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Fiona McArthur - Linda Leve Solta e Solteira! (Paixão 301.2)

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Linda, Leve, Solta e Solteira! THE DOCTOR EVERYONE’S TALKING ABOUT

Fiona McArthur 

Conto Harlequin de Presente

Digitalização: Projeto RevisorasRevisão: Claudia

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Tradução Ligia ChabúHARLEQUIN

2012

Equipe Editorial Harlequin BooksPUBLICADO SOB ACORDO COM HARLEQUIN ENTERPRISES II B.V./S.à.r.l.Todos os direitos reservados. Proibidos a reprodução, o armazenamento ou a

transmissão, no todo ou em parte.Todos os personagens desta obra são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas

vivas ou mortas é mera coincidência.

Título original: A NIGHT OF LIVING DANGEROUSLY

Copyright © 2012 by Jennie LucasOriginalmente publicado em 2012 por Mills & Boon Modem Romance

Título original: THE DOCTOR EVERYONE’S TALKING ABOUT Copyright © 2011 by Harlequin Books S. A

Originalmente publicado em 2011 por Harlequin Medicai Romance

Projeto gráfico de capa:Nucleo i designers associados

Arte-final de capa:Isabelle Paiva

Editoração Eletrônica:ABREUS SYSTEM

Impressão:RR DONNELLEY www.rrdonnelley.com.br

Distribuição para bancas de jornais e revistas de todo o Brasil:FC Comercial Distribuidora S.A

Editora HR Ltda.

Rua Argentina, 171,4° andarSão Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ — 20921-380

Contato:[email protected]

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CAPÍTULO UM

Sol, mar e uma multidão de mulheres cobertas de areia. Angus Raynor decidiuque a baía Coogee era uma grande tentação, com guarda-sóis listrados atraindo-ocomo as pontas das unhas pintadas dela. Chegue mais perto. Veja o que eu estouescondendo: mulheres que perseguiam seus sonhos e o faziam desejar que você fossecapaz de relacionamentos sensatos. Isso sem falar no vôlei de praia. Mudar-se para apraia Coogee era definitivamente uma das melhores escolhas dele.

Uma garota de biquíni de bolinhas saltou como uma dançarina de balé, para jogara bola de vôlei na extremidade da quadra improvisada, antes de aterrissar linda, bela eatordoada na frente dele. Ele sorriu. Tentações como esta tinham de ser apreciadas!

Quando Angus inclinou-se para frente a fim de ajudá-la, reconheceu-a dohospital. Os cabelos pretos arrepiados e a risada sexy da garota já tinham chamado àatenção dele. Na semana anterior. Uma atração como uma onda do mar, que podiapuxar você ao longo do caminho, por mais que você nadasse bem e por mais força quetivesse. Era ela.

Ela pegou a mão dele brevemente e saltou para uma posição de pé. Os dedosdelicados eram incrivelmente pequenos nos dele.

— Obrigada. Ops. Eu quase derrubei você comigo.

Bem que ele gostaria.— Coisas piores do que um tombo desajeitado podiam ter acontecido. — Elemanteve o rosto sério. Ela possuía uma voz suave e sexy que combinava com ela.

Ela soltou a mão da dele para bater a areia do corpo e sorriu um sorriso maisbrilhante do que o sol sobre a cabeça dele. Foi naquele momento que ele percebeu quea boca da garota tinha a capacidade de perseguir os sonhos dele.

— As parteiras dominam. — A parceira dela se aproximou, e Angus desviou osolhos do rosto da garota, a fim de erguer a mão para a outra mulher num cumprimento,grato pela distração. Hora para um mergulho na água fria. Com urgência.

— Grande resgate — disse ele, então se virou em direção ao mar. Não era omelhor comentário para uma despedida, pensou Angus. Os lábios dele se torceramnuma careta. Ele não estivera pensando sobre a bola quando oferecera ajuda, e sim nasorte, que permitiu que partes do corpo encantador escapassem da queda.

Enquanto ele andava em direção ao mar, ouviu alguém dizer:— Ótimo mergulho Zoe. Vocês mereciam esta. — As vozes das garotas

desapareceram. Então ela se chamava Zoe.Angus olhou para trás quando as equipes se separaram, como fogos de artifício

se espalhando em todas as direções. Acho que o jogo acabou.

Ele jogou a camisa na areia e mergulhou numa onda.Quando emergiu da água, vinte minutos depois, o dia continuou a melhorar. Zoeestava vindo na direção dele.

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— Oi. — Quando ela falou, os pés de Angus diminuíram a velocidade dos passos,até pararem, como se longos dedos cobertos de areia o tivessem prendido, juntamentecom um par de olhos azuis da cor do mar de Coogee. Só Deus sabia qual era aexpressão no rosto dele. Ela era muito sexy.

Uma praia naquela manhã havia sido um bom plano para fugir do hospital, escapar

do sentimento de que podia ter feito mais, fugir dos olhares compassivos da equipe,que, mesmo durante o pouco tempo em que ele estivera lá, sabia como ele levava ofracasso para o lado pessoal.

Angus pegou a camisa e sacudiu-a. O rosto bonito de Zoe o lembrou como erabom estar vivo, em vez de desiludido à noite. Se, pelo menos, fosse fácil assim o tempointeiro.

CAPÍTULO DOIS

Zoe Silver imaginou se os irmãos dela estavam certos quando diziam queprecisava de proteção. Pelo menos, Angus Raynor tinha parado e olhado para ela. Masque olhar!

De perto, os olhos dele eram como o mar. Insondáveis e profundos. E azuis muito

escuros como as águas mais profundas. Ela continuou observando. Algo pelo qual erafamosa.— Você trabalha no hospital, não é?Angus deu um sorriso cínico, e ela chegou à conclusão de que os olhos dele não

eram azuis, e sim preto, e sexy como os olhos de um pirata, combinando com a camisalarga que ele vestiu, e com um olhar malicioso.

Ela sorriu de volta, de modo não intencional, e uma expressão perigosa cruzou aface dele, uma que fez o sorriso de Zoe vacilar um pouco. Ela se perguntou se tinhasido uma boa ideia começar uma conversa.

— Sim, trabalho. E você? — Perguntou Angus em tom zombeteiro, que ela nãoentendeu, por trás das palavras.Zoe franziu a testa.Não era areia sob os pés que ela estava sentindo. O corpo inteiro formigava. A

voz de Angus era profunda e baixa, como o súbito calor na barriga dela. Então aspalavras dele penetraram na mente dela, e Zoe voltou a pisar na areia quente. Ele nemsequer a notara no trabalho. Que pena.

Ela reprimiu a pequena onda de desapontamento. Você está muito acostumada aser o centro das atenções em casa, garota, disse a si mesma. Um nivelador tão grande

quando o mundo real interferia. Era por isso que Zoe precisava fugir. Abrir as asas.Desenvolver uma couraça eficaz que a protegesse. Atravessar o oceano que chamava

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todas as manhãs da janela do quarto e mostrar a todos que não precisava da proteçãodeles.

Zoe vira Angus observando-a mais cedo no jogo. Difícil não ver, quando ele era oassunto mais quente no hospital, e a antena dela girava todas as manhãs para ver seele ia tomar café na mesma hora que ela.

Ruby dizia que embora Angus ainda não fosse cirurgião consultor, ele era oprimeiro que outros cirurgiões chamavam quando dilemas surgiam.

— Ruby diz que você trabalha como louco em cirurgias.— Quem é Ruby?— Minha amiga da ala de emergência. — Ruby também dissera que Angus era o

último homem com quem uma garota devia se envolver. Um destruidor de corações. —Ela falou que eles chamam você de “o homem com dedos mágicos”.

— Poupe-me. — Ele fez uma careta e desviou o olhar. — Ontem á noite não houvenenhuma mágica.

Ai. Má escolha revelar aquilo, então. Parecia que ela não estava acertando comAngus hoje, mas o perigo nunca a detivera antes.

Zoe levantou o queixo.— Tudo bem. Eu sou Zoe. Sou parteira. — As palavras ainda lhe causavam incrível

satisfação. — E eu amo meu emprego. — O trabalho era a paixão dela, que a levariapara um mundo de experiências. E os irmãos haviam dito que ela era muito princesinhapara fazer aquilo.

— Eu sou Angus. — Ele estendeu a mão numa saudação um pouco sarcástica. —Recém-formada? — Angus não parecia impressionado.

O rosto de Zoe congelou um pouco. E daí? Aquilo não era bom o bastante paraele?

— Você tem algum problema com isso?Para surpresa dela, ele sorriu. Um sorriso caloroso. Angus meneou a cabeça

diante da irritação dela.— A juventude é maravilhosa.Zoe estava tão cansada de ouvir as pessoas lhe dizendo que era jovem demais...

Pano vermelho para um touro.— Obrigada por isso, vovô.— Vovô? — Angus piscou e então sorriu.Ela olhou por sobre o ombro dele para a rua movimentada de Coogee, do lado

oposto da praia.— De qualquer forma, falta um semestre para eu completar meu estágio. Então,

irei viajar para ver o mundo.Ele desenterrou os pés da areia e se moveu.— Eu posso ver que você é uma mulher determinada. Espero que o mundo esteja

pronto. — De repente, ele se virou e saiu andando. Zoe o observou ir.

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CAPÍTULO TRÊS

Angus sentiu vontade de bater na própria testa. Zoe Silver era como um raio deluz. Uma Joana d’Arc inocente. O último tipo de mulher de que ele precisava. Recém-formada! Provavelmente ainda mais jovem do que ele pensara.

