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FROTAS ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1341, DE 9 ABRIL DE 2010, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE O SEU SITE DE VENDAS ONLINE DE VIATURAS USADAS EXCLUSIVO PARA PROFISSIONAIS 24H POR DIA, 7 DIAS POR SEMANA CONSULTE O NOSSO STOCK DE VIATURAS USADAS INSCRIÇÃO GRATUITA em www.autocontact-business.com.pt ou pelo 21 898 81 70 RENAULT Baixa média de emissões de CO2 aumenta competitividade frotista LEASEPLAN Meta para 2010 é continuar a ganhar quota no renting nacional O presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), Beja Amaro, está esperan- çado num 2010 melhor do que o ano passado para o aluguer operacional luso. O dirigente associativo sus- tenta, em entrevista à “Vida Económica”, a confiança no facto “de as empresas de gestão de frotas portugue- sas estarem mais fortes”. Segundo o presidente da ALF, “prova disso é que Portugal, apesar de ter acusado uma quebra nos resultados, conseguiu ficar entre os países com melhores resultados”, como a Bélgica, a Grã-Bre- tanha, a Itália, a Noruega ou a Polónia. “Vemos este ano com muito bons olhos e acreditamos que o pior terá mesmo passado”, remata Beja Amaro. Pág. 6 Presidente da ALF sobre o aluguer operacional português “Vemos este ano com muito bons olhos” Fim do IVA sobre ISV vai aumentar custos de renovação de frota das rent-a-car Pág. 9

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FROTASESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1341, DE 9 AbRIl DE 2010,

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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RENAULTBaixa média de emissões de CO2 aumenta competitividade frotista

LEASEPLANMeta para 2010 é continuar a ganhar quota no renting nacional

O presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), Beja Amaro, está esperan-çado num 2010 melhor do que o ano passado para o aluguer operacional luso. O dirigente associativo sus-tenta, em entrevista à “Vida Económica”, a confiança no facto “de as empresas de gestão de frotas portugue-sas estarem mais fortes”. Segundo o presidente da ALF,

“prova disso é que Portugal, apesar de ter acusado uma quebra nos resultados, conseguiu ficar entre os países com melhores resultados”, como a Bélgica, a Grã-Bre-tanha, a Itália, a Noruega ou a Polónia. “Vemos este ano com muito bons olhos e acreditamos que o pior terá mesmo passado”, remata Beja Amaro.

Pág. 6

Presidente da ALF sobre o aluguer operacional português

“Vemos este ano com muito bons olhos”

Fim do IVA sobre ISV vai aumentar custos de renovação de frota das rent-a-carPág. 9

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É sabido que a mobilidade dos colaboradores é um dos maiores “fardos” no orçamento da maioria das empresas. Assim, impõe-se que haja uma decisão criteriosa pela melhor a forma de renovação do parque automóvel. Neste capítu-lo, o aluguer operacional de via-turas (AOV) tem ganho, desde a década passada, uma importância acrescida, face à aquisição ou ao “leasing”.

De acordo com o Bárometro Corporate Vehicle Observatory 2009 (CVO), um estudo anual pan-europeu que a gestora de frota Arval leva a cabo, a performance do renting em Portugal tem sido positiva, atingindo uma média anual de crescimento na ordem dos 7,5%. “Tem estado em con-tra-ciclo com os restantes métodos [de renovação de frotas], tais como aquisição própria, leasing financei-ro e crédito”, disse à “Vida Econó-mica” o administrador-delegado da Arval Portugal.

Stephan Beck conclui, aliás, que o mercado de AOV “ainda não atingiu um ponto de maturidade” entre nós. “A taxa de penetração do renting ainda não ultrapassa os 4%. O método de financiamento mais utilizado pelas empresas por-tuguesas ainda é o leasing financei-ro, com 47%”, recorda.

De acordo com o mesmo estu-do, o AOV representa em Portugal cerca de 115 mil contratos, sendo ao parque automóvel de cerca de 5,5 milhões de veículos. Numa análise por dimensão de empre-sa, a penetração renting atinge os 40% nas grandes empresas ao invés das micro-empresas, típicas no tecido empresarial português, com 4%. “Desta forma, é notória a adopção deste método de finan-ciamento quanto maior é o nível de maturidade da empresa. Face à média europeia, verificamos igual-mente que existe margem para que este serviço incremente a sua pene-tração, sendo este comportamento transversal a todas as dimensões das empresas”, defende o adminis-trador-delegado da Arval Portugal.

Em relação aos particulares, o potencial está lá, mas o caminho a percorrer é mais longo. “O par-que automóvel dos particulares no nosso país representa mais de 80% do total de veículos existentes. Ac-tualmente, as empresas de AOV já efectuam operações B2C [ao consumidor] no que à venda de veículos usados diz respeito. Está estabelecido, então, o primeiro passo para praticar renting no ca-nal particulares”, afirma Stephan Beck.

ALD com serviços agregados

O AOV já não é um conceito desconhecido do público. Porém,

ainda deixa muitas dúvidas. O aluguer operacional é isso mesmo, um aluguer – e não um produto financeiro, porque nos contratos não está prevista a passagem de propriedade ao cliente –, em que o locatário paga uma renda men-sal durante o período de tempo entre um e cinco anos. Esta renda, paga numa única factura, inclui as revisões, o seguro contra danos próprios e as reparações. No caso do cliente querer, o contrato pode mesmo contemplar a gestão dos pneus e, até, dos combustíveis. Trata-se, portanto, de um ALD, ao qual são acrescentados serviços.

As empresas que se dedicam à actividade utilizam todo o tipo de veículos, embora os pesados com mais de seis toneladas de peso bru-to sejam raros, devido aos entraves colocados pela legislação em vigor. As vantagens do aluguer operacio-nal são muitas, mas resumem-se numa expressão cada vez mais uti-lizada: “outsourcing”. Os preços das rendas conseguem tornar-se atractivos, porque as gestoras de frota têm um poder negocial para compra e manutenção que, regra geral, as empresas não possuem de forma isolada.

No que se refere ao balanço da empresa, há a vantagem de os ve-ículos em questão não entrarem no balanço desta. No que se refere aos seguros, o aluguer operacional apresenta ainda o benefício de não se verificarem agravamentos. A natural concorrência na economia levou a que as empresas tomassem consciência das vantagens finan-ceiras e físicas, bem como da sim-plificação da gestão de frota que o aluguer operacional oferece, pelo que começaram a utilizá-lo.

Aquiles [email protected]

Renting português longe da maturidade

sexta-feira, 9 Abril de 2010 frotAs2

OpçãO aluguer OperaciOnal

Vantagens

Simplifica todas as tarefas de ges-tão da frota das empresas, que é entregue a espe-cialistas com ser-viços adicionais diversos.

Utilização de imobi-lizado de terceiros, em termos jurídicos e económi -cos.

Acompanhamento in-formático por parte da empresa de aluguer operacional: gestão de facturas, de combustí-vel, do número de dias utilizando viatura de substituição, etc.

O locatário apenas tem que pagar as rendas: a lo-cadora avisa nas alturas de manutenção.

O mais interessante é que, feitas bem as contas, o con-trato de aluguer operacional acaba por fazer com que a mobilidade se torne mais ba-rata que em caso de compra, acrescida das manutenções, seguro, etc.

Desvantagens

A quilometragem anual tem implicações no que respeita aos encargos de manutenção com o veículo, devendo o locatário pagar uma verba adicional, caso exceda a quantidade de km previamente contratada.

