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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias. Seleção de 23 de outubro de 2015.
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EDIÇÃO 30 – 23 DE OUTUBRO DE 2015
ASSESSORIA DE IMPRENSA
RAMAL 2105
23.10.2015
ICMS sobre caminhões chega a ser o dobro em Minas
Gerais
As concessionárias de veículos de carga de Minas Gerais temem perder vendas de
caminhões e ônibus para outros Estados com o aumento da alíquota de 12% para
18% do ICMS, que passa a valer em janeiro do ano que vem. E as transportadoras
reclamam que o reajuste da alíquota vai aumentar seus custos, já que esses
veículos ficarão mais caros.
A medida foi autorizada pelo Decreto 46.859, de autoria do governador Fernando
Pimentel, publicado no último dia 1º. Ela revoga alíquotas menores de mais de
150 produtos, entre eles caminhões, material de construção, material escolar e
até remédios.
O assessor jurídico da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do
Estado de Minas Gerais (Fetcemg) e do Sindicato das Empresas de Transportes de
Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Reinaldo Lage, diz que, com a
alteração da alíquota do ICMS para os caminhões, Minas passará a ter o maior
imposto do país, já que a maioria dos outros Estados pratica ICMS de 12%. O
Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) não tem nenhum levantamento
sobre as alíquotas praticadas pelos Estados.
Mas em Goiás, por exemplo, segundo informações da Secretaria da Fazenda, a
alíquota para os caminhões varia de acordo com o tipo. Para um modelo para
transporte de carga acima de cinco toneladas, o ICMS é de 9%, metade do que
Minas Gerais passará a praticar em janeiro de 2016.
Nas revendas de caminhão, a notícia não foi bem aceita e deve complicar ainda
mais o setor, que vem amargando queda nas vendas. Na Elmaz Caminhões e
Ônibus, localizada em Belo Horizonte, as vendas já caíram 40% de janeiro a
setembro na comparação com o ano passado, de acordo com o diretor Ronaldo
Magalhães. “No mercado, o recuo está na casa dos 60%”, diz.
O motivo para a retração, segundo ele, é a crise na economia, pois a venda de
caminhões está relacionada ao ritmo da atividade econômica. O diretor ressalta
que há alíquotas de ICMS mais baratas em alguns Estados, chegando a 7% no
Espírito Santo, por exemplo.
Na Treviso, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, o cenário
também é de retração nas vendas, conforme o diretor executivo Mário Paschoalin.
“O momento é de baixa demanda por caminhão no mercado. Tivemos queda de
50% na comparação com o ano passado”, diz.
Para ele, o aumento do ICMS em Minas para a atividade só vai agravar a situação
das concessionárias. “O que vai acontecer é a migração do consumo para outros
Estados que tiverem ICMS mais em conta. Os transportadores farão isso por
necessidade, para tentarem ser competitivos, já que os custos estão aumentando,
e eles não conseguem repassar todos os aumentos para o frete”, analisa. Ele diz
que na Bahia o ICMS também é de 7%.
Valor vai aumentar R$ 43,9 mil
A elevação da alíquota do ICMS para caminhões vai encarecer o veículo e
dificultar a vida do transportador de carga, conforme o assessor jurídico da
Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais
(Fetcemg) e do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de
Minas Gerais (Setcemg), Reinaldo Lage.
Ele fez uma simulação para a compra de um caminhão de R$ 200 mil. Hoje, com a
alíquota de 12%, o ICMS será de R$ 27.272,72. Com a nova alíquota de 18%, o
valor do imposto vai passar para R$ 43.902,43.
Entidades farão apelo ao governo estadual
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais
(Fetcemg) e o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas
Gerais (Setcemg) querem convencer o governo de que a mudança da alíquota para
os caminhões não é uma boa ideia. Para isso, as entidades já procuraram a
Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) para fazer uma reunião.
Presidente da Fetcemg, Vander Costa, conta que está aguardando o retorno da
secretaria. Ele diz que a entidade quer mostrar ao governo que o aumento do
ICMS vai inviabilizar as concessionárias de caminhões no Estado, que empregam
muita gente. “Além disso, vai acabar reduzindo a arrecadação, já que é possível
comprar caminhão em outros Estados e, logo, emplacar fora de Minas, o que vai
reduzir também a arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores, o IPVA”, analisa.
Enquanto isso, a oposição tentar barrar o aumento com um projeto de Resolução
na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
23.10.2015
Taxa de retorno para novas concessões de rodovias não
muda
A decisão do governo de fixar a taxa de retorno das atuais concessionárias de
rodovias entre 9,4% e 9,9% ao ano para obras complementares, conforme
comunicado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), não deverá
ter influência sobre o índice já decidido para as próximas concessões de rodovias.
Segundo uma fonte, que atua diretamente na elaboração dessas novas propostas,
a taxa interna de retorno (TIR) estabelecida em 9,2% para as futuras concessões
não tem previsão de ser alterada, porque se trata essencialmente de um índice
referencial. Como o modelo de negócios dessas novas concessões inclui outras
condições, como subsídios às empresas para contratação de financiamentos, o
governo acredita que, na prática, o retorno efetivo das empresas vai ultrapassar
facilmente a casa dos dois dígitos.
Na resolução publicada ontem pela ANTT, foi atualizada a metodologia para
cálculo da taxa de retorno atrelada ao chamado "fluxo de caixa marginal" das
concessionárias de rodovias que já estão em operação. Na prática, trata-se de uma
taxa remuneração para a execução de obras que originalmente não estavam
previstas no contrato. Para que a concessionária possa executar essas obras -
como construção de passarelas ou de mais uma faixa, por exemplo -, a ANTT
procurou estabelecer taxa de retorno "mais próxima de valores de mercado".
Para as concessões atuais, portanto, o índice representa uma taxa muito próxima
daquilo que a empresa efetivamente terá, diferentemente do que se estima para
as novas concessões, nas quais o índice funciona como uma referência e o
resultado efetivo depende de fatores como a competitividade de cada empresa.
Na rodada anterior das concessões, a taxa de referência usada pelo governo foi de
7,2%, ante os 9,2% atuais.
O governo encaminhou ao Tribunal de Contas da União a minuta do edital para
concessão da chamada Rodovia do Frango, entre Lapa (PR) e Chapecó (SC). Pela
proposta enviada, a estrada poderá ter uma tarifa de até R$ 13,41 para cada 100
km percorridos. A ANTT aguarda agora uma resposta do tribunal, para publicar o
edital definitivo. O leilão deve ocorrer 30 dias depois da publicação.
A Rodovia do Frango é a única estrada que o governo deve leiloar este ano. Outros
três trechos de rodovias incluídos na nova etapa do Programa de Investimentos
em Logística (PIL) estão em fase avançada de estudos e audiência pública, mas
ainda se buscam alternativas para reduzir o preço-teto dos pedágios previstos. Ao
todo, a nova rodada do PIL prevê a concessão de aproximadamente 7 mil
quilômetros, com investimentos da ordem de R$ 66,1 bilhões.
23.10.2015
Itaú quer mais escala na ConectCar
O investimento de R$ 170 milhões que o Itaú Unibanco fará por metade da
ConectCar, facilitadora de pagamentos eletrônicos em pedágios, postos de
gasolina e estacionamento, está sustentado na aposta do banco de que será capaz
de dar mais escala à operação - que ainda está longe de ter o tamanho de seu
rival, o SemParar. Vice-líder no segmento, a ConectCar tem em circulação 510 mil
"tags" (os dispositivos de pagamento fixados nos veículos), o que representa
apenas 9% do mercado, que conta com 5,6 milhões de dispositivos ao todo.
O Itaú anunciou na noite de quarta-feira um acordo para comprar os 50% que a
Odebrecht Transport detinha na ConectCar. A outra metade pertence à Ipiranga
Produtos de Petróleo, controlada pela Ultrapar Participações.
"Daqui para frente, a ConectCar tem dois grandes desafios: ter mais capilaridade,
sendo aceita em mais lugares, e ter uma base maior de clientes. São duas coisas
que o banco tem muito a complementar", afirma Milton Maluhy Filho, diretor
executivo do Itaú. A ideia é que a ConectCar vá além das estradas e dos postos de
combustível. Na lista de possibilidades de uso da tecnologia, Maluhy lista itens
como pagamento de Zona Azul, de pedágios urbanos e um avanço para
estacionamentos que não sejam apenas os de grandes shoppings centers.
