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entre MARGENS BIMENSÁRIO | 25 JUNHO 2015 | N.º 541 DIRETOR: LUÍS AMÉRICO FERNANDES APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES. TELF. E FAX.: 252 872 953 EMAIL: [email protected] PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, CRL 1,00 EURO Domingo, no Estádio do Aves: 600 crianças a jogar futebol DESPORTO // PÁGINA 21 A maioridade da vila traz o ‘sim’ à Vila Nova? Parlamento deverá confirmar em breve ‘Vila Nova do Campo’ como nome da união de freguesias do Campo, presidida por Marco Cu- S. MARTINHO DO CAMPO // ELEVAÇÃO A VILA nha. Enquanto isso, S. Martinho do Campo celebrou 18 anos de vila e convocou para a festa as freguesias entretanto agregadas. Universidade Sénior na Assembleia da República Cerca de sessenta seniores de Vila das Aves rumaram até Lisboa, para uma visita à Assembleia da Repú- blica. Deputada Andreia Neto fez as honras da ‘casa’. PÁGINAS 14 E 15 VILA DAS AVES Diálogo inter-religioso supera expectativas SANTA CRISTINA DO COUTO // COLÉGIO DE LOURDES A Semana Cultural do Colégio de Lourdes excedeu as expectativas mais otimistas e revelou-se uma atividade cultural de alto nível. Da- mos conta do evento, nesta edi- ção do Entre Margens. PÁGINAS 4-6 Santo Tirso já tem Movimento das Mulheres Social Democratas VEREADORA DO PSD, SOFIA RORIZ, COORDENA O MOVIMENTO. PÁG. 15

FIM DE SEMANA02 - WordPress.com...FRANCISCO MOITA FLORES Recriação história em mais uma Feira Afonsina A partir desta sexta-feira, dia 26, e até ao próximo domingo, Guimarães

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entreMARGENSBIMENSÁRIO | 25 JUNHO 2015 | N.º 541 DIRETOR: LUÍS AMÉRICO FERNANDES

APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES.TELF. E FAX.: 252 872 953

EMAIL: [email protected]: COOPERATIVA CULTURAL

DE ENTRE-OS-AVES, CRL1,00 EURO

Domingo, noEstádio do Aves:600 criançasa jogar futebolDESPORTO // PÁGINA 21

A maioridadeda vila traz o‘sim’ à Vila Nova?Parlamento deverá confirmar embreve ‘Vila Nova do Campo’ comonome da união de freguesias doCampo, presidida por Marco Cu-

S. MARTINHO DO CAMPO // ELEVAÇÃO A VILA

nha. Enquanto isso, S. Martinhodo Campo celebrou 18 anos devila e convocou para a festa asfreguesias entretanto agregadas.

UniversidadeSénior naAssembleiada República

Cerca de sessenta seniores de Viladas Aves rumaram até Lisboa, parauma visita à Assembleia da Repú-blica. Deputada Andreia Neto fezas honras da ‘casa’. PÁGINAS 14 E 15

VILA DAS AVES

Diálogo inter-religiososupera expectativas

SANTA CRISTINA DO COUTO // COLÉGIO DE LOURDES

A Semana Cultural do Colégio deLourdes excedeu as expectativasmais otimistas e revelou-se uma

atividade cultural de alto nível. Da-mos conta do evento, nesta edi-ção do Entre Margens. PÁGINAS 4-6

Santo Tirso játem Movimentodas MulheresSocialDemocratasVEREADORA DO PSD, SOFIA RORIZ,COORDENA O MOVIMENTO. PÁG. 15

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FIM DE SEMANA02 | ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015

||||| TEXTO: MIGUELMIGUELMIGUELMIGUELMIGUEL MIRANDMIRANDMIRANDMIRANDMIRANDAAAAA

Duas muralhas, uma no início e ou-tra no fim. Assim me parecem as duasmais longas músicas de “MaggotBrain”. A primeira, a que dá nome aeste registo de 1971, passa os 10minutos de duração. Eddie Hazel nãopassa a bola a ninguém, criando ummonopólio com o seu prolongadosolo. Há uma história subjacente:George Clinton, líder dos Funkadelic,pediu ao guitarrista para tocar imagi-nando que a sua mãe tinha morrido.O resultado mostra transparência dealma, com emoções à flor da pele. Aúltima, “Wars of Armageddon”, temquase o mesmo tempo, misturando,de forma bizarra, diferentes estilos esons. Pede-se mais liberdade, poderpara o povo e outras exigências, umascómicas, outras incoerentes.

No meio das barreiras, usufruímosde 5 temas mais convencionais. Ou-vimos também irreverência, mas apa-rentemente mais controlada e disci-plinada. Temos funk e soul com in-tromissões psicadélicas e de hard rockfacilmente tolerado. “Can You Get toThat” tem uma guitarra acústica quequebra a rotina, juntando o gospel

aos inúmeros estilos e influências. Asalternâncias de vozes graves e emfalsete alimentam o núcleo da can-ção. Continuamos? Claro que sim!Depois dos teclados de Bernie Worrelle da guitarra novamente espremidade Hazel, lá paramos noutras esta-ções. “You and Your Folks, Me andMy Folks” tem coros repetitivos, em-purrados pela pontuação do piano;com “Super Stupid” percebemos ondeLenny Kravitz foi buscar inspiração; e,finalmente, “Back in Our Minds” en-gana-nos com a sua falsa discrição.

Ganha volume na parte final, embo-ra por pouco tempo.

Como não podia deixar de ser, acapa é bem enigmática. Vemos umamulher a gritar, com o corpo todo ente-rrado. Associamos a embalagem a umatrevimento qualquer e depois nãosaímos desiludidos. No interior en-contramos uma mistura quase demen-te de Hendrix, Zappa e Brown. Claroque descobrimos mais elementos, masisso fica como desafio para quem sequiser aventurar neste mundo cheiode criatividade e imaginação. |||||Funk criativo

e irreverente

Dentro de portas - “Maggot Brain”

Criado em finais de 2000 por Ma-nuel Vidal e Óscar Flecha, o Porto-Tango apresenta-se este sábado naCasa das Artes de Famalicão.

O coletivo “celebra o som e po-esia de Buenos Aires interpretandoalguns dos mais representativos tan-gos, da Guardia vieja até as novasexpressões do pulsar porteño”. Paraalém de Flecha (guitarra) e de Ma-

O som e a poesiade Buenos Aires

nuel Vidal (voz), o grupo integra ain-da José Parra (piano), Jaroslav Mikus(violoncelo e acordeão), José Fidal-go (contrabaixo) e David Lloyd (violi-no). No concerto de dia 27, às21h30, apresentam-se também empalco os bailarinos Fernando Zalazar,Sara Ferreira, Manuel López e Patri-cia Zotto. O preço dos bilhetes é de10 e 5 euros (c/ desconto). ||||.

FAMALICÃO // MÚSICA E DANÇA

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SEXTA, DIA 26 SÁBADO, DIA 27Céu limpo. Vento fracoMax: 27º / min. 11º

Céu limpo. Vento fraco.Máx. 30º / min. 12º

Céu limpo. Vento fraco.Máx. 30º / min. 13º

DOMINGO, DIA 28

ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015 | 03

GANHE UM ALMOÇO PARA DUAS PESSOAS

DEVE O PREMIADO RACLAMAR O SEU JANTAR NO PRAZO DE 3 SEMANAS (SALVO OS SORTEADOS QUE RESIDAM NO ESTRANGEIRO)

No restaurante ESTRELA DO MONTE o feliz contemplado nesta segundasaída de junho foi o nosso estimado assinante José da Silva Pedrosa,

residente na avenida 4 de Abril de 1955, n.º 600, em Vila das Aves.

O premiado com um almoço para duas pessoas desta quinzena,deve contactar a redação do Entre Margens

Restaurante Estrela do Monte | Lugar da Barca - Monte | Telf: 252 982 607

Junho abafadiço,sai a abelha do cortiço

Este sábado, 27 de junho, ManuelMirra revela com que linhas se teceo seu mais recente livro de poesia,intitulado “Onde se esconde oamor”. A apresentação da obra estámarcada para as 17 horas e terá lu-gar no Parque do Ribeira do Mata-douro, em Santo Tirso.

A apresentação do livro será feitapelo escritor e argumentista Fran-cisco Moita Flores, participando ain-da na cerimónia o professor An-tónio Sousa, com um momento depoesia, ficando os apontamentosmusicais por conta de Ângela Mei-reles e da conhecida banda de San-to Tirso, Dan Riverman.

“Onde se esconde o amor”, pu-blicado pela Idioteque, sucede aolivro “O teu sorriso vive no meuolhar. É eterno por ti o nosso amar”,

Manuel Mirrarevela novolivro de poesiaFRANCISCO MOITA FLORES FAZ A APRESENTAÇÃO DE“ONDE SE ESCONDE O AMOR”, ESTE SÁBADO, NOPARQUE DO RIBEIRO DO MATADOURO, EM SANTO TIRSO

SANTO TIRSO // LIVROS

publicado em 2012 pela ChiadoEditora. “Os poemas de ManuelMirra interpelam-nos, deixam-noshesitantes à procura do tempo deque não vivemos porque não amá-mos”, escreve Francisco Moita Flo-res a propósito de “Onde se es-conde o amor”.

Manuel Mirra (1974), naturale residente em Santo Tirso, é licen-ciado em Direito pela Faculdade deDireito da Universidade Portucalen-se. A exercer advocacia, em escri-tório próprio, desde 1999, Manu-el Mirra foi também professor doEnsino Secundário. À sua atividadeprofissional, soma larga experiên-cia associativa e política. |||||

““Os poemas deManuel Mirrainterpelam-nos,deixam-noshesitantes à procurado tempo de que nãovivemos porque nãoamámos”FRANCISCO MOITA FLORES

Recriação históriaem mais umaFeira Afonsina

A partir desta sexta-feira, dia 26, eaté ao próximo domingo, Guimarãesacolhe a quinta edição da feira Afon-sina. E fá-lo, pela primeira vez, em ju-nho e não em setembro como vinhasendo hábito. O município explica quea alteração se fica a dever à “instabi-lidade climatérica verificada nos últi-mos anos”, que no ano passado ditoumesmo o seu adiamento em uma se-mana, e ao “desejo de fazer coincidira realização da Feira com o períodoem que tradicionalmente se celebraem Guimarães a Batalha de São Ma-mede e o Primeiro Rei de Portugal”.

Durante os três dias do evento, éproporcionado a todos os que visitamGuimarães um conjunto de experiên-cias intensas e memórias inesquecí-veis, nomeadamente, através da cons-trução de espaços temáticos e de inte-ração com as personagens que habi-

tam esta recriação. Este ano, o even-to retratará o episódio da “Carta deconfirmação do Foral de Guimarães”,outorgada pelo Infante D. AfonsoHenriques a 27 de abril de 1128.

Também pela primeira vez, a FeiraAfonsina será alargada aos largos daMisericórdia e Condessa do Juncal eà Rua Dr. Avelino Germano. Com estamedida, a organização pretende diver-sificar ainda mais o evento nos con-teúdos e na oferta, assegurando aomesmo tempo mais conforto aos vi-sitantes, que, espera, “cresça conside-ravelmente”.

A Feira Afonsina deste ano vaiabrir às 10h30 nos três dias da suarealização. A 26 e 27 de junho, en-cerrará pela 01 hora, enquanto noúltimo dia, a 28 de junho (domin-go), o encerramento da feira estámarcado para as 22h30. |||||

A CIDADE DE GUIMARÃES TROCOU SETEMBRO PORJUNHO E ESTE FIM DE SEMANA RECUA NOTEMPO EM MAIS UMA EDIÇÃO DA FEIRA AFONSINA

GUIMARÃES // EVENTOS

Os novos heróisde FilipaGodinhoEste sábado, pelas 18h30, é inau-gurada na Fábrica de santo Thyrsoa exposição “1562/1563” de Fili-pa Godinho (1983); artista plás-tica natural e residente em SantoTirso com trabalhos em pintura,desenho e escultura cerâmica.

A exposição reflete a vivênciaintima e familiar da autora: “Ven-do os meus pais mudados para oLar Casa de Repouso de Real, daSanta Casa da Misericórdia, pormotivo de doença, vi-me a convi-

GUIMARÃES // ARTE

ver quase diariamente com os res-tantes utentes. É numa tentativa deintegração e valorização do con-texto que surge a ideia de retratara nova “família”. Assim, a presen-te exposição retrata uns novospais, uns novos amigos, uma novacasa, que no conjunto transmitemum pouco do que eu própria sin-to e vivencio”.

São estes, diz a autora, “os he-róis do nosso tempo: não usamcapa nem voam pelo ar, vivem semdesistir, crentes no prazer de estare ver, superando cada obstáculo,cada cabelo branco, cada dor”.

A exposição, que integra pin-turas a óleo de grande formato,fica patente na Fábrica de SantoThyrso até dia 30 de agosto. |||||

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04 | ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015

DESTAQUESemana Culturalde Diálogointer-religiososupera expectativas

||||| TEXTO: LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

A primeira sessão da feliz iniciativa quevimos anunciando teve neste primei-ro dia do evento como protagonistao reverendo Anselmo Borges, umareferência cimeira na teologia católicaportuguesa; com a maior naturalidade,sentido do concreto e procurandonão ultrapassar a meia hora que lhefoi dada de exposição, AB começou

A Semana Cultural do Colégio deLourdes excedeu as expectativas maisotimistas e revelou-se uma atividadecultural de alto nível. Damos conta, deforma detalhada, nestas páginas doEntre Margens da conferência deAnselmo Borges sobre “O homem e asreligiões” e do colóquio “Diálogo Inter-religioso”, por serem aquilo que sepresta melhor ao registo escrito dumperiódico como o nosso. Precisaría-mos de uma edição multi-média para

SANTA CRISTINA DO COUTO // COLÉGIO DE LOURDES

revelar magnífica exposição que este-ve patente no colégio durante a sema-na, com peças artísticas algumas delasmuito significativas, relativas às religi-ões apresentadas. Para dar conta daanimação e do colorido da festa de sá-bado passado seria necessário umarevista a cores e ainda falta referir umconcerto original, da Biblioteca deSanto Tirso, o testemunho do fotógra-fo Hugo Lima relativo ao hinduísmo.Parabéns aos organizadores.

por valorizar os “5 Caminhos de Luz”,como projeto escolar de grande re-levância para a sociedade em geralmas que a comunicação social tendea tratar com menor relevância, afir-mando que falar de religião é muitasvezes no nosso ambiente “um deba-te envenenado e preconceituoso”.

