observar pela análise dos resultados que as duas concentrações

estudadas deste agente, 10-9 e I o·"M, inibiram o fluxo secretório de potássio

h+ significativamente (Figura 13 ).

Durante perfusão 1uminal com bradicinina (10-"M), a diferença de

potencial transepitelial (DP) sofreu alteração sigificativa, caindo da situação

Page 58: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

46

controle, com 48.5±3.7mV, para 43.2±3.4mV na experimental,. Este queda,

pode ter contribllido para a acentuada redução do fluxo secretório de potássio,

com redução proporcional a 50% do valor controle. A Tabela VII mostra os

valores referentes à concentração estacionária de potássio [K+], e à meia vida

(tY,) de aproximação das atividades de potássio ao seu valor estacionário,

durante perfusão distal com bradicinina, nas duas concentrações estudadas,

que apresentaram valores significativamente diferentes dos valores controle.

Efeito da Prostaglandina

Os resultados obtidos com a perfusão luminal com PGEz podem ser

observados nas Tabelas VI, VII, VIII e Fignra 14. Como pode ser observado

na tabela VIII e Fignra 14, a PGE2 10'6M e 10'9M, reduziu

significativamente o fluxo secretório de potássio, durante a perfusão lurninal

de túbulos distais. Esta inibição da prostaglandina no transporte de potássio

pode ter sido influenciada pela redução da DP transepitelial nas duas

concentrações estudadas. Por outro lado, não observamos alterações

significativas do potássio estacionário [K+], . Já com relação ao tY,, quando

perfimdimos PGE2 com 10'9M (Tabela VII), notamos um aumento

significativo comparado aos valores controle.

Efeito do ANP

Com relação ao ANP, observamos que durante a perfusão lurninal com

este agente nas concentrações de 10'9 e 10'11M, comparada à situação

controle, houve um efeito estimulatório sobre o fluxo secretório de potássio

(Jk+)(Figura 12). Como pode ser observado nas Tabelas VI, VII e VIII,

Page 59: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

47

durante este estímulo, não ocorreram diferenças significativas nos valores da

DP transepitelial e do [K•],, e houve queda significante do 6~.

O aumento proporcional a 30% do valor controle, indica que este

hormônio também pode contribuir para a regulação do transporte distal de

potássio.

Efeito da Vasopressina

A Figura 8 mostra uma sequência de medidas de Jk+ em um túbulo

perfimdido com solução controle e com A VP I o·' 1M. Nota-se, em sucessivas

perfi1sões, que o A VP eleva a secreção de K+ , o que é reversível retomando à

solução controle.

A Tabela X, mostra resumidamente o valor de [K+h e tY, durante a ação

do A VP sobre a secreção de K•. Estes valores correspondem à média dos

dados controle comparados com a média na situação experimental; N

representa o número de túbulos perfimdidos. O uivei do potássio estacionário

[K•],, na grande mawna dos experimentos, não foi alterado

significativamente, enquanto tYz, foi reduzido quando A VP era perfimdido, e

aumentado quando na presença de anti-V 1•

A Tabela XI e Figuras 15, 16 e 17, fornecem o fluxo resultante de K+,

durante perfusão luminal com A VP a diferentes concentrações, com A V 1, e

com AV2 . Nota-se claramente que AVP em ambas concentrações (10-11 e 10-

9M), estímulou o Jk+ significativamente. Este dado representa um importante

achado, do ponto de vista fisiológico,uma vez que os uiveis plasmáticos deste

hormônio estão na margem de 10-12 a 10'11M, e sua concentração na urina

final atinge valores bem superiores, cerca de 1000 vezes acima dos

plasmáticos (MOSES & STECIAK, 1986).

Page 60: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

48

Já o A VP na concentração de 1 0'6M, embora tenba apresentado uma

certa estimulação do Jk+, não levou a um efeito estatisticamente significante

(Tabela XI, Fignra 15). Nota-se, nestes experimentos, que as modificações de

JK+ se devem a redução de !\I,( maior velocidade de secreção de potássio) e

não a alterações de K, (Tabela X).

A adição de A V 1 com A VP 10'11M reverteu a ação deste peptídeo

hormonal, porém, quando A V 1 foi perfundido isoladamente, resultou

aproximadamente o mesmo efeito. Por outro lado, o antagonista A V2, não

mostrou nenbum efeito significante, perfundido sozinbo ou adicionado

conjuntamente ao A VP, ou seja, não reverteu a ação estimulante do A VP 10· 11M (Fignra 17).

Estes resultados indicam que o efeito do A VP sobre o transporte de K",

durante perfusão luminal, é mediado por receptores do tipo V 1, e ainda, como

mesmo na ausência de A VP o antagonista específico de receptor V~,

significativamente reduziu a secreção de potássio distal, isto parece indicar

uma atividade tônica (mantida mesmo sem administrar o hormônio) no túbulo

distal.

A Tabela IX relaciona as médias da Diferença de Potencial na situação

controle e experimental. Embora existisse uma tendência de queda da DP

durante o período experimental em alguns grupos, diferenças entre grupos

controles e experimentais não foram estatisticamente significantes, o que é

compatível com a ausência das diferenças do [K+],, na maioria dos grupos

estudados.

A atividade do antagonista, A V~, poderia decorrer de uma ação

inespecífica deste agente. Desta forma, nós utilizamos ratos homozigotos

Brattleboro, que não produzem endogenamente A VP, mas apresentam

receptores para este hormônio (SABOLIC, KATSURA, et alii., 1995). Os

resultados obtidos nestes ratos são fornecidos nas Tabelas XII, XIII, XIV e

Page 61: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

49

Figura 18. Pode-se notar que AVP l0-11 M estimulou significativamente a

secreção de K+, mas que a administração conjunta de A VP e anti-V 1 não

modificou o JK+ de forma significante. Ainda, A V 1 administrado

isoladamente, não inibiu a secreção de K•, como tinha sido observado nos

ratos normais, apoiando a hipótese que este efeito provavelmente esteja

relacionado com um nível basal deste hormônio, agindo sobre a membrana

huninal, na modulação da excreção distal de K+.

Para confirmar que o estímulo na secreção de potássio pela A VP se

passa por canais de K+, perfundimos luminalmente o túbulo distal com um

bloqueador específico para estes canais, o Ba ++. Como pode ser observado na

Tabela XV, Figura 19, o Ba++ a 3mM, isoladamente ou associado a AVP (l0-

11M), promoveu redução significativa do h+, ao redor de 80%, comparado à

situação controle. Esta Tabela mostra ainda que durante à ação deste agente

ocorreu wna elevação da DPtrans causada, provavelmente, por urna

despolarização da membrana lwninal, o que está de acôrdo com os dados da

literatura (ANDO et alii., 1991; BAJLEY et alii., 1999).

Page 62: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

0.3

"' 3.0 -+ ~ 30.0

;;; -20

é -40 ..... ;,

-60

I

i

Time (min)

2

i

PERFUSION WITH 0.5mM K'

50

3

Figura 5 - Registro sequencial de mna série de microperfusões realizados em

túbulo distal, utilizando solução controle ( C) contendo 0.5mM de potássio.

Page 63: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

51

30

25

E 20

~ 15 11: ~

<I 10

5

o -h~~~~~~~~~~~~~n TOTl r r rl·r-1 rrTTTr-ITTn-r•rrTll r r r1 rj

o 5 10 15 ~o 25 30 35 I

Figura 6 - Gráfico mostrando a variação da concentração de K+ (I'.[K]), em

função do tempo (t), durante perfusão controle na alça distal final cortical.

-~~~

18 16 14

:i! 12 E 10 -~ 8 -<1

6 4 2 o

o 5 10 15 20

s Figura 7 - Gráfico mostrando a variação da concentração de K+ (I'.[K]), em

função do tempo (t), durante perfusão experimental na alça distal fmal

cortical.

Page 64: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

52

I AVP1a11M I 1.5 l

' ' ' ~ ' ~ ' ' ' 11! ' '

"' 1 ~ E ' ' ' u ' ' .

' - ' o ' ' E ' c 0.51 - ' ""' I -, I ' ' ' o '

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

llNE(nin)

Figura 8 - Gráfico mostrando a variação do fluxo secretório de K+ (h+), em

função do tempo (t), durante perfusão experimental na alça distal final

cortical.

Page 65: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

53

TABELA I- Parâmetros ácido-base sanguíneos, e concentrações de Na+ e K+

plasmáticos, obtidos durante os experimentos.

' ' [Na']mM/1 [K']mM/1 pH (unidades ) ' Pco2(mmHg) I '

Ratos Wistar (N~45) 7.35±.10 39.3±0.63 137±2.8 3.56±0.54

'

Ratos Brattleboro (5) 7.41±.03 40.1±0.57 149±.98 4.6±.43

I ' ' -Os valores correspondem as medias ± erro-padrao, N corresponde ao nwnero de ratos avahados,

TABELA II - Concentrações estacionárias de potássio [K+],, mela vida de

aproximação das atividades de K+ ao seu valor estacionário (tYz), Diferença de

potencial transepitelial e valores de fluxo secretório de K+ (Jk+ ), nos grupos

controle e experimental (Benzamil 10·' M), obtida durante a microperfusão de

túbulos distais.

Control Benzamil 1 o-4 M N

' ' ' ' ' ' ' ' Ks,mM 30.6 ± 2.9 8.5 ± 1.9"' ' 11 ' ' '

Tv., s 8.5 ± 1.6 18.6 ± 3.6 * 11

I 31.7 ± 2.4 4.9 ± 1.9 ** 11 ' ' PD,mV ' ' ' ' ' ' ' ' ' '

J I -2 -t K, nmo .cm .s 0.69 ± 0.14 0.14±0.03' 11

Médias± erro padrão, *p<O. 05, **p<O.OO 1 , diferenças em relação aos controles. (N, números de túbulos).

Page 66: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

-~ ' 1/) .

"i E (.) .

54

1.0 =CONTROL

0. BENZAMIL 1 O"'M

Õ O. E c: -~

"") *

Figura 9 -Efeito do Benzamil (O.lmM), sobre o fluxo secretório de K+

(Jk+). *(p<O.Ol) em relação ao controle.

Page 67: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

55

TABELA III - Diferença de potencial transepitelial nos grupos controle e

experimental (Angiotensina e antagonista de receptor de angiotensina-AT1),

obtida durante a nticroperfusão de túbulos distais.

DIFERENÇA DE CONTROLE EXPERIMENTAL POTENCIAL (mV) (mV)

1 1

ANGIOTENSINA l0-11 M 34.7±3.6(10) 30.6±3.4

ANGIOTENSINA w·"M 47.2±3.0(9) I 48.4±3.1 1 1

LOSARTAN -AT1 10-6M 41.0±3.8(16) 41.7±3.7

ANG. l0-11M + AT1 10"6M 40.3±2.6(11) 1

38.6±2.2 1 1 1 1

-medtas±crro padrao.

TABELA IV - Concentrações estacionárias de potássio [K•],, e meia vida de

aproximação das atividades de K+ ao seu valor estacionário (t'h) em

experimentos de perfusão com Angiotensina e antagonista de receptor de

angiotensina-AT 1•

[K•], t '.!,

CONTROLE EXPERIMENTAL CONTROLE EXPERIMENTAL

ANGIOTENSINA l0- 11M 27.4±2.9(13) 23.3±2.3 17.4±2.0(13) 19.9±2.2*

ANGIOTENSINA I o·"M 31.3±3.8(10) I 29.2±4.4 11.5±1.0(10) 18.0±2.5* 1 1

1

LOSARTA.N -AT1 10"6M 1

10.9±1.5(11) 14.2±1.9 22.1±1.3(11) 1 24.4±1.0 1 1

1

ANG. w-11M + AT; w·"M I 1

I 20.0±1.9(14) 1 18.9±1.5 13.9±1.4(14) 16.0±1.7 1 1

-*(p<0.05), medms±erro padrao.

Page 68: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

56

TABELA V- Valores de fluxo secretório de K+ (Jk+), nos grupos controle e

experimental (Angiotensina e antagonista de receptare de angiotensina-AT1),

obtidos durante a microperfusão de túbulos distais.

Jk+( nmol.cm -l .s -t) CONTROLE EXPERIMENTAL

' ANGIOTENSINA 10-1 1M I '

1.0±0.17(27) 0.63±0.08***

' ANGIOTENSINA 10-9M 0.90±0.19(27) 0.70±0.22**

LOSARTAN -AT1 10-6M 0.80±0.08(11) 0.67±0.09

ANG. l0-11 M + AT1 10-6M 0.57±0.04(15) 0.47±0.06

.. -***(p<O.Oül),**(p<0.002) vs controle, med~as±erro padrao.

Page 69: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

., "' "'e o ~

2

E .S1 "' ...,

c::::J CONTROL

rnmD ANG 1110-11 M

c::::::J CONTROL

lll'iJIJlll Ar-13 I 1 o·'M

57

Figura 10 - Efeito da Angiotensina (ANGII 10-11, I o·'M), sobre o fluxo

secretório de K+ (Jk+)*(p<0.05) em relação ao controle_

Page 70: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

2

1.5

;;U)

"'e 1.o ()

~ r:

>E ....,

58

c::::::J CONTROL

1+'4 LOSARTAN(AT1A) 10•M

c::::J CONTROL

lli['illJ ANG 11 10-11 M+AT1 10-6M

Figura 11 - Efeito do antagonista AT1 (Losartan 10-6M), e efeito combinado

do Losartan (1 o·6M) com ANGII (1 o·" M), sobre o fluxo secretório de K+

(Jk+).,

Page 71: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

59

TABELA VI Diferença de potencial transepitelial nos grupos controle e

experimental (Bradicinina, Peptídeo Atrial N atrinrético-ANP,

Prostaglandina), obtida dnrante a microperfusão de túbulos distais,

DIFERENÇA DE CONTROLE EXPERIMENTAL POTENCIAL lmVl fmVl

ANP l0' 11 M ' 45.0±4.5(13) 46.7±4.9

ANP l0"9M 40.5±2.5(13) 41.8±2.9

BRAOICININA l0-11 M 48.5±3.7(10) 43.2±3.4**

I BRADICININA 10-9M I 40.3±2.9(10) 35.6±3.1*

PROSTAGLANDINA PGE2 lO""M 51.3±2.6(12) 47.6±2.7*

' ' PROSTAGLANDINA PGE2 10·~ 4L9H9(12) ' 33.5±4.3** ' ' ' ' - -*(p<0.05) **(p< 0.001) em relaçao ao controle, medtas ±erro padrao.

Page 72: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

60

TABELA VII - Concentrações estacionárias de potássio [K+]s , e meia vida

de aproximação das atividades de K+ ao seu valor estacionário (tY,) em

experimentos de perfusão com Bradiciuiua, Peptideo Atrial Natriurético­

ANP, Prostaglandina E,.

[K+], t y,

' ' CONTROLE I EXPERIMENTAL CONTROLE EXPERIMENTAL ' ' '

ANP l0-11M 28.5±1.5(16) 27.0±1.1 17.9±1.8(12) 12.8±1.23*

1\NP ro-~ 27.3±0.8(15) 28.4±0.8 I 15.5±1.3(16) 13.0±1.3*

' BRADlCTNJNA l0-11M 34.9±3.3(13) 33.6±3.7 26.1±1.7(13) 34.0±2.2**

' BRADICININA I o·~ ' 31.6±2.3(14) 30.3±2.2 16.8±2.7(11) 24.8±3.9** ' ' '

PROSTAGLANDINA 30.1±0.8(11) 28.5:!:l.S I 18.4±1.8(13) 25.5±2.7** PGE2 I0"9M ' I ' ' '

PROSTAGLANDINA 32.6±1.7(l0) 29.6±0.95 14.0±12(13) 20.1±2.3** PGE2!0-~

*(p<0.05)**(0.0005<P<O.Ol) vs controle, médtas±erro padrão.

Page 73: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

61

TABELA VIII- Valores de fluxo secretório de K+ (h+), nos grupos controle

e experimental (Bradicinina, Peptídeo Atrial Natriurético-ANP,

Prostaglandina), obtidos durante a nticroperfusão renaL

Jk+( nmol.cm -z .s-1) CONTROLE EXPERIMENTAL

ANP l0-11 M ' 0.70±0.07(16) ' 0.91±0.06*** ' ' ' ' '

' ' ANP l0"9M 0.60±0.03(13) ' 0.80±0.09*** ' ' '

' BRADICININA l0"11 M 0.71±0.10(27) ' 0.37±0.05** ' '

BRADICININA !O'M ' ' 093±0.17(27) 0.52±0.05**

1---PROSTAGLANDINA PGE:-z 10-6M 0.80±0.08(12) 0.47±0.04***

PROSTAGLANDINA PGEz l0"9M 0.93±0.08(12) 0.55±0.05***

*(p<0.05), **(p<0.02), ***(p< 0.001) em relação ao controle, médias± erro padrão.

Page 74: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

., .. "'E " ci E r: -"' ...,

c::::::::J CONTROL

!®/A ANP 10"11M

=CONTROL

IElliD AI'P 1 O_gM

62

Figura 12 -Efeito do peptídeo atrial uatriurético (ANP 10-11, 10-9M), sobre o

fluxo secretório de K+ (Jk+)*(p<O.OOI) em relação ao controle.