Pelo lado da distribuição, o produto passará a ser oferecido também pelos canais
do banco, não só para clientes pessoa física como para empresas, mirando, por
exemplo, os gestores de frotas rodoviárias. O banco pretende usar sua operação
de financiamento de veículos - que tem encolhido, mas é uma das maiores do país
- para vender o dispositivo.
Em 2014, os pedágios do país somaram 1,6 bilhão de passagens de veículos, o
equivalente a R$ 15 bilhões, com crescimento de 10% ante o ano anterior. Como
25% dessas travessias são pagas eletronicamente, o segmento movimentou cerca
de R$ 3,7 bilhões, estima Leocadio de Almeida Filho, diretor-superintendente da
Ipiranga.
"Mesmo dentro da base de clientes Ipiranga, há um grande espaço para a
ConectCar crescer", afirma Almeida Filho. Ele cita, por exemplo, que o programa
de fidelidade da rede de postos de gasolina, o "KM de Vantagens", tem 19 milhões
de associados. "Não há porque o ConectCar não atingir o mesmo potencial", diz.
Segundo Maluhy, não houve concorrência pelo ativo e a expectativa é que a
aprovação ocorra logo. "A Odebrecht teve um papel muito importante em
pavimentar a entrada da ConectCar em um mercado em que havia exclusividade.
Mas os desafios da ConectCar foram mudando e vimos uma oportunidade de
entrar em um segmento que já estávamos olhando".
21.10.2015
Audiência pública debateu preço mínimo de frete na
Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (21) à tarde, uma audiência
pública para debater os projetos de Lei nº 528/2015, de autoria do deputado
Assis do Couto, que cria a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário
de Cargas, e nº 1.31/2015, do deputado Celso Maldaner, que prevê a
possibilidade excepcional de fixação do valor dos fretes praticados no transporte
rodoviário de cargas. A audiência foi realizada na Comissão Externa sobre a
Paralisação Nacional dos Caminhoneiros, após a aprovação de um requerimento
do deputado Assis.
Participaram da audiência pública Herbert Drummond, secretário de Política
Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, representando o Ministro,
Antônio Carlos Rodrigues, Rafael Magalhães Furtado, consultor Jurídico do
Ministério dos Transportes, José Aires Amaral Filho, Substituto da Gerência de
Regulação do Transporte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e
os representantes dos caminhoneiros, Janir Bottega e Diego Mendes. Bottega é
representante dos caminhoneiros no Fórum Permanente para o Transporte
Rodoviário de Cargas e Diego representa os caminhoneiros do Norte e Nordeste
do País.
Durante a audiência, os representantes dos caminhoneiros reclamaram da falta de
comprometimento do governo federal com o acordo realizado no início do ano
com a classe, que pôs fim às paralisações em vários estados da Nação. “Existem
pendências desde janeiro no acordo feito com o governo federal”, afirmou Janir
Bottega. “Infelizmente, nós como representantes somos obrigados a vir aqui e dar
o recado para esta comissão e também para o fórum de debates: o pessoal não
aguenta mais. É vergonhoso o que acontece dentro do setor de transporte
rodoviário de cargas no Brasil sem uma regulamentação. A nossa palavra não vai
impedir novas paralisações, quando a subsistência está em jogo. Esta é nossa
última defesa”, disse.
Segundo ele, a falta de cumprimento do acordo por parte do governo federal, em
alguns pontos como o refinanciamento das dívidas dos caminhoneiros e a criação
de uma tabela com preço mínimo de frete, já começa a gerar focos isolados de
paralisações no Estado do Rio Grande do Sul.
O representante do Ministério dos Transportes, Herbert, rebateu as afirmações de
Bottega e afirmou que algumas confederações estão utilizando uma tabela de
frete. Bottega reconheceu que a tabela existe, ponderando que não há
aplicabilidade, visto que não existe uma obrigação para cumprimento dos preços
estabelecidos nesta tabela. “Nós queríamos uma tabela que tivesse aplicabilidade.
E isso não existe hoje, porque ninguém tem o dever de cumprir com esta tabela”,
reforçou.
Como um dos encaminhamentos da audiência pública, o Ministério dos
Transportes se comprometeu em acompanhar a tramitação dos dois projetos de
lei. Os representantes, presentes na audiência pública afirmaram, após serem
questionados pelo deputado Assis do Couto, que não existe uma posição contrária
aos projetos por parte do ministério.
“Eu acho que esses dois projetos tem méritos e nós gostaríamos de levar até onde
pudermos. São projetos bem intencionados. E, mais do que isso, com uma enorme
intenção de ajudar o governo a sair desta situação deste o início”, afirmou o
deputado Assis. E completou: “Eu só apresentei este projeto porque não convenci,
na época, o Miguel Rossetto, a apresentar uma Medida Provisória imediata para
resolver a questão do preço do frete. Se a presidente tivesse feito a Medida
Provisória, saia com o negócio resolvido no ato. Da mesma forma, uma MP
específica para as dívidas e não colocar emenda em outra Medida Provisória que
estava em curso”.
23.10.2015
ANTT aprova reajuste de 9,53% na tarifa de pedágio da BR-
290, no RS
Brasília - A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou o reajuste
anual da tarifa básica de pedágio (TBP) da Rodovia BR-290/RS, trecho Osório-Porto
Alegre - entroncamento BR-116/RS (entrada para Guaíba), explorado pela
Concessionária da Rodovia Osório - Porto Alegre S.A.
Segundo resolução publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 23,
foram aprovadas também a 26ª revisão ordinária e a 6ª revisão extraordinária,
que resultaram na alteração da TBP de R$ 2,28867 para R$ 2,47908.
O reajuste na tarifa foi de 9,53%, correspondente à variação do IPCA no período.
Com esse índice a tarifa básica de pedágio reajustada, após o arredondamento,
passa de R$ 10,30 para R$ 12,60 nas praças de pedágio P1 (Santo Antonio da
Patrulha) e P3 (Eldorado do Sul); e de R$ 5,10 para R$ 6,30 na praça de pedágio P2
(Gravataí). As novas tarifas entram em vigor a partir da zero hora do dia 26 de
outubro.
22.10.2015
Contran suspende obrigatoriedade de chip com rastreador
em veículos
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) suspendeu a obrigatoriedade de chip
rastreador e bloqueador para veículos, em resolução publicada no Diário Oficial
da União. Pela 2ª vez no ano, o órgão cancela uma exigência, depois de terminar
com a obrigatoriedade para a extintores em carros, em setembro passado.
Por ser considerado um risco à privacidade, o projeto de chip com rastreador e
bloqueador já havia sido barrado na Justiça.
Essa revogação se refere ao chamado (Simrav), sigla para Sistema Integrado de
Monitoramento e Registro Automático de Veículos, e difere do Sistema Nacional
de Identificação de Veículos (Siniav), que utiliza radiofrequência para a
identificação e não GPS, como seria o Simrav.
A previsão era de ambos começarem a valer em 1º de janeiro de 2016, mas, com a
suspensão, apenas o Siniav continua previsto.
O Simrav foi regulamentado em 2007 (resolução 245 do Contran) e foi alterado
constantemente até 2009, após críticas, para retirar a obrigatoriedade de acionar
o rastreamento por GPS, deixando que o proprietário decida se usa ou não esse
recurso.
Mas a mudança não amenizou a rejeição, entidades acusaram o sistema de violar
a privacidade dos usuários. A nova resolução suspendendo a exigência começou a
valer na terça-feira (20), com a publicação no Diário Oficial.
Entenda como funciona o Siniav, previsto para 2016
O chip de identificação é uma caixinha semelhante às do sistema de cobrança
automática em pedágios, que será instalada em todos os carros, motos,
caminhões, reboques e máquinas agrícolas em circulação no país.
O objetivo do governo federal com o sistema é melhorar a fiscalização e a gestão
do trânsito e da frota. Na prática, o chip cria uma "placa eletrônica" para o carro,
enviando informações sobre chassis, ano, modelo e placa, quando o veículo passa
por antenas instaladas nas vias. Não há localização ou rastreamentos por GPS.
Este sistema é discutido desde 2006. Em 2012, a previsão era equipar todos os
veículos a partir de 1º de janeiro de 2013. Com exceção de Roraima, nenhum
outro estado fez licitação para os equipamentos. Ou seja, por mais que o
proprietário queira, não é possível instalar o chip.
23.10.2015
Leilão de áreas portuárias será em 9 de dezembro
O primeiro leilão de novas concessões portuárias, envolvendo quatro terminais
nos portos de Santos (SP) e de Vila do Conde (PA), está marcado para o dia 9 de
dezembro. A data foi acertada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(Antaq) com a BM&F Bovespa, em São Paulo, onde ocorrerá o certame. Os editais
dos novos contratos de arrendamento serão publicados na segunda-feira,
confirmou ontem o novo ministro da Secretaria de Portos (SEP), Helder Barbalho.
