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Festival de Música de Setúbal :: Programa 2016

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Programa completo do Festival de Música de Setúbal, a realizar entre os dias 26 e 29 de maio

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FICHA TÉCNICA

Direção artísticaIan Ritchie

CoordenaçãoNarcisa Costa

Gestão de projeto – A7MInês Mares

Camara Municipal de SetúbalDepartamento de Cultura, Educação, Desporto, Juventude e Inclusão Social;Divisão de Cultura;Divisão de Educação;Divisão de Inclusão Social;Divisão de Desporto;Serviço Municipal de Bibliotecas e Museus;Departamento de Obras Municipais;Serviço Municipal de Comunicação e Imagem;Gabinete de Turismo;Divisão de Atividades Económicas;Setor de Protocolo e Relações Públicas;Fórum Municipal Luísa Todi.

A7M – Associação Festival de Música de SetúbalOs atuais órgãos sociais da Associação Festival de Música de Setúbal foram eleitos a 9 de novembro de 2015. De início, o Festival de Música de Setúbal era integralmente financiado por duas instituições, a Câmara Municipal de Setúbal e o The Helen Hamlyn Trust. Em 2014, a Fundação Calouste Gulbenkian, através do programa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, passou também a financiar o festival e este ano contamos ainda com o apoio do British Council, da Antena 1 e da Antena 2.

DireçãoPresidente – António Laertes1.º Vice-Presidente CMS – Luís Liberato2.º Vice-Presidente HH Trust – Hugo Ricciardi O’ NeillTesoureira – Inês DuarteSecretária – Sónia Eleutério

Rádios oficiais:

Vogal – Nuno Manuel Oliveira dos SantosVogal – Henrique de MeloSuplente/Conselheiro Artístico – António FigueiredoSuplente/Conselheiro Artístico – Gonçalo GouveiaSuplente/Conselheira Ensino – Ana Rita SilvaSuplente/Conselheira Artístico – Ana Sofia Lopes

Assembleia GeralPresidente – Carlos BiscaiaVice-Presidente – Maria José SobralSecretária – Ivone Vilares

Conselho FiscalPresidente – Helena Cristina NevesVogal – Amália ReboloVogal - Vítor AmorimSuplente/Conselheira Ensino – Maria do Rosário LopesSuplente/Conselheira Ensino – Maria de Fátima dos Santos David

ContactosA7M – Associação Festival de Música de Setúbal | Rua Joaquim Brandão n.º 13, 2900 – 422 SetúbalTel. 265 509 135 | Email: [email protected]

A parceria que deu origem ao Festival de Música de Setúbal

só foi possível graças à iniciativa de Lady Helen Hamlyn.

A organização do Festival de Música de Setúbal agradece a

todos os envolvidos a disponibilidade e o empenho com que

aderiram à iniciativa e que, por serem tantos, quase obrigava

a duplicar as páginas deste programa para indicar todos os

nomes.

The partnership responsible for the Festival de Música de

Setúbal há been made possible by Lady Helen Hamlyn.

The Organization of the Festival de Música de Setúbal is

grateful to all involved for their commitment to the project –

so may that we would have had to double the pages of this

programme to include all your names.

Organização A7M – Associação Festival de Música de Setúbal

Projeto Financiado pela Câmara Municipal de Setúbal, The Helen Hamlyn Trust e Fundação Calouste Gulbenkian

Com o Apoio de British Council, Antena 1 e Antena 2

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festivalmusicadesetubal.com.pt

facebook.com/festivalmusicasetubal

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Se há indústria que marca a nossa cidade desde há milénios é a da extração do sal.

O sal que fenícios e romanos já aqui procuravam e transportavam para terras escondidas em distantes horizontes; o mesmo sal que, mais à frente, os holandeses vieram explorar.Falamos pouco dele, mas o sal é algo que, em Setúbal, nos está na alma e na pele desde há milhares de anos.Faz, assim, todo o sentido que a edição de 2016 do Festival de Música de Setúbal celebre o sal setubalense e recorde que somos, desde há milénios, um forte centro de trabalho e de geração de riqueza.O Festival de Música de Setúbal, promovido pela A7M, com o generoso apoio do Helen Hamlyn Trust, é, hoje, uma importante peça da estratégia municipal para promover a cultura e a música na nossa cidade. Creio, aliás, que o tem feito com bastante sucesso, promovendo forte cooperação entre escolas e entidades ligadas ao ensino e divulgação da música, criando peças únicas e inovadoras, rompendo com a tradicional forma de realizar festivais de música.O festival é, por outro lado, importante peça no que é hoje a cultura em Setúbal. Se, no passado, tivemos muito trabalho feito, hoje, na verdade, temos um conjunto de iniciativas e de equipamentos que transformaram a cidade, em escassa meia dúzia de anos, numa urbe que

fervilha de atividades nas mais variadas áreas culturais.Hoje, ninguém diz, como alguns faziam no passado, e até injustamente, que não há cultura na nossa cidade.Se isto resulta da força do nosso movimento associativo e da vontade de muita gente que trabalha desinteressadamente em prol da cultura, é justo reconhecer que decorre também do esforço municipal de dotar a cidade de renovados e novos equipamentos para fruição e criação cultural.No momento em que se inicia mais um Festival de Música de Setúbal é ainda devido especial agradecimento a todas as instituições do concelho que aceitaram participar nesta festa da música. Sem elas, seria muito difícil fazer mais e melhor cultura em Setúbal; seria muito difícil ter aqui um dos mais inovadores festivais de música do país, numa festa de sons que faz a síntese de múltiplos elementos, variadíssimas vontades e enorme desejo de fazer mais e melhor pela nossa terra.

Maria das Dores MeiraPresidente da Câmara Municipal de Setúbal

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If there’s an industry that has marked our city for millennia is the salt extraction.

The salt that Phoenicians and Romans sought here and transported to hidden lands on distant horizons; the same salt that, centuries later, the Dutch came to explore.We barely speak of it, but the salt is something that, in Setúbal, has been in the peoples soul and skin for thousands of years. Thus, it makes sense that the 2016 edition of the Setúbal Music Festival celebrates the Setúbal salt and remembers that we have been, for ages, a strong center of work and wealth creation.The Setúbal Music Festival, promoted by the A7M, with the generous support of the Helen Hamlyn Trust, is, currently, an important part of the municipal strategy to promote culture and music in our city. In fact, I believe that the Festival has been quite successfully, promoting a strong cooperation between schools and entities related to the teaching and divulgation of music, creating unique and innovative pieces while creating a rupture with the traditional way of performing music festivals.The Setúbal Music Festival is an important piece of what is now Setúbal’s culture. If in the past we had a lot of work done, today we have a number of initiatives and equipment that, in a mere half a dozen years, transformed the city into a place that vibrates with activities in various cultural areas.

Today, no one can say, as some did in the past, even wrongly, that there is no culture in our city.If this comes from the strength of our association movement and the desire of many people working selflessly for culture, it is fair to acknowledge that it also results from a municipal effort to provide the city with renovated and new equipment for cultural satisfaction and creation. At the beginning of another Setúbal Music Festival a special thanks is owed to all the institutions of the county who agreed to participate in this music festival. Without them, it would be very difficult to do more and better culture in Setúbal; It would be very difficult to have here one of the most innovative country music festivals, a feast of sounds that makes the synthesis of multiple elements, different aspirations and a great desire to do more and better for our land.

Maria das Dores MeiraMayor of Setubal

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O Festival de Música de Setúbal é um fenómeno cultural único, agora na sua

sexta edição, que continua a convidar artistas de renome internacional, portugueses e estrangeiros, ao mesmo tempo que envolve a comunidade local – incluindo quase 1500 jovens – na criação e performance musicais. Os nossos músicos visitantes incluem a Sinfonieta de Lisboa, com o maestro Vasco Pearce de Azevedo, a violoncelista Irene Lima e o saxofonista Pedro Corte-Real (vencedor do Prémio Jovens Músicos 2015), o pianista brasileiro Marcelo Bratke (em colaboração com a artista visual Mariannita Luzzati) e o violoncelista Filipe Quaresma que junta forças com jovens Coros de Lisboa e Setúbal, apresentando-se todos, pela primeira vez, neste Festival.

Clarence Adoo é um convidado especial, um trompetista profissional que ficou paralisado num acidente há 20 anos e que agora volta a tocar com instrumentos especialmente inventados para ele, inspirando novas gerações que até aqui apenas podiam ousar sonhar em tornar-se músicos. O primeiro dos seus dois concertos é com o Ensemble Juvenil de Setúbal, interpretando em estreia mundial a obra encomendada à jovem compositora britânica Cevanne Horrocks-Hopayian, no seu novo instrumento musical, Hi Note, que será ouvido em público pela primeira vez.

No concerto de encerramento do Festival, Clarence é acompanhado pelos seus colegas músicos profissionais do HeadSpace Ensemble e rodeado por jovens instrumentistas portugueses, de diferentes grupos de metais, num empolgante final.

O tema deste ano do Festival é o Sal, que protagonizou um papel importante na história, cultura e economia de Setúbal durante milhares de anos. Primeiro os fenícios, depois os romanos e mais tarde os holandeses vieram explorar este importante recurso local, que não só ligou a cidade aos mais influentes portos comerciais do norte da Europa, como também era um ingrediente chave nas receitas internacionais que permitiram cimentar a relação entre Portugal e o Brasil. O sal era tão valioso que os romanos pagavam o salário dos seus soldados em sal, não em dinheiro! A importância do sal, para Setúbal e para o mundo como um todo, apresenta diversos aspetos e reflete-se das mais variadas formas criativas, lúdicas e instigadoras do pensamento, ao longo de toda a programação.

Os concertos e outras atividades decorrem em alguns dos edifícios mais interessantes, históricos e belos de Setúbal, incluindo a Igreja do Convento de Jesus e os seus recentemente restaurados claustros, que estão entre os mais importantes tesouros arquitetónicos de Portugal. Esperamos que encontre não apenas a quantidade certa de sal neste banquete musical especialmente preparado, mas também alimento e satisfação nos inúmeros sabores da grande diversidade cultural de Setúbal.

Ian RitchieDiretor Artístico

BEM-VINDO

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The Setubal Music Festival is a unique cultural phenomenon, now in its sixth

edition, continuing to bring internationally-acclaimed guest artists, from Portugal and overseas, together with the local community – including almost 1,500 young people – in the creation and performance of music. Our visiting musicians include the Lisbon Sinfonietta, with maestro Vasco Pearce de Azevedo, cellist Irene Lima and saxophonist Pedro Corte-Real (winner of the 2015 Prémio Jovens Musicos), Brazilian pianist Marcelo Bratke (in collaboration with filmmaker Mariannita Luzzati), and cellist Filipe Quaresma, joining forces with young choirs from Lisbon and Setubal, all of whom are making their Festival debuts this year.

A special guest is Clarence Adoo, a former professional trumpet player who was paralysed in an accident 20 years ago, now performing again on specially invented new instruments and inspiring generations of young people who have previously only been able to dream of being musicians.The first of his two concerts is with the Setúbal Youth Ensemble, performing the world première of a newly commissioned work by the young British composer, Cevanne Horrocks-Hopayian, on his brand new musical instrument, HiHote, which has never been heard before. For the closing concert Clarence is joined by his professional colleagues of

HeadSpace Ensemble and surrounded by groups of brilliant young Portuguese brass players in a rousing finale.

The Festival’s theme this year is Salt, which has played an important part in the history, culture and economy of Setubal for thousands of years. First the Phoenicians, then the Romans and later the Dutch came to exploit this rich local asset, which not only connected the city with the wealthy trading ports of northern Europe but also was an essential ingredient in the international recipe for fulfilling relations between Portugal and Brazil. Salt was so valuable that it enabled the Romans to pay their soldiers’ salaries – in salt, not in money! The significance of salt, for Setubal and the world as a whole, takes many forms and is reflected in various creative, entertaining and thought-provoking ways throughout the programme.

Concerts and other presentations take place in some of Setúbal’s most interesting, historic and beautiful buildings, including the Church of the Convent of Jesus and its recently restored Cloisters which are among Portugal’s most significant architectural treasures. We hope that you find not only exactly the right amount of salt in our carefully cooked musical feast but also nourishment and pleasure in the full flavours of Setúbal’s richly diverse culture.

Ian RitchieDiretor Artístico

WELCOME

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Chegados à 6.ª edição, o Festival faz já parte integrante da vida cultural Setubalense.

O impacte que tem vindo a ter no tecido mais jovem, desde as escolas básicas às escolas de ensino artístico da nossa cidade, é assinalável.

Agradeço, reconhecido, em nome da A7M, ao Helen Hamlyn Trust, à Câmara Municipal de Setúbal, à Fundação Calouste Gulbenkian e ao British Council, parceiros indispensáveis à realização deste Festival. Em boa hora a Lady Hamlyn se apaixonou por Setúbal e trouxe a sua filantropia até à nossa comunidade, apoiando, desde o primeiro momento, este Festival. Agradeço também ao nosso diretor artístico Ian Ritchie que com a sua visão e diplomacia conseguiu estruturar um festival de raiz, de intervenção e de inclusão ocupando um espaço próprio na vida cultural de Setúbal.

Estamos a viver um momento de transição na A7M com novos corpos sociais, nova dinâmica, novos olhares, e aos quais agradeço aqui publicamente a nova energia e o novo fôlego que aceitaram trazer para este projeto. A nossa missão enquanto A7M é projetar a vida cultural, educacional e comunitária dos Setubalenses para o futuro. Os desafios que temos pela frente para dar continuidade e fazer crescer os projetos da A7M são enormes, numa ótica de valorização cultural da nossa cidade e das nossas gentes e numa perspetiva de formação

dos nossos jovens, num modelo de integração das diferenças da nossa sociedade através de uma das mais sublimes formas de arte, a Música.

O meu agradecimento a todos os que, direta ou indiretamente, tornam este festival possível. O meu agradecimento a todas as “Pedrinhas de Sal” que, este ano, fazem acontecer mais uma edição do nosso Festival de Música de Setúbal

O Festival de Música da nossa cidade, o Ensemble Juvenil e a recém-nascida Camerata são projetos para o futuro, são focos de formação, são estruturas de cultura, são produto dos nossos jovens artistas, dos nossos jovens músicos, das nossas escolas e da nossa comunidade.

Sejam bem-vindos ao Festival 2016, desfrutem, porque o festival é Vosso.

António LaertesPresidente da Direção da A7M

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Now in its 6th edition, the Festival has already became part of Setúbal’s

cultural life. The impact that it has had on the young people from across our city, is really remarkable.

On behalf of A7M, I thank the Helen Hamlyn Trust, the Setúbal Municipality, the Calouste Gulbenkian Foundation and the British Council who are indispensable partners in supporting the implementation of this Festival. At just the right moment Lady Hamlyn fell in love with Setúbal and brought her philanthropy to our community, supporting this Festival from the beginning. I also thank to our artistic director Ian Ritchie, whose vision and diplomacy has enabled the structure of the festival to be built from the ground up, with social inclusion as well as artistic intervention taking place in the cultural life of Setúbal.

We are living in a time of transition for A7M and I wish to thank our board members for supporting the vision and bringing new energy to this project. The mission of A7M is to develop the cultural, educational and community values of Setubal’s people into the future. Huge challenges lie ahead of us if we are to succeed in making A7M’s projects grow, enabling the cultural development of our city and of our young people in an educational context, and providing a model of integration

and celebration of differences in our society, through one of the most sublime forms of art – music.

I am grateful to all of those who, directly or indirectly, make this festival possible. I also thank all the litttle “salt crystals” that are the ingredients of this new edition of our Setúbal Music Festival.

The Music Festival of our city, the Youth Ensemble and the newborn Camerata are projects for the future, bringing a focus for training and a structure of cultural and creative opportunities for our our young musicians, our schools and our community.

Welcome to the 2016 Festival – and enjoy it, because the festival is yours.

António LaertesPresident of A7M’s Direction Board

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26 – 29 de Maio11h00 – 13h00 / 15h00 – 17h00Convento de Jesus

SOUND=SPACE Instalação Sonora InteractivaSOUND=SPACEInteractive sound installation

Rolf Gehlhaar criaçãoRolf Gehlhaar creator

15h00 – 17h30(também Domingo 29 de Maio, 16h00 – 17h30)Convento de Jesus

Escute, Olhe e ToqueDemonstração e participação: instrumentos acessíveis a todosListen, Look and PlayDemonstration and participation: instruments accessible for all

Quinta-feira 26 de maioThursday, May 26th

21h00 Fórum Municipal Luísa Todi

SalinasSalinas

Sinfonietta de Lisboa António Figueiredo concertinoVasco Pearce de Azevedo maestroPedro Corte-Real saxofoneCamerata do Festival de Setúbal ensemblede cordasIrene Lima violoncelo Conservatório Regional de Setúbal orquestra de cordasSinfonietta of LisbonAntonio Figueiredo leader Vasco Pearce de Azevedo conductorPedro Corte-Real saxophoneSetubal Festival Camerata string ensembleIrene Lima cello Conservatório Regional de Setúbal string orchestra

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10h30 – 11h15Auditório José Afonso

Demonstração de Percussão Percussion Showcase

11h30 – 12h00Auditório José Afonso – Av. Luísa Todi– Fórum Municipal Luísa Todi

DesfileParade

Fernando Molina coordenador do projectoFernando Molina project coordinator

18h30 Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal

... com uma pedrinha de sal!

... with a pinch of salt!