Caso o prazo do contrato seja abreviado por rescisão da empresa cliente, há lugar a uma penalização, que varia, consoante a locadora.

lOcaçãO financeira (“leasing”)

Vantagens

A locação financeira oferece uma garantia de “cash-flow” através da sequência fixa das rendas mensais ao longo do período do contrato. Esta opção liberta as empresas locatárias de pressões de crédito com outras instituições.

Possibilidade de aquisição do bem no fim do contrato.

Desvantagens

Na hipótese de o contrato não ser to-talmente cumprido, há uma cláusula penal por rescisão antecipada.

Outras desvantagens foram já indicadas na aquisição a cré-dito ou a pronto e que também aqui se aplicam.

Embora a empre-sa cliente não seja proprietária do auto-móvel, é totalmente responsável pela sua danificação.

cOmpra integral (prOntO pagamentO)

Vantagens

Desvantagens

Utilização de re-cursos financeiros da empresa para compra de veículos, em detrimento da sua aplicação em investimentos no negócio central.

O facto de ser um activo na empresa, pelo que pode ser tributado.

Implementação de um serviço interno de gestão da frota com menor poder negocial que as em-presas de aluguer operacional.

Possibilidade de negoc iação do preço do veículo, dependendo do poder negocial do comprador.

Utilização de fundos próprios da empresa ou negociação de empréstimos, even-tualmente com taxas favoráveis.

Disponibilidade do veículo para venda em qualquer altura, já que é um activo da empresa.

A performance do renting em Portugal tem sido positiva, atingindo uma média anual de crescimento na ordem dos 7,5%.

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sexta-feira, 9 Abril de 2010 frotas4

O aluguer operacional de viaturas (AOV) tem, como se pode ler neste dossier, ganho preponderância no mercado nacional. Im-porta, porém, saber quais os custos mensais associados a uma frota neste regime. Para saber quanto custa uma frota em AOV, a “Vida Económica” recorreu à LeasePlan, empresa líder do sector em Portugal, para obter uma proposta, mesmo que mera-mente indicativa.

Os nossos “contratos” têm 48 meses de duração com uma quilometragem contra-tada de 120 mil km (30 mil por ano) e in-cluem, além da manutenção programada e correctiva, a substituição de quatro pneus, viatura de substituição e seguro com danos próprios, com franquia de 2%. O IVA está incluído à taxa em vigor e os modelos de passageiros têm pintura metalizada.

Os modelos escolhidos são, no total, seis. Quatro de passageiros – dos segmen-tos B, C, D e E – e dois comerciais. No segmento B, a escolha recaiu sobre o Ford Fiesta 1.4 TDCi Trend. O modelo tem um preço de venda de 17 735 euros, sendo a renda mensal proposta de 409,86 euros. Outro modelo que serve de exemplo para estas simulações é, no caso do segmento C, o Opel Astra Enjoy 1.3 CDTI com 95 cv.

Proposto em Portugal por um preço de 23 mil euros, o modelo tem uma renda em renting de 533,31 euros. A terceira possibilidade de carros de passageiros é a Volkswagen Passat Variant 1.6 TDI 105 Bluemotion. Com um PVP de 33 325 euros, o modelo tem um custo mensal em AOV de 700,52. O último modelo de passageiros é o BMW 525d 3.0 com 204 cv, cujo preço em novo é de 62 850 euros. A renda da Lease-Plan é de 1294,54 euros.

Nos veículos comerciais, uma das possibilidades é o Opel Combo Van

1.3 CDTI com 75 cv. Custa 13 750 eu-ros e tem um preço mensal em renting de 374,75 euros. A outra escolha de comer-ciais é a “pick-up” Toyota Hilux 2.5 com 144 cv. Com um valor a rondar os 27 mil euros, o modelo tem uma renda de 638, 85 euros.

Aquiles [email protected]

Simulação da LeasePlan

Os custos de uma frota em AOV

O Volkswagen 1.6 TDI 105 é o modelo a diesel com o TCO (custo total de propriedade, do inglês “total cost of ownership”) mais baixo do segmento C, de acordo com a análise da empre-sa especialista FleetData, a que a “Vida Económica” teve acesso. Com um TCO por 100 km de 20,88 euros por cada 100 km, o modelo alemão lidera, destacado, a tabela. Com efeito, o Golf dei-

xa os restantes “corredores” bem longe.

Curiosamente, e mantendo a analogia à competição automó-vel, pode-se dizer que os restan-tes cinco modelos avaliados pelo TCO Analysis da FleetData che-garam, longe do líder, em “pelo-tão”. Assim, seguiu-se o Toyota Auris 1.4 D4D (TCO a 100 km de 23,04 euros), o Renault Mégane 1.5 dCi 110 (23,06

euros), o Peugeot 308 1.6 HDi 110 (23,09 euros), o Ford Focus 1.6 TDCi 109 (23,16 euros) e o Opel Astra Cosmo 1.7 CDTi (23,28 euros).

De referir que o TCO, em am-bos os segmentos, foi calculado pela FleetData com um prazo de 36 meses, pressupondo uma quilometragem de 90 mil km (30 mil por ano) e inclui a substitui-

ção de oito pneus. Para o cálculo do custo de combustível, foi uti-lizado o consumo misto indicado por cada marca. De referir que a empresa valorizou apenas com os equipamentos de série.

Quanto é que vai custar a uti-lização de determinada viatura por um período de tempo? Esta é a questão financeira fulcral no que respeita à decisão de compra

de um veículo que a FleetData procura responder com a ferra-menta TCO Analysis. Utilizando o conceito do TCO, é, segundo a empresa, possível a um poten-cial comprador avaliar financei-ramente a decisão de compra de um veículo e efectuar uma análise correcta do impacto dessa opção de investimento.

AP

De acordo com o estudo TCO Analysis, da FleetData

Volkswagen Golf vence destacado “corrida” do melhor custo de utilização

O Volkswagen Golf volta a ter a melhor performance no segmento C diesel.

Segmento C 36 meses/90 000 km

Modelo PVP %VR Depreciação Manutenção Pneus Combustível tCo tCo (100km)

Ford Focus 1.6 TDCi 109 Titanium

25 130 48% 13 068 1801 1694 4285 20 848 23,16

Opel Astra Cosmo 1.7 CDTi

26 600 52% 12 768 1530 2183 4475 20 956 23,28

Peugeot 308 1.6 HDi 110 Executive

24 783 48% 12 887 1863 1464 4571 20 785 23,09

Renault Mégane Dynamique S 1.5 dCi 110

25 650 51% 12 569 1745 2153 4285 20 752 23,06

Toyota Auris 1.4 D4D Sol 24 340 49% 12 413 2221 1437 4666 20 737 23,04

VW Golf 1.6 TFI 105 Confortline

26 799 58% 11 256 1783 1464 4285 18 788 20,88

MÉDIA 25 550 51% 12 494 1824 1733 4428 20 478 22,75

Obs.: Valores em eurosFonte: FleetData

Modelo aleMão destaca-se do “pelotão”

Ford Fiesta 1.4 tDCi trend

Preço J17 735Renda mensal J409,86 (c/IVA)

opel Astra enjoy 1.3 CDti 95 cv

Preço J23 000Renda mensal J533,31 (c/IVA)

VW Passat Variant 1.6 tDi Bluemotion

Preço J33 325Renda mensal J700,52 (c/IVA)

BMW 525d 3.0 204 cv

Preço J62 850Renda mensal J1394,54 (c/IVA)

opel Combo Van 1.3 CDti com 75 cv

Preço J13 750Renda mensal J374,75 (c/IVA)

toyota Hilux 2.5 4X4 144 cv

Preço J27 000Renda mensal J638,85 (c/IVA)

seis opções

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Vida Económica- Como foi 2009 para o renting em Portugal?

