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Fetaemg dá um passo importante na formação sindical. Ainda nesta edição... Página 5 O agricultor familiar que quiser se inscrever para expor seus produtos na Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais (AgriMinas) é só entrar no site da Fetaemg no endereço: www.fetaemg. org.br , e preencher o formulário, que será enviado automaticamente para a Fetaemg. No site estão também as orientações para o preenchimento da fi- cha. Como as vagas são limitadas, a par- tir das inscrições, será feita uma seleção dos empreendimentos que irão partici- par da 9ª edição da AgriMinas. A AgriMinas vai acontecer de 19 a 23 de agosto, na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte. É uma iniciativa pioneira da Fetaemg, que vem contribuindo de forma significativa no fortalecimento da agricultura familiar mineira. Muitos agri- cultores que já participaram da AgriMi- nas, conseguiram ampliar suas vendas, e hoje têm mercado garantido em estabe- lecimentos dentro e até fora do Estado. Estão abertas as inscrições para Com o objetivo de agilizar e ao mesmo tempo ampliar o acesso dos agricultores familiares aos recursos do Programa Na- cional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) a Fetaemg e o Banco do Brasil assinaram, em 03 de junho, o con- vênio “Correspondente Bancário”. Com a iniciativa, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais terão, entre outras atribuições, au- tonomia para elaborar proposta de finan- ciamento de custeio e investimento para os agricultores acessarem as linhas de cré- dito do Pronaf. “A parte técnica do Projeto continua sendo de competência de um técnico da área. O convênio irá permitir aos Sindicatos cuidarem da organização de documentos que envolvem toda a par- te burocrática.”, explica o diretor de Políti- ca Agrícola da Fetaemg, Marcos Vinícius. Inicialmente, cerca de 50 funcioná- rios dos Sindicatos passarão por um trei- namento para obter a certificação que permite a atuação como “Correspon- dente Bancário.” Outros Sindicatos que aderirem ao convênio também serão capacitados. O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, explica que a adesão do Sindicato é voluntária, mas ele preci- sa estar bem organizado e em dia com as suas obrigações, como por exemplo, com a prestação de contas. Vilson ressalta que o convênio com o Banco do Brasil é um passo importante para ampliar o acesso do agricultor aos recursos do Pronaf. “Essa é mais uma pres- tação de serviço que o Sindicato irá dispo- nibilizar para o agricultor e agricultora. Sa- bemos que os Bancos estão com o quadro de funcionários reduzido, o que acaba difi- cultando o atendimento ao Pronaf”. Para o presidente, a questão burocrática tem sido um dos entraves para o acesso ao crédito. Na justificativa do superintendente de Negócios do Banco do Brasil, Reinal- do Yokoyama, a iniciativa foi motivada devido à proximidade do agricultor com o Sindicato. “Percebendo que o agricultor vai muito mais ao Sindicato do que ao Banco do Brasil, nós estamos viabilizando um canal que, ao invés da pessoa ter que juntar a documentação e levar ao Banco, ela entrega em seu Sindicato, que irá preparar toda a docu- mentação necessária. De forma que no Sindicato seja resolvido praticamente todo o seu financiamento”. A solenidade de assinatura do con- vênio foi marcada pela presença de di- rigentes sindicais de todas as regiões do Estado, além de representantes do governo federal, e de entidades parcei- ras, como a Emater e a Secretaria Muni- cipal de Abastecimento. Convênio entre Fetaemg e Banco do Brasil vai facilitar o acesso de agricultores aos recursos do Pronaf Vilson (C), com o sup. Banco do Brasil (E), rep. MDA (E) e rep. Secretaria Municipal de Abastecimento (D) Movimento Sindical de MG adere à luta contra perdas de direitos trabalhistas. Página 4 Agricultura familiar mineira passa a ter uma Secretaria específica. Página 8 Lideranças sindicais compareceram à solenidade www.fetaemg.org.br - Ano X - Edição nº 28 - Junho de 2015 Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais JORNAL DA

Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de ... · sobre Direito Agrário para tratar de temas relacionados à regularização fundiária, Programa Nacional de Crédito

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Page 1: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de ... · sobre Direito Agrário para tratar de temas relacionados à regularização fundiária, Programa Nacional de Crédito

Fetaemg dá um passo importante na formação sindical.

Ainda nesta edição...

Página 5

O agricultor familiar que quiser se

inscrever para expor seus produtos na

Feira de Agricultura Familiar de Minas

Gerais (AgriMinas) é só entrar no site da

Fetaemg no endereço: www.fetaemg.

org.br , e preencher o formulário, que

será enviado automaticamente para

a Fetaemg. No site estão também as

orientações para o preenchimento da fi -

cha. Como as vagas são limitadas, a par-

tir das inscrições, será feita uma seleção

dos empreendimentos que irão partici-

par da 9ª edição da AgriMinas.

A AgriMinas vai acontecer de 19 a 23

de agosto, na Serraria Souza Pinto, em

Belo Horizonte. É uma iniciativa pioneira

da Fetaemg, que vem contribuindo de

forma signifi cativa no fortalecimento da

agricultura familiar mineira. Muitos agri-

cultores que já participaram da AgriMi-

nas, conseguiram ampliar suas vendas, e

hoje têm mercado garantido em estabe-

lecimentos dentro e até fora do Estado.

Estão abertas as inscrições para

Com o objetivo de agilizar e ao mesmo tempo ampliar o acesso dos agricultores familiares aos recursos do Programa Na-cional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) a Fetaemg e o Banco do Brasil assinaram, em 03 de junho, o con-vênio “Correspondente Bancário”. Com a iniciativa, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais terão, entre outras atribuições, au-tonomia para elaborar proposta de fi nan-ciamento de custeio e investimento para os agricultores acessarem as linhas de cré-dito do Pronaf. “A parte técnica do Projeto continua sendo de competência de um técnico da área. O convênio irá permitir aos Sindicatos cuidarem da organização de documentos que envolvem toda a par-te burocrática.”, explica o diretor de Políti-ca Agrícola da Fetaemg, Marcos Vinícius.

Inicialmente, cerca de 50 funcioná-rios dos Sindicatos passarão por um trei-

namento para obter a certificação que permite a atuação como “Correspon-dente Bancário.” Outros Sindicatos que aderirem ao convênio também serão capacitados. O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, explica que a adesão do Sindicato é voluntária, mas ele preci-sa estar bem organizado e em dia com as suas obrigações, como por exemplo, com a prestação de contas.

Vilson ressalta que o convênio com o Banco do Brasil é um passo importante para ampliar o acesso do agricultor aos recursos do Pronaf. “Essa é mais uma pres-tação de serviço que o Sindicato irá dispo-nibilizar para o agricultor e agricultora. Sa-bemos que os Bancos estão com o quadro de funcionários reduzido, o que acaba difi -cultando o atendimento ao Pronaf”. Para o presidente, a questão burocrática tem sido um dos entraves para o acesso ao crédito.

