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FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2012
Título: O uso de atividades práticas como recurso didático - pedagógico
no ensino de Física
Autor Delazir de Cassia Perin
Disciplina/Área Física
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
Colégio Estadual Vinícius de Morais - Ensino Médio.
Avenida: Carlírio Gomes dos Santos, nº 139, centro.
Município da escola Santa Amélia
Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio
Professor Orientador Mario Sergio Benedeti Guilhem
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus de
Cornélio Procópio – UENP
Relação Interdisciplinar
Matemática
Resumo: Esta proposta apresenta reflexões históricas, conceituais,
atividades práticas: experimentais e lúdicas realizadas
como prática pedagógica no processo e ensino
aprendizagem de Física. A unidade didática tem como
propósito a compreensão de alguns conceitos físicos da
Mecânica Clássica. Os desdobramentos trabalhados
nessa produção estão estruturados em três módulos:
Grandezas e Medidas; Grandezas Escalares e Vetoriais
com aprofundamento nas grandezas referente ao
movimento, tempo, velocidade e aceleração; Leis de
Newton, com enfoque ao uso do cinto de segurança e a
importância da direção defensiva mediante as leis de
trânsito. Objetiva-se uma prática educativa que leve em
consideração o perfil do aluno e de sua comunidade, de
modo a superar as deficiências de aprendizagem, bem
como, oportunizar aprendizagem e visar o atendimento
individual aos alunos garantindo a permanência e sucesso
destes, na escola.
Palavras-chave: Mecânica, atividades práticas, aplicabilidade.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público Alvo Alunos da primeira série do Ensino Médio do período
matutino.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CAMPUS DE CORNÉLIO PROCÓPIO
NÚCLEO REGIONAL DE CORNÉLIO PROCÓPIO
DELAZIR DE CASSIA PERIN
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA: UNIDADE DIDÁTICA
O USO DE ATIVIDADES PRÁTICAS COMO RECURSO DIDÁTICO –
PEDAGÓGICO NO ENSINO DE FÍSICA
SANTA AMÉLIA
2012
DELAZIR DE CASSIA PERIN
O USO DE ATIVIDADES PRÁTICAS COMO RECURSO DIDÁTICO –
PEDAGÓGICO NO ENSINO DE FÍSICA
Produção Didático - Pedagógica de acordo com as atividades previstas no Plano Integrado de Formação Continuada 2012, em conformidade com as orientações do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Estado do Paraná (SEED) na área de Física.
Orientador: Prof. Mario Sergio B. Guilhem
SANTA AMÉLIA
2012
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
PROFESSOR PDE: Delazir de Cassia Perin
ÁREA DO PDE: Física
NRE: Cornélio Procópio
PROFESSOR ORIENTADOR IES: Mario Sérgio Benedeti Guilhem
IES VINCULADA: UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus
de Cornélio Procópio
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Vinícius de Morais - Ensino
Médio
PÚBLICO ALVO: Alunos da primeira série do Ensino Médio do período matutino
TEMA DO PROJETO: Estratégias de ensino de Física para melhoria do ensino e
aprendizagem voltados à Mecânica
TÍTULO: O uso de atividades práticas como recurso didático-pedagógico no
ensino de Física
2. APRESENTAÇÃO:
A finalidade desta produção didático – pedagógica que se caracteriza como
uma Unidade Didática esta voltada para os alunos do Colégio Estadual Vinícius
de Morais - Ensino Médio, direcionada para a primeira série do período matutino e
será desenvolvida no primeiro semestre de 2013, no que se refere a atividades
práticas e lúdicas realizadas como prática pedagógica no processo ensino e
aprendizagem de Física.
Nesse sentido, a Unidade Didática tem como propósito a compreensão de
alguns conceitos físicos descritos pela Mecânica Clássica, das grandezas físicas
envolvidas e das Leis que a compreende. Para isso utilizar-se-á conteúdos
estruturantes sobre Movimentos contidos nas Diretrizes Curriculares Orientadoras
da Educação Básica para a Rede Estadual de Ensino – Disciplina de Física.
Esta Unidade Didática está estruturada em (3) três módulos que contém os
desdobramentos trabalhados nessa produção que são: Módulo I - Grandezas
Físicas e Unidades de Medidas; Módulo II - Grandezas Escalares e Grandezas
Vetoriais com aprofundamento em movimento, tempo, velocidade e aceleração;
Módulo III - Leis de Newton com enfoque ao uso do cinto de segurança e a
importância da direção defensiva mediante as leis de trânsito.
Para a aplicação e desenvolvimento de cada módulo foram
cuidadosamente elaboradas atividades práticas, teóricas, textos específicos e
vídeos. Busca-se em deixar claro a não forma tradicional para facilitar a
assimilação dos conceitos, bem como, em restringir em atividades matematizadas
que acarreta em dificuldades, pois a meta traçada para o sucesso da escola, da
qualidade educacional, depende da organização das estratégias de ação do
professor.
Diagnostica-se que, um dos problemas enfrentado nessa série é o não
domínio e/ou a compreensão de entender e estabelecer a relação entre a teoria e
a prática no seu cotidiano, pois poucas vezes lança-se mão de atividade prática
como uma metodologia de ensino que contribui para relacionar teoria e prática.
Levando assim, a muitas dificuldades em compreender conceitos básicos e
desinteresse.
Desta forma, a proposta tem como objetivo promover e incentivar melhorias
no Ensino Médio na disciplina de Física, apresentando uma prática educativa que
leve em consideração o perfil do aluno e de sua comunidade, de modo a superar
as deficiências de aprendizagem, bem como, oportunizar aprendizagem e visar o
atendimento individual aos alunos garantindo a permanência e sucesso destes,
na escola.
Ressalta que esta proposta é enriquecida com contribuições de alguns
teóricos, e os conteúdos apresentados nessa Unidade Didática foram coletados
por meio de pesquisa bibliográfica em livros e sites confiáveis da internet e as
atividades práticas serão desenvolvidas pelo professor PDE e demais alunos
integrantes.
Almeja-se que esta venha subsidiar o trabalho docente na sala de aula e
contribuir de forma concreta para o processo de ensino e aprendizagem, e assim,
apresentar uma metodologia para enriquecer as aulas de Física, de modo que
proporcionem a compreensão dos conceitos e a construção do conhecimento; e
ainda, com a intenção de ser aplicada por outros professores.
3. MATERIAL DIDÁTICO: Unidade Didática
4. DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO:
Para cada módulo foram elaborados objetivos, contextualização, introdução
do assunto, exemplos e atividades reflexivas, bem como a intenção desse
trabalho que são as atividades práticas.
MÓDULO I: MEDIÇÕES:
Neste módulo serão trabalhadas as GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES
DE MEDIDAS.
MÓDULO II:
Neste módulo serão trabalhadas as GRANDEZAS ESCALARES E
GRANDEZAS VETORIAIS com aprofundamentos nos conteúdos divididos nos
blocos abaixo.
Bloco 1: Aprofundando os conhecimentos quanto ao Movimento:
Bloco 2: Aprofundando os conhecimentos quanto ao Tempo:
Bloco 3: Aprofundando os conhecimentos quanto a Velocidade:
Bloco 4: Aprofundando os conhecimentos quanto a Aceleração:
MÓDULO III:
Neste módulo serão trabalhadas as LEIS DE NEWTON com enfoque
trabalhado no bloco abaixo.
Bloco 1: Aprofundando o conhecimento quanto o uso do cinto de
segurança e a importância da direção defensiva mediante as leis de
trânsito
MÓDULO I: MEDIÇÕES:
GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES DE MEDIDAS
OBJETIVOS:
Destacar que a medição é parte integrante de nossas vidas, embora nem
sempre percebamos, e indissociável da atividade científica. (OU) Analisar
a importância das medidas no nosso cotidiano.
Definir padrões de medidas.
Manusear instrumentos de medição.
Discutir fatores que podem interferir na execução das medições de
grandezas físicas.
Introduzir a noção de erro.
Estabelecer a relação entre a qualidade da medida e o nível de calibração
do instrumento de medição.
Introduzir o Sistema Internacional de Unidades (SI) e às suas grandezas
físicas fundamentais.
Discutir os padrões de tempo, comprimento e massa do SI e suas
respectivas unidades.
Citar o Inmetro como órgão federal responsável pela padronização de
medidas físicas no Brasil.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
Para uma área de conhecimento ser classificada como ciências, as
observações resultantes nessa área devem ser traduzidas em números, onde os
números devem ser reprodutíveis, a Física é uma dessas ciências, assim como a
Química, a Matemática, a Biologia, entre outras.
A Física é uma disciplina que progride sempre embasada em observações
experimentais, a parte mais importante de qualquer observação é a medida.
Sabe-se que nem todos os alunos se tornarão cientistas, portanto, para
que temos de nos preocupar com as medidas? Porque as medidas não são
importantes somente no campo das ciências, é também importante no nosso
cotidiano, pois sempre estamos fazendo medidas.
Analise:
Se vamos até a costureira para fazer uma roupa, precisa-se de saber as
medidas de comprimento que se quer nesta roupa.
Se vamos fazer um bolo, precisam-se saber determinadas medidas como a
massa e volume, para que esse bolo fique perfeito.
Se quisermos saber nossa altura, precisa-se de saber a medida de
comprimento.
Se quisermos saber que horas são, precisa-se de saber a medida de
tempo.
As medidas estão sempre presentes no nosso dia a dia independente de
sermos cientistas ou não, por esse fato os alunos devem aprender os
fundamentos envolvidos na medição e esse conhecimento ajudará para o resto de
suas vidas.
Através da medição podem-se expressar numericamente qualidades de um
objeto, ou ainda, comparar uma quantidade com um padrão pré- definido.
Enquanto nos limitamos apenas a observar os fenômenos físicos, sem associar números às nossas observações, estamos estudando os fenômenos apenas qualitativamente; no momento em que caracterizamos nossas observações por resultados numéricos, estaremos fazendo o estudo quantitativo. (PAULI, 1979, p. 46).
Introdução:
A necessidade de medir é muito antiga e remonta à origem das
civilizações. Por longo tempo cada país, cada região, teve seu próprio sistema de
medidas. Essas unidades de medidas, entretanto, eram geralmente arbitrárias e
imprecisas, e baseadas no corpo humano: palmo, pé, polegada, jarda, braça,
côvado.
Isso criava muitos problemas para o comércio, porque as pessoas de uma
região não estavam familiarizadas com o sistema de medir das outras regiões, e
também porque os padrões adotados eram, muitas vezes, subjetivos. As
quantidades eram expressas em unidades de medir pouco confiáveis, diferentes
umas das outras e não tinham correspondência entre si.
A necessidade de converter uma medida em outra era tão importante
quanto à necessidade de converter uma moeda em outra. Na verdade, em muitos
países, inclusive no Brasil nos tempos do Império, a instituição que cuidava da
moeda também cuidava do sistema de medidas.
Em 1789, numa tentativa de resolver esse problema, o Governo
Republicano Francês pediu à Academia de Ciências da França que criasse um
sistema de medidas baseado numa “constante natural”, ou seja, não arbitrária.
Assim foi criado o Sistema Métrico Decimal (SMD) constituído inicialmente de três
unidades básicas: o metro, que deu nome ao sistema, o litro e o quilograma.
A grandeza comprimento no SMD foi denominada pelo metro (m) e definida
como “a décima milionésima parte da quarta parte do meridiano terrestre” (dividiu-
se o comprimento do meridiano por 4.000.000). Para materializar o metro,
construiu-se uma barra de platina de secção retangular, com 25,3 mm de
espessura e com 1 m de comprimento de lado a lado. Essa medida materializada,
datada de 1799, por não ser mais utilizada como padrão é conhecida como o
“metro do arquivo”.
A grandeza volume, no SMD foi chamada de litro ( l ) e definida como “o
volume de um decímetro cúbico”. O litro permanece como uma das unidades em
uso com o SI, entretanto recomenda-se a utilização da nova unidade de volume
definida como o metro cúbico.
Para medir a grandeza massa, no SMD o quilograma (Kg) passou a ser a
“massa de um decímetro cúbico de água na temperatura de maior massa
específica, ou seja, a 4,44ºC”. Para materializá-lo foi construído um cilindro de
platina iridiada, com diâmetro e altura iguais a 39 milímetros.
Muitos outros países adotaram o SMD, inclusive o Brasil, aderindo à
Convenção do Metro. Entretanto, apesar das qualidades inegáveis do SMD –
simplicidade, coerência e harmonia – não foi possível torná-lo universal. Além
disso, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir medições cada
vez mais precisas e diversificadas.
