FICHAMENTO DE PROCESSO CIVIL- Liquidação e cumprimento de sentença

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  • 5/28/2018 FICHAMENTO DE PROCESSO CIVIL- Liquidao e cumprimento de sentena

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    Universidade Federal da Paraba

    Centro de Cincias Jurdicas

    Departamento de Direito Pblico

    Direito Processual Civil

    Professor:

    Estudante: Stphanie Wayne Mariano Pessoa Carneiro de Morais- 11017264

    Perodo: 6 noite

    Fichamento sobre:

    Cumprimento de Sentena

    Direito Processual Civil Contemporneo 2

    Processo de conhecimento, Cautelar,

    Execuo e Procedimentos

    Autor:

    Humberto Dalla Bernardina de Pinho

    Joo Pessoa, 21 de maro de 2014.

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    1. LIQUIDAO E CUMPRIMENTO DE SENTENA

    1.1 Liquidao de sentena

    A liquidao de sentena um instituto processual que atribui liquidez sentena, tornando possvel a tutela jurisdicional executiva, com o cumprimentoforado da obrigao pelo devedor. Consiste assim, em um procedimentodestinado a atribuir um valor ao ttulo executivo.(p.400)

    Tal procedimento se inicia com o simples requerimento do credor. A liquidao apenas uma etapa inserida entre as fases de conhecimento e de execuo,como mero iter processual, com o objetivo de delimitar a extenso do ttulo.Por se tratar de um procedimento superveniente , no necessrio o

    recolhimento de nova taxa judiciria, muito embora possam surgir despesasdesse incidente.(p.400)

    1.2 CONCEITO DE SENTENA

    De acordo com a redao original prevista no 1 do art.. 162, sentena oato pelo qual o juiz pe termo ao processo, decidindo ou no pelo mrito dacausa. Contudo, as alteraes introduzidas pela Lei n. 11.232- 2005 forambastante profundas e, para alcanar a sua finalidade reformista, o legislador

    alterou diversos institutos e conceitos tradicionais, dentre eles o conceito desentena (art. 162,1, CPC).(p.400)

    Dessa forma, a sentena j no mais o ato pelo qual o juiz pe fim aoprocesso, mas sim, o ato do juiz queimplica algumas das situaes previstasnos artigos 267 e 269, CPC.(p.400)

    Apesar da modificao, tal conceituao ainda no pacificamente aceita peladoutrina na perspectiva do Direito Processual Constitucional.(p.401)

    1.3 LEGITIMIDADE PARA A LIQUIDAO DA SENTENA

    A Lei Federal n. 11.232/2005 revogou o art. 570, CPC, que permitia aodevedor instauraro processo executivona verdade, promover uma ao deconsignao em pagamento. Coerentemente, retirou-se, tambm, alegitimidade do devedor para a instaurao do procedimento de liquidao que antes era conferido pelo art. 605, que foi revogado e cujo texto no foiaproveitado por nenhum outro dispositivo. Doravante, o devedor que desejar

    tomar essa iniciativa dever promover normalmente e sem preveno do juzo

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    que proferiu a condenao a normal ao de consignao regulada no art. 890,CPC.(p.401)

    Parece ser esse, realmente, o posicionamento mais correto: o devedor podedar inicio liquidao da sentena para que, apurado o valor, possa cumprir

    espontaneamente a obrigao.(p. 402)

    1.4 MODALIDADES DE LIQUIDAO DA SENTENA

    1.4.1 Liquidao por clculos

    No CPC existiam trs tipos de liquidao: a por artigos, a por arbitragem e por

    clculo do contador. Esta ltima modalidade de liquidao foi extinta do CPCcom as reformas legislativas.(p.402)

    Hoje, adota-se a memria de atualizao da dvida, sob a incumbncia doprprio autor da ao.(p.402)

    Como regra, se o autor no juntar ao pedido de execuo a memria deatualizao da dvida, o juiz dever determinar que o exeqente junte memria de atualizao uma vez que documento necessrioimprescindvel, ao requerimento da execuo -, no prazo de dez dias, sob pena

    de extino.(p.402-403)

    1.4.2 Liquidao por artigos

    A outra modalidade de liquidao prevista no CPC, nos arts. 475-E e 475-G, a liquidao por artigos, utilizada quando houver necessidade de seremalegados e provados fatos novos.(p.403)

    Fatos novos so aqueles acontecimentos anteriores, concomitantes ou

    supervenientes ao de indenizao e que tenham relao direta com oquantum debeatur. Note-se que, para fins de conceituao de fato novo, irrelevante o prisma temporal. Fato novo, a rigor, aquele que no est nosautos.(p.404)

    Complementa-se, ainda, que far-se- liquidao por artigos quando as outrasmodalidades forem insuficientes.(p. 404)

    Conforme o art. 475-F, CPC na liquidao por artigos, observar-se- no quecouber o procedimento comum.(p.404)

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    Dessa maneira, em uma leitura, pode-se concluir que a deciso que resolve aliquidao seria uma deciso interlocutria, em virtude de ser impugnvel poragravo.(p.405)

    No entanto, alguns doutrinadores afirmam que teria natureza de sentena,

    reconhecendo o quantum debeatur, j que an debeatur j foi definido na faseconhecimento.(p.405)

    1.4.3 Liquidao por arbitramento

    Essa modalidade de liquidao d-se quando for determinado pela sentenaou convencionado pelas partes, ou, ainda, o exigir a natureza do objeto daliquidao.(p.405)

