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Informativo Semanal de Economia Bancária – Semana de 02 a 06 de janeiro de 2017 – Ano 9, Nº. 380 1 Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485 Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106 Semana de 02 a 06 de janeiro de 2017 – Ano 9, Nº. 380 O relatório Focus, divulgado na manhã de segunda-feira (02), trouxe como principal destaque a redução da projeção para a taxa Selic no encerramento de 2017, de 10,50% para 10,25%, contemplando assim um corte de 3,50 pp frente aos atuais 13,75%. As estimativas para a inflação trouxeram ajustes marginais: para o IPCA em 2017, a mediana subiu de 4,85% para 4,87%, e para o ano fechado de 2016, a projeção do mercado recuou de 6,40% para 6,38%. Indicadores fechados ainda serão conhecidos nos próximos dias, como o IPC e o IGP-DI, após o dado do IGP-M um pouco acima do esperado na semana passada. Para o PIB, a mediana permaneceu em -3,49% para 2016, assim como ficou em 0,50% para 2017. A tendência para a projeção desta variável tem sido de ajustes negativos, e alguns economistas já projetam uma estagnação ou mesmo nova retração do PIB neste ano, ainda que a maior parte desta revisão seja devida ao carry over negativo de 2016. Por fim, para a taxa de câmbio, após fechar em R$ 3,25/US$ em 2016 - que fez com que o Real tenha registrado o melhor desempenho ante o dólar no ano entre as principais moedas – a mediana para o fim de 2017 oscilou de R$ 3,50/US$ para R$ 3,48/US$. Em resumo, os analistas têm alinhado suas expectativas com base na perspectiva de atividade aquém do esperado, porém com surpresas positivas no front Informativo Semanal de Economia Bancária Comentário Semanal “Um sistema financeiro saudável, ético e eficiente é condição essencial para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País” Sumário Comentário Semanal ...................... 1 Crédito e Bancos .............................. 2 Conjuntura: Últimos Resultados ..... 3 Economia Internacional ................. 6 Agenda: Próximos Destaques ....... 6 Indicadores Úteis .............................. 7 inflacionário. Dados os pressupostos de que o governo seguirá avançando no ajuste fiscal e o cenário externo será, no mínimo, neutro, tudo leva a crer que a calibragem do ajuste monetário pelo BC dependerá crucialmente da evolução da atividade econômica. Neste sentido, será especialmente importante o movimento do Copom na primeira reunião do ano, marcada para a próxima semana, no dia 11/01. A agenda doméstica semanal está esvaziada neste início de ano e tem apenas as divulgações de resultados fechados de índices de inflação (confira no calendário abaixo), além de alguns dados antecedentes de atividade para dezembro e o dado de produção industrial de novembro, a ser divulgado pelo IBGE, que deve mostrar alta na margem. No âmbito político, o retorno das discussões em torno da reforma da Previdência e a crise fiscal nos Estados estarão no radar, mas a sucessão na presidência da Câmara e a agenda dos novos prefeitos em meio à forte contenção de gastos também são destaques. Por fim, a agenda externa desta semana concentra as leituras finais de PMIs na China, Europa e EUA, onde também serão conhecidos alguns indicadores antecedentes de atividade, o Payroll e a taxa de desemprego de dezembro. Nesse contexto, a Ata da última reunião do Fed também poderá ser relevante para a volatilidade dos mercados. Data Indicadores Nacionais Período Consenso de Mercado Anterior 02/jan M DIC: Balança comercial mensal dez/16 +3,8 bilhões +4,8 bilhões 04/jan FIP E: IP C dez/16 0,48% m/m 0,15% m/m 05/jan IB GE: P esquisa Industrial M ensal nov/16 +1,6% m/m e +0,3% a/a -1,1% m/m e -7,3% a/a 06/jan FGV: IGP -DI dez/16 0,67% m/m e 7,00% a/a 0,05% m/m e 6,77% a/a RELATÓRIO FOCUS 4,90 4,85 4,87 4,82 4,84 4,86 4,88 4,90 4,92 15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016 IPCA 2017 (%) 0,59 0,50 0,50 0,45 0,50 0,55 0,60 15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016 PIB 2017 (% ) 10,25 10,50 10,25 10,10 10,20 10,30 10,40 10,50 10,60 15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016 Selic 2017 (% a.a. ) 3,49 3,50 3,49 3,49 3,49 3,50 3,50 3,51 15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016 Taxa de Câmbio 2017 (R$/US$)