Em 1960, portanto, o SMD foi substituído pelo Sistema Internacional de
Unidades – SI, que foi sancionado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas e
ampliado de modo a abranger os diversos tipos de grandezas físicas,
compreendendo não somente as medições que ordinariamente interessam ao
comércio e à indústria, mas estendendo-se ao que diz respeito à ciência da
medição.
O Brasil adotou o Sistema Internacional de Unidades – SI em 1962. A
Resolução nº 12 de 1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (CONMETRO) ratificou a adoção do SI no País e tornou seu
uso obrigatório em todo o território nacional. O SI é também adotado pela maioria
dos países do mundo, com exceção dos Estados Unidos que usa o chamado
Sistema Inglês.
Grandezas e Unidades Fundamentais do SI:
Grandeza Física é tudo aquilo que pode ser medido.
As grandezas físicas fundamentais ou de base são aquelas a partir das
quais todas as outras grandezas físicas são definidas, ou seja, as demais
grandezas são combinações das grandezas fundamentais.
Veja as sete Grandezas Fundamentais do SI, na tabela 1.
Grandeza Física Unidade Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma Kg
Tempo segundo s
Carga elétrica Coulomb C
Quantidade de matéria mol mol
Temperatura Kelvin K
Intensidade Luminosa candela Cd
As grandezas mais importantes são: o comprimento, a massa e o tempo.
O Tempo: a unidade do SI é o segundo (s), é definido em função do
período de radiação emitida pelo átomo de Césio, essa radiação é de natureza
eletromagnética, tal como a luz visível ou a radiação do forno micro-ondas que
aquece os alimentos.
Sendo o Período o tempo que um sistema oscilante leva para completar um
ciclo.
O Comprimento: a unidade do SI é o metro (m), no passado o metro já foi
definido como a distância entre dois riscos numa barra metálica.
Hoje o padrão de comprimento é definido em função da velocidade da luz.
Sendo o metro a distância percorrida pela luz durante 1/ 299.792.458 avos de
segundos, sendo que a velocidade da luz foi definida como o inverso desse valor.
Logo a Velocidade da Luz © é igual a comprimento/tempo = 299.792.458/1
= 299.792.458 m/s.
Na prática o comprimento deixou de ser grandeza fundamental do SI e
deu lugar a velocidade.
A Massa: a unidade do SI é o quilograma (kg), o padrão de massa é um
cilindro metálico que fica guardado na Agência Internacional de Pesos e Medidas
em Paris, e cópias desse padrão foi enviado para o mundo inteiro. A cópia
brasileira fica armazenada no Rio de Janeiro, no Inmetro, e entre outras coisas,
fornece os padrões que serão usados na calibração de instrumentos de medidas
em todo o Brasil.
Um exemplo de combinação de grandezas do SI, chamada de grandeza
derivada é a velocidade que é igual a comprimento/tempo, assim, dada em
metros por segundo (m/s).
O SI também define prefixos padrões usados para designar múltiplos e
submúltiplos.
São múltiplos: 101 deca (da), 102 hecto (h), 103 quilo (k), 106 mega (M). 109
giga (G), 1012 tera (T), 1015 peta (P).
São submúltiplos: 10-1 dec (d), 10-2 cent ©, 10-3 mili (m), 10-6 micro (µ), 10-9
nano (n), 10-12 pico (p), 10-15 femto (f).
Muitas dessas grandezas que usam esses prefixos não são familiares,
observe que para uma caixa de sabão em pó que tem massa de 1 kg podemos
dizer que tem 1000g ou ainda 103 g. Outro exemplo, a seringa para medição de
remédios contém uma indicação para 1 ml que corresponde a 0,001L ou ainda 10-
3 L. Vale ressaltar que o prefixo nano serviu de inspiração para a criação de novo
termo na área científica, a nanotecnologia, que se refere ao conjunto de técnicas
que possibilitam a construção de estruturas e novos materiais a partir de átomos
individuais, onde a ordem de grandezas das estrutura constituídas são 10-9m =
0,000000001m.
Vale lembrar que algumas unidades dos países de língua inglesa, são
difundidas no Brasil, e hoje tem uma relação bem definida com o sistema métrico,
por exemplo: uma polegada que é a medida de 2,54 cm, um pé que equivale a
30,48 cm, um palmo 22,3 cm, milha marítima 1852m, milha terrestre 1609m entre
outras. Percebe-se que algumas dessas medidas são bastante usuais, como na
aviação, as altitudes são medidas em pés, os diâmetros dos canos são expressos
em polegadas, a tela da TV também é medida em polegadas.
ATIVIDADES PRÁTICAS:
Atividade 1:
Esta atividade mostra as principais diferenças entre a ciência e a arte, onde
as grandezas físicas podem ser mensuradas, não podemos quantificar
objetivamente e de forma reprodutível as sensações pessoais que surgem da
observação de uma obra de arte.
Material:
1 ou mais quadros, 1rádio, 1 pendrive (para a música)
Procedimento:
Levar alguns quadros e pedir para os alunos analisarem a beleza dos
mesmos. Em seguida, colocar uma música calma para os alunos ouvirem.
Questões para discussão:
Após analisar a beleza dos quadros e beleza da música, a professora
questionará:
- Qual é a medida da beleza do quadro?
- Qual é a medida da beleza da música?
- É possível estabelecer uma unidade, cuja escala possa traduzir em números
algo como a beleza?
Atividade 2:
Esta atividade refere-se ao uso de medição, onde o ato de medir significa
comparar a certa unidade padrão, sendo nesse caso o metro. Enfocando que as
medidas devem acontecer de forma padronizada, para evitar medidas arbitrárias
e imprecisas.
Deve-se lembrar de que: conforme o que vamos medir, temos uma
necessidade maior de ter uma medida de maior precisão, a precisão está
associada ao instrumento que vamos usar para medir. Assim, antes de utilizar
qualquer instrumento de medição, há necessidade de verificar se as medidas
fornecidas estão de acordo com algum padrão de referência. Esse padrão de
referencia de medida é um instrumento cuja escala esteja rigorosamente
calibrada.
Material:
Cinco ou mais quadros, instrumentos de medição (régua, fita métrica, trena),
canudinhos, caderno (para anotação) e lápis.
Procedimento:
A atividade proposta será realizada em equipes de 4 alunos, onde cada
equipe fará a medição da largura e altura do quadro, utilizando uma unidade de
medida não usual, uma medida corpórea e duas outras padrões. Para o uso da
medida padrão será explicado pela professora o uso de algarismo pós-vírgula,
para determinação do algarismo duvidoso. Os resultados serão lançados numa
tabela. Em seguida as equipes trocarão os trabalhos para observação dos
registros da outra equipe, que certamente será diferenciada da dele.
Questão de discussão:
Após analisar a tabela da equipe e das demais equipes, a professora
questionará:
- O que é mais fácil, utilizar de uma medida padrão ou de uma medida não usual?
- Qual traz maior confiabilidade? Por quê?
- Ao utilizar dois instrumentos padrão de medidas houve discrepância entre as
medidas? Explique:
- Num processo de medição, são fornecidos os algarismos significativos, em que
há uma parte confiável e uma parte duvidosa, sendo este representado pelo
último algarismo (algarismo duvidoso). É importante a determinação desse
algarismo num processo de medição?
Atividade 3:
Esta atividade de medição serve para comprovar se uma folha de papel é
do tipo A4, ofício 2 ou carta. Antes de realizar esta atividade os alunos em
equipes farão uma pesquisa sobre o tamanho de papel A4, podendo esta ser feita
no site Wikipédia ou consultando a embalagem do produto.
Material:
Folhas de papel A4, régua de 30 cm, caderno (para anotação), lápis e calculadora
(opcional).
Procedimento:
A atividade proposta será realizada em dupla, onde os mesmos farão a
medição da largura e do comprimento para comprovar se a folha é do tipo A4.
Como descobrir se uma folha é A4? A folha A4 tem característica especial,
onde o resultado de suas medidas é aproximadamente 1,4.
Para obter esse valor mede-se a altura de referência e a largura, assim
divide a altura pela largura e a resposta deve ser raiz de 2 que é igual a 1,4. Ex:
29,7 cm de altura por 21,2 de largura cm = 1,4 conclui-se que é uma folha A4.
Questões para discussão:
Após realizar esta atividade que demonstra a comprovação da folha de
papel com o uso de uma grandeza física, a professora questionará:
- Esta atividade está de acordo com a pesquisa que fizeram?
- O que vocês acharam desta atividade? ´
- Se medíssemos a folha com um paquímetro que é um instrumento que traz
medidas mais precisas, e com várias casas pós-vírgula, incluindo-se o algarismo
duvidoso, será que a experiência teria dado certo?
Atividade 4:
Nesta atividade será utilizado o paquímetro que é um instrumento para
realizar medidas e permite a medida de dimensões com maior precisão. O
princípio de funcionamento do paquímetro é o nônio ou vernier, de uma escala
auxiliar com 0,1mm a menos que a escala principal. Nele há um bico ajustável ao
comprimento que se deseja medir. Nesse ajuste o nônio se move pela escala
principal, e deve-se observar em que ponto os riscos da escala móvel coincide
com a escala em cm, para se realizar a leitura.
Material:
Uma porca, um lápis, paquímetro, régua, trena e caderno (para anotação).
Procedimento:
A atividade proposta será realizada em equipes de 4 alunos, primeiramente
irão realizar a medida da porca e do lápis com a régua, anotar os resultados. Num
segundo momento farão as medidas utilizando a trena. Num terceiro instante com
o paquímetro, e anotarão os resultados. Em seguida trabalharemos o algarismo
duvidoso ou impreciso, enfim os algarismos significativos.
- Qual dos instrumentos fornece maior precisão das medidas nesse caso? Por
quê?
- Todos os algarismos que você escreveu são significativos?
- Escreva o que você entendeu sobre algarismos significativos?
- Você sabia que além do paquímetro temos o micrômetro? Pesquise sobre ele:
Para conclusão desse módulo será apresentado um vídeo “aulas de Física
em flash” do Prof. Anderson Coser Gaudio, do Departamento de Física UFES.
Juntamente com possíveis questionamentos dos alunos, será debatido o assunto.
http://profanderson.net/files/aulasemflash/aula_01-medicoes.php
MÓDULO II:
GRANDEZAS ESCALARES E GRANDEZAS VETORIAIS
OBJETIVOS:
Definir grandezas escalares e vetoriais.
Estabelecer a diferença e a importância das grandezas escalares e
vetoriais no contexto da Física.
Aprofundar os conhecimentos em relação às grandezas seja ela escalar
e/ou vetorial.
Mostrar aos alunos a importância do tempo no estudo da física.
Ressaltar a importância de conhecer o intervalo de tempo decorrido em
diversas situações envolvendo a evolução do universo, da Terra e da
espécie humana.
Reconhecer a existência de uma variedade de tipos de movimentos e que
estes dependem de referenciais.
Mostrar que através de movimentos pode-se determinar a posição, o
deslocamento (espaço percorrido), e a distância percorrida.
Compreender o conceito da grandeza velocidade por meio de exemplos
práticos do cotidiano, relacionado-a como a taxa com que uma distância é
percorrida em relação ao tempo.
Identificar a aceleração presentes em Movimento Uniformemente Variado.
Investigar em situações práticas e definir o conceito de velocidade média e
aceleração/desaceleração;
CONTEXTUALIZAÇÃO:
Você já parou para pensar que vivemos cercados de grandezas físicas?
Logo pela manhã o despertador toca informando que é hora de levantar. O
tempo é mesmo implacável, mostra que um novo dia se inicia, e há muitas
atividades para se fazer. Rapidamente levanta da cama, vai para o banheiro e
acende a luz. Uma lâmpada de potência excessiva brilha forte no teto, você olha
pela janela e vê que lá fora o dia está maravilhoso, e pensa dá para economizar
energia, desliga o interruptor para economizar na fatura da luz.
Você abre a torneira da pia para escovar os dentes e deixa a torneira jorrar
água em grande vazão, o que exige economia também. Nesse momento, em
razão da força aplicada por uma rajada de vento, uma porta bate violentamente,
quebrando o silêncio da própria hora. Você olha no espelho de grande área
embaçado pelo vapor vindo da água quente do chuveiro que está aberto...
No rápido café da manhã, um bom pedaço de pão compõe com o leite
escurecido pela grande quantidade de massa de chocolate em pó a primeira
refeição.
Sai para a escola e nota que é mais um dia quente, expressando que a
temperatura está elevada. No percurso observa que os carros estão realizando
deslocamentos lentos pelas ruas, assim visando uma velocidade baixa, mas de
repente um motorista acelera e arranca nos trechos livres, você leva aquele
susto, e pensa „ se eu tivesse problema de pressão, garanto que ela tinha
oscilado‟.