    As trs hipteses previstas em lei (...) podem ser reunidas, ou seja, agrupadasem uma nica hiptese: a necessidade de realizao de prova pericial para adeterminao do quantum debeatur. (p.405)

    Nelson Nery Junior complementa que a liquidao por arbitramento

    realizada por meio de perito nomeado pelo juiz.(p.406)

    O procedimento da liquidao por arbitramento, como visto, encerrado pormeio de deciso interlocutria, at mesmo por se tratar de um mero incidentedo processo j instaurado. (...). O art. 475-H, CPC dispe: da deciso de

    liquidao caber agravo de instrumento.(p. 406)

    1.5 LIQUIDAO DE SENTENA PENAL CONDENATRIA E NOPROCESSO COLETIVO

    Existem, ainda, algumas peculiaridades da liquidao da sentena em casosespecficos. A primeira delas a da sentena penal condenatria. Nesse caso,a liquidao no ser etapa posterior da sentena cognitiva, mas, sim, etapa

    inicial de um novo processo, devendo ser iniciada por petio inicial, comnecessidade de citao do condenado no juzo criminal.(p. 406)

    Outra a liquidao imprpria, realizada nas aes coletivas. Nesse caso,incumbe ao credor demonstrar em sede de liquidao no apenas o quantumdebeatur, mas tambm a sua prpria legitimidade para requer-lo, o que sedenomina cui debeatur.(p.406)

    A liquidao coletiva ou a sentena coletiva poder ser feita por artigos ou porarbitramentos.(p.407)

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    1.6 CUMPRIMENTO DE SENTENA

    Um dos pontos mais importantes da reforma foi a introduo da novasistemtica de cumprimento de sentena.(p.407)

    Com o advento da nova lei, atividade executiva baseada em ttulo executivojudicial foi retirada do processo autnomo de execuo e trazida para dentro doprocesso de conhecimento.(p.407)

    A inteno do legislador foi criar um nico procedimento, fazendo uma junodas atividades cognitiva e executiva, no denominado processo sincrtico.(p.407)

    Contudo, o processo executivo no foi extinto, nem seus atos perderam anatureza jurdica executiva, sendo aplicado para os ttulos executivos

    extrajudiciais ou para os ttulos judiciais no caso de expressa previso legal,como ocorre, por exemplo, nas execues em face da Fazenda Pblica. (p.408)

    Destaque-se, porm, que a simples necessidade de clculos aritmticos nocompromete a liquidez do ttulo.(p.408)

    1.7 A NOVA SISTEMTICA DA EXECUO

    Pela nova sistemtica processual, expressa no art. 475-J, CPC, o devedor terprazo de quinze dias, contados a partir da intimao, para cumprir a obrigao,e dentro de quinze dias o devedor deve efetuar, voluntariamente, o pagamento;caso no seja efetuado o pagamento ser acrescido o percentual de 10%sobre o valor da condenao, ttulo de multa ou pena processual pelo nopagamento espontneo do executado.(p.408)

    O decurso desse prazo de quinze dias caracteriza, portanto, o inadimplementodo devedor.(p.409)

    Verifica-se tambm, que o devedor no mais citado, mas sim intimado napessoa de seu advogado.(p.409)

    Assim, o entendimento recente que o prazo do art. 475-J conta-se daintimao do advogado.(p.410)

    1.8 ATRIBUTOS DA OBRIGAO A SER EXECUTADA

    Para propor a ao de execuo devem estar presentes dois requisitos: ttulo

    executivo e inadimplemento do devedor. O ttulo executivo judicial ouextrajudicial deve conter obrigao certa, lquida e exigvel.(p.410)

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    1.8.1 Exigibilidade

    A obrigao ainda no exigvel no pode ser coativamente imposta. Se uma

    obrigao sujeita a termo, condio ou encargo ainda no ultrapassou aocasio indicada, no se conseguir exigir sua satisfao.(p. 411)

    1.8.2 Certeza

    Alm de revestir-se do carter da exigibilidade, a prestao sujeita aocumprimento tambm dever ser certa. Essa caracterstica refere-se existncia da prestao que se quer ver realizada.(p.411)

    1.8.3 Liquidez

    Toda espcie de obrigao que se pretenda exigir judicialmente deve serlquida, apontando-se, j desde o primeiro momento, qual o valor que sepretende. A liquidez diz respeito extenso e a determinao do objeto daprestao.(p.412)

    1.9 OS TTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS

    Atualmente, a matria exaustivamente tratada pelo art. 475-N, inserido noCPC pela j referida Lei n. 11.232/2005.(p.412)

    Segundo esse dispositivo, so os seguintes os ttulos judiciais:(p.412)

    1.9.1 A sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia deobrigao de fazer; no fazer; entregar coisa ou pagar quantia

    O legislador enfatiza que a execuo corre por iniciativa, conta eresponsabilidade do exeqente. Se o exeqente no pedir o juiz no vaiproferir esta execuo.(p.412)

    Quando o credor executa o devedor, ele executa o principal (dvida), eacessrio (so todas as despesas que ele j pagou e tem direito de receb-lasde volta ao final do processo). A responsabilidade, o credor responsvel peloque venha a causar em decorrncia da execuo provisria. E caso ocorraalgum dano ao executado o credor dever ressarci-lo.(p.413)

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    1.9.2 A sentena penal condenatria transitada em julgado

    A sentena penal pode gerar tanto efeitos penais como efeitos civis e no ttulo executivo em face daquele que no participou do processo criminal. (p.414)

