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Ficha de identificação da produção didático-pedagógica · haviam sobrado 250 kg de tijolos. Em vez de os levar à mão para baixo (o que seria uma asneira), decidi, num acesso

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Ficha de identificação da produção didático-pedagógica

Título Histórias em quadrinhos para entender física: uma proposta interativa e de criação.

Autor Deisi Vânia de Lima Horn

Disciplina/área (entrada no PDE)

Ciências

Escola de implementação do projeto e sua localização

E.E. Professora Hália Terezinha Gruba - EF (CAIC) Rua Coronel Camisao s/n°

Município da escola Ponta Grossa - Pr

Núcleo regional de educação

Ponta Grossa - Pr

Professor orientador Dra. Maysa de Lima Leite

Instituição de ensino superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Relação interdisciplinar

Língua portuguesa e Artes

Resumo Este material é um caderno pedagógico composto por duas sequências didáticas e duas oficinas de criação de histórias em quadrinhos, com atividades que buscam as interações interdisciplinares e a contextualização dos conteúdos de física da disciplina de ciências.

Acompanham cada unidade, orientações metodológicas direcionadas aos professores da rede estadual de educação do Paraná, possibilitando a replicação do trabalho, adequando-o à sua realidade.

Palavras-chave Física; histórias em quadrinhos; interdisciplinaridade.

Formato do material didático

Caderno pedagógico

Público alvo Alunos de 9° ano

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Apresentação

Este caderno pedagógico apresenta atividades diversificadas sobre a

utilização das histórias em quadrinhos como ferramenta para o ensino de física na

disciplina de ciências, especificamente para o 9º ano do ensino fundamental.

Percebe-se que os adolescentes são dispersivos e muitas vezes são relutantes ao

aprendizado de física, considerando os conteúdos difíceis e não vinculando-os à sua

vivência.

As histórias em quadrinhos e tirinhas podem ser pedagogicamente utilizados

para despertar o interesse e motivação dos estudantes, sendo também uma

ferramenta para a criação e, consequentemente, para a significação dos

conhecimentos, permitindo-lhes a formação de correlações com o saber prévio e o

uso deste conhecimento para a resolução de problemas cotidianos.

Este caderno é composto de 4 unidades didáticas, sendo 2 delas com

atividades sobre os conteúdos de física, utilizando as histórias em quadrinhos como

motivação e na resolução de problemas, e 2 com oficinas de produção das histórias

em quadrinhos, numa relação interdisciplinar com língua portuguesa e artes, além

do uso de ferramentas digitais.

A unidade I é composta por atividades relacionadas às propriedades da

matéria, com atividades experimentais, entremeadas de sugestões de uso das HQ’s.

A unidade II apresenta atividades referentes ao conteúdo das leis da dinâmica

e suas aplicações no cotidiano, através de atividades práticas, interpretação de

história em quadrinhos e de textos, bem como a criação de suas próprias HQ’s.

A unidade III demonstra a história em quadrinhos como uma linguagem, com

seus signos e estilos, incluindo várias atividade no decorrer da aplicação da oficina,

prevista para ocorrer em três períodos de 4 horas, em contraturno.

A unidade IV explicita a utilização de ferramentas computacionais para a

criação de histórias em quadrinhos utilizando o site Toondoo, sendo necessário

neste caso a utilização do laboratório de informática com acesso à internet.

Espero que este trabalho possa motivar e incentivar o estudante para a

alfabetização científica a partir de uma interação com a arte e criatividade, bem

como possa colaborar com a prática pedagógica de outros professores.

Mas na profissão, além de amar tem de saber. E o saber leva tempo para crescer.

Rubem Alves

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Material Didático

UNIDADE I

Conteúdo específico: Propriedades da matéria

Duração: 6h aula

Objetivos

1. Diferenciar massa e peso.

2. Compreender as propriedades da matéria.

Atividade 1

Orientação metodológica:

1. Apresentar a tirinha do Garfield e iniciar uma discussão acerca dos conceitos

sobre massa e peso, a diferença entre elas e a atuação da força da gravidade

na situação apresentada na tirinha.

©2008 Paws, Inc.All Rights reserved

Atividade 2

Prática de Tensão superficial

Dividir os alunos em grupos de 5 componentes

Materiais

-200 ml de detergente líquido neutro

-50 ml de glicerina líquida

-2 l de água

-bacia grande

-1,5 m de barbante grosso

-figura de peixe recortada em cartolina impermeabilizada com parafina ou plástico

firme.

