FDUL 2.0 n.º 2 - Revisão Estatutária

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  • 7/29/2019 FDUL 2.0 n. 2 - Reviso Estatutria

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    O enunciado da norma praticamente auto-explicativo: ento as normas que regulam a actividadede um rgo s podem ser alteradas com a sua prpria

    aceitao? Mas o absurdo, por mais ilustrativo queseja, no faz esquecer que a ilegalidade uma coisasria.

    A competncia de reviso esta-tutria e o Conselho Cientfico:uma interferncia ilegal

    FDUL 2.0FDUL UPGRADE: RENOVAR A TRADIO N: 2| DEZEMBRO DE 2011

    REVISO ESTATUTRIAA FDUL 2.0 uma newsletter informal da Faculdade deDireito da Universidade de Lisboa, que tem como objectivooferecer escola um espao de discusso e de reflexolivres. A FDUL 2.0 est aberta, por isso, participao dequalquer membro da escola, sendo bem-vindas todas asintervenes que, de alguma forma, contribuam para melho-rar o seu funcionamento.

    Editorial

    amide referido, em contextos mais e menos informais,

    que osactuais Estatutosda nossa Faculdade esto repletos

    de ilegalidades. pouco relevante, para o propsito pre-

    sente, se ou no efectivamente assim ou se so muitos ou

    poucos os atropelos feitos ao direito aplicvel pela nossa

    "little Constitution". H um caso, no entanto, em que oatropelo evidente, tendo ultrapassado todos os limites do

    razovel: em causa est o artigo 97., n. 5, que determina

    que as alteraes aos artigos relativos ao Conselho Cientfi-

    co, os artigos 61. a 72., dependem de parecer favorvel

    do prprio Conselho Cientfico.

    Continua

    Iniciou-se formalmente no dia

    1 de Setembro o processo de

    reviso estatutria. Foram

    apresentados trs projectos, o

    que demonstra bem a necessi-

    dade de mudana sentida na

    nossa comunidade.

    Porque se trata de repensar e

    definir as grandes orientaese a estrutura da Escola, este

    nmero da FDUL 2.0 inte-

    gralmente dedicado reviso

    estatutria, numa tentativa de

    fomentar a discusso destes

    temas e para a qual todos

    devemos contribuir.

    http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555
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    Processo dereviso estatutria:

    1 de Setembro de 2011: inicia-se o proces-so de reviso estatutria com a apresentaode uma proposta de alterao, cujo primeirosubscritor o Professor Doutor Jorge ReisNovais.29 de Setembro de 2011: apresentadauma segundo proposta, subscrita pelo Pro-fessor Doutor Antnio Menezes Cordeiro.10 de Outubro de 2011: apresentada umaterceira proposta, subscrita por pessoal nodocente e no investigador.14 de Dezembro de 2011: primeira reunio

    da Assembleia da Faculdade em que se discu-te o processo de reviso estatutria. Criaode uma comisso, constituda pelos Professo-res Doutores Eduardo Paz Ferreira (na qua-lidade de Presidente), Antnio Menezes Cor-deiro e David Duarte; os Estudantes AfonsoScarpa e Hlder Correia; e o Funcionrio Car-los Ventura. A funo da Comisso preparara discusso e votao das alteraes naAssembleia.

    E aqui que entra o desastrado artigo 97., n. 5, dos

    Estatutos da Faculdade de Direito: na estrita medida em

    que cria um parecer vinculativo (um parecer conforme,

    em terminologia administrativista mais fina) em mat-

    ria de alteraes estatutrias, a norma constante daque-

    le artigo, pelo menos, atribui uma competncia conjunta

    ao Conselho Cientifico de modificao estatutria e no

    que lhe diz respeito. Ou, de outra perspectiva, impede,

    ou permite que seja impedido, o exerccio de uma com-

    petncia que, por normas superiores s dos Estatutos

    da Faculdade de Direito, est atribuda exclusivamente

    Assembleia da Faculdade. No preciso, em rigor,

    muito mais. A norma do referido artigo 97., n. 5, dos

    Estatutos da Faculdade de Direito claramente ilegal. E,

    na sua qualidade de norma administrativa, sujeita aoregime dos desvalores jurdicos regulamentares, nula.

    Por mais inconveniente que seja reconhec-lo, qualquer

    parecer dado ao seu abrigo de nada vale.

