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boletim do que por cá se faz

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Page 1: Fazendo35

FAZENDO25 de Março 2010 | Quinta | Edição # 35 | Quinzenal | Agenda Cultural Faialense | Distribuição Gratuita

boletim do que por cá se faz

Primavera. Pode ver as flores no canal nº3. Carregue na tecla Menu para aceder à lista de cheiros.

Page 2: Fazendo35

Opinião Opinião

02

ficha técnica - fazendo - isento de registo na erc ao abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de janeiro, art. 9º, nº 2 - direcção geral: jácome armas - direcção editorial: pedro lucas - coordenadores temáticos: catarina azevedo, luís

menezes, luís pereira, pedro gaspar, ricardo serrão, rosa dart - colaboradores: ana correia, aurora ribeiro, parque natural do faial, tiago vouga, tomás silva, verónica neves, Sara Soares - projecto gráfico: paulo neves, elcubu,

[email protected] - capa: “osga-selvagens” de paulo henrique silva - produção e paginação: aurora ribeiro - propriedade: associação cultural fazendo - sede: rua rogério gonçalves, nº 18, 9900 horta - periodicidade: quinzenal -

tiragem: 400 exemplares - impressão: gráfica o telégrapho - contactos: [email protected], http://fazendofazendo.blogspot.com - distribuição gratuita - apoio: direcção regional da cultura:

Quanto mais o tempo passa mais se torna evidente

que o Faial é um espaço criativo em ebulição permanente.

Muitos factores concorrem para este facto, uns deles óbvios,

outros menos. É sabido que nas famílias Faialenses ancestrais,

por exemplo, havia sempre um ou mais membros que tocavam

um instrumento musical, e isso foi passando de geração em

geração. Algumas famílias pareciam verdadeiros grupos

musicais. A avozinha no piano, o pai no trompete, o filho na

guitarra, a mãe a cantar… Sem nenhuma certeza estatística

real, sinto instintivamente que esta ilha tem a maior

percentagem de pessoas ligadas à música em termos

nacionais, relativamente à totalidade da população. Ainda

hoje, em quase todas as famílias há quem toque um

instrumento. Para este facto também muito contribuem as

filarmónicas, os grupos de cantares, os ranchos folclóricos, o

conservatório, e até o iatismo, as antigas colónias dos cabos

submarinos, e os milhares de visitantes forasteiros que desde

sempre nos visitam, acabando alguns por permanecer meses

ou mesmo anos, e por fim as pessoas que sendo de fora,

decidem ficar por opção. Mas não é só na música que se sente

o pulsar deste povo. É na criação artística de uma forma

geral. É na pintura, no artesanato, na literatura, no cinema,

no teatro. É no que se vê feito, nos que mostram o seu

trabalho nas escolas, nas associações, em exposições

individuais, nos palcos, mas também na arte que está

reprimida, que não sai de casa, e dos criadores que fazem do

seu quarto o seu laboratório de ideias e centro de exposições

privado, e que por receio ou falta de condições ou estímulos,

não partilham a sua criatividade com os outros.

Mas então perante isto o que é que nos faz falta? Será um

aquário virtual? Será uma zona de lojas no futuro cais de

passageiros? Será um pavilhão multiusos? Não me parece. O

que nos faz falta é um Centro de Artes. O famoso centro de

artes de que já se fala há uns tempos. Um local onde os

grupos de música e teatro possam ter um espaço de ensaio

devidamente preparado e seguro, salas onde artistas plásticos

possam criar e expor o seu trabalho, onde se possam fazer

tertúlias literárias, onde se possa discutir cinema, onde possa

renascer a arte popular, onde se possam dar concertos, e

acima de tudo, onde possa haver um intercâmbio de artistas,

partilhar ideias, discutir conceitos, de uma forma livre e

aberta a toda a população local e visitantes.

Tenho conhecimento que já há algum tempo (desde o

mandato anterior) que a Câmara Municipal da Horta está

empenhada em providenciar um espaço que reúna estas

características, o que é um óptimo indicador para todos os

que de certa forma estão ligados ao mundo artístico, e

inevitavelmente acabará por acontecer. Mas é sempre

importante sublinhar esta necessidade para que não fique

esquecida, e para que seja encarada como uma efectiva

necessidade e não um capricho ou um luxo. Apostar no

património cultural e intelectual torna-nos uma sociedade

mais evoluída, mais preparada para receber quem nos visita,

e sobretudo mais feliz intrinsecamente.

Afinal, temos de fazer alguma coisa para contrariar este

cinzento do tempo que teima em nos acinzentar a alma. O

Pântanos. Berlim e Nova Iorque eram pântanos.

Mas desde que lá chegou, o ser humano tentou e continua a

tentar construir o paraíso em forma de cidade. Praças,

avenidas, parques, escadarias, museus, são apenas alguns dos

dispositivos arquitectónicos que enchem o olho e a mente a

quem por lá passa.

Nas nossas ilhas passa-se exacatamente o contrário, e por

exemplo, do paraíso que foi a ilha da Madeira, está a nascer

um pântano. Um pandemónio. Antes da chegada dos colonos

portugueses no século XV a ilha era desabitada. Actualmente

metade dos 247 mil habitantes concentram-se em apenas 7%

da área da ilha. É relativamente fácil chegar à conclusão que

a culpa da catástrofe que assolou a Madeira não foi da chuva.

