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FESURV – UNIVERSIDADE DE RIO VERDE
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA
DISTOCIAS EM BOVINOS
KARLA DAYANE COSTA OLIVEIRA PRADO BORGES
Orientador: Professor Esp. VANTUIL MOREIRA DE FREIT AS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Medicina Veterinária da Fesurv – Universidade de Rio Verde, resultante de Estágio Curricular Supervisionado como parte das exigências para obtenção do título de Médica Veterinária.
RIO VERDE-GO
2011
KARLA DAYANE COSTA OLIVEIRA PRADO BORGES
DISTOCIAS EM BOVINOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Medicina Veterinária da Fesurv – Universidade de Rio Verde, resultante de Estágio Curricular Supervisionado como parte das exigências para obtenção do título de Médica Veterinária.
Aprovado em: 10/06/2011
Profª. MSc. AMANDA CARLA ACIPRESTE GALVÃO Profª. MSc. ALINE CARVALHO MARTINS
Prof. Esp. VANTUIL MOREIRA DE FREITAS (Orientador)
RIO VERDE-GO
2011
DEDICATÓRIA
A Deus, pelo amor incondicional, pela força e certeza de vitória e, por senti-lo mais
próximo de mim neste último ano de faculdade, pelo qual passei por experiências infortunas,
mas que contribuíram para meu amadurecimento. Por estar ali, sempre me sustentando e me
lembrando da beleza da vida e da importância de prosseguir.
Aos meus amados pais, Duarte e Sirlene, pelos esforços e pela oportunidade de
cursar mais essa faculdade, tornando real o meu sonho, ser Médica Veterinária. Orgulho-me
muito de ter vocês como pais e espero continuar orgulhando-os.
Ao meu esposo Leandro pelo amor, incentivo, por sempre estar ao meu lado me
apoiando, pela ajuda em diversos trabalhos, xérox e impressões, e pelas andanças em busca de
informações em horários inusitados... (risadas). Amo você.
Aos amigos e futuros colegas de profissão que me deram a oportunidade de adquirir
cada vez mais conhecimentos, em especial Dr. Alberto Guerra e todos os colaboradores da
Nutrisal.
Aos pacientes e proprietários pela oportunidade, paciência e confiança.
AGRADECIMENTOS
Obrigada Senhor, por ter-me amparado, dando-me força e discernimento
nesta trajetória, não deixando que me perdesse pelo caminho e, sim, seguisse adiante com
determinação e coragem. Obrigada Pai, por ter-me sustentado nos momentos difíceis a que fui
submetida no decorrer destes três anos cursando a faculdade de Medicina Veterinária, em
especial este último ano, sendo fiel comigo de forma incondicional e, principalmente, por ter
colocado pessoas queridas na minha vida, proporcionando laços verdadeiros de amor, carinho,
compreensão, ensinamento, amizade, enfim, laços que contribuíram para minha vitória.
Obrigada paizinho e mãezinha pelo amor, carinho, compreensão, confiança, apoio e
por mais essa vitória, pois se não fossem vocês eu não teria chegado onde estou e nem
realizado esse meu sonho. Espero honrar todos os esforços a mim dedicados. Obrigada por
tudo. Amo muito vocês.
Agradeço ao meu querido e amado esposo Leandro, pelo incentivo e carinho
dedicados a mim e pelo amor que se manteve durante os anos na faculdade. Amor esse que
surgiu há oito anos atrás e me acalentou nos momentos difíceis, que me renderam experiência,
aprovação, superação e maturidade. Amor, você contribuiu imensamente por mais essa
vitória. Obrigada de coração. Amo você.
Agradeço as minhas irmãs, Katianne e Glaucia, e cunhados Cênio e Ruyther, pela
força e carinho e por ter-me presenteado, dando-me Denner e Cênio Filho, Gabriel e Marcos,
meus sobrinhos queridos e motivo de meu orgulho. Agradeço por ter a honra de ser chamada
carinhosamente pelo Marcos, de “Dindinha”. Ele que veio todo “especial” para me fazer ainda
mais feliz. Amo todos vocês.
Agradeço ao meu sogro e sogra, Macedo e Teresinha, aos meus cunhados e
concunhadas por tudo que fizeram, de forma direta ou indiretamente, para que eu alcançasse
meus objetivos e crescesse pessoalmente. Aproveito para agradecer por terem me completado
com mais sobrinhos, José Venâncio, Caroline e Lindolfo Filho, e por receber a Jhordanna, pra
quem mando um beijo especial. Agradeço todos os dias por fazer parte dessa família.
Obrigada!
5
Um muito obrigada ao professor Vantuil Moreira Freitas, por ter me orientado, e às
professoras Amanda e Aline, por terem aceitado participar da banca julgadora. Agradeço a
todos os mestres por ter tido a honra de ser sua discípula, e pelas palavras de conforto, auto-
estima, superação, carinho e incentivo por parte da maioria do corpo docente, nos momentos
em que fui tomada pela insegurança.
Obrigada a minha madrinha Jacira e a minha afilhada Cristiana e Emanuelly por
contribuírem e fazerem parte desta etapa da minha vida. Amo muito vocês.
Agradeço a todos os meus amigos e colegas pela paciência e cumplicidade, em
especial Gabriela Aquino, Ivy Matos, Hevelyn Campos, Daliana Machado, Laressa, Carine
Mesquita, Poliana Martins, Augusto Neto, Ana Lídia, Sarah Bastos, Letícia (Leticinha), Laís,
Diego Barrachi, Patrícia Lavrins, João Henrique, Narcisa, Edilaine, Guilherme, Vinícius,
Camilo, Aline, Arilene, Murillo Barroso, Marcelo (Marcelinho), Lorena Arantes, Alaor,
Núbia, Melissa. Um obrigada aos amigos da Comissão de Formatura AgroVet 2011/1.
Sentirei saudades de todos.
Enfim, obrigada a todos por compartilhar comigo momentos que ficarão registrados
na minha memória.
