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FIN A LIS T A S
89 - JOSt DOMINGOS TEIXEIRA VE FARIA315 - AVUINO R1TO JORGE VA SILVA326 - LUIS ANTUNIO SIMUES VALENTE38 - AMtRICO VE ABREU FERREIRA
152 - ALFREVO VUQUE MENVES TOLENTINO203 - LUIS MANUEL GONCALVES VE PAIVA169 - CARLOS ALBERTO LIMA VA FONSECA239 PEDRO SOBRINHO VEPASSOS SIMAS291 - JOSt EDUARVO LOURENCO CORREIA ANVRAVE397 - JOSt MANUEL MACEVO PIRES364 - JOAO MANUEL VE CASTRO JORGE RAMALHETE306 - TEOVORO VARVASCA VIEIRA65 - FERNANVO VUARTE PEVROSA ROVRIGUES69 - RUI MANUEL MARINHEIRO CARVALHEIRO37 - JaLIO EURICO MORAIS PEREIRA
212 - JORGE MANUEL GONCALVES ALVES121 - JOSt MANUEL PEREIRA VOS SANTOS296 - PEVRO MANUEL ALEIXO VIAS106 - ROGtRIO PAULO PEREI~A FRAGOSO162 - FRANCISCO JOSE PALMA AUGUSTO363 - JOAQUIM MAXIMIANO PINHAO VE ALMEIVA388 - JOSE AUGUSTO LEMOS ALVES VA SILVA182 - CARLOS MANUEL MEVEIROS PIRES43 - VALVEMAR ALMEIVA BARREIROS
do:
INSTITUTO TECNICO MILITAR
dOl
PUPILOS do EXERCITO
JOS£ DOMINGOS TEIXEIRA DE FARIA
C.M. E. M.
Tinha dez anos e ja uma farda vestida:e em idade de mama uma defesa artificiale fora de casa uma educa~ao despidae longe da familia 0 amor artificial.
Ainda com dez ano e uma espingarda:e a minha imagina~ao infantil numa coronhae a encaminh~ao da inteligencia a uma cor pardae no cano da eepinqarda uma anti-vida.
Das 6.30 as 2l.30 ha horas com minutos para tudo:ena minha infantilidade a limita~ao.
o chefe de mesa nao engr~ou comigo; vi a fruta por um ca-nudo:
e come~a entao a minha destru~ao.Vou para as aulas com cornet-a e bambor :
e na pouca idade a exaqerada oanal ie acao;Se nao eneebo as botas chamam-me estupor:_
e o e meue carrascos comecam a execucao ,Aqui existem o e "uel.hat ee" e os "puto e"oe "pr-iiribeq-iadoe" e oe "eearairieado e",Se nao Lhee l impamoe o e botioe e Leuamoe uma pat-adae se insistimos levamos tareia de todos os velho-tes "frustados" que querem po» nos as bat ae 'enqra-xadae,
Os ladroes fazem-nos a vida cara, com osseus assaltosnoctiuxmoe:
quando querem fazer al quma farratanto os nossos mdvei.e como aart ei.rae eao-l.hee opor-:tiuno e.
A familia cada vez ee afasta mais de mim:e eu comeco a vida sem educacao;
Sou chamado po» um nilmero:e para a liberdade simbolo de pr~saoe durante onee ano e uma persegu~aoe para 0 »eeto da vida uma tr-iei e »eooxdaeao,
Paesamo e a semana a penear na ealda de eabado:mas ee eaimo e do e eixos, enconbramoe impedimento paralqum oficial que ee t.omou menos amavei , enos dei-xou assim 0 fim de semana estragadosao apenas mais dois dias sem comunic~ao nem diver-timento.Muitos dias destes passei em U anos que fui gado.
E hoje quem sou eu com todo este pseudo-rigor ?
- apenas uma pessoa que se lamenta.
ADUINO RITa JORGE DA SILVA
C.M. E.M.
CANTICO NEGRO - Jose Regia
"Vem pOl' aqui" -r- dizem-me alguns com ol.hoe doceeestendendo-me os bl'agos, e segul'OSde que sel'ia bom que eu os ouvisseQuando me dizem: "uem pOl' aqui"
Eu olho-os com olhos lassos(ha nos meus olhos, il'onias e cansagos)Ec1'UZO os bl'agos,E nunca vou pOI' ali ...