O governo mudou de estratégia e vai agora destinar os valores arrecadados nos
leilões de áreas portuárias ao Tesouro, e não mais às companhias docas, estatais
responsáveis por administrar os portos localmente. A alteração preocupa o setor
privado e trabalhadores. O temor é que, devido à necessidade de o governo fazer
caixa, o dinheiro seja usado para outros fins que não a melhoria da infraestrutura
portuária comum. Originalmente, a SEP havia decidido reverter o dinheiro
diretamente para o caixa dos portos.
O ministro garantiu, contudo, que o dinheiro das outorgas irá para os portos. Em
sua primeira visita a Santos, ontem, Barbalho afirmou que a mudança é para
eliminar o risco de que eventuais problemas enfrentados pelas administradoras
portuárias possam "evitar ou prejudicar" a chegada dos recursos. O Brasil tem 37
portos públicos, sendo a maior parte deles administrada pela União, por meio de
sete companhias docas. Os demais são delegados a municípios, estados ou a
consórcios públicos.
O Valor apurou que a decisão foi tomada com base na enxurrada de ações
trabalhistas e processos movidos contra as Docas. Na avaliação do governo, os
recursos da outorga poderiam acabar sendo retidos para eventual pagamento das
ações na Justiça.
"Vejo dois problemas. O primeiro é retirar recursos da administração portuária,
que pode perder a capacidade de manter o seu dia a dia, como arcar com a folha
de pagamento. O segundo é a falta da garantia de que o recurso volte para o porto
em forma de investimentos", diz o sócio-diretor da Agência Porto Consultoria,
Fabrizio Pierdomenico, que já atuou na SEP e na Codesp, a maior companhia
docas e administradora do porto de Santos, responsável por 27% da balança
comercial em valores.
Wilen Manteli, presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários, diz
que o ideal é que os recursos dos leilões mantenham os portos atualizados,
especialmente após o esvaziamento promovido pela Lei dos Portos, de 2013, que
deslocou para Brasília processos antes feitos pelas docas. "O governo deveria
promover um PDV [Plano de Demissão Voluntária], para ter um contingente mais
adequado. As docas têm de assumir sua missão, que é administrar o porto como
um todo, investindo em acessos aquaviários e terrestres e inclusive coordenando
o trabalho da praticagem", defende Manteli.
A uma plateia repleta de empresários, o ministro disse que o governo quer criar o
"cenário adequado" para que o Brasil cresça e avance. Questionado se a recessão
poderia atrapalhar o pacote, Barbalho afirmou que o segmento há muito
aguardava a possibilidade para deslanchar investimentos, o que "nos dá a
confiança de que cumpriremos essa agenda". Hoje ele permanece em Santos, onde
visitará operadores.
Na segunda-feira, serão lançados os editais de arrendamento de três terminais em
Santos - dois para a movimentação de celulose e um para grãos -, além de um
terminal de grãos em Vila do Conde. Os investimentos previstos chegam a R$ 1,1
bilhão.
Uma dificuldade que o governo poderá ter nas licitações é o novo terminal de
grãos em Santos - um dos quatro editais. A prefeitura é contra a manutenção da
atividade na região da Ponta da Praia, onde ficará o novo terminal, e baixou uma
lei impedindo novas instalações do tipo nessa zona, próxima à área urbana.
A União conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, uma liminar suspendendo os
efeitos da lei, mas a prefeitura recorreu. O prefeito Paulo Barbosa (PSDB) sugere
que essa atividade seja transferida para locais mais remotos, como a área
continental. Segundo Barbalho, o edital trará exigências para reduzir os
problemas de poluição, garantindo tecnologia moderna. "Não vamos recuar da
nossa posição", disse Barbosa, que se reuniu com o ministro.
20.10..2015
ANTT divulga orientações sobre inscrição e recadastramento do
RNTRC
Cronograma já foi definido pela Agência. Processo iniciará em 16 de
novembro
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) divulgou as diretrizes e o
cronograma de operacionalização da inscrição, atualização e recadastramento do
RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas).
O registro será realizado em três etapas: cadastro e renovação de informações em
ponto de atendimento credenciado; identificação visual dos veículos (adesivo);
identificação eletrônica dos veículos (TAG).
Para a primeira etapa, o transportador deverá comparecer a um ponto de
atendimento indicado pela entidade conveniada com a ANTT. Os sindicatos ou
entidades podem ter mais de um ponto dentro dos municípios que fazem parte
de sua base territorial.
Cada ponto deve oferecer os serviços de
cadastramento e recadastramento de
transportadores, alteração de dados do
transportador, modificação da frota de
um transportador para outro,
reimpressão do certificado do RNTRC,
comunicado de extravio de adesivo,
alterações de dados do transportador -
exceto de domicílio - e consultas em geral.
Os pontos de atendimento não poderão realizar: alteração de domicílio do
transportador, que deve ser feito junto ao Detran; e cancelamento e reativação de
registro, que deve ser solicitado à ANTT por correspondência ou por e-mail.
Na segunda etapa, o transportador receberá, diretamente no ponto de
atendimento ou pelos correios, os adesivos para identificação visual do veículo,
de acordo com padrões definidos pela Agência.a segunda etapa, o transportador
receberá, diretamente no ponto de atendimento ou pelos correios, os adesivos
para identificação visual do veículo, de acordo com padrões definidos pela
Agência.
Para a terceira e última etapa, a identificação eletrônica será realizada pela
colocação de um dispositivo, conhecido como TAG, no para-brisa dos veículos.
19.10.2015
Locais de descanso precisam ser cercados se optarem por
cobrar taxa do caminhoneiro
O Ministério dos Transportes está realizando um processo de reconhecimento de
pontos de parada e descanso (PPDs) para motoristas nas rodovias federais
concedidas. Esses locais, para serem reconhecidos, precisarão obedecer uma série
de regras previstas na portaria 944, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Uma das principais regras é que todos os PPDs precisarão ter sistema de
vigilância que garanta a segurança dos caminhoneiros e dos veículos. Os gratuitos
devem ter, no mínimo, sistema de monitoramento eletrônico. Aqueles que forem
cobrar taxas dos seus usuários terão de ser cercados e possuir controle de acesso.
A portaria foi publicada dia 8 de junho deste ano e também estabelece uma série
de condições sanitárias, de conforto e de segurança, que devem ser obedecidas
pelos locais de espera e de descanso dos motoristas profissionais.
Refeições - Os locais de refeição, segundo a portaria, podem ser de uso exclusivo
ou compartilhado com o público em geral. Os motoristas têm direito a água
potável. A portaria também deixa expresso que os locais de parada devem
permitir que os caminhoneiros utilizem a própria caixa de cozinha ou
equipamento para preparo de suas refeições.
Sinalização - A portaria determina também que todo local de espera, de repouso e
de descanso deve conter sinalização vertical e horizontal informando as regras de
movimentação, as áreas destinadas ao estacionamento e o pátio de manobra de
veículos, bem como a indicação da localização das instalações sanitárias e dos
ambientes para refeições. Também é exigido que esses locais tenham
pavimentação, caso estejam em rodovias pavimentadas.
Segurança - É proibida a venda, o fornecimento e o consumo de bebidas alcoólicas
nos locais de espera. Também é proibido o ingresso e a permanência de crianças
e adolescentes, salvo quando acompanhados pelos responsáveis ou por eles
autorizados.
A portaria ainda diz que as normas devem ser obedecidas também nos
estabelecimentos do transportador, do embarcador ou do consignatário de cargas
e dá um prazo de um ano – prazo este que se encerra em junho de 2016 – para
todos os locais de repouso e de descanso se adequarem às regras.
23.10.2015
Autopista Planalto Sul entrega mais uma etapa da
duplicação no Paraná
Serão 2,5Km que compreende
desde a Praça de Pedágio,
passando pelo Posto da PRF e
seguindo até o Km 138 em
Mandirituba.
A Autopista Planalto Sul, concessionária do Grupo Arteris vai entregar mais uma
etapa da duplicação da BR 116 PR, entre Curitiba e Mandirituba aos usuários. São
2,5 Km no município de Mandirituba, do Km 135,9 ao 138,4, ou seja, desde a
Praça de Pedágio de Fazenda Rio Grande, passando pelo posto da Polícia
Rodoviária Federal e seguindo até o trevo em desnível no Km 138.