Na justificativa do superintendente de Negócios do Banco do Brasil, Reinal-do Yokoyama, a iniciativa foi motivada devido à proximidade do agricultor com o Sindicato. “Percebendo que o agricultor vai muito mais ao Sindicato do que ao Banco do Brasil, nós estamos viabilizando um canal que, ao invés da pessoa ter que juntar a documentação e levar ao Banco, ela entrega em seu Sindicato, que irá preparar toda a docu-mentação necessária. De forma que no Sindicato seja resolvido praticamente todo o seu financiamento”.

A solenidade de assinatura do con-vênio foi marcada pela presença de di-rigentes sindicais de todas as regiões do Estado, além de representantes do governo federal, e de entidades parcei-ras, como a Emater e a Secretaria Muni-cipal de Abastecimento.

Convênio entre Fetaemg e Banco do Brasil vai facilitar o acesso de agricultores aos recursos do Pronaf

Vilson (C), com o sup. Banco do Brasil (E), rep. MDA (E) e rep. Secretaria Municipal de Abastecimento (D)

Movimento Sindical de MG adere à luta contra perdasde direitos trabalhistas.

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Agricultura familiar mineirapassa a ter uma Secretaria específi ca.

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Lideranças sindicais compareceram à solenidade

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Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

JORNAL DA

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2 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

ExpedienteDiretoria executivaPresidente: Vilson Luiz da SilvaDiretora de Finanças: Maria Rita Fernandes de FigueiredoVice-Presidente e Diretor de Formação Sindical, Educação e Comunicação: José dos Reis PereiraDiretora de Política Agrária e Meio Ambiente: Alícia Alves Cardoso

Diretor de Política Agrícola e Cooperativismo: Marcos Vinícius Dias NunesDiretor de Políticas Salariais: Pedro Mario RibeiroDiretora de Políticas Sociais e Previdência Social: Maria Alves de SouzaCoordenadora da CEMTR: Alaíde Lúcia Bagetto MoraesCoordenadora da CEJTTR: Marilene Faustino Pereira

Diretoria regionalAlto Jequitinhonha: José Antônio Andrade

Alto Rio Doce: José Osvaldo dos Santos

Baixo/Médio Jequitinhonha: Maria das Graças Pinheiro

Grande BH: Joaquim Ferreira Alves

Leste Rio Doce: Felipe Rodrigues Filho

Mucuri: Joaquim Pereira da Silva Neto

Noroeste: Wilson Caetano Martins Melo

Norte de Minas: Sandra Rosa Medeiros Costa

Rio Doce: Juliana de Souza Matias

Sul de Minas: Maria Márcia Oliveira Martins

Triângulo: José Divino de Melo

Zona da Mata: Vanderley Antônio Chilese

Jornalista responsável:

Maristela Moreira Félix (MG 07443 JP)

Diagramação e Impressão: Fumarc Gráfica

Tiragem: 2000 exemplares

Editorial Encontros com Sindicatos apresentam desafios e perspectivas

na área de finanças

É com muita preocupação que acompanho a atual con-juntura econômica e política que o Brasil vem enfrentando, quando trabalhadores estão perdendo direitos conquistados ao longo da história por meio de grandes lutas e greves que o Movimento Sindical sempre pautou no seu dia a dia. Essas lutas propiciaram ao Movimento Sindical visibilidade notável pela postura ética e compromisso com a classe.

Por isso, venho chamar a atenção de nossos dirigentes para fazerem uma reflexão e compreenderem o momento que estamos vivendo. Só assim, iremos adotar um posicionamento mais crítico diante dos desafios que estão sendo apresentados. É o momento de fazer uma reflexão sobre algumas bandeiras de luta que ajudaram a construir a história do Movimento Sin-dical, como por exemplo, na constituição de 1988 que equi-parou os direitos do trabalhador rural ao urbano. Hoje, o que estamos vendo é a precarização da mão de obra. Na questão do seguro desemprego, pela Medida Provisória 665 sanciona-da pela presidenta Dilma Roussef, os direitos do trabalhador rural foram equiparados ao urbano. Nesse viés, nós tivemos prejuízo, pois os assalariados rurais têm as suas especificida-des, como por exemplo, o trabalho sazonal.

Com as novas medidas que estão sendo adotadas, em ple-no século XXI, acompanhamos com muita preocupação a pos-tura do Congresso Nacional votando contra os trabalhadores. Eu vejo o Congresso ligado aos grandes empresários. Não há representação dos trabalhadores.

Não podemos recuar em nossas lutas. É o momento de estarmos mais conectados às bases, realizando Assembleias para colocar em pauta esses assuntos. Caso futuramente haja outros projetos de lei que venham tirar direitos dos tra-balhadores, estaremos mais unidos para contrapor. Direito conquistado não significa que é eterno. Agora, se estivermos pre-parados, organizados e unidos, tenho certeza que qualquer me-dida que venha prejudicar os tra-balhadores e trabalhadoras rurais, teremos melhores condições para lutar pelos interesses de nossa classe.

Vilson Luiz da SilvaPresidente da FETAEMG

Foram realizados três encontros com di-rigentes e funcionários de Sindicatos. Dois em Belo Horizonte, envolvendo as regiões da Zona da Mata, Grande BH, Alto Rio Doce, Leste do Rio Doce, Sul de Minas, Noroeste, Médio e Baixo Jequitinhonha, Alto Jequiti-nhonha, Triângulo Mineiro, Mucuri e Leste de Minas, e um terceiro em Montes Claros. Todos com o objetivo de capacitar os Sindicatos para questões relacionadas à contribuição sindical e gestão e planejamento da conta-bilidade nos Sindicatos. “É o momento para compartilharmos informações importantes que interferem na rotina de trabalho do Sin-dicato, capacitando dirigentes e funcionários para que eles possam prestar bons serviços aos trabalhadores e trabalhadoras rurais”, afirma a diretora de Administração e Finan-ças da Fetaemg, Maria Rita Fernandes.

O presidente Vilson Luiz da Silva diz que, diante dos desafios que hoje são apresenta-

dos à categoria devido às instabilidades polí-ticas e econômicas que o país vem enfrentan-do é importante que o Movimento Sindical esteja mais bem organizado e conectado ao que acontece à sua volta, e principalmente que tenha uma boa gestão de suas finanças.

Durante os encontros os participantes discutiram sobre a atual conjuntura finan-ceira do Movimento Sindical de Trabalhado-res e Trabalhadoras Rurais em Minas Gerais, quando foi apresentado um breve histórico da luta do MSTTR que trouxe importantes re-sultados na área financeira, mas que ao mes-mo tempo exigem uma mudança de postura, especialmente na relação entre Sindicatos e associados.

A intensificação dos trabalhos junto aos aposentados e pensionistas, no sentido de des-pertar a consciência e o interesse desse grupo para participar do Movimento Sindical, foi um dos desafios apresentados nos encontros.

