Fazenda Legal - Roteiro Para o Proprietário Rural

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Fazenda legal

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  • 1ROTEIRO PARA O PROPRIETRIO RURAL

  • SUmRIO

    Palavra do Presidente

    1 - Funo Social da Propriedade

    1.1 - A propriedade como direito absoluto

    1.2 - A propriedade e sua funo social

    1.3 - Procedimentos necessrios para cumprir a funo social da propriedade

    2 - Legislao Fundiria

    2.1 - Certificado de Cadastro de Imvel Rural - CCIR

    3 - Legislao Tributria

    3.1 - Imposto Territorial Rural - ITR

    3.2 - Imposto de Renda

    3.3 - Nota Fiscal do Produtor

    3.4 - O produtor rural deve sempre preencher a Nota Fiscal de Produtor quando

    4 - Legislao Ambiental

    4.1 - Cadastro Ambiental Rural - CAR

    4.2 - Programa de Regularizao Ambiental - PRA

    4.3 - Ato Declaratrio Ambiental - ADA

    4.4 - Outorga do Uso da gua

    5 - Legislao Previdenciria

    5.1 - Previdncia Social

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  • 5PALAVRA dO PRESIdEnTE

    Caro produtor,

    A conformidade com as leis uma das condies de acesso s polticas pblicas de fomento ao agronegcio.

    O grande desafio do produtor rural de nosso estado alcanar a sustentabilidade contida nas tecnologias que podem tornar sua atividade rentvel e atrativa para a nova gerao.

    Ns, na Faerj, investimos constantemente na informao e por isso criamos uma verso reduzida e prtica de nossa cartilha com dados indispensveis para facilitar a legalizao do produtor.

    Promover a unio da classe rural e a permanente atualizao dos seus conhecimentos o principal objetivo do Sistema Faerj/Senar.

    Atenciosamente,

    Rodolfo Tavares

    5.2 - Segurado Especial

    5.3 - Contribuinte Individual - Empregador Rural

    5.4 - Folha de Pagamento

    5.5 - Contribuio Previdenciria sobre a Comercializao da Produo Rural

    6. LEGISLAO TRABALHISTA

    6.1 - Empregador Rural

    6.2 - Sade e Segurana no Trabalho Rural NR-31

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  • 7A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critrios e graus de exigncia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

    I. aproveitamento racional e adequado;

    II. utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;

    III. observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;

    IV. explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores.

    1 - FUnO SOCIAL dA PROPRIEdAdE

    1.1 - A PROPRIEdAdE COmO dIREITO ABSOLUTO

    O regime jurdico da propriedade tem seu fundamento na Constituio Federal; esta garante o direito de propriedade, desde que atenda a sua funo social, e no obedecendo, a Constituio autoriza a desapropriao.

    1.2 - A PROPRIEdAdE E SUA FUnO SOCIAL

    A funo social da propriedade, de acordo com o art. 186 da Constituio Federal de 1988, preceitua que:

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    1.3 - PROCEdImEnTOS nECESSRIOS PARA CUmPRIR A FUnO SOCIAL dA PROPRIEdAdE:

    2 - LEGISLAO FUndIRIA

    2.1 - CERTIFICAdO dE CAdASTRO dE ImVEL RURAL - CCIR

    um documento emitido pelo INCRA que constitui prova do cadastro do imvel rural, sendo indispensvel para desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou prometer em venda o imvel rural e para homologao de partilha amigvel ou judicial.

    Para a obteno do CCIR, necessrio que o proprietrio apresente a declarao do Cadastro de Imvel Rural DP/INCRA. Uma declarao obrigatria, em formulrios, apresentada por todos os proprietrios ou possuidores de imvel rural a qualquer ttulo (Lei n. 5.868/72), toda vez que houver alterao no imvel sobre:

    1. Legislao fundiria;

    2. Legislao tributria;

    3. Legislao ambiental;

    4. Legislao previdenciria;

    5. Legislao trabalhista.

    ESTRUTURA entende-se por dados sobre estrutura aqueles relativos rea do imvel, sua localizao, situao jurdica, bem como sua composio (desmembramento e remembramento). Alm disso, neste formulrio tambm so declaradas informaes sobre mo de obra e valores do imvel.