Chega ao Colégio e percorre apressadamente o grande comprimento do
corredor principal, e pensa „melhor assim do que ter que estudar do segundo
andar e subir de elevador, onde ele suporta um peso mínimo e sempre está
superlotado‟.
Aff são exatamente 8h e consegui chegar junto ao professor, beleza!
Essa rotina fictícia destaca algumas grandezas físicas que estão ligadas ao
nosso dia a dia.
Em Física, há duas categorias de grandezas: as escalares e as vetoriais.
Texto adaptado do livro Física 1, de Doca,R.H.; Gualter,J,B.;Newton, V. B.
Introdução:
As grandezas escalares (GE) são aquelas perfeitamente definidas apenas
com um valor numérico acompanhado de uma unidade. Temos por exemplo:
comprimento, tempo, massa, área, pressão, potência, densidade, temperatura,
resistência elétrica entre outras.
As grandezas vetoriais (GV) são aquelas que ficam perfeitamente
caracterizadas quando além do valor numérico acompanhado de uma unidade
(módulo), necessitam de direção e sentido. Temos por exemplo: velocidade,
força, aceleração, posição, deslocamento, campo elétrico, campo magnético entre
outras.
Transcrevendo para o cotidiano:
Veja aqui alguns exemplos de grandezas escalares que são muito usuais:
O comprimento da carreta é de 22,30m.
A massa do concreto é de 15 kg.
O tempo do jogo foi de 53 min.
O tempo de validade desse medicamento é de 24 meses.
A distância percorrida pela atleta foi de 10 km.
A temperatura corpórea é de 36,5°C.
A potência do chuveiro é de 4500 W.
Para todos os exemplos de GE não é necessário acrescentar nenhuma
informação a elas, somente com o valor numérico e a unidade, a frase não nos
deixa dúvidas, fica perfeitamente entendível.
São exemplos de grandezas vetoriais:
Uma pessoa empurrou a travessa de frutas do centro da mesa com uma
força de 5,0 N, na direção horizontal e no sentido da direita para a
esquerda.
O rapaz chutou a bola com uma velocidade de 72 km/h. A frase neste caso
está incompleta porque não explica a direção nem o sentido por onde a
bola se foi.
Em alguns casos conhecer apenas o valor numérico e a unidade de medida
que é uma grandeza muitas vezes é suficiente para determinar as condições de
um problema, no caso de GE. Portanto, para outras grandezas no caso GV, além
do valor numérico e sua correspondente de unidade de medida, é necessário
conhecer outros elementos a fim de que sejam perfeitamente determinadas.
As GV são representadas pelo vetor, que é um ente matemático que permite a
representação da orientação espacial. Circunstancialmente, essa oriental espacial
pode ser desconsiderada, como ocorre com a velocidade e a aceleração na
cinemática escalar.
Cinemática é a parte da Mecânica que trata do repouso e do movimento apenas os descrevendo, isto é, sem se preocupar com as causas que determinam o estado de repouso ou as características do estado de movimento...Dinâmica é a parte da Mecânica que investiga as causas que determinam e modificam as características dos movimentos dos corpos ( HELOU;GUALTER;NEWTON,2010,p18).
De outro modo: Cinemática é a parte da Mecânica que tem por objeto o estudo do movimento (e suas trajetórias) em função das grandezas físicas de posicionamento, velocidade, aceleração e tempo de deslocamento, desconsiderando-se os agentes que o produzem, o mantém ou modificam – ou seja, sem revelar suas causas. Dinâmica é o segmento da Mecânica que analisa sistemas em movimento ou repouso, estabelecendo as relações existentes entre suas causas e seus efeitos. (KAZUITO; FUKE, 2010,p.38 e 188)
ATIVIDADES PRÁTICAS:
Atividade 1:
Nesta atividade será montado um dos cruzamentos na cidade de Santa
Amélia, sendo a Av: Carlírio Gomes dos Santos com a Rua: Luis Jacobucci, para
identificar as direções e os sentidos dos carros, bem como uma velocidade
fictícia.
Material:
Cartolina, pincel, carrinhos, régua, lápis.
Procedimento:
A atividade proposta será realizada em equipes de 4 alunos, os mesmos
receberão as instruções da professora de direções e sentidos dos veículos, nos
quais deverão mapear o cruzamento e inserir os veículos corretamente. As
instruções serão diferentes para cada equipe.
Questões para discussão:
Após a confecção de cada mapa, será feito a avaliação individual de cada
equipe, do seguinte modo: a professora apresentará uma miniatura para cada
equipe de maneira correta e será colocado em discussão se mapa de cada
equipe não tiver igual da professora, supostamente errada.
Atividade 2:
Nesta atividade serão confeccionadas placas indicativas existentes nas
rodovias, de modo que apresentam direção e sentido a serem seguidos para
chegar a determinado destino.
Material:
Cartolina, régua, lápis, borracha, lápis de cor e pincel.
Procedimento:
A atividade proposta será realizada em equipes de 4 alunos, onde os
alunos criarão uma placa indicativa de trânsito.
Questões para discussão:
Após a realização da placa, a professora questionará com cada equipe
sobre cada placa criada pela equipe, onde terão que justificar corretamente sobre
as direções e sentidos utilizadas nas mesmas.
Atividade 3:
Nesta atividade será utilizado o conhecimento sobre vetores e sinais de
trânsito, onde ressalta a importância sobre as Leis no Trânsito para a preservação
da vida humana.
Material:
Cartolina, régua, lápis, borracha, lápis de cor, pincel.
Procedimento:
A atividade proposta será realizada em equipes de 4 alunos, onde os
alunos criarão um cartoom educativo, em que as ideias de direção e sentido
estejam presentes.
Entende-se por cartoon, cartune ou cartum como um:
Desenho humorístico que registra ou critica pessoas, situações ou acontecimentos, reais ou imaginários; anedota gráfica (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS).
Questões para discussão:
De acordo com a confecção, será debatido o assunto enfocando a
importância das Leis de Trânsito inclusive a direção defensiva.
BLOCO 1:
Aprofundando os conhecimentos quanto à grandeza Movimento:
Você já parou para pensar em movimento?
Pois é, o movimento não está apenas em nós, ele também está ao nosso
redor, nos animais, nos veículos e nos mais diversos objetos. Até mesmo no céu,
que pode nos parecer estático à primeira vista, o movimento é constante e
perpétuo.
Há muito sabemos que a Lua, o Sol e as estrelas se deslocam no céu.
Porém, é difícil conseguirmos flagrar o movimento da Lua, pois é muito lento. Em
contrapartida, vemos facilmente uma formiga se movimentando. Será que a
formiga é mais rápida que à Lua?
Para pensar nestas questões, precisamos entender quais são as
grandezas relevantes para a descrição do movimento. Todo movimento implica
um deslocamento pelo espaço em um intervalo de tempo qualquer.
Agora vamos para alguns questionamentos:
Será que a formiga é mais rápida que a Lua?
Quanto deve ser a velocidade da Lua (em seu movimento em torno da
Terra) e a velocidade de uma formiga?
Para compreender melhor essa relação, vamos imaginar um diálogo entre
o Tempo e o Movimento que trata de uma ficção.
Diálogo entre o Tempo e o Movimento
_ Oh, amigo Movimento! Chegará o momento em que finalmente terei de te
parar. Já prestaste que, se não posso, tu não existe?
_ Como?! Eu determino o fim de nós dois! Sem movimento dos ponteiros,
dos astros ou até o da suave queda dos grãos de areia nas ampulhetas, não
teriam como te encontrar...
_ Nada disso, nobre amigo! Eu passo, a despeito de tudo... Apenas não
teriam como me estimar.
_ Mas, sem copos em movimento, tudo estaria como antes...
_ É verdade. Entretanto, quando nada muda, ficamos a esperar. E esperar
nada mais é do que experimentar o tempo passar. Porém, existes apenas pelo
que dizem de corpos em movimento: Estava aqui, depois ali e daqui a pouco não
estará lá. Se não passo, deves comigo concordar, um corpo não estará em dois
lugares.
_ E se rodopio da Terra cessar, o céu parar, os ventos não sopram mais?
Se não fosse o movimento, o que Aristarco, Kepler, Galileu, Newton e muitos
outros iriam estudar?
_ Bem, parece chegada a hora de termos de concordar: somos igualmente
importantes. Sinto pelo Espaço, que pouco importante, fica sempre largado.
_ Estás enganado. Se há Movimento, Espaço e Tempo são importantes.
_ Mas o que é tal Espaço, senão o nada entre um instante e outro, quando,
é lógico, um movimento se dá?
_ Os pensadores dizem que o Movimento é o senhor do Espaço e do
Tempo...
_ Estou convencido! Só mesmo pela Velocidade e pela Aceleração é que
devemos lamentar... Mas, se me permites, nobre amigo, sobre elas nem quero
comentar. Extraído do Livro Coleção Física em Contextos.
Pietrocola M. e outros. São Paulo: FTD, 2010.
Agora vamos para alguns questionamentos:
No início do debate, o Tempo e o Movimento julgam-se cada um mais
importante que o outro. Que argumento apresentam e a que conclusão os
dois chegaram?
Quais palavras foram usadas no texto para indicar a passagem do tempo?
Quais as maneiras de medidas do tempo que foram citadas no texto?
Quais outras maneiras existentes para medir o tempo?
O estudo do movimento suscitou diversas perguntas ao longo da história
da humanidade. Desde meras curiosidades cotidianas, como a queda de um
corpo, até grandes pretensões filosóficas, como a dinâmica dos céus,
dependeram de investigações acerca dos movimentos.
Você já pensou em quantos questionamentos, experimentos, respostas,
erros, acertos, hipóteses foram feitos até que o calendário que utilizamos
atualmente se tornasse preciso e confiável? Afinal, como prever com exatidão a
posição do Sol, da Terra e da Lua ao longo dos dias, semanas, meses e anos?
Que relação há entre esses movimentos e a ocorrência dos eclipses ou das
estações do ano? Mapear a trajetória desses astros alimentou a Astrologia por
muito e constitui-se na base da Astronomia.
Estamos tão acostumados a recorrer ao relógio para marcar compromissos
que não nos damos conta de como alguns movimentos periódicos, isto é, que se
repetem ao longo de um período, podem ser usados para medir a passagem do
tempo.
Transcrevendo para o cotidiano:
De acordo com o Movimento podemos chegar a algumas denominações
que são importantes para a Física, como:
Uma pessoa encontra-se em frente um comércio cujo número é 90, está
informação refere-se à posição em que se encontra naquele instante em
relação ao marco zero da rua (que denominamos de referencial).
Um garoto acompanhando sua mãe numa pista de caminhada observou
que ao lado da mesma havia marcos no chão de 100m, 200m... 1000m...
2000m, intrigado com aquilo seguiu de alguns questionamentos para sua
mãe...
_ O que significa estas marcações no chão?
_ É medidas que indicam o comprimento desta pista, meu filho.
_ Então dá pra saber, quanto você andou?
_ Justamente meu filho, se eu andar do ponto 100m até 1500m pode dizer que
meu deslocamento é de 1400m.
_ Ah! E se a gente fizer assim mãe: sair do 100m for até o 1000m, voltar até o
800m e depois ir até o 1700m?
_ Meu filho assim você complicou, a mãe não é tão boa nesses cálculos, mas
vamos pedir para nossa vizinha que é professora de Física explicar para nós. Ok!
Deslocamento escalar depende somente das posições escalares (inicial e final) ocupadas pelo móvel, e a distância percorrida depende do comprimento da trajetória descrita por ele (XAVIER & BENIGNO, 2010, p 54).
Provavelmente a explicação dada para satisfazer a curiosidade do menino
foi esta:
Como o deslocamento escalar depende apenas dos valores do espaço final
e inicial, não importando a maneira como o trajeto foi percorrido, logo o
deslocamento, ou seja, o espaço percorrido total foi de 1700 – 100 = 1600m.
Detalhando o deslocamento parcial:
1º trecho: do 100m até 1000m: deslocamento de 900m.
(trecho em movimento progressivo á favor da trajetória)
2º trecho: do 1000m até 800m: deslocamento de – 200m.
(trecho em movimento retrógrado contra o sentido da trajetória)
3º trecho: do 800m até 1700m: deslocamento de 900m.
(trecho em movimento progressivo á favor da trajetória)
Logo: 900 – 200 + 900 = 1600m.
Porém o deslocamento não significa necessariamente distância percorrida,
que é a pergunta do menino:
Assim precisamos somar todos os módulos dos deslocamentos parciais: d
= I 900 I + I 200 I + I 900 I = 2000m. Assim, 2000m é a resposta dada para o
menino.