Federação Brasileira de Bancos Selic 2017 (% a.a. )€¦ · mercado recuou de 6,40% para 6,38%. Indicadores fechados ainda serão conhecidos nos próximos dias, como o IPC e o IGP-DI,

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Page 1: Federação Brasileira de Bancos Selic 2017 (% a.a. )€¦ · mercado recuou de 6,40% para 6,38%. Indicadores fechados ainda serão conhecidos nos próximos dias, como o IPC e o IGP-DI,

Informativo Semanal de Economia Bancária – Semana de 02 a 06 de janeiro de 2017 – Ano 9, Nº. 380

1

Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485

Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106

Semana de 02 a 06 de janeiro de 2017 – Ano 9, Nº. 380

O relatório Focus, divulgado na manhã

de segunda-feira (02), trouxe como

principal destaque a redução da

projeção para a taxa Selic no

encerramento de 2017, de 10,50%

para 10,25%, contemplando assim um

corte de 3,50 pp frente aos atuais

13,75%. As estimativas para a inflação

trouxeram ajustes marginais: para o

IPCA em 2017, a mediana subiu de

4,85% para 4,87%, e para o ano

fechado de 2016, a projeção do

mercado recuou de 6,40% para 6,38%.

Indicadores fechados ainda serão

conhecidos nos próximos dias, como o

IPC e o IGP-DI, após o dado do IGP-M

um pouco acima do esperado na

semana passada. Para o PIB, a

mediana permaneceu em -3,49% para

2016, assim como ficou em 0,50% para

2017. A tendência para a projeção

desta variável tem sido de ajustes

negativos, e alguns economistas já

projetam uma estagnação ou mesmo

nova retração do PIB neste ano, ainda

que a maior parte desta revisão seja

devida ao carry over negativo de 2016.

Por fim, para a taxa de câmbio, após

fechar em R$ 3,25/US$ em 2016 - que

fez com que o Real tenha registrado o

melhor desempenho ante o dólar no

ano entre as principais moedas – a

mediana para o fim de 2017 oscilou de

R$ 3,50/US$ para R$ 3,48/US$. Em

resumo, os analistas têm alinhado suas

expectativas com base na perspectiva

de atividade aquém do esperado,

porém com surpresas positivas no front

Informativo Semanal de Economia Bancária

Comentário Semanal

“Um sistema financeiro

saudável, ético e eficiente

é condição essencial

para o desenvolvimento

econômico, social e

sustentável do País”

Sumário

Comentário Semanal ...................... 1

Crédito e Bancos .............................. 2

Conjuntura: Últimos Resultados ..... 3

Economia Internacional ................. 6

Agenda: Próximos Destaques ....... 6

Indicadores Úteis .............................. 7

inflacionário. Dados os pressupostos de

que o governo seguirá avançando no

ajuste fiscal e o cenário externo será,

no mínimo, neutro, tudo leva a crer

que a calibragem do ajuste monetário

pelo BC dependerá crucialmente da

evolução da atividade econômica.

Neste sentido, será especialmente

importante o movimento do Copom

na primeira reunião do ano, marcada

para a próxima semana, no dia 11/01.

A agenda doméstica semanal está

esvaziada neste início de ano e tem

apenas as divulgações de resultados

fechados de índices de inflação

(confira no calendário abaixo), além

de alguns dados antecedentes de

atividade para dezembro e o dado de

produção industrial de novembro, a ser

divulgado pelo IBGE, que deve mostrar

alta na margem. No âmbito político, o

retorno das discussões em torno da

reforma da Previdência e a crise fiscal

nos Estados estarão no radar, mas a

sucessão na presidência da Câmara e

a agenda dos novos prefeitos em meio

à forte contenção de gastos também

são destaques. Por fim, a agenda

externa desta semana concentra as

leituras finais de PMIs na China, Europa

e EUA, onde também serão

conhecidos alguns indicadores

antecedentes de atividade, o Payroll e

a taxa de desemprego de dezembro.

Nesse contexto, a Ata da última

reunião do Fed também poderá ser

relevante para a volatilidade dos

mercados.

