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TESTE FORMATIVO DE PORTUGUÊS- 11º ANO CESÁRIO VERDE I A Lê o poema com atenção e responde às questões de modo claro e com respostas completas: DE VERÃO I No campo; eu acho nele a musa que me anima: A claridade, a robustez, a acção. Esta manhã, saí com minha prima, Em quem eu noto a mais sincera estima E a mais completa e séria educação. II Criança encantadora! Eu mal esboço o quadro Da lírica excursão, de intimidade. Não pinto a velha ermida com seu adro; Sei só desenho de compasso e esquadro, Respiro indústria, paz, salubridade. III Andam cantando aos bois; vamos cortando as leiras; E tu dizias: «Fumas? E as fagulhas? Apaga o teu cachimbo junto às eiras; Colhe-me uns brincos rubros nas ginjeiras! Quanto me alegra a calma das debulhas! IV E perguntavas sobre os últimos inventos Agrícolas. Que aldeias tão lavadas! Bons ares! Boa luz! Bons alimentos! Olha: Os saloios vivos, corpulentos, Como nos fazem grandes barretadas!

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Cesário Verde

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TESTE FORMATIVO DE PORTUGUS- 11 ANO

CESRIO VERDE

IAL o poema com ateno e responde s questes de modo claro e com respostas completas:

DE VEROINo campo; eu acho nele a musa que me anima:A claridade, a robustez, a aco.Esta manh, sa com minha prima,Em quem eu noto a mais sincera estimaE a mais completa e sria educao.

IICriana encantadora! Eu mal esboo o quadroDa lrica excurso, de intimidade.No pinto a velha ermida com seu adro;Sei s desenho de compasso e esquadro,Respiro indstria, paz, salubridade.

IIIAndam cantando aos bois; vamos cortando as leiras;E tu dizias: Fumas? E as fagulhas?Apaga o teu cachimbo junto s eiras;Colhe-me uns brincos rubros nas ginjeiras!Quanto me alegra a calma das debulhas!

IVE perguntavas sobre os ltimos inventosAgrcolas. Que aldeias to lavadas!Bons ares! Boa luz! Bons alimentos!Olha: Os saloios vivos, corpulentos,Como nos fazem grandes barretadas!

VVoltemos! No ribeiro abundam as ramagensDos olivais escuros. Onde irs?Regressam os rebanhos das pastagens;Ondeiam milhos, nuvens e miragens,E, silencioso, eu fico para trs.

VINuma colina brilha um lugar caiado.Belo! E, arrimada ao cabo da sombrinha,Com teu chapu de palha, desabado,Tu continuas na azinhaga; ao lado,Verdeja, vicejante, a nossa vinha.

VIINisto, parando, como algum que se analisa,Sem desprender do cho teus olhos castos,Tu comeaste, harmnica, indecisa,A arregaar a chita, alegre e lisa,Da tua cauda um poucochinho a rastos.

VIIIEspreitam-te, por cima, as frestas dos celeiros;O sol abrasa as terras j ceifadas,E alvejam-te, na sombra dos pinheiros,Sobre os teus ps decentes, verdadeiros,As saias curtas, frescas, engomadas.

IXE, como quem saltasse, extravagantemente,Um rego de gua, sem se enxovalhar,Tu, a austera, a gentil, a inteligente,Depois de bem composta, deste frenteUma pernada cmica, vulgar!

XExtica! E cheguei-me ao p de ti. Que vejo!No atalho enxuto, e branco das espigas,Cadas das carradas no salmejo.Esguio e a negrejar em um cortejo,Destaca-se um carreiro de formigas.

XIElas, em sociedade, espertas, diligentes.Na natureza trmula de sede,Arrastam bichos, uvas e sementesE atulham, por instinto, previdentes,Seus antros quase ocultos na parede.

XIIE eu desatei a rir como qualquer macaco!Tu no as esmagares contra o solo!E ria-me, eu ocioso, intil, fraco,Eu de jasmim na casa do casacoE de culo deitado a tiracolo!

