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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4486 • Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 10 PATACAS PUB Importação de aves retomada amanhã Duas quintas de Zhuhai voltam amanhã a fornecer aves de capoei- ra a Macau. As vendas reiniciam- -se no dia seguinte com medidas de prevenção reforçadas. Pág. 6 Chui Sai On elogia papel da imprensa A imprensa “é essencial” na co- municação entre o Governo e a sociedade, frisou ontem Chui Sai On, num encontro com responsá- veis dos media em língua portu- guesa e inglesa. Pág. 2 FOTO JTM Associação pede mais apoio a autistas A Associação de Autismo de Ma- cau tem dois pedidos e um apelo para melhorar a vida das crianças que sofrem com essa perturbação de desenvolvimento. Pág. 11 RAEM precisa de adoptar “cultura de arbitragem” Pág. 3 FERNANDO DIAS SIMÕES INSPIROU-SE NO FÓRUM MACAU E VAI LANÇAR OBRA SOBRE O TEMA Arquitectura e sustentabilidade em conferência Pág. 9 Alunos bons a Matemática e a resolver problemas Pág. 5 “Macau Water” lucrou 54 milhões em 2013 A “Macau Water” registou lu- cros de 53,56 milhões de pata- cas em 2013, um ano em que o consumo de água chegou aos 78.45 milhões de metros cúbicos, mais 4.2% do que em 2012. Em comunicado, a em- presa indicou ainda que das receitas totais contabilizadas no ano transacto, 48.02 mi- lhões foram alcançadas atra- vés do serviço de fornecimen- to de água. O sector comercial e industrial foi o que registou a maior fatia com 50,77% nos consumos de água, enquanto que o sector doméstico ficou- -se pelos 42,72%. Os restantes 6,51% de consumo pertence- ram à Administração Pública. No ano passado, o investi- mento global da “Macau Wa- ter” ascendeu aos 61 milhões de patacas, mais dez milhões que o valor inicialmente pre- visto. A concessionária recor- dou ainda que em 2013 ini- ciou o projecto de construção de uma unidade de tratamen- to de águas que terá um custo aproximado de 100 milhões de patacas. Esta unidade vai aumentar a capacidade de produção de água em cerca de 390 mil metros cúbicos por dia. A construção de mais infra-estruturas, prevista num plano de desenvolvimento da companhia para os próximos dez anos, é justificada por causa do rápido desenvolvi- mento urbano de Macau. Pág. 8 Receitas brutas do Jogo cresceram 13% em Março e SJM recuperou liderança Última Chefe dá prazo de duas semanas para ver medidas de combate à poluição em Ka Ho

FERNANDO DIAS SIMÕES INSPIROU-SE NO FÓRUM MACAU … · mento da RAEM, com a tomada de pos - se do novo Governo, a 20 de Dezembro. ... Durante o encontro anual com os media em português

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4486 • Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 10 PATACAS

PUB

Importação de aves retomada amanhãDuas quintas de Zhuhai voltam amanhã a fornecer aves de capoei-ra a Macau. As vendas reiniciam--se no dia seguinte com medidas de prevenção reforçadas. Pág. 6

Chui Sai On elogiapapel da imprensaA imprensa “é essencial” na co-municação entre o Governo e a sociedade, frisou ontem Chui Sai On, num encontro com responsá-veis dos media em língua portu-guesa e inglesa. Pág. 2

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JTM

Associação pedemais apoio a autistasA Associação de Autismo de Ma-cau tem dois pedidos e um apelo para melhorar a vida das crianças que sofrem com essa perturbação de desenvolvimento. Pág. 11

RAEM precisa de adoptar“cultura de arbitragem” Pág. 3

FERNANDO DIAS SIMÕES INSPIROU-SE NO FÓRUM MACAU E VAI LANÇAR OBRA SOBRE O TEMA

Arquitecturae sustentabilidadeem conferência Pág. 9

Alunos bonsa Matemática e a resolver problemas Pág. 5

“Macau Water”lucrou 54 milhões em 2013A “Macau Water” registou lu-cros de 53,56 milhões de pata-cas em 2013, um ano em que o consumo de água chegou aos 78.45 milhões de metros cúbicos, mais 4.2% do que em 2012. Em comunicado, a em-presa indicou ainda que das receitas totais contabilizadas no ano transacto, 48.02 mi-lhões foram alcançadas atra-vés do serviço de fornecimen-to de água. O sector comercial e industrial foi o que registou a maior fatia com 50,77% nos consumos de água, enquanto que o sector doméstico ficou--se pelos 42,72%. Os restantes 6,51% de consumo pertence-ram à Administração Pública. No ano passado, o investi-mento global da “Macau Wa-ter” ascendeu aos 61 milhões de patacas, mais dez milhões que o valor inicialmente pre-visto. A concessionária recor-dou ainda que em 2013 ini-ciou o projecto de construção de uma unidade de tratamen-to de águas que terá um custo aproximado de 100 milhões de patacas. Esta unidade vai aumentar a capacidade de produção de água em cerca de 390 mil metros cúbicos por dia. A construção de mais infra-estruturas, prevista num plano de desenvolvimento da companhia para os próximos dez anos, é justificada por causa do rápido desenvolvi-mento urbano de Macau.

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Receitas brutas do Jogo cresceram 13% em Marçoe SJM recuperou liderança

Última

Chefe dá prazo de duas semanaspara ver medidas de combate à poluição em Ka Ho

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02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 02 de Abril de 2014

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Chui Sai On reitera “total apoio” à Escola Portuguesa

O Chefe do Executivo voltou ontem a garantir “total apoio” à manutenção e desenvolvimento da Escola Portuguesa de Macau. No almoço com responsáveis dos órgãos da comunicação social local em língua portuguesa e inglesa, Chui Sai On sublinhou a importância do estabelecimento de ensino para Macau e manifestou o desejo de, no caso de ser reeleito líder do Governo, visitar novamente Portugal com vista a reforçar os laços de cooperação entre a RAEM e Lisboa.

CHUI SAI ON RENOVA APOIO À IMPRENSA

Eleição do Chefe a 31 de AgostoO líder do próximo Governo da RAEM será escolhido no último dia de Agosto, indicou ontem Chui Sai On num almoço com representantes dos media em língua portuguesa e inglesa. O Chefe do Executivo aproveitou a ocasião para voltar a destacar o papel “essencial” da imprensa

O Chefe do Executivo de Macau disse ontem que a eleição do próximo líder do Governo local

será realizada a 31 de Agosto deste ano.Num almoço com a imprensa em

Macau, em português e inglês, Fer-nando Chui Sai On, que cumpre até Dezembro o seu primeiro mandato e que já revelou ser candidato a um novo mandato, salientou que o segundo se-mestre do ano será de intensa activi-dade na cidade. “Em Agosto teremos a eleição do próximo Chefe do Executi-vo”, anunciou.

O líder do Governo só pode ser es-colhido pelos membros da comissão eleitoral dois meses após a eleição des-tes, o que só poderia acontecer depois de 29 de agosto, dado que o colégio que elege o Chefe do Executivo é escolhido a 29 de Junho.

Além da eleição para a chefia do Go-verno, Chui Sai On lembrou ainda que se vão realizar a reunião da APEC (Fó-rum de Cooperação Económica Ásia--Pacífico) em Macau, em Setembro, e a celebração dos 15 anos do estabeleci-mento da RAEM, com a tomada de pos-se do novo Governo, a 20 de Dezembro.

O colégio eleitoral que este ano vai

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GCSeleger o Chefe do Governo de Macau

será composto por 400 membros distri-buídos por quatro sectores, na sequên-cia da reforma política aprovada em 2012 que aumentou em 100 o número de elementos do órgão. O colégio elei-toral é composto por 120 membros do sector industrial, comercial e financeiro, 115 do cultural, educacional, profissio-nal e desportivo, 115 do terceiro sector, incluindo os subsectores do trabalho, serviços sociais e religião; e 50 do quar-to sector, com 22 representantes dos deputados à Assembleia Legislativa, 12 deputados de Macau à Assembleia Na-cional Popular e 12 representantes dos delegados da RAEM na Conferência Consultiva do Povo Chinês.

O número de associações eleitoras na escolha dos membros do Comité de Seleção do Chefe do Executivo é de 825, após terem sido excluídas ou suspensas 65 nos cadernos de recenseamento de 2014.

Com o processo eleitoral já em mar-cha, a Direcção dos Serviços de Iden-tificação alertou ontem as associações ou organizações para formalizarem atempadamente o requerimento para emissão do certificado dos titulares dos

Chefe do Executivo almoçou com responsáveis dos media de línguas portuguesa e inglesa

RAEHK quer acordo sobre extradição com “rapidez” As autoridades de Hong Kong esperam concluir “o mais cedo possível” as negociações com Macau com vista à assinatura de um acordo de extradição, disse o Secretário para a Justiça da região vizinha

O Governo de Hong Kong vai agir de for-ma “expedita” para

tomar providências com vis-ta ao estabelecimento de um acordo para a transferência de fugitivos entre Hong Kong e Macau, afirmou o Secretário para a Justiça da antiga co-lónia britânica, Rimsky Yuen Kwok-keung, citado pelo “South China Morning Post”.

Yuen explicou que os de-partamentos de Justiça das duas regiões estão a trabalhar “no contexto da assistência ju-rídica mútua” e que as nego-

ciações poderão envolver em breve a participação de altos dirigentes de Hong Kong e Macau.

“Por entendermos que tanto os residentes de Macau como de Hong Kong estão preocupados com o assunto, as duas partes esperam de-senvolver todos os esforços para lidar com a questão de uma forma expedita e positi-va”, disse Yuen, ressalvando no entanto que ainda não foi possível definir um calen-dário exacto e que as duas regiões terão de elaborar le-

gislação relacionada com a matéria após a celebração do acordo. Ainda assim insistiu que o Governo de Hong Kong espera “poder concluir a do-cumentação sobre o acordo o mais rápido possível”.

No domingo, a Secretária para a Administração e Justi-ça da RAEM, Florinda Chan, já tinha confirmado que “re-presentantes dos serviços competentes” do território deslocaram-se ao Departa-mento de Justiça da RAEHK para “abordar os trabalhos de cooperação judiciária em ou-

tros casos de matéria penal”. E, em relação a este assunto, “o Governo da RAEM está op-timista”, frisou.

De acordo com um comu-nicado oficial, Florinda Chan afirmou ainda que, nesta fase, as duas regiões “estão a estudar os respectivos docu-mentos de cooperação judi-ciária, no entanto, devido à diferença do sistema dos dois territórios, é preciso celebrar acordos para estipular com clareza a implementação dos trabalhos de cooperação judi-ciária”.

O anúncio da existência de negociações foi feito em Hong Kong dois dias depois dos empresários Joseph Lau e Steven Lo, daquela região, terem sido condenados num dos processos conexos ao de Ao Man Long a uma pena de prisão de cinco anos e três meses, por corrupção activa e branqueamento de capitais. No entanto, a sentença – sujei-ta à apreciação de recursos – poderá ficar por cumprir se os empresários não entrarem em Macau, devido à inexistência de um acordo de extradição.

órgãos sociais para efeitos das eleições do Chefe do Executivo.

Elogios e apoio à imprensa Durante o encontro anual com os

media em português e inglês, o Chefe do Executivo destacou novamente o papel “essencial” da imprensa local na comunicação entre o Governo e a socie-dade, bem como a vontade de disponi-bilizar “mais apoios” aos órgãos de co-municação social.

“A imprensa é essencial na comuni-cação entre o Governo e a sociedade e o Executivo dá grande importância ao pa-pel da comunicação social e às garantias necessárias, nomeadamente a liberdade

de imprensa”, disse Chui Sai On.Para a prossecução da atividade

da imprensa, Chui Sai On manifestou a disponibilidade dos serviços da ad-ministração em conceder mais apoios à comunicação social, nomeadamente através de ações de formação para jor-nalistas.

Por outro lado, sublinhou a inten-ção de manter com a comunicação so-cial uma estreita colaboração através do porta-voz do Governo, um mecanismo liderado por Alexis Tam, chefe do Gabi-nete do Chefe do Executivo, e com pon-tos de ligação em todos os serviços da Administração local.

JTM com Lusa

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Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 03

Nem Hong Kong, nem Singapura, ou mesmo a China e os países lusófonos, têm as vantagens

competitivas que aqui há

FERNANDO DIAS SIMÕES INSPIROU-SE NO FÓRUM MACAU E VAI LANÇAR OBRA SOBRE O TEMA

“É preciso uma cultura de arbitragem”Inspirado na plataforma do Fórum Macau, o professor de Direito da Universidade de Macau, Fernando Dias Simões, vai lançar uma obra sobre a arbitragem comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Na obra, identifica os passos a seguir para a promoção deste meio de resolução de conflitos e o papel importante que Macau pode ter, pelas características únicas que possui. O autor acredita que é preciso incentivar e cativar as pessoas e as empresas para a arbitragem, mas admite que é um trabalho para a próxima geração que obriga a um esforço conjunto

Sandra Lobo Pimentel

Docente do mestrado de Direito Comercial In-ternacional em inglês

há quase três anos, Fernando Dias Simões está prestes a lan-çar uma obra sobre arbitragem comercial, cadeira que lecciona na Universidade de Macau, in-cidindo sobre a relação especial que a China mantém com os países de língua portuguesa.

O projecto “Commercial Ar-bitration between China and the Portuguese speaking world” – “Arbitragem comercial entre a China e o mundo lusófono (tradução livre) – começou com um artigo numa revista inglesa ao qual se seguiu a atribuição de uma bolsa pelo Instituto de Estudos Europeus, trabalho que o autor concluiu e espera agora pela publicação da obra, que será feita por uma editora internacional, que “tem uma colecção muito boa na área da arbitragem”, disse ao JTM.

Fernando Dias Simões re-lembrou que em 2010, o Fórum Macau sublinhou a promoção da arbitragem como meio alter-nativo de resolução de conflitos entre empresários dos países participantes, altura em que decidiu começar a investigar as potencialidade de Macau nesse âmbito “e que obstáculos têm que ser ultrapassados”.

O autor tem esperança que a obra “possa ser um contribu-to para a discussão deste tema”, também em Macau, e, apesar de estar escrita na língua inglesa, a ideia é traduzir para chinês e português, algo que ainda não está planeado. “Pode parecer um contra-senso por versar sobre a China e os países lusó-fonos, mas foi escrito em inglês e penso que dessa forma pode chegar a mais pessoas”, justifi-cou.

Sobre a potencialidade de um regime de arbitragem a im-plementar no âmbito do Fórum, o autor rejeita que as diferentes jurisdições sejam um proble-ma. “Não são obstáculo, porque uma das vantagens da arbitra-gem é que as partes em litígio podem escolher as regras aplicá-veis”, entre as quais, “onde vão resolver, que árbitros resolverão a disputa ou as leis que são apli-cáveis ou, até mesmo, regras que não tenham natureza legal”, explicou.

“Do lado do mundo portu-guês, há uma certa uniformida-de” e a China, apesar de ter um lei diferente, não se apresenta como um empecilho para apli-car a arbitragem. “Uma empresa brasileira ou portuguesa pode

ter receio de submeter um litígio decorrente de um contrato co-mercial nos tribunais da China, tal como uma empresa chinesa não vai querer litigar em tribu-nais portugueses noutra língua”.

O autor defende que “é pre-ferível usar a arbitragem insti-tucional”, em vez da arbitragem ad hoc, “é por isso que o Fórum Macau devia estudar a possibi-lidade de usar um dos centros de arbitragem que existem em Macau para a resolução destes litígios ou criar uma instituição nova para este efeito”.

Para além do World Trade Center e o Centro de Arbitragem da Associação dos Advogados de Macau, ambos com compe-tência para dirimir conflitos de natureza comercial, Fernando Dias Simões discute no livro a importância da criação de um centro de arbitragem por inicia-tiva do Fórum Macau. “Discuto os passos a dar para a sua cria-ção e apresento uma espécie de itinerário que deveria ser percor-rido. Naturalmente que esta ins-tituição tinha que revestir várias características, como assegurar a neutralidade aos diversos países e demonstrá-lo, porque uma das grandes vantagens da arbitra-gem internacional é ser neutra. Este centro deveria ser criado e gerido com o esforço conjunto de todos os países e regiões ade-rentes”.