    David Duarte

    No que de negativo nele se encontra, o enunciado da

    norma praticamente auto-explicativo: ento as nor-

    mas que regulam a actividade de um rgo s podem

    ser alteradas com a sua prpria aceitao? Salvaguar-

    dando as distncias e a margem de manobra dada pelos

    lugares paralelos, como se o regime fiscal das empre-

    sas s pudesse ser alterado se as mesmas nisso anus-

    sem ou se, por lei parlamentar, a modificao do estatu-

    to constitucional do Governo dependesse de parecer

    favorvel do mesmo.

    Mas o absurdo, por mais ilustrativo que seja, no faz

    esquecer que a ilegalidade uma coisa sria. Como

    sabido, uma das linhas bsicas do Regime Jurdico das

    Instituies de Ensino Superior (RJIES) a de a organi-

    zao das unidades orgnicas ser feita imagem daengenharia orgnica da instituio me. Por isso, quan-

    do na unidade orgnica h um equivalente ao Conselho

    Geral, tambm natural que as competncias deste

    naquele se repliquem. E cabe ao Conselho Geral, natu-

    ralmente, a competncia para alterar os estatutos da

    universidade (artigo 82., n., 1, alnea c) do RJIES). No

    caso da Universidade de Lisboa, os respectivos Estatu-

    tos determinam que tem de existir em cada unidade

    orgnica uma Assembleia de Faculdade (artigo 47., n.

    1), que, como rgo de natureza deliberativa (e de ima-

    gem parlamentar) o rgo que faz as vezes, aps os

    estatutos iniciais, da Assembleia Estatutria. Isto signi-

    fica, claro, que o rgo com competncia para alterar

    os estatutos (tal como o determina, no caso dos da

    Faculdade de Direito, a respectiva alnea h) do artigo

    34.). Se claro, no RJIES, que o rgo da unidade

    orgnica equivalente ao Conselho Geral da Universida-

    de que competente para as alteraes estatutrias, e

    se claro, nos Estatutos da Universidade de Lisboa, que

    a competncia para promover alteraes estatutrias

    da Assembleia da Faculdade, ento no restam quais-

    quer dvidas que a competncia para alterar as normas

    dos estatutos do rgo parlamentar da escola.

    http://www.fd.ul.pt/FDUL/Destaque01.aspxhttp://www.fd.ul.pt/FDUL/Destaque01.aspxhttp://www.fd.ul.pt/FDUL/Destaque01.aspxhttp://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1MHB8gFeY_0%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1MHB8gFeY_0%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=kwWWRWUsZrU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=kwWWRWUsZrU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=kwWWRWUsZrU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1uFv2G70YmU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1uFv2G70YmU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1uFv2G70YmU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1uFv2G70YmU%3d&tabid=952http://www.ul.pt/pls/portal/docs/1/177050.PDFhttp://www.ul.pt/pls/portal/docs/1/177050.PDFhttp://www.ul.pt/pls/portal/docs/1/177050.PDFhttp://www.ul.pt/pls/portal/docs/1/177050.PDFhttp://www.ul.pt/pls/portal/docs/1/177050.PDFhttp://www.ul.pt/pls/portal/docs/1/177050.PDFhttp://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1uFv2G70YmU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1uFv2G70YmU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=kwWWRWUsZrU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=kwWWRWUsZrU%3d&tabid=952http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=1MHB8gFeY_0%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/FDUL/Destaque01.aspx
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    locutores. A identificao dos enviusamentos cognitivos,

    em particular dos acima expostos, possibilita romper

    com o imobilismo e encetar o dilogo e a convergncia de

    posies, qui atravs do recurso estratgico distor-

    o comprovada empiricamente que a minha-ideia--

    melhor-que-a-tua, ou seja uma sobreavaliao das nos-

    sas ideias, ainda que s vezes o nosso contributo seja

    mnimo, tal como reordenar palavras. Experimente:

    rgo o Administrador Executivo o da Faculdade ao

    subordinado Director de gesto administrativa e finan-

    ceira.

    brilhante a sua ideia, no ?

    Ademais, vrios estudos indiciam que a institucionaliza-

    o funciona um pouco como uma peneira, constituindo

    uma mais-valia no combate s irracionalidades. Assim,

    um qualquer projecto de reforma da FDUL necessita de

    ser comeado pelos alicerces institucionais de modo ao

    edifcio no colapsar com o acrescento de sucessivas

    marquises ou a destruio de paredes.