A sua exposição nesta matériacentrou-se em dois polos, um polo aque chamou Subjetivo e um poloObjetivo: em suma, no primeiro, par-tiu da emergência de um mistério nocoração de cada ser humano, em ca-da tempo e lugar que lhe é dadoviver; no íntimo do seu ser, cada qualse pergunta, quem sou, o que estouaqui a fazer ao lado de outros, paraonde caminho, para onde vou apósa morte, o que me torna tão frágil esofrido; afinal, a experiência dos nos-sos limites e a hipótese de um “sa-grado” que algures nos justifica e ul-trapassa; e uma coisa será esta dispo-nibilidade subjetiva, prévia a qualquercredo e outra distinta, os “credos” em

que se foram cristalizando respostasa esta ânsia de absoluto ou de trans-cendente, a que uns foram chaman-do “deuses”, numa tradição politeísta,outros “Deus, Javé ou Alá” em tradi-ções monoteístas e outros simples-mente “energias místicas” que, porfalta de melhor definição, irradiam umcerto fulgor e iluminação interior, eeste é já o polo Objetivo da questão.AB muito vincadamente acentuou que“o sagrado está muito para além docódigo de doutrinas e de dogmas emque o homem em comunidades foiformulando o conceito de um ou vá-rios “deus(es)” e que as religiões ins-tituídas, em certo sentido, são cons-truções humanas, datadas, integradasem contextos específicos”, formas con-cretas de nos religarmos com o “Ou-tro” que nos transcende e que, porisso mesmo, está longe de caber nosnossos conceitos, não podendo havernenhuma inteligência humana capazde abarcar o “mistério” desse SerOutro, semelhante a uma “montanha”que cada ser e cada religião podemtentar ver a partir de um ângulo de-terminado, sendo que o diálogo inter-religioso é a tentativa de cada umadas crenças procurar vislumbrar o cimoda montanha, colocando-se no ân-gulo particular de visão de cada umadas outras com quem compartilha estemistério inabarcável, a ver se consegue

ver mais além e com mais clareza.Por isso mesmo, e fazendo uma

certa “depuração da memória e dosconceitos”, contestando o que foi adominação que, em nome das religi-ões ou de certas religiões, o homemhistórico impôs a outros homens, ABaconselhou-nos a assumirmos faceàs “ideologias” religiosas três posturasconcretas: 1. A recusa do “fundamen-talismo” a que chamou um “produtoda ignorância ou da estupidez” dospróprios crentes que caem na atitu-de de que a minha religião é a únicaque possui toda a verdade e que porisso tenderá a impor aos demais nemque seja pela força das armas, reco-nhecendo que por este lado umareligião facilmente se transforma numaderiva ao sabor de interesses geo-estratégicos ou de qualquer outranatureza que não a da legitimaçãode Deus e do seu projeto divino;

2. Uma segunda postura a ter emconta como fonte de sabedoria e dediálogo inter-religioso é a “Leitura his-tórico-crítica” das fontes escritas emque cada crença se inspira, a leiturados Livros e dos textos no seu con-texto, ou seja, nas condições, línguase circunstâncias em que foram forma-tados, rematando com a afirmaçãoperentória de “nada de tomar os li-vros bíblicos à letra”;

Os 5 Caminhos da Luzno Colégio de Lourdes

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ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015 | 05

ISLAMISMOMuhmud, Professor deFilosofia e membro dacomunidade Islâmica do Porto

1 “aquilo que fazemos pelos ou-tros é imortal. Isto que fizeramaqui é imortal. Isto sim merecia aatenção da comunicação social”;“ a linguagem que trago enquantorepresentante do Islão não preci-sa de tradução: é a linguagem docoração”. “Islamismo é também religiãomonoteísta, sendo das três ( “doLivro”) a que surgiu mais tarde. OIslão abarca as religiões anterio-res.”“ Maria mereceu um capítulo doAlcorão”.“A palavra Islão tem a mesma raizetimológica de Salam : “que a paze a bênção de Deus estejamconvosco”.“Islão tem dois sentidos: submis-são a Deus e paz. Muçulmano éaquele que se submete a Deus”“ Acreditamos na predestinação: odestino é Deus que o escolhe. Oque não quer dizer que não te-nhamos na nossa posse o critériodo bem e do mal”“Acreditamos no juízo final”“ Acreditamos nos anjos (…)Acreditamos que há anjos queacompanham os nossos dias e vãoregistando as nossas ações.”´“Acreditamos nas escrituras, noantigo e no novo testamento”.“Islão surgiu na Arábia, no século

3. que as religiões devem assumircomo condição da sua própria liber-dade, a existência e a promoção deEstados laicos e não confessionais,devendo estes promover a igualda-de e a alternidade de cada um doscredos que nele se corporizam, ze-lando pelos direitos e deveres quelhes incumbem para a paz e o pro-gresso da sociedade.

Uma ligeira crítica feita pelo orador àpostura do Islão, nestas matérias ena atitude que este tem relativamen-te à promoção dos direitos das mu-lheres, evocando a figura do profetaMaomé na sua dupla vocação de lí-der espiritual e de chefe militar aoserviço da expansão da religião, le-vou-o a considerar que, ao contrárioda Igreja Católica que conseguiu fa-zer uma caminhada notável para che-gar a este estado de relativa convivên-cia com o mundo moderno, o Islãoirá ter grande dificuldade de a fazer,graças ao proselitismo e aos fanatis-mos de muitos dos seus crentes, oque suscitou no reverendo Abdul,que aqui representava o Centro Islâ-mico do Porto, uma objeção: o mes-mo, orgulhando-se de ser portuguêse antigo combatente, não teve qual-quer dúvida em rejeitar autênticas bar-baridades cometidas em nome doIslão que não são consentâneas com

a sua doutrina, como não entendealguma “islamofobia” propalada porcerta comunicação social, acentuan-do a ideia de que a cultura do Islãoé uma cultura de tolerância, de amore de compaixão. AB concluiu com aafirmação de que no “Juizo Final” omesmo Deus em que ambos creemnão perguntará a cada um dos cren-tes se cumpriu os mandamentos e asnormas de cada religião mas as Obrasde Misericórdia e as exigências deamar a Deus através do próximo.

Seguiu-se um convite dirigido aospresentes pela irmã superiora fran-ciscana e pelo docente de religião emoral do colégio, Duarte Almeidapara visitarem o espaço da exposição“5 Caminhos de Luz” que é o proje-to pedagógico que mobilizou a co-munidade escolar no sentido de umamaior compreensão dos símbolos,rituais e ícones sagrados das 5 reli-giões convidadas a estarem presen-tes neste “fórum”, nomeadamente asReligiões Católica, Judaica, Islâmica,Budista e Hindu, Caminhos de ilu-minação bem compendiados numcatálogo de apresentação “5 Cami-nhos de Luz” magnificamente apre-sentado e que aconselhamos a ad-quirir a quantos não puderam visitara exposição que esteve patente aopúblico durante toda a semana de15 a 20 de junho. |||||

1 - Sobre a sua religião

2 - Sobre a tolerância,respondendo à perguntado moderador “comoé que cada religiãolida com a tolerância?”

JUDAÍSMOMichael Rothwell,Professor e membro daComunidade Judaica do Porto

1 “A ideia fundamental do judaís-mo é a fé num só Deus”;“A ideia de um só Deus, era naépoca de Abrão uma ideia revolu-cionária”;“Uma aliança sagrada entre Abrãoe Deus: se o povo cumprisse ospreceitos Deus iria acompanharos seus descendentes”;“a ideia de povo eleito é: Deusdeu um papel particular aos ju-deus para serem exemplares eserem uma luz entre as nações”;“ não é preciso converter-se (aojudaísmo) para beneficiar dagraça de Deus; os judeus entendemque basta cumprir as sete leis deNoé para obter a graça de Deus”“...(com Moisés) durante o per-curso de quarenta anos no deser-to acontece o momento mais im-portante do Judaísmo, em queDeus entrega os dez mandamen-tos e a Torá, os primeiros cincolivros (da Bíblia), a principalfonte da religião judaica”

VII, numa zona de peregrinaçãopré-islâmica”.

2 “… o Alcorão diz-nos que to-das as religiões, por mais dife-rentes que sejam devem competirumas com as outras nas boasações”“ ...a ideia de que os muçulmanosobrigam pessoas a converter-se áforça. O Alcorão sobre isto dizque não há coação religiosa. (…)O que estamos habituados a verna comunicação social do quefazem grupos fundamentalistas éprofundamente anti-islâmico.”

2 “Sendo judeu, quando me falamem tolerância penso na intolerân-cia a que os judeus foram sujeitosao longo dos séculos, penso noHolocausto e um pouco mais paratrás, penso na Inquisição.”“A tolerância de uma religiãopelas outras é uma coisa que,lamentavelmente faltou durantemuitos séculos.”

HINDUÍSMONalin Trakrar, Presidente da AssembleiaGeral da Comunidade Hindú do Porto.

1 “Religião é uma palavra insufi-ciente para definir hinduísmo.Hinduísmo é uma filosofia, ummodo de vida”.“ É considerada a religião eterna.Não se conhece fundador e ondecomeçou…cerca de 3000 anosantes de Cristo”.“É um conjunto de várias crenças,práticas, mitos, escrituras e não-escritos.”“Entendimento entre várias cren-ças. (…) A verdade é única emboraos sábios a conheçam como muitas”.“O que é objetivo de vida...”“Separa duas coisas: consciênciae corpo.(…) Reincarnação, oespírito vai mudando o corpo.”“Como é que vê Deus? (…) Nohinduísmo há uma liberdadetotal: há muitas imagens de Deus… mas Deus é só um mas as re-presentações são muitas”.“Hinduísmo acredita que o nosso

COLÓQUIO INTER-RELIGIOSO:UM RESUMO DAS IDEIAS-CHAVE

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BUDISMOGen Kelsang Togden, Monge Budis-ta, diretor do Budismo Kadampa dePortugal e dos Países da América do Sul

espírito faz parte de um dalgumespírito supremo, central, nóssomos parte de, podemos chamar,de Deus”

2 “Hinduísmo é uma das maistolerantes religiões que existem.”“É impressionante a variedade deexpressões religiosas na Índia”.

1 “ Eu não nasci budista.(…)Encontrei-o porque eu procuravao que o budismo oferece: a pazinterior.”“ Cada religião é definida poralgumas coisas principais: nobudismo é principalmente a ex-periência de paz interior que éuma ausência de sofrimento eperturbação mental.”“ A meditação é o coração da prá-tica budista”.“…2600 anos atrás, no norte daÍndia, um rei teve um filho a quedeu o nome de Siddártha (…)Percebeu que apesar da riquezanão podia proteger do sofrimen-to que todos temos que passar: osofrimento da enfermidade, davelhice e da morte. E foi isso quelevou esse rapaz a tornar-se mon-ge e foi habitar nas florestas paraencontrar a resposta a como evi-tar que esse sofrimento cessepara sempre.”“Estado de iluminação da nossamente é um estado completamen-te livre de perturbação mental,não percebe nada de forma equi-

vocada e sente paz interior pro-funda”.“Buda é uma palavra do sânscritoque significa um ser desperto,alguém que despertou da igno-rância”“Todos temos potencial para atin-gir esse estado mais elevado (deiluminação)” “Esse estado desen-volve-se através da meditaçãopara cultivar paz interior, dacompaixão que beneficia os ou-tros e procura aliviar sofrimentoe da sabedoria que é o desenvol-vimento interior da nossa capaci-dade de perceber as coisas comoelas realmente são”.

2 “… a prática budista requer umexame contínuo da consciência.(…) O budismo é quem maisenfatiza a necessidade imperativade conhecer-se, examinar-se,constantemente…”“Essa questão de tolerância eucolocaria na questão de aceita-ção, aceitar que cada um pensacomo pensa.”“Não é se Deus quiser, é se você

CRISTIANISMOLuís Leal, do Centro de Estudosde História Religiosada Universidade Católica

1 “São muito raros estes momen-

fizer um esforço. Trate de se res-ponsabilizar pelo que se passacom a tua mente. Cuida da tuamente A tua paz interior dependedo teu cuidado, tua transparência”

tos [de diálogo inter-religioso]”“sinto-me numa situação incómo-da, pois estão à espera, dos ou-tros, de algo de novo... e seria deestranhar que o que eu vos dis-sesse fosse novo”;“o cristianismo é uma das trêsreligiões do livro, partilhamoscom o judaísmo e o islão essamesma fonte, a Bíblia, e todosradicamos, lá longe, no pai co-mum que é Abraão”;“Abraão apercebeu-se de quetinha mais sentido pensar em umsó Deus”. “Cristianismo é umareligião de uma pessoa, Jesus, onazareno, judeu, que aprendeutoda a tradição judaica e anun-ciou um mundo novo, com umamensagem subversiva”

2 “Só há 50 anos, pela primeiravez, um Concílio (...) disse clara-mente que respeita o que de bom,de positivo, de belo, existe emtodas as outras religiões”“ a Igreja Católica pela primeiravez admite que alguém possasalvar-se fora da religião cristã”

Nome: ............................................................................................................................................................................Morada: ................................................................................................................................................................Código Postal: ......................... / .................... Localidade: ..............................................................................Telefone: ............................................. Número de Contribuinte: .............................................................................Data de Nascimento: ......... / .......... / ..........Forma de pagamento: Cheque número (riscar o que não interessa): ....................................................................................ou por transferência bancária para o NIB: 0035 0860 00002947030 05Data ..... / ..... / ..... Assinatura: ........................................................................................................................................

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* VALORES DAS ASSINATURAS // PORTUGAL - 15 EUROS; EUROPA - 27 EUROS; RESTO DO MUNDO - 30 EUROS

06 | ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015

Seleção e ilustrações de Américo Luís Fernandes

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|||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

“Em termos infraestruturais, quer emtermos de relação com o poder, querem termos de condições ambientais,a nossa relação com o mundo em-presarial local é fundamental porquequer se trate de empresas, quer setrate da Câmara, quer se trate de re-ligião o público para quem trabalha-mos é sempre o mesmo”. Esta é, de

“Não temos sidomuito eficazesna promoção daquiloque é português”

SANTO TIRSO // EMPRESAS

PRESIDENTE DA CÂMARA VISITOU, NA PASSADA SEGUNDA-FEIRA, DIA 22,A ESTAMPARIA TÊXTIL ADALBERTO, EM REBORDÕES. NA OCASIÃO,JOAQUIM COUTO DEFENDEU QUE O MUNICÍPIO DEVE APOIAR O INVESTIMENTO

resto, uma das razões apontadas pelopresidente da Câmara, Joaquim Cou-to, para a procura do “consenso” e“diálogo social”. Em visita à Estampa-ria Têxtil Adalberto, em Rebordões, opresidente destacou a necessidadede mostrar aquilo que de excelentese faz no município. Por um lado, “por-que isso promove o município e dáa conhecer aquilo que de bom se fazaqui”, por outro, acrescentou, “tam-

bém permitirá que as escolas, sobre-tudo os alunos das escolas secun-dárias, possam ver que hoje a indús-tria têxtil é uma indústria de ponta, éuma indústria com futuro e que ne-cessita que os jovens saibam exata-mente aquilo que se produz e comoé que funciona, quais são os passosimportantes de uma empresa têxtilcomo esta para que se dissipe, dealgum modo, a imagem que têm doque era há 40 ou 50 anos”.