Angus pegou a toalha que não tinha usado e calçou as sandálias para subir HillStreet em direção ao hospital. Resistiu à vontade de olhar para trás. Uma caminhadarápida ladeira acima provavelmente o ajudaria a dar algum sentido àquilo tudo.

Curiosamente, todavia, nos últimos minutos, ele se sentira menos amarguradopelo fracasso da noite anterior. Mas isso não devia ter nada a ver com ela. Era a praia.É claro que era a praia, o lugar para o qual ele se mudara, de modo que pudesse aliviaro fardo.

— Sábado à noite. Festa na nossa casa.Eram 3h da tarde, hora de troca de turno na ala da maternidade, e a parceira de

vôlei e colega parteira, Tilly, pegou a bolsa, a fim de ir para casa.— Pense em alguma coisa para levar. Ou mesmo um daqueles seus irmãos

maravilhosos.Zoe sorriu.— Eu não perderia esta festa. Invejo tanto a independência que vocês têm de

suas famílias. — Tilly, Ruby, Ellie, da ala de ortopedia, e Jéss, do centro cirúrgico,compartilhavam uma grande casa antiga em frente à praia, e as festas delas em HillStreet eram sempre fantásticas. E ninguém batia o estilo delas.

Então, ela lembrou.— Mas eu não chegarei cedo. Prometi para Col que trabalharia a última hora do

sábado como salva-vidas na praia para ele. — Membro ativo da patrulha de praia desde

os oito anos, Zoe adorava o trabalho, embora no último ano, tivesse sido muito difícilconciliar os turnos no hospital e na praia.— Você vai trabalhar na praia, no sábado, Til?— Sim. Portanto, eu não chegarei cedo também. Até lá então.As festas da Hill Street não começavam propriamente antes que escurecesse, de

qualquer maneira. Mas Zoe não ia levar os irmãos para supervisioná-la. Se ela atémesmo olhasse para um cara, eles estariam observando.

Ela levaria a receita de margarita e os ingredientes. E usaria o pequeno vestidocolado ao corpo que comprara numa loja de segunda mão.

Zoe acenou e pegou a ficha da jovem mulher em trabalho de parto que tinhaacabado de dar entrada no hospital.

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— Até lá — Zoe falou para a amiga, mas já estava focada na porta da sala departo.

— Olá.Tessa, a paciente do turno, parecia feita de cera por prender as lágrimas. Zoe

queria abraçá-la.

— Eu sou Zoe e cuidarei de você. — Ela olhou para a sala, que além da paciente eela, estava vazia. — Alguém virá ficar com você?

Tessa fungou.— Meu namorado não será solto até segunda-feira. — Ela balançou a cabeça,

frustrada. — Se eu tivesse conseguido esperar mais dois dias, ele poderia estar aqui.Terei de me virar sozinha.

Não será solto? Da prisão?— De qualquer forma, eu não acho que seja culpa sua. — Zoe concluiu que as

mulheres se culpavam por algumas coisas estranhas, mas admirou a determinação de

Tessa para lidar com a situação. — E quanto à sua família?Tessa meneou a cabeça.— Eu não tenho.Zoe foi tomada pelo remorso. E ela reclamava da família dela amá-la demais.— Isso deve ser difícil. Mas nós seremos um time — disse Zoe com tanta

confiança que Tessa até mesmo arriscou um sorriso fraco.— Você é minha prioridade agora. Para ajudar a si mesma, deixe que seu corpo

faça o que precisa no trabalho de parto. Siga o desejo do seu corpo e não lute contraele, certo?

— Não há muito mais que eu possa fazer. Eu só gostaria que Chase estivesse aqui.Zoe não podia fazer nada quanto àquilo. Mas talvez pudesse distrair Tessa por

um tempo.— Por que não me conta sobre ele? Talvez você possa ter a sensação de que ele

está mais perto...

CAPÍTULO QUATRO

Quase três horas depois, Tessa estava no auge do trabalho de parto e, emborativesse começado a arfar com a proximidade das contrações, mantinha um controlefirme sobre si mesma. Zoe estava impressionada com ela.

Tessa havia passado duas horas no banheiro parcamente iluminado, na novabanheira grande. Zoe estava sentada ao lado dela, no banquinho, alimentando-a com

lascas de gelo e checando o progresso da mãe e do bebê. As garotas tinhamdesenvolvido uma sintonia que necessitava de poucas palavras.

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Tessa parecia cochilar entre as contrações, enquanto passava pelo estágio detransição do trabalho de parto, e Zoe achou que ela devia estar quase pronta paracomeçar a fazer força.

Às 5h45, Tessa de repente gemeu e levou as mãos para a lateral do corpo. Olhoupara Zoe com um medo inesperado brilhando nos olhos quando tentou falar.

— Parece que alguma coisa não está certa.Não era o que as mulheres normalmente diziam quando ia para o segundo estágio

do trabalho de parto.Zoe deu uma olhada para o rosto pálido de Tessa e apertou o botão para pedir

ajuda.Sempre ouça a mãe. Cenas desastrosas passaram pela cabeça dela.Emergências dos livros de treinamento lhe vieram à mente. Placenta do bebê

sangrando e se soltando? Embolia do líquido amniótico?Ela deslizou o Doppler contra a barriga de Tessa e percebeu que o ritmo do

coração do bebê estava batendo numa frequência bem acima da normal.— Eu posso ver que você está com dor e com medo Tessa, mas preciso colocá-la

de volta na cama para o médico examiná-la.Segundos depois, a parteira responsável chegou e, depois que elas puseram Tessa

na cama, ela saiu correndo do quarto para chamar o obstetra.Em 15 minutos, Zoe estava tirando a roupa e vestindo o traje adequado para a

sala de cirurgia, enquanto, na sala anexa, Tessa estava sendo preparada para umacesariana de emergência.

Como as coisas podiam ter dado errado com tanta rapidez?Em que condições o bebê estaria quando nascesse? Houvera sinais de alerta que

ela não percebera?Zoe vestiu avental e touca, e lutou com a máscara, com o coração disparado pela

visão das batidas aceleradas do coraçãozinho do bebê no monitor. Ela respirou fundo efoi para a sala de cirurgia.

CAPÍTULO CINCO

6h10 da noite. Quando Angus chegou, a operação era um mar de sangue.— A pressão arterial da mãe está caindo — Ele ouviu o comentário do anestesista

ao passar pelas portas vaivém da sala cirúrgica. O obstetra responsável gesticuloupara que ele se aproximasse.

— Seja o que for que está sangrando aí dentro, a coisa não parece boa. — Angus

se colocou entre o médico assistente e a instrumentista. — Ele pegou a alça dofórceps. — Eu cuidarei disso.

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A condição da paciente estava em declínio. Ele nem mesmo queria pensar sobre orisco para o bebê.

Onde estava o pediatra? A esquerda dele viu uma parteira esperando pelo bebê,e mesmo aquele breve olhar permitiu reconhecimento instantâneo. O que era ridículo.Alguns cabelos pretos arrepiados e uma testa de porcelana, quando Angus tinha

problemas em reconhecer pessoas trabalhando com ele, em trajes cirúrgicos, o tempointeiro. Como ela dissera que eles o chamavam? Dedos Mágicos? Ele desejou quetivesse alguns hoje, que podiam ser bastante necessários ali. Se o pediatra nãochegasse, Zoe iria precisar de alguns dedos mágicos também.

A cesariana aconteceu rapidamente. O bebê parecia um boneco de pano quando oDr. Fortune o colocou na manta estéril de Zoe, mas, em menos de um minuto, um chorofraco soou e diminuiu um pouco da tensão da sala.

O bebê estava bem, pensou Angus agradecido. Apenas alguns segundos de boaventilação assistida e massagem cardíaca. Bom trabalho Zoe. Mais uma olhada rápida,

ele viu Zoe relaxar os ombros. Ele não a culpava.A julgar pela perda de sangue da mãe, o bebê tivera sorte. Um bom resultado,

pelo menos, pensou com alívio.O pediatra chegou naquele momento e atravessou a sala para se aproximar de

Zoe, permitindo que Angus se concentrasse totalmente no trabalho.— Alguma outra ideia de onde está vindo o sangramento dela?— Este rompimento no segmento mais baixo do útero é evidente, mas deve haver

mais. Eu o suturei, mas ela ainda está perdendo muito sangue — disse o Dr. Fortunecom uma ponta de pânico na voz,

— Pressão sanguínea sete por quatro, pulsação cento e cinquenta — observou oanestesista suado, lidando com soros o mais rapidamente que podia.

Angus sentiu a carga de adrenalina bombear o corpo.— Talvez um vaso sanguíneo rompido? Farei uma ligadura da artéria femoral até

examinarmos bem. Dê-nos tempo.Alguns segundos depois, isso estava feito, e a equipe pareceu suspirar em

uníssono com alívio.O sangramento parou, e Angus pôde ver com mais clareza.— Agora, levante o útero de novo, e eu descobrirei o problema. Aguente firme,

Tessa.

CAPÍTULO SEIS

Cinco minutos depois que Angus começou a cuidar de Tessa, o alívio na sala decirurgia era visível. Zoe olhou para o anestesista, que assentiu com satisfação para o

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monitor. Dr. Angus Raynor... Parecendo mais um oficial magnífico no comando dacavalaria do que um pirata agora... Tinha achado o rompimento de duas artériaspequenas e reparado o dano.

