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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO BICO DO PAPAGAIO FUNEB FACULDADE DO BICO DO PAPAGAIO FABIC CURSO DE DIREITO FICHAMENTO DE LIVRO PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL: O PSICOLÓGO E AS PRÁTICAS DE ADOÇÃO Acadêmico: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Professora: xxxxxx xxxxxxxxxxxxxx XXXXXXXXXXXXXX XX 2012

FICHAMENTO DO LIVRO PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO BICO DO PAPAGAIO – FUNEB

FACULDADE DO BICO DO PAPAGAIO – FABIC

CURSO DE DIREITO

FICHAMENTO DE LIVRO

PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL: O PSICOLÓGO E AS PRÁTICAS DE

ADOÇÃO

Acadêmico: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Professora: xxxxxx xxxxxxxxxxxxxx

XXXXXXXXXXXXXX – XX

2012

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Fichamento do Livro: Psicologia Jurídico no Brasil

O psicólogo e as práticas de adoção, pags. 99 a 139.

Acadêmico: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Curso: Direito

Professora: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

GONÇALVES, Hebe Signorini e BRANDÃO, Eduardo Pontes. (Org.). Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: NAU, 2004.

O autor aborda no livro os muitos setores e as diversas questões de que trata o mundo Jurídico. Os capítulos se dividem de acordo com as práticas que envolvem as instituições jurídicas – Varas de Justiça, Conselhos Tutelares, prisões, abrigos, unidades de internação, entre outras – nas quais os psicólogos são chamados a atuar. Tais práticas se inscrevem nas tutelas jurídicas sobre o adolescente no cometimento do ato infracional, nas disputas judiciais entre famílias, nas adoções, na violência sexual, na violência contra a mulher, nas instituições de internamento e, por fim, nas prisões. Cada texto traça um panorama histórico da área, lança luz sobre as diversas tendências, aponta os pontos de interlocução entre Direito e Psicologia e, acima de tudo, oferece uma visão crítica capaz de problematizar a atuação do psicólogo, discutindo as implicações de sua prática e as alternativas que se colocam em termos técnicos, éticos e políticos. Esse exame permitiu traçar um desenho da Psicologia Jurídica no Brasil que, sem descuidar das heranças do pensamento internacional, permite avaliar o panorama da área no país, com os dilemas, os atravessamentos e as soluções que nos são próprios.

Capítulo O psicólogo e as práticas de adoção – pag.99

Neste capítulo a autora apresenta uma discussão legítima a respeito do papel do psicólogo em processos de adoção, baseando – se em análise de textos e na sua própria vivência como psicóloga, abordando de modo esclarecer os inúmeros problemas e dificuldades da adoção, seja do ponto de vista teórico seja no campo prático, bem como expõe possíveis ideias e soluções concernentes aos processos de adoção. A adoção como parentesco fictício originou-se na Antiguidade, forçosamente criada para atender imperativos de natureza religiosa. Nesta época a adoção servia apenas como uma ferramenta para que uma família sem filhos não sofresse a desgraça da extinção e dessem continuidade ao culto doméstico. Porém, este tipo de adoção, denominada clássica tem deixado de predominar em detrimento da adoção moderna, onde o objetivo é garantir os direitos da criança e não os interesses dos adotantes. Tudo isso se deve um trabalho árduo de conscientização social. Mas apesar da mudança de modalidade de adoção, não houve muita mudança, no Brasil, quanto ao sistema de adoção, onde ocorrem em geral adoções informais, chamadas de “adoção á brasileira”.

