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EDIÇÃO 06 30 DE ABRIL DE 2015 ASSESSORIA DE IMPRENSA RAMAL 2105

Fim de Semana ARTESP - edição 06

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Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias. Seleção de 30 de abril de 2015.

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Page 1: Fim de Semana ARTESP - edição 06

EDIÇÃO 06 – 30 DE ABRIL DE 2015 ASSESSORIA DE IMPRENSA

RAMAL 2105

Page 2: Fim de Semana ARTESP - edição 06

27/04/2015

Menor preço substitui técnica em mais de 70% das licitações

No Brasil, quando um cliente busca um produto ou serviço diferenciado, ele

naturalmente associa qualidade e melhor acabamento ao maior preço. No âmbito do

poder público, quando se trata da contratação de obras, o critério mais usado pelos

gestores é a proposta mais barata – e a justificativa, na maioria das vezes, é a maior

agilidade no processo licitatório. À primeira vista, a escolha pelo menor preço parece ser

o caminho natural, mas vale lembrar que a Lei de Licitações (8.666/1993) estabelece que

as contratações sejam feitas por pelo menos um entre três critérios: o do menor preço, o

da melhor técnica ou por ambos, o chamado "técnica e preço”.

Em um cenário como o atual, no qual sete viadutos recentemente licitados e construídos

apresentaram problemas estruturais, O TEMPO apurou que mais de 70% das

concorrências para planejamento e construções viárias e de espaços públicos são feitas

pelo critério do menor preço. Esse percentual se confirma nos projetos e obras de

mobilidade urbana para a Copa do Mundo, e também nos editais abertos pela Secretaria

Municipal de Obras e Infraestrutura (Smobi) e pelos departamentos Nacional de

Infraestrutura de Transportes (Dnit) e de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-

MG).

Quando se trata da contratação para a execução da obra em si, pode-se dizer que 100%

dos editais seguem o critério do menor preço, enquanto o de técnica e preço, que leva em

conta, além da economia, o detalhamento da proposta, é usado basicamente para

contratação de projetos executivos ou planos e ações de fiscalização. E mais: há projetos

de engenharia e de segurança viária, que exigem a escolha das melhores técnicas, sendo

contratados com base apenas no menor preço – caso da duplicação da BR–381, que teve

os lotes licitados pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC).

Page 3: Fim de Semana ARTESP - edição 06

Análise. "A compra de qualquer produto deve levar em conta preço, tempo de

planejamento e qualidade. Qualquer desvio nesse escopo gera problemas”, avalia o

presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-

MG), Jobson Andrade.

No caso do complexo de viadutos da avenida Pedro I, em Belo Horizonte, somente os

projetos foram licitados pelo critério técnica e preço, na modalidade concorrência pública

da Lei de Licitações. Já a execução das obras, que, segundo perícia da Polícia Civil, teve

falhas, seguiu o menor preço. "Quanto mais complexo for o trabalho, mais importante é a

manutenção do critério qualidade em todas as etapas do certame”, defende a diretora do

Instituto dos Advogados de São Paulo, Raquel Elita Alves Preto.

O mestre em direito público pela UFMG e professor do Centro Universitário Una Felipe

Mucci explica que a própria Lei 8.666 estabelece, em seu artigo 46, que os tipos de

licitação "técnica e preço” ou "melhor técnica” devem ser usadas "exclusivamente para

serviços de natureza predominantemente intelectual”, como elaboração de projetos e

supervisão de obras. "Mas, mesmo nas licitações de menor preço, o gestor tem obrigação

de exigir qualidade em todo o processo”, pondera.

Engenheiros e advogados ouvidos pela reportagem acreditam que as leis de contratação

de serviços devem ser mudadas e que o poder público precisa ter mais rigor nas seleções,

para evitar correções comuns – e até mesmo tragédias – em obras viárias. "A qualificação

técnica deveria ser decisiva em todas as etapas. Uma construtora poderia, por exemplo,

apontar quais equipamentos seriam usados, se eles são os mais modernos e indicados, se

usaria pessoal técnico próprio ou terceirizado etc.”, argumenta o engenheiro civil Berilo

Torres.

A Prefeitura de Belo Horizonte acredita que a escolha pelo menor preço é uma forma de

assegurar a igualdade nas licitações e não propiciar vantagem em razão da qualificação

técnica adicional do licitante, "exatamente pelo fato de se tratar de obras e serviços

corriqueiros”. O DER-MG defende que o critério do "mais barato” oferece mais

agilidade ao certame. O órgão assegurou, no entanto, que a garantia da capacidade dos

candidatos é feita na fase de habilitação técnica e que o gerenciamento da obra avalia a

qualidade do serviço prestado.

Page 4: Fim de Semana ARTESP - edição 06

30/04/2015

Licitações neste ano vão chegar a R$ 530 milhões

Há novas oportunidades para empresas interessadas em parcerias público-privadas

(PPPs) em Vitória (ES), Uberaba (MG), Teresina (PI) e no Paraná. Os projetos,

apresentados durante painel do seminário Encontro Internacional de Infraestrutura e

PPPs, são voltados à iluminação pública, construção de escolas e de um centro

administrativo estadual, além da gestão de pátios de veículos. Juntos, somam mais de R$

530 milhões em investimentos. A maioria das licitações deve ocorrer ainda este ano.

Em janeiro, a capital capixaba lançou sua primeira PPP, para a instalação de um novo

sistema de iluminação pública. O plano é que 32 mil postes de luz recebam lâmpadas de

LED, com ganhos de eficiência e de economia de energia, em um contrato de até 30 anos

de concessão.

"O investimento é de mais de R$ 80 milhões e a prefeitura fará um aporte de R$ 20

milhões", diz André Gomide, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória

(CDV), empresa controlada pelo município. O projeto, que recebeu manifestação de

interesse da multinacional americana GE, está na fase de elaboração de estudos técnicos,

que serão entregues em junho. O lançamento do edital está previsto para agosto e o

contrato em janeiro de 2016.

No Paraná, a meta é entregar à iniciativa privada a gestão de 542 pátios de veículos,

administrados pelo governo estadual, com gastos de R$ 10 milhões mensais. Os terrenos,

com 38 hectares, guardam um estoque de 53 mil veículos, recolhidos por órgãos como as

polícias civil e militar e o Departamento de Trânsito do Estado (Detran-PR). Juntos, eles

realizam mais de dez mil apreensões mensais.