RESUMO
BORGES, Karla Dayane Costa Oliveira Prado. Distocias em bovinos. 2011. 44f. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) - Fesurv - Universidade de Rio Verde, Rio Verde, 20111. O Estágio Supervisionado Obrigatório, com duração de 400 horas, foi realizado na NUTRISAL – indústria e comércio de suplementos para alimentação animal Ltda. Foram acompanhadas atividades relacionadas ao manejo sanitário, genético, reprodutivo, nutricional e clínica médica e cirúrgica de grandes animais, especialmente bovinos. Em um dos casos acompanhados, prestou-se auxílio ao parto distócico de uma vaca, que gerou um bezerro apresentando monstruosidade. A distocia ou parto difícil configura uma ocorrência comum em bovinos, tanto em primíparas, multíparas, vacas de corte e leiteiras, em qualquer época do ano, independente do sexo da cria e com impacto econômico negativo tanto na produção e reprodução animal. São fatores predisponentes - falhas no acasalamento; estado nutricional da parturiente; alterações de manejo com situações de estress; posição, apresentação e tamanho do feto; anormalidades das vias fetais óssea e mole da vaca. As distocias podem ser classificadas quanto à origem em: distocias fetais quando o feto é o responsável; distocias maternas quando o parto não evolui por problemas na parturiente e distocias mistas quando o parto é difícil por complicações associadas tanto materna como fetal. O parto distócico deve ser auxiliado pelo Médico Veterinário obstetra, a fim de aumentar as chances de sobrevivência do feto, ou quando isto já não é possível, ampliar as chances de sobrevivência e evitar maiores complicações à matriz. A distocia fetal por monstruosidade além do feto não sobreviver, pode colocar em risco a vida da mãe. Portanto por ser impressionante e incomum, mas visto na prática do estágio, escolheu relatar uma distocia causada por um feto que apresentava malformação craniana.
PALAVRAS-CHAVE Anomalia, bezerro, parto.
1 Banca Examinadora: Prof. Esp. Vantuil Moreira de Freitas (Orientador); Profª. MSc. Amanda Carla Acipreste Galvão; Profª. MSc. Aline Carvalho Martins (Faculdade de Medicina Veterinária – Fesurv).
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Gráfico ilustrando a natureza das atividades desenvolvidas no ESO, e suas.
respectivas porcentagens................................................................................ 12
FIGURA 2 Imagem do reto e vagina da vaca com local da incisão para episiotomia
(ampliação cirúrgica vulvar).......................................................................... 19
FIGURA 3 Como proceder a rotação do feto pela vagina............................................... 22
FIGURA 4 Rotação do corpo da vaca para correção de torção uterina........................... 23
FIGURA 5 Postura de flexão do carpo............................................................................ 26
FIGURA 6 Extensão incompleta dos cotovelos............................................................... 26
FIGURA 7 Postura de flexão do ombro.......................................................................... 27
FIGURA 8 Desvio lateral da cabeça................................................................................ 27
FIGURA 9 Deslocamento inferior da cabeça.................................................................. 28
FIGURA 10 Postura de flexão do jarrete ......................................................................... 28
FIGURA 11 Postura de flexão do quadril......................................................................... 29
FIGURA 12 Diprosopus em bezerro ................................................................................ 31
FIGURA 13 Vaca prostrada.............................................................................................. 33
FIGURA 14 Anestesia paramamária.................................................................................. 34
FIGURA 15 Tração com o auxílio de corda...................................................................... 35
FIGURA 16 Cabeça anômala – vista frontal..................................................................... 36
FIGURA 17 Cabeça anômala – vista lateral...................................................................... 36
FIGURA 18 Bezerro, evidenciando o corpo normal.......................................................... 37
FIGURA 19 Sutura uterina................................................................................................ 38
FIGURA 20 Sutura da musculatura................................................................................... 38
FIGURA 21 Sutura da pele................................................................................................ 39
FIGURA 22 Animal no final do procedimento................................................................. 39
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Atividades desenvolvidas na área de clínica médica...................................... 13
TABELA 2 Atividades desenvolvidas na área de clínica cirúrgica.................................... 13
TABELA 3 Visitas e palestras............................................................................................. 14
TABELA 4 Exames laboratoriais........................................................................................ 14
TABELA 5 Vacinações realizadas em bovinos.................................................................. 14
TABELA 6 Atendimentos reprodutivos realizados em bovinos......................................... 14
TABELA 7 Valores pelviométricos aceitáveis para vacas.................................................. 18
LISTA DE ABREVIATURAS
ABSG – Associação Brasileira dos Criadores de Santa Gertrudes
cm – Centímetro
ESO – Estágio Supervisionado Obrigatório
ml – Mililitro
mm – Milímetro
PIV – Produção invitro de embriões
% - Porcentagem
SUMÁRIO
1 NTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................... 12
3 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................ 15
3.1 Conceito e definição: Eutocia e Distocia....................................................................... 15
3.2 Incidência e prejuízos.................................................................................................... 15
3.3 Classificação das distocias segundo a origem............................................................... 16
3.3.1 Distocias de origem materna....................................................................................... 16
3.3.1.1 Constrição do canal de nascimento.......................................................................... 17
3.3.1.1.1 Via fetal óssea....................................................................................................... 17
3.3.1.1.2 Via fetal mole........................................................................................................ 18
3.3.1.1.2.1 Estreitamento da vulva e vagina........................................................................ 18
3.3.1.1.2.2 Estreitamento do canal cervical......................................................................... 20
3.3.1.1.2.3 Estreitamento do corpo uterino.......................................................................... 21
3.3.1.1.2.4 Neoplasia............................................................................................................ 21
3.3.1.2 Torção do útero........................................................................................................ 21
3.3.1.3 Deficiência expulsiva............................................................................................... 24
3.3.1.3.1 Inércia uterina primária......................................................................................... 24
3.3.1.3.2 Inércia uterina secundária..................................................................................... 24
3.3.2 Distocias de origem fetal............................................................................................ 25
3.3.2.1 Hipertrofia................................................................................................................ 25
3.3.2.2 Estática fetal............................................................................................................. 25
3.3.2.3 Malformação e monstruosidades............................................................................. 29
3.3.3 Distocias de origem mista........................................................................................... 31
4 RELATO DE CASO E DISCUSSÃO............................................................................ 33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 42
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste relatório é descrever as práticas realizadas ao longo da execução
do Estágio Supervisionado Obrigatório em Medicina Veterinária. O local escolhido para o
estágio foi a NUTRISAL – indústria e comércio de suplementos para alimentação animal
Ltda., localizada à Avenida Presidente Vargas, 1477, Setor Central, em Rio Verde – Goiás. O
estágio, com carga horária de 400 horas, foi feito no período de 14 de fevereiro a 13 de maio
de 2011, acompanhado pelo supervisor Luis Antônio Anacleto Brasileiro.