Os mapas e GPS são úteis para localizar posições. Podemos recorrer a
eles para determinado caminho até certo destino. Seguindo esse caminho,
deslocamos de uma posição para outra.
Conclui-se que a posição e o deslocamento estão bem relacionados, onde
a posição identifica o local e o deslocamento uma mudança de posição. Para a
Física, ambos são grandezas vetoriais.
No painel dos veículos há um instrumento chamado Odômetro que serve
para medir as distâncias percorridas pelo carro, isto é, marca os
quilômetros rodados pelo veículo.
É importante saber que o teodolito é um instrumento tecnologicamente
sofisticado que faz medidas indiretas de distâncias com grande precisão.
No futebol de campo, a cobrança de uma falta deve ser efetuada com a
barreira colocada a 10 jardas (distância geralmente “contada”,
aproximadamente com passos dos árbitros) da posição da bola. Isso
ocorre porque se o juiz fosse utilizar um tipo de instrumento para medição,
atrasaria muito a retomada do jogo. Sabendo desse detalhe, calcule a
distância regulamentar para a formação da barreira. (resposta: 10 : 0,914m
= 9,14 m)
Para e pense: Se um motorista deseja medir o consumo de combustível de
seu automóvel, em qual dos conceitos ele deve se basear: deslocamento
ou espaço percorrido? Justifique:
Um garoto joga uma bola contra a parede e ela volta à sua mão, mantendo-
se na mesma direção. Se a mão do garoto se manteve na mesma posição
em relação ao chão desde que a bola saiu da mão até voltar a ela de novo,
qual o deslocamento da bola nesse intervalo de tempo? Qual é o espaço
percorrido? Justifique:
ATIVIDADES PRÁTICAS:
Atividade 1:
Esta atividade contempla um Momento Lúdico que é a Brincadeira de
Alerta, que tem por finalidade de estudo o movimento, o deslocamento e a
posição.
Material: Uma bola.
Procedimento:
Regra: Os participantes devem tirar 2 ou 1 para saber quem começa a
brincadeira, aquele que começar, pegará a bola, deverá jogá-la pra cima e gritar o
nome de uma pessoa “A”. A pessoa “A” se não derrubar a bola, gritará o nome de
outra pessoa “B”, caso a pessoa que teve seu nome citado deixar a bola cair, ao
conseguir pegá-la deverá gritar “alerta”. Imediatamente, os demais, que estavam
correndo, deverão ficar parados. O jogador que gritou alerta dá três passos e,
parado, deverá tentar acertar com a bola na pessoa que tiver mais próxima. Se
acertar, a pessoa atingida será a nova pessoa a jogar a bola e chamar alguém,
caso contrário, quem tentou acertar que jogará a bola.
Nessa atividade proposta o jogador deve ter noção de distância, pois para
acertar outro jogador com a bola, precisa obviamente de atirar no que está a
menor distância.
Questões para discussão:
Será de acordo com os acontecimentos na brincadeira.
Atividade 2:
Esta atividade refere-se ao uso de uma grandeza escalar que é o
comprimento.
Material:
Trena, lápis, caderno (para anotação) e calculadora.
Procedimento:
Os alunos serão divididos em quatro equipes, onde cada uma delas ficará
responsável para realizar as medidas de comprimento e largura dos lugares
indicados. Sendo estes, o campo de futsal do Alvorada Clube de Campo, a
quadra de Ginásio de Esportes Zicão, a quadra Corujinha, e o campo da Vila
Galdino, todos no município de Santa Amélia. Após as retirada das dimensões
serão comparadas com as medidas oficiais, através de pesquisa na internet. Em
seguida serão aplicadas no cálculo de área.
Questões para discussão:
Após realização da atividade proposta a professora questionará:
- As dimensões do local medido são compatíveis com as medidas oficiais?
_ Houve algum local medido é apresentam medidas oficiais?
Atividade 3:
Nesta atividade serão realizadas as medidas dos pneus de um veículo e a
medição da quilometragem por ele rodada. Os pneus apresentam um código que
serve para identifica-los e contém informações importantes a respeito de suas
dimensões, como: largura, altura proporcional à largura e diâmetro interno em
polegada.
Material:
Um pneu de veículo, um instrumento de medição com polegada, lápis e caderno
(para anotação)
Procedimento:
A atividade proposta será realizada em duas equipes, onde a informação
do código só será informada pela professora após a medição realizada por eles.
Serão extraídas as medidas da largura, altura da banda proporcional à
largura e o diâmetro interno.
Em seguida confere-se com o código, após essa identificação vamos para
os cálculos:
(Para facilitar o entendimento, vamos recorrer a um código, somente para
realizar a explicação)
Código: 185/60/R14, isto quer dizer que, a largura do pneu é de 185 mm ou
18,5cm. A altura da banda é 60% de 185 mm que é aproximadamente 11,1cm, o
diâmetro interno é 14 polegadas que é igual a 14 vezes 2,54cm que é
aproximadamente 35,56 cm.
Para saber a distância que um veículo realiza a cada volta do seu eixo,
deve realizar o cálculo do raio R =11,1cm + (35,56: 2) = 28,88 cm.
Agora a distância percorrida a cada volta.
C = 2. π. R → C = 2. 3,14. 28,88 → C = 181cm = 1,81 m
Assim, quando o eixo das rodas gira, por exemplo, 1000m, o marcador
registrará 1810m ou 1,81 Km ( momento de ensinar transformações).
Questões para discussão:
Após a realização desta atividade de medição a professora questionará:
- Podemos afirmar com segurança que o odômetro funciona corretamente
num veículo que sai das fabricas?
- Sabemos que alguns proprietários trocam seus pneus originais por outros
que não são recomendados pelos fabricantes, nesse caso será que o odômetro
funcionará perfeitamente?
Atividade 4:
Esta atividade tem por objetivo determinar o deslocamento de um aluno e a
distância percorrida.
Materiais:
Trena, giz, lápis, caderno (para anotação) e calculadora.
Procedimento:
Com um giz, demarcar o comprimento da quadra da escola, fazendo a
marcação a cada dois metros.
1º passo: pedir para um aluno caminhar do marco de 4m até 20m. Mostrar
e explicar que o deslocamento realizado é de 16m.
2º passo: pedir para um segundo aluno sair do marco de 2m ir até 24m e
voltar ao marco de 2m. Mostrar e explicar que nesse caso o deslocamento é zero.
3º passo: pedir para um terceiro aluno sair do marco de 2m ir até 12m, em
seguida ir para 8 m, e finalmente a 20m. Nesse experimento mostrar a diferença
entre deslocamento e distância percorrida, sendo o deslocamento de 18m e a
distância percorrida de 26m.
Questões para discussão:
Após realização da atividade proposta a professora questionará:
- É possível um deslocamento ser igual à zero?
- Pode-se dizer que deslocamento e distância percorrida são grandezas iguais?
- Sabendo que de Santa Amélia até Bandeirantes tem 32 km, qual é meu
deslocamento se eu for para Bandeirantes? E se eu for e voltar? Qual a distância
percorrida se eu for para Bandeirantes e voltar?
Para complementação desse assunto serão apresentado as seções 4 e 6 que se
referem ao assunto Posição e deslocamento do vídeo “aulas de Física em flash”.
Juntamente com possíveis questionamentos dos alunos, será debatido o assunto.
http://profanderson.net/files/aulasemflash/aula_04posicao_e_deslocamento.php#secao_04
BLOCO 2:
Aprofundando os conhecimentos quanto à grandeza Tempo:
É muito comum ouvirmos frases no nosso dia a dia do tipo: “Hoje o tempo
pra mim esta curto”, “Estou trabalhando, não tenho tempo para fazer minhas
atividades escolares”, “ Se der tempo, vou pra festa hoje”, todas essas frases tem
em comum um conceito físico muito importante que é o tempo.
O tempo é uma grandeza física presente não apenas no cotidiano como
também em todas as áreas e cadeiras científicas. Uma definição do mesmo em
âmbito científico é por tal não apenas essencial como também, em verdade, um
requisito fundamental. Contudo isto não significa que a ciência detenha a
definição absoluta de tempo: ver-se-á que tempo, em ciência, é algo bem relativo,
não só em um contexto cronológico - afinal, as teorias científicas evoluem - como
em um contexto interno ao próprio paradigma científico válido atualmente.
De acordo com o dicionário de Língua Portuguesa, o tempo é:
Uma época, um lapso de tempo futuro ou passado... A época atual...época determinada em que ocorreu um fato ou existiu uma personagem - com referencia a uma hora, a um dia, a um mês ou a qualquer outro período ( MICHAELIS MODERNO,1998,p.2037)
Portanto, o importante é saber como medi-lo e sermos capazes de definir
precisamente, quando um fenômeno começa, quando termina e quanto tempo
durou.
Mas uma curiosidade também pode nos aguçar, é a de saber como foi
desenvolvimento da medida do tempo?
No mundo físico, grandezas como dimensões, distâncias ou medidas de
tempo sempre desafiaram o homem. Os vestígios e registros históricos indicam
que as formas de medir foram evoluindo de acordo com as necessidades sociais
de cada época.
Observando algumas regularidades que ocorriam na natureza, como as
estações do ano, as fases da Lua e o aparente movimento do Sol, o ser humano
passou a associar o movimento dos corpos celeste no decorrer do tempo. E
provavelmente que dessa associação tenha surgido um dos primeiros
instrumentos para medir o tempo, de destaco como: relógio do sol, relógio de
água, ampulheta, relógio de pêndulo até os atuais relógios modernos pelo
desenvolvimento da tecnologia.
Para maior detalhamento assistiremos a um vídeo sobre os Primeiros
Instrumentos para medição do tempo da coleção “Aulas de Física em flash”
E para aprofundamento dos interessados uma pesquisa de curiosidade nos
sites abaixo:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/calendarios/historia-do-calendario-1.php
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/calendarios/medidas-de-tempo-1.php
Retomando, a Unidade de tempo do SI é o segundo (s), tanto o relógio
analógico como os digitais apresentam o segundo. Logo: Um minuto tem 60s, 60
minutos forma uma hora, 24horas forma um dia, e assim formas outras
quantidades de tempo, como: semana, quinzena, mês, bimestre, semestre, ano,
século, etc.
O segundo apresentam alguns submúltiplos que são bastante usuais em
corridas, provas de natação entre outros, são eles: décimo de segundo,
centésimos de segundo e milésimo de segundo.
Outro detalhe importante é a maneira como se escreve as horas seguidas
de minutos, porque o sistema de medida de tempo não é decimal. Veja o
exemplo: 2,4h representa 2h e 24 minutos e não 2h e 40 minutos.
Há duas grandezas fundamentais relacionadas à medição do tempo que
são: instante de tempo e o intervalo de tempo.
O instante de tempo: refere-se ao instante que um fato ocorreu. Por
exemplo: O homem pisou na Lua pela primeira vez em 1969.
O Intervalo de tempo: é o tempo decorrido entre dois instantes de tempo,
sendo a diferença do tempo final e o tempo inicial. Por exemplo: Um aluno
saiu de sua casa às 6h, 35 mim e 20 s e chegou a escola as 7h, 48 min e
40 s, conclui-se que fez esse percurso num intervalo de 1h, 13 min e 20s.
O cronômetro é um instrumento que serve para medir intervalos de tempo,
enquanto o relógio serve para medir o instante de tempo. Vale lembrar que ao
cronometrar um determinado intervalo de tempo o observador deve ser muito ágil,
pois entre o instante real e o tempo que o observador aperta o botão a um tempo
de reação, que podemos considerar como tempo desperdiçado.
ATIVIDADES PRÁTICAS:
Atividade 1.
Esta atividade refere-se ao uso da grandeza física, o tempo, onde será
identificado o instante e o intervalo de tempo.
Material:
Cronômetro, celular ou relógio, caderno (para anotação) e lápis.
Procedimento:
Os alunos assistirão a uma partida de futebol com o objetivo de anotar o
inicio da partida, os instantes dos gols se houver e o término da partida.
Questões para discussão:
Após a partida, a professora questionará:
- Qual foi o instante que iniciou a partida?
- A quantos minutos do primeiro tempo (instante) foi marcado o primeiro gol?
- Quanto tempo (intervalo de tempo) a torcida teve que esperar desde a marcação
do primeiro gol até o segundo gol?
- Qual foi à duração dessa partida de futebol?
Atividade 2:
Esta atividade tem como objetivo determinar o intervalo de tempo ocorrido
por uma pessoa.
Material:
Relógio, caderno (para anotação), lápis e calculadora.
Procedimento:
Um aluno percorrerá certa distância e será marcado o instante que iniciou a
corrida e o instante de chegada, assim por meios de cálculos descobriremos o
intervalo de tempo dessa corrida.
