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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃOPRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2012

Título: Um olhar sobre a história recente de Porto Barreiro: reflexões sobre História, Memória e Identidade.

Autor Tereza Maria de Oliveira

Disciplina/Área (ingresso no PDE) História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Gabriela Mistral – Ensino Fundamental e Médio

Município da escola Porto Barreiro

Núcleo Regional de Educação Laranjeiras do Sul

Professor Orientador Profa Dra Silvia Gomes Bento de Mello

Instituição de Ensino Superior Universidade do Centro-Oeste – UNICENTRO

Relação Interdisciplinar

Resumo O desenvolvimento desse projeto visa o estudo e reflexão acerca da Memória, História e Identidade do povo de Porto Barreiro, que nos últimos 40 anos foi fortemente influenciado pela presença de imigrantes, principalmente de gaúchos. O objetivo principal é auxiliar os alunos no conhecimento e compreensão da história local. Desenvolver o sentimento de identificação e pertença, induzindo-os à reflexão de que a história não acontece somente nas grandes cidades, feita por pessoas ilustres que ocupam grandes cargos políticos ou econômicos e por aqueles que causam as guerras, mas está também, acontecendo no cotidiano de todas as pessoas, inclusive no nosso. Para que os objetivos sejam alcançados, este trabalho está organizado em duas partes: a primeira, composta por subsídios teóricos que fundamentarão o tema; a segunda, contempla sugestões metodológicas sobre a temática, reflexões acerca da Memória, História e Identidade, através de textos, vídeos, exposição da vivência de dois imigrantes gaúchos, discussões, produção de textos e cartazes; análise de fotografias e objetos usados pelos imigrantes; organização de exposição dos trabalhos para a visitação de alunos, professores e funcionários e toda a comunidade escolar.

Palavras-chave História, Memória, Identidade, imigrantes gaúchos.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 9o ano - Ensino Fundamental

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Professor PDE: Tereza Maria de Oliveira

Área/Disciplina PDE: História

NRE: Laranjeiras do Sul

Professor Orientador IES: Profª. Drª. Silvia Gomes Bento de Mello

IES vinculada: Universidade do Centro Oeste - UNICENTRO

Escola de atuação: Colégio Estadual Gabriela Mistral – Ensino Fundamental e Médio.

Público objeto da intervenção: Alunos do 9º ano - Ensino Fundamental.

1.1 TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE: História recente de Porto Barreiro.

1.2 TÍTULO: Um olhar sobre a História recente de Porto Barreiro: reflexões sobre

História, Memória e Identidade.

2. APRESENTAÇÃO

"Quem não conhece o passado,

viverá como uma eterna criança

" Quem sou eu sem meu passado?

Sou apenas um mero indigente perambulando

pelas esquinas da História com os olhos fechados"

(Autor desconhecido)

A presente unidade foi desenvolvida para ser utilizada com alunos do 9º ano, do

Ensino Fundamental, da Escola Estadual Gabriela Mistral, de Porto Barreiro, NRE –

Laranjeiras do Sul-Pr. E foi elaborada para ser trabalhada como Proposta de Intervenção

Pedagógica na Escola, como parte integrante do Programa de Desenvolvimento

Educacional - PDE, da Secretaria de Estado da Educação.

A elaboração da presente proposta foi motivada, majoritariamente, por duas

questões. Primeiramente pela problemática, constatada pelos professores, de que os

alunos não se sentem partícipes e identificados com os processos que estudam: a

História, em especial, lhes parece algo distante, desligado de suas vidas, de modo que

não se sentem sujeitos de nenhuma mudança. E também pela necessidade do projeto do

PDE partir de uma situação problema que perpasse o cotidiano escolar. Assim sendo,

tomou-se tais inquietações como referências e o presente projeto visa estabelecer

atividades que aproximem a História à vivência dos alunos e que possibilitem fazê-los

perceberem-se como sujeitos históricos. A proposta é trabalhar com elementos da

história recente de Porto Barreiro, um pequeno município, localizado na região Centro-

sul do Paraná, com 3.659 habitantes (censo 2010), e, que, há aproximadamente 40 anos,

recebeu levas de imigrantes sulistas, em especial de gaúchos que estimularam mudanças

na estrutura de vida da localidade. Propor a problematização desse acontecimento, na

qual as conseqüências recaem diretamente sobre a vida dos alunos, seus familiares e

demais pessoas de suas convivências, permitirá que os alunos percebam que são sujeitos

transformadores do meio em que vivem e, que entendam as complexidades e nuances

trazidas pela história e suas transformações ou permanências que são feitas, também,

por eles e suas famílias. Entenderão que a História não acontece somente nas grandes

cidades ou em outros países, por pessoas que ocupam grandes cargos políticos ou

econômicos, ou pelos que fazem as guerras, mas, que é feita por todos os homens e

mulheres em todos os lugares, inclusive em Porto Barreiro, por eles e por seus

familiares e vizinhos.

PROPOSTA DE ATIVIDADES:

Atividade 1

a) Vamos pensar um pouco: cada um de nós tem a sua história de vida. Tudo o que

fizemos é história, pois a fazemos todos os dias. Que tal selecionarmos fatos que

consideramos relevantes para escrevermos nossa história de vida? (Podemos falar de

nossos pais, do lugar onde vivemos, de acontecimentos que envolvem nossos familiares

e que ficaram registrados em nossa memória, e de outras passagens interessantes etc.).

Vamos caprichar neste texto, para que as demais pessoas conheçam a nossa história de

vida. Vamos lembrar-nos de uma ilustração bem legal, com desenhos ou recortes de

revistas ou jornais. Depois de lermos ou contarmos a nossa história, colocaremos no

cordel

Vamos lá, mãos a obra!

b) Vamos assistir ao documentário: Construtores do Brasil: D. Pedro I.

Neste filme, vamos observar nas narrativas selecionadas, as escolhas do historiador para

escrever a história de D. Pedro I. Vamos observar, também, que tipo de imagem de D.

Pedro I, a narrativa vai tentar nos passar. Enquanto assistimos, vamos refletindo: Será

que a História ainda continua com este “olhar” somente para os vencedores?

I TEXTO

O QUE É HISTÓRIA?

Quando ouvimos falar a palavra História, muita coisa vem à nossa mente, pois

ela pode ter vários significados. Por exemplo, quando queremos fazer algo e nossa mãe

não aceita, ficamos “buzinando em seu ouvido”, ela logo nos diz: “vem você de novo

com essa história?” ou, “conte outra história, que essa não cola” ou então, na escola,

sempre dizemos aos colegas: hoje tem aula de História. Mas, afinal, você já pesquisou

ou parou pra pensar no significado desta palavra que tanto pronunciamos?

A palavra História vem do grego e significa pesquisa, investigação, informação

e, surgiu no séc. VI a.C. O dicionário on-line de português/ Michaelis nos ensina:

“História é um ramo da Ciência que se ocupa de registrar, apreciar e explicar fatos do

passado da humanidade, nações, países e localidades”.

História, segundo os historiadores, é uma das ciências ou áreas do conhecimento

que juntamente com outras ciências como a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia, a

Geografia, estudam o homem. A História tem por peculiaridade estudar o homem no

tempo. O objetivo do estudo da História é, portanto, aprender sobre as mudanças que

ocorreram ao longo do tempo nos diferentes grupos humanos, bem como as

permanências, ou seja, as atitudes e as formas de pensamentos que, apesar do passar dos

anos, não mudaram. Através do estudo do passado, podemos entender o presente, e o

mais importante: tentar construir um futuro melhor.

A História procura analisar as permanências e transformações pelas quais

passaram as sociedades humanas, portanto, História é tudo o que está relacionado à

presença e às atividades do ser humano. (BORGES, 1980 p.46).

A história é feita todos os dias, por todas as pessoas, ela não para e, é algo que

ocorre não apenas distante de nós, mas a fazemos em nosso cotidiano, portanto, é feita

por todas as pessoas, e não somente pelos grandes heróis, chefes, políticos. Mas afinal,

quem são esses “todos” que fazem a história? Eu, você, sua família, seus vizinhos, os

que vivem na cidade e os que vivem no campo, todos fazemos história, por isso ela está

presente no cotidiano de todas as pessoas.

O estudo da História passou, ao longo do século XX, por um alargamento do

entendimento de quem faz história, percebendo que existem outros sujeitos que fazem

história, para além dos nobres e da realeza que protogonizavam a História até então.

Estas mudanças trouxeram valorização, não mais apenas dos chefes dos guerreiros, mas

também dos guerreiros, não somente dos que ocupam altos cargos políticos, mas

também dos garis e de todos os eleitores que elegem tais políticos, não somente dos

empresários, mas também de seus empregados. Enfim, ações ou atitudes de todos os

homens e mulheres inclusive as nossas, aqui nesta localidade, longe das grandes

cidades, também são valorizadas pela História. (Diretrizes Curriculares da Educação

Básica, p.53, 2008).

A nossa história de vida acontece no espaço em que estamos inseridos e, para

compreendermos isso, basta olharmos para “trás”, na história de nossa própria vida. Os

historiadores chamam isso de história-acontecimento, ou seja, é o homem visto como

um ser social inserido numa sociedade, fazendo história com sua família e com outros

grupos de seu convívio, mantendo, transformando, criando e recriando o espaço. Se

nada foi feito de diferente, nada foi transformado, mesmo assim se faz história, porque

as pessoas interagem umas com as outras, participam de associações da comunidade,

clubes de mães, cooperativas, alguns participam da política local e assim, fazendo

acontecer a História do seu lugar, ou seja, aí estamos fazendo a história-acontecimento.

(BORGES, 1980 p. 45).

A história-conhecimento é a interpretação dos feitos, das experiências humanas,

dos acontecimentos no tempo e no espaço. Ou seja, História-conhecimento é a

disciplina que os alunos estudam na escola. Costumamos pensar a História como algo

restrito ao passado, mas ela também se dedica ao estudo do presente, do cotidiano.

Recentemente, vivemos o período de eleições para definirmos o prefeito e vereadores

que comandarão politicamente os municípios brasileiros nos próximos quatros anos e,

nosso município elegeu, para prefeita, uma mulher. Os embates dos candidatos,

preferências dos eleitores e resultados das urnas, entre outros acontecimentos, fazem

parte da História do povo de Porto Barreiro. Acontecimentos da época em que Porto

Santana era uma vila desenvolvida, com cinema, casas de comércio, etc., quando Porto

Barreiro ainda era distrito de Laranjeiras do Sul, fazem parte de um passado mais

distante. Podemos citar outros exemplos para melhor entendermos o que é a história

recente: a quantidade de soja, milho ou bois que os agricultores de Porto Barreiro

venderam este ano, ou a quantidade de romeiros que participaram da última festa do

Bom Jesus, em Passo das Flores.

Muitas vezes, é preciso buscar nos acontecimentos do passado a resposta para

questões atuais, uma vez que a História nos ajuda a perceber que algumas mudanças

melhoraram a vida da sociedade, outras nem tanto, e outras ainda, só alteraram a vida de

uma pequena parcela da população, uma vez que vivemos numa sociedade de ricos,

pobres e miseráveis.

Você já parou para pensar como era Porto Barreiro há 40 anos? Como foram as

lutas, conquistas, derrotas e vitórias do povo mais antigo? Você já ouviu falar que aqui

em nosso município chegaram algumas famílias de imigrantes vindas do sul do Brasil?

Se a história da humanidade é feita de pequenos atos, de grandes feitos, de atrocidades e

de heroísmo, se a história é viva e está em ação, então, Porto Barreiro também tem sua

história, uma história construída pelo seu povo. Como será que foi construída a história

de nosso município?

Reconstruirmos nesta aula, um pouquinho da história das pessoas que vivem

atualmente e que viveram em Porto Barreiro há um pouco mais tempo que vocês, que

eu. Entre este povo, estão os imigrantes que vieram de vários lugares do sul do Brasil,

entre eles, os gaúchos que trouxeram significativas interferências no modo de viver do

povo deste lugar, entre elas o uso dos primeiros maquinários agrícolas, na alimentação e

na diversão em alguns finais de semana com os bailes no estilo gauchesco, entre outras.

OBS: Todas as referências bibliográficas citadas nos textos estão referenciadas nas

metodologias para os professores.

ATIVIDADES REFERENTE AO TEXTO O QUE É HISTÓRIA:

[...] a história é feita todos os dias, ela não para. Não é possível sentir que a história é

algo que ocorre somente distante de nós, mas que a fazemos em nosso cotidiano. A

História estuda um passado vivo, o passado da humanidade, onde estamos incluídos, por

isso, ela é feita por todas as pessoas, e não somente pelos grandes heróis, pelos que

ocupam grandes cargos públicos. Mas afinal, se todos nós fazemos história, quem são

esses “todos” que fazem história? Será que eu, você e nossas famílias estamos incluídas

neste “fazer história”?