A NUTRISAL atua no ramo de vendas de produtos veterinários, incluindo
medicamentos e suplementos, conta com fábrica própria de ração e fornece assistência técnica
ao produtor.
Durante as atividades acompanhadas, foram feitas assistências ao parto de
bovinos, e em um desses casos, foi possível presenciar distocia por monstruosidade, que
resultou em um relato de caso apresentado neste trabalho. Seguindo esta linha, o tema distocia
foi escolhido para ser abordado na revisão de literatura.
O parto normal, também denominado eutocia, é o tipo de parto considerado ideal,
em que não ocorrem maiores complicações. Ao contrário, a distocia é caracterizada por ser
laboriosa, exigindo na sua maioria auxílio do ser humano. A distocia pode ser causada por
vários fatores, que resumem-se a causas maternas, fetais e, em alguns casos, mista, quando
resulta da interação dos dois citados anteriormente.
Em alguns casos, chega a ser necessário abrir mão da vida do feto como única
alternativa de salvar a matriz.
O presente trabalho aborda os principais tipos de distocia e algumas manobras que
podem ser eficientes neste tipo de situação.
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
A Figura 1 esquematiza a proporção das atividades desenvolvidas durante o
Estágio Supervisionado Obrigatório (ESO).
2,20% 1,80% 1,20%
9,20%
84,80%
0,80%
ESO na NUTRISAL
Atividades
CLÍNICA MÉDICA CLÍNICA CIRÚRGICA
VISITAS E PALESTRAS EXAMES LABORATORIAIS
VACINAÇÕES ATENDIMENTOS REPRODUTIVOS
FIGURA 1 – Gráfico ilustrando a natureza das atividades desenvolvidas no ESO, e suas
respectivas porcentagens.
As demais tabelas a seguir correspondem a atendimentos realizados durante o
ESO na NUTRISAL durante o período de 14 de fevereiro a 13 de maio de 2011.
13
TABELA 1 – Atividades desenvolvidas na área de clínica médica.
Casos Clínicos Casos Frequência (%)
Cura de abscessos 2 11,8
Distúrbio do aparelho locomotor 4 23,5
Tratamento de feridas 3 17,5
Intoxicação 1 5,9
Mastite 2 11,8
Transtornos gastrointestinais 1 5,9
Tristeza parasitária bovina 2 11,8
Dermatopatias (equino) 2 11,8
TOTAL 17 100,00
De acordo com a Tabela 1, a maioria dos casos ocorreu na espécie bovina, com
exceção de dois casos de dermatopatias em equinos.
TABELA .2.-.Atividades desenvolvidas na área de clínica cirúrgica. Casos Cirúrgicos Casos Frequência (%)
Cesariana 2 14,30
Cirurgia de casco 1 7,10
Descorna 2 14,30
Enucleação 1 7,10
Rufião 1 7,10
Castração 6 43,00
Exérese de tumor (equino) 1 7,10
TOTAL 14 100,00
De acordo com a Tabela 2, a maioria dos casos ocorreu na espécie bovina, exceto
um caso de tumor em equino.
14
TABELA 3 – Visitas e palestras. Atividade Quantidade Frequência (%)
Visita Comercial 3 33,30
Palestras e Encontros 6 66,70
TOTAL 9 100,00
TABELA 4 -. Exames laboratoriais. Atividade Casos Frequência (%)
Brucelose 20 28,60
Exame andrológico 50 71,40
TOTAL 70 100,00
TABELA ..5.–.Vacinações realizadas em bovinos. Fator Imunizante Número de Animais Frequência (%)
Febre aftosa 200 31,00
Brucelose 350 54,30
Rinotraqueíte infecciosa bovina 60 9,30
Clostridioses 35 5,40
TOTAL 645 100,00
TABELA 6 – Atendimentos reprodutivos realizados em bovinos. Ocorrência Número de casos Frequência (%)
Auxílio ao parto eutócico 4 66,8
Distocia 1 16,6
Retenção de placenta 1 16,6
TOTAL 6 100
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Conceito e definição
Um parto fisiologicamente normal ou eutocia (que significa parto fácil ou
fisiológico) culmina de maneira espontânea e não está acompanhado de complicações que
podem prejudicar a saúde, viabilidade e produção subsequente da mãe e produto (GARCÍA;
HERNÁNDEZ, 2000).
Distocia significa nascimento difícil (ARTHUR, 1979). Para Artunduaga e Vilela
(2007), pode ser definida como a dificuldade ao parto que pode ser devida ao feto, a mãe ou
causas mecânicas.
3.2 Incidência e prejuízos
A incidência total de distocia varia com a espécie e raças entre as espécies, bem
como a incidência de determinados tipos de distocia; sendo a espécie bovina com frequência a
mais afetada (ARTHUR, 1979).
Embora não existam estatísticas nacionais, a distocia acomete vários rebanhos
leiteiros e de corte, resultando em mortalidade de bezerros e redução na produção de leite das
vacas (BITTAR, 2007).
A disparidade entre o tamanho do feto e o tamanho da pelve da vaca ocasiona
aproximadamente 30% das distocias em bovinos (ARTUNDUAGA; VILELA, 2007).
As distocias podem determinar perdas econômicas consideráveis, com
mortalidade de vacas, bezerros e a infertilidade (GHELLER et al., 2000).
De acordo com Bittar (2007), os efeitos fisiológicos da distocia são bastante
conhecidos, sendo a hipóxia e a acidose sanguínea problemas comuns em bezerros resultantes
de partos com algum grau de distocia. Estes efeitos por sua vez podem resultar em morte
imediata ou reduzir a sobrevida do animal recém-nascido, pois bezerros submetidos a longos
períodos de hipóxia, mas que sobrevivem, são normalmente mais fracos e lentos para levantar
e mamar, afetando a absorção de imunoglobulinas e a regulação da temperatura corporal. A
16
distocia é ainda uma causa potencial de traumas, afetando a função do sistema
cardiopulmonar, especialmente, quando força excessiva é utilizada durante o parto.
A dificuldade ao parto afeta de maneira negativa a eficiência reprodutiva através
do aumento do período de serviço, assim como aumento no intervalo parto-primeira
inseminação e no número de serviços por concepção (ARTUNDUAGA; VILELA, 2007).
