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1. VIDA E OBRA Vico nasceu em Nápole, Itália aos 23 de Junho de 1668 e morreu aos 23 de Janeiro de 1744. Sua obra é Nova Ciência. A mesma surge num momento em que na Europa havia se espalhado o racionalismo, especialmente cartesiano e estava no seu pleno dia o iluminismo tais como: os movimentos culturais que hostilizavam a história e enalteciam as ciências, consideradas como construção racional do universo, construção lógica e apriorística do mundo e da realidade. Segundo PIOVANI (1966, pág 25) “ tinha todos os títulos para ser considerado o máximo entre os filósofos Italianos”. Nessa obra ele apresenta um projecto imenso de história universal comparativa, em que cada parte começa de novo com os princípios do todo. Quer dizer, cada um através da sua história vai formando a totalidade. Ele tinha muitos diplomas na área académica. Foi pensador jurídico, filólogo, historiador e filósofo. Para além disso foi também professor de retórica em 1699 na Universidade da sua cidade natal. No princípio do ano 1734 foi historiador do rei Carlos IV de Nápoles, o qual é considerado como o fundador da filosofia da história moderna. Abandonou a escola dos jesuítas por admitir que tinha sido tratado com injustiça aquando do concurso escolar, como autoditada. 1

Filosofia Da História 2

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Retrata da historia da filosofia.

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1. VIDA E OBRAVico nasceu em Npole, Itlia aos 23 de Junho de 1668 e morreu aos 23 de Janeiro de 1744. Sua obra Nova Cincia. A mesma surge num momento em que na Europa havia se espalhado o racionalismo, especialmente cartesiano e estava no seu pleno dia o iluminismo tais como: os movimentos culturais que hostilizavam a histria e enalteciam as cincias, consideradas como construo racional do universo, construo lgica e apriorstica do mundo e da realidade.Segundo PIOVANI (1966, pg 25) tinha todos os ttulos para ser considerado o mximo entre os filsofos Italianos. Nessa obra ele apresenta um projecto imenso de histria universal comparativa, em que cada parte comea de novo com os princpios do todo. Quer dizer, cada um atravs da sua histria vai formando a totalidade.Ele tinha muitos diplomas na rea acadmica. Foi pensador jurdico, fillogo, historiador e filsofo. Para alm disso foi tambm professor de retrica em 1699 na Universidade da sua cidade natal.

No princpio do ano 1734 foi historiador do rei Carlos IV de Npoles, o qual considerado como o fundador da filosofia da histria moderna. Abandonou a escola dos jesutas por admitir que tinha sido tratado com injustia aquando do concurso escolar, como autoditada.2. SEU PENSAMENTO SOBRE A HISTRIAQuanto a histria, na sua obra a Nova Cincia, ele diz que o homem criao e produto da sua prpria aco. A obra surge para dar uma reviravolta ao pensamento que reinava naquela poca sobre o racionalismo cartesiano e o iluminismo que consideravam a histria como uma sequncia de erros e de aberraes humanas e, portanto digna de ser esquecida. Eles apresentavam uma outra viso sobre a construo de uma cincia firme e racional que prescinde da histria, construo vlida e no muda porque est alicerada sobre as ideias claras e distintas.

Para Vico esta cincia clara e distinta, qualquer que seja foi feita pelo homem. O homem constri as cincias atravs da histria das cincias onde o erro se mistura com a verdade. O homem que no erra no existe na histria humana.

Vico critica fortemente o racionalismo e o iluminismo afirmando ainda que o homem histrico, o que realmente existe, dotado de razo e tambm de sentido e de fantasia.

Contra a cincia Vico no se ops fortemente mas sim contra uma forma cultural e educacional que lhe parecia abstracta, apriorstica e prejudicial para a verdadeira compreenso do homem e de sua histria.O critrio de verdade de Descartes para Vico no serve porque o cogito tem somente valor psicolgico, quem pensa existe, mas ter conscincia da existncia no significa ter cincia da existncia. No entendimento de Vico, o critrio de verdade o facto verum ipsum factum. Por este facto o homem causa da histria. Acrescenta ainda que o progresso do gnero humano, concretizado atravs do trabalho do homem ao longo da sua histria, constitui o objecto da sua pesquisa. O homem se compreende atravs da sua histria.

Tudo histria e a histria a obra do homem. Ao longo da histria o homem forma poesia, direito, religio, poltica, lngua, indstria, comrcio, sociedade, arte, filosofia, cincia.

As obras que o homem faz tanto boas como ms constitui a histria do homem que a sua civilizao.