Com um crescimento de 10 porcento no ano passo e um investi-mento, já este ano, de um milhão deeuros em equipamento de estampa-ria digital que dotou a empresa damelhor tecnologia do mundo, Estam-paria Têxtil Adalbero emprega cercade 380 pessoas e, para além da pro-dução já expandiu para a área dadistribuição. “Vimos que havia opor-tunidades no mercado na área dadistribuição, lançamos a nossa mar-ca, a gama natura em termos de rou-pa de cama e distribuímos uma seriede produtos licenciados, como algunsligados à Disney”, explica o adminis-trador da empresa, Mário Jorge Ma-chado. O presidente da Câmara vê aempresa como sendo de “excelên-cia”, “com referências de qualidade ereferências de criatividade a nível na-cional e internacional” e com preo-cupações ambientais, “fundamentaispara vender e promover produtos em

sociedades e em países altamenteevoluídos que exigirão essas e ou-tras condições”.

Ainda assim, Mário Jorge Macha-do garante ser “muito difícil estarneste negócio”. “Na indústria têxtilportuguesa precisamos de usar to-dos os fatores que temos à nossadisposição para conseguirmos serconcorrentes”, explica, “temos que sermuito esforçados, muito competitivosem termos dos processos produtivos,em termos do design para conseguir-mos passar entre toda a concorrên-cia que temos, daí que esta intangi-bilidade de ser um produto europeu,com design europeu, com fabricoeuropeu, sem dúvida que tem umvalor muito diferente dos produtosque são feitos noutras zonas geo-gráficas”. O administrador assemelhao negócio a uma guerra “em campoaberto”, onde “não há nenhuma bar-reira a proteger a indústria têxtil naEuropa” e, também por isso, defendea importância da promoção da qua-lidade do que é produzido. “Nós nãotemos sido muito eficazes na promo-ção daquilo que é português mas,neste, momento já temos clientes,europeus e alguns americanos, quefazem questão de divulgar que o pro-duto é feito em Portugal porque sa-bem que isso é uma mais valia paraos seus clientes”.

Joaquim Couto defende que a Câ-mara Municipal deve criar as condi-ções para o investimento e explica queo objetivo das visitas a empresas doconcelho é “puxar para cima a excelên-cia do que temos para que possa-mos, a partir daí, incrementar e desen-volver um outro conjunto de temáticase de matérias que estão conexas comeste processo da industrialização e dacriação de valor acrescentado”.

Mário Jorge Machado foi, emmarço, como noticiou o Entre Mar-gens, condecorado pelo Presidenteda República com a insígnia deComendador da Ordem de MéritoIndustrial. ||||||

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ATUALIDADE

A ESTAMPARIA TÊXTILADALBERO EMPREGACERCA DE 380 PESSOAS

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OPINIAO~

Como o diálogointer-religiosoé possível e fecundo

No presente mês de junho, justamen-te a 6, não terei andado muito longede Sarajevo, uma cidade importantede um País que foi visita simbólicado papa Francisco, tal o seu empe-nhamento em aproximar povos, cul-turas e países, neste caso, no interi-or da Europa, que sofrem ainda fe-ridas de guerra e de um nacionalis-mo endémico que só entre 1992 e1995 provocou muito próximo de100 mil mortos. Pois, encontrava-me nesse mesmo dia em Pristina, noKosovo, este país quase fictício queresultou de uma miscelânea de po-vos que tentam conviver naquelepuzzle de países balcânicos que oimperialismo dos tempos da GuerraFria, anexou numa ConfederaçãoJugoslava e que acordaram para aindependência no meio de uma con-vulsão, felizmente, assim o cremos edesejamos, em vias de desanuvia-mento e ultrapassagem. O papa Fran-cisco visitou então a Bósnia-Herze-govina, um país de 3,8 milhões emque 40 por cento são muçulmanos,

cidadãos perante a lei” é uma condi-ção indispensável para essa futuraintegração.

Se evoco esta situação e este even-to histórico, num momento em quetudo parece girar em volta de umpossível colapso da Comunidadecom a Grécia, ali bem perto, preferiarelacioná-la com um evento a quedamos particular destaque neste nú-mero, na sequência aliás de outrosnúmeros em que apelávamos à par-ticipação pública neste evento queo Colégio de Lourdes realizou e aque chamou Diálogo inter-religiosoou “5 caminhos de Luz”.

Começamos por marcar presençana sessão de abertura que teve comoorador, o dr. Anselmo Borges, um es-pecialista da teologia cristã, e delafizemos a reportagem possível. Nãofoi tão fácil transmitir em reporta-gem formal a vivacidade e tranquili-dade do diálogo entre os cinco líde-res religiosos presentes neste palcoecuménico, na noite do dia 18, ten-do nós optado por assumir em lin-guagem mista e humor cartunista,habitualmente provocador e irreve-rente, a fluência do debate e da trans-

31 por cento sérvios ortodoxos e cer-ca de 10 por cento apenas de croatascatólicos, sendo certo que quem vi-sita estes jovens países fica surpre-endido com a diversidade cultural,religiosa e étnica em que lhes é dadoreconstruir as suas relações de iden-tidade em ordem a um futuro prós-pero e de paz. Na Catedral de Saraje-vo, segundo rezam as crónicas, o pa-pa ouviu emocionado um sacerdotecatólico contar como foi detido porforças sérvias e como conseguiu es-capar tendo-lhe o papa beijado asmãos e dito com a maior frontali-dade: “Você não tem o direito de es-quecer a sua história, não para fa-zer vingança, mas para fazer a paz.”Eis como uma minoria católica,“ensanduichada” neste país que éuma federação muçulmano-croata”,terá que contribuir à sua maneira, eo papa assim a interpela, para que,independentemente da religião queprofessam, possam cumprir o anseiopublicamente assumido pelo presi-dente bósnio perante o papa, “quetodas as comunidades estão pron-tas para reduzirem o nacionalismo”,tendo este solicitado ao papa o seu“total apoio” em ordem à adesão daBósnia e dos demais países dosBalcãs à União Europeia e o papaFrancisco realçado que efectivamen-te a Bósnia é “parte integrante daEuropa” sem deixar de vincar que“respeitar a igualdade de todos os

missão de conceitos definidores doque distingue a prática e a identida-de específicas de cada uma das cin-co religiões representadas neste de-bate; de facto, o diálogo decorreunum clima de superação de diver-gências (in)conciliáveis entre os lí-deres religiosos presentes, os quaisconseguiram fazer-nos crer que o di-álogo ecuménico é não só possívelcomo desejável e que os “fundamen-talismos” que, no passado, provoca-ram ódios, guerras de religião, holo-caustos, cismas e perseguições inqui-sitoriais entre crentes de uma mes-ma religião poderão ser ultrapassa-dos com a necessária “depuração damemória”, da fundamentação crite-riosa das crenças e da autenticidadeda cultura religiosa. Não foram es-quecidas as lições que a História tam-bém nos deu (e continua a dar) deum profundo diálogo de culturas,religiões e civilizações que contribu-íram e contribuirão seguramentepara a superação de alguns “demó-nios e calamidades” que contaminama paz mundial e a saudável convi-vência entre pessoas e “crentes” deboa vontade e de coração puro. |||||

INSCRITO NA D.G. DA C.S. SOB O Nº112933

DEPÓSITO LEGAL: 170823/01

PERIODICIDADE: BIMENSAL

DIA DE SAÍDA: QUINTA-FEIRA

TIRAGEM MENSAL: 4.000 EXEMPLARES.

ASSINATURAS: PORTUGAL - 15 EUROS / EUROPA - 27,00 EUROS / RESTO DO MUNDO - 30,00 EUROS

NÚMERO AVULSO: 1,00 EURO. PARA PAGAMENTO POR TRANSFERÊNCIA UTILIZAR NIB: 0035 0860

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SECRETÁRIO: JOSÉ CARVALHO. VOGAIS: JOAQUIM FANZERES E JOSÉ MACHADO.

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APARTADO 19 - 4796-908 AVES - TELEFONE E FAX: 252 872 953

DIRETOR: LUÍS AMÉRICO CARVALHO FERNANDES. CONSELHO DE REDAÇÃO: JOSÉ PEREIRA MACHADO, LUÍS ANTÓNIO

MONTEIRO, LUDOVINA SILVA. REDAÇÃO: LUÍS AMÉRICO FERNANDES, JOSÉ ALVES DE CARVALHO (C.P.N.º 4354),

CATARINA SOUTINHO (C.P.N.º 1391), LUDOVINA SILVA, ELSA CARVALHO (C.P.N.º 9845).

COLABORAM NESTE JORNAL: JOSÉ PACHECO, AMÉRICO LUÍS FERNANDES, PEDRO FONSECA, NUNO MOTA,

FERNANDO TORRES, MIGUEL MIRANDA, ANTÓNIO LEAL, ALBERTO GOUVEIA, CARLA VALENTE, BELANITA ABREU,

CRISTINA VALENTE, CATARINA GONÇALVES, MANUEL NETO, FERNANDO TORRES.

DESIGNER GRÁFICO: JOSÉ ALVES DE CARVALHO

REPORTER FOTOGRÁFICO: VASCO OLIVEIRA.

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IMPRESSÃO: EMPRESA DO DIÁRIO DO MINHO, LDA.

RUA CIDADE DO PORTO | PARQUE INDUSTRIAL GRUNDIG, LOTE 5 - FRACÇÃO A - 4700-087 BRAGA

ENTRE MARGENS - Nº 541 - 25 DE JUNHO 2015

EDITORIAL

COLÉGIO DE LOURDES,SANTO TIRSO.

JUNHO DE 2015

Luís Américo FernandesO DIRETOR

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Por toda a parte, surgem sinais de umanova educação, de uma nova huma-nidade. Mas, para que uma educa-ção humanizadora, ao modo de PauloFreire, seja possível, será preciso intro-duzir algumas suliações num siste-ma até hoje colonizado por burocra-tas. A prioridade será cuidar das pes-soas, no reuso de fraternas tradições.E esse cuidar das pessoas começaráno cuidar da pessoa do educador.

Não há semana em que eu não re-ceba dolorosos depoimentos provin-dos de excelentes educadores. A Vir-gínia desabafou: O ano passado foi mui-to ruim. Stress e tristeza por tudo o queestava vivendo nas escolas e com as crian-ças. O diretor regional só entende de tec-nologia vazia, repressão à mão grande,podas de criatividades e por aí vai. Nãoaguento mais ver tanta falta de capaci-dade coordenando toda uma cidade.

A “gestão democrática” tem sidoenfeite de discurso, a Lei de Basesdo Sistema Educativa consagra o di-reito das escolas à dignidade de umaautonomia freiriana e piagetianamen-te fundamentada. Porém, cargos técni-cos são desempenhados por políticose funcionários de confiança. Um ges-tor pinochetiano incumbiu um diretorde escola de destruir um dos melho-res projetos de entre aqueles que, atéhoje, encontrei. Quase conseguiu osseus intentos, não fora a reação piage-tiana da comunidade. E continua atentar destruir algo que não entende.Impunemente, à revelia da lei e daciência, outro gestor ordena: Tem deser feito igual em todas as escolas. Vocêsnão podem fazer diferente. E eu já disseque não gosto de trabalho de grupo. Nãoautorizo! Lamentáveis manifestaçõesde autoritarismo pinochetiano ocor-rem, quando professores ousam mu-dar. Muitos episódios como os nar-rados tenho colecionado, mas porestes me quedo, porque não preten-do generalizar e porque sei que hágestores sérios e competentes.

É necessário revogar regulamenta-

Entre Piagete Pinochet

O Papa Francisco continua atentoaos sinais dos tempos. Age, semperda de tempo. No interior da Igre-ja, acossado pela denúncia de ca-sos de pedofilia de alguns dos seusmembros, cria um Tribunal próprio,especializado no julgamento e con-denação dos seus responsáveis.

No plano externo, apela a uma“conversão ecológica” em defesa dosmais pobres e das gerações futuras,na mesma semana em que foi anun-ciado o julgamento do ex-núncioJosef Wesolowski e num momentoem que se aproxima a “Conferênciadas Partes” da ONU, prevista paraParis entre 30 de novembro e 11 dedezembro de 2015, tendo em vistadebater as alterações climáticas e ofracasso do protocolo de Quioto, semmedo de ser considerado “marxista”ou “comunista” (como diz o padreCarreira das Neves o Papa está acimados partidos de direita e esquerda),quando fala de pobreza e dos po-bres, ou aliado dos ambientalistas.

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ções, que impedem o exercício plenoda autonomia pessoal e profissional,por exemplo, no que concerne à to-mada de decisões nos termos do dis-posto no artigo 45º da LBSE. A mai-oria das experiências de vida, na es-cola, acontecem em estruturas auto-cráticas, nas quais obedecer é muitomais aceito do que argumentar econstruir consensos. Enquanto secontinuar a impedir que autonomiastomem forma no exercício da profis-são de professor, enquanto as deci-sões freirianas e piagetianas das es-colas se mantiverem subordinadas acritérios pinochetianos de naturezaburocrática, poderemos aspirar a vi-ver numa democracia plena?

Para que Portugal tenha a educa-ção que merece, urge que o poderpúblico apoie escolas inovadoras ecrie condições para romper com di-tatoriais culturas. O nosso país temtudo o que precisa, tem excelentesprofissionais desenvolvendo excelen-tes projetos. Poderemos adiar uma ne-cessária e possível mudança, quan-do já muitos professores ousam mu-dar? Poderemos deixar esses profes-sores inseguros, expostos às arbitra-riedades de “superiores hierárquicos”?Quanto tempo esses professores re-sistirão, constrangidos entre um agircoerente com propostas de educa-dores iluminados e manifestações deprepotência caraterísticas de ridícu-los tiranos? A incompetência de cer-to poder púbico, os conluios políti-cos, as práticas populistas (e, por ve-zes, corruptas), poderão deitar a per-der os denodados esforços dos edu-cadores e políticos que elaboraram anossa LBSE. Quando será cumpridaa lei? Quando deixaremos de hesi-tar entre Piaget e Pinochet? |||||

José Pacheco

É o primeiro Papa a dedicar umaencíclica, também já batizada por mui-tos de verde e ecológica, às ques-tões do ambiente em exclusivo. Comuma linguagem certeira e sem papasna língua, denuncia os governos eas grandes empresas, designadamen-te as multinacionais, bem como opoder económico e financeiro, comoos principais responsáveis pela de-gradação ambiental e pela desigual-dade entre países pobres e ricos.

Na encíclica, com a designaçãolatina de “LAUDATO SI”, o Papa Fran-cisco traça o quadro do aquecimentoglobal das últimas décadas e das vá-rias formas de poluição, associado à“cultura do descarte”, que afeta atodos, como causa das mudançasclimáticas, com graves implicaçõesambientais, sociais, económicas, dis-tributivas e políticas do planeta Ter-ra. Nesse contexto, refere o “trágicoaumento de emigrantes em fuga damiséria agravada pela incerteza quan-to ao futuro da sua vida e dos seusfilhos” e denuncia a indiferença ge-ral, sobretudo daqueles que têmmais recursos e poder económicoou político, perante estas tragédias.

