51

FIN A LIS T A S

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FIN A LIS T A S
Page 2: FIN A LIS T A S

FIN A LIS T A S

89 - JOSt DOMINGOS TEIXEIRA VE FARIA315 - AVUINO R1TO JORGE VA SILVA326 - LUIS ANTUNIO SIMUES VALENTE38 - AMtRICO VE ABREU FERREIRA

152 - ALFREVO VUQUE MENVES TOLENTINO203 - LUIS MANUEL GONCALVES VE PAIVA169 - CARLOS ALBERTO LIMA VA FONSECA239 PEDRO SOBRINHO VEPASSOS SIMAS291 - JOSt EDUARVO LOURENCO CORREIA ANVRAVE397 - JOSt MANUEL MACEVO PIRES364 - JOAO MANUEL VE CASTRO JORGE RAMALHETE306 - TEOVORO VARVASCA VIEIRA65 - FERNANVO VUARTE PEVROSA ROVRIGUES69 - RUI MANUEL MARINHEIRO CARVALHEIRO37 - JaLIO EURICO MORAIS PEREIRA

212 - JORGE MANUEL GONCALVES ALVES121 - JOSt MANUEL PEREIRA VOS SANTOS296 - PEVRO MANUEL ALEIXO VIAS106 - ROGtRIO PAULO PEREI~A FRAGOSO162 - FRANCISCO JOSE PALMA AUGUSTO363 - JOAQUIM MAXIMIANO PINHAO VE ALMEIVA388 - JOSE AUGUSTO LEMOS ALVES VA SILVA182 - CARLOS MANUEL MEVEIROS PIRES43 - VALVEMAR ALMEIVA BARREIROS

do:

INSTITUTO TECNICO MILITAR

dOl

PUPILOS do EXERCITO

Page 3: FIN A LIS T A S
Page 4: FIN A LIS T A S

JOS£ DOMINGOS TEIXEIRA DE FARIA

C.M. E. M.

Tinha dez anos e ja uma farda vestida:e em idade de mama uma defesa artificiale fora de casa uma educa~ao despidae longe da familia 0 amor artificial.

Ainda com dez ano e uma espingarda:e a minha imagina~ao infantil numa coronhae a encaminh~ao da inteligencia a uma cor pardae no cano da eepinqarda uma anti-vida.

Das 6.30 as 2l.30 ha horas com minutos para tudo:ena minha infantilidade a limita~ao.

o chefe de mesa nao engr~ou comigo; vi a fruta por um ca-nudo:

e come~a entao a minha destru~ao.Vou para as aulas com cornet-a e bambor :

e na pouca idade a exaqerada oanal ie acao;Se nao eneebo as botas chamam-me estupor:_

e o e meue carrascos comecam a execucao ,Aqui existem o e "uel.hat ee" e os "puto e"oe "pr-iiribeq-iadoe" e oe "eearairieado e",Se nao Lhee l impamoe o e botioe e Leuamoe uma pat-adae se insistimos levamos tareia de todos os velho-tes "frustados" que querem po» nos as bat ae 'enqra-xadae,

Os ladroes fazem-nos a vida cara, com osseus assaltosnoctiuxmoe:

quando querem fazer al quma farratanto os nossos mdvei.e como aart ei.rae eao-l.hee opor-:tiuno e.

A familia cada vez ee afasta mais de mim:e eu comeco a vida sem educacao;

Sou chamado po» um nilmero:e para a liberdade simbolo de pr~saoe durante onee ano e uma persegu~aoe para 0 »eeto da vida uma tr-iei e »eooxdaeao,

Paesamo e a semana a penear na ealda de eabado:mas ee eaimo e do e eixos, enconbramoe impedimento paralqum oficial que ee t.omou menos amavei , enos dei-xou assim 0 fim de semana estragadosao apenas mais dois dias sem comunic~ao nem diver-timento.Muitos dias destes passei em U anos que fui gado.

E hoje quem sou eu com todo este pseudo-rigor ?

- apenas uma pessoa que se lamenta.

Page 5: FIN A LIS T A S
Page 6: FIN A LIS T A S

ADUINO RITa JORGE DA SILVA

C.M. E.M.

CANTICO NEGRO - Jose Regia

"Vem pOl' aqui" -r- dizem-me alguns com ol.hoe doceeestendendo-me os bl'agos, e segul'OSde que sel'ia bom que eu os ouvisseQuando me dizem: "uem pOl' aqui"

Eu olho-os com olhos lassos(ha nos meus olhos, il'onias e cansagos)Ec1'UZO os bl'agos,E nunca vou pOI' ali ...