3.3 Classificação das distocias segundo a origem
A dificuldade de parturição pode ter origem materna ou fetal. Na primeira, o
desenvolvimento do parto normal é dificultado ou impedido devido a distúrbio da gestante; no
segundo caso, a origem da dificuldade se restringe à alteração fetal, que pode ser
consequência de anomalia da estática, do desenvolvimento ou de monstruosidade fetal
(GRUNERT; BIRGEL, 1989).
Arthur (1979), no entanto, afirma que, mais realisticamente, o problema deve ser
considerado em relação aos defeitos nos três componentes do processo de nascimento – as
forças expulsivas, o canal de nascimento e o feto. Haverá dificuldade ao nascimento quando
as forças expulsivas forem insuficientes, quando o canal de nascimento estiver estreitado, ou
quando o diâmetro do feto for extraordinariamente grande.
De acordo com Falcão (2008), a distocia deve ser diferenciada quanto a sua
origem em fetal ou materna, sendo este o primeiro passo para a escolha do tratamento
adequado.
3.3.1 Distocias de origem materna
As distocias maternas são causadas tanto pela constrição do canal de nascimento
como pela deficiência de força expulsiva (ARTHUR, 1979). A distocia materna ocorre mais
em animais que irão parir pela primeira vez e em animais com gestações múltiplas
(ARTUNDUAGA; VILELA, 2007).
17
3.3.1.1 Constrição do canal de nascimento
3.3.1.1.1 Via fetal óssea
Segundo Arthur (1979), uma pélvis imperfeita é causa bastante frequente de
distocia em primíparas bovinas e é causada pela imaturidade ou retardo no desenvolvimento.
Uma pelve estreita pode obstruir a passagem normal do feto, podendo ser também a
responsável indireta pela distocia, ao causar condições como má apresentação ou má posição
do feto, ruptura prematura das membranas fetais e inércia uterina (SNELL, 1984).
A distocia causada por pelve juvenil origina-se de normas inadequadas de criação.
As novilhas podem ser cobertas ou inseminadas antes de atingirem completo
desenvolvimento orgânico e, por isso, durante a gestação não haverá possibilidade de se
completar o desenvolvimento ósseo, surgindo problemas na parturição. O diagnóstico é
estabelecido principalmente pela palpação vaginal que, avaliando o tamanho do feto e a
largura da pelve, permite diferenciar os casos de fetos absoluta ou relativamente grandes
(GRUNERT; BIRGEL, 1989).
As medidas obstétricas auxiliares para o perfeito desenvolvimento do parto
dependem do diagnóstico obstétrico: nos fetos grandes, caso haja possibilidade de se realizar
o parto pelas vias naturais, recomenda-se tração controlada e perfeita proteção da região
perineal; caso contrário, indica-se para bovinos a cesariana ou a fetotomia (GRUNERT;
BIRGEL, 1989; GRUNERT; BOVE; STOPIGLIA, 1977). A cesariana é uma técnica
cirúrgica utilizada em partos distócicos que não são resolvidos pelas manobras obstétricas,
objetivando-se a sobrevivência da cria e matriz (LANG, 2010).
A pelvimetria vem sendo muito utilizada na criação de bovinos e sua grande
aplicação é na tentativa de minimizar grandes perdas econômicas causadas pelo alto índice de
distocia, principalmente em nulíparas que possuem pequenas áreas pélvicas (OLIVEIRA;
BOMBONATO; BALIEIRO, 2003a). É a mensuração direta ou indireta da pelve, de cujas
medidas, juntamente com as medidas do feto, dependerá a eutocia ou distocia do parto
(GUIDO,2005).
Neste estudo, duas medidas são fundamentais: diâmetro conjugado verdadeiro
(sacropúbica), que é a medida da extremidade cranial da sínfise púbica até o promotório e
diâmetro biilíaco ou médio, que é a medida dorsal aos tubérculos de psoas no corpo do ílio
(do esquerdo ao direito) (OLIVEIRA; BOMBONATO; BALIEIRO, 2003b).
18
A Tabela 7 mostra os valores pelviométricos aceitáveis para vacas:
TABELA 7 – Valores pelviométricos aceitáveis para vacas. Dimensões Mínima Média Máxima
D. sacropúbico 190mm 225mm 265mm
D. biilíaco 165mm 177mm 205mm
Fonte: Adaptado de Rodrigues (2009).
A pelvimetria constitui um método de auxílio ao diagnóstico das condições
pélvicas, que podem facilitar, atrapalhar, ou até mesmo impedir a reprodução. A literatura
afirma que a identificação destes problemas através de estudos radiográficos permite prever
dificuldades que possam ocorrer durante o parto e, consequentemente, a seleção de animais
com melhores características para a reprodução (VALLE et al., 2006).
3.3.1.1.2 Via fetal mole
Segundo Guido (2005), os pontos críticos para o parto são a vulva, o anel
himenal, a região da cérvix e a região uterina.
3.3.1.1.2.1 Estreitamento da vulva e vagina
De acordo com Grunert e Birgel (1989), as causas a seguir descritas podem ser
responsáveis por estreitamentos da vulva e vagina em vacas, condicionando distocias de
origem materna:
• Estreitamento juvenil: é observado em animal coberto ou inseminado prematuramente
e, desta forma, no momento do parto, a via fetal mole, particularmente, a vulva e a
vagina não se apresentam convenientemente desenvolvidas.
• Cicatrização do períneo, da vulva e da vagina: a cicatrização das citadas regiões
ocasiona a perda de elasticidade, dificultando a dilatação das porções caudais da via
fetal mole e impedindo o perfeito desenvolvimento de um parto normal.
19
• Carências nutritivas: distúrbios alimentares, como deficiência de vitaminas, sais
minerais e protéicas podem condicionar um desenvolvimento insuficiente da vulva e
da vagina.
O feto, durante as contrações do parto, é pressionado através das porções caudais
da via fetal mole, podendo ou não se exteriorizar (GRUNERT; BIRGEL, 1989).
Com relação ao tratamento, nas formas leves, aconselha-se a extração cuidadosa
do feto sob lubrificação e proteção do períneo; nas formas médias, aplica-se estilbestrol, que é
derivado do estilbeno, usado como estrógeno, e cálcio endovenosamente; no estreitamento da
vulva, pode–se fazer a episiotomia, ou seja, a incisão perineal, e nos casos de insucesso com
os métodos de tratamento citados, é aconselhável praticar a cesariana ou fetotomia
(GRUNERT; BOVE; STOPIGLIA, 1977).