1) O texto em destaque afirma que “[...] a História não para”, “[...] que a fazemos em

nosso cotidiano”. Explique sua compreensão com relação a estas duas afirmações. (Se

precisar use o verso da folha)

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2-A história é feita por todas as pessoas, e não somente pelos grandes heróis, pelos que

ocupam grandes cargos públicos. Você acha que quem vive em outras cidades, grandes

ou pequenas, fazem a história do mesmo jeito que nós? Argumente sobre a sua idéia.

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3) Segundo o texto, nossa história de vida acontece no espaço em que estamos inseridos

e, para compreendermos isso, basta olharmos para “trás”, na história de nossa própria

vida. Releia o texto e explique as ideias do autor, referente a história-acontecimento e

história-conhecimento, citando um exemplo do seu cotidiano para cada idéia explicada.

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Um dos principais objetivos da História é reconstruir os aspectos culturais de um

determinado povo, compreendendo o papel de homens e mulheres no processo de

desenvolvimento da sociedade.

4-Com base na leitura deste enunciado, diga de que forma os homens e mulheres porto

barreirenses colaboram para que haja o desenvolvimento dessa sociedade.

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[...] a História estuda as mudanças e também as permanências dos acontecimentos,

procurando perceber o modo como as pessoas viviam nos tempos antigos e como vivem

hoje, bem como a relação entre aqueles tempos e os tempos atuais. Ou seja, a História

estuda o tempo passado e também o presente.

5). O texto em destaque afirma que a História estuda as mudanças e permanências. Dê

exemplos de mudanças e permanências ocorridas nos últimos 5 anos, no caminho que

você percorre de sua casa até a escola e argumente o porque de tais mudanças e

permanências.

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6) Um dos principais objetivos da História é reconstruir os aspectos culturais de um

determinado povo, compreendendo o papel de homens e mulheres no processo de

desenvolvimento da sociedade, no decorrer do tempo. Entender o passado também é

importante para a compreensão do presente, uma vez que é a lembrança do passado que

une as pessoas no presente, e que identifica um povo. Nosso povo, antigamente trocava

visitas e favores na realização de trabalhos, uniam-se na realização de festas na igreja da

comunidade, valores estes muito marcantes e ainda, em partes, presentes nos dias de

hoje. Estas atitudes criam laços afetivos e nos faz reconhecermos como da mesma

identidade, ou seja, que pertencemos ao mesmo grupo.

a) A partir de seu entendimento argumente e exemplifique a frase em maior destaque.

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b) O texto em destaque diz que o objetivo da História é reconstruir os aspectos culturais

de um determinado povo, compreender o papel de cada ser humano do desenvolvimento

da sociedade. Reflita o papel das pessoas que faz parte de sua comunidade, com relação

ao trabalho que elas desempenham para a melhoria e bom andamento da mesma.

Produza um texto ressaltando a importância dos membros das famílias que fazem parte

da comunidade em que você vive, para, assim, construir a história de sua comunidade.

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c) Construa uma árvore genealógica, colocando o nome de todos os seus parentes, até

que consiga chegar à sua própria pessoa. Pesquise o que for possível a respeito deles:

local de nascimento, profissão, como se conheceram, como chegaram a este lugar, onde

passaram a morar, qual seu trabalho hoje, etc.

II TEXTO

O PAPEL DO HISTORIADOR E AS FONTES HISTÓRICAS

Você já parou para pensar que existe um profissional, um especialista que

escreve o que lemos nos livros de História? Esta pessoa é chamada de historiador e seu

papel é de extrema importância na escrita da História, pois ele, ao estudar um

acontecimento, age como um detetive, buscando pistas, vestígios, interpretando e

reinterpretando os fatos para construir um conhecimento sobre o passado dos grupos

humanos.

O profissional ou especialista em História conhecido como Historiador é o

responsável por reunir as fontes históricas, ou seja, documentos e dados sobre um

determinado fato. Situa os fatos em seu contexto, reconstrói, interpreta e analisa o

passado de indivíduos, grupos e movimentos sociais, instituições, regiões, cultura, arte,

idéias e costumes e depois escreve as narrativas sobre o fato ou acontecimento, com

base nas fontes históricas que estudou. Ao reunir, selecionar e interpretar de várias

formas os acontecimentos, processos e experiências humanas, a primeira tarefa do

historiador é situá-los no tempo e no espaço. Um bom historiador é aquele que tem

curiosidade, espírito de investigação, gosto pela pesquisa e leitura, senso crítico e

habilidade para escrever, ou seja, boa redação, é organizado, possui capacidade de

análise e reflexão, além de interesse pelas questões sociais.

Mas, afinal de contas, o que são fontes históricas?

As fontes históricas são os vestígios, pistas ou marcas produzidas e deixadas

pelo homem ao longo do tempo, voluntária ou involuntariamente em diferentes espaços.

Para reconstruir o passado, o historiador usa todos os vestígios deixados por aqueles que

viveram antes de nós. Estes vestígios são chamados de documentos históricos ou fontes

históricas, a partir do momento em que um historiador interessa-se em estudá-los.

Desde o início da década de 1930, os historiadores não mais acreditam na construção da

verdade absoluta, porque consideram que cada historiador terá uma forma, uma visão

diferente de estudar o mesmo fato e com isso, chegará, também, a uma diferente

conclusão. Essas fontes podem ser escritas, relatos orais, materiais, imateriais, visuais,

audiovisuais e músicas.

A História, até o início do século XX, era contada somente através do estudo dos

documentos escritos e oficiais, que eram tidos como provas incontestáveis da verdade

histórica e, os livros de História traziam apenas a história dos heróis, dos vencedores,

sem questionamento algum. Neste contexto, o historiador tinha que ser neutro, uma vez

que apenas coletava e agrupava os documentos oficiais escritos, sem questioná-los

porque o passado não precisava ser interpretado, apenas relatado os feitos dos heróis. As

fontes escritas mais utilizadas pelos historiadores são os documentos escritos como,

pergaminhos, mapas, certidões, testamentos, cartas, jornais antigos, livros, diários,

revistas, textos de órgãos públicos e empresas, não perderam seu valor, mas passou a ser

reinterpretado. As fontes orais são registros de testemunhos através de entrevistas com

pessoas que participaram ou testemunharam acontecimentos do passado. Nas fontes

audiovisuais e musicais encontram-se a televisão, o cinema e os registros sonoros em

geral. Nas fontes visuais temos as imagens, pinturas, fotografias, anúncios de

publicidades que servem como importantes informativos de época, pessoas e das

sociedades nas quais foram produzidas. E os objetos e documentos guardados em

museus e arquivos, além das construções que são “verdadeiros museus vivos”

preservando as características desde a sua criação.

Porém, ao longo do século XX, a concepção de documento sofre um

alargamento abrangendo outras fontes como, a imagem, a literatura e a cultura material

e imaterial. O que indica que as fontes históricas não mais se restringem apenas a

documentos oficiais, mas estende-se a toda a produção dos grupos humanos no decorrer

do tempo. (RODRIGUE, 2002).

Outras fontes também passaram a ser valorizadas pelos historiadores, entre elas:

fontes materiais como, objetos antigos, utensílios, ferramentas, armas, esculturas,

pinturas nas paredes das cavernas e outros tipos de pinturas, vestimentas, fotografias,

músicas, relatos, e as fontes imateriais que são baseadas nas tradições e costumes,

lendas e folclore, contos antigos, mitos e ritos passados de pai para filho através da

oralidade, (BORGES, 1980).

O alargamento no entendimento da História permitiu ao historiador que, de

forma crítica, analise e mostre que não apenas o vencedor, mas também o vencido, as

mulheres, crianças, negros, índios, operários, agricultores. Não apenas o patrão, mas

também o empregado, não somente os políticos eleitos, mas também eleitores, garis,

bóias-frias, domésticas, etc, passaram a ter lugar na História, a fazem história durante

todo o seu tempo de vida e que, a história de todos pode ser estudada, escrita,

questionada e reescrita por tantos quantos historiadores, se interessem em rever o

acontecimento.

Para melhor analisar e entender a História da humanidade, os historiadores

estudam também os vestígios arqueológicos, outra espécie de fonte, que são ossos

dos animais e dos seres humanos que viveram em períodos remotos; os sambaquis

(amontoados de cascas de moluscos) e sítios arqueológicos (locais onde serviram de

moradia aos antigos habitantes e que foram preservados pelo tempo). Para entender a

história dos povos, os historiadores, através da ciência histórica recorrem à ajuda das

demais ciências e suas técnicas, tais como: a Arqueologia (ciência que estuda os

vestígios dos povos já desaparecidos), Antropologia (ciência que estuda o homem e a

humanidade), Geografia (ciência que estuda a superfície terrestre e a relação entre o

homem e o meio ambiente), Toponímia (estudo dos nomes de grupos de pessoas que

viviam em determinados locais), Lingüística (estudo das línguas, entre outras)

(BORGES, 1980).

Muitas fontes históricas se encontram bem próximos de nós, a começar pelas

roupas que usamos, os brinquedos, os cadernos e livros que estudamos, a caderneta que

a mãe anota as compras do mês, as notas que o pai recebe na cooperativa quando

entrega o produto da lavoura, as ferramentas utilizadas para facilitar a realização das

atividades no cotidiano, entre outros, são materiais ou fontes que poderão ser usados

para análise por um historiador sobre a nossa história.

Para o trabalho de um historiador são importantes fatos reais e comprovados

concretamente. Para que seu trabalho se inicie bem é necessário fazer uma boa seleção

de dados e é importante aproveitar tudo o que as sociedades falam, fabricam, fazem,

escrevem. Até o início do século XX, somente documentos oficiais escritos que diziam

respeito aos feitos dos reis, imperadores, guerras ou pessoas importantes do exército,

política, economia ou religião foram considerado documentos. Atualmente, um caderno

de anotações de uma dona-de-casa, é um verdadeiro documento revelador do momento

econômico pela qual ela passou. Um jornal ou uma revista é uma valiosa fonte histórica,

um livro de matrículas dos alunos do nosso colégio é um riquíssimo documento

histórico. Objetos que usamos no passado para realizarmos certas atividades em nossa

casa e que talvez nem usemos mais, mas que os guardamos como lembranças, também

se transformaram em fontes históricas. Todos esses vestígios, pistas ou marcas

produzidas pelo homem em diferentes espaços e tempo são fontes históricas que ao

serem estudados desvendam a forma de viver, agir e pensar dos povos passados.

ATIVIDADES REFERENTES AO TEXTO 2

1. A partir de seu entendimento exemplifique o que é fonte histórica e argumente sobre

a importância da fonte histórica na produção da História ou conhecimento histórico.

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2. Complete os espaços em branco com as palavras do quadro abaixo:

BANCO DE PALAVRAS

Passado Trabalho

fontes históricas Presente

Permanências História

Mudanças Vestígios

Estuda Informações

A História e o trabalho do historiador

A _____________ é a ciência que ____________ os acontecimentos do

_______________ utilizando os ____________ que a humanidade deixou. Esses

vestígios também são considerados ______________________. A partir disso a

História tenta compreender as __________________ e ________________ do tempo

___________________. O _______________ do historiador é colher ______________

sobre o passado para analisá-lo e tentar compreender sua relação com o presente.

1) Leia o texto abaixo depois responda às perguntas:

Os idosos

Envelhecer é uma grande vitória. Significa estar vivendo há muito tempo, já ter

passado por várias experiências e testemunhado inúmeros acontecimentos. Conviver

com os idosos é um privilégio, pois temos a possibilidade de partilhar toda essa

memória, esse conhecimento acumulado sobre o mundo.

Para a história, os idosos significam uma oportunidade única para recuperar

informações sobre o passado. Mais do que isso, é a chance de preservar testemunhos e

experiências de sujeitos que, em sua memória, nunca tiveram a oportunidade de

registrar seu modo de vida, sua história, de forma escrita, ou quem sabe fotografada e

muito menos, com as últimas tecnologias: gravações de voz, vídeos, TV, etc.

a) Ao trabalhar com o relato de pessoas idosas, o historiador estará utilizando uma

fonte:

( ) Oral ( ) Textual ( ) Visual ( ) Mídia interativa

b) Ao trabalhar com um documento escrito, o historiador estará utilizando uma fonte:

( ) Oral ( ) Textual ( ) Visual ( ) Mídia interativa

c) Ao trabalhar com imagens fotográficas, o historiador estará utilizando uma fonte:

( ) Oral ( ) Textual ( ) Visual ( ) Mídia interativa

d) Ao trabalhar com o uso de novas tecnologias, computador, internet, TV, vídeos,

gravações, o historiador estará utilizando uma fonte:

( ) Oral ( ) Textual ( ) Visual ( ) Mídia interativa

3) Com base na leitura do texto: O papel do historiador e as fontes históricas, exponha

suas ideias explicando de que forma o “ Historiador reconstrói o passado”.

