Fichamento o Culto Do Amador

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  • 8/7/2019 Fichamento o Culto Do Amador

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    Fichamento: O Culto do Amador

    Citaes retiradas de KeenComentrios

    Linkando objetos: modaReferncia a outros autores

    Divagaes relacionadas ao objeto anterior

    Num tom extremamente crtico, generalista e perigoso de ex-apaixonado, o texto de Keen assusta pela acidez das reflexes e traz ummenear de cabea frequente. Acho que o que mais passou pela minha cabeadurante a leitura foi "no bem assim, no". Mas ao mesmo tempo, o textotem seus mritos por nos fazer refletir sobre o que muitas vezes pensamos sera terra das maravilhas e da democracia: a internet. Confesso que o autor mefez refletir sobre coisas que ainda no havia pensado, alm de me fazer verque existem outros lados na utopia de um conhecimento construdo por todosnum espao democrtico e amplo em possibilidades. Seguem os trechos quemais me chamaram ateno e que mais me inquietaram, entusiasta dainternet como sou:

    "Mas o que outrora parecia uma piada agora parece predizer asconsequncias de um achatamento da cultura que est embaando asfronteiras entre pblico e autor, criador e consumidor, especialista eamador no sentido tradicional. Isso no tem graa nenhuma". (p. 1)

    J nesse incio de livro d para perceber a percepo do autor quanto aspossibilidades trazidas pelo mundo 2.0 de dar voz de autor a um usurio quetalvez no tenha tanto conhecimento assim para receber esse direito. J aqui

    percebemos e comeamos a pensar no outro lado do discurso de amplaspossibilidades possudas pelo homem comum: qual a qualidade da informaoque estamos produzindo, que estamos lendo e que estamos chamando derevolucionria e igualitria? Ser que o homem comum, que talvez no tenhainformao "de qualidade" a dizer, merece essa voz? E qual a "qualidade"dessa cultura 2.0? Essas fronteiras no deviam ser transpostas? Mas o queseria essa qualidade e o que a define?Penso que o pblico merece sim ter voz, quem sabe alguma parte, ao se tornarautor, busque mais conhecimento, pesquise mais e possa desenvolver outrashabilidades, quem sabe. E nada impede que, em alguns casos, o pblico que setorna autor tenha coisas melhores a dizer, e de muito mais "qualidade" do queos que esto acostumados a ser emissores. O que me preocupa , na verdade,

    o fato de s vezes aplaudirmos a web por quebrar barreiras e dar espao deexpresso a "todos" e acabarmos aplaudindo junto a todas as produes darede. Uma rede feita por amadores, como diz o autor. No entanto no concordocom o tom ctico e, devo dizer, arrogante e generalista - pelo menosinicialmente - com que ele trata as produes da internet.

    "Os blogs tornaram-se to vertiginosamente infinitos que solaparamnosso senso do que verdadeiro e do que falso, do que real e doque imaginrio. Hoje em dia, as crianas no sabem distinguir entre

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    notcias crveis escritas por jornalistas profissionais objetivos e o queleem em joeshmoe.blogspot.com. Para os utopistas da Gerao Y,toda postagem a verso da verdade de mais uma pessoa; toda fico a verso dos fatos de mais uma pessoa." (pg 1)

    Esse pargrafo me fez refletir sobre a f que colocamos nos blogs como

    instrumento jornalstico. Claro que alguns so feitos por jornalistas e outrospercebemos, com alguma pesquisa, que so feitos por pessoas capacitadas.Mas e nos outros casos? Lemos notcias, anlises, resenhas, opinies, crticasde pessoas com uma formao que pode no coincidir com o nvel decredibilidade que depositamos nelas. Mas ao mesmo tempo, os blogs soespaos de certa forma individuais, onde o pressuposto que tenho o direitode colocar a minha verso, o meu lado, a minha viso. O outro deve ver essaviso como um fato jornalstico?