Academia de Música e Belas Artes Luísa Todi criação e direcção em colaboração com Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, Cenas à Vista, Conservatório Regional de Setúbal, Escola de Dança Desportiva Mónica Banza, Escola de Música Capricho Setubalense, Escola de Sevilhanas e Flamenco SFH – Palmela, Patrícia Rosa e Agostinho Torres, Universe GongAcademia de Música e Belas Artes Luísa Todi creation and direction in collaboration with Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, Cenas à Vista, Conservatório Regional de Setúbal, Escola de Dança Desportiva Mónica Banza, Escola de Música Capricho

Sexta-feira 27 de maioFriday, May 27th

Setubalense, Escola de Sevilhanas e Flamenco SFH – Palmela, Patrícia Rosa e Agostinho Torres & Universe Gong

21h00Fórum Municipal Luísa Todi

Pré-ConcertoPre-concert performance

Sant’Iago Olodum percussãoRosa Nunes e António Brazinha direcçãoSant’Iago Olodum percussionRosa Nunes & António Brazinha direction

21h30 Fórum Municipal Luísa Todi

Alma BrasileiraBrazilian Soul

Marcelo Bratke pianoMariannita Luzzati vídeoCoral Infantil de Setúbal | Nuno Batalha direcçãoFernando Molina, José Correia, Ana Corolina Ferreirinha, Sara Caldeira percussãoMúsica de Villa-Lobos, Ernesto Nazareth e Tom JobimMarcelo Bratke pianoMariannita Luzzati videoCoral Infantil de Setúbal | Nuno Batalha directionFernando Molina, José Correia, Ana Corolina Ferreirinha & Sara Caldeira percussionMusic by Villa-Lobos, Ernesto Nazareth and Tom Jobim

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11h00Casa da Avenida

Sal de Setúbal: Portugal e BrasilConversa com Hugo O’Neill (Setúbal) e Marcelo Bratke (Brasil), moderada por José Luís Catalão (Divisão de Museus da CMS)The Salt of Setubal: Portugal and BrazilConversation with Hugo O’Neill (Setubal) and Marcelo Bratke (Brazil), moderated by José Luís Catalão (Setubal Municipality Museum Divison)

15h00Casa da Avenida

O Sal da LínguaThe Salt of Language

4 ÀS – Associação de Angolanos e Amigos de Angola coro multiculturalEdinstvo – Associação de Imigrantes dos Países de Leste música e cantoAssociação Cultural Busuioc dos Cidadãos Moldavos da Península de Setúbal música e canto4 ÀS – Association of Angolans and Friends of Angola multicultural choirEdinstvo – Association of East European Immigrants music and songsMoldovian Cultural Association of the Setubal Peninsula poetry

Sábado 28 de maioSaturday, May 28th

17h30 Fórum Municipal Luísa Todi

Amor como SalLove like Salt

Ensemble Juvenil de SetúbalClarence Adoo HiNote Rui Borges Maia direcçãoSetubal Youth EnsembleClarence Adoo HiNote Rui Borges Maia director

21h00 Igreja do Convento de Jesus

O Sal da TerraSalt of the Earth

Filipe Quaresma violonceloCoro de Câmara da Escola Superior de Lisboa Paulo Lourenço direcção musicalConservatório Regional de Setúbal coro de câmaraInês Lopes maestrinaFilipe Quaresma celloCoro de Câmara da Escola Superior de Lisboa chamber choirPaulo Lourenço musical directorConservatório Regional de Setúbal chamber choirInês Lopes conductor

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10h30 e 11h30Museu do Trabalho Michel Giacometti

O Sal do TrabalhoThe Salt of Labour

Externato Rumo ao SucessoGrupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de SetúbalPedro Condinho e António Laertes direcção musicalExternato Rumo ao SucessoConservatório Regional de Setúbal Contemporary Music GroupPedro Condinho & Antonio Laertes musical directors

15h00Fórum Municipal Luísa Todi

Fábula do SalFable of Salt

Projecto de escrita de canções, com a participação de Coros da Escolas de 1º ciclo, APPACDM de Setúbal, Coral Infantil de Setúbal, músicos profissionais convidadosCarlos Barreto Xavier concepção, guião e coordenação do projectoFernando Casaca guião e encenaçãoEstudantes da ESE/IPS (tecnologias artísticas) apoio nos figurinos e acessóriosSong writing project, with the participation of Choirs from the Primary Schools, APPACDM of Setúbal, Coral Infantil de Setúbal & professional guest musiciansCarlos Barreto Xavier conception, script and project coordination

Domingo 29 de maioSunday, May 29th

Fernando Casaca script and theatre direction Students of ESE/IPS (artistic technologies) costumes

16h00 - 17h30Convento de Jesus

Escute, Olhe e ToqueDemonstração e participação: instrumentos acessíveis a todosListen, Look and PlaySee 26th May for details

18h00Claustros do Convento de Jesus

A Rota do SalThe Salt Road

HeadSpace Ensemble: Clarence Adoo HiNote, HeadSpace Torbjorn Hultmark trompete John Kenny trombone, carnyx Chris Wheeler desenho de somGrupo de Metais da Escola Superior de Música de Lisboa | Hugo Assunção direcçãoGrupo de Metais do Conservatório Regional de Palmela | Mário Carolino direcçãoHeadSpace Ensemble : Clarence Adoo HiNote, HeadSpace Torbjorn Hultmark trumpet John Kenny trombone, carnyx Chris Wheeler sound designEscola Superior de Música de Lisboa Brass Ensemble | Hugo Assuncão directorConservatório Regional de Palmela Brass Ensemble | Mário Carolino director

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EXPOSIÇÕES PERMANENTESPERMANENT EXHIBITIONS

26 - 29 de maio11h00 – 13h00 / 15h00 – 17h00Convento de Jesus

SOUND=SPACE Instalação sonora interativa SOUND=SPACEInteractive sound instalation

Rolf Gehlhaar criação

O Sound=Space é um instrumento musical de grande escala e uma obra de arte interativa, instalado numa sala onde o público pode circu-lar livremente e criar música original; simples-mente através da movimentação no espaço a várias velocidades e em diferentes direções, pode jogar-se com a altura, o tempo e o volume dos sons que emergem das colunas sonoras.

Sound=Space is a large-scale musical instrument and an interactive work of art, installed in a room where members of the public can freely visit and create original music: simply by moving through the space at various speeds and in different directions, you can play with the pitch, tempo and volume of the sounds emerging from the loudspeakers.

Entrada Livre / Free Admission

Casa Da Avenida | Galeria de ArteAvenida Luísa Todi, n.º 286

Duas exposições em torno do sal Two exhibitions around salt

7 a 29 de maio14h00 – 18h00 (quarta a sexta-feira / Wednesday to Friday) 11h00 – 18h00 (fim de semana / weekends)

O Perfume do SalThe Perfume of Salt

Pintura, desenho, instalação e escrita Exposição pensada e realizada por Graça Pinto Basto e Maria João Frade.

Painting, drawing, installation and writingAn exhibition conceived and curated by Graça Pinto Basto & Maria João Frade

Cartazes para um FestivalPosters for a Festival

Exposição de propostas de cartazes promocionais, realizados por alunos da Escola Secundária D. João II e inspirados no Festival de Música de Setúbal de 2016.

Exhibition of proposals for promotional images inspired by the 2016 Setubal Music Festival, made by students of D. João II Secondary School.

Entrada Livre / Free Admission

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Quinta-feira 26 de maio Thursday, May 26th

11h00 – 13h00 / 15h00 – 17h30(De 26 a 29 maio)CONVENTO DE JESUS

SOUND=SPACE Instalação sonora interativa SOUND=SPACEInteractive sound instalation

Rolf Gehlhaar criação

SOUND=SPACE é um instrumento musical eletrónico que é tocado por uma ou várias pessoas ao mesmo tempo, através da sua movimentação num espaço vazio. Ele usa sensores ultrassónicos – um sistema ultrassónico de localização de eco – que capta com enorme precisão as posições e movimentos das pessoas no espaço, ligado a um computador e a um sintetizador ou sampler que produz sons em conformidade com o movimento. O efeito é

como andar ou mover alguma parte do nosso corpo através de teclados imaginários que estão espalhados no chão de um espaço.O sistema pode ser programado para se adaptar a espaços de praticamente qualquer formato e para produzir diferentes estilos de música, usando uma variedade infinita de sons: sons de instrumentos como cítara, bateria, piano, trompete, samplers, sons da natureza e até mesmo palavras faladas.SOUND=SPACE é uma das mais estimulantes aplicações da tecnologia e dos computadores no campo da música, imagens projetadas e comunicação. Ele oferece grandes possibilidades nas áreas da educação, entretenimento e terapia, para qualquer tipo de público. Foi concebido e desenhado por Rolf Gehlhaar em 1984, o qual desenvolveu uma nova versão melhorada em 1998/99.

SOUND=SPACE is an electronic musical instrument that is played by one person or several at the same time moving around in an empty space. It uses ultrasonic sensors – an ultrasonic echo location system – that picks up the positions and movement of people very accurately within the space, linked to a computer and a synthesiser or sampler that produces sounds accordingly. The effect is like walking or moving some part of your body across imaginary keyboards which are spread around the floor of a room.The system can be programmed to fit spaces of almost any shape and to produce many different styles of music, using an endless variety of sounds: instrumental sounds like sitar, drums, piano, trumpets, sampled sounds, sounds of the environment and even spoken words.SOUND=SPACE is one of the most exciting applications of high technology and computers in the field of music, projected images and communication. It offers big possibilities for education, entertainment and therapy for the general public, the disabled and the unsighted

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instrumentos musicais para músicos com deficiências graves. Tem inúmeras publicações (www.researchgate.net) e as suas partituras estão disponíveis em (www.musicaneo.com).

alike. It was conceived and designed by Rolf Gehlhaar in 1984 and he developed the latest version, much enhanced, in 1998/99.

Rolf Gehlhaar DLittNascido em 1943, em Wroclaw, compositor, pioneiro em interatividade e composição com suporte informático, estudou Filosofia na Universidade de Yale e Música na Universidade de Berkeley. Entre 1967 e 1970, foi assistente pessoal de Karlheinz Stockhausen. Após esse período, tornou-se um compositor freelancer, fundando o Feedback Studio, em Colónia. De 1971 em diante, foi bolsista em várias instituições: Conservatório de Sydney, IRCAM Paris, Sydney Opera House, CEM Netherlands, Universidade de New England, MITMedialab, e desenvolveu inúmeras instalações interativas. Em 1985, desenvolveu o ambiente musical interativo SOUND=SPACE para a exposição Les Immateriaux, no Centro Pompidou, em Paris. Posteriormente, o mesmo foi instalado no Museu Nacional de Ciência, La Villette. Nesta instalação, qualquer pessoa pode produzir música simplesmente através do seu movimento num espaço vazio. Este projeto tornou-se em grande parte o foco do seu trabalho: um instrumento programado através de algoritmos que pode criar um ambiente musical para bailarinos ou de terapia musical para pessoas com necessidades especiais. Em 2002, tornou-se MA Course Director em Design & Digital Media na Universidade de Coventry. Depois de se reformar, permaneceu ativo em Coventry como professor de Música Experimental. Gehlhaar é membro fundador e consultor para as tecnologias de apoio da britânica Paraorchestra, a primeira orquestra do mundo formada por músicos com necessidades especiais. Em 2013, conjuntamente com o seu filho Vahakn Matossian, fundou a Instruments Humano Ltd, uma empresa de desenvolvimento de

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Quinta-feira 26 de maio Thursday, May 26th

15.00 - 17.30 (também Domingo 29 de Maio, 16h00 - 17h30)CONVENTO DE JESUS

ESCUTE, OLHE E TOQUEDemonstração e participação: instrumentos acessíveis a todosLISTEN, LOOK AND PLAY Demonstration and participation: instruments accessible for all

Esta é uma apresentação informal e interativa de instrumentos musicais acessíveis a todos, especialmente inventados ou adaptados, utilizando novas tecnologias de apoio. Todos podem visitá-la para ver, ouvir ou tocar naquilo que é o futuro da composição musical: workshops para grupos também estão disponíveis mediante reserva. Rolf Gehlhaar

- criador do Head=Space que tornou possível que Clarence Adoo fizesse novamente música após este ter ficado paralisado num acidente de viação há 20 anos - e Vahakn Matossian apresentam o seu recém-criado Hi Note, juntamente com alguns dos seus outros novos instrumentos: Doozafon, Fred & Francis e Eye Sound. Criado pelo músico/artista português Simão Costa, ParaSsíntese – um instrumento sonoro para paranormais e paraespeciais, é um instrumento para ser tocado com todo o corpo, explorando o som como fenómeno acústico e como dispositivo mecânico, que tem sido largamente utilizado em contextos de jovens com necessidades educativas especiais. Frank Lyons, natural da Irlanda do Norte, é especialista em tornar mais acessíveis instrumentos já existentes, para que possam ser tocados por músicos com necessidades especiais: o Ableton push contém hardware e software multi-funções que podem ser utilizados por qualquer pessoa; também serão apresentadas várias novas aplicações que permitem performances musicais para iPads.

This is an interactive and informal display of accessible musical instruments, specially invented or adapted, using new assistive technologies. Anyone can come to see, listen or play with the future of music-making: special group workshops are also available on request. Rolf Gehlhaar, inventor of Head=Space which

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enabled Clarence Adoo to make music again following his paralysing road accident 20 years ago, and Vahakn Matossian introduce their newly created Hi Note alongside their other new instruments: Doozafon, Fred and Francis and Eye Sound. Created by the Portuguese musician / artist Simão Costa, ParaSsíntese - a sound instrument for the paranormal and paraspecial; an instrument to be played with the whole body, exploring sound as acoustic phenomenon and as a mechanical device, which has been widely used in settings for people with special educational needs.Frank Lyons from Northern Ireland specialises in making existing modern instruments more accessible to and playable by musicians with disabilities: the Ableton Push employs multi-function hardware and software that can be used by anyone; he also presents several new musical performance Apps for iPads.

Instruments HumanoCriada por Rolf Gehlhaard and Vahkan Matossian, Instruments Humano é uma nova empresa dedicada à concepção e produção de interfaces de instrumentos musicais digitais para pessoas com diferentes capacidades físicas. Trabalhando em estreita colaboração com a britânica ParaOrchestra, estamos a desenvolver o primeiro instrumento “hands free” – que não implica a utilização das mãos – comercialmente disponível no mundo inteiro, o qual possibilitará ao seu utilizador uma total liberdade de expressão musical, com uma resolução de som tão perto quanto possível dos instrumentos de orquestra tradicionais.

Simão CostaMúsico, nasceu em 1979. É compositor, pianista. Dos trabalhos mais recentes destacam-se o disco <π_ANO PRE•CAU•TION PER•CU•SSION

ON SHORT CIRCUIT> pela editora Shhhpuma, para piano solo, as esculturas sonoras interactivas <c_Vib - cymatics Interactive Sound Boards>, a exposição individual <Silêncio e Sinestesia> na galeria Mute em Lisboa e a participação como pianista do <Projecto Continuado 2015> do coreógrafo João Martins. Tem colaborado com artistas de diversas áreas e práticas. Vive e trabalha em Lisboa. O seu trabalho como pianista e/ou compositor foi apresentado em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Polónia, Holanda, Reino Unido, Grécia, Itália e Brasil.

Frank Lyons é Professor de música e director do Instituto de Pesquisa do Arts and Humanities Researcg Institute na Universidade de Ulster, Irlanda do Norte. Desenvolveu um curriculum internacional enquanto compositor e investigador com mais de 150 performances e exibições do seu trabalho difundidas pelo mundo através da BBC, RTE, NPR e ABCFM com interpretações de artistas como a Ulster Orchestra, Smith Quartet, Fidelio Trio, Hu/Slotkin Duo, Darragh Morgan, Mary Dullea e Carlos Bonell. É responsável pelo desenvolveu uma rede de trabalho internacional de pesquisa colaborativa no campo das tecnologias criativas e da deficiência sob o nome de “Inclusive Creativity”; este trabalho foi classificado como o “Líder Mundial” na recente avaliação do exercício de pesquisa REF2014.

