Fisiologia Do Sistema Digestivo

Embed Size (px)

Citation preview

Fisiologia do Sistema Digestivo O Aparelho digestivo ou sistema digestrio, como recomenda a nova nomenclatura, composto de uma srie de rgos tubulares interligados formando um nico tubo que se estende desde a boca at o nus. Recobrindo este tubo h um tipo de "pele" chamado de mucosa. Na cavidade oral (boca) , estmago e intestino delgado a mucosa contm pequenas glndulas que produzem lquidos especficos utilizados na digesto dos alimentos. H dois rgos digestivos slidos , o fgado e o pncreas, que tambm produzem lquidos utilizados na digesto , estes lquidos chegam ao intestino delgado atravs de pequenos tubos. Outros sistemas apresentam um importante papel no funcionamento do aparelho digestivo como o sistema nervoso e sistema circulatrio (sangneo). Porque a Digesto Importante? Os alimentos como so ingeridos no esto no formato que o corpo pode aproveit-los. Devem ser transformados em pequenas molculas de nutrientes antes de serem absorvidos no sangue e levados s clulas para sua nutrio e reproduo. Este processo chama-se de digesto. Como o Alimento Digerido ? A digesto ocorre atravs da mistura dos alimentos, movimento destes atravs do tubo digestivo e decomposio qumica de grandes molculas de alimento para pequenas molculas. Inicia-se na cavidade oral atravs da mastigao e se completa no intestino delgado. O processo qumico se diferencia para cada tipo de alimento. O Trnsito dos Alimentos Atravs do Tubo Digestivo. Os rgos digestivos tubulares contm msculos que possibilitam dar movimento s suas paredes. Este movimento (peristalse) pode impulsionar e misturar os alimentos com os sucos digestivos. O movimento peristltico como uma onda do mar , promovendo uma rea estreitada que empurra o alimento para baixo at o final do rgo. O primeiro movimento o da deglutio. Apesar de podermos controlar quando engolimos algo, a partir deste momento h uma reao em cadeia de movimentos involuntrios controlados pelo sistema nervoso. O esfago o rgo ao qual os alimentos so impulsionados aps a deglutio. Ele comunica a cavidade oral ao estmago. Sua nica funo transportar o alimento ao estmago. Ao nvel da juno do esfago com o estmago , h uma estrutura valvular que permanece fechada entre os dois rgos. Com a aproximao do alimento esta vlvula se abre permitindo a passagem do alimento ao estmago. O alimento ento entra no estmago, que tem trs funes mecnicas bsicas. A primeira como reservatrio do alimento , funo realizada pela parte superior do estmago que relaxa sua musculatura e aumenta sua capacidade. A segunda funo realizada pela parte inferior do estmago misturando os alimentos com o suco digestivo produzido pelo estmago. E finalmente a terceira a de liberar os alimentos (esvaziamento gstrico) , j parcialmente digeridos para o intestino delgado. Este processo ocorre lentamente. Vrios fatores afetam o esvaziamento gstrico como o tipo de alimento, ao da musculatura do estmago e a capacidade do intestino delgado de receber mais alimentos parcialmente digeridos. Quando o bolo alimentar chega ao intestino delgado ele sofre a ao do suco digestivo produzido pelo pncreas, fgado e intestino e impulsionado para frente para dar espao a mais alimento vindo do estmago.