    "Com centenas de milhares de visitantes por dia, a Wikipdia tornou-se o terceiro site mais visitado em busca de informao e eventos emcurso; uma fonte de notcias com mais crdito que os websites da CNN

    ou da BBC, embora a Wikipdia no tenha nenhum reprter, nenhumaequipe editorial e nenhuma experincia na coleta de notcias. o cegoguiando o cego infinitos macacos fornecendo informao infinitapara infinitos leitores, perpetuando o ciclo de desinformao eignorncia." (p. 1)

    Esse um dos lados quando a questo se torna um problema: quando damosmais crditos a essas construes coletivas, que sim, em teoria algobelssimo, mas que, de fato, quando se refere aos fatos, podem deixar adesejar. Quantos trabalhos de escola e at mesmo acadmicos no sobaseados na Wikipedia? E qual a garantia de que dali estou tirando asmelhores informaes e as mais corretas para o que preciso? Mas o que est

    acontecendo, estamos abandonando livros e enciclopdias, e at, como nocaso citado pelo autor, sites com maior credibilidade, pela fama e pelafacildade proporcionada por essas ferramentas da web 2.0. Isso me lembrauma campanha do Estado que acabou se tornando muito polmica por terofendido a vrios blogueiros pois ela questionava justamente a credibilidade dainformao produzida pelos blogs - as peas traziam personagensaparentemente lunticos e loucos como autores de blogs sobre determinadoassunto, mostrando, assim, que os blogs podem ser feitos por pessoas quemereceriam menos credibilidade. O jornal fez a campanha preocupado porestar perdendo audincia pra muitos desses blogs, no entanto, no final acabouse descobrindo (inclusive pela fria dos blogueiros) que muitos blogs tiravamas notcias do prprio Estado e o citavam como fonte. Podemos julgar toseveramente as produes do homem comum?

    "A lgica do mecanismo de busca do Google, que os tecnlogoschamam de seu algoritmo,reflete a sabedoria das massas. Emoutras palavras, quanto mais pessoas clicam num link resultante deuma busca, mais provvel se torna que esse link aparea em buscassubsequentes. O mecanismo de busca uma agregao dos 90milhes de perguntas que fazemos coletivamente ao Google a cada

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    dia; em outras palavras, ele s nos diz o que j sabemos." ( p. 2)

    "No atual culto do amador, os macacos que dirigem o espetculo.Com suas infinitas mquinas de escrever, esto escrevendo o futuro. Etalvez no gostemos do que ele diz". (p. 3)

    Achei essa frase emblemtica pelo uso dessa ideia do homem comum comoprodutor do espetculo da produo e disseminao de informao, o homemcomo a grande personalidade do momento.

    "Pblico e autor haviam se tornado uma coisa s, e estvamostransformando cultura em cacofonia." (p.5)

    Essa frase mostra bem o posicionamento do autor de que a cultura produzidapelo usurio, quando vista como um todo, se mostra muito aqum da culturaque ele esperava que a rede produzisse, uma vez que ele esperava levar acultura (no caso dele, a musical) pronta, de nomes consolidados. Ao perceberque a internet se mostrara um espao muito mais de tornar o usurio o prprio

    autor, compositor ou performista da msica, e da cultura como um todo, elecomea a rever seus conceitos sobre a rede, perdendo a f nesta. Aqui eu achoque ele perde um pouco a credibilidade, pelo menos comigo, pelo cartergeneralista do seu discurso. Claro que a internet possibilitou a exploso demuitos fenmenos (e para usar o exemplo dele) musicais, como Stfhany e"Vou no, quero no, posso no" que, podemos admitir, so mais umaexpresso de baixa qualidade da cultura de massa, mas a internet permitiu,tambm, que um jovem pudesse expressar seu talento como cantor, porexemplo, e receber um feedback que o ajude e incentive a melhorar seutalento. E esse exemplo apenas uma das formas em que a internet pode semostrar positiva como lugar de expresso do usurio. Na mesma medida emque ela permite que sejam produzidas, seguidas e divididas informaes ruins,

    ela tambm possibilita a difuso de boas informaes e talento. Querendo ouno a internet uma plataforma que d espao, que era muito limitado, parase experimentar talentos e por que no, a fama. Acho que o positivo que elapermite que todos provem um pouco do que produzir a informao, como estar nesse lado. Concordo com o autor, no entanto, no que se refere avalorizao que estamos dando atualmente a essas produes feitas porqualquer um em detrimento de espaos consolidados feitos por pessoas queestudaram e so mais capacitadas tecnicamente.