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Quinta-feira 26 de maio Thursday, May 26th

21h00FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI

SALINAS SALINAS

Sinfonietta de LisboaAntónio Figueiredo concertinoCamerata do Festival de Setúbal ensemblede cordasConservatório Regional de Setúbal orquestra de cordasIrene Lima violonceloPedro Corte-Real saxofoneVasco Pearce de Azevedo maestro

PROGRAMA / PROGRAMME

António Laertes Salinas Bruch Kol Nidrei: Adagio on Hebrew Melodies, Op 47Holst St Paul’s Suite, Op 29, Nº 2 Jig / Ostinato / Intermezzo / FinaleGlazunov Saxophone Concerto, Op 109

Intervalo

Elgar Serenade, Op 20 Allegro piacevole / Larghetto / AllegrettoGrieg From Holberg’s Time: Suite in Olden Style, Op 40 Praeludium / Sarabande / Gavotte / Air / Rigaudon

Celebre o passado marítimo e o futuro musical de Setúbal num concerto inspirado pelo papel histórico da região enquanto provisora de sal que, há muitos anos, possibilitou as prósperas trocas comerciais por todo o norte da Europa, de Londres a São Petersburgo, e trouxe riqueza e cultura à cidade. À Sinfonietta de Lisboa junta-se a recém-formada Camerata do Festival de Setúbal e os jovens músicos do Conservatório da cidade, com a participação dos convidados Irene Lima, violoncelista internacionalmente reconhecida, e Pedro Corte-Real, virtuoso saxofonista que venceu o Prémio Jovens Músicos em 2015, num programa preenchido por obras de referência para orquestras de corda.A viagem deste concerto tem o seu início na própria cidade de Setúbal, com uma nova obra do compositor local António Laertes escrita principalmente para a recém-formada Camerata e que reflete o tema do sal, um recurso natural e valioso desta região desde os tempos mais antigos – tal como os nossos

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jovens músicos o são hoje em dia.Todos os restantes compositores cresceram em diferentes partes da Europa durante a segunda metade do século XIX, e continuaram a produzir o seu trabalho durante o século XX.Bruch nasceu em Colónia e morreu em Berlim, duas das principais cidades comerciais hanseáticas da Alemanha, e viveu durante vários anos em Liverpool, que, tal como Setúbal, foi um importante porto durante mais de 1000 anos, bem como um grande exportador de sal: o arranjo de melodias hebraicas feito por Bruch é uma das suas obras mais marcantes e que mais perduraram no tempo. Londres foi uma das cidades históricas na construção de navios para a Liga Hanseática: foi aqui também que Holst compôs uma suite para a orquestra da escola feminina de St. Paul, onde foi também diretor musical, tal como Vivaldi fizera ao criar as Quatro Estações para as suas alunas do sexo feminino, vários séculos antes, em Veneza. O resultado é uma obra apreciada por orquestras profissionais, bem como por ensembles menos experientes e amada pelo público.Glazunov nasceu em São Petersburgo, Rússia, na extremidade oriental da histórica rota comercial europeia e da nossa própria viagem musical. No final da vida, mudou-se para Paris, onde escreveu um dos mais extraordinários concertos para saxofone, falecendo dois anos depois.Serenade de Elgar foi composta em Inglaterra e interpretada pela primeira vez para o público em Antuérpia, Bélgica. Como Londres e Bergen, na Noruega, Antuérpia foi um dos poucos portos que serviram de postos avançados de comércio estratégicos – Kontore – da Liga Hanseática.Grieg nasceu e morreu em Bergen e escreveu a sua famosa Suite Holberg para comemorar o 200.º aniversário do nascimento do dramaturgo e humanista dinamarquês-norueguês Ludvig Holberg e reproduzir as formas barrocas do seu tempo.

Celebrate Setubal’s maritime past and musical future in a concert inspired by the region’s historical role of providing salt which, many years ago, supported prosperous trade throughout northern Europe, from London to St Petersburg, and brought wealth and culture to the city. The Lisbon Sinfonietta is joined by the newly formed Setúbal Festival Camarata and other talented young musicians from the city, with Portuguese guest appearances by the internationally famous cellist, Irene Lima, and virtuoso saxophonist, Pedro Corte-Real, winner of the Prémio Jovens Musicos in 2015, in a programme of masterpieces for string orchestra.This concert’s journey begins in Setúbal itself, with a new work by the local composer António Laertes for the newly formed Camerata which reflects the Festival’s theme of Salt, a valuable natural asset of the region since ancient times – as our young musicians are today. All the other composers grew up in different parts of Europe during the second half of the 19th century and all continued working into the 20th century. Bruch was born in Cologne and died in Berlin, two of Germany’s main Hanseatic trading cities, and lived for a number of years in Liverpool (England) which, in common with Setúbal, was an important seaport for over 1000 years and a major exporter of salt: Bruch’s arrangement of Hebrew melodies is one of his most enduring works. The City of London was one of the historic shipbuilders for the Hanse: it was here also where Holst composed a Suite for the orchestra of St Paul’s School for Girls, where he was director of music (just as Vivaldi had done when creating the Four Seasons for his female students centuries earlier in Venice): the result is a work relished by professional orchestras as well as less experienced ensembles and loved by audiences. Glazunov was born in St Petersburg (Russia), at the eastern extremity of the historic European trading route and of our own musical journey:

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towards the end of his life he moved to Paris where he wrote one of the greatest saxophone concertos and died there two years later. Elgar‘s Serenade was composed in England and first performed publicly in Antwerp (Belgium): like London and Bergen (Norway), Antwerp was one of the select number of major ports which were strategic trading outposts – Kontore – of the Hanseatic league. Grieg was born and died in Bergen and wrote his famous Holberg Suite to celebrate the 200th anniversary of the birth of the Danish-Norwegian humanist playwright Ludvig Holberg and to reflect the baroque manners of his time.

SALINASEste pequeno poema de abertura para a estreia da recém-nascida Camerata inspira-se nas Salinas e, tal como o Sal, também aqui, trazidas pelo Vento e o Mar de uma orquestra profissional que, passado o seu percurso académico numa orquestra de escola, cristalizam em palco as novas pedrinhas de Sal que compõem a nova Camerata do Festival de Música. Ficam sozinhas estas pedrinhas de Sal para seguirem o seu destino artístico, e, num futuro que se espera próximo, possam “temperar” o panorama musical português.

António Laertes

Vasco Pearce de Azevedo Realiza os seus estudos musicais na Academia dos Amadores de Música, no Instituto Gregoriano de Lisboa e na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), onde obtém, em 1989, o Bacharelato em Composição, estudando nomeadamente com Christopher Bochmann e Constança Capdeville. Funda, em 1985, o Coro de Câmara Syntagma Musicum, com o qual conquista, em 1988, o 1.º Prémio no Concurso Novos Valores da Cultura na área de Música Coral, o que lhe concede o direito à gravação de um CD, intitulado “Música Coral

do Século XX”. Nesse mesmo ano, conquista uma menção honrosa no Concurso Novos Valores da Cultura na área de Composição (Música Erudita) com a obra “3 Pantoneças in Memoriam Alban Berg”. Em 1992, funda a Orquestra da Juventude Musical Portuguesa da qual foi maestro titular e diretor musical até 1995. É, desde 1995, maestro titular e diretor musical da Sinfonietta de Lisboa, orquestra com a qual tem realizado estreias absolutas de obras de Eurico Carrapatoso, Sérgio Azevedo, Carlos Fernandes e Ivan Moody, entre outros. Tem dirigido, na qualidade de maestro convidado, as orquestras Sinfónica Portuguesa, Metropolitana de Lisboa, Nacional do Porto, Filarmonia das Beiras e do Algarve, entre outras. Na qualidade de bolseiro da Comissão Fulbright e da Fundação Calouste Gulbenkian, realizou o mestrado em direção de orquestra e coro no College-Conservatory of Music da Universidade de Cincinnati (EUA), estudando com Gerhard Samuel e Christopher Zimmermann (direção de orquestra) e ainda com Elmer Thomas, John Leman e Earl Rivers (direção coral). Foi ainda bolseiro da Universidade de Cincinnati (Graduate Scholarship), entre 1992 e 1995, e da Secretaria de Estado da Cultura, em 1994-95. Conquista, em 1997, o 3.º Prémio no III Concurso Internacional Maestro Pedro de Freitas Branco e, em 1996, uma menção honrosa no II Concurso Internacional Fundação Oriente para Jovens Chefes de Orquestra.

Irene LimaNatural de Lisboa, iniciou os estudos musicais com Adriana de Vecchi e Fernando Costa, na Fundação Musical dos Amigos das Crianças. Estudou em Paris com André Navarra e Philippe Muller. Apresentou-se a solo com orquestra e em formações de câmara em vários países, designadamente Espanha, França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Itália, Brasil e Macau. É de referir a sua atuação

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com a Orquestra Sinfónica da RTL, com a qual executou o Concerto de Câmara com Violoncelo Obligato, de Fernando Lopes-Graça, que lhe valeu elogiosa crítica, assim como atuações a solo com a Orquestra Sinfónica de Macau e a Sinfonia de Varsóvia, entre outras. Forma um duo com o pianista João Paulo Santos. Gravou para a EMI-Classics a Sonata para Violoncelo e Piano, de Luís de Freitas Branco, e um disco com obras de Vivaldi, Boccherini e Bréval. É, atualmente, primeiro violoncelo da Orquestra Sinfónica Portuguesa, lugar que ocupou igualmente na Orquestra do Teatro Real de Liège e na Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos. Leciona Música de Câmara na Escola Superior de Música de Lisboa. Apresenta-se regularmente em diversos festivais internacionais e temporadas de concertos, como o Festival Internacional EUROPAMÚSICA, em Itália, e a Festa da Música, e com pianistas como Bruno Canino, Tânia Achot, Jorge Moyano, Roberto Arosio, Sónia Rubinsky. Filipe de Sousa e Alexandre Delgado dedicaram-lhe obras para violoncelo solo.

Pedro Corte-Real Iniciou os estudos musicais na Banda Comércio e Indústria de Caldas da Rainha aos 12 anos. Depois de ter concluído o 5.º grau em Saxofone no Conservatório de Caldas da Rainha, continuou os seus estudos na Escola de Música do Conservatório Nacional, onde concluiu o Curso Profissional de Instrumentista de Sopro com classificação máxima. Após o primeiro ano da licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa com o professor José Massarrão, ingressou no Conservatorium van Amsterdam na classe do prestigiado professor e solista internacional Arno Bornkamp. Atualmente, Pedro Corte-Real encontra-se no último ano da licenciatura. Ao longo do seu percurso como estudante, procurou descobrir e dar a conhecer outras vertentes do saxofone clássico em vários

festivais e masterclasses com alguns dos mais conceituados executantes. O seu percurso foi também marcado por diversas prestações de relevo e prémios em vários concursos nacionais e internacionais, nomeadamente primeiros prémios no Prémio Jovens Músicos 2015, Saxofone Superior, e no Concurso Internacional Vítor Santos. Com o objetivo de aprofundar a interpretação de transcrições assim como do reportório tradicional, Pedro trabalha regularmente com os professores Sven Arne Tepl (Viola) e Walter van Hauwe (Flauta Barroca).

Sinfonietta de Lisboa Fundada em 1995, a Sinfonietta de Lisboa tem como base 29 instrumentistas de corda, podendo integrar sopros ou outros instrumentos de acordo com as exigências dos programas a executar. A direção está a cargo de Vasco Pearce de Azevedo (maestro titular) e António Lourenço (maestro adjunto). Realizou já inúmeros concertos em Lisboa, Porto e em vários outros concelhos do país, interpretando obras de diversos compositores, desde o período barroco até ao séc. XX. Um dos objetivos principais da Sinfonietta de Lisboa, enquanto membro da Associação Musical Ricercare, é o da divulgação de música do século XX, em particular de compositores portugueses contemporâneos. É nesse contexto que se inserem as várias estreias absolutas de obras encomendadas a compositores como Eurico Carrapatoso, Sérgio Azevedo, Carlos Marecos, Carlos Caires, Bernardo Sassetti, Mário Laginha, Carlos Fernandes, Vasco Pearce de Azevedo, Pedro Faria Gomes e Ivan Moody, entre outros. São ainda de realçar algumas primeiras audições em Portugal efetuadas de obras de compositores do século XX como Alexandre Delgado, Eugénio Rodrigues e Luís Tinoco. De 2004 a 2007 e ainda em 2010, a Sinfonietta de Lisboa foi convidada a realizar o concerto

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de abertura da Festa do Avante, tendo acompanhado os solistas Pedro Burmester, António Rosado, Mário Laginha e Miguel Borges Coelho, e ainda o Coral Lisboa Cantat. Participou em gravações de música original de Bernardo Sassetti para várias obras de cinema e teatro; em 2010, juntamente com o Coro Ricercare, interpretou a música original de Eurico Carrapatoso para o “Filme do Desassossego”, de João Botelho. Depois do lançamento pela etiqueta La Mà de Guido, em 2002, do CD Leonoreta, inteiramente preenchido com obras para orquestra de cordas de Eurico Carrapatoso, a Sinfonietta de Lisboa encontra-se a preparar a edição de um CD com obras para Coro e Orquestra do mesmo compositor. Desde 2003, tem colaborado, quer em espetáculos ao vivo, quer em gravações de DVD e CD, com artistas nacionais e internacionais tais como Caetano Veloso, Jaques Morelenbaum, Mário Laginha, Bernardo Sassetti, Carlos Martins, Carlos do Carmo, Mariza, Camané, Rodrigo Leão, Rui Veloso, Pedro Abrunhosa, João Pedro Pais e Ronda dos Quatro Caminhos.

Camerata do Festival de MúsicaA Camerata do Festival de Setúbal surge de uma forma espontânea no panorama artístico desta cidade. O festival vai já na sua 6.ª edição, o Ensemble Juvenil e o trabalho aí desenvolvido passou a ser uma referência cultural da cidade e faltava dar resposta ao grande número de instrumentistas de cordas que nos últimos anos têm saído das várias escolas da região. A prioridade cultural desta cidade passa por dar oportunidades à sua gente e fornecer bases para se desenvolverem na sua terra. Assim, está criado mais um instrumento cultural na cidade de Setúbal. Esta Camerata é constituída por jovens talentosos, cheios de valor, com muita vontade de mostrar ao público a paixão com que fazem música. Nesta primeira apresentação, teremos como mentora artística

uma das melhores violoncelistas portuguesas, Irene Lima. A intérprete tem-se dedicado ao ensino dos jovens de uma forma apaixonada e estimulante, partilhando com eles a sua vasta experiência, valor artístico inquestionável e entusiasmo pela música. É para nós uma honra partilhar este palco com tamanha referência solística e musical.

Conservatório Regional de SetúbalEscola do Ensino Especializado da Música, tutelada pelo Ministério da Educação através do Gabinete do Ensino Particular e Cooperativo. Foi fundado em 1988, tendo-lhe sido, desde logo, atribuído o Estatuto de Utilidade Pública. Dotado de autonomia pedagógica, nele são ministrados os cursos Básico e Secundário de Instrumento, Formação Musical e Composição. Hoje, o Conservatório acolhe anualmente mais de 500 alunos, orientados por um corpo docente de 44 professores devidamente habilitado com licenciatura e permanentemente empenhado na elevação da qualidade de ensino, por forma a proporcionar aos alunos o desenvolvimento de todas as suas capacidades artísticas, o que tem contribuído para que alguns venham obtendo prémios em concursos, quer em Portugal, quer no estrangeiro. O Conservatório realiza anualmente variadíssimos concertos em território nacional e noutros países.

António LaertesIniciou os seus estudos musicais no Conservatório Regional de Setúbal, onde foi aluno de Piano da classe de Maria Adelaide Rosado Pinto. Licenciou-se em Composição e em Formação Musical na Escola Superior de Música de Lisboa. Concluiu, em 2010, o Curso de Profissionalização em Serviço e, em 2015, o Mestrado em Música na especialidade de Composição, na Universidade de Évora, sob a orientação do Prof. Doutor Christopher Bochmann. Em 2008, criou o Grupo de

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Música Contemporânea do Conservatório Regional de Setúbal (GMC), para o qual compõe regularmente. Dirigindo o GMC, tem participado anualmente no Festival de Música de Setúbal, num projeto de colaboração com o Externato Rumo ao Sucesso, iniciado em 2012. Ao longo dos últimos anos, António Laertes tem desempenhado uma intensa atividade como pianista acompanhador para grupos corais, cinema mudo e companhias de teatro e dança. Foi professor na Academia de Música de Lisboa (AML) e é, desde 1998, professor no Conservatório Regional de Setúbal onde desempenhou, até 2013, funções de diretor pedagógico. É pianista acompanhador da Orquestra Violinhos da AML. É, desde novembro de 2015, presidente da direção da A7M – Associação Festival de Música de Setúbal.

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Sexta-feira 27 de maioFriday, May 27th

10h30 – 11h15AUDITÓRIO JOSÉ AFONSO

DEMONSTRAÇÃO DE PERCUSSÃOPERCUSSION SHOWCASE

Centenas de jovens das escolas e grupos comunitários de Setúbal têm vindo a preparar-se para o desfile anual de percussão e expressão cultural que faz parte deste Festival. Siga os ritmos, sinta a energia, admire o talento e desfrute dos vários sabores da vida musical da região.

Hundreds of young people from Setubal’s schools and community groups have been preparing for the annual Festival Parade of drumming and cultural expression. Follow the rhythms, feel the energy, admire the talent and enjoy the many flavours of local musical life.Fernando Molina coordenador do projeto

PARTICIPANTES | PARTICIPANTS

APPACDM de Setúbal – Grupo IN’BATE, sob coordenação dos professores José Salazar, Lurdes Costa e Vânia Veríssimo.

Escola Básica de Aranguez – turmas 5.ºF, 5.º J, 6.º C e 6.º F, sob coordenação dos

professores de educação musical Eugénia Oliveira, Conceição Rodrigues, Maurícia Silva e Pedro Fragoso e dos professores de EV/ET Paula Silva e Fernando Paulino.

Escola Básica Barbosa du Bocage – turmas 5.º 7.ª, 6.º 4.ª, 6.º 7ª, 6.º 11 e 6.º 13, sob coordenação dos professores de educação musical António Brandão, Filomena Santana, Graça Lacerda, Isabel Duarte e Ricardina Caramba, da professora de educação visual Maria de Lurdes Pessoa e dos professores de educação física Cláudia Branco e Paula Rocha.

Escola Básica da Brejoeira – turmas 4.º A, 4.º B, 4.º C, 4.º D e 4.º E, sob coordenação das professoras Cristina Miquelino, Julieta Dias, Ana Paula Vieitos, Célia Laranjeira e Luísa Simões e da coordenadora do estabelecimento, professora Leonor Duarte.