    A reviso estatutria , portanto, racionalmente, um pas-

    so essencial para uma FDUL de excelncia, competitiva e

    com futuro.

    Rute Saraiva

    Vrios dos ensinamentos empricos tirados de anos de

    estudos em torno da Teoria Prospectiva e da Econo-

    mia comportamental, relevam, por muito estranho

    que possa parecer, para a discusso da reviso estatu-

    tria na FDUL. (Pr)conceitos como o status quo bias,

    o endowment effect ou a averso a perdas ajudam a

    explicar o actual registo do debate estatutrio com

    foras opostas entre o imobilismo e a revoluo,

    ambas agarradas a propostas substanciais redigidas

    com dedicao e esforo pessoal.

    Com efeito, tanto uns como outros, sujeitos a uma

    tendncia natural para a inrcia e a um apego irra-

    cional ao trabalho desenvolvido, mostram relutncia

    em abdicar do fruto do seu labor, atribuindo-lhe

    inclusivamente um valor desproporcional no acom-

    panhado nem compreendido pelas contrapartes. Mais,

    a vivncia de certas experincias (ex. ter um determi-

    nado estatuto associado a um qualquer grau acadmi-

    co-profissional ou no subir na carreira por ausnciade concursos) instiga e fortifica as convices, condu-

    zindo a um entrincheiramento posicional, do qual a

    custo se abdica.

    Contudo, como recorda Dan Ariely existe um lado

    bom da irracionalidade, que comea com a prpria

    percepo da racionalidade limitada dos vrios inter-

    A reviso estatutria e aEconomiacomportamental

    (Pr)conceitos como o status quo bias, o

    endowment effectou a averso a perdas aju-dam a explicar o actual registo do debateestatutrio com foras opostas entre o imo-bilismo e a revoluo, ambas agarradas a

    propostas substanciais redigidas com dedi-cao e esforo pessoal.

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    A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa no

    prembulo dos seusactuais estatutosapresenta-se comouma Instituio aberta ao mundo, valorizando todas as

    formas de internacionalizao e empenhando-se em

    especial na cooperao com as Faculdades de Direito de

    lngua portuguesa. Nos termos do art. 11. vigente, tais

    desgnios sero concretizados, nomeadamente, atravs

    da promoo das relaes com instituies europeias e

    internacionais de ensino, de investigao, judicirias e de

    prtica jurdica, pela participao em organizaes, redes

    e outros espaos dentro e fora do mbito da Unio Euro-

    peia e ainda pelo desenvolvimento da cooperao jurdi-

    ca, em especial, com as instituies dos Estados e comu-

    nidades de lngua portuguesa ou com ligao a Portugal.

    No art. 80. preceitua-se que a Faculdade dispe de um

    Centro de Arbitragem e de um Gabinete Jurdico, no se

    enunciando, porm, as suas atribuies (e, por conse-

    guinte, no se estabelecendo qualquer relao com a

    internacionalizao realada no prembulo). Em moldes

    diferentes referido, no artigo seguinte, o Instituto de

    Cooperao Jurdica, cujas competncias se enunciam, e

    que consistem na centralizao e desenvolvimento das

    actividades de cooperao da Faculdade com instituies

    internacionais, outros pases e comunidades. Os esforos

    realizados sob a sua gide tm sido profcuos e reconhe-

    cidos.

    O contexto internacional tem vindo, todavia, a exercer

    fortes presses sobre todo o universo universitrio, que

    se v confrontado com o desafio reiterado de correspon-

    der de forma mais acentuada s exigncias impostas pela

    crescente interaco cultural, econmica e poltica. Por

    sua vez, a abertura do procedimento de alterao dos

    Estatutos da Faculdade de Direito mediante o Despacho

    de 1 de Fevereiro de 2011 constituiu um impulso para

    meditar sobre o incremento das respostas a este repto;

    tal reflexo culminou na adopo da internacionalizao

    e da abertura da escola comunidade como duas das

    cinco linhas estruturais de modernizao da Faculdade.

    Estes mesmos aspectos viriam pouco tempo depois, a ser

    reconhecidos como essenciais e merecedores de estmu-

    lo pelos rgos polticos nacionais e comunitrios (no

    naturalmente por coincidncia, mas pela sua premncia

    e adequao), o que potencializa convergncias de aco

    oportunas e independentes de orientaes partidrias;

    em Maio de 2011 publica-se o Decreto-lei n. 60/2011,

    que cria a Rede Nacional de Centros de Arbitragem Insti-

    tucionalizada (RNCAI).