Subtítulo A adoção: história e legislação – pag. 101

O que se nota é que tanto na Idade Media como na Idade Moderna ás crianças órfãs abandonas ou cedidas por pais genéticos eram tratadas com

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desprezo, ostensivamente reprovada na Idade Moderna. A conclusão que tiramos ao observarmos a história dessa instituição que é a adoção, é que as maioria das pessoas adotavam crianças informalmente, fora dos moldes legais e que quase sempre era feita visando os interesses do adotante. A situação do pós-guerra era de uma grande quantidade de órfãos e menores abandonados espalhados pelo mundo, que precisavam de uma família, de um novo lar. Duas guerras mundiais em menos de cinqüenta anos contribuíram para uma mudança de mentalidade, a adoção começou a ser entendida como uma solução para ausência de pais e o bem-estar da criança. Por outro lado, em países como o Brasil, o instituto assume contornos eminentemente sociais, com finalidades assistenciais, humanitárias e filantrópicas. A partir daí, sua função não é mais a de dar um filho a uma família para suprir uma deficiência natural, mas antes assume um papel mais relevante no direito moderno, o de dar uma família a uma criança abandonada. Daí em diante surgiu em nosso cenário jurídico as Leis de nº 4.655/65 sobre legitimidade adotiva, 6.697/79 Código de Menores, culminando com a 8.069/90 Estatuto da Criança e do Adolescente. Estatuto da Criança e do Adolescente veio para trazer facilidade nos processos de adoção, avanço para a teoria da proteção integral em lugar da mera proteção ao menor em situação irregular e unificação das duas formas de adoção previstas no Código de Menores: a adoção plena e adoção simples. Mesmo diante da facilidade proposta pelo ECA, no Brasil disseminado a prática de adoção informal, apesar das penalidades impostas pelo Código Penal. A autora reforça a ideia de que é preciso um processo maior de esclarecimento e conscientização acerca da importância da legalidade do processo de adoção, assim como a desburocratização que envolve a questão do menor abandonado.

Subtítulo Perfil das famílias por adoção no Brasil – pag. 111

Neste aspecto, a autora aduz que existem grandes dificuldades para se chegar ao perfil das famílias por adoção no Brasil, vez que, segundo ela, para traçar o perfil dos adotantes e dos adotados no Brasil temos de buscar os mais de 2000 Juizados da Infância e da Juventude no país. Menciona a autora que o mais completo trabalho até o momento nesse sentido é uma tese de doutorado. Entretanto o Brasil já dispõe de um cadastro em âmbito nacional, desde 2008, utilizado para facilitar e auxiliar os juízes das varas de infância e da juventude em todo o país. Ele tem como objetivo unificar os dados dos pretendentes a adoção para assim agilizar os processos.

Subtítulo Sobre adotantes – pag. 112

A autora faz um breve resumo dos principais dados estatísticos encontrados por Weber acerca do perfil dos adotantes: Segundo esses dados à maioria dos adotantes são: casados; com idade acima de 30 anos; de cor branca; de religião católica; possuem curso superior ou estão cursando uma faculdade; com renda familiar entre três e trinta salários mínimos mensais; a maioria das mães adotivas exercem profissões que exigem nível superior e os pais tem uma profissão que exige nível primário ou secundário; 49% das famílias adotivas têm filhos genéticos e 84% deles foram gerados antes da adoção; em geral adotam apenas uma criança com até três meses de vida e de preferência do sexo feminino, sendo elas de

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cor branca, gozando de saúde perfeita. Os dados mostram ainda que a infertilidade ou esterilidade configura–se, ainda hoje, para aqueles que não possuem filhos biológicos, como principal motivo que leva os casais a procurar através da adoção de uma criança ou adolescente, construir uma família.

Subtítulo Adoção legal ou informal – pag. 114

Percebe – se que houve uma redução no numero de adoções informais, pois de acordo com os dados apresentado pela autora 52% das adoções são realizadas através dos Juizados da Infância e da Juventude enquanto que 48% deles são informais. As adoções informais são feitas quando um bebê é registrado em cartório como filho genético ou quando mesmo com certidão de nascimento em nome dos pais biológicos, a criança é criada por outra família. A maioria absoluta dos adotantes avaliou negativamente o trabalho dos Juizados da Infância. Nota – se que as pessoas com nível de escolaridade superior apresentar maior tendência de realizar adoções legais, assim como aquelas que possuem maior poder econômico. Constatou – se que após a promulgação do Estatuto da Criança e do adolescente a quantidade de adoções legais cresceu consideravelmente. Além disso, a maioria absoluta dos adotados legalmente geralmente vem de instituições.