Tessa e o útero iriam se recuperar. Zoe olhou para o garotinho que começara amexer a cabeça e a piscar diante das luzes. O bebê olhou para Zoe com a testa

franzida, e ela percebeu que ele estava procurando a mãe. Zoe reprimiu lágrimassúbitas.

O alívio inundou-a inesperadamente numa onda de emoção, e ela fungou baixinho.Não estava se sentindo tão mal, mas o perigo pelo qual Tessa tinha passado deixaraZoe trêmula por um momento.

Angus ouviu o suave suspiro trêmulo e olhou para Zoe. Por que ele sentia tanto aliberação da tensão que emanava de um par de ombros frágeis a dois metros dedistância?

Ela olhou para cima, os olhos, enormes piscinas de angústia, e Angus não pôde

evitar o abraço visual que lhe enviou. Está tudo bem, mandou a mensagem. Caso ela nãoentendesse, ele também assentiu com um gesto da cabeça. Tudo ficará bem.

Zoe nunca se sentira tão tranquilizada na vida. Mas não estivera em muitassituações de vida e morte também. Outra olhada para a cabeça abaixada de Angusconfortou-a ainda mais. Tessa ficaria bem. A gentileza inesperada que ela via emAngus a tranquilizava. O que não era algo que notara nele na praia.

Eles tinham chegado tão perto do desastre e, exatamente como Ruby dissera, elefora capaz de tirá-los da catástrofe e salvar o dia. Bem, ela estivera lá naquelemomento e nunca se esqueceria da experiência.

O problema era que o aperto no peito, o sorriso suave sob a máscara e o fato deque não conseguia tirar os olhos dele... Tudo apontava para uma paixão crescente.

Está tudo bem, Zoe assegurou a si mesma. Podia lidar com aquilo, mas, enquantoandava ao lado do assistente hospitalar, empurrando a maca com o bebê precioso devolta para a ala de maternidade, de alguma maneira sentiu que aquela não era umasimples paixão passageira.

Fora alguns minutos de conversa na praia, ela não conhecia Angus em absoluto...Entretanto, não podia tirar o enorme sorriso do rosto.

CAPÍTULO SETE

Três horas depois, assim que a paciente dela estava acordada e bem, Zoecarregou o filho de Tessa para a UTI, de modo que ela o conhecesse.

Inesperadamente ela encontrou Angus Raynor recostado numa cadeira reclinável,ao lado da garota, falando com voz baixinha sobre o que tinha acontecido, como se eles

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fossem conhecidos de longa data.Para Zoe, preocupada que Tessa ficasse apavorada ao acordar sozinha num

quarto estranho, ver Angus ali foi um alívio. Talvez houvesse uma palpitação no peitodela, também, mas alívio era a emoção predominante. Sinceramente.

— Ah, aqui está Zoe. — Angus se levantou, e o rosto de Zoe esquentou. Ele se

lembrava do nome dela. — E com seu filho. — Ele sorriu para a paciente deles. — Meusparabéns. Ele é muito bonito Tessa. — Então, com um sorrisinho levemente irônicopara Zoe, ele se foi.

— Meu Deus, ele é lindo — Tessa exclamou num estado de atordoamento pós-anestésico, e Zoe olhou para o bebê nos braços para esconder o rosto vermelho. E seubebê também é, pensou ela.

Ao colocar o garotinho minúsculo contra a pele da mãe, ela foi lembrada de quãoperto eles tinham estado da tragédia.

Tessa olhou para baixo, com expressão maravilhada.

— Eu vou chamá-lo de Bodie. Ele é tão pequeno. Tem certeza de que ele é meu?Zoe piscou contra lágrimas bobas e descobriu o pequeno pulso para mostrar o

nome na pulseirinha azul. A pequena mão de Bodie acenou para a mãe.— Veja. Aí está o seu nome. Eu pus a pulseirinha cinco minutos depois que ele

nasceu, enquanto nós ainda estávamos na sala de cirurgia. Ele estava esperando paraconhecê-la.

Como se entendesse, Bodie virou a cabeça em direção a Tessa e abriu os olhinhospara circular o rosto dela. Então fungou na pele da mãe e abriu a boca. Tessa inclinou-se para frente, a fim de mudar a posição do bebê, então parou e segurou a barriga.

— Aiiiii.— Sem grandes movimentos por uns dois dias — Zoe aconselhou em tom de

desculpas quando Tessa se contorceu.— Eu tentarei — disse Tessa com uma expressão de dor, que fez Zoe apertar-lhe

a mão. — Mas quem irá ajudar até que Chase seja solto?Zoe pensou em como era triste que ninguém compartilharia as responsabilidades

e alegrias do bebê durante os próximos dias.— Nós todos iremos ajudá-la. — E eles iriam.No momento que Zoe levou o bebê adormecido de Tessa de volta para o berçário,

o turno dela havia chegado ao fim. Depois das emoções da noite, ela nunca sentiratanta vontade de dormir.

No foyer deserto do hospital, o guarda de segurança... Um amigo dos irmãos delaque sempre parecia estar lá quando ela terminava às 11hs da noite... Acenou para ela.

— Você tem carona?Zoe sorriu.— Eu estava prestes a ligar. — Os irmãos teimavam que ela não deveria pegar o

ônibus, e ela não ia gastar dinheiro com táxi, com a viagem tão curta. Zoe estava

planejando viajar ao redor do mundo... Se conseguisse tirar os irmãos superprotetoresdo pé dela, eles insistiam que ela lhes telefonasse para uma carona se não fossecompartilhar um táxi com uma das quatro enfermeiras de Hill Street.

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Ela pegou o celular da bolsa enquanto ia para a porta.  ─ Zoe?

Ela engoliu em seco. Conhecia aquela voz, é o rosto se esquentou de novo.— Eu posso deixá-la em casa. — Angus apareceu saindo do elevador, e balançou as

chaves do carro.

Zoe olhou para o guarda de segurança. Ele estava franzindo a testa, e elareprimiu um sorriso. Aquela pequena fofoca chegaria a casa dela mais depressa do queAngus poderia dirigir até lá, mas isso não ia influenciar a decisão dela.

Pode apostar. Ela sorriu para Angus.— Eu não moro longe. Moro perto da praia. Se você não se incomodar — Ele não

pareceu se importar. A noite borbulhava com promessas.

CAPÍTULO OITO

— Sua casa fica no meu caminho. — Angus tinha visto Zoe assim que as portas doelevador se abriram e tomado uma rápida decisão de lhe oferecer uma carona paracasa. Ele tinha aprendido a não se envolver com alguém do trabalho, mas pareceraerrado não se assegurar de que Tessa ficaria bem. Era evidente que isso era razoável.

Alguns momentos depois, Angus sentiu que havia chegado à melhor parte do diaapenas por ajudá-la a entrar no conversível dele.— Está uma noite quente. Quer que eu rebaixe o teto? — Ele se inclinou para

frente e empurrou a alavanca que raramente usava. — É uma pena não fazer isso comuma noite destas.

O carro de Angus era como muitas coisas na vida dele que ele pensara que ofariam feliz. Todavia, pela primeira vez, graças ao encantamento de Zoe pelomecanismo do teto, ele sentia como se tivesse bebido duas cervejas com o estômagovazio. Zonzo e incrível. Talvez um pouco de ar fresco não fosse uma má ideia.

— Você está bem? — A pergunta era provavelmente idiota, porque ela pareciarelaxada e feliz no assento ao lado, com o braço descansando ao longo da porta.— Ótima obrigada.O carro entrou em movimento, e ele franziu a testa e olhou para as luzes do

painel. Meu Deus estivera tão fascinado com a visão de Zoe, que tinha se esquecido desoltar o freio de mão. Definitivamente, outra primeira vez.

— Foi gentileza sua ter ido ver Tessa. Ela estava com tanto medo antes daoperação. — Vinda da escuridão ao lado dele, a voz de Zoe até mesmo o fez sorrir. Atéque as palavras penetraram a mente, e ele se lembrou do quase desastre. E por que

havia procurado Zoe.— Nós compartilhamos alguns momentos tensos hoje. — E, depois, as emoções

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dela na sala cirúrgica tinham brincado na mente de Angus. — Situações salvas quasepor um milagre podem abalar uma pessoa. — Em especial, uma pessoa doce como Zoe.— Tem certeza de que você está bem agora?

Ele não pôde evitar se sentir protetor. Sem ter a própria família, Angus semprefora aquele no orfanato que cuidava dos pequenos.

— Eu estava começando a temer por Tessa.— Ela perdeu muito sangue. Artérias posteriores são destruidoras traiçoeiras.

Tessa parece uma boa garota.Ele ouviu o suspiro de Zoe ao lado. Um grande suspiro. Obviamente relaxada na

companhia dele, ela recostou-se no banco e fechou os olhos, com um sorriso no rosto.— Fico contente que você perceba isso também. Tessa é adorável.Você também é, pensou ele, e, como se o tivesse ouvido, ela sentou-se mais ereta

e olhou ao redor.— E eu acho que o namorado dela é mais bobo do que má pessoa. Tessa me contou

que ele tem problemas com autoridade. Não pagou multas de estacionamento proibido,então continuou dirigindo sem carteira de motorista. — Zoe o fitou. — Espero quevocê tenha carteira.

— Droga. — Angus deu um tapa na própria testa. — Eu pretendia tirar uma. —Quando ela riu, o peito dele se encheu de orgulho. Queria ouvir o som outra vez. Maisdo que qualquer coisa. Bem, mais do que quase qualquer coisa.