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4) Um mesmo acontecimento pode ser "contado" de várias formas? Justifique sua

resposta._______________________________________________________________

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5) [...] historiador é aquele que reconstrói a História. Os instrumentos de trabalho do

historiador são os documentos históricos. Qualquer objeto, palavra ou som do passado

que tenha permanecido no tempo até os dias atuais pode ser um documento para o

historiador. Os documentos são estudados para descobrir suas origens, suas utilidades e

seu significado para as pessoas que o usavam. Os objetos históricos podem tem várias

funções, segundo a maneira como eram utilizados no passado. Por exemplo: um objeto

histórico poderia ser utilizado para os seguintes fins: instrumento de caça, preparo de

alimento, armazenar alimentos, instrumentos musicais, armas, objetos religiosos,

adorno, vestimenta, transporte, acomodação.

6) Com base nas leituras dos textos 1 e 2, vamos demonstrar que entendemos bem o que

já estudamos sobre a História, o Historiador e as Fontes históricas?! Então, vamos

produzir um texto de no mínimo 20 linhas, envolvendo as questões abaixo. Lembrando

de colocar no início, o nome de nossa escola, o nosso nome, número e série.

1) O que é História e o que ela estuda?

2) A História "trabalha" sozinha?

3) Por quê devemos estudar o passado?

4) Como o Historiador reconstrói o passado? Cite alguns exemplos

5) Como o Historiador reconstrói a história dos homens que viveram na antiguidade?

6) Com o alargamento da compreensão da História, muita coisa mudou dentro da

historiografia? Outros tipos de fontes são também valorizadas na atualidade, pelos

historiadores?

7) Ambos os textos afirmam que nós fazemos história no nosso dia-a-dia. Será que os

nossos feitos de ontem e de hoje, servirão, no futuro, para que algum historiador estude

a forma de viver do povo porto barreirense, por exemplo, de 2001 a 2012?

VISITA DE UM IMIGRANTE GAÚCHO CONTANDO SUAS EXPERIÊNCIAS

Visitas de Dona...................... Baldim e Dona Norma.....................

ATIVIDADES REFRENTE À VISITA DO IMIGRANTE GAÚCHO

1) Debate sobre as experiências de vida contada pela imigrante gaúcha:

2) De dois em dois, numa cartolina, represente através de ilustrações e frases, a

experiência ou vivência testemunhada pelo imigrante que mais lhes chamou a atenção.

Dois alunos escreverão, em forma de frases, num cartaz, as idéias principais partilhadas

pela visitante. Todos os cartazes serão expostos no último dia do curso.

A HISTÓRIA É FEITA POR PESSOAS QUE VIVEM DISTANTE E TAMBÉM

POR NÓS, MAS ONDE APARECE A NOSSA HISTÓRIA? NOS LIVROS?

Os livros de História que estudamos, vem contando a História do mundo, do

Brasil e raramente, alguns deles trazem algumas páginas sobre o Paraná, e nenhum faz

referência à História de nosso município.

Quando falamos em história, estamos falando nas ações feitas pelos homens, e

praticamente não há livros que citem a história do povo de Porto Barreiro. Apenas um

livro “Um pouco de História e Geografia de um povo”, escrito pelos professores Ariel

José Pires e Wanda Terezinha Pacheco dos Santos, cita a história deste povo. Portanto, a

escassez de livros nos dá a impressão de que toda a nossa luta de trabalho, estudo e

vivência na comunidade não faz parte da História.

Na época em que os avós freqüentaram a escola aprenderam que os reis e

rainhas, príncipes e princesas, governantes, guerreiros e outras pessoas que estavam nas

grandes cidades é que eram os homens que faziam história, porque eram enaltecidos nos

livros de História. Mas há muito tempo este modo de pensar já ficou para trás, pois

passou-se a valorizar a história de todos, tanto daquelas pessoas que ocupam grandes

cargos e aparecem nas colunas sociais, como das que realizam simples tarefas e nunca

foram citadas pelos meios de comunicação.

PARA REFLETIR

Mas se é assim, então, Porto Barreiro tem uma História. O povo que viveu aqui

desde muitas décadas fizeram história e nós continuamos a fazê-la. Aqui vive um povo

que trabalha, se diverte, pratica sua fé, tem amizade, é solidário, enfim, continua a fazer

história?

III TEXTO

A HISTÓRIA DE PORTO BARREIRO

A existência de um porto de areia, num passado não muito distante, deu a

origem a um povoado que recebeu o nome de Porto Santana. A existência de uma área

lamacenta, onde as antas bebiam água, deu origem a um povoado, batizado pelos

primeiros colonizadores do lugar, com o nome de Barreirinho devido ao barro formado

pelos animais na beira do riozinho. O povoado de Porto Santana e de Barreirinho eram

distritos do município de Laranjeiras do Sul, até o ano de 1995, quando pela Lei

estadual nº. 11.248, estes e suas comunidades foram emancipadas e formaram o

município de Porto Barreiro.

Pouco se sabe a respeito da História de Porto Barreiro, pois praticamente não há

pesquisas ou bibliografia sobre a história da cidade. O único material por nós

encontrado a respeito da história de Porto Barreiro foi o livro “Um pouco de História e

Geografia de um povo”, escrita pelos professores Ariel José Pires e Wanda Terezinha

Pacheco dos Santos. A falta de livros sobre a história do nosso município, diante da

grande quantidade de livros que tratam da história do Brasil e do mundo, reforça em nós

a idéia de que a história que interessa ser contada passa longe do nosso cotidiano e do

lugar no qual vivemos. Mas se faltam livros, não faltam pessoas que guardam na

memória a história deste povo, que se recordam como era Porto Barreiro há 40 anos, as

transformações que ocorreram na cidade.

O modo de produzir e de viver do povo porto barreirense, décadas atrás, era

muito simples. Suas lavouras eram feitas à base de arados, enxadas, foices, máquinas

manuais e outros instrumentos rústicos. A chegada dos imigrantes, entre eles os

gaúchos, foi uma marca importante na vida deste povo. Sabe-se que, inicialmente, uma

lenta modificação passou a ocorrer no uso das técnicas de produção agrícola e de

criação de gado, trazida pelos imigrantes. Com o tempo a produção agrícola realizada

com instrumentos rústicos foi sendo deixado de lado, o mesmo ocorrendo com a

produção de gado que sofreu alterações ao logo dos anos.

Em algumas propriedades de imigrantes, principalmente de gaúchos, já

começava a ser utilizados instrumentos agrícolas mais sofisticados como tratores e

colheitadeiras, entre outros, modificando assim, as técnicas de produção. Alguns

proprietários mais antigos, aos poucos foram sendo influenciados pelos mais recentes,

pois percebiam a maior facilidade no trabalho oferecido pelos instrumentos modernos.

Na alimentação, os imigrantes influenciaram o povo mais antigo da região, trazendo o

hábito de se alimentar de polenta e queijo nas principais refeições, e atualmente não

falta à mesa dos imigrantes e descendentes, o feijão, que era o alimento básico dos

antigos moradores do lugar.

No tocante ao lazer, trouxeram o gosto pela música e bailes gauchescos e

adotaram o gosto pela música caipira, que era a predileção do antigo povo de Porto

Barreiro. Atualmente, observa-se que os bailes e as festas comunitárias são

abrilhantadas tanto por conjuntos ou músicas gauchescas, destacando-se dois grupos de

danças tradicionalistas, que levam suas apresentações por várias regiões do Paraná,

como também, pela música caipira.

Porto Barreiro de hoje, é uma pequena cidade povoada por famílias que

sobrevivem das mais diversas modalidades de trabalho. Pelo seu pequeno porte, pode-se

dizer que é uma cidade bem servida de variadas casas de comércio, banco, correios,

supermercados, escolas de ensino fundamental e médio, postos de saúde com médicos

que atendem várias especialidades, largas ruas pavimentadas e a principal delas, que

atravessa o centro da cidade, já asfaltada.

Na atualidade, grande parte da produção agrícola, principalmente soja e milho

vai para cooperativas, entre elas, duas localizadas em Porto Barreiro. Quanto à criação

de animais, as melhorias vieram com o melhoramento genético, principalmente do gado

bovino que apresenta, na atualidade, um plantel bastante sofisticado, inclusive com

produção leiteira destinada à comercialização. Residências e meios de transportes

modernos fazem parte do cotidiano de uma pequena parcela dos habitantes, sendo que

outro tanto, possui bons meios de transportes e moradia. E por último, há ainda, uma

parte menor da população que vive de forma mais simples ou com maior dificuldade,

alguns possuindo um pequeno pedaço de terra e residência, mas não possuindo meio de

transporte particular. Outros, sem a posse da terra, vivem de trabalhos na propriedade

alheia, havendo ainda, os assentados, frutos da luta do MST e os acampados que ainda

aguardam a decisão do INCRA para se assentarem, neste município. Não esquecendo

que estas transformações feitas pelo povo de Porto Barreiro, ocorreram aliadas a outros

fatores como: emancipação política do município, políticas públicas e programas

voltados para as famílias e agricultura, organização dos agricultores para a criação de

cooperativas, clubes de mães, entre outros.

O município de Porto Barreiro está passando sua maioridade este ano de 2013,

completando 18 anos de emancipação política. O povo porto barreirense já escolheu nas

urnas, em 5 eleições seus governantes: Primeiro mandato – José Crotti, reeleito para o

segundo mandato. Na terceira eleição foi eleito - João Costa e reeleito para o segundo

mandato, e finalmente uma mulher, em 2012, na quinta eleição, pela qual passa o

município, eleita Marinêz Crotti, para administrar o município. Para ajudar os

funcionários públicos, os agricultores e seus familiares, os comerciantes e funcionários,

os professores e agentes educacionais e também as donas de casa a continuar a história

deste promissor município.

ATIVIDADES

a) Já falamos bastante sobre o nosso município, fizemos a leitura e debatemos. Cada

um, em silêncio retire do texto: A História de Porto Barreiro, as palavras desconhecidas

e pesquise seu significado no dicionário, anotando-as no caderno de História.

b) Você conhece o livro “Um pouco da História e Geografia de um povo” escrito pelo

professor Ariel José e Wanda Terezinha? De qual assunto se trata neste livro? Vamos

dar uma olhadinha e anotar no caderno 10 assuntos nele tratados.

c) Em poucas linhas registre seu conhecimento referente ao texto lido sobre a História

de Porto Barreiro e o modo de produção dos antigos moradores, fazendo uma

comparação com o modo de produção usado pelas famílias agricultoras da atualidade.

Que diferenças (modo de plantio, criação dos animais, moradia, transporte, alimentação,

vestimentas, lazer, saúde) você vê que existe entre o modo de viver de antes e de agora?

d) Opine sobre a importância ou não, da chegada dos imigrantes, principalmente dos

gaúchos, em Porto Barreiro, relatando, se sua família incorporou algum tipo de hábito

ou costume que foi trazido pelos gaúchos, no tocante (alimentos, bebidas, músicas,

diversões, vestimentas, instrumentos de cavalaria, etc.) e que você descobriu através do

texto ou dos diálogos, que tais hábitos foram trazidos pelos imigrantes gaúchos.

f) Conte a história do seu bairro/comunidade/localidade/cidade, usando o conhecimento

que você já possuía, mais os conhecimentos que você acabou de descobrir hoje através

da leitura, discussão e de colocações feitas pela professora e pelos colegas da classe, não

se esquecendo de incluir no texto, sobre os imigrantes que viveram e ou que ainda

fazem parte de sua comunidade. Encerre seu texto dizendo se você se sente parte da

história do seu bairro ou comunidade, ou melhor, se você se sente sujeito atuante na

história do local onde você vive e, explique o porquê.

PARA PESQUISAR

[...] a nossa história acontece no espaço em que estamos inseridos e, para

compreendermos isso, basta olharmos para “trás”, na história de nossa própria vida. Que

tal conhecermos a história de vida de nossa família, como foi o início da vida aqui neste

município?

a) Que tal conversar com nossos pais, anotar o nome deles e de seus avós, perguntar e

escrever a história de como eles se conheceram, em que trabalhavam quando eram

solteiros e depois que se casaram, como foi o início da vida deles, onde moravam, como

era a relação de amizades e lazer, quais as mudanças de vida quando os filhos foram

chegando, como é a vida nos dias de hoje?

OBS: Escreva num rascunho, passe a limpo, ordenando cronologicamente as idéias dos

acontecimentos citados, num papel sulfite e, se puder trazer uma foto da família e colar

ou preparar um porta-retratos, com a professora de Arte, para colocarmos na exposição.

ATIVIDADE

1- RESPONDA:

a) Seus avôs são imigrantes ou não? Explique de onde eles vieram.

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b) Pelo que dá para perceber nas nossas comunidades muita coisa mudou na forma de

produzir de 40 anos até agora, mas algumas coisas permanecem iguais. Quais foram as

principais mudanças, as mais importantes e, em que sentido elas foram importantes?

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c) Saber um pouco mais sobre a história de seu município fez com que ele se torne mais

importante para você? Por quê?