Beja Amaro - Quando iniciámos 2009, tínhamos cons-

ciência dos desafios que a nova conjuntura económica nos iria trazer. Mas a crise também trouxe uma preocupa-ção acrescida na procura de alternativas consistentes para assegurar a rentabilidade dos negócios e ajudar os clientes com os custos das suas frotas. Aqui, o renting consoli-dou a sua posição como uma boa opção para as grandes e médias empresas, pela poupança que oferece em ter-mos de tesouraria e custos administrativos, e os resulta-dos finais do ano traduziram-se numa quebra que pode ser considerada ligeira, especialmente tendo em conta o panorama do sector automóvel em geral e os níveis de investimento nacional. Se tiver que indicar o factor que terá afectado mais este sector, apontaria para a quebra acentuada dos valores praticados no mercado de usados, dificultando o escoamento das viaturas que se encontram em fim de vida contratual. Mas as gestoras de frota não se entregaram ao clima de pessimismo e recessão que as-solou o país e procuraram dinamizar a sua actividade, nomeadamente, através da oferta de novos serviços mais atractivos para o cliente.

VE - Quais os objectivos para 2010 nesta activi-dade?

BA - Para 2010 vamos continuar a trabalhar no sentido de colmatar as consequências negativas que o último ano trouxe para o negócio. As empresas de gestão de frotas portuguesas estão mais fortes e sólidas e prova disso é que Portugal, apesar de ter acusado uma quebra nos resulta-dos, conseguiu ficar entre os países com melhores resul-tados, como foi o caso da Bélgica, Grã-Bretanha, Itália, Noruega ou Polónia. Por isso, vemos este ano com muito bons olhos e acreditamos que o pior terá mesmo passado. O renting está pronto para continuar a acompanhar e responder às necessidades dos clientes e, inclusivamente, caso pretendam recorrer a viaturas eléctricas.

VE - Uma possível alteração, preconizada pelo Go-verno, na tributação de IVA sobre ISV poderá influen-ciar a actividade das empresas associadas – não ape-nas a gestoras de frotas, mas também as empresas

de leasing – da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF)?

BA - Existindo apenas uma autorização legislativa, jul-gamos ser prematuro estar a falar deste assunto detalha-damente, uma vez que as especificidades de como esta al-teração, caso venha a ter lugar, se irá suceder são bastante importantes. A ALF está atenta a esta situação e tentará trabalhar/está disposta a trabalhar com o Governo no sentido de tornar esta possível alteração verdadeiramente neutra do ponto de vista fiscal, sem prejudicar os consu-midores finais.

VE - A ALF iniciou 2010 com um reforço no con-junto das suas associadas, afirmando representar 90% dos sectores do leasing, factoring e renting. Que balanço fazem dos últimos meses?

BA - A entrada, no início deste ano, de duas novas as-sociadas da área do leasing e do factoring é, para nós, um importante reconhecimento do dinamismo e trabalho que temos desenvolvido na defesa dos interesses destes três sectores, quer perante o Estado, quer junto das en-tidades privadas como do público em geral. O início de 2010 vem ainda dar seguimento ao trabalho já desenvol-vido em 2009, ano em que entraram na ALF uma nova associada de renting e duas novas associadas no facto-ring. Hoje, a nossa associação representa um total de 46 actividades de empresas nos sectores do leasing (22), do factoring (14) e do renting (10) em Portugal.

VE - Quais os objectivos para 2010 neste capítu-lo?

BA - É objectivo permanente da ALF prestar o melhor serviço às suas associadas e criar um fórum para discu-tir as oportunidades e problemas comuns dos sectores. Neste âmbito, a ALF continua preparada para acolher as poucas empresas que ainda não aderiram, estando cientes da qualidade dos serviços que lhes poderemos disponi-bilizar.

AQUILES [email protected]

O valor comercial dos usados mostrou recuperação no último trimestre de 2009, de acordo com o estudo UCBook – Ma-rketIndex, da empresa especializada em informações automóveis FleetData, a que a “Vida Económica” teve acesso. O baró-metro indica que os preços do mercado total de veículos usados registam um cres-

cimento no valor dos usados no quarto face ao terceiro trimestre (de 9,5%), bem como ao período homólogo de 2008 (de 22,5%).

Outra conclusão do estudo é que, talvez fruto da conjuntura económica, são mais velhas e apresentam menos quilometra-gem na altura da negociação. Em relação

à idade média, regista um aumento face ao período homólogo de 4,7%, para 45 meses, apesar de, na comparação com o trimestre anterior, diminuir (era 47 me-ses). A quilometragem baixa, por seu tur-no, 2,7% face a igual período de 2008 e 8,3% em relação ao trimestre anterior, para 101 714 km.

Por fim, uma referência à “dieseliza-ção” do mercado, efeito que se man-tém, mas que abrandou no quarto tri-mestre de 2009. “[É] mais acentuado no mercado total (menos 2,6%). O mercado de gestoras de frotas também baixou, mas apenas 1,8%”, informa a FleetData.

Indica estudo da FleetData

Valor dos usados com sinais de recuperação

“As empresas de gestão de frotas portuguesas estão mais fortes”, salienta Beja Amaro.

Indica o presidente da ALF, Beja Amaro, em entrevista

Descida do valor dos usados atrapalhou contas das gestoras de frota no ano passadoOs valores residuais foram o calcanhar de Aquiles do renting português em 2009, de acordo com o presidente da ALF – Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting. “Se tiver que indicar o factor que terá afectado mais este sector, apontaria para a quebra acentuada dos valores praticados no mercado de usados, dificultando o escoamento das viaturas que se encontram em fim de vida contratual”, refere, em entrevista à “Vida Económica”, o presidente da entidade, Beja Amaro.

O leasing e o renting português foram dos que menor quebra apresentaram na Europa no primeiro semestre de 2009. Os dados, divulgados pela Leaseurope, mos-tram que a redução de 30%, face aos valores alcança-dos em 2008 em Portugal, ficou longe de quebras de 80%, em países como a Estónia, a Letónia, a Rússia e a Ucrânia, e de 60% em Espanha, Irlanda, Finlândia, Bulgária, República Checa e Hungria.

Portugal conseguiu, assim, ficar no grupo de países com menor quebra, como a Bélgica, a Grã-Bretanha, a Itália, a Noruega ou a Polónia. A ALF recorda que a produção agregada das empresas de leasing e renting portuguesas atingiram os 2262 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2009. Os valores, provisórios, para todo o ano passado são de 4757 milhões de eu-ros.

“Já estávamos à espera que o desempenho do lea-sing europeu ficasse aquém dos resultados obtidos em 2008”, refere José Beja Amaro, relembrando que “a crise económica começou a ter mais relevo nos finais de 2008, pelo que é natural que os primeiros reflexos desta ocorressem no primeiro semestre do ano seguin-te”. O presidente da ALF acredita, apesar disso, que as empresas nacionais “souberam reagir com prontidão à nova dinâmica que se sentia em Portugal, aliás, em todo o Mundo, e conseguiram conter bem os efeitos mais negativos”.

“Estamos agora a finalizar a análise de todos os da-dos das nossas associadas referentes ao ano de 2009 e acredito que os esforços empreendidos pelo sector português darão mostra de que conseguiram conter os efeitos que esta crise provocou na economia do país”, salienta ainda o presidente da ALF.