    O programa de assistncia econmica e financeira a Por-

    tugal prev a aprovao de uma nova lei de arbitragem

    voluntria at finais de Setembro de 2011 (objectivo

    alcanado com dois meses e meio de atraso pela Lei n

    Internacionalizao eabertura da Universidade

    Continua

    Assim o objectivo da internacionalizaointercepta-se com aqueloutro da abertura

    da escola comunidade mediante a presta-o de servios, surgindo ainda como umavia no despicienda para incrementar ocomrcio externo dos mesmos.

    O sinal de partida j foi dado cada dia quepassa assim um adiamento indesculpvelda transposio da meta.

    http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=xUvvCLoTnA0%3d&tabid=555
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    63/2011 de 14 de Dezembro). Na comunicao social

    comea a ser atribuda nfase arbitragem como meio de

    resoluo de litgios. Um artigo de Miguel Poiares Maduro

    no Jornal Pblico de 24 de Maio de 2011 considera a

    abertura e efectiva internacionalizao do nosso ensino

    superior como um atalho para atingir o objectivo da com-

    petitividade, oferecendo servios de ensino superior diri-

    gidos a toda a Europa e fora dela, opinio que diz ser cor-

    roborada pela Organizao Mundial do Comrcio.

    Na linha estrutural de mudana articulada noProjecto de

    Alterao dos Estatutos cabe realar, para alm dos aspec-

    tos salientes per se (vg. a vital oferta lectiva em ingls), a

    janela de oportunidades proporcionada pelos Institutos de

    Investigao tais como previstos no art. 72. e 74. do Pro-

    jecto.

    Efectivamente, a criao de uma ou mais destas associa-

    es especialmente vocacionadas para o estudo do Direito

    Comparado no mbito de uma estratgia de diversificao

    de iniciativas, poderia no s promover os caractersticos

    projectos de investigao autnomos como tambm estu-

    dos ad hoc orientados para prestar apoio concreto, quer 1)

    comunidade jurdica em geral, quer 2) aos Tribunais e

    servios administrativos, crescentemente confrontados

    com a aplicao do Direito estrangeiro (estudos essenciais,

    portanto, ao funcionamento do Gabinete de Consultoria

    Jurdica), quer finalmente 3) a um centro de arbitragem

    especializado, gerido e organizado pelo Centro de Resolu-

    o de Litgios conforme previsto no art. 59. g ) e 66. do

    Projecto.

    Na realidade, e face ao estatuto especial desde sempre

    concedido ao Brasil e demais pases de lngua oficial por-

    tuguesa, poder ter cabimento a proposta de servios de

    arbitragem levados a cabo num pas neutro, mormente por

    um rgo integrante da Faculdade de Direito de Lisboa (na

    qual, eventualmente as partes at tenham alcanado algum

    grau acadmico e adquirido uma familiaridade e confiana

    privilegiadas) na resoluo de litgios entre os pases men-

    cionados.

    Ao Instituto de Direito Brasileiro competiriam mesm

    tarefas de apoio neste mbito, nos termos do proposto n

    2 do art. 62 do Projecto, sendo de frisar que, segundo o

    dados da Cmara de Comrcio Internacional, o Brasil

    actualmente o quarto pas que mais utiliza a arbitragem.

    Assim o objectivo da internacionalizao intercepta-s

    com aqueloutro da abertura da escola comunidad

    mediante a prestao de servios, surgindo ainda com

    uma via no despicienda para incrementar o comrci

    externo dos mesmos.

    O sinal de partida j foi dado cada dia que passa assim

    um adiamento indesculpvel da transposio da meta.

    Susana Malte

    http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511http://www.fd.ul.pt/LinkClick.aspx?fileticket=FYCcNBblTPE%3d&tabid=511
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    A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

    prope-se realizar uma alterao estatutria numa

    fase bastante grave e complexa do Pas e, consequen-

    temente, das Universidades. A este respeito, opor-

    tuno recordar que as alteraes introduzidas pelo

    RJIES provocaram uma mudana inaceitvel do

    paradigma at ento vigente na Universidade de Lis-

    boa e nas suas Unidades Orgnicas.