E agora vem o pior: a “montanha” de inertes retirada das

ribeiras deverá servir para fazer avançar o Funchal mar

adentro e criar novas urbanizações na cidade, disse à Lusa o

presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim. Na

Madeira as coisas são e sempre foram feitas ao sabor do poder

económico e político. O que fazer num caso destes? Vamos

ajudar a Madeira? Só se for a autodestruir-se.

Nos Açores esses erros não foram cometidos porque existe

aqui, dentro das ilhas e dentro de nós, bem mais respeitinho

pela natureza e, no entanto, também existem muitos, muitos

problemas urbanísticos.

Aqui as casas dispõem-se ao longo das estradas, temos poucas

avenidas, poucas praças, poucos passeios. Podia ser por falta

de originalidade ou imaginação, mas não é.

No Faial estamos a povoar a ilha mais ou menos

aleatoriamente, com loteamentos e casas tipo, feitas a

Crónica

Crónica

Centro de Artes do FaialFausto

pensar no empreiteiro e não em quem lá vai viver. Eu sei que

assim é mais fácil, poupa-se tempo e dinheiro, mas para que

querem tanto tempo e tanto dinheiro se não o podem usar

com qualidade? Assim não estamos a propiciar qualidade de

vida nem a quem vive em casas destas, nem a quem passa

por elas. Qualquer novo loteamento sem plano de pormenor

atrapalha e perturba a vida a quem vive na ilha e a quem a

visita. Não estamos a construir cidade e torna-se assim bem

mais prático viver perto da televisão e gastar o ordenado no

modelo.

Nas ilhas o urbanismo é péssimo, actuar é preciso. O

Ajuda à Auto-Destruição da Madeira

Tomás Silva

Page 3: Fazendo35

MúsicaMúsica

03

Que cidade com menos de 10.000 pessoas terá tanta

oferta cultural como a cidade da Horta? Quão mimados

somos, nós os seus habitantes! No Sábado de Páscoa teremos

mais um um Concerto Sinfónico pela Horta Camerata, a tocar

para nós obras de Haendel, Cimarosa e Mozart.

Simpático é que a cidade não necessite de gastar milhões

num auditório periférico de última geração, para poder ouvir

com qualidade um concerto sinfónico. A muito central Igreja

de S. Francisco, construída entre os séculos XV e XVII, está

perfeitamente adaptada (as obras de recuperação estão a ser

preparadas pela Santa Casa) em dimensões e acústica para

albergar uma orquestra de dezenasde músicos. Para não falar

da atmosfera sacra que se vive no seu interior, apropriada ao

programa e à quadra festiva.

São solistas Frederico Fernandes no Oboé (tocou na Orquestra

Gulbenkian entre outras grandes orquestras do Continente) e

a Soprano Mariana Leka (primeira soprano da Ópera de Tirana

Um concerto preciosoConcerto Sinfónico de Páscoa

Aurora Ribeiro

na Albânia). Qualquer um deles colabora regularmente com a

Horta Camerata e a Açores Camerata. A direcção artística e

musical destes projectos está a cargo de Kurt Spanier.

Este concerto conta ainda com uma estreia absoluta: pela

primeira vez uma orquestra açoriana toca uma sinfonia de

Mozart, que será a conhecida sinfonia nº29 em Lá Maior. Às

17h do dia 3, podemos então passar uma tarde preciosa sem

pagar entrada.

Precisosa a sala do espectáculo, feita por antepassados e

deixada a nós como património. Precioso o encontro entre

estes intérpretes, vindos das mais diversas origens e grande

parte deles daqui dos Açores, que chegam e se concertam

para nos deleitar com as obras preciosas dos grandes

compositores. E é precioso o encontro de pessoas que se

reúnem, para juntas ouvir a grande música ao vivo. Isto não

acontece todos os dias nem em toda a parte. O

Este concerto é para maiores de 7 anos, não são admitidas

crianças pequenas. W. A. Mozart

Centrado na figura da cantora Franco-Indiana Rupa,

este grupo prodigioso de S. Francisco baseia as suas criações

em influências Gipsy, tango, ska e a clássica chanson francesa.

O resultado é uma energética vibração que os ouvidos ouvem

e o corpo sente, transportando-nos para itinerários tão

diversos e importantes para a estimulação da mente nómada

que há em nós. “Este Mundo” é o seu último trabalho e foi

editado em 2009. Fala de amor, gente perdida, a descoberta

de um novo caminho, e todas as fronteiras (físicas e as outras)

que temos de atravessar para nos melhorarmos. O disco foca

com maior incidência os problemas fronteiriços entre o

México e os Estados Unidos, e toda a tragédia humana que ao

longo dos anos daí tem decorrido, com pessoas a morrerem

Este MundoRupa & The April Fishes

Faustoquase diariamente por atravessarem uma linha. É um trabalho

de estímulo, crítica social, alegria e esperança, sentimentos

exaltados por ritmos e melodias viciantes. As letras cantadas

pela versátil Rupa são por vezes em Francês, outras vezes em

Espanhol, e ocasionalmente em Inglês. Apesar do carácter

político de algumas músicas, claramente essencial nos dias

que correm face ao adormecimento generalizado das massas

perante os problemas sociais graves que o mundo atravessa,

o disco inclui também temas que são pura poesia. Em termos

musicais, apesar de saltarmos facilmente de um reggae para

um rap, e logo depois viajarmos até Paris para irmos acabar a

ouvir flamenco num bar de Sevilha, o disco apresenta uma

coerência bastante notória, quer musicalmente, quer na

mensagem que transmite. Para quem gostar aconselho

também o trabalho antecedente – Extraordinary Rendition.