A minha glol'ia e esta:cl'ial'desumanidadeNao acompanhal' ninguemQue eu vivo com 0 mesmo sem - a vontadeCom que l'asguei 0 ventl'ea minha mae

Nao, nao vou pOI' ai! So vou pOI' ondeme l.euam meus pl'opl'ios paeeo e...

Se ao que bueco sabe'l'nenhum de vos responde,pOl'que me l'epetis: "vem pOI' aqui ?"Frefil'o escol'l'egal'nos becos lamacentos,RedemoinhaP aos ventos,Como farrapoe aPl'astal' os pes eanqnenbo s ,A il' pOI' ai ...

Se vim ao mundo, foisb pal'a desflol'al' flol'estas vil'gens,E deeenhar meus pl'opl'ios pes na are-ia inexpl.orada to mais que fago nao vale nada.

Como, pois, sel'eis vosQUe me dal'eis machados, fel'l'amentas e cOl'agempaPa eu derrubar os meus obet acul.oe ?,

COl'l'e, nas Vossas veias, sangue velho dos avos,E vos amais 0 que e facilEu amo 0 Lonqe e a mi.raqem,Amo os abismos, as tOl'l'entes, os desel'tos ...

Ide! Tendes estl'adas,Tendes jal'dins, tendes canteil'os,Tendes patl'ias, tendes tectos,E tendes l'egl'as, e tl'atados, e filosofos, e sabios.

Eu tenho a minha loucul'aE levanto-a como um facho, a al'del'na noite escul'a,E sinto espuma, e sangue, e canticos nos labios ...

Deus e 0 Diabo e que me guiam, mais n inquemTodos tivel'am pai, todos tivel'am maeMas eu, que nunca pl'incipio nem acabo,Nasci do amol' que ha ent-re Deus e 0 Diabo.

Ah, que ninguem me de piedosas intengoeslNinguem me pega definigoesNinguem me diga "vem POI' aqui"A minha vida e um uendaual: que se soltou.t uma onda que se alevantou.t um atomo a mais que se animou ...Nao sei pOI' onde vou,Nao sei pal'a onde vou.Sei que nao vou pOI' ai !

Jost RtGIO

Page 7: FIN A LIS T A S
Page 8: FIN A LIS T A S

LUIS ANTcrNIO SIMOES VALENTEC.M. LM.

A liberdade esta proxima. t a realidade. Mas nao a vou trans-[ormar:nwna eeneacao de pasmo , de pacifismo, pois hQ algo que estaerrado e ja nao pode ser reformado, hQ algo que existe e tem de dei-xar de existir. Ainda que nao ~ja lagrimas no meu corar;ao, 0 meucorar;ao sofre por todos esses meus camaradas com quem vivi todos osnossos problemas, durante todos estes anos.

Mas ao dizer isto, nao vos critico, a vos pais, pelo facto det-erdee enviado os vossos filhos e.filhas para meios de defomar;ao enao de formar;ao,pois vos nao tendes culpa do obecurant-iemo e da ex-plorar;ao em quevos tentam manter a todo 0 custo, critico sim a or-dem social das coisas, que vos impossibilita de dar wna educar;ao ade-quada a vossos filhos.

Analisemos a questao no seu aspecto mais global.o progresso social reveste-se de duas formas indissociaveis.o progresso quantitativo e 0 progresso qualitativo. Entenda-se porprogresso quantitativo 0 aperfeir;oamento cada vez maior dos meios deque 0 homem se serve para a satisfar;ao das suas necessidades. Fro-gresso qualitativo sera 0 aperfeir;oamento cada vez maior do homemcomo ser social. Em que medida e que eles se relacionam ?

o proqreeso qualitativo que sera a passagem incessante do cam-po da necessidade para a liberdade e determinado, abstractamente,peloprogresso quantitativo que por sua vez tambem depende daquele.

Se e facto que se nota um conhecimento cada vez 'maio» da rea-lidade e consequentemente um desenvolvimento da ciencia e da tecnicaque ee dever-ia refl.eat-i.rem benef'icio do homem como ser humano jno ta-+se; contrai-ioment:e, wna deqradaeao oada vez maio» da sua caraciier-ie-tica espectfica de animal superior, isto e, a desumanizaC;ao, a in-comunicabilidade, a existencia, enfim a angustia de viver. Esta an-gustia, em determinados indivtduos, e consequencia, essencialmente,das suas condir;oes reais de existencia desfavorecidas, isto e,da di-ficuldade de obtencao dos seus meios de subsistencia e noutros, de-terminada, essencialmente, pelas contradir;oes ideologicas.