"Queremos melhorar a performance das estruturas, que apresentam serviços precários e

descentralizados e desocupar os terrenos, próprios e alugados, para outras finalidades do

Estado", diz Elton Augusto dos Anjos, da Coordenação de PPPs do Paraná (CPPP). A

concessão, de R$ 307 milhões de investimentos, envolve a prestação de serviços de

vistoria, liberação e preparação de leilão dos veículos. O prazo do contrato é de 30 anos.

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Em Teresina, o interesse é construir um novo centro administrativo do governo estadual

para substituir o complexo atual, erguido nos anos 1970. Segundo Viviane Bezerra,

superintendente de PPPs do Piauí, a construção abriga 12 dos 50 órgãos da

administração, que têm estruturas antigas e necessidade de manutenção constante. Gera

R$ 228 milhões em despesas ao ano, com aluguel, limpeza e segurança.

A empresa interessada na PPP investirá na construção e operação do prédio, segundo a

especialista. Em contrapartida, o Estado paga um "aluguel" para o parceiro privado, mas

o imóvel permanece em poder da máquina pública, ao final do contrato, de 25 anos.

O edifício deve reunir 30 órgãos da administração e reduzir os gastos em R$ 28 milhões

ao ano. "Vamos receber manifestações de interesse dos consórcios até o dia 15 de maio",

diz Viviane. A publicação do edital está marcada para agosto. A iniciativa segue modelo

do centro administrativo do governo do Distrito Federal, que já teve sua primeira etapa

concluída, com investimentos totais de R$ 600 milhões por meio de PPPs.

Em Uberaba, município mineiro de 318 mil habitantes, o contrato focado na área da

educação inclui a modernização e construção de 99 unidades de ensino, além do

fornecimento de material de apoio escolar. "Estão previstos investimentos de R$ 155

milhões, nos primeiros cinco anos", afirma Glauber Fernandes, secretário municipal de

projetos e captação de recursos. A licitação e contratação da PPP, uma concessão

administrativa com prazo de 30 anos, vai de junho a setembro de 2015, com implantação

a partir do primeiro semestre de 2016.

A cidade também planeja uma PPP para viabilizar um aeroporto internacional de cargas

na BR- 050. Duas empresas já manifestaram interesse em apresentar estudos para a

modelagem do acordo: a Socicam, de Campinas (SP), e a BSquare do Brasil, do

segmento aeroportuário. As análises serão encaminhadas à Secretaria de Aviação Civil

(SAC) e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Há ainda interesse da prefeitura

em PPPs em áreas de saúde e resíduos sólidos, além de um terminal rodoviário.

Concessões prevalecem na maioria dos contratos

As Parcerias Público-Privadas (PPPs) nunca estiveram tão em voga no Brasil quanto nos

últimos anos, de 2011 a 2015. A análise é de Bruno Pereira, sócio do Radar PPP,

empresa de informações fundada no ano passado que reúne dados de mais de 400

projetos em diferentes fases de desenvolvimento.

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"A atenção por esse nicho de investimento é estimulada pelo maior interesse dos

governos estaduais, aumento da regulamentação do setor e do apetite da iniciativa

privada." Ele participou do seminário Encontro Internacional de Infraestrutura e PPPs. O

país tem 46 PPPs estaduais, 29 modelos municipais e um federal.

Segundo especialistas, no Brasil e na América Latina as PPPs estão mais focadas em

otimizar recursos públicos de baixo retorno financeiro, contratos para obras menores e

modulares, além de uma maior participação de universidades na disseminação e geração

de conhecimento sobre o tema.

Os contratos assinados de PPPs passaram de três em 2006 para 16 acordos em 2014. "O

biênio 2013-2014, no fim dos ciclos de governos estaduais, concentra o maior volume de

assinaturas, com 23 propostas", diz Pereira. A concessão administrativa prevalece na

maioria dos contratos, ante a concessão patrocinada, em uma média de 11 para cinco,

respectivamente, em 2014.

Na concessão administrativa, por conta do serviço de interesse público a ser prestado

pelo parceiro privado, não é possível cobrar tarifas dos usuários beneficiados. Nesse

caso, a remuneração da companhia envolvida é proveniente de aportes regulares de

recursos orçamentários do poder público. No tipo patrocinado, as tarifas cobradas não

são satisfatórias para compensar todo o investimento realizado pelo investidor. Assim, o

governo complementa a remuneração da empresa por meio de aportes regulares de

recursos ou contraprestações.

Segundo Pereira, é preocupante a baixa conversão de procedimentos de manifestação de

interesse (PMI) em contratos assinados. Os PMIs funcionam como uma "competição de

ideias". Por meio de chamada pública, o governo pede que empresas proponham soluções

para um projeto, baseadas em estudos preliminares. O PMI não vai definir o escopo final,

mas ajuda os gestores públicos a definirem obras de grande porte, com informações

técnicas que possam melhorar a aplicação dos recursos.

Em 2013, de 54 PMIs publicados, 11 viraram consultas públicas, cinco se transformaram

em um edital e só dois acabaram como contratos assinados. Para ele, entre as causas

desse desequilíbrio está a falta de capacidade técnica do poder público de desenvolver

seus próprios estudos de viabilidade e levar os projetos adiante.

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26/04/2015

Pacote de privatizações deve sair em 10 dias

A presidente Dilma quer anunciar em dez dias o novo pacote de concessões

em infraestrutura, que terá aval da equipe econômica.

A presidente Dilma Rousseff deve anunciar o novo pacote de concessões dentro de dez

dias, antes da viagem à Europa para as comemorações pelo aniversário do fim da

Segunda Guerra Mundial. O tema das privatizações foi discutido pela presidente com os

ministros do setor de infraestrutura em reuniões setoriais, ao longo do último sábado. No

encontro, cada ministro apresentou à presidente, acompanhada de toda a equipe

econômica e representantes dos bancos públicos, a relação dos projetos com demanda do

setor privado. Ficou acertado, segundo interlocutores, que o governo anunciará no prazo

estipulado, o programa das concessões, dentro das necessidades de ajuste fiscal.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá a palavra final. Ele avisou aos ministros que

não há dinheiro disponível do Tesouro, e que os financiamentos dos bancos públicos na

nova rodada de privatização serão menores. Não haverá negociação direta entre os

interessados nos leilões e o BNDES, por exemplo. Tudo passará pelo crivo da equipe

econômica, disse uma fonte.

