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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A poluição causada pelo descarte inadequado do óleo comestível e as suas formas de
reaproveitamento
Autor Marcilene Barcelar do Nascimento
Escola de Atuação Colégio Estadual Olindamir Merlin Claudino - EFM
Município da escola Fazenda Rio Grande
Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Sul
Orientador Edmilson Cezar Paglia
Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná
Disciplina/Área Geografia
Produção Didático-pedagógica Caderno Temático Relação Interdisciplinar
Ciências e Química
Público Alvo
Professor, educandos e comunidade
Localização
Colégio Estadual Olindamir Merlin Claudino – EFM
Rua Guiana, nº 544, bairro: Nações 1, Fazenda Rio Grande - Paraná
Apresentação
Este caderno temático aborda temas que destacam a importância
da realização da reciclagem do óleo comestível e dos problemas
ambientais que podem ocorrer com a destinação inadequada do
mesmo. Contém textos interligados, mas que poderão ser
trabalhados de forma individual, que tratam dos problemas
ambientais causados pelo descarte inadequado dos óleos e
gorduras, da produção do sabão como alternativa viável de
reaproveitamento desse produto e também sobre as vantagens
ambientais da produção e uso do biodiesel a partir da reciclagem do
óleo de cozinha ou do plantio de oleaginosas para essa finalidade. A
produção deste caderno temático se fez necessária para subsidiar o
desenvolvimento do projeto de intervenção pedagógica, a partir de
textos que tratam desses assuntos de forma didática, facilitando a
compreensão do educando e favorecendo a melhoria do processo
de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave Óleo de cozinha; gorduras; sabão; reciclagem; biodiesel.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
CADERNO TEMÁTICO
AUTORA: MARCILENE BARCELAR DO NASCIMENTO
CURITIBA
2011
MARCILENE BARCELAR DO NASCIMENTO
A POLUIÇÃO CAUSADA PELO DESCARTE INADEQUADO DO ÓLEO
COMESTÍVEL E AS SUAS FORMAS DE REAPROVEITAMENTO
CURITIBA
2011
Material Didático-Pedagógico – Caderno
Temático apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE da
Secretaria de Estado de Educação do
Paraná – SEED.
Orientador: Edmilson Cezar Paglia.
APRESENTAÇÃO
Este caderno temático é elemento integrante do processo de Formação
Continuada de professores – PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional, do
Estado do Paraná. É composto por três unidades temáticas que abordam assuntos
referentes ao meio ambiente, sendo estes, respectivamente: Problemas ambientais
causados pelo descarte inadequado de óleo comestível usado; A reciclagem de
óleos e gorduras e a produção de sabão; O Biodiesel e o meio ambiente.
O presente caderno temático poderá ser utilizado por professores de
Geografia e Ciências do Ensino Fundamental e até mesmo por professor de
Química do Ensino Médio, com o objetivo de subsidiar o trabalho com os educandos
em sala de aula enriquecendo os conteúdos. De acordo com as Diretrizes
Curriculares de Geografia este tema faz parte do conteúdo estruturante: dimensão
socioambiental do espaço geográfico.
A relevância deste caderno temático será dada pelo fato de possibilitar aos
educandos, por meio de leituras e reflexões críticas uma compreensão a respeito
das alterações provocadas nos espaços onde os estudantes da escola vivem seu
dia-a-dia. É importante para o educando conhecer melhor a sua realidade para
poder atuar de forma mais consciente, bem como compreender que ações locais
podem provocar alterações ambientais regionais e até mesmo globais. Além disso,
os assuntos tratados nos textos que compõem esse caderno são ligados ao
cotidiano do educando e favorecem o entendimento dos problemas ambientais
causados pelo descarte inadequado de óleos e gorduras, como também de algumas
soluções viabilizadas pela transformação deste rejeito em produtos como o sabão e
o biodiesel.
