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Campus de Rio Claro
Curso: Geografia – licenciatura
Aluno: Luis Carlos Antonelli
FICHAMENTO LITERAL DE TEXTO
CLOZIER, René. História da Geografia. Tradução: N.C.; Ana Rabaça. Portugal, Lisboa: Publicações Europa-
América, 1988.
CAPÍTULO VII – A Geografia Moderna
“A Geografia deixou de ser uma obra de erudição ao serviço da História; deixou de ser, à maneira antiga, um
conjunto de conhecimentos práticos, uma enumeração mais ou menos ordenada de montanhas, de rios ou de
cidades. Já não é um agregado de nomes e de números, assim como a História já não é um amontoado de datas” (...) “Atacando de frente os „enigmas do Universo‟, a Geografia sujeitou-se, portanto, às exigências da Ciência.
Causas diversas, mas convergentes, orientaram-na por esta nova via: progresso da Cartografia, esforço inovador
de Humboldt e de Ritter, explorações continentais, organização de um ensaio geográfico universitário”. (p. 98)
“A superfície esférica da Terra não pode ser transposta diretamente sobre um plano sem sofrer uma deformação;
esta transposição implica a determinação das projeções, isto é, a construção em plano do sistema das
coordenadas terrestres, meridianos e paralelos (...); estes sistemas de projeções – eqüiângulos, eqüidistantes ou
equivalentes – foram codificados, em meados do século XIX, por Germain e Tissot”. (p. 99)
“(...) Humboldt era um sábio e um viajante, servido por um notável sentido de observação, Ritter possuía uma
cultura histórica e filosófica; com o primeiro, as ciências naturais tinham sido postas ao serviço da Geografia,
com o segundo é a História que vem em seu auxílio”. (...) “Graças a Humboldt e Ritter, ficam estabelecidos os princípios da Geografia moderna: 1º determinar a
coordenação, „as conexões superficiais entre os três estados da matéria – ar, água, terra – para os explicar
traçando de novo o encadeamento dos factos e precisando o ponto de sua evolução‟; 2º localizar os fenômenos,
mostrar a sua extensão, colocá-los no seu quadro espacial”. (p. 103)
“A escola geográfica alemã foi a primeira escola organizada. Directamente inspirada por Ritter, dedicou-se
sobretudo à geografia geral, à investigação sistemática das condições que presidem à distribuição dos fenômenos
à superfície do Globo, tanto em geografia física (Morfologia de A. Penck, Climatologia, de J. Hann), como em
geografia humana (Antropogeografia e Geografia Política de Fr. Ratzel).
Pelo contrário, a preocupação regional é a característica mais visível, senão a mais profunda, da escola
geográfica francesa. O seu fundador, P. Vidal de la Blache (...) foi o animador de notáveis trabalhos, cujos autores, Enm. De Martonne, A. Demangeon, R. Blanchard, J. Sion, M. Sorre, R. Musset, A. Cholley e tantos
outros, por desconfiança pelos a priori e pelos quadros já feitos, preferiram consagrar-se, principalmente, às
regiões francesas”.
(...) “A escola geográfica americana especializou-se na evolução do relevo do solo. Esta tendência manifestou-se
sob a influência de geólogos-mineralogistas como Barrell e Gilbert, excelentes observadores, que foram atraídos
cada vez mais para o estado das relações entre a geologia e os processos fisiográficos e climáticos. Mas foi W.
M. Davis quem imprimiu à escola americana o seu cunho próprio”; (p. 105)
“(...) A geografia física geral comporta: a) a geografia climática que estuda sobretudo os tipos de tempo, os
ciclos de estações e as regiões de climas; b) a geografia morfológica que estuda a formação do relevo pela erosão
normal (ação das águas correntes mais ou menos dirigida pelas influências estruturais ou tectônicas), erosão glaciar, erosão eólica e erosão marinha; c) a geografia botânica e zoológica.
A geografia humana geral tem como problema primordial determinar a extensão da espécie humana e, por
conseqüência, examinar o povoamento com as suas variações de densidade. Estuda em seguida as paisagens
determinadas pelo habitat (agrupamentos rurais e urbanos), pelos fenômenos de produção (agricultura, indústria
etc.) e pelos gêneros de vida.
A geografia econômica geral estuda, por um lado, as matérias primas e as fontes de energia (produção, indústria,
comércio) e, por outro, os problemas postos pela utensilhagem, pelas técnicas e pelas trocas”.
“(...) As combinações locais dos factos estudados pela geografia geral provêm da geografia regional”. (p. 107)