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Fiscalização em bem-estar animal na perspectiva jurídica 2º Treinamento e Capacitação Nacional da CTBEA Brasília, 10-14 de julho de 2017 Dra. Carolina Maciel Advogada e Consultora Jurídica Ph.D em Direito e Política Internacional Mestre em Sociologia Política OAB/RS 104.924 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Comissão de Boas Práticas e Bem-estar Animal

Fiscalização em bem-estar animal na perspectiva jurídica · TRF-4 - APELAÇÃO EM ... (TRF-5) Data de publicação: 30/03/2010 Ementa: ... Apenas por prova inequívoca de inexistência

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Fiscalização em bem-estar animal na perspectiva jurídica

2º Treinamento e Capacitação Nacional da CTBEA Brasília, 10-14 de julho de 2017

Dra. Carolina Maciel Advogada e Consultora Jurídica Ph.D em Direito e Política Internacional Mestre em Sociologia Política OAB/RS 104.924

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Comissão de Boas Práticas e Bem-estar Animal

Ação fiscalizatória: exercício do poder de polícia

Consiste no poder de dar consentimento para o desempenho de uma atividade quando atendidas todas as prescrições normativas (Alvará) e o pode de sancionar as condutas contrárias as normas (Auto de Infração).

Considera-se Poder de Polícia a atividade da Administração Pública que:

limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,

regula a prática de ato ou abstenção de fato,

em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos

costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas

dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou

ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

A atividade fiscalizatória é um poder-dever do agente público!

Indisponibilidade do interesse público

Dentro dos limites da lei

Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.” ( art 78,

parágrafo único, CTN)

TRF-1 - APELAÇÃO CIVEL AC 34369 MG 1997.01.00.034369-9 (TRF-1) Data de publicação: 13/06/2002 Ementa: MULTA APLICADA PELO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA EM DECORRÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTO DE ORIGEM ANIMAL EM ESTABELECIMENTO VAREJISTA - FALTA DE ATRIBUIÇÃO - INVALIDADE. 1. A Lei nº 1.283 /50, cujo artigo 4º foi alterado pela Lei nº 7.889 /89, não

deferiu competência ao Ministério da Agricultura para fiscalizar estabelecimento varejista que comercializar produto de origem animal. Por isso, é ilícita a multa aplicada pela autoridade pública, ante a ausência da indispensável competência para a prática do ato.

2. Apelação provida.

“AUTO DE INFRAÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE MOTIVO COMO REQUISITO DO ATO. NÃO CONSUBSTANCIAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS FÁTICOS.

ARBITRARIEDADE. NULIDADE. Para que, efetivamente, se revista do atributo da presunção de legitimidade, o ato administrativo deve se alicerçar na expressão de seu motivo, qual seja, o pressuposto de fato e/ou de direito que autoriza a sua prática, quer na forma vinculada ou em decorrência do poder discricionário do Administrador. No caso em apreço, revelam-se todos os pressupostos de direito que legitimariam a prática do ato, ora repudiado. Contudo, não é possível extrair dos autos os elementos fáticos que, ao confronto com a norma jurídica suscitada, ensejariam a legitimidade do auto de infração imposto à Recorrente. Não se verificando, in casu, os pressupostos de fato que, efetivamente, justificariam o ato punitivo em questão (subordinação jurídica, vínculo empregatício, ausência de registro de empregados de fato) constata-se que o mesmo padece de vício de motivação, estando sujeito à anulação, em decorrência do controle externo do Judiciário. Conclusivamente, extrai-se do processo que o auto de infração consistiu em ato administrativo desmotivado e, portanto, arbitrário, razão pela qual deve ser anulado.” (Processo nº. 00227-2006-114-03-00-3 RO – 3ª Região – Oitava Turma – Juiza Relatora Maria Cecília Alves Pinto – DJ/MG 24/03/2007)