Já foram realizados três encontros no Estado

Lideranças sindicais de todas as regiões do Estado participaram, em 23 e 24 de abril, em Belo Horizonte do Seminário Estadual sobre Direito Agrário para tratar de temas relacionados à regularização fundiária, Programa Nacional de Crédito Fundiário, concessão de créditos para assentados da reforma agrária, entre outros temas. “Com esse seminário pretendemos tra-çar estratégias de trabalho para que pos-samos avançar com a reforma agrária e com o Programa de Crédito Fundiário, principalmente. Espero que a partir des-se seminário as pessoas passem a ter um olhar diferente, uma mudança de postura

Encontro realizado pela Fetaemg debate sobre direito agrário

O Crédito Fundiário foi um dos assuntos em pauta

Até quando os trabalhadores

continuarão sendo penalizados?

Page 3: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de ... · sobre Direito Agrário para tratar de temas relacionados à regularização fundiária, Programa Nacional de Crédito

Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 3Encontros com Sindicatos

apresentam desafios e perspectivasna área de finanças

dos à categoria devido às instabilidades polí-ticas e econômicas que o país vem enfrentan-do é importante que o Movimento Sindical esteja mais bem organizado e conectado ao que acontece à sua volta, e principalmente que tenha uma boa gestão de suas finanças.

Durante os encontros os participantes discutiram sobre a atual conjuntura finan-ceira do Movimento Sindical de Trabalhado-res e Trabalhadoras Rurais em Minas Gerais, quando foi apresentado um breve histórico da luta do MSTTR que trouxe importantes re-sultados na área financeira, mas que ao mes-mo tempo exigem uma mudança de postura, especialmente na relação entre Sindicatos e associados.

A intensificação dos trabalhos junto aos aposentados e pensionistas, no sentido de des-pertar a consciência e o interesse desse grupo para participar do Movimento Sindical, foi um dos desafios apresentados nos encontros.

Os agricultores familiares que ainda não realizaram o Cadastro Am-biental Rural (CAR) ganharam mais tempo com a prorrogação por mais um ano do prazo para a inscrição, ou seja, até 05 de maio de 2016. Se-gundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente, em Minas Gerais 98.904 imóveis já foram inscritos no CAR – um percentual de 25% de toda a área passível de registro. Das 550 mil propriedades rurais existentes no Estado, cerca de 80% pertencem a pequenos agricultores.

A Fetaemg mantém parceria com a Secretaria de Estado de Meio Am-biente e Desenvolvimento Susten-tável para capacitar, gratuitamente, funcionários de Sindicatos de Traba-lhadores Rurais. O presidente Vilson Luiz da Silva, diz que a Federação

conta hoje com mais de 70 técnicos preparados para fazer o CAR, via Sin-dicatos. “Sabemos que a maior parte dos imóveis rurais que precisam fazer o cadastro é de pequenos proprietá-rios. Por isso a Fetaemg está tendo a iniciativa de apoiar esses agricultores que acabam ficando desamparados e sujeitos a pagar altas taxas para fazer o registro no CAR”, explica.

SOBRE O CARO Cadastro Ambiental Rural é um

registro eletrônico previsto na Lei n° 12.651, obrigatório para todos os imó-veis rurais. A finalidade é integrar as informações ambientais das proprieda-des e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.

Agricultores ganhammais tempo para Cadastro

Ambiental Rural

Já foram realizados três encontros no Estado

Lideranças sindicais de todas as regiões do Estado participaram, em 23 e 24 de abril, em Belo Horizonte do Seminário Estadual sobre Direito Agrário para tratar de temas relacionados à regularização fundiária, Programa Nacional de Crédito Fundiário, concessão de créditos para assentados da reforma agrária, entre outros temas. “Com esse seminário pretendemos tra-çar estratégias de trabalho para que pos-samos avançar com a reforma agrária e com o Programa de Crédito Fundiário, principalmente. Espero que a partir des-se seminário as pessoas passem a ter um olhar diferente, uma mudança de postura

para avançarmos em nossas lutas”, explica a diretora de Política Agrária da Fetaemg, Alícia Alves Cardoso.

O presidente da Fetaemg Vilson Luiz da Silva ressaltou a importância da refor-ma agrária não apenas como uma questão de desapropriação de terras, mas como fundamental para o desenvolvimento no meio rural, pois gera alimentos, emprego e renda. “A reforma agrária nunca deixou de ser uma bandeira de luta da Fetaemg. Nesse seminário precisamos tirar encami-nhamentos para apresentar aos governos, mostrando que não abandonamos a nos-sa luta pela reforma agrária”, afirmou.

Representando o Governo do Estado, o secretário de Reordenamento Agrário, Glênio Martins afirmou que uma das prio-ridades é retomar o Programa Nacional de Crédito Fundiário no Estado (PNCF), que está suspenso já algum tempo. Segundo o secretário, a meta é regularizar o PNCF no Estado e assentar 350 famílias em 2015.

Na ocasião, o presidente Vilson Luiz da Silva entregou uma pauta de reivindi-cações ao secretário, reivindicando, por exemplo, o fortalecimento do Programa de Crédito Fundiário; a estruturação do Setor de Mediação de Conflito Agrário; ação discriminatória para arrecadação de

terras devolutas em poder de grandes proprietários, principalmente onde se en-contram famílias de posseiros em conflito agrário; titulação de posseiros; entre ou-tros pontos.

Estiveram presentes na abertura do seminário o representante da Secretaria Nacional de Reordenamento Agrário, Mil-ton Amorim, o superintendente adjunto do Incra, Alexandre Lacerda, o presidente da Fetag Rio Grande do Sul e representan-te da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sérgio Miranda, o superintendente de Crédito Fundiário e Regularização Fun-diária, André Marinho, entre outros.

ACESSO à TERRAO acesso à terra no Brasil pouco tem

avançado nos últimos anos. De acordo com dados do Incra, em Minas Gerais há cerca de 16 mil famílias acampadas e aproximadamente 340 assentamentos de reforma agrária, desses, cerca de 240 são apoiados pela Fetaemg. Na área de atua-ção da Fetaemg, nenhuma família foi as-sentada em 2014.

Um processo de assentamento que poderia durar, em média um ano, se es-tende por mais de 10 anos. E as regiões que mais sofrem com os conflitos agrários em virtude dessa demora são o Norte, o Noroeste, o Vale do Jequitinhonha, o Tri-ângulo Mineiro e o Mucuri.

Encontro realizado pela Fetaemg debate sobre direito agrário

Atuação da Fetaemg inspira visita de estudantes de pedagogia da UFMG

A significativa atuação da Fetaemg na luta pelos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e pela melhoria da qualidade de vida das famílias, motivou a visita de estudantes do curso de pedago-gia da Universidade Federal de Minas Ge-rais (UFMG) à sede da Federação. A visita foi solicitada pelo professor Magela Leão, que leciona a disciplina Processos Educa-tivos nas Ações Coletivas. A proposta é fa-zer uma análise sobre como a Fetaemg se constitui e qual o seu papel na sociedade.