    No Direito Brasileiro, diferentemente do que ocorre, em regra, na EuropaContinental, a reparao civil decorrente do crime no pode ser obtida noprprio processo criminal.(p.414)

    Assim, no nosso sistema, cabe vtima a propositura da ao condenatria njurisdio civil ou a promoo da execuo civil da sentena condenatriapenal, que torna certa a obrigao do acusado de reparar o dano resultante daao delituosa, nos termos do art. 91, I , CPC.(p. 414)

    1.9.3 A sentena homologatria de conciliao ou de transao, ainda queinclua matria no posta em juzo

    Pode ter por objeto direito material ou processual; mas apenas na primeirahiptese, se estipulada alguma sano, constituir a transao ttulo executivojudicial, pois somente nesse caso existiro efeitos de direito materialacobertados pela imutabilidade da coisa julgada. Imperioso advertir, contudo,que o ato judicial e no o consenso das partes.(p.416)

    1.9.4 A sentena arbitral

    (...) constitui o exemplo tpico da imperfeio da classificao de ttulosjudiciais e extrajudiciais, uma vez que qualifica como judicial ttulo que noresulta de ato de juiz.(p. 416- 417)

    1.9.5 O acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologadojudicialmente

    Este item amplia o que j estava contido no item III e refora a ndoleconciliatria da reforma processual.(p.417)

    1.9.6 A sentena estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal deJustia

    No Brasil, adota-se o juzo de deliberao, ou seja, concede-se eficcia sentena estrangeira, mediante procedimento de jurisdio contenciosa, com

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    citao de todos os interessados, que se restringe verificao dos requisitosextrnsecos de homologabilidade estabelecidos na lei brasileira, ante ainexistncia de ofensa soberania nacional, ordem pblica e aos bonscostumes, sem, contudo, examinar o mrito ou a justia da deciso.(p.417)

    1.9.7 O formal e a certido de partilha, exclusivamente em relao aoinventariante, aos herdeiros e aos sucessores a ttulo singular ouuniversal

    A partilha de bens em inventrio ou em arrolamento decidida por sentena,constituindo ttulo executivo judicial o formal de partilha na certa de sentenaextrada dos autos do inventrio (...). (p. 418)

    1.10 EXPEDIO DE MANDADO DE PENHORA E AVALIAO

    Constatado o descumprimento do devedor, o credor dever fazendorequerimento solicitando a expedio de mandado de penhora e de avaliao,fixado no quantum debeatur (...).(p.418)

    importante notar que o credor tem a faculdade de indicar bens a serempenhorados, conforme determinao do art. 475-J, 3, CPC.(p.418)

    Posteriormente, o oficial de justia dever fazer avaliao de bens junto com apenhora. Todavia, quando a avaliao apresentar complexidade ou exigirconhecimento especfico, o juiz dever nomear um perito para realizar maavaliao.(p.418)

    1.11 A DEFESA DO DEVEDOR

    O novo regime introduziu uma nova modalidade de defesa do devedor, achamada impugnao.(p.419)

    1.11.1 Noo e natureza jurdica

    O executado pode defender-se no procedimento da execuo de ttulo judicial,denominada cumprimento da sentena pelo CPC, por meio de impugnao(arts. 475-J, 1, CPC).(p.419)

    Tambm a impugnao o meio defensivo tpico para a execuo de

    sentena estrangeira, arbitral, penal condenatria e do acrdo em revisocriminal (art. 630, CPP).(p.420)

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    Discute-se muito sobre a natureza jurdica da impugnao.(p.420)

    H quem considere tratar-se:

    a) De instrumento de defesa

    b) De instrumento de uma ao incidentalc) De instrumento de defesa ou de ao(p.420)

    A impugnao serve concretizao do exerccio do direito de defesa; oexecutado no demanda, no age; ele resiste, excepciona, se ope. (p. 420)

    H quem defenda que a impugnao teria a natureza de impugnao, umaterceira figura, distinta das outras duas. (p.421)

    1.11.2 A fase de execuo da sentena como procedimento de cogniolimitada e exauriente secundum eventum defensionis

    O procedimento de execuo da sentena passa a ser estruturado emcognio limitada e exauriente secundum eventum defensonis: a cogniodepender da provocao do executado, que pode alegar qualquer matria emsua defesa, que tem contedo limitado pelo art. 475-I, CPC. (p. 422)

    1.11.3 Excesso de execuo (art. 475-L, V)

    Quando o executado alegar que o credor pleiteia quantia superior do ttulo,conforme o 2 do art. 475-L, cabe ao impugnante declarar de imediato o valorque entende correto, sob pena de rejeio liminar dessa impugnao. (p.423)

    1.12 DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS NO PROCEDIMENTO DECUMPRIMENTO DA SENTENA

    A liquidao de sentena tem natureza jurdica de um incidente processual,cujo objetivo da liquidao determinar com preciso o valor da condenao.(p. 424)

    Como se tratar de um incidente processual, no h a instaurao de um novoprocesso, mas apenas uma etapa posterior sentena do processo deconhecimento. (p.424)

    Na Jurisprudncia, apenas recentemente o Superior Tribunal de Justiapacificou o entendimento sobre o cabimento de honorrios advocatcios no

    cumprimento de sentena, fixando a seguinte regra: ao iniciar a liquidao,apura-se o valor. (p.425)