Mas não só. Segundo o autor, “podia ser treinado pessoal ad-ministrativo com competências específicas, não só linguísticas, mas que esteja tecnicamente pre-parado para acompanhar o pro-cesso de arbitragem, criação de uma lista de árbitros com diver-sas nacionalidades e dominando várias línguas para assegurar que existe um número suficien-temente largo que permita às partes escolher de forma livre e, ainda, criação de regras próprias de arbitragem”, enumerou.

Trabalhopara a próxima geração

Um dos papéis importantes do Fórum Macau seria o de “for-mar árbitros e até advogados, já que em Macau não há uma tra-dição de arbitragem”, mas tam-bém a promoção do bilinguis-mo e a “formação de tradutores com conhecimentos jurídicos, já que não é só preciso juristas bi-lingues”, em resumo, “é preciso uma cultura de arbitragem”, que admite que se trata de “um tra-balho para a próxima geração”, já que demoraria cinco a dez anos.

A arbitragem desenvolveu--se muito porque o comércio internacional tem-se vindo a de-parar com várias dificuldades. “Podem existir diferentes tribu-nais que se considerem compe-tentes para resolver o mesmo

litígio. Um dos aspectos impor-tantes é o reconhecimento das sentenças. Neste momento não há nenhum acordo multilateral ou mesmo bilateral, pelo qual os tribunais chineses estejam obri-gados a reconhecer sentenças de um tribunal português, brasilei-ro ou angolano”, o que torna di-fícil executar uma sentença sem a boa vontade das partes.

“Existe um mecanismo que resolve, que é a Convenção de Nova Iorque sobre o reconheci-mento e execução das sentenças arbitrais estrangeiras, que liga a China e quatro países do mundo lusófono”. A Convenção foi as-sinada por 149 países e regiões, mas há quatro países do Fórum Macau que não fazem parte: An-gola, Guiné-Bissau, Timor-Leste e Cabo-Verde. “Há duas alterna-tivas: ou este países se juntam a esta Convenção, e ficam sujeitos às mesmas regras, ou decidem celebrar um acordo nos mesmo moldes”.

Macau não precisa de nova leiO autor não concorda que

faça falta uma reforma da lei para a arbitragem singrar em Macau. “Pode ser um bom pas-so no sentido de promover um quadro legal mais favorável à arbitragem, mas não é indispen-sável e nem sequer é suficiente”, defendeu.

Fernando Dias Simões lem-

bra que existe “uma espécie de competição mundial para atrair arbitragens e uma das primeiras medidas que se adopta é refor-mar a lei. Temos o exemplo de Hong Kong e Singapura que es-tão numa competição acérrima para se afirmarem como a capi-tal asiática da arbitragem”.

O académico acredita que Macau pode desempenhar um papel importante na arbitragem internacional, “mas de certeza que não será para rivalizar com Hong Kong e Singapura”, isto porque, na sua opinião, “pre-cisaria de décadas para atingir o nível onde estão e estaria a intrometer-se num mercado que não é o seu”, mais não seja, pelo factor da língua, que nesses sis-temas é o inglês.

“Macau deve apostar no seu nicho de mercado. Devemos colocar a questão ao contrário: nem Hong Kong, nem Singapu-ra, ou mesmo a China e os paí-ses lusófonos, têm as vantagens competitivas que aqui há, como ser um sistema de matriz portu-guesa que não é estranho, tam-bém, ao sistema do Continente e tem o domínio das duas línguas [português e chinês]”.

“Demora algum tempo até que as pessoas tenham a no-ção de que existem mecanis-mos, porventura, mais baratos e mais céleres, para resolver os seus litígios”. Até porque, res-salva, “é difícil combater uma cultura com centenas de anos como a dos tribunais. Estamos a oferecer uma alternativa, mas é preciso criar uma rotina de arbi-tragem”. Para isso, a convicção precisa de existir para “cativar as pessoas e as empresas”, mas “depende de um esforço con-junto”, frisou.

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JTM

Fernando Dias Simões propõe que a RAEM aproveite o“nicho de mercado” proporcionado pelo Fórum Macau

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201404 JTM | LOCAL

KWAN TSUI HANG QUER EQUILÍBRIO NA POLÍTICA DO GOVERNO

Apoios pouco “inclinados” para escolas privadasKwan Tsui Hang apelou ao Governo que promova maior equilíbrio na atribuição de recursos educativos conferindo mais apoios às escolas privadas. A deputada põe em causa a política levada a cabo pelo Executivo que acusa de se “inclinar” em demasia para as escolas públicas, indicando dados como o apoio financeiro “per capita”. Além disso, criticou o Governo por não tomar uma atitude para ajudar na melhoria dos espaços das escolas privadas, uma vez que se trata de um problema que “limita gravemente” estas instituições

A deputada da Federação das As-sociações dos Operários de Ma-cau (FAOM) observa a existên-

cia de um desequilíbrio na atribuição de recursos educativos, identificando uma distinção entre as escolas públicas e privadas.

Segundo dados estatísticos oficiais citados por Kwan Tsui Hang numa in-terpelação escrita, o Governo da RAEM atribuiu mais de 3,2 mil milhões de patacas em 2011 para o ensino não su-perior, e o valor consignado às escolas públicas aumentou cerca de 25 por cen-to quando comparado com os dois anos anteriores.

Além disso, a deputada indicou que a atribuição tem aumentado constante-mente desde o ano lectivo 2007/2008, altura em que começou a ser imple-mentada a medida de educação gratui-ta de 15 anos no território.

Kwan Tsui Hang calcula que, quan-do em 2011, cada aluno recebia, em mé-dia, 44.800 patacas, na realidade, esse apoio financeiro era diferente conforme o tipo de escola. No geral, os estabele-cimentos de ensino de Macau são clas-sificados em três tipos: escolas públicas (3,8%), privadas aderentes (78,9%) e privadas não aderentes (17,3%).

A deputada entende que, de acordo com o relatório de execução do orça-mento do ensino não superior no ano lectivo 2011/2012, os alunos das esco-las públicas gozaram de recursos com o valor equivalente a 82 mil patacas, um

Viviana Chan valor que é quase o dobro da média. Ao mesmo tempo, as escolas privadas, que têm 96% dos alunos de Macau, re-cebem muito menos recursos em com-paração com as escolas públicas. Nesse contexto, Kwan Tsui Hang conclui que a maioria dos alunos do ensino não su-perior estão nas escolas que gozam de menos recursos proporcionados pela política educativa do Governo.

Advertindo que o objectivo da educação gratuita é aliviar os encar-gos dos pais através de uma maior atribuição de fundos por parte do Governo, esta medida também foca a melhoria das instalações das escolas para poder distribuir os recursos edu-cativos de uma forma justa e equili-brada a cada aluno.

Na observação da deputada, “a dis-tribuição de forma justa não melhorou ao longo dos anos, sobretudo nas esco-las mais populares”. Na interpelação escrita dirigida ao Governo, Kwan Tsui Hang explicou que as escolas popula-res em Macau têm estado “gravemen-te limitadas” por falta de espaço para poder fazer actividades e “há muito tempo que o apoio do Governo é insufi-ciente”, indicou.

Para Kwan Tsui Hang, esta situação pode gerar consequências negativas, como por exemplo, quando uma escola não tem espaço suficiente, não poderá aceitar tantos alunos como gostaria, e nesse contexto, os alunos perdem o di-reito a frequentar a escola da sua pre-ferência.

O JTM pediu um comentário à tam-bém deputada e presidente da Asso-ciação de Educação de Macau, Chan

Hong, que disse concordar com a si-tuação referida por Kwan Tsui Hang e acredita que o Governo está a tentar minimizar esta diferença.

Indicando que o apoio do Governo pode aliviar o “stress” financeiro dos pais, Chan Hong admite que continua a ser “insuficiente”. Em relação à fal-ta de espaço, a mesma deputada dis-

se que já falou com o Governo, tendo este garantido que irá reservar alguns terrenos nos novos aterros urbanísti-cos para fins educativos. Na opinião de Chan Hong, com estes terrenos as condições de algumas escolas deve-rão melhorar de forma gradual, sendo que algumas poderão mesmo mudar--se para essas novas zonas.

Kwan Tsui Hang diz que muitas escolas estão “gravemente limitadas” por falta de espaço

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ARQ

UIVO

2ª Vez

Execução Ordinária nº CV3-12-0056-CEO 3º Juízo Cível

Exequente: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, n.º 22.Executada: LAM CORDEIRO PUI KUAN, residente em Macau na Avenida do Infante D. Henrique, Edifício Rainha D. Leonor, 5º andar B.

FAZ-SE SABER QUE por esta Secção, correm éditos de VINTE DIAS, contados da afixação do presente edital, citando os Credores Desconhecidos da executada, para no prazo de QUINZE DIAS, decorrido que seja o dos éditos, reclamarem o pagamento dos respectivos créditos pelo produto do móvel penhorado à executada LAM CORDEIRO PUI KUAN, sobre que tenham garantia real:

Móvel penhoradoQuota social no valor nominal de MOP$3,000.00 (três mil

patacas), de que é titular a Executada LAM CORDEIRO PUI KUAN, na sociedade, Companhia de Desenvolvimento de Comunicações Genuine, Limitada, pessoa colectiva registada na C.R. Comercial e de Bens Móveis de Macau sob o nº 12886(SO), com sede em Macau na Rua de Fat San, nº 25, Happy Valley R/C, Loja G, Taipa.

Macau, 24 de Março de 2014

O Juiz de Direitoa) Carlos Armando da C. R. de Carvalho

A Escrivã Judicial Adjunta a) Yip Ka Ian

“JTM” - 2 de Abril de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO A SAAM irá realizar obras de manutenção na rede de abastecimento durante o período abaixo indicado, pelo que o abastecimento de água será interrompido nos locais abaixo indicados: Data da Interrupção: 2014/4/3 Quinta-feira Horário da Interrupção: Entre as 14.30 e as 17.30 Local da Obra: Rua da Penha Perto de Travessa do Colegio Locais Afectados: Estrada de D. João Paulino, Estrada da Penha, Calçada da Penha,Patio da Penha, Estrada de Santa Sancha, Calçada das Chacaras, Rua do Comendador Kou Ho Neng, Rua da Boa Vista, Rua do Lilau, Rua da Penha, Travessa do Colegio, Travessa do Bom Jesus, Travessa da Penha, Calçada da Praia, Beco do Lilau.Todos as residência Local de Abastecimento Temporário: Ao Lado de Nº 2, Calçada da Praia HIDRANTE Nº. 3333 Linha Aberta de Informação: 28220088 Atenção: O abastecimento de água será restabelecido a qualquer momento, dependendo do progresso dos trabalhos A SAAM irá afixar este aviso nas portas dos locais onde o abastecimento de água será interrompido, antes das 17.30 do dia que precede a interrupção do abastecimento, no sentido de confirmar o período de interrupção.

Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado!

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Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 05

André Jegundo*

NOVOS RESULTADOS DO PISA 2012 COLOCAM ALUNOS DE MACAU ENTRE OS MELHORES

Bons a Matemática e a resolver problemasO mais recente relatório do PISA 2012, que foi ontem divulgado, mostra os resultados de testes feitos por estudantes em computador para avaliar a literacia nas áreas da leitura, da matemática e da resolução de problemas. Nas três categorias, Macau ficou no grupo dianteiro, sempre à frente dos países da OCDE e entre os sistemas educativos “de alto desempenho” do Leste Asiático

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ARQ

UIVO

O nível de literacia dos alunos de Macau continua a melhorar como mostra o mais recente relatório do programa PISA, da Organização para a Coo-

peração e Desenvolvimento Económico (OCDE). No to-tal, 85 mil estudantes de 44 países, todos com 15 anos de idade e a frequentar o Ensino Secundário, realizaram testes em computador nas áreas da matemática, leitura e da resolução de problemas e os resultados revelam que os alunos de Macau estão entre os melhores nos três pa-râmetros analisados.

No ranking da literacia matemática em computador o território ficou classificado em quinto lugar numa lista com 32 países, tendo sido apenas suplantado por Singa-pura, Xangai (a única região da China Continental avalia-da), Coreia do Sul e Hong Kong. No que toca à avaliação da literacia de leitura em computador, Macau aparece em 11º lugar, com uma pontuação semelhante à Irlanda e à frente dos Estados Unidos e da França.

O melhor resultado do território registou-se, porém, na avaliação à capacidade dos alunos na resolução criati-va de problemas em computador, o primeiro teste do gé-nero que foi realizado no âmbito do PISA. Nesta catego-ria, Macau ficou classificado em quarto lugar numa lista com 44 países, apenas atrás de Singapura, Coreia e Japão.

“Estão os alunos de 15 anos a adquirir as competên-cias necessárias para resolver problemas no século XXI?” foi a pergunta a que os responsáveis do programa PISA quiseram responder com a realização do teste que me-dia a habilidade dos jovens quando confrontados com problemas do quotidiano: encontrar o caminho mais rá-pido para um destino, tirar bilhetes numa máquina de Metro que nunca viram ou operar um ar condicionado sem instruções foram alguns dos desafios colocados. Os resultados, defendem os autores, são reveladores do “potencial do aluno enquanto cidadão com capacidades construtivas e reflexivas”.

Neste ranking, os alunos de Macau somaram 540 pontos, um valor superior ao da media da OCDE e à de muitos países da Europa Ocidental e da América do Norte. O relatório chama a atenção para o facto de os primeiros classificados serem todos países do Extremo Oriente com sistemas educativos “de alto desempenho”, entre os quais o de Macau.

“Esta análise mostra que, em geral, o que diferencia os sistemas educativos de alto desempenho, particular-mente os do Leste Asiático é a elevada capacidade dos seus estudantes nas tarefas de ‘explorar e entender’ um

problema e de ‘representar e formular’ tarefas”, descreve o relatório.

Nestes países e territórios, destaca-se, os estudantes “aprendem rápido, são altamente curiosos e têm capaci-dade para resolver problemas não estruturados em con-textos não familiares”.

Ontem, na apresentação dos resultados, o profes-sor da Universidade de Macau (UM), Cheung Kwok Cheung, que realizou o estudo sobre a RAEM a pedi-do da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), considerou que os resultados mostram a “qua-lidade e a equidade” do sistema educativo do território. “Mesmo na área da leitura tem havido um progresso grande e a situação não é má”, apontou.

A directora da DSEJ, Leong Lai, reconheceu, porém, a necessidade de se aprofundarem as estratégias de pro-moção da leitura, sobretudo no ensino “infantil e primá-rio” onde, defendeu, os alunos “ainda não atingiram os níveis adequados de leitura de alto nível”. “O importan-te não é apenas ler mas saberem aprender através da lei-tura. Fizemos acções de formação junto dos professores para melhorar esta situação”, referiu.

Exigência é uma das razões do sucessoA mesma responsável enalteceu ainda a importância

do PISA na definição das políticas educativas e atribuiu os “bons resultados” ao investimento do Governo na área da educação, ao reforço na formação profissional de

docentes e às estratégias de promoção da leitura.Ouvido pelo JTM, o académico do Instituto Politéc-

nico de Macau (IPM), Johnny Lam, enumerou o eleva-do investimento em educação mas também o facto de a sociedade do território se estar a tornar “cada vez mais competitiva”. “A competição social entre as pessoas está a tornar-se cada vez mais radical. Nesse contexto, a exi-gência sobre os alunos vai ser cada vez mais elevada. Os pais fazem filas para inscreverem os filhos nas melhores escolas e por todo o lado surgem centros de explicação”, refere.

Olhando para os resultados na área da matemática e da resolução de problemas, o professor universitário, que é também membro do Conselho Consultivo para a Educação, considera que o ensino não superior no terri-tório tem uma “exigência elevada em comparação com os países ocidentais, sobretudo na área da matemática”. “Para além disso, o uso de materiais escolares do Interior da China tem-se generalizado muito em Macau e sabe-mos que estes manuais de matemática são de grande exi-gência”, acrescenta.

Tendo em conta que o estudo do PISA incide sobre exercícios realizados em computador, Lam chama ainda a atenção para o facto de Macau ser uma das regiões com “maior percentagem de uso de computador no ensino não superior” e onde a “generalização do uso da Internet facilitou o acesso à informação e ao conhecimento”.