Escola Básica Lima de Freitas – turmas 5.º A, 5.º B, 5.º C, 5.º D, 5.º E e 8.º E, sob coordenação das professoras de educação musical Ana Cláudia Sousa e Helena Estanislau de Carvalho e dos professores de EV/ET Rita Carrilho, Margarida Cruz, Paula Soeiro e Helena Nogueira

Escola Básica Luísa Todi – turmas 5.º 7.ª, 5.º 8.ª, 5.º 11.ª, 5.º 12.ª, 5.º 15.ª, 6.º 2.ª e 6.º 7.ª, sob coordenação dos professores de educação musical Carlos Sequeira, Hélder Caramba, João Moreira e Sérgio Oliveira e da professora de EV/ET Teresa Góis.

Escola Básica e Secundária Ordem de Sant’Iago – turmas 5.º G, 5.º H, 5.º I, 5.º J, 6.º A, 6.º B, 6.º F e 6.º G, sob coordenação dos professores Ana Luísa Fonseca, António Brazinha, Hélder Oliveira, Lénea Gonçalves, Maria Helena Silvano, Nuno Baião, Pedro Fernandes, Rosa Nunes e Rute Estrela.

Colaboração: Rita Sales (varina), João Condeça (amolador) e calceteiros do município de Setúbal.

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Um agradecimento especial a todos os restantes professores e responsáveis pelo acompanhamento das turmas que colaboraram na realização deste projeto.

“Mãos cheias” de ritmo! Olá a todos. No ano passado, na 5.ª edição deste festival tão especial e único, escrevia eu que já tínhamos uma “mão cheia” de ritmo… Pois, agora, caminhamos para enchermos mais uma!Os Desfiles de Percussão já envolveram milhares de crianças e, este ano, uma vez mais trabalhei ao longo de cinco meses com centenas de jovens e crianças das escolas de Setúbal, bem como com os entusiastas amigos da APPACDM e do CAJ. O objetivo principal é envolvê-los no Festival explorando os ritmos do corpo, preparando letras, coreografias, figurinos e canções, mas fundamentalmente ajudá-los a divertirem-se durante todo este processo e torná-los o público de amanhã.Sendo o Sal o tema desta edição do festival, este nosso evento vai homenagear o trabalho através de alguns dos ritmos que lhe são inerentes, emulando também os mesmos por via da apresentação do resultado do “trabalho” e dedicação das crianças, desenvolvido ao longo destes meses – bem como o dos seus professores.Convido-os, assim, a juntarem-se a este nosso/vosso desfile, contribuindo com as vossas palmas e entusiamo para mais uma manhã de alegria em clima de festa e Música para todos

Fernando Molina

Fernando MolinaPercussionista profissional há trinta anos, já participou em mais de uma centena de registos para teatro, bailado, cinema e televisão. Tem atuado por todo mundo acompanhando

músicos dos mais diversos estilos musicais. Cria e dirige oficinas, workshops e team buildings de ritmo e percussão para crianças, jovens e adultos. Colabora no projeto inglês Grand Union Orchestra e é também um dos responsáveis pelo naipe das percussões étnicas do Ensemble Juvenil de Setúbal.

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Sexta-feira 27 de maio Friday, May 27th

18h30 ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMODE SETÚBAL ... COM UMA PEDRINHA DE SAL! ... WITH A PINCH OF SALT!

Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi Academia de Dança Contemporânea de SetúbalCenas à VistaConservatório Regional de SetúbalEscola de Dança Desportiva Mónica Banza

Escola de Música Capricho SetubalenseEscola de Sevilhanas e Flamenco SFH– PalmelaPatrícia Rosa e Agostinho TorresUniverse Gong & Miguel Lourenço

Elsa Mobilha e Pedro Luís direção de projeto

Uma “festa” de sabores numa “cozinha” de fusões.Os encontros entre as diferentes artes performativas de cinema, teatro, música e dança salpicam com sal este evento ao final da tarde, presenteando-nos com novos e variados sabores. Este projeto, dirigido pela equipa da Academia Luísa Todi, oferece um menu de degustação musical bem temperado pelas contribuições de todas as instituições envolvidas. A nossa “pedrinha de sal” simboliza não apenas o tempero, mas também a preservação dos benéficos frutos da colaboração artística e da criatividade.

A ‘feast’ of flavours from a ‘kitchen’ of encounters. Meetings between the different performing arts of cinema, theatre, music and dance have sprinkled salt on this early evening performance, releasing new and diverse flavours. This project, led by the Academy Luisa Todi team, offers a musical tasting menu, well-seasoned by the contributions of the institutions involved. Our ‘pinch of salt’ symbolises not only flavouring but also preservation of the beneficial fruits of artistic collaboration and creativity.

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PROGRAMA / PROGRAMME

Momentos temperados com...Moments seasoned with…mimos de / by Cenas à Vista

Restaurante / RestaurantTapas & fado com uma pedrinha de sal / Tapas & fado with a pinch of salt

Cenas à Vista, Ensemble de Guitarras, Agostinho Torres, Patrícia Borba, Patrícia Rosa, Sevilhanas e Flamenco SFH Nuno Santos direção

Casa Portuguesa Música: V. Sequeira / A. Fonseca, Letra: R. Ferreira, Arranjo: André M. Santos

Sevillanas del Siglo XVIII F. G. Lorca

Auditório / AuditoriumCozinhas & cozinhados com uma pedrinha de sal / Kitchens and cooking with a pinch of salt

Orquestra de Câmara Academia Luísa Todi & Conservatório Regional de Setúbal, Óscar Mourão, Teresa RaposoJoana Gomes direção

Bella Notte Música/Letra: Peggy Lee, Sonny Burke, Arranjo: José Martins

Le Festin Música/Letra: Michael Giacchino, Tradução do francês: Boualem Lamhen, Arranjo: José Martins

Recanto exterior / Outside Corner

Oriente & Salsa com uma pedrinha de sal / Orient & Salsa with a pinch of salt

Orquestra Orff de Setúbal, Universe Gong com

Miguel Lourenço, Classe Yoga AMBLT, Escola de Dança Desportiva Mónica BanzaPedro Luís direcção

Especiarias do Oriente A. Lisboa, C. Pacheco, M. Sarmento, M. Soares, M. Lourenço

Com sabor a salsa!? Baseado nos temas de Josesito Fernandez / Tony Renis, Arranjo: Elsa Mobilha

Parada / Parade

Fusão com sabor a sal / Fusion with taste of salt

Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, Grupo Bombos AMBALT, Escola de Música Capricho Setubalense, estudantes de música da AMBALTJosé Martins direção

Mistifório tradicional Ritmos Tradicionais Portugueses, Arranjo: Elsa Mobilha

O meu coração não tem cor Música: Pedro Osório, Letra: José Fanha, Arranjo: José Martins

Academia de Música e Belas-Artes Luísa TodiÚnica Escola de Ensino Integrado no distrito de Setúbal, fundada em 1961, com objetivos definidos na Educação Musical e Intelectual para a infância e a juventude. Como agente cultural, realiza frequentemente concertos e outras iniciativas, de que se destacam as quatro primeiras edições do Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, as comemorações dos 50 anos de carreira do Mestre Lima de Freitas e a fundação da Orquestra Orff de Setúbal, com lançamento do CD “Extranho” em junho de 2007 num concerto em direto para a Antena 2. Em 1979, foi reconhecida como Instituição de Utilidade Pública Coletiva. Pelo trabalho

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realizado, foram-lhe atribuídas medalhas de honra da cidade de Setúbal em 1985 e 2003.

Elsa MobilhaMestre em Ensino da Educação Musical pelo Instituto Politécnico de Setúbal, com tese publicada – Educar/Transformar. Autora de artigos e material didático para a Associação Portuguesa de Educação Musical. Promotora de workshops e comunicações na área da educação em seminários e mestrados IPS; encontros APEM, F. C. Gulbenkian; Arte/Escola/Comunidade, F. Inatel, entre outros. Ligada à Academia Luísa Todi desde os seus estudos musicais até hoje, como docente, tem participado em diversos concertos e projetos. É também professora na EBS Ordem de Sant’Iago onde fundou e dinamizou o grupo BelaBatuke.

Pedro Luís Mestre em Performance, variante Guitarra Clássica, com Ricardo Gallén, pela Universidad de Extremadura. Membro fundador dos projetos Quarteto de Guitarras de Lisboa e MikroDuo, teve a oportunidade de tocar em diversos locais, como Rússia, EUA, China, Japão, Macau, Alemanha, Itália e Suíça, em diferentes festivais, incluindo Emilia Romagna Festival, Ljubljana Festival e Dubrovnik Summer Festival, e com orquestras como Albany Symphony Orchestra, United Chamber Orchestra e Chamber Orchestra Kremlin. Está ligado à Academia Luísa Todi desde os 8 anos, onde é professor desde 2006.

Academia de Dança Contemporânea de SetúbalO ensino na Academia tem como principais objetivos a educação pelo movimento, que se desenvolve nas Classes de Iniciação, e a formação de bailarinos nos Cursos Básico e Secundário de Dança, promovendo nos seus alunos uma intensa ligação à atividade cénica

através de apresentações públicas da escola e da Pequena Companhia/Little Company, estrutura similar a uma companhia de dança profissional. A Pequena Companhia/Little Company, constituída por alunos selecionados do curso de formação de bailarinos da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, é a instituição de iniciação à atividade futura destes jovens.

Cenas à Vista O Cenas à Vista surgiu no ano letivo de 2013-14, na EB+S Ordem de Sant’Iago, pela mão de Susana M.G. Silvério. A partir da diversidade de experiências e da reflexão ancorada em competências artístico-teatrais e pedagógicas polifónicas, almeja-se tecer um sentido de teatro que une. Um divertimento desperto que, ao conjugar o imaginário e a realidade, se ocupa da formação pessoal, não descurando a dimensão social. Neste chão, a atividade dramática é olhada como uma prática de grupo que se desenvolve a partir dos conhecimentos, experiências e vivências individuais que os alunos detêm. Isto confere-lhe um estatuto de elo de ligação entre a escola, a família e o meio, condição essencial para que a aprendizagem ganhe novos sentidos.

Conservatório Regional de Setúbal(ver pág. 23)

Escola de Dança Desportiva Mónica Banza Escola de dança dirigida por Mónica Banza, dançarina, professora e júri de provas de dança desportiva.

Escola de Música Capricho SetubalenseA Sociedade Musical Capricho Setubalense foi fundada em 22 de novembro de 1867. Ao longo de século e meio de atividade ininterrupta no fomento da participação associativa e na promoção e desenvolvimento cultural e artístico, marcou presença em todos os

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momentos relevantes da história de Setúbal, razão pela qual se afirmou como uma instituição sociocultural de toda a comunidade setubalense. A sua Escola de Música e Banda de Música, génese da sua constituição, gozam de significativa dinâmica. A escola integra mais de setenta alunos em instrumentos de cordas, sopro e percussão. A banda filarmónica conta atualmente com 45 músicos e é dirigida pelo maestro Joaquim Silva.

Escola de Sevilhanas e Flamenco SFH– PalmelaA Escola de Flamenco e Danças Sevilhanas nasce em 2005 da vontade de reviver o que na Humanitária já foi mote de alegóricos cortejos, verdadeiros convívios e serões com espírito andaluz, onde diferentes aromas, cores garridas e formas de fazer cultura se misturam para proporcionar magníficas festas. Sob direcção da professora Maria José Navarro, as aulas contam hoje com quarenta alunas divididas pelas classes infantil, intermédios e avançados. Espalhando o espírito de festa e uma diferente forma de estar no mundo da dança, a Escola de Flamenco e Danças Sevilhanas da Humanitária tem participado em diversas festas de cariz clássico e popular, no concelho e noutros pontos do país, com atuações que transmitem sentimento e alegria.

Patrícia RosaLicenciou-se em Ensino Básico e é professora de Educação Especial na EB+S Ordem de Sant’Iago. É ainda mestre em Perturbações da Linguagem, pós-graduada em Educação e Ensino da Língua e em Perturbações nos domínios Cognitivo e Motor. Na ilha do Pico, onde viveu, integrou a Filarmónica União Artista, como clarinetista, e foi membro fundador da Orquestra da EBS de São Roque do Pico. Em Setúbal, participou em diversos projetos musicais, nos quais trabalhou com Carlos Barreto Xavier e José Carlos Godinho.

Participou como solista no concerto de Natal 2015 da Academia Luísa Todi.

Agostinho SoaresJurista, estudante da guitarra portuguesa e envolvido em projetos de filantropia de cariz sociocultural.

Universe Gong / Miguel LourençoMiguel Lourenço é investigador da relação do Som Harmónico e do comportamento físico-mental que o som provoca no ser humano. Com diversas formações em Taças Tibetanas, Gongos e Diapasões, em Itália, Alemanha e Áustria, é formador e palestrante sobre a ligação destes “instrumentos” com o bem-estar humano nas suas várias vertentes. É ainda colaborador ativo no desenvolvimento de Taças Tibetanas Terapêuticas.Responsável por vários projetos ligados ao Som, o mais importante é o “Universe Gong”, através do qual divulga o Som Harmónico das Taças Tibetanas, Gongos e outros instrumentos Harmónicos e o “Sound Healing Portugal®”, o maior evento em Portugal nesta temática e que conta com facilitadores e participantes de diversos países.

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Sexta-feira 27 de maio Friday, May 27th

21h00 ENTRADA DO FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI

Pré-Concerto | Pre-concertKILOMBO | KILOMBO

Sant’Iago Olodum percussãoRosa Nunes, António Brazinha e Pedro Florêncio direçãoThe Warm Up dançaAlto Astral capoeira

Sant’Iago Olodum, o grupo de percussão do Agrupamento de Escolas da Ordem de Sant’Iago junta-se ao grupo de dança The Warm Up e ao grupo de capoeira Alto Astral, para dar as boas-vindas ao público desta noite, numa celebração dos ritmos africanos e sul-americanos que nos conduzem até ao Brasil e à sua alma musical.

Santiago Olodum, the percussion group of the Schools of Ordem de Sant’Iago, joins the dance group The Warm UP and the capoeira group Alto Astral to welcome tonight’s audience, with a ce-lebration of African and South American rhythms that will lead us to Brazil and its musical soul.

Sant’Iago Olodum Projeto do Agrupamento de Escolas da Ordem de Sant’Iago, que surge em 2013 com o objetivo de

fomentar o desenvolvimento artístico tendo por base a música Afro-Axe. Desde o início contou com o apoio do Helen Hamlyn Trust através da doação de grande parte do seu instrumental, numa parceria promovida pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo Festival de Música de Setúbal. O grupo tem atuado em vários eventos na cidade e noutros locais. Destacam-se animações de rua e projetos escolares/educativos, efemérides, inaugurações, visitas de entidades ligadas à go-vernação, atuações com a Grand Union Orchestra e em todas as edições do Festival de Música de Setúbal até agora realizadas, entre outros.

The Warm UpGrupo de dança formado em janeiro de 2014, efetuou, até meados de maio de 2015, várias atuações em diversos festivais dentro e fora de Setúbal. Atualmente, o grupo é composto por apenas dois elementos, Adriana Costa e Taís Denise, ambas com as mesmas ambições e empenho no mundo da dança. Têm desenvolvido trabalho nesta área e recentemente fizeram uma reportagem internacional para a empresa alimentar KFC, produzida e composta por dois jovens bloggers do Reino Unido. Neste momento têm vários projetos para serem realizados, incluindo vídeos musicais.

Associação de Capoeira Alto AstralO grupo Capoeira Alto Astral nasceu em 1995, com o mestre Marco Antonio, radicado em Recife e associado à Federação Pernambucana de Capoeira, orientada pelo mestre João Mulatinho, e está hoje em vários locais de Portugal, Alemanha, Inglaterra, Roménia e Brasil. O Grupo Capoeira Alto Astral Sesimbra é orientado por João Pereira (Estagiário Meia-Dúzia), que desde 2009 desenvolve um trabalho em expansão e de caráter social com crianças, jovens e adultos de Sesimbra e arredores, tendo como objetivos, além da difusão da capoeira, a igualdade entre as classes sociais, o respeito mútuo e o melhor aproveitamento da vida que esta atividade oferece.

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Sexta-feira 27 de maio Friday, May 27th

21h30 FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI ALMA BRASILEIRA BRAZILIAN SOUL

Marcelo Bratke pianistaMariannita Luzzati vídeoCoral Infantil de Setúbal | Nuno Batalha direçãoFernando Molina, José Correia (Goiaba), Carolina Ferreirinha e Sara Caldeira percussão

O espetáculo multimédia Alma Brasileira foi concebido por Marcelo Bratke e Mariannita Lu-zzati especialmente para o Festival de Música de Setúbal 2016 e tem como proposta revelar a origem da formação de uma fisionomia própria

para a música e para a cultura brasileiras, a partir das influências da miscigenação cultural que pro-tagonizaram o controlo do território brasileiro por Portugal em 1654, quando negociou a saída dos holandeses do Brasil, que por trinta anos explora-vam o açúcar e ocuparam parte do Nordeste.Fez parte deste acordo entre Portugal e Holanda, além do pagamento aos holandeses de um valor equivalente ao que seriam hoje 400 milhões de euros, a transferência do controlo de dois territórios sob a alçada portuguesas na Índia – Cranganor e Cochim – e o monopólio do comércio do sal de Setúbal, matéria-prima importante para a indústria holandesa para a salga do arengue.Nesta época, a fisionomia da música brasileira começava a formar-se através da fusão entre as Modinhas vindas de Portugal com os Lundus provenientes da África, numa verdadeira metamorfose de estilos. Tinha início a árvore genealógica da música do Brasil, que seria imortalizada séculos mais tarde por grandes compositores que promoveram a miscigenação cultural de um novo país, como Ernesto Nazareth, Heitor Villa-Lobos e Tom Jobim. A música brasileira nunca teria sido a mesma não fossem os caminhos que se seguiram após a transferência dos holandeses do Brasil para Setúbal.