XIIIAs ladras da colheita! Eu, se trouxesse agoraUm sublimado corrosivo, uns psDe solimo, eu, sem maior demora,Envenen-las-ia! Tu, por ora,Preferes o romntico ao feroz.

XIVQue compaixo! Julgava at que matariasEsses insectos importunos! Basta.Merecem-te espantosas simpatias?Eu felicito suas senhorias,Que honraste com um pulo de ginasta!

XVE enfim calei-me. Os teus cabelos muito loirosLuziam, com doura, honestamente;De longe o trigo em monte, e os calcadoiros,Lembravam-me fuses de imensos oiros,E o mar um prado verde e florescente.

XVIVibravam, na campina, as chocas da manada;Vinham uns carros a gemer no outeiro,E finalmente, enrgica, zangada,Tu, inda assim bastante envergonhada,Volveste-me, apontando o formigueiro:

XVIINo me incomode, no, com ditos detestveis!No seja simplesmente um zombador!Estas mineiras negras, incansveis,So mais economistas, mais notveis,E mais trabalhadoras que o senhor!Cesrio Verde 1. Neste poema, o campo olhado atravs de duas perspetivas.

1.1. Explicita-as.

1.2. Caracteriza o eu potico que fala no poema.

1.3. Identifica no texto dois tempos cronologicamente distanciados, explicitando de que modo um e outro se relacionam entre si.

1.4. Explica por que razo podemos afirmar que este poema apresenta inequivocamente traos de narratividade.II

Atenta novamente no poema transcrito e responde, assinalando a alnea correta:

1. Em eu acho nele a musa que me anima (v. 1) temosa. Uma orao subordinada adjetiva relativa restritiva.b. Uma orao subordinada adjetiva relativa explicativa.c. Uma orao subordinada substantiva relativa completiva.d. Uma orao subordinada adverbial causal.

2. Na terceira estrofe do poema encontramos verbosa. No presente do indicativo, no imperfeito do indicativo, no infinitivo e no gerndio.b. No gerndio, no imperativo, no imperfeito do indicativo e no presente do indicativo.c. No imperativo, no imperfeito do conjuntivo, no presente do indicativo e no imperfeito do indicativo.d. No presente do indicativo, no gerndio, no futuro do conjuntivo e no imperativo.

3. O ato ilocutrio presente no verso 3 da estrofe III a. expressivo.

b. compromissivo.

c. diretivo.

d. assertivo.

4. O constituinte sublinhado em No ribeiro abundam as ramagens (estrofe V) desempenha a funo sinttica dea. complemento direto.b. complemento agente da passiva.c. modificador do grupo verbal.d. sujeito.

5. O uso da conjuno E (estrofe VIII) assegura a coesoa. referencial.b. interfrsica.c. frsica.d. temporal.

6. Na estrofe XI encontramos as seguintes figuras estilsticas:a. Enumerao, adjectivao e personificao.b. Adjectivao, personificao e hiprbole.c. Enumerao, adjectivao e metonmia.d. Metonmia, personificao e adjectivao.

7. Em Julgava at que matarias /Esses insectos importunos! (vv.66, 67) temosa. uma orao subordinada adjetiva relativa restritiva.b. uma orao subordinada adjetiva relativa explicativa.c. uma orao subordinada substantiva relativa completiva.d. uma orao subordinada adverbial causal.

8. A palavra como , na estrofe XII, trata-se de uma conjunoa. completiva.b. causal.c. condicional.d. comparativa.

9. Num destes enunciados encontramos uma hiplage. Identifica-o.a. Os teus cabelos muito loiros/ Luziam, com doura, honestamente; (vv. 71,72)b. De longe o trigo em monte (v. 73)c. Lembravam-me fuses de imensos oiros (v. 74)d. E o mar um prado verde e florescente (v. 75)

10. O verbo matar, na estrofe XIV, encontra-se em que tempo?a. Pretrito imperfeito do indicativo.b. Presente do conjuntivo.c. Gerndio.d. Condicional.

BOM TRABALHO!!!