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VÍDEO: DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA

O vídeo: “Dona Cristina perdeu a memória”, trata de uma idosa que perdeu a memória

e, para saber de si mesma e de sua história ela guardava consigo objetos que lhes

traziam recordações sobre pessoas e acontecimentos que foram importantes ao longo de

sua vida. Esses objetos eram verdadeiras “relíquias”, “preciosidades”, que a mantinham

ligada com o viver e, que passaram para as mãos de Antonio, um garotinho de 8 anos.

http://www.portacurtas.com.br/curtanaescola/pop_160.asp?cod=1454&Exib=5513,

acessado em 02 dez. 2012.

Exibir o vídeo: Dona Cristina perdeu a memória (13min)

Gênero: Ficção

Subgênero: Comédia

Diretor: Ana Luiza Azevedo

Elenco: Lissy Brock e Pedro Tergolina

Duração: 13min. Ano: 2002 Bitola: 35mm

País: Brasil

Local de produção: RS

Cor: Colorido

Sinopse: Antônio, um menino de 8 anos, descobre que sua vizinha Cristina, de 80,

contam histórias sempre diferentes sobre a sua vida, os nomes de seus parentes e os

santos do dia. E Dona Cristina acredita que Antônio pode ajudá-la a recuperar a

memória perdida.

ATIVIDADES

Vamos apanhar nossas cadeira e organizar uma “Grande Roda” para conversarmos

sobre o filme: Vocês observaram no filme que todos os dias D. Cristina contava uma

história. Ela contava coisas que ela lembrava, que ocorreu em sua vida, muito embora,

já não lembrasse tão perfeitamente pois estava perdendo a memória. E nós nos

lembramos de muitas histórias que aconteceu em nossa vida, pois, afinal, somos o que

vivemos. Vou contar uma história de minha vida, enquanto vocês se recordam de uma e

quem quiser, vai contar aos colegas.

E agora que, a partir das histórias contadas, entendemos como a nossa memória é

construída. Entendemos que há tantas histórias que vão formando a identidade e a

diversidade entre as pessoas, percebemos que somos, ao mesmo tempo, tão iguais e tão

diferentes uns dos outros! Vivemos histórias tão singulares e, ao mesmo tempo, tão

comuns aos outros!

- O que mais chamou a atenção de vocês?

- O que deu para observar na comunicação entre os personagens - Antônio e Dona

Cristina? Que ela usava objetos para não esquecer totalmente de sua história de vida.

1-VAMOS ENCONTRAR ALGUMAS PALAVRAS QUE ESTÃO PERDIDAS

VXDONACRISTINAPERDEUAMEMÓRIAÇXQBM

CYKFMNODCERCAEMARTELONFHTGCAVIAOI

RELIQUIAEXYGCOISAANTIGANVCUGHLKOXI

POCNHEGAFXÇCODINOMEAPELIDOXNVBMOI

VEBVIDOSAAMÇOXTYVCRIANÇABAYRTWQII

PILOTODEAVIÃONJKHWRELÓGIOÇKWBHFDM

ÇPIDOSOTEMCONHECIMENTONGHTWQZXPMB

MNOPLISSYBROCK-PEDROTERGOLINAANBGQ

MNDHGTERCSCWOTMBNMALHAÇÃOMKGNBZ

a) Título do filme;

b) Objetos usados por D. Cristina em seu trabalho;

c) Idoso sabe muitas coisas;

d) Elenco do filme;

e) Verdadeiro nome do personagem Antonio;

f) Quando não queremos chamar uma pessoa pelo nome;

g) Aparência física dos personagens;

h) Coisas com valor sentimental, guardadas há muito tempo;

i) Atual programa em que Pedro Tergolina participa na atualidade.

DEVER DE CASA: Investiguem mais sobre suas histórias, com os pais, tios, avós,

bisavós, enfim, familiares que têm histórias pra contar. Esta investigação deverá ser

registrada por cada um de vocês no caderno. Recolham fotos, objetos “relíquias” que

foram usadas pelos imigrantes gaúchos para compor a atividade a seguir.

IV TEXTO

MEMÓRIA

Já aconteceu de alguma vez você sentir algum odor e lembrar de alguém ou de

um acontecimento imediatamente? Cheiro de perfumes, comidas, bebidas, da chuva,

animais, enfim, tantos outros odores que nos fazem parar no tempo e por meio da

memória, lembrar de tantas coisas que nos foram significativas no passado, sejam fatos

que ocorreram diretamente conosco ou apenas relatados pela história. Além dos odores,

vários outros fatores nos conduzem à memória: lugares, acontecimentos, móveis,

sabores, ruas, expressões, linguagem, traquejos, objetos, roupas, sons, danças, livros e

muitos outros.

Em relação a Porto Barreiro, quais seriam os principais lugares/fatores que

despertariam lembranças em moradores pioneiros sobre a história do município?

Certamente iriam citar o Distrito de Porto Santana, a igreja, a escola, o cinema, a balsa,

estradas, máquinas, ferramentas, a música gaúcha, o rio... lugares onde talvez viveram

experiências que se cristalizaram em suas vidas. Tudo por meio da própria memória,

pois estes lugares significam a história aos pioneiros.

Jacques Le Goff (2003), um dos mais importantes historiadores do século XX,

explica que a memória conserva as informações ao longo do tempo. O autor defende

ainda que há a memória de longo prazo e a ativa. É pela memória de longo prazo que

os pais transmitem valores e costumes tradicionais aos filhos.

Tudo o que recebemos de nossos antepassados forma a nossa memória. E esta

memória é que nos define e enobrece, portanto, tradições, usos e costumes são legados

sagrados deixado pelos antepassados ou adquiridos através da vivência com uma cultura

diferente, e que acabam por fazer parte de nossa consciência histórica.

A memória que as pessoas têm também é construída pelo historiador, por meio

de coleta de dados através de entrevistas, fotografias, depoimentos, documentos1, entre

outros, pois o historiador utiliza-se de diversas fontes e vestígios para contar história.

1 Textos escritos: cartas, tratados, testamentos, atas, entre outros.

Pierre Nora (1981, p. 8), outro importante historiador francês, explica que nos

dias de hoje já não existem mais as memórias sobre a “conservação e transmissão dos

valores, igreja ou escola, família ou Estado.” Também, acabaram-se as memórias sobre

ideologias, ou seja, sobre a forma como uma pessoa, um grupo ou uma comunidade

pensa e se posiciona diante de dado assunto, como por exemplo: divórcio, virgindade,

entre outros.

Antes, o passado, por meio da memória, servia para preparar o futuro das

pessoas. Contudo, a revolução industrial e, posteriormente a mídia (televisão, jornais,

revistas, internet, entre outros) modificou tudo isso, fazendo assim que o passado ficasse

esquecido na memória. Assim, vivemos em um tempo em que tudo passa tão rápido e

tantas coisas acontecem, uma sucedendo a outra rapidamente, que as novidades fazem

com que nos esqueçamos das coisas recém passadas. Mas, se a memória está com

dificuldade de reter as coisas que acontecem, a História que registra tudo.

A História é o registro de dado fato ou acontecimento que ocorreu no passado. A

memória é o que guardamos conosco sobre este fato/acontecimento. Muitas vezes, nem

sabemos maiores detalhes históricos sobre dado assunto do passado, mas o mesmo

revive em nossa memória, por que algo nos marcou, significou mais forte. Por exemplo,

a eleição de Luis Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil fez muitos brasileiros

lembrarem, por meio da memória, as greves dos operários, as lutas dos trabalhadores

por melhores salários e condições dignas. Outros detalhes deste período não foram

lembrados, mas constituem a História e de alguma forma por ela foram registrados, pois

a História representa o que aconteceu e, a memória faz retornar estes fatos relacionando-

os com o presente.

A memória surge a partir do presente, de acontecimentos e experiências do dia a

dia de uma pessoa ou grupo. Não lembramos de fatos do passado exatamente como

aconteceram, pois a memória só existe a partir do que é vivido no presente e remete ao

passado. Tanto História quanto memória se dão no presente, no entanto a memória tende

a sacralizar os acontecimentos, uma vez que quando lembramos de algo, lembraremos

sempre da mesma forma. A História dessacraliza, porque é tradicionalmente definida

como um conhecimento científico que tende a constituir uma representação do passado

que demanda análise e discurso crítico, ou seja, a partir de novas descobertas pode ser

reelaborada. Assim sendo, as duas se complementam, cada uma com suas

características, em seus anseios sociais e políticos.

A História busca ser precisa fiel e precisa aos fatos. A memória é mais subjetiva.

A história busca registrar o máximo os detalhes sobre o passado. A memória nunca

retoma os acontecimentos por completo, apenas parte deles. A memória pode ser de

apenas uma pessoa ou de um grupo. Por exemplo, qual é a memória que os primeiros

habitantes de Porto Barreiro têm sobre a região? Certamente de que a balsa no Porto

Santana servia para o transporte de muitas pessoas importantes que utilizavam este

trecho para chegar ao Rio Grande do Sul. Esta pode ser uma das memórias, entre outras.

A História, por sua vez vai nos mostrar que a constituição de Porto Barreiro é muito

além da passagem de pessoas importantes pela balsa, representando em detalhes todos

os acontecimentos dos povos que chegaram e se estabeleceram, dos costumes, da

língua, as etnias, entre outros. Por isso, a História não é só de uma pessoa ou um grupo

de pessoas como a memória. A História é de todos. Hoje, no lugar da balsa o que temos:

barcos pesqueiros.

Para a história, por muito tempo a memória não foi considerada, por não possuir

veracidade. No entanto, atualmente, a memória, principalmente a memória coletiva2,

tem trabalhado em favor da História, atualizando-a, ajudando com que se registrem com

maior exatidão os acontecimentos.

Museus, arquivos, cemitérios, coleções, festas, aniversários, monumentos,

santuários entre outros são marcos onde se pretendia conservar a história, por meio da

memória. Pierre Nora (1981) defende que atualmente estes espaços têm sido

esquecidos, bem como as pessoas idosas, as quais podem contribuir muito com as

memórias que guardam sobre os fatos do passado. No entanto, tais espaços servem à

História, alimentando-a. Ocorre que a atual sociedade e formada por indivíduos

padronizados, com comportamentos iguais ou muito semelhantes que estão deixando de

lado e no esquecimento alguns espaços que guardam memória, como os aniversários,

celebrações, criar arquivos, entre outros.

Por isso, Pierre Nora (1981) explica que muitas coisas que temos memória hoje,

não é memória, mas já faz parte da História. Além disso, o autor reforça a necessidade

de se produzir arquivos, registrando os fatos passados. Esses arquivos podem ser

também as memórias, as quais podem ajudar a construir/enriquecer a História local de

Porto Barreiro, fazendo assim que muitas pessoas sejam também historiadoras.

A História local é formada por narrações que ficaram na lembrança, portanto, a

2 Memória de mais de uma pessoa, de um grupo ou comunidade de pessoas. Segundo Le Goff (2003), a memória coletiva está associada às etnias ou às famílias. A memória coletiva é mais presente em sociedades sem escrita.

história é construída com o envolvimento da memória dos antigos moradores de Porto

Barreiro (PRADO, 2011).

É através da memória que construímos a nossa identidade e preservamos nossas

consciências individuais e coletivas, evitando que a humanidade perca suas raízes e

identidades (DELGADO, 2006). Pensando na história local de Porto Barreiro, como é

narrada a história pelos imigrantes gaúchos sobre o trajeto percorrido do Rio Grande do

Sul até Porto Barreiro, como se estabeleceram na nova moradia, bem como a luta pela

melhoria na qualidade de vida na nova terra?

A memória ou lembranças dos acontecimentos na vida do ser humano é

fundamental para a formação de sua identidade, porém, é o documento que oferece a

base para um julgamento histórico. Como os documentos escritos acerca da história da

cultura dos imigrantes gaúchos, bem como de todo o povo, são insuficientes, nada

poderia ser dito por um historiador, a respeito do povo porto barreirense (KARNAL;

GALLI, 2010, p. 9) – contamos com a memória oral, que é riquíssima.

Faz-se necessário a atenção dos olhares aos documentos e, também à memória.

Como a vivência deste povo está guardada quase somente na memória, com exceção de

um livro, apenas, já citado anteriormente, esta, torna-se um depósito, um sacrário de

informações sobre a vida deste povo.

ATIVIDADES

1- Após a leitura do texto e seu conhecimento adquirido com a discussão sobre o filme

“D. Cristina perdeu a memória”, como você conceituaria o termo “identidade”?

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O historiador Jacques Le Goff (2003) explica que “a memória conserva as informações

ao longo do tempo. O autor comenta ainda que há a memória de longo prazo e a ativa.

É pela memória de longo prazo que os pais transmitem valores e costumes tradicionais

aos filhos”.

2- Leia, reflita e escreva o seu pensamento a respeito da colocação feita por este

historiador.