    "Eu chamo isso de a grande seduo. A revoluo da Web 2.0disseminou a promessa de levar mais verdade a mais pessoas maisprofundidade de informao, perspectiva global, opinio imparcialfornecida por observadores desapaixonados. Porm, tudo isso umacortina de fumaa. O que a revoluo da Web 2.0 est realmenteproporcionando so observaes superficiais do mundo nossa volta,em vez de anlise profunda, opinio estridente, em vez de julgamentoponderado. O negcio da informao est sendo transformado pelainternet no puro barulho de 100 milhes de blogueiros, todos falandosimultaneamente sobre si mesmos." (p. 5)

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    Mais uma vez o autor peca pela generalizao e exagero. Em muitos casos ainformao na rede pode ser muito mais densa do que das grandes mdias,exatamente pela suposta liberdade proporcionada pela internet. claro que aomesmo tempo nela so estimuladas respostas e informaes vazias (isso melembra os comentrios em postagens de blogs, que muitas vezes so somenteum 'gostei, passa no meu blog', ou seja, como um nico instrumento de

    tambm ser lido, mas tambm pode haver uma discusso interessante e muitomais viva, por ser instntanea, alm de ser bem mais densa, pois querendo ouno a discusso das notcias nas mdias tradicionais so feitas em grupospequenos ou para si mesmo, j na rede, a discusso aberta a "todos"). O quequero dizer : nem sempre as anlises e observaes na rede simplesmentebarulho, pode ser sim informao, e informao de qualidade e de acesso maisamplo e participativo. O autor repete essa viso apocalptica e generalistanessa passagem: "estamos sendo seduzidos pela promessa vazia damdia democratizada. Pois a consequncia real da revoluo da Web2.0 menos cultura, menos notcias confiveis e um caos deinformao intil. Uma realidade arrepiante nessa admirvel novapoca digital o obscurecimento, a ofuscao e at o

    desaparecimento da verdade." (p. 5)

    "O que talvez no se perceba que o grtis est na verdade noscustando uma fortuna. Os novos vencedores Google, YouTube,MySpace, Craigslist e as centenas de startups, todos famintos por umpedao do bolo da Web 2.0 no so capazes de preencher o vaziodas indstrias que esto ajudando a destruir, em termos de produtosproduzidos, postos de trabalho criados, receitas geradas ou benefciosconferidos. Atraindo nossos olhares, os blogs e wikis esto dizimandoas indstrias da publicidade, da msica e da reunio de informao,que criaram o contedo original do contedo desses sites. Nossacultura est essencialmente canibalizando seus jovens, destruindo as

    prprias fontes do contedo que almeja. Esse o novo modelo denegcios do sculo XXI?". (p. 9)

    Talvez seja muito mais uma questo de entender como criar um formatodessas indstrias que esto perdendo lugar pra rede, um formato que permitalucros, no s financeiros, mas tambm em produo de contedo, para a redee para as indstrias. Muitas publicaes, por exemplo, vm disponibilizandosuas edies online e cobram por anncios nessa edio, pensando empropagandas adequadas ao meio. Portanto, acredito que seja uma questo deestudo e adequao.

    With Web 2.0, the madness is about the crowd falling in love withitself. (p. 96)

    Internet e democracia

    " O desfoque da fronteira entre o pblico e o autor, entre fato efico, entre inveno e realidade obscurece mais ainda aobjetividade. O culto do amador tornou cada vez mais difcildeterminar a diferena entre o leitor e o escritor, entre o artista e o

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    portavoz, entre arte e propaganda, entre amadores e especialistas. Oresultado? A queda da qualidade e da confiabilidade das informaesque recebemos, o que desvirtua, ou at corrompe, descaradamente,nossa conversa cvica nacional". (p. 9)

    In theory, Web 2.0 gives amateurs a voice. But in reality it's often

    those with the loudest, most convincing message, and the mostmoney to spread it, who are being heard. (p. 92)