Fiquei rendido. O

2006 New Songs DemoDiscos do Além

Fausto

Esta semana trazemos ao caro leitor mais uma

pérola do além. Este senhor, um puro self-made man, decidiu

pôr mãos à obra e concretizar o seu sonho de infância – gravar

um disco. Nunca é tarde! Antes de uma análise mais exaustiva

uma dúvida preliminar surge: será que se trata de uma demo,

e que o melhor virá a seguir, ou será que são canções do

demo? Bom, para qualquer das duas hipóteses o design

escolhido é apropriado. A única coisa que penso estar um

pouco exagerada é a luz que incide sobre o primeiro plano,

demasiado artificial pois como podemos observar pelo cenário

natural de fundo, já estava a ficar um pouco de noite. De

resto, está tudo muito bem. Aqui está uma boa sugestão para

a semana do mar, não para o palco principal, mas para o meio

da baía. O artista tem ar de ser animado. O

Page 4: Fazendo35

Cinema Arquitectura e Artes PlásticasTeatro e Cinema

04

Paisagens em Trânsito

O Espectáculo

“Paisagens em Trânsito” de Patrick Murys é o segundo

espectáculo do IV Festival de Teatro do Faial. O bom (e feroz)

humor do Teatro da Palmilha Dentada, que, com grande

sucesso, abriu a edição deste ano, dá lugar a um espectáculo

poético e intrigante: “No átrio de uma estação de comboios

imaginária, há um homem carregado de malas. Viajante sem

destino com uma história guardada na bagagem. O comboio

não chega. Desesperado, o homem abre uma mala atrás da

outra, revelando pedaços da sua vida. Badalos, farda de

combate, palha, terra, paisagens da memória aos poucos

descobertas no fundo de cada mala.” Sozinho em palco,

Patrick Murys explora as artes do teatro físico e do teatro de

objectos e marionetas, expondo personagens e descobertas

enigmáticas, suscitando interrogações em volta da temática

do exílio. O carimbo de Projecto-Satélite Circolando (espécie

de co-produção reservada a colaboradores habituais da

companhia “com quem existe uma profunda identificação

artística“) atesta a capacidade técnica de Patrick e a sua

capacidade de criar quadros visuais de enorme fascínio, duas

reconhecidas características da companhia portuense que

ganhou reconhecimento nacional e internacional com as suas

produções de Novo Circo, voltando-se depois para uma linha

de Teatro Físico e de Imagens.

Patrick Murys contribui para a afirmação da companhia

portuense desde o ano de 2005, tendo interpretado os

espectáculos “Charanga”, “Cavaterra”, “Quarto Interior” e

“Mansarda”. Previamente integrou a companhia de teatro de

objectos Turak, em cujas produções participou entre 2000 e

2008. Trabalhou ainda em encenações de G. Desarthe e Shiro

Daimon e com as companhias M. Véricel, Des Yeux Gourmands

e Le Groupe O.

“Paisagens em Trânsito”, espectáculo para maiores de 8 anos,

promete marcar a nossa memória com momentos de rara

beleza e provocar o nosso imaginário. O

É já no próximo sábado, dia 27, pelas 21:30

no Teatro Faialense.

IV Festival de Teatro do Faial

Tiago Vouga - Teatro de Giz

A Oficina

Patrick Murys, criador e intérprete de Paisagens em Trânsito,

orienta uma acção de formação na manhã do dia do

espectáculo. Usando os mesmos instrumentos presentes no

espectáculo, objectos e marionetas, pretende-se estimular a

imaginação dos participantes na arte de observar. “Como

mostro o objecto ao mundo? Como mostro o mundo ao

objecto?” são as perguntas à volta das quais se desenrola a

oficina, indicada para pessoas entre os 8 e os 60,

inclusivamente para pais e filhos. O

Sábado, dia 27 de Março, entre as 9:30 e as 13:00

Para inscrições: 918768348

Piolhos e ActoresIV Festival de Teatro do Faial

Tiago Vouga - Teatro de Giz

A Associação Cultural Despe-Te-Que-Suas

traz ao palco do Teatro Faialense o espectáculo “Piolhos e

Actores”. Da autoria de Sanchis Sinisterra, dramaturgo

espanhol contemporâneo, o texto desenvolve-se à volta de

dois actores cómicos ambulantes do siglo d’oro espanhol

(século XVII) que subitamente se encontram num teatro e

perante uma plateia do nosso tempo.