Diferentemente das rodadas de concessão anteriores, quando foram anunciados bilhões

em investimentos para o setor de infraestrutura e pouca coisa avançou, o governo desta

vez quer anunciar um programa mais realista, que dê uma resposta mais imediata à

necessidade de ampliar a capacidade do setor e que, ao mesmo tempo, exima o Tesouro

de investir em ações mais imediatas, como garantir a manutenção de rodovias.

LEILÃO DE AEROPORTOS DEVE OCORRER EM 14 MESES

Embora tenha durado dez horas, a reunião do último sábado não foi conclusiva nem

abordou todos os temas previstos. Foram debatidas as áreas de ferrovias, energia elétrica,

estradas, hidrovias e aeroportos. Nesta semana, devem ocorrer mais reuniões para tratar

de portos, mobilidade urbana, habitação e saneamento.

— Não quero ministro me trazendo estudos. Quero projetos — disse a presidente na

reunião, segundo um dos participantes.

Entre os empreendimentos a serem concedidos estão três aeroportos — Porto Alegre,

Florianópolis e Salvador —, com participação de até 15% da Infraero ou nenhuma, mas

com golden share (voto qualificado com poder de veto na gestão da empresa); quatro

rodovias e um trecho de ferrovia. No caso dos aeroportos, a previsão é que os leilões

ocorram dentro de quatorze meses, tempo considerado necessário pelos técnicos da

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Secretaria de Aviação Civil para realização de todo o processo (estudos de viabilidade,

audiências públicas, elaboração do edital e aval do Tribunal de Contas da União).

— Há outros aeroportos com potencial para serem concedidos, como Recife, Fortaleza,

Goiânia e Vitória, mas o governo, por enquanto, vai priorizar os três primeiros. Se você

leiloa todos ao mesmo tempo, derruba o preço dos ativos — argumentou uma fonte

diretamente envolvida na discussão.

Há ainda uma preocupação com a situação financeira da Infraero, que perdeu receitas

com a privatização dos principais aeroportos (Brasília, Guarulhos, Viracopos, Galeão e

Confins) e necessita de aporte do Tesouro. O governo busca uma saída para sanear a

empresa e melhorar o fluxo de caixa da estatal, reduzindo sua dependência da União.

Pelo modelo de concessão desses aeroportos, a Infraero entrou no negócio com 49% de

participação, o que exige maior desembolso para acompanhar o sócio privado nos

investimentos.

Dos quatro trechos de rodovias que serão incluídos no programa de concessão do setor, a

BR-163/ 230 (MT/PA) é a que tem maior apelo econômico para ser entregue à iniciativa

privada. A estrada tem alguns trechos a serem concluídos e precisa de manutenção, mas o

governo não tem recursos para isso. Os outros trechos são: BR-364/060 (MT/GO), BR-

476/153/282/480 (PR/SC) e BR-364 (GO/MG). Os estudos para concessão dessas

rodovias estão em fase adiantada pelo Ministério dos Transportes.

No caso das ferrovias, um trecho que tem demanda do setor privado é o que liga

Anápolis (GO) a Palmas (TO), construído pela Valec, e que já pode ser explorado pela

iniciativa privada. Em relação aos portos, o governo trabalha com a possibilidade mais

imediata de conceder a construção de canais de acesso, com dragagem, dos portos de Rio

Grande, Santos e Paranaguá, mas outros podem ser incluídos.

— O governo quer a participação do setor privado, e já identificamos interessados nos

vários segmentos de infraestrutura — disse um ministro.

Segundo interlocutores do governo, o próprio ajuste fiscal pode ser um entrave ao

programa de concessões. Com um orçamento apertado, o desafio é desenhar uma

modelagem que necessite de recursos do Tesouro, mas seja ao mesmo tempo atraente ao

setor privado. Na área de energia e gás, por exemplo, o modelo de partilha adotado pelo

governo tornou os investimentos menos atraentes. Além disso, a exigência de conteúdo

nacional é outro entrave.

O governo tem sido cobrado pelo setor da construção civil, que enfrenta uma onda de

demissões, a lançar logo a terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida. A

promessa da presidente é lançar mais três milhões de unidades, mas o Tesouro ainda

deve repasses da etapa atual.

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28/04/2015

Dilma anuncia pacote de infraestrutura para maio

O pacote do governo para ampliar investimentos em infraestrutura deve ser lançado no próximo mês,

anunciou nesta terça-feira, 28, a presidente Dilma Rousseff ao inaugurar a fábrica Jeep, do Grupo Fiat

Chrysler, em Goiana, cidade da zona da mata de Pernambuco, a 66 km do Recife.

Apesar de a indústria estimar queda de 9,4% na produção e 12,3% na venda de carros em 2015, Dilma

disse que o polo automotivo, com 530 mil metros quadrados e capacidade de produzir 250 mil veículos

por ano, é condizente com as perspectivas do setor automobilístico e do País.

"Falo isso não ignorando as dificuldades e a desaceleração que o Brasil passa por esse momento, mas

dentro da certeza do compromisso e do empenho do meu governo em trabalhar para aprimorar as bases,

para garantir o crescimento da demanda, da produção e do desenvolvimento social e regional do País”,

discursou.

Ela aproveitou a ocasião para afirmar que sua equipe estuda incluir no pacote de novas obras de

infraestrutura o lote 1 da construção do arco viário de 77 km que pretender conectar o litoral norte de

Pernambuco ao Porto de Suape. O projeto é estratégico para escoar a produção. A obra foi uma das

contrapartidas prometidas pelo Estado, que passou a responsabilidade ao governo federal. A ideia é

construir uma pista dupla para fugir do trânsito caótico da BR-101 e facilitar a mobilidade de cargas que

têm como origem ou destino o Porto de Suape.

O órgão ambiental de Pernambuco liberou na segunda-feira a licença prévia para a construção da parte 2

do empreendimento, com cerca de 45 km, com início em São Lourenço da Mata e término perto de

Cabo de Santo Agostinho. O lote 1, que deve ser incluído no pacote de maio, parte de Goiana até São

Lourenço da Mata. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que os

investimentos do pacote devem somar R$ 150 bilhões.