Nota-se, pois, a existencia de duas classes. Umaque possuios meios de produeao , a outra que mais nao tem do que a sua forr;adetrabal.hopara vender e que e cada Vez mais exploroda, Dado que hQuma iiendencia para as relar;oes de producoo acompanharem 0 desenvolvi-mento das forr;asprodutri.uae.acl.aeeeexpl-oradora tenta cont-rariar essedesenvolvimento historico, nao so exp&orando cada vez mais,como criando uma ideoloaia, wna moral e institui(}oes, que mais ndo visam do querepr-imi.r,deformar as pessoas alienando-as da realidade e [ormar es-tados embr-ionar-ioe, tentando assim perpetua» essa ordem social.

Ha po ie, um desajustamento entre 0 desenvolvimento das forr;asprodut ioae e as relar;oes em que os homene ent.ram na producao :

Entao, 0 que vou dizer para as p~ssoas e isto - direi. acor-demo Parem de se esconder, parem de dizer que isso nao existe, paremde falar no modo como voces entendem a coisa, parem d~ dizer como apalhota com agua corrente em que vivem e bom para voces, enquanto umapequena minoria vo~ explora a vossa forr;ade trabalho. Um dia vira emque na sociedade nao haja Lugar para classes, yara servos e senhores,para explorados e exploradores. At 0 lema sera, "de cada um segundo asua capacidade, a cada wn segundo as suas necessidades". Mas, emboraessa seja wna lei da historia, hQ que mobilizar todas as forr;as ver-dadeiramente interessadas em que a derrocada da classe exploradora sedi a wn passo acelerado, e nao ficar passivo a espera que essa me917aderrocada se de naturalmente, pais ela nao sai da cena da histo!.'ia,a menos que seja empurrada vigorosamente para a valeta.

Deixem de se alienar da realidade do mundo que os rodeia. Finvez disso acordem

Porque as me917as coisas que estao acontecendo comigo estaoacontecendo convosco e negoceiem, eX~Jam, manifestem-se, acordem efar;am incidir a vossa luta para a raiz de todos os problemas da so-ciedade - a luta de classes.

Acoruem! Porque a dormir nada se consegue .senao sonhar.

VALENTE

Page 9: FIN A LIS T A S
Page 10: FIN A LIS T A S

AMtRICO DE ABREU FERREIRAC.S.C.A.E.

Tua Consciencia paira no arTua ausencia em ambiguidadeTeu feto vai desbrotarPara alguem3 sem igualdadeQue te julgas amarVerasDo platonic03 0 deslealDo just03 a carenciaSerasComo alguem3 abruptalSem acusares3 clemencia3Juraras 0 passado desnecessarioo prazer do complementoDo teu no~e 0 revolucionarioQue aduba 0 alimentoDuma vida de contestatarioCuja tina LidadeSera a cexrte za dum perfume eedent ar io

LUISVejo chegado 0 principio do fim,pela deturpa9ao duma vivencia sa3

a inserir numa selva de maquinas.Lembro 0 companheiro de longos dias

3

sempre diferente de tantos outros3por um caracter correct03 ou demasiad03

essa sensatez tao discutida p'los colegas.Recordo-te homem de aviOes e paraquedas3peito arfand03 com 0 peso dos brevets

3

testemunhos de uel.ho e eonho e real ieado e,na casa onde viveste lado a lad03o p-ica» dos eep inho e, e o sarar fraterno.Futuro-te uma inser9ao gloriosa3sena03 pensa haver3 um rain de SOlpelo qual possas trepar Za bem alt03e domines a justa luta p'la tua condi9ao.

KATATAUEs ma~s livre que as avesTens em teu poder a chave dos espa90sLigas ceu e terra com estreitos l~osE assim 0 con:preendes.Mais ainda ha algo que t:e eecapaQue maroa a tua vida como .um mapaEm que falte a nota de uma viagemE os teus sonhos tem disso a imagemPois tens a consciencia no teu sonhar aladoDe ainda nao os teres realizado.

DADA

Page 11: FIN A LIS T A S
Page 12: FIN A LIS T A S

ALFREDO DUQUE r~ENDES TOLENTINO

C.M.E.M.

o vento desafia as trevas

Em turbiZhOes de raiva

A chuva engoZe num trago amargo

A sugidez das pedras

Enquanto as arvores

Desesperadas

Parecem querer fugir.