A sua vontade e necessidade de apresentar o seu espectáculo

ao público vai sendo interrompida por constantes inquietações

e auto-questionamento, que põe a nu as questões da vida de

um actor, a condição do público e de como pode o teatro

evoluir para sobreviver à mudança. As personagens vêm de

outro tempo mas as questões encontram paralelo na

actualidade, segundo Nélson Cabral, actor natural de São

Miguel, fundador da Associação Cultural Despe-Te-Que-Suas.

Voltou aos Açores em 2005, depois de trabalhar com os mais

prestigiados grupos de teatro nacionais. Para este espectáculo

reuniu-se com Miguel Mendes, do Teatro da Garagem (Lisboa),

que Nélson considera ser o maior actor da sua geração.

Encenado por António Capelo, actor conhecido dos

espectadores de televisão e cinema português, Director da

Academia Contemporânea do Espectáculo e Director Artístico

e Encenador do Teatro do Bolhão, o resultado é um

espectáculo cómico mas repleto de questões oportunas que

ultrapassam o contexto específico daqueles que precisam do

teatro para viver porque “sendo uma frenética alusão ao

mundo do teatro, não deixa de ser, ao mesmo tempo, uma

imensa metáfora do mundo em geral.” O

O espectáculo é apresentado sábado dia 3 de Abril, às 21:30,

no Teatro Faialense.

A Oficina

Nélson Cabral e Miguel Mendes, os dois actores do

espectáculo, aproveitam a véspera de feriado para orientarem

a oficina “Um treino para o jogo”. Trata-se de uma abordagem

a alguns dos aspectos que constituem a preparação do

instrumento do actor para a sua livre e consciente prestação

no jogo dramático - a disponibilidade, a energia corporal, a

voz.

Uma oportunidade de partilharem da riquíssima experiência

dos dois actores que protagonizam o espectáculo. O

Quinta-feira, dia 1 de Abril, das 21:30 às 23:00, no Teatro

Faialense. Para inscrições: 918768348

Page 5: Fazendo35

Arquitectura e Artes plásticasArquitectura e Artes Plásticas

05

Gil Teixeira Lopes é uma figura de referência no

panorama da arte contemporânea portuguesa, com uma obra

multifacetada e vasta em técnicas utilizadas, que há muito

adquiriu reconhecimento internacional.

A sua produção artística revela-se profundamente empenhada

na figura humana, uma militância alimentada por um rico

imaginário, que nos estimula a curiosidade pelo mistério do

seu simbolismo e desafia à leitura e questionamento da nossa

existência.

Com um trajecto de vida que se contextualiza por uma época

de fortes tensões políticas, sociais e culturais, depreende-se

que a superfície de um quadro, ou o vigor de uma peça

escultórica inacabada, se convertem no campo de acção do

pintor, na reconstrução do real histórico como de um

microcosmos psicológico, numa atitude interventiva que se

transforma numa questão ética de denúncia social ou política.

A expressão plástica torna-se envolvente no plano emotivo,

como uma construção “gritada” que nos empurra para a

reflexão sobre uma sociedade submetida a grilhetas atrozes

ou para a qualidade humana.

A sua obra é construída por detalhes, por signos e símbolos,

que desvendam a sua atitude contemplativa perante as

circunstâncias históricas que o rodearam ao longo do seu

percurso de vida, e que projecta nas telas mediante uma

aturada pesquisa temática quanto cromática, sempre dentro

de um grande rigor construtivo, herdado de certa tradição

pictórica que traduz para uma linguagem de modernidade/

contemporaneidade.

Na transposição das sua vivências íntimas para a tela, a

figuração desenha-se fragmentada, sobrepondo-se quadros no

mesmo quadro, e onde se inscrevem palavras, números e

objectos. Nesta organização formal, discorre a narrativa num

equilíbrio de excepção em que a cor objectiva, quanto a luz

e a sombra dramatiza.

Sem apego a gramáticas estéticas ou a códigos semânticos,

se, por vezes, a sua exaltação pessoal leva a algo de agreste,

a certa nostalgia/solidão, por outro também se revela alguma

sensualidade ou erotismo. Assistimos na obra do Mestre a

momentos vibrantes, a gestos construtivos inquietantes que

nos cativam pela postura das figuras e a respiração que nelas

se pressente ou, pela percepção dos seus “estados de alma”.

Tenho orgulho que o Mestre Gil Teixeira Lopes, com uma obra

de dimensão Universal, tenha tido por berço o meu país. O

Inaugura dia 8 de Abril, na sala de Exposições da Biblioteca.

Na máquina do TempoExposição temporária de Gil Teixeira Lopes

Luís Menezes

Dado o entusiasmo que me foi chegando através

de comentários próximos que visitaram a actual exposição

“Sem Rede”, no Museu Colecção Berardo, optei por Joana

Vasconcelos para esta edição.

Esta artista tem-se revelado como o nome mais sonante da

sua geração artística. Nasceu em Paris, em 1971. Formou-se

no Ar.Co, em Lisboa, em 1996. Expõe desde 1994, não só em

Portugal mas também no estrangeiro.