A Figura 2 ilustra os locais onde devem ser feitas as incisões para episiotomia.
Fonte: Grunert; Bove; Stopiglia (1977). FIGURA 2 – Imagem do reto e vagina da vaca com local da incisão para episiotomia
(ampliação cirúrgica vulvar).
20
3.3.1.1.2.2 Estreitamento do canal cervical
Distocias de origem materna por estreitamento do canal cervical são observadas
em todas as espécies animais, entretanto a maior incidência é observada nos ruminantes
(GRUNERT; BIRGEL, 1989).
De acordo com Grunert, Bove e Stopiglia (1977), é fundamental fazer a distinção
entre abertura e largura:
• abertura insuficiente: a via fetal mole apresenta-se flácida, úmida e elástica, havendo
possibilidade de dilatação. As perturbações neuro-hormonais originam anormalidades
de dilatação da cérvix; após correção de torção do útero, pode-se observar também
abertura insuficiente do colo; cicatrizações deformantes da cérvix por traumatismos ou
formações neoplásicas podem ser raramente responsabilizadas como causas;
• largura insuficiente: houve início de involução da cérvix, a via fetal mostra-se seca e
não existe mais possibilidades de alargamento. De 12 a 24 horas depois do parto
começa a involução da via fetal mole que conduz a estreitamento do canal cervical já
dilatado, em menor ou maior grau; por isso, verifica-se nos partos demorados a largura
insuficiente.
A deficiência da cérvix em se dilatar completamente é uma causa relativamente
comum de distocia no gado leiteiro e pode ocorrer tanto na novilha quanto na vaca multípara
(ARTHUR, 1979).
O diagnóstico da abertura insuficiente do canal cervical é feito baseado na
dificuldade do parto, na insinuação deficiente do feto e na avaliação, por palpação vaginal, da
abertura da cérvix (GRUNERT; BIRGEL, 1989). Grunert, Bove e Stopiglia (1977)
recomendam como tratamento, esperar, se não houver rompimento das bolsas fetais, para
verificar dilatação espontânea; aplicar estilbestrol e cálcio na veia; e em último caso, praticar
a fetotomia ou a cesariana.
Com relação à largura insuficiente, Grunert, Bove e Stopiglia (1977) afirmam que
ela constitui obstáculo de certa gravidade e, quando já existirem sinais de intoxicação, o
prognóstico torna-se mau.
21
3.3.1.1.2.3 Estreitamento do corpo uterino
Nos bovinos, esta distocia é observada raramente, em consequência a uma
cicatrização do corpo uterino, causada por ferimento ocorrido em parturição anterior;
demonstrando à palpação vaginal estreitamento em forma de anel circular ao nível do corpo
uterino ou na entrada dos cornos do útero (GRUNERT; BIRGEL, 1989). Esta fonte cita que,
como tratamento, nos bovinos, há possibilidade da realização de fetotomia; porém na maioria
dos casos, haverá necessidade de cesariana.
2.3.1.1.2.4 Neoplasia
Na vagina da vaca, pode ocorrer leiomioma, mas é raro; nesta espécie, as
neoplasias de vulva e de vagina mais comuns são o fibropapiloma e o carcinoma
espinocelular de vulva (NASCIMENTO; SANTOS, 2003). Estes podem atuar como causas
potenciais de distocia, embora realmente seja raro que o façam (ARTHUR, 1979).
3.3.1.2 Torção do útero
A torção de útero em bovinos é um caso de emergência obstétrica que, na maioria
das vezes, leva à morte do feto e da mãe. Vários casos de torção de útero em bovinos são
descritos em raças europeias, porém, pouco se conhece desse tipo de patologia em animais da
raça Nelore (MOSCARDINI et al.; 2010).
O principal mecanismo que provoca a torção é a falta de estabilidade do corno
gestante ao projetar-se para a cavidade abdominal, enquanto o corno não gestante fica preso à
base, já que sua grande curvatura fica livre na cavidade, ocasionando, assim, uma
instabilidade (NASCIMENTO e SANTOS, 2003). Porém, deve haver algum fator adicional
que contribua para a instabilidade, atuando durante o primeiro estágio do trabalho de parto;
por outro lado, a torção será observada com mais frequência durante a prenhez avançada do
que no parto, sendo que o fator precipitante do parto é provavelmente o movimento fetal
desordenado que é um componente dos ajustamentos posturais que ocorrem durante o
primeiro estágio do trabalho de parto em resposta às contrações do miométrio (ARTHUR,
1979).
Nas torções ligeiras, o animal manifesta poucos sinais de quadro doloroso;
enquanto nas torções médias e grandes o animal apresenta sintomas típicos de cólica, dorso
22
em xifose, cauda estendida, paredes abdominais tensas, distúrbios da ruminação e da digestão,
timpanismo e olhar dirigido para o abdome (GRUNERT; BOVE; STOPIGLIA, 1977).
O diagnóstico é prontamente elaborado pela palpação da porção anterior da
vagina estenosada, cujas paredes estão em geral dispostas em espirais que indicam a direção
da rotação uterina (ARTHUR, 1979). O tempo decorrido entre o diagnóstico e a correção da
torção é fundamental para a sobrevivência da vaca (MOSCARDINI et al.; 2010).
De acordo com Arthur (1979), as formas de tratamento possíveis são as seguintes:
• rotação do feto pela vagina – o objetivo deste método é alcançar o feto pela insinuação
da mão através da constrição da porção anterior da vagina e do cérvix parcialmente
dilatado e então aplicar uma força rotacional ao útero através do feto (Figura 3);
Fonte: Grunert; Bove: Stopiglia (1977). FIGURA 3 – Como proceder a rotação do feto pela vagina.
• rotação do corpo da vaca: correção pela ação de rolar – o objetivo é rodar rapidamente
o corpo da vaca na direção da torção enquanto o útero permanece relativamente fixo
23
(Figura 4). Este autor cita que a vaca é derrubada sobre o lado para onde a torção está
dirigida e um assistente mantém a cabeça segura enquanto primeiramente as duas
patas dianteiras e então as duas patas traseiras são amarradas com duas cordas
separadas; a um sinal, uma tração súbita é executada nas cordas das pernas de modo
que a vaca seja voltada de um lado para outro; um exame vaginal é então executado
para certificar se ocorreu a correção, caso em que existe um pronto acesso natural ao
cérvix e provavelmente ao feto no útero.