*Com Viviana Chan

ESTUDO DESTACA PARTICULARIDADES DO TERRITÓRIO

Filhos de imigrantes com melhor rendimentoAo contrário do que acontece na maior parte dos países e territórios, em Macau são os filhos de imigrantes que registam o melhor desempenho na resolução de problemas

Os resultados do PISA 2012 mostram uma tendência geral para

que os filhos de imigrantes registem um desempenho “significativamente inferior” aos dos outros estudantes, po-rém, em Macau, a realidade é outra. Na avaliação à capa-cidade dos alunos na resolu-ção criativa de problemas em

computador, os alunos filhos de imigrantes registam me-lhores resultados do que os não imigrantes, algo que tam-bém acontece em Singapura e na Austrália.

Tanto em Macau como Hong Kong, os rapazes têm um melhor desempenho que as raparigas nas tarefas de aquisição de conhecimento

mas nas situações de utiliza-ção de conhecimento são elas que se destacam.

O relatório chama também a atenção para a necessidade de se combaterem disparida-des registadas nos resultados entre escolas. Os responsáveis da DSEJ dizem, no entanto, que os resultados individua-lizados nas escolas de Macau

não serão divulgados para respeitar a “autonomia” das unidades de ensino. “Vamos enviar relatórios individuali-zados para cada escola com a classificação de cada unidade mas não vamos torná-los pú-blicos”, referiu Cheung Kwok Cheung.

O relatório exorta ainda os sistemas educativos a melho-

rarem as capacidades dos alu-nos para resolverem problemas de forma interactiva com ou-tros colegas. A este propósito, Cheung Kwok Cheung anun-ciou que, no próximo mês, qua-renta escolas do território vão testar a capacidade dos alunos de resolverem problemas em cooperação e em grupo.

A.J.

Participaram no estudo alunos do ensino secundário com 15 anos de idade

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201406 JTM | LOCAL

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A família enlutada (irmãs, cunhados e sobrinhos)

cumpre o doloroso dever de comunicar o falecimento da sua ente querida, ocorrido no dia 1 de Abril de 2014,

vítima de doença prolongada.

E vem informar que o velório e missa terão lugar na Casa Mortuária Católica da

Diocese de Macau (em frente ao Canídromo) no dia 03 e Abril de 2014, pelas 20H00.

No dia 04 de Abril de 2014, pelas 13H, será realizada missa de corpo presente

na Capela do Cemitério S. Miguel de Arcanjo.

As irmãs enlutadas, cunhados e sobrinhos agradecem

antecipadamente a presença nas cerimónias.

• • • BREVES

Queda de pedra de prédiopartiu vidro de carroUma pedra de uma parede exterior do Centro de Sinistrados da Ilha Verde caiu partindo o vi-dro de trás de um carro estacionado na rua. O acidente ocorreu ontem e não houve registo de qualquer ferido. De acordo com o “Ou Mun Tin Toi”, o Instituto de Acção Social alertou a polí-cia e a segurança privada, tendo sido feita uma inspecção completa das paredes exteriores do mesmo edifício. O dono do carro afirmou que os prejuízos são superiores a 10 mil patacas.

DST organiza “workshops”para guias e retalhoO “reforço na gestão da formação profissional e aumento da qualidade dos serviços turísti-cos” é o foco dos “workshops” que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai continuar a organizar este ano para operadores turísti-cos e sectores relacionados. Na segunda-feira e ontem, a DST realizou um “workshop” para guias turísticos sobre “Atendimento aos Clien-tes e Ética no Trabalho” e já agendou nova iniciativa do género para o próximo dia 10 in-titulada “Novas abordagens para o sector a Re-talho: Experiência na relação com os clientes”.

Inspeccionado estaleiro do Metro para prevenir impacto das chuvasO Gabinete para as Infra-estruturas de Trans-portes (GIT), em conjunto com a fiscalização e o empreiteiro dos diversos troços da Linha da Taipa do Metro Ligeiro, inspeccionou o estalei-ro para verificar integralmente a gestão do local e a situação de drenagem. Segundo o GIT, foi exigido ao empreiteiro que proceda correcta-mente aos trabalhos preventivo, no sentido de evitar o impacto negativo da época das chuvas.

DUAS QUINTAS DE ZHUHAI GARANTEM FORNECIMENTO

Importação de aves vivas retomada amanhãNovos lotes de aves de capoeira oriundos de duas quintas de Zhuhai vão chegar amanhã a Macau, sendo colocadas à venda no dia seguinte. O IACM promete, porém, medidas mais apertadas de prevenção à gripe aviária e um aumento das amostragens para análise

Depois de 21 dias de suspen-são à compra e venda de aves de capoeira vivas em Macau,

devido à detecção do vírus da gripe aviária num lote no mercado abaste-cedor, a 12 de Março, serão retomadas amanhã as importações de Zhuhai. As aves são oriundas de apenas duas quintas, aprovadas pelas autoridades sanitárias do Continente Chinês.

De acordo com Ung Sau Hong, administradora do Conselho de Ad-ministração do Instituto para os As-suntos Cívicos (IACM), as amostras recolhidas de lotes diferentes de 1.200 a 1.400 aves, vai passar de mais de 60 para um número superior a 100.

As aves chegarão ao mercado abastecedor na quinta-feira, onde irão ser recolhidas as amostras, sendo es-perados os resultados das análises na tarde do mesmo dia. Se estiverem dentro dos parâmetros de segurança, as aves estarão disponíveis para com-pra na sexta-feira.

Para além do aumento das amos-tras, a limpeza e desinfecção profun-da levada a cabo nos mercados mu-nicipais e no abastecedor vai passar de uma vez por mês para duas e de modo simultâneo em todos os locais de venda, com o objectivo de eliminar a cadeia biológica do vírus. Adiciona-

-se ainda a limpeza diária das bancas e abate dos animais no final do dia em todos os mercados locais, à excepção do abastecedor, para diminuir os riscos de transmissão.

Como as aves onde foi detectado o vírus pertenciam a quintas de Zhuhai, nesta primeira fase de reabertura das importações, apenas foram seleccio-nadas para fornecer o território duas quintas da cidade vizinha, devidamen-te certificadas pelas autoridades sani-tárias da China Continental. As quin-tas de Cantão não sofreram qualquer tipo de limitação.

Apesar do número reduzido de quintas, a administradora do IACM garantiu que o fornecimento não vai ser afectado. No entanto, o número de aves fornecidas neste período inicial é inferior ao normal e vai depender da procura do mercado.

Relativamente aos subsídios de au-xílio aos comerciantes que ficaram sem meio de subsistência durante os 21 dias da suspensão, a mesma responsá-vel afirmou que o IACM ainda está a avaliar a situação, não sabendo quan-do haverá uma decisão sobre o valor da ajuda aos vendedores.

Liane Ferreira

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Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 07

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Um “croupier” e um taxista foram detidos por suspeita de peculato. Durante um mês, terão conseguido burlar um casino em cerca de 136 mil dólares de Hong Kong

ESQUEMA DESCOBERTO PELA VIDEOVIGILÂNCIA

“Croupier” e taxista enganaram casino

Susana Diniz

Durante todo o mês de Março, dois residentes, um “crou-pier” e um taxista, montaram

um esquema para burlar um casino do COTAI e parecia estar a resultar. O ta-xista jogava na mesa do amigo e cada vez que recebia fichas por apostas ganhas, o “croupier” entregava-lhe mais do que estipulado. O esquema foi bem montado, mas tanto o “crou-pier” como o taxista não contaram com o sistema de videovigilância.

A “jogada” foi descoberta pelos se-guranças que começaram a investigar os dois residentes. Na segunda-feira, os dois suspeitos acabaram detidos pela Polícia Judiciária.

Interrogados, tanto o “croupier” como o taxista acabaram por admitir que conseguiram, com aquele estrata-gema, burlar o casino em cerca de 136

mil dólares de Hong Kong. Em cada aposta ganha, o taxista recebia entre

“Croupier” entregava fichas a mais ao taxista

2.000 e 20.000 dólares de Hong Kong a mais em fichas.

Burla por telefone atinge mais uma família

A Polícia Judiciária está a investigar três casos de burla telefónica, que acredita estarem relacionados. Todas as vítimas receberam telefonemas de um homem, que dizia ter sequestrado os filhos, exigindo um resgate de 250 mil patacas. Em dois casos as tentativas saíram frustradas, mas um residente acabou por transferir 80 mil patacas. Só ao chegar a casa resolveu contactar o filho, desvendando-se então o mistério. As restantes vítimas apresentaram queixa, sendo que uma não tinha filhos e a outra colocou a filha a estudar no Continente num colégio de alta segurança.

ESQUEMA DE CORRUPÇÃO JULGADO NO TJB

Cartões de telemóvel, chá e bolo lunar na prisãoO Tribunal Judicial de Base está a julgar um caso ocorrido em 2008, na época do Festival Lunar, no Estabelecimento Prisional de Coloane, envolvendo cartões de telemóvel, chá e senhas de bolo lunar, que foram introduzidos na prisão. Sete pessoas estão acusadas por suspeita de corrupção, um deles um ex-funcionário prisional

O Tribunal Judicial de Base não deu razão a uma senhoria que queria notificar dois inquilinos em incumprimento do pagamento de rendas para saírem do apartamento, pelo facto de estar a correr uma acção de despejo. No entanto, a Segunda Instância deu razão à senhoria de forma a assegurar que o contrato não tivesse renovação automática

TRIBUNAL DEU RAZÃO A SENHORIA

Arrendamento quase “ad eternum”

Depois de ter celebrado em 1999 um contrato de arrendamento com dois inquilinos, uma senhoria in-

tentou uma acção de despejo no Tribunal Judicial de Base com fundamento na falta de pagamento de rendas, uma vez que estes não desocuparam o imóvel, não obstante as diversas notificações efectuadas.

A senhoria, pretendendo reaver o imó-vel antes de 31 de Agosto de 2014, requereu, a 30 de Outubro de 2013, a notificação avul-sa dos inquilinos junto do Tribunal Judicial de Base, pedindo para os informar que o contrato de arrendamento do imóvel não iria ser renovado, e estes deviam restituí-lo antes da data referida, sob pena de ficarem responsabilizados pelos danos causados.

No entanto, o Tribunal indeferiu o pe-dido de notificação avulsa, por entender coincidia e não superava a acção de despejo a correr no mesmo Tribunal. Inconformada com a decisão, a senhoria recorreu para o Tribunal de Segunda Instância (TSI).

Os Juízes explicaram que “a notificação

judicial avulsa é um meio que serve para, através do tribunal, dar conhecimento a alguém de um acto ou facto num caso em que não existe acção pendente. Trata-se de uma diligência autónoma que nada tem a ver com qualquer processo pendente, atra-vés da qual é transmitida, de antemão, uma declaração de vontade ao destinatário”.

Salientando que a acção de despejo con-tra os inquilinos ainda se encontra penden-te, “a verdade é que não se exclui a possibi-lidade de a referida acção vir a ser julgada improcedente”, daí que o pedido de notifi-cação avulsa “seja totalmente compreensí-vel, visto que isso permitiria evitar a nova renovação automática do contrato no dia 31 de Agosto de 2014”.

O TSI entendeu também que, “embo-ra as partes sejam as mesmas na acção de despejo e no procedimento de notificação judicial avulsa, são diferentes os pedidos formulados nos dois processos”, admitindo o pedido da senhoria de forma a assegurar os seus direitos.

Caso de fábrica de vestuário leva a 24 detenções

A Polícia de Segurança Pública conseguiu deter mais três pessoas alegadamente envolvidas no caso de falsificação de documentos, que envolve uma fábrica de vestuários. Desta feita, a PSP deteve a dona da fábrica, um funcionário da agência e um alegado trabalhador, o que eleva para 24 o número de pessoas entregues ao Ministério Público. Conforme o JTM já tinha noticiado, uma agência de recursos humanos conseguiu garantir 27 postos de trabalho naquela fábrica para trabalhadores do Continente, que nunca chegaram ali a laborar.

No final de cada dia, as fichas eram trocadas por dinheiro e este dividido em partes iguais.

Mala furtadadada como perdida

Noutro caso também passado num casino do COTAI, um homem foi de-tido por suspeita de furto.

Um jogador colocou a sua mala na cadeira e ausentou-se por breves instantes. Ao regressar, verificou que tinha desaparecido a mala, que con-tinha 58 mil dólares de Hong Kong.

Assim que o homem apresentou queixa, a Polícia Judiciária deu conta da resolução do caso. Outro jogador tinha entregue a mala na esquadra, dizendo tê-la encontrado. No entanto, a mala continha apenas 20.000 dólares de Hong Kong.

O homem, um comerciante do Continente de 47 anos, acabou detido por suspeita de furto qualificado.

Um caso de corrupção no Estabelecimento Prisional de Coloane come-çou a ser julgado no Tribunal Judicial de Base. O caso ocorreu em 2008 e envolve um total de sete arguidos, cinco dos quais acabaram mesmo

por assumir o crime. Depois da análise do caso e das provas obtidas, acabaram acusados pelo crime de corrupção e um dos arguidos é um técnico-adjunto do Estabelecimento Prisional que ajudou a introduzir os produtos ilegais na prisão, incluindo cartões de telemóvel, chá e senhas de bolo lunar.

Segundo o jornal “Ou Mun”, o caso ocorreu na época do Festival Lunar, por ocasião da troca de presentes. O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) deteve um total de sete suspeitos, incluindo o referido funcionário da prisão. No julgamento, cinco prestaram declarações, assumindo os actos de corrup-ção, enquanto que uma arguida preferiu manter-se em silêncio e outro esteve ausente da audiência.

Entre os acusados estão o antigo técnico-adjunto da prisão, com 57 anos e que actualmente é motorista de uma sala VIP de um casino, mas também alguns reclusos. Envolvidas estão ainda duas mulheres, uma esposa e outra namorada dos presidiários implicados no processo.

De acordo com o jornal “Ou Mun”, consta da acusação que o ex-funcionário da prisão facilitou a entrada de alguns produtos a troco de 6.800 patacas que terão sido depositadas na sua conta pela mulher de um dos presos envolvidos.

V.C.

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201408 JTM | LOCAL

RECEITAS DO JOGO SUBIRAM 13% EM MARÇO

SJM recupera liderançaO sector do jogo concluiu o primeiro trimestre com um aumento de 19,8% nas receitas brutas. Em Março, a subida quedou-se pelos 13% e ficou marcada pelo regresso da Sociedade de Jogos de Macau ao primeiro lugar do “ranking” das operadoras

Os casinos de Macau encer-raram Março com receitas brutas de 35.453 milhões de

patacas, mais 13,1 por cento face ao mesmo mês de 2013, com a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) em desta-que.

Depois de liderar em Janeiro, a empresa fundada por Stanley Ho per-deu o lugar cimeiro do “ranking” de operadores em Fevereiro, mês que ficou marcado por um novo recorde de receitas brutas - 38.007 milhões de patacas.

De acordo com os dados compila-dos pela agência Lusa junto de ope-radores locais, em Março a Sociedade de Jogos de Macau voltou à liderança com uma quota de cerca de 24%, dois pontos percentuais acima da rival Sands China, e quarto pontos percen-tuais acima da Galaxy Resorts.

Já a segunda metade da tabela foi liderada pela Melco Crown, com uma quota de 13%, seguida pela Wynn Re-sorts, com 12% e pela MGM Macau, com cerca de 9%.

O sector do jogo em Macau en-cerrou 2013 com receitas brutas de 361.866 milhões de patacas, mais 18,55% do que no ano anterior, foi anunciado.

Só no primeiro trimestre deste ano, os casinos de Macau facturaram uma receita bruta de 102.199 milhões de patacas, mais 19,8% do que no mesmo período de 2013.

Depois da abertura do mercado a

novos operadores - de facto apenas em 2004 quando abriu o primeiro ca-sino da Sands China - as receitas do primeiro trimestre só podem ser com-paradas em termos de volume ao va-lor registado em todo o ano de 2008, quando os casinos facturaram 109.829 milhões de patacas, depois de uma re-ceita de 83.847 milhões de patacas em 2007.

JTM com Lusa

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PERÍODO DO NOVO CONTRATO ARRANCOU ONTEM

Governo de olho no trabalho da CSRElementos da DSPA e do IACM acompanharam ontem os serviços de recolha do lixo, no primeiro dia após a renovação de contrato com a CSR. No futuro, o Governo garante que vai estar atento para garantir que a empresa respeita as contrapartidas definidas no novo contrato

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) prometem vir a acompa-

nhar de perto a actividade da Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) de modo a garantir a qualidade dos serviços prestados e o cumprimentos dos requisitos que fazem parte do novo contrato.