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Procedimentos

1ª etapa

Orientar os alunos para que coloquem a água na bacia e com cuidado

depositem a figura de peixe sobre a água, numa das bordas da bacia.

Pedir que os alunos levantem hipóteses sobre o que acontecerá quando o

detergente for colocado no círculo recortado na figura do peixe, registrando-

as..

Pingar algumas gotas de detergente no círculo do meio da figura do peixe.

Orientar para que observem o que acontece com a figura do peixe e

registrem.

Retirar a figura da bacia.

2ª etapa

Com metade dos grupos, preparar a solução com a água, o detergente e a

glicerina, evitando a formação de espuma em demasia. Reservar por 10

minutos.

Com a outra metade, preparar a solução da mesma maneira, porém sem a

glicerina.

Pedir para que amarrem as pontas do barbante, formando uma

circunferência.

Num ambiente aberto, pedir aos alunos para que formem bolhas de sabão,

observando o que acontece, comparando com as bolhas dos colegas e

registrando.

Proceder à discussão sobre os resultados, tendo como base para consulta o livro

didático ou outras fontes de pesquisa.

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1. O que aconteceu com a figura do peixe na água após a adição do

detergente? A hipótese formulada se comprovou? Justifique.

2. Houve diferença entre as bolhas formuladas com cada solução? Se sim, qual

é a causa provável disso?

3. O que é tensão superficial?

4. Qual a função da glicerina na solução utilizada?

5. Como se formam as bolhas de sabão?

Atividade 3

Prática de densidade e solubilidade

Materiais

- Um recipiente de plástico vazio e com tampa (como os de maionese)

- 100 ml de óleo de cozinha;

- 100 ml de álcool 46º

- 100 ml de mel (ou xarope de milho)

- corantes alimentícios em cores contrastantes

- bolinhas de gude

- clipes de metal

- pedaços de cera de vela

- pedaços de cortiça (rolha)

Procedimentos

Despeje uns dois dedos de mel (ou xarope de milho) no fundo do vidro.

Separe um pouco de água e pingue nela algumas gotas de corante (para

diferenciar do álcool, que vai ser marcado com outra cor).

Incline o vidro e despeje cuidadosamente a água sobre o mel.

Observar que existem duas fases (camadas) de líquidos.

Faça o mesmo com o óleo. Não tem problema se surgirem algumas bolhas.

Pingue corante no álcool separadamente (para identificá-lo).

Despeje por último o álcool.

Temos então quatro camadas separadas, na ordem em que foram colocadas.

Tampe o recipiente e, com cuidado, inverta sua posição.

Acrescente ao recipiente as bolinhas de gude, depois os clipes, os pedaços

de cera e, por último, os pedaços de cortiça.

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Proceder à discussão sobre os resultados a partir das seguintes questões:

1. Por que se formaram camadas?

2. O que aconteceu quando o óleo foi colocado sobre a água?

3. Porque o óleo e a água não se misturam?

4. O que aconteceu com as substâncias após a inversão de posição do

recipiente? Por quê?

5. O que é a densidade? E solubilidade?

6. Faça uma comparação entre as densidades dos diversos materiais utilizados

no experimento.

Atividade adaptada de http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=937&sid=3

acessado em 20/10/2016

Atividade 4

Solicitar aos estudantes que construam uma tirinha, utilizando os conceitos

abordados nesta unidade.

Referências bibliográficas

DAVIS, Jim. Garfield está de dieta. Porto Alegre.L&PM Pocket, p. 116, 2005.

BATALHA, Elisa. Cada um na sua. Fiocruz. Disponível em

http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=937&sid=3 acessado

em 20/10/2016.

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UNIDADE II

Conteúdo específico: princípios da dinâmica.

Duração: 6h aula

Objetivos

-Conhecer os princípios da dinâmica e sua relação com as transformações de

energia.

-Perceber a importância de Isaac Newton para a compreensão das relações entre

massa, força e aceleração.

-Aplicar os conceitos sobre os princípios da dinâmica na construção de uma história

em quadrinhos ou tirinha relativa ao movimento dos corpos.