— Que tal um sorvete? Nós poderíamos parar no promontório e observar asondas do mar enquanto tomamos sorvete, depois eu a levo para casa. — Angus teve umbreve pensamento responsável. — Ou você começa cedo, amanhã? Eu posso levá-laagora.

— Sorvete é uma ótima ideia. — Ela tirou o telefone que guardara no bolso. —Irei apenas enviar uma mensagem de texto para os meus irmãos, informando-os de quenão preciso que eles me apanhem no hospital.

Então Zoe tinha uma família que se preocupava com ela. Angus estava satisfeito.Sabia como era o outro lado. Imaginou o que os irmãos dela pensariam de ele roubar-lhes a irmãzinha para um passeio noturno. Deu de ombros. Aquilo era apenas uma coisade momento. Provavelmente não se repetiria.

CAPÍTULO NOVE

Vinte minutos depois, aquilo não parecia uma coisa de momento.

Estar sentado ao lado de Zoe no escuro fez Angus se sentir mais feliz do que sesentira em anos. Com uma das mãos descansando no volante, ele olhou para as estrelase percebeu como a paz era uma sensação maravilhosa.

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Uma sensação muito, muito diferente daquelas que ele experimentava quandoconvidava qualquer mulher para sair. Angus sempre se sentia distante... Tão distantequanto à lua... Com outras mulheres. Mas, enquanto olhava para Zoe, sentiu a mão seapertando, como se para impedir a si mesmo de tocá-la.

— Você fica incrível na luz do luar.

Ela sorriu.— Obrigada Senhor Gentil. — O brilho prateado na pele de Zoe o fazia querer

passar o resto da noite apenas olhando-a. E um pouco mais do que isso. Uma pena quecarros conversíveis impossibilitavam muitos movimentos. — Você gostaria de caminharum pouco?

— Não esta noite. Meus irmãos ficarão preocupados.Uma garota tão jovem. O que ele estava fazendo? Da maneira que ele estava se

sentindo no momento, os irmãos dela deveriam se preocupar.— É claro. — Angus se inclinou para frente e ligou o motor.

Zoe fez uma careta no escuro diante do próprio puritanismo. Não era isso que elaqueria? Com certeza era!

Antes que ele pudesse soltar o freio de mão, e antes que ela pudesse mudar deideia, Zoe inclinou-se e beijou a lateral da boca dele. Errou um pouco o alvo, mas oroçar da barba de um dia na pele dela, cuja visão a provocara desde que ela entrara nocarro, valeu a pena. Zoe voltou a se sentar de forma comportada.

— Obrigada pelo sorvete e pela carona.— Hum, sim, foi bom — murmurou ele e lentamente tirou a mão do câmbio, apesar

de não ter desligado o motor... Para não assustá-la? Zoe sentiu o olhar de Angus norosto dela, então nas mãos unidas, e de novo no rosto. — Eu gostei da sensação que oseu beijo me causou. — O tom de voz dele combinava com um pequeno sorriso. —Espere um minuto... Antes de irmos embora.

Angus mudou de posição no assento, inclinou-se e deslizou o braço com delicadezaao redor dos ombros de Zoe. Quando ela não resistiu, ele a puxou para si.

— Não é o lugar mais confortável para isso, mas... Só mais um gostinho — disseele com suavidade, e então a beijou de verdade. Não um beijinho na lateral da bocadesta vez.

Este beijo foi pura sedução, longo e lento, e o tipo de beijo que Zoe nuncaprovara antes. Ela já havia beijado garotos e alguns homens, mas não com aquelasensação de estar retomando ao lar. Habilidoso, provocante, profundo e incrivelmenteperigoso, com faíscas de fogo saindo do centro do mundo, que por acaso, estava ondeos lábios deles se encontravam naquele momento.

Zoe esqueceu as ondas, a luz da lua, o couro macio sob o corpo... Tudo, exceto anecessidade de satisfazer uma sede da qual nem soubera que sofria. O fecho do cintode segurança entrando na lateral dela era tão escuro que ela mal notou. Até que Angusse afastou, e ela se sentiu desolada de repente.

Ela tinha certeza de que podia sentir o olhar ardente dele em sua boca, mesmoque os olhos estivessem fechados. Zoe inclinou a cabeça para trás, contra o assento, elentamente abriu os olhos.

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— Ah, meu Deus.— Sim, e por isso mesmo é melhor eu me mexer agora ou nunca irei embora —

disse ele no ar noturno. Eles sorriram um para o outro, e Angus ligou o carro.Angus a deixou na casa dela e acelerou o motor assim que virou a esquina da rua

de Zoe.

O que diabos estava fazendo? Ela era dez anos mais nova do que ele e cem anosmais jovem em experiência de vida. Entretanto, Zoe possuía uma aura mágica que oatraía como abelha para um pote de mel.

Ele, que costumava fugir quilômetros de sentimentos fortes. Há um motivo paraisso, seu tolo. Angus sabia, no fundo, que não era digno de amor... Quatro famíliasadotivas haviam provado isso... E também sabia que, caso se envolvesse com Zoe,viveria constantemente com medo de que ela concluísse aquilo também.

O celular dele tocou no bolso... O hospital. Ele fez uma careta enquanto atendia.Talvez fosse melhor voltar para o hospital. Se fosse para casa, não conseguiria dormir

pelo resto da noite depois daquela pequena escapada de qualquer forma.

CAPÍTULO DEZ

Zoe estava deitada acordada e olhando para o teto. As ondas na praia soavamcomo sussurros, e a lua apontava dedos de luz acusadores sobre a cama dela. Era omesmo luar que estivera sobre as cabeças deles no carro. Ela abraçou o travesseiro efechou os olhos.

Como iria olhar para Angus agora e não se lembrar da sensação daqueles braçosao redor dela ou da pressão da boca dele na dela por aqueles poucos minutos incríveis?Ela deitou-se de bruços e enterrou os dedos no colchão. Como iria conseguir nãoenrubescer quando o visse no trabalho?

Não iria conseguir. Ponto final. Graças a Deus, Angus não era um visitante

frequente na ala da maternidade.Exceto que quando Zoe chegou ao trabalho na tarde seguinte, era Angus quemestava ao balcão de recepção, prescrevendo medicações. Zoe baixou o olhar para ochão à frente dela, a fim de esconder o rosto vermelho.

Então, um pensamento horrível lhe veio à mente. Ela olhou para cima e inclinou acabeça para ler o nome no envelope que ele acabara de colocar sobre o balcão. O nomede Tessa?

O constrangimento foi esquecido.— Ela está bem?

— Olá, Zoe. Eu acabei de trazê-la da UTI para cá. Ela não dormiu muito comtodas as transfusões de sangue.

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— E Tessa está bem o bastante para ficar aqui na ala de maternidade? Ela estáestável?

— Sim, agora está. — Angus sorriu para ela, mas Zoe ainda devia parecerpreocupada, porque ele continuou: — Ela está bem. Confie em mim quanto a isso.

Ela confiava nele. Nisso, pelo menos.

— É claro. — Ela sorriu para si mesma. Os dois haviam tomado uma iniciativa nanoite anterior. Todavia, a de Angus fora melhor. Zoe tinha a terrível impressão de queas emoções dela estavam estampadas no rosto. Abriu a boca, então voltou a fechá-la.Falar alguma coisa lhe causaria ainda mais constrangimento. Quando olhou para cima,viu o brilho nos olhos escuros, que dizia que ele estava se divertindo com ela.

Tudo bem é assim, então. Eu também posso ser indiferente. Zoe sorriu para ele ese moveu.

— É melhor eu começar a trabalhar.Mais tarde naquela noite, depois do turno, quando Zoe atravessou o foyer, Angus

estava esperando. As sobrancelhas do amigável guarda da segurança, quasedesapareceram sob o boné dele. Ela acenou para ele, como se estivesse tudo normal,mas a pulsação frenética dizia que, não estava. O homem mais lindo do hospital estavaesperando por ela, de novo, e Zoe não sabia o que pensar.

— Carona?No final das contas, não havia muito no que pensar.— Obrigada.Eles permaneceram em silêncio até que Angus ajudou-a a se sentar, circulou o

veículo para o lado do motorista e se acomodou atrás do volante. Então, ele olhou paraela com um brilho travesso nos olhos.

— Eu gostei da noite de ontem.Zoe não pôde evitar um sorriso.— Eu também. Mas não foi bom para dormir.Ele sorriu de volta.— Nem me fale.— E eu estou no primeiro turno do dia, amanhã.— Tudo bem. — Angus inclinou-se para frente, ligou o motor e apertou o botão

para rebaixar o teto. — Eu posso levá-la direto para casa. — O carro saiu doestacionamento com o teto ainda rebaixando. — Então, como foi o seu turno?

Ela poderia se acostumar com aquilo. Como era possível que eles tivessem ficadotão à vontade um com o outro com tanta rapidez?

— Ótimo. Uma mulher chegou em trabalho de parto e deu à luz em vinte minutos.Um lindo menino. Ela está ótima e irá para casa amanhã cedo. O tipo de parto que todamulher deveria ter.

Ele fez uma careta.— Não um parto difícil, como o de Tessa.

— Pobre Tessa. Ela parece muito calma quanto a tudo o que aconteceu.— Nós conversamos sobre isso outra vez.Então Angus tinha ido ver Tessa de novo. Ele realmente se importava.