Leasing e renting português resistem à tendência de queda

na europa

sexta-feira, 9 Abril de 2010 frotas6

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Os prolongamentos de contratos de alu-guer operacional de viaturas (AOV) foram uma realidade no ano passado. Em 2010 esta tendência vai, segundo disse à “Vida Económica” o administrador-delegado da Arval Portugal, Stephan Beck, manter-se. “De uma forma geral, todas as empresas de AOV estão a efectuar prolongamentos aos contratos actuais. Tem vantagens evidentes para o cliente, com poupanças na ordem dos 5% na factura mensal, e para as gesto-ras de frota. Em 2010, as empresas de AOV

irão continuar a efectuar o prolongamento dos contratos tendo, obviamente, em consi-deração o binómio, valor residual e risco de manutenção”, defende Beck.

O executivo afirma que os resultado de Janeiro deste ano confirmaram a sua tese, com as empresas a apresentarem “perfor-mances negativas por oposição ao ligeiro in-cremento no volume das frotas” em gestão. “O barómetro CVO 2009 [estudo anual pan-europeu que a Arval realiza] atesta que os responsáveis de frota em Portugal enten-dem que esta atitude é mais correcta como reacção face à conjuntura económico-finan-ceira”, acrescenta Stephan Beck. Presente em Portugal há 10 anos, a gestora de frota do BNP Paribas gere um parque de cerca de nove milhares de viaturas em solo luso.

Fiscalidade nacional eleva custos com mobilidade

Uma vertente vital do negócio de AOV é o escoamento das viaturas provenientes de contratos. “[A Arval] adoptou uma filosofia muito própria no escoamento das viaturas provenientes dos fins de contrato, podendo ser concretizada por três canais de distribui-ção: condutores, leilões e Internet. Desen-volveu duas plataformas especializadas na comercialização de veículos usados, a saber, Arval Caroption dedicada a comerciantes do ramo automóvel (www.arvalcaroption.com.pt) e o Stock2c.com (www.stock2c.com), o primeiro leilão on-line destinado ao mercado particulares no nosso país. Es-tes sites contam actualmente com mais de

cinco mil utilizadores registados, com uma média de sete mil visitantes únicos todos os meses”, explica o administrador-delegado da Arval Portugal.

Questionado sobre a fiscalidade automó-vel portuguesa, Stephan Beck não escondeu que a considera exagerada. “O nosso país está no ‘top’ três dos países com os custos de mobilidade mais elevados em toda a Euro-pa. Porquê? Essencialmente pela carga fiscal associada. Até quando é que a economia nacional vai suportar este esforço? Desta forma, a abordagem da Arval, tendo em vista a procura da redução do TCO [custo total de utilização], vai no sentido de reco-mendar veículos alternativos, ‘downgrade’ de motores e eficiência tecnológica”, defen-de o entrevistado.

Os automóveis eléctricos, que vão co-meçar a chegar ao mercado nos próximos meses, poderão ser rentáveis em AOV, de acordo com Beck. Além disso, os respon-sáveis de frota em Portugal estão “bastante receptivos à introdução de modelos verdes” nos seus parques. “Se, não vejamos, oito em cada 10 empresas nacionais referem que irá adoptar pelo menos um veículo verde na sua frota até 2011. Verificamos, igualmen-te, que três em cada 10 responsáveis de fro-ta já estão na disposição de incorporar nas suas frotas veículos eléctricos. Para que tal se concretize, é necessário que o TCO das frotas seja positivamente impactado pelo introdução dos novos modelos”, explica o administrador-delegado da Arval Portugal.

AP

Arval vê vantagens no prolongamento do renting

Quidgest garante poupar 30%

nos custos da frotaA solução de gestão integrada da frota da

Quidgest permite, segundo os responsáveis pela empresa, uma redução de 30% nos cus-tos. “A maioria das organizações de hoje já percebeu a importância que sistemas como a gestão integrada de frota da Quidgest têm na rentabilização de todos os processos referen-tes a veículos, desde a sua entrada ao serviço até ao final da sua vida útil. Por isso, estima-mos que o nosso sistema permite reduzir os custos operacionais em cerca de 30%, atra-vés do recurso a novas técnicas de gestão e do melhor controlo das operações”, disse à VE o coordenador do departamento de aprovisio-namento, logística e gestão patrimonial da empresa, Álvaro Damas.

A Quidgest tem 30 clientes na área da ges-tão de frotas – o total de clientes, em todas as áreas da TI em que a empresa actua, ascende à centena –, com destaque para a Câmara Mu-nicipal de Lisboa, o Instituto do Cinema e do Audiovisual e a Direcção-Geral dos Impostos. Além de Portugal, tem pólos de desenvolvi-mento, fora da área das frotas, em Inglaterra, Moçambique, Espanha e Timor-Leste, con-tanto ainda uma parceria na Lituânia.

No ano passado, a empresa teve uma fac-turação na ordem dos três milhões de euros, sendo o objectivo para 2010, de acordo com Álvaro Damas, “chegar aos cinco milhões de euros”. Na área da gestão de frotas, as me-tas da Quidgest passam por entrar no sector dos transportes e “implementar os sistemas de gestão de frotas no plano internacional, começando por Angola e Moçambique”.

Agravamento do ISV vai

aumentar preço do renting

O agravamento do ISV em 20% com o eventual fim da dupla tributação de IVA so-bre aquele imposto vai aumentar as rendas do aluguer operacional de viaturas. “Podemos estimar um impacto negativo sobre todas as actividades que incluem nos seus factores de competitividade a dedução do IVA, uma vez que o valor de investimento de cada veículo terá um agravamento de 20% do ISV que lhe seria aplicável”, explicou à “Vida Eco-nómica” o director comercial “corporate” da ALD Automotive. Nuno Jacinto acrescenta, assim, que “o efeito esperado é um aumento do valor das rendas, uma vez que desta alte-ração da composição do imposto não resulta nenhuma valorização do valor estimado de venda no final do contrato”.

A ALD Automotive Portugal gere hoje uma frota com mais de 10 mil veículos, distribuídos por cerca de 1300 clientes, um crescimento superior a 30% nos últimos cinco anos. Este ano, a filial da gestora de frota conta crescer, não obstante a conjun-tura. “Teremos um mercado expectante em relação às consequências das alterações regis-tadas ao nível da fiscalidade e de outras que poderão constituir um desafio a nível con-tabilístico, mas cujo crescimento sustentado deverá prosseguir sem dificuldades”, afirma Nuno Jacinto.

A empresa líder europeia especializada em gestão de viaturas usadas, AutoContact, indi-ca o acompanhamento de todo o ciclo de vida útil de um automóvel como o grande trunfo concorrencial. “É a nossa grande vantagem face aos nossos concorrentes. Não existe, a nível europeu, nenhuma outra empresa que preste o mesmo tipo de serviços que nós, te-mos vários concorrentes para diferentes áreas, mas não temos um único concorrente para o leque de prestações que oferecemos aos nos-sos clientes. É esta abrangência que permite gerar valor para os nossos clientes”, afirmou à “Vida Económica” o director-geral da filial portuguesa da empresa, Sérgio Vitorino.

A intervenção da AutoContact começa no planeamento e definição da estratégia, dos volumes a realizar, em função das vendas previstas, dos canais de venda que melhor permitem rentabilizar as vendas. De seguida, acompanha o ciclo de vida da viatura desde a sua colocação em frota à sua restituição, com a entrada das viaturas em parque, o levan-tamento de danos das viaturas, o controlo “buy back”, a recuperação dos elementos ad-ministrativos, a gestão dos documentos e a disponibilização das viaturas para venda.

Após a disponibilização das viaturas para venda, as mesmas são alocadas aos canais de venda predefinidos, sendo que a Internet é cada vez mais importante. A AutoContact acabou de lançar um site próprio de vendas online exclusivo para profissionais, denomi-nado AutoContact Business, que pretende ser mais uma solução para ajudar os seus clientes a escoar viaturas, via AutoContact. “Este site permite efectuar leilões online, exclusivos para os nossos clientes, ou leilões ‘gerais’ e disponibiliza um stock permanente para compras regulares”, refere Sérgio Vito-rino. Aliado a outro site denominado Euro-linea, a AutoContact propõe uma solução mais global, que permite seleccionar e dis-tribuir as vendas por canal: profissional ou particular e vender as viaturas através destas ferramentas.