A minha glol'ia e esta:cl'ial'desumanidadeNao acompanhal' ninguemQue eu vivo com 0 mesmo sem - a vontadeCom que l'asguei 0 ventl'ea minha mae
Nao, nao vou pOI' ai! So vou pOI' ondeme l.euam meus pl'opl'ios paeeo e...
Se ao que bueco sabe'l'nenhum de vos responde,pOl'que me l'epetis: "vem pOI' aqui ?"Frefil'o escol'l'egal'nos becos lamacentos,RedemoinhaP aos ventos,Como farrapoe aPl'astal' os pes eanqnenbo s ,A il' pOI' ai ...
Se vim ao mundo, foisb pal'a desflol'al' flol'estas vil'gens,E deeenhar meus pl'opl'ios pes na are-ia inexpl.orada to mais que fago nao vale nada.
Como, pois, sel'eis vosQUe me dal'eis machados, fel'l'amentas e cOl'agempaPa eu derrubar os meus obet acul.oe ?,
COl'l'e, nas Vossas veias, sangue velho dos avos,E vos amais 0 que e facilEu amo 0 Lonqe e a mi.raqem,Amo os abismos, as tOl'l'entes, os desel'tos ...
Ide! Tendes estl'adas,Tendes jal'dins, tendes canteil'os,Tendes patl'ias, tendes tectos,E tendes l'egl'as, e tl'atados, e filosofos, e sabios.
Eu tenho a minha loucul'aE levanto-a como um facho, a al'del'na noite escul'a,E sinto espuma, e sangue, e canticos nos labios ...
Deus e 0 Diabo e que me guiam, mais n inquemTodos tivel'am pai, todos tivel'am maeMas eu, que nunca pl'incipio nem acabo,Nasci do amol' que ha ent-re Deus e 0 Diabo.
Ah, que ninguem me de piedosas intengoeslNinguem me pega definigoesNinguem me diga "vem POI' aqui"A minha vida e um uendaual: que se soltou.t uma onda que se alevantou.t um atomo a mais que se animou ...Nao sei pOI' onde vou,Nao sei pal'a onde vou.Sei que nao vou pOI' ai !
Jost RtGIO
LUIS ANTcrNIO SIMOES VALENTEC.M. LM.
A liberdade esta proxima. t a realidade. Mas nao a vou trans-[ormar:nwna eeneacao de pasmo , de pacifismo, pois hQ algo que estaerrado e ja nao pode ser reformado, hQ algo que existe e tem de dei-xar de existir. Ainda que nao ~ja lagrimas no meu corar;ao, 0 meucorar;ao sofre por todos esses meus camaradas com quem vivi todos osnossos problemas, durante todos estes anos.
Mas ao dizer isto, nao vos critico, a vos pais, pelo facto det-erdee enviado os vossos filhos e.filhas para meios de defomar;ao enao de formar;ao,pois vos nao tendes culpa do obecurant-iemo e da ex-plorar;ao em quevos tentam manter a todo 0 custo, critico sim a or-dem social das coisas, que vos impossibilita de dar wna educar;ao ade-quada a vossos filhos.
Analisemos a questao no seu aspecto mais global.o progresso social reveste-se de duas formas indissociaveis.o progresso quantitativo e 0 progresso qualitativo. Entenda-se porprogresso quantitativo 0 aperfeir;oamento cada vez maior dos meios deque 0 homem se serve para a satisfar;ao das suas necessidades. Fro-gresso qualitativo sera 0 aperfeir;oamento cada vez maior do homemcomo ser social. Em que medida e que eles se relacionam ?
o proqreeso qualitativo que sera a passagem incessante do cam-po da necessidade para a liberdade e determinado, abstractamente,peloprogresso quantitativo que por sua vez tambem depende daquele.
Se e facto que se nota um conhecimento cada vez 'maio» da rea-lidade e consequentemente um desenvolvimento da ciencia e da tecnicaque ee dever-ia refl.eat-i.rem benef'icio do homem como ser humano jno ta-+se; contrai-ioment:e, wna deqradaeao oada vez maio» da sua caraciier-ie-tica espectfica de animal superior, isto e, a desumanizaC;ao, a in-comunicabilidade, a existencia, enfim a angustia de viver. Esta an-gustia, em determinados indivtduos, e consequencia, essencialmente,das suas condir;oes reais de existencia desfavorecidas, isto e,da di-ficuldade de obtencao dos seus meios de subsistencia e noutros, de-terminada, essencialmente, pelas contradir;oes ideologicas.