Fonte: García e Hernándes (2000). FIGURA 4 – Rotação do corpo da vaca para correção de torção uterina.
• correção cirúrgica – se o caso não puder ser corrigido por nenhum dos métodos
anteriores, deve-se executar uma laparotomia na vaca de pé, através da fossa
sublombar esquerda ou direita e fazer uma tentativa de girar o útero pela manipulação
intra-abdominal.
Para Moscardini et al. (2010), o tratamento clínico é pouco eficaz e em grande
parte dos casos a operação cesariana é indicada.
Segundo Nascimento e Santos (2003), a torção uterina na fase final de gestação
ainda predispõe à retenção de placenta.
24
3.3.1.3 Deficiência expulsiva
A distocia materna por deficiências de contração uterina em bovinos é
normalmente corrigida por manobras obstétricas (RODRIGUES, 2008). A extração forçada
instituída nestas situações pode auxiliar a expulsão fetal, mas é considerado um procedimento
obstétrico com riscos tanto para mãe como para o neonato. A inércia uterina ocorre quando as
contrações miometriais são insuficientes para expulsão fetal, mesmo com a cérvice totalmente
dilatada (RODRIGUES et al., 2010).
A ausência de contrações uterinas ou inércia uterina pode ser primária ou
secundária, sendo que a inércia primária é causada por um estreitamento excessivo do canal
do parto e ocorre mais em gestações de gêmeos e a inércia secundária é devido à fadiga dos
músculos uterinos com consequente falha na dilatação da cérvix (espasmo)
(ARTUNDUAGA; VILELA, 2007).
3.3.1.3.1 Inércia uterina primária
O miométrio pode falhar ao contrair-se por não poder responder aos estímulos
hormonais (estrógeno, ocitocina) ou por uma redução de nível desses hormônios (GARCÍA;
HERNÁNDEZ, 2000).
O aborto tardio ou o nascimento prematuro, independentemente de suas
etiologias, são importantes causas de inércia uterina primária, assim, como o parto de gêmeos
no gado bovino (ARTHUR, 1979). Esta fonte cita que o tratamento em bovinos é simples,
pois pela manipulação vaginal se rompem as membranas; e se necessário, procede-se à
correção da postura da extremidade apresentada e liberta-se o feto por suave tração.
A distocia com correção manual eleva a pressão arterial das fêmeas bovinas,
enquanto a administração de ocitocina altera momentaneamente as variáveis hemodinâmicas
com possível efeito bradicárdico e hipotensor intraparto, impondo adaptação circulatória
materna frente às alterações do parto (RODRIGUES et al., 2010).
3.3.1.3.2 Inércia uterina secundária
As contrações iniciam-se, porém desaparecem devido à exaustão da parturiente
(GRUNERT; BOVE; STOPIGLIA, 1977). A literatura afirma que o tratamento consiste em
extração forçada do feto.
25
3.3.2 Distocias de origem fetal
Em sua maior parte, os casos de distocia em todas as espécies, são do tipo fetal e
consequentes de má apresentação ou de tamanho superior ao normal (ARTHUR, 1979). Para
Lang (2010), as principais distocias de origem fetal são: gigantismo fetal absoluto ou relativo,
monstruosidades e feto enfisematoso.
3.3.2.1 Hipertrofia
Envolve casos de fetos absolutamente grandes para a espécie ou relativamente
grandes para a fêmea; assim, no momento do parto a passagem é inviável mesmo que a
apresentação seja favorável (GUIDO, 2005). Geralmente, estão ligados a problemas
hereditários, problemas endócrinos e de manejo, sendo recomendados, neste caso, a cesariana
ou a fetotomia total (GUIDO, 2005).
Maior peso ao nascer pode significar tamanho inadequado, resultando em
aumento na chance de distocia, principalmente, em primíparas (BITTAR, 2007). Bezerros
muito grandes podem causar vários graus de distocia que levarão ao aumento de problemas
respiratórios, queda de absorção de imunoglobulina, aumento de suscetibilidade à doença e
também morte da mãe (ABSG, 2008).
3.3.2.2 Estática fetal
De acordo com ARTHUR (1979), as anormalidades de postura são:
• postura de flexão do carpo – podem estar afetados um ou ambos os membros
anteriores, exigindo retropulsão na cabeça ou ombros fetais( Figura 5);
26
Fonte: Arthur (1979). FIGURA 5 – Postura de flexão do carpo.
• extensão incompleta dos cotovelos – os dedos emergem ao mesmo nível do focinho do
feto; para correção, a cabeça é repelida e cada membro é esticado em turnos em uma
direção superior oblíqua de maneira que suspenda o olecrânio sobre a borda pélvica
materna (Figura 6);
Fonte: Arthur (1979). FIGURA 6 – Extensão incompleta dos cotovelos.
• postura de flexão do ombro – pode ser unilateral ou bilateral, sendo a retropulsão uma
necessidade bastante óbvia e a embriotomia realizada em casos adiantados (Figura 7);
27
Fonte: Arthur (1979). FIGURA 7 – Postura de flexão do ombro.
• desvio lateral da cabeça – a cabeça pode estar deslocada para ambos os lados, o que
constitui um dos tipos mais comuns de distocia em ruminantes e, quando tratado no
início do segundo estágio do trabalho de parto é facilmente retificado com a mão; em
casos mais adiantados é indicada anestesia epidural, seguida por instilação de
substitutos dos líquidos fetais; a correção é impossível e a decapitação é exigida em
casos difíceis e adiantados, nos quais o feto está morto (Figura 8);
Fonte: Arthur (1979). FIGURA 8 – Desvio lateral da cabeça.
28
• deslocamento inferior da cabeça – é um tipo comum de distocia em bovinos e desde
que possa ser dada retropulsão suficiente, a postura em vértice é facilmente corrigida
(Figura 9);
Fonte: Arthur (1979). FIGURA 9 – Deslocamento inferior da cabeça.
• postura de flexão do jarrete – a condição geralmente é bilateral e as pontas do jarrete
podem ser sentidas em frente à borda pélvica ou podem estar firmemente encaixadas
no canal de parto; o objetivo do procedimento manipulativo é estender as articulações
do jarrete (Figura 10);
Fonte: Arthur (1979). FIGURA 10 – Postura de flexão do jarrete.