Subtítulo Motivação para a adoção – pag. 115

Conforme dito anteriormente a maioria dos adotantes resolveram adotar uma criança, não por motivos altruístas, mas por necessidade em sua vida, seja porque tiveram problemas para gerá-los, seja porque ainda era solteiro ou um filho havia falecido. As famílias com menor renda familiar tendem a adotar crianças por motivos altruístas enquanto as com maior poder aquisitivo, realizar pelos mesmos motivos mencionados no parágrafo anterior. Aqueles que desejam adotar filhos porque não possuem filhos genéticos mostraram maior preferência por determinadas características na hora de escolher a criança, do que aqueles que adotaram por motivos altruístas.

Subtítulo Opiniões sobre situação atual da adoção no país – pag. 116

As pesquisas realizadas demonstraram que no entender de 28% dos filhos adotivos, para que uma pessoa apta para adotar uma criança ela precisa primeiro ter condições financeiras, em contrate, 48% dos filhos genéticos afirmar que o fator essencial para o sucesso de uma adoção deve ser o amor. Tanto pais adotivos, quanto filhos adotivos e genéticos concordam em maioria que a preparação para a adoção é importante. Mesmo assim, a maioria absoluta dos pais adotivos não teve qualquer tipo de preparação prévia para a adoção. Tanto aqueles que passaram por uma preparação prévia quanto aqueles que não passaram falaram positivamente sobre seus filhos. Em relação a primeira situação esse número mostrou – se maior.

Subtítulo Desenvolvimento, educação e relacionamento dos filhos adotivos – pag.

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A maioria dos pais adotivos destacou como principais características atribuídas aos filhos adotivos a afetividade e a maioria absoluta deles afirma que de forma genérica, não ter encontrado dificuldades no relacionamento afetivo com o filho adotivo. Agora, essas dificuldades afetivas são comumente apresentadas na adoção de crianças a partir de dois anos. Em geral os pais adotivos afirmaram não ter dificuldades na educação do filho adotivo, mas que as maiores dificuldades encontradas na educação dos filhos adotivos, são em relação as crianças com idade acima de dois anos.Por outro lado, de maneira geral, se compararmos as dificuldades na educação dos filhos biológicos com a dos filhos adotivos elas são semelhantes. O estudo constatou que 84 % daqueles que adotaram por questões de infertilidade e 70% dos que adotaram por motivos altruístas não encontraram dificuldades de relacionamento afetivo.

Subtítulo Preconceito e discriminação social pela família adotiva – pag. 118

Metade das crianças adotadas afirma que as pessoas os tratam de maneira diferente e com discriminação. E grande parte dessa discriminação vem dos amigos e da própria família. Fato que contribui para as dificuldades encontradas pela maioria dos pais adotivos quanto a educação de seu filho. Apenas uma parcela pequena dos filhos adotivos acha–se diferentes e gostariam de ser parecidos com seus pais adotivos. Cerca de 71% deles dizem não ter vergonha de ser filho adotivo, bem como também afirmam os pais adotivos. A despeito disso, os filhos que souberam que eram adotados depois dos 6 anos sentem mais vergonha de sua condição.

Subtítulo Alguns fatores principais da dinâmica da família por adoção – pag. 119

Os pais adotivos na sua maioria absoluta revelam aos seus filhos a sua origem, e na maioria das vezes é a mãe quem teve essa tarefa. Essa revelação, segundo 26% dos filhos adotivos foi feita de forma natural, e em 79% dos casos antes dos seis anos de idade. A maioria absoluta deles afirmam não ter nenhuma informação sobre sua origem a não ser que provem de uma família pobre, relatam ainda não querer conhecer a família biológica ou não gostar da idéia, assim como afirmam não nutrir nenhum tipo de sentimento por sua família de origem. O que se verifica é que no geral as relações entre pais e filhos adotivos, e entre filhos adotivos e filhos biológicos é de amor, não havendo diferença de tratamento.