“A AutoContact dispõe ainda de servi-ços de consultoria e software de usados que acompanham os distribuidores na gestão e dinamização da actividade de usados. Rea-liza, igualmente, vários estudos de mercado, na área do CRM, tais como inquéritos de satisfação, acções de cliente mistério, audito-rias, etc.”, acrescenta Sérgio Vitorino.

Crescimento em 2009

Sem detalhar números concretos, o director-geral da AutoContact Portugal afirma que, “à semelhança dos anos ante-riores, a empresa continuou a crescer em 2009, com dois dígitos”. “A conjuntura de crise trouxe mais clientes interessados em reduzir os seus custos e em ter um parceiro que lhes apresente um verdadei-ro retorno em termos de resultados e de redução de custos. Em termos de factura-ção, foi o melhor ano da AutoContact”, afirma.

Em relação a 2010, a empresa estima continuar a crescer. “Sabemos que 2010 será o ano mais difícil para nós desde o início da crise, pelo impacto que as re-duções de frotas dos vários operadores, efectuadas o ano passado, com efeitos em 2010, têm na nossa actividade”, reconhe-ce, ainda assim, Sérgio Vitorino. “Mas o lançamento do AutoContact Business e a dinamização do Eurolinea vão-nos permi-tir continuar a crescer”, acrescenta.

AP

AutoContact aponta abrangência como grande trunfo concorrencial

Stephan Beck sobre os prolongamentos: “Tem vantagens evidentes para o cliente, com poupanças na ordem dos 5% na factura mensal, e para as gestoras de frota”.

Frotas 7sexta-feira, 9 Abril de 2010

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Adianta o director comercial da gestora da frota, José Pedro Campos Pereira

LeasePlan Portugal quer continuar a crescer mais do que o mercado

Vida Económica- A eventual alteração, prevista pelo Governo, na tributação de IVA sobre ISV poderá influen-ciar a actividade da LeasePlan?

José Pedro Campos Pereira - O fim da tributação de IVA sobre o ISV poderá trazer aumentos ao nível do imposto sobre a compra de automóvel. A verificar-se este aumento, uma alteração anula a outra, pelo que não se deverão verificar mudanças significativas na actividade da LeasePlan.

VE - Com que frota e volume de negócios fechou a LeasePlan Portugal 2009?

JPCP - No final de 2009, a LeasePlan Portugal mantinha uma frota superior a 59 mil veículos sob gestão e apresentava um volume de negócios superior a 167,7 milhões de euros. O grupo LeasePlan registou lucros de 165 milhões de euros e mantinha uma frota global superior a 1,3 milhões de veí-culos sob gestão.

VE - Qual a meta para este ano?JPCP - Em 2010, a empresa espera continuar a crescer a

um ritmo superior ao do mercado, como tem vindo a fazer nos últimos anos. Vamos também lançar vários serviços em duas vertentes: numa primeira vertente, estamos a falar de serviços que garantem menor risco para os clientes e, numa segunda vertente, de serviços de valor acrescentado para aju-dar os nossos clientes a gerir a frota de forma mais eficiente e reduzir custos.

VE - O escoamento das viaturas provenientes de contratos é essencial ao negócio das gestoras de frota. Como o fazem?

JPCP - A LeasePlan utiliza três canais para escoar os veícu-los no termo dos contratos de AOV [aluguer operacional de viaturas]: os leilões cujos clientes tradicionais são os stands, a CarNext, uma plataforma on-line própria (www.carnext.pt), e ainda a possibilidade da revenda aos próprios utilizadores, no final do contrato.

VE - A LeasePlan tem as emissões em conta nas pro-postas que faz?

JPCP - A LeasePlan procura identificar oportunidades para diminuir as emissões, propondo alternativas que me-lhoram a eficiência dos veículos e reduzem os consumos de combustível. Neste sentido, dispõe do GreenPlan, um serviço inovador que possibilita uma gestão de frotas mais rentável e económica para as empresas e condutores, mas, sobretudo, mais amiga do ambiente, que assenta em cinco princípios fundamentais: compensação de CO2 emitido pelos automóveis através de um programa de reflorestação, melhoria da eficiência e consumos de combustível dos veí-culos, cuidados a ter com o veículo, educação e formação do condutor e planeamento mais eficiente de rotas e viagens. Associada a este serviço, a utilização do FleetReporting (uma aplicação on-line), permite ao cliente obter, em tempo real, relatórios com a informação detalhada sobre o consumo de combustível, o estado da viatura, a quilometragem, o tipo de condução efectuada e as emissões de CO2, entre outros dados úteis para rentabilidade definida pelo GreenPlan.

VE - Os automóveis eléctricos vão começar a che-gar este ano. Estes modelos poderão ser rentáveis em AOV?

JPCP - A introdução dos veículos ecológicos – como os carros eléctricos – pode trazer vantagens económicas ao mer-cado nacional, além das ambientais, pois são viaturas sujeitas a um imposto menor, mais competitivas e representativas de uma boa mensagem de marketing. Apesar de estes veículos permanecerem uma fracção residual das frotas das empresas de AOV, a LeasePlan estará atenta às novas tendências de mercado, procurando corresponder com a sua oferta à mu-dança de mentalidades dos consumidores e às suas crescentes preocupações ambientais.

VE - Quando poderá chegar a tão falada maturidade do mercado nacional de renting?

JPCP - Os 125 mil veículos sob aluguer em Portugal re-flectem um mercado a caminho da maturidade, com clientes mais exigentes face aos serviços prestados. O AOV é adopta-do, sobretudo, por médias e grandes empresas, embora esteja a aumentar a procura por parte das pequenas empresas e dos particulares.

VE - Com a crise económica, a adesão dos particula-res ao AOV fica mais longe?

JPCP- Não. Embora este ainda seja um mercado de clien-tes empresariais, julgamos que a difícil conjuntura económi-ca poderá reforçar a tendência dos particulares para recorrer ao AOV, a qual, aliás, já vinha a crescer. Para os particulares, sobretudo para aqueles que trocam de carro de três em três ou quatro em quatro anos, o AOV representa a possibilidade de trocar de veículo por um valor mais económico.

AQuILES [email protected]

Avisam responsáveis pela Locarent

Fim da dupla tributação pode trazer discriminação do renting face ao crédito

A possível alteração, preconizada pelo Governo, na dupla tributação de IVA sobre ISV nos automóveis novos poderá representar uma discriminação do aluguer operacional de viaturas (AOV) face ao crédito. “A alteração que se perfi-lha sobre a tributação de IVA/ISV trará, a verificar-se, uma diferenciação clara no tratamento contabilístico e fiscal do renting por comparação com o financiamento em crédito automóvel”, disse à “Vida Económica” Maurício Marques, que, a par de José António Português, lidera o marketing da Locarent.

“Com efeito, o valor financiado através do AOV ficará onerado pelo facto de o ISV aumentar por compensação ao decréscimo do IVA e essa alteração acarreta impactos na contabilização e nos limites fiscais do renting”, acrescenta José António Português. “Não somente a Locarent, mas

todo o sector está a analisar em profundidade esta situação e estará atento caso esta medida seja aplicada sem nenhum factor de correcção que mitigue o efeito descrito”, afirma a mesma fonte. Maurício Marques e José António Português sublinham, ainda assim, que estão de acordo com a altera-ção à incidência de IVA sobre ISV. “É necessária e exigida, pelo que configura uma evolução importante, nomeada-mente quanto à eliminação da dupla tributação verificada no passado”, defende Maurício Marques.