O importante na histria do homem o estudo da histria passada para o conhecimento do homem e para a construo de seu futuro sobre a terra (RAYA, 1953, pg 376). Para ele, a cincia nova comea no momento em que os homens comearam a pensar de forma humana e, no tendo outro meio, na sua cruel ferocidade e desenfreada e selvagem liberdade, para dominar aquela e esta, do que o pensamento aterrorrizador de uma divindade qualquer. Segundo Vico devemos comear por um conhecimento qualquer de Deus, de que no foram privados os homens, por selvagens, ferozes e cruis que sejam por uma coisa superior que os salve, que Deus.A cincia nova descreve uma histria ideologia eterna, em que decorrem no tempo as histrias de todas as naes nas suas origens, progressos, equilbrios, decadncia e termos.

Nas suas diversas especulaes a histria humana, no comea com a histria racional mas com a expresso potica, que s se abre aos fillogos.

A sabedoria primitiva no se manifesta por actos de planificao racional: a tradio um conjunto de factos. Todas as tradies so verdadeiras mas nenhuma delas significa aquilo que diz. O mtodo capaz de recuperar as tradies como fontes para um conhecimento rigoroso e doutrina dos ciclos.Na sua obra Nova Cincia estabelece o seguinte sistema de direito natural da gente: - a idade dos deuses - em que os gentios acreditaram que viveram sob governos divinos e que tudo lhes era ordenado pelos auspcios e orculos.

- a idade dos heris estes governavam em todas as partes mediante a repblica aristocrticas, por julgarem que havia uma diferena entre eles e os plebeus.

- a idade dos homens em que todos se reconheceram serem iguais quanto a sua natureza, nascendo assim, primeiro as repblicas populares e depois as monarquias, ambas formas de governos humanos. ( LOWITH 1991 pg, 484).Para alm do sistema de direito natural acima exposto ele tambm fala das trs lnguas:

Lngua muda por sinais ou objectos em relao natural com o que significavam (tempo das famlias);

lngua dos heris, com metforas;

lngua das repblicas populares e das monarquias de que os povos so senhores absolutos por terem leis em lngua vulgar e no linguagem secreta e nobre, como sucedia quando os nobres foram sacerdotes.Nos finais do sculo XVIII, a Alemanha descobre Vico como exemplo da expanso das ideias por descoberta e oportunidade conjugadas, e no por difuso, segundo nota que atra Herder, Goethe e Hegel e determina o historicismo e a escola histrica jurdica. O seu peso sobre a filosofia da histria sentiu-se tambm em Frana.Na nova cincia Vico interroga o desenvolvimento histrico do homem, no considerando o homem em abstracto mas no seu devir concreto que passa em trs fases: sentido, fantasia e razo (SCIACCA, 1966, pg 443).Porm, Vico teve intuies profundamente originais que iro alimentar a cultura das pocas posteriores, inclusive a nossa. A histria a sequncia dos factos humanos, isto , dos factos que tm como causa a mente humana. A mente humana constitui portanto o princpio universal e necessrio explicador do evoluir histrico. E visto que a mente humana patrimnio ntimo de cada homem, cada um est em condio de ter conhecimento cientfico sobre a histria, possuindo desde j na sua mente os princpios ou elementos pelos quais efectivamente construda na sua mente quando reflecte e escreve a histria.

A histria cientfica deve ser distinta da histria fantstica; esta ltima pode ser e , tambm a histria dos positivistas quando se reduzem a descrever os factos histricos em suas circunstncias ou particularmente materiais, sem indicar-lhes as causas que na mente humana, os produziram. O acontecimento que no iluminado pela mentalidade que o produziu, no conhecido em termos cientfico.

A ORIGEM DA HISTRIAFalando da origem, Vico diz que a histria tem a sua origem no homem. por esta razo que ele apaixonou-se por ela.

Actualmente ela tem a sua origem para alm do j dito (homem) nas razes da pr-histria que um caos, um acmulo de trevas. E nessas trevas que saiu a civilizao actual. No agrada a Vico a viso dos arquelogos. preciso superar os documentos porque os mesmos devem ser iluminados e entendidos. Para compreender a pr- histria Vico recorre a uma sntese entre filologia e filosofia, afirmando que a filosofia contempla a razo, donde vem a cincia da verdade. E a filologia olha a autoridade do arbtrio humano, donde vem a conscincia da certeza.Neste sentido, no tendo outro meio seguro para saber o que aconteceu nos primrdios da humanidade, devemos recorrer a natureza humana, que igual em ns e nos homens que fizeram a pr-histria. Diz Vico: in tal densa notte di tenebre ond coverta la prima da noi lontanissima atichit, apparisce questo lume eterno, che non tramonta, di questa verit, l quale non si puo a patto alcuno chiamar in dbbio: che questo mondo civile egli certamente stato fatto dagli uomini, onde se ne possono, perch se ne debbono, ritrovare i principi dentro le modificazioni della nostra medesima mente umana (Vico,1725 pg 331)Podemos entender que a doutrina original de Vico so tambm a da providncia e a da poesia.