Page 75: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

c:::::J CONTROL

Emii BK 10-9M

63

Figura 13 - Efeito da Bradicinina (BK 10-11, 10-9M), sobre o tluxo secretório

de K' (Jk+)*(p<O.OOI) em relação ao controle.

Page 76: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

c::::::J CO NT ROL

fimi'illl PG E2 1 0"9M

~CONTROL

!iiiiD PG E2 1 0-9M

64

Figura 14 - Efeito da Prostaglandina E, (PGE, 10-', 10-6M), sobre o fluxo

secretório de K+ (Jk+).*(p<O.OOl) em relação ao controle.

Page 77: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

65

TABELA IX - Diferença de potencial transepitelial nos grupos controle e

experimental (Arginina Vasopressina-AVP, AV 1 e AV2, antagonistas de

receptores V1 e Vz), obtida durante a microperfusão de túbulos distais.

DIFERENÇA DE CONTROLE I EXPERIMENTAL ' (mVl (mV) POTENCIAL ' '

AVP l0-11M 32. 7±2.5(N= 17) 32.8±1.3

' ' ' ' AVP to·'1vf ' 43.7±3.9(7) 45.5±5.2

AVP l0"6M ' 45.4±1.8(16) ' 39.0±2.9 ' ' ' ' ' '

AVI 10-6M 40.6±2.9(18) I 35.8±2.6

' ' ' '

AVP l0"11M+AV110-~ ' ' 43.0±5.1(15) 34.5±4.8

AV2 !O"M ' 39.8±2.3(10) ' 35.0±2.4 ' ' ' ' ' '

AVP l0-11 M + AV2 10"5M 43.1±2.9(10) 36.6±3.0

-m&has±erro padrao

Page 78: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

66

TABELA X - Concentrações estacionárias de potássio [K+], , e meia vida de

aproximação das atividades de K+ ao seu valor estacionário (tY,) em

experimentos com perfusão com Arginina Vasopressina-A VP, e antagonistas

de receptores V 1 e V z.

[K+], t y,

CONTROLE EXPERIMENTAL CONTROLE EXPERIMENTAL

AVP !0"11M 32.7±2.5(17) 32.8±1.3 25.5±1.8(24) 19.0±1.5**

-AVP 10·~ 30.5±0.9(7) 28.1±3.1 12.0±1.2(10) 8.9±l.l **

AVP !0"6M 27.2±1.9(16) 26.0±1.7 15.1±1.9(6) l0.8±2.4

AV1!0"6M 25.7±1.3(19) 24.9±1.5 16.6±1.5(23) 24.3±2.3**

' AVP !0" 11M+AVll0"6M ' 28.0±1.8(15) 23.2±2.0* 16.0±1.9(9) 26.0±3.9* ' ' ' ' ' AV2 IO"'M ' ' ' 25.5±1.8(10) 24.2±1.2 ' 17.3±2.7(8) 17.6±2.4 ' ' '

A VP w-11M +A vz w·"M / ' 12.7±1.1 23.2±1.2(17) 24.8±2.1 14.4±1.7(14) ' i *(P<0.05), **(P<O.O I) em relação ao controle, medtas±erro padrão.

Page 79: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

67

TABELA XI- Valores de fluxo secretório de K+ (h+), nos grupos controle e

experimental (Argímna Vasopressina-A VP, antagonistas de receptores V 1 e

V 2), obtidos durante a microperfusão tubular distal.

Jk+( nmol.cm -l .s -l) CONTROLE I EXPERIMENTAL ' ' '

AVP l0"11 M O.S8±0.06(N==l7) 0.83±0.09***

' ' AVP w-~M ' 0.73±0_10(7) ' 0.96±0.11** ' ' ' ' ' '

AVP 10-6M 0.73±0.06(16) 0.89±0.09

' AVI 10-6M ' 0.37±0.041** ' 0.62±0.06(18) ' ' ' ' ' ' ' ' ' AVP10"11M+AVI10~ 0.77±0.101(15) ' 0.36±0.067**

'

AV2 l0"6M 0.61±0.097(10) 0.52±0.088

' ' ' '

AVP l0"11 M + AV2 10"6M ' ' ' 0.61±0.05(10) ' 0.73±0.057*

i ' '

***(p<O.OO l), **(p<O.Ol }, *(p<0.05) em relação ao controle. medias ±erro padrão.

Page 80: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

*

* 1

1

~CONTROL

l!llmJ AVP 1 0-11M

c::::::J CONTROL

~AVP 10-BM

c::=::J CONTROL

if'-Y'"'' AVP 10~M

68

Figura 15 -Efeito da A VP, nas concentrações de 10-11, 10-9

, e I o·'M, sobre o

fluxo secretório de K+ (Jk+)*(p<O.O I) em relação ao controle.

Page 81: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

"' "' "'e o ~ E c -"' .....

-"' "' "'e " ~ E c -"' .....

7

"' " E o o E c -"' .....

1 •

o

1.

1.

O. •

O.

c:::::::J CONfROL

~AVP1Q-11M

=CONTROL

~AV110-õM

c:::::::J CO NT ROL

69

@à\'j AVP 1 o-11M+ AV1 1 0-sM

Figura 16 - Efeito da A VP (1 o-11M), do antagonista de receptor V 1 (A V 1 10-

6M) e efeito combinado da AVP (l0-11M) com AV1 (10-6M), sobre o tluxo

secretório de K+ (Jk+)*(p<O.Ol) em relação ao controle.

Page 82: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

"'E

" o E 1: -;;: ...,

o.o_L----'----'--

1.5

1

0.5

c:::::J CONfROL

!f"'"'i AVP 1 0-11M

c:::::J CONTROL

c:mmt A V2. 1 Q-6M

c:::::J CONTROL

70

~ AVP + A\/2. 10-6M

Figura 17- Efeito da AVP (l0-11M), do antagonista de receptor Vz (AV2

10'6M) e efeito combinado da AVP (!0-11M) com AV2 (10-6M), sobre o fluxo

secretório de K+ (Jk+)*(p<O.Ol) em relação ao controle.

-------

Page 83: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

71

TABELA XII - Diferença de potencial transepitelial nos grupos controle e

experimental (Arginína Vasopressina-A VP, antagonista de receptor V1),

obtida durante a microperfusão de túbulos distais de rato Brattleboro.

DIFERENÇA DE CONTROLE EXPERIMENTAL POTENCIAL (mV) (mV)

' AVP l0'11 M ' 42.3±3.1(18) ' 39.3±4.0

' ' ' --+--' ' AVI 10-~ 45.2±3.6(12) ' 40.3±5.2 ' ' ' '

AVP l0-11 M +AVI 10'6M

I 44.5±4.2(14) 42.6±4.9

, médms±crro padrao.

TABELA XIII - Concentrações estacionárias de potássio [K+], , e meia vida

de aproximação das atividades de K+ ao seu valor estacionário (tY,) em

experimentos com perfusão com Arginina Vasopressina-AVP, e antagoinsta

de receptores V 1 em ratos Brattleboro.

[K+], t y,

' ' CONTROLE EXPERIMENTAL CONTROLE I EXPERIMENTAL

AVP l0'11M 28.7±1.4(13) 27.1±1.4 19.5±1.54(13) 16.0±1.6*

AVI w·6M 25.2±0.8(12) 24.8±1.0 15.5±2.2(12) 17.8±3.6

' A VP to-11M+ A VI w-ÓM 17.3±1.2(18) l7.3±U ' 9.75±0.8(18) 10.2±1.2 ' ' ' ' ' '

' -* (O.OOJ<p < 0.005) em relaçao ao controle méchas±crro padrao.

Page 84: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

72

TABELA XIV- Valores de Fluxo secretório de K+ (Jk+), nos grupos controle

e experimental (Arginina Vasopressina e Anti-VI), obtidos durante a

microperfusão de túbulos distais, em rato Brattleboro.

Jk+( nmol.cm _z .s-I) CONTROLE EXPERIMENTAL

AVP lO"nM I 0.58±0.065(12) 0.68±0.08* I '

AVI w·6M 0.64±0.064(11) 0.71±0.08

' ' ' AVP 10"11 M + AVl w-6M 0.66±0.114(18) ' 0.77±0.100 ' ' '

-* (0.05<p < 0.01) em rclaçao ao controle, valores correspondem a médta e erro padrão.

Page 85: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

~li)

"'E o o E " -"' ..,

.,I/) ., E o ~ E " -"' ..,

1

1

c::::::J CONfROL BRAT.

~ AVP 1 0-11M BRAT.

c::::::J CONTROL BRAT.

m:m AV1 10-•M BRAT.

= CONTROL BRAT.

73

aill AVP10-11M+AV1 BRAT .

Figura 18 -Efeito da A VP (1 o-uM), do antagonista de receptor V1 (AV1 10· 6M), e efeito combinado da AVP (l0- 11M) com AV1 (10-6M) sobre o fluxo

secretório de K+ (Jk+ ), em animais Brattleboro, desprovidos geneticamente de

vasopressina. * (p<0.05) em relação ao controle.

Page 86: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

74

TABELA XV - Concentrações estacionárias de potássio [K+],, meia vida de

aproximação das atividades de K+ ao seu valor estacionário (tY,), Diferença de

potencial transepitelial e valores de fluxo secretório de K* (Jk+), nos grupos

controle (Ba ++) e experimental (Ba ++ + A VP 10-"M), obtida durante a

microperfusão de túbulos distais ..

' ' ' ' ' Ba++, 3 mM Ba++ + 10-11 M AVP ' N

' ' ' ' ' ' ' I

K+s, Mm 12.7±1.04* 11.9±0.94' 16 ' ' ' ' ' '

TY2, s 18.4±1.67' 19.7±1.65' 16

' ' ' '

' ' ' ' ' ' ' ' ' PD, mV 43.8 ±3.15' 44.9 ± 3.20* 21

'

J -r I -2 -t K !nmo.cm s 0.19±0.021* 0.201 ± 0.023' 12

' ' ' - -*(p<O.O I) em relaçao ao controle, médms ±erro padrao.

Page 87: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

75

1.5 =coNTROL

-"' mmmm Ba++

"' "' E 1.0 IZ'lZl Ba++ + AVP 10'11 M

<> õ E 1: 0.5 -" ..,

* *

0.0

Figura 19- Efeito doBa++ (3mM) e da associação da AVP (!0-11M)

com Ba++, sobre o fluxo secretório de K+ (Jk+)- *(p<O.OOI) em relação

ao controle.

Page 88: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

76

V- DISCUSSÃO

A utilização da técnica de microperfusão estacionária constitni uma

inovação metodológica em relação ao transporte de potássio no túbulo distal

cortical, particularmente do dueto coletor inicial (ver material e métodos),

permitindo detenninações pareadas (controle e experimental) do transporte de

K+ em túbulos renais individuais. Por este método, estudamos o efeito de

alguns fatores conhecidos que afetam a secreção de K+, como Ba ++ e

Benzamil. A perfusão luminal com 3mM de Ba ++ reduziu o Jk+ para 22% do

valor controle. Isto indica que o bloqueio de canais luminais de K+

provavelmente abole a secreção celular de K+, o qual é responsável por 78%

do fluxo secretório total, enquanto que o remanescente representa a via

paracelular do transporte deste cátion, propiciada pelo favorável gradiente

eletroquímico. Observações similares foram feitas em DCC de coelhos

(MUTO, GIEBISCH, et alii., 1988; ANDO et alii., 1991). Estudos de

microperfusão "in vivo" mostraram tan1bém mn significante aumento da

DPtrans em túbulo distal final de ratos, durante à aplicação lmninal de BaCI,

(5nunol/l) (BAILEY et alii., 1999). Resultados similares foram obtidos no

presente trabalho.

A redução da DP transepitelial por Benzarnil I 0-4M, um bloqueador

específico de canais apicais de Na+, também causa uma marcada redução na

secreção distal de K+ (proporcional a 21% do valor controle), como esperado

devido a dependência deste transporte de potencial elétrico através das

membranas celulares do túbulo distal cortical (GARCIA-FILHO, MALNIC,

et alii., 1980; KLEYMAN & CRAGOE, 1988).

Em seguida, considerando a presença de inúmeros agentes hormonais

que podem ser encontrados em tluido tubular nativo, foi realizado mn

"screening" de possíveis agentes que poderiam estar envolvidos no transporte

Page 89: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

77

distal de potássio. A seguir, discutiremos tais agentes e seus possíveis efeitos

sobre este trausporte:

EFEITO DA ANGIOTENSINA II

Os pnme1ros trabalhos que relatam a presença de receptores para

ANG!l em membraua luminal de célula tubular proximal datam da década de

80 (HARRIS & NAVAR,l985; DOUGLAS, 1987; NA VAR et alii., 1999).

Desde então vários pesquisadores vêm caracterizaudo e estudando a possível

ação luminal deste hormônio. Dentre estes, podemos citar o trabalho de

PAXTON et alii.(1993 ), que identificaram receptores de ANGII do tipo

l(AT1), através da técnica de imunohistoquímica, pelo uso de anticorpos

policlonais em epitélio de alça ascendente espessa, e em " brush border" de

túbulo proximal, em rim de rato. Já HARRISON-BERNARD et alii.(l997),

obtiveram novas evidências através do uso de anticorpos monoclonais,

mostrando uma graude distribuição renal destes receptores, incluindo

membraua basolateral e apical de células do túbulo proximal, dueto coletor

cortical e túbulo distal convoluto. A presença deste receptor AT1 em

glomérulo e arteríolas aferente e eferente também foi confirmada. MEISTER

et alii.(I 993 ), em estudo de hibridização " in situ", também caracterizaram o

mRNA do receptor AT 1 em células da medula externa, túbulo proximal, TAL,

glomérulo renal, vasculatura arterial e vasa recta.

Por outro lado, tem sido mostrada a presença de augiotensinogênio na

luz tubular de tubulo proximal. Aliás, foi identificada a presença de mRNA de

augiotensinogênio neste mesmo segmento tubular (NA V AR et alii., 1999).

Outro aspecto relevante, reside no fato que em estudos de micropunção renal,

a concentração de ANGI e ANGII na luz tubular é muito maior do que a

plasmática. SEIKAL Y et alii.(1990) relataram que a [ANGII] no fluido

Page 90: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

78

tubular atinge valores da ordem de 10-9M (30-40pmol/ml), aproximadamente

1000 vezes acima da plasmática, fato comprovado por outros autores

(BRAAM et alii., 1993; THEKKUMKARA et alii, 1998).

Estes dados sustentam a idéia de que o angiotensinogênio é secretado

no túbulo proximal (uma vez que devido ao alto peso molecular do

angiotensinogênio dificilmente seria filtrado pela membrana filtrante do

glomérulo) e que a ANGI poderia ser formada dentro do túbulo se ocorrer a

presença de renina ou enzimas semelhantes 'a renina no fluido tubular, bem

como de stutese de ANGII caso exista enzima conversara de angiotensina.

MOE et alii.(l993) e HEINRICH et alii.(l996) mostraram que a renina pode

ser secretada no túbulo proximal Em adição, LEYSSAC ( 1986) reportou

baixa, porém mensurável, concentração de renina no túbulo proxiinal,

indicando que a renina pode ser responsável pela geração de ANGI na luz

tubular. Foi descrito também que a enzima conversara é encontrada em

abundância em "hrush border" de célula epitelial proximal (SCHULZ et alii.,

1988; IKEMOTO et alii, 1987).

Desta forma, na luz tubular proximal encontram-se todos os elementos

(substrato, enzimas) necessários para formação da ANGII, e ainda, pela

presença de receptores AT 1, iinplicariam num possível efeito luminal. Sendo

assiin, perfundimos o tubulo distal fiual com ANGII, mostrando que este

hormônio interfere significativamente no fluxo secretório de potássio, em

ambas concentrações estudadas (lo·' e 10-"M). Para comprovar que o efeito

deste peptídeo não foi inespecífico, também realizamos uma série de

experiinentos utilizando a ANGII, adicionada ao losartan (10-6M), mostrando

que o efeito é revertido quando bloqueamos os receptores AT1.

A possível iinportância fisiológica da influência intralunrinal deste

peptideo sobre o transporte de íons, residiria no fato que este hormônio

poderia estar aluando no túhulo proximal promovendo uma maior reabsorção

Page 91: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

79

tubular em condições de retração do VEC. Em favor desta hipótese, QUAN &

BAUM (1998) observaram uma diminuição no transporte tubular proximal,

durante microperfusão luminal com losartan (58%) na situação de contração

de volume.

Um aspecto interessante da ação da ANGII em túbulos renais é sua

ação bifásica, isto é, estimuladora do transporte iônico a concentrações baixas

(10.12 a 10'9M) e inibidora a níveis mais altos (I0-6-I0-5M)(COPOLLA &

FRÜMTER, 1994; BARRETO-CHAVES & MELLO-AIRES, 1996). Em

nossos experimentos, restringimo-nos às doses baixas (I o-n-1 o·'M),

considerando que já a essas doses encontramos um efeito inibidor da secreção

de potássio.