Ontem, no primeiro dia de recolha de lixo após a renovação de contrato com a CSR, elementos da DSPA e do IACM, as duas entidades fiscalizadoras, acompa-nharam a actividade da empresa nas principais zonas de atracções turísticas e de habitações públicas construídas recentemente.

“De acordo com a observação ‘in loco’ e a infor-mação dada pela operadora, a prestação de serviços está a funcionar regularmente, os trabalhadores con-tinuam a desempenhar as suas funções e os recursos humanos encontram-se estáveis”, refere-se em comu-nicado.

Os responsáveis governamentais garantem que vão estar particularmente atentos às exigências que foram definidas no novo contrato e que incluem a utilização de produtos ecologicamente adequados e a transição para veículos, equipamentos e bens consumíveis com melhor desempenho ambiental.

Para promover a “redução e a reciclagem dos resí-duos a partir da fonte”, o novo contrato prevê também

a expansão da rede de recolha e dos tipos de resíduos recicláveis. Para este efeito foram instalados postos de recolha e separação de resíduos recicláveis em zonas de habitações públicas e está a ser planeada também a re-colha e reciclagem de lâmpadas fluorescentes e pilhas usadas.

Em comunicado, o Governo refere também que con-tinuará a exigir que a empresa “cumpra a responsabili-dade social e honre o seu compromisso apresentado na

sua proposta ao concurso de assegurar totalmente a re-muneração e as regalias dos trabalhadores efectivos”. A ampliação gradual da equipa dos trabalhadores é outra das contrapartidas que a CSR deverá cumprir, segundo o Governo.

A partir de agora a empresa vai passar também a prestar um serviço de atendimento telefónico (66581221) durante 24 horas por dia, destinada a sugestões e recla-mações.

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Operadoras de jogointensificam “batalha” da mobilidade laboralO presidente da Associação dos Trabalhadores da Indústria de Jogos de Fortuna e Azar de Ma-cau, João Bosco Cheang, alertou que o sector já começou a dar sinais de maior mobilidade dos trabalhadores dos casinos, e as empresas têm aplicado diversas políticas para atrair mais fun-cionários. Segundo declarou ao “Ou Mun Tin Toi”, além de au-mentarem os salários e o valor de bónus, algumas operadoras de jogo também reforçaram as regalias e até integram membros da família dos funcionários. João Bosco Cheang disse ain-da que muitos alunos quando ainda estão em formação como “croupiers”, recebem ofertas de emprego antes mesmo de termi-narem o curso. O dirigente acre-dita que os casinos locais vão investir mais para garantir os trabalhadores, e a ideia também passa por se prepararem para a abertura dos novos espaços de jogo no COTAI. Prevê-se que esta “batalha” entre as empresas de jogo poderá ser mais radical do que as anteriores. O acadé-mico do Instituto Politécnico de Macau, Loi Hoi Ngan, estimou que o número de “croupiers” poderá aumentar em cerca de três mil para um total de 28 mil até 2017. Além disso, o mesmo professor alertou ainda que a mobilidade laboral poderá pres-sionar ainda mais as pequenas e médias empresas.

SJM obteve uma quota de 24% em Março

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Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 09

Infra-estruturas dominam candidaturas lusófonas a apoio de Fundo criado pela ChinaO Banco de Desenvolvimento da China “está a fiscalizar e a avaliar os projectos” lusófonos candidatos ao fundo de mil milhões de dólares criado pelo Governo Central chinês, afirmou o secretário-geral do Fórum Macau, Chang Hexi, citado pela Rádio Macau. Segundo o mes-mo responsável, a área de construção de infra-estruturas domina as candidaturas. O Banco de Desenvolvimento da China e o Governo de Macau são os financiadores do fundo, cuja gestão está a cargo daquela instituição bancá-ria. Da dotação global, 200 milhões de dólares destinam--se a fundos de capital e 800 milhões visam empréstimos e financiamento de projectos relacionados com a constru-ção de infra-estruturas, transportes, comunicações, ener-gia, agricultura e recursos naturais. Segundo a Rádio, Chang Hexi não revelou o número de projectos submeti-dos, nem os montantes envolvidos. O secretário-geral do Fórum Macau falava à margem da cerimónia de abertura de um colóquio sobre serviços alfandegários, que conta com a participação de representantes chineses e lusófo-nos. Para a secretária-geral adjunta do Fórum Macau, Rita Santos, a iniciativa pretende aprofundar o conheci-mento mútuo. “A República Popular da China vai apoiar o desenvolvimento das zonas francas económicas dos países de língua portuguesa. Havendo zonas francas, o controlo fronteiriço é primordial. É por isso que nos jun-tamos em trocas de experiências com a china e também entre os próprios países de língua portuguesa, uma vez que os produtos também são exportados e importados entre estes”, afirmou Rita Santos.

PRESIDENTE DA NOVO MACAU ESCREVE A REITOR POR CAUSA DE PROCESSO A BILL CHOU

Jason Chao pede à UM para respeitar a Lei O processo disciplinar movido contra o professor Bill Chou levou Jason Chao a enviar um carta ao reitor da Universidade de Macau, para manifestar a sua preocupação com a liberdade no meio académico. O presidente da Associação Novo Macau apela ao cumprimento da lei e refere que o processo devia ser nulo, por ter expirado

Recordando os seus tempos de estudante na Universidade de Macau (UM), Jason Chao en-viou uma carta ao reitor daquela instituição

evidenciando a sua preocupação e descrença sobre a liberdade de expressão no meio académico. A missiva foi despoletada pelo processo disciplinar que a UM moveu contra o professor Bill Chou, que é conhecido pelo seu envolvimento no activismo social, explica o presidenta de Associação Novo Macau.

Jason Chao acredita que a UM está a comprometer os seus esforços de relações públicas ao iniciar con-tra Bill Chou um processo que devia ser considerado nulo, dado que expirou. Na missiva, o presidente da Novo Macau refere que, como entidade pública, o “respeito” da UM “pela lei é essencial”. “Qualquer tentativa deliberada da Universidade em não cumprir a lei para alcançar um objectivo específico vai levantar questões sobre a sua intenção de se livrar do estatuto jurídico enquanto entidade pública”, escreveu.

Na carta enviada a Wei Zhao, o activista mostra ainda desilusão sobre o rumo da sua antiga univer-sidade. O líder da Associação Novo Macau recordou um encontro durante o qual levantou uma questão so-bre a necessidade de preservar a liberdade académica, quando, em 2009, estalou a polémica da construção do novo “campus”. “Em resposta à minha questão disse que defenderia a liberdade da academia com a sua própria vida. As suas palavras, emoções e ges-tos permanecem na minha vivamente mente e, como sempre, esperei que mantivesse as suas palavras e as colocasse em acção”, disse, dirigindo-se a Wei Zhao.

Jason Chao acrescentou que o início deste proces-so e a respectiva execução nestes moldes reforçaram a sua “preocupação sobre a perda de liberdade no seio académico e liberdade de expressão que os intelec-tuais genuínos em Macau valorizam”, pelo que ape-lou a uma intervenção no decurso do caso para que seja tratado segundo a lei. F.A

CICLO DE CONFERÊNCIAS AGENDADO PARA 11 DE ABRIL

Arquitectura europeia sustentável “chega” à RAEMUm ciclo de conferências vai reunir em Macau vários académicos, alunos e profissionais do sector do urbanismo. A sétima edição da “ACE”, que decorrerá a 11 de Abril, traz ao território temas tão actuais como a arquitectura sustentável. No mesmo dia será inaugurada uma exposição com trabalhos de alunos italianos sobre a requalificação dos estaleiros de Coloane

O Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau vai acolher no próximo

dia 11 de Abril a sétima edição do ciclo de conferências “ACE – Architecture - Culture - Environment”. Organizados pela Universidade Politécnica de Mi-lão, com o apoio da Santa Casa da Mi-sericórdia de Macau, Universidade de São José e Fundação Macau, os semi-nários visam temas relacionados com o ambiente urbano, nomeadamente questões relativas à arquitectura e cul-tura.

José Luís Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau destacou ao JTM alguns porme-

nores do ciclo de conferências. “Nesta sétima edição o tema central está direc-tamente ligado com a energia e susten-tabilidade, que também está relaciona-do com o tema da ‘World Expo Milão’, que decorrerá em 2015”, explicou.

Os seminários vão ser conduzidos por um grupo de académicos, a maior parte especialistas em ambiente, urba-nismo e arquitectura. “Vamos receber a visita de professores da Universidade de Milão e também de Palermo”, con-firmou Sales Marques, acrescentando que “nalgumas edições anteriores, rea-lizadas em Macau, mas também em Itá-lia e até em Lisboa, já tivemos partici-pações de universidades japonesas e de Singapura”.

O presidente do Instituto de Estudos Europeus abrirá a conferência com uma intervenção relativa às possibilidades de cooperação entre a União Europeia e a China no que diz respeito ao urba-nismo. “O programa nasceu com este espírito de cooperação entre o Ocidente e o Oriente, de forma que já temos al-guma experiência de cooperação entre instituições europeias, Macau e China”, frisou.

No mesmo dia, pelas 18 horas, o Centro de Indústrias Criativas receberá uma exposição com os trabalhos pre-miados da edição de 2013 no concur-so intitulado “Compasso Volante”. “É uma competição promovida pelo Poli-técnico de Milão e pela Universidade de Palermo com o apoio do Instituto de Estudos Europeus, do Albergue SCM e do próprio arquitecto Carlos Marrei-ros”, referiu Sales Marques.

Cerca de 40 alunos das duas ins-

tituições italianas de ensino superior participaram num concurso de arqui-tectura sustentável, apresentando pro-jectos para os estaleiros de Coloane. Sales Marques, que presidiu ao júri em Palermo no ano passado, irá trazer ao território os trabalhos premiados que estarão patentes ao público nas insta-lações da Creative Macau. “Os traba-

lhos são uma interpretação feita por estudantes europeus sobre o que pode-rão ser os estaleiros de Coloane numa perspectiva em que se junta a arqui-tectura e as preocupações ambientais. O prato forte desses concursos é como construir de forma sustentável”, real-çou o presidente do Instituto de Estu-dos Europeus.

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Susana Diniz

Sales Marques é um dos oradores da conferência

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201410 JTM | JTM | PUBLICIDADE

Aqui há Rato!

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JTM | LOCAL 11Quarta-feira, 02 de Abril de 2014

Cidade devia ficar mais azul para consciencializar Para assinalar o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo a Torre de Macau vai ficar iluminada de azul. Em Macau estão diagnosticadas pela DSEJ 134 crianças com transtorno invasivo do desenvolvimento. A Associação de Autismo diz que a cidade devia ficar mais azul para reforçar esta causa

A partir de hoje e duran-te sete dias a Torre de Macau vai iluminar-se

de azul para que todos os que a virem brilhar se lembrem das crianças com autismo e dos seus direitos. Na RAEM, de acordo com os números do Centro de apoio Psicopedagó-gico de Ensino Especial forne-cidos ao JTM pela Direcção dos Serviços de Educação e Juven-tude estão diagnosticadas pelo menos 134 crianças com trans-torno invasivo do desenvolvi-mento, a maioria das quais tem autismo.

À semelhança do que aconte-ceu nos anos anteriores, a Torre de Macau voltará a vestir-se de azul para aumentar a conscien-cialização pública sobre o au-tismo, espectro que tem vindo a crescer em termos mundiais, se tivermos em conta que um

estudo americano do ano passa-do indicou que uma em cada 68 crianças americanas tem autis-mo, mais 30% do que em 2012.

A Associação de Autismo de Macau gostava que a cidade se iluminasse mais de azul - com edifícios governamentais, ca-sinos e património a aderirem também a esta iniciativa - para que mais pessoas olhassem para essa disfunção global de desen-volvimento que acredita não ter apenas origem na genética mas também no ambiente.

Desde que foi criada, a asso-ciação tem vindo a desenvolver actividades, como seminários, sessões de acupunctura para crianças diagnosticadas com au-tismo, sessões de música. Para breve, tem planeada uma pales-tra sobre nutrição. “Daí a nossa intervenção com os pais. Para que haja um cuidado na alimen-

tação, não utilizarem produtos químicos, porque o autismo não terá apenas uma vertente genéti-ca mas também ambiental”, ex-plica a associação.

“As crianças com autismo têm sensibilidades alimentares. Os pais são apanhados de sur-

presa, muitos recorrem a testes. Muitas vezes quando retiram determinados alimentos da dieta, como os que têm glúten, depois de duas semanas sen-tem diferenças nos seus filhos”, acrescenta.

A instituição conta actual-

mente com 40 pessoas, entre profissionais, pais e voluntários. Desenvolve actividades musi-cais com uma mestre de psicolo-gia educacional e disponibiliza gratuitamente sessões de acu-punctura que já beneficiaram 15 crianças.

A Associação de Autismo dispõe também de uma base de dados que os pais podem consultar quando têm dúvidas. Este ano espera desenvolver ainda um sistema que permita a terapeutas ir a casa dos pais e, de acordo com cada caso, ver como ajudá-los a acompanhar os filhos.

O desenho e a escultura tam-bém vão começar a entrar no quotidiano de mais crianças au-tistas uma vez que a associação pretende iniciar em breve com cursos nessas áreas.

F.A.

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DSEJ identificou134 criançascom transtorno invasivodo desenvolvimento

ASSOCIAÇÃO QUE APOIA CRIANÇAS EXORTA GOVERNO A FACILITAR DIAGNÓSTICO

Pedido edifício único para avaliar autistasPara evitar que os pais de crianças autistas tenham de percorrer vários edifícios e departamentos à procura de ajuda, a Associação de Autismo de Macau sugere ao Governo que reserve um único edifício onde se possa fazer o diagnóstico completo e os diferentes serviços partilhem informações. A associação continua a trabalhar com os pais para reforçar a importância do seu papel no crescimento dos filhos diagnosticados com essa disfunção global de desenvolvimento

Dois anos depois de se ter constituí-do para lutar contra a exclusão, a Associação de Autismo de Macau

tem dois pedidos e um apelo para melho-rar a vida das crianças que em Macau são diagnosticadas com esta perturbação de desenvolvimento. Quando os sinais apa-recem na infância os pais têm de correr para vários locais até que seja feito um diagnóstico completo e os filhos consi-gam ser integrados na escola. A ausência de comunicação integrada entre os vários serviços governamentais leva a que o processo possa ser mais moroso e penoso para as famílias.

Neste sentido um dos desejos parti-lhados pela Associação, no Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, que se assinala hoje, é “pedir ao Governo para ajudar as famílias” tanto ao nível do diagnóstico como das suas deslocações ao hospital em caso de urgência. “Que-ríamos que no futuro houvesse um edifí-cio único onde as crianças pudessem ser avaliadas e os serviços do Governo pu-dessem partilhar essa informação”, avan-çaram ao JTM responsáveis da associação liderada por Fátima dos Santos Ferreira e Nicole, mãe de uma criança com autismo.

No lote de sugestões para construir um futuro mais ajustado às necessida-des de crianças com autismo, a associa-ção inclui ainda a criação de uma linha verde nos hospitais. “Quando as crianças autistas estão doentes e têm de esperar três horas com desafios a nível sensorial é muito complicado”, apontaram.

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UIVOAlém de solicitar ao Governo que fa-

cilite o processo de diagnóstico, uma vez que a avaliação precoce é essencial para o desenvolvimento das capacidades das crianças, a associação tem lutado no ter-reno para que os pais reconheçam o pa-pel importante que podem assumir na recuperação dos filhos.

Pais têm papel determinante Embora o autismo seja um espectro

que acompanha uma pessoa durante toda a vida, há melhorias que podem ser obtidas por exemplo através do ambiente que é proporcionado em casa e da atitude dos pais, explica, por sua vez, a terapeuta da fala Carla Silva. “[Podem ajudar] com técnicas simples de psicologia para que as crianças se sintam mais motivadas e não julgadas, que tenham um ambiente seguro e não sintam medo de experimen-tar”, exemplificou.