TRF-4 - APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA AMS 1140 SC 2004.72.00.001140-0 (TRF-4)

Data de publicação: 22/08/2007

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS. DECRETO Nº 96.044 /88. VÍCIO FORMAL NO AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DO INFRATOR E APLICAÇÃO DE PENALIDADE EXCLUSIVA DE TRANSPORTADOR AO EMBARCADOR DA MERCADORIA. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO ASSINADA PELO EXPEDIDOR SUPRIDA PELA DECLARAÇÃO IMPRESSA. NULIDADE. 1. Existência de vício formal no Auto de Infração do qual não consta a identificação do

infrator, bem como aplica conduta disposta no art. 45, I, 'b', do Decreto nº 96.044 /88 ao embarcador da mercadoria quando a regra prevê pena ao transportador.

2. Classificação genérica do objeto transportado (monômero de estireno) como produto do grupo 27A (líquidos e gases não incluídos em regulamento específico), diante da falta de regulamento específico.

3. Ausência de declaração assinada pelo expedidor esclarecendo o adequado acondicionamento do produto para suportar os riscos normais de carregamento, descarregamento e transporte (art. 22 , 'c', do Decreto 96.044 /88) suprida pela declaração impressa, na forma da Portaria nº 261, de 11/04/89, do Ministério dos Transportes.

TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 50562735720134047000 PR 5056273-57.2013.404.7000 (TRF-4) Data de publicação: 11/02/2015 Ementa: ADMINISTRATIVO. AÇÃO ORDINÁRIA. AUTO DE INFRAÇÃO EMITIDO PELO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. ANULAÇÃO. ESPECIFICAÇÕES DA INFRAÇÃO E PENALIDADE. INTIMAÇÃO DA DILIGÊNCIA. CONTRAPROVA. IRREGULARIDADES NÃO CONFIGURADAS. AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. Hipótese em que o autuado teve perfeito conhecimento da imputação que lhe fora atribuída, tendo, portanto, completa condição de exercer adequadamente sua defesa. Além do mais, os fundamentos normativos e a irregularidade foram adequadamente especificados, não se vislumbrando a inviabilidade do exercício do direito de defesa alegada pela autora. A submissão ao regime de inspeção permanente e a ciência do representante da empresa lançada no relatório de inspeção dispensam a intimação para a diligência, motivo pelo qual não se reconhece a nulidade do auto de infração. - A contraprova é imprescindível nos casos de análise laboratorial realizada fora do estabelecimento interessado, quando se torna necessária para garantir o direito ao contraditório, que ficaria inviabilizado com o reconhecimento da infração sem qualquer controle por parte da empresa autuada, o que não é o caso dos autos.

TRF-5 - Apelação Civel AC 494262 PE 0010524-94.2009.4.05.8300 (TRF-5) Data de publicação: 30/03/2010 Ementa: ADMINISTRATIVO. MULTA APLICADA EM FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL. LEI Nº 1.283 /1950. DECRETO Nº 30.691 /1952. LEI Nº 7.889 /1989. I. Inexiste ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório quando a aplicação de penalidade por órgão da Administração Pública for precedida de regular instauração de processo administrativo. II. Não há qualquer nulidade em se considerar como infratora a conduta tipificada nos arts. 794, 834, 877, 878, item "5" e 879, alínea c item "1" do Decreto nº. 30.691 /52, que regulamentou a Lei nº 1.283 /1950, sendo possível se verificar da narrativa dos fatos descritos no auto de infração que a tipificação corresponde aos dispositivos legais mencionados (importar e distribuir produtos de origem animal fraudado e de origemdesconhecida, com rótulo falsificado, sem registro e sem autorização do DIPOA/ MAPA.). III. A sanção aplicada (multa) encontra amparo legal (Lei nº. 7.889 /89). O ato normativo autoriza o Ministério competente a aplicar multas emanadas funcionando assim dentro do poder de polícia, que é faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade e do próprio Estado. IV. Apelação improvida.