29
• postura de flexão do quadril – a cauda do bezerro geralmente é reconhecida no exame
vaginal e o objetivo do tratamento é converter a condição em postura de flexão do
jarrete, procedendo-se então de acordo com esta (Figura 11).
Fonte: Arthur (1979). FIGURA 11 - Postura de flexão do quadril.
A posição fisiológica durante o parto dos animais domésticos é a superior
(GRUNERT; BIRGEL, 1989). A literatura ainda afirma que a distocia por posição lateral há
uma relação do dorso do feto com a parede abdominal esquerda ou direita da parturiente e, na
distocia por posição inferior, observa-se que o dorso do feto relaciona-se com a parede
abdominal ventral da parturiente.
Fetos mal posicionados podem ser corrigidos mediante manobras obstétricas e/ou
realização de episiotomia (FALCÃO, 2008).
3.3.2.3 Malformação e monstruosidades
São considerados como monstruosidades o aumento exagerado do corpo, atitudes
anormais congênitas da forma do corpo fetal. Podem ser malformações relacionadas à cabeça,
pescoço, extremidades e corpo fetal (REPROVET, 2009).
Segundo Bem Falar (2010), malformação difere de monstruosidade por ser
curável por cirurgia, enquanto a monstruosidade é incurável.
De acordo com García e Hernández (2000), as malformações fetais são causadas
pelo desenvolvimento anormal do óvulo fertilizado durante o período embrionário e pode ser
atribuída a causas genéticas, infecções, deficiências nutricionais ou substâncias tóxicas. Pode
30
ter mais frequência em produtos oriundos de clonagem e de produção invitro de embriões
(PIV).
As malformações endógenas são de origem genética e portanto doenças ou
malformações hereditárias; as malformações exógenas são congênitas e originam-se por
modificações intrauterinas dos fetos, sendo consideradas como doenças do desenvolvimento
fetal e denominadas por gatopatias, embriopatias ou fetopatias não hereditárias (ARTHUR,
1979).
Michaela (2008), ao relatar o caso de um bezerro que nasceu com seis patas, em
Mato Grosso, explica que o bezerro possui uma anomalia, mas não é considerado 'monstro'
pelo nível de alteração genética. A monstruosidade é uma manifestação de má formação
congênita muito acentuada, além de alterar função é incompatível com a vida, e causa muito
mais espanto.
Apesar de raros dentro da Medicina Veterinária, os casos de monstruosidades
acontecem mais na espécie bovina que em outras espécies (PAIVA et al., 2009).
Clinicamente, as malformações podem ser dividas em três grupos (GARCÍA;
HERNÁNDEZ, 2000):
• Malformações caracterizadas por hidropsia fetal;
• Malformações caracterizadas por deformação ou ausência de partes fetais;
• Malformações caracterizadas por multiplicação de partes fetais.
Para Grunert e Birgel (1989), as formas dos monstros podem ser divididas em
monstros simples e complexos. Entre as malformações que podem ser classificadas como
monstruosidades fetais simples, destacam-se:
• Polimelia – aumento no número de membros;
• Hidrocefalia – aumento de fluidos dos ventrículos cerebrais;
• Anasarca – edema generalizado do feto;
• Ascite – acúmulo de líquido na cavidade abdominal;
• Contraturas e torções de articulações;
• Esquizossoma reflexo – abertura ampla das cavidades torácica e abdominal na linha
média com evisceração fetal;
• Perosomus elumbis – ausência de vértebras coccigeanas, sacrais e lombares.
31
O monstro complexo poderá ter desenvolvimento simétrico ou assimétrico, sendo
que em monstros assimétricos um dos gêmeos é considerado como satélite ou parasita de
outro que tem tamanho praticamente normal (GRUNERT; BIRGEL, 1989). As
monstruosidades consideradas simétricas são:
• Diprosopus - duas faces (Figura 12);
Fonte: Silva et al. (2010). FIGURA 12 – Diprosopus em bezerro.
• Dicephalus – duas cabeças;
• Thoracopagus – dois fetos unidos pela região torácica;
• Thoracogastropagus - união de gêmeos pelas regiões torácica, umbilical e abdominal;
• Ischiogastropagus – união ao nível da pelve e abdome;
• Duplicatas posterior – têm uma subdivisão do trem posterior a partir do abdome
(GRUNERT ; BIRGEL, 1989).
3.3.3 Distocias de origem mista
Uma vez que o parto normal depende da interação harmônica entre três fatores,
relacionados com o canal de parto, a força de contração uterina e o feto, a distocia surge
quando ocorre alteração em qualquer um ou mais destes fatores (SILVA; LIMA JUNIOR;
NEPPELENBROEK, 2010). A origem da distocia pode ser materna, fetal ou ambas
(DISTOCIA, 2009), como a desproporção feto e pelve, um tipo de distocia que ocorre na
32
presença de uma pelve pequena e estreita e de um feto com proporções aumentadas (SILVA;
LIMA JUNIOR; NEPPELENBROEK, 2010).
4 RELATO DE CASO E DISCUSSÃO
O caso a seguir, observado durante o ESO, aconteceu no dia 22 de março de 2011,
em uma propriedade localizada no município de Ouroana – GO. A assistência técnica foi
solicitada, pois uma vaca mestiça, de aproximadamente 8 anos, em seu quinto parto, estava
com dificuldades no trabalho de parto, que havia começado no dia anterior. Ao chegar à
propriedade, foi observado que o animal encontrava-se em decúbito lateral (Figura 13) e a
proprietária relatou que os funcionários haviam tentado retirar o bezerro – que já apresentava
as patas dianteiras expostas – mas sem sucesso. Segundo os funcionários, o feto apresentava
posicionamento anormal, porém, à palpação, a cabeça não foi encontrada. Nas fêmeas bovinas
pluríparas, as distocias decorrem majoritariamente de alterações na estática fetal
(RODRIGUES et al., 2010).
FIGURA 13 – Vaca prostrada.
34
Procedeu-se o exame clínico - temperatura corporal de 39,5°C, frequência
respiratória acelerada e taquicardia. O animal demonstrava sinais de dor e as contrações eram
visíveis, porém se alimentava normalmente. Ao exame ginecológico externo, notou-se a vulva
edemaciada e com alguns ferimentos por ocasião do esforço em expulsar o feto. Para o exame
ginecológico interno, foi feita palpação e constatou-se distocia de origem fetal – sugestiva de
monstruosidade – além de distocia por mau posicionamento. O mau posicionamento do
bezerro é tecnicamente de difícil solução podendo aumentar as chances de natimorto
(BITTAR, 2007).