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

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O salty sea, so much of whose saltIs Portugal’s tears! All the mothersWho had to weep for us to cross you!All the sons who prayed in vain!

All the brides-to-be who neverMarried for you to be ours, O sea!Was it worth doing? Everything’s worth doingIf the soul of the doer isn’t small.

Whoever would go beyond the CapeMust go beyond sorrow.God placed danger and the abyss in the sea,But he also made it heaven’s mirror.

Fernando Pessoa

Brazil and Portugal have shared their language, culture and much else for nearly 500 years. Setubal played a key role in consummating this international relationship, when Holland yielded its strategic Brazilian territories to Portugal in exchange for the valuable license to extract Setubal’s salt for 150 years! This concert, with its beautiful accompanying film of local and Brazilian landscapes, reveals the echoes of Portugal and Lusophone Africa in the soul of Brazilian music.

PROGRAMA / PROGRAMME

Heitor Villa-Lobos Alma Brasileira, Choros n.5 piano solo Guia Prático para coro e piano Ó Ciranda, Ó Cirandinha Có Có Có Fui no Tororó No Fundo do meu Quintal João Cambuete O Limão Manquinha A Maré Encheu Samba Lelê Ó Sim A Velha que Tinha 9 Filhas Rosa Amarela

Ernesto Nazareth Pássaros em Festa Tenebroso Apanhei-te Cavaquinho Brejeiro Odeon Fon Fon

Tom Jobim Garota de Ipanema Samba do Avião

Marcelo Bratke Durante a última década, Marcelo Bratke tem-se apresentado nas mais prestigiadas salas de concerto do mundo, como o Carnegie Hall, o Festival de Salzburg, o Queen Elizabeth Hall, o Wigmore Hall e o Konzerthaus de Berlim.Cada vez mais envolvido com a importância do papel da arte no desenvolvimento social, Bratke criou, em 2007, a Camerata Brasil Música, uma orquestra formada pela fusão entre jovens músicos eruditos e populares vindos de áreas desprivilegiadas da sociedade brasileira. Juntos, realizaram grandes digressões nacionais e internacionais que visitaram o Brasil, Argentina, Inglaterra, Alemanha, França, Holanda, Irlanda, Sérvia, Bósnia, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.Marcelo Bratke foi o músico convidado para inaugurar a nova sala de concertos de São Paulo, o Auditório Ibirapuera, e tocou em ocasiões especiais para três presidentes brasileiros – Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Roussef –, realizando também um concerto especial para a Rainha Sylvia, da Suécia.Apesar das raízes na tradição da música erudita, Marcelo Bratke é um artista cuja imaginação não é limitada pelas fronteiras do universo da música clássica. Tem participado em duetos com grandes músicos da área popular, como o pianista britânico de jazz Julian Joseph, o percussionista Naná Vasconcelos, os cantores e compositores

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Milton Nascimento e Dori Caymmi e as cantoras pop Sandy e Fernanda Takai, entre outros.Nos próximos quatro anos Marcelo Bratke está à frente do projeto Villa-Lobos Worldwide, uma campanha nacional e internacional de divulgação da música de Villa-Lobos, que inclui a gravação completa da sua obra para piano solo em 8 CD com a editora britânica Quartz.Marcelo Bratke estudou na Juilliard School of Music, em Nova Iorque, e entre as diversas distinções que recebeu, figuram o primeiro prémio no Concorso Internazionale di Musica Tradate na Itália, o Prémio Revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte, o Prémio Carlos Gomes, o Classic Discoveries Award, na Inglaterra, o Prémio Brasil na Alemanha 2006, o 14th Brazilian International Press Award e o Sarajevo Winter Festival Award 2013. O seu CD dedicado ao Le Groupe des Six foi considerado pela revista britânica Gramophone como uma das melhores gravações eruditas de todos os tempos.

Mariannita Luzzati Foi uma das artistas escolhidas para representar o Brasil na exposição “Mulheres, Artistas e Brasileiras” realizada em homenagem à Presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em Brasília, por ocasião da visita do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil.Mariannita Luzzati nasceu em dezembro de 1963 em São Paulo. A sua primeira exposição individual foi realizada no Centro Cultural São Paulo, em 1989, ano em que recebeu o primeiro prémio do Salão Nacional de Artes Plásticas. Em 1993, conquistou o prémio aquisição em mostra de gravura no Machida City Museum, em Tóquio, e foi convidada a integrar o Panorama da Arte atual Brasileira no Museu de Arte Moderna, em São Paulo. Em 1994, foi selecionada para representar o Brasil na 22.ª Bienal Internacional de São Paulo,

sendo posteriormente convidada a participar em exposições na Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos e Inglaterra, onde fixou residência, em Londres, em 1994, passando a ser representada pela Purdy Hicks Gallery.Em 2001, duas das suas obras foram adquiridas pelo prints department do British Museum, em Londres. Durante esta última década, Luzzati participou em mostras em importantes museus e instituições no Brasil e um pouco por todo o mundo. As suas obras constam em importantes coleções, de entre as quais a Fundação Itaú Cultural, de São Paulo, a Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a Fundação Cultural de Curitiba, a Fundação Padre Anchieta – TV Cultura, em São Paulo, o Museu de Arte de Brasília, o Machida City Museum of Graphic Arts, em Tóquio, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, o Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto, Fundação Musei Civici de Lecco e MIDA – Scontrone, em Itália, o British Museum, em Londres, a Essex Collection, em Colcherter, em Inglaterra, o Accenture, o Couldert Brothers, o Credit Suisse First Boston, o Halifax plc, o Herbert Smith, o Rexam plc, de Londres, o Usiminas, em Minas Gerais, o Teodore Goddard, em Jersey, e o Pearson plc, em Nova Iorque.

Coral Infantil de SetúbalO Coral Infantil de Setúbal foi fundado em 1979 e é constituído por crianças e jovens dos 6 aos 16 anos, que frequentam aulas de Técnica Vocal, além dos ensaios regulares. Do seu já longo currículo constam centenas de concertos e atuações de norte a sul do país, bem como várias participações em programas televisivos. Além da gravação de vários CD, tem apresentado obras inéditas de grande qualidade, algumas das quais em parceria com a Banda da Armada Portuguesa. O reportório do Coral é muito abrangente,

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englobando temas clássicos e tradicionais, bem como peças originais. A direção artística é da responsabilidade do maestro Nuno Batalha, com uma vasta experiência no ensino e na direção musical, a par de uma carreira como músico na Banda da Armada. Colaboram também com o Coral os professores Raquel Pereira, em técnica vocal e violino, e Gonçalo Simões, piano. Em 1997, o Coral Infantil de Setúbal foi agraciado com a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal, em reconhecimento do mérito do seu trabalho.

Fernando MolinaVer pág 26

José Correia (Goiaba)Nascido em Fortaleza, Estado do Ceará, no Brasil, sou o mais novo de quatro irmãos, pratiquei enquanto criança vários desportos, como futebol, andebol e surf, entre outros, mas foi quando conheci a capoeira que me encontrei. Praticante há mais de 16 anos, em 2005 fui convidado pelo meu Mestre Robério Ratto para representar o Centro Cultural de Capoeira Água de Beber, em Portugal, na cidade de Setúbal. Desde então, venho estudando a cultura do meu pais Brasil e transmitindo o conhecimento desta arte genuinamente brasileira. Com saudade da família vou caminhando, mas feliz em Portugal por ter sido bem recebido e abraçado por todos. Os anos vão passando e assim continuo em Portugal firme, forte e construindo uma linda família.

Ana Carolina Ferreirinha e Sara CaldeiraJovens percussionistas do Ensemble Juvenil de Setúbal e do grupo Sant’Iago Olodum

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15h00CASA DA AVENIDA

O SAL DA LÍNGUATHE SALT OF LANGUAGE

4 ÀS – Associação de Angolanos e Amigosde Angola coro multiculturalEdinstvo – Associação de Imigrantes dos Países de Leste música e cantoAssociação Cultural Busuioc dos Cidadãos Moldavos da Península de Setúbal música e canto

Desfrute da arte e da cozinha que refletem a diversi-dade rica das comunidades de Setúbal e o significado universal do sal. Ouça canções tradicionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Timor e música de países da Europa de Leste. Veja trajes tradicionais e prove a comida de todo o mundo que é Setúbal.

Sábado 28 de maioSaturday, May 28th

11h00CASA DA AVENIDA

AVENIDA LUÍSA TODI, N.º 286

SAL DE SETUBAL: PORTUGAL E BRASIL THE SALT OF SETÚBAL: PORTUGAL & BRAZIL

Conversa com Hugo O’Neill, Setúbal, e Marcelo Bratke, Brasil, moderada pelo chefe do Serviço Municipal de Bibliotecas e Museus da Câmara Municipal de Setúbal, José Luís CatalãoConversation with Hugo O’Neill (Setubal) and Marcelo Bratke (Brazil), moderated by José Luís Catalão (Setubal Municipality Museum Divison)

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Enjoy art, culture and cuisine which reflect the rich diversity of Setubal’s communities and the worldwide significance of salt. Hear traditional songs from Angola, Brazil, Cape Verde, Mozambique and Timor and music from East European countries. See traditional costumes and taste the food from around the world that is Setubal.

O Sal da Língua é uma apresentação que integra o Festival de Música de Setúbal e num âmbito mais alargado o programa Maio – Diálogo Intercultural. Através da cultura e de formas de expressão artística, nomeadamente a música, pretende-se celebrar a diversidade e apelar ao diálogo intercultural com a realização, ao longo do mês de maio, de várias atividades promovidas pela Câmara Municipal de Setúbal, associações de imigrantes e outras entidades do concelho.

Associação Cultural Busuioc dos Cidadãos Moldavos da Península de SetúbalGrupo de crianças e jovens, entre os 5 e os 18 anos, que, através das danças e cantares tradicionais da Moldávia, promove o reforço da identidade cultural da comunidade de origem.

4 ÀS – Associação de Angolanos e Amigos de AngolaO Coro Multicultural foi criado em 2012 para reforçar a tolerância religiosa e cultural das diversas comunidades residentes na freguesia de São Sebastião, em Setúbal. Um grupo de pessoas de origens diversas, com idades entre os 40 e os 70 anos, cantam canções tradicionais de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique que refletem as raízes dos cantos lusófonos e promovem a troca e a fusão cultural.

EDINSTVO – Associação de Imigrantes dos Países de LesteGrupo de crianças e jovens das comunidades dos países de Leste canta canções tradicionais dos seus pontos de origem, promovendo a interculturalidade, o diálogo entre culturas e a valorização da diversidade cultural como potencial do desenvolvimento humano e social.

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Sábado 28 de maioSaturday, May 28th

17h30FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI AMOR COMO SAL LOVE LIKE SALT

Ensemble Juvenil de SetúbalResponsáveis musicais Rui Borges Maia | Pedro Condinho | Fernando Molina Músicos Ana Carolina Ferreirinha | Ana Marques | Ana Sofia Cavaco | Carina Moreno | Catarina Martins | Constança Pereira | Eva Ferreira | Gonçalo Baião | José Carlos Reis | Luís Piçarra | Margarida Correia | Mariana Cabica | Marlene Tavares | Mário Oliveira | Miguel Santos | Miguel Varela | Pedro Pereira | Pedro Carvalho | Rita Cavaco | Sara CaldeiraClarence Adoo HiNoteRui Borges Maia direção

PROGRAMA / PROGRAMME

Steve Reich Música para Peças de Madeira / Music for Pieces of WoodC. Saint-Saëns Carnaval dos Animais /Arranjo Sara Ross Carnival of the Animals Intro: Que trazes tu, Saint Saens? Leão Galinhas e Galos Animais Velozes Dança e Cacofonia Tartarugas Cisne/Pato Cucu Aquário Esqueletos Dançantes Reprise Final

Intervalo

Cevanne Horrocks--Hopayian Amor como Sal / Love like Salt Teste (a partir de “A Balada do Rei Lear e das suas Três Filhas”, Anónimo) Exílio Primeira dança (arranjo de “Lawn as white as the driven snow”, in Conto de Inverno) Segunda dança (arranjo de “When that I was and a little tiny wit”, in Rei Lear) Última dança (arranjo de “Come O’er The Bourne, Bessy”, in Rei Lear) Casamento

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Music for Pieces of Wood, de Steve Reich, é uma obra de carácter minimalista. Aborda uma linguagem moderna com recurso a instrumentos tradicionalmente ligados às músicas do mundo – clavas cubanas e africanas. A sua enorme complexidade rítmica é um desafio, mas, ao mesmo tempo, destaca as talentosas capacidades de um grupo tão heterogéneo como este.

Rui Borges Maia

Nós, Ensemble Juvenil de Setúbal, somos aqui hóspedes do ilustre e conhecido compositor Camille Saint-Saëns, de quem recebemos um Carnaval dos Animais particular e preparado à medida. Convidamos-vos a juntarem-se a nós nesta excursão conduzida ao som da música de criaturas várias, onde, ora mais lento, ora mais rá-pido, cada um toca, canta e dança à sua maneira.

Sara Ross & EJS

Amor como Sal é uma suite para o Ensemble Juvenil de Setúbal, com Clarence Adoo. As notas de programa que se seguem foram reunidas por Cevanne e Ziazan Horrocks-Hopayian, misturando o conto tradicional Inglês “Cap O’Rushes” (Capa de Juncos), com a obra “Rei Lear”, de Shakespeare, e com as suas próprias palavras.

1. “Dizei-me, minhas filhas, qual de vós me ama mais, para que recompensemos com maior generosidade esse amor filiar?” Rei Lear, Ato I, Cena IEra uma vez um homem muito rico que perguntou às suas três filhas o quanto elas o amavam. A primeira respondeu-lhe: “Amo-vos tanto quanto amo a minha própria vida.”Esta resposta agradou ao pai.E a segunda disse: “Eu amo-vos mais do que tudo no mundo.”Isto deixou o pai muito orgulhoso.Mas a terceira filha respondeu: “Eu amo-vos

como a carne ama o sal.”“Então vós não me amais!”, gritou o pai. E colocou a filha para fora de casa nesse mesmo instante.

2. “Ide para longe, não vos quero ver mais!” Rei Lear, Ato I, Cena IE ela foi embora, chorando lágrimas salgadas. Seguiu o trajeto do rio até chegar a um pântano, onde os juncos sussurravam ao vento. Ela reuniu uma braçada de juncos e fez um manto para cobrir a sua cabeça e esconder as suas nobres vestes. Ela andou, andou, até que chegou a uma fantástica casa, onde a contrataram como um ajudante de cozinha. Como se recusava a dizer-lhes o seu nome e não tirava nunca a sua capa, todos começaram a chamar-lhe “Capa de Juncos”.

3. “Vamos embora, sem mais demora” Uma Canção entre Sua Majestade a Rainha e Englande, William BirchEstava a ser preparado um grande baile e os empregados foram autorizados, como tratamento especial, a assistir à festa e a ver os senhores e as senhoras a dançar. Mas na noite do baile, Capa de Juncos declarou que ela estava cansada demais para ir e, por isso, os outros deixaram-na para trás. Assim que os colegas tinham saído, ela tirou a sua capa, lavou o rosto e escovou os cabelos até ficarem a brilhar. E então lá foi ela bailar.

4. “Ela foi considerada a mais bela à face da terra” Balada do Rei Lear e suas três filhas (Anon)Todos se perguntavam quem poderia ser aquela misteriosa jovem senhora. Quando o filho do dono da casa a viu, pensou que nunca tinha tido mais bela visão. O jovem dançou com ela e com mais ninguém, e nada mais parecia existir no mundo além de eles os dois.

5. “Salta o riacho, Bessy, vem ter comigo” King

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Lear, Ato III, Cena VIAntes da última dança, o filho do dono da casa ofereceu-lhe um anel de ouro e disse-lhe que, se nunca mais a voltasse a ver, morreria. Mas ela não disse o seu nome, nem de onde vinha, e desapareceu antes que o baile terminasse. Quando os restantes empregados voltaram para os seus quartos, ela estava na cama, vestindo a capa de juncos e fingindo estar dormindo.

6. “Eu ajoelhar-me-ei e implorarei o teu perdão” Rei Lear, Ato V, Cena IIIFoi planeado um grande casamento para os dois jovens, com convidados vindos de toda a região, incluindo o pai da Capa de Juncos. Mas mesmo assim, ela não revelou a ninguém quem era ou de onde tinha vindo. Para a festa, ela pediu que toda a carne fosse cozinhada sem uma única pitada de sal. Os convidados comeram um primeiro prato e depois outro, mas todos eram insípidos e intragáveis. Então, o pai da Capa de Juntos começou a chorar e, desfeito em lágrimas, disse: “Agora eu percebo que a minha filha mais nova era quem mais me amava e, pelo que sei, ela pode até já estar morta!”“Não, pai, eu estou aqui!”, gritou a Capa de Juncos e correu para o seu pai, abraçando-o. E todos viveram felizes depois disso.