“No sentido pessoal, a visita nos fez discutir e refletir sobre os conceitos que, muitas vezes construímos sem uma aná-lise crítica, ou até mesmo uma pesquisa mais aprofundada. Percebemos que mes-mo lutando contra, a mídia tem o poder de nos manipular. Além disso, percebe-mos o quanto a Fetaemg desempenha um papel essencial na vida dos campo-neses, não só trabalhadores, visto que de-sempenha um papel muito importante no âmbito educacional também. Nosso maior interesse é na área educacional, devido ao fato de sermos graduandas de pedagogia. Porém, conseguimos absor-

ver muito além do âmbito educacional”, explica a estudante Anna Carolina Leal.

De acordo com o presidente da Fe-taemg, Vilson Luiz da Silva, esse contato com os estudantes do curso de peda-gogia da UFMG é uma oportunidade para divulgar, no espaço acadêmico, os trabalhos e o compromisso da Fe-deração com os trabalhadores e traba-lhadoras rurais. “Acreditamos ser muito importante a presença da Fetaemg nas Universidades, que podem se tornar aliadas na luta em prol dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, além de auxiliar pesquisas na área que possam trazer benefícios para as famí-lias rurais”, ressalta.

O Crédito Fundiário foi um dos assuntos em pauta

Estudantes conhecem atuação da Fetaemg

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4 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

Fetaemg adere à luta contra perdas de direitos trabalhistase realiza encontro com assalariados rurais em BH

No dia (29/05) em que o Brasil parou para manifestar contra os PL de conver-são 3/2015 (MP 665/2014) e PL de con-versão 4/2015 (MP 664) e contra o PL 4330, da terceirização, a Fetaemg aderiu à luta e realizou em Belo Horizonte, en-tre os dias 28 e 29 de maio, um encontro com dirigente sindicais com o objetivo de debater sobre os prejuízos causados aos trabalhadores com a redução de di-reitos trabalhistas e previdenciários.

“A situação atual impõe ao Movimen-to Sindical uma mudança de postura. O que está se vendo claramente é que o trabalhador mais uma vez será prejudi-cado, pois direitos duramente conquis-tados podem se perder. Mais do que nunca, o Movimento Sindical tem que se unir e estar preparado para defender os direitos dos trabalhadores. É desafio encarar essa briga, essa luta e espero que esse encontro sirva para darmos um passo importante para defender os di-reitos dos trabalhadores”, é o que afirma o diretor de Assalariados Rurais da Feta-emg, Pedro Mário Ribeiro.

A abertura do encontro contou com a participação do diretor de Política Agrí-cola e Cooperativismo Marcos Vinícius, da diretora de Finanças da Fetaemg, Maria Rita Fernandes, e representantes da Central dos Trabalhadores e Traba-lhadoras do Brasil (CTB): José Antônio de Lacerda, representando a CTB Minas e Kátia Gaivoto da CTB Nacional, que ressaltou a importância do Movimento

Sindical estar mais unido para enfrentar os desafios com uma postura mais firme e com uma visão política mais crítica.

Em seu discurso de abertura, O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, destacou a significativa repre-sentatividade dos assalariados rurais no Movimento Sindical, reafirmando o compromisso da Fetaemg em lutar pelos interesses da categoria, citando como exemplo, as mobilizações de mas-sa que resultaram em conquistas histó-ricas, como a inclusão dos trabalhadores rurais no regime geral da previdência social. “Não podemos mais aceitar que trabalhadores e trabalhadoras percam

direitos que foram conquistados ao lon-go da história, por meio de grandes lutas e greves que o Movimento Sindical pau-tou no seu dia a dia. Essas lutas propicia-ram ao Movimento visibilidade notável pela postura ética e compromisso com a classe. E nesse momento, em pleno século XXI, acompanhamos com muita preocupação a postura do Congresso Nacional votando contra medidas que tiram direitos dos trabalhadores.”

Após a abertura do evento, o profes-sor do Centro de Estudos Sindicais (CES), José Geraldo de Santana, e também vice-presidente da CTB Goiás, iniciou sua apresentação sobre o Projeto de

Lei 4330 e sobre as MP’s 664 e 665. Para chamar a atenção dos dirigentes sindi-cais sobre os prejuízos causados com a reforma trabalhista, o professor fez um breve histórico das conquistas, come-çando pelo Estatuto do Trabalhador, regulamentado em 1973. “As Medidas Provisórias 664 e 665 representam um colossal retrocesso social. Elas alteram o seguro desemprego, a pensão por mor-te, o abono salarial, por exemplo. São direitos essenciais para o trabalhador e notadamente no Brasil que tem alta ro-tatividade da mão de obra. E agora essa mudança, sobretudo no seguro desem-prego vai representar a exclusão de mais de 8 milhões de trabalhadores nesse di-reito, que é essencial.”

O professor argumentou ainda que, caso o PL 4330 seja convertido em lei, será a maior derrota da história do Mo-vimento Social Brasileiro, e represen-tará no mínimo um retrocesso de 100 anos na trajetória de conquistas dos trabalhadores no Brasil.

Além da reforma trabalhista, os par-ticipantes debateram sobre acordos e convenções coletivas de trabalho e sobre importância dos assalariados no Movimento Sindical. Ao final, ficou de-finida a construção do Coletivo de As-salariados Rurais com representantes em todas as regiões do Estado com a função de propor, junto com o Depar-tamento de Assalariados da Fetaemg, ações em benefício à categoria.

De acordo com sindicalistas, não há dúvidas que de que o trabalha-dor rural será o maior prejudicado caso o Projeto de Lei 4330 que regu-lamenta contratos de terceirização seja aprovado na íntegra. E vários são os motivos para tal afirmação: aumento da informalidade, que já está entre as maiores na ativida-de rural; legalização da figura do “gato” como intermediador de mão de obra; redução da capacidade da fiscalização desempenhar suas fun-ções; e, por fim, demissões em mas-sa poderão ocorrer.

Em virtude da precarização que a terceirização propicia às relações de trabalho, a informalidade na área rural tende a piorar ainda mais.

O Movimento Sindical dos Trabalha-dores e das Trabalhadoras Rurais (MST-

TR) sempre empreendeu uma luta con-tra esse aliciamento de mão de obra assalariada e, ao terceirizar a atividade fim, os “gatos” irão se multiplicar.

Na avaliação de sindicalistas, caso o Projeto de Lei seja aprovado, a legisla-ção trabalhista irá retroagir em muitos anos de lutas e conquistas trabalhistas.

PONTOS POLêMICOSO projeto de lei envolve grandes

polêmicas: a abrangência das terceiri-zações tanto para as atividades-meio como atividades-fim; obrigações tra-balhistas serem de responsabilidade somente da empresa terceirizada – a contratante tem apenas de fiscalizar; a representatividade sindical, que passa a ser do sindicato da empresa contrata-da e não da contratante; e a terceiriza-ção no serviço público.