No primeiro momento, realizaram-se manobras obstétricas no feto na tentativa de
retirá-lo via canal vaginal, mas sem sucesso. As distocias causadas pela monstruosidade fetal
podem ser solucionadas por fetotomia nos grandes animais (GRUNERT; BIRGEL, 1989), ou
secção cesariana (ARTHUR, 1979). Neste caso, optou-se pela cesariana.
No pré-operatório, procedeu-se a contenção da vaca em decúbito lateral direito,
tricotomia na região paramamária, antissepsia com álcool 70%, seguida de anestesia
infiltrativa de 40 ml de lidocaína no local da incisão (Figura 14). Silva et al. (2000) afirma
que alguns autores alegam que o uso da anestesia epidural pode impedir que o animal fique de
pé após a cirurgia.
FIGURA 14 – Anestesia paramamária.
35
Trans-operatório: Fez-se com o bisturi uma incisão da pele de aproximadamente
40 cm na região para mamária; em sequência foram divulsionadas as seguintes estruturas:
fáscias e músculo abdominal externo, músculo oblíquo, músculo transverso e peritônio
parietal. O omento maior ou peritônio visceral foi afastado cranialmente para ter acesso ao
útero e, em seguida, exteriorizou-se o mesmo e procedeu a incisão do útero para ter acesso ao
feto. Quando o feto foi alcançado, foi feita a localização das patas traseiras, que foram
tracionadas com o auxílio de uma corda (Figura 15).
FIGURA 15 – Tração com o auxílio de corda.
Assim que foi retirado, constatou-se que o bezerro, macho, estava morto. Este
apresentava cabeça anômala, de tamanho aumentado, formato anormal, e com presença de
lábio leporino acentuado (Figuras 16 e 17). O corpo não apresentava anomalia alguma (Figura
18).
36
FIGURA 16 – Cabeça anômala – vista frontal.
FIGURA 17 – Cabeça anômala – vista lateral.
37
FIGURA 18 – Bezerro, evidenciando o corpo normal.
Paiva et al. (2009) relata a ocasião de um parto semelhante, em que fêmea entrou
em trabalho de parto, e após algumas horas foi se agravando, passando consequentemente
para uma distocia e devido à malformação, a passagem do feto foi dificultada através da via
do parto, vindo então, o animal a óbito.
Para a síntese da ferida cirúrgica, foi utilizado fio categute 3.0 e os pontos
Cushing e Lembert no útero (Figura 19). Na musculatura, foi utilizado o mesmo fio, porém
foram feitos inicialmente pontos simples de aproximação, seguidos de pontos simples para
concluir a sutura (Figura 20). Na pele, foi utilizado fio de algodão e ponto em “U” (Figura
21).
38
FIGURA 19 – Sutura uterina.
FIGURA 20 – Sutura da musculatura.
39
FIGURA 21 - Sutura da pele.
No pós-operatório, logo após a cirurgia, foi colocado unguento no local (Figura
22), administração de 100 ml da associação benzil penicilina G benzatina (10.000.000 UI/ 100
ml), benzil penicilina G procaína (10.000.000 UI/ 100 ml) e diidroestreptomicina (20g/100
ml) a cada 72 horas em três aplicações, por via intramuscular, e 10 ml de piroxican (2 g/100
ml) intramuscular por 5 dias. O uso de unguento tem a finalidade de promover a cicatrização
clínica, e é uma prática recomendada no tratamento de feridas cirúrgicas, como a cesariana
(SILVA et al., 2000). Segundo as recomendações do mesmo autor, orientou-se aos
funcionários o isolamento do animal, para evitar a deiscência dos pontos, que deveriam ser
removidos em dez dias.
FIGURA 22 – Animal no final do procedimento.
40
Após o período de convalescência, o animal apresentou estado estável com
produção leiteira normal. Porém, visto o acontecido, não é recomendado mantê-la na
atividade reprodutiva.
Muitos fatores estão envolvidos no aparecimento de malformações e, talvez, a
associação de vários deles, provoque a formação destas monstruosidades. Estas
malformações, muitas vezes, implicarão na morte da fêmea gestante (PAIVA et al., 2009).
Conforme relatado por Silva et al. (2000), o fato de a tentativa de extração forçada
em parto distócico não ser feita por técnico especializado, pode colocar em risco a vida da
parturiente e do feto, além de contribuir para o aumento das complicações pós-operatórias.
Isso pode ter acontecido no caso aqui relatado, uma vez que foi obtido produto natimorto.
O bezerro, morto por ocasião do parto, mesmo se tivesse sobrevivido ao
procedimento, deveria ser sacrificado, pois o seu estado de anomalia não permitiria o seu
desenvolvimento. Na maioria dos casos, malformação fetal é incompatível com a vida, apesar
de haver algumas pequenas deformações que não impedem o desenvolvimento do recém-
nascido que pode ser um animal útil (GARCÍA; HERNÁNDEZ, 2000).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O procedimento do caso relatado na prática do estágio foi condizente com as
recomendações da literatura. O feto já nasceu morto (natimorto) e quanto à vaca, ela se
recuperou da cesariana, e foi recomendado descartá-la da reprodução posteriormente.
A abordagem literária do tema somada à situação prática encontrada durante o
estágio possibilitou um melhor entendimento do assunto, esclarecendo as atitudes a serem
tomadas nestes casos, ampliando as chances de sobrevivência da parturiente e do feto. O parto
eutócico é o tipo de parto desejado, mas nem sempre ocorrerá; assim, é preciso estar
preparado para lidar com diferentes situações.
O estágio supervisionado obrigatório é uma oportunidade que permite
complementar o aprendizado adquirido em sala de aula e compreender melhor as
responsabilidades do Médico Veterinário. É de grande importância, pois permite conhecer a
rotina do profissional antes mesmo de encerrar a vida acadêmica.
A Medicina Veterinária possui um vasto campo de atuação, porém, independente
de qual área se decide a seguir, esta é uma ciência que sempre beneficiará a sociedade em
geral. Através do provimento da saúde animal, é possível melhorar a qualidade de vida do ser
humano.
REFERÊNCIAS
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