A presidente e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), lembraram de seus respectivos

padrinhos políticos - o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de Pernambuco,

Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto do ano passado. Os dois firmaram, em

dezembro de 2010, a parceria entre os governos estadual e federal que proporcionou a instalação da

fábrica na zona da mata do Estado, até então sustentada pela cultura da cana-de-açúcar. A fábrica em

Goiana é a primeira inaugurada depois da fusão da Fiat e da Chrysler, feita em outubro do ano passado.

Investimento. Além da fábrica da Jeep, o polo automotivo é formado por 16 empresas de autopeças. Os

fornecedores estão numa área de 270 mil metros quadrados. O investimento no complexo superou os R$

7 bilhões. A presidente fez questão de ressaltar que dois terços foram financiados pelo BNDES, com

recursos de fundos constitucionais.

A fábrica tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano - 45 a cada hora. O grupo Fiat

Chrysler afirma que o carro que está sendo produzido em Goiana tem índice de nacionalização de 70% -

o objetivo é chegar a 80%.

O primeiro modelo produzido na fábrica (Jeep Renegade) custa entre R$ 69,9 mil e R$ 116,9 mil.

Outros dois modelos serão fabricados nos próximos 18 meses, informou o presidente executivo mundial

do grupo Fiat Chrysler, Sergio Marchionne. Também disse que há possibilidade de o grupo trazer a

marca Alfa Romeo para o Brasil.

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30/04/2015

Governo estuda "encurtar" lotes de rodovias em novas concessões

O governo ainda se vê diante de um quebra-cabeças para aumentar a viabilidade econômico-financeira

das estradas que serão repassadas à iniciativa privada na próxima rodada de concessões federais. Uma

alternativa que vem sendo discutida, nos bastidores, é a reconfiguração dos quatro lotes de rodovias com

presença já garantida no pacote e a retirada de trechos com menor volume de tráfego de veículos.

No início do ano passado, a presidente Dilma Rousseff havia anunciado o lançamento de estudos

técnicos para a concessão de mais 2.612 quilômetros de rodovias federais. Cálculos preliminares das

empresas responsáveis pela elaboração dos trabalhos vêm indicando tarifas de pedágio excessivamente

caras - em determinados casos, flertando com a "barreira psicológica" de R$ 10 por praça de cobrança.

O alto preço do pedágio resulta da combinação de vários fatores: menor fluxo de tráfego do que em

estradas já privatizadas, necessidade de investimentos elevados na duplicação das vias e crédito bem

mais limitado do BNDES. Na última rodada de concessões, o banco de fomento financiou até 70% dos

projetos, mas essa proporção está praticamente descartada desta vez. Com isso, diminui o chamado

"subsídio implícito" nos pedágios, por meio do crédito farto e barato.

Os trechos em estudo abrangem a BR-163 (entre Sinop e Miritituba), a BR-364 (entre Rondonópolis e

Goiânia), outro pedaço da BR-364 (entre Goiás e Minas Gerais) e um corredor logístico na região Sul

(entre o Paraná e Santa Catarina). As empresas habilitadas têm se dedicado aos trabalhos desde meados

de 2014, mas a conclusão dos estudos e o envio dos resultados para análise obrigatória do Tribunal de

Contas da União (TCU) têm sido adiados sucessivamente.

O problema, segundo fontes que acompanham de perto o assunto, tem sido conciliar tarifas palatáveis

aos usuários e perspectivas de retorno adequado aos investidores. Uma opção, para atenuar o custo do

pedágio, seria abandonar a ideia de concessão "pura" e seguir o caminho de uma parceria público-

privada (PPP). No entanto, a ideia não empolga nem o governo, nem grupos privados. Para o governo,

isso significaria fazer aportes nos projetos, em um momento de contenção fiscal. Já os empresários do

setor manifestam desconforto com a incerteza de contratos de longo prazo que dependam de

desembolsos da União.

Para fechar a equação, uma das principais alternativas cogitadas é "encurtar" os trechos a serem

concedidos. Os pontos com menor demanda poderão ficar com suas obras a cargo do Departamento

Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas totalmente fora da concessão. Outra hipótese, não

descartada, é abrir mão da garantia de duplicação das estradas em até cinco anos - mas essa era

justamente uma das "cláusulas pétreas" da última rodada de privatizações.

Há assessores presidenciais que defendem a troca da duplicação em cinco anos por "gatilhos" de

demanda. Trata-se de um modelo no qual aumentos de capacidade vão ocorrendo à medida que aumenta

o volume de tráfego. O mais provável, no entanto, é que parte das rodovias selecionadas nos quatro lotes

passem por um pente-fino para exclusão de pequenos trechos com baixa demanda.

Essa estratégia já foi usada em duas ocasiões - e com sucesso - na última rodada de leilões. O lote da

BR-163 no Mato Grosso do Sul, que incluía partes da BR-262 e da BR-267, foi remodelado sem essas

duas estradas. A privatização da BR-153, entre Goiás e Tocantins, também envolveu um trecho

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significativamente menor do que o original. Foi concedida de Anápolis (GO) a Gurupi (TO) - e não até

Palmas (TO), conforme o planejamento inicial.

Anteontem, em um evento sobre PPPs em Brasília, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, falou

sobre os estudos dos quatro lotes - um deles já concluído. "Esses estudos, uma vez recebidos pelo

governo, vão ser adaptados, transformados num edital de licitação, remetidos às autoridades

competentes, seguindo o procedimento normal tudo indica que eles podem ser licitados até o fim do

ano."

Crédito mais caro exige rentabilidade maior em projetos de infraestrutura, diz secretário

A mudança nas condições de financiamento para as próximas concessões de infraestrutura vai exigir

aumento na taxa interna de retorno (TIR) dos projetos, disse o secretário-executivo do Ministério do

Planejamento, Dyogo Oliveira. Segundo ele, o percentual de remuneração dos investimentos terá que

compensar o custo de capital mais elevado, resultante da menor participação dos empréstimos

subsidiados do BNDES.

Além de ter reajustado duas vezes da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos últimos meses, o banco

de fomento irá financiar, no máximo, 50% do valor do investimento, contra até 70% de cobertura na

rodada anterior de concessões. Diante disso, os empresários terão que buscar mais recursos no mercado

de capitais, sobretudo via emissões de debêntures de infraestrutura. A liquidez reduzida desse tipo de

instrumento torna a captação mais cara, o que terá que ser compensado na TIR.