Outro dado importante é o trabalho de LI et alii.(l994), mostrando a

ação deste agente hormonal em ambos os lados da célula proximal, usando

microperfusão isolada de tubulo proximal de coelho. ANGII adicionada em

membrana basolateral e luminal separadamente apresentou efeito

estimulatório do transporte iônico em tàrma dose-dependente. Em adição,

mostraram que a ANGII com 10'11M luruinalmente apresentou um pico

estimulatório maior do que 10'10M deste hormônio adicionado no lado

basolateral.Quando a concentração peritubular era mantida a l0' 10M, a adição

de ANGII luminahnente não inibiu a taxa de reabsorção, mesmo quando a

concentração luminal atringiu valores de \0'8M, mostrando que na situação

em que ANGII está presente no lado basolateral, altas concentrações luminais

deste peptídeo não necessariamente inibem a taxa de reabsorção; pelo

contrário~ podem exercer um efeito estimulatório.

Os nossos resultados indicam que este agente peptídico possivelmente

apresenta LUn efeito luminal nos segmentos finais do néfro. Estudos de

microperfusão de túbulos proximais no rato mostraram que a administração

de angiotensina em doses picomolares estimula a reabsorção de Na+,

Page 92: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

80

particularmente pela ativação da pemmta Na+/H+ (NASCIMENTO-GOMES

& MELLO-AIRES, 1992). WANG & GIEBISCH (1996) estudaram o papel

da ANGII na regulação da taxa de reabsorção de bicarbonato em tubulo distal

inicial e final, mostrando que ANGII em fluido tubular distal causou um

efeito estimulatório na reabsorção de volume e de bicarbonato, sendo este

efeito bloqueado por saralasin ( amiloride também bloqueou a estimulação

promovida pela ANGII). O aumento da reabsorção de volume observado

nestes trabalhos, implicaria no aumento da taxa de reabsorção eletrogênica de

Na+, aumento da atividade da bomba Na+/K+, despolarização da membrana

lmninal, levando a um aumento da diferença de potencial transepitelial, e

todos estes fatores resultariam nmn possível aumento na excreção distal de

K+. Nossos resultados mostram o contrário, ou seja, diminuição do tluxo

secretório de K+ e sem nenhum efeito sobre o transporte eletrogênico de Na+,

pois quando na presença de angiotensina, a DP transepitelial e a concentração

estacionária de potássio não se alteraram siguificativamente, em comparação

à situação controle .

Por outro lado, tem sido comprovado que alguns receptores acoplados

a proteína G poderiam ativar múltiplos sistemas de segundos mensageiros.

Tem sido evidenciado que alguns agentes hormonais, como bradicinina,

vasopressina, e angiotensina, poderiam afetar o transporte de eletrólitos

através do estímulo da síntese de prostaglandinas, e no caso do território

renal, o principal prostanóide envolvido nestas ações seria a PGE2

(ZUSMAN et alii., 1980; HOLT & LECHENE, 1981 I e II). Desta forma, a

PGE2 düninuiria a secreção de potássio distal, reduzindo o transporte

transcelular de Na+ através da inibição da bomba Na+/K+, ou pela düninuição

dos níveis de AMPc, pela ativação de receptores de prostanóides acoplados a

proteina G,, como o receptor EP3 (vide discussão das prostaglandinas).

Page 93: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

81

Assim, não está esclarecido ainda porque doses de angiotensina que

estimulam a reabsorção de fluído e de bicarbonato, bem como de hidrogênio

(BARRETO-CHAVES & MELLO-AIRES, 1997, WANG & GIEBISCH,

1996), inibem a secreção de potássio, Foi sugerido que os efeitos de

angiotensina II em túbulo renal poderiam ser mediados pela concentração

citosólica de Ca* (NASCIMENTO GOMES & MELLO-AIRES, 1992;

OLIVEIRA SOUZA & MELLO-AIRES, comunicação pessoal), Por outro

lado, alguns canais de K+ (como os de condutãncia intermediária da MBL ),

são inibidos por Ca++ elevado (HIRSCH & SCHLATTER,l995), indicando

um efeito diferente sôbre H+ e K+ por parte de variações de Ca * citosólico,

EFEITO DA BRADICININA

A bradicinina e a lisil-bradicinina são autacóides que agem localmente,

induzindo dor, vasodilatação, permeabilidade vascular aumentada e síntese de

prostaglandinas (GOODMAN & GILMAN, 1996), As cininas no rim,

possivelmente formadas através da ação da calicreína sobre o substrato

cininogênio de baixo peso molecular, regulam o volume e a composição

urinários, Elas aumentam o fluxo sanguíneo renal e intensificam o transporte

elerrogênico de cloreto no túbulo coletor (CUTHBERT & MAGOLIUS,

1982), estimulando receptores do tipo B2 nas células tubulares, Que as cininas

apresentam uma ação importante no transporte iônico é sugerido pela grande

quantidade de cininases presentes em túbulos renais (BALLERMANN et alii,,

1991), e pelo efeito destas no transporte de Na+ (SCICLI & CARRETERO,

1986), A infusão de cininas estimulando a excreção de Na+ sem alterar o

RFG, fez com que WILLIS et alii,(l969) postulassem um efeito tubular

direto, particularmente em túbulo distal, Além disto, a inibição da sintese ou

da ação endógena destas cininas por aprotinina (inibidor de calicreina) e o uso

Page 94: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

82

de anticorpo anti-cinina, reduziram o efeito natriurético e diurético estimulado

por infusões salinas (MARIN-GREZ, 1974), Em DCC de ratos, tratados com

mineralocorticóides, estes agentes reduziram a reabsorção de Na• estimulado

por ADH (SCICLI & CARRETERO, 1 986), TOMITA et alii.(1985) relataram

que a inibição deste transporte seria etetuada por uma via eletroneutra, uma

vez que as cininas não alteraram o V1.

Outro aspecto interessante das cininas é seu efeito inibitório sôbre o

fluxo de água estimulado por ADH (SCHUSTER et alii., 1984). Em células

de DCMI isoladas, BK inibiu canais apicais de Na•. Já em DCC de coelho as

cininas não tiveram o mesmo efeito inibitório sobre o transporte de Na-r

(ZEIDEL et alii., 1 990). Embora os trabalhos citados anteriormente mostrem

uma diversificação na resposta celular, dependendo da espécie estudada,

pode-se constatar de que as cininas efetivamente atuam em células epiteliais

renms.

V árias observações foram relatadas evidenciando a localização

específica da calicreína renal. Esta enzima foi encontrada nos segmentos

distais do nefro. Alguns trabalhos mostram por imunohistoquímica que a

calicreína é sintetizada no túbulo conector cortical (TCN)(BERG­

ORSTA VIK et alii., 1976); Estes trabalhos foram apoiados pela detecção de

atividade amidolítica em túbulos convolutos distais, e por estudos de

imunoreatividade de células do TCN por microscopia eletrônica (FIGUEROA

et alii., 1984). Esta localização, e ainda o fato que a calicreína é encontrada

em vesículas secretórias muito próximas ao lúmen tubular, sugerem que o

sitio de ação desta enzima é a membrana lurninal em células localizadas a

juzante ("downstream") do túbulo conector (V ALLÉS et alii., 1997).

Evidências clínicas e experimentais a respeito de alterações da

atividade da calicreina urinária em condições de distúrbio ácido-base foram

reportadas por MARIN-GREZ & V ALLÉS (1994), mostrando que a

Page 95: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

83

calicreína está envolvida na regulação do balanço ácido-base, provavelmente

por inibir o transporte renal de bicarbonato em segmentos distais do nefro

Embora as cíninas foram detectadas tanto em células tubulares, como na urína

(ALHENC-GELAS et alii., 1981), a origem das cinínas renais é controvertida.

Al,bTLrmas evidências pennitem postular que a calicreína renal não pode

ínteragir efetiva.mente com o cminogênio no túbulo distal, devido a

concentração baixa, e pH luminal desfavorável. MARIN-GREZ (1995)

demonstrou que injeção retrógrada de bradicinina no DCC não dínrinuiu a

concentração de bicarbonato, indicando que o efeito fisiológico da calicreina

sobre o transporte de bicarbonato não está relacionado com a liberação de

cininas. VALLÉS et alii. (1997), com metodologia similar, após ínjeção de

calicreína retrógrada, não observaram diferença de concentração de cínínas no

DCC, porém o fluxo de bicarbonato foi diminuído, sustentando a hipótese de

que a calicreína, e não as cininas, seria parte integrante de mn "feed-back"

negativo de regulação do equilíbrio ácido-base, atuando diretarnente através

modulação da secreção de bicarbonato.

Por outro lado, observou-se um aumento na atividade da calicreína em

animais submetidos, a longo prazo, a uma dieta rica em potássio (GUDER et

alii., 1987). Sabe-se que anormalidades no balanço de potássio levam a

distúrbios do equilíbrio ácido-base (MALNIC et alii., 1971} Assim, se a

calicreína está envolvida no balanço ácido-base e modificações da iogesta de

potássio modificam a atividade desta enzima pertencente ao SCC, é plausível

sugerir que este sistema relaciona-se com o metabolismo de potássio.

Receptores para ação da bradicinina podem ser encontrados em células

dos segmentos finais do néfro (TOMITA & PISANO, 1984), sugeríndo a

possibilidade de uma ação local importante na regulação do transporte iônico.

Entretanto, ainda não existem evidências de que a membrana luminal de

células do dueto coletor contenham receptores para as cínínas (V ALLÉS et

Page 96: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

84

alii., 1997). A inibição da reabsorção de Na" pela bradicinina (WILLIS et

alii., 1969; VIO et alii., 1983; SCICLI & CARRETERO, 1986;

BALLERMANN et alii., 1991), poderia levar a uma diniinuição da DP

transepitelial, diniinuindo o gradiente eletroquímico favorável à secreção de

potássio e consequentemente reduziria a secreção distal deste cátion. Como

foi observado no presente estudo, bradicinina a I o·' e I o·' 1M, reduziu

sigriificativamente a DPtrans durante a tàse experimental, e reduziu em cerca

de 50% o fluxo secretório de potássio.

Uma alternativa a este mecanismo implicaria possíveis interações

hormonais em túbulo coletor cortical. Foi mostrado que as crumas não

aumentam GMPc, indicando que diferentemente do ANP, a inibição do

transporte de Na" não é mediado por GMPc (ZEIDEL, 1993). Entretanto,

HOLT & LECHENE (1981 I e II), mostraram que agentes peptídicos, como a

bradicinina e a vasopressina, podem estimular a síntese de prostaglandínas em

DCC de coelho, o que inibiria a reabsorção tubular de Na+ e de cloreto,

evento revertido pela adição de meclofenamato (um inibidor da síntese de

prostaglandinas ), e sugeriram uma modulação hormonal no transporte iônico

no néfro distal. Por outro lado, em cultura primária de célula de DCMI de

coelho, as ciriinas aumentaram a [Ca++] intracelular (SHAYMAN &

MORRISON, 1985) e foi mostrado em estudos de "patch clamp" que a

aplicação de ionomicina reduziu significativamente a abertura dos canais de

Na+ (PALMER & FRINDT, 1987), sugerindo que as cininas poderiam inibir

a condutãncia de Na+ através do aumento de cálcio intracelular. No entanto,

esta possibilidade contrasta com a sugestão discutida abaixo, envolvendo o

C a++ com o efeito estimulador da secreção de K+ pela A VP.

Page 97: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

85

EFEITO DA PROSTAGLANDINA E2

A prostaglandina ~ é um potente mediador de muitas funções

biologicamente importantes, como as do sistema cardiovascular, pulmonar,

endócrina, renal, reprodutor e sistema imune (COLEMAN et alli., 1990). O

túbulo coletor, por sua vez, exibe a maior atividade da ciclooxigenase, ao

longo do néfro, sendo a PG~ o metabólito ativo do ácido araquidônico

encontrado em mmor quantidade. A concentração urinária de PG~,

geralmente utilizada como índice da produção renal deste prostanóide, está na

faixa de nanomolar, e é significativan1ente aumentada por dieta hipossódica

(SAKAIRI et alii., 1995).

Os diversos efeitos da PGE2 são dependentes do tecido e das vias de

transdução de sinal celular. A complexidade das respostas a este prostanóide é

atribuída ao reconhecimento de pelo menos quatro subtipos de receptores

(EP1, EP2,EP3, e EP4) que diferem na especificidade do sítio ligante,

distribuição no tecido, e acoplamento a diferentes sistemas de sinalização

celular.

Algumas isofonnas de receptor EP3 de camundongo e vaca, quando

expressas em oócito de hamster chinês, apresentaram mnltiplas vias de

transdução de sinal, acopladas a diferentes proteínas G (NAMBA et alli.,

1993 ). Entretanto muitos detalhes a respeito das vias de sinalização celular

destas diferentes isofonuas de receptor EP3, não foram ainda totalmente

esclarecidos.

AN et alii.(1994), clonaram um receptor EP3 de rim hmnano, expresso

em células CHO, que urna vez ativado, produziu um decréscimo na

concentração intracelular de AMPciclico e amuento na concentração de cálcio

intracelular. Outros estudos mostraram que o receptor EP3 relaciona-se com a

inibição da adenilciclase via proteína G,. Foi demonstrado também que o

Page 98: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

86

receptor EP3 pode acoplar-se a outras vias intracelulares além da proteína G,,

levando, por exemplo, ao estímulo do metabolismo dos fosfoinositídeos via

proteína G insensível a toxina pertussis (NEGISHI et alli., 1989). Por outro

lado, Breyer et alii.(l998), em recente revisão, relataram que o receptor EP3 é

bastante expresso em DCC, e que provavelmente a célula mbular também

expresse o receptor EP 4, tanto em ML como MBL em dueto coletor.

Os distintos padrões de distribuição tecidual e as respostas bioquímicas

transduzidas por diferentes tipos de receptores EP, podem fornecer parte das

bases moleculares para o conhecimento dos papéis funcionais da PGE, "in

vivo". Nossos resultados mostraram que a prostaglandina PGE2 reduziu

significativamente o fluxo secretório de potássio. O efeito deste prostanóide

sobre o transporte iônico poderia estar relacionado a sua ação inibitória sobre

a bomba Na+1K+-ATPase (ZEIDEL, 1993). Desta forma, a PGE2 reduziria a

força movente para o transporte iônico, pois a reabsorção de Na+ neste

segmento ocorre predominantemente via canais apicais de Na+ sensíveis a

amiloride, e pela ativação da Bomba Na+IK+. Consequentemente, a PGE2

reduziria a DPtransepitelial, fato observado no nosso trabalho, bem como

reduziria a secreção de potássio distal. Observamos uma redução de cerca de

50% do fluxo secretório de potássio. Interessantemente, a redução do fluxo

secretório foi muito semelhante à redução proporcionada pela bradicinina,

consubstanciando o fato de que a bradicinina poderia estar estimulando a

síntese de prostaglandina (HOLT & LECHENE, 1981; ZUSMAN &

KEISER, 1980)

A prostaglandina, ainda, poderia estar aluando na redução do fluxo

secretório de potássio, através da ativação de receptores EP3 acoplados a

proteína Gi, diminuindo os níveis de AMPcíclico. Este segundo mensageiro

relaciona-se fortemente com o aumento da condutância iônica pelos canaJs

luminais de pequena condutância para o potássio (CASSOLA et alii., 1993).

Page 99: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

87

Por outro lado, sabe-se que a PGE2 pode acoplar-se a outros tipos de proteína

G, como a proteína Gq, aumentando os níveis de fosfolipase C, com aumento

de proteína quinase C (inibidora dos mesmos canais de baixa condutância), e

subsequente aumento de Ca ++ intracelular.

Por outro lado, SAKAIRI et alii.(l995), em estudos de microperfusâo

isolada de DCC, demonstraram pela primeira vez que a PGE2 aplicada

luminalmente modula o transporte iônico em dueto coletor de coelho,

causando uma hiperpolarização provavelmente associada à via do receptor

EP4, insensível a Butaproste (agonista EP2). Além disto, o efeito luminal da

PGE2 na Vt, não foi afetado pela toxina pertussis, arguindo contra a possível

ação deste prostanóide em receptores EP3, localizados na membrana luminal.

O receptor EP4 , por sua vez, está envolvido no estimulo de AMPc, o que

promovena o amnento da permeabilidade osmótica observado no trabalho

destes autores.

Interessantemente, estes autores mostraram que o efeito

hiperpolarizante sobre a V, foi bloqueado pelo amiloride, sugerindo que esta

hiperpolarização é dependente da absorção de Na• no DCC. BOLGER et alii.

(1978) relataram que a infusão de PGE2 estimulou a natrimese e a dimese.

Em estudos de microperfusão de DCC, a PGE, inibiu a reabsorção de Na+

(LINO & IMAE, 1978). Entretanto, efeitos similares poderiam também

resultar da inibição da secreção de potássio, hidrogênío ou da absorção de

cloreto.