Data Indicadores Nacionais PeríodoConsenso de

MercadoAnterior

02/jan M DIC: Balança comercial mensal dez/16 +3,8 bilhões +4,8 bilhões

04/jan FIPE: IPC dez/16 0,48% m/m 0,15% m/m

05/jan IBGE: Pesquisa Industrial M ensal nov/16+1,6% m/m e

+0,3% a/a

-1,1% m/m e

-7,3% a/a

06/jan FGV: IGP-DI dez/160,67% m/m e

7,00% a/a

0,05% m/m e

6,77% a/a

RELATÓRIO FOCUS

4,90

4,854,87

4,824,84

4,864,884,90

4,92

15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016

IPCA 2017 (%)

0,59

0,50 0,50

0,45

0,50

0,55

0,60

15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016

PIB 2017 (% )

10,25

10,50

10,25

10,1010,20

10,3010,4010,5010,60

15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016

Selic 2017 (% a.a. )

3,49

3,50

3,49

3,49

3,49

3,50

3,50

3,51

15/12/2016 22/12/2016 29/12/2016

Taxa de Câmbio 2017 (R$/US$)

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Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485

Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106

Crédito e Bancos

Pesq. Trimestral de Condições de Crédito (BC)

A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTCC),

importante indicador antecedente de oferta e

demanda de crédito pelos agentes, foi divulgada pelo

Banco Central na semana passada. A evolução

qualitativa das condições no 4º trimestre confirma, de

modo geral, a percepção de estancamento ou melhora

gradual do mercado de crédito. Embora a derivada

negativa ainda indique condições consideradas

“restritivas”, os indicadores têm mostrado avanço e a

tendência aponta para o terreno positivo em 2017.

Na PTCC, valores positivos revelam situação mais flexível

de crédito, sendo que o indicador qualitativo varia entre

-2 e +2, conforme metodologia da pesquisa

disponibilizada pelo BC.1

1 Maiores detalhes no Trabalho para Discussão “Pesquisa Trimestral

de Condições de Crédito no Brasil” (Annibal e Koyama, 2011), disponível em https://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/TD245.pdf

Tanto a oferta como a demanda por crédito reverteram

boa parte da retração observada entre 2015 e 2016.

Cabe citar que, além de tais medidas gerais, também

são feitas questões mais diretas sobre concessões de

crédito em cada segmento, por meio da resposta sobre

o percentual de aprovação de novas linhas nos últimos

três meses e para os próximos três meses. Este Índice de

Aprovações também evoluiu positivamente no 4º

trimestre de 2016, aproximando-se do terreno positivo.

-1,50

-1,00

-0,50

0,00

0,50

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6

Indicadores das Condições de Crédito Oferta

GE MPME Consumo Habitação

* estimativa próximos 3 meses

-1,00

-0,80

-0,60

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-0,20

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3

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6

Indicadores das Condições de Crédito Demanda

GE MPME Consumo Habitação

* estimativa próximos 3 meses

-1,20

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-0,60

-0,40

-0,20

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0,20

0,40

0,60

0,80

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1

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14

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z/1

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15

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z/1

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jun

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16

de

z/1

6

Indicadores das Condições de Crédito Aprovação

GE MPME Consumo Habitação

* estimativa próximos 3 meses

Diretoria de Regulação Prudencial,

Riscos e Assuntos Econômicos

[email protected]

Rubens Sardenberg – Economista-chefe

Jayme Alves – Economista sênior

Caroline Dallava – Economista

Rodrigo Baggi Alvarez – Economista

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Informativo Semanal de Economia Bancária – Semana de 02 a 06 de janeiro de 2017 – Ano 9, Nº. 380

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Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485

Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106

Reunião do Conselho Monetário Nacional

Na reunião do CMN feita nos últimos dias de dezembro,

o Conselho votou resoluções associadas ao crédito e ao

setor bancário, entre as quais se destacam: (i) definição

da TJLP para o 1º trimestre de 2017; (ii) ajuste das normas

do Proagro; (iii) autorização, para operações de

investimento rural, de taxas favorecidas na Letra de

Crédito do Agronegócio; (iv) ajuste de normas do Pronaf

e do Programa de Garantia de Preços para a Agricultura

Familiar (PGPAF); e (v) estabelecimento de critérios e

condições nos financiamentos com recursos do Fundo

de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), do Nordeste

(FDNE) e do Centro Oeste (FDCO).

