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CARTILHA DE FINANÇAS PESSOAIS Gilberto Hissa 1 Maio/09 ISSN 1984-3763 1 Professor do Departamento de Economia da UFRR Mestre em Economia pela FGV/RJ MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ Membro Orientador do INI – Instituto Nacional dos Investidores [email protected] ou [email protected]

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Financas Pessoais

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CARTILHA DE FINANÇAS PESSOAIS

Gilberto Hissa1

Maio/09 ISSN 1984-3763

1 Professor do Departamento de Economia da UFRRMestre em Economia pela FGV/RJMBA em Finanças pelo IBMEC/RJMembro Orientador do INI – Instituto Nacional dos [email protected] ou [email protected]

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HOMENAGEM

Dedico esta cartilha aos meus pais, que foram mestres na arte de criar oportunidades de negócios e que trabalharam duro para oferecer, a mim e a meus irmãos, ricas oportunidades que nunca tiveram.

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AGRADECIMENTOS

Primeiro gostaria de agradecer a minha mulher, Cleia, pelo incentivo permanente.

Agradeço, também, a parceira das primeiras horas, Professora Daniely, que sempre participa das minhas palestras de Finanças Pessoais como assistente e que muito contribuiu e contribui para o aperfeiçoamento e evolução da mesma.

Em particular, agradeço a parceira Professora Ana Zuleide por esta publicação, sem a sua força e poder de realização esta publicação jamais existiria.

Muito obrigado!

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O bem-estar das pessoas está diretamente ligado a sua saúde financeira. Pessoas com saúde financeira em bom estado são, comprovadamente, mais tranquilas e produtivas. O contrário forma um cenário propício para a ocorrência de depressão, ansiedade, baixa auto-estima e problemas de saúde. Estes fatores, isolados ou reunidos, jogam a produtividade das pessoas para baixo.

Este quadro, baixa produtividade e estado físico e psicológico debilitados, é terrível para tentativas isoladas de saneamento de crises financeiras. Normalmente, as pessoas que vivem estas situações necessitam de ajuda externa para começar a trilhar o difícil caminho que leva ao equilíbrio financeiro, processo este que requer o total comprometimento e atuações tanto na área das entradas como na área das saídas de dinheiro.

Todavia, não apenas as pessoas com dificuldade financeira necessitam de ajuda externa, pessoas com boa saúde financeira podem precisar desta ajuda para prevenir futuras crises financeiras ou mesmo para descobrir os melhores caminhos para o seu capital.

A estes grupos devemos adicionar as pessoas que querem aprender as técnicas de finanças pessoais para terem uma nova fonte de renda, trabalhando com consultoria financeira, que é uma atividade extremamente solicitada e que conta, no momento, com uma oferta muito pequena de profissionais especialistas na área, ou seja, boa para ganhar dinheiro.

O objetivo básico deste curso e apresentar as técnicas de finanças pessoais à estes grupos de forma simples e objetiva. Para tanto, foi elaborado um material didático contendo os três passos das finanças pessoais, que está assim estruturado: o primeiro passo trata do check up financeiro, objetivando criar um banco de dados para municiar os passos seguintes, o segundo passo trabalha com o orçamento doméstico, que a ferramenta que procura antecipar o comportamento futuro do fluxo caixa (entradas e saídas de dinheiro) e o terceiro passo passo trabalha com as oportunidades de investimento.

Para finalizar esta introdução gostaríamos de deixar uma mensagem de otimismo: temos convicção que há solução para todos os cenários financeiros. Principalmente, porque pequenas ações podem levar a resultados estupendos, sendo que o melhor caminho para alcançá-los é encarar as finanças pessoais não como uma atividade chata e castradora e sim como o caminho mais curto para alcançarmos a independência financeira e a realização dos nossos sonhos.

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1º PASSO: CONTROLE FINANCEIRO

Como é impossível pensar em qualquer ação sobre algo que ainda não foi dimensionado, temos a necessidade, portanto, de começarmos a nossa jornada financeiro fazendo reconhecimento do terreno. O 1º passo de finanças pessoais se propõe a fazer isto, ou seja, fazer o diagnóstico do cenário financeiro atual das pessoas. Com ele, e apenas com ele, a vida financeira de qualquer pessoa muda radicalmente para melhor. Basicamente, este passo deve ser dividido em dois grandes segmentos, o primeiro trata do monitoramento da entrada e saída do dinheiro do caixa e o segundo da quantificação do patrimônio líquido.

O sucesso do monitoramento da entrada e saída do dinheiro do caixa está ligado única e exclusivamente ao compromisso e a disciplina. O compromisso e a disciplina são as condições necessárias e suficiente para o sucesso do trabalho. O compromisso nos manterá no jogo mesmo após alguns revés, pois se estamos compromissados é porque sabemos que os resultados aparecerão com o passar do tempo, e a disciplina nos abrigará a registrar todas as nossas movimentações de dinheiro, nenhum dado se perderá, teremos, portanto, dados consistentes e confiáveis.

As movimentações de dinheiro são facilmente controláveis, podendo ser um controle manual ou via computador. Ambos os caminhos levam ao mesmo resultado, e utilizam o mesmo procedimento. Temos que ter uma planilha para cada uma das nossas contas (corrente, poupança, aplicações, caixa etc), sendo a mesma bastante semelhante a um extrato bancário. Cada conta terá o seu extrato, onde lançaremos todas as movimentações que ocorrerem na mesma durante o mês. Todas sem exceção.

O controle manual utilizará uma planilha com o seguinte formato:

DATA HISTÓRICO VALOR SALDO CLASSIFICAÇÃO

Tendo as planilhas, basta, diariamente, contabilizar as entradas e as saídas de dinheiro das contas com as respectivas classificações (centros e subcentros), como será explicado a seguir. Cabe destacar que:

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1) só haverá lançamento quando houver, realmente, uma entrada ou saída de dinheiro de uma conta. Movimentações programadas só serão contabilizadas quando se materializarem;

2) a primeira linha da nossa planilha deverá ser preenchida com o saldo inicial da conta, não interessa se o mesmo é positivo, negativo ou nulo; e

3) a transferência entre contas não é encarada como uma movimentação de caixa, não devendo, portanto, receber nenhuma classificação. Quando houver uma transferência o lançamento será o seguinte: conta Y (doadora de dinheiro), transferência para a conta X, e na conta X (recebedora do dinheiro), transferência da conta Y.

Este esforço diário resultará no controle total do nosso mundo financeiro, e no fim do mês poderemos construir uma planilha resumo que nos dará uma visão exata de onde veio e para onde foi o nosso dinheiro.

Já o controle via computador requer uma preparação prévia do programa antes de começarmos o controle da movimentação do dinheiro. Iremos mostrar a seguir os procedimentos necessários para se trabalhar com o RealCash, um ótimo programa grátis2, cujos os lançamentos são bastante semelhantes aos de outros programas.