Essa atividade pode ser repetida por outros alunos, para descobrir outros
intervalos de tempo.
Questão para discussão:
A professora questionará, antes de realizar os cálculos:
- Qual aluno vocês acham que gastou menor tempo?
Após realizar os cálculos:
- Qual gastou menor tempo?
- Por que gastou menor tempo se a distância foi a mesma?
BLOCO 3:
Aprofundando os conhecimentos quanto à grandeza Velocidade:
O conceito de velocidade está intimamente ligado aos adjetivos de rápido e
lento. Quando dizemos que alguém é rápido ao executar alguma atividade,
estamos fazendo uma comparação com alguém que não seja tão rápido ao
executar a mesma atividade, ou seja, que é lenta. As atividades que podem ser
executadas de forma rápida ou lenta são inumeráveis, como por exemplo: digitar
um texto, realizar uma caminhada, correr, varrer uma casa, entre outras.
Faz mais rápido quem fizer a mesma tarefa em menor tempo possível, logo
o indivíduo mais rápido é aquele que realiza a ação numa taxa ou razão maior
que as demais pessoas, em muitos casos as pessoas treinadas são as mais
rápidas.
Assim o termo velocidade pode ser empregado no cotidiano para designar
a taxa com que qualquer atividade é executada. Lembrando que:
Quanto maior for a velocidade menor o tempo usado para percorrer a
mesma distância, logo a velocidade e o tempo são inversamente proporcionais.
Enquanto a velocidade e a distância são diretamente proporcionais.
Reflita:
O que muda quando percorremos um trajeto com mais rapidez?
A velocidade é uma grandeza muito importante em todas as áreas da
Física.
Oberve a definição de duas grandezas no estudo da cinemática:
Provavelmente você já entrou em um veículo e percebeu que no painel
dele há um velocímetro que mede a velocidade, certo?
Mas e ai, o velocímetro de um veículo mede a velocidade média ou a
velocidade instantânea?
Para fazer uma ultrapassagem em uma estrada, um motorista deve-se
estimar a velocidade do outro carro a fim de saber se o seu veículo tem condições
de superá-la. Assim ele deve se preocupar com o deslocamento que pode
realizar e o intervalo de tempo de que dispõe para realizar a ultrapassagem de
forma segura.
As leis de trânsito determinam limites de velocidade para os diversos tipos
de vias e informam os motoristas por meios de placas de trânsito. Tais placas de
sinalização são essenciais para a segurança de todos no trânsito. Desta forma, o
tráfego de veículos é regido por normas rigorosas. É preciso observar as
determinações de velocidades (instantâneas) máximas permitidas para cada tipo
de via (rua, avenidas, rodovias, vias expressas...), pois os radares utilizam a
velocidade instantânea para detectar as negligencias dos motoristas.
Como exemplo, se uma placa apresentar a informação 60 km/h para a
velocidade-limite máxima, então nenhum veículo comum (excetuando-se
ambulância, veículo do polícia e do corpo de bombeiro) poderá exceder, em
instante algum, essa medida. Conclui-se que umas das unidades de medida de
velocidade é o km/h (quilômetro por hora). Isso sugere que o conceito de
velocidade está associado a deslocamento e ao intervalo de tempo necessário
para percorrê-lo.
Quando o deslocamento é tomado no mínimo intervalo de tempo possível a
ser medido, podemos utilizar do termo velocidade instantânea, sendo aquela que
se verifica no momento em que é efetuada a leitura, ou seja, a que lemos nos
velocímetros dos veículos e motos.
Velocidade escalar média (Vm) é a razão entre o deslocamento realizado por um móvel e o tempo necessário para perfazê-lo...velocidade escalar instantânea ( V ) é a velocidade escalar média tomada num intervalo de tempo muito pequeno, quase zero; é o valor da velocidade em determinado instante (KAZUITO; FUKE, 2010,p.47).
A velocidade média é uma grandeza vetorial e necessita, para sua perfeita
caracterização, do módulo e da unidade, da direção e do sentido. Quando a
trajetória, porém é fixa – como numa rodovia ou numa estrada de ferro – pode-se
fazer uma aproximação que permite descrever o movimento como uma linha reta.
Nesse caso, a velocidade passa a ser denominado de velocidade escalar média.
Para formalizar e descrever algebricamente o estudo do movimento,
definimos velocidade escalar média (Vem) como a razão entre o espaço percorrido
e o instante de tempo. V em = ∆s / ∆t
Veja um exemplo: Sai de Santa Amélia e fiz uma viajem percorrendo 270
km num intervalo de tempo de 3 h. Qual a velocidade escalar média nesse
percurso?
Vem = ∆s / ∆t → Vem = 270 / 3 → Vem = 90 km/h
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a velocidade é expressa em
metros por segundos (m/s), sendo muito utilizada na prática a unidade
quilômetros por hora (km/h). Temos como exemplos: os veículos e motos que
apresentam o velocímetro e a velocidade são dados em km/h. Logo uma corrida a
velocidade é apresentada em m/s.
A relação entre km/h e m/s pode ser facilmente obtida.
Sendo 1 km equivalente a 1000m, e 1 hora equivalente a 3600s,
podemos fazer a seguinte transformação de unidade de velocidade:
V = 1 km/h = 1. 1000m/3600s = 1. 1/3,6 = 1/3,6 m/s
Como regra prática para transformações usa-se:
m/s para km/h = multiplicamos o valor por 3,6
km/h para m/s = dividimos o valor por 3,6
Como exemplo:
Um carro viaja com uma velocidade média de 90 km/h, logo no SI essa
velocidade corresponde a 25 m/s. (90 : 3,6 = 25).
A escolha da unidade depende do que se quer medir. Caso vai medir a
velocidade média de uma lesma seria conveniente medir em mm/s ou cm/s,
porque se medíssemos em km/h iríamos obter um número da ordem 0,0054 km/h
o que seria de difícil entendimento.
A título de curiosidade acompanhe algumas velocidades:
No movimento de translação, a Terra desloca-se em torno do Sol com uma
velocidade escalar média de 108 000 km/h (30 000 m/s)
A luz que o Sol nos envia viaja no vácuo a cerca de 300 000 km/s, que é,
pelos conhecimentos da Física, o limite de velocidade do Universo.
Os sons e os ruídos produzidos na superfície da Terra propagam-se no ar
com velocidades próximas de 1 224 km/h (340 m/s).
O TGV (train à grande vitesse, que significa trem de grande velocidade),
em uso na França, atingiu a velocidade recorde de 513,3 km/h em maio de
1990.
O guepardo (ou chita), natural da África e da Ásia, cujo habitat é a Savana,
é o mais veloz dos mamíferos e consegue atingir cerca de 110 km/h (31
m/s), enquanto um atleta olímpico, nos 100 m rasos, corre em média,10
m/s.
Um foguete para escapar da Terra tem uma velocidade mínima de 40
320 km/h (11 200 m/s).
Um ônibus circular na cidade de São Paulo tem em média uma velocidade
de 20 km/h (5,6 m/s).
Um pedestre andando rápido tem uma velocidade média de 6,0 km/h
(1,7 m/s).
Quando o movimento se dá no sentido da trajetória, a velocidade escalar
média é positiva, pois, nesse caso, também é positiva a variação do espaço.
Nesse caso o movimento é dito Progressivo, pois os espaços crescem com o
tempo.
Já se o movimento se dá no sentido oposto da trajetória, a velocidade
escalar média é negativa, nesse caso, também é negativa a variação do espaço.
Nesse caso o movimento é dito Retrógrado, uma vez que os espaços decrescem
com o tempo.
Para melhor compreensão do conceito de velocidade será apresentado um
vídeo da coleção “Aulas de Física em flash”, velocidade, seção 2.
http://profanderson.net/files/aulasemflash/aula_05-velocidade.php
Quer saber qual animal é mais veloz?
No universo das aves, o avestruz desenvolve boa velocidade em terra,
podendo chegar a 45 km/h quando perseguido. Algumas aves de rapina atingem
velocidades muito maiores quando vão capturar uma presa. O falcão-peregrino é
dos mais velozes, atingindo até 288 km/h durante um voo de mergulho. Em terra
a competição pela sobrevivência exige recursos e estratégias variadas. O
guepardo, favorecido pelo perfil aerodinâmico, chega a uma velocidade de 110
km/h e sua principal estratégia é o ataque-surpresa.
Valendo-se dessas informações, responda:
Qual o tempo utilizado por um falcão-peregrino para voar 800 m, numa
trajetória retilínea, mantendo a sua velocidade máxima?
Com base no mesmo cálculo, qual o tempo utilizado pelo guepardo?
Estabeleça uma relação entre o tempo utilizado entre os dois animais.
Suponha que ambos avistem uma presa, ao mesmo tempo, e disparam em
sua direção, traçando trajetória retilínea s. O guepardo está a 600 m da
presa em trajetória horizontal e o falcão-peregrino a 1100m em trajetória
vertical (descreve o mergulho). Qual deles atingirá primeiro a presa?
Mate essa!
Basta fazer as transformações necessárias:
Em uma estrada, o limite de velocidade é de 100 km/h. Pode ser multado
um carro que está a 30 m/s?
Uma mosca tem velocidade de 43 km/h. Qual sua velocidade em m/s?
A bala de revólver tem velocidade de 700 m/s. Transforme a velocidade em
km/h.
Um avião comercial tem velocidade de 720 km/h. Qual é a mesma
velocidade no SI?
ATIVIDADES PRÁTICAS:
Atividade 1:
Esta atividade contempla um Momento Lúdico que é a Brincadeira de Pular
Corda, que tem por finalidade auxiliar na introdução do conceito de velocidade.
Material:
Cordas, cronômetro, lápis e caderno (para anotação).
Procedimento:
A atividade proposta será realizada individual, onde os alunos irão pular
corda de acordo com o comando do professor, sendo de maneira: leve, moderado
e intenso.
Num segundo momento, colocar os alunos de dois a dois para pular cordas
e analisar qual consegue ficar maior tempo realizando a brincadeira.
Questão para discussão:
A professora questionará, após a brincadeira:
O que vocês perceberam de diferente em cada comando?
Por que o aluno “X” conseguiu ficar maior tempo pulando cordas que o “Y”?
Atividade 2:
Esta atividade tem como objetivo determinar a velocidade escalar média
entre o ponto de partida e o ponto de chegada.
Material:
Cronômetro, trena, caderno (para anotação), calculadora, carrinhos de brinquedo,
bicicleta, skate e/ou patins.
Procedimento:
A atividade será realizada pelos alunos que quiserem participar. Será
medido um determinado espaço, indicando ponto de partida e ponto de chegada.
Será realizada por um aluno uma caminhada e registrado o tempo, para
calcular a velocidade deste aluno.
Após a caminhada, segue os mesmos passos, com aluno correndo o
máximo que puder, andando de bicicleta e andando de skate e/ou patins.
Num outro momento
Será calculada a velocidades de carrinhos de brinquedo, seguindo
basicamente os mesmos passos, como: determinação do espaço, determinação
do tempo e finalmente o cálculo da velocidade, que neste caso será em cm/s e
possíveis transformações.
Questão para discussão:
A professora questionará, após realização da atividade:
O que vocês perceberam em relação do mesmo espaço ser percorrido por
um aluno caminhando, outro correndo, um de bicicleta e outro de skate? O
que podemos analisar nesta situação?
Qual unidade de velocidade pode-se utilizar para a determinação do
cálculo da velocidade nestas situações?
De qual modo transforma-se m/s em km/h?
Atividade 3:
Esta atividade tem por objetivo criar a prática de leitura, de modo que os
alunos consigam perceber na Física a relação com as demais áreas de
conhecimento.
Material:
Revistas e/ou jornais, papel A4, cola, caneta.
Procedimento:
Nesta atividade o aluno irá fazer leituras em revistas e jornais e procurar
uma notícia que cita algo sobre velocidade. Em seguida, poderá optar por recortá-
la ou xerocá-la.
A notícia será colada num papel A4 e o aluno fará uma síntese desta,
juntamente com a fonte de onde extraiu.
Após realização desta atividade, a professora irá ler as notícias, corrigi-las,
e abrir as notícias para debate. Com as notícias será montada um pasta sobre
velocidade.
Questão para discussão:
Será de acordo com as notícias apresentadas.
BLOCO 4:
Aprofundando os conhecimentos quanto à grandeza Aceleração:
Corpos executando movimentos com velocidade constante raramente são
observados, uma vez que, nessa condição, um corpo deveria permanecer sem
acelerar ou sem frear. Nesse caso, quando a velocidade não varia é denominado
de Movimento Uniforme. Para exemplificar podemos citar o percurso que os
ponteiros de um relógio realizam, porém com uma trajetória circular. Outro
exemplo: navios e aviões, em velocidades de cruzeiro, têm boa aproximação de
Movimentos Retilíneos Uniformes em distâncias pequenas.