Alerta para o esgotamento dos re-cursos naturais, designadamente dafalta de qualidade de água disponí-vel (potável e limpa) para os pobres,e para a perda da biodiversidade (so-

bretudo perda de florestas e bosques).Defende que a cultura ecológica

não se pode reduzir a uma série derespostas urgentes e parciais paraos problemas que vão surgindo àvolta da degradação ambiental, doesgotamento das reservas naturaise da poluição. Preconiza um olhardiferente, uma política, um progra-ma educativo, um estilo de vida euma espiritualidade que oponhamresistência ao avanço do paradigmatecnocrático, ou seja, uma verdadeirarevolução cultural em que “o ho-mem é o protagonista, o centro e ofim de toda a vida económica-soci-al”, ideia já defendida e aprovadapelo Concílio Vaticano II.

Formula, finalmente, linhas deorientação e ação que se espera nãodeixarão de ser contempladas nas ne-gociações internacionais para um no-vo tratado climático para salvar o nos-so planeta, a que chama “casa comum”,a humanidade e a sociedade. |||||

CARTOON // VAMOS A VER...

Manuel Neto

Um Papa amigo domeio ambiente esem papas, na língua

“Com uma linguagemcerteira e sem papasna língua, o PapaFrancisco denunciaos governos eas grandes empresas”.

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ATUALIDADE

||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

Depois de a 30 de maio, durante aapresentação do projeto para a pri-meira fase das obras da Rua SilvaAraújo, presidente da Junta e da Câ-mara terem protagonizado um mo-mento bem diferente do que tem sidohábito desde o início do mandato,nos dias que se seguiram quase nãose falava de outra coisa e exemplodisso foi a Assembleia de Freguesiaque, 14 dias depois foi, quase na to-talidade, marcada por opiniões, ques-tões e posições distintas sobre a in-tervenção da presidente da Junta, Eli-sabete Roque Faria.

“O discurso que eu fiz não é nadade mais”, defende a presidente queacredita, antes, andar a ser feito um‘filme’, em torno da situação, referindo-se especificamente aos ‘comunicados’tornados públicos sobre o assunto.“Eles não fazem mais nada, a não seraproveitar as presenças ou as ausên-cias ou os discursos da presidente pa-

ra virem com comunicados falsos”, re-feriu. António Costa, eleito pelo PS,está longe de ter a mesma opiniãoque Elisabete Roque Faria e assume:“o que prepararam [executivo da jun-ta] foi um triste espetáculo”. Costa viuo discurso da presidente como estan-do “repleto de falta de respeito institu-cional”, algo que, acredita, causou “mauestar entre os presentes” e defendeuque “não é assim que se recebe”. “Osavenses não foram bem representa-dos”, salienta, “diria até que nos sen-timos envergonhados pelas palavraslidas pela senhora presidente”.

Quem não “vê a gravidade da si-tuação” é Sebastião Lopes, do PSD, atéporque defende que “o diálogo deviaexistir antes de se apresentar o pro-jeto”. “Não digo o próprio presidentemas os funcionários”, explicou, “maspelos vistos isto já é um atentado con-tra o respeito público, porque não sedeve falar e não recebemos bem aspessoas que vêm de fora”. SebastiãoLopes garante defender os interessesde Vila das Aves “conveniente e in-convenientemente”. Para o deputado,a questão é simples: “se existe diálo-go, o diálogo manifesta-se nestas oca-siões”, “devemos falar porque foi paraisso que fomos eleitos”, adiantou.

Numa assembleia muito participa-da pelo público, Sónia Martins subli-nhou o ‘desagrado’ com que assistiu“a uma postura de confronto abertocom a Câmara Municipal de SantoTirso”. Como avense, Sónia Martinsquis deixar claro que será “um mem-bro atento e vigilante, estando em crerque que este triste e lamentável episó-

“Não vou dizer aquiloque esperam que eudiga, mas o que achojusto para Vila das Aves”DUROU QUASE DUAS HORAS MAS, NÃO FOSSE O PERÍODO ANTES DA ORDEMDO DIA E A INTERVENÇÃO DO PÚBLICO, PODIA TER DURADO SÓ QUINZEMINUTOS. A ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE VILA DAS AVES REUNIU A 13 DEJUNHO E O ASSUNTO MAIS ABORDADO VOLTOU A SER O DA RUA SILVA ARAÚJO.

VILA DAS AVES // ASSEMBLEIA DE FREGUESIA dio tenha sido único e irrepetível”.Sónia Martins condena o discurso deElisabete Roque Faria, que considerater sido pautado “por uma atitude des-propositada face a uma cerimónia ins-titucional”. “Ficava-lhe bem melhor terdito que esta era uma obra há muitoansiada pela população avense, fica-va-lhe bem melhor ter dito que aofinal de tantos anos, Vila da Aves vaipoder ter a obra que tanto queria verresolvida e até podia dizer mais, acres-centando que a junta trabalhou e in-sistiu junto da autarquia”, adiantou.Sónia Martins assegura que “há ou-tras formas de se defenderem os inte-resses da população de Vila das Aves”e acredita que “a principal virtude estána aproximação às pessoas, às suasnecessidades e preocupações e con-tribuir para que as soluções para osproblemas se efetivem de forma céle-re” e que é de real importância “valo-rizar as relações de parceria entre ajunta de freguesia e a Câmara Mu-nicipal”. Sónia Martins diz-se, apesarde tudo, certa “de que o bom funcio-namento institucional e o diálogoentre a junta de Vila das Aves e aCâmara de Santo Tirso se mantenhampois só assim é que os interesses dapopulação são tidos em conta”.

José Manuel Machado não temdúvidas de que “a presidente de juntaesteve ao lado dos avenses que aelegeram” e apelida a apresentação doprojeto daquilo que chama de “meiarua Silva Araújo”, de “flop”. “É usadoinformalmente para uma coisa ruimque quase ninguém gostou”, explica.“A apresentação deste projeto foipuro desperdício de tempo e dinhei-ro”, sublinhou destacando terem sido“mais as dúvidas que as certezas”.“Sobre o trânsito nada foi dito, foiapenas dito que iriam haver novasrestrições de trânsito, sobre a ques-tão do gás canalizado nada foi dito”.

Carlos Valente, por sua vez, até co-meçou por referir as necessidades queconsidera ‘básicas’ para a vila e queainda não obtiveram solução, comoa degradação dos passeios, mas o as-sunto rapidamente resvalou para aSilva Araújo. “A prioridade da nossaCâmara continua a ser, neste momen-to, show off, e nesse aspeto dou todae plena razão à senhora presidenteda Junta pelo discurso que fez”. “Eunão conhecia o discurso mas fiqueisatisfeito e fiquei plenamente conven-cido que é assim que se tem queatuar”. O anterior presidente de Jun-ta lembrou que os problemas “fun-damentais” da vila se arrastam há anose já foram reivindicados por váriosautarcas. “A Câmara fala em proximi-

dade? Eu não tenho saneamento àminha porta. A Câmara fala em diá-logo? Anda-se a dialogar há não seiquantos anos pelos problemas fun-damentais da nossa vila (…) e o tra-tamento das Câmaras tem sido sem-pre como se nós fossemos pedintes”.

A presidente da Junta voltou a de-fender a necessidade de ter sido ex-plicado “ao povo de Vila das Aves exa-tamente o que se vai fazer porqueeles já estão há muito tempo à espe-ra disto e é justo o povo saber comaquilo que conta”. “Ficou esclarecidoquantos sentidos vai ter a rua? Não.Ficou esclarecido como é que vão serresolvido os problemas da água e sa-neamento? Ficou esclarecido o pro-blema do gás natural? Não, ficamosa saber depois, porque uma mora-dora perguntou, que o gás naturalvai ate ao cruzamento com a rua deS. João, ate ali há, para baixo não há”.Elisabete Roque Faria diz lamentar“profundamente” a “politiquice de bai-xo nível que andam p’raí a fazer” egarante: “eu não vou dizer aquilo queesperam que eu diga, eu vou dizer oque eu acho justo para Vila das Aves,foi por causa disso que vocês me pu-seram aqui e, portanto, eu vou ser exa-tamente aquilo que sou para defen-der os interesses de Vila das Aves,de mais ninguém”.

Mas se há coisa que a presidentegarante não deixar de repetir é anecessidade de obras. “Precisamos depasseios, precisamos de saneamen-to, precisamos de ruas porque aindatemos ruas em terra”, adianta subli-nhando o que já havia dito no polé-mico discurso da Silva Araújo: “Viladas Aves não precisa de uma políti-ca de espetáculo mas sim de umapolítica de verdade e principalmentede uma política de trabalho”. |||||

“A apresentação doprojeto [da rua SilvaAraújo] foi purodesperdício detempo e dinheiro”.

Os avenses não forambem representados(...) diria até que nossentimos envergonha-dos com as palavrasda senhora presidente”.

JOSÉ MANUEL MACHADO, PSD

ANTÓNIO COSTA, PS

“A POLÉMICA EM TORNO DOPROJETO DE REQUALIFICAÇÃODA RUA SILVA ARAÚJO E,EM PARTICULAR, O DISCURSODA PRESIDENTE DE JUNTADOMINARAM OS TRABALHOSDA ÚLTIMA ASSEMBLEIADE FREGUESIA DE VILA DAS AVES

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ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015 | 11

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“Esta é uma obra que nos orgulhaem qualquer parte do mundo”, refe-riu o presidente da Câmara, JoaquimCouto, enfatizando a satisfação porter no município uma “cobertura ex-celente” no que diz respeito a Cen-tros de Saúde. Couto tomou posseem outubro de 2013 e mostra-seagradado com o facto de desde en-tão ter sido solucionado o assunto.“Conseguimos concluir a obra, o Mi-nistério da Saúde também fez a partedele e colocou os médicos”. O presi-dente da Câmara não duvida de quea parceria com a Administração Cen-tral “resultou bem”, e aproveitou a inau-guração oficial da USF de S. Martinhopara felicitar “todos aqueles que, deuma maneira ou de outra tiveram umaintervenção n o processo”.

Álvaro Almeida, presidente doConselho Diretivo da AdministraçãoRegional de Saúde do Norte, lembrouque o investimento na construção doedifício ascendeu a mais de um mi-lhão de euros, “um esforço que emtempos de contenção orçamental éimportante, mas é um esforço que aARS Norte faz porque acredita que éum investimento necessário para al-cançar aquilo que nós todos quere-mos que é a saúde dos cidadãos daregião”. Álvaro Almeida sublinhou aimportância da colaboração com osmunicípios, que considera, “parceirosprivilegiados” e não poupou elogiosa Joaquim Couto. “Encontrei no sr.presidente muita disponibilidade para

MINISTRO DA SAÚDE, PAULO MACEDO, ESTEVE NA FREGUESIA, A 19 DEJUNHO PARA ASSINALAR A ABERTURA DA NOVA UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR

trocar impressões e colaborar no sen-tido de melhorar a saúde dos cida-dãos deste concelho”, referiu.

Satisfeito com a abertura da unida-de estava também o Ministro da Saú-de, Paulo Macedo. “O importante épôr-mos as infraestruturas, os equipa-mentos ao serviço das pessoas”, adi-antou confidenciando ter “muito gos-to” em estar em Santo Tirso. “É umaforma de registarmos e de reunir osprofissionais, de conhecer as pessoas,ouvir a realidade e portanto essa é aparte mais importante da inaugura-ção, não é tanto o ato protocolar inde-pendentemente das questões formaisterem a sua importância”, ressalvou.

A nova Unidade de Saúde Fami-

liar de S. Martinho do Campo abran-ge cerca de 12 mil e 500 utentes devárias freguesias do concelho.

DEPUTADA TAMBÉM VISITOU USFQuem também marcou presença nainauguração foi a deputada tirsense,Andreia Neto, mas ainda a aberturaoficial não tinha acontecido e, dia15, também ela visitou a Unidade deSaúde Familiar de S. Martinho doCampo, em funcionamento desde oinício do mês.

“Ficamos bastante satisfeitos quan-do constatamos, através da comuni-cação social, que o sr. presidente daCâmara tinha vindo cá no dia da aber-tura desta unidade”, referiu AndreiaNeto, louvando a abertura da Uni-dade de Saúde. “Era uma situaçãoque nos preocupava e sabemos queos utentes ficam melhor servidos comtodas estas condições que constata-mos serem de excelência”, sublinhou.A deputada garantiu ter manifestado,“por diversas vezes”, a preocupaçãocom o atraso na abertura, “quer jun-to do ministério que tutela esta área,quer junto da ARS Norte”, mas tam-bém relativamente à falta de médicos

de família. “Constatamos hoje que to-dos os utentes desta unidade estãoservidos por médico de família bemcomo todo o concelho de Santo Tirso,o que nos deixa muito satisfeitos”.

A acompanhar a visita estiveramalguns rostos dos PSD local, nomea-damente o vereador Alírio Canceles,que se disse “convencidíssimo” que,“se tivéssemos este equipamento háquatro anos, se calhar não teríamostido os problemas de falta de médi-cos que tivemos, porque o centroantigo não tinha grandes condiçõesde utilização e isso afeta, obviamen-te, a motivação dos profissionais”. “Eunão tenho dúvidas que isto poderiater sido mais facilmente resolvido seeste equipamento tivesse sido feitono prazo expectável”, continuou.

A diretora do ACES Santo Tirso eTrofa, Ana Tato, realçou as excelen-tes condições do edifício e admitiu:“a parte que nos preocupava mais era,obviamente, os recursos humanos”.Com a situação resolvida e a equipa“estabilizada”, a Unidade de Saúdeestá agora empenhada em apostarna organização e na qualidade dosserviços prestados à população. |||||

PAULO MACEDO, MINISTRO DASAÚDE, E JOAQUIM COUTOPROCEDERAM À INAGURAÇÃOOFICAL DA UNIDADE DE SAÚDE DES. MARTINHO

S. MARTINHO DO CAMPO // SAÚDE

USF S. Martinhooficialmenteinaugurada

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12 | ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015

ATUALIDADE18 anos: a maioridadeda vila traz o‘sim’ à Vila Nova?

||||| TEXTO: AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

S. Martinho do Campo celebrou nopassado fim de semana 18 anos daelevação a vila com um programa defestas que incluiu ginástica no parquedo Olival (S. Mamede), Assembleiade Freguesia descentralizada em S.Salvador, futebol de rua, receção aoscampeões (da A. R. de S. Martinho),música e sardinhada, etc. E com umasessão solene comemorativa em queusaram da palavra a presidente da As-sembleia de Freguesia, Marta Pacheco,o presidente da Junta da União deFreguesias, Marco Cunha e JoaquimCouto, presidente da Câmara Muni-cipal de Santo Tirso.