    USO este formulrio destina-se ao cadastro sobre o uso do imvel rural, condicionado a sua dimenso, formas de explorao e outros que permitam obter informaes adicionais sobre utilizao das reas e destinao do imvel, Grau de Utilizao da Terra - GUT e Grau de Eficincia na Explorao - GEE.

    dAdOS PESSOAIS este formulrio destina-se ao cadastro das pessoas fsicas ou jurdicas, incluindo-se rgos Pblicos, com informaes sobre si mesmo, bem como informaes referentes aos parceiros arrendatrios e comodatrios.

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    2.1.1 - documentao necessria para o preenchimento - dP/InCRA

    Dados pessoais do proprietrio (condminos, parceiros e arrendatrios).

    Certido Imobiliria original atualizada do imvel.

    Cadastro Ambiental Rural CAR.

    Planta e memorial descritivo do imvel georreferenciadas para reas superiores a 500 hectares, conforme Decreto n. 7.620/11.

    Outros documentos que forem exigidos por nova legislao (ficar atento).

    Caso o proprietrio declarar reas de preservao permanente e reas inaproveitveis em seu imvel, dever apresentar laudo tcnico emitido por profissional habilitado e com Anotao de Responsabilidade Tcnica ART.

    Ficha de vacinao de animais da SEAB (quando for o caso).

    Nmero do imvel da Receita Federal NIRF/ITR (opcional).

    3 - LEGISLAO TRIBUTRIA

    3.1 - ImPOSTO TERRITORIAL RURAL ITR

    Incide sobre os imveis localizados fora das reas urbanas dos municpios. A Declarao do Imposto Rural Territorial - DIRT anual e obrigatria, tem por finalidade a apurao do imposto sobre a propriedade rural. Obriga-se a declarar todo contribuinte, pessoa fsica ou jurdica, possuidor de imvel rural de domnio til, posse (inclusive por usufruto) ou a qualquer ttulo.

    O no pagamento do imposto acarretar em multa acrescida de juros, conforme Lei n. 9.393/96, e sanses para:

    Emisso da Certido Negativa de Dbitos pela Secretaria da Receita Federal SRF.

    Obteno da transferncia do imvel, averbaes, registros nos cartrios de registro de imveis ou a qualquer transao imobiliria.

    Obteno de financiamentos ou crdito junto a instituies financeiras oficiais.

    3.1.1 - documentao necessria para o preenchimento da dITR

    Nmero do imvel na Receita Federal NIRF.

    Dados pessoais do proprietrio ou a qualquer ttulo.

    Matrcula do imvel.

    OBSERVAO: Os sindicatos rurais do Sistema FAERJ possuem um programa exclusivo para preenchimento dos formulrios da DP/INCRA.

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    OBSERVAO: Os sindicatos rurais do Sistema FAERJ possuem profissionais e equipamentos qualificados para o preenchimento e a entrega da DITR.

    3.2 - ImPOSTO dE REndA

    Imposto de Renda uma contribuio do cidado aos cofres pblicos, que retm uma porcentagem dos salrios e rendimentos anuais. O contribuinte que tiver imposto a pagar, ou a restituir, dever entregar a declarao anual at o ltimo dia til do ms de abril.

    Esto obrigados a apresentar a declarao de IRPF contribuintes residentes no Pas ou residentes no exterior que recebam rendimentos de fontes no Brasil. Todos os rendimentos recebidos pelo contribuinte e ou seus dependentes devero ser declarados, no importando se da rea urbana ou rural.

    As receitas e despesas da rea rural devero ser comprovadas por meio de escriturao do livro CAIXA. Este livro obrigatrio a todos os produtores rurais e visa facilitar a vida do produtor rural na questo tributria, pois contm o registro de todos os recebimentos e pagamentos efetuados pelo produtor rural ms a ms.

    Os rendimentos da rea urbana so comprovados mediante declaraes fornecidas pelas fontes pagadoras.

    Cadastro Ambiental Rural CAR.

    3.1.2 - Informaes necessrias para o preenchimento da dITR

    Indicativos do valor da terra nua (VTN) publicados pela Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuria - SEAPEC.

    Benfeitorias no imvel.

    rea utilizada pela atividade rural, produo existente no imvel.

    Ficha de vacinao de animais, quando declaradas pastagens.

    Nmero de cadastro do imvel rural junto ao INCRA (no obrigatrio).