Quando os pais desconfiam que a criança pode ter alguma diferença no de-senvolvimento - como ainda não falar aos dois anos, não socializar - são apanhados de surpresa. Depois do diagnóstico estar confirmado, o medo dá lugar à preocu-pação. Arranjar uma escola adequada para que os filhos possam aprender são algumas das questões mais recorrentes. Porém, a associação quer reforçar a ideia que há esperança e que esta pode ser cul-tivada pelos pais. “Eles sentem falta de confiança e que não podem ajudar os fi-lhos, mas isso não é verdade, porque os pais são os ‘experts’ dos filhos e com al-gumas técnicas simples podem ajudar na recuperação”, frisou Carla Silva.

Nos últimos dois anos, a associação

sente que os pais tentaram procurar mais apoio, sobretudo por eles não se consi-derarem a chave da recuperação. “Senti-mos que há muita procura, mas também que os pais não se sentem importantes”, referiu a terapeuta, notando que mesmo ao nível da alimentação é possível ter cui-dados benéficos para o crescimento das crianças.

As responsáveis da associação tam-bém evidenciam que em Macau existem profissionais para ajudar nesta área, mas o pais acabam por querer que os filhos “sejam acompanhados com maior fre-quência”. “Os profissionais existem para direccionar e apoiar os pais. Mesmo que as crianças tenham três sessões por se-mana se depois não tiverem acompa-

nhamento não conseguem maximizar os conhecimentos adquiridos nas sessões”.

Ao nível das escolas verifica-se que “os professores e os agentes de ensino já têm mais informação”, porém, “ainda há desafios para adaptar o currículo para crianças com autismo”, refere a associa-ção que tem vindo a desenvolver várias actividades.

Como é nas creches que muitas vezes se descobrem os primeiros sinais de que a criança pode ter algum problema ao nível do desenvolvimento, a associação está “à espera de um subsídio para trabalhar jun-to das creches, principalmente para que o pessoal que trabalha lá tenha mais infor-mação, uma lista na qual possa preencher as suspeitas”.

Fátima Almeida

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201412 JTM | LOCAL

Análise de Rui Cardoso*

Figurada jornada:

BRUNO BRITO

O médio do Sporting foi escolhido por Rui Cardoso como a figura da jornada, salientando que esteve “muito bem

a organizar” e a “lançar as bolas para o ataque”. Para além disso, marcou o golo, num “livre de boa execução técni-

ca”, com que os “leões” chegaram à igualdade.

Uma partida “com emoção até ao fim”A última ronda da Elite teve jogo grande com o Sporting de Macau a medir forças com o Ka I. Os “leões”, apesar de não terem vencido desta vez, voltaram a mostrar as “garras” a um dos candidatos ao título

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JTM

Bom teste para “águias” e “leões”

A primeira volta do campeonato principal de futebol do terri-tório caminha a passos largos

para o fim, e a surpresa continua a manter-se, com o recém-promovido Sporting no topo da tabela. Os “leões” já tinham vencido o Monte Carlo no jornada inaugural e defrontaram desta vez o Ka I, acabando por prevalecer um empate a uma bola.

“O público que acorreu às bancadas viu a partida com emoção até ao fim, mais por culpa do Sporting. O Ka I en-trou muito bem no jogo, fez o golo com uma boa cabeçada do Kim, o avançado sul-coreano. Mas o Ka I, assim como entrou, acabou por desaparecer”, disse Rui Cardoso.

Apesar de reconhecer que os en-carnados têm bons jogadores, acabam por não o demonstrar a nível colecti-vo. “Têm, individualmente, bons va-lores, que podem fazer a diferença em qualquer momento de jogo, mas falta-

-lhes entrosamento entre os sectores. As suas linhas estão muito distantes, sem grande intensidade nas transi-

ções, sem grande definição do que querem fazer”.

Por outro lado, Rui Cardoso elogiou,

uma vez mais, o futebol do Sporting, com jogadores que “roubam bolas e ganham no choque porque têm um ri-gor posicional sem bola muito grande”. Para além disso, os jogadores leoninos surgiram com “muito mais garra e con-dição física”.

A solidez defensiva do conjunto verde-e-branco mereceu também um apontamento por parte de Rui Car-doso, que serviu como base de lança-mento para a organização ofensiva.

“Não só perdeu dois pontos na se-mana passada, como voltou a perder nesta jornada. Podia ter resolvido o jogo, acreditou, puxou dos galões e foi à procura da vitória”, acrescentou Rui Cardoso.

A goleada que o Benfica aplicou ao Lai Chi não mereceu contestação, como já era esperado, enquanto que o empate entre o CPK e a Polícia acabou por pe-nalizar mais a primeira, que tem vindo a ser uma das sensações da prova.

A próxima jornada da Liga de Elite terá dois jogos para seguir com grande interesse. O Benfica vai medir forças com o CPK, uma das sensações da prova, enquanto que o Sporting vai defrontar a tradicionalmente difícil formação da Polícia

A Liga de Elite regressa na próxima jornada ao Estádio da Taipa

e já com novo horário, com as partidas a realizarem-se às 17h30 e 19h30. Nesta ronda desenrolam-se dois jogos de grande interesse que servirão como testes para Sporting e Benfica, frente a Polícia e CPK, respectivamente.

Os “leões” do território seguem isolados na lideran-ça, mas não deverão esperar facilidades frente à formação da Polícia, que já “roubou” pontos ao Monte Carlo nesta temporada e vem de um em-pate frente ao CPK. “O Spor-ting terá que se esticar um pouco mais nas suas linhas para poder contrariar a Po-lícia, se esta se contrair como costuma fazer. O Sporting está em primeiro lugar e por isso já se pode considerar uma equi-pa perigosa, vamos ver como é que a Polícia se vai posicio-nar”, referiu Rui Cardoso, atri-buindo favoritismo aos verde--e-brancos.

Em relação às “águias”, Rui Cardoso acredita que será um bom jogo “para testar todo

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JTM

o trabalho que tem vindo a de-senvolver depois da mudança do seu treinador”, após duas goleadas nas duas partidas efectuadas com Bruno Álva-res no comando. “Teve tempo para trabalhar e os graus de dificuldade vão começar a aparecer agora até apanhar a segunda volta. Vai ser um bom duelo, penso que o Benfi-ca, por aquilo que tem vindo a demonstrar, os jogadores que tem ao seu dispor, com um

banco de suplementes muito forte, não terá dificuldade de ultrapassar o CPK”. No en-tanto, Rui Cardoso alerta que o Benfica deverá “encarar o jogo com muita seriedade”, já que o CPK também tem joga-dores de qualidade.

Os outros “grandes”, Monte Carlo e Ka I, não terão dificuldades para derrotar Lai Chi e Kei Lun, respecti-vamente.

*com Pedro André Santos

Benfica terá que estar no seu melhor para vencer o CPK

Sporting e Ka I empataram a uma bola na última jornada

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Pedro André Santos

Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | DESPORTO 13

LIGA DOS CAMPEÕES

Dortmund testa poder de fogo “merengue”A Liga dos Campeões prossegue hoje com mais dois embates de grande interesse. O Real Madrid recebe o Borussia Dortmund, enquanto que o Chelsea vai a Paris defrontar o PSG

Real Madrid e Borussia Dortmund voltam a medir forças esta tem-

porada, primeiro no Santiago Bernabéu, um ano depois de a equipa alemã ter posto fim ao sonho “merengue” de con-quistar da décima Taça dos Campeões Europeus com um emocionante triunfo na meia--final.

As equipas defrontaram--se por quarto vezes em 2012/13, com os alemães a superiorizarem-se aos espa-nhóis, conseguindo uma vi-tória e um empate, na fase de grupos, voltando a triunfar nas meias-finais (4-3 no so-matório das duas partidas).

Esta partida será um ver-dadeiro teste às capacidades defensivas dos alemães, face ao ataque goleador do Real Madrid, que conta com Cris-tiano Ronaldo como o melhor marcador da prova. Nesta al-tura, os espanhóis levam 29 golos marcados nesta edição da “Champions”, contra 16 dos alemães.

Olhando para os dois con-juntos, o Dortmund já sabe que não poderá contar com o castigado Lewandowski, a “estrela” da companhia que no ano passado chegou a marcar quatro golos aos “me-rengues”. Bender, Schmelzer e Subitc são outras cartas fora do baralho para o técni-co alemão, enquanto que do lado do Real Madrid regista--se uma baixa de “peso” de última hora: Marcelo. O late-ral brasileiro junta-se assim a Khedira, Jesé e Arbeloa no lote de lesionados. O confron-to entre espanhóis e alemães poderá ser acompanhado em Macau a partir das 02h45 na TDM SPORT e HD.

Chelsea em ParisNa outra partida de hoje,

o Chelsea desloca-se a Paris para defrontar o PSG num embate entre clubes “milio-nários”.

O PSG chega a esta fase pela segunda temporada con-secutiva, mas apenas pela terceira vez em toda a sua história. Há um ano, nesta fase da competição, empatou a duas bolas em casa com o

Barcelona e empatou depois 1-1 em Camp Nou, acaban-do eliminado devido aos go-los fora. Com o campeonato praticamente garantido, os franceses apostam tudo na “Champions”, sendo ainda importante registar que não perdem em casa nas provas da UEFA há 28 jogos.

Depois de ter sido primei-ro no grupo e eliminado o Ga-latasaray, o Chelsea procura atingir pela sétima vez em 11 temporadas as meias-finais numa fase em que a formação orientada por José Mourinho luta para conquistar a “Pre-mier League”.

Os franceses têm revelado

a pontaria mais afinada nesta edição (22 golos contra 15), e apresentam-se no Parque dos Príncipes na máxima força. Já os ingleses têm alguns jo-gadores em dúvida, devendo apresentar-se desfalcados no ataque, já que Fernando Torres aparenta ser a única opção dis-ponível para Mourinho.

RALI DE PORTUGAL

Ogier favorito no arranque de mais uma ediçãoO Rali de Portugal arranca amanhã para uma edição que pode marcar o adeus ao sul do país, e com um piloto apontado por todos como superfavorito: o francês Sebastien Ogier (Volkswagen)

A 48ª edição do Rali de Portugal é também a dé-cima consecutiva no sul e a organização, o Au-tomóvel Clube de Portugal (ACP), pondera um

regresso da prova às “míticas” etapas do norte.Com o presidente do ACP, Carlos Barbosa, a admi-

tir uma decisão para breve e com o campeão do Mundo de pilotos, o francês Sebastien Ogier, a assumir que um Rali de Portugal nortenho “seria espectacular” devido à maior presença de adeptos, esta poderá mesmo ser últi-ma edição do Rali em terras algarvias.

Para esta edição do Rali de Portugal estão inscritos mais de 80 carros, 15 dos quais do Campeonato do Mun-do de Ralis (WRC), além dos principais pilotos portu-gueses - o campeão nacional Ricardo Moura, o actual líder do campeonato Pedro Meireles, Bernardo Sousa e Rui Madeira -, já que a primeira etapa é pontuável para o Campeonato Nacional de Ralis.

Sebastien Ogier surge no Rali de Portugal como cam-peão em título, como líder do campeonato (63 pontos, mais três do que o colega de equipa na Volkswagen, Jari-Matti Latvala) e com o estatuto de superfavorito. “O Ogier é o maior piloto da actualidade, tem o melhor car-ro e, por isso, será com certeza o favorito”, considerou o líder do campeonato nacional, Pedro Meireles.

O próprio francês assume que está em Portugal para ganhar pela quarta vez (repetindo os triunfos de 2010,

2011 e do ano passado), e, para “abrir as hostilidades”, venceu no passado fim-de-semana o Fafe Rally Sprint, provando uma vez mais que o Polo-R é o melhor carro do pelotão.

Já a Hyundai (do vice-campeão mundial, o belga Thierry Neuville) inscreveu três carros no Rali, sobretu-do para obter dados em prova acerca do funcionamento do i20 WRC, um carro que a marca sul-coreana acredita poder desenvolver para ser competitivo em 2015.

Quanto à Citroen, histórica dos ralis e dominadora na última década, tem no norueguês Mads Ostberg e no britânico Kris Meeke pilotos candidatos a um “brilhare-te” na terra portuguesa.

O próprio Ogier considerou que a marca francesa será perigosa: “A Citroen ainda tem um nível alto de rendimento. Foi a equipa que dominou os últimos 10 anos e não pode ter perdido tudo agora. Tenho a certeza de que a equipa e o carro ainda são bons”.

“Ao Mads e ao Kris não lhes falta velocidade, por isso, teremos de manter um olho neles. Eles conseguem ser muito rápidos em alguns ralis, mas falta-lhes alguma experiência no WRC. Se evitarem cometer erros, pode-rão estar na luta pelos lugares cimeiros”, explicou o pilo-to da Volkswagen.

O primeiro momento de competição do Rali é uma superespecial de 3,27 quilómetros na tarde de amanhã, com o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, como pano de fundo.

Seguem-se três dias de corrida em 15 troços de terra no Algarve e Baixo Alentejo, num total de mais de 336 quilómetros cronometrados em locali-dades como Silves, Ourique, Almodôvar, Santa Cla-ra, Santana da Serra, Malhão, Loulé e São Brás de Alportel.

JTM/Lusa

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201414 JTM | ACTUAL

As grandes questões de sociedade supe-rabundam hoje, num mundo tão cheio de contradições.

É que têm sido demasiado rápidas as mu-danças em todos os domínios da ciência e da técnica, em clara dessintonização com os com-portamentos e os valores.

Daí surgirem contradições temporariamen-te insanáveis que exigem moderação e inteli-gência de quem decide, mormente políticos e outros actores sociais.

Vem isto a propósito de estar a ter lugar na Dinamarca um debate emblemático.

Trata-se de saber até onde pode ir o estado secular, na defesa do interesse geral; e até onde podem “exigir” as diferentes religiões, em de-fesa do princípio fundamental da liberdade de culto.

A questão une, excepcionalmente, judeus e muçulmanos, na luta comum contra o governo.

Porquê? Por este ter decretado a proibição do abate de animais, sem serem previamente tornados inconscientes, a fim de se lhes evitar o sofrimento do próprio abate.

As exigências rituais, inscritas nas tradições das duas religiões, como condição de alimen-tos purificados, os halal para os muçulmanos e os koshe para os judeus, prescrevem que o animal esteja consciente, aquando do abate.

O executivo dinamarquês argumenta com os Direitos dos Animais, onde está inscrito o da não inflição de desnecessário sofrimento, em matadouros e locais equivalentes.

E os líderes das duas comunidades religio-sas contra-argumentam com a prevalência dos Direitos Humanos, neste caso a Declaração Uni-versal de 1948, prescrevendo a liberdade funda-mental de culto, sem quaisquer restrições.

“Preso entre a espada e a parede”, como se costuma dizer, não tem o governo de Co-penhaga a vida fácil, ao gerir politicamente esta matéria.

A razão é óbvia: foi-se envenenando com o decurso dos anos o debate sobre as relações entre as religiões e o estado secular, em socie-dades multiculturais, como aquelas em que os países europeus se tornaram.

Daí que, ao menor sinal de contrariedade para comunidades religiosas com sentimentos exacerbados de auto-defesa, os termos da reac-ção surgem imediatamente: é a islamofobia para uns, e o anti-semitismo para os outros.

E se se considerasse que a questão em deba-te é apenas o resultado de as sociedades terem evoluído, no plano da consciência dominante, para uma nova expressão de respeito de seres vivos que nos servem até ao fim?

Sentimento que iguala hoje, pelo menos, uma maior consciência dos problemas ambien-tais, na certeza de que não somos senhores ab-solutos da vida, nas suas diferentes expressões?

Como tornar sereno pois um debate tão eivado de preconceitos, onde não estão exclu-sivamente em causa os Direitos dos Animais, mas questões agora cada vez mais omnipre-sentes, como as da Cultura e as da Identidade?

Questões mais fundamentais, de natureza constitucional, são assim colocadas. E desde logo: às sociedades multiculturais tem que cor-responder necessariamente um Estado fraco, que gere coligações de minorias?

Ou um Estado forte (não autoritário, mas decidido na aplicação da lei) que governa prin-cipalmente para a maioria sociológica que o elegeu?

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia.

Docente da Universidade de S. José.

No Reinoda Dinamarca

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

PORTUGAL/CHINA

Monjardino diz que chineses estão de “olho” no BCP

Transportes marítimos, portos e banca são sectores nos quais os chineses estão interessados em investir em Portugal, além da energia, seguros e imobiliário,

onde já estão, e dos resíduos onde manifestaram vontade de estar, diz o presidente da Fundação Oriente.