E assim, chegamos ao Fim. E assim… Boa Noite“And so we make an End, and so good Night” (Cries of London, Orlando Gibbons)Cevanne Horrocks-Hopayan

Love like Salt is a suite for the Setubal Youth Ensemble, with Clarence Adoo.

The following programme notes have been collected and assembled by Cevanne and Ziazan Horrocks-Hopayian, mixing the regional English folk-tale ‘Cap O’Rushes’ with Shakespeare’s King Lear, and their own words.1. “Which of you shall we say doth love us most that we our largest bounty may extend?” ~ Rei

Lear, Acto I, Cena IOnce upon a time a rich man asked his three daughters how much they loved him.The first told him, “I love you as much as I love my life.”This pleased him.The second said, “I love you more than all the world.”This made him very proud.But the third daughter replied, “I love you as meat loves salt.”“Then you do not love me at all!” shouted her father. And he turned her out of his house that instant.

2. “Hence, and avoid my sight!” ~ King Lear, Act I, Sc. IShe went away, crying salt tears. She followed the river path until she came to a fen where the reeds rustled like gossip. She gathered an armful of rushes and wove a cloak to cover her head and her fine dress. She went on until she came to a great house, where they took her in as a kitchen maid. She would not tell them her name, and she would not take off her cloak, so they named her after it, Cap O’ Rushes.

3. “Come away, and make no more delay” ~ A Song Between the Queen’s Majesty and England, William BirchThere was to be a ball, and the servants were allowed as a special treat to go and watch the lords and ladies dance. But come the night of the ball, Cap O’ Rushes declared that she was too tired to go, so they left her behind. As soon as the other servants had gone, she threw off her cape, washed her face, and brushed her hair till it shone. Then off she went to the dance.

4. “She was deemed the fairest on the ground” ~ The Ballad of King Lear and his Three Daughters (anon)Everyone wondered who the mysterious lady could be. When the master’s son saw her, he thought there had never been such a beautiful

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sight. He would dance with no one else, and nothing existed in all the world but he and she.5. “Come o’er the bourn, Bessy, to me” ~ King Lear, Act III, Sc.VIBefore the last dance, the master’s son gave her a gold ring, and told her that if he never saw her again he would die. But she would not tell him her name, nor where she came from, and before the ball was over she slipped away. When the servants returned to their quarters she was in bed wearing her cape of rushes and pretending to be asleep.

The master’s son searched far and near for the mysterious lady, and when he could not find her he became so lovesick he had to take to his bed. The cook was ordered to make him a soup and Cap O’ Rushes volunteered to stir it. When no one was looking, she dropped her gold ring into the soup, so when the master’s son drank it, he discovered the token he had given his own lost love there in his spoon! He called for the maid that had made the soup and when she came she threw off her cape of rushes and the master’s son was cured at the sight of her.

6. “I’ll kneel down and ask of thee forgiveness” ~ King Lear, Act V, Sc. IIIThey planned a big wedding, with many guests invited from all across the county, including the father of Cap O’ Rushes. But still she would not tell anyone who she was or from whence she came. For the feast, she ordered all the meat to be cooked without any salt. The guests tried first one dish and then another, but they were all tasteless and inedible. Then Cap O’ Rushes’ father began to cry, “Now I see she loved me best of all, and she may be dead for all I know!”“No, father, I am here!” cried Cap O’ Rushes, and she ran to him and threw her arms around him. And all lived happily after that.

“And so we make an End, and so good Night” (Cries of London, Orlando Gibbons)Cevanne Horrocks-Hopayan

Ensemble Juvenil de Setúbal O Ensemble Juvenil de Setúbal é um projeto musical e socialmente inclusivo, criado em 2014 graças ao apoio do programa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, da Fundação Calouste Gulbenkian, e que tem por objetivos a criação de oportunidades e a consolidação de vivências musicais dos jovens da região de Setúbal. O conceito de base deste ensemble é excecional entre projetos musicais pela sua componente de inclusão cultural e social.Esta pequena “orquestra”, espelhando a abordagem do Festival, reflete a realidade da atividade musical da região e, por isso, inclui na sua formação percussionistas de tradição africana/latino-americana, instrumentistas clássicos, músicos de jazz e jovens com necessidades especiais que estão agora a desenvolver as suas capacidades musicais com recurso a tecnologia de apoio. Importante é também o facto de este ensemble proporcionar trabalho regular a jovens compositores, tal como as orquestras sempre fizeram no passado, uma vez que é necessário criar um reportório com obras especialmente compostas ou arranjadas para este formato único de democracia musical.

Clarence AdooClarence Adoo era um dos trompetistas de topo do Reino Unido, tocando com a London Sinfonietta e a Northern Sinfonia e ao lado de artistas como Courtney Pine, antes de ter sofrido um acidente de viação, em 1995, aos 35 anos. Este acidente deixou-o paralisado dos ombros para baixo. Apesar de tudo, desde que começou a tocar Head=Space, um instrumento controlado através do seu sopro e desenvolvido pelo maestro e compositor alemão Rolf Gelhlaar, Clarence sente-se “novamente um músico”.Em 2016, tem-se dedicado a aprender um novo instrumento especialmente desenvolvido para si, o HiNote, o qual será apresentado ao público pela primeira vez em dois concertos

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a decorrer durante o Festival de Música de Setúbal, o primeiro com o Ensemble Juvenil de Setúbal, incluindo o novo trabalho de Cevanne Horrocks-Hopayian, o outro com o seu próprio grupo HeadSpace Ensemble.Clarence é membro fundador da britânica Paraorchestra e do HeadSpace Ensemble, que se apresentou pela primeira vez em Orkney, em 2005, e realizou o seu primeiro concerto fora de Inglaterra em 2007, na cidade do Porto. Em 2012, Clarence recebeu uma condecoração da Coroa Britânica, o MBE award, pelos serviços prestados na área da música.

Rui Borges MaiaAluno de Jacques Zoon na Escuela Superior de Música Reina Sofia, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e da Fundación Carolina. Como aluno desta escola, recebeu o diploma de Excelência Académica das mãos da Rainha Sofía de Espanha. Atualmente, é membro da Orquestra de Câmara Portuguesa, sob direção de Pedro Carneiro e do Plural Ensemble, Espanha, sob direcção de Fabián Panisello. Faz também parte do Quinteto À-vent-garde e do Tagus Ensemble. Colabora com a Lucerne Festival Orchestra, Suíça, sob direcão de Claudio Abbado, Bernard Haitink e Andris Nelsons. Fez parte da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, entre 2003 e 2006, e da Orquestra Metropolitana de Lisboa, em 2011, tendo, paralelamente, colaborado com várias formações, entre as quais a Orchestra Mozart, Itália, o Ensemble MidtVest, Dinamarca, a Orquestra Gulbenkian, e a Orquesta Sinfónica de Madrid, o que lhe deu a oportunidade de trabalhar com maestros como Peter Eötvos, Michael Zilm, Pablo González, Peter Rundel, Vladimir Ashkenazy, Joana Carneiro, Pablo Heras-Casado e Zoltan Kocsis.

Sara Ross Nasceu na Ilha de São Miguel, Açores, iniciando os seus estudos musicais no Conservatório Regional de Ponta Delgada. Em 2010, terminou o curso de

Digital Music Creation, na Teesside University, em Middlesbrough, Inglaterra, e, em 2014, licenciou-se em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, sob principal orientação de Luís Tinoco, Carlos Caires e António Pinho Vargas. Como criadora, a sua colaboração conta com vários projetos, como o Ensemble Juvenil de Setúbal, o Estúdio de Ópera da ESML (ópera Ester, 2015) e o Baú da Descoberta (teatro, 2015). Desenvolve ainda atividade independente em escrita para formações várias, orquestra, dança e teatro, de que resulta um crescimento do interesse por uma abordagem musical mais performativa.

Cevanne Horrocks-HopayianCevanne é a primeira compositora em residência com a Orquestra Sinfónica de Londres, no National Trust | 575 Wandsworth Road. Tem vindo a equilibrar um portefólio muito diversificado, com encomendas que vão desde o Festival de Jazz de Londres à casa-museu Handel & Hendrix, igualmente na capital inglesa, passando por uma peça bilingue para a Rádio Nacional Sueca, entre outras.Enquanto performer multifacetada (voz, harpa celta e música eletrónica), Cevanne tem tido o privilégio de colaborar com a atriz Jessica Hynes, vencedora de um prémio BAFTA, com membros da banda rock Babyshambles e com a vencedora do prémio MOBO, Zoe Rahman, para citar apenas alguns nomes. Teve a honra de ser a primeira a compor para o novo instrumento tecnológico de Clarence Adoo, o HiNote, desenvolvido por Rolf Gelhaar e Vahakn Matossian, que, tal como Cevanne, têm um grande interesse por este tipo de instrumentos. Em 2014 trabalhou no desenvolvimento de um “headset”, o “The Sonic Bonnet“, com o inventor Crewdson e a designer Jodie Cartman, a fim de manipular a sua voz para interpretar folk-eletrónica. De origem anglo-arménia, nascida em Suffolk, Cevanne fundeou o seu trabalho nas ilhas britânicas, com vista a escavar profundamente na riqueza do seu solo para encontrar artefactos que não imaginaríamos serem nativos.

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Sábado 28 de maioSaturday, May 28th

21h00IGREJA DO CONVENTO DE JESUS

O SAL DA TERRASALT OF THE EARTH

Filipe Quaresma violonceloCoro de Câmara da Escola Superior de Lisboa Paulo Lourenҫo direcção musicalConservatório Regional de Setúbal coro de câmaraInês Lopes maestrina

JS Bach Prelude (Suite N.º 1 para violoncelo, BWV 1007Buxtehude Missa Brevis Kyrie, BuxWV 114JS Bach AllemandeTarik O’Regan Magnificat (coro e violoncelo)JS Bach CouranteRaul Avelãs O Sal da Terra O Sal da Terra Outras Américas Sahel – O Fim do Caminho Êxodo Instituto TerraJS Bach SarabandeTavener Svyati (Holy One) (coro e violoncelo)Bach Menuett 1AP Vargas The ComposerJS Bach Menuett 2Tarik O’Regan Nunc Dimittis (coro e violoncelo)JS Bach GigueBuxtehude Missa Brevis Gloria

O sal foi o que ligou Setúbal à poderosa Liga Hanseática de portos comerciais europeus – “um Mercado comum” desenvolvido vários séculos antes da nossa moderna União Europeia –, na qual se incluía Londres, onde muitos dos navios eram construídos à época. Lübeck era uma das cidades mais importantes desta liga e o seu maestro, no séc. XVII, era Buxtehude – um dos músicos mais influentes da Europa nessa altura: o jovem JS Bach percorreu 400 quilómetros através da Alemanha para ouvir o mestre tocar órgão e aprender com ele. O compositor setubalense Raul Avelãs criou um novo trabalho para os coros que atuarão esta noite com base no tema do Festival, O SAL. O concerto também inclui um recente arranjo de António Pinho Vargas, um dos

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principais compositores portugueses: The Composer, um belo soneto do poeta Inglês WH Auden, é uma celebração da criatividade musical. As peças selecionadas pelo falecido John Tavener, um dos maiores compositores ingleses dos últimos 50 anos, e pelo seu compatriota, mais jovem, Tarik O’Regan, um aclamado compositor da música coral, não só habitam mundos sonoros e espaços espirituais semelhantes, como partilham a combinação incomum, mas belíssima, de violoncelo solo e coro. Estes trabalhos em português e inglês contemporâneos são emoldurados pela Missa Brevis de Buxtehude – um conjunto de missas barrocas do norte da Alemanha na época em que estas estavam restritas a apenas duas secções, Kyrie e Gloria – e estão ainda ligados por vários movimentos da primeira Suite para Violoncelo de Bach, fazendo a sua própria jornada musical, acenando através das peças corais e ressoando através dos belos espaços e pedras históricas da Igreja de Jesus de Setúbal.

It was salt that connected Setubal with the powerful Hanseatic League of European trading ports – a ‘common market’ developed several centuries before our modern EU – which included London, where many of the ships were built. Lübeck was one of its most important cities and Danish-born Buxtehude, once Europe’s leading musician, was its director of music: the young JS Bach walked 400 kilometers to hear the master play the organ and to learn from him.The Setúbal composer Raul Avelãs has created a brand new work for tonight’s choral forces, drawing on the Festival’s theme of Salt. The concert also includes a recent setting by Antonio Pinho Vargas, one of Portugal’s leading composers: The Composer, a beautiful sonnet by the English poet WH Auden, is a celebration of musical creativity. The selected pieces by the late John Tavener, one of the greatest

English composers of the past 50 years, and his younger compatriot Tarik O’Regan, an acclaimed composer of choral music, not only inhabit similar sound-worlds and spiritual spaces but also share the unusual but lovely combination of solo cello and chorus. These contemporary Portuguese and English works are framed by Buxtehude’s Missa Brevis – baroque mass settings in Northern Germany at the time were restricted to just two sections, Kyrie and Gloria – and are linked by the various movements of Bach’s first Cello Suite, making its own musical journey, weaving through the choral pieces and resounding through the beautiful spaces and historic stones of Setubal’s Church of Jesus.

O Sal da TerraA obra baseia-se no filme homónimo de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado sobre a vida e obra do fotógrafo Sebastião Salgado. Encontra-se dividida em cinco andamentos, cujos títulos, à exceção do 1.º, que recebe o título do filme e dá o nome à obra, remetem para obras de Sebastião Salgado. Outras Américas retrata as viagens realizadas nos finais dos anos 70 por vários países da América Latina, onde Sebastião Salgado pôde contactar com várias comunidades indígenas, entre elas o povo Mixe, do México, para quem a música tinha uma importância primordial na vida da comunidade. Sahel é uma área geográfica situada a sul do Sahara, que atravessa África da costa oeste à costa leste e que inclui, entre outros territórios, a Etiópia, onde nos anos 80 se deu uma das maiores tragédias humanitárias de que há memória, tendo a fome afetado cerca de 8 milhões de pessoas. Êxodo é um trabalho sobre os refugiados, em particular sobre a crise do Ruanda e a Guerra na Jugoslávia, durante os anos 90. Após este trabalho, Sebastião Salgado regressou ao Brasil, onde fundou com sua mulher Leila

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o Instituto Terra, dedicado à recuperação da Mata Atlântica, um frágil ecossistema altamente ameaçado na costa atlântica brasileira.O texto utilizado nos primeiros quatro andamentos é retirado de citações do filme. O último andamento, além de recorrer também a citações, enumera espécies típicas da fauna da Mata Atlântica que beneficiaram com a criação do Instituto Terra.

Raul Avelãs

Salt of the EarthThis piece is based on the homonymous film by Wim Wenders and Juliano Ribeiro Salgado on the life and work of the photographer Sebastião Salgado. It is divided into five movements, whose titles, except for the 1st movement that receives the title of the film and gives the name to the entire piece, refer to works by Sebastião Salgado.Other Americas portrays the journeys undertaken in the late 70s by several countries in Latin America, where Sebastião Salgado contacted with various indigenous communities, among them, the Mixe people, in Mexico, for whom music was of supreme importance in community life.Sahel is a geographical area in the south of the Sahara, crossing Africa from the west to the east coast and including, among others, Ethiopia, where in the 80s one of the worst humanitarian tragedies in living memory happened, having famine affected about 8 million people.Exodus is a work about refugees, in particular about the crisis in Rwanda and the war in Yugoslavia during the 90s. After this work, Sebastião Salgado returned to Brazil, where he founded with his wife Leila the Instutito Terra (Earth Institut), dedicated to the recovery of the Atlantic Forest, a fragile ecosystem highly threatened in the Brazilian Atlantic coast.The text used in the first four movements is

taken from movie quotes. The last movement, apart from the quotes, also lists the name of some typical species of the Atlantic Forest fauna, that benefited from the creation of Instituo Terra.

Raul Avelãs

Filipe Quaresma“...um dos mais interessantes músicos portugueses da atualidade” (P. Santos, Jornal Público, janeiro 2015) com uma “...forma precisa e soberbamente articulada de tocar, cheia de paixão mas muitas vezes bastante contemplativa...” (D. Ketler, The Strad Magazine, julho 2015), é primeiro violoncelo da Orquestra Barroca da Casa da Música (CdM) e do Darcos Ensemble, principal convidado do Remix Ensemble CdM e do Sond’Ar-te Electric Ensemble. Desde 2013, é convidado da Orchestre Révolutionnaire et Romantique, de Sir John Eliot Gardiner. Concilia a sua intensa carreira a solo e de música de câmara com a atividade de professor na ESMAE. Detém o prestigiado título “Associate” da Royal Academy of Music. Tem inúmeros discos gravados, destacando-se o trabalho a solo “Portuguese Music for Solo Cello” (2014).