    3.2.1 - Os contribuintes podero fazer dedues:

    Sem limite:

    3.1.3 - Informaes especficas para o preenchimento da dITR

    No necessria a averbao de reas de preservao permanente na matrcula do imvel, caso sejam declaradas reas de preservao, o declarante dever ter, para possvel comprovao da SRF, laudo tcnico emitido por profissional habilitado e com ART.

    Contribuio oficial previdncia social;

    Livro-caixa;

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    Penso alimentcia;

    Despesas mdicas.

    3.3.1 - Procedimentos para autorizao de emisso de nota Fiscal do Produtor.

    Para o produtor obter autorizao para emitir a Nota Fiscal de Produtor, dever se dirigir Secretaria de Estado de Fazenda, atravs das inspetorias, da seguinte forma:

    Despesas com dependentes;

    Despesas com educao;

    Contribuio previdncia privada;

    Deduo de incentivos;

    Contribuio previdncia do empregado domstico.

    preencher e assinar o Formulrio DOCAD (Documento de Cadastro do ICMS). Pode ser feito pela internet, acessando o site da secretaria www.fazenda.rj.gov.br;

    cpia do CPF;

    comprovante de propriedade do imvel onde o requerente exercer sua atividade ou de instrumento que autorize sua ocupao, devidamente acompanhado do ttulo de propriedade do imvel.

    3.4 - O PROdUTOR RURAL dEVE SEmPRE PREEnCHER A nOTA FISCAL dE PROdUTOR qUAndO:

    Com limite:

    OBSERVAO: Alquotas de contribuio e tabelas de valores podero ser consultadas no site:www.receita.fazenda.gov.br

    3.3 - nOTA FISCAL dE PROdUTOR

    A nota fiscal de produtor estabelece o reconhecimento do Produtor Rural como um empresrio, sem os nus fiscais das demais atividades econmicas.

    O Produtor Rural, pessoa fsica, se regulariza atravs de uma Inscrio Estadual (IE) que feita a partir do seu CPF. Ela permitir que voc tenha um Nota Fiscal em seu nome. Com a IE voc pode solicitar uma AIDF (Autorizao de Impresso de Documento Fiscal) para obter um talo de notas e comear a emitir sua prpria nota fiscal.

    promover a sada de bem ou mercadoria da propriedade;

    realizar vendas de mercadorias;

    do transporte de mercadorias.

    Quase todos os produtos agropecurios so diferidos. Isto , o produtor no recolhe o imposto, desde que venda com Nota Fiscal de Produtor e receba do comprador uma cpia da Nota Fiscal de Entrada.

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    4 - LEGISLAO AmBIEnTAL

    4.1 - CAdASTRO AmBIEnTAL RURAL CAR

    O novo Cdigo Florestal, Lei n 12.651/12, estabelece limites de uso das reas dos imveis rurais, para que se mantenha o equilbrio entre as dimenses ambiental e econmica nas atividades agropecurias. A lei refere-se proteo e preservao de florestas, matas ciliares, reas de Preservao Permanente e Reserva Legal, cujas dimenses e exigncias podem ser consultadas na Cartilha do Cdigo Florestal, no site do Sistema FAERJ (http://www.sistemafaerj.com.br).

    Para iniciar o cumprimento do Novo Cdigo Florestal, o produtor rural deve procurar informaes junto ao sindicato rural sobre em quais critrios sua propriedade se enquadra, j que o Novo Cdigo Florestal trata de forma diferenciada o imvel de acordo com a sua dimenso.

    O CAR tem como objetivo receber informaes ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econmico e combate ao desmatamento, bem como cadastrar as reas de Preservao Permanente e Reserva Legal e facilitar o trabalho de fiscalizao. No cadastramento sero inseridas informaes que vo apontar se o produtor possui ou no passivo ambiental. O sistema tambm permite indicar se h interesse em comprar ou vender excedentes de reserva legal.

    Apesar do programa do CAR ser relativamente simples de ser operado, necessrio conhecimento sobre o Novo Cdigo Florestal, para que o produtor abdique da menor rea produtiva possvel.

    3.4.1 - dECLAn IPm (declarao Anual do ndice de Participao dos municpios)

    Anualmente, os produtores que detm Inscrio Estadual devem fazer a sua DECLAN-IPM que confirma a quantidade de mercadorias movimentadas pelos produtores com a emisso de notas fiscais. Esta declarao, alm de permitir a manuteno de seu cadastro com ATIVO e REGULAR, d a oportunidade de seu municpio receber uma cota maior de repasse dos valores arrecadados pelo Estado com o ICMS. Estes valores podem ser utilizados para investir no seu municpio, inclusive em melhorias das condies de produo.