SUMÁRIO
UNIDADE 1 ................................................................................................................. 4
1.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO DESCARTE INADEQUADO DO
ÓLEO COMESTÍVEL USADO ........................................................................................... 4
UNIDADE 2 ................................................................................................................. 7
2.2 A RECICLAGEM DE ÓLEOS E GORDURAS E A PRODUÇÃO DE SABÃO ........ 7
UNIDADE 3 ............................................................................................................... 11
3.1 O BIODIESEL E O MEIO AMBIENTE ...................................................................... 11
4 ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR ..................................... 15
5 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO ................................... 17
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 18
4
UNIDADE 1
1.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO DESCARTE INADEQUADO DO
ÓLEO COMESTÍVEL USADO
Atualmente o consumo de produtos que passam pelo processo de fritura é
grande, pois seu preparo é rápido e acentua o sabor dos alimentos, proporcionando
grande aceitabilidade pelas pessoas.
Estudos mostram que o óleo não deve ser utilizado infinitas vezes na fritura
de alimentos, pois o mesmo sofre processo de degradação, modificando seu sabor
original, perdendo suas vitaminas e tornando-se prejudicial à saúde, o que remete
ao descarte do produto.
O ritmo de vida acelerado, nos grandes centros urbanos, é uma das causas
da busca por alimentos semi-prontos, tais como: batatas fritas, empanados e outros,
na maioria das vezes, utilizam em seu processo de fabricação e preparo grande
quantidade de gorduras.
Os estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes, panificadoras,
etc. na maioria das vezes encontram dificuldades sobre o que fazer com óleos e
gorduras residuais, pois muitas vezes não existe nenhuma orientação ou
regulamentação por meio de uma legislação municipal que determine as formas de
descarte deste material e maioria das vezes os resíduos acabam nos bueiros.
Nas residências, estima-se que muitas donas de casa, sem saber o que
fazer, depositam óleos e gorduras residuais no solo, ou jogam no ralo da pia, no
vaso sanitário, dentre outros.
Ao lançar esse material no ambiente de maneira inadequada provoca sérios
danos ambientais, tais como:
na rede de esgoto, óleos e gorduras causam o entupimento do sistema,
retendo resíduos sólidos, piorando a situação. Esses por pressão podem
causar vazamentos no entorno do encanamento, provocando poluição do solo
e até mesmo podendo atingir o lençol freático, bem como, pode acabar
5
retornando à superfície. Além disso, problemas com mau cheiro e higiene
tornam-se comuns. Em locais, sem sistema de tratamento de esgoto, há
ligação do encanamento residencial à galeria de águas fluviais que
direcionam o escoamento aos rios, ocasionando grandes níveis de poluição.
Quando há sistema de coleta e tratamento de esgoto a presença de óleos e
gorduras na água encarece e dificulta o tratamento;
quando o óleo atinge corpos d’água, como rios, lagos e mares, forma-se uma
película na superfície devido a imiscibilidade e a menor densidade do óleo na
água. Essa camada de óleo dificulta a entrada de luz e oxigênio,
comprometendo a existência dos seres vivos que ali se encontram, podendo
ocasionar a morte dos mesmos, e por conseqüência favorecendo a
ocorrência de desequilíbrio ambiental. Segundo Pitta Júnior (2009, p. 5) o
óleo na superfície aquosa, e sob o sol, a temperatura aumenta, pode atingir
60º capaz de causar a morte de animais e vegetais microscópicos. A limpeza
ou recuperação das águas contaminadas por óleos e gorduras é possível,
mas necessita de grande investimento e o uso de substâncias tóxicas;
no solo, óleos e gorduras colaboram com a impermeabilização do mesmo,
dificultando a infiltração e favorecendo maior escoamento e até mesmo
aumentando o risco da ocorrência de enchentes. O depósito desse material
também provoca contaminação e prejuízos aos micro-organismos e plantas
que ali podem existir, dificultando o desenvolvimento destes. De acordo com
Muggler, Pinto Sobrinho e Machado (2006, p.736) o solo deve ser “entendido
como componente essencial do meio ambiente, essencial à vida, que deve
ser conservado e protegido da degradação.” e que o solo é um sistema ativo
e nele ocorrem interações entre seres vivos, de importância fundamental na
conservação da vida;
durante a decomposição do óleo, quando em contato com a água do mar, há
a geração, por meio de reações químicas, do gás metano um dos principais
gases causadores do efeito estufa, colaborando para aquecimento global.