TRF-4 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO APELREEX 50103643120144047202 SC 5010364-31.2014.404.7202 (TRF-4) - Data de publicação: 29/02/2016 Ementa: ADMINISTRATIVO. AUTO DE INFRAÇÃO. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. VENDA DE SEMENTES DE SOJA. LEI 11.711 /2003. DECRETO 5.553/2004. MULTA. - O auto de infração constitui ato administrativo dotado de imperatividade, presunção relativa de legitimidade e de legalidade, com a admissão de prova em contrário. Apenas por prova inequívoca de inexistência dos fatos descritos no auto de infração, atipicidade da

conduta ou vício em um de seus elementos componentes (sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade) poderá ser desconstituída a autuação. O ato fiscalizatório pressupõe a instauração de procedimento específico, com notificação do interessado, oportunizando-se ainda que ele produza provas e exerça plenamente seu direito de defesa. Inviável, assim, a imposição sumária de penalização, pois deve ser observado o que dispõe o artigo 5º , inciso LV da Constituição Federal . - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem como uma de suas funções padronizar os métodos de elaboração de produtos de origem animal e vegetal, motivo pelo qual regulamenta e fiscaliza as atividades das empresas produtoras de sementes. - Uma vez demonstrado que o procedimento administrativo respeitou os princípios da ampla defesa e do contraditório ao oportunizar a defesa do autuado, bem como não ocorreu qualquer ilegalidade, não há falar em anulação do auto de infração. - O valor da multa aplicada tem previsão no art. 199 do Decreto 5.153 /04, estando dentro da margem de discricionariedade conferida à Administração pelo referido diploma.

Auto de Infração

Requisitos de validade

1. Competência

2. Finalidade

3. Forma

4. Motivo

5. Objeto Invalidação

Auto de Infração

Requisitos de validade

1. Competência 2. Finalidade 3. Forma 4. Motivo 5. Objeto

COMPETÊNCIA

Requisito que impõe a necessidade de o agente reunir competência legal ou regulamentar para a prática do ato.

Entes Federativos - tem competência compartilhada (artigo 23 da CF) VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas VII – preservar as florestas, a fauna e a flora

Competência dos AFFA para fiscalizar elementos relacionados ao BEA: - Decreto 8852 de 2016 – estrutura regimental - Lei 10883 de 2004 – auditor fiscal federal agropecuário - Decreto 9013 de 2017 – novo RIISPOA

DECRETO 8.852 de 20 de setembro de 2016 ANEXO I

ESTRUTURA REGIMENTAL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

CAPÍTULO III DAS COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS

Art. 18. À Secretaria de Defesa Agropecuária compete: h) da fiscalização do bem-estar animal;

Art. 24. Ao Departamento de Saúde Animal compete: d) fiscalização do bem-estar animal;

Art 3º são atribuições dos titulares do cargo de AFFA, no âmbito do MAPA, em todo território nacional:

(I) defesa sanitária animal e vegetal

(II) inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal

(IV) ... fiscalização das atividades hípicas e turfísticas

(IX) fiscalização do trânsito de animais vivos

(X) lavrar auto de infração, de apreensão e de interdição de estabelecimentos e

produtos, quando constatarem o descumprimento de obrigação legal relacionada com as

atribuições descritas neste artigo;

(XIII) as demais atividades inerentes a competência do MAPA, que lhes forem

atribuídas em regulamento

Lei 10.883 de 2004 (com redação dada pela Lei 13.324/2016)

define as competências dos ocupantes dos cargos da carreira de Auditor Fiscal Federal Agropecuário

Decreto 9.013 de 2017 inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal

Art. 12. A inspeção e a fiscalização industrial e sanitária de produtos de origem animal abrangem, entre outros, os seguintes procedimentos:

I - inspeção ante mortem e post mortem das diferentes espécies animais;

II - verificação das condições higiênico-sanitárias das instalações, dos equipamentos e do

funcionamento dos estabelecimentos;

III - verificação da prática de higiene e dos hábitos higiênicos pelos manipuladores de

alimentos;

IV - verificação dos programas de autocontrole dos estabelecimentos;

[...]