    A internet e a verdade

    "Hoje a mdia est estilhaando o mundo em um bilho de verdadespersonalizadas, todas parecendo igualmente vlidas e igualmentevaliosas. Para citar Richard Edelman, o fundador, presidente e CEO daEdelman PR, a maior empresa de relaes pblicas privada do mundo:Nesta era de tecnologias de mdia em exploso no existe nenhumaverdade exceto aquela que voc cria para voc mesmo." (p. 6)

    A construo de uma verdade coletiva a partir da individualidade de cada autorda rede acaba, para Keen, retirando a credibillidade dessa verdade. Mas e sepensarmos que a primeira vez em surge esse espao to amplo de "cadaum" postar a sua verdade, sua viso? No pode se tirar o mrito da internetcomo espao "democrtico" de forma assim to totalizante, tem que se pensar no valor dado a essas produes.

    " Como disse o exprimeiroministro britnico James Callaghan: "Uma mentirapode dar avolta ao mundo antes da verdade ter a chance de colocar suas botas". Issonunca foi mais

    verdadeiro do que com a veloz cultura no apurada em livre movimento dablogosfera de hoje." (p. 6)

    O autor discute tambm a rede como um espao propagador de mentirassobre corporaes e a rede usada pelas corporaes para transmintirmensagens como se estas fossem produzidas por usurios e no porqueequipes de marketing das prprias empresas. No primeiro caso, Keen citaexemplos de empresas que tiveram srios prejuzos financeiros e em imagemde marca por mentiras que algum internauta contou. A rapidez de difuso deinformao na rede imensa e muito difcil de ser rastreada, portanto,apesar de ser, tambm, um espao cheio de possibilidades interessantes paraempresas , tambm, um espao perigoso, pois um espao livre. No que serefere as corporaes usando a rede para fazer marketing e no assinar comotal, isso diz muito mais do nvel tico das empresas do que da rede em si. Massobre esse tema, um caso interessante so os posts publieditoriais dos blogs,um assunto polmico na blogosfera e que pode acabar fazendo com quemuitos blogs percam sua credibilidade perante o pblico e se tornem menosconfiveis no que se refere a indicaes de marca e produtos, pois muitasempresas vm apostando nesse tipo de postagem e o blogueiro no avisa aoleitor, em alguns casos, que esses posts so pagos e portanto, aquela opinio e

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    indicao no genuna do blogueiro, influenciada por um pagamento. Essa uma questo delicada e h movimentos na blogosfera que pretende acabarcom os publieditoriais e os mais radicais querem acabar com toda espcie depublicidade em blogs. No entanto, uma medida simples o que muitosblogueiros fazem: avisar o carter publieditorial daquela determinadapostagem.

    It is deeply disturbing that in our filter-free Web 2.0 world, rumors and liesconcocted by anonymous (and no doubt amateur) reporters are lent legitimacyand propagated by mainstream media channels. (p. 81)

    Esse um srio caso onde as muitas vezes annimas mentiras (ou sobpseudnimos e falsas identidades) da rede geram consequncias e buzz forado ambiente virtual. Quantas empresas no sofreram com isso? Quantospolticos? Como controlar a tica de uma rede produzida e frequentada poramadores?

    Internet como espelho do eu (LINK: a moda , tambm, um espelho do

    EU)

    " medida que a mdia convencional tradicional substituda por umaimprensa personalizada, a internet torna-se um espelho de ns mesmos. Emvez de us-lapara buscar notcias, informao ou cultura, ns a usamos para sermos defato a notcia, a informao, a cultura."(p. 3)

    Assim como na moda utilizamos as roupas para projetar nossa imagem para ooutro, usamos a internet para divulgar uma imagem de ns mesmos como nosvemos e como queremos ser vistos, mas no lugar da indumentria soutilizados vdeos, fotos, textos e mensagens em 140 caracteres. Ambos, moda

    e internet, so espaos de construo e exposio do EU.