A presidente da Assembleia deFreguesia, para além das costumadassaudações aos obreiros da elevaçãoa vila, salientou que, na nova realida-de (da União de Freguesias) a mudan-ça era só administrativa, já que semantêm todas as tradições de cada

uma das freguesias e que, a escolhade Vila Nova do Campo como nomeda união de freguesias, que se esperavenha a ser confirmado pelo Parla-mento, constitui uma “mudança denome e só de nome “. Marco Cunha,na sua intervenção foi mais assertivoquando disse que “apesar de ter sidoa povoação de S. Martinho que obte-ve a categoria de vila, neste momentotemos uma freguesia bem maior e quetoda ela é uma vila”, afirmando, pocodepois, esperar que a Assembleia daRepública encerre dentro de semanaso dossiê da mudança do nome dafreguesia. Referiu também que, ape-sar da “recuperação fantástica” dasfinanças da Junta e do pagamentode despesas de festas anteriores, asfestas ainda não têm marchas pois secontava que a avenida já estivesseem obras… e que, atento e reivindi-cativo, face à Câmara, as esperavapara breve, anunciando para “segun-da-feira” o início de obras na Junta,

para arranjo do telhado e da partedo atendimento, através, diretamente,da Câmara Municipal. E agradeceu apresença das associações, com quem,na parte final da sessão, foram assi-nados alguns contratos programa ea quem foi feita entrega de subsídi-os, relevando o facto de estes já es-tarem efetivamente pagos, sem atra-sos, ao contrário do que se passavaanteriormente.

Joaquim Couto garantiu, na suaintervenção, a conclusão das obrasda avenida Dias Machado até ao fimdo mandato (“não a primeira fase,mas a segunda e a terceira”), relevoua importância da opção da Câmarapelas questões sociais e de educação,dando alguns exemplos de medidasdeliberadas nesse sentido e revelan-do que a Câmara Municipal, em cola-boração com o Instituto de Emprego,em estágios e outras iniciativas, temao seu serviço mais de 100 jovens.

No período do bolo de aniversá-rio e do champanhe e em resposta aquestão colocada pelo Entre Mar-gens, Marco Cunha revelou que estaunião de freguesias foi facilmenteassimilada e que fará sentido come-morar, no futuro, Vila Nova do Cam-po como “rebatismo” da nova fregue-sia, por uma questão simbólica… masque a celebração do aniversário daVila de S. Martinho do Campo conti-nuará também a fazer sentido. Por-que, referiu, se S. Martinho não fossevila, o conjunto também não seria eque gostaria que coincidissem asdatas, salientando que a questão donome é uma questão puramente ad-ministrativa. |||||

PARLAMENTO DEVERÁ CONFIRMAR EM BREVE ‘VILA NOVA DOCAMPO’ COMO NOME DA UNIÃO DE FREGUESIAS DO CAMPO

O PRESIDENTE DA JUNTADA UNIÃO DE FREGUESIAS,MARCO CUNHA, NACERIMÓNIA DE ANIVERSÁ-RIO DA ELEVAÇÃO A VILA DES. MARTTINHO DO CAMPO

S. MARTINHO DO CAMPO // COMEMORAÇÕES DA ELEVAÇÃO A VILA

À mesa com adeputadaElisa FerreiraEsta sexta-feira, 26 de junho, chegaao fim o ciclo de Conferências “San-to Tirso Uma Referência Nacional”promovido pela associação cívicaAmar-Santo Tirso em parceria com aCâmara Municipal. A eurodeputadaElisa Ferreira, figura incontornável doPartido Socialista, é a convidada paraeste último jantar/debate que terá portema a União Bancária. A iniciativarealiza-se na Fábrica de Santo Thyrsoa partir das 20 horas. |||||

Marcelo Rebelo de Sousa está estanoite em Santo Tirso onde marcarápresença na cerimónia de inaugura-ção da sede concelhia do PSD local.A cerimónia está marcada para as 20horas desta quinta-feira (25 de ju-nho), ficando a referida sede locali-zada no largo Batista Coelho, em San-to Tirso. Para além da presença doprofessor, comentador político e diri-gente social-democrata, na cerimóniasão de esperar também as presençasdos eleitos locais do partido e, natu-ralmente, da deputada da Assembleiada República e atual presidente daconcelhia, Andreia Neto. |||||

Marcelo Rebelode Sousaem Santo Tirso

POLÍTICA // PSD

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S. MARTINHO // AGRUPAMENTO DE ESCOLAS

||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

Pelo segundo ano consecutivo o Agru-pamento de Escolas de S. Martinhovoltou a viver Portugal mas trouxe àUnião de Freguesias uma versão maisflorida, “ou não sejamos um jardimà beira mar plantado”. O espaço daEB de S. Martinho estava longe de seassemelhar ao de todos os dias. Asbarraquinhas espalhadas um poucopor toda a escola incluíam doces, “boapinga”, brinquedos de madeira, tra-balhos em vidro e um enorme lequede outras ofertas. “Continuamos a tercerca de 60 expositores”, conta odiretor do agrupamento, Queijo Bar-bosa, “alguns deles partilhando algu-

O DIA 13 DE JUNHO FOI PASSADO SOB A AMEAÇADA CHUVA MAS NEM ISSO IMPEDIU OAGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE S. MARTINHODE LEVAR A CABO O SEU JÁ TRADICIONAL DESFILE

mas tendas para concentramos maisa feira do lado da frente da escola, emuita gente quer tasquinhos porqueé aquilo em que as pessoas mais in-vestem, na comida e na bebida”.

A cascata voltou, este ano, quan-do o sol ainda se ia esgueirando porentre as nuvens e trouxe consigo oque de mais característico Portugal tem.Houve pescadores e varinas, músicose dançarinos, agricultores, pastores,bordadeiras, a vendedora de horta-liças e a que fazia negócio com fruta,o aguadeiro, o Santo António, o S.Pedro e o S. João. Cerca de 100 figu-rantes deram vida a outros tempos,encenaram uma procissão, jogos decartas ou piqueniques. “Só que de

facto depois o sol escondeu-se”. “Fize-mos a cascata ainda sem chuva e ameio do desfile tivemos que inter-romper porque começou a chover”.O desfile contou este ano com jar-dins, girassóis, margaridas e um rei-no inteiro de cores. “Foi pena o tem-po ter prejudicado a festa porque otema das flores é sempre um temafantástico, pela cor e pelos formatos”,sublinhou o diretor, “tínhamos me-ninos de todas as escolas, não eramsó os do pré-escolar e do primeirociclo mas também do 2º e 3º ciclovestidos com flores, como jardinei-ros, com abelhas, tudo e mais algu-ma coisa relacionado com o tema”.

Terminada a edição deste ano, osolhos estão já postos no próximoonde, tudo indica, será o regresso àIdade Média. “Vamos ver como, emque moldes, em que circunstânciasporque queremos também aproveitartodo o equipamento que temos”, ex-plicou Queijo Barbosa. |||||

O desfile contou comjardins, girassóis,margaridas e umreino inteiro de cores.

Escolas de S. Martinhovivem Portugaldebaixo de chuva

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ATUALIDADEAssembleia da Repúblicarecebeu UniversidadeSénior de Vila das Aves

||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

O Sol de dia 18 de junho nasceuperto das 5h30 e por essa hora jágrande parte dos alunos da Univer-sidade Sénior de Vila das Aves tinhasaltado da cama. “Se fosse para tra-balhar não chegavas tão cedo”, dizi-am a este e aquele que, ainda antesdas 6h chegava à Junta de Freguesiade Vila das Aves. O programa da visi-ta é distribuído pouco tempo depoise, um por um, todos vão sendo cha-mados a ocupar os respetivos luga-res no autocarro. Viajar com alunose professores da Universidade Séniorde Vila das Aves deixa a sensaçãode que os mais de 300 quilómetrosque separam Vila das Aves da As-sembleia da República (AR), em Lis-boa, parecem menos. Fala-se das últi-mas do futebol, discute-se o tempoque não pára de aquecer e não faltaassunto. Depois da CAID e do Museude Escultura Contemporânea, esta éa terceira visita da Universidade. “Nósjá tínhamos a intenção de fazer umpasseio de fim de ano e surgiu estahipótese de podermos vir à AR e apro-veitamos”, conta Henriqueta Alves.

O entusiasmo é tanto maior quan-to a vontade de conhecer um espa-ço do qual só se ouviu falar e viu natelevisão. E a curiosidade também.

CERCA DE SESSENTA SENIORES DE VILA DAS AVES RUMARAMATÉ LISBOA, PARA UMA VISITA À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.DEPUTADA TIRSENSE, ANDREIA NETO, FEZ AS HONRAS DA ‘CASA’

dirigem, nos administram e tratam dosproblemas deste país”. O dia 18 nãofoi o primeiro em que Olga Carvalhopisou a AR. Na primeira vez foi rei-vindicar os seus direitos quando oseu então posto de trabalho foi extin-to. Conseguiu. “Eu só conheço a reali-dade do pós-25 de abril, a Assem-bleia já foi remodelada e quero vercomo é que estes deputados agorase portam, mas não deve estar muitodiferente”, referia, “estou com curiosi-dade para ver o que é que eles láandaram a fazer, que gastaram tantodinheiro”. Maria Regina garantia “nãose entusiasmar com qualquer coisa”mas, ainda assim, admitia que visitarpela primeira vez a Casa da Demo-cracia era algo que lhe agradava. Aolado, Aurora Henriques, foi das pri-meiras a inscrever-se. “Já lá vivi mes-mo em frente do Palácio”, conta. Ti-nha cerca de 15 anos e “era só atra-vessar a rua”. Nunca lá entrou, maspensava: “muito gostava de ir ali den-tro”. “O edifício por fora conheço bem,estou curiosa para ver tudo”, referia.

A deputada tirsense, Andreia Ne-to, já perdeu a conta aos grupos querecebeu e acompanhou nas visitas àAssembleia da República mas no dia18 estava à espera dos alunos daUniversidade Sénior. “As pessoas pro-curam sempre informar-se, saber co-mo funcionam os trabalhos parla-mentares, têm algumas dúvidas noque toca aos trabalhos que se de-

Ainda no caminho, Artur Perliteirodizia-se, sobretudo, expectante, era aprimeira visita ao Parlamento. “Estoupara ver o que vou encontrar lá”, di-zia, confidenciando a vontade de per-ceber se a perceção que a filha tevenuma viagem semelhante também se-ria a sua. “Ela achou que a maior partedeles estava a dormir e outros a ver asrevistas, eu vou ver se realmente é ver-dade ou não”. “É a primeira vez, em73 anos que vou àquele edifício, pro-vavelmente não voltarei, na medidaem que já não tenho outros 73 anospara viver”, contava João Carneiro, ad-mitindo a “extrema curiosidade” e an-siedade em conhecer “a casa onde,durante décadas e décadas, têm esta-do as pessoas que nos governam, nos

senvolvem no hemiciclo, onde é queos senhores deputados se sentam,porque é que falam durante determi-nado tempo, como é que isso é regu-lado, quem regula, quem coordena“,adiantava. A visita guiada levou ogrupo por corredores largos, comgrandes passadeiras vermelhas. Asala do Senado tem, por cima da mesada presidência, o retrato de D. Luís,que a inaugurou em 1867, e o salãonobre é recheado de enormes pin-turas. Entrar no hemiciclo é como sal-tar para dentro da televisão e dar di-mensões àquilo que sempre pareceudistante. “Eu procuro demonstrar àspessoas que aqui vêm que o traba-lho parlamentar não se esgota no de-bate político no plenário. O que acon-tece é que, muitas vezes, o facto deos senhores deputados não estarempresentes nas sessões plenárias, sig-nifica que existem outros trabalhosparlamentares ao mesmo tempo”, ex-plicou Andreia Neto. O debate co-meça às 15h e apenas alguns lancesde escadas separam a zona da canti-na das galerias destinadas aos con-vidados dos deputados, de onde ogrupo teve a oportunidade de assis-tir ao debate antes de voltar.

“QUEM VÊ NA TELEVISÃOACHA QUE É MAIOR”O caminho de volta faz-se entre osassuntos do dia-a-dia e as primeirasimpressões da visita. “Nunca contava

SENIORES DE VILA DAS AVESOCUPARAM O LUGAR DOSDEPUTADOS NA ASSEMBLEIADA REPÚBLICA

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ver isto e decerto não venho mais”,confidenciava Amaro da Costa. Sehouve coisa que ‘admirou’ foi o de-bate, “só foi pena não estarmos lámais tempo, mas do pouco que esti-vemos já foi suficiente para ter umanoção”. Mas se houve impressão queretirou da visita é que “quem vê natelevisão acha que é maior”. A visitafoi “ótima”, garantia Rosa Monteiro.“Vim ver uma coisa que se não fossea nossa universidade, nunca acon-tecia e, para mim, é um grande gostoter vindo ao Parlamento”. Achou “bo-nito” os lustres, as imagens, os mó-veis antigos, mas não ficou particu-larmente convencida com o debate.“Achei que falta disciplina nos depu-tados”, adiantava, “acho que quandoalguém está a falar, seja de direitaou de esquerda, deve-se respeitar essapessoa”. Armando Duarte já tinha visi-tado a Assembleia antes, mas foi aprimeira vez que esteve no hemiciclo.Mas se grande parte concorda que adimensão do espaço parece mais re-duzida, o mesmo acontece relativa-mente ao tempo que lá passaram. Foia primeira vez que Rufina Cardosovisitou a AR. “Gostei imenso, nuncalá tinha ido, só tive pena por serpouquinho tempo no Parlamento, nãodeu para apreciar nada”. No edificonão houve nada de que não gostas-se. Gostou dos jardins, das salas, daspinturas. “Ao vivo é outra coisa”, diziaAlberta Martins. “Eu gostei da depu-tada, falou bem”, referia Noémia Tor-res e Alberta Martins concorda. “Avisita guiada adorei, foi maravilhoso,e a deputada também é muito simpá-tica”. Para Carlos Martins a experiên-cia foi boa, mas acha que “há deputa-dos a mais”. “Cerca de 230 para umpaís de 10 milhões é de mais”. Obalanço que Alfredo Ferreira faz é“realmente positivo” mas, ainda as-sim há umas partes mais positivas queoutras. “A parte positiva foi a visitaque fizemos à Sala do Senado, eu nãoconhecia mas a sala do senado é qua-se o hemiciclo em miniatura, depoiso Salão Nobre onde eles recebem osconvidados, onde os deputados to-mam posse, aquilo é fantástico, forade série, e depois os Passos Perdidos,foram as partes que mais gostei”. So-bre o debate já não diz a mesma coisa.“Fez-me lembrar a Assembleia de Fre-guesia de Vila das Aves, o querer dizermal do que o outro diz, não vão ve-rificar se tem razão ou não, o queinteressa é a política”.

Quem também viu com bonsolhos a visita foi a professora de ci-dadania da Universidade, Maria daGraça Mesquita, até porque, acredi-

ta, “as pessoas têm uma noção erra-da do que é o trabalho da AR”.