Atividade 1

1. Exibir o filme sobre Isaac Newton e dialogar sobre a importância dele para a

ciência. Isaac Newton - ilustrando história:

https://www.youtube.com/watch?v=agpTui0scXw acesso em 13/10/2016

2. Conceituar aos três princípios da dinâmica com o auxílio do livro didático e assistir

ao vídeo As três Leis de Newton (Draw my Newton):

https://www.youtube.com/watch?v=m-_kNw9CpUs acesso em 13/10/2016

Atividade 2

Realizar a atividade prática.

Trombada

Materiais

- um carrinho de aço com menor atrito possível.

- uma bolinha de gude

- um pedaço de massa de modelar

- um pedaço de papelão firme de 20cm x 30cm

- um lápis

- alguns livros

- fita adesiva

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Procedimentos

Solicitar que os alunos:

1. Empilhem os livros sobre uma mesa reta;

2. Apoiem o papelão sobre a pilha de livros, fixando-o com fita adesiva,

formando uma rampa de 30 cm;

3. Fixem o lápis a uma distância aproximada de 20 cm da base da rampa e

perpendicular a esta;

4. Montem um móbile com o carrinho, fixando a massa de modelar sobre ele e

depositando a bolinha de gude sobre a massa de modelar.

Figura 1: HORN, 2016.

5. Posicionem o móbile como na figura abaixo:

Figura 2: HORN, 2016.

6. Empurrem levemente o móbile, de maneira que ele desça a rampa.

7. Pedir que os alunos observem o que ocorre com a bolinha.

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Figura 3: HORN, 2016.

8. Contextualizar o experimento com situações comuns no trânsito, como ao andar

de ônibus quando, a partir de uma freada brusca, seu corpo é lançado para frente e

quando de uma arrancada brusca, seu corpo é arremessado para trás, levando-se

em conta que o estado de movimento ou repouso do ônibus é alterado, enquanto o

seu permanece inalterado até que uma outra força aja sobre você (por exemplo, a

do banco da frente). Discutir a importância do uso do cinto de segurança.

Sugestão: vídeo de crash test disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=HSXw9htntUc acessado em 02/12/2016.

Atividade adaptada do portal do professor. Disponível em

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1617 acessado em

09/05/2016.

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Atividade 3

Proceder a leitura do texto “O assentador de tijolos”. Indagar quais são as situações

em que podemos notar a aplicação dos princípios da dinâmica e os conceitos de

peso e massa.

O assentador de tijolos

Esta é explicação de um operário português, acidentado no trabalho, à sua seguradora, que teria estranhado

tantas fraturas num mesmo acidente… Há quem jure a pés juntos que é um caso verídico, e que a transcrição

abaixo foi obtida através de cópia documental do arquivo da dita seguradora…

(O caso foi julgado no Tribunal da Comarca de Cascais – Portugal.)

AO TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE CASCAIS

Exmos. Senhores

Em resposta ao seu gentil pedido de informações adicionais, esclareço:

No quesito 3 da comunicação do sinistro mencionei “tentava fazer o trabalho sozinho” como causa do

meu acidente. Na vossa carta V. Excas. pedem-me uma explicação mais pormenorizada, pelo que espero

que sejam suficientes os seguintes detalhes: Sou assentador de tijolos e, no dia do acidente, estava a

trabalhar sozinho no telhado de um prédio de 6 (seis) andares. Ao terminar o meu trabalho, verifiquei que

haviam sobrado 250 kg de tijolos. Em vez de os levar à mão para baixo (o que seria uma asneira), decidi, num

acesso de inteligência, colocá-los dentro de um barril, e, com a ajuda de uma roldana, a qual felizmente

estava fixada em um dos lados do edifício (mais precisamente no sexto andar), descê-lo até ao rés do chão.

Desci ao rés do chão e atei o barril com uma corda e subi para o sexto andar de onde puxei o dito cujo para

cima, colocando os tijolos no seu interior. Retornei em seguida para o rés do chão, desatei a corda e segurei-a

com força para que os tijolos (250 kg) descessem lentamente (denotar que no quesito 11 informei que meu

peso oscila em torno de 80 kg). Surpreendentemente porém, senti-me violentamente alçado do chão e,

perdendo a minha característica presença de espírito, esqueci-me de largar a corda. Acho desnecessário dizer

que fui içado do chão a grande velocidade. Nas proximidades do terceiro andar, dei de cara com o barril que

vinha a descer. Ficam pois explicadas as fraturas do crânio e das clavículas. Continuei a subir a uma

velocidade um pouco menor, e apenas parei quando os meus dedos ficaram entalados na roldana.