A sua maior ‘marca’ impulsionadora foi a peça que apresentou

na Bienal de Veneza em 2005, intitulada “A Noiva” (de 2001).

“A Noiva” é um tremendo lustre de 6 metros de altura,

construído com aço inoxidável e uma quantidade bruta de

tampões higiénicos. E esta descontextualização dos objectos

do quotidiano, acentuada pela diferença de escalas, faz parte

da linguagem da artista. Joana Vasconcelos apropria-se de

conceitos simples e ideias íntimas da sociedade

contemporânea, transformando-os em peças que na sua

maioria se dão à arte pública, acessíveis a todos. Faz uso,

muitas vezes, de materiais de reduzido tamanho e de

utilização quase universal, que perdem o seu contexto quando

componentes de um outro conceito, de um objecto artístico

de grande escala. No fundo, une-os a proximidade com o

público, enquanto seu utilizador e seu espectador.

Acredito que este último conceito é o que faz a obra da

artista não ser indiferente a alguém. Porque, no fundo, o

público gosta de sentir que a arte se constrói com algo seu,

que lhe é familiar de alguma forma e isso é, com certeza,

uma ponte para a compreensão da mensagem artística. O

Joana VasconcelosAna Correia

Curso de DesenhoAna Correia

Começa no dia 10 de Abril um curso de desenho, a

decorrer nas antigas instalações do Banco de Portugal. É

dirigido a todos os adolescentes e adultos, com ou sem

experiência, mais ou menos dotados… só precisam do

essencial: vontade! Pretende-se dar aos participantes algumas

‘ferramentas’ que possam ajudar a desenvolver a sua

capacidade de desenho e tentar descodificar o mito tão

clássico do ‘não tenho jeitinho nenhum’. O desenho também

se aprende! Para esta edição tudo indica que as inscrições já

lotaram, uma vez que o bom funcionamento do mesmo requer

um limite máximo de participantes, mas ainda este ano, pela

mesma organização, vai também haver um curso de pintura

dentro dos mesmos moldes e um workshop intitulado

“Criativa-TE”. Fique atento. O

Sapato “Marilyn” feito com tachos e tampas

Page 6: Fazendo35

Literatura Literatura

06

Baseando-se em duas trajectórias opostas, a de

Bobby Marconi, que tudo fez para esquecer a pequena cidade

de Thomaston onde nasceu e se tornou um pintor de renome,

e a de Lou C. Lynch, que toda a vida aí viveu, envolvendo-se

activamente na vida da cidade, Richard Russo – vencedor do

Pulitzer - desvenda-nos uma certa visão da América e da

forma como os americanos vêem a Europa (e não foi decerto

por acaso que escolheu Veneza como refúgio para um dos

protagonistas) e o seu próprio país.

O romance aparece, simultaneamente, como um mergulho no

passado e nas emoções sentidas mas também como uma

interrogação permanente sobre as escolhas feitas e as

consequências destas, sem deixar de ser um retrato

sociológico da América ao longo de várias décadas.

A personagem de Lou C. Lynch é o catalisador que despoleta

a memória mas é também, sobretudo pela forma como

recorda a sua infância, aquele que melhor nos permite

perceber um estado de espírito que os americanos ainda hoje

cultivam como um credo: “the american way of life”

construído, ou pelo menos fortalecido, pelo melting-pot que

a Segunda Guerra Mundial originou (quando, mais do que

nacionalidades de origem ou as diferentes religiões, o

importante era ser-se americano).

Ouvir as reminiscências de Lou é como ouvir uma canção de

Springsteen e redescobrir a América das pequenas cidades em

que há sempre um lado da cidade que não se deve frequentar,

pessoas recomendáveis e pessoas desprezíveis, alguém que

ocupa um lugar de destaque e uma subtil hierarquia social a

coberto da permanente afirmação de que “somos um país

onde todos são iguais”.

Já Bobby incarna o artista na visão mais boémia (típica do

imaginário americano quando se debruça sobre o velho

continente), despreocupado com a parte material da vida

mas assombrado por uma cidade de que julgou ser capaz de

fugir.

Na realidade é sobre a influência da geografia no moldar da

personalidade que ambas as personagens se interrogam: será

que somos moldados pelo espaço em que nascemos? Será isso

inevitável? Cada um à sua maneira, ambos estão prisioneiros

da sua infância e do lugar que os viu nascer, presos a uma

certa forma de encarar a vida e o mundo.

Numa época em que a globalização parece tender a diminuir

as distâncias e tornar qualquer local acessível, a pequena

cidade de Thomaston aparece como um bizarro arcaísmo

onde se está prisioneiro do tempo ou antes como um espelho

do que é o país profundo (quer seja na América ou em

qualquer outro lado). O

A Ponte dos Suspirosde Richard Russo

Catarina Azevedo“Na América, afirmava ele, se não fizéssemos nada de ilegal, era suposto que eventualmente nos acontecessem boas coisas. “

História de PortugalCatarina Azevedo

Para os que estão habituados a versões

extremamente detalhadas como a excelente História de

Portugal dirigida por José Mattoso (na redacção da qual,

aliás, Rui Ramos participou) e que se subdividia em vários

volumes ou para os que estão habituados a versões concisas,

como a de José Hermano Saraiva, este livro pode ser um

Os JustosJá foi lido

Catarina Azevedo

“A liberdade continuará a ser uma prisão en-quanto houver um único homem escravizado na terra. “

Uma peça de teatro não foi feita para ser lida, mas

lê-la pode ser uma outra forma de a encenar num palco

pessoal em que cada personagem se constrói à sua medida e

à medida do seu imaginário, e Os Justos pode ser um bom

ponto de partida na galeria que habita cada um de nós.