EFEITO DO ANP

As principais ações deste agente sobre o tecido renal incluem: efeito na

hemodinâmica renal (com aumento do RFG), efeito sobre transporte iônico

(com aumento da excreção de água e eletrólitos ); efeito inibitório do sistema

Page 100: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

88

renina-angiotensina-aldosterona (por inibição da síntese de renina e

aldosterona) e fmalmente por promover um aumento da permeabilidade

hidráulica capilar, estimula movimento de tluido do compartimento

intravascular para o intersticial (MAACK, 1996).

Inúmeros trabalhos mostram o efeito destes peptídeos no aumento da

excreção de Na•, agindo no glomérulo e em vários segmentos tubulares,

incluíndo túbulo proximal, DCC, e DCMI (ZEIDEL, 1993). SONNENBERG

et alii.(1990) mostraram que a perfusão lmninal com ANP reduz a reabsorção

de Na+ em DCMI em rato. Nossos resultados mostraru que o ANP estimulou

significativamente a secreção de potássio distal, sugeríndo um efeito

modulatório no transporte deste cátion. É possível que as células do segmento

distal do néfro expressem receptores lumínais. Alguns aspectos importantes

sustentam esta possibilidade: o maior sítio de degradação de ANP são as

endopeptidases presentes em " brush border" de células renats

(BALLERMANN & ZEIDEL, 1992). Inibidores desta enzima estimulatn

natriurese, mesmo sem aumento dos níveis plasmáticos deste peptídeo

(GOETZ, 1991). Peptídeos semelhantes ao ANP, como a Urodilatína, são

síntetizados em segmento conector do córtex renal (GOETZ, 1991) causando

ínibição do transporte de Na+ em DCMI, de maneira similar ao ANP

(ZEIDEL, 1993). Em adição, trabalhos do nosso laboratório

(NASCIMENTO-GOMES et alii., 1992; OLIVEIRA SOUZA & MELLO­

AIRES, comunicação pessoal), mostraratn que o ANP inibe o efeito tanto

estimulatório quanto inibitório da ANGII na extrusão celular de hidrogênio,

em túbnlo proximal "ín vivo"e em cultura de células MDCK. Já em estudos

de microperfusão em túbulo distal, o ANP não mostrou efeito significativo na

velocidade de reabsorção de bicarbonato e na modulação do efeito da

angiotensina (BARRETO-CHAVES & MELLO-AIRES,1996 e 1997).

Page 101: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

89

V árias trabalhos mostraram que o rim expressa, especialmente no

córtex, receptores para estes agentes hormonais (NAPIER et alii., 1984; Y1P

et alii., 1985), particularmente em glomémlo (BALLERMANN et alii., 1985;

BUTLEN et alii., 1987). TERADA et alii.(1991), detectaram altos níveis de

RNA mensageiro para o receptor de ANP no glomémlo e dueto coletor

medular interno, enquanto outros segmentos renais como DCC, túbulo

convoluto proximal e distal apresentaram níveis muito baixos de expressão.

RITTER et alii.(l995) relataram que o ANP pode estar relacionado com a

regulação do transporte de HC03- no dueto coletor cortical, via guanylato

ciclase acoplado aos receptores do tipo B.

Existem várias evidências de que o GMPc é o mediador da ação do

ANP no transporte de Na+ em DCMI. O ANP aumenta os níveis celulares de

GMPc, e o GMPc reproduz os efeitos do ANP (ZEIDEL, 1993). Em células de

cultura primária de DCMI, em estudos de " patch clamp", o GMPc aplicado

na face citoplasmática reduziu o tempo de estado aberto dos canais sensíveis a

amiloride, (LIGHT et alii., 1989). Por outro lado, mostrou-se que o GMPc

pode atuar diretamente no canal do cátion ou pode estimular uma proteína

quinase dependente de GMPc (LIGHT et alii., 1990; HIRSCH &

SCHLATTER, 1995).

Outro aspecto interessante relativo às vias de transdução celular destes

agentes refere-se ao possível efeito inibitório da bomba de Na+/K+ deflagrado

pelo ANP. GUNNING et alii.(l992) mostraram, em suspensão de células de

DCMI, que o ANP a concentrações acima de 10'12M, causou inibição da

Bomba de Na+/K+, sendo esta inibição provavelmente mediada pela PGE2.

HOLT & LECHENE ( 1981 I e II) observaram mna diminuição na DP e na

reabsorção de Na+ na presença de ADH, devido provavelmente à síntese de

PGE2 pelo dueto coletor cortical, e sugeriram que peptídeos como o ANP

Page 102: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

90

poderiam estar estimulando a produção local de prostanóides como a PGE2 ,

neste segmento.

Em nossos experimentos, o efeito inibitório da PGE2 se opôs ao efeito

estimulatório do ANP sôbre o fluxo secretório de K+ durante a perfusão

luminal. Tem sido mostrado, contudo, que em cultura de células de DCMI, o

ANP ativa a fosfolipase C, via proteína G sensível a toxina pertussis (BEARL

et alii., 1991 ). Esta ativação conduz a um aumento de IP3, com aumento de

Ca++ intracelular, bem como de proteína quinase C, pela ativação do DAG. O

aumento de cálcio intracelular, poderia inibir os canais de potássio

basolaterais, favorecendo a secreção distal de potássio (HIRSCH &

SCHLATTER, 1995). Além disso, existem evidências de que os canais de

grande condutância para o potássio (BK) podem ser ativados pelo GJ\1Pc, ou

por agentes que ativam o GJ\1Pc, como o ANP e o Nitroprussiato (doador de

NO). Esta ação possui grande importância fisiológica pois agentes

vasodilatadores se contrapõem ao efeito de vasoconstrictores como a

angiotensina, e na mesma proporção possivelmente, agentes natriuréticos,

como o ANP se contrapõem ao efeito de antinatriuréticos (STOCKAND &

SANSOM, 1996).

EFEITO DA ARGININA V ASOPRESSINA

A estimulação do transporte de eletrolítos, incluindo K+, por agentes

como A VP, foi observada em vários epitélios renais. O aumento de 150% do

J/ foi detectado durante administração parenteral de A VP em perfusões de

túbulos distais (FIELD, STANTON, et alii., 1984). Um canal catiônico

inespecífico foi ativado pela aplicação de A VP na superficie Basolateral de

células A6 (MARUNAKA, TORDA, et alii., 1994). Foi descrito também que

a aplicação luminal deste hormônio no DCC, aumentou a condutância de

-------

Page 103: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

9l

Cloreto luminal (ANDO, TABEI et alii., 1991; BREYER & ANDO 1994;

NARUSE, YOSHITOMI, et alii., 1995).

Mostramos no presente trabalho, que no túbulo distal final,

correspondente ao dueto coletor inicial, a A VP é ativa sobre o transporte de

potássio quando aplicada na superficie celular luminal. Para confirmar que o

estímulo na secreção de potássio pela A VP depende de canais de K•,

perfundimos luminalmente o túbulo distal com Ba ++ (3mM), conhecido

bloqueador específico para canais de potássio, associado à A VP (!0-11M)_

mostrando uma reversão do estímulo secretório. Nesta situação, a secreção de

potássio foi semelhante aquela obtida durante perfusão com o mesmo agente

isoladamente (Tabela XV).

Foram descritos até o presente momento dois tipos de receptores de

vasopressina, V 1 e V 2 , ambos localizados em vários tecidos, mas também em

células renais. Os receptores V2, são os responsáveis pela ação do AVP sobre

a permeabilidade à água de túbulos distais e coletores, localizados

primordiabnente na MBL (BICHET, 1996). Entretanto NONOGUCHI et alii.

(1995) através de imunohistoquímica, mostraram a presença de receptores V2

luminais em néfro distal, particularmente em DCMI. Os receptores V 1 foram

subdivididos em: V 1,, presentes em hepatócitos e medula renal,

particularmente em célula muscular lisa vascular, e também em células de

túbulo renal, especialmente de DCC (AMMAR, ROSEAU, et alii., 1992;

MAEDA, HAN, et alii., 1993; TERADA, TOMITA, et alii., 1993). E V1b,

descritos em células da medula adrenal (GRAZZINI, LODBOERER etalii.,

1996). Os receptores V1 foram localizados por imunocitoquímica em

segmentos conectores de túbulos distais e dueto coletor cortical, em ambos

lados da célula (MBL e ML) (GONZALEZ, FIGUEROA, et alii., 1997). O

RNA mensageiro do receptor V 1, foi também detectado por Polymerase Chain

Reaction (PCR) em DCC inicial de rato (TERADA, TOMITA, et alii., 1993).

Page 104: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

92

Foi relatado também o efeito da vasopressma em receptores de

ocitocina, acoplados a tun tipo de receptor V1, não V1, e não V1b, que é

ativado por PLC, levando a um aumento do Ca ++ intracelular . Foi sugerido

um possível efeito modulatório da ativação destes receptores pela ação do

A VP em células do dueto coletor medular interno (MAEDA, HAN, et alii.,

1993).

O antagonista A V 1 utilizado neste trabalho, atua inespecificamente

sobre os diferentes subtipos de receptores V~, não permitindo a distinção entre

V 1, ou V Ib- Entretanto, o receptor descrito pela maioria dos pesquisadores

para o DCC é o subtipo Vt, (AMMAR, ROSEAU, et alii., 1992; MAEDA,

HAN, et alii., 1993; TERADA, TOMITA et alii., 1993).

Trabalhos recentes do nosso laboratório mostraram que o A VP a tua

sobre a secreção de próton em túbulo distal inicial e final, estimulando este

processo numa concentração de 10-9M (BARRETO-CHAVES & De

MELLO-AIRES, 1997). Os autores mostraram que o A VP estimula o

trocador Na+ !H' na membrana apical deste segmento. Em adição, eles

encontraram que o antagonista A V 1 (o mesmo utilizado nos presentes

experimentos) aboliu o efeito do A VP, enquanto o antagonista AV2 não

mostrou nenhum efeito significativo. Comparando seus dados com os

presentes resultados, podemos sugerir que a regulação da secreção de H+ via

trocador Na+/W divide um mecanismo comum com a secreção de K+ neste

segmento.

Vários peptideos hormonais possuem diferentes atividades quando

apresentam niveis plasmáticos baixos (fisiológicos) ou altos. Isto foi

evidenciado pela angiotensina, também um estimulador de transporte de W

em túbulo distal (BARRETO-CHi\ VES & MELLO-AIRES, 1996) e proximal

(NASCIMENTO-GOMES & MELLO-AIRES, 1992). Este peptídeo estimula

o transporte de bicarbonato proximal em baixas concentrações (!0-12M),

Page 105: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

93

amnentando a condutância de K+ basolateral, enquanto efeitos diametrabnente

opostos foram observados quando a concentração de ANGII atinge valores da

ordem de micromolar (COPPOLA & FRÔMTER, l994a e b). O efeito do

AVP sobre o trocador Na+/H+ mostrou mn padrão similar ao da ANGII. A

extrusão de H+ por células MDCK em cultura, foi estimulada por A VP a l o-12

e 10-9M, mas foi reduzida na concentração de 10-7 e 10-6M (MALNIC,

FERNANDEZ, et alii., 1997). Entretanto, A VP com 10-6M não inibiu a

secreção de K+ distal, como observado no presente trabalho, mas o aumento

do fluxo secretório não atingiu um nível de signíficância. É passive! que a

ausência de mn efeito bifásico do A VP no CCD seja devido a propriedades

locais inerentes às vias de segundos mensageiros. Por outro lado, o papel da

elevada concentração da ANGII e do A VP sobre o transporte de W não havia

sido estudado em DCC anteriormente (BARRETO-CHA VES-MELLO­

AIRES, 1997).

O desenvolvimento dos antagonistas de A VP permitiu que informações

importantes sobre as vias de sinalização celular fossem obtidas. É bem

conhecido que os receptores V 2 estão presentes predominantemente na

membrana basolateral de células do dueto coletor, onde modulam o efeito

hidrosmótico do A VP em concentrações basais fisiológicas ( !0-12M). Sabe-se

que este mecamsmo está envolvido com a vta

adenilciclase/AMPcíclico/proteína qumase A (PKA) (BORENSZTEIN,

WVIN, et alii., 1993; CASSOLA, GIEBISCH, et alii., 1993; SNYDER,

NOLAND, et alii., 1992). Por outro lado, os receptores V~, que modulam a

ação do A VP, predominantemente acoplam-se à via fosfolipase C

(PLC)/lP]iproteína quinase C(PKC) e Cálcio. Evidências a favor desta via

foram descritas em: túbulo proximal de coelho (Y AMADA, SEKJ, et alii.,

1996), ramo ascendente espesso de rato (STAR, NONOGUCHJ, et alii., 1988;

BURGESS, BALMENT, et alii., 1994; NJTSCHKE, FRÔBE, et alii., 1991),

Page 106: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

94

célula principal de CCD de coelho (BURNATOWSKA-HLEDIN &

SPIELMAN, 1989; IKEDA, YOSHITOMI, et alii., 1994), e células em

cultura da linha LLC-PK1(DIBAS, REZAZADEH, et alii., 1997).

A inibição da ação do AVP pelo A V1 e a ausência de similar efeito do

A V 2, sugere que a via de sinalização celular envolvida neste processo

relaciona-se com a gênese de PKC e/ou aumento de Ca ++ intracelular. Dados

obtidos da técnica de "patch-clamp" têm mostrado importantes informações

sobre o mecanismo pelo qual A VP poderia influenciar o transporte de K+. Foi

descrito que a adição de A VP ao banbo de túbulos "split-open" de CCD

induziu a atividade de canais apicais silentes na configuração "cell-attached",

isto é, o A VP induziu ao amnento de canais de K+ de baixa condutància

funcionantes, amnentando a condutância apical de células principais ao K+

(CASSOLA, GIEBISCH, et alii., 1993). Estes autores também obtiveram

evidências de que este mecanismo foi mediado por AMPc/PKA.

Por outro lado, em células de cultura primâria renal, foram encontrados

maxi-canais de potássio, canais de K+ ativado porCa++ na membrana apical,

e foi mostrado também que estes canais amnentam sua probabilidade de

abertura quando A VP era adicionado ao meio. Estes canais apresentam mna

condutància de I 07pS, e é possível que possam mediar o efeito Ca ++­

dependente na condutància apical de K+ (GUGGINO, SUAREZ-ISLA, et alii.,

1985). Foi também proposto que estes canais podem ser responsáveis pela

regulação do volmne celular, como ocorreria após a inchação da célula pós­

inibição da bomba de Na+/K+-ATPase (STRANGE, 1990), mas possivelmente

também por estimulação da entrada de Na+ na célula principal de DCC pela

vasopressina (ANDO, TABEI, et alii., 1991; REIF, TROUTMAN, et alii.,

1986).

Um interessante achado foi a observação da inibição da secreção de K+

com antagonista anti-V" isoladamente. Isto poderia refletir mn efeito

Page 107: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

95

inibitório inespecífico deste agente, mas poderia também indicar que em

condições controle existe um nível basal de A VP aluando sobre receptores V 1

luininais que poderia assim causar uma ativação tônica da secreção de K•,

Ações inibitórias desta natureza não foram ainda reportadas, Entretanto,

MAEDA et alii,(l993), perfundindo dueto coletor medular interno de rato

com A V 1, mostrou uma moderada redução dos túveis de cálcio celular, o qual

pode inibir o mecanismo dependente de Ca ++,

Com o objetivo de se eliminar um possível efeito inespecífico do anti­

V 1 utilizado em nossos experimentos, fizemos uma série de experimentos

similares em ratos Brattleboro, os quais são desprovidos de produção

endógena de AVP por um defeito genético (VALTIN, 1982), Nestes ratos,

quando perfundimos túbulos distais com A VP exógeno, foi observado um

estímulo da secreção distal de K+, demostrando a presença de receptores

luininais, Embora a taxa de secreção de K+ distal foi semelhante áquela

observada em ratos Wistar, o A V 1 não apresentou efeito estatisticamente

significante, mostrando que este peptideo não teve uma ação independente de

seu efeito sôbre o receptor de A VP, Estes dados apoiam a hipótese de que em

ratos controles Wistar a secreção normal de potássio distal pode ser

dependente de túveis endógenos de A VP,

Finahnente, gostaríamos de discutir alguns aspectos relacionados com o

possível papel do cálcio na modulação da secreção distal de potássio, bem

como os prováveis canais de K+ envolvidos neste processo, É geralmente

aceito que o canal de pequena condutáncia seJa responsável pela secreção de

potássio neste segmento devido sua alta probabilidade de abertura em

condições fisiológicas, Como descrito anteriormente, este canal é

independente das alterações de voltagens da membrana celular e também da

concentração intracelular de Ca ++, sendo, entretanto, dependente do pH e do

ATP citosólico, Além disto, estes canais são ativados por PKA e inibidos por

Page 108: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

PKC ou ácido araquidônico (W ANG et alii., 1992). Já na membrana

basolateral, foram descritos dois tipos de canais de potássio, de pequena e de

intermediária condutância ao potássio (HJRSCH & SCHLATTER, 1995). A

regulação dos canais de potássio basolaterais difere consideravelmente em

comparação aos da membrana luminal. São independentes da alteração de

voltagem, e são inibidos por aumento da atividade de Ca ++ acima de lmmol/1

(HJRSCH & SCHLATTER, I 993). Em adição, eles são ativados por uma

proteína kinase dependente de GMPc (HJRSCH & SCHLATTER, 1995), mas

não por PKA. O único parâmetro regulatório que todos os canais de potássio,

de células principais de DCC, possuem em comum é a dependência do pH

intracelular, diminuindo sua atividade quando se eleva o H' citosólico

(HIRSCH & SCHLATTER, 1993).