"A taxa interna de retorno terá que ser mais compatível com esses custos mais elevados", disse o

secretário-executivo, durante seminário realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção

(CBIC), em Brasília. O controle da taxa de retorno dos empresários foi um dos grandes erros cometidos

pelo governo durante a primeira rodada de concessões, em 2013. Insatisfeitos, os investidores deixaram

alguns empreendimentos sem interessados, o que levou ao adiamento dos leilões por vários meses.

Para evitar novas licitações desertas, o governo quer apresentar o pacote de obras em conjunto com a

estrutura de financiamento. A ideia é incentivar a emissão das debêntures de infraestrutura e criar um

instrumento para garantir a liquidez desses papéis. Uma das possibilidades reveladas pelo secretário é a

criação de um fundo de "market making", que assume o compromisso de fazer compras e vendas diárias

de um determinado número de cotas, possibilitando maior giro para as debêntures.

Em março, segundo Oliveira, a taxa de liquidez das debêntures de infraestrutura estava em 3,5% do

estoque total, percentual considerado mínimo para que investidores tenham segurança de que podem se

desfazer dos papéis no momento que desejarem. "Estamos no limite de baixo. Acho que esse número

tem que crescer", disse, ao mencionar a taxa de liquidez.

Ao detalhar as próximas concessões que o governo pretende anunciar, Oliveira mencionou quatro

aeroportos. Até então, eram conhecidos apenas planos para leiloar os terminais de Salvador, Porto

Alegre e Florianópolis. Questionado, confirmou que houve definição de um quarto aeroporto, mas não

quis revelar qual seria. A informação gerou mal estar em áreas do governo, que alegaram desconhecer a

informação.

Informações de bastidores apontam o aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, como possível candidato a

entrar na lista. Durante a reunião com ministros, no sábado, a presidente Dilma Rousseff teria pedido

que mais aeroportos fossem incluídos no pacote de concessões.

Page 12: Fim de Semana ARTESP - edição 06

28/04/2015

Transportes terá corte de até 40% no orçamento

Dono de um dos maiores orçamentos da administração federal, o Ministério dos

Transportes está trabalhando com um cenário de corte de até 40% nas

despesas discricionárias, que incluem custeio da gestão e investimentos. Se

considerada a previsão de R$ 15,27 bilhões registrada no Projeto de Lei

Orçamentária Anual (LOA) de 2015, a "tesourada" pode passar dos R$ 6

bilhões, o que vai obrigar a pasta a adiar dezenas de obras em todo o país.

Na tarde da última sexta-feira, uma numerosa equipe do ministério se reuniu

com representantes da Casa Civil da Presidência da República. O objetivo era

apresentar as obras prioritárias da pasta para 2015 e definir o que terá

condições de ser feito e o que será empurrado para o ano que vem. Antes

mesmo do encontro, no entanto, o sentimento era de que apenas obras que

estão em andamento fazem parte da negociação, ou seja, não haverá caixa

para novos projetos.

O Valor apurou que pelo menos 30 obras que estavam previstas para este ano

serão colocadas em "banho-maria". "Não faz sentido o governo se comprometer

com coisas que não teremos condições de tocar e que vão ficar se arrastando",

disse uma pessoa que participou da reunião. A mesma lista de prioridades

discutida na Casa Civil foi apresentada no sábado à presidente Dilma Rousseff

pelo ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues.

O ajuste fiscal no Ministério dos Transportes deverá ficar entre 30% e 40%, mas

a palavra final será dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do

Planejamento, Nelson Barbosa. Informações de bastidores apontam que o

decreto que determinará o contingenciamento deve ser publicado até quarta-

feira da semana que vem.

No Ministério dos Transportes, será dada prioridade às obras que estão perto de

serem concluídas e àquelas que o governo entender que "geram valor" para a

economia nacional. Estão nesse grupo projetos como a conclusão da duplicação

da BR-163, importante corredor para escoamento da produção de grãos da

região Centro-Oeste. Uma parte da obra, que foi concedida à iniciativa privada,

ficou sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de

Page 13: Fim de Semana ARTESP - edição 06

Transportes (Dnit) e terá que seguir adiante.

Também integram a relação de prioridades da pasta a conclusão das

duplicações da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, e da BR-

116 entre Guaíba (RS) e Pelotas (RS). Além delas os acessos aos portos de

Miritituba (PA) e Pecém (CE), bem como o Arco Metropolitano do Rio de

Janeiro, são vistos como fundamentais.

Entre os cerca de 30 projetos que terão que esperar está, por exemplo, a

pavimentação da BR-419, no Mato Grosso do Sul. A obra vai ser incluída na

terceira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3), mas o

projeto vai chegar, no máximo, às fases de planejamento, estudos, licença

ambiental e, talvez, contratação para execução em 2016. O ministério guarda a

sete chaves a lista completa das obras barradas, a fim de evitar reações

políticas.

Com a certeza de que o dinheiro será curto neste ano, a expectativa é que as

concessões ajudem a ampliar o volume de obras rodoviárias no país. O governo

tem quatro lotes com estudos avançados e pretende encomendar projetos para

outros trechos. Entre os que estão sendo considerados estão as duplicações

das rodovias: BR 101-RS, BR 280-SC, BR 470-SC, BR 251-MG e BR 365-MG.

Para ferrovias, o veto de Levy ao modelo pelo qual o Tesouro Nacional dá

garantias bilionárias às concessionárias colocou o programa em compasso de

espera. A discussão mais adiantada visa a concessão de lotes da Ferrovia

Norte-Sul que estão sendo construídos pela estatal Valec.

Para o trecho entre Ouro Verde (GO) e Estrela D'Oeste (SP), a expectativa é

que seja adotado um modelo misto, pelo qual uma parcela da capacidade de

carga será concedida mediante pagamento de outorga e a outra parte ficará

disponível para que as empresas interessadas possam usar os trilhos após

pagarem uma tarifa pré-estabelecida.

Page 14: Fim de Semana ARTESP - edição 06

30/04/2015

Obras foram interrompidas e não há previsão de retomada, diz ministro

O Ministério dos Transportes suspendeu obras no país por falta de recursos e não tem

previsão de retomá-las, afirmou nesta quarta-feira (29) o ministro dos Transportes,

Antonio Carlos Rodrigues, em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado.