    A centralizao e a hierarquizao dos servios numa

    Unidade Orgnica recm criada (SPUL) indiciadora

    de menor transparncia e prejudica a fiscalizao

    dos actos que eram, at agora, escrutinados pelo con-

    junto dos corpos (docentes, estudantes e funcion-

    rios) de cada Faculdade, atravs de rgos prprios.

    Ora, os trabalhadores no docentes da Faculdade de

    Direito da Universidade de Lisboa entendem que

    tudo dever ser feito para minimizar estes efeitos em

    sede da reviso dos Estatutos agora iniciada, tal

    como se prope na proposta de alterao estatutria

    apresentada pelo corpo no docente.

    A propsito, afigura-se oportuno recordar alguns

    excertos do discurso do nosso Colega Lus Fernandes

    proferido aquando da cerimnia de abertura do ano

    acadmico:

    - " ... no caso particular dos funcionrios pblicos,

    no foram cumpridos os compromissos assumidos,

    com resultados nefastos nas nossas carreiras ... para

    acabarmos contratados e confiscados, chamados a

    pagar decises erradas em que directamente no

    participmos".

    -"...a Universidade de Lisboa, tem de responder a um

    todo de interesses que democraticamente englobe os

    professores, os trabalhadores no docentes, os alu-

    nos e a sociedade civil ...".

    - "...corremos o risco de ao querer atingir o mximo

    de eficincia perdermos muitos dos que com o seu

    mrito podiam ajudar Portugal".

    Carlos VenturaConceio Feiteiro

    Alterao aos Estatutos da Faculdade de Direito

    A centralizao e a hierarquizao dos servios numa Unidade Orgnica recm criada (SPUL)

    indiciadora de menor transparncia e prejudica a fiscalizao dos actos que eram, at agora,

    escrutinados pelo conjunto dos corpos (docentes, estudantes e funcionrios) de cada Faculda-de, atravs de rgos prprios.

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    Na pgina da Faculdade possvel encontrar uma

    referncia ao Centro de Investigao da Faculdade de

    Direito de Lisboa, que visa o desenvolvimento da

    investigao das cincias jurdicas e disciplinas afins,

    o aprofundamento dos estudos e da divulgao de

    conhecimentos junto da comunidade cientifica e da

    sociedade civil, o reforo da internacionalizao da

    cincia jurdica portuguesa, a implementao da coo-

    perao com instituies universitrias de Estados de

    lngua oficial portuguesa, a realizao de estudos

    habilitadores de reformas legislativas, administrati-

    vas e judiciais, a promoo de debates, conferncias eseminrios sobre novos domnios do saber com inci-

    dncia jurdica e ainda a publicao de uma revista

    e/ou a divulgao por via digital de resultados das

    investigaes.

    Ora, tirando algumas iniciativas pontuais e a associa-

    o da obra de alguns docentes ao dito Centro, a exis-

    tncia do mesmo no tem deixado qualquer marca na

    Faculdade, tendo sido, inclusive, acreditado pela FCT

    como Suficiente: a um nvel, portanto, bastante infe-

    rior quele atribudo a Centros de Investigao de

    outras universidades. No quadro de um projecto de

    actualizao da Faculdade, est neste momento em

    cima da mesa no Conselho Cientfico a criao, por

    parte dos diferentes Institutos, de Centros de Investi-

    gao especializados ou na eventual transformao

    dos prprios Institutos em Centros de Investigao.

    Em causa estar a criao de uma estrutura que per-mita promover a investigao (podendo ser criada,

    inclusivamente, a categoria autnoma de Investiga-

    dor), o intercmbio activo de docentes, a participa-

    o de estudantes nas actividades do Centro, a inte-

    raco entre docentes em diferentes graus da carreira

    Centros de investigao especializados

    acadmica e tambm entre o Centro e a sociedade

    civil (por exemplo, atravs de apoio jurdico), tendo

    em vista fomentar a atractividade e competitividade

    das diferentes reas jurdicas que compe a nossa

    Faculdade, ideia que se insere numa estratgia de

    reformulao do sistema cientfico nacional e de cria-

    o de instituies de investigao cientfica eficazes e

    com capacidade de resposta que conta j com mais de

    uma dcada (cfr. Decreto-Lei n. 125/99, de 20 de

    Abril).

    A organizao de cada Centro estar a cargo, parece,

    do respectivo Grupo, impondo-se em cada Centro um

    nmero de doutores com currculo adequado, bem

    como um Coordenador Cientfico. Cada Centro ter

    ainda de integrar um Conselho Cientfico (composto

    pelos investigadores doutorados) e uma comisso

    externa de acompanhamento.

