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30/03/2017
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Fitopatologia Aplicada –Introdução, Princípios de
Controle
Agronomia – 5º período
Professor: João Eduardo Ribeiro da Silva
Centro Universitário do Triângulo Fitopatologia
• Palavra de origem grega (Phyton = planta,pathos = doença, logos = estudo)
Definição
• Doença (do latim dolorem) – Enfermidade emque o indivíduo padece de dor física, sentedor
• Moléstia (do latim molestiam) – reaçãofisiológica prejudicial, causada pela açãocontínua de um fator causal primário, exibidaatravés de sintomas
Doença de Planta
• Mal funcionamento de células e tecidos dohospedeiro que resulta de sua contínuairritação por um agente patogênico ou fatorambiental e que conduz ao desenvolvimentode sintomas. Doença é uma condiçãoenvolvendo dano parcial ou morte da plantaou de suas partes (AGRIOS, 1988).
Fatores que Influenciam a Doença
Patógeno
Hospedeiro Ambiente
Doença
Controle de Doenças
• Whetzel et al. (1925) – “prevenção dosprejuízos de uma doença”
– Quais são os principais prejuízos? Quantidade ouqualidade?
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Controle de Doenças
• Fawcetti e Lee (1926) – “na prevenção e notratamento de doenças deviam ser sempreconsiderados a eficiência dos métodos e oscustos dos tratamentos, sendo que osmétodos empregados deveriam custar menosque os prejuízos causados”.
Controle de Doenças
• Atualmente: redução na incidência ouseveridade da doença
• Necessário conhecer a etiologia da doença e aeficiência dos métodos de controle - Etiologiaé um ramo de estudo destinado a pesquisar aorigem e a causa de um determinadofenômeno.
Controle de Doenças
• Controle de doenças
– visa a redução na incidência e na severidade
– deve ter conotação econômica e biológica
Incidência X Severidade
• Incidência - a porcentagem (freqüência) deplantas doentes ou partes de plantas doentesem uma amostra ou população
• Severidade - é a porcentagem da área ou dovolume do tecido doente (sintomas e ousinais visíveis)
Incidência Severidade
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Severidade Lei do Mínimo - Liebig
• O desenvolvimento de uma planta ficarálimitado por aquele fator faltoso oudeficitário, mesmo que todos os outroselementos ou fatores estejam presentes
Lei do Mínimo - Liebig Doença de Planta
• Obs.: Doença não é o patógeno! Não se deve referir ao agente causal como doença.
Ferrugem da Soja Phakopsora pachyrhizi
Doença X Injúria
• Doença:
– Fenômeno biológico
– Interferência em processos fisiológicos da planta
– Interferência prejudicial à planta
– Processo contínuo
Doença X Injúria
• Injúria
– Ação momentânea, passageira, transitória
– Ação de um fator físico-mecânico ou químico sobre a planta
– Ex.: ferimento por tesoura de poda, canivete, facão, granizo ou deficiência de nutrientes.
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Injúria (doença abiótica)Controle de Doenças Bióticas
(Patógeno x Hospedeiro) – Princípios
de Whetzel
• Exclusão: prevenir a entrada do patógeno em área ainda não infestada
• Erradicação: eliminar o patógeno impedindo o seu estabelecimento
• Proteção: impedir o contato direto da planta com o patógeno
• Imunização: promover a resistência da planta
• Terapia: recuperar a planta doente
Princípios de Whetzel
Controle Ciclo Patógeno/Hospedeiro
Exclusão Disseminação
Erradicação Sobrevivência
Proteção Inóculo e penetração
Imunização Infecção e colonização
Terapia Após a infecção, colonização e reprodução
Princípios de Marchionato (1949)
• Regulação: alterar o ambiente visandodesfavorecer a ocorrência da doença – açãohumana contra o patógeno
• Evasão: envolve táticas de fuga à doença –fuga geográfica, época do ano, profundidadede plantio.
Princípios de Controle Princípios de Controle
• Berger (1977) – sugeriu três estratégias paraminimizar os prejuízos de uma doença
– Eliminas ou reduzir o inóculo inicial ou atrasar oseu aparecimento
– Diminuir a taxa de desenvolvimento da doença
– Encurtar o período de exposição da cultura aopatógeno
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Princípios de Controle
• O controle de doenças sob o ponto de vistaepidemiológico está associado com a reduçãoquantitativa do patógeno e daincidência/severidade da doença
Exclusão
• Impedir a entrada do patógeno em área nãoinfestada
• Medida de controle: quarentena
– Proibição com base na legislação
– Fiscalização alfandegária
– Interceptação de material vegetal
Exclusão: Alfândegas Exclusão: Alfândegas
Exclusão
• Diculdades:
– Facilidade de meios de transporte
– Aumento do intercambio internacional
– Exemplos de insucesso: Plantas pertencentes à famíliaRubiácea trouxeram a ferrugem do cafeeiro (Hemileia
vastatrix) (1970 no sul da Bahia); plantas cítricastrouxeram o cancro cítrico (Xanthomonas axonopodis)(1957 através de material vindo do Japão)
Exclusão
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Exclusão -Nacional/Regional/Estadual/Local
• Nacional (Brasil):
exemplo – cancro cítrico
– Proibição de material cítrico nas regiõesadjacentes às produtoras (SP)
– Programa de Matrizes de Citrus – Secretaria deAgricultura do Estado de São Paulo
Exclusão
• Produtor (Local):
– Uso de sementes sadias, tratamento da água, limpeza de ferramentas
– Descarte de sementes e mudas contaminadas
Eficiência do controle por Exclusão
• Depende da legislação específica
• Conscientização dos produtores
• Formas de disseminação do patógeno
• Patógenos disseminados a curta distânciapodem ser controlados por exclusão
– Cancro cítrico – controlável
– Ferrugem do café – não controlável – esporos sedisseminam facilmente pelo vento
Erradicação
• Eliminação de um patógeno de uma área que foi introduzido
• Caráter Absoluto:
• Visa impedir o estabelecimento de um patógeno que foi recém introduzido
• Sucesso das medidas depende:– Baixa capacidade de disseminação– Gama restrita de hospedeiros– Atuação em áreas limitadas (viabilidade econômica)
Erradicação
• Caráter relativo:
• Visa reduzir o inóculo do patógeno
• Tratamento de sementes, rotação de culturas,eliminação (restos culturais, hospedeirossilvestres, plantas doentes)
Erradicação
• Exemplo: Solarização (temperatura de 50-72⁰C eliminam patógenos)
• Limitação:
– Custo
– Pequenas áreas
– Terreno não cultivado
– Época do ano
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Erradicação
• Solarização
• Eficaz contra patógenos de solo; Fusarium
spp., Rizhoctonia spp., Sclerotium spp.,
Verticillium spp., nematóides bactérias desolo.