E t.u , anriqo ,

Continuas impavido

Seguindo na terra mal.tirat.ada

E_,no meio da imensidade que te cerca

ts uma sombra gritante no deserto

Que perqunt:a para onde vai ...

Na tuaimagina9ao perdida

Toma forma

Uma nuvem aniquiZada de reaZidade

Eras um menino; hoje um homem

Uma Zagrima de saudade cai

Mas tu_, segues ...

Deixandonas arestas fugidias

Do que nao disseste

Uma angustia de extracomando

Que te do i nao sei onde

Mas segues ...

Ceirto_,de que caminhas

Na estrada que os deuses te impuseram ...

M.CECtLIA RODRIGUES

Page 13: FIN A LIS T A S
Page 14: FIN A LIS T A S

LUIS MANUEL GONCALVES PAIVAC.M.E.M.

"0 FIM"

Eis que nasce 0 "vebento ", Enoo lt.oem ilusoes cl.arae, ele

e bem 0 fulcro de aten90es dispersas, para quem a nostalgia findou.

Quantas dores se sanaram por esporadicos instantes, tendo como fun-

do uma visao banal que a muitos nao interessa! ...

A caminhada terminou apos 0 seu titubeante come90. Esta-se

em presen9a de uma nova vida que, no dizer de alguem, nao cumpriu

tarefa alguma. Contradi90es nao sao plausiveis em tais circunstan-

cias, isto e, a demagogia desempenha 0 seu papel como em outros ca-

sas. Mas, tambem na Lugar para eonho e eepont-dneoe , que nos axrraetompara 0 infinito do espa90 e do tempo, dando-nos a conhecer todos osprocessos e a consequente rentabilidade que 0 momenta exige.

o tempo escoa-se como a agua entre os dedos. A fUn9aO esta

apenas desempenhada no sentido utopico, que inc ide sobre a satisfa-

9aO dos desejos!

6h ..., quantos sacrificios em busca de um caminho sem pas-

sagem

As realidades opoem-se ao processo de quantos pretendem su-

biro Sera atraves de divergencias religiosas, do falso amor frater-

no, das angelicas canduras, da burocratica sociologia que finalmen-

te se cumpve uma tarefa ?

Tal.uez , a "paesaqem errarit e", se »eeuma a isso, isto e, a

finalizar algo que ainda nao come90u.

L.M.PAIVA

Page 15: FIN A LIS T A S
Page 16: FIN A LIS T A S

CARLOS ALBERTO LIt1A DA FONSECA

C.~1.E. r~.

Libe~t~ao - Jose Regio

Menino doido~ oLhei em roda~ e vi4ne

Fechado e so na grande saLa.escura.

{Abrir a porta~ aLem de ser urncrime~

Era imposstveL para a minha aLtura ...}

Como passar 0 tempo ? .. E diverti4ne

Desta mane ira tragica e segura:

Pegando em mim~ rasguei4ne~ abri~ parti4ne~

Desfiz trapos~ arames~ serradura ...

Ah~ meu menino histerico e precoce

Tu, sim que tens moos tragicas de poeee ,

E tens a inquieta~ao da Descoberta

o menino~ por fim~ tombou cansado;

o seuboneco at jaz esfareLado ...

E eu acho~ nem seicomo~ a porta aberta

Page 17: FIN A LIS T A S
Page 18: FIN A LIS T A S

JO~O PEDRO SOBRINHO DE PASSOS SIMAS

II

Dais anoe chumbado eA sua sorte ditavaMais um electronico falhadoQue 0 Pilao [oxmaoa

IV

Dez anos sao passadosDe privagoes e desilusoesMas nem tudo foi mauLevastambem boas recordagoes

C.T.E.

I

Era ainda um meninoQuando p'ro Pilao entirouE foi quaee ao mesmo tempoQue a sua barba cheqou

III

Com amores nunca quis nadaDeles sempre se afastou- (5 Simas esta ali a "Basica"- 0 que!? »u-u« que nao estou

v

Na hora da despedidaQue t.ambem e a da verdadeQue sejas feliz e 0 quete desejao teu eempre amigo "ANDRADE"

- EDUARIXJANDRADE -

Page 19: FIN A LIS T A S
Page 20: FIN A LIS T A S

JOS[ EDUARDO LOURENCO CORREIA ANDRADE

C. T. E.

IOito anos passaste

Neet eohamado "PiZao"