Assim como vem fazendo desde o 1º trimestre de 2016, o

CMN manteve em 7,5% a.a. a Taxa de Juros de Longo

Prazo (TJLP) para o 1º trimestre deste ano. A taxa é

usada como referência, por exemplo, em operações de

crédito do BNDES e de investimentos em infraestrutura e

aumento de capacidade produtiva.

Fonte: BCB

Conjuntura: Últimos Resultados

Mercado de Trabalho

Pnad Contínua (Mensal)

A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em

novembro, na Pnad Contínua Mensal (IBGE), ficou em

11,9% da Força de Trabalho, 0,1 p.p. acima do trimestre

de agosto a outubro e em linha com a projeção de

mercado.

Fonte: IBGE. Elaboração: FEBRABAN.

O resultado manteve os níveis recordes da série histórica,

iniciada em 2012, ainda que um arrefecimento do

processo de alta venha sendo observado. Contudo, as

projeções dos analistas continuam contemplando

avanço da taxa de desemprego ao longo de 2017. No

mesmo trimestre de 2015, a taxa havia sido 9,0%.

9,75

6,00

5,00

7,50

4,00

6,00

8,00

10,00

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mar

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Taxa de juros - TJLP - % a.a.

TaxasDiferença

(p.p.)

Desocupação (%) 2,9

Nível de Ocupação (%) -1,8

% na força de trabalho -0,2

Var. %

Em idade de trabalhar 1,2

Na força de trabalho 1,1

Ocupada -2,1

Desocupada 33,1

Fora da força de trabalho 1,5

Agricultura, Pecuária e correlatos -4,7

Indústria Geral -8,2

Construção -9,0

Comércio, Reparação de Veículos

Automotores e Motocicletas-1,0

Transp., Armazenagem e Correio 2,3

Alojamento e Alimentação 7,8

Info., Comunic. e Atividades Financ.,

Imob., Profiss. e Adm.-2,6

Adm. Pública, Defesa, Seg. Social,

Educ., Saúde e Serv. Sociais0,8

Outros Serviços 7,0

Serviços Domésticos -3,1

Var. %

Pessoas ocupadas (todos os trabalhos) -0,4

Var. %

Pessoas ocupadas (todos os trabalhos) -2,3

166.828

101.265 102.342

92.151 90.210

9.114 12.132

11,9

6.131

set-out-

nov/2015

set-out-

nov/2016

61,3

55,9 54,1

9,0

61,5

set-out-

nov/2015

set-out-

nov/2016

2.041

63.519 64.486

Indicadores (em mil pessoas)

Po

pu

laç

ão

164.785

2.032

Rendimento médio real habitual (R$)

Ativid

ad

es

9.338 8.901

12.568 11.542

7.764 7.062

17.638 17.460

4.415 4.518

4.442 4.789

9.888 9.632

15.652 15.777

4.106 4.392

6.324

182.595 178.370

Massa de rendimento médio real habitual (R$ milhões)

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Informativo Semanal de Economia Bancária – Semana de 02 a 06 de janeiro de 2017 – Ano 9, Nº. 380

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Federação Brasileira de Bancos Av. Brig. Faria Lima 1.485

Torre Norte 15º andar 01452-002 São Paulo SP Brasil

tel 55 11 3244 9800 fax 55 11 3031 4106

Fonte: IBGE. Elaboração: FEBRABAN

Na passagem do trimestre móvel, a ligeira alta da

população desocupada explica a variação da taxa,

embora tenha havido aumento marginal da ocupação

e da força de trabalho. A população desocupada soma

12,1 milhões de pessoas (+33,1% a/a), enquanto o

número de ocupados é de 90,2 milhões de pessoas (-

2,1% a/a). Por sua vez, a força de trabalho soma 102,3

milhões de pessoas (+1,1% a/a). Cabe destacar que um

“efeito desalento” tem atenuado a elevação da taxa

de desemprego, o qual consiste na desistência na

procura pelo emprego, usual em situações em que a

taxa permanece alta por período prolongado e a

atividade econômica demora a se recuperar.

Por fim, a renda média real habitualmente recebida

pelos trabalhadores aumentou ligeiramente na margem,

somando R$ 2.032, mas ainda registra queda de 0,5%,

em termos deflacionados, na comparação interanual.