Ao final todos os nutrientes digeridos so absorvidos atravs da parede do intestino delgado . A parte no digerida que so as fibras e restos celulares da mucosa do intestino. Este material levado ao intestino grosso (clon) mantendo-se l por um dia ou dois at as fezes serem expelidas pelo movimento do intestino grosso at a evacuao. Produo de Sucos Digestivos As glndulas do sistema digestivo so essenciais no processo da digesto. Elas produzem tando os sucos que degradam os alimentos como tambm os hormnios que controlam todo o processo. As primeiras glndulas so as que esto na cavidade oral ( glndulas salivares) . A saliva produzida por essas glndulas , contm uma enzima que inicia o processo da digesto , agindo sobre o amido presente nos alimentos degradando-o a molculas menores. O prximo grupo de glndulas encontram-se na mucosa do estmago. Produzem o cido e enzimas que digerem as protenas. O cido produzido no estmago capaz de digerir todos os alimentos que chegam ao estmago , porm no afeta o prprio estmago devido a mecanismos especiais de proteo que este rgo tem. Aps os esvaziamento gstrico , o alimento j parcialmente digerido com o suco gstrico vai para o intestino delgado encontrar mais dois sucos digestivos para continuar o processo da digesto. Um deles produzido pelo pncreas que contm enzimas capaz de digerir carboidratos , gordura e protenas. Outra parte produzida pelas glndulas do prprio intestino. O fgado produz ainda outro suco digestivo: a bile. A bile armazenada na vescula biliar e durante as refeies esta " se espreme" liberando-a atravs de ductos para o intestino. Ao atingir o alimento a bile tem como principal funo desmanchar as gorduras para serem digeridas pelas enzimas produzidas pelo pncreas e intestino. Absoro e Transporte dos Nutrientes As molculas digeridas dos alimentos , como tambm a gua e sais minerais , so absorvidos na poro inicial do intestino delgado. O material absorvido atravessa a mucosa e atinge o sistema sanguneo e levado a outras partes do corpo para ser armazenado ou sofrerem outras modificaes qumicas. Este processo varia de acordo com o tipo de nutriente. Carboidratos: A grande maioria dos alimentos contm carboidratos . Bons exemplos so o po, batatas , massas, doces, arroz, futas e vegetais. Muitos destes alimentos contm amido , que pode ser digerido e tambm fibras que no so digeridas. O carboidratos digeridos so decompostos em molculas menores por enzimas encontradas na saliva, no suco pancretico e no intestino delgado. O amido digerido em duas etapas : Sofrendo a ao da saliva e do suco pancretico , o amido transformado em molculas chamadas de maltose; em seguida , uma enzima encontrada no intestino delgado chamada maltase, degrada a maltose em molculas de glicose. A glicose pode ser absorvida para a corrente sangnea atravs da mucosa do intestino. Uma vez na corrente sangnea , a glicose vai para o fgado onde armazenada ou utilizada para promover energia para o funcionamento do corpo. O acar comun tambm um carbohidrato que precisa ser digerido para ser utilizado. Uma enzima encontrada no intestino delgado degrada o acar em glicose e frutose , ambos absorvidos pelo intestino. O leite contm outro acar chamado lactose. A lactose sofre a ao da lactase no intestino delgado transformando-se em molculas absorvveis.

Protenas: Alimentos como carne, ovos , e gros contm grandes molculas de protenas que precisam ser digeridas antes de serem utilizadas para reparar e construir os tecidos orgnicos. No estmago h uma enzima que incia a degradao das protenas. A digesto finalizada no intestino delgado pelo suco pancretico e intestino propriamente dito. O produto final das protenas absorvido pelo intestino delgado e encaminhado ao organismo pela corrente sangunea. utilizado para a construo das paredes e diversos componentes das clulas.

Gorduras: Molculas de gordura so uma grande fonte de energia para o corpo. Como se sabe a gordura no se mistura com a gua, portanto o primeiro passo para a digesto de gorduras transformao da mesma em produtos que possam ser misturados com a gua (hidrossolveis). Os cidos biliares produzidos pelo fgado atuam diretamente sobre as gorduras como detergentes permitindo a ao das enzimas sobre as gorduras transformando-as em molculas menores de cidos graxos e colesterol. Os cidos biliares combinados com os cidos graxos e colesterol permitem a passagem das molculas pequenas atravs das clulas do intestino. As molculas pequenas depois transformam-se novamente em molculas maiores e so transportadas atravs de vasos linfticos do abdomen at o trax onde ento so despejadas na circulao sangnea para serem armazenadas nas diferentes partes do corpo.

Vitaminas: Outra parte vital dos nossos alimentos que absorvida pelo intestino delgado so as vitaminas. Existem dois tipos de vitaminas: as que so dissolvidas pela gua ou hidrossolveis ( todo o complexo B e vitamina C) e as que so dissolvidas pela gorduar ou lipossolveis ( A, D, E e K). Como o Processo Digestivo Controlado? Hormnios reguladores

No estmago a liberao de cido clordrico feita atravs do estmulo da clula (parietal) produtora de cido que est presente apenas na poro do corpo e fundo gstrico. Este estmulo feito atravs da gastrina , histamina e acetil-colina. Um dos aspectos fascinantes do sistema digestivo a de autoregulao. A grande maioria dos hormnios que controlam as funes do sistema digestivo so produzidas e liberadas pelas clulas da mucosa do estmago e intestino delgado. Estes hormnios so liberados na corrente sangnea vo at o corao e retornam ao sistema digestivo onde estimulam a liberao de dos sucos digestivos e os movimentos dos rgos. Os principais hormnios que controlam a digesto so a gastrina, a secretina e a colecistoquinina (CCK) : Gastrina : estimula a produo de cido do estmago para dissolver e digerir alguns alimentos. tambm fundamental para o crescimento da mucosa gstrica e intestinal. Secretina: estimula o pncreas liberando o suco pancretico que rico em bicarbonato . Estimula o estmago a produzir pepsina , uma enzima encarregada de digerir protenas. Tambm estimula o fgado a produzir bile. CCK : estimula o crescimento celular do pncreas e a produo de suco pancretico. Provoca o esvaziamento da vescula biliar.