Entraste pequenino

E sais um "oalme irdo"II

Era ainda menino e mo~o

Quando nos amoree se iniciou

Ate que um dia aZguem

Seu cora~ao apanhou

IIINa epoca de exames

Quis, sua fome matar

Mas teve azar, foi ca~ado

E a separa~ao foi pararIV

Quando na cama domnia

Todo el:eum enaranhado

- Acorda p'ro pequeno aZmoqo

- Ta bem) estou acordado ...V

Nem tudo 0 que br-il.hae aura

Nem tudo e verdadeiro

Poste (5 meses) estagiario

E hae-de ser enqenhe iro

VIAgora vou teminar

t a hora da despedida

Desejo~te as maio res feZicidades

Ao Zongo de toda a vida

- J. SIMAS-

Page 21: FIN A LIS T A S
Page 22: FIN A LIS T A S

JOSr MANUEL MACEDO PIRESC.S.C.A.E.

- 'I'enhouma nov idade para ti!

- 0 que e ?

- Adivinha !- Cortaste 0 bigode ?

- Nao. Cortei 0 cabeZo.

- A eer-io ?

- Nao, foi a brincar. Amanha ves.

Quando te vi deu-me uma vontade Zouca de rir

mas nao devia faze-Zo porque estava na Av. de Roma as 6 horas da tarde

mas achei piada

nao soube que fazerse Zimitar-me a achar piada, se a comentar 0 caso

urn tanto a medo decidi-me a passar a minha mao pOl' eZe

tive urna sensa~ao diferente

nao parecia urn ouriqo

o our-icc pica

nem parecia urn cactourn gato aeeanhado , de peZo er-ioado , t.ambem ndo

tinha urn aspecto um pouco seZvagem

taZvez quaZquer coisa parecida com, urn potro

daqueZes que correm peZos campos e ninguem consegue fazer parar

mas, apesar de tudo,apesar dos oZhos maZiciosos d08 outros

ape sal' dos comentarios trocistas

apesar de tudo, eu achei giro

Gosto do teu cabeZo assvn

e de ti t.ambem.

PAULA

Page 23: FIN A LIS T A S
Page 24: FIN A LIS T A S

JOJi:O MANUEL DE CASTRO JORGE RAMALHETE

C.S.C.A.E.

Crianqa que nasee sem pedir

Sorrindo num mundo esealdante,

Conseieneia lanqada na vida

ao fim de oito anos sem abrir,

oito anos que foram uma Juventude,

de tristezas e alegrias

Mas eempre acompanhado ;

Nunca so;Sempre ajudado

Oito anos de amizades e farras

Que nem 0 tempo faz esqueeer

Cimentando vontades e vieios

Em desejos imorais aeorrentados

A liberdade em espontanea explosao

Em aetos de vandalismos inoeentes,

saidas furtivas ao anoiteeer

Com regresso eambaleante mas fel~z

P'ra esqueeimento de torturas do espirito

Do pensamento em femeas de esqueeer

Sereias que se renovam

Em momentos de orgulho naseisista.

Mas nao vamoe eequecer este tempo

Que fique no nosso pensamento

Como uma [Lo» na Primavera.

SARDINHA

Page 25: FIN A LIS T A S
Page 26: FIN A LIS T A S

TEODORO VARDASCA VIEIRA

C.M. E. r~.

NOVE ANOS

Depois de me ter enterradocom muito atrito muita inercia desato,..... .. ~nao se& porque v&m~ se& porque parto

Nove anos depoisde estar:longe da amizadelonge da terraLonqe do marLonqe do humorLonqe do amox:fora do mundovou reep irarurn ar que pode nao ser saudemas ao menos e liberdade

Vou partir~ agora simdeixam-me corrermas tem de ser devagartenho de comeqarnos 10 anosquando devia comeqar a tactearmas foram-me vendados os o l.hoeapesar de bem abertos

eram fechada$ as janelas •.•

"Recueo 0 precoque me querem imporestes homens que ladrampel-a boca dos seus caee"Poi a minha forqa

E enfim capturadoresignei-me a ser pobre animale ser feraa ser afinal 0 que ja era.