Nota-se, pois, a existencia de duas classes. Umaque possuios meios de produeao , a outra que mais nao tem do que a sua forr;adetrabal.hopara vender e que e cada Vez mais exploroda, Dado que hQuma iiendencia para as relar;oes de producoo acompanharem 0 desenvolvi-mento das forr;asprodutri.uae.acl.aeeeexpl-oradora tenta cont-rariar essedesenvolvimento historico, nao so exp&orando cada vez mais,como criando uma ideoloaia, wna moral e institui(}oes, que mais ndo visam do querepr-imi.r,deformar as pessoas alienando-as da realidade e [ormar es-tados embr-ionar-ioe, tentando assim perpetua» essa ordem social.
Ha po ie, um desajustamento entre 0 desenvolvimento das forr;asprodut ioae e as relar;oes em que os homene ent.ram na producao :
Entao, 0 que vou dizer para as p~ssoas e isto - direi. acor-demo Parem de se esconder, parem de dizer que isso nao existe, paremde falar no modo como voces entendem a coisa, parem d~ dizer como apalhota com agua corrente em que vivem e bom para voces, enquanto umapequena minoria vo~ explora a vossa forr;ade trabalho. Um dia vira emque na sociedade nao haja Lugar para classes, yara servos e senhores,para explorados e exploradores. At 0 lema sera, "de cada um segundo asua capacidade, a cada wn segundo as suas necessidades". Mas, emboraessa seja wna lei da historia, hQ que mobilizar todas as forr;as ver-dadeiramente interessadas em que a derrocada da classe exploradora sedi a wn passo acelerado, e nao ficar passivo a espera que essa me917aderrocada se de naturalmente, pais ela nao sai da cena da histo!.'ia,a menos que seja empurrada vigorosamente para a valeta.
Deixem de se alienar da realidade do mundo que os rodeia. Finvez disso acordem
Porque as me917as coisas que estao acontecendo comigo estaoacontecendo convosco e negoceiem, eX~Jam, manifestem-se, acordem efar;am incidir a vossa luta para a raiz de todos os problemas da so-ciedade - a luta de classes.
Acoruem! Porque a dormir nada se consegue .senao sonhar.
VALENTE
AMtRICO DE ABREU FERREIRAC.S.C.A.E.
Tua Consciencia paira no arTua ausencia em ambiguidadeTeu feto vai desbrotarPara alguem3 sem igualdadeQue te julgas amarVerasDo platonic03 0 deslealDo just03 a carenciaSerasComo alguem3 abruptalSem acusares3 clemencia3Juraras 0 passado desnecessarioo prazer do complementoDo teu no~e 0 revolucionarioQue aduba 0 alimentoDuma vida de contestatarioCuja tina LidadeSera a cexrte za dum perfume eedent ar io
LUISVejo chegado 0 principio do fim,pela deturpa9ao duma vivencia sa3
a inserir numa selva de maquinas.Lembro 0 companheiro de longos dias
3
sempre diferente de tantos outros3por um caracter correct03 ou demasiad03
essa sensatez tao discutida p'los colegas.Recordo-te homem de aviOes e paraquedas3peito arfand03 com 0 peso dos brevets
3
testemunhos de uel.ho e eonho e real ieado e,na casa onde viveste lado a lad03o p-ica» dos eep inho e, e o sarar fraterno.Futuro-te uma inser9ao gloriosa3sena03 pensa haver3 um rain de SOlpelo qual possas trepar Za bem alt03e domines a justa luta p'la tua condi9ao.
KATATAUEs ma~s livre que as avesTens em teu poder a chave dos espa90sLigas ceu e terra com estreitos l~osE assim 0 con:preendes.Mais ainda ha algo que t:e eecapaQue maroa a tua vida como .um mapaEm que falte a nota de uma viagemE os teus sonhos tem disso a imagemPois tens a consciencia no teu sonhar aladoDe ainda nao os teres realizado.