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3- Você concorda que a identidade das pessoas são, construída pela mídia (TV,

internet, rádio) é construída externamente pela convivência outros indivíduos, além

daquilo que adquirimos em nossa casa, com nossos familiares? Explique.

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Pierre Nora (1981, p. 8), explica que nos dias de hoje já não existem mais as memórias

sobre a “conservação e transmissão dos valores, igreja ou escola, família ou Estado.”

Também, acabaram-se as memórias sobre ideologias, ou seja, sobre a forma como uma

pessoa, um grupo ou uma comunidade pensa e se posiciona diante de dado assunto,

como por exemplo: divórcio, virgindade, entre outros. Antes, o passado, por meio da

memória, servia para preparar o futuro das pessoas.

4 – Leia o texto em destaque e demonstre seu entendimento através de um

texto.__________________________________________________________________

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5 – A mídia está deixando nossa memória muito esquecida, devido à quantidade de

informações em um espaço muito curto de tempo. Você concorda com esta colocação?

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6 – Você faz parte da história do povo de Porto Barreiro, portanto, é um cidadão de seu

município e, certamente tem muitas lembranças de acontecimentos guardadas na

memória. Você sente orgulho em ser porto barreirense? Por quê?

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V TEXTO

AS IDENTIDADES NA ATUALIDADE

O momento histórico em que vivemos chama-se pós-modernidade ou

contemporaneidade. Tudo o que fazemos, pensamos e a forma que nos portamos é bem

diferente do passado, pois atualmente a publicidade induz o consumo, definindo o que

devemos usar, vestir e comer, que forma devemos nos portar e o que devemos conhecer.

Identificar os próprios gostos e preferências, conhecer habilidades e limites, reconhecer-

se como indivíduo único, no meio de tantos outros igualmente únicos. É um processo de

autoconhecimento se inicia quando nascemos e só termina no final de nossa vida, e

recebe influência da cultura das pessoas com as quais convivemos e do ambiente em

que vivemos ou que freqüentamos. A escola, portanto, tem um papel fundamental na

construção da identidade e da autonomia de cada aluno.

Entende-se por identidade as características de um determinado povo, como suas

crenças, ritos e experiências em comum. A identificação é construída a partir do

reconhecimento de alguma origem comum, ou de características que são partilhadas

com outros grupos ou pessoas, ou ainda a partir de um mesmo ideal (FERRO apud

CERRI, 2008, p. 39).

Até o final do século XX não havia tanta variedade de identidades. Homens se

portavam de maneira semelhante e as mulheres também. No entanto, com as

modificações da pós-modernidade3, alteraram-se também os conceitos de classe, gênero,

sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, fazendo assim surgirem novas identidades e

dividindo o indivíduo, o qual passou a ter várias identidades. Ou seja, ele precisa portar-

se de um jeito no trabalho, de outro junto com a família e amigos, ainda outro na igreja,

e assim por diante.

Essa forma das pessoas terem que se apresentar em cada espaço social de uma

forma diferente faz com que elas não tenham mais apenas uma única identidade. A

mulher não é mais somente dona de casa e mãe, ela é também uma profissional

(professora, médica, doméstica, agricultora, advogada), amiga, esposa, religiosa,

podendo ser também emigrante, entre outros fatores que determinam suas várias

identidades.

Essa divisão da forma de ser perante a sociedade, faz com que o homem, na

atualidade, precise constantemente alterar sua forma de pensar. Um exemplo importante

são os indígenas que possuem sua própria identidade, a qual é diferente da nossa e por

isso muitas vezes os vemos como estranhos.

Assim, observa-se que o conceito de identidade é bastante amplo e diz respeito

ao pertencimento a culturas, etnias, raças, linguagens, religiões, nações, às

representações de instituições sociais como família, escola, estado, igreja, entre outras

(HALL, 2005).

A sociedade constrói normas e posturas e quem não se encaixa, não se identifica,

não se filia a estas normas e posturas, assume o posto de “estranho”. Um exemplo disso

é a moda que muda constantemente, fazendo com que todos desejem vestir o que está

na atualidade. Aquele que desfilar com uma moda, por exemplo, dos anos 80, será visto

como um estranho, que não está a par dos demais e por isso não faz parte de grupo

nenhum.

Na atualidade, o modo das pessoas viverem já não é estável, duradouro, surgindo

assim um sentimento de incerteza sobre a forma correta de viver e quais são os critérios

de certo e errado. A incerteza está presente em todos os momentos do ser humano:

3 O momento atual em que vivemos.

nenhum emprego, posição, carreiras, reconhecimento mais são garantidos, podendo se

perder da noite para o dia (BAUMAN, 1998).

Da mesma forma, essa incerteza demonstra que não há mais felicidade

permanente, que as famílias não são mais unidas como eram, e está se perdendo

inclusive a prática de visitar amigos e vizinhos. As tecnologias, como TV, computador e

internet, fazem com que as pessoas deixem de ter contato social e fiquem cada vez mais

isoladas. Além disso, os relacionamentos matrimoniais também já não são para a vida

toda. É nesse sentido que nossas identidades também mudam constantemente. A criança

pensa e se porta de dada forma, já na fase da adolescência mudando seu jeito e, na fase

adulta mais ainda.

Assim, as pessoas são divididas em diversas identidades, as quais muitas vezes

são copiadas de outros. Por isso, para fazer parte de dado grupo deve assemelhar suas

características, o que fará com que se sinta parte do grupo. Como exemplo, basta

pensarmos aqui na escola, todos vestem o uniforme e trazem livros e cadernos; se um

dos alunos chegarem à escola vestido de hippie será visto de forma diferente pelos

demais. Essa pessoa terá que adaptar-se à escola.

A partir do momento que dado sujeito, com suas características próprias deixa

seu espaço para fazer parte de outro, este passa a ser anormal, até que substitua sua

identidade, ou seja, que assimile ou que incorpore a conduta dos demais e passe a fazer

parte do grupo ao qual se filiou.

O itinerário de vida pós-moderno exige que o homem tenha diversas identidades,

dessa forma deixa de ter poder e liberdade sobre sua própria identidade. (BAUMAN,

1998). No entanto, o autor lembra que, no contexto pós-moderno, ser livre não significa

não acreditar em nada, e sim acreditar em muitas coisas.

Na contemporaneidade as identidades deixaram de manterem o mesmo formato

reconhecível ao longo do tempo. A situação inverteu-se, atualmente quem permanece

com a mesma identidade é visto como “atrasado” ou como “quadrado” com necessidade

de atualizar-se (BAUMAN, 2005, p. 35).

Na pós-modernidade há um “desencaixe” das identidades, uma diluição das

fronteiras, visto que as mudanças ocorridas na modernidade trouxeram um

assemelhamento dos comportamentos e das aparências, CERRI (2008). No passado, as

características das pessoas que viviam no meio rural e de pessoas que viviam no meio

urbano diferiam fortemente; atualmente, essas características estão praticamente

inexistentes porque as pessoas que atuam e vivem no campo deixaram sua identidade de

camponês e adotou identidade semelhante a das pessoas que vivem no meio urbano.

Esta aproximação se deve às transformações nas formas de trabalho no campo, que não

mais exigem destes, tanto esforço físico e trazem a recompensa financeira que lhes

proporciona uma semelhança de identidades.

Percebe-se, portanto, que conforme Bauman (2005), as identidades das pessoas

estão sempre se transformando e isto é necessário. Por exemplo, se um estrangeiro vem

morar em nossa cidade, ele precisar adaptar-se ao clima, solo, ao modo com que as

pessoas convivem, às normas dos serviços públicos (como saúde, educação), entre

outros.

A identidade das pessoas está ligada ao contexto social no qual a pessoa está

inserida. Este contexto é que regula e promove a necessidade das múltiplas identidades.

O que somos hoje é resultado de onde vivemos e do que aprendemos, seja na escola, na

família ou na própria cidade, com os amigos. As identidades que temos foram

construídas a partir dos modelos ensinados pelos nossos pais, vizinhos, parentes, escola,

etc.

A construção das identidades vai moldando-se quando um determinado grupo se

apropria de seus valores ou manifestações, perpetuando-os na sua história, passando de

geração para geração. Tendo em vista o caráter dinâmico da cultura, acelerado com a

evolução tecnológica e a mobilidade da população, a construção da identidade

individual e grupal vem adquirindo contornos que se adaptam a cada experiência vivida.

OBS: Trazer cópia da certidão de nascimento e de RG, para a próxima aula.

ATIVIDADE Nº 8

2- COM A XEROX DA SUA CERTIDÃO DE NASCIMENTO RESPONDA:

Somos únicos, somos importantes na nossa família e na sociedade da qual fazemos

parte, portanto, somos identificados pela nossa família e sociedade pelo nosso nome:

Eu, por exemplo, sou Tereza Maria de Oliveira, Nascida em 15/08/1959, em Laranjeiras

do Sul, Filha de Reinaldo Simões Joay e Maria Rosa Boaventura Joay. Avós paternos:

José Simões Joay e Maria Augusta Joay. Avós maternos: Ernesto Boaventura e Cecília

Lima Boaventura.

a) Certidão de nascimento nº________________

b) Nome completo____________________________________________________

c) Dia de seu nascimento ______/____/__________

d) Cidade em que nasceu_______________________________________________

e) Nome do pai______________________________________________________

f) Nome da mãe_____________________________________________________

g) Nome da avó materna ______________________________________________

h) Nome do avô materno_______________________________________________

i) Nome da avó paterna_______________________________________________

j) Nome do avô paterno_______________________________________________

k) Profissão do pai____________________________________________________

l) Profissão da mãe__________________________________________________

- Com estes dados existo somente eu. Então este é um primeiro documento oficial que

diz a todas as pessoas, que eu existo.

3- LEIA E RESPONDA ATENTAMENTE:

a) Meu nome é__________________________________________________________

b) Depois que chego da escola eu____________________________________________

c) Gosto de estudar porque_________________________________________________

d)Quando não estou estudando, ajudo minha família em alguns afazeres

como__________________________________________________________________

______________________________________________________________________

e) Meu passeio preferido é_________________________________________________

f) Minha brincadeira preferida é____________________________________________

g) Minha comida preferida é_______________________________________________

h) A cor dos meus olhos é_________________________________________________

i) Meus cabelos e pele são_________________________________________________

j) Minha cor preferida é___________________________________________________

l) O nome de meus irmãos são______________________________________________

m) Quando eu crescer vou ser______________________________________________

n) Quem escolheu meu nome foi____________________________________________

o) Colocaram meu nome porque___________________________________________

p) Minha religião que eu pratico é a__________________________________________

q) Gosto das diversões que a maioria do povo de minha localidade gosta, então eu

me____________________ com eles.

4-QUAL OUTRO DOCUMENTO PROVA QUE VOCÊ EXISTE?

a) Usando como exemplo a Carteira de Identidade da professora, cada um vai preencher a sua:

Identidade

5) VAMOS REFLETIR UM POUQUINHO MAIS RELENDO O TEXTO V:

a) Será que na atualidade o comportamento que temos em casa é o mesmo que teremos

na igreja, na escola, com os amigos de nossa idade, ou entre pessoas idosas? Justifique

sua resposta_____________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

b) O que faz com que nos dias de hoje variemos tanto a nossa identidade?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

c) A construção da identidade do jovem pode estar relacionada com as ideologias

dominantes em nossa sociedade, tais como, viver o momento presente, aproveitar a

vida, ou mesmo, quando se questiona uma atitude, recebe-se a seguinte resposta: “não

dá nada...” Assim como o posicionamento religioso de cada um, a responsabilidade com

o estudo, com o futuro, e por aí vai. Observa-se que se muda constantemente a forma de

pensar. Em sua opinião, porque isso ocorre?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

d) Baseado na leitura e discussão do texto, com suas palavras, explique quando é que

uma pessoa assume o posto de “estranho”.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

e) Segundo o texto, nos dias de hoje quem permanece com a mesma identidade é

chamado de “atrasado” e de “quadrado”. Explique com suas palavras o que isso

significa.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

f) Para facilitar sua resposta, leia novamente o décimo quarto parágrafo e explique com

suas palavras a idéia ali colocada.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

g) TRABALHO EM GRUPOS: Leiam atentamente o segundo parágrafo e representem

a compreensão do grupo na cartolina, com uma frase e uma ilustração.

h) Lendo atentamente os 2º, 3º e 4º parágrafos, representem o entendimento em sulfite,

através de desenhos e frases.

VOCÊ SABE O QUE É UM ACRÓSTICO?

Um acróstico é uma composição geralmente em forma de poesia, que consiste em

formar uma palavra vertical, com as letras iniciais, intermediárias ou finais, gerando um

nome próprio ou uma seqüência significativa:

a) VEJA O EXEMPLO:

Tenho um lindo nome,

Entre muito outros aqui!

Rodrigo, Solange, Felipe, Luiz e Julino,

Elisa, Salete, Veronice, Filomena e Sueli.

Zuliane, Fernanda, José, Ricardo e Suyane,

Adilson, Mariluce, Maricléia, e Josiane.