    A inscrio no CAR desobriga a averbao da reserva legal no Cartrio de Registro de Imveis. O que passa a ser exigido o protocolo de envio gerado na inscrio no CAR.

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    4.1.1 - Onde feita a inscrio no Cadastro Ambiental Rural?

    O programa deve ser baixado no site www.car.gov.br e as informaes podem ser lanadas diretamente no programa ou construdas no programa Google Earth, salvas em formato KML, e exportadas para o CAR. Verifique se o Sindicato Rural de seu municpio est prestando auxlio quanto a este procedimento.

    4.1.2 - documentos necessrios para a inscrio no Cadastro Ambiental Rural

    ImPORTAnTE: A planta e memorial descritivo do imvel auxiliam no processo de desenho da rea total da propriedade no CAR. extremamente aconselhvel que os proprietrios que j realizaram o georreferenciamento de sua propriedade devam utiliz-lo no CAR. Isto porque se aproveita o levantamento j realizado e preciso da rea do imvel, minimizando possveis erros.

    Aps cinco anos da data da publicao do Novo Cdigo, as instituies financeiras s concedero crdito agrcola para proprietrios de imveis rurais que estejam inscritos no Cadastro Ambiental Rural.

    ATEnO: O cadastramento do CAR ser feito a partir de declarao do produtor. Ele responsvel pelos dados declarados e estar sujeito a sanes penais e administrativas, sem prejuzo de outras previstas na legislao, quando essas informaes forem total ou parcialmente falsas, enganosas ou omissas.

    Identificao do proprietrio ou possuidor do imvel;

    Comprovao da propriedade ou posse;

    Informaes sobre: vegetao nativa, cursos dgua, reas Consolidadas e Reserva Legal (caso existente).

    4.2 - PROGRAmA dE REGULARIzAO AmBIEnTAL - PRA

    Um dos caminhos da regularizao ambiental o produtor aderir ao PRA Programa de Regularizao Ambiental que permite ao proprietrio rural regularizar as reas de Preservao Permanente e Reserva Legal consolidada, desde que no estejam em reas de risco e sejam observados critrios tcnicos de conservao do solo e da gua. O programa vai basear-se nas informaes fornecidas pelo CAR.

    O PRA poder solucionar vrios passivos ambientais dos produtores rurais e ser considerado no acesso aos incentivos econmicos e financeiros dos servios ambientais.

    Outro caminho compensar a Reserva Legal em outra propriedade, sendo do mesmo proprietrio ou de terceiros. Isto possvel atravs de arrendamento, constituio de servido florestal ou compra de Cotas de Reserva Ambiental (CRA).

    4.2.1 - Para participar do PRA, so necessrios:

    Cadastro Ambiental Rural (CAR);

    Termo de compromisso de adeso ao PRA.

    4.3 - ATO dECLARATRIO AmBIEnTAL-AdA

    No foi excludo com a criao do Novo Cdigo Florestal e CAR.

    o documento indispensvel ao reconhecimento das reas de preservao permanente e de utilizao limitada para fins de iseno de ITR.

    Foi criado pela Portaria 162/97 do IBAMA e previsto nas Leis n 9.393/96, n10.165/00 e Instruo Normativa do Ibama n 05/2009.

    Tem como finalidade comprovar a iseno do Imposto Territorial Rural

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    (ITR) para as reas destinadas preservao e proteo das florestas.

    Deve ser apresentado anualmente, de 1 de janeiro a 30 de setembro, mesmo que no tenha havido alterao nas reas de preservao ambiental. Esse prazo se estende at 31 de dezembro apenas para declarao retificadora. A declarao dever ser feita por meio eletrnico (internet), encontrado em servios online, na pgina do IBAMA na internet (www.ibama.gov.br).

    Est obrigado a fazer a declarao, todo produtor que tenha declarado no Documento de Informao e Apurao do DIAT/ITR reas de preservao ambiental (Preservao Permanente, Reserva Legal, Reserva Particular de Patrimnio Natural, Interesse Ecolgico e Servido Florestal e ainda, nos casos de rea sob manejo florestal sustentado e (ou) reflorestamento com essncias exticas ou nativas).