Coro de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa É um agrupamento que visa proporcionar uma prática coral de excelência aos seus alunos expondo-os, durante o seu ciclo letivo, ao mais variado tipo de reportório. O Coro de Câmara da ESML tem realizado concertos um pouco por todo o território nacional. Das suas apresentações públicas destacam-se Weihnachts-Oratorium BWV 248 (Cantata I) e Magnificat, de J.S.Bach, Cantata Verbum Caro, de Nuno Côrte-Real, Requiem, de Charpentier, Rejoice in the Lamb, de B.Britten, Coronation Anthems, de G.F.Handel, Chichester Psalms, de Leonard Bernstein, Lauda per la Nativitá

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del Signore, de Otorino Respighi (Festival de Música de São Roque, 2009), Come Holy Ghost, de Jonathan Harvey, Painting Word Painting, de Carlos Caires em conjunto com a Orchestrutopica (CCB, 2009), Psalm 42, de Felix Mendelssohn (Lisboa e Évora, 2009), Concerto VOCALIZZE (CCB, 2010), Magnificat & Nunc Dimitis, de Tarik O’Regan (Grande Auditório da ESML, 2010), e Concertos e Gravação do CD Ave Mundi, com Rodrigo Leão (Coliseus de Lisboa e Porto, 2010), Ein Deutshes Requiem, de J. Brahms (2014), Paukenmesse, de J. Haydn, e Requiem, de Fauré (2015).Realizou em 2011 no CCB um programa intitulado “A Noite”, com o pianista Miguel Henriques, e, em 2012, participou no concerto de abertura do Summer Choral Fest e no Festival de Música de Leiria, apresentando, pela primeira vez em Portugal, a edição Levin do Requiem de Mozart em conjunto com o coro ONE (Singapura) e a Orquestra Filarmonia das Beiras. Participou, em abril de 2013, no concerto de encerramento do Ankara International Music Festival para apresentar a 8.ª Sinfonia de G. Mahler em conjunto com a Bilkent Symphony Orchestra e o Wroclaw Philharmonic Choir. Foi galardoado com duas medalhas de ouro em dois anos consecutivos no Summer Choral Fest. O Coro de Câmara da ESML tem como titular o maestro Paulo Vassalo Lourenço e como assistente a maestrina Inês Lopes.

Inês LopesNasceu em Lagos, onde iniciou os seus estudos musicais e concluiu o 8.º grau na classe de piano do prof. João Rosa. Frequenta atualmente o 1.º ano do Mestrado em Direção Coral na Escola Superior de Música de Lisboa. Participou em cursos de direção coral, de canto e workshop de jazz, onde estudou com o maestro Paulo Lourenço e os professores Isabel Alcobia, Ângela Silva e Pedro Louzeiro. Participa, desde a 1.ª edição, no VOCALIZZE

– Estágio para Jovens Coralistas, no Instituto Piaget de Almada, onde trabalhou com os maestros Cara Tasher, Stephen Coker, Vincent Oakes, Eugene Rogers, Gonçalo Lourenço e Paulo Lourenço. É pianista acompanhadora, desde a 1ª edição, do VOCALIZZE – Estágio de Jovens Coralistas, realizado no Campus de Macedo de Cavaleiros. Dirigiu o coro infantil da Companhia de Ópera do Castelo no concerto “Anjos nas Alturas”, realizado em dezembro de 2010 no Castelo de São Jorge, Lisboa. É professora da Classe de Coro do Conservatório da Metropolitana desde 2011. Dirige e canta no ensemble vocal Desafinados. É membro do Coro Gulbenkian desde março de 2013. Participou como membro do Tenso Europe Chamber Choir em agosto de 2013.

Raul AvelãsNasceu em Lisboa, em 1974. Frequentou a Escola de Música Leal da Câmara (atual Conservatório de Música de Sintra) onde estudou trombone e piano. É licenciado em Direção Coral pela Escola Superior de Música de Lisboa, tendo sido aluno de Roberto Perez e Vasco Pearce de Azevedo. É profissionalizado pela Universidade Aberta. Desde 1999 que leciona Formação Musical e Classes de Conjunto no Conservatório Regional de Setúbal, pertencendo desde 2008 à Direção Pedagógica. Foi também professor do Conservatório Regional Silva Marques, em Alhandra. Dirigiu vários coros, nomeadamente o Coro Opus21 e o Coral Luísa Todi. Atualmente dirige o Coro de Câmara de Setúbal e o Grupo Coral da Escola Secundária du Bocage.

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Domingo 29 de maio Sunday, May 29th

10h30 – 11h30MUSEU DO TRABALHO MICHEL GIACOMETTI

O SAL DO TRABALHOTHE SALT OF LABOUR

Externato Rumo ao SucessoGrupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de SetúbalAntónio Laertes e Pedro Condinho conceção, composição musical e direção

Músicos: André Micael, Afonso Azevedo, Beatriz Blanquet, Carina Moreno, Carlos Barbosa, Diogo Rodrigues, Duarte Fragoso, Filipa Costa, Francisco Canteiro, Francisco Domingues, Gonçalo Ferreira, Inês Madeira Lopes, Joana Praça, Joana Rodrigues, José Pedro Lima, Luísa Gomes, Margarida Gonçalves, Margarida Machado, Maria Beatriz Oliveira, Maria Benedita, Mariana Rosa, Mário Gonçalo, Marta Lucas, Marta Páscoa, Matilde Gonçalves, Micael Costa, Miguel Varela, Sara Algarvio, Tiago Cabrita, Tiago Sousa e Vítor Oliveira.

Uma incursão pelos instrumentos, costumes e cantares tradicionais do trabalho e também da nossa região. Com sonoridades tão diferentes, como diferentes são os sabores do sal, vamos poder ouvir sons e palavras que vão das canções tradicionais revisitadas pelo Grupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de Setúbal e pelos alunos do colégio Rumo ao Sucesso, com arranjos de António Laertes, a peças recentemente escritas pelos alunos do Curso de Composição do CRS, Afonso Azevedo e Inês Madeira Lopes.Pelo quinto ano consecutivo, os dois grupos juntam-se no Festival de Música de Setúbal, numa integração que já faz parte do ADN dos próprios grupos e que resulta num momento de inclusão, de criação e de partilha, este ano temperado com o sal do nosso trabalho.

In their fifth year of inspirational and creative collaboration, these young musicians from Setubal and Azeitao offer an ethnographic concert of traditional songs of Salt and Labour in the ideal surroundings of the Michel Giacometti Museum, which began life as a sardine canning factory.

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António Laertes(ver pág. 23)

Pedro CondinhoNasceu em 1965, em Setúbal. Estudou contrabaixo no Conservatório Nacional de Lisboa e na Escola de Jazz de Barcelona. Tocou com músicos dos mais diversos estilos musicais e colaborou em registos de teatro, cinema e dança. Atualmente, integra o quarteto de jazz B Note e o grupo de música de fusão para a infância Tantan Bambu. Desenvolveu as Oficinas de Expressão e Criação Musical no Museu da Música de Lisboa e em vários municípios do país. Na área da formação, trabalha há 19 anos no ensino especial. Leciona no Externato Rumo ao Sucesso, dirige a área de musicoterapia no projeto “Musicar”, desenvolvido pela Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Setúbal, e dinamiza oficinas semanais na Associação de Saúde Mental Doutor Fernando Ilharco. É um dos responsáveis pela coordenação musical do Ensemble Juvenil de Setúbal. Participou nas cinco edições anteriores do Festival de Música de Setúbal e foi responsável pela introdução do Skoog, um novo instrumento desenvolvido na Escócia para jovens com necessidades especiais e apresentado pela primeira vez num evento público no Festival de Música de Setúbal.

Externato Rumo ao SucessoO Externato Rumo ao Sucesso é uma instituição de ensino, fundada em 1986, em Azeitão, cujo projeto pedagógico tem como objetivos principais promover o sucesso educativo das crianças/jovens com necessidades educativas especiais e a respetiva inserção na sociedade, proporcionando a TODOS o direito à Educação e à Vida Ativa. Dispõe de duas valências de internato que se traduzem numa resposta

à necessidade de ter um lar para acolher as crianças e os jovens com ausência de suporte familiar, durante todo o ano.

Conservatório Regional de Setúbal(Ver pág. 23)

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Domingo 29 de maio Sunday, May 29th

15h00FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI

FÁBULA DO SALFABLE OF SALT

Coros das escolas de 1.º ciclo EB Fonte do Lavra (turmas do 3.º ano)Professores Susana Félix e Pedro SilvaEB Vila Nogueira de Azeitão (turma 4.º ano)Professora Conceição PinheiroEB Viso (turmas 4.º A e 4.º B)Professora Helena Carvalho

EB Monte Belo (turmas 4.º A e 4.º B)Professora Cristina PaixãoEB Azeda (turmas 4.º A e 4.º B)Professora Carla Pimenta EB Arcos (turma 4.º B)Professora Justina FerreiraAPPACDM de Setúbal – Quinta da SerralheiraProfessores José Salazar, Joana Matiase Dulce GodinhoCoral Infantil de Setúbal | Nuno Batalha direçãoPedro Zagalo órgão e cravoDavid Gonzalez violino

Carlos Barreto Xavier conceção, guião e coordenação do projetoFernando Casaca guião e encenaçãoAlunos da ESE/IPS (tecnologias artísticas) apoio nos figurinos e acessórios

“Fábula do Sal” é um projeto de composição musical em sala de aula dos alunos do 1.º ciclo, dos diferentes agrupamentos de escolas do concelho de Setúbal. Optou-se por proporcionar às crianças a introdução ao estudo da história da cidade de Setúbal tal como a corrente artística associada no que relaciona à História da Música. A época escolhida foi o Barroco (séc. XVII), opção que visa dar a conhecer e reforçar a identidade das crianças com o património local. Este projeto oferece às crianças a familiaridade com um imaginário cultural, possibilitando, individualmente e em grupo, a prática e realização de um reportório musical original com o objetivo de o apresentar à comunidade. Este ano, é proporcionado a todos os participantes uma nova e rica experiência através da introdução de alguns novos elementos: arranjos instrumentais direcionados para a música barroca, inserção da dramaturgia na construção e supervisão dos textos, tal como a encenação dos mesmos com as turmas.

Carlos Barreto Xavier

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A concert of beautiful songs inspired by Salt – narrating its importance to Setubal’s history, its vital roles in the preservation and flavouring of food, its healing powers and its ancient value (so great as to provide the ‘salaries’ of Roman soldiers 2000 years ago) – created and performed by 250 children of Setubal.

SINOPSE | SYNOPSISO rei D. Filipe visita a vila de Setúbal, acompanhado da rainha e de nobres da corte. O vereador-capitão da vila faz-lhe dois pedidos de ajuda, um para a construção do Forte de São Filipe e o outro para a reconstrução de duas salas do Convento de Jesus, que sofreram um incêndio. O rei incumbe o vereador-capitão de reunir o dinheiro necessário para as obras, junto dos comerciantes de sal, de prata e ouro, bem como da nobreza local, proprietária das quintas que cercavam a vila. Os comerciantes e o povo eram fustigados pelos assaltos constantes de piratas, que perturbavam a paz das gentes e das atividades comerciais da vila, onde o sal assumia relevante importância. A pesca era uma das atividades mais importantes dos locais e os pescadores, tal como os sapateiros e os mesteirais, defendiam a sua vila como podiam dos ataques dos piratas. Entretanto, os passos dados pelo vereador-capitão para reunir as verbas necessárias para a reabilitação da área ardida do Convento de Jesus provocaram suspeitas aos jesuítas, defensores da instituição da Inquisição em Portugal. Esclarecidas as dúvidas, tudo terminou em bem para a vila de Setúbal, com a construção de um forte para defesa dos bens e das gentes, assim como com a reabertura da totalidade do Convento de Jesus para o prosseguimento das práticas religiosas.

King Philip visits the town of Setubal, accompanied by the Queen and the Nobles from the Court. The Alderman-Captain of the village presents two aid requests to the King: the first

one was for the construction of St. Philip Fort and the other was for the reconstruction of two rooms in the Convent of Jesus, which have suffered a fire. The King instruct the Alderman-Captain to collect the money needed for the work, between the salt, silver and gold merchants, as well as with the local nobility which owned of the farms surrounding the village. The local traders and the population were battered by constant assaults of the pirates who disturbed the peace of the population and the commercial activities of the town, where salt assumed great importance. Fishing was one of the most important activities for the locals; and the fishermen, as well as the shoemakers and artisans, defended their village as good as they could from the pirate’s attacks. However, the steps taken by Alderman-Captain to gather the necessary funds for the rehabilitation of the burnt area of the Convent of Jesus, caused suspicion to the Jesuits, who were the advocates for the implement of the Inquisition in Portugal. Clarified the doubts, all finished well for the town of Setubal, with the construction of a Fort for the protection of goods and people, as well as the reopening of the entire Convent of Jesus, for the continuation of the religious practices.

SEQUÊNCIA DOS QUADROS

Quadro IEntrada do rei, rainha e corte. Apresentação dos pedidos ao rei. Dança de boas-vindas.Entrance of the King, the Queen and the Court. Requests to the King. Welcome Dance.Canção Eu sou o vereador-capitãoEB Fonte do Lavra

Quadro IIO vereador-capitão pede a ajuda dos comerciantes do sal, prata e ouro, da vila. Estes queixam-se de quebras de receitas, devido aos constantes assaltos de piratas. The Alderman-Captain asks for the help of

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the salt, the silver and the gold traders of the village. They complain of income losses due to the constant assaults of pirates.Canção Rei D. Filipe | EB Azeitão Canção Foram os Piratas | EB Azeitão Canção Canção da Sofia | EB Azeda

Quadro IIIO quotidiano dos pescadores é interrompido por um ataque de piratas. Os pescadores respondem ao ataque e expulsam os assaltantes. The daily life of the fishermen is interrupted by a pirate attack. Fishermen respond to the attack and drive out the attackers.Canção Pescadores do Viso | EB VisoCanção Hino dos Piratas | APPACDMCanção Oração dos Aflitos | EB Viso Quadro IVJosé de Roma, padre jesuíta que defendia a instituição da Inquisição, em Portugal, dirige-se à madre superior do Convento de Jesus, para lhe transmitir as suspeitas de traição à religião, que recaem sobre o vereador-capitão. A irmã Carromeu, uma noviça, tenta alertar o vereador-capitão, mas é descoberta e castigada.José of Rome, a Jesuit priest who defend the implementation of the Inquisition in Portugal, addresses the Superior Mother of the Convent of Jesus, to transmit his suspicions of treason to the religion cause, which fall on the Alterman-Captain. The sister Carromeu, a novice, try to inform the Alderman-Captain, but she is discovered and punished.Canção Súplica | Coral Infantil de Setúbal Canção Canção da Traição | EB Monte Belo Canção Arrependimento | EB Fonte do Lavra Quadro VA nobreza local reúne-se para angariar as verbas para a reconstrução das salas do Convento de Jesus.The local nobility gathered to raise funds for the

reconstruction of the rooms in the Convent of Jesus.Canção Oração pela Ajuda | EB Monte Belo Canção Lutar por Portugal | EB Arcos

Quadro VIFinalmente, a reabertura do Convento de Jesus. At last, the Convent of Jesus reopens.Canção Glória | Coral Infantil de SetúbalCanção Como o sol a nascer | EB Arcos

Quadro VIITerminadas as obras de construção do Forte de São Filipe, chegou o dia da festa de inauguração.Being finished the construction works for the St. Philip Fort, the day of the opening festivity has arrived.Canção Os Mesteirais | EB AzedaCanção Desta história | Todos

PERSONAGENSEB Fonte do Lavra – A Casa Real e a Corte,Rei D. Filipe, Rainha, Vereador-CapitãoEB Azeitão – A Burguesia Comerciante,Senhor Salgado, Senhor PrataEB Azeda – André SapateiroEB Viso – Os Pescadores, Zé do Troino,Maria do TroinoAPPACDM de Setúbal – Os Piratas,Barba-Choco, Capitã GanchoCoral Infantil de Setúbal – O Clero,Madre Superior, Irmã CarromeuEB Monte Belo – José de RomaEB Arcos – Dom Gil D’Antão

Carlos Barreto XavierNasceu em 1969, em Goa, Índia. Iniciou os estudos musicais no Conservatório Regional de Música da Covilhã e concluiu-os no Conservatório Nacional de Lisboa. Reside em Setúbal, onde exerce, desde 1999, as funções de assistente no Departamento de Artes da Escola

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Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal. Autor de manuais escolares, é investigador das relações entre a música pop e a educação musical no ensino básico. Desenvolve intensa atividade artística como produtor musical e compositor, trabalhando com António Chainho, Marta Dias, Hands on Aproach, Santos e Pecadores, João da Ilha, Jorge Roque, Radiophone e Passione. Dirige, em regime de voluntariado, desde 2011, a Tuniseti – Tuna da Universidade Sénior do Montijo e, desde 2015, a TunaCáritas – Tuna da Cáritas de Setúbal.

Fernando CasacaNasceu em Setúbal, em 1963. É diretor artístico do Teatro do Elefante e assistente convidado na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal. Fez a sua formação como ator e dramaturgista na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, instituição onde se especializou também em Teatro e Educação. É mestre em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Escreve e adapta textos, interpreta e dirige espetáculos de teatro para a infância e juventude, entre outros, articulando diferentes formas e linguagens artísticas, como o circo, a dança, a música e o vídeo. No campo da educação, leciona cursos de Expressão Dramática e Drama. Dirige o Grupo de Teatro do Instituto Politécnico.

Coral Infantil de Setúbal(ver pág. 34)

APPACDM de SetúbalA Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Setúbal é uma Instituição Particular de Solidariedade Social vocacionada, primordialmente, para a área da deficiência mental. A instituição intervém com cerca de mil cidadãos, de diversas idades e graus de deficiência, e suas famílias, através de ações e dinâmicas regulares concebidas e operacionalizadas no quadro do

funcionamento de 18 valências, enquadradas por acordos celebrados com a Segurança Social, o Ministério da Educação e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, ou suportadas exclusivamente pela associação com recurso a apoios de patrocinadores e da comunidade em geral. A APPACDM de Setúbal tem como âmbito geográfico de intervenção natural o distrito de Setúbal, incidindo sobretudo nos concelhos de Setúbal e Palmela e privilegiando o trabalho com as populações mais desfavorecidas, com vista à promoção de uma qualidade de vida efetiva e à conquista de uma cidadania plena por parte dos cidadãos com deficiências ou incapacidades.