Sabe-se que dentre os produtos descartados pela população de maneira em
geral o óleo representa uma pequena percentagem, mas é um dos elementos que
6
mais causam prejuízos ao meio ambiente. E quando lançados nos lixões, da mesma
forma podem contaminar solos e cursos de água.
Diante desses fatos é de extrema importância a realização de um trabalho
que possibilite às pessoas a perceberem que o meio ambiente é fruto de um
funcionamento interligado de seus diversos elementos e, assim sendo, a
interferência sobre algum deles estará afetando o todo. De acordo com as Diretrizes
Curriculares de Geografia (2008, p.61-62), os eventos locais relacionam com o
global, devido ao fato de que as particularidades dos lugares tornam-se visíveis e
únicos pela sua relação dialética com o universal ao qual estão atrelados.
7
UNIDADE 2
2.2 A RECICLAGEM DE ÓLEOS E GORDURAS E A PRODUÇÃO DE SABÃO
A poluição causada pelo descarte incorreto do óleo de cozinha e das
gorduras residuais é altamente prejudicial ao meio ambiente, um litro de óleo
contamina milhões de litros de água, danificando o habitat de muitos seres vivos.
Sendo assim há necessidade de que seja realizada uma sensibilização da
sociedade de maneira em geral, da importância em se preservar o meio ambiente
como um todo e evitar a sua degradação.
A reciclagem de resíduos é de extrema importância, pois diminui a extração
de recursos naturais e a utilização de novas matérias primas.
A reciclagem do óleo e das gorduras além de gerar produtos de grande
utilidade e com valor econômico, evita a contaminação das águas, do solo e
inclusive colabora para a diminuição da emissão do metano na atmosfera, gás que
contribui com o aumento do efeito estufa e em conseqüência do aquecimento global.
Desta forma é de suma importância que este resíduo seja visto não como
um problema, mas como um recurso de valor econômico, que pode ser
reaproveitado na geração de novos produtos.
Para Reis, Ellwanger e Fleck (2007, p.3) as principais formas de
aproveitamento do óleo são respectivamente: saponificação, com aproveitamento do
subproduto da reação: a glicerina, padronização para a composição de tintas (óleos
vegetais insaturados – secativos), produção de massa de vidraceiro, produção de
farinha básica para ração animal, queima em caldeira e produção de biodiesel.
A produção do sabão poderia ser organizada de duas formas:
A primeira através de campanha de coleta de óleos e gorduras em
condomínios, ou bairros com pontos de coleta. O material arrecadado poderá
ser encaminhado às associações de moradores ou outras entidades. Para
isso é preciso que todos colaborem e compreendam a importância do
processo. Esse trabalho poderá ser coordenado pelo órgão municipal,
8
contribuindo para a geração de renda de muitas famílias, ou direcionando o
material para as indústrias que fazem o recolhimento e processamento do
mesmo.
A segunda, para produção do sabão com o uso de óleo de cozinha usado e
gorduras residuais, pode ser realizada de forma artesanal, domiciliar. Os
óleos e as gorduras depois de serem exauridos e inutilizados para a produção
de alimentos devem ser armazenados, separadamente, em garrafas de
plástico. Gradativamente, na medida em que for acumulando, poderá ser
encaminhado para o descarte ou, se tiver quantidade suficiente para uma
receita de sabão, poderá ser utilizado na residência.
Para a produção do sabão de forma caseira com o uso de óleo de cozinha
usado (Vide foto 1) sugere-se a receita (cedida por uma moradora da zona rural do
município de Siqueira Campos, Paraná) abaixo:
Ingredientes:
7litros de óleo morno;
2 litros de água;
4 litros de álcool, ou etanol;
1 quilo de soda cáustica.