A liberação está prevista para ocorrer neste final de semana, dias 24 e 25/10,
iniciando as atividades às 7h e estando totalmente liberada por volta das 18h30.
Durante o período da manhã ainda terá pare e siga no trânsito local, entre os Km’s
135,7 e 136, necessário para implantação de sinalização horizontal.
No período da tarde será liberada a pista norte, com fechamento de uma faixa da
pista sul para adequação da sinalização do eixo da pista. Até às 18h30 os dois
sentidos serão liberados.
“Para a Autopista Planalto Sul a entrega de mais 2,5Km da duplicação do Paraná é
motivo de grande orgulho. Sabemos o quanto a população desta região esperava
por esta obra, e o quanto vai impactar no dia a dia de todas as pessoas que por ali
circulam.
Junto com a duplicação vem o desenvolvimento regional. A concessionária tem
como objetivo e também desafio, proporcionar o desenvolvimento dos
municípios com estes investimentos na infraestrutura.” ressaltou o diretor
superintendente da Autopista Planalto Sul, Cesar Sass.
A obra vai trazer também muito mais conforto e principalmente segurança aos
usuários, pois eliminará significativamente os congestionamentos no local, além
de evitar acidentes, já que com uma pista duplicada a redução de acidentes é
imediata.
23.10.2015
Com passagem aérea mais cara, brasileiros viajam de
ônibus
A alta nos preços das passagens aéreas está empurrando de volta para os ônibus
aqueles passageiros que estavam se acostumado a viajar de avião.
Vai viajar de avião? Então prepara o bolso. O preço das passagens aéreas
aumentou mais de 23% no mês passado. Em tempos de crise, orçamento apertado
para muita gente só tem um jeito de viajar. "O pessoal está preferindo agora acho
que rodoviária”, diz um passageiro.
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas confirma essa tendência. Os
entrevistados responderam como pretendem viajar nos próximos seis meses. O
levantamento foi feito em setembro. A expectativa nos aeroportos é de queda na
procura por bilhetes.
Enquanto isso, a pesquisa indica que os brasileiros pretendem usar mais os
ônibus para viajar. O meio de transporte que andou perdendo passageiros para o
avião voltou a ganhar preferência. Principalmente, de quem compra passagem na
última hora.
"Se deixar para última hora, o preço é absurdo, não tem condição aí precisa ir
correndo para rodoviária, é o jeito”, conta professora Wasti Henriques.
O ministro do Turismo sugere ajustes nos preços. "Na hora que a economia
aperta, o salário aperta também, os gastos têm que reduzi-los, você procura fazer
a viagem mais barata, daí isso é importante que as companhias aéreas estão tendo
já sensibilidade. Procurem lançar pacotes que façam portanto um preço ajustado
para que possam conciliar a viagem de ônibus a também a viagem aérea”, afirma
o ministro do Turismo, Henrique Alves.
As companhias aéreas têm liberdade para definir as tarifas. Já as empresas de
ônibus seguem reajustes determinados pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres. O Bom Dia Brasil fez um teste. Comprando para o mesmo dia, na
rodoviária, a passagem mais barata do Rio para São Paulo sai por R$ 66. Já no
aeroporto, o bilhete da ponte aérea não custa menos de R$ 290 reais.
Álvaro faz essa viagem com frequência. E agora prefere enfrentar as seis horas na
Dutra. "Primeira coisa que os ônibus hoje a qualidade melhorou muito”, afirma.
No Rio, a rodoviária registrou em 2015 uma queda de 8% no movimento. Mas a
expectativa é de recuperação no fim do ano, o período de maior procura.
Dona Valéria diz que está difícil conseguir uma boa promoção para voar. A saída é
ir de ônibus mesmo. "A melhor opção, a faixa dele é o mesmo preço sempre, não
muda, e ai leva mais hora, mas é o jeito”, afirma.
20.10.2015
Trânsito é mais violento entre os países com população
mais pobre, diz OMS
Investimentos em transporte público e regras mais rígidas, com a redução de velocidade em áreas
centrais e residenciais já são tradição na Europa e são diferenciais para um trânsito menos leta. Na
foto, zona de 30 km/h em Buxtehude, Alemanha.
ADAMO BAZANI
Os países emergentes reúnem 54% da frota mundial de veículos, no entanto,
somam 87% das mortes em acidentes de trânsito.
O dado impressionante foi divulgado nesta segunda-feira, 19 de outubro de 2015,
pela OMS – Organização Mundial da Saúde, em Genebra.
Levando em consideração 180 países, num universo de 6,97 bilhões de pessoas, a
OMS constatou que desde 2007 morreram em média por ano no mundo, 1,25
milhão de pessoas.
“Os danos de acidentes de trânsito fatais são inaceitavelmente elevados,
sobretudo para pessoas pobres em países pobres” disse a diretora-geral da OMS,
Margaret Chan, de acordo com agências internacionais.
O continente com o trânsito mais violento é o africano. Na Europa, os índices de
mortes no trânsito por habitantes é o menor entre todos os continentes.
Um exemplo é a comparação entre a Alemanha que, em 2013, registrou 4,3 mortes
no trânsito para cada cem mil habitantes e a Libéria, onde no mesmo ano, foram
33,7 mortes para cem mil habitantes, apesar de menos pessoas terem acesso a um
automóvel. No Brasil, o dado mais recente do relatório é referente a média de
2012: são registradas 22,2 mortes a cada grupo de cem mil habitantes. O número
é alto para a OMS.
A discrepância se explica por vários fatores, entre os quais leis mais rígidas e que
são cumpridas de fato, maior fiscalização, mais instrução a motoristas e maiores
investimentos em transportes públicos nas nações com maior desenvolvimento.
Pedestres, ciclistas e motociclistas são as maiores vítimas do trânsito no mundo.
No Brasil, é a tendência é parecida. Entre os mortos no trânsito, a maior parte das
vítimas é formada por motociclistas, com 28%, seguida por pedestres, com 20%,
passageiros de carro de passeio, com 18% e ciclistas correspondem a 3% dos
mortos.
REDUÇÃO DE VELOCIDADE É FUNDAMENTAL PARA REDUZIR MORTES E
AMPLIAR TRANSPORTE PÚBLICO:
O que causa tanta polêmica em São Paulo, por exemplo, é considerada boa prática
pela OMS e largamente adotada em países que conseguiram diminuir a
mortalidade no trânsito: a redução de velocidade nos centros urbanos.
Além de diminuir as mortes no trânsito, localidades que reduziram a velocidade
dos carros conseguiram fazer com que mais pessoas fossem para o transporte
público ou andassem a pé, o que é essencial para a mobilidade urbana e para a
queda no total de acidentes.
Em Freiburg, na Alemanha, foram criadas zonas chamadas de Tempo 30, onde a
velocidade máxima é de 30 km/h. Como resultado, segundo a OMS, apenas 28%
das pessoas passaram a usar carros para transitar no centro da cidade, contra 24%
a pé, 28% de bicicleta e 20% de transporte público.
REGRAS:
A OMS aponta para a necessidade de leis de trânsito mais rígidas nos países em
desenvolvimento.
Entre as nações pesquisadas, houve crescimento de frota com redução de
acidentes em 79. Em 68 países, houve aumento no número de acidentes com
mortes.
De 180 países analisados, 107 tem a obrigatoriedade do uso do cinto de
segurança para todos os ocupantes do carro. Em 47 países, a velocidade em
regiões de concentração de pedestres ou residenciais não passa de 50km/h. Em
44 países, os motociclistas precisam usar capacete obrigatoriamente e a
cadeirinha para crianças em carros de passeio é regulamentada em 54 países.
Nas nações mais desenvolvidas, apesar da fiscalização rígida, são poucas as
reclamações sobre eventuais “indústrias da multa”. Não há tantas pegadinhas
como nos viários brasileiros, mas não há tanto desrespeito como por parte dos
motoristas brasileiros.
DIFERENTES REALIDADES:
Os índices de mortos em acidentes de trânsito para grupos de 100 mil habitantes
mostram que muito mais que a taxa de motorização de um país, a estrutura
viária, a educação, as leis de trânsito e a oferta de transporte público são os
diferenciais para um país ter ou não ruas e avenidas violentas.