Pedro ZagaloIniciou os seus estudos musicais aos cinco anos na Academia de Música de Elvas, onde fez o curso geral do Conservatório. Licenciado em Educação Musical pela Escola Superior de Educação de Setúbal, detém um mestrado em Ensino da Educação Musical no Ensino Básico, aplicando em contexto profissional novas linguagens no ensino da música. Desenvolve um extenso trabalho como diretor musical, orquestrador e intérprete trabalhando com Rui Veloso, Herman José, Katia Guerreiro, Jorge Roque, Vânia Fernandes, Radiophone, Monda e Passione, entre outros.

David Gonzalez Completou o curso superior de Violino no Conservatório Superior de Música de Badajoz, tendo como professor Adam Stepien Kulej. Fez o mestrado de Formação de Professores pela Universidade de Extremadura. Estudou na Fatkulin Academy e fez diversos cursos de violino. Fez parte de orquestras como a International Youth Orchestra, a Orquesta Joven da Extremadura e a Orquesta Luso-Española. Participou como solista no 28.º Festival Internacional de Música de Ripoll e foi selecionado como estudante excecional

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do XVIII Curso Internacional de Ripoll. É, atualmente, professor de violino na Academia de Música de Elvas e na Escola Municipal de Música de Los Santos de Maimona, Badajoz.

ESE/IPS A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal iniciou a sua atividade em 1985 e tem, atualmente, cursos de educação e outras áreas científicas, sempre com o objetivo de promover a educação para a cidadania, designadamente através do desenvolvimento da capacidade de intervenção na escola e na sociedade. Um grupo de alunos que frequentam a unidade curricular Tecnologias Artísticas, dos cursos Promoção Artística e Património e Animação e Intervenção Sócio-Cultural, sob orientação dos professores Joana Matos e Carlos Xavier, colaboram neste projeto do Festival de Música, criando alguns adereços que são usados pelos jovens músicos e que vêm enriquecer ainda mais este projeto desenvolvido com a comunidade escolar.

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James MacMillan The Company of Heaven (para carnyx & grupos de metais)John Kenny Salt Road (improvisações para carnyx)Scheidt Canzon CornettoJohn Kenny Headspace Manuel Cardoso Missa Pro Defuntis: IntroitusD. João IV Crux FidelisMelgaz In Jejunio et Fletu HeadSpaceEnsemble Salt (para HiNote e grupo de metais)Handel Water Music (arr. Adam Crighton / David Swan) Prelude / Menuet Gigues 1 & 2 / Lentement Rigaudon / Andante-Allegro

The Company of Heaven, de James MacMillan, um dos principais compositores britânicos, foi encomendada em 1999 pela antiga cidade de Partick, agora parte de Glasgow, para as comemorações do milénio. Foi originalmente

Domingo 29 de maio Sunday, May 29th

18h00CLAUSTROS DO CONVENTO DE JESUS

A ROTA DO SALTHE SALT ROAD

HeadSpace Ensemble Clarence Adoo HiNote, Head=Space Torbjorn Hultmark trompete John Kenny trombone, carnyx Chris Wheeler desenho de somEscola Superior de Música de Lisboa Brass Crew Hugo Assuncão direçãoGrupo de Metais do Conservatório Regionalde Palmela | Mário Carolino direção

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escrita para vozes infantis, carnyx, órgão e grupos de músicos de sopro (madeiras e metais) com diferentes níveis de experiência. O concerto desta noite é a estreia mundial de uma nova versão para carnyx solo, conjuntos de metais e HiNote, que será repetida no Festival Cumnock Tryst, dirigido pelo próprio MacMillan, na Escócia, no final deste ano.

A improvisação Salt Road, de John Kenny, dá o arranque para a viagem através deste concerto e é o elo de ligação entre os diferentes momentos musicais que o constituem. Ela é o resultado de uma conversa entre Ian Ritchie e John, espelhando a longa ligação que ambos têm ao carnyx e às estimulantes descobertas que têm vindo a ser feitas por toda a Europa sobre a cultura Celta. Os destroços de antigos instrumentos descobertos na Escócia, em França e noutros países têm sido associados a sepulturas em locais de águas sagradas, todos eles relacionados com antigas rotas comerciais.O “Tintignac carnyx” foi descoberto perto da antiga estrada que ligava o Mar Mediterrâneo à Cornualha, na “Ilha Tin” (Grã-Bretanha). O sal era um dos produtos mais importantes e valiosos do mundo antigo, mais valioso do que o ouro; nessa estrada transportava-se sal numa direção e estanho na outra. A cultura Celta foi fomentada em Portugal e o carnyx viajou pela mesma estrada que o sal e o estanho, atingindo as mais distantes extremidades da Europa pré-romana. Nessa rota também transitaram ideias – simbolicamente, a viagem que se faz hoje, neste concerto, de um instrumento antigo através de um espaço renascentista transporta ideias contemporâneas partilhadas entre nós, em Setúbal.

Headspace de John Kenny foi encomendado pelo Festival de St. Magnus, em Orkney, em 2005, e constituiu a primeira peça de grande escala escrita para o então recém-

desenvolvido Head=Space, instrumento criado por Rolf Gehlhaar, o qual permitiu a Clarence Adoo tocar ao vivo como um músico totalmente participativo, pela primeira vez após um acidente de carro que o deixou incapaz de se mover do pescoço para baixo. A versão apresentada neste concerto é um extrato de 10 minutos a partir da obra original: instrumentos de metal acústicos (trompete, carnyx & trombone) são combinados com uma variedade subtil de sons naturais transformados, manipulados e desencadeados por Clarence usando o Head=Space.Continuando com o tema do Festival de Música de Setúbal deste ano, SAL é o novo trabalho criado e interpretado pelo HeadSpace Ensemble, usando o novo instrumento HiNote desenvolvido por Rolf Gehlhaar e Vahakn Matossian. Mais uma vez pensamos em viagens antigas e modernas, de uma simplicidade que se torna especial quando analisada de perto. Como grãos individuais que emergem da massa branca do sal, reunimo-nos para partilhar algo muito especial, a amizade musical. Assim como o sal conserva e revela os sabores dos alimentos, também o nosso trabalho com essas ideias se desenvolve a partir dos grãos de individualidade que damos uns aos outros enquanto exploramos a nossa amizade musical.O concerto é pontuado por música renascentista e do início do barroco, tocada pelos jovens músicos de metais da vizinha vila de Palmela e da Escola Superior de Lisboa: Samuel Scheidt era de Hamburgo, uma importante cidade comercial Hanseática ligada a Setúbal através do sal; a criatividade de Portugal antigo é aqui também representada por Manuel Cardoso, D. João IV e Diogo Melgaz. Water Music de Handel é uma coleção de peças que estrearam há quase trezentos anos como parte de um concerto flutuante no rio Tamisa, em Londres. Para a apresentação de hoje, preservando a intenção original de Haendel de um entretenimento ao ar

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livre, um novo conjunto de arranjos foi feito por Adam Crighton e David Swan, dois membros do ensemble londrino Carnyx Brass, para diferentes formações de ensembles de metais.

John Kenny

The Company of Heaven by Sir James MacMillan, one of Britain’s leading composers, was commissioned in 1999 by the ancient town of Partick, now part of Glasgow, to celebrate the millennium. It was originally scored for children’s voices, carnyx, organ and groups of wind and brass players with different levels of experience. Tonight’s performance is the world première of a new version for solo carnyx, brass ensembles, and HiNote, and will be repeated in this revised version in MacMillan’s own Cumnock Tryst festival in Scotland later this year.

John Kenny’s improvised Salt Road marks out a journey through the concert and connects the different musical offerings. It is the result of a conversation between Ian Ritchie and John, musing on their long mutual association with the carnyx and the exciting new discoveries that are being made all over Europe about early Celtic culture. The remains of ancient instruments discovered in Scotland, France and elsewhere have been associated with committals in sacred water sites, all of which have been connected with old trading routes. The ‘Tintignac Carnyx’ was discovered close to the ancient road which led from the Mediterranean Sea to Cornwall in the “Tin Island” (Britain). Salt was one of the most important and valuable commodities of the ancient world, more valuable than gold: this road carried salt in one direction and tin in the other. Celtic culture was nurtured in Portugal and the carnyx travelled the same road as salt and tin, reaching the furthest extremities of pre-Roman Europe. That road also carried

ideas – symbolically this evening’s journey by an ancient instrument through a Renaissance space carries contemporary ideas shared between us in Setúbal.

John Kenny’s Headspace was commissioned by the St Magnus Festival on Orkney in 2005 and was the first full-scale piece written for Rolf Gehlhaar’s newly developed ‘Head=Space’ instrument, which enabled Clarence Adoo to perform live as a fully interactive musician for the first time after a car accident left him unable to move from the neck downwards. Tonight’s version is a 10-minute extract from the original work: acoustic brass instruments (trumpet, carnyx & trombone) are combined with a subtle variety of processed natural sounds, manipulated and triggered by Clarence using Head=Space. Continuing with the theme of this year’s Setubal Festival, Salt is a new work developed by and for the HeadSpace Ensemble, using the new ‘HiNote’ instrument developed by Rolf Gehlhaar and Vahakn Matossian. Again we think of journeys ancient and modern, and of an ordinariness which becomes special when closely examined. Like individual grains that emerge from the white mass of salt, we come together to share something very special: musical friendship. Just as salt preserves and reveals the flavours in foods, so our work with these ideas develops out of the grains of individuality we give to each other as we explore our musical friendship.

The concert is punctuated by renaissance and early baroque music performed by the young brass musicians from nearby Palmela and the Superior School of Lisbon: Samuel Scheidt was from Hamburg, an important Hanseatic trading city connected to Setúbal through salt, and Portugal’s early creativity is represented here by Manuel Cardoso, King John IV and Diogo Melgaz. Handel’s Water Music is a collection of pieces premièred nearly 300 years ago

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as part of a floating concert on the River Thames in London. For tonight’s performance, preserving Handel’s original intention of outdoor entertainment, a brand new set of arrangements has been made by two members of the London-based ensemble Carnyx Brass, Adam Crighton and David Swan, for flexible ensembles of brass instruments.

John Kenny

HeadSpace EnsembleEm 1999, o carnyx & Co recebeu financiamento para contratar o compositor e inventor Rolf Gehlhaar para desenvolver um novo instrumento musical, permitindo a Clarence Adoo, trompetista de sucesso paralisado do pescoço para baixo após um acidente de viação em 1995, voltar a envolver-se com os seus colegas músicos de mais alto nível profissional. Foi chamado de Head=Space, controlado por movimentos subtis da cabeça do músico em simultâneo com pequenos mas delicados e precisos sopros, dando a Clarence um meio de se expressar, uma vez mais, como músico de alta qualidade. O Head=Space foi ouvido pela primeira vez em público no Festival de St. Magnus em 2005 em Orkney, quando o diretor do festival, Ian Ritchie, encomendou a John Kenny, director artístico do Carnyx & Co, uma obra com o instrumento: uma peça de conjunto para Head=Space (Clarence Adoo), trompetes e fliscorne (Torbjorn Hultmark), trombone e carnyx (John Kenny) e um projecionista de som (Chris Wheeler). Nascia o HeadSpace Ensemble. Desde 2006, o grupo tem desenvolvido novo reportório e projetos que incluíram concertos no Sage Gateshead, City of London Festival, Casa da Música, no Porto, e um documentário da BBC. Rolf Gehlhaar e Vahakn Matossian desenvolveram recentemente um novo instrumento, Hi Note, permitindo a Clarence executar com maior flexibilidade, rapidez e uma nova gama

de oportunidades expressivas. O Hi Note participará nos concertos do HeadSpace e contará com performances no Festival de Música de Setúbal e Cumnock Tryst, na Escócia, em 2016.

John KennyTrombonista e compositor, John Kenny é internacionalmente aclamado pela sua interpretação de música contemporânea, tendo atuado ao vivo ou sido ouvido através de transmissões em mais de 50 países até à data. Também trabalha extensivamente com improvisação e música antiga e é particularmente ativo em colaborações com dança e teatro. Em 1983, começou a sua longa colaboração com o dramaturgo Paul Stebbings e a Companhia de Teatro TNT, atuando, compondo e dirigindo música para produções que continuam em digressão. Tem também recebido encomendas de inúmeros festivais internacionais, artistas e promotores. John é professor tanto na Guildhall School of Music and Drama, em Londres, como no Royal Conservatoire of Scotland. Lecionou e atuou, ainda, em muitas das principais instituições de educação do mundo, salas de concerto, rádio, televisão e cinema. Em 1993, foi a primeira pessoa em mais de 2000 anos a tocar o grande chifre de guerra céltico conhecido como carnyx. John é membro fundador do European Music Archaeology Project, onde já trabalhou na reconstrução de muitos instrumentos de metal da antiguidade, incluindo o Tintignac carnyx, recentemente descoberto em França. A sua vasta discografia estende-se a sete álbuns a solo. Para saber mais sobre o trabalho de John Kenny, visite: www.carnyxscotland.co.uk

ESML Brass CrewFundado no âmbito das disciplinas de conjunto da Escola Superior de Música de Lisboa pelo professor Hugo Assunção, o ESML Brass Crew é um projeto que pretende fomentar

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a interpretação e criação de reportório para grande ensemble de metais e percussão. Este ensemble estreou-se a 24 de março de 2015, num concerto em que foi solista Sérgio Carolino e no qual foram estreadas em Lisboa obras originais para grande ensemble de metais e percussão. A variedade de estilos e o leque de possibilidades tímbricas que um grupo com estas características permite e estimula são fortes argumentos para aliciar à composição de nova música para esta formação, sem limites para fronteiras estilísticas. É na base deste ecletismo que pretendemos crescer, em estreita ligação com novas gerações de compositores, promovendo o contacto entre alunos atuais e ex-alunos da ESML, estimulando a partilha de experiências e ambicionando desenvolver objetivos, hábitos e culturas de grupo, que contribuam para fortalecer e consolidar a escola de metais em Portugal.

Conservatório Regional de PalmelaCriado no ano letivo de 2001-2002 pela Sociedade Filarmónica Humanitária, tem como finalidade proporcionar aos jovens do concelho uma formação especializada na área da música com certificação oficial. Atualmente, o Conservatório Regional de Palmela conta com 420 alunos nos cursos de Iniciação, Básico e Secundário de Música. Ministra o ensino da música nas Atividades de Enriquecimento Curricular nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico do Agrupamento Vertical de Escolas de Palmela, bem como as oficinas da música no âmbito das Atividades de Apoio à Família no Ensino Pré-Escolar, num total de 1200 alunos. Várias formações instrumentais e vocais têm representado o Conservatório um pouco por todo o país: as orquestras de sopros, de cordas e de jazz e os coros de câmara e feminino. O Ensemble de Metais do Conservatório Regional de Palmela é dirigido pelo professor Mário Carolino.

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• Sinfonietta de Lisboa• Vasco Pearce de Azevedo • Irene Lima• Pedro Corte-Real• Marcelo Bratke & Mariannita Luzzati• Fernando Molina e José Correia Goiaba • Clarence Adoo• Filipe Quaresma• Coro de Câmara da Escola Superior de Lisboa• Inês Lopes• HeadSpace Ensemble• Rolf Gehlhaar & Vahakn Matossian• Frank Loyd• Simão Costa• 4 ÀS – Associação de Angolanos e Amigos de Angola• Academia de Dança Contemporânea de Setúbal• Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi• Agrupamentos de escolas de: - Azeitão - Barbosa du Bocage - Lima de Freitas - Luísa Todi - Ordem de Sant’Iago - Sebastião da Gama• APPACDM de Setúbal• Associação Cultural Busuioc dos Cidadãos Moldavos da Península de Setúbal• Associação de Capoeira Alto Astral • Camerata do Festival de Setúbal• Cenas à Vista• Coral Infantil de Setúbal• Conservatório Regional de Palmela• Conservatório Regional de Setúbal• Edinstvo – Associação de Imigrantes dos Países de Leste• Ensemble Juvenil de Setúbal• Escola de Dança Desportiva Mónica Banza• Escola de Música Capricho Setubalense• Escola de Sevilhanas e Flamenco SFH – Palmela• Escola Superior de Música de Lisboa Brass Crew• ESE/IPS (Tecnologias Artísticas)• Externato Rumo ao Sucesso• Patrícia Rosa e Agostinho Torres• Sant’Iago Olodum• The Warm Up• Universe Gong

OUTRAS INFORMAÇÕES

Hotel Parceiro | Partner HotelEsperança Centro Hotel Tel. 265 521 [email protected]

Bilhetes | TicketsFórum Municipal Luísa Todiwww.bol.ptTel. 265 522 127

Informações www.festivalmusicadesetubal.com.ptwww.facebook.com/[email protected]. 265 509 135

Classificação Etária – Maiores 6 anos

Organização A7M – Associação Festival de Música de SetúbalProjecto financiado pela Câmara Municipal de Setúbal, The Helen Hamlyn Trust e Fundação Calouste Gulbenkian Com o apoio de British Council, Antena 1, Antena 2