Desta forma, a variação da concentração de Ca++ intracelular pode

produzir efeitos variados sobre os canais de potássio localizados no lado

apical e/ou no lado basolateral. Um aumento na atividade de Ca ++ celular

poderia ativar os canais de grande condutância na membrana luminal, e

simultaneamente (ao aumento de Ca ++), poderia ocorrer uma inativação dos

canais de K+ na membrana basolateral, levando a célula principal a um

aumento da secreção de potássio, como observado no presente trabalho.

Evidências favoráveis a esta hipótese são descritas nos trabalhos de HlRSCH

& SCHLATTER (1993; 1995), que descrevem que um aumento da atividade

de Ca ++ celular, induzido por agonista, poderia aumentar a secreção de K+ por

dois fatores: inibição de canais de K+ ua membrana basolateral e ativação de

canais luminais de grande condutância que podem se somar aos canais de

pequena condutância de K+ apicais no aumento do fluxo secretório de K+

(Figura 20).

A influência de Ca ++ também poderia explicar a relação dos canais de

K+ basolaterais com a inibição da atividade da bomba Na+/K+-ATPase, uma

Page 109: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

97

vez que o A TP não atua, nos mesmos, como um agente regulador, como

observado em outros tipos de canais de K', presentes no lado lumínaL A

inibição da bomba por ouabaína leva a um aumento da atividade de Na'

intracelular, o que resultaria num decréscimo da força movente para o

permutador Na•/ca", aumentando o Ca" intracelular. O aumento de Ca"

citossólico inibiria os canais de K+ basolaterais e explicaria a observação do

decréscimo da condutãncia basolateral deste cátion durante inibição da

bomba. Já a inibição da condutância lumínal ao sódio, por arniloride, levaria a

uma inibição secundária da bomba, porém não tendo efeito inibitório na

condutãncia ao potássio no lado basolateral. Nestas condições a força

movente para o permutador Na'/Ca" aumentaria, e a atividade de Ca++

intracelular diminuiria. Assim, a dependênciado transporte de K' do Ca ",

com inibição da atividade dos canais de K' pelo aumento do Ca" citosólico

celular poderia explicar as diferentes reações da condutãncia de K' frente aos

fatores que inibem a bomba eletrogênica.

Por outro lado, os canais de grande condutância não estão ativos

durante condições fisiológicas, mas poderiam ser ativados por despolarização

ou aumento intracelular de Ca" induzido pelo aumento de volume celular

("'v). De fato, o papel fisiológico destes canais em células epiteliais não foi

totalmente esclarecido, e algrms fatores como a necessidade de um limiar de

ativação mais positivo que -50mV, tomariam tais canais tonicamente

fechados quando o potencial de repouso destas células permanecesse entre -

60 e -90mV, como ocorre em condições normais. Entretanto, DESIR (1995)

relatou que é possível que células epiteliais de DCC e de medula renal

possuam uma variação suficiente do potencial de membrana para ativar tais

canats, uma vez que nestes segmentos ocorre um significativo aumento da

condutância ao Na' pela membrana lumínal, e assim decorreria uma

Page 110: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

98

despolarização celular, e consequentemente aumento do fluxo secretório de

K+.

Uma outra possibilidade que poderia explicar os nossos resultados

refere-se à identificação de canais de potássio de pequena condutância,

dependentes de Ca •+ Recentemente, canais de pequena condutãncia para o K+

ativados por Ca ++ (SK), foram clonados de cérebro de ratos e humanos

(KOHLER et alii., 1996). Os canais SK diferem dos canais de grande

condutância (BK+), por serem mais sensíveis ao cálcio intracelular,

apresentam ativação não dependente de voltagem e possuem menor corrente

unitária (LANCASTER et alii., 1991; SAH, 1995).

Page 111: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

99

LUMEN CÉLULA PRINCIPAL INTERSTÍCIO

FIGURA 20 - Ilustração dos possíveis mecanismos envolvidos na modulação

da secreção distal de potássio<

Page 112: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

100

VI- CONCLUSÕES

V árias fatores afetam o transporte de potássio em túbulos renais,

tais como: concentração de sódio, ritmo de perfusão, presença de ions

impermeantes, pH, e outros. Entretanto, existem também evidências de que

diferentes substâncias biologicamente ativas interferem no transporte de

potássio, particulannente em dueto coletor corticaL A fim de verificar quais

destes hormônios poderiam ser responsáveis pela estimulação da secreção

distal de potássio, perfundimos o túbulo distal cortical (Dueto Coletor inicial)

com soluções artificiais contendo algumas substâncias que podem ser

encontradas em fluído tubular nativo, no caso Arginina-Vasopressina,

Bradicinina, Prostaglandina E2, e Fator Atrial Natriurético, avaliando-se

concomitantemente o ritmo de secreção de potássio (JK+). Para isto, foram

utilizados ratos albinos Wistar machos, preparados para microperfusão "in

vivo". Impalava-se o segmento distal final com microeletrodo duplo

assünétrico, contendo num dos ramos resina de troca iônica sensível ao

potássio, e no outro, menor, solução eletrolítica corada com verde FDC

( eletrodo de referência), determinando assim, simultaneamente, atividade de

potássio e a variação da diferença de potencial transepitelial (DP).

Pelos resultados obtidos no presente trabalho, durante a perfusão

luminal de túbulos distais corticais com agentes hormonais encontrados no

liquido tubular nativo, chegamos as seguintes conclusões:

1- A redução de 80-90% do fluxo secretório de K+ decorrente da ação

luminal de Ba ++ e Benzamil nas concentrações estudadas, indica que o

transporte transcelular é a principal via de excreção deste cátion, sendo os

10-20% remanescentes provavelmente devidos a difusão paracelular de

Page 113: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

lO!

K+. Os experimentos mostram ainda que a secreção de K+ depende da

absorção de Na+ e da DP transepitelial, através da membrana apical.

2 - Foi inicialmente realizado um " screening" de possíveis agentes que

poderiam afetar o transporte distal de potássio. A ANGII, PGE, e a

Bradicinina diminuíram enquanto que o ANP e a A VP aumentaram

significativamente este processo.

3 - A microperfusão luminal com A VP (1 o·' e 10-llM) aumentou a secreção

de potássio distal. Isto sugere que existem receptores luminais para A VP, que

podem mediar o efeito do hormônio sôbre a membrana apical de células

tubulares distais.

4- O antagonista de receptor anti-V1 (10 6M) inibe o efeito do AVP sôbre a

secreção de potássio, mas também reduz o h+, quando admiuistrado sózinho.

Isto leva-nos a sugerir que a A VP atua via receptor V 1, e, além disto, deve

haver um efeito endógeno tônico, sendo este bloqueado pelo antagonista.

5 -O antagonista V2 não apresenta efeito sôbre secreção de K+, nem sózinho

nem conJuntamente com A VP. Isto sugere que os receptores V2 não são

importantes para o efeito luminal de A VP.

6 - Em ratos Brattleboro que geneticamente não produzem A VP, perfusão

luminal com A VP estimula a secreção de K+, indicando haver em túbulos

distais destes ratos, receptores para A VP. Por outro lado, anti-V 1 sózinho não

teve efeito, apoiando a estimulação tônica de h+ por A VP em ratos Wistar, já

que estes ratos não tem A VP endógeno.

Page 114: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

!02

7- É possível que a A VP aplicada luminalmente, aluando em receptores V ~o,

alue através do sistema de sinalização PLC/IP3/PKC envolvendo elevação do

cálcio citosólico, o que poderia inibir os canais de potássio de pequena e

intermediária condutância basolaterais e simultaneamente estimular os canais

apicais de grande (Maxi-K) e/ou de pequena condutãncia (SK) dependentes

de cálcio, promovendo um efeito aditivo no aumento da secreção distal de

potássio.

Page 115: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

103

VII- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOW, M.; BEAUWENS, R.; COGAN, E. Cellular events in vasopressin action. Kidney Int. 32: S56-S66, 1987.

ALHENC-GELAS, F.; MARCHETTI, J.; ALLEGRINI, J.; CORVOL, P.; MENARD, J. Measurement of urinary activity. Species differences in kinin production. Biochem. Biophys. Acta. 677:477-88, 1981

ALKHUNA!Zl, A. M. Y AQOOB, M.M.; EDELSTEIN, C.L.; CENGARO, P.E., BURKE, T.J, NEMENOFF, RA; SCHRIER, R.W. Arachdonic acid protects against hypoxic injury in rat proximal tubules. Kidney lnt., 49:620-25, 1996.

AMM'ill., A.; ROSEAU, S; BLUTEN, D. Phannacological characterization of V1, vasopressin receptors in the rat cortical collecting duct. Am.J.Phystol. 262: F546-F53, 1992.

ANAND-SRIVASTAVA, M. B. & TRACHTE, G.J. Atrial natriuretic factor receptors and signal transduction mechanism. Pharmaco/. Rev., 45:455-97, 1993.

AN, S.; YANG, J.; SO, S.W.; ZENG, L.; GOETZL, E.J. lsoforms ofthe EP3

subtype of Human prostaglandin E2 receptor transduce both intracellular ca!cium and cA'\1P signals. Biochemistry. 33:14496-502, 1994.

i\NDO, Y.; TABEI, K.; ASANO, Y. Lmninal vasopressin modulates transpor! in the rabbit cortical collecting duct. .!. Clin. lnvest., 88: 952-59, 1991.

ATLAS, S.A. & MAACK, T. Atrial natriuretic factor, in Handbook of Physiology: Renal Physiology, Oxford University Press, pp1577-673, 1992.

BALLERMANN, B.J. & ZEIDEL, M.L. Atrial natriuretic peptide. ln: The Kidney :Physio]Of,'Y and Pathophysioloy, edit by D.W.Se1din and Giebisch, G. New York: Raven, 1992, p 1843-84.

BALLERMANN, B.J.; HOOVER, R.L.; KARNOVSKY, M.J.; BRENNER, B.M. Physiologic regulation of atrial natriuretic peptide receptor s in rat renal glomeruli. J.Clin.lnvest., 76:2049-56, 1985.

De acordo com: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Referências Bibliográficas

NBR 6023 Rio de Janeiro ABNT, 1989. NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE. List of Journals Indexed in Index Medi cus.

Bethesda NLM, 1997.

Page 116: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

104

BALLERMANN, B.J. Vasoactive peptides and The Kidney (4th Ed.), edited by B.M. Brenner and F.C. Rector. Philadelphia Saunders. 1991, p.510-83.

BARRETO-CHAVES, M.L & MELLO-AIRES, M. Effect of luminal angiotensin II and ANP on early and late cortical distal tubule HCo,· reabsorption. Am.J.Physiol.Renal,Fluid F:lectrolyte Physwl. 271: F977-F84, 1996.

BARRETO-CHAVES, M.L & De MELLO-AIRES, M. Luminal arginine vasopressin stimulates Na•-H' exchange and H+ -ATPase in cortical distal tubule via V1 receptor. Kidney lnr. 52: 1035-41, 1997.

BAil...EY, M.; CAPASSO, G.; AGULIAN, S.; GIEBISCH, G.; UNWIN, R. The relationship between distal tubular proton secretion and dietaty potassium depletion: evidence for up-regulation of H'-ATPase. Nephrol. lJial. Tramplant., 14:1435-40, 1999.

BEARL, T. MANSOUR, J.; TEITELBAUM, I. ANP stimulates phosphohpase C in culture RIMCT cells: role of protein kinases and G protein. Am J. Physiol., 260(29):F590-F95, 1991

BEASLEY, D.; OZA, N.B.; LEVINSKY, N.G. Micropuncture localization of Kallikrein secretion in the rat nephron. Kidney lnt., 32: 26-30, 1987.

BECK, F.X.; DORGE, A.; RICK, R.; SCHRAMM, M.; THURAU, K. The distribution of potassium, sodium and cloride across the apical membrane of renal tubular cells: effect of acute metabohc alkalosis. P.fluegers Arch. 411:259-67, 1988.

BECK, J.S.; HURST, A.M.; LAPOINTE, J.Y.; LAPRADE, R. Regulation of basolateral K channels in proximal tubule studied during continuas microperfusion. Am. J. Physwl., 264:F496-F501, 1993.

BERG-ORSTAVIK, T.; NUSTAD, K.; BR.ANDTZAEG, P.; PIERCE, J.V. Cellular origin of urinary kallikreins. J Histochem. Cytochem., 24:1037-39, 1976).

BERLINER, R.W.; KENNEDY, T.J.; HILTON, J.G. Renal mechanisms for the excretion ofpotassium. Am. J. Physiol., 162(348), 1950.

B!AG!, B.; SOHTELL, M.; GIEB!SCH, G. lntracellular potentials in rabbit proximal tubules perfused in vitro. Am. J. Physiol., 240:F200-10, 1981.

BIA, M.J. & DeFRONZO, R.A. Externa! potassium homeostasis. Am. J. Physiol240:F257-F68, 1981

BICHET, D. Vasopressin receptors in healfh and disease.Kidney lnternational. 49: 1706-11, 1996.

Page 117: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

105

BOIM, M.A.; HO, K.; SHUCK, M.E.; BIENKOWSKI, MJ.; BLOCK, J.H.; SLIGHTOM, J.L; YANG, Y; BRENNER, B.M.; HEBERT, S.C. ROMK inwardly rectífYing ATP-sensitive K+ channel. II. Cloning and distribution ofalternative fonns. Am. J Physiol., 268:Fll32-F40, 1995.

BOLOTINA, V.M.; NAJIBE, S.; PALACINO, J.J.; PAGANO, PJ.; COHEN, R.A. Nitric oxide direcly activates calcium-dependent potassium channels in vascular smooth muscle. Nature. 368:850-6, 1994.

BONV ALET, J.P.; PRADELLES, P; FARMAN, N. Segmentai synthesis and actions of prostaglandins along the nephron. Am. J. Physwl .. 253:F377-F87, 1987.

BORENSZTEIN; JUVIN, P.; VERNIMMEN, C.; POGGLIOLI, J.; PAILLARD, M.; BICHARA, M. cAMP-dependent contrai of Na+/W antiport by A VP, PTH, and PGE2 in rat medullary thick ascending limb cells. Am. J Physiol. (Renal,Huid E/ectrolyte Physiol), 264: F354-F64, 1993.

BOURDEAU, J.E. & LAU, K. Basolateral cell membrane Ca-Na exchange in single rabbit connecting tubules. Am . .J. Physwl., 258:FI497-503, 1990.

BOVEE, K.C. Effects of nonpeptide angiotensin II receptors antagonist Dup 7 53 on blood pressure and renal functions in spontaneously hypertensive PH dogs. Am. J. Hypertens., 4:327S-33S, 1991.

BLATZ, A.L & MAGLEBY, K.L. Single apamin-blocked Ca-activated K+ channels of small conductance in cultured rat skeletal muscle. Nature.323:7l8-20, 1986.

BLUTEN, 0.; MISTAOUI, M.; MOREL, F. Atrial natriuretic peptide receptors along the rat and rabbit nephrons:[l25I] alpha-rat atrial natriuretic peptide binding in microdissected glomeruli and tubules. Plügers. Arch., 408:356-65, 1987.

BOLGER, P.M.; EISNER, G.M; RAMWELL, P.W.; SLOTKOFF, L.M Renal actions ofprostacycline. Nature Lond., 271:467-9, 1978.

BRAAM, B.; MITCHELL, K.D.; FOX, J.; NAVAR, L.G. Proximal tubular secretion of angiotensin II in rats. Am. J. Physwl. 264:F891-F8, 1993.

BREYER, M.D. & ANDO, Y. Hormonal signaling and regnlation of salt and water transpor! in the collecting duct. Annu.Rev.Physwl. ,56: 711-39, 1994.

BREYER, M.D.; JACOBSON, H.R.; BREYER, R.M. Functional and molecular aspects of renal prostaglandin receptor.J. Am. Soe. Nephro/.,7:8-17, 1996.

Page 118: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

!06

BREYER, M.D.; ZHANG, Y.; GUAN, Y.F.; HAO, C.M.; HEBERT, R.L.; BREYER, R.M. Regulation of renal fi.mction by prostaglandin E receptors. Kidney lnt. Suppl., 67:S88-S94, 1998.

BROWN, J. & ZUO, Z. Renal receptors for atrial and C-type natriuretic peptides in the rat.Am. J Physwl., 263:F89-F96, 1992.

BURGESS, W J.; BALMENT, R.J.; BECK, J.S. Effects of lmninal vasopressin on intracellular calcium in microperfused rat medullary thick ascending lirnb. Renal Physwl.Bwchem. 17: 1-9, 1994.