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    1.13 LIQUIDAO E CUMPRIMENTO DE SENTENA NO PROJETODO NOVO CPC

    1.13.1 Liquidao da sentena

    O projeto do novo CPC no traz mudanas relevantes no que tange liquidao de sentena, mas organiza o art. 475 em diversos artigos,separando em artigos prprios. (p. 428)

    A liquidao, alis, continua como fase que no pode ser iniciada de ofcio,dependendo de requerimento do interessado. (p. 428)

    Por fim, o art. 496, 3, do projeto traz uma ressalva importante: a liquidaoda sentena no objetiva modificar a sentena ou rediscutir o que j foi julgado,mas apenas apurar valor que no foi possvel o juiz determinar. (p.429)

    Apurada a quantia exata, avana-se para o cumprimento da sentena. (p.429)

    1.13.2 Cumprimento de sentena

    O cumprimento de sentena passa a receber um tratamento mais claro e

    organizado no projeto do novo CPC (...). (p. 431)

    O art. 500 do projeto prev que tanto o cumprimento definitivo de sentena,isto , a execuo da sentena j transitada em julgado, como o cumprimentoprovisrio, quando a sentena ainda est pendente de recurso, seguiro suasdisposies e somente ocorrero mediante requerimento do credor, fazendocom que o cumprimento do processo, jamais possa ser iniciado d ofcio,sempre mediante requerimento. (p. 432)

    O art. 501 trata que a sentena sujeita a condio ou a termo s poder ser

    executada se for exigvel. (p.432)

    J o art. 502 traz um rol de ttulos executivos que se submetem aocumprimento da sentena. (p.432)

    Os incisos do art. 503 tratam do local para o cumprimento da sentena, queser o primeiro grau de jurisdio onde tramitou o processo de conhecimento,salvo nos casos de sentena penal condenatria, de sentena arbitral ou desentena estrangeira, que o cumprimento far-se- perante o juzocompetente.(p.432)

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    2. ESPCIES DE EXECUO

    O direito brasileiro segue o princpio da execuo especfica: o juiz deve darao exeqente exatamente o que ele espera da prestao jurisdicional. Sendoassim, cabe ao exequente deixar claro para o juiz o que se deseja. (p.433)

    Por fora do novo regime imposto pela Lei n. 11.2322005 e em seguida pelaLei n. 11.382- 2006, (..) tm-se regimes diferenciados de procedimentos quanto natureza do ttulo, que pode ser judicial, se o ttulo for formado em juzo, ouextrajudicial, se for formado fora dele. (p.433)

    Cada ttulo, judicial ou extrajudicial, consubstancia uma prestao e, quanto natureza dessa prestao constante no ttulo, corresponde procedimentosadequados a alcanar o resultado desejado, que so:

    1) Execuo para a entrega da coisa2) Execuo das obrigaes de fazer ou no fazer3) Execuo por quantia certa(p.433)

    Por fim, a execuo judicial nem sempre pressupe que o ttulo executivojudicial tenha transitado em julgado, sendo provisria se ainda no houvertransitado em julgado e definitiva a execuo fundada em ttulo executivojudicial trnsito em julgado ou em ttulo executivo extrajudicial. (p.434)

    3. CUMPRIMENTO DE SENTENA CONDENATRIA EM QUANTIACERTA

    O CPC atual traz duas possibilidades quando se trata de execuo por quantiacerta: contra devedor insolvente, que depende da prvia declarao deinsolvncia mediante processo judicial, para s ento iniciar-se a faseexecutiva, e a execuo por quantia certa em face de devedor insolvente.(p.435)

    3.1 NOES GERAIS

    Considerando-se que a apresentao ao devedor de um ttulo executivo(judicial ou extrajudicial) pode no ser suficiente para o adimplementovoluntrio do crdito, devem existir formas outras de realiz-lo. O Estado agecoativamente, expropriando bens, para assegurar concretamente aobservncia do direito, sendo especificamente esta a funo dessa tutelaexecutiva. (p.435)

    So absolutamente impenhorveis:

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    a) Os bens inalienveis e os declarados, por ato voluntrio, no sujeitos execuo

    b) Os moveis, pertencentes e utilidades domesticas que guarnecem aresidncia do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassemas necessidades comuns correspondentes a um mdio padro de vida.

    c) Os vesturios, bem como os pertences de uso pessoal do executado,salvo se de valor elevado.

    (...)(p. 436)

    Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo tempo,remir a execuo, pagando ou consignado a importncia atualizada da dvida,mais juros, custas e honorrios advocatcios. (p.436)

    3.2 CUMPRIMENTO PROVISRIO DE SENTENA

    O legislador brasileiro permite a execuo apenas provisria da deciso, queocorre do mesmo modo que a definitiva. (p. 437)

    Assim, a execuo provisria corre por conta e responsabilidade doexeqente, que se obriga, se a sentena for reformada, a reparar os prejuzosque o executado venha a sofrer e que so de liquidadas por arbitramento nomesmo processo. Trata-se de responsabilidade civil objetiva, decorrente de

    risco judicirio.(p.437)As hipteses de dispensa de cauo esto previstas no art. 475-O, 2, I, doCPP, e so:

    a) O crdito deve ostentar natureza alimentar ou decorrente de ilcito civilgerador de responsabilidade por danos materiais necesssarium vitae.

    b) O crdito exequerendo no ultrapassar o valor de 60 slarios mnimos.c) O exeqente comprovar situao de necessidade. (p.437)