Primeiramente devemos alimentar o programa com todas as contas que serão controladas com os seus saldos iniciais (cadastros>cadastro de contas de capital ou primeiro botão), depois o plano de conta (cadastros>cadastro de tipos de receitas e despesas ou segundo botão) e por último os usuários que terão acesso ao sistema (segurança>contas de usuários ou terceiro botão). Após estes lançamentos iniciais estaremos preparados para controlar dia a dia as entradas e as saídas de dinheiro das nossas contas e simultaneamente alocar estas transações nos diversos centros, o que é feito automaticamente pelo RealCash.

Algumas de dicas para o lançamento eletrônico da movimentação de dinheiro (operações>lançamento ou quarto botão):1 – Selecione a conta que ocorreu a movimentação;2 – Selecione o tipo de receita/despesa;3 – Lance a data;4 – Lance o valor;5 – Faça um histórico;6 – Confirme;

Após a confirmação de um lançamento o programa não abre a possibilidade de correções, o caminho para reparar um lançamento errado é através do estorno (operações>pendências e baixas ou quinto botão). Para tanto, basta selecionar a opção pendências e baixas, selecionar o lançamento a ser estornado e apertar o botão estorno. Após a confirmação do estorno refaça o lançamento.

2 baixar em baixaki.com.br>aplicativos>finanças pessoais>codelines RealCash 2.0

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Um lançamento que causa muitas dúvidas é o pagamento da fatura do cartão de crédito, principalmente se a mesma não for quitada na sua totalidade. Basicamente, temos que agir da seguinte maneira: abrir a conta de onde sairá o dinheiro para o pagamento da fatura, selecionar a opção saque/gastar e distribuir as despesas pelos diversos centros/subcategorias, não se importando se a fatura vai ou não ser quitada na sua totalidade. Se a fatura for totalmente quitada o lançamento termina aqui, caso contrário, temos que lançar a parte não paga como uma entrada (empréstimo do cartão de crédito) na conta que está pagando a fatura do cartão de crédito, pois alguns pagamentos lançados foram bancados com o dinheiro do cartão de crédito e não com o nosso.

Outra lançamento que merece destaque e a transferência de dinheiro de uma conta para uma outra conta, como não se trata nem de entrada e nem de saída de dinheiro esta transação não é considerada uma movimentação de caixa e, portanto, não transita pelo plano de conta. Para executá-la eletronicamente basta utilizar o botão transferência e fazer os devidos lançamentos.

Cabe destacar que se a atividade de controle for feita diariamente, ela será concluída em poucos minutos. Portanto, não é uma missão impossível ou mesmo enfadonha, na verdade em pouco tempo ela se tornará em uma atividade prazerosa, quase um vício.

Por último, voltamos a afirmar que o controle diário da movimentação do dinheiro nos deixará prontos para identificar qualquer fato estranho em nossas contas. O sumiço de um centavo será detectado imediatamente, ou seja, passaremos a ter o controle total do nosso dinheiro. Nada mais passará despercebido, uma sensação de poder estará presente sempre que o assunto em pauta for a nossa vida financeira.

Para o nosso trabalho ficar perfeito temos que classificar as nossa entradas e saídas de dinheiro das contas, para tanto faz-se necessário o uso de um plano de conta, que deve agrupar as entradas e as saídas em centros, que poderão ser subdivididos em subcentros.

Cabe destacar que o plano de conta deve retratar com precisão a nossa visão das finanças pessoais e como queremos controlar a nossa vida financeira. Algumas pessoas irão preferir um plano de conta super enxuto (contendo apenas uma linha para as entradas de dinheiro, outra para as saídas e a última para o saldo), outras um plano de conta enxuto (contendo apenas os centros) e outras um mais detalhado (com os centros e os subcentros), todos sem exceção serão úteis. Se o controle for via computador qualquer tamanho de plano de conta é admissível, pois o trabalho será o mesmo para todos os casos, já se o controle for manual sugerimos um plano o mais simples possível.

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Aproveite o modelo abaixo para criar o seu plano de conta. Risque o que não for útil para você e acrescente o que está faltando, o resultado será o seu plano de conta.

ENTRADASRENDAS DE TRABALHO• Honorário• Pró-labore• SalárioRENDAS DE CAPITAL• Aluguel• Aposentadoria/Pensão• Dividendo/JuroOUTRAS ENTRADAS

SAÍDASGASTOS FIXOS• Aluguel• Condomínio • Impostos• Material Escolar• Médico/Dentista• Mensalidade Escolar• Prestações• Remédio• Seguro Saúde• Transporte EscolarGASTOS REDUZÍVEIS• Água• Apoio• Celular• Gás• Internet• Luz• Manutenção da Casa• Super Mercado• Telefone FixoGASTOS TESOURÁVEIS• Caridade• Carro/Moto

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• Cultura/Lazer• Embelezamento/Roupas• Hábitos (Fumar etc)• PresentesOUTRAS SAÍDAS

Um breve comentário sobre o modelo proposto. Na parte das entradas temos dois grandes grupos, as rendas de trabalho, que, como o próprio nome diz, são decorrentes do nosso esforço físico e mental e as rendas de capital, que são decorrentes de aplicações, é o dinheiro trabalhando a nosso favor. Já na parte das saídas temos três grandes grupos, os gastos fixos, que são irredutíveis no curto prazo, os gastos reduzíveis, que não poderão ser abandonados mas que podem ser trabalhados e, por último, os gastos tesouráveis, que, numa emergência, poderão ser totalmente zerados.

O patrimônio líquido pode ser definido como o capital que conseguimos guardar ao longo da nossa vida, e que deve encarado como o capital que vai bancar todas as nossas demandas e sonhos, seja as de curto prazo, lazer, eventualidades etc, como as de longo prazo, sendo a principal a aposentadoria. O patrimônio líquido é o nosso anjo financeiro protetor. Cabe destacar que os resultados das ações sugeridas ao longo deste texto refletirão diretamente sobre o patrimônio líquido. Se a gerência financeira pessoal estiver sendo executada com sucesso, o patrimônio líquido mudará para melhor a cada cálculo, teremos hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. A quantificação do patrimônio líquido deve ser repetido a cada seis meses ou no máximo um ano.

O cálculo patrimônio líquido é bastante simples, basta subtrair do ativo (bens e direitos - tudo que já é ou que pode ser transformado em dinheiro) o passivo (obrigações financeiras), o resultado é o patrimônio líquido.

Cabe destacar que sugerimos a divisão do ativo em ativo classe A (bens e direitos líquidos ou que rendem dinheiro) e ativo classe B (bens e direitos que provocam despesas). Já o passivo deve ser subdividido em passivo caro (obrigações com altas taxas de juro) e passivo barato (obrigações com baixas taxas de juro). Esta classificação objetiva evidenciar como esta a nossa atuação em finanças pessoais. Uma composição com muito classe A e com pouco ou nenhum passivo caro é a campeã. Lembrar sempre que o ativo classe A é o que proporciona renda de capital e o passivo caro é o que leva a morte financeira.

O quadro abaixo apresenta algumas itens que integram o patrimônio líquido de uma pessoa. Aproveite o modelo para montar a sua planilha de patrimônio líquido.