A gestora de frota do BES e da Caixa Geral de Depósitos cresceu no ano passado. “Não obstante a quebra significa-tiva nas vendas de 2009 no sector automóvel e de renting, fruto da conjuntura económica global, a Locarent concluiu o ano com 17 001 viaturas, mais 8,2% do que no ano ante-rior”, indica Maurício Marques.

Boxer satisfeita com ano de arranque

A empresa de consultoria Boxer, entre as quais em ges-tão de frota, faz um balanço positivo de 2009, o ano de arranque. “Superámos os resultados previstos, não só no volume de negócios como também no números de clien-tes conquistados”, referiu-nos Rui Pinto, director-geral da empresa.

Depois de, no ano passado, ter registado um volume de negócios de 630 mil euros, a empresa prevê mais do que duplicar esse valor em 2010, para 1,5 milhões de euros. “O ano está a começar muito bem nas duas áreas. No ‘servicing’, para além do reforço da actividade da prestação de serviços relacionados com a frota automóvel dos nossos clientes, ad-quirimos à Masterlease a sua carteira de contratos de manu-tenção e de extensão de garantia das marcas Opel e Chevro-let. Na área de ‘consulting’, fechámos um contrato muito significativo com uma instituição bancária, onde iremos fornecer serviços de apoio à introdução de novos processos, transversais a todas as áreas do banco”, afirma Rui Pinto.

A LeasePlan Portugal fechou 2009 com uma frota de 59 mil viaturas em gestão e facturou 167,7 milhões de euros. Em 2010, “a empresa espera continuar a crescer a um ritmo superior ao do mercado, como tem vindo a fazer nos últimos anos”, segundo afirma, em entrevista à “Vida Económica”, o seu director comercial, José Pedro Campos Pereira.

“Os 125 mil veículos sob aluguer [operacional] em Portugal reflectem um mercado a caminho da maturidade”, afirma Campos Pereira.

sexta-feira, 9 Abril de 2010 frotas8

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Inexistência de IVA sobre ISV vai diminuir valor da dedutibilidade para o sector

Fim da dupla tributação vai aumentar custos de renovação de frota das rent-a-car

O fim da dupla tributação de IVA sobre ISV previsto pelo Orça-mento de Estado para 2010, se e quando acontecer, vai tornar mais cara a renovação das frotas para as empresas de rent-a-car, o que, em última análise, pode aumentar os preços a praticar pelo sector. A ra-zão para isso prende-se com o facto de o sector deduzir a totalidade do IVA pago, valor esse que vai di-minuir 20% com o fim da dupla tributação.

“A acontecer a situação de acabar com a dupla tributação de IVA so-bre ISV sem haver compensações, seja em sede de IVA, seja em sede ISV, o sector será prejudicado”, referiu à “Vida Económica” o se-cretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Auto-móveis Sem Condutor (ARAC), Joaquim Robalo de Almeida.

Além do “aumento directo dos custos”, devido à redução da de-dutibilidade, o gerente da Sixt Portugal, João Pedro Oliveira, disse-nos ser importante ter em atenção a recolocação das viaturas no mercado. “Depois temos de ver o comportamento do mercado dos usados com estas alterações no que diz respeito aos valores residuais”, salienta.

O director-geral da Europcar

Portugal, Paulo Moura, defende que o Governo deve aumentar o regime de redução de 50% de ISV que o sector tem. “Ao transferir a componente do IVA que até aqui incidia sobre o ISV para o próprio ISV, o montante a deduzir diminui e consequentemente aumentam os nossos custos. Seria desejável que o Governo corrigisse para o sec-tor a isenção do ISV de 50% para 100% durante o período em que estão afectos à actividade de RAC, à semelhança do que acontece na vizinha Espanha, mercado que concorre directamente connosco nesta actividade”, disse-nos.

Abílio Lobato dos Santos, ad-ministrador da Turiscar, também equipara ao regime espanhol. “A anunciada alteração vem agravar as condições de preço na aqui-sição das viaturas para as nossas frotas, prejudicando fortemen-te as condições de concorrência com empresas do país vizinho, especialmente nas zonas de fron-teira”, defende.

Sector defende reformulação à redução de ISV

A ARAC reclama um aumento

mínimo da redução de ISV para 70% no sentido de, além de obter compensação do agravamento do imposto, equiparar as rent-a-car a outro tipo de alugueres de via-turas. “Uma vez que a redução do imposto está consagrada no artigo 53 do código do ISV, onde estão também os veículos de aluguer com condutor, nomeadamente táxis, por que razão é que o rent-a-car não tem a mesma redução?”, questiona Robalo de Almeida, antes de recordar que a ARAC já apresentou essa proposta de equiparação à Comissão de Orça-mento e Finanças e ao Grupo de Trabalho de Economia da Assem-bleia da República, bem como aos vários partidos.

O dirigente associativo afirma que, mesmo havendo um aumen-to da redução do ISV para 70% para o sector, as rent-a-car poderão ser muito prejudicadas pelo fim da dupla tributação de IVA sobre o imposto de matrícula. A razão para isso é, adianta Robalo de Almeida, o facto de nem sempre as empresas do sector recorrerem a este apoio, o que reduz a base de dedutibilidade de IVA que, no momento, incide sobre o ISV.

O secretário-geral da ARAC aponta vários motivos para as rent-a-car não recorrerem ao apoio. Um é o facto de as viaturas compradas ao abrigo da legislação só poderem ser alugadas, no máximo, por três meses, no mesmo ano civil, à mes-ma entidade. “É um facto que o turismo representa quase 60% do negócio de rent-a-car, mas temos também uma fatia importante de aluguer a empresas. Um exemplo são as empresas de construção, em que o aluguer começa com uma duração de três meses, mas, por ve-zes, ao fim de dois anos o carro ain-da está em aluguer, porque as obras vão-se prolongando e o contrato vai sendo renovado”, sublinha.

Joaquim Robalo de Almeida alega ainda que “os métodos de financiamento que permitem o acesso à redução de ISV são limita-dos”, ao excluir o recurso ao ALD. “Já há dois anos, que a associação apresenta propostas nesse sentido, mas não houve andamento para a questão”, lamenta.

Uma terceira limitação da medi-da é, de acordo com o secretário-geral da ARAC, a obrigatoriedade de permanência da viatura na frota da empresa por um prazo mínimo de cinco anos. “É demasiado tem-po para uma rent-a-car, é dema-siado tempo, o carro não aguenta tanto tempo em uso. Se queremos oferecer um serviço com um míni-mo de qualidade, não é com carros com essa idade que o conseguimos, já que tem uma quilometragem elevadíssima. Esse facto faz, além disso, com que os custos de ma-nutenção a suportar pela rent-a-car sejam elevadíssimos”, defende Ro-balo de Almeida.

A ARAC defende que a redução do ISV seja de 70% nos casos em que o veículo fique cinco anos na frota da alugadora, mas que haja, ainda assim, uma redução do im-posto de 50% quando a viatura fique na frota três anos. “Isso per-mitiria às empresas renovarem a sua frota com uma periodicidade

menor. E três anos até já é um pra-zo elevado”, advoga a nossa fonte.

De notar que o director-geral da Europcar é, também, favorável a um aumento do limite máximo de 140 g/km de emissões de CO2 das viaturas que podem beneficiar desta isenção.