    A execuo provisria perder o efeito se sobrevm acrdo que modifique ou

    anule a sentena objeto da execuo. Se a sentena for modificada ou anuladaem parte, somente quanto a esse captulo ficar sem efeito a execuo .(p.437)

    3.3 O PROJETO DO NOVO CPC (PL N.8.046- 2010) NO CUMPRIMENTOPROVISRIO DA SENTENA

    Em trs artigos, o projeto do novo CPC trata do cumprimento provisrio da

    sentena de obrigao de pagar quantia certa. (p.439)

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    O cumprimento provisrio da sentena ocorre quando esta ainda est sujeita arecurso e ocorre por iniciativa do exeqente, que ser responsabilizadoobjetivamente pelos danos causados ao executado. (p.439)

    Caso a sentena exeqenda venha a ser reformada, caber ao exeqente

    reconstituir o status a quo. Se a reforma for parcial, o cumprimento provisrioperder seus efeitos apenas na parte reformada. (p.439)

    3.4 CUMPRIMENTO DE SENTENA

    O cumprimento da sentena se inicia a partir do requerimento do credor,alegando o no cumprimento da obrigao pelo credor, no prazo de quinzedias, o que acarreta um aumento de 10% no valor da condenao (art. 475-J,

    CPC). (p.440)O STJ, inicialmente, apresentou o entendimento de que a referida intimaosequer seria necessria, devendo a contagem se iniciar do trnsito em julgadoda deciso. (p.441)

    Em 2009, o entendimento se modificou, sustentando a Corte que serianecessrio intimar pelo menos o advogado. (p.441)

    J em 7 de abril de 2010, a Corte Especial entendeu, por maioria, entre outrasquestes, que a referida intimao deve ser feita na pessoa do advogado, aps

    o trnsito em julgado, eventual baixa dos autos ao juzo de origem, e aaposio do cumpra-se ; Pois s aps iniciar-se-ia o prazo de quinze diaspara imposio da multa em caso de no pagamento espontneo, tal comoprevisto no referido dispositivo de lei. (p.441)

    Assim, o entendimento recente que o prazo de quinze dias do art. 475 Jconta-se da intimao do advogado. (p.442)

    Se o exeqente no tiver indicado em seu requerimento bens penhora porno conhec-los, o oficial de justia, munido do mandato, diligenciar para

    localiz-los, efetivando a penhora sobre os bens que localizar, observada aordem do art. 655 CPC. (p. 442-443)

    Se, na impugnao, o devedor alegar excesso da cobrana, compete-lhedeclarar imediatamente o valor correto, mas a lei no exige que o deposite, sobpena de rejeio liminar da irresignao. (p. 443)

    Caso a impugnao seja acolhida e a execuo extinta, chega-se ao fim doprocesso. (p. 444)

    Caso a execuo prossiga, a partir do julgamento da impugnao ou do seuno oferecimento, inicia-se a etapa expropriatria do bem, que est prevista no

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    art. 647, CPC, e consiste em: adjudicao, alienao por iniciativa particular,alienao por iniciativa publica ou usufruto do bem, etapas estas que seroposteriormente, na parte de processo de execuo. (p. 444)

    Nesse momento, importante conceber que, alienado o bem e pago o credor, a

    execuo ser extinta (art. 794, I). (p. 444)

    3.5 O PROJETO DO NOVO CPC NO CUMPRIMENTO DA SENTENA

    Aps o cumprimento provisrio da sentena, o projeto do novo CPC trata deseu cumprimento j com o ttulo executivo judicial transitado em julgado .(p.446)

    A defesa do executado, como regra, no adotada de efeito suspensivo,permitindo que, mesmo que apresentada a defesa, ocorram atos de execuo.A exceo se o prprio juiz lhe atribuir o efeito suspensivo. (p. 447)

    Questes posteriores penhora e relativa aos atos executivos so alegadaspor mera petio dos autos. (p.447)

    Por fim, a grande novidade do art. 511 est em seu ltimo pargrafo, pois oartigo prev expressamente a possibilidade de se modular os efeitos temporaisde ttulo em que estiver fundado nas hipteses do 5, retratada acima, e queisso ocorra no curso da execuo. Trata-se de postura que j vinha sendo

    adotada por nossos tribunais, mas que, expressa no texto legal, representantida homenagem segurana jurdica. (p.447)

    4. PRESTAO ALIMENTCIA

    4.1 INTRODUO

    O direito material criou diversas classificaes de verbas de naturezaalimentar. A primeira delas o alimento provisrio, que o estabelecido noincio do processo em que se objetiva o recebimento de alimentos e queencontra fundamento no art. 4 da Lei n. 5.478 68. A outra so os alimentosdefinitivos, fixados por sentena j transitada em julgado, proferida em ao dealimentos. (p.449)

    H, ainda, os alimentos provisionais, previstos nos arts. 852 a 854, CPC, osdecorrentes de atos ilcitos e os convencionais, fixados por vontade das partes,como, por exemplo, em legado (art. 1.928, pargrafo nico, CC). (p.449)

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    A execuo de alimentos no possui estabilidade objetiva e subjetiva. Assimsendo, reconhecido o dever de alimentar por outras pessoas, nada impedir aincluso das mesmas no plo passivo da execuo. (p.450)

    4.2 PROCEDIMENTO

    Caso o credor possua uma deciso reconhecendo seu direito a alimentos,poder se valer do procedimento previsto no art. 475-J, CPC, que aquelepara recebimento de obrigaes pecunirias devidas por particulares. (p. 450)