BURNATOWSKA-HLEDIN, M. & SPIELMAN, W.S .. Vasopressin V1

receptors on the principal cells of the rabbit cortical collecting tubule. Stirnulation of cytosolic free calcium and inositol phosphate production via coupling to a pertussis toxin substrate. J.Clin.Jnvest. 83: 84-9, 1989.

BURNIER, M.; RUTSCHMANN, B.; NUSSBERGER, J.; VERSAGGI, l; SHAHINFAR, S.; WAEBER, B.; BRUNNER, H.R. Salt-dependent renal effects of na angiotensin II antagoníst in healthy subjets. Hypertension. 22:339-47, 1993.

BURNIER, M.; WAEBER, B.; BRUNNER, H.R. Clinical pharmacology of the angiotensin II receptor antagonist losartan potassiurn in healthy subjects. J. Hyperrens., 13:S23-S8, 1995.

BURNIER, M.; ROCH-RAMEL, F.; BRUNNER, H.R. Renal effects of angiotensin II receptor blockade in nonnotensive subjets. Kidney lnternatwna/. 49:1787-90, 1996.

BUTCHER, R. W. & BAIRD, C. E. Effects of prostaglandins on adenosine 3 '5' -monophosphate leveis in fat and other tissues. J. Biol. Chem .. ,243:1713-7, 1968.

CASSOLA, A.C.; GIEBIESCH, G.; WANG, W. Vasopressin increases density of apical low-conductance K+ channels in rat CCD. Am. J. Physiol.(Renal,Huid Hlectrolyte Physiol.) 264: F502-F9, 1993.

CHAI, K.X.; Nl, A.; WANG, D.; WARD, D.C.; CHAO, J.; CHAO, L. Genornic DNA sequence, expression, and cromossoma} localization of the human B1 bradykinin receptor gene BDKRBI. Genomtcs. Jan I, 31: 51-7, 1996.

CHANG, M.S.; LOWE, D.G.; LEWIS, M.; HELLMISS, R.; CHEN, E.; GOEDDEL, D.V. Differential activation by atrial and brain natriuretic peptides of two different receptor guanylyl ciclases. Nature.341:68-71, I 989.

Page 119: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

107

CHOE, H.; ZHOU, H.; PALMER, L.G.; SACKIN, H. A conserved cytoplasmic region of ROMK modulates pH sensitivity, condutance, and gating. Am. J Physiol., 273:F516-F29, 1997.

COLEMAN, R.A.; SMITH, W.L.; NARUJ\1IYA, S. VIII. lntemational Union of pharrnacology classífication of prostanoid receptors: Proprieties, distribution, and structure of the receptors and their subtypes. Pharmaco/. Rev. 46:205-29 1994.

COPPOLA, S. & FROMTER, E.. An electrophysiological study of angiotensin II re&'11iation of Na-HC03 cotransport and K conductance in renal proximal tubules I. Effect of picomolar concentrations. Pflugers Arch 427: 143-50, 1994a.

COPPOLA, S. &. FROMTER, E. An electrophysiological study of angiotensin II regulation of Na-HC03 cotransport and K conductance in renal proximal tubules. II. Effect of micromolar concentrations. Pflugers Arch 427: 151-6, 1994b.

CUTHBERT, A.W. & MARGOLIUS, H.S. Kinins stimulate net chloride secretion by the rat colon. Br. J. Pharmacol., 75:587-98, 1982.

DeFRONZO, R.A.; BIA, M.; BIRKHEAD, G. Epinephrine and potassium homeostasis. Kidney lnt. 20:83-91, 1981.

DeFRONZO, R.A.; STANTON, B.; KLEIN-ROBBENHAAR, G.; GIEBISCH, G. lnhibitory effect of epinephrine on renal potassium secretion: a micropuncture study. Am. J. Physiol. 245:F303-ll, 1983.

De ROUFFIGNAC, C.; Di STEFANO, A.; WITTNER, M.; ROINEL, N.; ELALOUF, J.M. Consequences of differential effects of ADH and other peptide hormones on thick ascending limb of mannnalian kidney. Am. J Physiol.(Regul.Inlegr. Comp.Physiol.) 260: RI023-R35, 1991.

DESIR, G.V. Molecular characterization of voltage and cyclic nucleotide­gated potassium channels in kidney. Kidney lnternalional. 48:1031-5, 1995.

DIBAS, A.l.; WOOD, J.; MIA, A.J.; YORIO, T. Mechanism ofvasopressin­induced increase in intracellular Ca2

+ in LLC-PK1 porcine kidney cells. Am. J. Physiol.(Cell Physiol.) 272: C8!0-C7, 1997.

DOUGLAS, J.G. Angiotensin receptors subtypes of the kidney cortex. Am. J. Physwl. 253:F1-F7, 1987.

DUNN, M.J. & HOOD, V.L. Prostaglandins and the Kidney. Am. J Physio/.,233:Fl69-84, 1977.

Page 120: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

lOS

EDELMAN, A; CURCI, S.; SAMARZIJA, I.; FROMTER, E. Detennination of intracelular K+ activity in rat kidney proximal tubular cells. Pjlügers Arch., 378:37-45, 1978.

EDW ARDS, R. M. Response of isolated renal arterioles to acetyl-choline, dopamine, and bradykinin. Am . .!. Physwl., 248:Fl83-F9, 1985.

ELLISON, D.H; VELAZQUEZ, H.; WRIGHT, F.S. Stimulation of distal potassium secretion by low Iumen chloride in the presence of Barium. Am. J Physiol., 248:F638-49, 1985.

FENOY, F.J.; MILICIC, L; SMITH, R.D.; WONG, P.C.; TIMMERMANS, P.B.; ROMAN, R. et alií. Effects of Dup 753 on renal function of normotensíve and spontaneously hypertensive rats. Am J. Hypertens., 4:321S-6S, 1991.

FERNANDEZ, R.; LOPES, M.J.; de LIRA, R.F.; DANTAS, W.F.; CRAGOE JUNIOR, E.J.; MALNIC, G. Mechanism of acidification along cortical distal tubule ofthe rat. Am . .!. Physiol., 266: F218-F26, 1994.

FIELD, M.J.; STANTON, B.A.; GIEBISCH, G.H. lnfluence of ADH on renal potassium handling: a mícropuncture and microperfusion study. Kidney lnt. 25: 502-511, 1984a.

FIELD, M.J. ; STANTON, B.A; GIEBISCH, G.H. Differential acute effects of aldosterone, dexamethasone and hyperkalemía on distal tubular potassium secretion in the rat kidney. J.C/in. Invest. 74:1792-802, !984b.

F!ELD, M.J. & GIEBSCH,G. Hormonal contrai of potassium excretion. Kidney lnternatíona/ 27: 379-87, 1985.

FIGUEROA, C.D.; CAORSl, I; SUBIABRE, J.; VIO, C.P. lmmunoreactive kallikrein localization in the rat kidney: na immuno-electron mícroscopy study . .!. Histochem. C,Ytochem., 32:177-81, 1984.

C +2 FOWLER, B.; JACOBSON, H.; BREYER, R.; BREYER, M.The a coupled effects of prostaglandin E, in the collecting duct are mediated by an EP1 receptor. J. lnvest. Med, 43:356A, 1995.

FRINDT, G. & PALMER, L.G. Low-condutance K channels in apical membrane of cortical collecting tubule. Am J Physiol.,256:Fl43-FSI, 1989.

FRINDT, G.; SILVER, R.B.; WINDHAGER, E.E.; PALMER, L.G. Feedback regulation of Na channels in rat CCT. II. Effects of inhibition of Na entry. Am J Physiol. 264:565-74, !993.

Page 121: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

109

GARCIA-FILHO, E.,; I\1ALNIC, G.; GIEBISCH, G. Effects of changes in electrical potential difference on tubular potassium transpor!. Am.J.Phystol. 238: F235-F46, 1980.

GARG, L.C. & NARANG, N. Ouabain-insensitive K+ adenosine triphosphatase indistal nephron segments of lhe rabbit. J. Clin. Jnvest., 81:1204-8, 1988.

GEIBEL, J.; ZWEIFACH, A; WHITE, S.; WANG, W.H.; GIEBISCH, G. K' channels of lhe manunalian collecting duct. Renal Physzology and Biochemtstry, 13:59-69, 1990.

GERTZ, K.H. Transtubulare Natrimn Chloride Flüsse und Permeabilitãt fur Nichtelektrolyte in proximalen und distalen konvolut der rattenniere. Pflügers Arch., 276:336-56, 1963.

GIEBISCH, G. H. Cell models of potassimn transpor!: in lhe renal tubule. ln . Currents Toptcs in Membranes and Transport, edited by G. Giebisch. Orlando, Fl: Academic Press, 28:133-83, 1987.

GIEBISCH, G. Renal potassium transpor!: mechanisms and regulation. Am.J.Physiol.Renal Physwl. 274: F817-F33, 1998.

GIFFORD, J.D.; ROME, L.; GALLA, J.H. H-K-ATPase activity in rat collecting duct segments .. Am . .!. Physiol., 262:F692-F5, 1992.

GIL, F.Z. & G. I\1ALNIC. Effect of amphotericin B on renal tubular acidification in the rat. Pjluegers Arch. 413:280-6, 1989.

GLUCK, S.L.; UNDERHILL, D.M.; IYORI, M.; HOLLIDAY, L.S.; KOSTROMINOVA, TY.; LEE, B.S. Physiology and Biochemistry ofthe kidney vacuolar H'-ATPase. Annu. Rev. Physiol .. 58:427-45, 1996.

GOETZ, K.L., Renal natriuretic peptide(urodilatin?) and atriopeptin: envolving concepts. Am. J. Physiol., 26l:F921-F32, 1991.

GONZALES, C.B., et ali i. lmmunolocalization of V 1 vasopressin receptors in lhe rat kidney using anti-receptor antibodies. Kidney Int., 52: 1206-15, 1997.

GOODMA.N & GILMA.N As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 9".Ed., 1996. pp. 1443.

GRAZZINI, E.; LODBOERER, AM.; PEREZ-MARTIN, A; JOUBERT, D.; GUILLON, G. Molecular and fi.mctional characterization of V tb

vasopressin receptor in rat adrenal medulla. lindocrinology 137: 3906-14, 1996.

Page 122: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

!lO

GREGER, R. Cloride activity in cells of isolated perfused cortical thick ascending limbs ofrabbit kidneys. Pfluegers Arch. 399:29-34, 1983.

GRIDER, J.; FALCONE, J.; KILPATRICK, E.; OTT, C.; JACKSON, B. Effect of luminal vasopressin on NaCl transpor! in the medullarv thick ascending hmb ofthe rat. Eur..J.Pharmacol. 313: 115-8, 1996.

GUDER, W.G.; HALLBACH, J.; FINK, E.; KAJSSLING, B.; WIR THENSOHN, Kallikrein (kimnogenase) in the mouse nephron: effect of dietary potassium. Hoppe Seylers Z. Physiol. Chem., 368:637-45, 1987.

GUGGINO, S.E.; SUAREZ-ISLA, B.A.; GUGGINO, W.B.; SACKTOR, B. Forskolin and antidiuretic honnone stimulate a Ci+ -activated K+ channel in cultured kidney cells. Am. J Physiol. 249: F448-F55, 1985.

GUGGlNO, S.E.; GUGGINO, W.B., GREEN, N.; SACKTOR, B. Blockíng agents of C a +z -activated K+ channels ín culture medulary tliick ascending limb cells. Am J Physio/.,252: C128-37, 1987.

GUNNING, M.E.; BRADY, H.R.; OTUECHERE, G.; BRENNER, B.M; ZEIDEL, M.L. Atrial natriuretic peptide inhibits Na+ transpor! in rabbit inner medullary collecting duct cells. Role of Prostaglandin E2 . .!. Clin. Invest. 89:1411-7, 1992.

HAEBERLE, O .A. & VON BAEYER, H. Characteristics of glomerulotubular balance. Am.J.Physiol. 244: F355-F66, 1983.

HAMILTON, K.L. & EATON, D.C. cAMP-induced potassimn channel activity ín apical rnembrane of cultured kidney cells. Am J. Physiol. 26l:Fl055-F62, 1991.

HARRIS, P.J. & NA V AR, L.G. Tubular transpor! responses to angiotensin. Am. J Phystol. 248:F621-F30, 1985.

HARRISON-BERNARD, L.M.; NA V AR, L.G.; HO, M.M.; VINSON, G.P.; EL-DAHR, S. S. hmmmohistochernical localization of rat angiotensin li A TI receptor in adult rat kidney using a mono clonai antibody. Am. J. Physwl. 273:FI70-F7, 1997.

HASCHIMOTO, Y.; SHARMA, R.K.; SODERLING, T.R. Regulation of Ca!calmodulin-dependent cyclic nucleotide phosphodiesterase by the autophosphorylated form of Ca!calmodulin-dependent protein kinase li. J Biol. Chem., 264:10884-7, 1989.

HEBERT, S.C. & Al\;'DREOLI, T.E. Contrai of NaCl transpor! in the thick ascending lirnb ofHenle's loop. Am. J. Physiol .. 246:F745-F56, 1984.

Page 123: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

lll

HEBERT, S.C. & ANDREOL!, T.E. Effects of antidiuretic hormone on cellular conductive pathways in mouse medullary thick ascending limbs ofHenle .J. Memh. Biol., 80:221-33, 1984.

HEBERT, R.L.; JACOBSON, H.R.; FREDIN, D.; BREYER, M.D. Evidence that separate PGE2 receptors modulate water and sodium transpor! in rabbit cortical collecting duct. Am. J. Physw/.,265:F643-F50, 1993.

HENDERSON, R.; BALDWIN, J.M.; CESKA, T.A.; ZEMLIM, F.; BECKMANN, E.; DOWNING, K.H. Model for tbe structure of bacteriorhodopsin based on high-resolution electron cryomicroscopy . .J. Moi. Bio/.,213:899-929, 1990.

HENRICH, W.L. Renin regulation in cultured proximal tubular cells. Hypertension. 27:1337-40, 1996.

HIDAKA, H. & KOBA Y ASHI, R. Pharmacology of protein kinase inhibitors. Annu. Rev Pharmaco/. Toxicol. 32:377-97, 1992.

HIRASAWA, A.; HASCHJMOTO, K.; TSUJlMOTO, G. Distribuition and developmental change of vasopressin VIa and V2 receptors mRNA in rats. Eur.J.Pharmacol., 267:71-5, 1994.

HIRSCH, J. & SCHLATTER, E. K+ channels in the basolateral membrane of rat cortical collecting duct. Pflügers.Arch., 424:470-7, 1993.

HIRSCH, J. & SCHLATTER, E. K+ channels in the basolateral membrane of rat cortical collecting duct are regulated by a cGMP-dependent protein kinase. P!lügers.Arch., 429:338-44, 1995.

HO, K.; NICHOLS, C.G.; LEDERER, WJ.; L YTTON, J.; VASSILEV, P.M.; KANAZIRSKA, M.V.; HEBERT, S.C. Cloning and expression of an inwardly rectif'ying ATP-regulated potassium channel. Nature 362:31-8, 1993.

HOCK, F.J.; WIRTH, K.; ALBUR, U.; LINS, W.; ALPERMANN, H.G.; ANAGNOSTOPOULOS, H., HENK, S.; BREIPOHL, G.; KONIG, W.; KNOLLE, J. Hoe 140, a new potent and long acting bradykinin­antagonist: ln vitro studies. Br J Pharmacol. 102: 769-73, 1991.

HOLT, W.F. & LECHENE, C. ADH-PGE2 interations in cortical collecting tubule. I. Depression of sodium transpor!. Am.J.Physiol(Renal,Fluid Electrolyte Physwl.) 241: F452-F60, 1981.

HOLT, W.F. & LECHENE, C. ADH-PGE:, interations in cortical collecting tubule. II. lulribition of Ca and P reabsortion. Am . .!. Physwl (Renal,Fluid Electrolyte Physiol.) 241: F461-F7, 1981.

Page 124: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

!12

IKEDA, M.; YOSHITOMI, K; IMAT, M; KUROKAWA, K. Cell Ca­response to lnminal vasopressin in cortical collecting tnbule principal cells. Kidney lnt. 45: 811-6, 1994.

IKEMOTO, F.; ITOH, S.; SONG, G.; TANAKA; M.; TAKADA, T. TOMINAGA, M.; HIRUMA, M.; NAKAMURA, N.; YAMAMOTO, K. Contribution of renal angiotensin converting enzime(ACE) to blood pressure regulation: Possible role of brush border ACE Clin. hxp. Theory Pract, 9:441-7, 1987.

JARD, S.; ELANDS, J.; SCHMTDT, A.; BARBERlS, C. Vasopressin and oxytocin receptor : An overview, in Progress in Hndocrinolof!Y, edited by !mura, H, Amsterdam, Elsevier, pp1183-8, 1988.

JOINER, WJ.; WANG, L.Y.; TANG, M.D.; KACZMAREK, L.K. HSK,, a member of a nove! subfamily of calcium-activated potassium channels. Proc. Natl. Acad Scz.94:11013-8, 1997.

KAWAHARA, K.; HUNTER, M.; GlEBISCH, G. Potassium channels in Necturus proximal tubule. Am. J Physiol., 253:624-29, 1987.