    4.3.1 - documentao para o preenchimento do AdA

    4.3.2 - Caso no seja feita a declarao, o proprietrio sofrer as seguintes consequncias

    Legislao Manual e Formulrio eletrnico no site: www.ibama.gov.br;

    Laudo de comprovao da existncia das reas de Preservao Permanente (APP) com anotao de responsabilidade tcnica (ART) de profissional habilitado (CREA);

    Reserva Legal (RL) averbada (com anotao na margem da matrcula do imvel).

    Perda da iseno do ITR da(s) rea(s) declarada(s) como de preservao (Lei n 10.165/00 art. 17, alnea o, pargrafo 1);

    As reas sero desconsideradas como isentas, isto , enquadradas como aproveitveis no utilizadas, podendo levar a uma alterao do Grau de Utilizao da Terra-GUT, provocando um aumento do imposto pelo aumento de alquota (Lei n 9.393/96);

    Lanamento de ofcio pela SRF da rea declarada no ITR.

    OBSERVAO: Os Sindicatos Rurais do Sistema FAERJ possuem um programa para o preenchimento do formulrio do Ato Declaratrio Ambiental-ADA.

    4.4 - OUTORGA dE USO dA GUA

    A Outorga o ato administrativo que expressa os termos e as condies mediante os quais o Poder Pblico permite, por prazo determinado, o uso de recursos hdricos.

    A exigncia de Outorga destina-se a todos que pretendam fazer uso de guas superficiais ou subterrneas para as mais diversas finalidades, tais como: irrigao, dessedentao de animais, consumo humano, lavagem de produtos de origem vegetal, veculos e mquinas agrcolas.

    4.4.1 - quem concede:

    No Estado do Rio de Janeiro, a outorga concedida pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente), sendo o requerimento preenchido no site do prprio rgo.

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    4.4.4 - documentao de Cadastro para captao de gua superficial

    considerado uso insignificante a derivao ou captao de gua superficial ou subterrnea para qualquer finalidade com volume de at 34.560l/dia.

    4.4.2 - Usos que dependem de outorga

    Lanamento em corpo de gua de esgotos e demais resduos lquidos com o fim da diluio;

    Uso de recursos hdricos para aproveitamento hidreltrico;

    Intervenes de macrodrenagem.

    4.4.3 - Usos que independem de outorga

    No so objetos de outorga, mas obrigatoriamente de cadastro;

    Usos de volumes insignificantes ou igual a 34.560l/dia.

    1. Acessar o link www.inea.rj.gov.br

    2. Clicar em Portal do licenciamento > Certido Ambiental (uso insignificante de recursos hdricos)

    4.4.5 - Legislao

    Poltica Nacional de Recursos Hdricos Lei Federal n 9.433/97.

    Lei n 4.247/2003.

    Decreto n 40.156, de 17/10/2006.

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    5 - LEGISLAO PREVIdEnCIRIA

    5.1 - PREVIdnCIA SOCIAL

    A Previdncia Social um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua famlia, em casos de doena, acidente, gravidez, priso, morte e velhice. A previdncia social oferece vrios benefcios que juntos garantem ao segurado tranquilidade no presente e no futuro mediante um rendimento seguro.

    Os benefcios garantidos pela previdncia social so:

    aposentadoria por idade;

    aposentadoria por tempo de contribuio;

    aposentadoria por invalidez;

    auxlio doena;

    auxlio recluso;

    penso por morte;

    salrio maternidade.

    Para obter esses benefcios, a pessoa dever ser segurada da previdncia social. Segurado da previdncia so as pessoas fsicas que contribuem obrigatria ou facultativamente para a Previdncia Social, tendo em contrapartida direito a gozar dos benefcios oferecidos.

    O produtor rural contribuinte obrigatrio da Previdncia e pode ser enquadrado como:

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    segurado especial; e

    contribuinte individual empregador rural.

    Relao de outros documentos que comprovem o exerccio da atividade rural poder ser obtida no seu Sindicato Rural.

    5.2 - SEGURAdO ESPECIAL

    Segurado Especial o produtor rural pessoa fsica, seja: proprietrio, usufruturio, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro, comodatrio ou arrendatrio rural, residente no imvel rural ou aglomerado urbano, que, individualmente ou em regime de economia familiar, exerce suas atividades em rea de at 4 (quatro) mdulos fiscais.