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ATIVOATIVO CLASSE AClube de Investimento / AçõesDinheiro Depósitos BancáriosPoupançasImóveis para RendaInvestimentos (fundos, CDB, participações etc.).Saldo FGTSTOTAL DO ATIVO CLASSE AATIVO CLASSE BImóvel para MoradiaVeículosBens Pessoais (jóias, mobiliários, eletrodomésticos etc.)TOTAL DO ATIVO CLASSE BTOTAL DO ATIVO

PASSIVOPASSIVO CAROCartões de CréditoCheque EspecialCrediáriosEmpréstimos BancáriosEmpréstimos de AgiotasTOTAL DO PASSIVO CAROPASSIVO BARATOCheques Pré-datadosFinanciamento de Imóvel/ConsórcioFinanciamento de Veículo/Consórcio Empréstimos BancáriosEmpréstimos FamiliaresTOTAL DO PASSIVO BARATOTOTAL DO PASSIVOPATRIMÔNIO LÍQUIDO (ATIVO – PASSIVO)

É importante destacar que um grande patrimônio pode ser formado com uma pequena poupança mensal, basta começar cedo e direcionar a poupança para um ativo classe A. Por exemplo, uma poupança de R$ 150,00 (poupança

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de R$ 5,00 dia) aplicados todo mês a taxa de juro de 1% ao mês, formará um patrimônio de R$ 200.000,00 em menos de 23 anos, um de R$ 500.000,00 em menos de 30 anos e um de R$ 1.000.000,00 em menos de 36 anos.

Se R$ 150,00 por mês for muito para você então pense numa aplicação mensal de R$ 30 (poupança de R$ 1,00 dia), com a mesma taxa de juro teremos em 23 anos um patrimônio de R$ 43.754,18, em 30 anos um de R$ 104.848,92 e em 36 anos um de R$ 217.777,46.

Se o seu patrimônio ainda não atingiu um bom nível fique atento, pois a hora de começar a sua formação é hoje e não amanhã.

Para saber se o nível atual de um patrimônio líquido é satisfatório, basta utilizar a fórmula sugerida por Thomas J. Stanley e William D. Danko no livro “O Milionário Mora ao Lado”, para cálculo do patrimônio líquido ideal:

PL* = (renda bruta anual x idade)/10, onde:PL* = patrimônio líquido ideal

Como podemos constatar na fórmula acima o patrimônio líquido ideal está ligado diretamente a idade e o rendimento bruto anual. Portanto, só o passar do tempo faz a conta aumentar.

O uso desta fórmula é bastante simples, basta calcular o PL* e compará-lo ao patrimônio líquido atual, na pior das hipóteses o patrimônio líquido atual deve ser igual PL*, nunca menor.

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2º PASSO: PLANEJAMENTO FINANCEIRO OU ORÇAMENTO DOMÉSTICO

Após o primeiro mês de acompanhamento das movimentações do nosso dinheiro já teremos material para iniciarmos o orçamento doméstico, projeção da nossa vida financeira mês a mês.

Usaremos, para tanto, as informações da nossa planilha resumo manual ou as do RealCash que se encontram alocadas nos diversos relatórios.

Na verdade necessitamos de apenas dois relatórios, um deverá informar os saldos das diversas contas no fim do mês e o saldo geral e o outro como foi alocado o dinheiro nos diversos centros e subcentros no mês que passou.

Se o controle for manual deveremos tirar os extratos das nossas contas com os saldos do último dia mês e utilizar a planilha resumo que preenchemos manualmente durante o mês.

Já se o controle for eletrônico, via RealCash, poderemos obter os saldos através do seguinte procedimento: operações>pesquisa de saldos de contas de capital ou no antepenúltimo botão, na página saldos de contas de capital basta lançar a data e apertar ok, o outro relatório de poderá ser obtido em operações>balanços de receitas/despesas ou no quarto botão contando de trás para frente, na página balanços de receitas/despesas basta lançar a data inicial e a data final e apertar ok.

Estes dois relatórios fornecerão subsídios para a montagem do orçamento doméstico, cuja a definição ampliada é: projeção da nossa vida financeira mês a mês com o respectivo enquadramento das nossas saídas de caixa às nossas entradas de caixa. Enquadramento, sem dó nem piedade. Não há a mínima possibilidade sobrevivência financeira se as nossas saídas de caixa não estão enquadradas. Déficits esporádicos poderão ser aceitos, mas déficits permanentes nunca.

Para esta atividade passaremos a utilizar a planilha abaixo (controle manual) ou o Excel da Microsoft, para controle eletrônico.

A planilha sugerida é muito simples e reproduz o plano de conta da etapa anterior. Vamos trabalhar neste primeiro momento com apenas os centros, mas nada impede, se este for o seu desejo, uma ampliação incorporando as subcategorias.

MESESPrevisto Real Previsto Previsto

A – SALDO INICIALB – ENTRADAS

RENDAS DE TRABALHORENDAS DE CAPITALOUTRAS ENTRADAS

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TOTAL DAS ENTRADASC – SAÍDAS

INDEP. FINANCEIRA/SONHOSGASTOS FIXOSGASTOS REDUZÍVEISGASTOS TESOURÁVEISOUTRAS SAÍDASTOTAL DAS SAÍDASD – SALDO FINAL (A+B-C)

Em termos operacionais temos que preencher as casas abertas das colunas Prev de cada mês com os dados previstos para o mês e a coluna Real com os dados reais, que só estarão disponíveis ao longo do mês.

A primeira linha da planilha (Saldo Inicial) da coluna Prev do primeiro mês deverá ser preenchida com o saldo, positivo ou negativo, apresentado pelas nossas Contas. Esta será a contribuição do mês anterior para o atual. Esta primeira casa apesar de se localizar na coluna Prev estará sendo preenchida com um dado real.

As outras linhas desta primeira coluna deverão ser preenchidas tomando como base as informações do relatório mensal de entrada e saída de dinheiro, com devidas correções de rumo. Não esquecer o enquadramento.

O resultado esperado para o final do primeiro mês se encontra na última linha (Saldo Final) e este resultado deverá ser transportado automaticamente para a linha Saldo Inicial da coluna Prev do segundo mês. As outras linhas do segundo mês deverão ser preenchidas manualmente com as informações disponíveis. E assim sucessivamente.

O saldo final da coluna Real deverá ser exatamente igual a soma do saldo das nossas contas. Nem mais nem menos.

Cabe destacar que os valores previstos poderão se confirmar ou não. Só saberemos se as nossas previsões se confirmaram quando o relógio começar a andar e efetuarmos os lançarmos dos valores reais na coluna Real. A cor de um lançamento real muito diferente do previsto (em torno de 10% para cima ou para baixo) deverá ser vermelha. Casas com a cor vermelha deverão merecer um monitoramento mais cuidadoso, visando uma melhora na previsão. Todavia, não devemos nos preocupar com os erros iniciais de previsões. Eles são normais. Com a prática rapidamente as nossas previsões se aproximarão da realidade, com certeza a prática será o nosso melhor professor.