O movimento de um automóvel, de uma bicicleta ou mesmo o
deslocamento de uma pessoa caminhando dificilmente será desenvolvido em
velocidade constante por longo intervalo de tempo. Nesses casos, ocorrem
variações no valor da velocidade, que aumenta ou diminui dependendo das
condições momentâneas do movimento.
Variar o valor da velocidade implica acelerar o móvel. Assim, aceleração
escalar é uma medida da rapidez com que o móvel altera o valor da velocidade,
aumentando ou diminuindo-o. Nesse caso, diz-se Movimento Variado.
Quando a variação da velocidade é uniforme, isto é, a cada unidade de
tempo a velocidade aumenta ou diminui sempre no mesmo valor, dá-se o nome
de Movimento Uniformemente Variado.
Para exemplificar, temos o complicado trânsito das cidades grandes que
exige alterações constantes no valor da velocidade dos automóveis: frear, trocar
de marcha, acelerar, trocar de marcha novamente, reduzir a marcha, frear, parar,
colocar a primeira marcha, acelerar ...
A aceleração (a) é a grandeza que indica como a velocidade de um corpo varia com relação ao tempo transcorrido. Ela pode ser calculada pela razão entre a variação da velocidade e variação do tempo. Quando a velocidade final é maior que a inicial, dizemos que o movimento acelerado, ou seja, a aceleração contribui para o aumento do módulo da
velocidade. Quando a velocidade final é menor que a velocidade inicial temos a desaceleração e dizemos que o movimento é retardado (PIETROCOLA, 2010, p. 124).
Segundo Pietrocolla, esse raciocínio deve ser feito levando-se em conta os
módulos das velocidades, pois elas podem assumir valores negativos. Enquanto
que algebricamente o número - 30 é menor que - 20, fisicamente, um carro a - 30
km/h está mais veloz ou tem uma velocidade maior, do que um carro a - 20 km/h.
Para Gaspar (2011) deve-se evitar utilizar o termo desaceleração, porque
induz entender que a aceleração é negativa como diminuição de velocidade, e
que na verdade é contra o sentido da trajetória. Além de que classificar os
movimentos em acelerado, retardado, progressivo e retrógrado, é inútil, pois
falham sempre que o movimento muda de sentido e induzem a concepções
errôneas.
Segundo Kazuito e Fuke (2010) a aceleração escalar média (am) é a
variação total da velocidade de um corpo em um determinado intervalo de tempo.
A unidade de aceleração usada pelo Sistema Internacional de Unidades
(SI) é o m/s2 e (lê-se: metros por segundos ao quadrado), que corresponde à
variação da velocidade em metros por segundo em cada, porém na prática é
muito utilizada pela indústria automobilística em (km/h)/s e (lê-se: quilômetros por
hora por segundo).
Aprenda mais!
É muito comum encontrar em revistas automobilísticas tabelas indicando a
aceleração dos carros, a tabela serve para avaliar o motor dos carros e assim
dizer se um carro é mais potente que o outro quando ele “arranca” mais
rapidamente, ou seja, quando ele atinge uma determinada velocidade num
intervalo de tempo menor, nesse caso tem maior aceleração.
Nessas revistas são publicados resultados de testes com diferentes modelos de
carros. Dentre outras informações técnicas, podemos observar os chamados
“carros populares” que fazem de 0 a 100 km/h em aproximadamente 16 s. Isso
quer dizer que partindo do repouso, esse carro demora 16 s para atingir a
velocidade de 100 km/h. Conclui-se que em média, a velocidade do carro
aumenta 6,25 km/h a cada segundo. Portanto a aceleração escalar média é de
6,25 (km/h)/s, que no SI corresponde à aceleração escalar média de 1,7 m/s2.
(observação: Será demonstrado o cálculo para melhor compreensão do aluno)
A Quatro Rodas publica que o Audi S5 acelera de 0 a 100 km/h em 4,7
segundos. Através dessa informação qual sua aceleração escalar média?
Um determinado carro de fórmula 1 é capaz de atingir uma velocidade de
108 km/h em apenas 4 segundos. Com essa informação, qual a
aceleração desse carro?
Sabe-se que um carro acelera a 5 km/h a cada segundo, e a favor da
trajetória encontra-se em 8 s a 20 km/h, em 9 s a 25 km/h, em 10 s a 30
km/h. Analise e responda: Qual será a leitura no cronômetro quando o
automóvel estiver a 45 km/h? Qual era a leitura no cronômetro quando o
automóvel partiu do repouso?
Para melhor compreensão do conceito de aceleração será apresentado um
vídeo da coleção “Aulas de Física em flash”, aceleração, seção 1, 2 e 3.
http://profanderson.net/files/aulasemflash/aula_06-aceleracao.php
ATIVIDADES PRÁTICAS:
Atividade 1:
Esta atividade tem por objetivo criar a prática de leitura, de modo que os
alunos consigam perceber na Física a relação com as demais áreas de
conhecimento.
Material:
Revistas automobilísticas, papel A4, cola e caneta.
Procedimento:
Nesta atividade o aluno irá fazer leituras em revistas automobilísticas e
procurar uma notícia ou tabela que cita a aceleração realizada em testes de
carros. Em seguida, poderá optar por recortá-la ou xerocá-la.
A notícia será colada num papel A4 e o aluno fará uma síntese desta,
juntamente com a fonte de onde extraiu.
Após realização desta atividade, o professor irá ler as notícias, corrigi-las, e
abrir as notícias para debate.
Questão para discussão: Será de acordo com as notícias apresentadas.
Atividade 2:
Esta atividade tem por objetivo determinar a aceleração escalar média de
um carro ou uma moto.
Material:
Cronômetro, caderno (para anotação), calculadora, lápis, um carro ou uma moto.
Procedimento:
Com a permissão e ajuda de um policial, um motorista habilitado com um
carro partirá do repouso até atingir determinada velocidade. Será determinado um
espaço, indicando ponto de partida e ponto de chegada e o tempo será
cronometrado.
Em seguida serão levados os dados para a sala e realizado o valor da
aproximada aceleração.
Questão para discussão:
A professora questionará, após realização da atividade:
Qual unidade pode-se utilizar para a determinação do cálculo da
aceleração nestas situações?
Como se faz a transformação em outra unidade de aceleração?
MÓDULO III:
LEIS DE NEWTON
OBJETIVOS:
Adquirir conhecimentos científicos básicos para desenvolver sua
capacidade investigativa frente aos fenômenos físicos da dinâmica, das
Leis de Newton, bem como, identificar os princípios básicos e estabelecer
as causas e efeitos no dia-a-dia.
Compreender a inércia como uma tendência natural de permanecer em um
mesmo estado.
Reconhecer as situações em que a força resultante provoca aceleração.
Entender o princípio da ação e reação.
Interpretar movimentos em situações cotidianas por meio do conhecimento
das Leis de Newton.
Discutir sobre a importância da direção defensiva, a prudência no trânsito
de forma a minimizar os danos provocados por colisões.
Analisar a segurança e a resistência de equipamentos como o cinto de
segurança e os air bags.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
As formigas cortadeiras são insetos extraordinários:
Essas formigas podem cortar e carregar folhas de até trinta vezes a própria
massa. Uma comparação semelhante seria uma pessoa que conseguisse
carregar uma caminhonete com a mesma tranquilidade com que as formigas
carregam suas folhas.
Praticamente toda a força exercida pela formiga é usada apenas para
sustentar o peso da folha – o acréscimo que ela tem de fazer enquanto leva a
folha até o formigueiro é muito pequeno, pois as forças de resistência ao
movimento são também muito pequenas.
A resistência do ar, única força que pode ser relevante em oposição ao
movimento é praticamente desprezível nessa situação não só pela maneira como
a formiga carrega a folha (paralelamente à direção do movimento), mas também
porque ela caminha com velocidade baixa e constante.
Em princípio, se não houver resistência ao movimento, qualquer força
exercida sobre um corpo, por menor que seja, pode deslocá-lo. É claro que, se a
massa do corpo deslocado for muito grande e a força que o desloca, muito
pequeno, o deslocamento pode ser muito lento, quase imperceptível.
Relações entre força e movimento, como essas, se fundamentam nas Leis
de Newton.
Texto extraído do livro Compreendendo a Física, de Gaspar A, p.116.
Introdução:
O objetivo deste módulo é abordar as causas do movimento e sua relação
com as forças, assim, o estudo da dinâmica dos corpos envolverá a compreensão
das três leis básicas desenvolvidas pelo cientista inglês Isaac Newton.
1ª Lei de Newton ou Princípio da Inércia
É necessária a ação de uma força para manter o movimento?
Você já deve ter percebido que temos que fazer um esforço muscular para
mover uma mesa. Em Física a ideia de esforço esta associada ao conceito de
força. Nesse caso, precisamos aplicar uma força sobre a mesa para movê-la,
arrastando-a pela sala, e essa força deve persistir durante todo o movimento: se
pararmos de empurrar a mesa para.
Quando corremos, acontece a mesma coisa. Para manter nossa
velocidade, precisamos da força muscular de nossas pernas o tempo todo. Se
pararmos de empurrar o chão, ele para de nos empurrar e, assim, paramos de
nos mover.
Você está pedalando sua bicicleta e, cansado, resolve se deixar levar por
ela, sem fazer esforço. Essa sensação prazerosa, não permanece durante muito
tempo. Logo você percebe que a bicicleta só se mantém em movimento se você
continuar a exerce força nos pedais, ou seja, pedalar.
Quando acaba o combustível de um carro ele deve ser empurrado para
algum lugar que não prejudique o trânsito. Nesse caso, a ação de uma força o
coloca em movimento. Mas será que todo corpo em movimento necessita de uma
força? Será que cessando a ação da força o movimento acaba?
Durante muitos séculos, pensou-se que os movimentos só podiam existir
mantidos por ação que fosse exercida sobre os corpos.
Muitas situações sugerem que a aplicação contínua de uma força é
necessária para manter um objeto em movimento.
De acordo com os experimentos realizados por Galileu (1564 -1642),
Newton sentiu a necessidade de desenvolver uma teoria mais clara que a de seus
predecessores, assim em 1687 no seu primeiro trabalho publicou o livro
“Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” no qual contém os enunciados das
chamadas Leis de Newton.
A primeira lei estabelece que:
“Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento
uniforme em linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por
forças imprimidas sobre ele”.
Quando um carro dá uma arrancada, tudo que está ao seu interior é
lançado para trás porque a força que o impulsiona para frente age apenas na
carcaça, enquanto que os objetos tendem a manter-se em repouso. Em uma
freada param apenas a carcaça; o restante continua a se mover. Nas curvas o
efeito é semelhante: as pessoas e os objetos tendem a continuar em movimento
retilíneo, porém são empurradas pela carcaça do automóvel, alterando, assim, a
direção das velocidades.
Com bases nas três situações podemos dizer que a variação da velocidade
do motorista ocorre apenas com a ação de uma força, os objetos resistem à
variação de sua velocidade e que essa resistência depende da sua massa. Por
esse motivo, frear um carro é bem mais fácil do que frear uma jamanta, se ambos
estão com a mesma velocidade. Essa propriedade, caracterizada pela massa, é
denominada inércia.
A inércia é uma propriedade geral da matéria pela qual uma partícula, livre de forças ou sujeito à ação de força resultante nula, mantém-se em equilíbrio – em repouso ou em MRU -, mantendo sua velocidade vetorial constante (KAZUITO e FUKE, 2010, p.195).
A inércia é facilmente identificável em nosso cotidiano, como já citada
numa freada brusca, os ocupantes do carro tendem a continuar em movimento
para frente por inércia. O air bag e o cinto de segurança existem justamente para
proteger que esse fato ocorra.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), crianças até 10 anos
devem ocupar o banco traseiro do carro e usar, individualmente, cinto de
segurança ou sistema de retenção equivalente.
2ª Lei de Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica
Todos os jogos chutado ou arremessado (tênis, futebol, sinuca, boliche)
desenvolvem o movimento de objetos pela ação com a mão, com o pé ou com um
equipamento apropriado, como um taco de sinuca. O contato que é um tipo de
interação que põe a bola em movimento, muda sua trajetória, aumenta ou
diminui sua velocidade. Assim, a força aplicada e o tempo de sua aplicação são
fatores que alteram o movimento dos objetos.