VIII - avaliação do bem-estar dos animais destinados ao abate;

Auto de Infração

Requisitos de validade

1. Competência 2. Finalidade 3. Forma 4. Motivo 5. Objeto

2. FINALIDADE proteger o interesse público

3. FORMA em regra, escrita

Decreto 9013/2017 – RIISPOA Art. 521. O auto de infração será lavrado por Auditor Fiscal Federal Agropecuário que houver constatado a infração, no local onde foi comprovada a irregularidade ou no órgão de fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Art. 523. O auto de infração será lavrado em modelo próprio a ser estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

IN 32/2010 – define os modelos de documentos, bem como as devidas finalidades, a serem adotados no exercício da fiscalização de bebidas, fermentados acéticos, vinho e derivados da uva e do vinho e de suas matérias primas.

Art. 6º O auto de infração tem por finalidade lavrar a ocorrência de infração, iniciando o processo administrativo de apuração de infração que deverá observar os ritos e prazos legais previstos nos Decretos nº 6.871, de 2009, e Decreto nº 99.066, de 1990. § 1º O auto de infração deverá ser lavrado no ato da fiscalização e deverá relatar fielmente o fato constitutivo da infração, contendo indicação do dispositivo legal infringido. § 2º No caso de duas ou mais infrações verificadas na mesma ação fiscalizadora, os fatos constitutivos deverão ser discriminados individualmente no mesmo auto de infração. § 3º O auto de infração decorrente de irregularidade detectada por meio de análise laboratorial deverá ser lavrado com base no resultado definitivo da análise laboratorial, de acordo com a regulamentação específica, contida nos decretos mencionados no caput deste artigo. § 4º Deverá ser anexado ao processo uma cópia do resultado definitivo da análise laboratorial.

Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-

Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Paraná

JANAINA HAMMERSCHMIDT

Orientadora: Profa. Dra. Carla Molento

DE LAUDO DE AVALIAÇÃO SITUACIONAL EM BEM-ESTAR ANIMAL

Auto de Infração

Requisitos de validade

1. Competência 2. Finalidade 3. Forma 4. Motivo 5. Objeto

4. MOTIVO (ou causa)

são as circunstâncias de fato E os fundamentos jurídicos

SITUAÇÃO FÁTICA

DISPOSITIVO LEGAL

RIISPOA - Art. 522. O auto de infração deve ser claro e preciso, sem rasuras nem emendas, e deve descrever a infração cometida E a base legal infringida.

IN 32/2010 – artigo 6º - § 1º O auto de infração deverá ser lavrado no ato da fiscalização e deverá relatar fielmente o fato constitutivo da infração, contendo indicação do dispositivo legal infringido.

Auto de Infração

Requisitos de validade

1. Competência 2. Finalidade 3. Forma 4. Motivo 5. Objeto

5. OBJETO Efeito jurídico imediato

http://www.ibama.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=825&Itemid=748#oquee

CONTROLE JUDICIAL

Excesso OU

desvio de poder

Devido

processo legal

1. a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;

5. a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;

Auto de Infração

Requisitos de validade

1. Competência 2. Finalidade 3. Forma 4. Motivo 5. Objeto

2. o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.”

3. o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;

4. a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,

proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas

estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos

administrados;

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos,

nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada

aplicação retroativa de nova interpretação.