    Os valores de aposentadorias, auxlios e penso do segurado especial so no valor nico de um salrio mnimo, e o segurado especial somente se aposentar por idade: homem aos 60 anos e mulher aos 55 anos.

    Para obter os benefcios da previdncia, o segurado especial dever comprovar com documentos o exerccio efetivo da atividade rural, mnimo de 15 anos para aposentadoria.

    Os principais documentos que comprovam o exerccio efetivo da atividade so:

    Certificado do INCRA;

    ITR;

    Notas Fiscais de Produtor, de preferncia com cadastro em nome do marido e da esposa;

    Declarao de Atividade Rural fornecida pelo Sindicato Rural (Instruo Normativa INSS N. 45/2010);

    Para o segurado especial no h obrigao direta de recolhimento de contribuio previdenciria, o custeio dos benefcios se d pela contribuio de 2,3% da receita bruta da comercializao, quando emite a nota fiscal do produtor.

    Enquadramento sindical e previdencirio

    O enquadramento sindical como empregador rural II-B ou II-C no interfere no enquadramento previdencirio, ou seja, o produtor pode ser enquadrado no sistema sindical patronal apenas por fora de mdulo rural e continuar sendo segurado especial.

    5.3 - COnTRIBUInTE IndIVIdUAL - EmPREGAdOR RURAL

    considerado empregador rural para fins previdencirios o produtor rural que:

    1. explore atividade agropecuria com auxlio de empregados;

    2. explore atividade agropecuria em imvel com rea superior a 4 (quatro) mdulos fiscais, mesmo no tendo empregados.

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    O produtor rural considerado empregador rural para fins previdencirios dever recolher mensalmente a contribuio previdenciria como contribuinte individual de 20 % (vinte por cento) entre o salrio mnimo e o teto mximo definido pelo INSS. A contribuio dever ser recolhida por meio da GPS Guia da Previdncia Social.

    Consulte a tabela de contribuio previdenciria atualizada no seu Sindicato Rural.

    Para obter o benefcio da aposentadoria por idade, o produtor rural enquadrado como empregador rural na previdncia social dever comprovar a contribuio individual de 180 (cento e oitenta) meses.

    A mulher do empregador rural, caso deseje obter aposentadoria ou outros benefcios, dever tambm recolher a contribuio previdenciria mensalmente, como contribuinte facultativa do INSS.

    5.4 - FOLHA dE PAGAmEnTO

    Sobre a folha de pagamento, o empregador dever recolher 2,7% (0,2% destinada ao INCRA e 2,5% destinada em Salrio Educao), juntamente com a parte da previdncia descontada da remunerao do trabalhador (8%, 9% ou 11%, conforme tabela do INSS).

    O pagamento feito por meio da GPS Guia da Previdncia Social, documento que dever ser preenchido com o cdigo de pagamento e o nmero da matrcula CEI ou CNPJ. Os valores descontados do empregado e os valores da parte do empregador tambm devero ser informados por meio da GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Servio e Informaes Previdncia Social.

    Cumprindo com as obrigaes previdencirias advindas da folha de pagamento, o empregador garantir os benefcios previdencirios dos empregados e proporcionar desembarao para praticar quaisquer atos que exijam regularidade com o INSS e FGTS (ex.: financiamentos, transaes pblicas etc.). Tambm evitar as autuaes e multas aplicadas por fiscais do INSS e do MTE.

    5.5 - COnTRIBUIO PREVIdEnCIRIA SOBRE A COmERCIALIzAO dA PROdUO RURAL

    Quando o produtor rural emite a nota fiscal do produtor, sobre o valor da nota dever ser recolhida a contribuio previdenciria sobre a comercializao da produo rural. A alquota para pessoa fsica 2,3% sobre o valor da nota fiscal; deste percentual, 2,1% destinada seguridade social e 0,2% ao Senar. A contribuio previdenciria dever ser recolhida da seguinte forma:

    Quando o produtor rural vende para pessoa jurdica, a contribuio previdenciria ser descontada do produtor pelo comprador e este ir recolher. Trata-se da sub-rogao da contribuio previdenciria, ou seja, o produtor paga, mas quem recolhe quem compra;

    O produtor rural pessoa fsica ser responsvel pela reteno e pelo recolhimento, quando comercializar a sua produo: no exterior; diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa fsica; a outro segurado especial.