Confira alguns exemplos:
– Suécia: 2,4 mortes por 100 mil habitantes
– Suíça: 3,3 mortes por 100 mil habitantes
– Dinamarca: 3,4 mortes por 100 mil habitantes
– Espanha: 3,7 mortes por 100 mil habitantes
– Alemanha: 4,3 mortes por 100 mil habitantes
– França: 5,1 mortes por 100 mil habitantes
– Áustria: 5,4 mortes por 100 mil habitantes
– Itália: 6,1 mortes por 100 mil habitantes
– Grécia: 9,1 mortes por 100 mil habitantes
– Polônia: 10,3 mortes por 100 mil habitantes
– Estados Unidos: 10,6 mortes por 100 mil habitantes
– China: 18,8 mortes por 100 mil habitantes
– Brasil: 22,2 mortes por 100 mil habitantes
– Libéria: 33,7 mortes por 100 mil habitantes
TRANSPORTE PÚBLICO, FUNDAMENTAL PARA A REDUÇÃO DE ACIDENTES:
Os investimentos em transporte público, seja por trilhos ou corredores de ônibus,
também são fundamentais para a redução de acidentes e mortes no trânsito por
vários aspectos.
O primeiro deles é natural. Com redes de ônibus e metrô eficientes, mais pessoas
vão deixar o carro em casa para descolamentos diários. O índice de motorização
pode ser alto, ou seja, os habitantes terem muitos carros. Mas uma oferta de
transporte público de qualidade disciplina o uso do carro de uma maneira
espontânea. Torna-se vantajoso ir de ônibus ou metrô para as viagens cotidianas
para o trabalho e escola.
Além disso, áreas para transporte público bem planejado ajudam a organizar o
espaço urbano, com a hierarquização das vias dando prioridade para pedestres,
ciclistas e veículos de transporte coletivo. Foi assim que nasceu o BRT – Bus Rapid
Transit, sistema de corredor de ônibus, em 1974, na cidade de Curitiba, o
primeiro do mundo.
Ao criar as canaletas para ônibus, o então prefeito Jaime Lerner, arquiteto e
urbanista, não quis apenas oferecer um meio de transporte, mas organizar a
cidade.
Com o tempo, no entanto, os investimentos não tiveram continuidade e não
acompanharam as necessidades do crescimento populacional, mas os corredores
de ônibus de Curitiba ainda são referência em mobilidade.
23.10.2015
Porto de Santos receberá R$ 5,3 bilhões em investimentos nos
próximos anos
O Porto de Santos deverá receber, nos próximos anos, investimentos no valor de
R$ 5,3 bilhões. O anúncio foi feito pelo ministro chefe da SEP (Secretaria de
Portos), Helder Barbalho, em sua primeira visita de trabalho ao maior complexo
portuário da América Latina.
De acordo com o ministro, a maior parte destes recursos virá do setor privado,
mas a Secretaria e a Codesp (Companhia
Docas do Estado de São Paulo) também
destinarão recursos próprios. Os
investimentos serão para obras de
ampliação e modernização das
atividades portuárias.
Com isso, a capacidade do porto será
ampliada. Por exemplo, a movimentação
de celulose nos dois terminais de Santos deverá atingir 3,6 milhões de toneladas.
Já a de grãos deve chegar a 6,5 milhões de toneladas. Além disso, espera-se a
redução dos custos logísticos, ganhos de produtividade e geração de novos
empregos.
Cerca de R$ 1 bilhão, segundo a SEP, virá com as outorgas dos primeiros quatro
terminais do primeiro lote de licitação, que deve ter edital publicado na próxima
segunda-feira (26). Desses, três terminais serão em Santos e um em Vila do Conde
(PA).
Outros R$ 3,2 bilhões serão investidos por operadores portuários, cujos contratos
de antecipação e arrendamento já foram assinados ou estão em processo para
assinatura. Os investimentos são condicionantes previstas nos novos contratos,
por isso, conforme explica Barbalho, devem ser realizados. Do contrário, o
operador fica sujeito a penalizações.
A SEP ainda informou que os quatro terminais que serão licitados, ainda em
outubro, são os primeiros de um total de 29 que serão licitados no Bloco 1 do
Programa de Investimento em Logística portuária.
20.10.2015
Depois de pedágio, aumento do diesel encarece ainda mais
preço do frete
Com o aumento de 4% no preço do diesel há duas semanas, o valor cobrado pelo
frete em Mato Grosso do Sul encareceu 1,66%, segundo o Setlog (Sindicato das
Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS). Porém, as trasportadoras
garantem que o montante não foi repassado inteiramente aos clientes. Além
disso, o valor do pedágio da BR-163, ativo há um mês, é pago separadamente por
quem contrata o frete.
O preço médio do transporte para Santos (SP) em uma carreta bitrem, com
capacidade para 45 toneladas está em R$ 6.000, ou seja, R$ 133 por tonelada,
segundo o presidente do Setlog, Cláudio Cavol. “Os custos só aumentam e o
cenário está horrível para os transportadores”, comenta.
Sem a tabela de frete, um dos itens reivindicados nas manifestações do início do
ano, os caminhoneiros têm dificuldade para definir seus preços e absorvem boa
parte dos reajustes, segundo o diretor da Cooperativa Mista de São Gabriel do
Oeste, Auderi Vanzela. Ele conta que agora o transportador gasta R$ 980 somente
com pedágio em viagem até São Paulo e R$ 1.300 de comburível, além das
despesas com motorista e manutenção do caminhão.
“Aumentou em 4% o preço do pneu, recapagem, em 6% e com isso subiu em 10% o
custo total do transportador. Estamos sem a tabela, o Governo Federal negou e o
Estadual não pode fazer nada, então a gente fica nessa situação. Algumas
empresas pagam o frete separado, mas outros colocam no orçamento”, reclama
Auderi
.
Crise - Na semana passada, os caminhoneiros chegaram a falar em nova
paralisação, mas os planos não avançaram. Além dos altos custos, as dívidas com
financiamento dos automóveis tem dificultado a atividade, segundo Cavol. “O
governo interveio nesse mercado, quando financiou, de foram irresponsável,
caminhões novos com juros de 3% ao ano. Hoje, tem oferta abundante de
transportadores de todo o porte, que não dão conta de pagar seus
financiamentos”, disse.
Em acordo entre o Governo Federal e os caminhoneiros, ficou prevista a
ampliação do tempo para pagamento de financiamento, mas isso não vem sendo
concedido a todos, segundo Cavol. “O governo prometeu um ano de carência, mas
só aprovou para empresas que faturam atá R$ 1,600 mil por ano e mesmo essas,
os bancos não estão querendo fazer. Outro problema é que a maioria das
empresas com maior dificuldade financeira tem faturamento maior que R$ 2.300,
ao ano.
Mesmo com avanço dos custos, não há expectativa de aumento no preço do frete,
segundo Auderi, o que torna o trabalho mais complicado para os transportadores.
21.10.2015
A cada hora, 12 veículos passam sem pagar pedágio nas
estradas de Minas
A cada hora, 12 motoristas e motociclistas, em média, passam sem pagar pedágio
em quatro das cinco rodovias concedidas à iniciativa privada em Minas Gerais,
totalizando pouco mais de 18 mil evasões em dois meses. Os dados são de agosto
e setembro deste ano e se referem a 17 praças de pedágio, mas dão a ideia do alto
nível de evasão nas estradas pedagiadas no estado. A estatística leva em conta
sete pontos de cobrança nas BRs 262 e 153, cuja responsabilidade é da
concessionária Triunfo Concebra, quatro na BR-050, administrada pela MGO
Rodovias, e seis na BR-381, gerenciada pela Autopista Fernão Dias. Os fujões
passam com mais frequência pela praça de pedágio de Prata, no Triângulo
Mineiro, que registrou no período um terço de todos os casos da Triunfo
Concebra (veja quadro). A expectativa da companhia é que esse tipo de conduta
diminua até 90%, depois de portaria do Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran) do início do mês, que garante a aplicação de multa aos infratores sem
a necessidade de flagrante de policiais rodoviários. A nova regra prevê que o
registro fotográfico da infração é suficiente para garantir punição. Porém, a
Polícia Rodoviária Federal (PRF), autoridade de trânsito competente para fazer as
autuações, diz que são necessários ajustes com a Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), por meio de um convênio, para viabilizar a
aplicação da nova norma.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) trata a evasão como infração grave, punida
com a perda de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação e multa de R$
127,69. Porém, a maioria esmagadora das infrações não tem flagrante de policial
rodoviário, o que inviabiliza o registro da autuação. Imagens da Triunfo Concebra
cedidas à reportagem do Estado de Minas mostram a ousadia dos motoristas. Em
4 de setembro, um deles foi flagrado passando sem pagar pela praça de pedágio
de Prata, na BR-153. Para transpor a cancela, um homem que ocupava o banco do
passageiro, com o corpo para fora, levantou o obstáculo. Outro flagra, de 20 de
agosto, mostra uma caminhonete empurrando a barreira para seguir viagem pela
BR-262, em Florestal, na Grande BH. A ousadia chama a atenção não só em Minas
Gerais. Na praça de pedágio instalada na BR-153 em Goianápolis (GO), o
passageiro parece não se importar em descer do carro e levantar a cancela antes
de o veículo seguir viagem.