Page 27: FIN A LIS T A S

~~~o/1'•

Page 28: FIN A LIS T A S

FERNANDO DUARTE PEDROSA RODR IGU ES

C.M.E.M.

Para ser grande3 se inteiro: nada

teu exaq era ou exclui.

Se todo em cada coisa. Poe quanta es.. .no min uno que fazes.

Assim em cada lago a Lua toda

brilha3 porque alta vive.

(Obras Completas de Fernando Pessoa)Odes de Ricardo Reis

Seleccionado porJ.M.SANTOS

Page 29: FIN A LIS T A S

~'f!'Ha anos3quando era todas as manhas acordado por um toque

de aZvorada3cheguei a pensar que se um dia nao tivesse esse toque nunc amais aaordasria,

Hoje sei que mesmo sem esse toque de aZvorada posso acor-dar.

o toque da aZvorada sao os outros a acordarem~e - mesmosem eu querer,

Eu acordar sem 0 toque da aZvorada sou eu a querer acordar.

So por poder acordarsem 0 toque da aZvorada3

so por saber querer acordar3sei ser 0 toque da aZvoradapara acordar os outrospara que naosejam mais acordadospo~ toques de aZvorada - comoeu.

tESTA A MINHA MENSAGEM'

Page 30: FIN A LIS T A S

RUI MANUEL MARINHEIRO CARVALHEIROC.M.E.M.

- "Nao vens conno eco?" E part iam ,Cantando um hino de guerraMas so meus ol ho e seguiamNo eul co em pr ata que abr-iamPara a conquista da terra ...

Pensava: Quem me compreende?Quem se da como eu me dou?Nao compro amor que se vendeNao prostro quem se me »endeSou esta anqicet ia que sou ..•

- "Nao tentas?" E de abaladaSe iam tentar 0 futuroMas so meus olhos de nadaLhes iam atras, na estradaQue desaguava no escuro

Pensava: POI' que tent.ar?Li no meu co rpo 0 meu fadoBem sei 0 que iria achar!Prefiro deixar-me eet arGanho mais assim pax-ado ••.

E vaidades e prazeresPassaram com seus vaivensTentavam, como as mulheresCom bl.and.ic iae : - "Se vieres ... "Com ousadia: - "Nao uene?"

Pensava: Aonde e que iria,Se em tudo so vejo 0 fundo?Cada vez mais eada diaPalpo· a fronte, e a encontro friaDum SUOI' de mor-ibundo ...

E assim fiquei, sem saberSe aqueles que vira irTeriam ido Veneer.Nao quis ouo ir , nem quis ver,Nem quis pensar, nem sentir ...

Mas as vozes que passaram- "Nao vens? Nao tentas? Nao amae?"De dentiro de mim falaram.Que as veias me tiumuL tuaramSob regatos de chamas .•.

E igual me vi a vas todos:Tambem eu ia arrastado.Tentavam-me os meus Lodo eTentando dos mesmos modosG mesmo barto amassado.

Entao, rescaldo que lavra,Que rebent:a, e faz cl arao ,Que grito se al eoant:aDo fundo de mim gritavaTres L et ras bem nuas: - "NAG"

Maneharam-me de exor-emen to e.As aves dos ceue e a genteMirraram-me os sois e os ventosE durei seculos lentosNaquela presen~a ausente .•.

AssimL assim t.r-iun fe i,Num reino onde nada medraDe tal reino e que sou rei •.•Com sangue me libertei,~~as coneequi. ser de pedra !

Page 31: FIN A LIS T A S

~~'#I'

Page 32: FIN A LIS T A S

JOLIa EURICa t1aRAIS PEREIRA

C.M.E.M.

Soa a hora de vesperas;

na Ziturgia do tempo

comeqa a Zonga noit~ tenebrosa.

Escuridao_,

vozearia de gritos e Zamentos;

ouve-se a distancia

o som estridente

proZongado e onduZante

de urn tiro de canhao.

E esta a maquina da vida_,

que ro la impunemente

e desfaz Zentamente

o homem e 0 pensamento.

Nao te deixes submergir por eZa_,

grita_, cresce e recrudesce

teu l.amento e pensamento

e apregoa a todo 0 sempre

a tua forqa de viver.

JORGE

Page 33: FIN A LIS T A S
Page 34: FIN A LIS T A S

JORGE MANUEL t1ARTINS GON~ALVES ALVES

C. M. E. t~.

Se moritanhae de olhos verdesFlorestas de maos unidasLeite e melOusamos querer pedirVale a penaUma pomba sem historiaUm amor sem rosaUm rebanho imoladoAte 0 Lume de uma mao ace saOu 0 sangueDum corpo chicoteado

JORGE