de salientar que Vico no fala de uma divina providncia que intervm de fora; para ele a divina providncia actua no seio da histria servindo-se das circunstncias naturais, das ocasies e necessidades da existncia como meios e instrumentos de seu agir. Portanto, a providncia de Vico natural, imanente aco humana; no uma interveno miraculosa, extraordinria, sobrenatural.Em termos religiosos o autor catlico convicto, e, para evitar mau entendimento acrescentamos que ele no nega a providncia sobrenatural, que actua por meio de todo extraordinrios, mas esta Providncia no objecto das suas indagaes.

Portanto, o interesse central de Vico, a histria e no a esttica conforme pretendiam alguns idealistas.

A DIALCTICA DA HISTRIA

Para Vico a histria uma dialctica onde a metafsica contempornea do mundo civil das mentes humanas esto voltadas Deus ou seja a luz da providncia. O altar era dedicado aos cultos e aos sacrifcios.Na histria os homens no sabem o que querem, pois algo diverso da sua vontade egosta acompanha o seu querer.

Os homens pretendem satisfazer o desejo animal e abandonar a prole,e consagram a castidade do casamento de que surgem as famlias. Os pais pretendem exercer suas restries o poder paternal sobre os filhos e rejeitam-nos aos poderes civis de que nascem as cidades.

Este pensamento de Vico sobre a dialctica entre os objectivos especficos e fins universais, entre as aces do homem, no passam de uma comdia humana de enganos mas uma comdia divina de verdade, comparvel a aco da filosofia da histria de Hegel.O CURSO DA HISTRIA E O SEU RETORNOVico segue a tradio antiga dos egpcios e distingue ao longo da sua obra 3 pocas que so:

- a poca dos deuses

- a poca dos heris

- a poca dos homens

Ele considera a primeira e a segunda como pocas poticas, como imaginao criativa e a terceira racional.BIBLIOGRAFIAA.A.V.V Enciclopdia, Luso-Brasileira de Filosofia, editora Verbos, 1 edies, 1992.CROCE, Benedetto, La filosofia di Giambattista Vico, Laterza, Bari 1911.FAUSTINO, Nicolini, La Scienza Nueva, 1725LOWITH, Karl, O Sentido da Histria, edies 70, Lisboa 1991.

RAYA, Gino, Storia della Letteratura Italiana, Milo 1953.SCIACCA, M.F, O problema da Educao, Herder, So Paulo, 1966 Vol I

PIOVANI, Pietro, Presenza di Vico e terzo centenrio vichiano, em Cultura e Scuola.

INDICEVida e obra 1Seu pensamento sobre a histria...1

A origem da histria...4

A dialctica da histria.5

O curso da histria e o seu retorno.6Bibliografia...7

UNIVERSIDADE CATLICA DE ANGOLA

INSTITUTO SUPERIOR DOM BOSCO

CURSO DE FILOSOFIA

A HISTRIA NA PERSPECTIVA DE GIOVANNY BATTISTA VICOAdelino Jos Catira

LUANDA, Junho/2014

Adelino Jos Catira

A HISTRIA NA PERSPECTIVA DE GIOVANNI BATTISTA VICOPROFESSOR: AMRICO ERLIO TARCSIO

LUANDA, JUNHO/2014

INTRODUO

Falando sobre a perspectiva de Vico podemos dizer que ele foi um grande pesquisador em diferentes ramos do saber mas teve mais afinco na histria. A pesquisa sobre a histria fez publicar a sua obra cujo ttulo a nova cincia.

Ele era considerado o filsofo das crises porque sua infncia foi pobre, a misria foi sua companheira inseparvel do nascimento at a morte.

Na sua obra nova cincia tudo histria. E ela obra do homem quer em seus aspectos ou negativos.

A nova cincia um sistema em fragmentos, um projecto imenso de histria universal, em cada parte comea de novo com os princpios do todo.

CONCLUSO

Durante o delineamento que fizemos sobre o pensamento de G. B.Vico sobre a histria conseguimos perceber que a histria seja ela verdadeira ou falsa n deixa de ser histria e cada um na medida que for crescendo em termos intelectuais, culturais, religioso, poltico vai formar a sua histria.3