Uma peça sobre um grupo de terroristas, escrita em 1950,

pode parecer datada mas dado que o autor se preocupou com

os dilemas internos de cada um e não tanto com a acção a

executar acaba por ser tão actual como qualquer outra

reflexão sobre o mundo que nos rodeia.

Uma peça sobre um grupo de terroristas pode parecer um

absurdo num mundo em que o terrorismo se tem evidenciado

numa escala diária e brutal, mas Os Justos é muito mais do

que uma peça sobre terroristas, é uma peça sobre as

motivações dos homens e a revolta – o grande tema da obra

de Camus - , sobre o amor e o sofrimento, e é, sobretudo, um

alerta, uma chamada de atenção para um mundo em que a

injustiça, embora permanentemente denunciada, continua a

imperar. O

meio-termo tentador: num único volume – complementado

por ilustrações, fotografias, mapas, uma breve cronologia e

uma bibliografia – um vislumbre do país desde a Idade Média

até aos nossos dias.

O livro é, nas palavras de Rui Ramos, uma “síntese

interpretativa” e constrói-se não só como uma narrativa, o

que facilita a leitura e permite o acesso a um maior número

de leitores, mas também como um compilar das inúmeras

pesquisas historiográficas que têm sido feitas em Portugal,

que se encontravam dispersas e, muitas vezes, pouco

acessíveis ao grande público. O

As Obras-Primas de T. S. SpivetCatarina Azevedo

Coordenação de Rui Ramos

Sabes o que é um cartógrafo e o que faz? Se não

sabes talvez seja bom leres As Obras-primas de T.S.Spivet, de

Reif Larsen, um romance sobre um menino de 12 anos que

consegue convencer uma data de adultos de que é um

verdadeiro cartógrafo (continuas sem saber o que a palavra

quer dizer? Não tiveste curiosidade de ir espreitar ao

dicionário?). Aliás, convence-os tão bem que acaba por

ganhar um prémio que o vai obrigar a atravessar os Estados

Unidos o que, logicamente, significa que vai descobrir uma

data de coisas novas e desenhar muitos mapas (E agora, já

percebeste o que é um cartógrafo?).

Uma palavrinha aos pais – Este não é bem um livro para

crianças mas antes um livro para adolescentes que os pais se

calhar vão pedir “emprestado”. Escrito por um jovem

professor da Columbia University é uma viagem curiosa pelos

Estados Unidos e pela adolescência, recheado de pequenas

reflexões sobre a forma como o narrador vê o mundo e tudo o

que o rodeia e profusamente ilustrado. O

Page 7: Fazendo35

Ciência e AmbienteCiencia e Ambiente

07

Os Justos

Paisagem Protegida do Monte da Guia Parque Natural do Faial

O conjunto Monte da Guia/Monte-Queimado,

localizado a sudoeste da ilha do Faial apresenta uma

extraordinária beleza. Do seu cimo é possível desfrutar de

uma vista panorâmica sobre a cidade da Horta, baia de Porto

Pim e costa Sul do Faial. Esta zona apresenta uma elevada

riqueza paisagística e importantes valores de flora e fauna

marinha, daí ter sido a primeira área marinha a ser objecto

de regulamentação, classificada como Paisagem Protegida em

1980, através do Decreto Legislativo Regional nº1/80/A, de

31 de Janeiro. A paisagem protegida do Monte da Guia foi

integrada no Parque Natural da ilha através do Decreto

Legislativo Regional nº 46/2008/A, de 7 de Novembro.

O Monte Queimado, com uma altitude média de 86 m,

consiste num cone de piroclastos sub-aéreo do tipo

estromboliano, enquanto que o Monte da Guia, com uma área

de 360 ha e uma altitude máxima de 145 m, corresponde a

um cone vulcânico de tufos com génese submarina do tipo

surtesiano com uma cratera dupla aberta para o mar do seu

lado Sul, as Caldeirinhas. Actualmente esta estrutura

encontra-se unida à ilha do Faial por um estreito istmo,

conhecido por Entre-Montes. Ambas as estruturas pertencem

à formação do Almoxarife, a qual é constituída por lavas

basálticas, depósitos de escórias e de tufos vulcânicos e

apresenta uma idade na ordem dos 11000 anos.