Segundo o ministro, a interrupção das obras ocorreu em meio ao impacto do ajuste fiscal

sendo promovido pelo governo federal e consequências da Operação Lava Jato, da

Polícia Federal, em que várias empreeiteiras já se viram obrigadas a entrar em

recuperação judicial, informa a Agência Reuters.

"Vai haver várias reclamações dos senhores sobre paralisação de obras. Parou, sim! Eu

não vim aqui, não há cortina de fumaça, eu não posso esconder o que está acontecendo

no Ministério", disse o ministro a senadores que o convocaram para discutir o impacto do

ajuste fiscal nos investimentos do Ministério dos Transportes.

Entre as obras paralisadas estão as da rodovia BR-153 no trecho entre Anápolis (GO) e

Aliança do Tocantins (TO). Envolvida na Lava Jato, a construtora Galvão Engenharia

ainda não teve acesso a um empréstimo inicial do BNDES, de cerca de de R$ 400

milhões, e chegou a demitir aproximadamente 400 trabalhadores, segundo informações

da Agência Senado.Por falta de repasses outras obras de infraestrutura também estão

atrasadas ou paralisadas.

Cobrança de empreiteiras

Rodrigues falou que até agora "não sabe quanto pode gastar" e que "a grande

preocupação nossa hoje é ter recursos para manutenção (...) Eu nunca esperava chegar ao

início de maio sem saber o que tenho de recursos".

O ministro comentou ainda aos senadores que vem sendo cobrado por empreiteiras sobre

o pagamento de obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

(DNIT) e da estatal ferroviária Valec. "Assusta receber um telefonema falando: 'Ou você

me paga hoje – e eu não tenho – ou vai parar a obra tal.' Os telefonemas que eu recebo e

as visitas que eu estou recebendo nesse período de quatro meses é apenas reclamação por

falta de dinheiro e a falta de estabilidade que estamos tendo", disse o ministro. O ministro

espera que sejam liberados R$ 13,6 bilhões para dar continuidade aos projetos.

Concessões

Sobre as novas concessões, Rodrigues disse que o modelo não está definido, mas que

pode incorporar parâmetros de outros governo. "O que foi bom no passado pode ser feito

agora. Não temos definições. Estamos estudando", disse.

Segundo Jorge Luiz Macedo Bastos, diretor-geral da Agencia Nacional de Transportes

Terrestres (ANTT), a estimativa é de que sejam investidos R$ 5 bilhões em concessões

de rodovias em 2015. Esse valor pode chegar a R$ 20 bilhões nos próximos anos.

Page 15: Fim de Semana ARTESP - edição 06

27/04/2015

BB, Caixa e BNDES vão elaborar modelos

para financiar projetos de infraestrutura

O Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal e o BNDES vão elaborar estudos para modelos de

financiamentos das obras de infraestrutura a serem concedidas pelo governo federal. Em busca de uma

agenda positiva às vésperas de anunciar um corte de despesas para ajustar as contas públicas, a

presidente Dilma Rousseff se reuniu, no fim de semana, com 13 ministros e o alto escalão dos bancos

públicos para traçar planos na área de infraestrutura. O Valor apurou que as instituições financeiras não

participaram do encontro como investidores, e sim pela capacidade de criar a sustentação financeira das

concessões.

Cada ministro tinha o dever de apresentar projetos e investimentos à presidente. O tempo, no entanto,

não foi suficiente para que titulares de algumas pastas - Portos, Cidades e Comunicações - discutissem,

da maneira ideal, as obras propostas.

Apesar da movimentação de carros de autoridades do governo durante todo o sábado no Palácio da

Alvorada, residência oficial da presidente, três pessoas participaram de quase toda a reunião: a

presidente da Caixa, Miriam Belchior; o presidente do Banco do Brasil, Alexandre Abreu; e o vice-

presidente do BNDES, Wagner Bittencourt.

"As três instituições financeiras tem expertises diferentes, em diferentes áreas, o que pode ajudar em

cada tipo de projeto a ser concedido", explicou uma fonte do Palácio do Planalto. A ideia é tirar o peso,

principalmente, do BNDES. Os três bancos foram os principais agentes financiadores de concessões já

realizadas.

A grande reunião do fim de semana não foi conclusiva. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já disse

que será lançado, em maio, um programa de concessões com o objetivo de ampliar investimentos em

infraestrutura. Isso está mantido. Os encontros da presidente Dilma, agora, podem passar a ser mais

setoriais, visto que os projetos apresentados estão em estágios distintos. À medida em que a parte

técnica for concluída, os projetos para concessão serão anunciados.

Estudos para a concessão de quatro lotes de rodovias, por exemplo, estão bem adiantados. O mesmo

vale para os aeroportos de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. A intenção de realizar o leilão já foi

confirmada pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

No encontro, Dilma disse que queria mais terminais nessa lista. A equipe da presidente vai, então,

analisar a licitação para mais aeroportos com foco nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

As obras na bacia do rio São Francisco também estão em estágio avançado. Mesmo assim, Dilma

cobrou que fossem agilizadas. Figuram entre os "investimentos que ainda precisam maturar" os planos

na área de hidrovias e ferrovias.

Participaram das discussões no Palácio da Alvorada os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson

Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Eduardo Braga (Minas e Energia), Antônio

Carlos Rodrigues (Transportes), Gilberto Occhi (Integração), Eliseu Padilha (Aviação), Edinho Araújo

(Portos), Gilberto Kassab (Cidades), Ricardo Berzoini (Comunicações), Izabella Teixeira (Meio

Ambiente), Kátia Abreu (Agricultura) e Edinho Silva (Comunicação Social).

Page 16: Fim de Semana ARTESP - edição 06

G1

29/04/2015

Transporte de produtos por trens pode

diminuir custos da indústria

Volume chegaria a aproximadamente 106 mil toneladas por mês.

Representantes do setor afirmam que existe demanda para a ferrovia. Do G1 Presidente Prudente

Para as empresas do Oeste Paulista conseguirem

transportar suas produções tem ficado cada vez mais

caro. Mas isso poderia ser minimizado se o transporte

fosse feito por trens. É justamente isso que prevê um

plano enviado pelo Ministério Público à Justiça, para

que as ferrovias da região sejam reutilizadas

novamente. De acordo com os especialistas e

empresários do setor, a demanda existe.