Trabalhador rural está entre os mais prejudicados

com a terceirização

Professor do CES fala sobre prejuízos aos trabalhadores com as MP’s

Presidente Vilson Luiz defende liberação de recursos para

Programas que estão paralisados

Durante a realização do ciclo de debates sobre a elaboração do Plano Plurianual 2016-2019 da região sudes-te, em 29 de maio, em Belo Horizonte, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva defendeu a liberação de re-cursos para os Programas importantes, como o Programa de Habitação Rural e o Plano Safra 2015/2016, e enfatizou que muitas famílias no meio rural ne-

cessitam desses programas para terem melhor qualidade de vida.

O evento, que contou com a presen-ça do ministro Miguel Rosseto, a Secre-taria Geral da Presidência da República, teve o objetivo de aprofundar os desa-fios e as propostas de cada região do país para o PPA 2016-2019, além de am-pliar a participação social nas políticas e ações do governo brasileiro.

PNHR foi um dos programas defendidos pelo presidente

Com o objetivo de formar multiplica-dores para levar a formação até a base, elevando o nível de consciência política da classe trabalhadora, além de preparar as lideranças sindicais para o enfrenta-mento político necessário para avançar nas conquistas, a Fetaemg realizou, em Belo Horizonte, no período de 27 a 30 de abril, o primeiro módulo do curso de for-mação sindical. “A formação tem que ser vista como um investimento, que é o “car-ro chefe” do Movimento Sindical de Traba-lhadores e Trabalhadoras Rurais. Com esse curso, estamos iniciando um novo tempo”, destacou o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, ao fazer a abertura do curso. Ele lembrou ainda que a iniciativa é resul-tado de uma determinação congressual.

O Projeto de Formação teve início em março, ocasião em que a Fetaemg reuniu-se com o Centro de Estudos Sindicais (CES) e com dirigentes e funcionários dos Sindicatos para construírem, de forma coletiva, o seu Projeto Político de Forma-ção da Fetaemg. Na ocasião, as opiniões e expectativas dos dirigentes, assessores e funcionários dos STRs foram acolhidas pelos membros do CES para a construção

Fetaemg dá um passo importante na formação política e sindical

Presidente Dilma sanciona com vetos MP que limita acesso ao

seguro-desempregoA MP também trata do acesso ao

abono salarial e do seguro-defeso

Page 5: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de ... · sobre Direito Agrário para tratar de temas relacionados à regularização fundiária, Programa Nacional de Crédito

Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 5Fetaemg adere à luta contra perdas de direitos trabalhistas

e realiza encontro com assalariados rurais em BHLei 4330 e sobre as MP’s 664 e 665. Para chamar a atenção dos dirigentes sindi-cais sobre os prejuízos causados com a reforma trabalhista, o professor fez um breve histórico das conquistas, come-çando pelo Estatuto do Trabalhador, regulamentado em 1973. “As Medidas Provisórias 664 e 665 representam um colossal retrocesso social. Elas alteram o seguro desemprego, a pensão por mor-te, o abono salarial, por exemplo. São direitos essenciais para o trabalhador e notadamente no Brasil que tem alta ro-tatividade da mão de obra. E agora essa mudança, sobretudo no seguro desem-prego vai representar a exclusão de mais de 8 milhões de trabalhadores nesse di-reito, que é essencial.”

O professor argumentou ainda que, caso o PL 4330 seja convertido em lei, será a maior derrota da história do Mo-vimento Social Brasileiro, e represen-tará no mínimo um retrocesso de 100 anos na trajetória de conquistas dos trabalhadores no Brasil.

Além da reforma trabalhista, os par-ticipantes debateram sobre acordos e convenções coletivas de trabalho e sobre importância dos assalariados no Movimento Sindical. Ao final, ficou de-finida a construção do Coletivo de As-salariados Rurais com representantes em todas as regiões do Estado com a função de propor, junto com o Depar-tamento de Assalariados da Fetaemg, ações em benefício à categoria.

Presidente Vilson Luiz defende liberação de recursos para

Programas que estão paralisados

PNHR foi um dos programas defendidos pelo presidente

Com o objetivo de formar multiplica-dores para levar a formação até a base, elevando o nível de consciência política da classe trabalhadora, além de preparar as lideranças sindicais para o enfrenta-mento político necessário para avançar nas conquistas, a Fetaemg realizou, em Belo Horizonte, no período de 27 a 30 de abril, o primeiro módulo do curso de for-mação sindical. “A formação tem que ser vista como um investimento, que é o “car-ro chefe” do Movimento Sindical de Traba-lhadores e Trabalhadoras Rurais. Com esse curso, estamos iniciando um novo tempo”, destacou o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, ao fazer a abertura do curso. Ele lembrou ainda que a iniciativa é resul-tado de uma determinação congressual.

O Projeto de Formação teve início em março, ocasião em que a Fetaemg reuniu-se com o Centro de Estudos Sindicais (CES) e com dirigentes e funcionários dos Sindicatos para construírem, de forma coletiva, o seu Projeto Político de Forma-ção da Fetaemg. Na ocasião, as opiniões e expectativas dos dirigentes, assessores e funcionários dos STRs foram acolhidas pelos membros do CES para a construção

do Projeto, resultando na realização do primeiro módulo do curso.

Ao longo do ano acontecerão mais quatro módulos, com aulas ministradas por uma equipe do CES, que por meio da sua escola nacional, presta assessoria de planejamento estratégico para entidades sindicais. Além do estadual, o curso acon-tecerá a nível regional e municipal.

No primeiro módulo, as atividades ti-veram início com a apresentação do per-fil dos participantes do curso, a partir de uma pesquisa feita pelos coordenadores. Foram apresentados, por exemplo, os há-bitos de leitura, a participação em cursos, além de experiências na área de formação sindical. A proposta foi chamar a atenção para alguns aspectos que deverão ser ob-servados no decorrer do curso, especial-mente o hábito de leitura.

Os trabalhos prosseguiram com a uma análise feita pelo professor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral sobre a conjuntura política no Brasil.

Foram quatro dias de atividades, que abordaram ainda os temas: trabalho e educação; concepções sindicais; comuni-cação sindical; direitos trabalhistas e sin-

dicais; oratória. Também fez parte da pro-gramação uma visita ao Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte.

Segundo a diretora de comunicação do CES, Kátia Gaivoto, que é também secretária-geral adjunta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o convênio entre o CES e a Fetae-

mg dá um grande passo na formação dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. “Es-peramos contribuir para que esses sindi-calistas que estão participando do curso possam compreender cientificamente, ou seja, ler e ter um conhecimento mais cien-tífico para melhorar a sua abordagem no enfrentamento do dia a dia”.

Fetaemg dá um passo importante na formação política e sindical

Representantes de todas as regiões do Estado participam da iniciativa

A presidente Dilma Rousseff san-cionou a Medida Provisória nº 665, que restringe o acesso a direitos trabalhistas como o seguro-desemprego, o abono salarial e o seguro-defeso. A MP, aprova-da no final de maio pelo Senado, foi ago-ra convertida na Lei 13.134, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 17 de junho, e sancionada com dois vetos.

A presidente manteve a mudança fei-ta na MP pela Câmara dos Deputados que reduziu de 18 para 12 meses de trabalho o período de carência para o primeiro pe-dido de seguro-desemprego, e de 12 para 9 na segunda requisição do auxílio.