KHURI, R.N.; STRTEDER, W.N.; GIEBISCH, G. Effects of tlow rate and potassium intake on distal tubular potassium transfer. Am.JPhysiol. 228: 1249-61, 1975.

KIZER, N.L.; VANDORPE, D.; LEWIS, B.; BUNTING, B.; RUSSEL, J.; ST ANTON, B.A Vasopressin and cAMP stimulate electrogenic chloride secretion in an IMCD cell line. Am. J Physiol. (Renal,Fluid Electro!yle Physwl.), 268: F854-F61, 1995.

KLEYMAN, T.R & CRAGOE, E.L Amiloride and its analogs as tools in lhe study of ion transpor!. J Memhrane Bwl. 105: 1-22, 1988.

KLEE, CB.; CROUCH, T.H.; RICHMAN, P G. Calmodulin. Ann Rev Biochem. 49:489-515, 1980.

KOEPPEN, B.M.; BIAGI, BA; GIEBISCH, G. lntracellular microelectrode characteristics of the rabbit cortical collecting duct. Am J Physwl. 244:F35-F47, 1983.

KÚHLER, M.; HIRSCHBERG, B.; BOND, C.T.; K.INZIE, J.M.; MARRION, N.V.; MA YLIE, J.; ADELMAN, J.P. Smaii-Condutance, Calcium­activated Potassium Channels from Mannnalian Brain. Science.273: 1709-14, !996.

KUBOTA, T.; BIAGl, BA; GIEBISCH, G. Effect of acid-base distnrbances on basolateral membrane potential and intracellular potassimn activity in lhe proximal tubule ofNecturus. J Memh. Rio., 73:61-8, 1983.

Page 125: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

113

KUBOKA W A, M. Role of Ca +2 /cahnodulin-dependent protein kinase II in Ca +2 -induced K+ channel inhibition in rat CCD principal cells. Am. J. Physio/.,268:F211-F9, 1995.

KUWAHARA, M.; ISHIBASHI, K.; KRAPF, R.; RECTOR, F.C. Jr.; BERRY, C.A. Effect of Iumen pH and cell potential in rabbit proximal. Am. J. Physíol., 256:Fl075-F83, 1989.

KUW AHARA, M.; FU, W.J.; MARUMO, F. Functional activity of H-K­ATPase in individual cells of OMCD: localization and effect of K+ depletion. Am. J. Physwl., 270:F116-F22, 1996.

KYU, Y A.; TURNER, P.B.; MADSEN, K.M.; KONE, B.C. Effects of chronic hypokalemia on renal expression of the gastric H-K-ATPase a -subunit gene. Am. J.. Physíol., 270:F557-F66, 1996.

LANCASTER, B., et alii. Ca1cium activates two types of potassilun chaunels in rat hippocampal neurons in culture . .!. Neurosci., 11:23-30, 1991

LEYSSAC, P.P. Changes in single nephron renin release are mediated by tubular fluid flow rate. Kídney lnt., 30:332-9, 1986.

LI, L.; WANG, YP.; CAPPA.RELLI, A.W.; JO, O.D.; YANAGAWA, N. Effect of ltuninal angiotensin II on proximal tubule fluid transpor!: Role ofapical phospholipase A2. Am . .!. Physiol. 266:F202-F9, 1994.

LIGHT, D.B.; AUSIELO, D.A.; STANTON, B.A. Atrial natriuretic peptide inhibits a cation chaunel in renal inner medullary collecting duct cells. Science. 243:383:5, 1989.

L!GHT, D.B.; CORBIN, J.D.; STANTON, B.A. Dual ion-chaunel regulation by cyclic GMP and cyclic GMP-dependent protein kinase. Nature. 344:336-9, 1990.

LINO, Y & IMAE, M. Effects of prostaglandins on sodium transpor! in isolated collecting tubules. Pjlügers Arch., 373:125-32, 1978.

LIU, F.Y. & COGAN, M.G. Angiotensin II: a potent regulator ofacidification in the rat early proximal convoluted tubule . .!. Clin. !nvest., 80:272-5, 1987.

LOPES, M.J. & MALNIC, G. Sodiurn dependence of early distal H+ secretion in the rat kidney. Braz. J.Med.Biol.Res.,21:1065-68, 1988.

LU, M., GIEBISCH, G. & WANG, W. Nitric oxide-induced hyperpolarization stimu1ates low-condutance Na+ chaunel of rat CCD. Am .!. Physwl .. 272:F498-F504, 1997.

Page 126: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

114

MAACK, T. Role of atrial natriuretic factor in volume contrai. Kzdney fnternationa/.49:1732-7, 1996.

MAEDA, Y.; HAN, J.S.; GIBSON, C.C.; KNEPPER, M.A. Vasopressin and oxytocin receptors coupled to Ca2+ mobilization in rat inner medullary collecting duct. Am. J. Physwl. (Renal, Fluid Electrolyte Physiol). 265: Fl5-F25, 1993.

MALNIC, G.; KLOSE, R.M.; GIEBISCH, G. Microperfusion study of distal tubular potassium and sodium transfer in rat. Am . .!. Physiol., 2ll:F548-F59, 1966.

MALNIC, G.; MELLO-A.IRES, M.; G.IEBISCH, G. Potassium transport across renal distal tubules during acid-base disturbances. Am. J. Physiol., 221:Fll92-F208, 1971.

MALNIC, G., BERLINER, R.W. AND GIEBISCH, G. Flow dependence of K+ secretion in cortical distal tubules of tbe rat. Am . .!. Physiol. 256: F932-F41, 1989.

MALNIC, G., BERLINER, R.W. AND GIEBISCH, G. Distal perfusion st.udies: transpor! stimulation by native t.ubule fluid. Am. J. Physiol. 258: Fl523-F7, 1990.

MALNIC, G.; FERNANDEZ, R.; CASSOLA, A.C.; BARRETO-CHAVES; M.L.; DE SOUZA, M.O., MELLO-AIRES, M. Mechanisms and regulation of H' transpor! in distal t.ubule epithelial cells. Wzener Klin. Wochenschr. 109: 429-34, 1997.

MANNING, M. & SAWYER, W.H .. Discovery, development and some uses of vasopressin and oxytocin antagonists. .J.Lah.Clin.Med. 114: 617-32, 1989.

MANNING, M.; STOER, S.; BANKOWISKI, I.; MISICKA, A.; LAMMEK, B.; WO, N.C.; SAWYER, W.H. Synthesis and some phannacological properties of potent and selective antagonists of the vasopressor (V 1-

receptor) response to arginine- vasopressin. J. Med. Chem. 35: 382-8, 1992.

l\1ARIN-CASTANO, M.E., et alii.; RT-PCR lllÍcrolocalization ofbradykinin 82 receptor mRNA in microdissected rat nephron segments. lmmunopharmaco/. Jun, 33: 171-3, 1996.

MARIN-GREZ, M. The influence of antibodies against bradykinin on isotonic saline diuresis in the rat. Pflügers Arch., 350:231-39, 1974.

Page 127: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

ll5

MARIN-GREZ, M. & V ALLÉS, P Evídence of na inhibitory effect of kalhkrein on collecting duct bicarbonate secretion in rats and rabbits. Renal Physioi.Biochem., 17:301-6, 1994.

MARUNAKA, Y ., et alii. Antidinretic hormone-responding nonse1ective cation channel in distal nephron epithelium (A6). Am.J.Physw/.Ce/1 Physiol. 266: CI513-C22, 1994.

MEISTER, B.; LIPPOLDT, A.; BUNNEMANN, B.; INAGAMI, T.; GANTEN, D. Celular expressíon of angiotensin type-1 receptor mRNA in the kidney. Kidney Jnt. 44:331-6, 1993.

MEROT, J.; BIDET, M.; LE MAOUI, S.; TAUC, M.; POUJEOL, P. Two types of K channel in the apical membrane of rabbit proximal tubule in prímary culture. Biochem. Biophys. Acta., 978:134-44, 1989.

MOE, O. W.; Ull!E, K.; STAR, R.A.; MILLER, R.T.; WIDELL, J.; ALPERN, R.J.; HENR1CH, W.L. Renin expressíon in renal proximal tubule. J C/in. Jnvest .. 91:774-9, 1993.

MOREL, A.; O'CARROL, A.M.; BROWSTEIN, M.J.; LOLAIT, S.J Molecular cloning, sequencing, and functional expression of cDNA enconding the human V1, vasopressin receptor. J. Biol. Chem.,269:3304-10, 1994.

MOSES, A. & STEC1AK, E. Urínary and metabolic clearances of arginíne vasopressín in normal subjects. Am. J. Physwl. 251: R365-R370, 1986.

MUTO, S., GIEBISCH, G., AND SANSOM, S .. An acute increase of peritubular K stímulates K transpor! through cell pathways of CCT. AmJPhysiol. 255: F108-Fl4, 1988.

NAMBA, T.; SUGIMOTO, Y; NEGISHI, M.; IRIE, A.; USHIKUBI, F.; KAKIZUKA, A.; !TO, S.; ISCHIKAWA, A.; NARAMIYA, S. Altemative sphcing of C-Tenninal taíl of prostaglandin E receptor subtype EP3 detennines G-proteín specificity. Nature., 349:166-70, 1993.

NAPIER, M.A.; VANDLEN, R.L.; ALBERS, S.G.; NUTT, R.F.; BRADY, S. Specific membrane receptors for atrial natriuretic factor in renal and vascular tissues. Proc. Natl. Acad.Sci. USA,81:5946-50, 1984.

NARUSE, M.; YOSHITOMI, K.; HANAOKA, K.; !MAl, M.; KUROKA W A, K. Electrophysiological study of luminal and basolateral vasopressín in rabbit cortical collecting duct. AmJPhysioi.Renal,Fluid E/ectrolyte Physiol. 268: F20-F9, 1995.

Page 128: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

!16

NASCIMENTO-GOMES, G. & MELLO-AIRES, M. lnteraction of atrial natriuretic factor and angiotensin II in proximal HC03- reabsorption Am. J. Physiol., 262:F303-F8, 1992.

NATHANSON, M.H.; MOYER, M.S.; BURGSTAHLER, A.D.; O'CARROLL, A.M.; BROWNSTEIN, M.J.; LOLAIT, S.J. Mechanísms of subcellular cytosolíc Ca +l sígnaling evoked by stimulation of lhe vasopressin V 1, receptor . .J.Biol.Chem., 267:23282-9, 1992.

NA V AR, LG.; HARRISON-BERNARD, LM.; WANG, C.T.; CERVENKA, L; MITCHELL, K.D. Concentration and actions of intraluminal angiotensin II. J Am.Soc. Nephrol. lO:S 189-S95, 1999.

NEHER, E. & SAK.'V!AN, B. Sing1e channe1 currents recorded from membrane of denervated frog muscle fibers. Nature. 260:779-802, 1976.

NEGISHl, M.; !TO, S.; HAYAISHI, O. Prostag1andin E receptors in bovine adrena1 medulla are coupled to adenylate cyclase via Gi and phosphoinositide metabolism in a pertussis toxin-insensitive manner. J. Biol. Chem., 264:3916-23, 1989.

NELSON, M.T., et alii. Calcimn channels, potassium channels, and voltage dependence of arterial smooth muscle tone. Am. J Physiol., 259:C3-l8, 1990.

NICOLSKY, B.P. Theory ofthe glass electrode I. Acta Physlcochim., 7:597, 1937.

NITSCHKE, R.; FRÚBE, U.; GREGER, R. Antidiuretic horrnone acts via V1

receptors on intracellular calcium in the isolated perfused rabbit cortical thick ascending limb. Pjlugers Arch. 417: 622-32, 1991.

NONOGUCHI, H.; OWADA, A.; KOBAYASHJ, N.; TAKAYAMA, M.; TEREDA, Y.; KOIKE, J.; UJJIE, K.; MARUMO, F.; SAKAL T.; TOMITA, K hnmunohistochemical localization of V 2 vasopressin receptor along the nephron and functional role of luminar V 2 receptor in terminal inner medullary collecting ducts . .!. Clin. lnvest, 96:1768-78, 1995.

NONOGUCHI, H.; TAKAYAMA, M; OWADA, A.; UlllE, K.; SAKUMA, Y.; MARUMO, F.; Y AMADA, T.; KOIKE, J.; TOMITA, K. Role of urinary arginine vasopressin in the sodium excretion in patients with chronic renal failure. Am.J.MedSci. 312: 195-201, 1996.

Page 129: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

117

NUSSENZVEIG, D.R.; LEWICK.l, J.A.; MAACK, T. Cellular mechanisms of lhe clearance function of type C receptors of atrial natriuretic factor. J. Biol. Chem ,265:20952-8, 1990.

OBERLEITHNER, H.; GUGGINO, W.; GIEBISCH, G. The effect of furosemide on Imninal sodiurn, cloride and potassiurn transpor! in the early distal tubule of Amphiuma kidney. Pjlügers Arch .. 396:27-33, 1983.

OSTROWSKY, N.L.; YOUNG, W.S.III; KNEPPER, M.A; LOLAIT, S.J. Expression of vasopressin V Ia and V 2 receptor messenger ribonucleic acid in lhe liver and kidney of embryonic, developing and adults rats. Endocrinology. 133:1849-59, 1993.

OSTROWSKY, N.L; LOLAIT, S.J.; YOUNG, W.S.lll Cellu1ar 1ocalization of vasopressin V 1, receptor messenger ribonucleic acid in adult mal e rat, brain, pineal, and brain vasculature. Endocrmology.135: 1511-28, 1994.

PALMER, L.G. & FRINDT, G. Etfects of Cell Ca and pH on Na channels from rat cortical collecting tubule. Am. J. Physiol. 253:F333-F9, 1987.

PALMER, L.G. & SACKIN, H. Regulation of renal ion channels. FASEE J., 2:3061-65, 1988.

PALMER, L.G.; ANTONIAN, L.; FRINDT, G. Regu1ation of apical K and Na channels and Na/K purnp in rat cortical collecting tubule by dietary K. J. Gen. Physiol., 104:693-710, 1994.

PALMER, L.G.; CHOE, H.; FRINDT, G. Is lhe secretory K channel in the rat CTT ROMK? Am . .!. Physwl., 104:F404-FIO, !997.

PAXTON, W.G.; RUNGE, M.; HORAIST, C.; COHEN, C.; ALEXANDER, R.W.; BERSTEIN, K.E. Immunohistochemical localization of rat angiotensin II ATI receptor. Am. J. Physiol .. 264:F989-F95, 1993.

QUAN, A. & BAUM, M. Endogenous angiotensin II modulates rat proximal tubule transpor! wilh acute changes in extracellular volume. Am. J. Physiol .. 275:F74-F8, 1998.

REEVES, JJ.; BUNCE, K.T.; SHELDRlCK, R.L.; STABLES, R. Evidence for lhe PGE receptor subtype mediating inhibition of acid secretion in the rat. Br. J. Pharmaco/., 95:805P, 1988.

REEVES, W.B.; McDONALD, G.A.; MEHTA, P.; ANDREOLI, T.E. Activation of K channel in renal medullary vesicles by cAMP-dependent prateio kinase. J. Memb. Biol. 109:65-72, 1989.

REGAN, J.W.; BAYLEY, T.J., PEPPERL, D.J.; PIERCE, L.; BOGAR.DUS, A.M.; DONELLO, J.E.; FAIRBAIN, C.E.; ZHANG, D.; KEDZIEK, M.; WOODW AR.D, D.F.; GIL, D. W. Molecular clonning and expression of

Page 130: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

118

human EP, receptor: evídence for three variants with difierent terrnini. Br. J Pharmacol., 112: 6163-9, 1994.

REGAN, J.W.; BAYLEY, T.J., PEPPERL, D.J.; PIERCE, L.; BOGARDUS, A.M.; DONELLO, J.E.; FAIRBAIN, C.E.; KEDZIEK, M.; WOODWARD, D.F.; GIL, D.W. Molecular of a nove! human prostaglandin receptor wifh characteristics of the pharmacollogically defined EP2 subtype. Moi. Pharmaco/.,46:213-20, 1994.

REIF, M.C., TROUTMAN, S.L.; SCHAFER, J.A Sustained response to vasopressin in isolated rat cortical collecting tubule. Kidney lnt., 26: 725-32, 1984.

REIF, M.C.; TROUTMAN, S.L.; SCHAFER, J.A Sodium transport by fhe rat cortical collecting tubule. Effect of vasopressin and desoxycorticosterone. J Clin .. lnvest., 77: 1291-8, 1986.

RITTER, D.; DEAN, A.D.; GLUCK, S.L.; GREENWALD, J.E. Natriuretic peptide receptors A and B have a different cellular distribution rat kidney. Kidney Int, 48:1758-66, 1995.

ROCH-RAMEL, F.; WERNER, D.; GUlSAN, B. Urate transport in brush border membrane of human kidney. Am. J Physiol., 266:F797-F805, 1994.

RODRIGUEZ, M.G. & REYES, J.L. lnduction of alkalinization in cultured renal cells (1\IDCK line) by prostaglandin E2. Prostaglandins, 49:79-91, 1995.