    "Esse infinito desejo de ateno pessoal est movendo a parte maisdinmica da nova economia da internet redes sociais comoMySpace, Facebook, Bebo e Orkut. Como santurios para o culto daautotransmisso, esses sites tornaram-se repositrios de nossosdesejos e identidades individuais. Eles se dizem devotados interaosocial, mas na realidade existem para que possamos fazer propagandade ns mesmos: desde nossos livros e filmes favoritos at as fotos denossas frias de vero, sem esquecer testemunhos elogiandonossas qualidades mais cativantes ou recapitulando nossas ltimasfarras." (p. 3)

    A internet como Grande Irmo

    "Os motores de busca como o Google sabem mais sobre nossoshbitos, nossosinteresses, nossos desejos do que nossos amigos, nossos entesqueridos e nosso psiquiatra juntos. Mas ao contrrio do 1984 , esteGrande Irmo muito real. Temos de confiar que no revele nossos

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    segredos, uma confiana que, como veremos, j foi trada repetidasvezes." (p. 7)

    O autor faz tambm traz a internet como grande conhecedora de ns e dosnossos hbitos, desejos, medos, neuras e etc. Atravs do que navegamos, doque buscamos e coisas do tipo, pode ser feito um estudo dos ns muito mais

    revelador do que um relatrio psiquitrico, por exemplo. E, de fato, porestarmos to expostos na rede h vrios perigos iminentes, onde o maissimples talvez seja que empresas podem estar coletando essas informaes earmazenando em seus bancos de dados.

    Internet e publicidade

    "Paradoxalmente, o Santo Graal dos anunciantes em todo o mundoplano da Web 2.0 conseguir a confiana dos outros. E isso estdeixando de cabea para baixo a indstria da publicidadeconvencional." (p. 7)

    A internet oferece um espao publicitrio diferenciado e que vem ganhandocada vez mais espao pela simplicidade, baixo custo e alto poder de atingir opblico diretamente e de formas diversas, mas principalmente, pelapossibilidade de interagir com esse pblico que no se contenta mais em terum papel simplesmente passivo nas relaes de comunicao. Assim, a chavepara o sucesso de uma publicidade na internet, de fato, a confiana dopblico no s na postagem que ele est lendo, no banner que est vendo ouna newsletter que recebeu, mas em aceitar receber e, portanto, querer receberessa publicidade.

    According to a Pew Internet and American Life Project study, whilemost people can distinguish between regular programming and

    infomercials on television, and between regular content andadvertisements in print publications, 62 percent of Web browserscould not distinguish between paid and unpaid sites among searchresults. (p 87)

    The past few years have seen something of a crisis in traditional TVand advertising, due in large part to two words that have only comeinto existence in the past half-decade or so: TiVo and blogs. These twophenomena have been the cornerstone of the shift in formula of mostmarketing programs away from the 30-second TV ad centerpiecetoward a more fluid interaction with a highly knowledgeableaudience. (p. 89) (citao do editor da PR Week)

    Given our mistrust of traditional commercials, the challenge formarketers in the Web 2.0 democratized media is to advertise withoutappearing to do soby creating and placing commercial messagesthat appear to be genuine content. The challenge, and theopportunity, isto do this while building "authenticity"authentic content, authenticbrands, authentic commercial messages. But, of course, such

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    authenticity is utterly contrived. (p. 89)

    An executive at the Weber Shandwick PR agency described suchstrategies in PR Week as "seeding" the market with guerrilla publicity,product placement, and public relations stunts. The anonymous,editor-free Web 2.0 media provides an ideal environment for this,

    because if we don't know who produced an advertisement, we can beconvinced that it was created by people "like us." Amateurism sells.The more unofficial the message, the more likely the consumer willtake ownership of it. (p. 89) como a velha histria de que a propaganda boca a boca a mais efetiva. Eisso acontece, online e off-line, porque nos d a sensao de uma opinio queno est interessada, que no vai receber nada em troca. O amadorismo vendeporque nos d a sensao de verdade e portanto, de maior confiana,principalmente quando, na conjuntura atual, o consumidor est farto demensagens publicitrias talvez por receb-las de todos os lados a ponto detornar-se cego a elas.Mas na rede, nos blogs, como buscar essa autenticidade de maneira tica?

    Como realizar propaganda na internet pra se utilizar do seu carter amadorquando se envia um release dizendo ao blogueiro o que escrever? E as tticasde criar perfis falsos, como se fossem amadores, mas que na verdade no oso, para realizar publicidade e marketing de empresas? um trabalho rduo saber como lidar com a publicidade na rede, comoaproveitar seus benefcios sem ferir eticamente a sua estrutura.