O primeiro veto foi feito ao artigo que concedia ao trabalhador rural desem-pregado, dispensado sem justa causa o direito ao seguro-desemprego se tivesse recebido salários relativos a cada um dos seis meses imediatamente anteriores à data da dispensa. Também dava direito ao benefício ao trabalhador rural que ti-vesse sido empregado durante pelo me-nos 15 meses nos últimos 24 meses.

Segundo as razões do veto, “a medi-da resultaria em critérios diferenciados, inclusive mais restritivos, para a percep-ção do benefício do seguro-desemprego pelo trabalhador rural, resultando em quebra da isonomia em relação ao tra-balhador urbano”. Outra razão dada pelo governo para o veto é que a proposta não traz parâmetros acerca dos valores e do número de parcelas a serem pagas, o que inviabilizaria a execução.

O segundo veto foi acordado com o Senado, durante a votação. A presidente vetou o inciso 1º do artigo 9º que trata do pagamento abono salarial. Na razão do veto, a presidente esclarece que ele “decorre de acordo realizado durante a tramitação da medida no Senado Fe-deral, o que deixará a questão para ser analisada pelo Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado pelo Decre-to 8.443, de 30 de abril de 2015”.

Essa é a primeira medida provisória do ajuste fiscal sancionada pelo governo.

Presidente Dilma sanciona com vetos MP que limita acesso ao

seguro-desempregoA MP também trata do acesso ao

abono salarial e do seguro-defeso

Trabalhadores rurais acampados da re-forma agrária movimentaram o município de Jordânia, no Vale do Jequitinhonha, no dia 15 de maio, para protestar contra os conflitos que vêm acontecendo no Acam-pamento Vida Nova. O presidente Vilson Luiz da Silva, diretores e assessores da Fe-taemg coordenaram a mobilização junto com representantes do Sindicato de Tra-balhadores Rurais de Jordânia. Represen-tantes do Incra e da Comissão Pastoral da Terra estiveram presentes.

O acampamento Vida Nova foi monta-do há seis anos, onde atualmente vivem 23 famílias que ocupam uma área em torno de 918 hectares. De acordo com o Sindicato, essas famílias vêm sofrendo ameaças que

se intensificaram desde 2013. Conforme as denúncias apresentadas, barracos foram queimados e os acampados vêm sofrendo ameaças de morte. Apesar de denunciarem às autoridades competentes, as ameaças continuam e mais casas foram queimadas.

Há o temor que uma tragédia maior possa acontecer caso nenhuma medida seja tomada. As famílias acampadas es-peram que haja uma investigação para os crimes e que a área seja regularizada.

Desde o início, a situação vem sendo acompanhada pela Fetaemg, que já acio-nou os órgãos competentes para solucio-nar os conflitos e também o Incra para regularizar a situação dos acampados, transformando a área em assentamento.

Trabalhadores protestam contra conflitos em acampamento

Manifestação reuniu famílias do acampamento Vida Nova

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6 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

II módulo do curso de formação tem foco na construção do

método pedagógico

Dando continuidade ao processo de formação político-sindical, a Fetaemg realizou, em Belo Horizonte, de 08 a 12 de junho, o segundo módulo do curso com foco na construção do método pe-dagógico. “Nesse módulo trabalhamos o materialismo histórico-crítico. Pega-mos elementos da própria vivência dos sindicalistas, para, a partir daí, apre-sentarmos elementos científicos para melhoria de sua ação sindical. Durante o curso trabalhamos isso didaticamen-te, ou seja, como colocar esse método em prática numa sala de aula, num am-biente formativo”, explica a diretora de comunicação do Centro de Estudos Sin-dicais (CES) Kátia Gaivoto.

O curso se estrutura em cinco mó-dulos que acontecerão ao longo do ano, com uma carga horária de 236 horas/aula. Toda a parte pedagógica é coordenada pelo Centro de Estudos Sindicais (CES).

De acordo com Gaivoto, o projeto da Fetaemg visa, num outro momen-to, a formação regional e municipal, colocando em prática o método peda-gógico construído durante o curso, que poderá ser adaptado de acordo com as especificidades de cada região. A ex-pectativa é que, ao término dos cinco módulos do curso, seja criado o grupo de formadores de Minas Gerais, levan-do em conta a realidade do Estado, sem desconsiderar as especificidades das regiões. “A ideia é que esses formado-

res estejam preparados, com conhe-cimento científico, com concepções e método que o Movimento Sindical defende, para poderem, em ambiente formativo, passar o conteúdo de forma segura e tranquila, levando ao traba-lhador o conhecimento da realidade para melhorar a ação sindical naquela região ou município, explica.

O presidente Vilson Luiz da Silva, diz que a formação e a qualificação de lideranças tem sido uma das metas da Federação e o curso vem para reafirmar esse compromisso. “Estamos vivendo um novo tempo no Movimento Sindi-cal de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em Minas Gerais. A proposta de construir seu próprio projeto de for-mação política foi aprovada em seu 9º Congresso diante da necessidade de redirecionar os rumos de formação no Movimento Sindical”.

O segundo módulo do curso teve início com uma conferência sobre “A Pedagogia Histórico-Crítica e o papel da transformação da educação” mi-nistrada pela pedagoga mestre em supervisão escolar e doutora em His-tória e Filosofia pela PUC-SP., Nereide Saviani. A programação prosseguiu com aulas sobre como fazer a análise de conjuntura; materialismo históri-co-dialético; ideologia e dominação; didática da pedagogia histórico-críti-ca, e ainda exibição de filmes e semi-nário de leitura.

Aproximadamente dois mil traba-lhadores e trabalhadoras rurais, mobi-lizados pela Fetaemg, participaram em Brasília, da 21ª edição do Grito da Terra Brasil para apresentar ao Governo uma pauta específica com reivindicações de Minas Gerais. A pauta foi direcionada ao Incra e aos Ministérios do Desenvol-

Negociações da pauta de reivindicações de Minas no Grito da Terra Brasil tem balanço positivo

Delegação mineira reuniu cerca de dois mil trabalhadores em Brasília

A Contag, Federações e Sindicatos já estão no ritmo da 5ª Marcha das Marga-ridas, maior ação da América Latina prota-gonizada pelas mulheres, que acontecerá nos dias 11 e 12 de agosto de 2015. Sob o lema “Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualda-de e Liberdade”, as mulheres estarão nas ruas mais uma vez para protestar contra as desigualdades sociais; denunciar to-das as formas de violência, exploração e dominação e apresentar propostas para avançar na construção da democracia e da igualdade para as mulheres.

AGENDA DA MARCHADesde março, iniciaram as ações

de mobilização, formação e divulga-ção das Marcha. Iniciaram também as Caravanas das Margaridas para deba-te da plataforma política e constru-ção da pauta. Em maio, aconteceram as marchas estaduais e encontros regionais para sistematização das rei-vindicações. Já em junho, fechamen-to e entrega da pauta ao Executivo, Legislativo e Judiciário.