“Os chineses querem ter um banco aqui para terem uma presença na Europa”, mas também “têm interesse nos transportes marítimos e nos portos”, afirmou, em en-trevista à Lusa, Carlos Monjardino, que por razões profis-sionais tem há muitos anos contactos com a China.

Para o gestor da Fundação Oriente o investimento chi-nês no sector financeiro é não só “possível como é desejá-vel”, lembrando que “houve um interesse grande de dois bancos chineses que quiseram vir para Portugal já há uns anos”, negociações que não foram avante na altura e que garante desconhecer os motivos.

Quanto a bancos portugueses que poderiam estar ago-ra sob o olhar atento dos chineses, Carlos Monjardino tem uma resposta curta e rápida: “o BCP”. E sublinhou que “já não é a primeira vez que eles olham para o BCP”.

Já em relação ao interesse de chineses pelos transportes marítimos e portos, destaca que este ganhou ainda maior relevância com as recentes alterações na Ucrânia.

Neste novo contexto, “os portos portugueses podem ser, nomeadamente aqueles em que há hipóteses de ar-mazenagem de gás, um ponto de passagem do gás que vem dos Estados Unidos para outros países. Mas já antes disto [crise na Ucrânia], com o alargamento do canal do Panamá, esperava-se que muito mais se fizesse por trans-portes marítimos e nós ficávamos numa posição, até mais os Açores, muito boa para funcionar como uma base de distribuição para outros países”.

Quanto ao interesse já público de chineses na privati-zação da Empresa de Geral de Fomento, Carlos Monjardi-no explica que a pretensão dos investidores “é vir buscar ‘know how’ na área do tratamento dos lixos”, adiantando que “um dos enormes problemas que a China tem é um défice de técnica para recuperação e tratamento de lixo. E tinham aqui [na privatização da EGF] uma maneira barata de comprar uma empresa, que é tecnicamente muito váli-da nessa área para depois utilizarem esse conhecimento na China”, explicou.

O investimento chinês em Portugal “é possível e desejável” em vários sectores, desde os portos à banca, considera Carlos Monjardino. Para o presidente da Fundação Oriente, os “vistos gold” e o relacionamento histórico entre os dois países “facilitaram muito” o crescimento dos negócios chineses em Portugal

Carlos Monjardino considera que “os vistos gold faci-litaram muito as coisas” para que os negócios de chineses em Portugal tenham vindo a crescer nos últimos anos e em setores importantes, mas acredita que “os chineses também dão muita importância ao relacionamento histórico de 500 anos” que existe entre os dois países. Além disso, frisa, “a questão de Macau passou-se bem”.

No entanto, também admite, que Portugal é um país mais aberto ao investimento chinês do que outros países da Europa.

E quando questionado sobre se Portugal é para os chi-neses uma ponte para a Europa ou para África, responde: “Para a África ou para a Europa, mas mais para a África de língua portuguesa, em muitos casos”.

Sobre os riscos de atribuição de vistos Gold, que já con-duziram à abertura, por parte do Ministério Público, de dois processos de investigação sobre cidadãos chineses, Carlos Monjardino, desdramatiza e argumenta que os vis-tos passam pelo crivo do SEF - Serviços de Estrangeiros e Fronteiras, e embora considere este tipo de casos “vai sur-gir sempre”, realça que “na aflição em que estamos isto [os vistos gold] veio contribuir bastante para atrair mais inves-timento”.

E destaca que “nesse campo o ministro Paulo Portas fez um excelente trabalho e tem jeito e cheiro para estas coisas”.

Depois da China, os países do Médio Oriente são outros dos destinos onde Portugal deveria “fazer mais para atrair investidores”, afirma Carlos Monjardino, que em breve fará uma deslocação à região, “para fazer uma política de cooperação com museus do Médio Oriente”, mas, esclare-ce, “vou também, porque não resisto, tentar perceber o que é que eles querem de Portugal e o que o país lhes pode ofe-recer, para perceber se não podem investir mais cá”.

JTM/Lusa

CHINA

Corrupção “trama” novo “tigre” militarA campanha anti-corrupção fez nova vítima entre as altas patentes militares chinesas. Um general próximo do antigo vice-presidente da Comissão Militar Central, foi acusado de fraude, suborno e abuso de poder

Um antigo vice-chefe do de-partamento de logística das Forças Armadas chinesas, o

general Gu Junshan, vai ser julga-do por corrupção e abuso de poder, anunciou a imprensa oficial citan-do a Procuradoria-geral militar. Gu Junshan, de 58 anos, foi formalmen-te acusado de fraude, suborno, uso inapropriado de fundos públicos e abuso do poder, e será julgado num tribunal militar.

Gu Junshan tem sido associado ao general Xu Caihou, antigo vice--presidente da Comissão Militar

Central, cuja detenção foi anunciada a 20 de março por um jornal de Hong Kong. Xu Caihou estava internado num hospital de Pequim quando de-zenas de agentes da polícia armados o foram prender.

Xu Caihou, 71 anos, é a mais alta patente militar da China suspeita de corrupção e antes de se reformar, em 2012, pertencia ao Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC). A queda de Xu ocorreu precisamente na sequência das investigações em torno de Gu.

O PCC assumiu há muito o com-

bate à corrupção como “uma luta de vida ou de morte” para a sua perma-nência no poder, mas a actual cam-panha é considerada mais persisten-te e ampla do que era habitual. Em 2013 foram investigados ““31 fun-cionários de elevado perfil” e só este mês, houve mais três vice-governa-dores provinciais (de Yunnan, Hai-nan e Jiangxi), afastados por “graves violações da disciplina”, a expressão habitualmente utilizada para desig-nar os crimes de corrupção e abuso de poder.

JTM com Lusa

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Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | ROTEIRO 15

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 17:50 Caminho das Índias (Repetição) 19:00 TDM Entrevista (Repetição) 19:30 Baía das Mulheres 20:30 Telejornal 21:00 Montra do Lilau 21:30 Mortos pelos Saldos 22:00 Caminho das Índias 23:00 TDM News 23:30 Resumo Liga dos Campeões 23:45 A Guerra 01:00 Telejornal (Repetição) 01:30 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 AFC Cup 2014 Selangor vs. Hanoi T&T 14:30 Liga Bbva 2013/14 Real Madrid CF vs. Rayo Vallecano 16:00 Rebel TV 21 16:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights 17:25 Valero Texas Open 18:25 (LIVE) FOX SPORTS Central 18:55 (LIVE) AFC Champions League 2014 Buriram United vs. Cerezo Osaka 21:00 Valero Texas Open 22:00 World Championship Kickboxing 23:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 00:00 Liga Bbva 2013/14 Highlights Athletic Bilbao Vs. Atletico Madrid 00:30 Rebel TV 21 00:40 (LIVE) Dutch Eredivisie 2013/14 RKC Waalwijk vs. Ajax Amsterdam

31 STAR SPORTS13:00 World of Gymnastics 2014 13:30 Deep Water 14:00 FIM Mx2 World Championship 2014 - Races 16:00 Singha E-San Open 17:00 Max Power 2014 17:55 (LIVE) AFC Champions League 2014 Jeonbuk Hyundai Motors vs. Guangzhou Evergrande 19:55 (LIVE) AFC Cup 2014 South China vs. Yangon United 22:00 (Delay) Score Tonight 2014 22:30 BWF Badminton World Magazine Show 23:00 La Liga 2013/14 RCD Espanyol vs. FC Barcelona

40 FOX MOVIES12:05 Oz The Great And Powerful 14:15 Grown Ups 16:00 White Chicks 17:50 21 & Over 19:20 Trance 21:00 The Cabin In The Woods 22:35 A Haunted House 00:00 Alex Cross

41 HBO12:10 Looper 14:05 The Five-Year Engagement 16:30 Hotel Transylvania 18:00 Chasing Mavericks 19:55 Hugo 22:00 Oblivion 00:00 The Brave One

42 CINEMAX13:00 Casualties Of War 15:00 Generation Kill 16:00 Anzio 17:55 Criminal 19:20 The Naked Gun: From The Files Of Police Squad! 20:40 The Naked Gun 2 1/2: The Smell Of Fear 22:00 Naked Gun 33 1/3: The Final Insult 23:20 Banshee

50 DISCOVERY13:00 Auction Hunters 14:00 Futurescape With James Woods 15:00 I Shouldn’t BE Alive 16:00 Dirty Jobs 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Man Vs. Wild 19:00 Deadliest Catch 20:00 American Digger 20:30 Mean Machines: The Transatlantic Challenge 21:00 Mega Builders 4 22:00 Machines Of Malice 23:00 Inside Out 00:00 American Digger 00:30 Mean Machines: The Transatlantic Challenge

51 NGC12:30 Dog Whisperer 13:25 Mudcats 14:20 Vinnie Jones: Russia’s Toughest 15:15 Wicked Tuna 16:10 Brain Games 17:05 None of the Above 18:00 Monster Fish 19:00 Dog Whisperer 20:00 The Lady With 700 Cats 21:00 Wicked Tuna 22:00 Brain Games 23:00 None of the Above 00:00 Cosmos: A Spacetime Odyssey

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Big History 15:00 Storage Wars 16:00 Hidden Cities Extreme 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Hidden Cities Extreme 20:30 Cajun Pawn Stars

21:00 The Pickers 22:00 Big History 23:00 Ancient Aliens 00:00 The Pickers

55 BIOGRAPHY13:00 Confessions: Animal Hoarding 14:00 Barter Kings 15:00 Baggage Battles 16:00 Flipped Off 17:00 Child Of Our Time 18:00 Sell This House: Extreme 19:00 Flipping Vegas 20:00 Barter Kings 21:00 Bondi Vet 22:00 The American Baking Competition 23:00 Confessions: Animal Hoarding 00:00 Bondi Vet

62 AXN13:00 The Voice 14:50 The Amazing Race 15:45 Wipeout 16:40 Caught On Camera 17:30 Csi: Crime Scene Investigation 18:20 American Ninja Warrior 19:15 Hawaii Five-0 20:10 Totally Insane Guinness World Records 21:05 The Voice 22:00 The Blacklist 22:55 Csi: Crime Scene Investigation 23:50 The Blacklist 00:45 Totally Insane Guinness World Records

63 STAR WORLD12:55 Planet Cake 13:45 How I Met Your Mother 14:35 Glee 16:15 Revenge 17:05 Model Employee 18:00 Nail Files 18:55 How I Met Your Mother 19:50 5 Girls & A Bucket List 20:45 Asia’s Next Top Model 22:35 5 Girls & A Bucket List 23:30 Asia’s Next Top Model 00:25 Killer Women

82 RTPI13:30 Telejornal Madeira 14:00 Bom Dia Portugal-Directo 15:00 Os Nossos Dias 15:43 Destino: Portugal - II 16:08 Ler +, Ler Melhor 16:19 Podium 17:09 Bem-vindos a Beirais 17:52 Ler +, Ler Melhor 18:00 Telejornal Ásia-Directo 18:32 Destino: Portugal - II 18:59 Liberdade 21 19:50 Ler +, Ler Melhor 20:00 Jornal da Tarde 21:13 5 Para a Meia-Noite 22:15 Ler +, Ler Melhor 22:23 Os Nossos Dias 23:06 O Preço Certo 23:55 Tec@Net 00:10 Podium 01:00 Portugal em Directo-Directo 02:03 Bem-vindos a Beirais 02:45 Tec@Net 03:00 Telejornal-Directo 04:12 Praça da Alegria

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

190C/220C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 10.95 11.09YUAN (RPC) 1.244 1.297

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 03/04

• • • HOJE 02/04200C/230C

WWW.SMG.GOV.MOA programação é da responsabilidade das estações emissoras

02:45TDM SPORT e HD

CINETEATROS1 Noah14:15 • 19:15

S2 Horseplay14:30 • 16:15 • 21:30

TORRE DE MACAUDivergent- 14:15 • 16:45 • 19:15• 21.45

GALAXY

THEATER 83 AM Part 2 (3D)-14:10 • 21:15

THEATER VÁRIOSHorseplay-13:10 • 17:10 • 19:00

THEATER VÁRIOSNeed for Speed (3D)-13:40 • 16:05 • 18:50 • 20:50 • 23:00

THEATER 6Kano -15:50 •23:40

THEATER VÁRIOSThe Grand Budapest Hotel -14:00 • 18:35 • 21:00

THEATER VÁRIOSNoah (3D) - 12:00 • 13:00 • 14:40 •15:40 • 17:20 • 18:15 • 20:00 • 20:50

THEATER VÁRIOS300: Rise of an Empire- 12:00 • 19:00

Real Madridvs B. Dortmund

CAMPANHA DE FUNDOS PARA ANIMAIS DE RUA

A Anima irá iniciar no próximos meses de Abril e Maio a sua primeira campanha de fundos de 2014,

destinada a apoiar os animais de rua. Esta campanha coincidirá com o início de

actividade da sua clínica móvel, cuja função essencial é, de forma regular e sistemática,

inventariar e cuidar dos animais que vivem nas ruas, incluindo esterilização,

alimentação e tratamento veterinário.

A campanha, que conterá obrigatoriamente o logo da Anima em todos os documentos para recolha de fundos,

será liderada pela Gina Rangel, membro fundador da Anima e todos os voluntários que

nela participam deverão estar devidamente credenciados.

Macau, 7 de Março de 2014

Albano MartinsPresidente

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201416 JTM | OPINIÃO

O soft power do país das tulipas e a Nuclear Security Summit (NSS) 2014

UM ARTIGOFrancisco José Leandro*

A Holanda sempre foi, a meu ver, um dos Estados mais fas-cinantes da Europa, o qual

tive oportunidade de visitar cerca de 20 vezes. A Holanda foi o primeiro destino na minha primeira viagem ao estrangeiro e tem sido sempre, na minha vida particular e profissional, um destino recorrente. O Nation Bran-ding1 holandês resulta de uma inte-ligente e quase secular combinação de uma imagem visualmente muito atractiva, com uma mensagem de to-lerância, equilíbrio e paz, através da contínua promoção de três grandes instrumentos internacionais: justiça, desenvolvimento pessoal e institu-cional e um diálogo permanente. Por detrás da imagem mediática do verde, dos moinhos, da ecologia, do queijo, das tradicionais socas de madeira e das coloridas túlipas, ergue-se hoje um dos Estados com maior soft power da Europa, dotado de uma geração de políticos bem preparados, de um con-junto de instituições nacionais e inter-nacionais de grande prestígio e de um povo que faz da cultura, das artes, do pluralismo, da responsabilidade pes-soal e da educação a sua vocação per-manente e à qual atribui, aliás a mais alta prioridade.

Razões pelas quais a realização da Nuclear Security Summit 2014 (NSS 2014) na cidade de Haia, entre 24 e 25 de Maio, não constituiu propriamente uma surpresa, especialmente se pen-sarmos que se trata da maior confe-rência internacional jamais realizada na Holanda. A prevenção do terroris-mo nuclear é um dos assuntos mais importantes da designada “Global Agenda” e esta conferência internacio-

nal teve por objectivo melhorar a apli-cação das seguintes medidas: redução dos número de materiais nucleares perigosos existentes no mundo, me-lhorar a segurança dos já existentes, bem como das fontes radioactivas em geral e ainda melhorar a cooperação internacional. Em 2013, foram repor-tados 146 incidentes no mundo envol-vendo materiais nucleares, facto que torna ainda mais importante a reali-zação deste NSS 2014, na sequência do primeiro realizado em Washington em 2010, seguido do de Seoul em 2012. Uma das características interessantes do programa é a sua capacidade para envolver todos os principais stakehol-ders, num modelo participativo, inte-ractivo e respeitador das soberanias dos Estados participantes. Todavia, neste contexto, gostaria de destacar o papel dos designados global media, cuja acção tem permitido trazer para a “aldeia global”, com consistência e vontade de esclarecer, tão importante assunto.

O comunicado final do NSS 2014 coloca nos Estados a responsabilidade fundamental da açcão neste domínio, sem excluir os actores não Estado e as iniciativas globais. Reforça também a designada acção comum, quer nos domínios dos tratados voluntaris-tas, quer ainda no papel da Agência

para a Energia Nuclear, sem esquecer as preocupações com a cyber security e com os tráfegos ilícitos. Todavia, parece-nos também evidente que, no resultado desta conferência inter-nacional se deverá também incluir a oportunidade para o debate sobre outros assuntos da agenda global, de-signadamente a questão da Ucrânia. Este facto constitui por si só, uma das características atinentes à capacidade holandesa de se constituir como uma sociedade que não só acredita nas pos-sibilidades de comunicação, mas que se oferece como um espaço propício para a comunicação internacional em momentos de crises e tensão.