    A publicidade na rede vista como entretenimento

    What is so disconcerting is that, to the uncritical eye, all thesecommercials appear to be entertainment. YouTube is a longcommercial break dressed up as democratized media. (p. 90)

    As Chad Hurley, the founder of YouTube, told Adweek:We think there are better ways for people toengage with brands than forcing them to watch acommercial before seeing content. . . . We wantedto create a model where our users can engage withcontent and create a two-way communicationbetween advertisers and users. (p. 91)

    A publicidade usada como entretenimento seria uma maneira, tica, deaproveitar as possibilidades da rede? Acho que sim.No s na internet divertir o consumidor tem sido uma ttica para chamarateno do consumidor. As vrias prticas do marketing de guerrilha provamisso.A internet se mostra, ento, como uma plataforma extremamente rica empossibilidades de interao dinmica com o consumidor e consequente criaode um relacionamento com ele. Mais uma prova de que a comunicao precisaser uma via de mo dupla.

    But there is a fundamental difference between advertising and user-

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    generated contentone is a paid message carefully calibrated toentice people to buy a product, while the other is an expression ofinformation, creativity, or art. (p. 92)

    Internet e autoria: "cleptomania intelectual"?

    "Nossas atitudes com relao a "autoria" tambm esto passando poruma mudana radical, como resultado da cultura democratizada daInternet de hoje. Em um mundo no qual plateia e autor so cada vezmais indistinguveis, e onde a autenticidade quase impossvel de serverificada, a ideia original de autoria e propriedade intelectual temsido seriamente comprometida." (p. 8)

    No s mais difcil detectar a autoria na rede e definir a quem ela pertence,como h srios problemas de dar crdito aos reais autores nesse ambiente efora dele. Quantos trabalhos escolares, simplesmente pela facilidade, noforam simplesmente copiados da rede e entregues como autorais? muito fcil

    utilizar o trabalho de outro, mas infelizmente difcil ver esse trabalho sendocreditado. "Esta definio nebulosa de propriedade, agravada pelafacilidade como podemos copiar e colar o trabalho de outras pessoaspara fazlo parecer como se fosse nosso, resultou em uma novapermissividade preocupante sobre a propriedade intelectual." (p. 8)

    "As consequncias intelectuais desse roubo so profundamenteperturbadoras. A cultura do remix onipresente de Gibson no s estdestruindo a santidade da autoria, mas tambm minando nossassalvaguardas tradicionais da criatividade individual. O antigo valor deum livro de um grande autor est sendo desafiado por um sonhocoletivo de uma comunidade de autores hiperconectados que o

    comenta e revisa infinitas vezes, sempre conversando uns com osoutros em um ciclo interminvel de autoreferncias." (p.8)

    Nesse ponto eu concordo que a extrema valorizao do texto construdo porretalhos e costurado com links vem trazendo uma desvalorizao do texto off-line, os livros, as bibliotecas tm dado lugar aos buscadores virtuais... nesseponto, nessa valorizao extrema, que concordo que est havendo um erro.Mas acho que a convergncia desses dois pontos e o reconhecimento deambos os valores a chave para construo de conhecimento mais completa,densa e interativa.

    Crtica a Cauda Longa

    "Chris Anderson est certo ao afirmar que o espao infinito dainternet vai dar cada vez mais oportunidades para os nichos, mas olado negativo que isso vai garantir que tais nichos geraro menosreceitas. Quanto mais especializado o nicho, mais estreito o mercado.Quanto mais estreito o mercado, mais curto o oramento de produo,o que compromete a qualidade da programao, reduzindo ainda maiso pblico e alienando os anunciantes." (p. 11)

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    Dados interessantes

    "O New York Times (NYT) noticia que 50% de todos os blogueirosblogam com o propsito exclusivo de relatar e partilhar experinciassobre suas vidas pessoais." (p. 3)

    Amador conceito

    Tradicional: The traditional meaning of the word "amateur" is veryclear. An amateur is a hobbyist, knowledgeable or otherwise,someone who does not make a living from his or her field of interest,a layperson, lacking credentials, a dabbler. (p.34)