5) Para mostrar que você é esforçado vamos fazer um acróstico bem caprichado com

seu nome, pode usar o nome de seus colegas de classe ou de sua família, de seus

amigos, ou ainda pode ser usado palavras que componha o texto sobre identidade, que

acabamos de ler. Faça uma ilustração bonita, para colocarmos no cordel:

6) VAMOS RELER O TEXTO E REFLETIR UM POUQUINHO MAIS E DEPOIS

RESPONDEREMOS AS QUESTÕES, EM DUPLAS:

a) Será que na atualidade o comportamento que temos em casa é o mesmo que teremos

na igreja, na escola? O modo com que nos comportamos no meio de alguns amigos de

nossa idade é o mesmo que deveremos ter entre algumas pessoas idosas, ou no interior

de uma igreja, ou ainda, na escola? Qual a relevância que essas questões têm em sua

vida?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

__________________________________________________________________

b) O que será que faz com que nos dias de hoje variemos tanto a nossa identidade?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

c) Na atualidade mudamos constantemente nossa forma de pensar. Segundo o texto, isso

ocorre devido a que fatores? _______________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

d) Baseado na leitura e discussão do texto, com suas palavras, explique quando é que

uma pessoa assume o posto de “estranho”.____________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

e) Nos dias de hoje quem permanece com a mesma identidade é chamado de “atrasado”

e de “quadrado”. Explique com suas palavras o que é permanecer com a mesma

identidade.______________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

f) Já lemos e debatemos todo o texto, mas para facilitar sua resposta, leia novamente o

décimo quarto parágrafo e explique com suas palavras a idéia ali colocada.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

7) RESPONDA:

a) Segundo o texto, quais os fatores que auxiliam na formação de nossa identidade?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

b) Formando grupos de 4 alunos, leiam atentamente o segundo parágrafo e representem

a compreensão do grupo na cartolina. ________________________________________

c)Lendo atentamente os três primeiros parágrafos, representem em sufites, através de

desenhos e frases, a sua compreensão.________________________________________

TEXTO VI

CULTURA E DIVERSIDADES

A raiz latina da palavra “cultura” é colere, o que pode significar desde cultivar e

habitar a adorar e proteger. Mas colere também vem do latim cultus, no termo religioso

“culto”, mais utilizado na Idade Média. Terry Eagleton (2005), explica ainda que

cultura designa arte elevada ou tradições de um povo. A cultura indica então a

territorialidade

Podemos ainda, dizer que, cultura é o conjunto de atividades e modo de agir, costumes e

instruções de um povo, fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores

espirituais, ideológicos e materiais. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições

de existência transformando a realidade.

Quanto à cultura brasileira, desde a colonização identificou-se a influência,

principalmente européia e africana, na constituição do povo brasileiro. Em meio a essa

diversidade cultural advinda de tantas nações diferentes, onde cada uma trouxe seus

valores e costumes em todos os níveis (vestuário, arquitetura, gastronomia, etc.)

resultando numa nação brasileira multirracial e pluritécnica. Da mesma forma, cada

estado e município possuem suas culturas próprias, uns diferentes dos outros. Você já

parou para pensar sobre a cultura de Porto Barreiro?

A cultura é apreendida no contato com o outro. A forma de falar e de se portar

denuncia a cultura da qual o sujeito faz parte. Michel de Certeau (1995) reconhece que

os povos e contextos culturais estão unidos não por identidade genética ou biológica,

mas por tradições sociais. Porém, a cultura não é apenas acumulação de tradições

sociais.

Segundo Pierre Lévy (1993), a crescente produção e desenvolvimento de novas

tecnologias têm transformado quatro dimensões específicas da sociedade: cultural,

organizacional, político e social. Além da velocidade nas comunicações, verificam-se

mudanças de atitudes, costumes e valores, ou seja, aspectos das dimensões da

sociedade.

As novas tecnologias também têm renovado as culturas dos povos do campo, os

quais substituíram equipamentos manuais por máquinas que desempenham o mesmo

serviço com mais rapidez. Assim, este povo já não apresenta uma cultura tão distinta do

povo da cidade, como era até pouco tempo. No entanto, vários objetos ajudam a contar

a história do trabalho na terra por muitos séculos, como por exemplo, o pilão, o arado,

cestos, canga, objetos produzidos com palha, entre tantos outros. Estes objetos fazem

com que as pessoas mais tradicionais busquem na memória as lembranças de como era a

vida antes e como é agora, revivam dificuldades e alegrias.

De acordo com o dicionário (HOLANDA, 2011), o termo “diversidade”

corresponde à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes

entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente.

Segundo Roque de Barros Laraia (2008), a nossa herança cultural que nos foi

passada pelas gerações anteriores nos faz aceitar apenas a própria cultura, depreciando

assim o diferente, como por exemplo, o homossexual, o negro, o índio, a prostituição, o

modo de ver o mundo, a moral, os valores, os diferentes comportamentos, as posturas

corporais, entre outros.

No entanto, atualmente as reflexões sobre diversidade cultural têm sido mais

intensas, em resposta a movimentos populares e estudos que reconhecem as diferentes

maneiras do ser humano pensar e agir na sociedade, em virtude das tradições herdadas

pelas gerações passadas e também por suas condições físicas.

Muitas heranças culturais específicas de determinado povo têm sido trabalhadas

preservando assim, as tradições de determinada comunidade, como é o caso do povo do

município de Porto Barreiro, que recebeu os imigrantes gaúchos e, por isso, cultiva

características do sul, como a dança, o vestuário, em eventos como rodeios e festas, na

culinária (churrasco) e também na linguagem. Esses aspectos que são normais da

cultura gaúcha são diferentes de outras tradições culturais, como por exemplo, no

Nordeste brasileiro, onde a gastronomia, vestuário, danças e outras características são

bastante diferentes.

A diversidade cultural está presente em todos os povos, o que parece estranho

para uns é normal para outros, por exemplo, na China, Coréia e outros países a carne de

cachorro é uma especialidade, ao passo que no Brasil não é aceita. Ainda na

gastronomia, aqui no Brasil a carne bovina é uma das mais consumidas, contudo, na

Índia, a vaca é considerada um elemento sagrado. Os povos são diferentes até pela

maneira como se alimentam, como por exemplo, os japoneses com os palitos. A

diversidade cultural transforma-se com o tempo, quando os povos migram de locais,

levando um pouco de sua cultura e abstraindo os valores e costumes do novo habitat.

O reconhecimento da própria cultura leva o indivíduo a compreender a sua co-

participação e a importância de mantê-la viva na memória, protegendo-a e valorizando-a

como forma de preservar o que ele é, suas características e identidade.

As pessoas reinventam suas casas e seus espaços conforme se relacionam,

transformando assim o seu “pedaço”, podendo preservar patrimônios culturais, mas não

suas relações com ele. (CHAUÍ, 2008).

ATIVIDADE DO TEXTO VI

OBSERVANDO A IMAGEM:

1-Colar esta imagem no seu caderno de História e depois vamos observar a fisionomia

de cada pessoa, imaginar a idade de cada um, a profissão, a descendência, etc.

Disponível em: http://www.blogdosempreendedores.com.br/wp- content/uploads/2010/02/diversidade1.jpg Acessado em: 01 Dez. 2012.

a) O que vocês observaram na imagem?

b) O que chama atenção na figura?

c) Todas as pessoas presentes na imagem são iguais, possui o mesmo tipo de vida, de conhecimento?

d) Quais diferenças podem ser observadas?

e) Vocês já imaginaram como seria o mundo se todos nós fossemos iguais?

f) Em algum momento vocês já ouviram o termo “Diversidade”?

g) O que é diversidade para vocês?

2-ATIVIDADE EM GRUPOS: Pesquisem no laboratório de informática ou no

dicionário, e passem para a cartolina, o significado, ilustrando com figuras recortadas

das revistas:

a) Diversidade.

b) Diversidade Cultural.

c) Diversidade Musical.

d) Diversidade Social.

e) Diversidade Religiosa.

f) Diversidade Étnica.

3- Partindo destas idéias colocadas pelo texto e atividades acima, como compreendemos

as transformações na forma de viver, inseridas pelos imigrantes gaúchos na cultura do

povo que já vivia em Porto Barreiro, bem como as transformações ocorridas a partir da

chegada destes?

4- CONTEXTUALIZAR A FORMAÇÃO POPULACIONAL DE PORTO

BARREIRO.

a) Quantos são seus habitantes?

b) Há grupos culturais que se vêem como diferentes?

c) Nossos habitantes são descendentes de que etnia?

d) Quais os diferentes tipos de habitações aqui existentes?

e) Quais as características das regiões onde os munícipes residem??

f) Quais as profissões da população?

g) Quais as ocupações das pessoas que não são remuneradas mensalmente? O que produzem em sua atividade econômica?

h) Como e onde vendem seus produtos?

i) Qual é a produção da região e onde ela é vendida?

j) Quais produtos não são produzidos na região ou no município?

VII TEXTO

A FOTOGRAFIA

O homem desde que vivia nas cavernas encontrou um meio de deixar relatos de

sua passagem ao inventar as pinturas rupestres nas paredes das mesmas e, com o tempo

desenvolveu várias técnicas para representações de imagens da vida humana e suas

relações com a natureza e com o meio em que está inserido, entre elas está a fotografia.

A arte de fotografar (= escrever (grafar) com luz (foto)), acabou se constituindo

não só numa arte como na forma de se enxergar o mundo, “a invenção da fotografia

representou a criação de um poderoso instrumento para a exploração visual do espaço e

a apreensão do tempo vivido”. A fotografia surgiu no século XIX, no ano de 1826,

inventada pelo francês Joseph Nicéphore Niépce e rapidamente difundiu-se por muitos

lugares da Europa onde as famílias abastadas retratavam o seu cotidiano de lazer e

trabalho, festas, casamentos e piqueniques. Rapidamente foi muito utilizada para fins

oficiais, retratando as realizações dos governos e com fins jornalísticos, tendo o

interesse de chamar a atenção dos leitores para uma determinada notícia. Estas foram

também utilizadas pelos governos das cidades européias, principalmente de Paris, por

volta de 1850, para difundir imagens de bairros medievais que desapareceriam com a

reforma urbanística. Os museus se encarregam de guardar estas fotografias com

interesse em preservar o passado de cidades e que servem como documentos (PINSKY,

2009). No Brasil, a fotografia chegou em 1840 e D. Pedro II transformou-se no primeiro

fotógrafo do país e, aqui também foi usada com o fim de preservar o passado de ruas e

cidades que sofreram a modernização.

No nosso cotidiano as fotografias são lembranças de nossos familiares, alguns

até já nem vivem mais em nosso meio, mas o momento está eternizado ali naquele

pedaço de papel que também pode ser usado como documento histórico, ou seja, é o

registro de uma realidade para alguém em um determinado momento. Pode ser fonte de

pesquisa para a História, assim como para diversas outras ciências que buscam, a partir

das imagens, explicar as transformações, permanências e continuidades pela qual a

humanidade passou e passa, seja nas ruas, edifícios, praças, veículos de transportes, etc.

(TURAZZI, 2005, p.4).

Os retratos de família estão fundamentalmente ligados aos ritos de passagem, ou

seja, momentos ou rituais que marcam uma mudança de situação ou de categoria social,

cristalizando os momentos de passagem de criança a adulto, de solteiro a casado, de

vivo a morto. As fotografias são tiradas em festas de aniversários, batizados, fim de ano,

casamentos ou enterros (LEITE, 2001). Podemos, então, dizer que a importância da

fotografia está no fato de preservar o momento ou o tempo e o espaço, capturar as

demonstrações de emoções e sentimentos, guardando para a posteridade imagens de

uma época e de um tempo que não retornará.

Os álbuns de família são cadernos cartonados onde se colocam as fotografias de

forma organizada, das pessoas que queremos bem ou que um dia ou em algum momento

fizeram parte da nossa história: filhos, marido, vizinhos, que foram fotografados em

diferentes locais; a própria casa, na rua, na igreja ou escola. Tais retratos foram, depois,

colocados em uma ordem determinada, segundo critérios de cada guardião ou

organizador dessas memórias familiares. Para fazer um álbum, separamos, organizamos

as fotografias, normalmente em ordem cronológica, e temos um discurso para cada uma

delas ao mostramos essas imagens, o que significa uma lembrança particular da nossa

memória. Enfim, “cada família constrói uma crônica de si mesma a partir das coleções

particulares, os chamados Álbuns de Família”.

As fotografias, estando em álbuns ou não, são fragmentos selecionados,

congelados em um dado momento e que servem como ponto de partida para tentarmos

entender o passado. E com o auxílio da História é possível nos apropriarmos das

imagens fotográficas e ampliar nossa compreensão sobre o que foi retratado, dando um

sentido aos contextos sociais nos quais vivemos cotidianamente de maneira que

possamos criar uma identidade histórica que permita as confrontações com as inúmeras

modificações ou permanências ocorridas no tempo. Assim, criando uma identidade

particular, com bases fincadas na experiência do passado, que nos faz vivenciar o

presente e projetar o futuro.