Preparo: em um recipiente plástico dissolver a soda cáustica na água. Em outro
recipiente mistura-se o óleo e o álcool mexendo devagar até formar uma nata na
superfície. Após coloca-se a solução que contém a soda diluída em água, aos
poucos, mexendo lentamente, no recipiente que contém o óleo misturado ao álcool.
Mexer até obter o ponto semelhante à gelatina. Em seguida colocar em um
recipiente para solidificar. Antes de usar, cortar o sabão e deixar secar por completo.
Para mexer deve-se usar uma espátula de madeira com cabo longo.
É importante que o óleo seja aquele que já foi usado, pois já sofreu as
alterações químicas necessárias para a produção do sabão.
9
Para a produção de sabão a partir de gorduras residuais (Vide foto 2),
geralmente obtidas com sobras de assados ou do cozimento de carnes, obteve-se a
seguinte receita (cedida por uma moradora do município de Fazenda Rio Grande):
Ingredientes:
6 litros de gordura de origem animal, previamente aquecida;
4 litros de álcool ou etanol;
4 litros de água fria;
1 quilo de soda cáustica.
Preparo: em um recipiente plástico, misturar a soda caustica e a água
mexendo com o auxílio de uma espátula de madeira com cabo longo, até dissolver
por completo. Em seguida, sempre mexendo, adicionar a gordura. Posteriormente
coloca-se o álcool aos poucos e vai mexendo. Atenção: a mistura deve ser
homogeneizada vagarosamente para que não haja produção de espuma, até obter o
ponto de fio ao levantar a espátula. Colocar em um recipiente e aguardar solidificar.
Cortar o sabão e deixar secar por completo, antes de usar. O sabão à medida que
vai secando torna-se cada vez mais firme e de coloração mais clara.
Deve-se tomar muito cuidado na manipulação da soda
cáustica, para tanto é importante utilizar alguns equipamentos de
segurança, tais como: luvas de borracha e máscara descartável.
Durante a mistura da soda cáustica na água há geração de calor e
o gás liberado é tóxico. O álcool ou etanol deve ser manipulado
longe do fogo. É recomendável que se realize a produção do sabão
em ambiente bem arejado.
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Ao adotar a medida de realizar a reciclagem do sabão em casa se obtém um
produto de alta qualidade, com baixo custo, gerando economia para a família.
Refletindo...
Você conhece alguém que produz sabão para reaproveitar óleos e
gorduras? O que você pensa sobre essa atitude? Comente sua opinião com
seus colegas e com o professor.
FOTO 1: Sabão produzido por óleo de cozinha usado.
FONTE: A autora (2011)
FOTO 2: Sabão produzido por gordura de origem animal.
FONTE: A autora (2011)
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UNIDADE 3
3.1 O BIODIESEL E O MEIO AMBIENTE
Atualmente há uma busca constante por fontes alternativas de energia
objetivando por uma redução do nível de dependência dos combustíveis de origem
fóssil.
O uso de combustíveis derivados do petróleo tem causado a emissão de
partículas na atmosfera, que além de prejudicar a qualidade do ar, lançam
componentes que colaboram com aumento do efeito estufa, contribuindo assim,
segundo especialistas, com o aquecimento global. Além disso, os acidentes que
causam derramamento de óleos e derivados do petróleo geram graves problemas
de contaminação nos locais onde ocorrem.
De acordo com Silva e Freitas (2006, p.843-844) no ano de 1900, o inventor
alemão Rudolph Diesel expôs em Paris um motor com um sistema novo de
funcionamento, denominado de “ciclo Diesel”. Este motor funcionava fazendo o uso
do óleo de amendoim. No início do século XX era utilizado óleo de diversas espécies
vegetais. Nesta época o alto custo da produção das sementes caracterizou uma
dificuldade para a utilização desta substância. Nesse período o petróleo era
abundante e o baixo preço para o refino ocasionou a substituição do uso dos óleos
vegetais pelo óleo refinado de petróleo, que então foi chamado de “óleo Diesel”.