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— Ela deve pensar que é um milagre encontrar outra pessoa que a compreenda.Seu apoio ajudou-a muito, sabia?

Angus desviou o olhar.— Fico feliz com isso. Alguém me disse que ela vem de orfanatos.

CAPÍTULO ONZE

Orfanatos... As lembranças o envolveram. Lembranças indesejadas. Ah, como elese lembrava daqueles anos terríveis. E do que eles o tinham ensinado a nunca confiarem ninguém.

— Eu conheço esse inferno.Ele acabara de falar aquilo? De confessar algo que nunca havia contado para

ninguém?Angus apressou-se em continuar falando, praguejando em silêncio, desejando que

ela não tivesse ouvido.— Mas eu não fui o único a apoiar Tessa. Ela teve o seu apoio durante o tempo

todo.Angus sentia o rosto congelado enquanto olhava para frente. Mesmo se elativesse ouvido, esperançosamente, perceberia que ele não queria falar sobre aquilo.Para alívio dele, Zoe mudou de assunto. Outras mulheres não tinham sido tãocompreensivas. Mais pontos para Zoe.

— Você vai ao festival de domingo? O clube dos salva-vidas fará nossa festaanual. — Quando ele não respondeu ainda mergulhado no passado, ela acrescentou: —Eu estou na barraca de beijos.

Angus virou o rosto para olhá-la, repetindo as palavras de Zoe na cabeça. Tinha

de olhá-la depois daquela declaração.— Você está o quê?Zoe riu. A expressão no rosto dela era travessa como a de uma adolescente, e ele

lembrou-se de como ela era jovem.— Brincadeira. Nós não temos barraca de beijos. — Ela deu-lhe um olhar muito

mais maduro. — Todavia, a julgar por essa reação, talvez devêssemos ter?Santo Deus.— Que tal se vocês não tiverem? — Angus não sabia bem por que... Ou não queria

pensar o motivo... Mas o pensamento lhe despertava... Sentimentos muito fortes. Não

que pudesse revelar tais sentimentos para Zoe...— Aposto que seus irmãos não gostariam disso. — Boa saída, ele parabenizou a si

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mesmo.Ela deu de ombros.— Eu tenho certeza de que eles providenciariam um segurança para afastar

aqueles que ousassem demais.E ele afastaria qualquer um, pensou Angus, percebendo que estava apertando o

volante com força desnecessária. Felizmente, eles estavam parando na frente da casadela.

— Obrigada pela carona. — Angus imaginou se ela repetiria a despedida do diaanterior e, para o deleite dele, Zoe inclinou-se mais para perto. Ele não ia perder aoportunidade, então a beijou rapidamente, com mais força do que pretendia, com ovestígio do horror que permanecia do pensamento de Zoe distribuindo beijos numabarraca de festa. Ela arregalou os olhos. Ele suavizou a boca num pedido de desculpase inalou o cheiro de jasmim. De repente, eles estavam se beijando e se abraçando soba luz da rua, perdidos para o mundo...

Até que alguém bateu no capô.— Oi? Baixinha? — Um jovem grande estava olhando fixamente para eles.Angus e Zoe se separaram, e ele removeu os dedos do rosto dela com relutância.— Baixinha? — Perguntou ele com um sorriso.Zoe afastou os cabelos do rosto, com os olhos ainda fechados, então, abriu-os

lentamente com um suspiro.— Eu sou a pequenina deles. — Ela olhou para o irmão. — Angus, este é meu irmão,

Bruce... O onipotente.Angus assentiu com um gesto de cabeça para o homem jovem, que estava parado

de pernas abertas em frente ao carro dele.— Bruce — disse Angus, reprimindo um sorriso. A extrema altura e largura de

Bruce faziam com que o nome combinasse com ele.Angus abriu a porta e rodeou o carro para o lado do passageiro, a fim de ajudar

Zoe a descer. O jeito que ela lhe sorriu quando ele lhe ofereceu a mão fez todo oepisódio adolescente valer a pena.

Quando Zoe estava ao lado dele, olhou para o irmão e gesticulou a cabeça,indicando que ele entrasse. Bruce enviou um olhar de alerta na direção deles edesapareceu dentro da casa.

— Obrigada pela carona — disse ela suavemente.— O prazer foi todo meu.

CAPÍTULO DOZE

Angus dirigiu de maneira entorpecida desta vez, num estado sonhador, até que se

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lembrou de tudo o que sofrerá ao deixar as pessoas se aproximarem no passado.Então, como Zoe estava se aproximando? O que aconteceria quando ela percebesse oquanto ele era inábil em relacionamentos?

Ele estava encrencado. Não tinha relacionamentos permanentes com uma mulherou fazia passeios românticos de carro sem sexo no final.

Tudo bem, ele era um pouco antiquado em algumas coisas... Gostava de pagar aconta, abrir portas para uma mulher e, se elas quisessem, flores eram sempre uma boaideia.

Mas com Zoe ele sentia vontade de protegê-la do mundo ou até mesmo de apenascapturar aquela mão pequena na dele e nunca mais soltá-la. Podia se imaginar deitadona areia com ela de noite, enquanto eles conversavam sobre estrelas. Coisas tolascomo esta.

Coisas de adolescentes que ele nunca tinha feito e sobre as quais não saberianada se uma das mães adotivas dele não o tivesse arrastado para velhos filmes de

Elvis e lhe mostrado. Atitudes que Angus jurara que não combinavam com ele, emabsoluto. Sentimentos que ela dissera que ele conheceria um dia, e ele nuncaacreditara que aconteceria.

Ele precisava de um porto seguro, e com urgência.

Zoe acabou o trabalho às 15h30 da tarde seguinte e pegou o ônibus para casa.Antes de sair, todavia, não pôde evitar olhar ao redor do foyer, caso Angusaparecesse do nada.

Entretanto, estava satisfeita por ter o resto do fim de semana de folga dohospital, depois de um daqueles raros turnos tranquilos de sábado, sem o qual poderiater passado. Tempo demais para pensar em Angus e em como o irmão idiota aenvergonhara. Zoe não via a hora de fugir das restrições das pessoas que tentavamprotegê-la e ser dona da própria vida. Não tinha forças para lutar contra isso em casa.Partir era a única opção.

Ela apostava que esse tipo de coisa nunca havia acontecido na casa de Tilly eRuby. Aquelas garotas se viravam muito bem sem a família por perto. Zoe estava tãoansiosa para ir à festa naquela noite. Imaginou se Angus estaria lá. Muitos médicos jovens do hospital apareciam. Ela adorava aquelas festas.

Zoe quase pulou do ônibus do lado de fora da casa dela e correu para o quarto, afim de se arrumar.

Mas ainda tinha uma hora de patrulha na praia, antes que a noite começasse.

CAPÍTULO TREZE

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Quando Zoe chegou à praia, pôde ver que o mar estava agitado. O movimento eragrande hoje, e muitas pessoas estavam nadando fora da área sinalizada por bandeiras.Ela começou a patrulha, e Col a agradeceu imensamente, antes de se dirigir para ocarro e para o compromisso com a noiva dele.

Tilly acenou e aproximou-se.

— Então, você convidou Angus para ir à festa esta noite?— Eu não tive a chance. — Zoe lutou contra um rubor diante do sorriso perspicaz

de Tilly. O problema era que ela não sabia onde ele morava, ou se estava de plantão, ouainda se iria querer vê-la de novo. Ela sorriu. Tivera a impressão de que ele queria,quando Angus a beijara e se despedira na noite anterior.

— Às vezes eu acho que ele parece precisar relaxar um pouco — comentou Tilly,enquanto as duas observavam os banhistas.

— Pelo que eu conheci de Angus, ele é divertido. — Embora Zoe suspeitasse deque ele tendesse a ser superprotetor, como os irmãos dela. Ela esperava que não.

Tilly andou para a extremidade da área delimitada por bandeiras para pegar umagarotinha que tinha sido derrubada pelas ondas, e Zoe observou dois garotos jovensem pranchas de surfe, que estavam contentes em ignorar as bandeiras que designavamas áreas seguras para nadar.

Uma onda maior do que o normal naquele dia atingiu um dos meninos e o fezafundar em água profunda. Zoe encolheu-se quando ele rolou contracorrente.

Quando a prancha subiu à superfície, sem ele, ela sinalizou para Tilly. As duasgarotas pegaram pranchas de salvamento, entraram na água e então remaramrapidamente para checar se o garoto estava bem.

Ele não estava.Angus chegou à praia, para a nadada habitual, e ficou estupefato quando viu Zoe

com outra garota arrastando grandes pranchas de salvamento. Elas eram os salva-vidas? Ele estremeceu. Minimizadas pelo tamanho da prancha, pareciam muitopequenas no vasto oceano para salvar alguém, e Angus reprimiu a vontade de chamá-lasde volta. Olhou para a torre, a fim de ver que tipo de reforços elas tinham.

Um homem forte num colete de salva-vidas falava ao telefone. Angus presumiaque ele estivesse chamando mais salva-vidas, porque o homem gesticulava para o marenquanto falava.

Com um nó de apreensão no estômago, Angus olhou em direção à linha das ondas eviu que Zoe tinha alcançado o alvo dela, além de ver o brilho de um colete vermelhoenquanto um corpo flácido rolava com as ondas. Ele olhou para o relógio para checar otempo que levaria para trazer a vítima inconsciente à praia.