“O grande problema desse tipo de conduta é a segurança, principalmente nas
áreas do pedágio onde a cobrança é automática. Já aconteceu de motoristas
entrarem atrás de um caminhão para aproveitar o embalo, mas o veículo pesado
acabou reduzindo por alguma falha na cobrança. Nesse caso, acontece uma
batida”, afirma o diretor-presidente da Triunfo Concebra, Odenir Sanshes. “Outro
risco ocorre quando alguém passa pela cobrança automática e diminui, achando
que precisa parar. Aí vem outro atrás querendo passar junto e também bate”,
acrescenta.
O problema da evasão também afeta a MGO Rodovias. Em média, são 73
motoristas que passam todos os dias sem pagar pelas quatro praças na BR-050 em
Minas, conforme dados de agosto e setembro, totalizando 4.380 casos. O maior
número de infrações ocorre em uma das duas praças de Araguari, no Triângulo
Mineiro, que registrou evasão de 22,7% no mesmo período. A empresa tem feito
contatos com a PRF para tentar enfrentar o problema. A Autopista Fernão Dias
sustenta que 13% dos veículos que circulam pela BR-381 entre Belo Horizonte e
São Paulo também passam sem pagar pelos locais de pedágio. Apenas nas seis
praças mineiras, foram 3.451 fujões em agosto e setembro deste ano.
Por isso, a companhia iniciou em agosto campanha para tentar diminuir o
desrespeito, que teve aumento de 95% na comparação entre os seis primeiros
meses de 2015 e o mesmo período de 2014. Motoristas são abordados por uma
equipe da concessionária e recebem orientações sobre como proceder em caso de
não abertura das cancelas e sobre o uso correto das etiquetas eletrônicas, que
garantem a cobrança automática da tarifa sem que o condutor precise parar. “O
intuito da concessionária com essa ação é orientar os usuários com relação à sua
própria segurança na rodovia, e, é claro, visando à segurança dos colaboradores
da empresa que trabalham nas praças”, diz a gerente de Arrecadação da Autopista
Fernão Dias, Juliana Félix.
NEGOCIAÇÕES
A nova portaria do Denatran, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 8 de
outubro, diz que os dados capturados pelo sistema de vigilância das
concessionárias devem ser enviados à autoridade de trânsito para emissão dos
autos de infração, conforme estipula o CTB. Porém, o assessor de imprensa da
Polícia Rodoviária Federal em Brasília, Diego Brandão, diz que ainda não existe
entendimento com a ANTT, agência que regula as rodovias concedidas à iniciativa
privada, para que essas multas sejam enviadas aos infratores. “A PRF tem que
receber essas imagens conforme requisitos técnicos estabelecidos em contato
com a ANTT. Como ainda não temos um convênio, consequentemente, nenhuma
imagem foi recebida”, afirma. O assessor ainda acredita que a nova norma será
importante quando estiver funcionando na prática. “A fiscalização por imagem
vai aumentar o potencial do trabalho policial”, completa.
A ANTT também informou que é necessário entendimento com a PRF para
padronizar os mecanismos de fiscalização. Em reunião que vai ocorrer hoje, em
Brasília, será iniciada a discussão sobre a criação de procedimentos para conter a
evasão de pedágio.
20.10.2015
Pedágio na recuperação de rodovias é evolução
Ph.D. em Planejamento em Transporte e Logística e diretor executivo
de Programas Abertos e Pós-Graduação da Fundação Dom Cabral fala
dos benefícios do programa de concessões.
O recente início da cobrança de
pedágio pela CCR MSVia na BR-
163/MS reacendeu no Estado de
Mato Grosso do Sul uma discussão
acalorada a respeito dos possíveis
efeitos das tarifas rodoviárias
sobre o custo de vida dos sul-
mato-grossenses. O principal
argumento é que o pedágio vai
encarecer os transportes e esse
aumento será integralmente repassado para a população. A princípio, é natural
que os usuários tenham essa ideia do encarecimento, mas a partir de algumas
considerações, chega-se a uma diferente conclusão.
Os fretes pesam, em média, 3,2% no custo das mercadorias. Nesse custo, o
pedágio participa em 8,6% do valor, o que equivale, na média, a 0,3% do valor da
mercadoria. Os números são da Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo,
onde a qualidade das rodovias melhorou consideravelmente depois das primeiras
concessões privadas, em 1998. São Paulo tem hoje as dez melhores rodovias do
País, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Acontece que nos 3,2% estão incluídos os custos da situação ruim das estradas,
que já entra na conta do frete. Por isso, o não pagamento do pedágio está
diretamente vinculado à baixa qualidade da rodovia. Estima-se que o tempo
médio de viagem em estradas sem conservação pode até dobrar. Pior, o consumo
de combustível cresce até 60% se o pavimento não permite o desenvolvimento de
um bom ritmo de viagem. Isso sem contar os custos de manutenção, que chegam
a aumentar até 35% no caso dos caminhões devido aos buracos na pista.
R$ 730 milhões
Foram injetados em obras na BR-163 em
16 meses
Segundo estudos da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística,
entidade que congrega os mais importantes transportadores brasileiros, se todas
as rodovias estivessem em ótimo estado, o transporte rodoviário de cargas
poderia reduzir seus custos em 31,7%, economizando cerca de R$ 11,6 bilhões
por ano. Dessa maneira, quando se coloca na mesma balança os custos com
estradas ruins e o pagamento do pedágio, o usuário tem uma vantagem muito
grande, só que, em geral, os custos com as estradas ruins não aparecem de forma
tão clara como aparece o pagamento do pedágio. Por isso eles são chamados
custos indiretos.
O pedágio viabiliza investimentos na rodovia que, de outra forma, continuariam
limitados, dada a escassez de recursos do Poder Público. Segundo dados da CCR
MSVia, em 16 meses, foram injetados mais de R$ 730 milhões em obras,
equipamentos e custos operacionais na BR-163. Isso equivale a mais de R$ 45
milhões ao mês em investimento privado.
Além de melhorar as condições físicas da
rodovia e oferecer atendimento ao usuário 24
horas por dia, o pedágio viabiliza um bem
muito maior: a preservação de vidas.
Reportagem da Folha de S.Paulo da última
quarta-feira (7/10) aponta que as mortes
por acidente na malha rodoviária
concedida à iniciativa privada em São
Paulo caíram 21% nos primeiros oito meses
do ano. É a maior redução nas mortes desde
que as rodovias passaram a ser pedagiadas,
dez anos atrás. Pesquisas da Fundação Dom
Cabral também apontam que em estradas
pedagiadas o número de acidentes com vítimas fatais cai cerca de 50% em relação
as não pedagiadas.
Além disso, o pedágio viabiliza o renascimento da rodovia sem onerar o Poder
Público, que ainda ganha com impostos recolhidos. As cidades margeadas pela
rodovia recebem, todo mês, 5% do que é arrecadado com pedágio por meio do
ISSQN (Impostos Sobre Serviços de Qualquer Natureza).
Portanto, a médio e longo prazos, os ganhos com redução de tempo de viagem, de
custos de manutenção e ocorrência de acidentes violentos, serão revertidos em
lucro para quem vive do transporte na BR-163. Isso vai representar mais
empregos, mais distribuição de renda e mais desenvolvimento para o Estado.
Paulo Resende é Ph.D. em Planejamento em Transporte e Logística e diretor
executivo de Programas Abertos e Pós-Graduação da Fundação Dom Cabral
23.10.2015
Agência Internacional de Energia diz que setor de
transportes deve buscar eficiência para reduzir
poluição global
.
ADAMO BAZANI
A AIE – Agência Internacional de Energia, entidade que reúne especialistas de
diversos países em elaboração de políticas energéticas, divulgou nesta semana,
relatório sobre as perspectivas da geração e consumo de energia no mundo, que
deve ser destacado no COP 21, a Conferência do Clima de Paris, que será
realizada entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, reunindo mais de 15º
países.
Os especialistas dizem que entre os setores que precisam investir em eficiência
energética para que as metas de redução no ritmo emissões de gases de efeito
estufa sejam alcançadas, está o de transportes, tanto de cargas como passageiros.