As Caldeirinhas também conhecidas por Caldeira do Inferno,

apresentam uma extensão longitudinal de 500 m, uma largura

máxima de cerca de 250 m, e uma profundidade de 23 m na

caldeirinha exterior e 4 a 6 m na interior. Constituem uma

importante zona de maternidade para espécies piscícolas,

como os meros (Epinephelus marginatus) e os peixes-cão

(Pseudolepidaplois scrofa). A vegetação que cobre a Caldeira

do Inferno caracteriza-se por várias espécies da flora natural

dos Açores, das quais salientam-se a Urze (Erica azorica), a

Erva-leiteira (Euphorbia azorica), o Bracel (Festuca petraea),

Faia (Myrica faya), Pau-branco (Picconia azorica) e o Junco

(Juncus acutus). Na época estival (primavera/verão) podem

ser observadas algumas espécies da avifauna marinha, como

o Cagarro (Calonectris diomedea borealis) e o Garajau-

comum (Sterna hirundo) que visitam o arquipélago para

nidificarem.

O Monte da Guia faz parte da Rede Natura 2000, encontrando-

se classificado pela Directiva Habitats como Sítio de

Importância Comunitária. De entre os habitats naturais

descritos nesta directiva, destacam-se as dunas fixas com

vegetação herbácea (dunas cinzentas), que se encontram

colonizadas pela Ipomea stolonifera, e Spartina spp. O

Projecto Limpar Portugal - Faial mais Limpo! Rosa Dart - (ex) Coordenadora do PLP no Faial

E pronto! Passou-se o sábado, dia 20 de Março, dia

da limpeza. Confesso que apesar de orgulhosa com o que foi

feito - 75 toneladas de lixo recolhido no Faial, guardo uma

tristeza enorme pelo que ainda ficou por juntar.

Há pouco mais de 3 meses para cá que os nossos voluntários

têm vindo a fotografar o que há por aí escondido entre matas,

ribeiras, etc. Algumas coisas foram, antes do dia 20,

recolhidas por responsáveis, talvez por pudor talvez por

obrigação (e ainda bem que assim foi) - e outra (a maior

parte), retirada este sábado - mas, infelizmente, continua a

haver zonas onde o lixo se mantém.

Conseguimos, com menos de 80 pessoas no Faial, percorrer

um terço dos percursos que tínhamos inicialmente

programado. Se houvesse mais gente a ajudar teríamos feito

quase tudo ou mesmo tudo, quem sabe...? Foi muito

importante o que fizemos, vai muito além dum rodapé ou

duma notícia num jornal e... quem apareceu sabe-o bem!

Conseguimos, com a ajuda de camionetas e dos funcionários

da Tecnovia e Tecnovia Ambiente, Varela Ambiente do Grupo

Bensaúde, Almeida e Filhos, Câmara Municipal da Horta, Mais

18”/Jante 18’’, Construções Monte Carneiro e Serviços

Florestais, com a força e boa vontade da Guarda Nacional

Republicana - SEPNA, Administração dos Portos do Triângulo e

Grupo Ocidental (APTO), Grupo de Canoagem do CNH, a

turma de Ambiente da Escola Profissional da Horta e do

Hospital da Horta que também nos deu luvas - fazer o que

nos propusemos e duma forma muito bem feita!

Contudo, não teria havido nada disto, nem tão bem feito, se

não tivéssemos pessoas fabulosas a coordenar trabalhos em

cada freguesia. Foram eles que se organizaram com os

responsáveis das Juntas. Também é verdade que houve Juntas

que ajudaram muito e que sem elas pouco se teria feito, tal

como houve Juntas que mal colaboraram - o que não invalidou

o esforço dos voluntários, bem pelo contrário!

Obrigado particularmente às Juntas que se envolveram desde

o início, que disponibilizaram carrinhas, luvas, sacos, pás,

enchadas e gente! Gente que foi por vontade! Fizeram toda a

diferença. É a riqueza da diversidade.

Com todo este esforço, esta organização, este tempo

sacrificado e retirado das famílias e outros afazeres ao longo

destes 3 meses, pensámos que teríamos mais gente a

participar, a querer ajudar o Faial a ficar mais limpo.

Não aconteceu. Algo se passa. Os faialenses devem repensar

urgentemente o que querem para a sua ilha e depois dessa

introspecção, começar a trabalhar para isso. Rezar e falar nos

cafés não basta! Não podem ficar à espera que as coisas

aconteçam se não participam nelas. Esta foi mais uma ocasião

em que a participação faria toda a diferença. Deixo-vos este

“maternalismo” para reflexão. Da nossa parte, deitámo-nos

cansados mas descansados e satisfeitos com a nossa

consciência.

O meu obrigado aos incansáveis coordenadores e amigos:

Matriz - Marta Scarlati; Angústias - Manuel Branco; Feteira -

Rui Mendes; Castelo Branco - Ana Botelho; Capelo - Joana

Rosa; Praia do Norte - Dalila Pombo; Cedros - Helder Costa;

Salão - David André; Ribeirinha - Carlos Faria; Pedro Miguel -

Marlene Azevedo; Almoxarife - Ana Mendonça; Conceição -

Sílvia Lino; Flamengos - Jason Dias.

Obrigado ao Frederico Cardigos pela boa vontade

descomprometida com que se voluntariou e trabalhou desde

o início coordenando os operadores.