Ah se eu pudesse ofertar-te .Um punhado de ducteis raios'De manhas limpidas de orvalhoEm beneficas ervas ...Mas de maos vazias~o meu pranto~ (sorriso dos poetas ... )Nao so nos labiosEnos olhosQue me fica a cintilarMesmo nos eecol.hoeNo breuNo quotidianoDos homene,Esse e teu CELLY

Nada do que se faz e feito Gomo se nada fizessemosFazer por fazer e mostrar que se epor serE quando se e por ser nao se pode ser

Quando uma pedra cai nao cai por cairCai poi-que tem que cai» sem poder eai»

Quando eras er-ianca diziam-te que nao tinhas querere eQuer queiram quer nao as crianqas querem ter quereresSe as crianqas nao quizessem ter quereres-eram homensOs homens nao queremter quereres - so queremter 0 que lhes convem

Quereres porque te convem~ naG e 0 mesmoque quereres por quereres- querer e querer~ mesmo sem convir

Quando os homens querem que as cniancae- ' -nao querem por nao querer- nao querem porque nao lhes convem.

ouere eempre

-nao tenham quereres

~ -Ainda que as vezes querer nao seja poder.Jost MANUEL

Page 35: FIN A LIS T A S
Page 36: FIN A LIS T A S

JOS£ MANUEL PEREIRA DOS SANTOSC.M. LM.

I PARTE~o Orgulho do que e

Compensa 0 nunca ter sidoMais que a importO:ncia que daAo facto de ter nascido

As vezes sente a vaidadeDe nunca ter pretendidoSenao viver da verdadeDe que se sente imbuido

Mas nouiras fica a pensarQue bom e saber que naot capas de la cheqarMas basta-lhe a presun~ao

II PARTE

Com maos cheias de verdadeVe muito Lonqe, e sedentoE percorre ousadamenteAs noites do pensamento

At caminha sozinhoPeito nu, braqos abertosDominando em largos passosA aridez desses desertos

Seus pensamentos saO verdesHd-de a vida alimenta~losMui eaqas tera de ser .Quem quiser interpreta-los

No horizonte, com asasVaa de bra~os catdosPl'ometendo ir mais alemQue a verdade dos sentidos

Correm aguas, ve 0 ceuImagina 0 horizonteA paz nao 0 surpreendeEre e 0 cimo do monte

III PARTE

~Diferen te de mim quem eTodos 0 sao eem saberDos pensamentos dos outrosEU penso 0 amanhecer

Nada que dizem esta certoMas mais errado sou eu.Que viw num oeu abertoNada tenho e tudo e meu

A ironia que trazemNos ol.ho e quando me encontramt.a arma inoperanteCom que julgam que me afrontam

Mas deixo 0 vento passarRecol.ho so a meneaqemUm gesto de deeped idaNao vai tolher~e a viagem

MA.RIOMAI?rINS

Page 37: FIN A LIS T A S

~~-~ ~~~

jLol1~ =>.

Page 38: FIN A LIS T A S

PEDBO MANUEL ALEIXO DIA~

C.S.C.A.E.

Um trote de cavalos no horizonte,

crinas ardendo, sabor a triunfo, diz-nos

do quebrar da ro t.ina, Entre a poeira a-montoam-se imagens, corridas loucas abaliza de andebol, treme 0 arbitro, caem

jogadores, e golo. A aC9ao vai mais alem,

aplicada num salto mortal controlado por

por uma dedica9ao domadora •••. 0 vento

tras-me um odor requintado, um menino de

fraque e cartola, abas ao vento, um his-

torico motor. 0 SOl lentamente anuncia 0

terminus, os ultimos raios impedem a noi-

te; e inevitavel, a rota9ao conclui-se!.

Acabou a sinceridade, negra de saudade,

porque nos bo equee todos se perdem, so

nao morrem os corajosos, homem, os que

l.idam com 0 out ro bioo do pau , e eeee so-

breirioem, ainda que num mundo diferente,

no tal pais horrendo , sociedade.

KATA'l'AU

Page 39: FIN A LIS T A S
Page 40: FIN A LIS T A S

,J)12 J.~ QUE

HAc TENUo~PINTA 1)£ MACHAO

~ .---......... ,l.ATIWO !'"

Page 41: FIN A LIS T A S

FRANCISCO JOS£ PALMA AUGUSTOC.T.E.

Cheguei!

Vi, nao gostei mas fiqueiNOD tive ear-inhoe de men iniceJa era um homemE portanto como tal, depressa aprendi!A nao verA nOD ouvirA nOD sentirConfiei e ja nao confioTenho dois amigosEu, e 0 vel.ho PILAO

E U

Page 42: FIN A LIS T A S
Page 43: FIN A LIS T A S

JOAQUIM MAX IMIANO PINHJ\O DE ALMEIDA

C.S.C.A.E.

I