    O produtor rural est isento da contribuio incidente sobre o valor bruto do produto agropecurio comercializado na venda direta ao exterior (exportao).

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    6. LEGISLAO TRABALHISTA

    6.1 - EmPREGAdOR RURAL

    considerado empregador rural, sendo responsvel pelas obrigaes trabalhistas e previdencirias, aquele que explora a terra, proprietrio ou no, na condio de pessoa fsica ou jurdica, com o auxlio de empregados.

    O empregador rural tem basicamente as mesmas obrigaes de um empregador da rea urbana, pois no meio rural so utilizadas praticamente as mesmas leis trabalhistas e previdencirias usadas no meio urbano.

    na contratao de empregados, o empregador dever observar:

    a) CLT Consolidao das Leis do Trabalho:

    As leis contidas na CLT abrangem tanto o trabalhador urbano quanto o rural. Alguns dos principais assuntos tratados na CLT so: carteira de trabalho, jornada de trabalho, frias, trabalho da mulher, contratos individuais, resciso, fiscalizao do trabalho, entre outros.

    b) CCT Conveno Coletiva de Trabalho:

    um pacto entre a categoria econmica (sindicato patronal) e profissional (sindicato dos trabalhadores), e nela so estipuladas condies de trabalho reajustes, pisos salariais, benefcios, direitos e deveres de empregadores e trabalhadores que sero aplicadas aos contratos individuais para a vigncia de at 02 (dois) anos a partir da data-base.

    c) nR-31 norma Regulamentadora n. 31:

    uma norma regulamentadora que estabelece preceitos gerais de segurana e sade e meio ambiente do trabalho no meio rural, instituda por meio da Portaria n. 86 de 04/03/2005 do Ministrio do Trabalho e Emprego.

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    6.1.1 Alguns dos principais procedimentos e obrigaes do empregador so:

    proibido contratar menores de 16 anos de idade;

    No permitido aos menores de 18 anos realizarem algumas atividades na rea rural (verificar Lei n. 6.481/08);

    Ao ceder casa ao trabalhador para moradia, verificar o que consta na Conveno Coletiva de Trabalho; no existindo ou nada constando, elaborar contrato cedendo graciosamente a casa (Lei n. 9.300/96);

    No caso de resciso de contrato de trabalho, dever ser fornecido ao trabalhador o PPP Perfil Profissiogrfico Previdencirio.

    Anotar a CTPS Carteira de Trabalho e Previdncia Social e o Livro Registro de Empregados;

    Realizar o exame mdico admissional;

    Pagar salrios at o 5 dia til do ms seguinte ao trabalhado;

    Manter folha de pagamento e recibos de salrios assinados pelos empregados;

    Recolher mensalmente a contribuio previdenciria ao INSS e o FGTS;

    Pagar 13 salrio e conceder frias anualmente;

    Comunicar Previdncia Social o acidente de trabalho do trabalhador, no prazo de 24 horas, por meio do CAT - Comunicao de Acidente de Trabalho. Aps a alta da previdncia social, o trabalhador ter estabilidade por 1 (um) ano, e nesse perodo no pode ser demitido sem justa causa.

    ATEnO:

    Jornada de trabalho do trabalhador rural de 44 horas semanais;

    Deve-se manter controle individual da jornada de trabalho, acima de 10 empregados;

    Pagar o salrio previsto na CCT, e no existindo a conveno, dever ser pago o piso regional do Estado do Rio de Janeiro;

    Perfil Profissiogrfico Previdencirio e Laudos Tcnicos das condies ambientais do trabalho - PPP

    PPP um documento histrico laboral do trabalhador rural/urbano, que se destina a registrar informaes: dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, durante todo o perodo em que o empregado exerceu suas atividades.

    Este documento deve ser entregue (uma via) ao trabalhador quando da resciso do contrato de trabalho.

    Para o preenchimento do PPP, o empregador dever manter atualizado o LTCAT - Laudo Tcnico de Condies Ambientais do Trabalho, o qual elaborado por profissionais das reas de segurana e medicina do trabalho, juntamente com o PPRA (Programa de Preveno de Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional).

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    Para elaborao dos procedimentos de registro, modelos e tipos de contratos de trabalhos cabveis ao seu caso, e tambm a confeco do termo de resciso de contrato, procurar o sindicato rural do seu municpio ou profissional habilitado.