O SISTEMA DIGESTRIOO sistema digestrio humano formado por um longo tubo musculoso, ao qual esto associados rgos e glndulas que participam da digesto. Apresenta as seguintes regies; boca, faringe, esfago, estmago, intestino delgado, intestino grosso e nus.

A parede do tubo digestivo, do esfago ao intestino, formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventcia.

BOCAA abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo a boca. A encontram-se os dentes e a lngua, que preparam o alimento para a digesto, por meio da mastigao. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaos, misturando-os saliva, o que ir facilitar a futura ao das enzimas.

Caractersticas dos dentes

Imagem: http://www.webciencia.com/11_06dente.htm

Os dentes so estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandbula, cuja atividade principal a mastigao. Esto implicados, de forma direta, na articulao das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguneos do centro de qualquer dente esto protegidos por vrias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, a substncia mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa at a raiz, est situada uma camada de substncia ssea chamada dentina. A cavidade pulpar ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente gengiva e mandbula, na estrutura e composio qumica assemelha-se ao osso; dispe-se como uma fina camada sobre as razes dos dentes. Atravs de um orifcio aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguneos, nervos e tecido conjuntivo.

Tipos de dentesEm sua primeira dentio, o ser humano tem 20 peas que recebem o nome de dentes de leite. medida que os maxilares crescem, estes dentes so substitudos por outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes so de trs tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares. Os incisivos tm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrs dele, h trs peas dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma nica cspide pontiaguda. Em seguida, h dois dentes chamados prmolares, cada um com duas cspides. Atrs ficam os molares, que tm uma superfcie de mastigao relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos.

Imagem: http://www.webciencia.com/11_06dente.htm

A lngua

A lngua movimenta o alimento empurrando-o em direo a garganta, para que seja engolido. Na superfcie da lngua existem dezenas de papilas gustativas, cujas clulas sensoriais percebem os quatro sabores primrios: amargo (A), azedo ou cido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinao resultam centenas de sabores distintos. A distribuio dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfcie da lngua, no homognea.

As glndulas salivares

A presena de alimento na boca, assim como sua viso e cheiro, estimulam as glndulas salivares a secretar saliva, que contm a enzima amilase salivar ou ptialina, alm de sais e outras substncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacardeos (como o glicognio), reduzindo-os em molculas de maltose (dissacardeo). Trs pares de glndulas salivares lanam sua secreo na cavidade bucal: partida, submandibular e sublingual:

Glndula partida - Com massa variando entre 14 e 28 g, a maior das trs; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilho da orelha. Glndula submandibular - arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glndula sublingual - a menor das trs; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.

Imagem: www.webciencia.com/11_11glandula.htm

O sais da saliva neutralizam substncias cidas e mantm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente cido (6,7), ideal para a ao da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, empurrado pela lngua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esfago, impulsionado pelas ondas peristlticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esfago. Atravs dos peristaltismo, voc pode ficar de cabea para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegar ao intestino. Entra em ao um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratrias. Quando a crdia (anel muscular, esfncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estmago.

FARINGE E ESFAGO

A faringe, situada no final da cavidade bucal, um canal comum aos sistemas digestrio e respiratrio: por ela passam o alimento, que se dirige ao esfago, e o ar, que se dirige laringe. O esfago, canal que liga a faringe ao estmago, localiza-se entre os pulmes, atrs do corao, e atravessa o msculo diafragma, que separa o trax do abdmen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorre-lo.Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimdia.