Felizmente, nesse momento já recuperara a minha presença de espírito e consegui, apesar das fortes dores,

agarrar a corda. Simultaneamente, no entanto, o barril com os tijolos caiu ao chão, e partiu o fundo. Sem os

tijolos, o barril pesava aproximadamente 25 kg (novamente refiro-me ao meu peso indicado no quesito 11).

Como podem imaginar comecei a cair vertiginosamente agarrado à corda, sendo que, próximo do terceiro

andar quem encontrei? O barril, que vinha a subir. Ficam pois explicadas as fraturas dos tornozelos, as

lacerações das pernas. Felizmente, a redução da velocidade da minha descida, veio minimizar o meu sofrimento quando cai

em cima dos tijolos em baixo, pois, felizmente só fraturei três vértebras. Lamento, no entanto, informar ainda que, ainda houve agravamento do sinistro, pois quando me

encontrava caído sobre os tijolos, incapacitado de me levantar, e vendo o barril acima de mim, perdi

novamente a minha decantada presença de espírito, e larguei a corda. O barril, que pesava mais do que a

corda, desceu e caiu em cima de mim, partindo-me as pernas. Espero ter fornecido as informações complementares, que me haviam sido solicitadas. Esclareço assim que este relatório foi escrito pela minha enfermeira, pois os meus dedos ainda

guardam a forma da roldana.

Disponível em https://laranjamecanica.wordpress.com/2007/07/26/a-famosa-historia-do-acentador-de-

tijolos-de-cascais/ acesso em 08/05/2016

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Atividade 4

Pedir que os alunos imaginem várias situações do cotidiano em que se percebe a

aplicação das Leis da dinâmica. Escolha uma delas para criar a sua história em

quadrinhos ou tirinhas.

Referências Bibliográficas

As três Leis de Newton (Draw my Newton). Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=m-_kNw9CpUs acesso em 13/10/2016.

Campanha de uso de cinto de segurança. Disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=HSXw9htntUc acesso em 02/12/2016.

Canto, Eduardo Leite do. Ciências naturais: aprendendo com o cotidiano. São

Paulo. Moderna, 2009.

Isaac Newton - ilustrando história. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=agpTui0scXw acesso em 13/10/2016.

O assentador de tijolos. Disponível em:

https://laranjamecanica.wordpress.com/2007/07/26/a-famosa-historia-do-acentador-

de-tijolos-de-cascais/ acesso em 08/05/2016.

Trombada. Disponível em:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1617 acesso em

09/05/2016

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Unidade 3

Oficina de criação de histórias em quadrinhos

Co-orientadora: Simone Prado

12 horas-aula

História em quadrinhos: uma linguagem verbal e não-verbal

O primeiro passo para criar uma história em quadrinhos é... a história. Aquilo

que você quer contar. Assim, é preciso pensar sobre o conteúdo e registrar as ideias

que você tem sobre o assunto.

O Roteiro

Para que o roteiro conte adequadamente uma história, ele necessita estar

fundamentado em conhecimento. Como nossa intenção é produzir tirinhas ou HQ’s

sobre o conteúdo de física que estudamos na disciplina de ciências, é essencial que

estes estejam completamente compreendidos.

Vão aqui algumas dicas de como escrever o roteiro:

· Compreender o assunto a ser abordado;

· Escrever tudo o que lhe vier à cabeça (brainstorming = tempestade de ideias).

Nem todas serão aproveitáveis, mas é uma boa maneira de começar;

· Organizar as ideias que conseguiu e fazer uma seleção daquelas que mais lhe

agradarem;

· Começar a imaginar a história e sequenciá-la numa linha de tempo que poderá

utilizar, isto é, fazer a diagramação da história.

A Diagramação da história

Quantos quadrinhos utilizar? Serão todos do mesmo tamanho? Quantos e

como serão os personagens? São algumas perguntas que você precisará decidir

nesta etapa.