    ALERTA: Em caso de reclamatria trabalhista, dever o empregador procurar profissional qualificado na rea trabalhista, para elaborar a defesa e fornecer as orientaes necessrias.

    Os exames obrigatrios so: admissional, peridico, retorno ao trabalho, mudana de funo e demissional.

    b) EPI

    EPI o equipamento de proteo individual, que dever ser fornecido pelo empregador obrigatoriamente a todos os seus trabalhadores, de acordo com as necessidades de cada atividade, de forma gratuita, em perfeito estado de conservao e funcionamento.

    Quando o trabalhador se recusar a usar o EPI, o empregador poder dispenslo com justa causa, pois em caso de fiscalizao se o trabalhador no estiver usando o EPI, a responsabilidade do empregador.

    c) Agrotxicos

    proibida a aplicao de agrotxicos por gestantes, menores de 18 anos e maiores de 60 anos; a manipulao e exposio s podero ser realizadas por pessoas treinadas.

    proibido o transporte de pessoas, alimentos, raes, forragens e utenslios junto com agrotxicos, sem compartimentos estanques.

    d) Transporte de trabalhadores

    O veculo de transporte coletivo de trabalhadores dever possuir autorizao emitida pela autoridade de trnsito, motorista habilitado e identificado, transportar todos os passageiros sentados, e deve ter compartimento resistente e fixo para a guarda de ferramentas.

    Veculos adaptados s sero permitidos em casos excepcionais e dependem de autorizao prvia da autoridade de trnsito.

    e) reas de vivncia

    So locais onde o trabalhador faz suas refeies, passa suas horas de folga; devem ser garantidas qualidade de vida, condies de higiene e integrao social. Os locais devem ter cobertura, iluminao e ventilao adequadas. O empregador deve disponibilizar:

    6.2 - SAdE E SEGURAnA nO TRABALHO RURAL nR-31

    O empregador deve garantir a todos os trabalhadores as condies adequadas de trabalho, higiene e conforto, avaliar riscos e adotar as medidas de preveno e proteo, promovendo melhorias nos ambientes e nas condies de segurana do trabalho, previstas na NR-31 Norma Regulamentadora n. 31.

    A NR-31 aplicada a todos os empregadores, independentemente do nmero de empregados, com um empregado, o empregador rural dever aplicar o contido na lei. E abrange todos os tipos de contratos de trabalho: permanentes, temporrios, ou de safras.

    Pelo no cumprimento do previsto da NR-31, o empregador poder sofrer sano em forma de multas, e at mesmo poder ter interditada a propriedade.

    Principais pontos da nR-31

    a) Exames mdicos

    O empregador deve garantir a realizao de exames mdicos (avaliao clnica e exames complementares quando necessrios em funo dos riscos das atividades) de todos os seus trabalhadores.

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    Locais para refeies: boas condies de higiene e conforto, gua limpa para higienizao, mesas com tampos lavveis, assentos em nmero suficiente, gua potvel em condies higinicas.

    Instalaes sanitrias: lavatrio e vaso sanitrio com portas indevassveis, seguras e separadas por sexo, de fcil e seguro acesso, com gua limpa e papel higinico.

    Outros pontos da nR-31:

    CIPATR e SESTR;

    Ferramentas e Mquinas;

    Secadores e Silos;

    Acessos e via de circulao;

    Fatores climticos e topogrficos;

    Transporte de cargas;

    Trabalho com animais;

    Ergonomia;

    Edificaes rurais e Instalaes eltricas; Alojamentos, lavanderias e moradias.

    AnOTAES

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    Capa, projeto grfico e diagramaoDuda Itajahy | Estdio Hbrido

    RevisoGeiza Mesquita

    FonteCartilha Casa em Ordem Federao da Agricultura do Estado do Paran Sistema FAEP.

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    O produtor rural semeia esperanae colhe a paz do Brasil.

    Federao da Agricultura, Pecuria e Pesca do Estado do Rio de Janeiro - FAERJServio Nacional de Aprendizagem Rural do Rio de Janeiro - SENAR-AR-RJ

    Av. Rio Branco, 135/910 - Centro - 20.040-006 - Rio de Janeiro-RJTel.: (21) 3380-9500 / Fax: (21) 3380-9501

    [email protected] / [email protected]