A fotografia, portanto, pode ser fonte prazerosa na pesquisa histórica,

possibilitando o exercício de reviver o passado através da apreciação de nossas próprias

imagens, de família ou de outros momentos considerados corriqueiros ou importantes

situações do passado, levando-nos à reflexão do significado que tem a fotografia na vida

das pessoas. Quando nos vemos através dos nossos velhos retratos nos álbuns,

compreendemos a ação do tempo e quase sempre nos emocionamos, pois percebemos

que o tempo passou e a noção de passado se torna mais concreta em nossa mente. E

através de uma reflexão do passado até a atualidade é possível pensarmos no que já

fizemos, no que já evoluímos, nos erros e nos acertos, como agentes históricos que

somos, responsáveis pela nossa própria história. Que a história é feita pelos povos e seu

cotidiano, e tudo o que acontece repercute na vida de todos.

ATIVIDADES

1-Schimidt e Cainelli (2009) apontam sugestões para o trabalho com fotografias, onde

iremos buscar pistas que nos revelem o que está por trás da fotografia:

A fotografia, no início de sua trajetória, somente as pessoas abonadas da sociedade

tinham acesso a ela. Na atualidade há uma grande facilidade em se adquirir câmeras

fotográficas, aliás, até os celulares já vem com câmeras adaptadas e, as fotos são tiradas

em grande quantidade. Você gosta de tirar suas próprias fotografias? Você vê somente

pontos positivos ou também pontos negativos a respeito de as câmaras estarem nas

mãos da maioria das pessoas, nos dias de hoje?

1- Trazer para a escola 2 fotografias por aluno, de preferência que sejam fotos de

famílias de imigrantes gaúcho, ou então de sua própria família, mas que seja uma foto

mais antiga e outra mais recente, preferencialmente do mesmo lugar. Tentemos analisar

o que as fotografias nos mostram? São fotos em preto e branca ou coloridas? Tente

desvendar em que ano foram feitas?

QUESTIONÁRIO

1- Explique, com suas palavras, o que é possível visualizar nesta fotografia?

2 – Quem você acha que são as pessoas que aparecem na fotografia?

3 – Você acha que existe diferença entre do passado retratado e hoje? Quais?

4 – Como você imagina que viviam as pessoas do passado de Porto Barreiro?

5– Quais os meios de transportes que existia no passado em Porto Barreiro? Atualmente

eles ainda existem?

7– Você acha que os antigos moradores tinham uma vida melhor, ou seja, mais fácil, ou

mais difícil que a do povo atual.

8– Elabore um texto narrando a história de Porto Barreiro através das fotos que

Analisamos.

INSTRUÇÕES METODOLÓGICAS AOS PROFESSORES

A presença de tecnologias como meio de comunicação e interação entre a

juventude, talvez, tenha sido um dos fatores que fez com que o cotidiano escolar, se

tornasse um tanto maçante, pouco interessante aos alunos. Urge a necessidade da

revisão e ressignificação de certas práticas pedagógicas, na qual o professor assuma

uma postura comprometida e sintonizada com teorias e metodologias que o levem a

trabalhar considerando a complexidade da realidade social, econômica, tecnológica e

social onde vivemos. Enfim, pensar a ressignificação dos conteúdos na sua prática

docente, a partir de uma reflexão sobre a sua própria ação e o aprendizado do aluno.

a) Professor se apresenta e faz uma sondagem afim de que os alunos falem o que

entendem como História, e como ela é feita. Professor pede para que os alunos

escrevam e ilustrem a história de vida deles.

b) Exibição do documentário: Construtores do Brasil: D. Pedro I.

http://prolaishistoria.blogspot.com.br/2011/08/serie-construtores-do-brasil

c) Como ter acesso a ele). Os alunos deverão identificar uma narrativa bibliográfica

e poderão perceber como o diretor do episódio assumiu o papel de narrador.

Os debates deverão recair sobre os motivos que levaram a seleção dos fatos

destacados no documentário sobre D. Pedro I. Mostrar a eles que, selecionar o que vai

ser mencionado na narrativa diz respeito aos critérios daquele que escreve a história,

desta forma, então, os alunos perceberão como atua o historiador. O documentário

enfatiza a figura de D. Pedro I como grade herói, traço típico da historiografia

positivista. O professor poderá ampliar a discussão sobre a diferença entre a

historiografia positivista e a escola dos Annales. Isso facilitará o entendimento do

primeiro texto a ser estudado.

Documentário-http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/default.asp? Acesso em 05

Dez. 2012.

TEXTO I

Depois de se usar o documentário “Construtores do Brasil: D. Pedro I”. O texto I aborda

o tema: “O que é História”

O QUE È HISTÓRIA

Após a leitura deste texto com os alunos, o professor poderá levantar vários

questionamentos, indagando sobre o significado da palavra “história”, o entendimento

da História como ciência/disciplina, sua importância, as mudanças no conceito ao longo

do tempo, como e quem faz a história. É importante neste momento trazer essa

problemática para a realidade do aluno, mostrando que a história não é uma coisa

restrita ao passado, que está somente nos livros, documentos oficiais, nas ações dos

grandes vultos históricos, ao contrário essa reflexão deve levar o aluno a perceber-se

como sujeito histórico e que a história acontece no seu cotidiano.

Feito a problematização do texto, os alunos podem construir o seu conceito de

história pensando na realidade em que eles estão inseridos, nas mudanças, permanências

e experiências do seu povo. Além, do uso das atividades do Material Didático.

A atividade da construção da árvore genealógica auxiliará na compreensão dos

conceitos de geração e a continuidade cultural, uma vez que a cultura é dinâmica e se

transmite de geração em geração. (P/ esta atividade distribuir cartolina aos alunos).

OBS: Pesquisa no dicionário ou explicação pelo professor sobre conceitos de mudança,

permanência e experiência, em história, bem como, em todo o material, todas as

palavras consideradas desconhecidas, devem ser pesquisadas ou explicadas

anteriormente.

OBS: Sugestões para o aprofundamento sobre o tema:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://www.algosobre.com.br/historia/conceitos-de-historia.html-acesso24Nov.2012.

BORGES, Vavy Pacheco. O que é história – São Paulo: Editora Brasiliense, 2005.

DIRETRIZES da Educação Básica do Paraná. Secretaria de Estado da Educação do

Paraná. 2008.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene. Ensinar História. SãoPaulo: Scipione, 2009.

TEXTO II

O PAPEL DO HISTORIADOR E AS FONTES HISTÓRICAS

O professor deve levar os alunos a pensar que uma fonte histórica pode estar em

sua casa: como fotografias, documentos, cadernetas, objetos, os quais podem servir

como pistas, nas mãos de um historiador. Não esquecendo que as pistas não são

deixadas propositalmente, mas de forma espontânea, uma vez que o ser humano vive,

automaticamente deixa vestígios que ajudam a contar a história sua, de sua família ou

do grupo ao qual fazem parte.

Após essa problematização, os alunos podem construir o seu conceito de fonte

histórica, pensando na sua realidade.

OBS: O professor que desejar usar este texto, na realidade de sua escola, poderá

problematizar sobre as mudanças e permanências do bairro, cidade, rua ou comunidade

que o aluno está inserido, através de passeios para observação de formas de arquiteturas

antigas, modernas, etc. Visita a cemitérios para analisar a preservação da memória

familiar, as crenças religiosas, a arquitetura dos túmulos e mausoléus desde os mais

antigos, até os que acompanham a modernidade, o abandono ou desleixo familiar, a

perspectiva de vida, diferenças sociais, etc.

OBS: Sugestões para o aprofundamento sobre o tema:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BORGES, Vavy Pacheco. O que é história – São Paulo: Editora Brasiliense, 2005.

http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/uso-fontes-historicas-nas-aulas-

historia.htmacesso 05 Dez. 2012

KARNAL, Leandro; TATSCH, Flavia Galli. A memória evanescente. In.: Pinski, Carla Bassanezi; Luca, Tania Regina de [orgs.]. O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009. (9-28).

PINSKI, Carla Bassanezi e LUCA, Tânia Regina de. O historiador e suas fontes. São

Paulo. Ed. Contexto, 2009.

http://profludfuzzimorte.blogspot.com.br/2010/06/o-cemiterio-como-fonte-de-

pesquisa.html-acesso em 05 Dez.2012.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene. Ensinar História. SãoPaulo: Scipione, 2009.

VISITA DE UM IMIGRANTE GAÚCHO

O professor deverá viabilizar a presença de uma pessoa pertencente a uma família de

imigrantes gaúchos, para realizar uma conversa com os alunos, testemunhando sobre

sua vinda para Porto Barreiro, sua vivência e experiência enquanto morador do

município auxiliará na compreensão

Sugestões de questões que os alunos podem fazer ao visitante:

a) Apresentação da pessoa (livre vontade).

b) Pode nos contar onde a senhora e sua família viviam antes de vir para cá e, o porquê

da escolha por Porto Barreiro?

c) Como foi a viagem e a chegada de vocês?

d) E os antigos moradores eram hospitaleiros, solidários com os imigrantes?

e) Trouxeram muita coisa na mudança?

f) Pode nos relatar como era o nosso município na época de sua chegada, com relação à

residência, transportes, maquinários para plantio e colheita?

g) A senhora acha que a chegada dos imigrantes auxiliou em algumas transformações?

(lavoura, criação de gado, alimento, religião, lazer, etc,).

h) Muitos anos se passaram desde a sua chegada até agora. A senhora considera que

Porto Barreiro progrediu nestes anos? Quais as mudanças ocorridas no município que a

senhora observou que mais auxiliou na melhoria para o povo?

i) A senhora gostaria de voltar de mudança para sua terra natal? Por quê?

j) Agradecemos imensamente sua visita, o testemunho de suas lembranças, de coisas

que a senhora guarda viva na memória e que com tanta sabedoria nos transmitiu e,

contamos com sua presença em outras oportunidades. Muito Obrigada! (Feito por um

aluno)

k) Uma aluna, neta da imigrante, entregará um arranjo natural, como forma de

agradecimento ao tempo e conhecimento conosco partilhados.

III TEXTO

A HISTÓRIA DE PORTO BARREIRO

O texto: “A História de Porto Barreiro”, tem como objetivo levar os alunos a

pensarem a respeito do seu dia-a-dia e perceber uma amplitude maior que a simples

rotina diária, valorizando seu cotidiano como um campo de criação, mudanças e

desafios.

Nosso cotidiano é um objeto de estudo escolar, muito rico, pelas possibilidades

que oferece de visualizar as transformações possíveis de ser realizadas por homens

comuns, o que faz ultrapassar a idéia de que a história só acontece longe de nós.

Aproveita-se a oportunidade para conduzir os alunos a refletirem que ao longo da

história o ser humano sempre se mostrou atuante, muito embora, a História só passasse

a valorizar a história de todos, ao longo do séc. XX.

O conhecimento da história do seu município, a compreensão de que ele e seus

familiares são parte integrante da história de seu povo e a reflexão da magnitude que

isso que isso toma, leva o aluno a sentir-se importante, desenvolve o senso crítico e o

faz tornar-se um cidadão mais atuante, exigindo seus direitos e participando,

Após os questionamentos e reflexões feitas a partir do texto e das discussões,

além das atividades aqui propostas, há ainda outras possibilidades de os alunos

compreenderem a realidade de seu local, depende da criatividade e busca do professor,

porque, normalmente, os pequenos municípios não tem escrito, muito de sua história.

OBS: Sugestões para o aprofundamento do tema:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos, São Paulo: Ed. Cortez, 2009.

FORTUNA, Claudia Prado. Memórias, Histórias locais e a construção do conhecimento

histórico escolar. In.: Alegro, Regina Célia [et. al]. Paraná: Memórias, Histórias

locais e Ensino de História. Londrina: EDUEL, 2011. (9-20).

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Trad.: Yara

Aun Khoury. In.: PROJETO HISTÓRIA: Revista do Programa de Estudos Pós-

Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP. (Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo). São Paulo – SP, Brasil, 1981.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Texto: Concepções de História do

cotidiano, p. 165, 166 e 167.

ATIVIDADE SOBRE O VÍDEO: D. CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA

Sentar em círculo com os alunos e fazer os seguintes questionamentos:

- O que mais chamou a atenção deles no filme?

- Como se dava a comunicação entre os personagens - Antônio e Dona Cristina?

- A vida do idoso na nossa sociedade atual (vários alunos convivem com avós na mesma

casa); troca de afeto, capacidade de realização de tarefas, respeito ao conhecimento

através da experiência, auxílio e respeito ao idoso por parte do adolescente.

- O episódio do roubo do relógio (cabe provocar uma reflexão sobre esse aspecto moral

da conduta humana, com o que é do outro);

- As atitudes éticas que permeiam o vídeo: compaixão, solidariedade, respeito,

cooperação, amizade, diálogo;

- Como D. Cristina fazia para não esquecer os familiares; De quem ela falava?