Chegou então o momento de pensar nos elementos que você utilizará na sua

história em quadrinhos. Você irá construir seus personagens a partir de

características que ele terá: será medroso, triste, emburrado, etc.. Serão humanos,

animais, plantas, objetos? Se não humanos, provavelmente terão características

humanizadas para que você possa expressar o pensamento desses personagens.

Há muitas formas de desenhar um personagem, baseando-se no estilo de

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quadrinhos como por exemplo o mangá, chibi (baixinho em japonês), cartoon,

graphic novel, comic, etc.

Cada personagem precisa ter um aprofundamento psicológico para que se

consiga expressar toda a ideia por trás de cada fala e expressão. Muitas técnicas de

desenho são utilizadas para ilustrar os personagens, expressões e situações.

Também a postura que o personagem assume, a perspectiva, o requadro e seu

perfil são constituintes importantes no momento de expressar os sentimentos e

ações.

Atividade 1

Vamos identificar algumas expressões?

Figura 1: HORN, 2016.

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Figura 2: HORN, 2016.

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Os materiais utilizados ajudam a conseguir efeitos diferenciados, sendo o principal

deles o lápis para desenho.

Os lápis de desenho

Há uma variedade muito grande de lápis de desenho, cada um com uma utilidade,

desde alcançar tons diferentes de cinza até o de conseguir estabelecer texturas

diferenciadas. Os lápis comuns vendidos em papelarias (nº 2) são muito limitados

quanto a conseguir estes efeitos. Os lápis para desenho recebem uma

classificação conforme o tipo de lâmina interna e sua resistência. Os lápis de

classificação H produzem traços finos e possuem mina mais dura. Quanto maior o

número do lápis mais duro ele é. Os lápis HB são os usados normalmente para

escrever e facilmente encontrados em papelarias assim como o nº 2. Geram traços

mais grossos que os H. Já os lápis B produzem traços mais grossos, sendo

usados para esboços e permitem alcançar vários tons de cinza para

sombreamento e texturas, pois possuem minas mais macias. Quanto maior o

número, mais macio é o lápis.

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Outros materiais também influenciam no resultado do trabalho:

Figura 3: PARANÁ. Multimeios.

Vamos exercitar a etapa de criação de personagem?

Qual será o espaço e o tempo no qual se passará sua história? Que outros

elementos (objetos, plantas, rochas, etc) você incluirá na história? Vamos fazer uma

descrição:

Espaço (cenário) Tempo Elementos

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Nome do seu personagem Desenhe seu personagem

Características do personagem

A partir dos personagens e seguindo seu roteiro você irá desenvolver o texto

(diálogos e pensamentos) que incluirá na sua HQ. É importante observar que nas

HQ’s sempre se utiliza letras maiúsculas de imprensa e nunca letra cursiva. O ideal

é que o texto contenha o máximo de informação em pouco espaço. Quanto menor o

texto, mais fácil será colocá-lo dentro do quadrinho.

Cox, Michael et Goddard, Clive. Leonardo da Vinci e seu supercérebro. Companhia das Letras. São

Paulo, 2003. p. 166

Veja uma narrativa do quadrinho acima:

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Ideia de Leo

Leo estava com a Lisa num campo aberto no ano de 1506, observando uma de

suas invenções. Era uma maravilhosa máquina voadora em forma de parafuso,

com dez metros e feito de caniço (planta com caule em forma de cana), linho

engomado e arame. Era o primeiro teste e seus ajudantes estavam se preparando

para levantar voo.

Assim que Leo dá a ordem para iniciar o teste o protótipo levanta voo, porém ele

percebe que a estrutura da máquina gira como um todo, fazendo com que os

ajudantes passem mal e se lamentem sobre a “sorte” de trabalhar com Leo.

Enquanto isso Leo explica para uma assustada Lisa que o ideal seria que somente

o parafuso girasse e não todo o conjunto.

Agora você fará uma narrativa a partir da qual o quadrinho será construído.

Não esqueça do título.

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As HQ’s são uma linguagem que se utilizam basicamente de uma parte verbal

– as falas e as onomatopeias e de uma parte não-verbal – os balões, o cenário e o

desenho.

Cada balão é utilizado para determinada situação que se quer expressar:

Balões de fala comum

Balão de sussurro

Balão de pensamento

Balão de grito (normalmente associado a letras em negrito) ou de aparelhos

eletrônicos

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Balão de fala de mais de um personagem

Balão de medo

Balão de frio

Em alguns casos, como o de falas de vários personagens ao mesmo tempo,

pode-se excluir o uso de balões.