Por fim, em agosto, o grande mo-mento da realização da Marcha das Margaridas nos dias 11 e 12, com a participação de 100 mil mulheres. Será um momento fundamental para que as mulheres se reúnam em suas comu-

nidades, discutam quais os impactos do desenvolvimento em sua região e como este processo tem atingido a vida das mulheres. Além disso, as mulheres avaliarão como as políticas públicas es-tão chegando aos seus municípios e se, efetivamente, estão acontecendo na vida das companheiras.

MINAS NO RITMO DA MARCHAEm abril, aconteceu a 5ª Marcha do

Coletivo de Mulheres do Norte de Minas, que reuniu em Varzelândia, cerca de duas mil mulheres com o objetivo de fazer o lançamento regional da Marcha das Mar-garidas e a IV Ação Internacional da Mar-cha Mundial de Mulheres para chamar a atenção para as causas que oprimem e discriminam as mulheres. Foi realizada ainda, uma feira de produtos agroartesa-nais para a venda e divulgação do poten-cial de produção de grupos de mulheres.

Já em Guanhães, aconteceu, em maio, a primeira Marcha das Margaridas com a participação de cerca de 600 mulheres rurais da região do Alto Doce. De acordo com a coordenadora Estadual, Alaíde Ba-getto, o objetivo foi dar maior visibilidade à organização das mulheres, e principal-mente, divulgar as bandeiras de luta das trabalhadoras, como por exemplo, na reforma agrária, na questão da violência contra a mulher e na autonomia produti-va e econômica das mulheres.

Marcha das Margaridas

Duas importantes atividades movi-mentaram a rotina de jovens rurais no Estado: os Festivais Estadual e Nacional da Juventude Rural. O primeiro que aconte-ceu em março, no município de Sarzedo, próximo a Belo Horizonte, teve a partici-pação de aproximadamente 500 jovens rurais de todas as regiões do Estado para debaterem sobre políticas públicas, suces-são rural e acesso à terra, por exemplo.

Um dos desafios, segundo a coorde-nadora Estadual da Comissão de Jovens Trabalhadores Rurais/Fetaemg, Marilene Faustino, é formular estratégias para que a juventude tenha qualidade de vida no meio rural, com acesso irrestrito às polí-ticas públicas e que seja reconhecida e valorizada, não apenas pelas atividades produtivas que desenvolve, mas enquan-to sujeito que tem um papel fundamental no desenvolvimento do meio rural.

Jovens cobram dos governos melhorias no campo durante Festivais

Marcha de mulheres em Guanhães

Marcha de mulheres em Varzelândia

Pedagoga fala sobre o papel da transformação da educação

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Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 7

Aproximadamente dois mil traba-lhadores e trabalhadoras rurais, mobi-lizados pela Fetaemg, participaram em Brasília, da 21ª edição do Grito da Terra Brasil para apresentar ao Governo uma pauta específica com reivindicações de Minas Gerais. A pauta foi direcionada ao Incra e aos Ministérios do Desenvol-

vimento Agrário e do Trabalho. No MDA e Incra a Fetaemg cobrou, por exemplo, uma agenda de uma equipe do Incra Na-cional em Minas Gerais para negociar a pauta de reivindicações de cada região do Estado. Já no Ministério do Trabalho a reivindicação foi por maior agilidade nos registros sindicais para dar legitimi-

dade aos Sindicatos para representarem a categoria.

“Apresentamos ao Governo uma pau-ta “enxuta”, com os principais gargalos que estão acontecendo no Estado, prin-cipalmente em áreas de acampamentos e assentamentos da reforma agrária. Conse-guimos acordar com o Ministério do De-senvolvimento Agrário e com o Incra uma agenda em Minas Gerais para negociar as reivindicações específicas de cada região do Estado”, explica o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva. Ele destaca ainda que a reforma agrária foi também o ponto principal da pauta de reivindicações.

Já no Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE), Vilson explica que as ne-gociações também foram positivas. “Atualmente 73 Sindicatos de Traba-lhadores Rurais de Minas Gerais estão aguardando para conseguirem o re-gistro para funcionarem legalmente. O ministro Manoel Dias garantiu que será montada uma força tarefa para agilizar os registros sindicais. A Fetaemg tam-bém apresentou como demanda a rea-lização de concurso público para con-

tratação de mais auditores fiscais do trabalho”, explica.

Na avaliação geral do Grito da Terra Brasil, Vilson diz que ainda é cedo para fa-zer uma avaliação dos resultados, pois as negociações com o Governo continuam.

O Grito da Terra Brasil deste ano teve como tema principal “Desenvolvimento Rural Sustentável com garantia de Direi-tos e Soberania Alimentar”. As negocia-ções com o Governo vêm acontecendo deste abril, quando a Contag, junto com representantes da Fetaemg e de demais Federações, entregaram à presidente Dilma Roussef uma pauta com um con-junto de reivindicações que permite construir uma agenda positiva para o crescimento da economia com distribui-ção de renda, que passa pela ampliação do orçamento público para o investi-mento em políticas públicas estruturan-tes para superar pobreza, as desigualda-des sociais e ampliar e universalizar os direitos de oportunidades e igualdades para os sujeitos construírem cidadania, viverem e trabalharem com dignidade e qualidade de vida no meio rural.

Negociações da pauta de reivindicações de Minas no Grito da Terra Brasil tem balanço positivo

Delegação mineira reuniu cerca de dois mil trabalhadores em Brasília

Marcha das Margaridas

Duas importantes atividades movi-mentaram a rotina de jovens rurais no Estado: os Festivais Estadual e Nacional da Juventude Rural. O primeiro que aconte-ceu em março, no município de Sarzedo, próximo a Belo Horizonte, teve a partici-pação de aproximadamente 500 jovens rurais de todas as regiões do Estado para debaterem sobre políticas públicas, suces-são rural e acesso à terra, por exemplo.

Um dos desafios, segundo a coorde-nadora Estadual da Comissão de Jovens Trabalhadores Rurais/Fetaemg, Marilene Faustino, é formular estratégias para que a juventude tenha qualidade de vida no meio rural, com acesso irrestrito às polí-ticas públicas e que seja reconhecida e valorizada, não apenas pelas atividades produtivas que desenvolve, mas enquan-to sujeito que tem um papel fundamental no desenvolvimento do meio rural.

Presente no Festival Estadual, a secre-tária Nacional da Juventude Trabalhado-ra Rural da Contag, Mazé Morais, lançou como desafio a sucessão rural, e destacou as conquistas do MSTTR, como o Pronaf Jovem, mas ressaltou que “não adianta ter as políticas públicas se elas não chegam aos jovens. É preciso discutir também a re-forma agrária, a redução das desigualda-des sociais e a democratização dos meios de comunicação.”

O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, destacou a necessidade de garantir o acesso dos jovens às po-líticas públicas hoje existentes, o que segundo o dirigente, é uma forma de manter a juventude no meio rural. Vil-son afirmou ainda que é importante que os jovens entendam que precisam estar mais próximos do Movimento Sindical e aderir à luta dos trabalha-dores e trabalhadoras rurais, pois a juventude é peça fundamental para garantir o sucesso nas conquistas. “Te-mos um grande desafio de chamar es-ses jovens para dentro dos Sindicatos para fortalecer a nossa luta.”