Para Lima (2004, p.8) “o biodiesel é uma denominação genérica para
combustíveis e aditivos derivados de fontes renováveis, como dendê, babaçu, soja,
palma, mamona, entre outras.”
De acordo com Plá (2002, p. 180-181) o biodiesel é biodegradável, e se
depositado, acidentalmente, durante o transporte ou no reabastecimento dos
motores no meio ambiente, não é prejudicial aos seres vivos. A biodegradabilidade
colabora com a preservação da qualidade dos cursos de água que canalizam
aqueles vazamentos.
Para Lima (2004, p.4) o biodiesel pode diminuir em 78% as emissões de gás
carbônico, se comparado ao óleo diesel. Do mesmo modo reduzem em 90% as
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emissões de fumaça e praticamente elimina as emissões de óxido de enxofre. O
biodiesel pode ser utilizado em qualquer motor de ciclo diesel, com pouca ou
nenhuma necessidade de adequação.
O biodiesel é uma alternativa muito pesquisada atualmente, principalmente
por se tratar de uma fonte de energia renovável e inesgotável. Pode-se obter esse
produto através do processamento de sementes oleaginosas, bem como através do
reaproveitamento do óleo de cozinha usado para a produção desse combustível. O
uso deste último ainda colabora com uma possível solução para a correta
destinação desse recurso, que na natureza gera muitos impactos negativos ao
ambiente.
O uso do biodiesel representa vantagem significativa, pois além de
possibilitar uma redução do uso de derivados do petróleo, também colabora com a
melhoria da qualidade atmosférica, já que a emissão de poluentes com a combustão
deste combustível é muito menor. No Protocolo de Kyoto o Brasil se comprometeu
em reduzir as emissões de monóxido de carbono.
Segundo Paulillo et. al. (2007, p.552) os principais elementos para a
produção nacional do biodiesel são: soja, milho, girassol, amendoim, algodão,
canola, mamona, babaçu, palma (dendê) e macaúba, entre outras. Ainda pode ser
obtido a partir de óleos residuais e de gorduras de origem animal. Apesar de o Brasil
possuir ampla variedade de insumos agrícolas para a produção de óleos vegetais e,
por conseguinte, de biodiesel, muitas culturas ainda têm caráter extrativista, não
havendo lavouras comerciais que possibilitem avaliar seu verdadeiro potencial e
outras ainda são desenvolvidas com baixo índice de tecnologia, devido à falta de
interesse na pesquisa e desenvolvimento de variedades e de equipamentos para
mecanização.
13
Paulo Kurtz/ Embrapa
FIGURA 1: Plantação de canola.
FONTE: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2010/12/30/agricultura-publica-zoneamento-
agricola-de-canola-e-feijao-3a-safra
FIGURA 2: Cultivo de girassol.
FONTE: http://www.brasil.gov.br/inovacao/Cases/imagens-chamada/biodiesel
FIGURA 3: Soja
FONTE: http://www.brasil.gov.br/sobre/ciencia-e-tecnologia/inovacao
14
O principal subproduto do biodiesel é a glicerina, é um produto de valor
comercial, muito apreciada pela indústria de plásticos, cosméticos, fármacos e
explosivos.
No Brasil a produção ainda ocorre em pequena escala e com custos
elevados devido à tecnologia empregada. Neste país, uma legislação a partir do ano
de 2008, tornou compulsória a mistura de 2% do biocombustível no óleo diesel de
petróleo, aumentando a necessidade da produção desse produto. O maior produtor
e consumidor do biodiesel é a União Europeia, que na maioria das vezes a produção
é subsidiada pelo governo, reduzindo custos. Entre os maiores produtores mundiais
estão à Alemanha, Itália e França.