As onomatopeias são um recurso importante num quadrinho, pois expressam

muito utilizando pouco espaço, podendo substituir um texto ou utilizando todo o

quadrinho. Se a onomatopeia for um som feito pelo personagem ele será

representado dentro de um balão e se for do ambiente ele ficará fora do balão.

Exemplos: Tiro - BANG!, Soco - POW!, Beijo - CHUAC!, Trovão – CABRUM!;

Batendo na porta - TOC TOC!

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Goldsmith, Mike et Goddard, Clive. Os cientistas e seus experimentos de arromba. Companhia das

Letras. São Paulo, 2007. p. 66.

Agora é sua vez! A partir de sua narrativa, vamos montar uma tirinha utilizando seu

personagem principal e outros que você criar:

Você também pode criar uma história em quadrinhos a partir de uma poesia. Vamos

experimentar com este trecho do Canto VI da obra épica Os Lusíadas de Luís Vaz

de Camões?

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E vê primeiro, em cores variadas,

Do velho Caos a tão confusa face;

Vêm-se os quatro Elementos trasladados,

Em diversos ofícios ocupados.

Ali, sublime, o Fogo estava em cima,

Que em nenhuma matéria se sustinha;

Daqui as cousas vivas sempre anima,

Depois que Prometeu furtado o tinha.

Logo após ele, leve se sublima

O invisível Ar, que mais asinha

Tomou lugar e, nem por quente ou frio,

Algum deixa no mundo estar vazio.

disponível em www.nead.unama.br acesso em 28/11/2016

Referências Bibliográficas

CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Disponível em www.nead.unama.br acesso

em 28/11/2016

COX, Michael et GODDARD, Clive. Leonardo da Vinci e seu supercérebro.

Companhia das Letras. São Paulo, 2003. p. 166

GOLDSMITH, Mike et GODDARD, Clive. Os cientistas e seus experimentos de

arromba. Companhia das Letras. São Paulo, 2007. p. 66.

HENRIQUE, Davi Colares. Oficina de criação de personagens. Fansign. Belo

Horizonte, n. 2, p.66-68. 2009. Disponível em

https://drive.google.com/file/d/0B265vkz_aEDKV3FpSE9raU1EQzQ/view acessado

em 02/12/2016.

PARANÁ. Materiais para ilustração e mangá. Multimeios. Curitiba. Disponível em

http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=284

acessado em 21/10/2016.

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Orientações metodológicas:

Esta unidade foi construída levando-se em consideração a interdisciplinaridade e

sendo aconselhável a colaboração dos professores de língua portuguesa e artes.

Para o desenvolvimento das atividades, entremeadas com o conteúdo

explicativo, faz-se necessário a disponibilidade de materiais para que os

estudantes possam construir seus personagens e HQ’s.

Você pode pedir que os estudantes pesquisem diferentes elementos das

histórias nas revistas em quadrinhos que eles dispõem em casa ou na escola.

A poesia utilizada na atividade é de domínio público. Você pode escolher várias

outras poesias que possuam conteúdo científico, como por exemplo a letra da

música Rosa de Hiroshima de Vinícius de Moraes (bomba atômica) ou Xixi nas

estrelas de Paulo Leminski e Guilherme Arantes (astronáutica/ lixo espacial),

dependendo do assunto a ser abordado nas suas aulas.

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UNIDADE 4

Oficina: Utilizando o site Toondoo

8 horas-aula

O Toondoo é um site (http://www.toondoo.com/) que disponibiliza uma

plataforma online para criação de histórias em quadrinhos, que depois de prontos

podem ser postados em sites ou blogs. Ele possui um interface com cenários,

personagens variados e permite mudanças de cores, postura, e tamanho e

expressões dos personagens.

O primeiro passo para a utilização do Toondoo é o registro no site. Para isso

você precisa possuir um e-mail ativo. Se você não possui um e-mail, pode criar uma

conta do gmail ou yahoo, por exemplo. No registro do Toondoo você vai inserir um

nome de identificação, uma senha e seu e-mail e em seguida clicar em register.

Depois é só proceder com o login.