Num jogo de vôlei, no momento do saque o jogador exerce sobre a bola
uma força que a faz se movimentar. A bola interage com a mão do jogador
durante um intervalo de tempo extremamente curto (centésimos de segundos),
como a intensidade da força que a mão aplica sobre a bola é muito grande, o
impulso produzido é suficiente para que a bola parta com alta velocidade
(aproximadamente 100 km/h).
O mesmo acontece quando precisamos fazer um carro enguiçado
funcionar, se o motorista empurra-lo sozinho, mesmo que seja num lugar plano, a
força média que ele é capaz de exercer precisa atuar durante um intervalo de
tempo grande. Com quatro pessoas ajudando, essa força é mais intensa e pode,
em menor tempo, produzir impulso suficiente para que o carro funcione.
Fisicamente o impulso é uma grandeza vetorial, definido como o produto entre a força aplicada num objeto e o intervalo de tempo em que age sobre um corpo (TOSCANO, 2012, p. 41).
Imagine que você está numa pista de patinação e percebe um adulto e
uma criança vindos em sua direção e com a mesma velocidade. Não é possível
escapar dos dois. Você terá de escolher se foge do adulto e tromba com a criança
ou vice-versa. Qual das colisões causaria maior estrago? Certamente, a colisão
com o adulto provocaria maiores lesões, porque tem maior massa do que a
criança, ou seja, há alguma coisa a mais no movimento dele. Por isso, Pará-lo
exigiria maior esforço. Esse exemplo nos permite perceber que a massa e a
velocidade são os fatores que determinam a quantidade de movimento de um
objeto.
Fisicamente a quantidade de movimento de um objeto é uma grandeza vetorial e em cada instante, corresponde ao produto da massa pela velocidade (TOSCANO, 2012, p. 43).
A quantidade de movimento de um objeto varia nas situações em que
ocorrem mudanças de velocidades, como no bloqueio em um jogo de vôlei ou a
defesa de um pênalti no futebol. No último exemplo, essa mudança ocorre com a
ação do goleiro, que impede a entrada da bola no gol. Isto é, essa interação se dá
durante o tempo em que eles mantêm contato e se expressa pela ação da força.
O mesmo raciocínio explica a freada de um carro que anda a uma certa
velocidade: quanto maior a força aplicada pelos freios, menor o tempo necessário
para freá-lo e vice-versa.
A relação existente entre a variação da quantidade de movimento de um objeto num certo intervalo de tempo e a força é denominada de lei fundamental dos movimentos (TOSCANO, 2012, p. 45).
Uma mesma força aplicada a objetos com diferentes massas provoca
variações distintas de velocidades, ainda que o intervalo de tempo seja o mesmo.
Por exemplo, quando empurramos um carrinho de supermercado, aplicando
sobre ele uma determinada força, variamos mais sua velocidade quando ele está
vazio do que quando está cheio.
Do mesmo modo, uma composição de trem, por ter uma massa muito
maior, precisa de um motor muito mais potente para ser colocada em movimento
do que um carro.
Sabemos que é preciso um esforço maior para mover um sofá do que uma
cadeira, então é razoável pensar que as relações de causa e efeito estejam
relacionadas à dificuldade em alterar o estado de movimento do objeto, ou seja,
tirá-lo do seu estado de inércia. Aplicando a mesma força em objetos distintos,
verifica-se que a aceleração observada é inversamente proporcional a massa
deles. Ou seja, quanto maior for a massa do objeto, menor será a aceleração
adquirida. Existe, portanto, uma relação entre a força aplicada a um corpo, a sua
massa e a aceleração. Essa relação constitua a:
A segunda lei estabelece que:
“A força é igual o produto da massa pela aceleração”
Conclui-se que a primeira lei define os movimentos livres, descreve o que
ocorre com um corpo quando não há forças exercidas sobre ele, ou melhor,
quando a resultante das forças exercidas sobre ele é nula. Já a segunda lei
permite descrever o que ocorre quando a força resultante não é nula, ou seja,
quando permanece uma componente da força resultante, que neste caso é
denominado de aceleração.
A unidade do SI que exprime a força é Newton (N), veja alguns exemplos:
A força necessária para levantar um sabonete é de 1 N.
A força necessária para levantar um pacote de 5 kg de açúcar é de 10 N.
A força de aceleração exercida pelo motor de um carro é de 7000 N.
A força média exercida pelos freios de um carro é de 10000 N.
A atração gravitacional da Terra sobre uma moeda de 50 centavos é de
0,03 N.
3ª Lei de Newton ou Lei da Ação e Reação
Enquanto as duas primeiras leis de Newton relacionam força e movimento,
a terceira lei refere à interação entre dois corpos quando mediada por forças,
onde as forças são sempre produzidas aos pares, a partir da interação entre dois
corpos.
Analisam-se alguns exemplos:
Ao abrir a porta da geladeira um ovo cai no chão, no momento do contato,
o ovo aplica sobre o chão uma força vertical para baixo e o chão aplica sobre o
ovo uma força vertical para cima, de mesma intensidade. Assim essa força faz
com que o ovo quebre.
Ao fazer uma ultrapassagem perigosa numa estrada um carro colidiu de
frente (na mesma direção e sentidos opostos) com um caminhão. Durante a
interação entre o carro e o caminhão, uma força de mesma intensidade atua
sobre cada um ele, o que não significa que o resultado da batida (o amasso da
lataria) seja o mesmo para ambos. Sabemos que o efeito causado será diferente,
uma vez que a massa e a rigidez da lataria do caminhão e o carro são diferentes.
O boxe é um esporte polêmico que já consagrou grandes campeões.
Quando um soco é desferido, qual dos lutadores recebe a força de maior
intensidade, o que bateu ou o outro que foi atingido pelo golpe? Acredite as forças
trocadas entre os dois tem a mesma intensidade, porém, o soco aplicado no rosto
do lutador é muito mais traumático do que a reação, de mesma intensidade,
aplicada na luva macia do outro. Conclui-se então que, as forças têm a mesma
intensidade, mesma direção e sentidos opostos. Que resulta na terceira lei de
Newton
A terceira lei estabelece que:
“A toda força de ação corresponde uma reação, de modo que essas forças têm
sempre a mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos, estando
aplicados em corpos diferentes”.
Saiba mais!
Ao remar um barco, uma pessoa põe em prática a lei da Ação e Reação, o
remo age na água, empurrando-o com uma força, e por sua vez, reage o remo,
empurrando-o em sentido oposto com uma força. Importante: a ação está
aplicada na água, enquanto a reação está aplicada no remo.
Ao caminhar, uma pessoa age no chão, empurrando-o para trás. Este
reage na pessoa empurrando-a para frente. Nesse caso, a ação está aplicada no
solo, enquanto a reação está aplicada na pessoa.
Quando um jogador de tênis bate com a raquete na bolinha, a força da
raquete sobre a bolinha e a força da bolinha sobre a raquete têm a mesma
intensidade, mesma direção e sentidos opostos.
Para escapar, a força de um foguete empurra o gás e a força do gás
empurra o foguete.
Mas afinal o que aparece primeiro a ação ou a reação?
Por se tratar de uma interação, as forças de ação e reação aparecem e
desaparecem instantaneamente, isto é, ao mesmo tempo. Elas são frutos de um
mesmo processo.
Atividades referentes à 1ª Lei:
1. Em espetáculos circenses, o mágico consegue puxar rapidamente a toalha da
mesa arrumada para a refeição, sem derrubar os pratos e os talheres. Como
explicar isso pela primeira lei de Newton?
2. Explique: Por que algumas vezes a inércia é associada à preguiça?
3. Nas grandes cidades, é comum passageiros impacientes que saltam do ônibus
quando ele ainda está em movimento. Por que, isso pode ser perigoso segundo a
lei da inércia?
4. Debate com os colegas a questão:
Não é novidade que o medo da violência tornou no Brasil um recordista em
blindagem automotiva. Carros blindados, no entanto, não oferecem apenas
vantagens. A condução desses carros deve levar em consideração o aumento da
massa, principalmente ao uso de vidros mais espessos. Depois da blindagem, um
carro pode ganhar até 200 kg de massa, que acarretarão mudanças na frenagem.
A quais mudanças na frenagem o texto se refere?
Explique do ponto de vista da primeira lei de Newton.
Atividades referentes à 2ª Lei:
1. Analise a situação e responda:
Em nossas experiências cotidianas, podemos perceber a relação entre
força, massa e aceleração quando tentamos movimentar objetos. Se uma criança
e um adulto, cada um sobre um skate, forem empurrados com forças de mesma
intensidade e de mesma direção. Explique: O que acontecerá com a criança e o
adulto?
2. Considere um caminhão mantendo a mesma velocidade e o mesmo sistema de
freios ao percorrer o mesmo trecho da estrada. Em que condições ele percorre
uma distância maior durante a freagem?
Carregado ou descarregado?
3. Faça uma pesquisa:
Massa e peso tem o mesmo significado?
Para que serve a balança e o dinamômetro?
Há diferença entre a balança e o dinamômetro? Se houver explique:
Afinal, as balanças são medidoras de peso ou massa?
Por que os carros tiveram sua massa reduzida ao longo do tempo?
4. Texto e interpretação:
Carro enguiçado e a Lei Fundamental dos Movimentos
Extraído do livro Física e Realidade, Toscano C.,p.55.
Atividades referentes à 3ª Lei:
1. Explique: por que não podemos tocar numa pessoa ser sermos tocados?
2. Em um dia chuvoso e de muito frio, um motorista tentar ligar seu carro e
percebeu que a bateria não funcionava. Para tentar resolver o problema,
permaneceu sentado confortavelmente e empurrou o painel de controle para
frente.
Você acha que o carro se movimentou? Justifique:
O motorista salta do carro e começa a empurrá-lo. Ele o empurra com as
mãos, o carro empurra o motorista de volta com uma força de mesma
intensidade e assim não adquire aceleração, permanecendo no mesmo
lugar. Justifique isso é verdadeiro ou falso?
3. Realize uma pesquisa bibliográfica sobre Isaac Newton
ATIVIDADES PRÁTICAS:
Atividade 1:
Esta atividade refere a primeira Lei de Newton onde afirma que “Todo
corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha
reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas
sobre ele”.
Material: um copo, uma carta de baralho e uma moeda de um real.
Procedimento:
Coloque a carta de baralho sobre a boca do copo e uma moeda sobre a
carta. Com uma mão segure o copo, com a outra dê um “piparote” com os dedos
na carta para fora da boca do copo, assim, enquanto a carta desloca com grande
rapidez, a moeda fica praticamente em repouso e cai dentro do copo.
Questões para discussão:
Explique o que acontece de acordo com a primeira lei de Newton.
Atividade 2:
Esta atividade refere se a segunda Lei de Newton onde explica que
aplicando “a mesma força em objetos distintos, verifica-se que a aceleração
observada é inversamente proporcional a massa deles. Ou seja, quanto maior for
a massa do objeto, menor será a aceleração adquirida.
Material:
Plano de madeira com roldana, um carrinho e três blocos de madeira com
diferentes massas.
Procedimento:
Primeiramente será confeccionado um sistema que consiste num plano de
madeira com anteparo em um de seus lados, no anteparo será feito um furo por
onde passará o fio que segura o carrinho (que está do lado oposto do anteparo).
Nesse anteparo terá a roldana que passa o fio por onde o objeto será pendurado.
Iniciando a experimento: Apoie o carrinho para não movimentar, pendure
um bloco de pequena massa ao fio, em seguida solte o carrinho.
Repita o experimento: Apoie o carrinho para não movimentar, pendure um
bloco de média massa ao fio, em seguida solte o carrinho.
Repita novamente o experimento: Apoie o carrinho para não movimentar,
pendure um bloco de grande massa ao fio, em seguida solte o carrinho.
Questões para discussão:
Após a realização do experimento a professora fará o questionamento:
- Sabe-se que todo objeto é puxado pela força da gravidade ou força peso,
como podemos observar nesse momento, pergunta-se:
- Quais relações podem estabelecer entre a massa, a força e a
aceleração?
Atividade 3:
Esta atividade refere se a terceira Lei de Newton onde afirma que “A toda
força de ação corresponde uma reação, de modo que essas forças têm sempre a
mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos, estando aplicados em
corpos diferentes”.
Material:
Um carrinho de brinquedo, um caninho grosso, fita adesiva e uma bexiga.
Procedimento:
Fixe no carrinho de brinquedo um caninho isolado numa bexiga. Pela outra
entrada do caninho encha a bexiga, segure a boca do caninho para o ar não
escapar, coloque o carrinho em uma superfície plana em seguida solte-o e
observe.
Questões para discussão:
Após realização do experimento elabore uma explicação para esse
movimento com base nas Leis de Newton.