Subtítulo Os papéis do psicólogo nas equipes técnicas dos Juizados da Infância e da Juventude: algumas considerações sobre seleção e acompanhamento

– pag. 121

“A importância do psicólogo nesse espaço atribui-se a necessidade de se pressupor o sucesso da adoção, bem como o de afastar prováveis problemas no processo”, tendo em vista que a intervenção do psicólogo na adoção, vai além das preocupações de moradia digna, alimentação, escola e saúde. Na verdade, visa atender às necessidades biopsicossociais das crianças e adolescentes, analisando os aspectos de adaptação, aceitação, integração da criança dentro da família em relação aos filhos biológicos e demais familiares, na reconstrução de sua nova história familiar. É preciso, ainda, lembrar que “antes de uma história de adoção existe uma

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história de abandono”. A situação de abandono das famílias originárias, o desamparo e o grande sofrimento físico e psíquico das crianças e adolescentes, o motivo das adoções, as características da família adotiva, seus anseios, medos, dificuldades e vulnerabilidade são aspectos que precisam ser trabalhados antes e durante o processo. A psicologia permite uma análise sobre a importância de métodos do psicólogo, em especial a escuta, para o atendimento das famílias e das crianças, podendo gerar mudanças significativas em suas vidas. Os psicólogos participam do processo de adoção por meio de uma assessoria constante para as famílias adotivas, tanto antes quanto depois da colocação da criança. A equipe técnica dos Juizados da Infância e da Juventude deve saber recrutar candidatos para as crianças que precisam de uma família e ajudar os postulantes a se tornarem pais capazes de satisfazer às necessidades de um filho adotivo (Weber, 2004). A primeira tarefa de uma equipe de adoção é garantir que os candidatos estejam dentro dos limites das disposições legais e a segunda é iniciar um programa de trabalho com os postulantes aceitos, elaborado especialmente para assessorar, informar e avaliar os interessados, e não apenas “selecionar” os mais aptos (Weber, 1997). Como a adoção é um vínculo irrevogável, o estudo psicossocial torna-se primordial para garantir o cumprimento da lei, prevenindo assim a negligência, o abuso, a rejeição ou a devolução.

Subtítulo A motivação dos candidatos á adoção – pag. 122

Embora as adoções informais tenham diminuído no Brasil, elas ainda representam 50% do total, e como citado inúmeras vezes neste capítulo, a principal razão que leva as pessoas a adotar uma criança ainda é a infertilidade. Mas este motivo não é o único, existem outras realidades que levam uma pessoa a interessar-se pela adoção, como no caso de pessoas homossexuais. “Pesquisas americanas apontam que a combinação das próprias necessidades do adotante e as da criança é a melhor maneira para que se tenha uma avaliação positiva”. A autora declara que “a motivação sempre deve ser um fator de investigação dos candidatos, vez que as expectativas que os adotantes tem da adoção, reflete no compromisso e satisfação da adoção”. Afirma ainda que “todos os que desejam realizar uma adoção, antes de ser excluídos, precisam passar por um processo de preparação para a adoção, onde se poderia conhecer mais completamente os motivos e expectativas do postulante”. Segundo a autora “os serviços de adoção precisam rever seus critérios de tempos em tempos, pois existem mudanças sociais pertinentes que devem ser incorporadas”. Temos como exemplo, a adoção por homossexuais, assunto que gera polêmicas a nível mundial. No entanto, diz a autora, o mais importante nesses casos, não é a orientação sexual dos pais adotivos, o aspecto principal é a habilidade dos pais em proporcionar para a criança um ambiente afetivo, educativo e estável.