DADA
ALFREDO DUQUE r~ENDES TOLENTINO
C.M.E.M.
o vento desafia as trevas
Em turbiZhOes de raiva
A chuva engoZe num trago amargo
A sugidez das pedras
Enquanto as arvores
Desesperadas
Parecem querer fugir.
E t.u , anriqo ,
Continuas impavido
Seguindo na terra mal.tirat.ada
E_,no meio da imensidade que te cerca
ts uma sombra gritante no deserto
Que perqunt:a para onde vai ...
Na tuaimagina9ao perdida
Toma forma
Uma nuvem aniquiZada de reaZidade
Eras um menino; hoje um homem
Uma Zagrima de saudade cai
Mas tu_, segues ...
Deixandonas arestas fugidias
Do que nao disseste
Uma angustia de extracomando
Que te do i nao sei onde
Mas segues ...
Ceirto_,de que caminhas
Na estrada que os deuses te impuseram ...
M.CECtLIA RODRIGUES
LUIS MANUEL GONCALVES PAIVAC.M.E.M.
"0 FIM"
Eis que nasce 0 "vebento ", Enoo lt.oem ilusoes cl.arae, ele
e bem 0 fulcro de aten90es dispersas, para quem a nostalgia findou.
Quantas dores se sanaram por esporadicos instantes, tendo como fun-
do uma visao banal que a muitos nao interessa! ...
A caminhada terminou apos 0 seu titubeante come90. Esta-se
em presen9a de uma nova vida que, no dizer de alguem, nao cumpriu
tarefa alguma. Contradi90es nao sao plausiveis em tais circunstan-
cias, isto e, a demagogia desempenha 0 seu papel como em outros ca-
sas. Mas, tambem na Lugar para eonho e eepont-dneoe , que nos axrraetompara 0 infinito do espa90 e do tempo, dando-nos a conhecer todos osprocessos e a consequente rentabilidade que 0 momenta exige.
o tempo escoa-se como a agua entre os dedos. A fUn9aO esta
apenas desempenhada no sentido utopico, que inc ide sobre a satisfa-
9aO dos desejos!
6h ..., quantos sacrificios em busca de um caminho sem pas-
sagem
As realidades opoem-se ao processo de quantos pretendem su-
biro Sera atraves de divergencias religiosas, do falso amor frater-
no, das angelicas canduras, da burocratica sociologia que finalmen-
te se cumpve uma tarefa ?
Tal.uez , a "paesaqem errarit e", se »eeuma a isso, isto e, a
finalizar algo que ainda nao come90u.
L.M.PAIVA
CARLOS ALBERTO LIt1A DA FONSECA
C.~1.E. r~.
Libe~t~ao - Jose Regio
Menino doido~ oLhei em roda~ e vi4ne
Fechado e so na grande saLa.escura.
{Abrir a porta~ aLem de ser urncrime~
Era imposstveL para a minha aLtura ...}
Como passar 0 tempo ? .. E diverti4ne
Desta mane ira tragica e segura:
Pegando em mim~ rasguei4ne~ abri~ parti4ne~
Desfiz trapos~ arames~ serradura ...
Ah~ meu menino histerico e precoce
Tu, sim que tens moos tragicas de poeee ,
E tens a inquieta~ao da Descoberta
o menino~ por fim~ tombou cansado;
o seuboneco at jaz esfareLado ...
E eu acho~ nem seicomo~ a porta aberta
JO~O PEDRO SOBRINHO DE PASSOS SIMAS
II
Dais anoe chumbado eA sua sorte ditavaMais um electronico falhadoQue 0 Pilao [oxmaoa
IV
Dez anos sao passadosDe privagoes e desilusoesMas nem tudo foi mauLevastambem boas recordagoes
C.T.E.