De acordo com Paulillo et. al. (2007, p.557) no Brasil, uma das maiores
vantagens competitivas no cultivo de vegetais para a produção de biodiesel, em
comparação a outros países se dá pelo fato de que este não concorre com áreas
para a produção de alimentos, além de possuir a capacidade de realizar diversos
cultivos em um mesmo ano.
Em Curitiba inicialmente foram realizados testes com biodiesel produzido a
partir de óleo usado em frituras no transporte coletivo. Os ônibus apresentaram
desempenho normal, com um breve cheiro de fritura lançado pelo escapamento. Foi
utilizada neste teste uma mistura de 20% de biodiesel no óleo diesel. Verificou-se
uma redução significativa da emissão de fumaça.
A partir do ano de dois mil e nove a cidade de Curitiba iniciou o uso do
biodiesel à base de soja, a uma percentagem de 100% em alguns ônibus do
transporte coletivo, com grande sucesso. Reduzindo ainda mais as emissões de
dióxido de carbono, melhorando a qualidade do ar.
Há incentivo por parte do governo de que sejam ampliadas as áreas de cultivo
para a produção de biodiesel, principalmente através da agricultura familiar. Essa
forma de manejo tem ocorrido em diversas regiões brasileiras. Busca-se com isso a
ampliação da produção para se aumentar o percentual do biodiesel adicionado ao
óleo diesel até o ano de dois mil e doze.
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4 ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR
Os textos contidos neste caderno podem ser trabalhados de diversas
formas, a critério do professor. Contém assuntos interligados, mas podem ser
utilizados de forma individual. Segue algumas sugestões para o uso dos mesmos:
O trabalho poderá ser iniciado através de uma conversa de sensibilização
com os educandos. Com o intuito de instigá-los pode ser levantado questionamentos
quanto aos tipos de poluição que conhecem, a fim de descobrir que conhecimentos
os estudantes possuem sobre e como proceder corretamente o descarte do óleo de
cozinha depois de usado. Após esta etapa, inicia-se a pesquisa realizada pelos
educandos, no laboratório de informática, sobre os impactos ambientais provocados
pelo descarte incorreto do óleo de cozinha e das gorduras residuais no meio
ambiente.
Os educandos deverão relatar no caderno as novas descobertas.
Organizados os educandos em grupos para fazer a leitura do texto deste caderno
temático: “Problemas ambientais causados pelo descarte inadequado do óleo
comestível usado”, destacarão os pontos mais importantes encontrados na pesquisa
e no texto recebido. Após apresentarão ao coletivo as suas conclusões.
O professor durante o processo deve agir como mediador, provocando a
curiosidade dos educandos. Sendo assim convida os educandos para o
desenvolvimento de uma pesquisa coletiva com o objetivo de descobrir como é
realizado o descarte dos óleos e gorduras pela comunidade escolar. Posteriormente,
os educandos deverão de forma coletiva, orientados pelo professor, elaborar o
questionário de pesquisa para ser aplicada aos educandos de outras turmas. Com
este, espera-se diagnosticar a situação do destino do óleo de cozinha e das
gorduras residuais pela comunidade escolar. A tabulação e análise dos dados
obtidos serão realizadas em conjunto com os educandos, com o preenchimento de
um quadro para reunir as informações encontradas nas respostas do questionário.
Depois do diagnóstico levantado pela pesquisa, os educandos realizarão
pesquisa no laboratório de informática para descobrir como e quais produtos podem
ser produzidos por meio da reciclagem dos óleos e gorduras. Após esta pesquisa
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realizada, os educandos, organizados em equipes receberão outros dois textos que
compõem o caderno temático: “A reciclagem de óleos e gorduras e a produção de
sabão” e “O biodiesel e o meio ambiente”, que tratam das formas de
reaproveitamento dos óleos e gorduras, que deverão ser analisados e confrontados
com o material adquirido na última pesquisa. Os mesmos devem discutir
primeiramente no grupo e depois apresentar à turma os pontos mais importantes
encontrados no texto recebido e na pesquisa.