Mare qlta, Mare altaVem ai. da outra bandaMais um colega da maltaCheira a peixe que tresanda

II

Gostava'que todos voso tivessem conhecidoComo amigo da onqaEra ca um amigui to•.•

IIISardinha ja veio ?A espera do professorperguntou uma vez a malta.Responde com riso por meio:Nao veio nao senhor ......tivemos todos falta.

IVPor causa duma baio.netaEste nosso camaradaLevou 3 dias de choqaSem p-ian, nem dizer nada.

V

Procurando a sua amadaCom varias ainda andouNandou+ae todas am •••Com a A.. ficou

VIRevistas, psicologiaEconomiae jornais,Lia tudo este amigoQue para ler nem dormia

VIIEstas quadras sao pobresMas feitas com intenqaoDe relembrar os anos juntosPassados por nos no Pilao.

VIIIMas ... A liberdade chegout a hora da partidaSe algo te fez faltaBOa sorte para a vidaTe deseja a maltaE 0 teu comparsa

"GALINHA "

Page 44: FIN A LIS T A S
Page 45: FIN A LIS T A S

JOS[ AUGUSTO LEMOS ALVES DA SILVA

C.S.C.A.E.

Arame farvado que se vai

Grilhetas que eaem por si

Basta um passo para se gritar

Viva a liberdade, ja sat

A alegria que te roubaram

A juventude que co. deixaste

A personalidade que te tiraram

Sao faetos quelamentaste

Andamo e juntos tanto tempo

co. dentro lo.fora e eempre

Con tudo nao e 0 bast'ante

Andaremos sempre e sempre

Na vida prosseguiro.s

Lutaro.s e ganharo.s

o ego{smo na luta passaro.s

Mas olha tu muitosuaro.s

Sem mais, ehamo a amizade

Lembra-te sempre de mim

Nas dificuldades da vida que sao muitas

Chamo a nossa. amizade sem fim

"SARDINHA"

Page 46: FIN A LIS T A S

QUANro "6HPO1)EN()"II a SA'fc 0.' ~P 110 B If.}~RfiIRO,.,

." 4"00 !.'f

Page 47: FIN A LIS T A S

CARLOS MANUEL MEDEIROS PIRES

C.S.C.A.E.

(Apos uma negra bruma de oito anos deidade3um raio de SOl desponta feliz)

Depois de meus ol.hoe te identificarem

Durante uma amarqa e "bela" [ornadanossa vida de jovens resignados.

Recorda-te erva debil3 graciosa

na inocencia de uma crian~a bonita.

Vivo contigo a vida do homem

entre espinhos a picar3 0 retrair

dae desejos. Venceste3 noo picado.

Prepara-te3agora deixas de ter espinhos3paeeae a perfUJ.:ias e deturpacoeevais ent~ar na tor~ente de um rio

entre marqene degente pseudo bem •.•

Prepara a [anqada e a companhia

"Se pois prudent:e como as eerpentieemas simples como as pombas"; Se feliz.

KATATAU

Page 48: FIN A LIS T A S
Page 49: FIN A LIS T A S

VALDEMAR ALMEIDA BARREIROS

C.M.E.M.

Nesta dediaatorianao podia faltar

a tieet:a ecnana testa candeei~a testa a entascar

o rapaz em festaqueveio de Mangualdeem Lisboa ficando nove anosem que a vida foi'estade eetudar j ser p~di.gionao ee divert-i»aiurar 0 coz inhei.roandar aflito por dinhei~

a testa

eaia: em week-end'divertir-se e p~curar saias

saltar em paraquedasrefilar para nada conseguirnao contestar evitando perdas de tempocorrer em corta~atotientiar 0 futuroentre paredes de atrasoaturar qual quer ofiaial oaemunroaLqum burro que so a murro

Liberta~aoa para lo.do arame farpadoo chamado salta ao muro

Atua cabe~a engoliuregua de calculo e tabua logarttmicamuita matemo.tica e ftsicapo» isso te chamaram logaritmomas a tua yassagem e mais historiaa ,pelo re-te-te-te- ... grito do Ipiranga

Poste amigo, por vezes a safatambem juntos bebemos muitapinga .

. TO VIEIRA

Page 50: FIN A LIS T A S

DESPEDIDA

Fina1mente saimosao fim de 8, 9, 10, 11 anosde sennas pi10essan sermos manos

Da vida que 1evamo snunca ninguem pensoupensando no que somose 0 que aguentamos.r~as nO's'que saimosvamos dizer a verdadeda tristeza em que vivemosao passar por nos nao vida

mas idade

Sei ban 0 que quero e querenos.Daqui sair, saber 0 que posso e podemosquando queremos a 1iberdade

Page 51: FIN A LIS T A S