Quase não dá para ver a ferrovia, pois o mato tomou conta do local, já que os trens não

passam pela via-férrea há 14 anos. Ela leva até o interior de uma indústria em Osvaldo Cruz,

a quarta maior processadora de soja do país. Lá dentro a estrutura está pronta para o

transporte ferroviário, mas nada do que é produzido sai da unidade pelos trilhos.

O assessor da diretoria Hernani Losso Junior, disse que “cada tonelada de soja que é

transportada em caminhões, você consumiria um quarto de diesel transportando por ferrovia,

isso sem contar o pedágio”.

A empresa já fez as contas: 300 mil toneladas de farelo de soja e outras 90 mil toneladas de

óleo seriam levadas pelos vagões para os portos de Santos e Paranaguá, de onde seguiriam

para a Europa e para a Ásia. “A logística impacta e seria uma necessidade em um momento

que o Brasil está mais competitivo”, acrescentou Losso Junior.

Além da indústria de Osvaldo Cruz, pelo menos outras três já revelaram a intenção de fazer o

escoamento da produção pelo transporte ferroviário. Dados levantados por entidades da

região de Presidente Prudente e que foram apresentados ao Ministério Público Federal (MPF)

e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) demonstram que o volume chegaria

a aproximadamente 106 mil toneladas por mês. Para carregar tudo isso, seriam necessários

entre 2.500 e 3.000 vagões dependendo do tipo de produto a ser transportado.

Page 17: Fim de Semana ARTESP - edição 06

Apesar desses números, a concessionária responsável afirmou aos procuradores que as

ferrovias foram desativadas porque não existe demanda, ou seja, não há o que transportar.

Essa contradição é um dos principais pontos do pedido apresentado pela Procuradoria à

Justiça, reivindicando a reativação do transporte ferroviário na região.

Para o Ministério Público Federal não há dúvida de que a demanda existe e a concessionária

deve ser obrigada a cumprir a função. Os procuradores ainda cobram uma multa de quase R$

40 milhões pelo tempo em que o serviço foi interrompido e estipula uma nova multa de R$

500 mil por dia caso a situação não mude.

A medida traz nova esperança, não apenas para as empresas. Osvaldo Cruz, município com

maior volume de exportações da região de Presidente Prudente, com quase R$ 1 bilhão só em

2014, vê os trilhos trazerem uma possibilidade de crescimento ainda maior.

Secretário de indústria e comércio de Osvaldo Cruz, Ed Luis Jundi afirmou que “a única

coisa que está travando o Oeste do Estado de São Paulo é o problema do transporte e não

podemos ficar apenas em uma matriz”. “Precisamos urgente de mais alternativas”, destacou.

A expectativa agora é pela decisão do Poder Judiciário. As entidades que representam a

indústria no Oeste Paulista apontam que já houve tempo suficiente para as discussões entre o

setor e a concessionária e que o momento requer menos discurso e mais prática.

“A questão judiciária é extremamente importante, porém, está na hora do governo traçar um

novo modelo de concessão e fazer que realmente funcione”, disse o presidente da Ciesp,

Wadir Olivetti. “Minha sugestão é que realimente faça uma cota mínima de transporte, que

ao menos 30% seja pelo meio ferroviário”.

Por meio de nota, a América Latina Logística (ALL), informou que as questões citadas serão

tratadas na esfera judicial.

Page 18: Fim de Semana ARTESP - edição 06

29/04/2015

Corredor Metropolitano Guarulhos será entregue em Maio, diz EMTU

Esta marcado para a segunda quinzena de Maio a entrega do segundo trecho

do Corredor Metropolitano Guarulhos-São Paulo, segundo informou a Empresa

Metropolitana de Transportes

Urbanos (EMTU).

Este trecho, que ligará os

terminais Cecap e Vila Galvão,

prevê também a construção de

duas Estações de Transferência,

20 Estações de embarque e

desembarque, três novas faixas

por sentido ao longo do corredor,

sendo uma exclusiva para ônibus e a instalação de um ciclopasseio.

Os investimentos são de R$ 78,7 milhões. A EMTU também prevê que neste

trecho sejam transportados cerca de 60 mil passageiros diariamente, com

economia no tempo da viagem de até 20%.

A via de rolamento exclusiva para ônibus será em pavimento rígido, passando

pelas avenidas Tancredo Neves, Antonio de Souza, Presidente Castelo Branco

e Torres Tibagy, com exceção do trecho entre Vila Endres e Av. IV Centenário,

onde o tráfego será compartilhado, conforme solicitação das autoridades de

trânsito da cidade.

Terceira fase

De acordo ainda com a EMTU, está

em fase de projeto o terceiro trecho

do corredor, que ligará o Terminal

Vila Endres à futura estação

Tiquatira do Metrô e da CPTM.

Page 19: Fim de Semana ARTESP - edição 06

Licitação da área 5 do ABC novamente foi esvaziada

Nenhuma proposta foi apresentada e região continua enfrentando

transportes problemáticos

ADAMO BAZANI – CBN

Pela sexta vez, desde o ano de 2006, a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes

Urbanos tenta sem sucesso licitar as linhas de ônibus intermunicipais que ligam as sete

cidades do ABC Paulista e a capital.

A audiência pública de licitação que ocorreu na última sexta-feira, dia 24 de abril, foi

esvaziada pelas empresas de ônibus. Não houve apresentação de nenhuma proposta.

A área 5, que corresponde ao ABC, é a única que opera em regime de permissões

precárias, contrariando a Constituição de 1988 e a Lei 8666, de 1993, que determinam

que todo o serviço público prestado por empresas particulares seja concedido após

disputa pública por meio de licitação.

A região possui 153 linhas de ônibus intermunicipais, que transportam por mês 7,78

milhões de passageiros em 947 veículos.

Por causa do impasse entre empresas e EMTU, o ABC Paulista é a área da região

metropolitana de São Paulo que possui a frota mais antiga: 9,2 anos de média de idade.

Além disso, os itinerários são desatualizados e as empresas não operam em forma de

consórcio, como nas outras regiões, dificultando até mesmo a fiscalização. Hoje são 19

operadoras de transportes.