Caged

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o

país fechou 116.747 vagas formais de trabalho em

novembro (1,10 mi admissões e 1,22 mi desligamentos).

O resultado foi bem pior que a mediana das projeções

de mercado (-69.782), ainda que melhor que o mesmo

mês do ano passado (-130.629). Em 12 meses, houve

fechamento líquido de 1,50 milhão de postos formais na

economia brasileira. Em 2015, houve 1,62 milhão de

demissões líquidas de trabalhadores no setor formal.

No mês de outubro, o destaque negativo ficou com os

setores de construção (-33,5 mil), serviços (-30,3 mil) e

agropecuária (-12,5 mil). Em contraponto, houve criação

de 12,5 mil empregos formais no comércio varejista, o

terceiro dado positivo seguido. No acumulado de 2016,

porém, a destruição de vagas é generalizada entre os

setores, destacando-se o comércio (-252,4 mil),

construção (-227,8 mil) e o setor de serviços (-223,2 mil).

Criação líquida de vagas formais: setores de atividade

nov/15 x nov/16 (variação mensal - mil)

Fonte: Caged/MTE. Elaboração: SPE/Ministério da Fazenda.

Inflação

IGP-M

O IGP-M de dezembro, divulgado pela FGV, ficou

ligeiramente acima das expectativas (+0,46% ante 0,54%

estimado), após -0,03% em novembro. O dado se

mostrou também acima do observado no mesmo mês

de 2015, quando houve avanço mensal de 0,49%.

Fonte: FGV. Elaboração: SPE/Ministério da Fazenda.

6,8

6,6

6,5

6,5 6,87,4 7

,9 8,0 8,1 8,3 8,6 8,7 8,9

8,9 9,0

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,510,2 1

0,9

11,2

11,2

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ou

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2014 2015 2016

Taxa de desocupação

Pessoas de 14 anos ou mais de idade

na semana de referência (em %)

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O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) elevou-se de

-0,16% para 0,69%, destacando-se a alta em matérias-

primas. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ainda

contribuiu, ficando em 0,20% no mês, após 0,26%,

ajudado por Habitação. Já o Índice Nacional de Custo

da Construção (INCC) acelerou de 0,17% para 0,36%,

puxado pela alta do custo com mão-de-obra.

Fonte: FGV. Elaboração: SPE/Ministério da Fazenda.

Fiscal

Nota de Política Fiscal (Bacen)

Conforme divulgação na Nota de Política Fiscal pelo BC,

o setor público consolidado registrou déficit primário de

R$39,1 bilhões em novembro, ante superávit de R$ 39,6

bilhões em outubro e déficit de R$ 19,6 bilhões em

novembro de 2015.

O resultado volta à “normalidade” do terreno negativo,

após ser ajudado pela arrecadação extra com a

repatriação de recursos do exterior. O dado veio um

pouco melhor que a projeção de mercado (R$ -42,0 bi).

Em 12 meses, o déficit primário consolidado acumulado

é de R$ 156,8 bilhões, ou 2,50% do PIB.

Segundo o Bacen, os juros nominais do setor público

consolidado, por competência, alcançaram R$41,3

bilhões em novembro, comparativamente a R$36,2

bilhões em outubro. Contribuiu para essa elevação o

resultado desfavorável nas operações de swap cambial

no mês (perda de R$3,9 bilhões), ante ganho no mês

anterior (R$2,4 bilhões). No acumulado no ano, os juros

nominais totalizaram R$372,5 bilhões, comparativamente

a R$449,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em

doze meses, os juros nominais atingiram R$424,6 bilhões

(6,78% do PIB), elevando-se 0,25 p.p. do PIB em relação

ao observado em outubro.