“GOSTO DE TUDO, DESDE OSPROFESSORES AOCOMPANHEIRISMO”O ambiente que se vive na Universi-dade Sénior de Vila das Aves materi-aliza-se na cumplicidade das relações,das conversas. Sara Monteiro é profes-sora de dança e fala com todos comum bom humor que já parecem co-nhecer de cor. “É muito divertido vê-los empenhados e a discutir uns comos outros porque não estão a fazerbem os passos e é muito bom paramim saber que eles se conseguemcorrigir a eles próprios”. São de Viladas Aves, de S. Tomé de Negrelos,de Rebordões e de várias freguesiasvizinhas. Uns inscreveram-se paraaprender mais, “para não esquecer” de-terminadas coisas, outros para ocuparo tempo livre, para conviver. Quasetodos querem voltar no próximo ano.“Gosto de tudo, desde os professo-res ao companheirismo”, confidenciaArtur Perliteiro, que assegura “para oano acho que vou levar a minha es-posa para a Universidade”. “Eu façotrabalho doméstico mas ainda arranjoum tempinho livre para ir a cidada-nia e ao inglês, vou ver se agora nopróximo ano vou a mais”, garante Al-berta Martins. Para Henriqueta Alvese Margarida Moreira, que ajudarama pôr a Universidade de pé, o balan-ço do primeiro ano é positivo, atéporque, “toda a gente está contentee quer continuar”. “O pólo centra-lizador de uma universidade sénioré isso mesmo, o convívio, o diálogo,as pessoas partilharem experiencias”.O sol continuava alto quando o auto-carro pára, de novo, em frente da Juntade Vila das Aves onde a presidente,Elisabete Roque Faria, os esperava. Oprimeiro ano de aulas termina com umpiquenique, este sábado, no AmieiroGalego. Isso e uma exposição que tra-rá, este fim de semana, um bocadinhode cada disciplina à Junta local. |||||

“Vim ver uma coisaque se não fosse anossa universidade,nunca acontecia e,para mim, é um gran-de gosto ter vindo aoParlamento”.ROSA MONTEIRO

||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

O PSD de Santo Tirso escolheuSofia Roriz para coordenadora dorecém-criado Movimento dasMulheres Social Democratas, mo-vimento esse que inclui represen-tantes de todas as freguesias, no-meadamente Ercília Ferreira, CarlaAdriana Cunha e Regina Lima.

Sofia Roriz, mostrou-se hon-rada “pelo voto de confiança daComissão Política do PSD de San-to Tirso para coordenar e impul-sionar este movimento”. À equi-pa que, agora coordena, agrade-ceu a disponibilidade para traba-lhar e participar na vida coletivado concelho, “tendo como objeti-vo criar uma movimento que va-lorize o conhecimento e experi-ência das mulheres tirsenses pro-curando, através da sensibilidadeda mulher, humanizar a política”.

À frente do PSD de Santo Tirso,Andreia Neto, lembrou que opartido se orgulha, de ter “desde

Santo Tirso já temMovimentodas MulheresSocial DemocratasSOFIA RORIZ, VEREADORA DA CÂMARA MUNICIPALELEITA PELO PSD/PPM, É A COORDENADORA DOMOVIMENTO. TOMADA DE POSSE ACONTECEU NOPASSADO DIA 12, NUM JANTAR COM CERCA DE DUASCENTENAS DE PESSOAS.

a sua fundação, valorizado a pre-sença e participação das Mulhe-res na política”. “A História ensi-na, o presente exige e o Futurogarantirá que, mais do que nunca,precisamos de “presença femini-na” na forma de estar e intervir napolítica”, sublinhou. A presidenteda Concelhia vai mais longe e an-tevê que “no dia em que os crité-rios de escolha de candidatos oudirigentes ignorarem o género ese bastarem pelo mérito, pela ca-pacidade e a pela disponibilida-de para o combate político mor-rerão as quotas e teremos as Mu-lheres no lugar que é seu pordireito, sem paternalismos nemconcessões de má consciência”.

A tomada de posse aconte-ceu num jantar que juntou cercade duzentas pessoas e contoucom a presença da vice-presidenteda Comissão Política Nacional doPSD, Teresa Leal Coelho, e da Coor-denadora do Secretariado Femini-no Distrital, Trindade do Vale. |||||

A Câmara Municipal vai garantir trans-portes gratuitos a todos os alunos dopré-escolar ao 12.º ano de escolari-dade que frequentam os estabeleci-mentos de ensino do concelho. A me-dida entra em vigor já no próximoano letivo, 2015/2016, e implica uminvestimento acima de um milhão deeuros só para transportes escolares.

“Trata-se de mais um esforço doorçamento municipal para apoiar osalunos e os agregados familiares, eum contributo para um outro objetivo:o combate ao abandono e ao insu-cesso escolares”, defendeu o presi-dente da Câmara de Santo Tirso, Jo-aquim Couto.

No final da reunião do executivo,onde a proposta foi aprovada por una-nimidade, o autarca considerou que“é importante que sejam desenvolvi-das ações que promovam a frequên-cia do ensino secundário, com vistaà prevenção do abandono escolar pre-coce e à elevação das qualificaçõesmédias dos jovens e adultos, asse-gurando a adoção de apoios com-plementares aos prestados no âmbi-to da ação social escolar”.

Até agora, apenas os alunos atéao 9.º ano tinham transporte gratui-to, uma vez que a autarquia compar-ticipava a totalidade a despesa, en-quanto os estudantes que frequenta-vam o Ensino Secundário tinham desuportar 50 por cento do custo como passe escolar e os outros 50 porcento eram assumidos pelo município.

A medida de alargar os transpor-tes gratuitos a todos os alunos do con-celho implica um investimento acres-cido da Câmara de Santo Tirso naordem dos 117 mil euros por ano .|||||

Trasnportegratuito paratodos os alunos

SANTO TIRSO // EDUCAÇÃO

POLÍTICA // PSD

“A História ensina, o presente exigee o futuro garantirá que, maisdo que nunca, precisamos de‘presença feminina’ na política”

“ANDREIA NETO

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Funerária das AvesAlves da Costa

Telef. 252 941 467Telem. 914 880 299Telem. 916 018 195

Serviço permanenteServiço permanenteServiço permanenteServiço permanenteServiço permanente

A Aldeia de Lubazim,um livro de JoséPereira Machado

28º Encontrode Antigoscolegas de escola||||| TEXTO: JOSÉJOSÉJOSÉJOSÉJOSÉ MMMMMAAAAACHADOCHADOCHADOCHADOCHADO

Teve lugar no passado dia 10 de ju-nho, pelo vigésimo oitavo ano con-secutivo, o encontro e convívio de an-tigos colegas de escola primária, alu-nos da professora Maria da GlóriaAlves que frequentaram a antiga es-cola da Tojela entre 1954 e 1958.

No início, eram algumas dezenase hoje pouco ultrapassam a dúzia defiéis a este encontro.

Depois de terem, pela manhã,como é hábito, visitado as campas doscolegas já falecidos no cemitério lo-cal, foi na cantina da antiga fábricado Rio Vizela que, com familiares, sejuntaram à volta da mesa numa re-feição partilhada.

No exterior, antigos combatentesda guerra das colónias, conviviam deigual forma relembrando factos, acon-tecimentos e memórias inesquecíveis.A Escola e a Guerra unidas na horade recordar. Quem diria!

Como também já vem sendo há-bito, no final, o conjunto musical daAssociação de Reformados de Viladas Aves, da qual fazem parte algunsex-colegas de escola, apresentaram aopúblico ainda presente, canções doseu reportório.

Este encontro só se realizou naRio Vizela graças à boa vontade dosresponsáveis pelas instalações e pelaorganização do convívio dos ex-com-batentes. E agora, até ao 29º! |||||

||||| TEXTO: AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

Numa mistura de memórias deinfância e de registos e narrati-vas obtidos em fontes diversas, oprofessor José Machado surpre-ende-nos com este pequeno li-vro que acaba de editar sobre a“sua” aldeia de Lubazim. Surpre-ende-nos e a quem como nóspouco sabia sobre Lubazim, cui-dando que não eram uma aldeia,mas duas, porque uma parte éVila das Aves e outra parte é Lor-delo. Fica bem demonstrado, comeste testemunho, que existia umaunidade de séculos (ou até mile-nar), que é descrita com algumaminúcia. Além disso José Macha-do quis registar tradições, costu-mes e crenças, parte das quais sen-tiu e viveu porque na sua infân-cia a aldeia ainda mantinha mui-tas das características que defini-am uma aldeia rural do minho.Trata-se de património imaterialcujo registo era indispensável fa-zer e que julgávamos já perdido.

Uma boa parte do livro refe-re-se às pessoas que habitarama aldeia num período que abar-ca parte do séc. XX, gentes que oautor conheceu e com quem con-viveu na sua infância e de cujasfamílias faz descrição detalhada.Com muita simplicidade e refe-rindo-se a todos com a igual de-ferência e consideração, o autorcria um registo novo que os vin-douros haverão de apreciar.

“A Aldeia de Lubazim” é um

livro que se lê com agrado, qua-se diria que se lê com devoção,a mesma devoção que o autordemonstra pelas suas raízes epelas suas origens e que nele sesente plenamente.

E se o leitor ficar sensibilizadopara guardar algo da sua terra ouoferecer a alguém um registo dememórias da sua aldeia natal, ad-quira esta edição de autor, à ven-da por um preço calculado parasuportar as despesas. O númerode exemplares é muito limitado. |||||

VILA DAS AVES // LIVRO

Referindo-se a todoscom a igual defe-rência e considera-ção, o autor cria umregisto novo queos vindouros ha-verão de apreciar”.

Decorreram as cerimónias da come-moração dos 60 anos da fundaçãodo Mosteiro de S. José que tiveram apresença, no passado dia 19, do Ar-cebispo de Braga, D. Jorge Ortiga.

A fundação do Mosteiro de S. José,em 17 de junho de 1955, respondeà necessidade de restabelecer, em Portu-gal, a Ordem de Santa Clara atingida,como todas as ordens religiosas, pelalei de 30 de maio de 1834 e de 1862que decretavam a sua extinção em Por-tugal. O decreto de 8 de outubro de1910 que impõe o encerramento dosconventos e a exclaustração de todosos religiosos e religiosas força o “ofus-camento” do fulgor que a Ordem tive-ra em Portugal, com cerca de noven-ta mosteiros, antes daquela época.

Estabelecida, com a Concordata de1940, a relação entre o Estado e aIgreja Católica, e tendo já regressa-do, entre muitas, a Ordem Francisca-na, alguns sacerdotes notavam a ne-cessidade do regresso das IrmãsClarissas. Efetivamente, após o “exí-lio” de 1910 não havia em Portugalnenhum Mosteiro canonicamenteereto, embora em Lisboa, Louriçal eMadeira se tivessem mantido heroi-camente reunidas algumas Irmãs queconseguiram recuperar a vida comu-nitária. O Mosteiro do Louriçal foi

60 Anos da Fundaçãodo Mosteiro de S. José

bastião dessa resistência, sendo o an-tigo mosteiro comprado em hasta pú-blica por uma das Irmãs.

O Mosteiro de S. José nasce deum ardente amor à Ordem e carismade Santa clara. A sua fundadora, quepassara por diversas vicissitudes lu-tando heroicamente por se manterclarissa, foi convidada a fundar, emPortugal, o tão desejado Mosteiro deIrmãs Clarissas. Após alguns anos deconstante solicitação nesse sentido,foi possível a concretização desse so-nho: foi no dia 17 de junho de 1955que, vinda de Menorca – Baleares –a Madre Clara, com mais três irmãs(uma das quais vive ainda num Mos-teiro de Catalunha) fundou a comu-nidade das irmãs Clarissas de S.Miguel das Aves. Tendo o decretode ereção canónica a data de 19 deMarço de 1955, ficou denominadoMosteiro de S. José, abrindo sob oshospícios deste grande santo. Esteviria, mais tarde, a ser o dinamizadorda Federação das Clarissas em Por-tugal da qual a primeira Presidentefoi a mesma Madre Clara.

O edifício pertenceu às Irmãs Visi-tandinas que se haviam transferido pa-ra Coimbra até regressarem novamen-te a Vila das Aves, ao Mosteiro novo,onde se encontram atualmente. |||||

VILA DAS AVES // ANIVERSÁRIO

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A existência de um Centro Cultural é muitoimportante para qualquer localidade e Viladas Aves não é exceção. Foi fundamentalpara melhorar a cultura das pessoas, bemcomo a colocação de Vila das Aves nopanorama Cultural e Turístico.

O ponto alto deste Centro foi o Ciclo deMúsica Moderna Portuguesa de Vila dasAves, que se realizou em 2010 e 2011 e foium marco para o Centro de Vila das Aves.Pelo auditório passaram grandes nomes daMúsica Nacional com Noiserv, Sean Riley &Slow Riders, Jp Simões, Estilhaços sem nuncade deixar apoiar os novos valores, como DanRiverman, Nicole Eitner. Este evento teve umgrande impacto cultural e turístico que semesta estrutura não teria sido possível. Umadas coisas positivas do Ciclo de MusicaPortuguesa foi a implantação de entrada pagaque só valoriza ainda mais os espectáculos,fazendo também uma filtragem de publico econtribuiu para a sustentabilidade do CentroCultural e do seu orçamento.

De salientar a diversidade de programaçãoe espaços, música, teatro, dança, exposições...Aqui fica uma palavra para a oportunidadedada a vários projetos locais como Hot PinkAbuse, Dan Riverman e Room 40.

O presente, bem como o futuro do Ccva,tem obrigatoriamente de passar pelo serviçopúblico, mas também voltar à política deespetáculos pagos para que estes sejam maisvalorizados, criando assim um hábito naspessoas e ter alguma independência dosapoios públicos.

Assim, o centro deve ter uma programaçãoainda mais regular, bem como a criação demais conceitos fortes e inovadores paraajudar a capitalizar a comunicação e assimlevar o concelho e Vila das Aves ainda maislonge, como aconteceu pontualmente aolongo destes anos. |||||| *Produtor de Eventos,Programador Artístico, Agente Musical

A valorizaçãodos espetáculos

SÉRGIO NETO*

Cresci numa vila muito particular, comnúcleos de pensamento e ação invulgarespara um meio tão pequeno. Tive a sorte demoldar o meu gosto e a minha procuraintelectual nas assíduas visitas a casa do Prof.Pacheco, muito por resultado da grandecumplicidade com o seu irmão mais novo, oRui. Dei um passo em frente ao avançar paraa Associação Avense (AA78), ondeexperienciei e percebi a importância da forçadas ideias, mesmo quando implementadasnum meio mais periférico e sem apoiosrelevantes.

A primeira memória mais substantiva queguardo do Centro Cultural da Vila das Aves,é o lançamento do festival Alcalina em 1998,precisamente a partir desse inquieto grupo depessoas que formava a AA78, nessa épocadistante. E esse ato de rebeldia criativa quelançava um festival num centro cultural emconstrução, representava tudo de bom queuma sociedade pode ter: a vontade de viverem conjunto a capacidade de superar aslimitações que encontramos pela frente.

Desde a sua inauguração (2005) váriosciclos se cumpriram e o imaginário de umlugar designado como centro cultural nãocriou a poética que a vila e seus cidadãospareciam querer edificar, anos atrás.

Esta é a hora em que temos que sabermais uns dos outros, através das práticasculturais, através do encontro regular emlugares públicos. Se há uma casa para acultura em Vila Das Aves ela tem de serhabitada com a dinâmica que lhe compete,porque a forte mudança do mundo só podeser compreendida, se às novas linguagensestivermos expostos.