RUSCH, N.J. & STEKIEL, W.J. lonic channels of vascular smoofh muscle in hypertension. Adv. Exp. Med Bio/.,308: 1-7,1991.

SABOLJC, L; KATSURA, T.; VERBABATZ, J.M.; BROWN, D. The AQP2 water channel: Effect of vasopressin treatment, microtubule disruption, and distribution in neonatal rats. J Membr. Biol., 143: 165-75, 1995.

SACKIN, H. Mechanosensitive channels.Annu. Rev. Physiol., 57:333-53, 1995.

SAH, P. Properties of charroels mediating lhe apamin-insensitive afterhyperpolarization in vagai motoneurons. J Neurophysiol., 74:1772-76, 1995.

SAKAIRI, Y.; JACOBSON, H.R.; NOLAND, T.D.; BREYER, M. Lurrrinal prostaglandin E receptors regulare sal! and water transpor! in rabbit cortical collecting duct. Am. J Physiol. (Renal, Fluid Electro~yte Physwl.) 269: F257-F65, 1995.

Page 131: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

119

SCHAFER, J.A.; TROUTAMAN, S.L; SCHLATTER, E. Vasopressin and mineralocorticoid increase apical membrane driving force for K+ secretion in rat CCD. Am.J.Physiol., 258: Fl99-F21 O, 1990.

SCHLATTER, E., & SCHAFER, J.A. E1ectrophysiologica1 studies in principal cells of rat cortical collecting tubules. ADH increases the apical membranes Na+ condutance. Pflügers. AnA, 409:81-92, 1987.

SCHULZ, W.W.; HAGLER, H.K.; BUJA, LM.; ERDÚS, E.G. U1trastructural loca1ization of angiotensin l-converting enzime(EC3.4.15.l) and neutral metalloendopeptidase(EC3.4.24.11) in the proximal tubu1e ofthe human kidney. Lah. !nvest., 59:789-97, 1988.

SCHUSTER, V.L., KOKKO, J.P.; JACOBSON, H.R. lnteractions of lysi1 bradykinin and antidiuretic hormone in the rat cortical collecting duct. J. Clin.Invest., 73:1659-77, 1984.

SCICLI, AG. & CARRETERO, O.A. Renal kallikrein-kinin system. Kidney lnt., 29:120-30, 1986.

SEIKALY, M.G.; ARANT, B.S.Jr.; SENEY, F.D.Jr. Endogenous angiotensin concentrations in specific intrarenal fluid compartments of the rat. J. Clin.Jnvest. 86:1352-7, !990.

SHAYMAN, J.A & MORRISON, AR. Bradykinin-induced changes in phosphatidyl inusitol tumover in cultured rabbit papillary collecting duct cells. J. Clin. lnvest, 76:978-84, 1985.

SIEGEL, G.; EMDEN, J.; WENZEL, K.; MIRONNEAU, J.; STOCK, G. Potassimn channel activation m vascular smooth cell. Adv. Exp.Med Biol., 311:53-72,1992.

SMITH, W.L. The eicosanoids and their biochemical mechanisms of action. Bwchem.J., 259:315-24, 1989.

SMITH, R.D.; CHIU, AT; WONG, P.C.; HERBLIN, W.F.; TIMMERMANS, PBMWM. Pharmacology of nonpeptide angiotensin II receptor antagonists. Annu. Rev.Pharmcol. Toxicol., 32:135-65, 1992.

SNYDER, H.M.; NOLAND, T.D.; BREYER, M.D. cAMP-dependent protein kinase mediates hydrosmotic effect of vasopressin in collecting duct. Am. J. Physiol. Cell Physiol., 263: C147-C53, 1992.

SONG, Q.; WANG, D.; HARLEY, R.A; CHAO, L; CHAO, J. Cellular localization of low-mo1ecular-weight Kininogen and bradykinin B, receptor mRNAs in Human Kidney. Am . .!. Physíol., Jun, 270(6 pt 2): F919-26, 1996.

Page 132: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

(

120

ONNENBERG, H.; HONRATH, U.; WILSON, D.R. ln vivo microperfusion of inner medullary collecting duct in rats: Effect of amiloride and ANF. Am. J Physiol., 259:F222-F6, 1990.

SONNENBURG, W.K. & SMITH, , W.L. Regulation of cyc1ic AMP metabolism in rabbit cortical collecting tubule cells by prostaglandins. J. Bwl. Chem., 263:6155-60, 1988.

SONNENBURG, W.K.; ZHU, J.H.; SMITH, W.L. A prostaglandin E receptor coupled to a pertussis toxin-sensitive guanine nucleotide regulatory protein in rabbit cortical collecting tubule cells. J Biol Chem., 265: 8479-83, 1990.

STAR, R.A.; NONOGUCHI, H.; BALABA,"J, R.; KNEPPER, MA Calcíum and cyclic adenosine monophosphate as second messengers for vasopressin in the rat inner medullary collecting duct. JC/in.lnvest. 81: 1879-8, 1988.

STANDEN, N. B.; QUAYLE, J.M.; DAVIES, N.W.; BRAYDEN, J.E.; HUANG, Y.; NELSON, M.T. Hyperpolarizing vasodilators activate A TP-sensitive K+ channels in arterial smooth muscle. Science, 245: 177-80, 1989.

ST ANTON, B.A. & GIEBISCH, G. Potassiwn transpor! by the renal distal tubule: effects ofpotassium loading. Am. J. Physwl., 243:F487-93, 1982.

STATON, B.A & GIEBSCH, G. Renal potassium transpor!, ln: Windbager, E.(Ed.). Handbook of Physwlogy-Renal Physiology, New York, Oxford University Press, 1992, p.813-74.

STOCKM'D, J.D. & SANSOM, S.C. Role of large Ca2+-activated K+ channels in regulation of mesangial contractíon by nitroprnsside and ANP. Am. J Physiol. Ce/1 Physio/. 270: C1773-C9, 1996.

STRANGE, K. Volnme regulation following Na+ pump inbibition in CCT principal cells: apical K' loss. Am. J Physiol. 258: F732-F40, 1990.

STRONG, P; COLEM>\N, R.A.; HUMPREY, P.P.A Prostanoid-induced inbibitíon of lipolises in rat isolated adipocytes: probab1e involvment of EP3 receptors. Prostaglandins, 43:559-66, 1992.

SUDOH, T.; MINAMINO, N.; KANGAWA, K.; MATSUO, H. C-type natriuretic peptide (CNP): a new member of natriuretic peptide family identified in porcine brain.Biochem. Bwphys.Res.Commun., 168:863-70, 1990.

Page 133: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

!2!

SUGIMOTO, Y.; NAMBA, T.; NEGISHI, M.; lSCHlKAWA, A; NARUM1YA, S. Cloníng and expressmn of a cDNA for mouse prostaglandin E receptor EP, subtype. J. Biol. Chem., 267:6463-6, 1992.

SUGIMOTO, Y.; NEG!SHI, M.; HA YASHI, Y.; NAMBA, T.; HONDA, A; WATABE, A.; HlRATA, M.; NARUMIY A, S.; JSCHIKA W A, A. Two isoforms of the EP:. receptor with ditlCrent carboxyJ-terminal domains. J JJiol. Clwm., 268:2712-8, 1993.

TAKEUCHI, K.; ABE, T.; TAKAHASH!, N.; ABE, K. Molecular cloníng and intrarenal localization of rat prostaglandin E2 receptor EP, subtype Biochem. B10phys.Res. Comm., 194:885-91, 1993.

TEITELBA UM, L Honnone signaling systcms in inner medullary collecting dncts. AmJPhysio/Jienai,Huid Electro/yte f'hysiol. 263: F985-F90,1992.

TERADA, Y; MORIY AM.A, T.; MARTIN, B.M.; KNEPPER, MA; GARCIA-PEREZ, A RT-PCR microlocalization of mRNA for Guanylyl cidase-coupled ANF receptor in rat kidney. Am. J. Physiol., 261:Fl080-F7 1991 ' .

TERADA, Y; TOMJTA, K.; NONOGUCHI, H.: YANG, T.; MAR UM O, F. Different localization and regulation of two types of vasopressin receptor messenger RNA in microdissec.ted rat nephron segments using reverse tran.•cription polymerase chain reaction. J. Clín. fnvest., 92: 2339-2345, !993.

THEKKUMKARA, TJ.; COOKSON, R.; UNAS, S.L Angiotensín (A Tu,) receptor-mediated increases in transcellnlar sodium transpor! m proximal tubule cells. Am. J. Physwl., 274:F897-905, 1998.

TOH, H.; ISCHIKAWA, A: NARUM!Y A, S. Molecular evolution of receptors for Eicosanoids. f'Ji!JS !,ett., 361: 17-21, !995.

TOMITA, K. & PI SANO, L!. Binding of [3H]bradykínin in ísolated uephron segments ofthe rabbít Am. J. l'hysiol., 246:F732-7, 1984.

TOMJTA, K.; PlSANO, J.J.; BURG, M.B.; KNEPPER, MA Effects of vasopressin and bradykinin ou anion transpor! by thc rat cortical collecting duct. J C/in.. lnvesl., 77: 136-41, J 986.

TOMlTA, K: PI SANO, J.J.; KNEPPER, M.A. Contml of sodium and potassíum transpor! in the conical collcctiug duct of the rat: effects of bradykínin, vasopressin and deoxycortícossterone. J ('/in !nvesl., 76: 132-G, 1985.

Page 134: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

(

!22

TOUSSANTE, C. & VEREERSTRAAETEN, N. Effects ofblood pH changes on potassimn excretion in the dog. Am. J. Physiol., 202:F768-72, 1962.

V ALLÉS, P ; EBNER, S.; I\1ANUCHA, W ; GUTIERREZ, L.; MARIN­GREZ, M. Effect of glandular kallicrein on distal nephron HC03.

secretion in rats and on HCo,· secretion in MDCK cells. Am. J Physiol., 273:F807-16, 1997.

VALTIN, H. The discovery of the Brattleboro rat, reconnnended nomenclature, and the question of proper contrais. Ann.N. Y.Acad.Sc1 394:1-9, 1982.

VELÁZQUEZ, H.; ELLISON, DH.; \VRIGHT, F.S. Luminal inflnences on potassium secretion: Chloride, sodium, and thiazide diuretics. Am. J. Physiol. (Renal,Fluid Electrolyte Physiol.), 262: Fl076-F82, 1992.

VERGARA, C.; LATORRE, R.; MARRION, N.V.; ADELMAN, J.P. Calcium-activated potassium channels. Current Opimon m Neurohiology, 8:32!-9, 1998.

VESTRI, S & I\1ALNIC, G. Mechanism proximal tubule epithelium in the rat. 1195-9, 1990.

of potassium transport across Brazilian J.MedBiol.Res. 23:

VIO, C.P. Renal Kallikrein, in Laragh JH, Brenner BM (eds): Hypertension: Pathophysiology, Diagnosts and Management. New York, Raven Press. Publishers, pp. 819-29, 1990.

VIO, C.P. Localization of components of the kallikrein-kinin system in the kidney: relation to renal function. Hypertension,l9(sup1ement II):9-!6, 1992.

VIO, C.P.; CHURCHILL, L.; RABITO, S.F.; TERRAGNO, A.; CARRETERO, O.A.; TERRAGNO, NA Renal kallikrein in venous effluent of filtering and non-filtering isolated kidneys. Adv. Jixp. Med.Biol., 156:897-907, 1983.

VOLK, K.A.; HUSTED, RF.; PRUCHNO, C.J.; STOKES, J.B. Functional and molecular evidence for Shaker-like K+ channels in a rabbit pappilary epithelial cellline. Am . .!. Physwl.,(in press).

VOS, P.F.; BOER, P.; KOOMANS, HA Effectes of enalapril on renal soditnn handling in healthy subjets on low, intermediate, and high sodium intake . .!. Cardiovasc. Pharmacol., 22:27-32, I 993.

XIE, M.H.; LIU, F.Y.; WONG, P.C.; TIMMERMANS, PBMWM; COGAN, M.G. Proximal nephron and renal effects of Dup 753, a nonpeptide angiotensin II receptor antagonist. Kidney lnternationa/.38:473-9, 1990.

Page 135: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

XU, J.Z.; HA.LL, AE.; PETERSON, LN.; B!ENKOWISKI, MJ.; EESSALU, T.E.; HEBERT, S. C Localization of the ROMK protein on apical membranes of rat kidney nephron segments. Am. J Physiol., 273:F739-48, 1997.

W ANG, T. & GlEB!SCH, G. Effects of angiotensin JJ on eletrolyte transpor! in the early and late distal tubu1e in rat kidney. Am. J. Physiol., 271:FI43-F9, 1996.

WANG, W. View of K+ secretion throught the apícal k channel of cortical collecting duct Kidney International., 48:1024-30, 1995.

WANG, W., SCHWAB, A; G!EBISCH, G. Thc Regu1ation of small­condutance K-1 channel in apícal membrane of rat cortical c.ollecting tubule. Am. J Physiol., 259:F494-502, 1990.

WANG, W ; CASSOLA, A.C.; GIEBISCH, G. Arachdonic acid inhibits the secretory K+ channel of cmtical collecting duct of rat kidney. Am. J. Physwl., 262:F554-9, 1992.

WANG, W.; SACK!N, H.; GLEBISCH, G. Renal potassium channels and their rel,'l.Jlation. Amm. Ver.Physiol., 54:81-96, 1992.

WANG, W. Two types of K + channel in thick asccnding limb of rat kídney. AM. J. Physiot 2f>7:F599-F605, 1994.

WANG, W.; LU, M.; HEBERT, S.C. P450 metabolítes mediate extracelular C a''' -imluced inhibition of a picai K' channels in tl1e thick ascending limb ofthc rat kidncy. Am . .I Physiol .. 270:Cl03-C11, 1996.

WANG, W. & LU, M. Effect of arachídonic acíd on activity of the apícal K channel in the thíck ascendíng límb of thc rat kidney. J Gen. Phystoi., 106:727-43, 1995.

WATANABE, T.; UMAGAKl, K.; SMITH, W.L.. Association of prostaglandin E2 bindlng protein with a per1ussis toxin~reactive f,ruanine nucleotide regulatory protein. J. Biol. Chem,, 262:13430-9, 1986.

WATANABE, T.; YATOM!, Y.; SUNAGA, S.; M!KI, L; ISIUI, A.; NAKAO, A; HIGASHIHARA, M.; SEYAMA, Y, OGURA, M.; SAlTO, H.; KUROKAWA, K.; SHJMIZU, T. Characterization of prostaglandin and thromboxane receptors expresscd on a mcgakaryoblastíc leukcmia cellline, MEG-0 Is. !Jlood. 78:2328-36, 1991.

WEJ, A, JEGLA, T, & SALKOFF, L. Eight potassium channcl families revcaled by the C.elegans genome projeet. Neuropharmaco/ogy, 7:805-29, 1996.

Page 136: FATORES REGULADORES DA SECREÇÃO DE POTÁSSIO EM …

124

WJLL!S, LR,, UJDENS, HL; HOOK, J,B,; W!LLIAIVISON, RK Mechanism of natriuretic actíon of bradykinÍ!L Am, J Physio{, 217:1-5, 1969,

W!NGO, C,S, Active proton secretion and potassümr absortion in the rabbit outer medullary collectíng duct J Clin lnvesr, 84:361-5, 1990,

WRIGHT, FS & GIEB!SCH, G, Regulation of potassium secretion, ln: Seldin, D,W, and Giebisch, G,(Ed} lhe Kidney: Physwlogy and Pathophysioly, 2nd ed,, New York: Raven, p, 2209-47, 1992,

WRIGHT, F,S & McDOUGAL, \\iS, Potassium-spccífic ion exchanger microelectrodes to messure K+ actívity ín the renal distal tubule. Yale J. Bio/, Med, 45:373-83, !972,

YAMADA, !L; TANlGUCHl, S,; UWATOKO, S; NOSAKA, K,; SUZUK!, K.; KUROKAWA, K, Roles of Ca2

' and PKC in tC!,>tdation of acid1Jase transpor! in isolated proximal tubnles. Am, J Physio/, (Renai,Hwd Wearolyte Phycviol), 271: FI 068-F76, 1996,

YJP, CC; LAING, LP.; FLYNN, T.G. Photoallinity labeling of atrial natrluretic t3.ctor receptors of rat kidney c.ortex plasma membranes. J. Bio/, Chem ,2@:8229-3 1985,

ZE!DEL, ML, JABS, K,; KfKERI, D,; SILVA, P Kinins inhibit condutíve Na uptake by rabbit inncr medullary collecting duct cells, Am. J Physw/JRenai,Hwd Electrolyte Physiol). 258: FI 584-F9 I, 1990,

ZE!DEL, M,L. Hormonal regu!ation of ínner medullary colk,cting dnct sodium transpon, Am, J Physiol(Rena/,Fiuid Jilectrolyte !'hysiol), 265: FI59-F73, 1993.

ZUSMAN, R,M. & KEISER, ILK Regulation of prostaglandin E2 synthesis by angiotensin 11, potassium, osrnolality, and dexamcthazone. Kú:iney !nt, 17277-83,1980.