Durante o Festival aconteceram oficinas temáticas sobre educação do campo; cooperativismo; terra, água, agroecologia; reforma agrária e su-cessão rural; saúde, música, cultura e comunicação, além de competições entre os jovens em modalidades es-portivas, como futebol, natação, pete-ca, sinuca, dentre outras.

O evento foi encerrado com elabora-ção de uma carta entregue ao Governo Estadual chamando a atenção para ne-cessidade de construir uma plataforma de debate sobre políticas públicas para juventude rural.

FESTIVAL NACIONALA delegação mineira movimentou a

capital federal cobrando do Governo me-lhores condições para a permanência do jovem no meio rural. O Festival contou com a participação de cerca de cinco mil jovens de todas as regiões do país.

Como respostas à pauta de reivindi-cações, o Governo se comprometeu em publicar o edital da Juventude Rural com

a finalidade destinar R$ 5 milhões do fun-do social para projetos de cooperativas e associações de jovens voltados para Pro-dução, beneficiamento ou comercializa-ção de produtos agrícolas e não agrícolas; prestação de serviços e turismo rural. Em nome do Governo Federal o ministro Pa-trus Ananias também prometeu à juven-tude rural que até o final do governo da presidente Dilma todos e todas que vivem debaixo da lona, ao todo cerca de 200 mil trabalhadores rurais serão assentados.

Durante o Festival aconteceram pa-lestras e seminários abordando ques-tões estruturantes para a qualidade de vida da juventude rural, além de ativida-des culturais e esportivas.

Jovens cobram dos governos melhorias no campo durante Festivais

Minas Gerais foi uma das maiores delegações presentes no festival

Festival Estadual

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8 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

Após intensas mobilizações e inter-venções da Fetaemg e de Sindicatos de Trabalhadores Rurais junto ao Governo do Estado, agricultores familiares e assenta-dos da reforma agrária comemoram uma importante conquista: a criação da Secre-taria Estadual de Desenvolvimento Agrá-rio (Seda). Durante votação do Projeto de Lei (PL) 5.706/15, na Assembleia Legis-lativa de Minas Gerais (ALMG) a Fetaemg mobilizou um grande grupo de lideranças sindicais e agricultores que ocuparam as galerias da Assembleia com faixas e dize-res manifestando apoio à aprovação da criação da Secretaria.

As mobilizações e articulações junto ao Governo do Estado deram certo, e agora a

agricultura familiar dá um passo importante rumo ao desenvolvimento e à valori-zação dos agricultores e agri-cultoras familiares.

O presidente da Fetae-mg, Vilson Luiz da Silva, diz que essa era uma reivindi-cação antiga da Fetaemg, apoiada pelos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, agricultores e assentados da reforma agrária. “A agri-cultura familiar é respon-

sável por mais de 70% da produção de alimentos no Brasil. Devido à sua signifi-cativa contribuição no cenário econômico brasileiro é fundamental que tenha uma Secretaria específica, que possa trabalhar pelo desenvolvimento e fortalecimento da agricultura familiar mineira”, ressalta.

Apesar da significativa conquista, Vil-son diz que essa foi apenas a primeira eta-pa do processo. A segunda etapa será a destinação de orçamento para a secretaria. “Sem recursos não conseguiremos avançar nas discussões e implementações de po-líticas e iniciativas que o trabalhador rural necessita. De que adianta a secretaria se ela não tem verba. Então, nossa luta continua.

Vamos continuar pressionando”, garante. Com a criação da Secretaria ficou esta-

belecida a transferência para ela das com-petências relativas à agricultura familiar e à regularização fundiária, antes vincula-das à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Tam-bém é transferida da Seapa para a Seda a Fundação Ruralminas.

O secretário de Estado de Desenvol-vimento Agrário, Glênio Martins, diz que uma das prioridades da Secretaria é a re-gularização fundiária, que segundo ele, há três anos o Estado não entrega nenhum título de regularização fundiária rural. “Detectamos que o ponto mais crítico do desenvolvimento agrário e da agricultura familiar no Estado é a regularização fundi-ária. Paralelo a isso, o Ministério do Desenvolvimento Agrário suspendeu a contratação de novas operações do Crédito Fundiário. Resumindo, o aces-so à terra e à regularização fundiária em Minas Gerais está paralisado. Inicialmente vamos concentrar energia nisso, mas entendemos que são processos complexos. Vamos fazer nosso papel.” Apesar das dificuldades,

o secretário afirmou que o Estado aumen-tou o orçamento para a regularização fun-diária e está contratando mais técnicos.

O apoio à comercialização é outra meta de trabalho apontada pelo secre-tário, especialmente por meio do Pro-grama de Aquisição de Alimentos, o PAA Estadual. Em relação ao Programa Na-cional de Alimentação Escolar (PNAE), Glênio afirma que Minas Gerais não consegue executar 10% dos recursos disponíveis, pelo fato de ser uma região com uma demanda muito grande por produtos da agricultura familiar. Uma das prioridades é fortalecer o transpor-te intermunicipal “Vamos fortalecer a comercialização, agregando valor às agroindústrias.”

Agricultura familiar mineira tem importante conquista com a criação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário

Encontro debate sobre estratégias para ampliar o acesso de agricultores às políticas públicas

Com o objetivo debater sobre os progra-mas de governos direcionados à agricultura familiar e traçar um diagnóstico das dificul-dades enfrentadas pelos agricultores no mo-mento de acessar as políticas públicas, a Fe-taemg realizou, em Belo Horizonte, nos dias 18 e 19 de março, o Encontro Estadual de Política Agrícola e Cooperativismo. “A nossa intenção é, a partir dos debates, construir es-tratégias para fazer com que as políticas pú-blicas hoje existentes cheguem ao campo. Pelo fato da agricultura familiar ter um papel de destaque na produção de alimentos, po-deríamos estar num patamar mais avança-do, caso todos os agricultores conseguissem acessar os programas dos governos”, explica o diretor de Política Agrícola e Cooperativis-mo da Fetaemg, Marcos Vinícius.

Após a abertura oficial que contou com representantes dos Governos Muni-cipal, Estadual e Federal, além de entida-de parceiras, aconteceu o lançamento da 9ª edição da Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais (AgriMinas).

O primeiro dia de atividades foi mar-cado pela assinatura do convênio “Cor-respondente Bancário” entre a Fetaemg e o Banco do Brasil com o objetivo de facilitar e ampliar o acesso dos agricul-tores aos recursos do Pronaf.

O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, ressalta a importância do even-to, pois, além das políticas públicas, teve a proposta de debater sobre questões que estão diretamente ligadas ao dia a dia do agricultor familiar, como o cooperativismo e o cadastro ambiental rural. Foco dos debates foi para o acesso dos agricultores às políticas públicas