    O executado citado para pagar os valores ou justificar sua impossibilidade,pois, do contrrio, poder ser decretada sua priso civil, conforme previso doart. 5, LXVII, CF. (p.450)

    A priso civil s motivada pela ausncia de pagamento de alimentos.(p.450)

    Essa priso, que pode ser decretada de ofcio pelo magistrado, tem seu prazocontrovertido, em razo de suposta contradio entre o art. 19 da Lei n. 5.478-68, que prev o prazo de sessenta dias, e o art. 733, 1, que se estabelece oprazo de um a trs meses. (p.450)

    Caso queira o requerente poder pleitear, no requerimento inicial ou no cursoda execuo, um meio de sub-rogao que consiste no desconto em folha de

    pagamento, medida esta prevista no art. 16 da Lei 5.478-68. (p.451)

    4.3 O PROJETO DO NOVO CPC

    O projeto do novo CPC trata como um dos procedimentos de cumprimento desentena o ttulo judicial que determina o pagamento de alimentos. De acordocom o projeto do novo Cdigo, se os alimentos estiverem fixados em ttuloexecutivo judicial, o procedimento ser o cumprimento de sentena. J se os

    alimentos tiverem fixados em ttulo executivo judicial, o procedimento ser ocumprimento de sentena. J se os alimentos tiverem fixados em ttuloexecutivo extrajudicial, o procedimento ser o do processo de execuo . (p.452-453)

    O devedor ser intimado para pagar os alimentos (art.514), sendo que, se forfuncionrio pblico ou militar, ter desconto em folha (art. 515), e se no pagarest sujeito priso civil (art. 514, 1 do projeto), sendo que a priso no oeximir do pagamento das prestaes devidas. (p.453)

    5. QUANTIA CERTA EM FACE DA FAZENDA PBLICA

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    5.1 INTRODUO

    O credor da Fazenda Pblica poder execut-lo tanto se dispuser de um ttulo

    executivo judicial como de um ttulo extrajudicial, sendo que, por FazendaPblica, entende-se que estariam abrangidas a Unio, os Estados, o DistritoFedera, os Municpios, as autarquias e as fundaes autrquicas. (p.455)

    Contudo essa norma constitucional vem sendo interpretada de forma flexvel,passando a permitir as execues fundadas em ttulo extrajudicial em face daFazenda Pblica, conforme, alis, preceitua a Smula 279, STJ: cabvel

    execuo por ttulo extrajudicial contra a Fazenda Pblica.(p. 455-456)

    5.2 INCIDNCIA DAS NOVAS LEIS

    O procedimento de execuo de pagar quantia certa em face da FazendaPblica no foi modificado diretamente pelas novas leis, que reformaram aexecuo, trazendo um processo sincrtico, em que a execuo de ttuloexecutivo judicial deixa de ser um processo autnomo e se torna apenas maisuma fase do processo. (p. 456)

    Destaque-se, como regra, a execuo provisria em face da Fazenda Pblica vedada pelo art. 2 - B da Lei n. 9.494 97, sendo a maior parte das

    execues em face da Fazenda Pblica definitiva. (p.456)

    5.3 PROCEDIMENTO

    Para incio dessa execuo, haver a necessidade de uma petio inicial, quedever observar os requisitos do art.282, CPC e vir acompanhada de umaplanilha, nos termos do art. 475- B e 614, II, CPC, com o novo recolhimento decustas judiciais. (p.456)

    Verificada a regularidade da petio inicial, ser determinada a citao daexecutada. (p.457)

    (...), pode-se perceber que, considerando-se o entendimento fixado pelo STF,no haver fixao de honorrios advocatcios ao se determinar a citao daFazenda Publica em execues que sejam de competncia da JustiaFederal. (p. 457)

    Aps a realizao da citao, a Fazenda Pblica pode assumir a seguintepostura:

    a) Permanecer em estado de inrcia;

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    b) Reconhecer como devida a integralidade da dvida;c) Reconhecer como devida penas parcela da dvida;d) Oferecer embargos(p.458)

    Com o trnsito em julgado da sentena proferida em sede de embargos

    execuo, requisita-se o pagamento do credor por meio de precatrio ou RPV.(p. 458)

    O valor do pagamento que definir se ele ocorrer por precatrio ou RPV.De acordo com o art. 87 do ADCT, os pagamentos sero feitos por precatrioquando a dvida for superior a 60, 40 e 30 salrios mnimos se estiver setratando, respectivamente, de dvida da Unio, dos Estados, e dos Municpios,sendo que esse montante deve ser apurado individualmente em caso delitisconsrcio. (p. 459)

    J se o pagamento for por meio de RPV, o procedimento simplificado, umavez que basta que a Presidncia do Tribunal comunique ao ente pblico paraque seja disponibilizado o numerrio em conta vinculado ao juzo, conformeprev o art. 2 da resoluo n. 559/2007. (p. 459)

    5.4 O PROJETO DO NOVO CPC (PL N. 8.046/2010)

    O projeto do novo CPC inclui como cumprimento de sentena a execuo do

    ttulo executivo judicial que prev a obrigao de pagar quantia em face dafazenda pblica. Dessa forma o projeto retira a Fazenda Pblica da exceo regra de que a execuo de ttulos judiciais far-se- atravs do cumprimento desentena. (p. 461)

    Destaque-se, porm, que no se encerra a previso de processo de execuoem face da Fazenda Pblica, tanto que tal assunto ser tratado em processode execuo. (p. 461)