I
Era ainda um meninoQuando p'ro Pilao entirouE foi quaee ao mesmo tempoQue a sua barba cheqou
III
Com amores nunca quis nadaDeles sempre se afastou- (5 Simas esta ali a "Basica"- 0 que!? »u-u« que nao estou
v
Na hora da despedidaQue t.ambem e a da verdadeQue sejas feliz e 0 quete desejao teu eempre amigo "ANDRADE"
- EDUARIXJANDRADE -
JOS[ EDUARDO LOURENCO CORREIA ANDRADE
C. T. E.
IOito anos passaste
Neet eohamado "PiZao"
Entraste pequenino
E sais um "oalme irdo"II
Era ainda menino e mo~o
Quando nos amoree se iniciou
Ate que um dia aZguem
Seu cora~ao apanhou
IIINa epoca de exames
Quis, sua fome matar
Mas teve azar, foi ca~ado
E a separa~ao foi pararIV
Quando na cama domnia
Todo el:eum enaranhado
- Acorda p'ro pequeno aZmoqo
- Ta bem) estou acordado ...V
Nem tudo 0 que br-il.hae aura
Nem tudo e verdadeiro
Poste (5 meses) estagiario
E hae-de ser enqenhe iro
VIAgora vou teminar
t a hora da despedida
Desejo~te as maio res feZicidades
Ao Zongo de toda a vida
- J. SIMAS-
JOSr MANUEL MACEDO PIRESC.S.C.A.E.
- 'I'enhouma nov idade para ti!
- 0 que e ?
- Adivinha !- Cortaste 0 bigode ?
- Nao. Cortei 0 cabeZo.
- A eer-io ?
- Nao, foi a brincar. Amanha ves.
Quando te vi deu-me uma vontade Zouca de rir
mas nao devia faze-Zo porque estava na Av. de Roma as 6 horas da tarde
mas achei piada
nao soube que fazerse Zimitar-me a achar piada, se a comentar 0 caso
urn tanto a medo decidi-me a passar a minha mao pOl' eZe
tive urna sensa~ao diferente
nao parecia urn ouriqo
o our-icc pica
nem parecia urn cactourn gato aeeanhado , de peZo er-ioado , t.ambem ndo
tinha urn aspecto um pouco seZvagem
taZvez quaZquer coisa parecida com, urn potro
daqueZes que correm peZos campos e ninguem consegue fazer parar
mas, apesar de tudo,apesar dos oZhos maZiciosos d08 outros
ape sal' dos comentarios trocistas
apesar de tudo, eu achei giro
Gosto do teu cabeZo assvn
e de ti t.ambem.
PAULA
JOJi:O MANUEL DE CASTRO JORGE RAMALHETE
C.S.C.A.E.
Crianqa que nasee sem pedir
Sorrindo num mundo esealdante,
Conseieneia lanqada na vida
ao fim de oito anos sem abrir,
oito anos que foram uma Juventude,
de tristezas e alegrias
Mas eempre acompanhado ;
Nunca so;Sempre ajudado
Oito anos de amizades e farras
Que nem 0 tempo faz esqueeer
Cimentando vontades e vieios
Em desejos imorais aeorrentados
A liberdade em espontanea explosao
Em aetos de vandalismos inoeentes,
saidas furtivas ao anoiteeer
Com regresso eambaleante mas fel~z
P'ra esqueeimento de torturas do espirito
Do pensamento em femeas de esqueeer
Sereias que se renovam
Em momentos de orgulho naseisista.
Mas nao vamoe eequecer este tempo
Que fique no nosso pensamento
Como uma [Lo» na Primavera.
SARDINHA
TEODORO VARDASCA VIEIRA
C.M. E. r~.
NOVE ANOS
Depois de me ter enterradocom muito atrito muita inercia desato,..... .. ~nao se& porque v&m~ se& porque parto
Nove anos depoisde estar:longe da amizadelonge da terraLonqe do marLonqe do humorLonqe do amox:fora do mundovou reep irarurn ar que pode nao ser saudemas ao menos e liberdade
Vou partir~ agora simdeixam-me corrermas tem de ser devagartenho de comeqarnos 10 anosquando devia comeqar a tactearmas foram-me vendados os o l.hoeapesar de bem abertos
eram fechada$ as janelas •.•
"Recueo 0 precoque me querem imporestes homens que ladrampel-a boca dos seus caee"Poi a minha forqa
E enfim capturadoresignei-me a ser pobre animale ser feraa ser afinal 0 que ja era.
~~~o/1'•
FERNANDO DUARTE PEDROSA RODR IGU ES
C.M.E.M.
Para ser grande3 se inteiro: nada
teu exaq era ou exclui.
Se todo em cada coisa. Poe quanta es.. .no min uno que fazes.
Assim em cada lago a Lua toda
brilha3 porque alta vive.