Uma vez mais, tal como vem fa-zendo desde 1945, o país das tulipas é quem recolhe os dividendos funcio-nais deste evento, não só pela orga-nização do palco global, mas essen-cialmente, pela sua adequabilidade à realização de tal evento, adequabili-dade essa, criada pela sua inteligente

política de Nation Branding, fruto de uma vontade nacional, competente-mente dirigida ao longo dos tempos, por gerações de classes políticas de alto nível. Creio, portando, que, é hoje inteiramente justo reconhecer Haia como uma cidade de paz e de justiça, como aliás as suas autoridades gos-tam de a referenciar e a Holanda, um designado “pequeno Estado”, cujo po-der funcional vem crescendo, colocan-do-se hoje na cena internacional, entre os actores com maior potencial de soft power do mundo.

NOTA. 1-Expressão que significa, de modo genérico, a utilização de re-cursos nacionais com vista à obtenção deliberada de uma determinada ima-gem internacional.

* Professor Doutor. Docente na Universidade de São José e no Instituto

de Estudos Europeus de Macau. Escreve habitualmente neste espaço às quartas-feiras.

PRÉMIO JOVEM INVESTIGADOR 2014

ÁREAS DE: CIÊNCIAS APLICADAS CIÊNCIAS SOCIAIS

CONDIÇÕES DE CANDIDATURA

Aberto a todos os alunos, professores ou investigadores das instituições de

ensino superior registadas em Macau, e quaisquer licenciados ou graduados,

com idade até 30 anos, completada até 31 de Dezembro de 2014.

Termos e Regulamento disponíveis em www.iimacau.org.mo e

Instituto Internacional de Macau, Rua de Berlim, Edf. Venus Court, 240, 2.º andar

Tel: 2875 1727 Fax: 2875 1797 E-mail: [email protected]

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Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | OPINIÃO 17

Dito

(...) “A Nova Esperança compreende que Ho Iat Seng é novo no seu cargo, tem pouca experiência, mas tem de perce-ber que os deputados não podem ver negada a sua palavra em sede própria, que é a AL. O presidente não pode ser um mero espectador” (...)

• • • HÁ 20 ANOS

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 02/04/1994

CTM INVESTIRÁ 1,7 MIL MILHÕESA Companhia de Telecomunica-ções de Macau (CTM) vai investir 1,7 mil milhões de patacas até 1999 no desenvolvimento dos serviços de que é concessionária, revelou ontem o administrador-delegado da empresa. “A CTM está optimis-ta quanto ao futuro da economia de Macau, tendo aprovado um plano de investimentos para o quinténio 1994-1998, que visa desenvolver as telecomunicações do Território”, disse Paulo Alves à agência Lusa. “Os projectos em curso em Ma-cau, como o aeroporto, o fecho da baía da Praia Grande ou o parque industrial da Concórdia vão dina-mizar a economia do Território e a CTM terá de dar resposta às novas solicitações, pelo que o plano de investimentos até 1998 poderá vir a ser ajustado”, referiu. Em 1994, a CTM pretende investir 400 mi-lhões de patacas e, de acordo com Paulo Alves, o projecto mais im-portante para o ano em curso ”é a construção de infraestruturas de telecomunicações para o aeroporto internacional de Macau”. “Como concessionária das telecomunica-ções, a CTM oferece o seu serviço à Companhia do Aeroporto, que se manifestou interessada, decor-rendo ainda conversações entre as duas partes”, disse. Do plano de investimentos da CTM para 1994, destacam-se as verbas de 90 mi-lhões de patacas para edifícios e respectivos equipamentos, de 85 milhões de patacas para o desen-volvimento da rede de cabos de 60 milhões de patacas para centrais de comutação telefónica e de 20 milhões de patacas para os siste-mas de transmissão de dados.

DST VAI ANIMAR LOCAIS TURÍSTICOS A Direcção dos Serviços de Turismo (DST), vai levar a cabo um progra-ma de animação turístico-cultural em diversos pontos de Macau entre Abril e Junho. O programa inclui a animação do espaço das ruínas de S. Paulo, com a actuação aos do-mingos e dias feriados de grupos de dança de dragão e do leão. Do programa da associação de ópe-ra chinesa “Van Meng” no Largo do Senado e da Tuna Macaense na Pousada de Coloane, em Abril, e nos hotéis Fortuna e Bela Vista, em Maio e Junho, respectivamente.

Talentos? O que são talentos? Fui ver ao dicionário e, pelo que li (e eu, afinal, sabia) podem ter dois

significados: o primeiro (que foi usado por Mateus na Parábola dos Talentos) queria dizer uma moeda de ouro na Grécia e na Roma antigas; já no sentido usado pelos sábios apostados em for-mar “mais talentos” para a RAEM, um talento é alguém de grande inteligên-cia, cultura e engenho.

Todos sabemos que os nossos ta-lentos não são distribuídos por igual, Segundo o Vaticano II, “Deus quer que cada um receba do outro aquilo de que precisa e que os que têm talentos parti-culares comuniquem os seus benefícios aos que deles precisem”.

Ao que se soube agora, Macau não tem talentos bastantes para apoiarem o seu desenvolvimento económico so-cial. Assim - há que formá-los. Talentos, precisam-se (!) - passou a ser a acção prioritária em 2014, conforme as Linhas de Acção Governativa para o ano em curso. Tão prioritária que é o próprio Chefe do Executivo que vai presidir à grande Comissão (24 talentos!) a quem foi cometida a tarefa de os encontrar e coordenar. À vista dos três últimos no-meados ninguém tem dúvidas de que assim será…

Só que não vai ser fácil pois que a tarefa costuma estar a cargo de agências especializadas. Ora, especialistas em procurar talentos - com formação e ex-periência apropriada - não estão entre nós à mão a semear. Assim, o remédio será andarem por aí de lanterna acesa na mão a bosquejá-los: “O concidadão viu por aí algum talento”?

A lembrar uma das mais saborosas páginas de A Cidade e as Serras quan-do, à chegada à Régua do comboio em que vinham de Paris, Jacinto e Zé Fer-nandes procuraram ansiosamente por todas as carruagens o escudeiro Grilo e as malas que haviam ficado à sua guar-da. E tanto gritaram por ele - conta Eça - que, a certa altura, “um jocoso” gritou duma carruagem de 3ª classe: “Não há por aí um grilo”? “ Andam por aí uns

Caçadores de talentos

Senhores a pedir um grilo”…Assim, embora quase sem especia-

listas em talentos, a dita Comissão vai ter de procurá-los em diversas áreas, como a académica, a associativa, a da Medicina e a institucional. E as outras? Mas, de momento, o problema é ainda se não saber quando começará a funcio-nar.

Devo dizer que sou bastante céptico no que toca à eficácia do trabalho das comissões. Sobretudo das grandes, e em especial aqui em Macau, onde há dezenas delas e de muitas ainda se não conhecem resultados. A dar razão ao nosso Rei D. João V quando dizia haver duas formas de recusar uma pretensão: uma é dizê-lo imediatamente e, a outra, nomear uma Comissão para estudar o assunto…

Ainda assim faço votos para que es-forço desta dos 24 desminta o pessimis-mo. E sem demora pois que, como dis-se o Dr. Chui Sai On, se o seu trabalho vai “ser a base do desenvolvimento da sociedade e da economia”, se eles (os talentos) não forem encontrados, nem a sociedade e nem a economia poderá desenvolver-se. O que, mais que muito graves, é excessivamente grave, como dizia o simpático Barão de Steinbroken, ministro plenipotenciário do Reino da Finlândia ao seu amigo Afonso da Maia num dos serões do Ramalhete onde tanto gostava de ir.

Há, todavia uma esperança para o caso de a referida super-Comissão de caçadores de talentos não conseguir en-contrar aqueles de que carecemos, nem mesmo pondo anúncios nos jornais e na televisão do género “Talentos! Pre-cisam-se! Resposta urgente para núme-ro….”. É que num Seminário (esse, cer-tamente composto por talentos) agora

realizado na Universidade de Macau, defendeu-se a criação de uma escola de nível superior vocacionada para a for-mação de funcionários públicos de uma categoria mais elevada do que a conse-guida nos cursos superiores do Politéc-nico e da Universidade. Que - recorde--se - são os que prepararam os quadros de direcção e chefia dos nossos Serviços Públicos, incluindo vários assessores dos Gabinetes dos Secretários. Cujo ní-vel - cujo talento - é, pelos vistos, con-siderado insuficiente para assegurar o desenvolvimento da nossa Sociedade e da nossa economia em ordem a um futuro brilhante e harmonioso. Óptimo. Mas, e quem serão os formadores me-lhor dizendo, os super-formadores des-ses super-formandos? E que acontecerá aos “mini-talentos”, coitados, actual-mente em funções? Sim, o quê?

E porque não, em lugar de toda esta trabalheira - e de tanta despesa - por-que não propor (mas nunca impor, por respeito às suas intocáveis autonomias científica e pedagógica), porque não propor às nossas instituições de Ensi-no Superior que, com a colaboração do GAES, aumentem o nível do ensino e da exigência dos seus cursos? Era mais prático, mais rápido, mais barato e…mais bonito do que esse atestado de insuficiência que seria a criação duma escola para fazer o que elas não terão conseguido fazer em tantos anos de funcionamento.

Até lá…até lá esperemos que a dita Comissão comece por concluir que aquilo de que precisam os nossos actuais talentos (ou, como tal, são res-ponsabilizados e remunerados) benefi-ciem em Macau de acções de formação continua ministradas por docentes e especialistas de Macau que os reciclem nas boas escolas em que aqui se forma-ram, a fim de poderem eles próprios ser “a base do desenvolvimento da nossa sociedade e da nossa economia”. E, já agora, do resto.

*Docente. Anterior presidente do Instituto Politécnico de Macau.

POSTAIS DAS ILHASLuiz Oliveira Dias*

Acertar o passoTenho defendido nesta coluna que a federalização da

Ucrânia serve mais os propósitos da Rússia do que uma ideia clássica de repartição territorial por via da

agressividade militar. Parece que Lavrov trouxe o assunto à conversa com Kerry, antecipando o impacto político das san-ções ocidentais.

O processo de anexação da Crimeia tem tido um impacto negativo na economia russa e o fardo que representa (dada a dependência de Kiev) mostra que a jogada pode ter sido excessiva para o objetivo de manter um veto na política ucraniana. Se as sanções atingirem a corte de oligarcas, que sustentam parte do aparelho de Putin, e até a economia real, este pico de popularidade nacionalista pode dar origem a um descontentamento incalculado.

Ceder na retirada das tropas da fronteira com a Ucrânia pode ser o objetivo de Lavrov para trazer os EUA à negocia-ção tripartida com Berlim e Kiev, trocando a ameaça militar no Leste (e noutras paragens) por uma revisão constitucional que autonomize ainda mais essas regiões, dando a Moscovo um instrumento para, mesmo sem marionetas em Kiev, con-tinuar a influenciar a sua política. Se este desanuviamento estiver em marcha, as sanções podem ter cumprido um papel

mais profundo do que aquele que esperávamos. Mas há mais. Na semana passada o Presidente chinês fez

um tour pela Europa para selar investimentos e relações polí-ticas. Não foi inocente: apesar da abstenção na ONU, Pequim não simpatizou com os modos russos na Crimeia e não escon-deu o incómodo, o que deixou Putin mais isolado nos BRICS do que calculava.

A semana terminou com a nomeação do novo chairman da NATO, ex-primeiro-ministro da Noruega, um dos países mais comprometido com a Aliança, membro do Conselho do Ártico, peça importante na energia europeia, e sempre atento à política russa.

Este aparente sucesso de Putin pode, no horizonte médio, servir para aproximar EUA, UE e China. Duvido que quises-se dar à Ucrânia esse estatuto. JTM/DN

Pereira Coutinho, em entrevista ao “Hoje Macau”

TRIBUNABernardo Pires de Lima

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Quarta-feira, 02 de Abril de 201418 JTM | LAZER

Tom Cruise diz que seria divertido fazer “Top Gun 2”Tom Cruise não afasta a possibilidade de filmar “Top Gun 2”. Aos 51 anos, o actor, que interpretou o piloto Pete “Maverick” Mitchell no filme original, reconheceu que há “algumas falhas” que precisam ser corrigidas antes da confirmação da sequela do sucesso de 1986. “Os filmes têm o seu tempo, mas se conseguirmos superar algumas falhas, será divertido fazer [Top Gun 2]”, disse à Sky News. A notícia surgiu após a declaração do produtor Jerry Bruckheimer que revelou estar a pensar numa sequência de “Top Gun”. “Estamos a tentar fazer este filme há 30 anos, e acho que estamos cada vez mais próximos”, afirmou ao Huffington Post.

Emma Watson acha que indústria da moda é “perigosa”Emma Watson afirmou, em entrevista ao jornal “The Guardian”, que a indústria da moda pode passar uma imagem de beleza “perigosa”, em que a perfeição é sobrevalorizada. “Quando era mais jovem senti essa pressão mas já agora não me incomoda. Com os cabeleireiros e a manipulação digital, a moda pode projectar uma imagem inatingível que é perigosa”, afirmou. A actriz de 23 anos garantiu ter uma opinião segura e formada sobre a indústria da moda e a forma como esta influencia as jovens.

Álbum inédito de Michael Jackson será lançado em MaioCinco anos após a morte do “Rei da Pop”, um álbum póstumo de Michael Jackson com oito músicas inéditas será lançado mundialmente em meados de Maio, anunciou a “Epic Records”, filial da Sony. Sob o título “XSCAPE”, a editora escolheu dos arquivos de Jackson oito canções, mas pediu aos produtores para “torná-las mais contemporâneas, mantendo a essência e integridade”. “Michael deixou para trás performances vocais que estamos orgulhosos de apresentar através dos olhos dos produtores com os quais trabalhou ou gostaria de trabalhar”, frisou o chefe da Epic Record, L.A. Reid. A lista de produtores que trabalhou no projecto inclui Timbaland, o colectivo Stargate, Rodney Jerkins, Jerome “JROC” Harmon e John McClain.

Carly Foulkes sonha com o grande ecrãCarly Foulkes começou a carreira de modelo com uma campanha publicitária para uma empresa de telemóveis americana. Por incrível que pareça, não se destacou pelo corpo bem delineado, mas pelos seus pés! A modelo canadiana de 25 anos tem vindo a crescer no mundo do entretenimento,contando comalgumas participaçõesem séries televisivas.Mas, Carly tem umsonho: “Esperochegar um diaao grande ecrã,mesmo queseja apenascomo figurante!”,referiu a umapublicaçãonorte-americana.

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Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 JTM | LAZER 19

O que falta em Macau? por Ngan

Macau está a tornar-se uma cida-de cada vez mais envelhecida e, na minha opinião, o Governo

não consegue resolver os problemas dos idosos distribuindo subsídios para que se disfarcem

certos problemas. O problema da habitação parece-me ser o mais grave. A maioria da população não consegue comprar casa, muito menos os jovens. Seria bom se o Go-verno disponibilizasse mais terrenos para habitação eco-nómica, pois claramente que os que já foram construídos

não são em número suficiente e são demasiado peque-nos. Para conseguir ter uma economia equilibrada, penso que seria importante a fixação de um salario mínimo e médio, para que a classe média não sofresse tanto com os aumentos dos preços.

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

As guloseimas da pequena

MafaldaA pequena Mafalda adora

doces. O pai, Joaquim da Silva Leong, contou que todos os fins-de-

semana a família vai ao supermercado para fazer compras, mas a Mafalda

não larga a prateleira dos doces, descobrindo

sempre novas guloseimas! Aproximando coraçõesA vida separou os irmãos, mas as saudades apertam. Julene Soares está em Macau, bem como o irmão Amâncio, mas Sofia não se esquece dos

momentos que passaram juntos. Esta fotografia foi tirada no Natal, mas foi partilhada agora para poderem matar saudades de quando conseguem

estar todos juntos novamente.

Apagar as velas numa praia de BaliVanessa Estorninho completou recentemente mais um aniversário, mas desta

vez a festa foi diferente. Vanessa viajou com as amigas Mariana Silva, Sandra Luz e Brenda Mendonça até Bali, na Indonésia onde estão a passar alguns dias de férias e aproveitaram para celebrar o aniversário com temperaturas de verão.