O nó no estômago aumentou quando uma onda enorme cobriu a cabeça de Zoe eameaçou afundá-la, mas ela conseguiu agarrar-se à prancha. Angus bateu os punhoscerrados nas coxas e andou em direção à torre, olhando constantemente por sobre oombro, enquanto observava a batalha dela contra as ondas. Zoe não deveria estar lá no

mar. Aquilo era algo muito perigoso para uma garota. Onde estavam todos os homens?A parceira de Zoe estava tendo a mesma dificuldade, mas logo as garotas conseguiram

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posicionar o corpo desfalecido do garoto sobre uma das pranchas. Com Zoeposicionada entre as pernas dele, elas remaram rapidamente para a praia.

Já não era sem tempo. Angus olhou para a torre. Talvez houvesse algum dano nacoluna, além do estado de inconsciência? Ele correu os últimos metros até a torre dossalva-vidas, para ver que tipo de equipamento de resgate eles tinham, de modo que

pudessem encontrar as garotas na beira d’água. O capitão havia pegado uma mochila èuma prancha longa.

— Eu sou médico. Mais alguma coisa para carregar?— Ótimo. Pegue a prancha longa para imobilização da coluna e oxigênio. Eu tenho

o colar cervical aqui. A ambulância está a caminho.Quando Zoe chegou à praia, viu que precisava tomar cuidado para que eles não

caíssem da prancha. No momento em que ela olhou para cima, lá estava ele, com ocapitão, para ajudá-la com o paciente.

Ela saiu da prancha, que eles carregaram para a areia seca, com a vítima, e

começaram a trabalhar no garoto. A sirene de uma ambulância se aproximando soou adistância quando Zoe abaixou-se para ajudar.

CAPÍTULO CATORZE

Quinze minutos depois, Angus estava de pé ao lado de Zoe, observando aambulância partir.

Ele apostava que os batimentos cardíacos dela só agora estavam voltando aonormal. Imaginou se Zoe poderia sentir as ondas de raiva irradiando-se como umcampo de força do peito dele.

— Esse foi um risco louco para se correr. — Angus tinha tentado, sinceramente,não falar nada. Mas não conseguiu se controlar. Ela podia ter morrido! — Se vocêtivesse se afogado, isso não teria ajudado ninguém.

As mãos de Zoe foram para os quadris.— Eu não me afoguei, e nós ajudamos alguém. Caso você não tenha notado.— Eu notei. — Ela havia sido incrível. Elas haviam sido incríveis, o lembrou a si

mesmo, mas... — Droga, a situação era muito arriscada.— E o que você está querendo dizer? — A voz dela era mansa, mas infelizmente,

Angus não prestou atenção ao alerta. A imagem de estar trabalhando sobre o corpoinconsciente de Zoe ainda estava muito vivida na cabeça dele para que ele tivessecautela.

Angus tentou não se agigantar sobre Zoe, mas era difícil, já que ela era tão

pequena.— Eu estou querendo dizer que você tem aproximadamente l.60m, e o mar é

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implacável. O emprego de salva-vidas não é para você.— Obrigada por avisar. — Ela deu um sorriso doce e virou-se para ir embora.— Você está zangada também. — Angus a alcançou e andou com ela para a torre.

Já passavam das 17h, então Angus supunha que eles abaixariam as bandeiras agora eiriam embora. Talvez ele pudesse ajudar, e ela entendesse que ele não estava

tentando lhe dar ordens.— Eu diria que esse foi um comentário perfeito. — Quando ela o fitou, os olhos

azuis eram frios e distantes. Nada havia de “menininha” no recado que ela mandou.Eram olhos que pareciam dizer: VÁ EMBORA. — Estou lembrando a mim mesma quenão preciso de outro protetor quando meu objetivo é me livrar daqueles que tenho.

— Desculpe-me se eu a aborreci Zoe. Talvez eu tenha realmente passado doslimites. Mas não posso acreditar que seus irmãos deixam você arriscar sua vida dessaforma.

— Ouça Angus. Obrigada por sua ajuda. É isso o que eu faço nos meus dias de

folga. — Zoe gesticulou para a praia. — É o que nós todos fazemos. E esta é umaescolha minha. E eu estou por aqui... — Ela pôs um dedo contra o pescoço para indicar oque queria dizer. Com pessoas falando que sou jovem demais, baixa demais, frágil ─   demais para fazer o que eu quero. Entendeu?

Nossa! Ele realmente a irritara. Com o peito se movimentando pela respiraçãoofegante, os olhos chispando e as mãos nos quadris, ela parecia prestes a explodir.Uma pena que a fúria de Zoe a tomasse ainda mais atraente para ele.

— Eu irei embora. — Ele tentou não sorrir do jeito furioso dela. — Sinto muito.Talvez possamos conversar depois que você se acalmar. — Assim que falou as palavras,Angus soube que cometera um erro.

— Não ouse me tratar com esse ar paternalista. Vá, antes que eu diga algumacoisa da qual me arrependerei.

Angus podia sentir o abismo entre eles agora e sabia que ele causara tal abismo.A parte irônica era que estivera procurando um meio de parar a atração crescente porela. Parecia que tinha encontrado um. Ele tentara protegê-la, e ela o dispensara sempensar duas vezes.

CAPÍTULO QUINZE

Zoe tentou não observar Angus se distanciando. Ela o mandara embora. Mesmode costas, ele deixava-a louca de vontade de chamá-lo de volta. Como a química eraalgo cruel. Ela não precisava se sentir atraída por aquele cara agora. Em especial

depois que ele mostrara seu verdadeiro eu hoje. Ele poderia tê-la chamado debaixinha, como os irmãos a chamavam. Ela não queria ouvir a vozinha na cabeça que

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dizia que ela poderia ter exagerado um pouco na reação. Tarde demais para convidá-lopara a festa agora.

Angus apareceu na festa da Hill Street uma hora depois que Zoe tinha chegado.Ela estivera quase prestes a ir embora.

Até mesmo levara os irmãos para ter com quem conversar, porque sabia que não

ia fazer nada para aborrecê-los naquela noite. Tilly estava muito contente com ela,mas Zoe não estava de bom humor. Não conseguia nem mesmo sorrir dos pratosvegetarianos criativos de Ruby, que geralmente a divertiam.

Ela não viu Angus a princípio. Ele tinha chegado com o secretário do pronto-socorro, que parecia estar observando Ruby da base da escadaria. Então Zoe sentiu aatenção de alguém sobre si.

No momento em que ela o avistou, ele atravessou a sala, vindo na direção dela.Angus vestia a camisa de pirata e estava com aquele sorriso sexy.

— Alguém viu uma salva-vidas grande e durona por aqui?

Bobo.— Você está procurando uma?— Pareço não conseguir evitar. — Angus olhou para o pequeno espaço no sofá ao

lado de Zoe. Não havia espaço o bastante para ele, a menos que ela se sentasse no colodele. A ideia não era nada má. — Posso me sentar aqui?

— Não se você for me provocar.— Deus me livre. — Ele se espremeu ali, e o espaço se alargou por um milagre

quando as outras pessoas no sofá fizeram a gentileza de se unir mais.O braço de Angus estendeu-se ao longo do encosto atrás dela, e Zoe imaginou

que ele não tinha outro lugar para colocá-lo.— Então é isso que trabalhadores do hospital fazem em seu tempo livre?— Apenas os sociáveis. — Zoe podia sentir toda a extensão do quadril de Angus

contra o dela e o calor do braço dele se dissipando entre eles. Ela precisava se moverou acabaria se inclinando contra ele para roubar outro daqueles beijos espontâneosque Angus parecia lhe inspirar. — Vamos dançar.

CAPÍTULO DEZESSEIS

Ele se levantou primeiro do sofá, como uma rolha saindo de uma garrafa, e osoutros suspiraram em alívio. Zoe teve de sorrir. Então Angus estendeu uma das mãospara ajudá-la a se levantar, exceto que, quando ela estava de pé, nenhum dos dois fezqualquer movimento para separar as mãos um do outro. Ele sorriu enquanto a conduzia

para o meio da sala, onde casais dançavam de rosto colado, ao ritmo de uma baladalenta.

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Ela deslizou para os braços dele, sentindo-se um pouco como uma peça de umquebra-cabeça se encaixando no lugar. Um encaixe aconchegante. Perfeito.

— Os seus cabelos têm um cheiro delicioso — murmurou Angus.— O seu peito também. — Zoe não pôde evitar enterrar mais o nariz no peito

largo. Deu um suspiro contente. Era bobagem fingir que ali não era exatamente onde

queria estar. Assim como era bobagem fingir que não o perdoara.— As últimas 48 horas, desde que nos conhecemos, têm sido interessantes.Só que ela já o vira antes disso.— Eu vi você uma semana atrás, na cafeteria.— E eu vi você — disse ele contra os cabelos dela.— Não, você não me viu. — Zoe lembrou-se da praia. — Você perguntou se eu

trabalhava no hospital.Ele riu.— Eu estava sendo evasivo. — A dança acabou e Angus conduziu-a com delicadeza

para a porta da frente em direção a um balanço na varanda.— Vocês dois parecem se conhecer muito bem. — O irmão Bruce apareceu assim

que eles haviam se sentado.Angus não pareceu nem um pouco perturbado.

  ─ Nós estávamos apenas conversando sobre o incrível resgate no qual sua irmã seenvolveu hoje na praia.