ESTMAGO E SUCO GSTRICO

O estmago uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das ltimas costelas. um rgo muscular que liga o esfago ao intestino delgado. Sua funo principal a digesto de alimentos proticos. Um msculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estmago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que no se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando est vazio, tem a forma de uma letra "J" maiscula, cujas duas partes se unem por ngulos agudos.Imagem: www.webciencia.com/11_09estom.htm

Segmento superior: o mais volumoso, chamado "poro vertical". Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estmago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade. Segmento inferior: denominado "poro horizontal", est separado do duodeno pelo piloro, que um esfncter. A borda direita, cncava, chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, dita grande curvatura. O orifcio esofagiano do estmago o crdia. As tnicas do estmago: o estmago compe-se de quatro tnicas; serosa (o peritnio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gstrico). Quando est cheio de alimento, o estmago torna-se ovide ou arredondado. O estmago tem movimentos peristlticos que asseguram sua homogeneizao. O estmago produz o suco gstrico, um lquido claro, transparente, altamente cido, que contm cido clordrico, muco, enzimas e sais. O cido clordrico mantm o pH do interior do estmago entre 0,9 e 2,0. Tambm dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentao mecnica iniciada pela mastigao. A pepsina, enzima mais potente do suco gstrico, secretada na forma de pepsinognio. Como este inativo, no digere as clulas que o produzem. Por ao do cido clordrico, o pepsinognio, ao ser lanado na luz do estmago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digesto de protenas.

A pepsina, ao catalizar a hidrlise de protenas, promove o rompimento das ligaes peptdicas que unem os aminocidos. Como nem todas as ligaes peptdicas so acessveis pepsina, muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima so oligopeptdeos e aminocidos livres. A renina, enzima que age sobre a casena, uma das protenas do leite, produzida pela mucosa gstrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel o de flocular a casena, facilitando a ao de outras enzimas proteolticas.

Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimdia.

A mucosa gstrica recoberta por uma camada de muco, que a protege da agresso do suco gstrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as clulas da mucosa estomacal so continuamente lesadas e mortas pela ao do suco gstrico. Por isso, a mucosa est sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfcie estomacal seja totalmente reconstituda a cada trs dias. Eventualmente ocorre desequilbrio entre o ataque e a proteo, o que resulta em

inflamao difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (lceras gstricas). A mucosa gstrica produz tambm o fator intrnseco, necessrio absoro da vitamina B12. O bolo alimentar pode permanecer no estmago por at quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gstrico, auxiliado pelas contraes da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilquida, o quimo. Passando por um esfncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digesto.

INTESTINO DELGADOO intestino delgado um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de dimetro e pode ser dividido em trs regies: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e leo (cerca de 1,5 cm). A poro superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfncter muscular da parte inferior do estmago pela qual este esvazia seu contedo no intestino. A digesto do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras pores do jejuno. No duodeno atua tambm o suco pancretico, produzido pelo pncreas, que contm diversas enzimas digestivas. Outra secreo que atua no duodeno a bile, produzida no fgado e armazenada na vescula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares tm ao detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotculas). O suco pancretico, produzido pelo pncreas, contm gua, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sdio. O pH do suco pancretico oscila entre 8,5 e 9. Sua secreo digestiva responsvel pela hidrlise da maioria das molculas de alimento, como carboidratos, protenas, gorduras e cidos nuclicos. A amilase pancretica fragmenta o amido em molculas de maltose; a lpase pancretica hidrolisa as molculas de um tipo de gordura os triacilgliceris, originando glicerol e lcool; as nucleases atuam sobre os cidos nuclicos, separando seus nucleotdeos.

Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimdia.

O suco pancretico contm ainda o tripsinognio e o quimiotripsinognio, formas inativas em que so secretadas as enzimas proteolticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases no digerem suas clulas secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinognio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas clulas da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que por sua vez contribui para a converso do precursor inativo quimiotripsinognio em quimiotripsina, enzima ativa.

A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptdios, transformando-os em oligopeptdeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligaes peptdicas especficas ao longo das cadeias de aminocidos. A mucosa do intestino delgado secreta o suco entrico, soluo rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas a enteroquinase. Outras enzimas so as dissacaridades,

que hidrolisam dissacardeos em monossacardeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entrico h enzimas que do seqncia hidrlise das protenas: os oligopeptdeos sofrem ao das peptidases, resultando em aminocidos.Suco digestivo Saliva Suco gstrico Enzima Ptialina Pepsina Quimiotripsina Tripsina Amilopepsina Rnase Dnase Lipase pH timo neutro cido Substrato polissacardeos protenas Produtos maltose oligopeptdeos