O teatro (palavra), a dança (o corpo) e amúsica são artes centrais nas sociedadesevoluídas e Vila das Aves tem um palco paraas acolher. É necessário que essa responsabi-lidade seja assumida para que as novasgerações não percam a memória da nossaexistência. |||||| *Programador artístico, responsávelpelos espaços Centro Cultural Vila Flor, Plataformadas Artes e da Criatividade, Centro de Criação deCandoso, ASA Black Box e Espaço Oficina (Guima-rães)

Se há uma casa elatem de ser habitada

RUI TORRINHA*

ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015 | 17

CULTURANo décimoaniversáriodo Centro Culturalde Vila das Aves

No abrangente universo do pop/rock, Noiserv,JP Simões e Dan Riverman. No jazz, destacam-se os saxofonistas norte-americanos OhadTalmor e Noah Preminger, o pianista portu-guês Júlio Resende ou vibrafonista JefferyDavis. No teatro, João Leitão trouxe-nos “Babi-ne, o Parvo” de León Tolstoi, o grupo “OsQuatro Ventos” aventurou-se pel’ “O Cerejal”de Tchekov e, mais recentemente, o ClownLaboratori Porto levou o público às lágrimasde tanto rir com “Labaret”. Fizeram-se aindaincursões pelo teatro para a infância e ensi-naram-se outros na arte de bem representar.

Das artes plásticas, contemporânea ou nempor isso, também reza a sua história: JoãoLeal, Isabel Machado Guimarães, Ana MariaAntunes e Joana da Conceição apresenta-ram-se em exposições individuais, outros maisintegraram coletivas de pintura, escultura oumesmo de desenho. Ano após reuniram-seleitores interessados à volta dos livros e dosseus autores. Debateram-se ideias, promove-ram-se conferências, palestras, colóquios. En-

fim, refletiu-se sobre o mundo, mas tambémo local. A dança também por lá aconteceu, eaté mesmo a ginástica para adultos.

Destas e de muitas outras iniciativas, comestes e outro outros protagonistas, se fez ahistória da primeira década do Centro Cul-tural de Vila das Aves; equipamento culturallocalizado a alguns quilómetros da sede doconcelho, gerido pelo município de SantoTirso. A passagem do décimo aniversário doCentro Cultural acontece no dia 3 de julho.A uma semana da celebração, e ao que oEntre Margens conseguiu apurar até à datade fecho deste número, nada está previstopara celebrar a efeméride.

O Entre Margens, porém, não quis deixara data passar em branco e convidou produto-res, programadores culturais, artistas, profes-sores universitários e outros protagonistas douniverso da cultura naturais e/ou residentesno concelho, na sua maioria a trabalhar forado município, a refletir sobre a primeira dé-cada do Centro Cultural de Vila das Aves. |||||

NÃO ESTÁ PROMETIDA FESTA PARA ASSINALAR O DÉCIMO ANIVERSÁRIODO CCVA, QUE SE COMEMORA A 3 DE JULHO. A OCASIÃO, É PORÉMAPROVEITADA PELO ENTRE MARGENS PARA QUE O DEBATE EM TORNODESTE EQUIPAMENTO CULTURAL SE FAÇA E, PARA ISSO, REUNIUALGUNS TESTEMUNHO DE QUEM TRABALHA NA ÁREA DA CULTURA

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Foi precisamente no ano e mês de inaugura-ção do CCVA, em Julho de 2005, que deixeiVila das Aves para viver na cidade do Porto.Apesar da distância, acompanho a realidadeAvense com bastante interesse, não sóatravés das visitas à família como comtambém através da leitura quinzenal do jornalEntre-Margens, mas não de forma a poderfazer uma avaliação assertiva destes 10 anosdo CCVA. Por isso respondo a este desafiocom algumas perguntas, que para mim sãodefinidoras do que deve ser um centrocultural com as características do de Vila dasAves.

Tem uma agenda de programação regular?Se sim, essa programação reflecte a politicacultural do concelho de Santo Tirso – casoesta exista e seja do domínio público? Possuirecursos financeiros que lhe permitam umagestão financeira, artística e de comunicaçãoautónomas? Possui um plano estratégico demédio e longo prazo? Os artistas locaisencontram no CCVA um espaço que acolheas suas produções nas mais diversas áreasartísticas, desde as artes plásticas às artesperformativas? Cria sinergias com outroscentros culturais vizinhos? Tem definido operfil dos públicos para os quais devedireccionar a sua actividade? Cria sinergiascom as instituições de ensino locais, funcio-nando como um complemento à educaçãode todos os munícipes? Acolhe as activida-des dos movimentos cívicos e associativos doconcelho? Tem um horário de aberturacompatível com as necessidades da popula-ção local?

Se a resposta à maioria destas perguntasfor positiva então posso dar os meusparabéns a estes 10 anos e celebrar ospróximos 10. Caso contrário, atrevo-me adizer que Vila das Aves não tem um centrocultural mas apenas um edifício com essenome. ||||| *Gestor de Marketing Cultural e Professor

Durante os anos de 2005 a 2015, o CentroCultural desenvolveu um trabalho artístico esobretudo educativo meritório com o objetivode alcançar o público alvo em cada atividadeproporcionada. Mas muito ficou por fazernesta década de deambulações, quandoentendidas como caminho de abertura e departilha do conhecimento.

Na memória retenho a atuação dasbandas de garagem ainda com o edifício emtijolo, e mais tarde, no período inaugural,duas exposições retrospetivas evocando aidentidade coletiva dos avenses, uma ligadaao passado da industria têxtil e outracomemorativa dos 75 anos do Desportivodas Aves. Recordo-me da passagem dasjornadas culturais do salão paroquial paraeste espaço e dos concertos de guitarraclássica que assim deixavam o Cine-Aves. Atransferência da biblioteca que funcionava naantiga sede da Junta de Freguesia, serviçoque se associou à sala de leitura e salamultimédia, teve um efeito muito positivo. Foio início fulgurante de um equipamento quecustou perto de dois milhões de euros,construído de raiz, que tinha a missão deacolher projetos de associações locais e deexpandir os seus programas de animação àsfreguesias da zona nascente do concelho,desde Rebordões a Vilarinho.

As expetativas saíram frustradas. À promo-ção de atividades culturais e pedagógicasacresceram algumas ações recreativas de inte-resse relevante, e outras de cariz político ser-vindo de espaço para debates e apresentaçõesde programas eleitorais. Entretanto, o públicoreclamava por um horário de abertura ao fimde semana e um conceito criativo mais envol-vente que fosse de encontro ao potencialdeste equipamento. Recentemente, foram paraaqui deslocalizados serviços de ação social!

Continua-se assim à espera de um novoparadigma cultural que perspetive umaaprendizagem permanente com base nasexperiências e boas práticas, que possibilitedesafios inovadores, e que potencie sinergiasentre a massa crítica e os agentes culturaistendo como prioridade os jovens e osvalores emergentes. ||||| *Gestor cultural (municí-pio de Vila Nova de Famalicão)

“É incrível que haja um centro cultural aquina vila” - comentamos, por vezes, entre nós.Mas, apesar disto ser verdade, não devemosconfundir o edifício com a instituição. E, seno passado já tivemos mais centro cultural,hoje, temos mais edifício; as paredes estãomais vazias.

As atividades mais icónicas do centro,como o Encontro de Leitores, o Ciclo de Jazz,os teatros e concertos, têm vindo a desapare-cer e a ficar esporádicas, em vez de frequen-tes. Claro que estamos em crise e existemcortes, mas atividades como o ciclo de Jazz,que formam o rosto do centro, não devemdesaparecer. Por outro lado, a política doCentro é fechada. Nunca existe comunicaçãoentre a instituição e os artistas locais. Asbandas de música locais, como HRRA, BlackZebra, Astrodome ou Sete Pedras na Mãonunca foram atuar ao centro. Poderiam haverparcerias com as faculdades de artes doPorto, para fazer exposições com os trabalhosdo alunos.

O centro também deveria abrir-se àsatividades das produtoras locais, através dofornecimento do espaço. Claro que issoacabaria com a política do centro em relaçãoaos bilhetes livres; mas isso não é mau. Devehaver um equilíbrio entre atividades com esem bilheteira, para que não se crie um“vício” da arte à borla, porque isso também adestrói. Por fim, achamos que o centro deveriater um site com as suas atividades, e com apossibilidade de receber propostas dosutilizadores.

Apesar disto tudo, queremos dar osparabéns ao Centro Cultural de Vila das Aves por todas as atividades que fez até hoje epelos bons momentos que proporcionou àvila. Mas precisa de outro rumo porque asparedes estão mais vazias. ||||| *Estudantes ecineastas

18 | ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015

ANDRÉ ALVES*

Terá Vila das Avesum Centro Cultural?

NESTOR BORGES*

CCVA, uma décadade deambulações

Mais Centro emenos edifício

DANIEL E DINIS LEAL MACHADO*

Estruturas como o Centro Cultural de Viladas Aves devem estar próximas e integradasna população, devem servir os seus interessese ser elo de ligação entre gerações, devemser meio de difundir, proporcionar e refletirdiferentes formas e meios de comunicação deideias e expressões artísticas, de costumes etradições.

Normalmente não é fácil de atingir estesobjetivos e o desafio é sempre de difícilexecução. Não existe uma formula de sucessoa aplicar a cada estrutura-tipo; penso queuma ideia feliz em Faro, se aplicada numaoutra dimensão/realidade pode ter resulta-dos completamente diferentes. Neste contexto,o melhor que se pode ter dum espaço comoo Centro Cultural de Vila das Aves é afrequência das pessoas

Essa assiduidade permite que se possacrescer em termos de enriquecimento culturale só assim fica garantida a vida própria deum espaço com esta condição.

Sobre se a atividade deve ser desta ou deoutra forma, penso que a única que deve seraplicada é a regularidade, depois depende dequem gere perceber como fazer isso eencontrar forma de o fazer acontecer.

Lembro que ainda em fase de construção,e mesmo com as obras paradas, esse edifíciorecebeu três edições de um festival. ||||||*Agente, Programador, Editor

A única regra é aregularidade

JOSÉ COSTA*

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Há mais de 35 anos o meu percurso cruzou-se de diferentes formas com este “equipamen-to”. Comecei, enquanto membro da Associa-ção Avense aa78, a organizar um eventomusical chamado “Alcalina”. Nessa altura(1998) o edifício tinha ainda o tijolo visível evários detritos a acumularem-se no interior.Com o edifício finalizado, fui convidado paralá expor e, depois disso, como membro docolectivo Causa, apresentamos um conjuntode peças de teatro no seu auditório.

Hoje o CCVA já não é um “equipamento”,é uma casa com orçamento próprio, onde acultura se manifesta das mais variadas formas.A pessoa que o dirige está completamenteentrosada com o tecido cultural envolvente,tem ideias próprias, vontade de construir umprojecto com bases sólidas e mantém umdiálogo activo e informado com a população(escolas, assoc.culturais, autarquia local, ...).

Os Avenses assumiram a cultura e as artescomo uma prioridade e são uma populaçãoexigente e alerta, com um espírito críticoevoluído e activamente envolvidos e preocu-pados com a comunidade.

Nas eleições autárquicas do passadodomingo (sim, vivemos numa democraciaparticipativa sólida onde todos têm a perfeitaconsciência dos seus direitos e deverescívicos), o projecto vencedor foi o fruto deum diálogo aberto e participado com acomunidade e estabeleceu um inteligenteequilíbrio entre as questões sociais, culturais,ambientais, de educação... No decorrer dessediálogo, foram lembradas com ironia e humoras vaidades e motivações que, em tempos hámuito idos, moviam as tomadas de decisão.Hoje em dia, essa forma de “operar” éresidual e o nosso país, apesar de ainda comalgumas dificuldades, é cada vez mais umóptimo local para se viver.

21 de Junho de 2038. |||||| *ProfessorUniversitário, Artista Visual, doutorando em ArtesVisuais da University of South Wales

Um espaço singular no concelho, que trouxenovos públicos e criou um interesse cultural.Apesar de estar localizado fora do centro dacidade, consegue ser uma referência culturalnacional e internacional.

A sua localização, permite que principal-mente Vila das Aves tenha uma programaçãocultural constante, mas não podemosesquecer que Santo Tirso precisa de umespaço maior e de referência no país, queposso apresentar espetáculos de companhiaslocais, nacionais e internacionais, mas comoutra dimensão.

Considero que o Centro Cultural de Viladas Aves, deverá continuar a desenvolver umprograma educativo, acolher espetáculosmultidisciplinares de pequena e médiadimensão, e que seja receptivo acoproduções com grupos do concelho. Umespaço que sirva o concelho, mas acima detudo a população local.

Tendo em conta que a área de representa-ção não é de grande dimensão, o seupotencial pode sair de portas e criar umadinâmica com o espaço envolvente. Nestemomento, deve ser feita uma avaliação destes10 anos de existência e perceber qual ocaminho que o distingue, não só pelaautarquia, mas acima de tudo pela população.

Os criadores, produtores e programadoresculturais locais, poderão ser um apoio nocrescimento deste e de outros espaçosculturais no concelho, e que essa aberturaentre o investimento público e privado,deveria continuar a ser ponderada. |||||*Produtor executivo

Para falar sobre o CCVA terei que recuar a 19de setembro de 1998, ao 1º festival Alcalina,o qual, a banda Haus en Factor encerrou.Enquanto membro da banda, recordocomentarmos: “foi a 1ª vez que encerramosum espaço que ainda não abriu”, isto porqueo CCVA ainda estava em construção ehaviam de decorrer 7 anos até à suainauguração. Mais tarde, a 20 novembro2008, enquanto membro dos Hot PinkAbuse, recordo que esgotámos a lotação doauditório, já com o centro totalmente equipa-do. Creio que o CCVA tenta sensibilizar ecriar novos públicos de modo a propiciar odesenvolvimento cultural da Vila e de toda aregião circundante, penso que faz o melhorque pode para alcançar esses objetivos.

Como sabemos, a sua atividade continuaa ser essencialmente o resultado daoferta de iniciativas autárquicas. Não sei sedeverá permanecer desse modo, ou entãoabrir-se às iniciativas das “indústrias culturaise criativas”, com custos para o utilizador, mascom possibilidade de estabelecer parceriasimportantes. É claro que, mesmo tendo sidoconcebido de forma a otimizar recursos e asua múltipla utilização, a verdade é que nãoconsegue absorver todas disciplinas, lingua-gens e géneros artísticos, isto porque, doponto de vista da dimensão de espetáculos, édemasiado pequeno para tal.

Seria interessante ver o CCVA funcionarcomo ortótese de um serviço educativo, domesmo modo que a Biblioteca funciona comoatividade complementar à escola. Na articula-ção com a escola, já tive oportunidade depromover exposições para os meus alunos.Por tudo isto, e com certeza até por muitomais, acredito que é possível que o CCVApossa oferecer-se em coprodução, emcooperação e em articulação com váriasentidades dentro e fora do concelho. ||||||*Doutorado em Belas Artes, Investigador, Designer,Professor, Compositor.

JOÃO LEAL*

CCVA - Futuro CCVA - 10 anos...e o futuro...