    A regra do projeto do novo cdigo apenas que, se o ttulo executivo for

    judicial, a execuo far-se- mediante cumprimento de sentena. Se o ttulo forextrajudicial, a execuo far-se- mediante processo de execuo. (p. 461)

    6. CONDENAO DE FAZER, NO FAZER OU ENTREGAR COISA

    6.1 NOES GERAIS

    O art. 644, CPC, com redao dada pela Lei n. 10.444/2002, prev que asentena que verse sobre obrigao de fazer ou de no fazer cumpra-se deacordo com o art. 461, CPC, o que significa que no h uma execuo

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    autnoma, mas sim que o processo continuaria a se desenvolver, s que emuma etapa executiva, em que o demandado ser intimado para que cumpra oque foi decidido, sob pena de ser adotado algum meio executivo. (p. 463)

    6.2 MEIOS EXECUTIVOS

    Os meios executivos so fixados pelo juzo, a requerimento da parte ou no,para assegurar que uma deciso judicial seja cumprida ou efetivada. (p. 463)

    Podem ser de sub-rogao ou de coero. Os meios de sub-rogao soaqueles que o poder Judicirio prescinde da colaborao do executado paraefetivao da prestao devida, e por isso so tambm chamados de execuodireta. (p. 464)

    J os meios de coero se denominam execuo indireta, j que, por si s,

    no garantem o cumprimento da obrigao, apenas estimulam o cumprimentoda obrigao pelo prprio executado. (p. 464)

    6.3 ASTREINTES

    Para conceder a tutela especfica, vigora na execuo amplos poderes para ojuiz que s recorre s astreintes em sendo impossvel conceder, desde logo, a

    utilidade esperada pelo devedor, denominada resultado prtico equivalente.As astreintes so, ento, o meio de coero mais empregado. (p.464)

    As astreintes podem ser fixadas de ofcio, assim como pode o magistradoproceder a reviso de seu valor. (p. 464)

    O valor das astreintes pode ultrapassar o prprio contedo da obrigao, nodevendo, apenas, ser fixada no mesmo patamar da obrigao principal. (p.465)

    A multa diria cabvel at mesmo em face da Fazenda Pblica, sem que estejapenalizando a prpria sociedade, j que se busca, por esse meio, a efetividadedo processo e a execuo da deciso contrria Fazenda Pblica, que devernecessariamente se submeter ao procedimento previsto no art. 730, CPC. (p.465)

    Para que se incidam as astreintes, o devedor dever ser pessoalmenteintimado da obrigao, no sendo suficiente a intimao do advogado, atmesmo porque ser o prprio patrimnio do devedor que restar comprometidose a obrigao for cumprida e no de seu patrono. (p. 465)

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    6.4 EXECUO DAS OBRIGAES DE FAZER

    No cumprimento das obrigaes de fazer ou de no fazer, o que se pretendeno uma coisa ou quantia, mas a atividade do devedor, consistente em umaao ou uma omisso. Portanto, nessa modalidade de execuo, assume

    maior relevo a colaborao do devedor. (p. 466)

    Caso no seja possvel o cumprimento de obrigao intuitu personae, surge aregra de que o inadimplemento das obrigaes de fazer enseja, quase sempre,a simples indenizao. (p. 466)

    6.4.1 Cumprimento de sentena

    A condenao das obrigaes de fazer e no fazer passou a ser consideradaautoexecutvel, quando oriundas de sentena, sendo realizadas na prpriarelao de onde proveio o preceito condenatrio. (p. 466)

    O juiz na prpria sentena poder fixar multa para o caso de atraso no caso decumprimento da ao, como forma de assegurar seu cumprimento, valor esteque poder ser modificado pelo juiz no curso da execuo ( art. 644, CPC). (p.466-467)

    Nas obrigaes de fazer com prestao infungvel, impossvel de serimplementada por outrem que no devedor, no possvel que terceiro realize

    a prestao. (p. 467)

    Assim, se cumprida a obrigao, extingue-se o processo. Se no cumprida,poder incidir multa diria ou a prestao se converter em perdas e danos,alterando-se o rito. (p. 467)

    Resumidamente, pode-se concluir que, se aps o trnsito em julgado, no forcumprida a obrigao fungvel, abre-se para o devedor:

    I. A possibilidade do juiz se utilizar das medidas de apoio previstas no

    art. 461, 2 e 4, CPC;II. Escolher um terceiro para fazer, as expensas do devedor;III. O prprio credor a realiza, exercendo sua opo no prazo do art.

    637, pargrafo nico, CPC;IV. Converte a obrigao em perdas e danos e inicia a execuo por

    quantia certa;V. Aguarda a realizao da prestao, incidindo multa diria por dia de

    atraso. (p. 467-468)

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    6.5 EXECUO DA SENTENA DE EMISSO DE DECLARAO DEVONTADE

    O interesse o credor no est voltado para a declarao em si, mas para oefeito jurdico dessa declarao. O que o credor deseja que se forme situao

    jurdica igual a que resultaria da emisso espontnea pelo devedor, dadeclarao de vontade sonegada. (...). A sentena far s vezes da declaraono emitida. (p. 468)

    No h necessidade de execuo, nem da citao do devedor para cumprirobrigao. Do simples trnsito em julgado resulta a produo dos efeitosjurdicos iguais aos que resultariam da declarao no emitida. (p. 468)

    A sentena judicial substitui a declarao de vontade do devedor, na produodos efeitos almejados. (p.468)