Aquiles [email protected]

ARAC espera leve recuperação este ano

Este está a ser, segundo Joa-quim Robalo de Almeida um ano de “algum crescimento” na actividade, depois de um 2009 de retracção. “A ocupação está melhor e a frota está mais ajus-tada à procura”, afirma o secre-tário-geral da ARAC.Com base no desempenho do sector em Portugal no primei-ro trimestre de 2010, a nossa fonte prevê um leve incremento na actividade. “[Afirmo-o] a fa-zer fé quer nas informações de reservas que já temos, quer nos dados da Organização Mundial de Turismo, que apontam para um ligeiro crescimento do turis-mo em Portugal, sobretudo bri-tânico. Curiosamente, há três ou quatros meses, as previsões eram diferentes e apontavam para uma quebra, mas agora prevêem um ligeiro crescimen-to, o que é bom. Por isso, o rent-a-car português terá, prova-velmente, um 2010 um pouco melhor do que o 2009”, afirma o secretário-geral da ARAC. Embora sublinhe que “a frota de pico deverá ser igual à do ano passado”, Robalo de Al-meida reconhece que as rent-a-car lusas estão, em 2010, a comprar viaturas, depois de em 2009 terem adiado o processo. “É do conhecimento que, no ano passado, as frotas tiveram carros mais antigos, que este ano, forçosamente, vão ter que ser renovados. O que significa que o sector vai comprar mais carros, mas não quer dizer, re-pito, que a oferta vá subir, vai ser sensivelmente a mesma”, informa o dirigente associativo.

Sixt prevê crescimento ligeiro em 2010A rent-a-car Sixt Portugal prognostica um

2010 de “ligeira melhoria”. “O Inverno vai ter taxas de ocupação boas e melhores tarifas do que 2009. Depois, os sinais da banca são também melhores no que diz respeito ao fi-nanciamento de frota, o que nos poderá per-mitir ter frota nova. Poderá ser um ano de viragem para resultados positivos, caso estas condições se cumpram”, prevê, em declara-

ções à “Vida Económica”, o gerente da Sixt Rent-a-Car Portugal.

Em relação à frota, João Pedro Oliveira re-corda que “há necessidade em grande escala” para a renovação. “Mas não serão ainda atin-gidos os volumes de 2008”, avisa.

Quanto ao balanço de 2009 para a Sixt Portugal, o gerente da empresa divide o ano em duas partes. “Até Abril, foi péssimo, com

quebras de quase 40% no turismo e com preços e taxas de ocupação muito baixos. Depois, tendencialmente com taxas de ocu-pação boas, mas porque a nossa frota não cresceu como nos anos anteriores, devido à escassez de crédito, e tarifas melhores”, expli-ca. “Globalmente foi um ano mau”, resume João Pedro Oliveira.

Questionado sobre o potencial dos auto-

móveis eléctricos, o responsável pela Sixt em Portugal apenas vê oportunidades em alguns clientes empresariais. “Numa primeira fase, somente em contratos específicos com os nossos clientes do mercado nacional (em-presas). No turismo, a logística associada aos carros eléctricos será, para já, de muito difícil prática”, defende.

AP

Joaquim Robalo de Almeida defende uma redução de ISV igual à dos táxis.

Os automóveis eléctricos vão começar a chegar ao merca-do automóvel este ano. Se, numa primeira fase, terão a vantagem de potenciar a imagem de marca das rent-a-car que as adquiram, já a rentabilidade à exploração só será possível posteriormente, de acordo com o secretário-geral da ARAC. “No princípio, não vão ter grande rentabilidade. Será antes um investimento numa solução que poderá ter futu-ro”, defende Joaquim Robalo de Almeida.

“RentabIlIdade doS eléctRIcoS Só maIS taRde”

fRotaS 9sexta-feira, 9 Abril de 2010

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As empresas representam cerca de metade das vendas da Toyota e da Lexus no nosso país, o que no ano passado representou um volume entre seis mil e sete mil unidades. “No departamento de frotas temos duas vertentes. Uma são as vendas directas, que fazemos apenas para as rent-a-car e a grandes empresas, com mais de 65 automóveis em frota e, sobretudo, localizadas em Lisboa. A outra vertente é prestar o apoio aos concessionários nas ven-das a clientes frotistas, desde uma a 64 unidades. Ou seja, considera-mos um negócio de frotas tudo o que não é uma venda a particular”, disse à “Vida Económica” o direc-tor do departamento de frotas da Toyota Caetano Portugal, Nuno Braga.

A mesma fonte refere que a quebra do mercado frotista foi se-melhante à do global do mercado automóvel, apesar de admitir difi-culdades na análise estatística dos dados. “Temos alguma dificulda-de em definir, estatisticamente, as vendas a frotas. Basta, por exem-plo, que haja uma venda a rent-a-car que não seja contabilizada dessa forma nas vendas da ACAP [Associação Automóvel de Portu-gal], para haver uma discrepância entre os dados da ARAC [Associa-ção dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor] e os da ACAP. Mas, apesar disso, esta-mos convictos de que o mercado de frotas andou em linha com a generalidade do mercado, até por-que muitas empresas prolongaram

os contratos no ano passado”, ex-plica.

As rent-a-car estão, segundo Nuno Braga, a comprar mais au-tomóveis em 2009 do que no ano passado. “Efectivamente, está a acontecer isso e estimamos que o mercado nacional de rent-a-car vá ser superior ao de 2009, devendo chegar perto das 20 mil unidades”, informa. Também o mercado de gestoras de frota e empresas clien-tes, devido ao já adiamento no ano passado, está a conhecer algum crescimento este ano, de acordo com o responsável pelo departa-mento de frotas da Toyota Caeta-no Portugal: “Também notámos que, nos primeiros dois meses do ano, houve um aumento nestas vendas”.

Crescimento controlado das vendas frotistas este ano

A meta do departamento em termos de vendas este ano é, assim, crescer, mas de forma controlada. “O nosso objectivo é manter os níveis de representatividade nas vendas a frotas que tivemos no ano passado, embora, nos dois primei-ros meses de 2010, tenhamos sen-tido que o segmento de frotas está mais activo do que o dos particu-lares. O nosso objectivo não é que as vendas a frotas cresçam muito, até porque isso pode ter reflexos futuros ao nível dos valores resi-duais dos usados”, defende Nuno Braga. Assim, as vendas frotistas da Toyota e da Lexus em Portugal em

2010 deverão, segundo o entrevis-tado, rondar as “sete mil a 7500 unidades, 2500 directas”.

O crescimento controlado das vendas prende-se com o risco que os negócios mal calculados com empresas de rent-a-car podem en-cerrar, já que estes podem ser sinó-nimo de uma “compra” de quota por parte das marcas. “É um facto que houve casos com um cresci-mento artificial, com negócios, por exemplo, a quatro meses. No nosso caso, não só fazemos negó-cios com períodos de permanência em frota mais prolongados, como também temos a preocupação de ter um volume definido de acordo com a capacidade posterior de ven-da de viaturas seminovas. Ou seja, temos bem estudado o histórico de vendas de seminovos da nossa rede e fazemos os negócios tendo isso em conta, até porque fechamos todos os negócios com retorno a casa”, afirma.

Nuno Braga explica que a mes-ma filosofia é seguida, também, no aluguer operacional de viaturas. “Sabemos que esses carros acaba-rão, passados três ou quatro anos em leilões, e, por isso, temos que ter em atenção o número de viatu-ras que fazemos [em renting], para não inundarmos o mercado e, com isso, destruirmos o valor residual e o valor intrínseco que a Toyota tem face às restantes marcas”, explica a nossa fonte.