(Obras Completas de Fernando Pessoa)Odes de Ricardo Reis
Seleccionado porJ.M.SANTOS
~'f!'Ha anos3quando era todas as manhas acordado por um toque
de aZvorada3cheguei a pensar que se um dia nao tivesse esse toque nunc amais aaordasria,
Hoje sei que mesmo sem esse toque de aZvorada posso acor-dar.
o toque da aZvorada sao os outros a acordarem~e - mesmosem eu querer,
Eu acordar sem 0 toque da aZvorada sou eu a querer acordar.
So por poder acordarsem 0 toque da aZvorada3
so por saber querer acordar3sei ser 0 toque da aZvoradapara acordar os outrospara que naosejam mais acordadospo~ toques de aZvorada - comoeu.
tESTA A MINHA MENSAGEM'
RUI MANUEL MARINHEIRO CARVALHEIROC.M.E.M.
- "Nao vens conno eco?" E part iam ,Cantando um hino de guerraMas so meus ol ho e seguiamNo eul co em pr ata que abr-iamPara a conquista da terra ...
Pensava: Quem me compreende?Quem se da como eu me dou?Nao compro amor que se vendeNao prostro quem se me »endeSou esta anqicet ia que sou ..•
- "Nao tentas?" E de abaladaSe iam tentar 0 futuroMas so meus olhos de nadaLhes iam atras, na estradaQue desaguava no escuro
Pensava: POI' que tent.ar?Li no meu co rpo 0 meu fadoBem sei 0 que iria achar!Prefiro deixar-me eet arGanho mais assim pax-ado ••.
E vaidades e prazeresPassaram com seus vaivensTentavam, como as mulheresCom bl.and.ic iae : - "Se vieres ... "Com ousadia: - "Nao uene?"
Pensava: Aonde e que iria,Se em tudo so vejo 0 fundo?Cada vez mais eada diaPalpo· a fronte, e a encontro friaDum SUOI' de mor-ibundo ...
E assim fiquei, sem saberSe aqueles que vira irTeriam ido Veneer.Nao quis ouo ir , nem quis ver,Nem quis pensar, nem sentir ...
Mas as vozes que passaram- "Nao vens? Nao tentas? Nao amae?"De dentiro de mim falaram.Que as veias me tiumuL tuaramSob regatos de chamas .•.
E igual me vi a vas todos:Tambem eu ia arrastado.Tentavam-me os meus Lodo eTentando dos mesmos modosG mesmo barto amassado.
Entao, rescaldo que lavra,Que rebent:a, e faz cl arao ,Que grito se al eoant:aDo fundo de mim gritavaTres L et ras bem nuas: - "NAG"
Maneharam-me de exor-emen to e.As aves dos ceue e a genteMirraram-me os sois e os ventosE durei seculos lentosNaquela presen~a ausente .•.
AssimL assim t.r-iun fe i,Num reino onde nada medraDe tal reino e que sou rei •.•Com sangue me libertei,~~as coneequi. ser de pedra !
~~'#I'
JOLIa EURICa t1aRAIS PEREIRA
C.M.E.M.
Soa a hora de vesperas;
na Ziturgia do tempo
comeqa a Zonga noit~ tenebrosa.
Escuridao_,
vozearia de gritos e Zamentos;
ouve-se a distancia
o som estridente
proZongado e onduZante
de urn tiro de canhao.
E esta a maquina da vida_,
que ro la impunemente
e desfaz Zentamente
o homem e 0 pensamento.
Nao te deixes submergir por eZa_,
grita_, cresce e recrudesce
teu l.amento e pensamento
e apregoa a todo 0 sempre
a tua forqa de viver.