    Cidados-jornalistas

    Wikipedia is far from alone in its celebration of the amateur. The"citizen journalists," toothe amateur pundits, reporters, writers,

    commentators, and critics on the blogospherecarry the banner ofthe noble amateur on Web 2.0. (p. 46)

    Citizen journalists simply don't have the resources to bring usreliable news. They lack not only expertise and training, butconnections and access to information. (p. 48)

    E os jornalistas, fromados, treinados e com acesso a fontes que disponibilizamcontedo na rede atravs de blogs de qualidade? E os blogueiros notreinados, pessoas comuns, que por procurar produzir um contedo bom, comfontes seguras e bem pesquisado acaba garantindo para si fontes, s vezes atmelhores que a dos prprios jornalistas? E se, pela prtica, o blogueiro (claro

    que o bom blogueiro) possa sim produzir informao com tanta qualidadequanto os jornalistas? Mais uma vez o generalismo incomoda e me fazdiscordar de Keen, ainda que ele tenha razo a questionar o predomnio dosnobres amadores sob profissionais treinados e a queda de grandes instituiesprodutoras de informao.

    On the blogosphere, publishing one's own "journalism" is free,effortless, and unencumbered by pesky ethical restraints orbothersome editorial boards. (p. 47)

    errado dizer que no h regras nem uma tica na blogosfera. Muito pelocontrrio, h sim uma etiqueta virtual e toda uma cultura de regras que,aqueles que pertecem ao meio e procuram ser respeitados pelos demais,obedecem e procuram perpetuar. Por exemplo, a blogosfera se sentiuameaada com os posts publieditoriais dos blogs, ento eles se reuniram,fizeram uma campanha e muitos blogueiros postaram sobre a importncia deavisar ao seu leitor que aquele post pago. Existem sim regras, existem sim osbons costumes e aqueles que procuram ser respeitados e reconhecidos,procuram obedecer. Um leitor consciente sabe diferir um blog bem feito epreocupado com essas questes de um que no , acho at que se pode

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    observar s visualmente a diferena entre um blog de qualidade e um blog queno tem. O que quero dizer que tambm cabe muito ao leitor julgar aqualidade daquilo que est lendo e sua credibilidade, no s virtualmente, masnas outras mdias tambm. Assim como existem blogs ruins existem revistasde baixa qualidade, com fontes inseguras.No vou negar, claro, que as regras as quais um jornalista de uma mdia

    tradicional tem que seguir so maiores e mais seriamente cumpridas ecobradas.

    They flaunt their lack of training and formal qualifications asevidence of their calling, theirpassion, and their selfless pursuit of the truth, claiming that theiramateur status allows them to give us a lessbiased, less-filteredpicture of the world than we get from traditional news. In reality thisis not so. (p. 48)

    Blogueiros, pelo menos teoricamente, devem escrever sobre aquilo quegostam, que conhecem. Presume-se, portanto, que h um mnimo de

    conhecimento envolvido, de pesquisa. O nvel de embasamento de umprodutor de informao no depende se ele escreve para uma mdia digital outradicional, mas do seu nvel tico e informacional. E acho que nos doismundos h um pouco de cada caso.

    One leading champion of citizen journalism, Dan Gillmor, author ofthe crusading We the Media: Grassroots Journalism by the People, forthe People, argues that the news should be a conversation amongordinary citizens rather than a lecture that we are expected to blindlyaccept as truth. But the responsibility of a journalist is to inform us,not to converse with us. (p. 49)

    Ainda no li Ns, os midia, mas concordo com Gillmor desde j que a notciaprecisa ser uma conversa com o receptor da mensagem, pois na sociedadeatual o leitor no se contenta mais com uma postura passiva, a bala mgicaperde a magia e no acerta o alvo se no lhe der chance de dar algo em troca,de participar. A conversa com o jornalista e com os outros leitores torna ainformao mais rica pois permite que dela participem muitas vises.

    The New Yorkers Lemann points out that "societies create structuresof authority for producing and distributing knowledge, information,and opinion."11 Why? So that we know we can trust what we read.(p. 53)

    Acho que esse um argumento vlido: instituies tradicionais, de fato, trazempeso, credibilidade.Isso tambm me fez pensar dos blogueiros famosos: seu nome, sua fama, suacredibilidade, se estendem aos produtos? Como? Eles so pessoas comuns oucelebridades ou jornalistas amadores com nome de peso? Os limites ficamconfusos, podemos confiar no que uma pessoa comum indica? Como se deuessa construo de credibilidade, de peso, para essas pessoas comuns? Emque ponto tudo muda?