Quebras de ônibus, lotação, atrasos são algumas das principais queixas dos passageiros.

Além disso, empresas como EAOSA, Viação Ribeirão Pires, Urbana e São Camilo estão

com problemas judiciais e trabalhistas. Se o regime fosse de concessão por licitação,

como ocorre nas outras quatro áreas da Grande São Paulo, elas poderiam ser impedidas

até mesmo de continuar os contratos.

Os empresários de ônibus alegam que as condições de operação e os salários dos

motoristas e cobradores do ABC, que são mais altos, não permitem aceitar os termos

exigidos pela EMTU. Eles dizem também que as empresas aguardam as conclusões das

obras do monotrilho do ABC para ver o impacto do novo modal nas linhas da região.

Os contratos das outras quatro áreas terminam no ano que vem. A EMTU, oficialmente,

não deve fazer uma nova licitação só para a área 5 da Grande São Paulo.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Page 20: Fim de Semana ARTESP - edição 06

28/04/205

ANTT- JORGE BASTOS TOMA POSSE COMO

DIRETOR-GERAL EFETIVO DA ANTT

A solenidade de posse do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres -

ANTT, Jorge Bastos, ocorreu na última sexta-feira (24/4), no edifício-sede da Agência,

em Brasília (DF). O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, representantes

do Congresso Nacional, entidades do setor e servidores prestigiaram o evento.

Durante seu discurso de posse, Jorge Bastos lembrou emocionado da importância da sua

família, amigos, sua equipe e todos os servidores da Agência. “Servidores, tenho que

agradecer todo o empenho de vocês e a ajuda que vocês me deram até hoje para que eu

possa cumprir essa missão na Diretoria. Sem a ajuda de vocês nós não teríamos

conseguido nada. Considero o quadro de servidores da ANTT o melhor quadro de

agências no Brasil, pois são pessoas supercapacitadas e comprometidas com o trabalho.

Temos grandes desafios e conto com os servidores da casa”.

Bastos também destacou a importância da Diretoria Colegiada: “Somos uma Diretoria

firme no propósito, que tem toda a sua legitimidade para poder cumprir com sua missão.

Os diretores que estão hoje vêm desempenhando um papel excelente e têm me ajudado.

Sem eles não teríamos chegado aonde chegamos”.

O diretor Carlos Fernando Nascimento ressaltou o empenho de Jorge Bastos e destacou

os avanços da Agência: “A gestão do Jorge, como diretor-geral, é a gestão mais

transformadora da ANTT. Temos que reconhecer que essa mudança de fato é inegável e

trouxe um espírito de instituição, um sentimento do servidor de pertencer de fato a uma

instituição que é dele, que é feita pelo trabalho dele. A mudança no padrão de diálogo da

Agência com o nosso mercado regulado também caminha em um sentido muito mais

Page 21: Fim de Semana ARTESP - edição 06

saudável, porque temos que entender as demandas que são colocadas e construir a melhor

solução como órgão de estado que somos”.

Na ocasião, o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, falou do quanto é

gratificante assinar o ato de posse do diretor: “Eu tive a oportunidade de votar em você

na sabatina, votar em plenária no Senado. O meu primeiro ato como ministro foi a tua

indicação para diretor-geral e hoje estou te dando à posse. Quero dizer que o

entrosamento entre o Ministério e a ANTT está perfeito. A ANTT está sempre de

prontidão, sempre ajudando e esse entrosamento é muito importante para o crescimento

do Brasil”.

Entidades do setor prestigiaram o evento - O diretor da Agência Nacional de Transportes

Aquaviários – ANTAQ, Fernando Fonseca parabenizou Bastos. “A ANTT é parceira. As

agências foram criadas pela mesma lei, são coirmãs e, desde já, deixo-me à disposição do

Jorge Bastos para que possamos atuar conjuntamente em prol do desenvolvimento do

setor de transporte”.

Josias Sampaio, diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), falou

da importância da ANTT ter seu diretor nomeado. “Jorge, com certeza, vai alavancar a

atuação da Agência. Transmito parabéns e um desejo de muito sucesso. Tenho certeza de

que a administração dele será muito profícua e pode contar comigo e com a EPL

também”.

Jorge Bastos agradeceu a participação do público e lembrou que conta com a parceria de

todos para aprimorar a qualidade do serviço de transportes terrestres. “A nossa missão é

regular bem e dar tranquilidade, tanto para o usuário quanto para o governo e as

concessionárias, da melhor maneira possível. Vamos cumprir o nosso papel!”, finalizou.

Page 22: Fim de Semana ARTESP - edição 06

27/04/2015

ANTT credencia pátios para a guarda de veículos apreendidos A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou o aviso de Chamamento Público nº 2/2015, que tem o objetivo de credenciar, em todo o Brasil, pátios de empresas para a guarda de veículos apreendidos nas ações de fiscalização realizadas pela Agência. A remuneração pelo serviço prestado será de responsabilidade do infrator que gerou a demanda, não estando prevista contraprestação financeira pela ANTT em decorrência da utilização dos pátios. O edital e seus anexos estão disponíveis no endereço http://bit.ly/1zVpPBb ou na Superintendência de Fiscalização da Agência (SCES, lote 10, trecho 03, Projeto Orla Polo 8 - Brasília/DF). O combate ao transporte clandestino ganhou um reforço em março de 2014, com a publicação da Resolução nº 4.287/14. Medidas como apreensão de veículo por, no mínimo, 72 horas e responsabilização pela continuidade da viagem dos passageiros pelos infratores foram algumas novidades trazidas pela norma. O credenciamento dos pátios é necessário para garantir a efetividade da resolução e a integridade do patrimônio.

AGENDA 2015

Maio

Inscrições para o Prêmio ABCR de Melhor Dissertação de

Mestrado e Melhor Tese de Doutorado

De 11/02 a 04/05/2015 - www.abcr.org.br

Junho

20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito

De 23 a 25 de junho em Santos

Agosto

IX Congresso Brasileiro de Regulação – ABAR

Envio de trabalhos técnicos até dia 8 de maio.

Congresso: de 17 a 20 de agosto em Brasília.

5a edição do Salão de Inovação ABCR

14 a 16 de setembro de 2015 em Brasília

Novembro TranspoQuip Latin America 10 e 12 de novembro, em São Paulo