— Que resgate?“Grande coisa,” pensou Zoe resignada. Ela respondeu de forma resumida:— Um garoto quase se afogou.Bruce franziu a testa.— O mar estava agitado. Eu pensei que você estivesse trabalhando no hospital

hoje.— Eu trabalhei uma hora na praia, depois do meu turno no hospital. Col precisava

sair às 16h. — Ela olhou para o irmão e, depois de receber uma mensagem silenciosa,ele saiu andando.

Zoe olhou para o homem no balanço ao lado dela.— Obrigada por isso, Angus. Em geral, um dos rapazes pede para ser escalado

comigo se souber que vou trabalhar como salva-vidas. Eu não contei a eles sobre essahora extra. — Ela estava tão cheia daquilo.

— Desculpe. Foi uma péssima escolha minha para distrair o seu irmão. — Angus selevantou. — Que tal se eu for buscar um drinque, como penitência, e quando eu voltar,nós podemos ser amigos de novo? — Ele sorriu para ela e Zoe não foi capaz de evitarsorrir de volta.

Como ele fazia aquilo? Um sorriso, e ela se derretia aos pés dele. E ela supôs quea conversa de Angus tinha desviado a atenção de Bruce da dança deles de rostocolado.

— Vou pensar no caso.Ela o observou se afastando e não pôde apagar o sorriso do rosto.Ruby não estava sorrindo quando apareceu do lado dela e se sentou no balanço.

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— Você está louca?

CAPÍTULO DEZESSETE

— Não mais do que o normal. Por quê?Ruby gesticulou a cabeça em direção a Angus, antes que ele desaparecesse

dentro da casa.— E se ele te magoar?

  ─ Angus não fará isso se eu não permitir.

— Ele magoou Harmony Gage.— Quem é Harmony Gage?— Ela trabalhava em Sidney Central, o hospital do qual era funcionária antes de

vir para cá. E houve uma jovem médica residente antes dela. Angus saiu com elasalgumas vezes e depois sumiu. Ele pode fazer o mesmo com você. — Ruby pareceupensativa por um momento. — E claro que você é muito mais legal do que Harmony.Mas...

— Pare de se preocupar. Sou eu quem irá embora. Lembra? — Mas Zoe não pôdeevitar sentir um calafrio diante do pensamento de ser dispensada tão rapidamente.

Mesmo com as poucas vezes em que eles tinham estado juntos, isso seria dolorido.Ruby apenas a olhou.— Se ele lhe pedisse para ficar em Coogee, você ficaria?Zoe precisou pensar sobre aquilo. Esperava que não.— Desculpe. Não responda isso. — Ruby tocou o braço dela e se levantou. — Não

que minha vida amorosa seja um sucesso. Eu estou paranoica. Desculpe. Apenas... Tomecuidado.

Zoe observou Ruby se distanciar. Um conselho não bem-vindo, mas verdadeiro.Talvez a amiga tivesse razão. Ela estava se tomando um pouco obcecada por um homem

sobre quem sabia muito pouco. E ele agia de modo protetor em relação a ela. Zoeestava sempre insistindo que podia proteger a si mesma. Mas e se ela não conseguisseevitar se apaixonar por ele?

— O que houve? — Angus estava de volta e, depois de um olhar intrigado para orosto dela, parou de sorrir.

Zoe balançou a cabeça, como se pudesse se livrar do desconforto que o alerta daamiga tinha deixado.

— Nada.— Alguma coisa aconteceu. Você está diferente de quando eu saí. — Ele inclinou a

cabeça e a analisou. — E não do jeito que eu teria desejado.Zoe o fitou e o viu hesitar antes de se sentar.

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— Por que você está me dando atenção? — Perguntou ela de repente.Angus pôs os drinques sobre uma mesinha.— Hum. Eu acho você atraente. Por que a pergunta?— Eu só acho que está tudo acontecendo muito depressa.“Uau,” pensou Angus.

— O que está acontecendo? — Ele olhou ao redor. Necessitava de um sinal paradecifrar o que tinha mudado. — Alguém viu a garota que eu deixei aqui cinco minutosatrás? Angus olhou para ela outra vez. Zoe ainda estava linda... Mas muito distante. ─ 

Ele não esperara aquilo. Embora devesse ter esperado. Sempre que as coisasestavam indo bem, ou que ele começava a gostar de alguém, alguma coisa aconteciapara acabar com tudo. Isso tinha ocorrido na infância dele toda vez em que sentia quecomeçava a se adaptar a uma família adotiva... E essa era a maior razão pela qual elenão deveria tentar nada, exceto casos de uma única noite, em sua vida pessoal.

Talvez estivesse investindo demais em Zoe, mas tudo finalmente parecera certo.

Coisas que ele nunca sentira antes. Era tão incrivelmente fácil estar com Zoe... Eracomo voltar para casa.

Angus reprimiu o pensamento bobo e pôs um sorriso neutro no rosto. Era bomnisso. Fazia anos que ninguém conseguia decifrar os sentimentos dele.

— Sem problemas. — Ele pegou o próprio drinque. — Até mais.

CAPÍTULO DEZOITO

No domingo, Angus não foi ao festival. Se ele tivesse ido, Zoe pensou que talveztivesse instalado uma barraca de beijos só para irritá-lo.

Mas ele estava esperando por ela depois do trabalho na segunda-feira.Era plena luz do dia, e muita gente o viu abordando-a no foyer, de modo que Zoe

não pôde escapar. Mas muita gente também o vira abandoná-la na festa, e aquilo não

tinha sido agradável. Ele a deixara triste e aborrecera Ruby, que havia se sentido emparte responsável.— Carona? Quem sabe nós possamos dar um passeio de carro?— Eu já tenho carona. Obrigada Angus.— Onde está a sua carona?

  ─ Aquele grande ônibus azul ali. Uma passagem semanal.— Foi o que eu pensei. — Ele sorriu para ela, e ela podia se sentir amolecendo.

Cedendo. Fraquejando de forma patética.Talvez eles devessem terminar aquilo de um jeito adequado.

— Tudo bem. — Zoe jogou os cabelos para trás e andou para fora do hospital, nadireção do estacionamento dos médicos, com a cabeça erguida, até que ele abriu a

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porta do carro e esperou que ela entrasse.— Trégua — disse ele, enquanto rebaixava o teto.Ela passou os dedos pelos cabelos. Ela realmente adorava aquele carro.— Eu não sabia que havia uma guerra.

  ─  Talvez uma pequena batalha... Mas tudo é justo no amor e na guerra. — Ele a

olhou, e aquele sorriso quase cínico a fez querer se inclinar e beijá-lo até que ele rissede verdade. Zoe suspirou diante da própria fraqueza. De volta à estaca zero com omagnetismo daquele homem.

Talvez ele a desejasse tanto quanto ela o desejava. Mas nenhum deles tinhafalado coisa alguma sobre amor.

— Eu acho que nós precisamos nos sentar e conversar. Porque há problemas emmeu passado que fazem com que eu me comporte de um jeito que às vezes, não metraz orgulho.

— Como no sábado à noite? Ter me largado como alguém larga uma batata

quente?— Hum — murmurou ele, dirigindo por cinco minutos em silêncio depois disso, até

que finalmente olhou para trás e parou no acostamento da estrada ao lado da praia.Depois de desligar o motor, eles permaneceram em silêncio por alguns segundos,observando as ondas.

Então ele se virou no assento e a encarou.— Eu abandonei o barco muito depressa diante do primeiro sinal que você deu de

que queria cair fora. Sinto muito.— Foi isso que você pensou? É tão inseguro assim?— Eu não sou nem um pouco inseguro se não gosto de alguém.Não era um jeito ruim de ser. Zoe imaginava ser igual. O pensamento de que ele

gostava dela aqueceu-a por dentro.— Eu não queria de fato cair fora. Apenas sofri de um pequeno episódio de medo.

De que se nosso relacionamento se tomasse muito sério, talvez eu nunca conseguisseexperimentar independência. Ou conhecer o mundo.

— A sua viagem daqui a seis meses? — Ele assentiu em sinal de compreensão. —Você ainda irá conhecer o mundo — Angus arqueou as sobrancelhas sugestivamente,como se para provocar uma reação dela. — Eu poderia te visitar.

Se ele estava procurando pela coisa certa a dizer, tinha chegado muito perto deencontrar. Ela poderia refletir sobre a ideia fantástica mais tarde. No entanto, haviamais do que isso naquela história.

— Fico um pouco irritada quando as pessoas tentam me proteger demais e meimpedir de fazer o que eu quero.

— Talvez eu pudesse aprender a confiar mais nos seus instintos? Contanto quevocê peça quando precisar de ajuda?

Aquilo parecia sério. E sensato.

— Eu poderia fazer isso.— E não é como se você também não tentasse proteger outras pessoas. E quantoà Tessa em trabalho de parto? Você não deixou de se preocupar ou de se certificar de

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que alguém cuidaria dela.Ele a pegara ali. Engraçado como Zoe nunca pensara nisso daquele ponto de vista.

  ─ Então, conte-me por que você abandonou o barco, como você disse.

CAPÍTULO DEZENOVE

Angus passou as mãos pelos cabelos, não parecendo feliz por ter de explorar ador do passado, e ela desejou poder ter evitado a pergunta.

— Eu comentei uma vez que fui criado em orfanatos.