Obrigado ao meu marido pelas ideias e conselhos e a todos os

voluntários que meteram mãos à obra! O

Garajau comum (Sterna hirundo) Verónica Neves - DOP/UAç

Nidifica de Maio a Agosto em todas as ilhas do

arquipélago. A população açoriana de cerca de 2500 casais

divide-se por cerca de 100 colónias; quase o quádruplo do

número de colónias de garajau rosado. Tal como no caso do

garajau rosado, é a ilha das Flores que alberga mais colónias

e mais casais reprodutores; um terço das colónias dos Açores

e 20% da população reprodutora. Mas ao contrário do garajau

rosado, a população de garajau comum dos Açores representa

apenas uma pequeníssima parte da população europeia,

menos de 1%. Em 2009 a colónia dos Capelinhos foi a maior

dos Açores com cerca de 8.5% da população nidificante. Antes

da erupção de 1957 os garajaus nidificavam num pequeno

ilhéu a SW do farol que foi engolido pelo vulcão. O vento e o

tempo começam agora a descobrir esse ilhéu. Talvez daqui a

muitas décadas os garajaus voltem a ter o seu castelo

murado, um rochedo sem ratos, nem gatos. Até lá continuarão

a nidificar na praia rochosa junto ao ilhéu e na escarpa onde

o ilhéu se começa a adivinhar. Em 2009 nidificaram também

no topo do trilho que leva às entranhas do vulcão. Em 1997

vários adultos de garajau foram mortos na colónia dos

Capelinhos, encontraram-se apenas as cabeças, as asas e

poucos mais vestígios. Foram provavelmente predados por

gatos assilvestrados. Que um rato é pequeno demais para um

garajau adulto e um cão nunca o conseguiria sem o mover

silencioso e eficaz dos felinos. A colónia de Porto Pim era

bonita. Podia ser dentro das Caldeirinhas, na falésia mais

oceânica do Monte da Guia, ou até já mesmo dentro da baía

da praia. Nos últimos anos não param por lá. Será que a

disponibilidade de alimento na zona se modificou? Ou fomos

nós que os trocámos por outras coisas que provavelmente nos

farão mais felizes? - a mim não, mas quem sabe à maioria...

Motas de água, embarcações demasiado perto da costa,

ratos, cães, gatos e até um aquário virtual com as suas

máquinas escavadoras. Salgueiros ao chão, garajaus ao alto.

Assim se vai humanizando Porto Pim. E afinal, os garajaus

comuns até nem são assim tão exigentes. Durante muitos

anos existiu no porto da Horta a única colónia artificial dos

Açores; um velho batelão ancorado no meio do porto.

Lembram-se? O

Veja a Infografia relacionadana secção gatafunhos

Page 8: Fazendo35

Fazendos fazendos

08

até 28 de Março

Captar o Real | Oficina Prática de Produção

com Fausto Cardoso

até 31 de Março

Ateliers de Expressão Dramática

com Anabela Morais

3ªfeiras | 17h00 às 19h00 | 4ªfeiras | 16h30 às 18h00

26 de Março

Encontro da Comunidade de Leitores

Biblioteca Pública | 18h

http://comunidadeleitoresdahorta.blogspot.com

Ciência no Bar

“Quer ver baleias nos Açores? É Melhor ver a previsão

do tempo para Nuuk”

com Rui Prieto

Bar do Centro do Mar | 18h

27 de Março

Festival e Torneio “Primeira Braçada do Faial”

Piscina da ESMA | 10h às 18h

Hora do Planeta

Apague a luz das 19h30 às 20h30

mais informações em http://www.wwf.pt/

27 e 28 de Março

Campeonato Regional de Vela Ligeira

Classe Laser e Radial - Séniores

Baía da Horta | 10h

28 de Março

Cinema: “Nove”

de Rob Marshall

Cine Teatro Faialense | 21h30

29 e 30 de Março

Torneio de Páscoa de Vela Ligeira

Classes Optimist, Laser e 420 - Juvenis e Séniores

Baía da Horta | 10h00

30 de Março

Cinema: “A nova vida do Senhor O’Horten”

de Bent Hamer

Cine Teatro Faialense | 21h30

31 de Março

Torneio de Páscoa de Vela Ligeira

Escolas de Vela

Baía da Horta | 10h00

1 de Abril

Oficina de Teatro: “Um treino para o Jogo”

com Miguel Mendes e Nelson Cabral

da Companhia Despe-te-que-suas

3 de Abril

Torneio de Páscoa de Vela Ligeira

em Raquero - Pais e Filhos

Baía da Horta | 10h00

Concerto Sinfónico de Páscoa

com a Orquestra Horta Camerata

Igreja de S. Francisco | 17h

Teatro: “Piolhos e Actores”

de Francis Sinisterra

com Companhia Despe-te-que-suas

Cine Teatro Faialense | 21h30

4 de Abril

Cinema: “Dia dos Namorados”

de Gary Marshall

Cine Teatro Faialense | 17h e 21h30

6 de Abril

Cinema: “A Estrada”

de John Hillcoat

Cine Teatro Faialense | 21h30

8 de Abril

Inauguração da Exposição

"Na Máquina do Tempo”

de Gil Teixeira Lopes

Biblioteca Pública | 18h

Gatafunhos Tomás Silva em colaboração com Verónica Neves - dop/uaÇ (PAG.7)

Agenda

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