BLOCO 1:
Aprofundando os conhecimentos quanto:
O USO DO CINTO DE SEGURANÇA E A IMPORTÂNCIA DA DIREÇÃO
DEFENSIVA MEDIANTE AS LEIS DE TRÂNSITO
Introdução:
Destaca-se que com o avanço da economia brasileira, as estatísticas
demonstram que muito aumentou a quantidades de veículos que circulam pelas
ruas, assim, avenidas e ruas crescem abundantemente; acarretando um agravo
nas condições de vias de trânsito, de modo que a manutenção não acompanha o
crescimento do número de veículos. Com essa forte cultura automobilística na
qual estamos inseridos, o veículo passa ser um bem indispensável, muitas
pessoas tem condições de comprar seu veículo, principalmente agora com a
redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos.
Em desacordo com as leis de trânsito, há muita irresponsabilidade por
parte de muitos condutores de veículos, alguns motoristas dirigem embriagados
e/ou em alta velocidade, outros deixam indivíduos menores dirigirem, outros falam
no celular enquanto dirigem, alguns não tem a permissão para dirigir (carteira de
habilitação) e não conhecem as regras da direção defensiva, com isso contribuem
muito para o aumento do número de acidentes, onde muitos perdem a vida,
outros sobrevivem mais se tornam inválidos.
Direção Defensiva é o ato de conduzir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas (erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de trânsito (DETRAN).
Outro caso de desobediência perante o Código de Trânsito Brasileiro é a
infração de dirigir sem o cinto de segurança que é um equipamento de uso
obrigatório (desde 23/09/97 – Lei 9503 – CONTRAN – Conselho Nacional de
Trânsito), portanto, indispensável, inclusive no banco traseiro. Para as crianças é
obrigatório o uso da cadeirinha ou o assento de elevação com o cinto. Porque o
cinto de segurança como o próprio nome diz, tem a finalidade de proteger os
ocupantes do veículo, assim, trás benefício para todos e muitas mortes pode ser
evitada.
O Condutor defensivo é aquele que adota um procedimento preventivo no trânsito, sempre com cautela e civilidade. O motorista defensivo não dirige apenas, pois está sempre pensando em segurança, pensando sempre em prevenir acidentes. Independente dos fatores externos e das condições adversas que possam estar presentes. O Condutor defensivo é aquele que tem uma postura pacífica, consciência pessoal e de coletividade, tem humildade e autocrítica. (DETRAN)
Vale lembrar que outro equipamento suplementar de segurança passiva é
o air bag que localiza na parte frontal de todos os novos veículos saídos das
fábricas, que tornou obrigatório desde 2009.
Fisicamente, a lei da inércia também explica porque as pessoas se ferem
nos acidentes automobilísticos. Se a velocidade de um veículo é interrompida
bruscamente, por causa de uma colisão, o carro para, porém o passageiro
continua em movimento até ser parado pelo para-brisa ou outras partes do
automóvel. Para dinamizar esses efeitos, alguns itens de segurança são
importantes, como o cinto de segurança tanto para o adulto como para as
crianças nas cadeirinhas.
O texto abaixo foi publicado na Revista Veja – especial – edição 2245, em
30/11/2011, nas páginas 144 a 146.
O paradoxo do cinto de segurança
Nenhum invento moderno salvou mais vidas do que ele - e, no entanto, poucos
dispositivos provocaram tanta irresponsabilidade do ser humano.
A preocupação com a segurança dos ocupantes de veículos nasceu antes
mesmo de eles terem motor. No início do século XX, o francês Gustave-Désiré
Leveau notou que em algumas carroças de tração animal as pessoas eram
arremessadas para fora em caso de queda do cavalo. A constatação de que um
aumento na velocidade produzia crescimento igual de acidentes fez Leveau criar
os chamados "suspensórios de segurança". Não funcionaram como se imaginava.
Depois deles, veio o cinto preso apenas na barriga - e o resultado foram graves
ferimentos abdominais nas batidas muito fortes. Brotou então a ideia de por as
faixas diagonalmente - e em testes de laboratório dava-se o horror de cabeças
decapitadas em bonecos de plástico.
Tudo mudou definitivamente quando, em 1959, a Volvo sueca pediu a um
engenheiro de 38 anos, Nils Bohlin, que trabalhava com cadeiras ejetáveis de
jatos, que aplicasse seus conhecimentos aos carros. Sua criação - o cinto de três
pontos, este que usamos hoje, preso ao peito e aos quadris simultaneamente --
teve a força de uma revolução comportamental e econômica, ao reformular todos
os cálculos do seguro de vida em acidentes de automóvel. "Os pilotos com os
quais trabalhei na indústria aeronáutica estavam dispostos a usar qualquer coisa
para ter mais segurança", disse Bohlin em 2002, poucos meses antes de morrer.
"Mas as pessoas comuns, dentro do carro, nunca aceitaram ficar desconfortáveis
um minuto sequer." Demorou, portanto, para que os governos tornassem o cinto
obrigatório - apenas nos anos 1970, em países como Estados Unidos, Japão e
Austrália. No Brasil, ele virou lei, com multa pesada, em 1997, com o Novo
Código de Transito, embora desde 1985 já fosse recomendado o uso.
As estatísticas são espetaculares, e demonstram a eficácia do cinto de três
pontos. O mais longo estudo feito a respeito de seu funcionamento, por
pesquisadores noruegueses, indica que os condutores com cinto têm
probabilidade 50% menor de morrer num acidente; os passageiros do banco
dianteiro, 45%; e os do banco traseiro, 25%. O risco de ferimentos graves
também tem reduções consideráveis, de 45% para os condutores e os
passageiros do banco da frente e de 25% para os de trás. "O cinto é essencial.
Ainda não se descobriu nada que o substitua, nem o airbag, que é um
complemento dele", diz o engenheiro e consultor em segurança veicular Lino
Belli Jr. Os americanos Stephen Dubner e Steven Levitt, autores do best-seller
Freakonomics, fizeram um cálculo, ao comparar as duas modalidades de
segurança: salvar uma vida com cinto custa 30 000 dólares; com airbag, o valor
chega a 1,8 milhão de dólares, levando-se em conta o tempo de desenvolvimento
dos produtos e seu custo de instalação.
Louve-se, portanto, o cinto, uma peça simples capaz de reinventar o
cotidiano. Durante a primeira metade do século XX, o conceito de segurança em
quatro rodas inexistia. O automóvel era escolhido pela "beleza, força do motor e
status", diz o engenheiro Marcus Romaro, especialista em riscos veiculares.
A introdução do conceito de segurança na indústria automotiva só começou em
meados da década de 60, com a pressão do americano Ralph Nader, ativista e
defensor dos direitos do consumidor, depois que a Volvo de Nils Bohlin conseguiu
a patente do cinto de três pontos.
O problema, na contramão de tudo o que se escreveu até aqui nestas
páginas: o sentimento de maior segurança nos tenta a ser mais imprudentes. Não
há estatística precisa, mas o cinto que salva vidas também as tira, porque os
motoristas acham que podem correr mais. Chama-se a essa postura, amplamente
investigada pela psicologia, de compensação de risco. "Antes de estourarmos o
champanhe, merecido, pela existência do cinto de três pontos, devemos
considerar que alguns motoristas provocaram desastres justamente porque
usavam esse dispositivo de proteção", escreve William Ecenbarger na revista
Smithsonian. Segundo ele, os seres humanos têm tolerância natural para o risco.
Some-se a isso uma espetacular inovação, realmente protetora, e o resultado
pode ser péssimo.
O fenômeno não se restringe as ruas e estradas -- está presente em todo
lugar. Estudos sugerem que trabalhadores que usam cinto de apoio para as
costas tendem a levantar cargas mais pesadas e que crianças que usam
equipamento esportivo de proteção no futebol se arriscam em entradas mais
duras.
Fonte: http://pt-br.facebook.com/SDPRESSConsultoria/posts/120799984700419
ATIVIDADES:
1. De acordo com o texto “O paradoxo do cinto de segurança” debatam o assunto
em equipe e registrem os seguintes questionamentos:
O que é mais seguro num veículo: o cinto de segurança ou o air bag? Por
quê?
Por que o cinto de três pontos é mais seguro do que o cinto preso apenas
na barriga ou preso diagonalmente?
Quais dados estatísticos podem ser utilizados para justificar o uso do cinto
de segurança pelos usuários dos veículos?
Cite a lei do Código Brasileiro de Trânsito que torna o cinto de segurança
obrigatório:
Que conceito físico podem estabelecer relações entre o uso do cinto de
segurança e a primeira lei de Newton ou Inércia?
Comente alguma situação real acontecida em relação ao cinto de
segurança?
2. Para complementação do assunto sobre a Lei da Inércia, será sugerido para
casa a realização da leitura do texto “Viajando em segurança na companhia de
Newton” e sua interpretação:
Extraído do livro Física e Realidade, Toscano C.,p.79.
Em sala será abordado os tópicos de maior relevância, em consonância
com a interpretação.
3. Outro texto complementar sugerido é: “Como o air bag salva vidas”
Extraído do livro Física Aula por Aula, Xavier & Benigno, p.171,
Vale ressaltar que a função verdadeira do uso do cinto segurança não é a
obrigatoriedade apenas para não levar multas, mas de alertar a população
(inclusive os alunos) a respeito da necessidade de se usar cinto de segurança
para proteger passageiros e condutores de possíveis colisões e assim, garantir a
proteção todos. O cinto usado de forma correta reduz drasticamente o risco de
morte no trânsito.
Para melhor compreensão desse assunto serão sugeridos pela professora
alguns vídeos do youtube que mostram muitos itens que podem evitar uma série
de acidentes, se tiver atenção a pequenos detalhes como: o uso do cinto de
segurança, o ajuste do banco, o ajuste dos espelhos, as distâncias entre os
carros, o uso dos faróis entre outros.
Nessa atividade os alunos podem formar equipes, se reunir na casa de um
amigo, assistir os vídeos, fazer uma análise reflexiva e redigir uma síntese
dos vídeos destacando a importância da direção defensiva.
A título de curiosidade:
De acordo com o anuário estatístico do DETRAN referente à frota de
veículos cadastrados no Paraná segundo o CIRETRAN, o município de Santa
Amélia cadastrou no ano de 2006 um número de 938 veículos, 995 em 2007,
1075 em 2008, 1183 em 2009 e 1270 no ano de 2010. Havendo em 2010 três
acidentes de trânsito registrados em 2010 sendo um com vítima fatal.
Não esqueça que:
A "Direção Defensiva" é indispensável no aperfeiçoamento de condutores. Trata-se de uma forma de praticar, no uso de seu veículo, uma maneira de dirigir mais segura, reduzindo a possibilidade de ser envolvido em acidentes de trânsito, apesar das condições adversas (DETRAN).
Por que praticar a direção defensiva?
Porque as pesquisas realizadas em todo o mundo, sobre acidentes de trânsito,
apresentaram a seguinte estatística. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
- Apenas 6 % dos acidentes de trânsito têm como causa os problemas da via;
- 30 % dos acidentes têm origem em problemas mecânicos;xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
- A maioria dos acidentes, (64%) têm como causa, problemas com o condutor.
ATIVIDADE PRÁTICA:
Os alunos juntamente com a professora farão uma visita até a Auto Escola
Martins, localizada na rua: Edelina M. Rando, nº 2076, na cidade de Bandeirantes
para assistir uma aula sobre direção defensiva com um instrutor profissional.
Em sala será feito um debate, do assunto em questão:
5. REFERÊNCIAS:
DOCCA, R. H.; GUALTER, J. B.; NEWTON. V. B. Livro de Física 1. São
Paulo: Saraiva, 2010.
GASPAR, A. Compreendendo a Física. São Paulo: Saraiva, 2011.
GONÇALVES, F. A.; TOSCANO, C. Física e Realidade. São Paulo:
Scipione, 2012.
KAZUITO, Y.; FUKE, L. P. Física para o Ensino Médio. São Paulo:
Saraiva, 2010.
MICHAELIS; Dicionário Moderno de Língua Portuguesa, Editora
Melhoramentos, 1998 – 2009.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Paraná - Física. Curitiba: SEED, 2008.
_______, Secretaria de Estado da Educação. Caderno de Expectativas
de Aprendizagem. Curitiba: SEED, 2012.
PAULI, R; MAUAD, F. C.; SIMÃO, C. Física Básica; mecânica. São Paulo:
EPU, 1979. 300 p.
PIETROCOLLA, M. e outros. Física em Contextos: pessoal, social e
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SANT‟ ANNA, B. e outros. Conexões com a Física. São Paulo: Moderna,
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XAVIER, C.; BENIGNO. B. Coleção Física aula por aula 1. Mecânica.
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SITES:
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