    6.6 EXECUO DAS OBRIGAES DE NO FAZER

    A obrigao de no fazer pode ser conceituada como a obrigao na qual odevedor assume, em benefcio do credor ou de terceiro, o compromisso de nopraticar determinado ato, o qual poderia praticar caso se no houvesseobrigado a dele se abster. (p. 469)

    As obrigaes permanentes, tambm denominadas contnuas, admitem que o

    autor faa cessar a violao sem prejuzo do que j foi feito. (...). Havendorecusa do devedor em cumprir tal determinao, o credor poder pleitear dojuiz que desfaa s custas do devedor. Se no for possvel desfazer o ato, aobrigao se resumir em perdas e danos. (p. 469)

    J nas obrigaes instantneas, seu descumprimento resolve-se em perdas edanos. (p. 469)

    Contudo, pode o credor ajuizar ao preventiva, obtendo tutela especfica, queimponha ao devedor uma inibio a descumprir. Nesse caso, a tutela inibitria

    dever vir acompanhada de uma expressiva multa para inibir a transgresso.(p.469)

    Quando as medidas de coero se mostrarem incapazes de compelir odevedor a cumprir a obrigao, ento poder haver a converso da obrigaoem perdas e danos. (p. 469)

    A obrigao infungvel jamais poder ser cumprida por um terceiro, em virtudede sua prpria natureza. (p.470)

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    Quando a prestao for fungvel, o credor pode optar pela execuoespecfica, requerendo que ela seja executada por um terceiro, custa dodevedor. (p.470)

    O juiz, a requerimento do credor, nomear terceiro idneo, que preste o fato

    s custas do devedor. (p.470)

    A lei ainda atribui ao credor direito de preferncia sobre o terceiro, caso eleprprio queira realizar o servio, ou mandar execut-lo sob sua direo evigilncia, desde que em igualdade de condies com o terceiro. (p.470)

    Quando a obrigao infungvel, no h como compelir o devedor de formadireita, a satisfaz-la. A execuo civil tem carter estritamente patrimonial, ese o devedor no cumpre o que deve, no h como empregar a coeropessoal. Resta ao credor a converso em perdas e danos. (p.470)

    Assim, seja a obrigao fungvel ou infungvel, ser sempre possvel ao credoroptar pela converso em perdas e danos, caso o devedor no satisfaa aobrigao. Se isso ocorrer, as perdas e danos sero apurados em liquidaoincidente ao processo de execuo. (p.471)

    As astreintes no esto limitadas pelo valor da obrigao principal. Emcontrapartida, sempre que o juiz perceber que o seu valor atingiu montantedemasiado elevado, erigindo-se em fonte de enriquecimento sem causa para ocredor, ele deve reduzi-lo. O cumprimento da obrigao com atraso no exime

    o devedor de pagar a multa, que tenha incidido at ento. (p.471)

    6.7 O PROJETO DO NOVO CPC: DISPOSIES SOBRE ASOBRIGAES DE FAZER E DE NO FAZER

    A regra da execuo dar ao credor tudo o que ele tem direito, observando-se, para tal, formas que imponham o menor sacrifcio do devedor. (p.473)

    O art. 522 prev que a multa poder ser fixada a qualquer tempo, sendo

    cabvel at mesmo na execuo provisria (1) e o seu valor pode seralterado a qualquer tempo, conforme previsto o 3 desse dispositivo. (p.473)

    O 5 prev que o montante que o valor da obrigao ser destinado

    unidade da federao do juzo onde tramitar o processo. (p.473)

    Quando o executado for a Fazenda Pblica, o projeto prev que a parcelaexcedente no ir para a unidade da federao do juzo onde tramitar oprocesso, mas sim entidade com finalidade social (7). (p.473)

    6.8 Execuo para a entrega de coisa

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    A execuo para a entrega de coisa certa constitui forma de execuo

    especfica, para o cumprimento de sano que tenha por objeto dar algumacoisa. (p.473)

    Pressuposto da execuo a sentena condenatria, (...). (p.473)

    o devedor ser acionado a fim de satisfazer a obrigao de entregar a coisa

    devida. (p.474)

    6.8.1 Cumprimento de sentena

    O art. 475-L torna inequvoca a aplicao da nova execuo judicial, sob amodalidade de cumprimento de sentena, sentena que reconhece aobrigao de entrega de coisa. (p.474)

    O cumprimento de sentena implica que, transitada em julgado a deciso eno cumprida no prazo, expede-se em favor do credor, independentemente derequerimento, mandado de busca e apreenso se a coisa for mvel ou imissode posse, se for imvel (art. 461, 5, CPC). (p.474)

    A eventual defesa faz-se por impugnao, nos moldes do art. 475-L, CPC.(p.474)

    A apreenso provisria, mas pode converter em definitiva ou se levantar, de

    acordo com o julgamento da defesa do julgamento do titular dos bens sub-rogados, em sede de impugnao. (p.474)

    6.9 O PROJETO DO NOVO CPC (PL N.8.046/2010) E A ENTREGA DACOISA

    O projeto do novo Cdigo determina que, entrega de coisa, aplicam-se,subsidiariamente, as regras da obrigao de fazer e de no fazer (pargrafonico). (p.475)

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    Referncia:

    PINHO, Humberto Dalla Bernardinha de. Direito Processual CivilContemporneo: Processo de Conhecimento, Cautelar, Execuo eProcedimentos Especiais. So Paulo: Saraiva, 2012.