MIGUEL CARVALHO* GERALDO EANES*

ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015 | 19

Sensibilizar e criarnovos públicos

O presente, bem como ofuturo do CCVA, temobrigatoriamente depassar pelo serviço público,mas também voltar à polí-tica de espetáculos pagos”.SÉRGIO NETO

“Se no passado já tivemosmais centro cultural, hoje,temos mais edifício.As atividades maisicónicas do centro, têmvindo a desaparecer.DANIEL E DINIS LEAL MACHADO

“Continua-se assim àespera de um novo para-digma cultural queperspetive uma aprendi-zagem permanentecom base nas expe-riências e boas práticas”.NESTOR BORGES

“A sua localização, permiteque principalmente Viladas Aves tenha uma progra-mação cultural constante,mas não podemos esquecerque Santo Tirso pre-cisa de um espaço maior.”MIGUEL CARVALHO

O teatro (palavra), a dança(o corpo) e a música sãoartes centrais nas socieda-des evoluídas e Vila dasAves tem um palco para asacolher. É necessário queessa responsabilidade sejaassumida”.RUI TORRINHA

“Acredito que é possívelque o CCVA possa oferecer-se em coprodução, emcooperação e em articula-ção com várias entidadesdentro e fora do concelho”.GERALDO EANES

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20 | ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015

DESPORTO||||| TEXTO: CACACACACATTTTTARINAARINAARINAARINAARINA GONÇALGONÇALGONÇALGONÇALGONÇALVESVESVESVESVES

Em dia de festa, estiveram presenteso presidente da AF Porto LourençoPinto, o presidente da Camara Muni-cipal Joaquim Couto, a vereadora daeducação Ana Maria Ferreira, o ve-reador do desporto José Pedro Ma-chado e o presidente da União deFreguesias Marco Cunha.

A festa contou com a participação

FUTEBOL // DISTRITAL

A festa da AR S. MartinhoNAQUELE QUE FOI O ULTIMO JOGO DA ÉPOCA (DIA 14-06-2015), O S.MARTINHO VENCEU O VILA MEÃ POR 3-0 E RECEBEU ATAÇA DE CAMPEÃO DA DIVISÃO DE ELITE PRO-NACIONAL DA AF PORTO

Equipa sénior emreestruturação

FUTSAL // JUNIORES

A equipa júnior terminou a sua ex-celente campanha, no sábado dia 13,no jogo contra a equipa de Módi-cos. Este jogo ditaria o apuramentode campeão da 2ªdivisão em junioresda AF Porto.

O resultado não foi o esperado ea equipa avense não teve argumen-tos para vencer a equipa adversária.Apesar disso, o CD Aves ofereceuum jantar convívio pela excelenteépoca realizada. A todos os elemen-tos técnicos, atletas e directores, foientregue uma lembrança para lhesser reconhecido todo o trabalho eempenho nesta temporada. |||||

Escapou oúltimo objetivo

O futsal do Aves está em reestru-turação a nível directivo. Tendo emconta os objetivos futuros, a direcçãocontará com gente nova com umúnico objetivo: colocar o futsal avensenoutro patamar.

A direcção agradece a entrega eo trabalho do técnico Luís Araújo,que sai do Aves de forma integra, econtará na próxima época com o téc-nico Hugo Oliveira e seu adjuntoPedro Vilaça. ||||||

FUTSAL // SENIORES

de diversas associações e não foramesquecidos todos os escalões de for-mação do S. Martinho que, no seutodo, caminharam lado a lado com aequipa sénior dada a boa épocaalcançada. Mesmo antes do jogo, aequipa sénior recebeu merecida ova-ção no centro do relvado por parteda sua massa associativa, que foi ful-cral neste caminho pois, também elessouberam “jogar” fora de campo.

Sérgio Oliveira Ratinho, jogadordo S. Martinho, disse ao Entre Mar-gens “apesar de já ter passado porgrupos fantásticos (…), este foi o gru-po mais unido” que encontrou. “Édeste grupo que se fazem os campe-ões (…). Este clube tem tudo para seafirmar nas competições nacionais,pois além de uma boa organização,tem uma massa associativa fantástica,onde realço a frente campense, queteve sempre ao nosso lado, tanto nosbons como nos maus momentos, quefelizmente foram poucos”, afirmouainda Sérgio Oliveira Ratinho

Após o jogo realizou-se no salãonobre da junta de freguesia umacerimónia solene de homenagem aoscampeões e toda a estrutura da ARS. Martinho. Na próxima época o S.Martinho irá disputar o Campeona-to Nacional de Seniores e terá comoprincipal adversário o FC Tirsense. ||||||

José Miguel Torres

MassagistaRecuperação Física

Rua de Romão 183 | Vila das AvesTelm.: 93 332 02 93 | Telf.: 252 871 386

EQUIPA SÉNIOR RECEBEUMERECIDA OVAÇÃO NO CENTRODO RELVADO POR PARTEDA SUA MASSA ASSOCIATIVA

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ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015 | 21

Vai realizar-se no próximo sábado,pelas 15 horas, no Salão Nobre daJunta de Freguesia de Vila das Aves,uma Assembleia Geral extraordiná-ria do Clube Desportivo das Avespara aprovar a tão falada constitui-ção da sociedade “Clube Desportivodas Aves, Futebol, SAD”.

O ponto único da convocatória re-fere expressamente o “modelo e con-dições de constituição e documen-tação adstrita (Estatutos, Acordo So-cial e Protocolo)”. Embora pouco sesaiba das negociações que decorre-ram ao longo de várias semanas, umgrupo de investidores alemães dis-põe já de todas as informações so-bre a situação atual do Clube e estádisposto a assumir uma posição im-portante na sociedade. Ao que pare-ce, a participação nos campeonatosprofissionais está dependente daconcretização deste processo.

FUTEBOL // CD AVES

Assembleia Geral paraconcretizar SAD

Redução da 2ºliga aprovadaNa última assembleia geral extraor-dinária levada a cabo pelos clubes emcompetição profissional, confirmou-se a redução de equipas para a 2ªligaportuguesa de futebol. Será já na épo-ca de 2015/16, que cinco equipas se-rão despromovidas do 2º escalão dofutebol português. Na época 2016/17,já entrarão só 22 equipas em prova.

CARLOS PINTO PODE ASSINARO nome do treinador Carlos Pinto éapontado como quase certo na equipatécnica do Aves na próxima época.Segundo conseguimos apurar, o ex-treinador do Chaves está livre e atéjá esteve reunido com elementos doclube, onde foi discutida a disponi-bilidade para vir tomar o comando daequipa. No entanto, não está descarta-da a possibilidade de Emanuel Simõesse manter no comando técnico daequipa avense. Trata-se, porém, de as-suntos que só poderão ser encerra-dos após a concretização da SAD. |||||

Quanto à prova “Taça da Liga”, tam-bém esta será encurtada passando de83 para 48 jogos a disputar. Vemostambém, com esta AG, o estatuto dasequipas B ser alterado. Benfica, FCPorto, Sporting, Braga e Vitoria de Gui-marães, passarão a pagar uma taxade participação de 100 mil euros aoinvés dos 50 mil que pagavam. |||||| CGCGCGCGCG

||||| TEXTO: CACACACACATTTTTARINAARINAARINAARINAARINA GONÇALGONÇALGONÇALGONÇALGONÇALVESVESVESVESVES

A Associação de Moradores do Com-plexo Habitacional de Ringe (AMCHR), representada pelo seu presi-dente Joaquim Faria fez ontem, emconferência de imprensa, a apresen-tação do IX Torneio Internacionaldas Escolinhas de Ringe.

Estavam presentes nesta conferên-cia alguns dos parceiros desta inici-ativa, que demostram assim o seuorgulho em participar no evento eapoiar esta Associação. Entre elessalientavam-se o vereador José PedroMachado em representação da Câma-ra de Santo Tirso, a presidente da

IX TORNEIO INTERNACIONAL ESCOLINHASDE RINGE – CASA DOS RECLAMOS

Este ano o torneio conta com doispadrinhos muito especiais: o antigoatleta Filipe Anunciação, que jogouno Desportivo das Aves e o empre-sário Miguel Abreu, em representa-ção da Casa dos Reclamos; o ex-atleta fez-se representar por Toni,treinador profissional de guarda-redes, que o definiu como um exem-plo a seguir para todos os jovens,no que toca à determinação e entre-ga necessárias para conseguir umacarreira no mundo do futebol; MiguelAbreu, o outro padrinho, definiu-se como um homem de causas, deespirito solidário e voluntário que,por estas e muitas outras razões po-sitivas, decidiu acrescentar o nomeda sua empresa ao nome do torneio.

Este torneio, que é um dos maio-res a nível nacional, visa incentivara prática desportiva levando o nomede Vila das Aves e da AMCHR deRinge alem fronteiras. Dentre as equi-pas participantes destacam-se a es-cola de futebol espanhola “Vila doCorpus”, mais uma vez presente, asescolas de futebol do CD Aves, Bra-ga Fut, Geração Benfica, Esc. Fut.Hernâni Gonçalves, Esc. De Fut. “OFintas”, FC Porto, entre muitas outras.

O torneio envolve cerca de 600crianças e realiza-se este ano no do-mingo dia 28 de junho, entre as9h00 e as 19h00, no estádio doDesportivo das Aves. É importantereferir que neste torneio todos re-cebem um troféu que premeia odesporto no seu todo. “Não há ven-cedores nem vencidos”, obviamen-te que existirá uma classificação mas,muito além da competição esperam-se momentos de alegria e convívioentre todos os participantes. ||||||

Junta de Freguesia de Vila das AvesElisabete Faria e Armando Silva, Pre-sidente do Clube Desportivo dasAves. Adílio Pinheiro, que a AMCHRconsidera o “Pai” do torneio nãoesteve presente, por motivos de saú-de mas não foi esquecido.

O torneio conta comdois padrinhos: oantigo atleta FilipeAnunciação e o empre-sário Miguel Abreu, emrepresentação da Casados Reclamos

Domingo, noEstádio do Aves:600 criançasa jogar futebol

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DIVERSOS22 | ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 15

AGRADECIMENTO

Funeral a cargo de: Agência Funerária de Abílio Godinho

VILA DAS AVES

Manuel Pinho Gomes

A família participa o falecimento do seu ente querido,natural de Vila das Aves, com 63 anos de idade, falecidona sua residência no dia 4 de Junho de 2015. O funeralrealizou-se no dia 5 de Junho, na Capela Mortuária deVila das Aves, para a Igreja Matriz, indo de seguida asepultar no Cemitério de Bairro. Sua família renovaos sinceros agradecimentos pela participação no fu-neral e missa de 7º. Dia.

VILA DELORDELO

Ana de Brito Ferreira de Melo

A família participa o falecimento da sua ente querida,natural de Lourosa, com 87 anos de idade, falecida noHospital de S. Tirso no dia 31 de Maio de 2015. Ofuneral realizou-se no dia 2 de Junho, na CapelaMortuária da Vila de Lordelo, para a Igreja Paroquial,indo de seguida a sepultar no Cemitério da Vila deLordelo. Sua família renova os sinceros agradecimentospela participação no funeral e missa de 7º. Dia.

Funeral a cargo de: Agência Funerária de Abílio Godinho

AGRADECIMENTO

Rua da Indústria, 24 - 4795-074 Vila das Avestelefone 252 820 350 | fax 252 820 359E-mail: [email protected]

Electricidade AutoMecânica geral

TacógrafosLimitadores de velocidade

AlarmesAuto-rádios

negrelcar - centro de assistência auto, lda.Av. 27 de Maio, 817 | 4795-545 Vila de Negrelos

Telf.: 252 870 870 - Fax: 252 870 879 | E-mail: [email protected]

CERTIFICADO DE RECONHECIMENTO DE QUALIFICAÇÃODE INSTALADOR DE TACÓGRAFOS Nº 101.25.04.6.052CERTIFICADO DE RECONHECIMENTO DE QUALIFICAÇÃODE INSTALADOR DE LIMITADORES DE VELOCIDADE Nº 101.99.04.6.053

No passado dia 30 de maio, faleceu o Sr. HêrnaniCoelho da Silva, com 54 anos, residente no Alto daBandeira- Roriz.

Sr. Hernâni Coelho da SilvaAgradecimento

Vila de Roriz

A família vem assim, muito sensibilizada, agradecer a todos que se associ-aram à sua dor, e pelas provas de carinho e amizade que lhes foramendereçadas aquando do falecimento do seu ente querido.A Família.

Funeral a cargo de: Agência Funerária Santos Godinho, L.da- Vila das Aves - Telf.: 252 872 140.

LORDELO

Arminda Rosa de Oliveira

A família participa o falecimento da sua ente querida,natural de Caldas de Vizela, com 87 anos de idade,falecida no IPO do Porto no dia 6 de Junho de 2015. Ofuneral realizou-se no dia 7 de Junho, na CapelaMortuária da Vila de Lordelo, para a Igreja Paroquial,indo de seguida a sepultar no Cemitério da Vila deLordelo. Sua família renova os sinceros agradecimentospela participação no funeral e missa de 7º. Dia.

Funeral a cargo de: Agência Funerária de Abílio Godinho

AGRADECIMENTO VILA NOVA DEFAMALICÃO

Francisco de Assis Dias Veiga

A família participa o falecimento do seu ente querido,natural de Ruivães, com 53 anos de idade, falecido emFrança no dia 2 de Junho de 2015. O funeral realizou-se no dia 5 de Junho, na Capela Mortuária de Ruivães,para a Igreja Paroquial, indo de seguida a sepultar noCemitério de Ruivães - Vila Nova de Famalicão. Suafamília renova os sinceros agradecimentos pelaparticipação no funeral e missa de 7º. Dia.

Funeral a cargo de: Agência Funerária de Abílio Godinho

AGRADECIMENTO

S. TOMÉNEGRELOS

Miguel Gouveia Pereira

A família participa o falecimento do seu ente querido,natural de S. Tomé de Negrelos, com 78 anos de idade,falecido no Hospital de Guimarães no dia 15 de Junhode 2015. O funeral realizou-se no dia 17 de Junho, naCasa Mortuária da Vila de S. Tomé de Negrelos, para aIgreja Paroquial, indo de seguida a sepultar no Cemitériolocal. Sua família renova os sinceros agradecimentospela participação no funeral e missa de 7º. Dia.

Funeral a cargo de: Agência Funerária de Abílio Godinho

AGRADECIMENTO

No passado dia 15 de junho, faleceu o Sr. Raúl Ferreirade Souza Guimarães, residente no Pedreçal, viúvo deMadalena de Jesus Gonçalves.

Sr. Raúl Ferreira de Souza GuimarãesAgradecimento

S. Tomé de Negrelos

Suas filhas e demais família vêm assim, muito sensibilizados, agradecer atodos que se associaram à sua dor, e pelas provas de carinho e amizade quelhes foram endereçadas aquando do falecimento do seu ente querido.A Família.Funeral a cargo de: Agência Funerária Santos Godinho, L.da- Vila das Aves - Telf.: 252 872 140.

O Jornal Entre Margensenvia às famíliasenlutadas as maissentidas condolências

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ENTRE MARGENS | 25 JUNHO 2015 | 23

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