Lei 9784/1999 – regula o processo administrativo no âmbito da Adm. Púb. Federal

2.1. Procedimentos de abate humanitário: É o conjunto de diretrizes técnicas e científicas que garantam o bem-estar dos animais desde a recepção até a operação de sangria

3.6. A recepção deve assegurar que os animais não sejam acuados, excitados ou maltratados; 3.7. Não será permitido espancar os animais ou agredi-los, erguê-los pelas patas, chifres, pelos, orelhas ou cauda, ocasionando dores ou sofrimento; 3.8. Os animais devem ser movimentados com cuidado. Os bretes e corredores por onde os animais são encaminhados devem ser concebidos de modo a reduzir ao mínimo os riscos de ferimentos e estresse. Os instrumentos destinados a conduzir os animais devem ser utilizados apenas para esse fim e unicamente por instantes. Os dispositivos produtores de descargas elétricas apenas poderão ser utilizados, em caráter excepcional, nos animais que se recusem mover, desde que essas descargas não durem mais de dois segundos e haja espaço suficiente para que os animais avancem. As descargas elétricas, com voltagem estabelecidas nas normas técnicas que regulam o abate de diferentes espécies, quando utilizadas serão aplicadas somente nos membros;

IN 03/2000 – Regulamento técnico de métodos de insensibilização para o abate humanitário de animais e açougue

RIISPOA TÍTULO VI DAS ÇONDIÇÕES GERAIS DO ESTABELECIMENTO

CAPÍTULO I – DAS INSTALAÇÕES E DOS EQUIPAMENTOS

Art. 43. Os estabelecimentos de carnes e derivados, respeitadas as particularidades tecnológicas cabíveis, também devem dispor de: I - instalações e equipamentos para recepção e acomodação dos animais, com vistas ao atendimento dos preceitos de bem-estar animal, localizados a uma distância que não comprometa a inocuidade dos produtos;

RIISPOA TÍTULO VI DAS ÇONDIÇÕES GERAIS DO ESTABELECIMENTO CAPÍTULO III – DAS OBRIGAÇOES DOS ESTABELECIMENTO

Art. 74. Os estabelecimentos devem dispor de programas de autocontrole desenvolvidos, implantados, mantidos, monitorados e verificados por eles mesmos, contendo registros sistematizados e auditáveis que comprovem o atendimento aos requisitos higiênico-sanitários e tecnológicos estabelecidos neste Decreto e em normas complementares, com vistas a assegurar a inocuidade, a identidade, a qualidade e a integridade dos seus produtos, desde a obtenção e a recepção da matéria-prima, dos ingredientes e dos insumos, até a expedição destes.

§ 1º Os programas de autocontrole devem incluir o bem-estar animal, quando aplicável, as BPF, o PPHO e a APPCC, ou outra ferramenta

equivalente reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

RIISPOA TÍTULO V - DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA

CAPÍTULO I – DA INSPEÇAO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE CARNES E DERIVADOS

Art. 88. O estabelecimento é obrigado a adotar medidas para

evitar maus tratos aos animais e aplicar ações que visem à proteção e ao bem-estar animal, desde o embarque na origem até o momento do abate.

SEÇÃO I – DA INPSEÇÃO ANTE MORTEM

SEÇÃO II – DO ABATE DOS ANIMAIS

Art. 103. É proibido o abate de animais que não tenham permanecido em descanso, jejum e dieta hídrica, respeitadas as particularidades de cada espécie e as situações emergenciais que comprometem o bem-estar animal. Parágrafo único. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá parâmetros referentes ao descanso, ao jejum e à dieta hídrica dos animais em normas complementares.

RIISPOA TÍTULO XI - DAS RESPONSABILIDADES, DAS MEDIDAS CAUTELARES, DAS INFRACÕES, DAS

PENALIDADES E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO II – DAS INFRAÇÕES

Art. 496. Constituem infrações ao disposto neste Decreto, além de outras previstas: VIII - desobedecer ou inobservar os preceitos de bem-estar animal dispostos neste Decreto e em normas complementares referentes aos produtos de origem animal;

Muito obrigada pela

atenção

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