Esta é a primeira aproximação para o orçamento doméstico, mas não a definitiva. A aproximação final deverá incorporar em primeiro lugar o auto-

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pagamento (independência financeira e sonhos) e determinadas ações de gerência financeira pessoal.

O nosso pagamento deverá vir sempre em primeiro lugar, nada mais justo. Afinal trabalhamos o mês todo para fazer juz a este pagamento. O normal é pensarmos nos pagamentos de terceiros e deixarmos o nosso para o último lugar, tratando-o como resíduo, se sobrar eu aplico. Totalmente errado, devemos, na realidade, começar o mês aplicando no mínimo 10% da renda bruta para independência financeira e mais 10% para os sonhos. Depois de separarmos o nosso vamos pensar nos outros pagamentos.

Cabe destacar que a linha independência financeira e sonhos foi introduzida na planilha do orçamento doméstico apenas como uma alerta, para nunca esquecermos o auto-pagamento, pois, como o mesmo trata-se de aplicações, o que temos na realidade são transferências de uma conta para outra, não há qualquer movimentação de caixa, e como foi explicado anteriormente, não há lançamento para transferências. Na verdade, o resultado do auto-pagamento vai aparecer no saldo final que deverá ser sempre crescente.

Após o auto-pagamento, o dinheiro vai dar? Este questionamento é bastante pertinente, mas quem não se paga nunca realizará sonhos e alcançará a independência financeira. A gerência financeira vai nos ajudar a resolver este problema.

Basicamente, a gerência financeira nos oferece três ações simultâneas a serem implementadas, quais sejam: aumento das entradas de dinheiro, a redução das saídas de dinheiro e o saneamento de dívidas3. Estas são ações universais, ou seja, todos devem implementá-las. Mesmo aqueles que estão ok com as suas finanças pessoais. A seguir faremos um breve comentário sobre as mesmas.

O aumento das entradas foi escolhido para ser trabalhado em primeiro lugar porque o sucesso desta ação minimiza o transtorno que as outras alternativas irão acarretar. Como aumentar as entradas? Basicamente, devemos trabalhar tanto na área das rendas de trabalho como na área das rendas de capital, um esforço conjunto.

No tocante à renda de trabalho há várias oportunidades de se ganhar dinheiro extra, todas ligadas à venda de uma habilidade ainda não explorada, em um horário livre, sendo que a principal e a mais fácil é a transformação de um hobby numa fonte de renda. Produza e/ou venda algo que as pessoas gostam e precisam (doces, salgados, lanches naturais, lingerie, bijuterias, produtos de higiene, beleza e nutrição, artesanato, pintura etc) e/ou ensine algo que você sabe (aulas particulares, consultoria pessoal, aulas em grupo etc). Desenvolva estas atividades no horário nobre, 19 às 23 horas nos dias de

3 Esquema sugerido pelo Prof. Victor José Hohl na sua apostila de Finanças Pessoais.

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semana e nos sábados e os domingos. O que dá um total de horas disponíveis bastante significativo para o ganho extra.

Obviamente, a sugestão de ganhar dinheiro extra só se refere as atividades legais, morais e éticas, pois o custo de ganhar dinheiro de forma ilegal, imoral ou antiético é muito maior do que toda a renda que você possa conseguir com estas atividades.

O Profº. Victor José cita alguns bons exemplos de como fazer dinheiro extra:• A jovem secretária que adorava dançar e começou, após o expediente, a

lecionar dança numa escola, começou lecionando duas noites por semana, depois de algum tempo já era sócia da escola e hoje ganha muito mais com dança do que ganhava na antiga profissão.

• As pessoas que aproveitam oportunidades sazonais, tais como: o contador que ganha um dinheiro extra na época do imposto de renda, o casal que fabrica ovos de páscoa, o senhor aposentado que vira Papai Noel no fim do ano, o jovem de 19 anos que garante a renda do ano trabalhando no verão vendendo água de coco e outras bebidas na praia, o jovem casal que costuma no inverno ir para Campos de Jordão para vender malhas, o senhor de 60 anos que vende fogos de artifício na época das festas juninas e a professora Carla que ganha um dinheiro extra dando aulas de recuperação nas férias.

Se você não se enquadra em nenhuma destas opções está na hora do desenvolvimento de novas habilidades, focadas diretamente na geração de renda. Estude, há várias maneiras de se ganhar dinheiro, todavia o caminho mais fácil é sempre através de uma especialização, portanto, estude. Escolha um curso rápido que permita o aproveitamento imediato do conhecimento adquirido para geração de renda. Por exemplo: curso de finanças pessoais, computação etc.

Quanto ao aumento da renda de capital, pode-se afirmar sem sombra de dúvida que esta opção, fazer o dinheiro trabalhar para você, é a melhor de todas. Todavia, ela requer um pesado esforço voltado para a poupança e um trabalho bastante criterioso na seleção das oportunidades de investimento. Este tema, oportunidades de investimento, dado a sua relevância, será tratado isoladamente mais adiante no próximo passo.

Seja previdente, encare qualquer aumento de renda ou um ganho adicional como uma oportunidade de aplicação ou como uma oportunidade de se livrar de dívidas, nunca, pelo menos no primeiro momento, como uma oportunidade de aumento de padrão de vida.

A redução das saídas de dinheiro é uma ação indispensável para se alcançar a boa saúde financeira e pode ser dividida em duas etapas, a primeira é o fechamento dos ralos, é o corte de despesas desnecessárias (tesouráveis) e/ou a redução de despesas necessárias mas redutíveis (reduzíveis). As

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despesas que podem ser trabalhadas nesta etapa são facilmente identificadas a partir da classificação executada no passo 1. Cabe destacar que, na maioria das vezes, apenas esta ação já é suficiente para se alcançar o equilíbrio financeiro. Todavia, se o equilíbrio financeiro ainda não foi alcançado, a etapa dois da redução de despesa terá que ser acionada, o corte dos gastos fixos, que para ser viabilizado faz-se necessário a troca de mercadorias ou de serviços do dia a dia por outros mais baratos ou grátis, esta é uma etapa difícil porque vai influenciar diretamente no padrão de vida, infelizmente jogando-o para baixo. É um aluguel mais barato, um carro menos dispendioso, a escola dos filhos mais barata ou a pública, a academia de ginástica aberta em vez da particular, etc.

O trabalho de corte de despesas fica bastante facilitado se envolver toda a família. Brigadas de economia deverão ser criadas, cada membro da família deverá ficar encarregado de um setor, por exemplo: a brigada da luz ficará a cargo de A, a brigada do supermercado a cargo de B, etc. Metas de economia deverão ser estipuladas, e sendo alcançada o brigadista deverá ser recompensado. Por exemplo: ganhará metade da economia.