JORGE
JORGE MANUEL t1ARTINS GON~ALVES ALVES
C. M. E. t~.
Se moritanhae de olhos verdesFlorestas de maos unidasLeite e melOusamos querer pedirVale a penaUma pomba sem historiaUm amor sem rosaUm rebanho imoladoAte 0 Lume de uma mao ace saOu 0 sangueDum corpo chicoteado
JORGE
Ah se eu pudesse ofertar-te .Um punhado de ducteis raios'De manhas limpidas de orvalhoEm beneficas ervas ...Mas de maos vazias~o meu pranto~ (sorriso dos poetas ... )Nao so nos labiosEnos olhosQue me fica a cintilarMesmo nos eecol.hoeNo breuNo quotidianoDos homene,Esse e teu CELLY
Nada do que se faz e feito Gomo se nada fizessemosFazer por fazer e mostrar que se epor serE quando se e por ser nao se pode ser
Quando uma pedra cai nao cai por cairCai poi-que tem que cai» sem poder eai»
Quando eras er-ianca diziam-te que nao tinhas querere eQuer queiram quer nao as crianqas querem ter quereresSe as crianqas nao quizessem ter quereres-eram homensOs homens nao queremter quereres - so queremter 0 que lhes convem
Quereres porque te convem~ naG e 0 mesmoque quereres por quereres- querer e querer~ mesmo sem convir
Quando os homens querem que as cniancae- ' -nao querem por nao querer- nao querem porque nao lhes convem.
ouere eempre
-nao tenham quereres
~ -Ainda que as vezes querer nao seja poder.Jost MANUEL
JOS£ MANUEL PEREIRA DOS SANTOSC.M. LM.
I PARTE~o Orgulho do que e
Compensa 0 nunca ter sidoMais que a importO:ncia que daAo facto de ter nascido
As vezes sente a vaidadeDe nunca ter pretendidoSenao viver da verdadeDe que se sente imbuido
Mas nouiras fica a pensarQue bom e saber que naot capas de la cheqarMas basta-lhe a presun~ao
II PARTE
Com maos cheias de verdadeVe muito Lonqe, e sedentoE percorre ousadamenteAs noites do pensamento
At caminha sozinhoPeito nu, braqos abertosDominando em largos passosA aridez desses desertos
Seus pensamentos saO verdesHd-de a vida alimenta~losMui eaqas tera de ser .Quem quiser interpreta-los
No horizonte, com asasVaa de bra~os catdosPl'ometendo ir mais alemQue a verdade dos sentidos
Correm aguas, ve 0 ceuImagina 0 horizonteA paz nao 0 surpreendeEre e 0 cimo do monte
III PARTE
~Diferen te de mim quem eTodos 0 sao eem saberDos pensamentos dos outrosEU penso 0 amanhecer
Nada que dizem esta certoMas mais errado sou eu.Que viw num oeu abertoNada tenho e tudo e meu
A ironia que trazemNos ol.ho e quando me encontramt.a arma inoperanteCom que julgam que me afrontam
Mas deixo 0 vento passarRecol.ho so a meneaqemUm gesto de deeped idaNao vai tolher~e a viagem
MA.RIOMAI?rINS
~~-~ ~~~
jLol1~ =>.
PEDBO MANUEL ALEIXO DIA~
C.S.C.A.E.
Um trote de cavalos no horizonte,
crinas ardendo, sabor a triunfo, diz-nos
do quebrar da ro t.ina, Entre a poeira a-montoam-se imagens, corridas loucas abaliza de andebol, treme 0 arbitro, caem
jogadores, e golo. A aC9ao vai mais alem,
aplicada num salto mortal controlado por
por uma dedica9ao domadora •••. 0 vento
tras-me um odor requintado, um menino de
fraque e cartola, abas ao vento, um his-
torico motor. 0 SOl lentamente anuncia 0
terminus, os ultimos raios impedem a noi-
te; e inevitavel, a rota9ao conclui-se!.
Acabou a sinceridade, negra de saudade,
porque nos bo equee todos se perdem, so
nao morrem os corajosos, homem, os que
l.idam com 0 out ro bioo do pau , e eeee so-
breirioem, ainda que num mundo diferente,
no tal pais horrendo , sociedade.
KATA'l'AU
,J)12 J.~ QUE
HAc TENUo~PINTA 1)£ MACHAO
~ .---......... ,l.ATIWO !'"
FRANCISCO JOS£ PALMA AUGUSTOC.T.E.
Cheguei!
Vi, nao gostei mas fiqueiNOD tive ear-inhoe de men iniceJa era um homemE portanto como tal, depressa aprendi!A nao verA nOD ouvirA nOD sentirConfiei e ja nao confioTenho dois amigosEu, e 0 vel.ho PILAO
E U
JOAQUIM MAX IMIANO PINHJ\O DE ALMEIDA
C.S.C.A.E.