Zoe assentiu com um gesto da cabeça. Lembrava-se daquilo.— Ficou bastante claro que você não queria falar sobre isso naquela noite.— Você foi sensível para perceber isso. Poucas mulheres teriam deixado o

assunto morrer, e eu gostei da sua consideração.— Então não fale sobre o assunto, se não quiser.— Esse seria o caminho mais fácil. — Angus deu de ombros. — Talvez você me

faça querer correr riscos...Zoe mordiscou o lábio. Devia ter sido difícil para ele dizer aquilo, e ela o admirou

por tamanha sinceridade.

Ele continuou:— Vamos apenas dizer que muitas famílias tentaram me adotar, mas eu não era oque eles queriam.

Zoe podia ouvir o tom de autodesprezo na voz dele, e queria estender o braço epegar sua mão. Mas temia que Angus nunca terminasse o que precisava dizer.

— Minha assistente social falava que o problema era a falta de sorte, e não eu,mas eu desenvolvi uma barreira protetora e uma habilidade para manter as pessoas àdistância. Ao que tudo indica isso não me tornou mais atraente.

Ele parecia muito atraente para ela.

— Isso eu já não sei.Mas agora ela entendia. Sentiu que as respostas se encaixavam no lugar. Bem,aquilo explicava o comportamento de Angus no sábado à noite. Um sinal dela de quetalvez não quisesse o relacionamento e ele estava fora em segundos.

Zoe pegou a mão dele agora. Uma mão que transmitia poder e segurança, emcontraste completo com a descrição da infância dele.

— Uma pequena mistura de nós dois pode ser a resposta.Angus sorriu para ela, e finalmente não havia autodesprezo. A visão a aqueceu.— É por isso que eu adoro estar com você. É como se você me entendesse. E a

sensação é incrível. Tenha um pouco de paciência comigo, enquanto eu tento confiar emvocê.

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Zoe nunca tivera aquele tipo de preocupação. Com ela era o oposto, na verdade.Sabia que a família a adorava, e eles só a protegiam porque se importavam. Talvezdevesse apenas aceitar a proteção da família.

Talvez precisasse da ajuda de Angus.— Então eu o abraçarei quando você precisar, e você pode me ajudar a ser mais

independente sem excluir a minha família.— Eu poderia fazer isso. Embora eu ainda não tenha certeza de que sou digno de

amor.Agora, por que ela achava que ele estava brincando?— Esse seria problema meu não seu.Angus deu um sorriso tão sexy que o desejo a inundou.— Então agora você irá me beijar?— Com todo prazer. — Parecia que com Angus, Zoe não precisaria tomar medidas

drásticas para levar uma vida excitante.

CAPÍTULO VINTE

Angus saiu do foyer do hospital com Zoe, na segunda-feira depois do turno dela.Ele tinha passado na ala da maternidade para se despedir de Tessa, mas ela saíraantes que ele chegasse lá.

Eles a encontraram do lado de fora do hospital, abraçada ao bebê, com lágrimasescorrendo pelo rosto. Zoe aproximou-se apressada de Tessa, e Angus a seguiu.

— Você parece arrasada. O que aconteceu?Tessa caiu em prantos.— Ele não está aqui. Falou que chegaria às 15h, mas Chase não veio. Disse que

estaria aqui quinze minutos atrás. — Angus queria estrangular o namorado dela.

Conhecia tão bem aquele sentimento.Tessa abraçou Bodie mais forte contra o peito.— Ele não me ama e não ama Bodie. E claro que não nos ama.Zoe olhou para Angus, e ele disse:— Eu levarei você e Bodie para casa.Zoe acrescentou:— É um carro fabuloso — Mas assim que ela acabou de falar, um homem grande,

coberto de tatuagens, correu na direção deles.Angus o encarou, até que viu que o homem estava prestes a chorar também.

Talvez contos de fadas realmente existissem. Angus deslizou o braço ao redor de Zoee deu um passo atrás quando o jovem forte tentou abraçar Tessa, ainda segurando um

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enorme coelho de pelúcia e um buquê de flores frescas.— Desculpe querida. Eu não conseguia fazer a cadeirinha de bebê caber no carro.Tessa fungou e deu um sorriso trêmulo, como se não pudesse acreditar que ele

estava lá.Zoe inclinou-se para frente, sem soltar a mão de Angus.

— Você deve ser Chase. Aqui. Deixe-me segurar isso por um segundo. — Ela pegouo coelho, que entregou para Angus. Em seguida, pegou as flores.

— Certo. — Chase olhou para Zoe brevemente, mas só tinha olhos para Tessa. —Querida. Eu amo você. E nosso menininho.

Angus apertou a mão de Zoe e ambos desviaram os olhos para esconder sorrisos.O Chase de Tessa era um homem doce. Em especial no que dizia respeito à mulher e aobebê deles.

Tessa voltou olhos úmidos para Zoe.— Minha carona está aqui, mas talvez o Dr. Angus, leve você para casa no carro

dele.Angus passou um braço ao redor de Zoe e apertou-a com carinho contra si, onde

ela se encaixava tão bem.— Talvez eu faça exatamente isso.Zoe arqueou as sobrancelhas.— E talvez eu lhe permita fazer isso.Dez minutos mais tarde, com o teto rebaixado, eles estavam estacionados sob

uma árvore, na praia favorita. Finalmente se separaram. Angus acariciou-lhe o rostocom os dedos enquanto se recostava, e o sorriso meigo dele fez Zoe sorrir de volta.

— Então, como eu consigo ser namorado de uma salva vida?Aquilo era fácil.— Continue me beijando assim.— E depois, para onde vamos daqui?Zoe sorriu.— Para qualquer lugar com um assento mais confortável.Sem hesitar, ele inclinou-se para frente e ligou o carro.— E eu que pensei que você apenas me amasse pelo meu carro.— Talvez eu ame o seu carro por sua causa?— Contanto que você me ame.Zoe o fitou. O homem lindo, incrível e um pouco inseguro, que sempre queria

fazer tudo certo para ela.— Mais a cada dia. Mas você terá de se acostumar com os rapazes. Talvez eu

tenha até mesmo de perdoá-los, porque eles me mantiveram em segurança para você.— Eles já são minhas pessoas favoritas. Depois de você...

FIMUMA DISPUTA DE DESEJO CAROLE MORTIMER

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— Quem é ela? — Perguntou Markos.Drakon telefonara para o escritório do primo Markos, alguns minutos antes e, no

momento se encontrava em um dos vários aposentos do apartamento de cobertura nodécimo terceiro andar do Edifício Lyonedes, no centro de Londres, onde ficava

sempre que vinha a trabalho da empresa em Nova York. É claro que Markos preferiamorar longe do local onde trabalhava todos os dias.

A atenção de Drakon estava concentrada na tela em preto e branco de um dosvários monitores de segurança à frente dele. Ele observava a jovem que andava de umlado para o outro, sem descanso, na sala para onde fora encaminhada minutos antespor Max Stanford, o chefe da segurança, após causar distúrbios na recepção dotérreo.

Era alta e esbelta, a blusa escura que vestia... Possivelmente preta ou marrom...Delineava os seios pequenos e empinados enquanto a calça jeans justa revelava o

ventre liso, a curva das nádegas e as pernas longas. Talvez tivesse cerca de vinte ecinco anos, e os cabelos lisos alcançavam os ombros... Seriam louros? O rosto dela erade uma beleza de tirar o fôlego: em formato de coração e dominado por olhos claros.Verdes? Azuis? Raio de tela preta e branca! Ela tinha um nariz pequeno e lábiossensuais.

Drakon fitou Markos, que viera se postar ao lado dele. A semelhança de família eo sangue grego eram evidentes nas feições fortes e na pele morena de ambos. Os doistinham cabelos negros e mais de um metro e oitenta de altura, sendo que, com trinta equatro anos, Markos era dois anos mais novo do que Drakon.

— Não tenho certeza — respondeu Drakon. — Max telefonou há alguns minutos eme perguntou o que eu queria que ele fizesse com ela — continuou. — Parece quequando a tirou da recepção ela apenas revelou que o sobrenome dela é Bartholomew eque não sairá do edifício até ter falado comigo ou com você... Mas de preferênciacomigo — acrescentou com secura.

Markos arregalou os olhos.— Acha que ela tem algum parentesco com Miles Bartholomew?— Pode ser filha dele.Drakon encontrara Miles Bartholomew várias vezes antes de ele falecer em um

desastre de carro havia seis meses, e sem dúvida, existia uma semelhança física entreMiles e a jovem na tela nesse momento.

— O que acha que ela quer? — Perguntou Markos com curiosidade.Os olhos escuros de Drakon se estreitaram enquanto fitava a mulher impaciente,

que andava de um lado para o outro, e ele apertou os lábios de maneira misteriosa.— Não faço a menor ideia. Mas quero descobrir.Markos arqueou as sobrancelhas.— Pretende conversar com ela pessoalmente?

Drakon sorriu sem humor diante da surpresa do primo.— Pedi que Max a trouxesse até aqui dentro de dez minutos. Espero que ela nãotenha feito um buraco naquele tapete caro até lá.

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Markos parecia pensativo.— Tem certeza de que é uma boa ideia diante de nossa relação atual com a jovem

e bela viúva Bartholomew?Drakon se virou de costas deliberadamente para a tela.— A alternativa de Max era prendê-la por intromissão e distúrbio da paz. Isso

iria garantir uma publicidade indesejada para a Lyonedes Enterprises e, pior ainda, terum efeito negativo no nosso relacionamento com Angela Bartholomew.

— Tem razão — concordou o primo. — Mas não estaremos abrindo um precedentediante dessa chantagem emocional?