Aniversariantes de Marçona Associação dos Macaenses

Tem sido já habitual a Associação dos Macaenses juntar os aniversariantes do mês numa festa conjunta. Desta feita, o convívio reuniu os sócios nascidos no mês de Março, de onde resultou esta linda fotografia, partilhada por Armando Teixeira.

Page 20: FERNANDO DIAS SIMÕES INSPIROU-SE NO FÓRUM MACAU … · mento da RAEM, com a tomada de pos - se do novo Governo, a 20 de Dezembro. ... Durante o encontro anual com os media em português

20 JTM | ÚLTIMA Quarta-feira, 02 de Abril de 2014 • Fecho da Edição • 00:45 horas

Japão autoriza exportação de armas pela primeira vez em quase meio séculoO Governo japonês adoptou ontem uma normativa sobre a expor-tação de armas, que permitirá a sua venda sob determinadas condi-ções, após uma proibição quase total imposta há quase meio século. O novo regulamento vai substituir os três princípios aprovados em 1967, os quais impedem a venda de armamento a países sujeitos a embargo ditado por resolução do Conselho de Segurança da ONU, aos do bloco comunista e aos países envolvidos em conflitos in-ternacionais ou passíveis de se tornarem parte. Estas restrições foram reforçadas em 1976, levando a uma proibição total da venda de armas. A nova norma estabelece outros pontos e tem como objectivo melhorar a posição estratégica do Japão sem abandonar o princípio do pacifismo que tem caracterizado o país desde a II Guerra Mundial, assinalaram analistas da imprensa japonesa. Os novos princípios mantêm a interdição de exportar armas para países envolvidos em conflitos ou que violem resoluções das Nações Unidas. O Japão apenas permitirá as exportações de armamento caso este seja utilizado para “contribuir para a cooperação internacional” e servir “interesses de segurança”, segundo o novo diploma. Tóquio também vai impor um estrito sistema de controlo e acompanhamento no sentido de garantir que as armas não tenham como destino a fins distintos e que não caiam em terceiras ‘mãos’.

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Era mesmo mentira...Apesar da ideia ter muitos adeptos, não é verdade que o Go-verno tenha selado um acordo para a renovação das licenças de jogo com a contrapartida das operadoras garantirem um vasto leque de infra-estruturas e regalias aos seus trabalha-dores, incluindo creches, lares, casas e até piscinas. Da mes-ma forma, também não irão construir habitações para todos os residentes sem casa própria. Intitulada “Operadoras de jogo vão resolver crise da habitação”, a notícia publicada pelo JTM na edição de ontem, 1 de Abril, não passou de uma mera brincadeira alusiva à passagem do Dia das Men-tiras, como certamente terão percebido os nossos leitores.

É algo irónico que tenha sido um jornalista da estatal CCTV -Televisão Central da China - a despoletar o último “aperto mediático” sobre as denominadas excursões “a custo zero” que da China vêm à RAEM.

Há anos que a Direcção dos Serviços de Turismo é chamada a resolver as irregularidades que diariamente se fazem neste sector; há anos que os media local (em portu-guês, chinês e inglês) denunciam casos concretos de abusos dos denominados “guias”; mesmo depois da nova legisla-ção restritiva, em Novembro, sabia-se que este tipo de ex-cursão continuava a ser feito, bastaria aliás, perceber como continuaram a prosperar as denominadas “lojas negras”...

Até agora nenhum responsável político local, contudo, sentira necessidade de vir a público anunciar que alertara o Governo Central, como o fez o presidente da AL, Ho Iat Seng.

Ainda bem. Congratule-se o dinamismo do jornalista da CCTV, esperando-se que as autoridades chinesas encon-trem soluções para evitar que os seus turistas sejam explora-dos por seus compatriotas, manchando o nome de Macau.

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Ainda bem

Chui Sai On requer medidas urgentes para combater poluição em Ka Ho O Chefe do Executivo exortou ontem vários departamentos governamentais a apresentarem, nas próximas duas semanas, medidas mais eficazes para melhorar a situação de poluição que se vive na zona de Ka Ho, em Coloane. Chui Sai On reite-rou ser “indispensável” atacar a fonte da poluição que, segun-do o director dos Serviços de Protecção Ambiental, Cheong Sio Kei se deve “à emissão de gases industriais, e às obras nas estradas e ao excesso de peso dos veículos que circulam na zona”, refere um nota divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social. Na mesma reunião, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, revelou que está a ser estudada a introdução de mecanismos de controlo da saúde dos habitantes daquela zona, enquanto a directora dos serviços de Educação e Juventude, Leong Lai, afirmou que o organismo que dirige tem estado atento à situação da escola de Ka Ho e às suas necessidades. Também o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, Alex Vong, lembrou que os serviços municipais procederam à plantação de árvores no local para melhorar a qualidade do ar.

Trocas comerciais entre China e Lusofonia aumentaram 13,5% até FevereiroAs trocas comer-ciais entre China e países de língua portuguesa subi-ram 13,51 por cen-to nos primeiros dois meses do ano para 19,68 mil mi-lhões de dólares. De acordo com os dados da Al-fândega chinesa revelados pelo Fórum Macau, Pequim comprou à lusofonia produtos no valor de 12,86 mil milhões de dólares, mais 16,97%, contra vendas de 6,82 mil milhões de dólares, uma subida de 7,48%. O Brasil, principal parceiro da China na lusofonia viu o comércio bilateral crescer 11,17% para 12 mil milhões de dólares. Já entre Angola e a China as trocas cresceram 17,74% para um total de 6,74 mil milhões de dólares. Com Portugal, o comér-cio subiu 13,9% para 628 milhões de dólares entre Janeiro e Fevereiro, com o saldo ainda bastante favorável a Pequim. De acordo com os dados di-vulgados, a China vendeu a Portugal produtos no valor de 427,8 milhões de dólares enquanto que as importações atingiram 200 milhões, valores que traduzem, respectivamente, aumentos de 16,46% e de 8,78%.

Segurança privada em Portugal “infiltrada” por grupos criminososA segurança privada tem vindo a ser “pro-gressivamente” infiltrada por grupos crimi-nosos ligados à extorsão, tráfico de droga e de seres humanos, comércio ilegal de armas, lenocínio e auxílio à imigração ilegal, indica o Relatório Anual de Segurança Interna. Segun-do o documento, agora entregue na Assem-bleia da República, “a prática de atividades ilegais relacionadas com a segurança privada continuou, em 2013, a ser relevante no con-texto da segurança interna”. O RASI adianta que a segurança privada, uma actividade que permite acesso a sectores sensíveis e a espaços de diversão noturna, “tem vindo progressiva-mente a ser infiltrada por elementos associa-dos a grupos criminosos de natureza muita diversa “. “Há evidências de ligação à extor-são, ao tráfico de estupefacientes, ao comércio ilegal de armas, ao auxílio à imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos e lenocínio”, refe-re o RASI no capítulo dedicado às principais ameaças à segurança interna. O documento adianta também que “a incorporação de capi-tais de origem ilícita, por parte destes grupos, nas suas actividades ilícitas tem o potencial de criar distorções de concorrência neste sec-tor, prejudicando as empresas de segurança privada que actuam exclusivamente dentro da legalidade”.

Robôs comandam trânsito no CongoAs autoridades de Kinsha-sa passaram a utilizar dois robôs com quase 2,5 metros de altura numa tentativa de melhorar o trânsito nas ruas da capital da República De-mocrática do Congo. Fruto de um investimento de cerca de 15 mil dólares americanos e alimentados com energia solar, os robôs foram criados por uma empresa do Congo e substituíram os polícias de trânsito na função de orientar o tráfego em movimentados cruzamentos da cidade. Os bra-ços dos robôs indicam direcções para os carros, enquanto que os faróis instalados no peito funcionam como semáfo-ros para que os peões possam atravessar a via em seguran-ça. Os andróides estão ainda equipados com câmaras, que captam infracções dos automobilistas.

Terça-feira, 01 de Abril de 201412 JTM | LOCAL

Rm. 1907, 19/F, AIA Tower, Nºs. 251A-301, Avenida Commercial de Macau

(opposite to New Yaohan and Grand Emperor Hotel)

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1ª Vez

Execução Ordinária nº CV3-12-0056-CEO 3º Juízo Cível

Exequente: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, n.º 22.Executada: LAM CORDEIRO PUI KUAN, residente em Macau na Avenida do Infante D. Henrique, Edifício Rainha D. Leonor, 5º andar B.

FAZ-SE SABER QUE por esta Secção, correm éditos de VINTE DIAS, contados da afixação do presente edital, citando os Credores Desconhecidos da executada, para no prazo de QUINZE DIAS, decorrido que seja o dos éditos, reclamarem o pagamento dos respectivos créditos pelo produto do móvel penhorado à executada LAM CORDEIRO PUI KUAN, sobre que tenham garantia real:

Móvel penhoradoQuota social no valor nominal de MOP$3,000.00 (três mil

patacas), de que é titular a Executada LAM CORDEIRO PUI KUAN, na sociedade, Companhia de Desenvolvimento de Comunicações Genuine, Limitada, pessoa colectiva registada na C.R. Comercial e de Bens Móveis de Macau sob o nº 12886(SO), com sede em Macau na Rua de Fat San, nº 25, Happy Valley R/C, Loja G, Taipa.

Macau, 24 de Março de 2014

O Juiz de Direitoa) Carlos Armando da C. R. de Carvalho

A Escrivã Judicial Adjunta a) Yip Ka Ian

“JTM” - 1 de Abril de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO Direcção dos Serviços de Finanças

AVISO COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.° da Lei nº. 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com os artigos 2.° e 4.° da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos:- Avenida Olímpica, n.os 263 a 323, Rua de Seng Tou, n.os 7 a 51 e Rua de Évora, n.os 78 a 134, na Ilha da Taipa, (Edifício Flower City-Peonia);- Rua de Évora, n.os 161 a 251, Rua de Coimbra, n.os 105 a 175, Rua de Tai Lin, n.os 122 a 210 e Rua de Seng Tou, n.os 76 a 146, na Ilha da Taipa, (Edifício Fá Seng Quarteirão 40);- Rua de Évora, n.os 278 a 366, Rua de Coimbra, n.os 2 a 78, Rua de Nam Keng, n.os 7 a 129 e Avenida Olímpica, n.os 475 a 573, na Ilha da Taipa, (Edifício Fá Seng Quarteirão 43);- Avenida Olímpica, n.os 177 a 257 e Rua de Évora, n.os 10 a 72, na Ilha da Taipa, (Edifício Flower City-Lei Pou Kok); - Rua de Tai Lin, n.os 3 a 89, Rua de Seng Tou, n.os 171 a 239, Avenida de Guimarães, n.os 94 a 180 e Rua de Bragança, n.os 104 a 170, na Ilha da Taipa (Edifício Lai Chun Kok, Lai Chui Kok, Lai Cheng Kok); - Rua de Évora, n.os 281 a 363, Rua de Coimbra, n.os 102 a 178, Rua de Tai Lin, n.os 236 a 324 e Rua de Nam Keng, n.os 153 a 229, na Ilha da Taipa, (Edifício Prince Flower City).

2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.° da Portaria acima mencionada.Aos, 10 de Março de 2014.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

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O Governo vai “matar dois coelhos de uma cajadada”. Embora ainda faltem alguns anos para o fim das licenças de jogo, o JTM soube que já foi selado um acordo histórico para a renovação com as operadoras. O acordo assinala a despedida em beleza de Francis Tam, que se deu ao luxo de tirar um verdadeiro “coelho da cartola” ao convencer as operadoras a construir habitações para todos os residentes sem casa própria

RENOVAÇÃO DE LICENÇAS GARANTE CONTRAPARTIDAS EXCEPCIONAIS NO ANO DA MUDANÇA DE SECRETÁRIOS

Operadoras de jogo vão resolver crise da habitação

O suspense próprio de negociações que, à partida se adivinhavam complexas, morreu à nascença.

Com três licenças emitidas à Sociedade de Jogos de Macau, Galaxy Resorts e Wynn Macau, e três subconcessões à MGM Ma-cau, Sands China e Melco Crown, ainda restam entre seis a oito anos até ao térmi-no dos contratos, porém, Governo e ope-radoras já chegaram a consenso – palavra tão estimada no território – com vista à renovação desses vínculos.

Para assegurarem a continuidade no mercado do jogo mais cobiçado do Plane-ta, as seis concessionárias - todas as ope-radoras passarão a ter o mesmo estatuto, para evitar subalternizações - tiveram, no entanto, de apresentar garantias substan-ciais sobre o seu verdadeiro cometimento com o crescimento sustentável de Macau, tanto no que se refere ao bem-estar dos seus funcionários como da franja da po-pulação que sofre as agruras do drama das rendas na habitação. “Todos sabem que o Governo não podia intervir di-rectamente na questão das rendas, sob pena de ser repreendido pela OMC, FMI, OCDE e afins por beliscar o princípio da economia livre.

Por isso, as operadoras aceitaram construir, em vários locais da RAEM, in-cluindo os novos aterros, já aprovados por Pequim, casas para todos os residen-tes que comprovem não ter capacidade para adquirir habitação”. De acordo com fonte ligada ao processo, a medida ape-nas se reporta a maiores de 21 anos, por ser essa a idade mínima de entrada nos casinos.

A mesma fonte assinalou ainda que “não se espera reacções negativas dos em-

presários do imobiliário, uma vez que são eles que também dominam a construção”.

As negociações com a Câmara de Concessionárias e Subconcessionárias de Macau de Jogos de Fortuna e Azar - res-suscitada após vários anos de marasmo – foram conduzidas pessoalmente pelo Secretário para a Economia e Finanças que, atendendo ao facto de não ir integrar o próximo elenco governativo liderado por Chui Sai On, fez questão de anteci-par o fecho de um dossier crucial para o desenvolvimento a médio e longo prazo da RAEM por não querer deixar tamanha “batata quente” ao seu sucessor.

De resto, segundo revelou fonte con-tactada pelo JTM, Francis Tam teve um

papel determinante no sucesso das ne-gociações ao colocar as concessionárias entre a espada e a parede. “Numa fase inicial, as operadoras queriam assegurar uma redução para 25% no imposto direc-to sobre o jogo, por acharem que pagam demasiado, mas o Dr. Francis Tam deu um murro na mesa, disse-lhes que era ‘pegar ou largar’ e quem não estivesse pelos ajustes poderia sempre apostar na Ilha de Penghu, em Taiwan, que parece ser especialmente rica...em crustáceos”, explicou.

Confrontadas com a intransigência do Secretário e colocadas a par do interesse que vários “tubarões” do sector mundial do jogo manifestaram recentemente pelas

licenças em Macau, as operadoras não só retiraram o pedido de corte na carga fiscal, como aceitaram alargar de forma radical os benefícios que oferecem à sua massa laboral. Nesse sentido, irão a partir de agora garantir a construção de casas, creches, lares, espaços de convívio e lazer, bem como piscinas e instalações despor-tivas para todos os seus trabalhadores.

A essência dessa ideia foi recentemen-te defendida por Pereira Coutinho, mas segundo apurámos qualquer semelhança entre a proposta do deputado e a solução agora acordada com as operadoras não passa de pura coincidência. “Pelo menos por uma vez na vida, o Governo e Pereira Coutinho teriam de concordar nalguma coisa, mas o acordo não tem nada a ver com as ideias do deputado que, como se percebe, não colhem adeptos no Palácio da Praia Grande. A solução encontrada vai bem mais longe, porque dá verdadei-ro sentido ao princípio da ‘sociedade de croupiers””, disse a fonte.

Com a diversificação económica arru-mada na gaveta, a solução passará assim por garantir de vez o bem-estar dos tra-balhadores do jogo, em todos os escalões etários, desde as crianças, que nas creches a erguer no COTAI terão a possibilidade de se familiarizarem desde cedo com o mundo do jogo que um dia irão abraçar, aos idosos que irão desfrutar de excelen-tes instalações quando se reformarem.

O JTM não conseguiu apurar a data do anúncio público do acordo, mas é cer-to que tal não acontecerá hoje, dia 1 de Abril. “Por razões históricas, o Governo nunca faria o anúncio hoje”, asseverou a fonte, sem precisar.

S.T.

Infra-estruturas para residentes serão erguidas no COTAI