I
Mare qlta, Mare altaVem ai. da outra bandaMais um colega da maltaCheira a peixe que tresanda
II
Gostava'que todos voso tivessem conhecidoComo amigo da onqaEra ca um amigui to•.•
IIISardinha ja veio ?A espera do professorperguntou uma vez a malta.Responde com riso por meio:Nao veio nao senhor ......tivemos todos falta.
IVPor causa duma baio.netaEste nosso camaradaLevou 3 dias de choqaSem p-ian, nem dizer nada.
V
Procurando a sua amadaCom varias ainda andouNandou+ae todas am •••Com a A.. ficou
VIRevistas, psicologiaEconomiae jornais,Lia tudo este amigoQue para ler nem dormia
VIIEstas quadras sao pobresMas feitas com intenqaoDe relembrar os anos juntosPassados por nos no Pilao.
VIIIMas ... A liberdade chegout a hora da partidaSe algo te fez faltaBOa sorte para a vidaTe deseja a maltaE 0 teu comparsa
"GALINHA "
JOS[ AUGUSTO LEMOS ALVES DA SILVA
C.S.C.A.E.
Arame farvado que se vai
Grilhetas que eaem por si
Basta um passo para se gritar
Viva a liberdade, ja sat
A alegria que te roubaram
A juventude que co. deixaste
A personalidade que te tiraram
Sao faetos quelamentaste
Andamo e juntos tanto tempo
co. dentro lo.fora e eempre
Con tudo nao e 0 bast'ante
Andaremos sempre e sempre
Na vida prosseguiro.s
Lutaro.s e ganharo.s
o ego{smo na luta passaro.s
Mas olha tu muitosuaro.s
Sem mais, ehamo a amizade
Lembra-te sempre de mim
Nas dificuldades da vida que sao muitas
Chamo a nossa. amizade sem fim
"SARDINHA"
QUANro "6HPO1)EN()"II a SA'fc 0.' ~P 110 B If.}~RfiIRO,.,
." 4"00 !.'f
CARLOS MANUEL MEDEIROS PIRES
C.S.C.A.E.
(Apos uma negra bruma de oito anos deidade3um raio de SOl desponta feliz)
Depois de meus ol.hoe te identificarem
Durante uma amarqa e "bela" [ornadanossa vida de jovens resignados.
Recorda-te erva debil3 graciosa
na inocencia de uma crian~a bonita.
Vivo contigo a vida do homem
entre espinhos a picar3 0 retrair
dae desejos. Venceste3 noo picado.
Prepara-te3agora deixas de ter espinhos3paeeae a perfUJ.:ias e deturpacoeevais ent~ar na tor~ente de um rio
entre marqene degente pseudo bem •.•
Prepara a [anqada e a companhia
"Se pois prudent:e como as eerpentieemas simples como as pombas"; Se feliz.
KATATAU
VALDEMAR ALMEIDA BARREIROS
C.M.E.M.
Nesta dediaatorianao podia faltar
a tieet:a ecnana testa candeei~a testa a entascar
o rapaz em festaqueveio de Mangualdeem Lisboa ficando nove anosem que a vida foi'estade eetudar j ser p~di.gionao ee divert-i»aiurar 0 coz inhei.roandar aflito por dinhei~
a testa
eaia: em week-end'divertir-se e p~curar saias
saltar em paraquedasrefilar para nada conseguirnao contestar evitando perdas de tempocorrer em corta~atotientiar 0 futuroentre paredes de atrasoaturar qual quer ofiaial oaemunroaLqum burro que so a murro
Liberta~aoa para lo.do arame farpadoo chamado salta ao muro
Atua cabe~a engoliuregua de calculo e tabua logarttmicamuita matemo.tica e ftsicapo» isso te chamaram logaritmomas a tua yassagem e mais historiaa ,pelo re-te-te-te- ... grito do Ipiranga
Poste amigo, por vezes a safatambem juntos bebemos muitapinga .
. TO VIEIRA
DESPEDIDA
Fina1mente saimosao fim de 8, 9, 10, 11 anosde sennas pi10essan sermos manos
Da vida que 1evamo snunca ninguem pensoupensando no que somose 0 que aguentamos.r~as nO's'que saimosvamos dizer a verdadeda tristeza em que vivemosao passar por nos nao vida
mas idade
Sei ban 0 que quero e querenos.Daqui sair, saber 0 que posso e podemosquando queremos a 1iberdade