Para começar a criação do seu quadrinho, você vai clicar em create e em

seguida escolher o layout do quadrinho. São várias opções de diagramação, com no

máximo 4 quadrinhos. Se você quiser criar uma história com mais quadrinhos é só

criar um novo layout, utilizando os mesmos elementos escolhidos e, no momento de

postar, colocá-los em sequência, formando assim sua história completa.

Os recursos que aparecem na barra de menus, do lado esquerdo ou superior

da tela são muito variados:

Personagens (Characters)

490 opções de personagens masculinos, 281 opções de personagens femininos,

265 opções de crianças, 257 opções de animais, 54 opções de esportistas, 93

opções de personagens incomuns, 85 opções de famosos, entre outros.

Cenários (Backgrounds)

36 opções de cenários esportivos, 16 opções de ponto de referências, 51 opções de

ambiente exterior, 65 opções de ambiente interior, 118 paisagens, entre outros.

Objetos (Props)

87 opções de festas, 57 de comida, 25 árvores, 184 formas, 25 de esportes, etc.

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Balões (Texts)

Você pode montar seu balão ou utilizar as 14 opções de texto estrangeiro, além das

86 onomatopeias, as 146 opções de efeitos de texto ou 119 opções de alfabeto spl

(símbolos, língua de sinais, etc.).

Além destes recursos, há ainda o Brushmen (com logotipos, locais

especiais, entre outros), o Especial (com recursos referentes ao natal, à magia e ao

mangá) e os Cliparts.

Após você escolher o cenário você vai posicionar o mouse sobre ele,

pressionando o botão esquerdo, e arrastará até o quadrinho para inseri-lo. Se o

cenário for utilizado em todos os quadrinhos é só repetir o procedimento. Depois do

cenário escolhido, é hora de colocar os personagens no quadrinho, repetindo o

mesmo procedimento que foi utilizado com o cenário. Em seguida você vai

acrescentar os balões, as falas, as onomatopeias e outros recursos que se fizerem

necessários para sua história.

Para adequar os elementos que você utilizar, há várias ferramentas,

localizadas na parte inferior da tela:

Lock/Unlock - permitir ou não permitir edições

Shrnk - para diminuir

Enlarge - para aumentar

Clone- para duplicar

Flip - para inverter posição

Rotate - para rodar

To front - posicionar à frente

To back - posicionar atrás

Delete - apagar

Posture - modificar postura

Color - mudar cor

Emotion - mudar expressão

Prop - mudar objetos

DoodleR - editar imagens

Trairt - criar personagens

ImageR - utilizar imagens externas

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Agora, conhecendo um pouco dos recursos do Toondoo, você vai criar suas

histórias em quadrinhos, a partir dos conteúdos sobre física estudados nas aulas de

ciências. Após a conclusão da sua história em quadrinhos, você precisa salvá-la na

janela main menu. Atenção: se não realizar essa etapa você perde seu trabalho.

Após a digitação do título da sua história e da descrição do trabalho (opcional), você

clica em publish e ok. Sua história estará disponível na sua página my toondoo. Use

sua criatividade à vontade! Depois de pronto, seus quadrinhos podem ser postados,

enviados para um e-mail, impressos e até fazer parte de uma publicação da escola,

seja em papel ou no site.

Bom trabalho!

Referências bibliográficas

CARVALHO, Verônica. Toondoo Tutorial. Disponível em

http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/toondoo_tutorial.pdf

acesso em 21/10/2016.

TOONDOO. A maneira mais rápida do mundo para criar desenhos animados.

Disponível em http://www.toondoo.com/ acesso em 03/11/2016.

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Orientações metodológicas:

Esta unidade foi construída levando-se em consideração a necessidade de

acesso à internet e da lotação máxima do laboratório de informática. Se não for

possível levar todos os alunos da turma, a mesma pode ser dividida para que

todos os alunos tenham acesso, ou ainda que o material seja impresso e que os

estudantes realizem o trabalho em casa.

As histórias em quadrinhos podem ser construídas durante a oficina ou

previamente, durante a oficina da unidade 3 e/ou como conclusão das

sequências didáticas das unidades 1 e 2.

O ideal é que esta oficina seja realizada em contraturno, porém, caso se faça

necessário, o professor pode adequar ao tempo de sua própria aula,

possibilitando acesso ao material para os estudantes de escolas em que não

haja possibilidade de realização de atividades de contraturno.