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    The price we pay for the growth in egalitarianism offered by theInternet is the decentralized access to unedited stories. In thismedium, contributions by intellectuals lose their power to create afocus. (p. 55) Keen cita Jurgen Habermas

    in the anonymous world of the blogosphere, there are no suchassurances, creating a crisis of trust and confidence. (p. 77)

    Para Keen, os autores da blogosfera no possuem credibilidade e podem serqualquer um desde uma pessoa que no tem formao nem conhecimento osuficiente para produzir informao de qualidade at pessoas que possueminteresses ocultos (seja de uma empresa, uma filiao poltica, etc) e no odeixam claro, produzindo informao dbia.Claro que na mdia tradicional, quando se imprime um nome que acaba setornando reconhecido e tem o endosso da marca e da histria de um jornal,por exemplo, isso se torna mais difcil. Mas no se impede que hajaminteresses escondidos e que se produza informao viciada.

    Blogs formando comunidades

    today in the Web 2.0 world is a nation so digitally fragmented thatit's no longer capableof informed debate. Instead, we use the Web to confirm our ownpartisan views and link to others with the same ideologies. Bloggerstoday are forming aggregated communities of like-minded amateur journalists at Web sites like Townhall.com, HotSoup.com, andPajamasmedia.comwhere they congregate in selfcongratulatoryclusters. (p. 54)

    Aqui acho que Keen esquece dos conglomerados de jornais e da grande mdia,que publica, muitas vezes, somente o que lhe interessa e esquece a visoglobal da notcia, quando esta publicada (o que acontece quando no fereinteresses da mdia, de seus patrocinadores...). Nesse ponto acho que a webtem muito mais liberdade e permite uma viso muito mais ampla, ainda queamadora.Exemplifico com algo que acabei de reparar exatamente enquanto lia aspalavras de Keen: na lista do DATA esto comentando sobre restaurantes, nocaso o Coco Bambu, que tinha uma lagarta na comida de um cliente, assimforam seguindo-se uma srie de exemplos sobre outros restaurantes e casossemelhantes. um assunto que interessa as pessoas, mas ser que a grandemdia publica? um caso a se pensar.

    Valor do jornalista cidado

    the real value of citizen journalism was its ability to address nichemarkets otherwise ignored by mainstream media. (p. 51) *

    Resposta de Gillmor ao Keen*

  • 8/7/2019 Fichamento o Culto Do Amador

    13/13

    Web 2.0 e a fragmentao da cultura

    "What the Web 2.0 gives us is an infinitely fragmented culture inwhich we are hopelessly lost as to how to focus our attention andspend our limited time. (p. 60)

    Uma cultura fragmentada que ajuda a buscar o contedo que interessa aoindivduo de maneira mais fcil.Tal fragmentao interessante do ponto de vista publicitrio: um pblicosegmentado por reas de interesse que, de forma geral, assiduamente temacesso aquele contedo e nele deposita credibilidade. Essa possibilidade vemsido muito explorada pela publicidade que vem criando frmulas especficaspara a mdia digital atravs de uma propaganda direta, muitas vezescolaborativa e interativa.

    Cultura moderna e Web 2.0

    Identidades ocultas

    as anthropologist Ernest Gellner argues in his classic Nations andNationalism, the core modern social contract is rooted in our commonculture, in our language, and in our shared assumptions about theworld. Modern man is socialized by what the anthropologist calls acommon "high culture." Our community and cultural identity, Gellersays, come from newspapers and magazines, television, books, andmovies. Mainstream media provides us with common frames ofreference, a common conversation, and common values. BenedictAnderson, in Imagined Communities, explains that moderncommunities are established through the telling of common stories,the formation of communal myths, the shared sense of participating inthe same daily narrative of life. If our national conversation is carried

    out by anonymous, self-obsessed people unwilling to reveal their realidentities, then Anderson's imagined community degenerates intoanarchy. (p. 80)