* (Problematizando história e identidade).

- Quando contamos a história de um acontecimento, um fato, a alguém, corremos o

risco de não contarmos tal qual aconteceu. Nossa memória é falha, podemos omitir

(esquecer) dados ao longo do tempo.

Conte aos alunos uma história acontecida (vivida) por você. Ressalte a possibilidade de

ter esquecido algumas partes deste acontecimento, pois a memória é falha. Pergunte

quem tem um fato do qual tenha lembrança e que queira contar. Ouça a história e

ressalte que, quem sabe se o acontecimento tivesse sido filmado, talvez não fosse, bem

do jeitinho que ela está contando, pois acabamos guardando mais tempo, o que nos é

mais importante e o restante, e com o passar do tempo, nossa memória vai

ressignificando, e assim, vamos formando nossa identidade.

A partir das histórias contadas – entendemos que somos, ao mesmo tempo, tão

iguais e tão diferentes uns dos outros! Vivemos histórias tão singulares e, ao mesmo

tempo, tão comuns aos outros! E tudo o que nós vivemos, guardamos na memória,

nossas lembranças, recordações de coisas boas e ruins – e nós, somos muito das

histórias que nos contaram sobre nós mesmos e, são estas histórias que nos constituem

como seres individuais e coletivos.

IV TEXTO

MEMÓRIA

Jacques Le Goff (2003) nos ensina que a memória conserva as informações ao

longo do tempo e, que existe a memória de longo prazo e a ativa. É pela memória de

longo prazo que os pais transmitem valores e costumes tradicionais aos filhos.

Tudo o que recebemos de nossos antepassados forma a nossa memória. E

esta memória é que nos define e enobrece, portanto, tradições, usos e costumes são

legados sagrados deixados pelos antepassados ou adquiridos através da vivência com

uma cultura diferente, e que acabam por fazer parte de nossa consciência histórica.

A memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, ela está

em permanente transformação, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento,

inconsciente de suas deformações sucessivas, vulnerável a todos os usos e

manipulações, susceptível de longas latências e de repentinas revitalizações. A história é

a construção sempre problemática e incompleta do que não existe mais (PIERRE

NORA, 1981, p. 09).

Dando continuidade a discussão sobre memória, com relação ao vídeo: Dona Cristina

perdeu a memória, é possível fazer outros questionamentos para reflexões. O desenrolar

da história mostra uma idosa que guardava objetos que eram verdadeiras “relíquias”,

“preciosidades”, que a mantinham ligada com o viver. Após assistir ao vídeo, o

professor aguçará suas lembranças, e reflexões, através de comentários e argumentos

orais sobre a reportagem, depois, através de uma atividade proposta, abordar de forma

escrita alguns pontos elencados durante o filme.

OBS: Sugestões para aprofundamento do tema:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. História oral – memória, tempo, identidades. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

FORTUNA, Claudia Prado. Memórias, Histórias locais e a construção do conhecimento histórico escolar. In.: Alegro, Regina Célia [et. al]. Paraná: Memórias, Histórias locais e Ensino de História. Londrina: EDUEL, 2011. (9-20).

KARNAL, Leandro; TATSCH, Flavia Galli. A memória evanescente. In.: Pinski, Carla Bassanezi; Luca, Tania Regina de [orgs.]. O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009. (9-28).

LE GOFF, Jacques. História e memória. Trad.: Bernardo Leitão [et.al]. 5 ed. campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2003.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Trad.: Yara Aun Khoury. In.: PROJETO HISTÓRIA: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP. (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). São Paulo – SP, Brasil, 1981.

http://www.portacurtas.com.br/curtanaescola/pop_160.asp?cod=1454&Exib=5513,

acessado em 02 dez. 2012.

V TEXTO

AS IDENTIDADES NA ATUALIDADE

O texto “As identidades na atualidade” tem como objetivo levar os alunos à

refletirem sobre a compreensão acerca da construção da identidade dos grupos

humanos, bem como o caráter múltiplo das identidades, o que faz termos várias

identidades, de acordo com a situação.

Depois da leitura e discussão do texto, realiza-se a dinâmica que tem o objetivo

despertar a sentimento de valor, de existência, enquanto parte integrante da família e da

comunidade.

DINÂMICA: Encapa uma caixa de sapatos, com um papel dourado e dentro coloca um

espelho no tamanho do fundo da caixa. Por fora, cola muitas bijuterias, relógio velho,

correntes de biju, etc.

Diga aos alunos:

- Fui visitar um lugar bem distante e lá encontrei um grande tesouro, o tesouro maior do

mundo. Agora, de um em um, vocês virão olhar o tesouro, mas ninguém deve contar o

que viu dentro da caixa. Combinado?

- Um por vez, fala sobre o que sentiu ao ver o precioso tesouro dentro da caixa.

- O que vocês viram na caixa de tesouro é importante para a sua família? Por quê?

- E para a comunidade onde você vive você é importante? Em que sentido você é

importante para esta sociedade?

- Antes do seu nascimento existia algum documento no seu nome?

- Qual foi o primeiro documento que provou que você existe?

Após a leitura do texto sobre as identidades e a realização da dinâmica, traga para

o contexto dos alunos, um diálogo crítico e ao mesmo tempo, enobrecedor, sobre as

muitas formas de comportamentos que uma mesma pessoa precisa demonstrar.

Propomos, ainda, atividades que se pautarão em reflexões e discussões sobre o passado

para a formação da identidade da pessoa, além do diálogo a respeito dos documentos

pessoais, que já foram estudados anteriormente.

Tudo o que fazemos, pensamos e a forma que nos portamos, hoje, é bem

diferente do passado, pois atualmente a publicidade induz ao consumo, definindo o que

devemos usar, vestir e comer, que forma devemos nos portar e o que devemos conhecer.

Identificar os próprios gostos e preferências, conhecer habilidades e limites, reconhecer-

se como indivíduo único, no meio de tantos outros igualmente únicos, é um processo de

autoconhecimento que se inicia quando nascemos e só termina no final de nossa vida, e

recebe influência da cultura das pessoas com as quais convivemos e do ambiente na

qual freqüentamos.

OBS: Sugestões de algumas atividades e aprofundamento do tema:

a) Após a leitura individual e coletiva do texto acima, conversar com os alunos

estimulando-os a identificar as diversas identidades de cada um, refletindo sobre o que

aprenderam com a família. Cada um terá a oportunidade de relatar pelo menos duas

identidades que já teve e, que agora não tem mais. Por exemplo: era criança dependente

dos pais até para ir à escola, na adolescência modificou-se, não precisa mais ser levado

para a escola. E na vida adulta?

b) Assistir ao vídeo “Formação da identidade pessoal” disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=t7pKRNLJ2rk&feature=related

c) Oportunizar um diálogo mais amplo sobre identidade, em relação ao município,

possibilitando com que identifiquem as várias identidades das pessoas mais antigas,

bem como algumas identidades que já não são mais comuns como a prática de pedir a

benção aos pais, tios e padrinhos. O modo das pessoas se vestirem é diferente de entre

os mais idosos e os mais jovens? Será que a chegada de pessoas de outros lugares

influenciou na modificação das identidades de quem já morava? Quais são as

identidades mais comuns em seu município?

d) Solicitar a confecção de uma tabela com duas colunas. Na primeira, irão anotar as

suas várias identidades e, na segunda coluna escreverão expondo sobre as identidades

mais comuns no município do município.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BAUMAN, Zygmund. O mal-estar na pós-modernidade. Trad. Mauro Gama e Claudia Gama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

_________________. Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

CERRI, Luis Fernando. Cidade e Identidade: Região e ensino de história. In.: Alegro, Regina Célia [et.al]. Temas e Questões para o ensino de História do Paraná. Londrina: EDUEL, 2008. (27-42).

DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. História oral – memória, tempo, identidades. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2005.

- Filme: Narradores de Javé. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Trm-CyihYs8

TEXTO VI

CULTURA E DIVERSIDADES

Neste texto abordamos vários questionamentos, entre eles, a questão das novas

tecnologias, que têm transformado quatro dimensões específicas da sociedade: cultural,

organizacional, político e social. A velocidade das informações traz mudanças de

atitudes, costumes e valores, ou seja, mudam os aspectos das dimensões da sociedade. A

herança cultural deixada por gerações anteriores que nos faz aceitar apenas a própria

cultura, depreciando o diferente: o homossexual, o negro, o índio, a prostituição, o

modo de ver o mundo, a moral, os valores, os diferentes comportamentos, as posturas

corporais, entre outros. É interessante questionar neste momento valores que estão se

perdendo com o passar do tempo, o machismo, que tortura, como herança cultural,

existente em todas as regiões do Paraná, mas, também, as tradições, que nos fazem

manter viva nossa identidade. No caso de Porto Barreiro, recebemos as tradições

gauchescas na dança e churrasco, principalmente. Reconhecer sua cultura leva o

indivíduo a compreender a importância de mantê-la viva na memória, como forma de

preservar sua identidade.

Convivemos no dia-a-dia com diferenças de todas as ordens, exigindo de todos e

de cada um, a tolerância e o respeito ao diferente, uma vez que não é fácil reconhecer e

aceitar a “diversidade humana”. Homens, mulheres e jovens são diferentes, pensam e

agem de forma diferente e, além das diferenças genéticas, temos os diferentes

“modelos”, sobre os quais construímos os conceitos de certo e errado, crenças, religiões,

etc. Os próprios conceitos de ética e moral e, é aí que uma cultura diverge da outra,

cabendo a nós aprender a conviver. É importante neste momento trazer a problemática

para a realidade do aluno, mostrando que todos têm direitos iguais ao respeito, levando

o aluno a colocar-se no lugar daquele que não é respeitado.

OBS: antes desta atividade o professor deverá explicar para seus alunos o conceito

cultura, diferenciando os termos: organizacional, política e social.

Assistir ao vídeo “Cultura gaúcha” disponível em: http://www.youtube.com/watch?

v=vepRrjiwgYc

Música gauchesca: O Vento – Os Monarcas

Música sertaneja: Meu Reino Encantado – Cantor Daniel

Ambas as músicas, oportunizam a reflexão e o questionamento acerca da cultura do

povo, daquilo que o povo precisa como respeito; a importância de desenvolver no

adolescente o respeito pela forma de ser do outro. Fazê-los entender que a indiferença

aumenta ou acentua as diferenças sócio-econômicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CERTEAU, Michel. A cultura no plural. Rio de Janeiro: Papirus, 1995.

EAGLETON, Terry. A idéia de cultura. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

HOLANDA, A. B. Dicionário Aurélio Escolar da Língua Portuguesa, 1 ed., Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2011.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 12. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1995.

TEXTO VII

A FOTOGRAFIA

Para o uso de fotografias como fonte de estudo em História, que está

contemplado neste trabalho, o professor poderá dar o seguinte encaminhamento a sua

aula: fazer a leitura do texto com os alunos, sobre a história da fotografia e sobre a

importância da fotografia como fonte histórica, fazendo reflexões, tecendo comentários,

levando os alunos a pensar as fotografias não só como ilustrações, mas, como

documento histórico. Induzindo-os a pensar nas fotografias que eles têm em casa e que

poderiam ser usadas neste trabalho para contar a história de sua família. Aproveitar o

momento e pedir para que os alunos tragam para a aula seguinte, fotografias de seus

familiares, de preferência que retrate o local onde vivem.

Depois de passado o momento da curiosidade em trocarem-se as fotografias para

ver, comentar e divertir-se, é hora de iniciar o trabalho, pedindo que os mesmos teçam

comentários sobre as fotografias que trouxeram. Para análise das mesmas, será feito um

roteiro de perguntas que os alunos estarão respondendo para interpretá-las e descobrir o

que elas têm a nos contar sobre a história dos imigrantes gaúchos, ou do povo mais

antigo de Porto Barreiro.

OBS: - O roteiro de questionamentos deve ser preparado sempre, de acordo com o tipo

de fotografias a ser estudada.

OBS:- Sugestões para aprofundamento do tema:

PRADO, Sandra Mara. História, Memória e Identidade: o Município de Maria

Helena através da fotografia.

Disponível:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/interna

s/resultpesq_2007.html- Acesso dia 08/11/2012

PINSKI, Carla Bassanezi e LUCA, Tânia Regina de. O historiador e suas fontes. São Paulo. Ed. Contexto, 2009.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2010.

SCHNELL, Rogério. O uso da fotografia em sala de aula. Palmeira: espaço urbano, econômico e sociabilidade – a fotografia como fonte para a história – 1905 a 1970.

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/5-4.pd f- acesso 04 dez. 2012.

TURAZZI, M. I. História e o ensino da fotografia. São Paulo: Moderna, 2005. Projeto Araribá: informes e documentos.

Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-fotografia/index.php. Acesso dia 12 de outubro de 2012.