Por fim, a dívida líquida do setor público alcançou R$

2.744,1 bilhões (43,8% do PIB) em novembro, elevando-se

0,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. As projeções

para a DLSP no mais recente Relatório Focus indicam

45,2% ao final de 2016 e 50,7% do PIB no fim de 2017. Já

a Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS,

governos estaduais e governos municipais) alcançou

R$4.418,4 bilhões em novembro (70,5% do PIB), elevando-

se 1,0 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

Fonte: Bacen; Elaboração: FEBRABAN

Primário do Governo Central (Tesouro Nacional)

Ainda quanto aos resultados fiscais, na semana passada,

o Tesouro divulgou o dado de novembro (“acima da

linha”, no confronto de receitas e despesas). O déficit

primário de R$ 38,3 bi foi o pior para o mês desde 1997,

acumulando R$ 95,1 bi no ano. O Resultado do Tesouro

Nacional (RTN) destaca que o crescimento do déficit da

previdência social (RGPS) é o principal driver negativo

do primário do Governo Central no período recente.

Resultado Primário do Governo Central: Componentes

(2011 a 2016 - R$ bilhões - preços de nov/16)

Fonte e elaboração: Tesouro Nacional.

61,1

51,3

70,5

3,69 3,52

-2,50

-3,5

-2,5

-1,5

-0,5

0,5

1,5

2,5

3,5

4,5

50

55

60

65

70

75

nov/08 nov/09 nov/10 nov/11 nov/12 nov/13 nov/14 nov/15 nov/16

Dívida Bruta (% PIB) - esq, Primário consolidado acum, 12m (% PIB) - dir,

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Economia Internacional

EUA

Na última semana, os destaques nos EUA foram dados

de confiança do consumidor e antecedentes de

atividade para dezembro. De modo geral, os resultados

apontaram para variações favoráveis, com a confiança

atingindo o maior nível desde 2007 e o índice de

Manufatura do Fed de Richmond muito acima do

projetado. Não por acaso, a conjunção de força da

atividade, aumento de juros e expansionismo do

governo Trump têm levado o Dólar Index (ponderado

por uma cesta de moedas) aos maiores níveis desde

2002 – ainda que o Real brasileiro tenha mostrado a

maior valorização entre as principais moedas em 2016.

Área do Euro

Na Europa, apenas dados de oferta monetária

ampliada se destacaram, com variação um pouco

acima do esperado pelos analistas (4,8%, após 4,4% no

mês anterior).

China

Na China, dois dados do setor industrial surpreenderam

positivamente e beneficiaram ativos emergentes nos

últimos dias. Os lucros das empresas industriais

aceleraram e subiram 14,5% a/a em novembro (após

9,8%), e o PMI da indústria de manufatura de dezembro

alcançou o maior nível desde 2014, acima do esperado.

De modo geral, a percepção para o gigante asiático

continua sendo de expansão moderada da atividade

econômica, em ritmo menor que no passado, porém

caminhando para avanço do PIB ainda na casa dos

6,5% a/a nos próximos trimestres.

Agenda: Próximos Destaques

A agenda doméstica semanal está relativamente

esvaziada na 1ª semana do ano, tendo como destaques

apenas as divulgações de dados fechados de índices

de inflação (0,67% m/m e 7,00% a/a para o IGP-DI), além

de alguns antecedentes de atividade para dezembro e

o dado de produção industrial de novembro, que deve

mostrar alta na margem (+1,6% m/m e +0,3% a/a para a

PIM-IBGE). No âmbito político, o retorno das discussões

em torno da reforma da Previdência e a crise fiscal nos

Estados estarão no foco, mas a sucessão na presidência

da Câmara e a agenda dos novos prefeitos em meio à

forte contenção de gastos também são destaques.

A agenda externa desta semana concentra as leituras

finais de PMIs na China (resultado já divulgado e acima

das expectativas), Europa e EUA (ambos com projeção

de estabilidade no terreno positivo). Nos EUA, também

serão conhecidos alguns indicadores antecedentes de

atividade, o Payroll e a taxa de desemprego de

dezembro, que deve mostrar ligeira alta na margem. A

Ata da reunião do Fed feita em dezembro, a ser

conhecida na quinta (05), também tende a ser relevante

para a volatilidade das variáveis financeiras.