O Profº. Victor José tem um rol de atividades que lhe ajudarão a alcançar o sucesso nesta etapa de redução de despesas, e que estão reproduzidas a seguir com algumas alterações:a - faça as compras do mercado com lista, sem fome e sem crianças. Com lista você só compra as coisas planejadas. Sem fome compramos menos e avaliamos preços. Crianças gostam daquilo que é anunciado e não daquilo que realmente alimenta;b - jamais se endivide para dar um presente. Fazer dívida para presentear alguém é comprar um problema. Um abraço com sentimento substitui com louvor um presente problema;c - esqueça o status. Nunca compre nada para fazer inveja a quem quer que seja, compre apenas os bens que lhe dão prazer; d - cuidado com o cartão de crédito e com o cheque especial, são facilitadores de gastos; e - evite carregar muito dinheiro. Muito dinheiro no bolso torna os produtos ilusoriamente mais baratos;f - evite atos consumistas e só compre o estritamente necessário, para não se arrepender de ter comprado algo que não precisava e por ter gasto um dinheiro que poderia ser poupado;g - veja vitrines sem dinheiro, talão de cheque ou cartão de crédito e de débito, isto ajuda a eliminar as compras por impulso e ajuda a afastar o desejo de compra; h - estabeleça um limite de gastos e nunca ultrapasse este limite; e

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i - vá as compras e selecione os produtos desejados. Faça uma reserva por 48 horas. Se após 48 horas ainda continuar com vontade de comprar é porque a compra é boa, compre sem remorso.

Por último, e não menos importante, tem-se o saneamento de dívidas. Os níveis de taxas de juros no Brasil são frequentemente bastante altos, principalmente os do cheque especial, do cartão de crédito, das financeiras e dos agiotas, o que inviabiliza a utilização de qualquer tipo de crédito. Por isto as recomendações são sempre as mesmas, não compre a prazo, não utilize qualquer tipo de financiamento, não entre no cheque especial e pague sempre o cartão de crédito pelo seu valor total.

Infelizmente as pessoas só se dão conta da verdade desta afirmativa quando o caos já está instalado e o juro já está comendo uma parcela significativa da sua renda, devido, basicamente, ao seguinte cenário: a conta corrente está permanentemente no negativo, o cartão está sendo pago pelo mínimo, há vários cheques pré-datados circulando na praça, há débitos com financeiras e com agiotas etc.

Normalmente, após a organização das finanças pessoais há a liberação dinheiro para se trabalhar na redução de dívidas ou mesmo para liquidá-las. Quando há a possibilidade de se quitar as dívidas apenas com a organização das finanças pessoais, estamos no paraíso, basta quitar rapidamente as dívidas e começar uma nova vida sem dívidas e com a permanente preocupação de poupar.

Todavia, nem sempre isto é possível, então deve-se começar um trabalho de engenharia financeira, voltado sempre para a quitação das dívidas caras (cartão de crédito, cheque especial, financeiras e agiotas), para depois pensar nas dívidas mais baratas. Para a quitação das dívidas caras vale tudo, renegociação com o gerente do banco (procurando sempre reduzir o juro) e empréstimos familiares – empréstimo com alguém da família, empréstimo com algum amigo, empréstimo com a sogra (vale tudo !) etc.

Para o último caso (empréstimos familiares) é negócio oferecer o dobro do rendimento que o parceiro está auferindo (o dobro do rendimento da poupança, do fundo de investimento, etc), pois, mesmo assim, será um dinheiro barato se comparado ao dinheiro dos créditos caros.

A tabela a seguir deve ser utilizada para monitorar um empréstimo familiar. Ela foi montada para um empréstimo de R$ 5 000,00, com uma taxa de 2% ao mês (mais do que o dobro da taxa da poupança), prazo máximo de pagamento de um ano e com prestação de R$ 500,00.

MÊS PREST JURO AMORT S.D0 - - - 5 000,001 500,00 100,00 400,00 4 600,002 500,00 92,00 408,00 4 192,00

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3 500,00 83,84 416,16 3 775,844 500,00 75,52 424,48 3 351,365 500,00 67,03 493,97 2 857,396 500,00 57,15 442,85 2 414,547 500,00 48,29 451,71 1 962,838 500,00 39,26 460,74 1 502,099 500,00 30,04 469,96 1 032,13

10 500,00 20,64 479,36 552,7711 500,00 11,05 488,95 33,8512 34,53 0,68 33,85 -

Onde:PREST = Valor da prestação.JURO = Valor do juro embutido na prestação.AMORT = Valor da amortização do empréstimo embutido na prestação.S.D = Saldo devedor.

Alguns comentários sobre esta tabela: o juro de um empréstimo deve ser calculado sempre sobre o saldo devedor do mês anterior (no primeiro pagamento o juro foi calculado sobre R$ 5 000,00, no segundo sobre R$ 4 600,00 e assim sucessivamente), a amortização é igual a prestação menos juro (no primeiro mês R$ 500,00 menos R$ 100,00 igual a R$ 400,00, no segundo mês R$ 500,00 menos R$ 92,00 igual a R$ 408,00 e assim sucessivamente), apenas a amortização abate o saldo devedor e a última amortização deve zerar o saldo devedor (a última prestação é formada pela soma do juro e da amortização).

Um outro caminho para se quitar as dívidas é utilizar o crédito consignado (crédito com desconto em folha). Esta modalidade de crédito, por não oferecer risco para a instituição financeira, é, comparativamente, bastante barato, menos de 3% ao mês. Nem tanto, não é? O melhor caminho, se houver a possibilidade, é trocar todas as dívidas pela dívida do crédito consignado, ou seja, deve-se pedir um empréstimo para quitar todas as dívidas de uma só vez e concentrar tudo em um único pagamento, o do crédito consignado. Esta opção é muito interessante e mais barata, quem tiver oportunidade não hesite, pois, depois de ser implementada, haverá sobra de juro todos os meses. Todavia, é preciso lembrar que a parcela mensal virá descontada em folha, impossibilitando qualquer outra utilização para este dinheiro nos próximos dois ou três anos.

Com o dinheiro na mão é hora de negociar ou renegociar as dívidas. Seja duro pois você agora possui uma poderosa arma (dinheiro vivo). Trabalhe visando uma redução significativa das dívidas, não aceite pequenos

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descontos, busque (conquiste) os grandes descontos. Os gerentes estão prontos para negociar. Aproveite !

Após a reestruturação das dívidas tem que haver um firme compromisso de não entrar em novas dívidas. O ideal é cancelar todos os cartões de crédito, zerar o limite do cheque especial e começar a trabalhar no limite da renda, não esquecendo de destinar algo para a poupança.

Se não foi possível sanear as dívidas utilizando os procedimentos acima, não resta outra alternativa se não fazer uso da venda de algum ativo, para pelo menos aliviar a pressão insuportável do pagamento mensal de juro. (Máxima de borracheiro: “quem compra o que não precisa vende o que precisa”).

O Profº. Victor José alerta para a possibilidade de haver algo de valor dentro de casa, que poderá ser vendido para gerar dinheiro extra que poderá ser utilizado para quitar ou reduzir algumas dívidas. Pense naquelas coisas de pouca ou nenhuma utilidade, velhos aparelhos eletrônicos, roupas, móveis etc, que se forem vendidos além de gerar um dinheiro extra deixarão sua casa mais limpa e asseada.