Eficiência energética, neste caso, é relacionada a diversas ações que vão desde a
aplicação de tecnologias mais modernas para os motores dos veículos até ações
de políticas públicas, como formas mais inteligentes de realização de viagens
tanto urbanas como de longa distância.
Assim, o objetivo para que o aquecimento global e outros problemas relacionados
à poluição sejam minimizados passa também pela necessidade de se transportar
mais pessoas em menos veículos.
E isso só é possível pelo aumento das redes e qualificação dos serviços de
transportes públicos por ferrovias e ônibus.
A busca pelo uso de fontes de energia não fósseis para o transporte coletivo é
outro aspecto tido como fundamental, principalmente para os países
considerados emergentes, como é o caso do Brasil.
Mais ferrovias de alta capacidade, como sistemas de metrô, e ônibus elétricos,
sejam trólebus ou a bateria, ônibus a gás natural ou movidos por combustíveis
renováveis, como biocombustíveis são os caminhos para um futuro com menos
danos ambientais.
Segundo cálculos da Agência Internacional de Energia, entidade que foi criada na
crise do Petróleo entre 1973 e 1974, para cumprirem todas as metas anunciadas,
os 150 países devem investir de hoje até 2030, 13,5 trilhões de dólares no setor
energético, sendo que 5,1 trilhões de dólares para tecnologias de baixo carbono
com fontes de energias renováveis e 8,4 trilhões de dólares para a eficiência
energética dos setores de transportes, indústria e construção civil.
Os 150 países que integram a cúpula representam 90% das atividades econômicas
do mundo e também 90% da demanda mundial de combustíveis fósseis. Juntos,
produzem 80% destes combustíveis.
Se as metas apresentadas por estes países forem cumpridas, haverá retornos
positivos. As emissões de gases de efeito estufa continuarão crescendo, mas num
ritmo bem menor.
Hoje o setor energético emite 38,2 gigatoneladas de gás carbônico por ano. Em
2030, serão 41,9 gigatoneladas , representando um crescimento de 0,5% apor ano,
sendo menor que as taxas dos últimos anos.
Este crescimento menor deve ocorrer pela participação mais ampla de fontes de
energia de baixo carbono, que hoje representam 20% do total e devem subir em
15 anos para 25%.
As emissões de gás carbônico para geração de energia elétrica devem permanecer
estáveis, de acordo com as metas, o que é uma boa notícia, já que a demanda por
energia elétrica deve aumentar 40%.
A AIE, entretanto, cobra dos países da cúpula mais coerência e clareza para a
concretização destas metas.
21 Das 24 embarcações que fazem a travessia da Baia do Guanabara
pertencem a CCR Barcas
Uma das práticas sugeridas pelos especialistas é a diminuição dos subsídios
diretor ou indiretos para a produção e uso de fontes de energia fósseis, não
renováveis.
20.10.2015
Governo do Rio confirma intenção da CCR Barcas de
rescindir contrato
O secretário de Transportes do estado do Rio, Carlos Roberto Osorio, confirmou a
solicitação formal por parte da CCR Barcas, concessionária que administra o
sistema de barcas na Baía de Guanabara, de rescisão amigável do contrato
assinado em 1998. O secretário negou que a empresa tenha pedido um
ressarcimento no valor de R$ 500 milhões.
“De concreto, o que temos hoje, é apenas uma solicitação formal de distrato
amigável por parte da CCR Barcas. Ela alegou dois motivos para entregar a
concessão: por desequilíbrio financeiro e uma decisão estratégica por parte da
empresa. Agora, o estado vai sentar e estudar o que deve ser feito. Mas adianto
que há duas opções: ambos entram num acordo ou o governo não concorda e a
concessionária entra na justiça. Ressarcimento de R$ 500 milhões, R$ 1 bilhão,
caso venham a nos pedir, será prontamente recusado”, disse o secretário.
Segundo Osório, para a saída da
concessionária se concretizar é
preciso superar um cenário
desfavorável para o governo do
estado, já que a CCR Barcas é dona de
21 das 24 embarcações, o que
atrasaria o processo de rescisão. “Para
que haja possibilidade de saída, o
estado tem que reaver a frota de barcas, já que a concessionária é dona da
maioria. Temos somente três embarcações em posse no momento, diferentemente
da época em que a concessionária assinou com o estado em 1998, quando as
adquiriu. Naquela época, toda a frota era nossa, como é o caso do metrô, hoje em
dia. Sendo assim, isso [o fim do contrato] só poderá ser consolidado no momento
que o Estado for dono de todas essas embarcações, do contrário, não pode
ocorrer. Teremos que ser muito rigorosos nesse caso”, disse.
20.10.2015
Novo Plano Nacional irá aumentar controle de velocidade
nas rodovias federais
O DNIT realizou nesta quarta-feira, 14, audiência pública para a contratação do
Novo Plano Nacional de Controle de Velocidade – PNCV, que prevê a instalação,
operação e manutenção de equipamentos eletrônicos para controle de velocidade
nas rodovias federais.
Na abertura do evento, o Coordenador Geral de Operações Rodoviárias, Alexandre
Fernandes, detalhou o Plano e ressaltou a importância dessa iniciativa da
autarquia para aumentar a segurança dos usuários das rodovias federais. “O novo
programa é uma ferramenta fundamental para a redução do número de acidentes
e também a de vítimas nas rodovias federais”, enfatizou.
Com investimentos na ordem de R$ 2 bilhões, o Novo PNCV contará com cerca de
3.500 equipamentos e 7 mil faixas monitoradas. Essa nova etapa do programa
contará com o Sistema Integrado de Operações Rodoviárias – SIOR, um sistema de
pré-processamento que dará maior agilidade no envio de dados dos
equipamentos ao DNIT.
No novo programa os locais onde estão atualmente instalados os equipamentos
foram mantidos e eliminados aqueles que integram as rodovias do Programa de
Concessões de Rodovias Federais ou que não produziram o resultado esperado,
constatado a partir de um Estudo de Monitoramento da Eficácia. Além disso,
foram avaliados e introduzidos outros locais com grande potencialidade de
ocorrência de acidentes, segundo os anuários do Departamento de Polícia
Rodoviária Federal.
Implantado em 2011, o atual PNCV conta com 3.659 equipamentos eletrônicos
distribuídos nos 52 mil quilômetros de rodovias federais sob responsabilidade do
DNIT. São três tipos de equipamentos, sendo que dois deles funcionam em áreas
urbanas (Controlador de avanço de sinal vermelho e os REVs, também conhecidos
como Lombada Eletrônica). O outro tipo são os radares discretos, instalados nas
áreas rurais das rodovias, com o objetivo manter os veículos dentro dos limites
de velocidade considerados seguros para a via.
21.10..2015
Novo trem de turismo começa a
operar em SP com maior
locomotiva a vapor do país
Os passeios do Trem de
Guararema são feitos com carros
que comportam 143 passageiros
o
Mais um trem turístico está em operação no Brasil. É o Trem de Guararema, que
circula em um trecho de 6,8 quilômetros entre as estações Central e Luís Carlos,
com a Maria-Fumaça 353, a maior locomotiva a vapor em operação no país. A
inauguração foi realizada no dia 16 de outubro.
A “Velha Senhora”, como é conhecida, pertencia à Estrada de Ferro Central do
Brasil e era utilizada no trajeto de São Paulo ao Rio de Janeiro. Fabricada em 1927,
nos Estados Unidos, a Maria-Fumaça 353 conta com três carros de passageiros da
década de 30, que transportam, ao todo, 142 passageiros.
O projeto, voltado à preservação da memória ferroviária e resgate histórico e
cultural, envolveu a prefeitura de Guararema, órgãos públicos federais, iniciativa
privada e a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária). As ações
contemplaram o restauro da locomotiva 353, a revitalização das
estações ferroviárias (que voltaram a ter as características originais), a
reconstrução da via férrea no trecho do passeio e a autorização da realização do
passeio pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Conforme a prefeitura de Guararema, a ideia é que a iniciativa funcione, também,
como projeto-piloto para outros municípios que tenham viabilidade técnica para
implantação do passeio.
Os passeios ocorrem aos finais de semana e feriados. O Trem de Guararema tem
dois horários: uma partida é às 10h, com retorna às 12h30min; outra, às 15h, com
retormo às 17h30min.
Reservas podem ser realizadas pelo email [email protected]. É preciso
informar nome completo do responsável pela reserva, telefone para contato, dia e
horário do passeio e quantidade de pessoas.