Ações

Mês Ano

Ibovespa IBOV 4,0% -2,7% 38,9%

IFNC IFNC 4,5% -1,5% 47,2%

Petrobras PETR4 4,4% -7,1% 121,9%

Vale VALE5 4,8% -8,6% 127,7%

BTG Pactual BBTG11 0,1% -4,8% 22,5%

Santander SANB11 8,8% 4,9% 84,1%

Itaú Unibanco PN ITUB4 4,3% -4,4% 41,4%

Itaú Unibanco ON ITUB3 5,3% -2,0% 34,3%

Bradesco PN BBDC4 6,2% -2,5% 65,5%

Bradesco ON BBDC3 6,6% 0,0% 56,4%

Banco do Brasil BBAS3 5,0% -1,4% 90,6%

BIC BICB4 0,0% 0,0% 0,0%

Banrisul BRSR6 -0,2% -8,3% 76,1%

Daycoval DAYC4 0,0% 0,0% 1,4%

Banco ABC ABCB4 4,0% 0,9% 63,4%

Sofisa SFSA4 0,0% 0,0% 114,6%

Banco Pine PINE4 -0,8% -5,9% 5,6%

Paraná Banco PRBC4 8,5% 5,7% 38,9%

Indusval IDVL4 3,0% 1,5% 36,3%

Empresa

BANCOS

CódigoVariação

Semanal

Variação

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Indicadores Úteis

Var. (p.p.)

semanal e mensal

Meta Selic (% a.a.) 13,75 13,75 14,00 0 p.p./ -0,25 p.p.

Juros DI de Janeiro de 2018 (%a.a.) 11,54 11,59 12,08 -0,05 p.p./ -0,54 p.p.

Juros DI de Janeiro de 2019 (%a.a.) 11,05 11,14 11,61 -0,09 p.p./ -0,56 p.p.

Juros US$ 180 dias (Swap cambial – taxa % anualizada) 2,12 2,23 2,08 -0,11 p.p./ 0,04 p.p.

Juros US$ 360 dias (Swap cambial – taxa % anualizada) 2,34 2,38 2,34 -0,04 p.p./ 0,01 p.p.

Taxa de câmbio (Ptax) 3,25 3,29 3,39 -1,1% / -3%

Fed Funds (%) 0,75 0,75 0,50 0 p.p./ 0,25 p.p.

T-BOND (10 anos - %) 2,48 2,55 2,29 -0,08 p.p./ 0,18 p.p.

T-BOND (30 anos - %) 3,08 3,13 2,95 -0,05 p.p./ 0,13 p.p.

Fonte: Bloomberg e Banco Central do Brasil

Indicadores do Mercado 29/12/16 22/12/16 29/11/16

29/12/16 22/12/16 15/12/16 Tendência* 29/12/16 22/12/16 15/12/16 Tendência*

IPCA (%) 4,87 4,85 4,90 4,50 4,50 4,50

PIB (% de crescimento) 0,50 0,50 0,59 2,25 2,20 2,30

Meta Selic - fim do ano (%a.a.) 10,25 10,50 10,50 9,75 9,75 9,88

Taxa de Câmbio - fim do ano (R$/US$) 3,49 3,50 3,50 3,50 3,50 3,50

Fonte: Banco Central do Brasil

* comportamento dos indicadores desde o último Relatório Focus

2017 2018FOCUS – Indicadores Selecionados

Indicadores de Crédito – Evolução Recente Var.

(Nova Metodologia) (mensal e 12 meses)

Saldo Total das Operações de Crédito (R$ bi) 3.104,0 3.094,1 3.177,0 0,3% / -2,6%

Saldo das Operações de Crédito Total com PF (R$ bi) 1.550,1 1.539,9 1.501,8 0,7% / 2,5%

Saldo das Operações de Crédito Total com PJ (R$ bi) 1.553,9 1.554,3 1.675,3 0% / -7,2%

Taxa Média de Inadimplência Total (%) – SFN 3,8 3,9 3,4 -0,1 p.p./ 0,4 p.p.

Taxa Média de Inadimplência PF (%) – SFN 4,1 4,2 4,2 -0,1 p.p./ -0,1 p.p.

Taxa Média de Inadimplência PJ (%) - SFN 3,5 3,6 2,6 -0,1 p.p./ 0,9 p.p.

Spread Bancário (Nova Metodologia) nov-16 out-16 nov-15 Var.(p.p.) Mensal

Spread Bacen Total (p.p.) – SFN 23,5 23,9 19,4 -0,4

Spread Bacen PF (p.p.) – SFN 33,1 33,3 27,4 -0,2

Spread Bacen PJ (p.p.) – SFN 11,5 12,4 10,5 -0,8

Fonte: Banco Central do Brasil

nov-16 out-16 nov-15