Concluindo, podemos afirmar que a incorporação destas ações no orçamento doméstico, mudará totalmente o cenário financeiro atual. Rapidamente começará a sobrar dinheiro para ser aplicado. Assunto do próximo passo.

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3º PASSO: OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO

Após algum período de uso com seriedade das técnicas de gerência financeira pessoal, a oportunidade de poupança surge e haverá, então, o início do auto-pagamento. Logicamente, esta poupança tem que ser direcionada para alguma aplicação.

Este passo objetiva analisar as oportunidades de aplicação da poupança, que poderá ser direcionada para a renda fixa, aplicação na qual sabemos com quanto entramos (capital inicial) e com quanto esperamos sair (capital final) e/ou renda variável, aplicação na qual sabemos com quanto entramos, mas não sabemos com quanto vamos sair, o capital final é desconhecido.

Alguns exemplos de aplicação: para renda fixa: caderneta de poupança, certificado de depósito bancário – CDB, fundos de renda fixa, títulos públicos e previdência de renda fixa e para renda variável: ações, dólar, fundos de renda variável, previdência de renda variável, carro, moto e imóvel.

As opções são várias, todavia, há um denominador comum para as mesmas, todas são avaliadas pela mesma ferramenta, a taxa de juro4. Para todas, invariavelmente, podemos calcular a sua taxa de juro.

Portanto, o dinheiro deverá ser direcionado para a aplicação que oferece a maior taxa de juro para o padrão de risco e liquidez escolhido5.

ALERTA: desconfie sempre de taxa de juro anormal (muito mais alta da taxa que o mercado está oferecendo), pois a mesma carrega um grau de risco muito alto e, com certeza, baixa ou nenhuma liquidez.

A primeira preocupação de um investidor deve ser com a recuperação do dinheiro aplicado, portanto recuse negócios financeiros fora do normal, pois os mesmos têm um potencial muito grande de calote. Caso você decida por um negócio financeiro deste porte não esqueça das garantias, de preferência as reais (carro, imóvel, jóias, moto etc), para não ver o seu suado dinheiro indo e nunca mais voltando.

Basicamente, os seguintes aspectos devem ser levados em conta quando da aplicação de sua poupança:a – defina o seu plano, investir para que? Todo investimento tem que estar ligado a um objetivo de gasto futuro, poupar em si não será motivador se você não tiver nada a perseguir. Acumulado o dinheiro necessário execute o gasto (pagamento de uma dívida, a compra daquele objeto de desejo, uma viagem, a

4 Taxa de juro (i) é calculada através da seguinte fórmula: capital final (CF) dividido pelo capital inicial (CI) menos 1 e o resultado multiplicado por cem, ou seja, i = ((CF/CI) – 1).100.5 Risco é composto pelo risco específico (interno aos negócios ou as empresas com as quais se deseja negociar), risco de mercado (externo aos negócios ou as empresas com as quais se deseja negociar), risco de liquidez (não conseguir transformar o título em dinheiro a qualquer tempo), risco de crédito (risco da instituição financeira não honrar o resgate da aplicação) e risco operacional e legal (operação ilegal), basicamente, risco é a possibilidade de não se obter o ganho esperado ou mesmo de perder parte ou todo o capital aplicado.

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compra de um imóvel, a compra de um carro ou de uma moto, a sonhada aposentadoria etc) com o prazer e sem remorso;b – defina o seu limite, ou seja, determine a sua disponibilidade. Missão facilitada pelos passos anteriores. Não tente dar um passo maior do que a sua perna;c – conheça a sua propensão ao risco, pois o seu investimento deve proporcionar satisfação e não preocupação. A compra de um produto financeiro inadequado ao seu perfil provocará apenas estresse, nunca prazer; ed – tenha determinação, não desanime no primeiro contratempo.

O cálculo da taxa de juro de uma aplicação em bens reais (carro, imóvel, jóias, moto etc) envolve uma análise de custos e benefícios, mesmo que inconsciente. Em termos concretos temos que listar todos os benefícios e os custos quantificáveis que a compra deste bem acarreta, com estas informações há possibilidade de se calcular a taxa de juro da compra. Deve-se estar atento, nesta análise, para os benefícios e os custos que não são quantificáveis financeiramente, como, por exemplo, a segurança que o imóvel próprio proporciona, todavia eles devem ser levados em consideração. Uma regra de bolso para se saber se uma compra foi boa ou não (proporcionou um bom retorno) é pela medição do grau de satisfação do investidor com a mesma, se ele não está arrependido é porque a operação foi um sucesso.

No âmbito financeiro as opções tende para o infinito, bem como as suas respectivas taxas de juro, é só olhar os prospectos dos bancos. Lembrar que antes de fazer qualquer aplicação temos que avaliar a solidez da instituição financeira, o risco da operação e a taxa de administração cobrada pela instituição financeira e que o produto financeiro adquirido deve possuir liquidez, rentabilidade e risco compatíveis com as nossas expectativas.

A aplicação financeira mais simples e popular do Brasil é a caderneta de poupança, sendo boa para o início da formação de um patrimônio ou para quem tem pequenas quantias para investir periodicamente. A caderneta de poupança apresenta as seguintes vantagens: tem liquidez diária, isenção de IOF e de imposto de renda para pessoa física e garantia de até R$ 60 000,00 por CPF e por Instituição. Portanto, é uma aplicação bastante atraente, apesar da sua baixa rentabilidade (TR + 0,5% ao mês).

Os de renda fixa são mais indicados para os investidores que não desejam assumir riscos, já os de renda variável para os investidores amantes do risco e uma mistura dos dois para os investidores propensos a um risco médio.

O melhor caminho para uma correta seleção é através da gerência do seu banco, que antes de indicar um produto tentará medir o seu potencial financeiro e a sua propensão ao risco6. Somente após a identificação do seu

6 Conheça o seu perfil fazendo o teste no final deste passo.

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perfil será possível encontrar o produto adequado à sua disponibilidade e ao seu grau de risco.

Não esquecer nunca que a melhor aplicação para o seu dinheiro é o pagamento de dívidas, principalmente as caras.

O site financenter.terra.com.br7 lista alguns pecados que os investidores não podem cometer ao aplicar o seu dinheiro:a – investir sem orientação profissional;b – ter falta de disciplina;c – analisar a rentabilidade de uma aplicação somente no curto prazo;d – ignorar os riscos envolvidos;e – concentrar investimentos; e f – acreditar que o mercado acionário é somente para especuladores.

Fique atento!Com relação ao último item listado acima, acreditar que o mercado

acionário é somente para especuladores, o melhor caminho para quebrar este mito é começar aplicando no mercado acionário através de um Clube de Investimento (sociedade com no mínimo três pessoas e no máximo cento e cinquenta). Desta maneira você poderá se familiarizar com o mercado acionário correndo pouco risco, pois o mesmo será compartilhado com os outros sócios.