O custo é de R$ 50, até o dia 31 de dezembro de 2015. O valor arrecadado é
utilizado para manutenção da linha e novos projetos de preservação ferroviária.
Crianças de até cinco anos não pagam, desde que viajem no colo do adulto.
21.10.2015
DE VOLTA PARA O FUTURO: o uso de lixo para mover
veículos vira realidade no presente
No filme De Volta para o Futuro, o carro chegou a ser abastecido com restos de
alimentos. Hoje o biometano em ônibus tem se mostrado com maior viabilidade.
ADAMO BAZANI
21 de outubro de 2015: o dia, normal para todos nós que estamos na luta por
tempos melhores e para ganhar a vida, ficou eternizado no clássico do cinema
dos anos 80, De Volta para o Futuro.
O personagem Marty McFly, com seu carro-máquina do tempo, planejou o dia de
hoje como seu destino para chegar ao futuro.
Quando filme foi rodado, na época muitos imaginavam como seria o mundo em
21 de outubro de 2015. Houve muitas frustrações: a fome e a guerra continuam, a
corrupção e o roubo são problemas crônicos e os carros não voam, pelo contrário,
ficam estagnados no trânsito de diversas cidades, sem mobilidade.
Mas algumas características futuristas no filme, hoje são mais próximas da
realidade.
No final do primeiro filme da clássica trilogia, o cientista Doutor Brown, que já
tinha ido para o futuro, abastece a máquina do tempo com restos de alimentos de
uma lixeira, e o carro saiu do presente para o futuro voando.
Hoje carros e ônibus não voam, mas os veículos movidos a biometano, gás
proveniente da decomposição do lixo, com os avanços tecnológicos têm se
tornado mais viáveis. Mas não exatamente pelo conversor de energia Mr. Fusion.
Na época do filme, já havia testes de ônibus movidos a biometano. Em 1983, a
CMTC – Companhia Municipal de Transporte Coletivo, de São Paulo, colocou em
circulação um monobloco O 362, da Mercedes-Benz,movido a metano. Em 1987, já
eram 20 ônibus. Um dos locais de abastecimento dos ônibus, onde havia uma
espécie de processadora do gás, era o lixão da região de Interlagos, na zona Sul
de São Paulo. Mas na ocasião, a tecnologia tinha mais restrições.
Na Europa, os ônibus que podem ser movidos a biometano ou GNV – Gás Natural
Veicular voltaram a ganhar mais espaço. Mesmo não sendo a maioria das frotas,
os avanços foram inegáveis.
Um dos destaques foi o Bio-Bus, um ônibus movido a fezes e lixo, apresentando
entre as cidades de Bristol e Bath, na Grã-Bretanha. O biometano era gerado a
partir do tratamento do esgoto de Bristol.
Em maio deste ano, um ônibus da Scania movido com biometano obtido pela
decomposição de fezes bovinas bateu recorde de velocidade para um veículo de
transporte coletivo deste tipo no Reino Unido. Para quebrar o estigma de que os
veículos que usam combustíveis alternativos ao petróleo ou com tecnologia de
gás natural não têm bom desempenho e são lentos, o ônibus foi colocado numa
pista de testes e alcançou 123,57 quilômetros por hora de velocidade.
Habitualmente o modelo urbano alcança 90 quilômetros por hora. Os testes de
velocidade foram feitos numa pista de prova.
BRASIL:
No Brasil, o biometano para mover ônibus operando de forma comercial ainda
não é realidade no presente, mas caminha e o futuro pode não estar tão distante.
Uma das questões é a produção em maior escala e a distribuição.
A Scania deve produzir ônibus a movidos a Gás Natural e a biometano no País.
Para isso, testou a tecnologia em parceria com usinas e produtores rurais em
diversas cidades e com auxílio de universidades e institutos de pesquisa diz ter
obtido resultados positivos tanto de redução de custo operacional como de
poluição.
“Se um carro voador movido a lixo urbano ainda não é realidade, já há a
tecnologia capaz de produzir combustível a partir de matéria orgânica. E este
veículo ainda pode transportar muita gente com um nível baixíssimo de emissões.
Trata-se do exclusivo ônibus a biometano da Scania, que fez demonstrações em
algumas cidades do País comprovando a viabilidade de aplicação dessa tecnologia
em larga escala. O biometano é um combustível com base orgânica que pode ser
gerado por meio de dejetos de aves, lixo urbano, restos de alimentos entre outras
fontes. Em um dos testes, o biometano foi gerado das fezes de galinhas. É isso
mesmo. Em outro teste neste ano, outra coincidência com 2015 o escolhido no
filme, ele fez sua primeira demonstração abastecido com biometano proveniente
do lixo urbano produzido na cidade do Rio de Janeiro, transformado pela Usina
Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia. Outra vantagem que já pode ser desfrutada
hoje é que além de reduzir em 85% o nível de emissões, o custo por quilômetro
do biometano é menor em quase 60% ante um veículo similar a diesel. Quem disse
que um filme não inspira os engenheiros a criarem a tecnologia do futuro? Ou
melhor do presente!” – relembra a montadora.
A Scania realizou no Brasil oito demonstrações com o modelo, três com
biometano e cinco com gás natural:
– Outubro/Novembro de 2014: o ônibus operou 3 mil quilômetros em parceria
com a Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, no Paraná. O combustível foi
biometano proveniente de dejetos de aves poedeiras.
– Janeiro/Fevereiro de 2015: o veículo operou com biometano em Triunfo, no
parque da Brasken, no Rio Grande do Sul. Foi uma parceria entre Companhia de
Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), Braskem e Consórcio Verde Brasil
(Ecocitrus e Naturovos). O gás foi obtido de restos de plantações e de dejetos de
aves.
– 25 e 27 de fevereiro de 2015: o ônibus circulou com gás natural em Sorocaba,
no interior paulista.
– Março de 2015: o ônibus circulou em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro,
abastecido na Usina Dois Arcos com biometano produzido a partir do material do
aterro sanitário local.
– Maio de 2015: Londrina – Paraná, com gás natural
– Maio de 2015: Florianópolis, Santa Catarina, com gás natural
– Maio/Junho de 2015: São José dos Campos, com gás natural.
– Junho a agosto de 2015: O ônibus operou por 700 quilômetros na cidade de São
Paulo.
Há modelos a gás natural da Scania circulando na Europa e algumas compras já
foram realizadas para a América Latina.
Em junho deste ano, a Scania realizou a venda de 147 ônibus a gás natural Euro 6,
para operação no BRT Transcaribe, em Cartagena das Índias, na Colômbia.
23.10.2015
Lona de caminhão vira arte
Jonas Lemes nasceu em Cambuquira (MG). Em 1990, o artista passou a pintar em
óleo sobre tela. A partir de 2001, no entanto, descobriu a lona usada de caminhão
que, surrada pelo tempo e pelo uso, era descartada sem cuidado no lixo.
No início, o artista experimentou várias técnicas de pintura: óleo, aquarela,
acrílico e nanquim. Com o tempo, aprendeu a preparar a lona como base para os
quadros.
A lona utilizada hoje em seus trabalhos precisa ser bem surrada, com manchas e
furos e ter no mínimo 10 anos de uso. Tem três cores básicas: bege, amarela e
verde. A amarela e a verde servem para paisagens e flora. As cenas do cotidiano
pedem a lona bege.
As manchas na lona, provocadas pelo uso diário, transformam-se no céu de
algumas pinturas. Uma tela que representa bem essa situação é uma paisagem de
Lambari (MG).
Os fornecedores das lonas são caminhoneiros de uma cooperativa. Da mesma
forma que se preocupa em aproveitar a lona, Jonas cuida do descarte dos
solventes utilizados na limpeza de pincéis. Como não podem (e não devem) ser
lançados na rede de esgoto, o pintor mantém uma caixa de brita e areia só para o
despejo de resíduos.
Até com a armação das telas ele se preocupa. Por isso, usa madeira reciclável no
suporte de fixação dos quadros.
Desde 2009, o artista tem suas obras em uma galeria de Paris, na França. “Quanto
mais remendos, furos e letras a tela tiver, mais o público gosta”, afirma.
AGENDA 2015
Novembro
2ª Conferência Global De Alto Nível Sobre Segurança No Trânsito
(ONU)
18 e 19 de novembro em Brasília
2ª Conferência Paulista de Ecologia e Transportes - ARTESP
17 e 18 de novembro em São Paulo
Seminário internacional ‘Cidades a Pé’
25 a 28 de novembro em São Paulo