Erradicação
Solarização e biofumigação no controle de murcha bacterianaem tomateiro (Ralstonia solanacearum)
Erradicação
Solarização, adubação química e orgânica no controle denematóides em alface sob cultivo protegido
Erradicação
• Rotação de culturas
– Sistema de monocultura estimula o patógeno
– Objetivo: reduzir a quantidade de inóculo (erradicação relativa)
– Mecanismo: estímulo à competição
– Estratégia: Substituição do hospedeiro principal, eliminação de restos de cultura
Erradicação
Rotação de Culturas
Evasão
• Fuga em relação ao patógeno ou ambientefavorável ao patógeno
– Recomendado inicialmente na ausência devariedades resistentes ao patógeno
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Evasão
• Escolha da área de plantio (local isento aopatógeno)
– Ex.: Mosaico do mamoeiro – Pará tem, mas nãotem em Bahia e SP
– Ex2.: Mal da seringueira – presente no centro-suldo Brasil
– Ex3.: Nordeste – bom p/ produção de manga, uvae melão em qualidade e quantidade
Evasão
Mosaico do mamoeiro (VMM) Mal da seringueira (Microcyclus ulei)
Evasão
• Práticas culturais:
– Tipo de solo, profundidade de plantio, prevençãode ferimentos
• Época de plantio: fugir da época comcondições climáticas que favoreça o patógeno
– Vira cabeça do tomate – não plantar de outubro afevereiro – época favorece o vetor
Evasão
Vira cabeça do tomateiro (TSWV, TCSV, GRSV, CSNV – espécies do gênero tospovírus)
Transmissão por Tripes (vetor)
Regulação
• Prevenção da doença pela alteração dosfatores ambientais
– Bastante utilizada na conservação de alimentos(resfriamento) e sementes (secagem)
– Manejo das condições ambientais visando ocontrole de doenças, através da ação do homem
Regulação
• Principais medidas:– Adequação das condições de solo
– Controle de temperatura e umidade
– Equilíbrio da nutrição mineral
– Emprego de práticas culturais
– Exemplos de doenças e condições favoráveis:Hérnia das crucíferas (pH baixo); sarna dabatatinha (pH elevado); fusariose (excesso de P eN, com deficiência de Ca)
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Regulação
Hérnia das crucíferas (Plasmodiophora brassicae)
Sarna (bactérias Streptomices)
pHpH
RegulaçãoCalcio e boro na occorencia de podridão apical em tomate deestufa - doença abiótica – fisiológica
Regulação
• Conservação de frutos pós-colheita: Rhizopus,
Penicillium
• Secagem de grão: Penicillium, Aspergillus
Regulação
Proteção
• Visa impedir o contato direto entre opatógeno e o hospedeiro
– Utilização de produtos químicos: fungicidas,bactericidas, inseticidas (controle de vetores)
Proteção
• Fatores a serem considerados:
– Viabilidade econômica: cultura, custo deaplicação, custo do produto versusincidência/severidade da doença
– Características do produto:
Alta toxidez ao patógeno
Estabilidade no ambiente
Baixa toxidez para a planta, homem e ambiente
Especificidade elevada – menor desequilíbrio
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Imunização
• Baseada na resistência oferecida pela plantaatacada pelo patógeno – plantas imunes,resistentes ou tolerantes
– Características: planta impede a pré-penetração,penetração, infecção, colonização ou multiplicaçãodo patógeno
Imunização
• Química:
– Acúmulo de produto tóxico no tecido vegetal
– Produto químico induz a planta a produzirsubstâncias tóxicas (ex.: compostos fenólicos)
– Imunização (resistência) adquirida – “ResistênciaSistêmica Adquirida” – SAR
Aplicação de ácido salicílico ativam os genes deresistência: β-1-2-glucanases, quitinases e outros
Imunização
• Biológica: é a inoculção prévia do hospedeirocom;
– microorganismos antagônicos (fungos/bactérias);
– vírus (pré-imunizãção) – estirpe fraca (ex.: tristezado citrus – pré-imunização das copas)
Imunização
• Genética: características de resistênciapresentes nas população vegetal
– Vantagens: pode dispensar outras medidas decontrole
– Desvantagens: pode levar à perda deprodutividade ou de valor comercial do produto
Terapia
• Visa curar ou recuperar a planta doente
• Medidas de controle:
– Eliminar o patógeno, com o uso de produtos químicos sistêmicos e não sistêmicos
– Tratamento térmico de estruturas vegetativas
– Favorecer a reação do hospedeiro contra o patógeno
Terapia