    A aposta no empenho de todos os docentes afigura-se

    essencial, porquanto a avaliao dos Centros assenta,

    entre outros, na produo cientfica, na organizaodo trabalho, no acompanhamento de estudantes em

    cursos ps-graduados, no nvel de publicaes em

    peridicos reconhecidos e no currculo dos membros

    do Centro. A centralidade da questo impe que seja

    considerada na reviso dos estatutos.

    Mariana Melo Egdio

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    Notas sobre a revisoestatutria

    Financiamento: a Escolaprestadora de servios

    A participao dos Estudantes no dilogo e

    discusso das questes fulcrais da nossa

    Faculdade tem sido - e pauta-se por ser - o

    mais responsvel e dinmica possvel. Como

    do conhecimento geral e, se no o , deveria

    ser, a nossa Faculdade encontra-se hoje face a

    uma reviso dos seus estatutos, pela mo da

    Assembleia de Faculdade.

    Muito concretamente, quanto reviso Esta-

    tutria, consideramos que esta dever ser um

    momento de reflexo sobre o futuro da nossa

    Escola, para que se torne mais competitiva, e

    se aproxime das Faculdades de Direito de

    topo.

    Internacionalizao, aproximao ao merca-

    do, redefinio dos planos de curso de licen-

    ciatura e de mestrado, mais investigao,

    busca de financiamento privado, so alguns

    dos pontos que destacamos e que nos preo-

    cupam, podendo, em parte, ser resolvidos

    neste processo.

    Acreditamos que a mudana no significa,

    necessariamente, instabilidade e, por isso,

    apelamos razoabilidade e conscincia dos

    intervenientes para que todo este processo

    decorra pacfica e eficazmente.

    No mundo de hoje, essencial que tenhamos

    uma estratgia bem definida para a Faculda-

    de!

    Afonso Scarpa

    Gonalo Carrilho

    Uma das propostas de reviso dos Estatutos prev a institu-

    cionalizao da participao de entidades externas na vida da

    Escola atravs da contribuio para o seu financiamento. Sob a

    denominao promotores da Faculdade de Direito encon-

    tramos, contudo, situaes muito distintas do mero patrocnio

    de cursos ou disciplinas, prximas de uma lgica de mecenato.

    De facto, esta proposta de reviso dos Estatutos pretende

    acentuar a dimenso da Faculdade enquanto entidade poten-

    cialmente prestadora de servios. Para alm da possibilidade

    de se permitir a utilizao das instalaes mediante contrapar-

    tidas financeiras, a Faculdade, enquanto centro de investigao

    que e que, certamente, cada vez mais ser , tem condies

    nicas e privilegiadas para obter financiamento prprio atra-

    vs da actividade das suas unidades tcnico-cientficas ou

    seja, a prestao directa de servios jurdicos no mercado.

    A amplitude da concretizao desta alterao s clara quan-

    do conjugada com as alteraes propostas que visam a efectiva

    implementao de um Centro de Resoluo de Litgios (a

    incluir centros de arbitragem e julgados de paz) e um Gabinete

    de Consultoria Jurdica.

    Ao nvel orgnico, a participao dos mais relevantes Promo-

    tores seria assegurada no Conselho Consultivo, rgo cuja

    criao sinal da abertura da Escola comunidade.

    Numa altura em que o financiamento do ensino superior

    mais que insuficiente, a Faculdade no pode desperdiar todoo potencial que tem de, autonomamente, obter receitas, o que

    no deve estar dependente nica - nem sequer principalmente

    - de mecenato, nem estar assente em meros interesses publici-

    trios.

    Helosa Oliveira

  • 7/29/2019 FDUL 2.0 n. 2 - Reviso Estatutria

    9/9

    Textos de:

    Afonso Scarpa ([email protected])

    Carlos Ventura ([email protected])

    Conceio Feiteiro ([email protected])

    David Duarte ([email protected])

    Gonalo Carrilho ([email protected])

    Helosa Oliveira ([email protected])

    Mariana Melo Egdio ([email protected])

    Rute Saraiva ([email protected])

    Susana Maltez ([email protected])

    Comisso Editorial ([email protected])

    Alexandra Leito ([email protected])

    Dinamene de Freitas ([email protected])

    Helosa Oliveira ([email protected])

    Fotogafias de:Carla Amado Gomes ([email protected])

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]