Suco pancretico

alcalino protenas peptdeos alcalino protenas peptdeos alcalino polissacardeos maltose alcalino RNA ribonucleotdeos alcalino DNA desoxirribonucleotdeos alcalino lipdeos glicerol e cidos graxos alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino oligopeptdeos oligopeptdeos dipeptdeos maltose sacarose lactose aminocidos aminocidos aminocidos glicose glicose e frutose glicose e galactose

Carboxipeptidase Aminopeptidase Dipeptidase Suco intestinal ou entrico Maltase Sacarase Lactase

No intestino, as contraes rtmicas e os movimentos peristlticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este atacado pela bile, enzimas e outras secrees, sendo transformado em quilo. A absoro dos nutrientes ocorre atravs de mecanismos ativos ou passivos, nas regies do jejuno e do leo. A superfcie interna, ou mucosa, dessas regies, apresenta, alm de inmeros dobramentos maiores, milhes de pequenas dobras (4 a 5 milhes), chamadas vilosidades; um traado que aumenta a superfcie de absoro intestinal. As membranas das prprias clulas do epitlio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscpicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado tambm absorve a gua ingerida, os ons e as vitaminas.

Imagem: www.webciencia.com/11_13intes.htm

Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguneos do intestino passam ao fgado para serem distribudos pelo resto do organismo. Os produtos da digesto de gorduras (principalmente glicerol e cidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fgado, como ocorre com outros nutrientes. Nas clulas da mucosa, essas substncias so reagrupadas em triacilgliceris (triglicerdeos) e envelopadas por uma camada de protenas, formando os quilomcrons, transferidos para os vasos linfticos e, em seguida, para os vasos sangneos, onde alcanam as clulas gordurosas (adipcitos), sendo, ento, armazenados.

INTESTINO GROSSO

o local de absoro de gua, tanto a ingerida quanto a das secrees digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de lquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de gua das secrees. Glndulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trnsito e eliminao pelo nus.

Imagem: www.webciencia.com/11_14intest.htm

Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, clon ascendente, clon transverso, clon descendente, clon sigmide e reto. A sada do reto chama-se nus e fechada por um msculo que o rodeia, o esfncter anal. Numerosas bactrias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentcios no assimilveis, reforar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactrias estranhas, geradoras de enfermidades. As fibras vegetais, principalmente a celulose, no so digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retm gua, sua presena torna as fezes macias e fceis de serem eliminadas. O intestino grosso no possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente s absorve gua, em quantidade bastante considerveis. Como o intestino grosso absorve muita gua, o contedo intestinal se condensa at formar detritos inteis, que so evacuados.

GLNDULAS ANEXASPncreasO pncreas uma glndula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na ala formada pelo duodeno, sob o estmago. O pncreas formado por uma cabea que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreo externa dele dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal coldoco na ampola de Vater. O pncreas comporta dois rgos estreitamente imbricados: pncreas excrino e o endcrino.

Imagem: www.webciencia.com/11_17pancreas.htm

O pncreas excrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas cinos. Os cinos pancreticos esto ligados atravs de finos condutos, por onde sua secreo levada at um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digesto. O pncreas endcrino secreta os hormnios insulina e glucagon, j trabalhados no sistema endcrino.

Fgado

o maior rgo interno, e ainda um dos mais importantes. a mais volumosa de todas as vsceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfcie lisa e recoberta por uma cpsula prpria. Est situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimdia.

O tecido heptico constitudo por formaes diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de clulas hepticas ou hepatcitos, rodeadas por canais diminutos (canalculos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatcitos. Estes canais se unem para formar o ducto heptico que, junto com o ducto procedente da vescula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu contedo no duodeno. As clulas hepticas ajudam o sangue a assimilar as substncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esterides, estrgenos e outros hormnios. O fgado um rgo muito verstil. Armazena glicognio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipdios ou de protenas, e lipdios a partir de carboidratos ou de protenas. Sintetiza tambm o colesterol e purifica muitos frmacos e muitas outras substncias. O termo hepatite usado para definir qualquer inflamao no fgado, como a cirrose. Funes do fgado:

Secretar a bile, lquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ao da lipase; Remover molculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicognio, que armazenado; nos momentos de necessidade, o glicognio reconvertido em molculas de glicose, que so relanadas na circulao; Armazenar ferro e certas vitaminas em suas clulas; Metabolizar lipdeos; Sintetizar diversas protenas presentes no sangue, de fatores imunolgicos e de coagulao e de substncias transportadoras de oxignio e gorduras; Degradar lcool e outras substncias txicas, auxiliando na desintoxicao do organismo; Destruir hemcias (glbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.