Confiança portuguesa na Toyota mantém-se

A mediatização, sobretudo nos Estados Unidos, das chamadas de alguns modelos da Toyota às ofi-cinas para verificação técnica não está, segundo o entrevistado, a ter impacto junto do mercado frotis-ta português. “Os clientes acabam por perguntar-nos o que se passa. Contudo, se me permite dar a minha opinião pessoal, acho que, nos Estados Unidos, poderá haver, também, política e algum sensa-cionalismo mediático na questão”, refere Nuno Braga.

O director do departamento de frotas da Toyota Caetano Portu-gal considera, aliás, que o capital de confiança do mercado luso no construtor japonês se mantém. “Continua, tanto que o nosso ‘re-call’ está a ser monitorizado diaria-mente e o feedback que temos é positivo”, explica a mesma fonte.

Aquiles Pinto

[email protected]

Frotas representam metade das vendas da Toyota Caetano Portugal

De acordo com Nuno Braga, a meta do departamento de frotas em termos de vendas este ano é obter um crescimento controlado.

A tendência de cortes nas emis-sões de CO2 da indústria auto-móvel, numa altura que os cons-trutores se preparam para lançar veículos eléctricos, está a alterar o processo de renovação de frotas no nosso país, de acordo com o director de vendas a frotas da Re-nault Portugal. Miguel Oliveira recorda, em declarações à “Vida Económica”, a redução de custos associada.

“Em relação aos veículos eléctri-cos, temos tido já bastantes con-tactos que, nesta fase, ainda são, sobretudo, exploratórios e que não estão a condicionar a actual ne-cessidade de renovação de frotas a curto e médio prazos. Uma outra realidade tem sido, nos últimos anos, a progressiva, e acelerada, re-dução das emissões de CO2 na ge-neralidade dos modelos. À redução dos níveis de emissões está normal-mente associada uma redução dos consumos e, logo, do custo total de utilização, pelo que este efeito tem, claro, impacto nos critérios de escolha”, afirma. “No caso es-pecífico da Renault, os níveis de emissões de CO2 da generalidade dos nossos modelos permitem-nos assegurar um desempenho muito competitivo a este nível”, acrescen-ta a mesma fonte.

Rent-a-car e gestoras de frota “incontornáveis”

As empresas clientes são o prin-cipal mercado frotista da Renault Portugal, mas os canais renting e rent-a-car são, também, preponde-rantes. Com efeito, quanto questio-nado sobre a crescente importância das empresas de aluguer operacio-nal nas vendas de automóveis em Portugal, Miguel Oliveira afirma que “são um actor incontornável no mercado” nacional. “No caso da Renault, pretendemos que as empresas de aluguer operacional

sejam parceiras de negócio, o que vai muito para além da mera rela-ção fornecedor-cliente”, sublinha o director de vendas a frotas da filial lusa da marca francesa.

As vendas a rent-a-car podem, segundo alguns especialistas, en-cerrar alguns problemas para as marcas, dado que permitem ga-nhar quota de mercado, mas que esta pode ser mantida de forma artificial, já que muitas vezes es-tes negócios têm margens muito baixas e pressupõem a recompra poucos meses depois. O entrevis-tado explica que, se o trabalho da marca for bem feito, esse perigo não existe.

“O canal rent-a-car, tendo em conta a sua dimensão relativa face à dimensão total do mercado auto-móvel em Portugal, é um mercado muito importante”, começa por defender Miguel Oliveira, acres-centando que a questão da renta-bilidade neste mercado “prende-se, por um lado, com o ‘mix’ de ven-das” e, por outro, com “a capaci-dade de colocar no mercado de seminovos” as unidades vendidas com acordo de recompra.

“Estes são dois pontos a que prestamos sempre uma particular atenção e que são indispensáveis para que a venda através deste canal seja possível. A nossa organização integra, aliás, na mesma estrutura, a vertente a montante, a venda ou aluguer ao rent-a-car e a jusante, a equipa destinada à venda dos ‘buy back’, de forma a que o negócio seja perfeitamente verticalizado”, informa o director de vendas a fro-tas da Renault Portugal. “Cumpri-dos estes dois pontos, a venda ao rent-a-car não é de todo uma faca de dois gumes, mas antes a forma de garantir a presença num canal de grande volume”, vinca Miguel Oliveira.

AP

Responsável da Renault sublinha poupança

Emissões de CO2 com impacto crescente no processo de renovação de frotas

Como a redução dos níveis de emissões estão associados consumos menores, há influ-ência nas renovações de frotas.

sexta-feira, 9 Abril de 2010 fRoTas10

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Empresa de recém-licenciados fornece Vodafone

A empresa portuense funda-da por recém-licenciados Gisgeo Information Systems desenvol-veu uma aplicação de gestão de frota que é utilizada pela Voda-fone Portugal. Com base em tec-nologia web aplicada a Sistemas de Informação Geográfica (SIG) que georreferencia as viaturas providas de um equipamento receptor de GPS. “A primeira destas aplicações, disponibiliza-da no início de 2010, conta com um único cliente, a Ampliretor-no, com direito exclusivo de for-necimento à Vodafone Portugal, mas este ano contamos com o crescimento da nossa carteira de clientes, através do alargamento do nosso leque de ofertas em sof-tware SIG”, disse à “Vida Eco-nómica” Delfim Pereira, um dos fundadores da Gisgeo.

Fundada em 2009, a empre-sa tem como principal objectivo para este ano “fazer crescer rapi-damente a oferta de soluções” em software web SIG.

Se na gestão de frotas o úni-co cliente é, como já foi referi-do, a Vodafone, já na revenda de equipamentos de localização, a carteira é maior. “Enquanto re-vendedores de equipamentos de localização, listamos como al-guns dos clientes de maior desta-que a Fnac Portugal, a PT Con-tact ou, mesmo, um regimento de artilharia do exército portu-guês”, informa a nossa fonte.

AP

Mercados internacionais em crescendo na FleetDatamentar as vendas em 30%, para cerca de 2,6 milhões de euros, e, de acordo com a nossa fonte, “obter a consolidação do negócio nos países onde está presente na Europa, disponibilizando toda a sua carteira de soluções de dados e aplicações a todos os interve-nientes do sector automóvel”.

Crise beneficiou empresa

O entrevistado defende, de res-to, que a crise por que a economia e, em particular, o sector automó-vel passaram em 2009 acabou por trazer alguns benefícios para a em-presa. “Foi um ano difícil para a FleetData como para todo o sec-

tor. No entanto, foi igualmente positivo, no sentido em que, devi-do as grandes indefinições quanto à evolução do sector, os diversos intervenientes do sector automó-vel em toda a Europa, de uma forma relativamente generalizada, começaram a ter uma maior ne-cessidade de obter informação es-

pecializada que lhe permita tomar decisões mais sustentadas, recor-rendo para isso a empresas como a FleetData, que disponibiliza aos diferentes segmentos do sector automóvel análises, informação e aplicações especializadas”, explica a nossa fonte.

AP

frotas 11sexta-feira, 9 Abril de 2010

Os mercados internacionais já representam 50% do volume de negócios, que no ano passado rondou os dois milhões de euros, da FleetData. A empresa especia-lizada em informações automó-veis está presente em 12 países de três continentes. Com escritórios em Portugal, Espanha, Alemanha e Reino Unido, a FleetData ope-ra também na Finlândia, Croácia, Eslovénia, Itália, Grécia, Brasil, Venezuela e Índia, mercados para os quais disponibiliza informação detalhada (dados de preços e es-pecificações) dos veículos novos em comercialização.

Aliás, a partir de 2011, segun-do adiantou à “Vida Económi-ca” o presidente-executivo da empresa, Rui Nascimento, os mercados internacionais deverão ser mais representativos do que Portugal no volume de negócios desta. Em 2010, o objectivo é au-

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