Por último, é importante destacar a força (mágica) do juro composto na formação de um patrimônio, e o melhor caminho para se mostrar isto é voltar ao exemplo apresentado no passo um. Uma poupança de R$ 150,00 (poupança de R$ 5,00 dia) aplicados todo mês a uma taxa de juro de 1% ao mês, formará um patrimônio de R$ 200.000,00 em menos de 23 anos, um de R$ 500.000,00 em menos de 30 anos e um de R$ 1.000.000,00 em menos de 36 anos, graças a incidência de juro sobre o juro. Se a aplicação mensal for R$ 30 (poupança de R$ 1,00 dia) com a mesma taxa de juro teremos em 23 anos um patrimônio de R$ 43.754,18, em 30 anos um de R$ 104.848,92 e em 36 anos um de R$ 217.777,46.

É só começar !

7 Este site oferece uma ótima referência bibliográfica para finanças pessoais.

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QUESTIONÁRIO DE GRAU DE AVERSÃO AO RISCO8

Questão 1 – Qual das opções abaixo lhe parece um melhor investimento?a – Ganhar 30% de lucro em dois anos com certeza.b – Ganhar 25% de lucro após um ano, correndo o risco de não encontrar investimento tão bom para o ano seguinte.c – Sou indiferente quanto às opções “a” e “b”.

Questão 2 – Qual das opções você preferiria arriscar em uma loteria?a – Ter 30% de chance de ganhar R$ 5.000,00.b – Ter 1% de chance de ganhar R$ 180.000,00.c – Ter 95% de chance de ganhar R$ 1.000,00.

Questão 3 – Seu assessor financeiro lhe disse que há uma boa chance de determinada ação valorizar-se 40% nos próximos três meses. Caso não tivesse poupança disponível para essa aplicação, você tomaria dinheiro emprestado para comprá-la?a – Nunca.b – Talvez.c – Sim.

Questão 4 – O que você pensa sobre bingos e cassinos?a – São uma perda de dinheiro e tempo.b – Pode-se ganhar dinheiro neles. Já vi pessoas sair de um bingo (ou cassino) com uma boa bolada.c – Servem como passatempo, contando que se saiba exatamente quanto será gasto em uma noite.

Questão 5 – Imagine que você comprou ações de uma empresa pensando em sua aposentadoria. Após três pregões, o preço da ação caiu 15%. O que você faria?a – Manteria a posição.b – Mudaria de papel, ou seja, venderia esta ação para comprar a ação de outra empresa.c – Compraria mais do mesmo papel, pois, afinal, agora ele esta mais barato.

8 Retirado do livro Seu Dinheiro em boas mãos de Tomás Anker e Carlos Tadao Kawamoto, Futura.

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RESULTADO DO QUESTIONÁRIO

Some os pontos obtidos em cada resposta, de acordo com a tabela seguinte, e descubra o seu perfil.

Pontos Por AlternativasQuestões A B C

1 1 5 32 3 5 13 1 3 54 1 5 35 3 1 5

- Se acumulou até 11 pontos, você é um investidor conservador. Prefira sempre as aplicações de renda fixa, como CDBs, e títulos como a LTN. Caso aplique em ações ou dólar, coloque no máximo 5% de suas economias nessas aplicações. Você não é uma pessoa que gosta de muitas aventuras com o seu dinheiro.

- Se acumulou entre 12 e 20 pontos, você é um investidor moderado. Gosta de riscos, contanto que eles sejam meticulosamente calculados. Aplicações pós-fixadas deveriam representar não mais do que 20% do total de suas aplicações.

- Se acumulou mais de 21 pontos, você é um investidor agressivo e amante do risco. Aplicações pós-fixadas não devem ser descartadas, pois elas permitem que você ganhe acima da média do mercado. Ações, por exemplo, podem representar facilmente 30% do total de suas aplicações.

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SUCESSO !!!!!!!

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BIBLIOGRAFIA Anker, Tomás e Kawamoto, Carlos T. Seu dinheiro em boas mãos. São Paulo: Futura, 2005.

D'Aquino, Cássia. Educação financeira: Como educar o seu filho. Rio de Janeiro: Elsevier,2008.

Domingos, Reinaldo. Terapia financeira: quebre o ciclo de gerações endividadas e construa sua independência financeira. São Paulo: Elevação, 2007.

Ewald, Luís C. Sobrou Dinheiro!: lições de economia doméstica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

Gabriel, Rennie. Seja próspero com qualquer rendimento: 12 passos para a independência financeira. São Paulo: Celebris, 2005.

Halfeld, Mauro. Investimentos: Como administrar melhor seu dinheiro. 2ª ed. rev. e ampl. Editora Fundamento Educacional, 2004.

Halfeld, Mauro. Seu Imóvel: como comprar bem. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2002.

Hill, Napoleon. Pense e enriqueça. 9ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.

Hohl, Victor J. Apostila de Finanças Pessoais. Mimeo.

Luquet, Mara. Guia Valor Econômico de Finanças Pessoais. 2ª ed. rev. e atual. São Paulo: Globo, 2007.

Sardenberg, Carlos Alberto e Luquet, Mara. O assunto é dinheiro: uma conversa entre Carlos Alberto Sardenberg e Mara Luquet – São Paulo: Saraiva: Letras e Lucros, 2006.

Stanley, Thomas J. e Danko, William D. O Milionário Mora ao Lado – Os Surpreendentes Segredos dos Ricaços. Manole. sites:www.baixaki.com.brwww.bovespa.com.brwww.financenter.terra.com.brwww.infomoney.com.br

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GLOSSÁRIOCopiado do site da Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa (www.bovespa.com.br)

Agente financeiro Instituição financeira que representa entidade pública em operações financeiras, com ou sem assunção de co-responsabilidade em que participe, como garantidor, financiador e/ou endossante. Pode ser mandatário da entidade pública para proceder à cobrança e recebimento das amortizações dos empréstimos ou financiamentos, devendo para tanto prestar contas na medida dos vencimentos constantes dos respectivos contratos. Pode ainda prestar garantias satisfatórias das operações em que figurar como mandatário, sempre que julgado necessário

Assistência Financeira de Liquidez Intervenção do setor público em instituição financeira, visando estimular ou reestruturar suas operações

Caderneta de Poupança Depósito remunerado, de livre movimentação e exigível a vista, captado pela CEF - Caixa Econômica Federal, bancos múltiplos com carteira imobiliária, sociedades de crédito imobiliário e APEs - Associações de Poupança e Empréstimos. Não é movimentável por cheque. Isento de Imposto de Renda - IR e do Imposto sobre Operações Financeiras - IOF.

CDB - Certificado de Depósito Bancário Título de renda fixa emitido por bancos comerciais e de investimento que rende juro, que representa promessa de pagamento nominativa endossável à ordem, de importância depositada em banco, acrescida do valor da remuneração ou lucratividade convencionada até o vencimento.

CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro Título emitido por instituições financeiras com objetivo de captar recursos de outras instituições financeiras;

Debênture 1) Valor mobiliário, emitido pelas sociedades por ações que asseguram, a seu titular, um direito de crédito contra a companhia emissora, nas condições constantes da escritura de emissões e do certificado, quando este for emitido;2) título que representa um empréstimo contraído por uma companhia, para captar recursos, visando investimento ou o financiamento de capital de giro, mediante lançamento público ou particular.

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Debênture - Prêmio O prêmio da debênture tem como base a variação da receita ou do lucro da companhia emissora, e não pode ter como base a TR, a TBF, a TJLP, índice de preços, a variação da taxa cambial ou qualquer outro referencial baseado em taxa de juros. Estas normas não se aplicam às debêntures que assegurem, como condição de remuneração, exclusivamente, a participação no lucro da companhia emissora. Debênture - Remuneração Pode revestir uma das seguintes formas:α) taxa de juros pré-fixada;b) TR - Taxa Referencial ou TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo, ajustada, para mais ou para menos, por taxa fixa, observado o prazo mínimo de um mês para vencimento ou período de repactuação;c) TBF - Taxa Básica Financeira, observado o prazo mínimo de dois meses para vencimento ou período de repactuação, com emissão restrita às sociedades de arrendamento mercantil e as companhias hipotecárias;d) taxas flutuantes, observado que a taxa utilizada como referencial deve ser regularmente calculada e de conhecimento público, e basear-se em operações contratadas a taxas de mercado pré-fixadas, com prazo não inferior ao período de reajuste estipulado contratualmente;e) correção monetária, com base nos coeficientes fixados para correção de títulos da dívida pública federal, na variação da taxa cambial ou em índice de preços, ajustada, para mais ou para menos, por taxa fixa.Na emissão de debêntures com cláusula de correção monetária com base em índice de preços, deve ser atendido o prazo mínimo de um ano para vencimento ou repactuação, sendo que:a) a periodicidade de aplicação da cláusula de correção monetária não pode ser inferior a um ano;b) o pagamento do valor correspondente à correção monetária somente pode ocorrer por ocasião do vencimento ou da repactuação das debêntures. O pagamento de juros e a amortização realizados em períodos inferiores a um ano devem ter como base de cálculo o valor nominal das debêntures, sem considerar correção monetária de período inferior a um ano. Debênture Conversível em Ação - DCA Debênture que pode ser convertida em ações, a exclusivo critério do investidor, em épocas e condições pré-determinadas. As conversões resultam em aumento do capital social.

Fundo de Investimento Entidade financeira que, pela emissão de título de investimento próprio, o Certificado de Investimento, denominado em quotas, concentra capitais de inúmeros investidores para aplicação em carteiras diversificadas de títulos,

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valores mobiliários, instrumentos financeiros, derivativos ou commodities negociadas em bolsas de mercadorias e futuros.

Imposto sobre Operações Financeiras - IOF Imposto de competência da União, tem como fato gerador: a) quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; b) quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; c) quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; d) quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.

Índices de Preços Classificados como Índices Agregados Ponderados, são utilizados basicamente para determinar variações no custo de vida, sob diferentes condições de oferta de bens e serviços e demanda por faixas de renda da população.

Letra do Tesouro Nacional - LTN Título público de crédito, de natureza obrigacional, subscrito pelo Tesouro Nacional, emitido para cobertura de déficit orçamentário, bem assim para realização de operações de crédito por antecipação da receita, observados os limites fixados pelo Poder Legislativo. Rendimento pré-fixado.

Letra Financeira do Tesouro - LFT Título do Governo Federal com o objetivo de prover recursos necessários à cobertura de déficit orçamentário ou para a realização de operações de crédito por antecipação da receita orçamentária, observados os limites fixados pelo Poder Legislativo. Rendimento pós-fixado, corrigido pela taxa de juros SELIC.

Nota do Tesouro Nacional - NTN Título da dívida pública federal destinada a prover o Tesouro Nacional de recursos necessários para cobertura de seus déficits explicitados nos orçamentos ou para realização de operações de crédito por antecipação de receita. Dividida em séries, identificadas por letras do alfabeto. A série NTN-

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C está disponível para negócios no Tesouro Direto. Suas características principais são:a) prazo: definido no momento da emissão;b) indexador: IGP-M;c) juro: pagamento semestral. Primeiro cupom paga taxa integral para seis meses,. independente da data de emissão; ed) principal: pago no vencimento do título.

Poupança Parcela de renda não utilizada no consumo

Previdência Conjunto de normas que regulam a aposentadoria, pensões, assistência média, seguros etc

RDB - Recibo de Depósito Bancário Promessa de pagamento, à ordem, da importância do depósito, acrescida do valor dos juros convencionados. Os bancos comerciais, de desenvolvimento e de investimento e os bancos múltiplos poderão emitir, livremente, recibos representativos de depósitos a prazo, em favor dos respectivos depositantes, observando-se que a estas instituições é vedado o recebimento de depósitos a prazo de entidades da administração federal indireta e das fundações supervisionadas pela União. Investimento nominativo e inegociável até o vencimento.

Renda fixa Tipo de aplicação na qual a lucratividade é contratada previamente ou segue taxas de mercado. Título cujo rendimento está previamente definido. Pode ser pré-fixado ou pós-fixado.

Renda variável Tipo de investimento no qual a lucratividade não é contratada, e depende de cotação nos mercados organizados.

Rentabilidade 1) Taxa de retorno de um investimento. 2) resultado porcentual ajustado sobre o investimento inicial3) lucratividade

Risco Probabilidade de perda ou ganho numa decisão de investimento. Grau de incerteza do retorno de um investimento.

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Risco Brasil 1) Diferença entre a taxa interna de retorno do Brasil e a taxa de juros do bônus do Tesouro norte-americano de mesmo prazo. 2) prêmio pelo risco país. Normalmente citado em ponto-base.

Royalty Pagamento ao proprietário de um bem (marca, patente, produto ou obra original) pelo direito de uso desse bem .

SELIC - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia Sistema computadorizado administrado pelo Banco Central. Destina-se ao registro de títulos e depósitos interfinanceiros por meio de equipamento eletrônico de teleprocessamento, em contas gráficas abertas em nome de seus participantes, bem como ao processamento, utilizando o mesmo mecanismo, de operações de movimentação, resgates, ofertas públicas e respectivas liquidações financeiras. Destina-se à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional e do Banco Central, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos.

Tesouro Direto Sistema de negociação de títulos públicos federais em mercado de varejo, diretamente com o investidor. A operação pode ser realizada diretamente pela Internet.

Título Qualquer papel ou certificado representativo de valor mobiliário (ação, letra de câmbio etc.)

Título de Capitalização Título nominativo, transferível, que tem por objetivo promover a capitalização de uma série de mensalidades ou de aplicação única, com valor de resgate acrescido dos rendimentos líquidos contratados. O produto se completa com sorteio de prêmios em dinheiro ou em bens aos titulares, durante o prazo de provisão da capitalização