Na busca por soluções para a questão relacionada ao destino correto dos
óleos e gorduras, poderá ser proposto aos educandos a produção do sabão. Para a
produção deste, haverá a necessidade de realizar uma campanha de arrecadação
de óleo nas turmas envolvidas, que poderão anexar amigos, vizinhos e parentes
como colaboradores. Com o óleo arrecadado, professores, funcionários da escola e
os pais dos educandos poderão ser convidados a colaborar, junto com os
estudantes, na etapa de produção de sabão.
Outros assuntos relacionados ao meio ambiente também poderão ser
trabalhados em sala de aula, tais como:
Problemas ambientais causados pelo sabão;
Aquecimento global;
A reciclagem dos resíduos domésticos;
A sustentabilidade é possível?
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5 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
Espera-se que essa Produção Didático-Pedagógica possa colaborar com
mudanças na prática de sala de aula, por meio da problematização, aproximando
mais os conteúdos a realidade do educando bem como levar o mesmo a pesquisar
mais para desenvolver as atividades.
O professor deverá avaliar o interesse e a participação efetiva do educando
durante as etapas do trabalho. Verificar o desempenho individual e coletivo na busca
pelo conhecimento. Na apresentação dos conteúdos pelos quais foram realizadas as
leituras e pesquisas deverá observar as mudanças nos conteúdos das falas dos
educandos averiguando a evolução do processo de busca por uma maior
consciência ambiental.
18
REFERÊNCIAS
LIMA, P. C. R. O biodiesel e a inclusão social. Consultoria Legislativa. Brasília. 2004. Disponível em: < http://apache.camara.gov.br/portal/arquivos/Camara/internet/publicacoes/estnottec/pdf/2004_676_Estudo.pdf>. Acesso em: 29/03/2011.
MUGGLER, C.,C.; PINTO SOBRINHO, F. A. P.; MACHADO, V., A. Educação em solos: princípios, teoria e métodos. Revista Brasileira de Ciência do Solo. V.30. n. 4, p.733-740. Ago 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v30n4/14.pdf> Acesso em 17/03/2011.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia. Curitiba: SEED, 2008. Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/goegrafia.pdf> Acesso em: 25/08/2010.
PAULILLO, L.F. et. Al. Álcool combustível e biodiesel no Brasil: quo vadis?. RER, Rio de Janeiro, v. 45, n. 03, p. 531-565, jul/set 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/resr/v45n3/a01v45n3.pdf>. Aceso em: 29/03/2011.
PITTA JÚNIOR, O. S. R. et al. Reciclagem do Óleo de Cozinha Usado: uma Contribuição para Aumentar a Produtividade do Processo. 2009. 10f. International Workshop Advances in Cleaner Production Key Elements for a Sustainable World: Energy, Water and Climate Change. São Paulo: 20-22 de Maio de 2009. Disponível em: < http://www.advancesincleanerproduction.net/second/files/sessoes/4b/2/M.%20S.%20Nogueira%20-%20Resumo%20Exp.pdf> Acesso em: 16 de agosto de 2010.
PLÁ, J. A. Perspectivas do biodiesel no Brasil. Indic Econ, FEE, Porto Alegre, v. 30, n. 2, p, 179-190, set 2002. Disponível em: <http://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/view/1396/1758>. Acesso em 29/03/2002.
REIS, M. F. P.; ELLWANGER, R. M.; FLECK, E. Destinação de óleos de fritura.
2007. Disponível em: <http://www.facabiodiesel.com.br/biodiesel/documentos/DESTINACAO-DE-OLEOS-DE-FRITURA.pdf> Acesso em: 07/02/2011.
19
SILVA, P. R. F. ; FREITAS, T. F. S. Biodiesel: o ônus e o bônus de produzir combustível. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.3,P.843-851, mai/jun 2008.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cr/v38n3/a44v38n3.pdf>. Acesso em: 29/03/2011.