Subtitulo O período de espera – pag. 126

Neste período os candidatos passam por uma fase de reflexão, onde ficam imaginando o modo como a criança nasceu, suas características, simulam

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uma ação de escolha, entre outras. Muitos candidatos relatam que essa fase é difícil e frustrante, mas os psicólogos da equipe técnica podem criar formas de manter os candidatos como verdadeiros participantes do processo. O processo de espera tende a ser longo, fazer com que muitos desistam e adotem informalmente, e em muitos casos fazer com que os adotantes aceitem uma criança somente para acabar com a ansiedade da espera. Mas por que isso acontece? Justamente porque as exigências por parte dos pretendentes a adoção são muitas. Na prática, se você não tiver preferência de sexo, a adoção será mais rápida, se não limitar muito a idade e aceitar grupo de irmãos, mais rápida ainda e se não excluir nenhuma etnia, suas chances aumentam muito mais. Outra questão importante é que a equipe profissional precisar estudar cuidadosamente o passado da criança, para determinar suas necessidades específicas e áreas mais vulneráveis para procurar um lar adotivo especialmente adequado ás necessidades da criança, no qual as pessoas estejam preparadas para recebê-la. E isso também leva tempo.

Subtítulo Seleção de candidatos – pag. 128

O psicólogo é de extrema importância também nesta fase, porque é ele que vai nortear o juiz e os promotores sobre a realidade emocional dos futuros pais, suas reais intenções com a adoção e o preparo desses em desenvolverem a complicada tarefa de educar. O juiz baseará sua sentença em cima dos laudos da equipe multidiciplinar, na qual o psicólogo está inserido. A experiência da preparação psicológica para a adoção, as aproximações sucessivas, a orientação, o apoio e o aconselhamento, se revelaram importantes para as famílias adotantes e para os adotados trazendo-lhes confiança, tranquilidade e segurança. O estudo psicossocial é um vasculhamento necessário para minimizar os riscos de uma adoção mal sucedida, podendo-se chegar a uma adequação da família sonhada com a família possível para todos e, em especial para a criança. Famílias adotantes entrevistadas valorizam as informações e orientações recebidas durante o estudo psicossocial, ressaltando inclusive a necessidade de maior divulgação do tema na mídia para desmascarar preconceitos e auxiliar outros adotantes a buscar a realização de uma adoção legal. O tópico introduz vários modelos de seleção de candidatos e aspectos norteadores deste processo. Dentre eles está o mais utilizado atualmente, que é o modelo de preparação/educação tendo por base atividades pedagógicas e treinamento para o novo papel de pais adotivos. Neste modelo, todos os candidatos aptos idônea e legalmente passam por uma série de atividades educativas preparatórias. Conclui-se que é necessário que as famílias que pretendem adotar estejam preparadas psicologicamente para este acontecimento marcante. Assim, reforça-se a importância do trabalho do psicólogo nos casos de adoção, como forma de oferecer um suporte durante este processo tão importante e transformador na vida do indivíduo que decide adotar. Este trabalho junto aos candidatos a pais visa oferecer oportunidade de receber suporte psicológico ao longo de todo o tempo de espera do filho, que

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os oriente no sentido de elaborar e enfrentar os medos e angústias vivenciados durante este período. O acompanhamento psicológico também contribuirá para que os futuros pais consigam distinguir as suas reais motivações conscientes e inconscientes para a adoção, discernindo-as daquelas que poderiam ser consideradas inconsistentes e insuficientes, e constituir-se, no futuro, numa situação de risco (Schettini, Amazonas e Dias, 2006). O trabalho de preparo com os candidatos à adoção possibilita que eles repensem e muitas vezes se tornem mais maleáveis em suas exigências quanto às características (físicas e psicológicas) da criança desejada, de forma a permitir a facilitação no processo, ampliando-se as possibilidades de adotantes. Neste sentido o acompanhamento psicológico pode atuar visando conscientizar os pais acerca da possibilidade de haver diferença entre a criança que esperam e a criança real. A aceitação desta diferença e a compreensão dos desafios específicos apresentados pela adoção permitirão uma melhor adequação ao papel de pais adotivos. Assim, um acompanhamento psicoterápico individualizado seria recomendado a estes casais, mas se isto não for possível, a participação em grupos de apoio à adoção também tem se mostrado efetiva, contribuindo para a prevenção de dificuldades e alívio da ansiedade, tão comuns no processo de adoção favorecendo trocas entre pessoas que vivenciam a mesma situação de espera.

Biblioteca da Faculdade do Bico do Papagaio – FABIC