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VINTE TODO DIA FIXCICLANDO 17

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DIREITO DO TRABALHOResumão do ponto do dia: para não esquecer mais

Pontos abordados:

17. Empregador: conceito, caracterização. Empresa e estabelecimento. Grupo econômico para fins trabalhistas. Situações de responsabilização empresarial. Cartório não oficializado. Sucessão de empregadores. Caracterização. Efeitos. Solidariedade. Cadeias produtivas e proteção ao traba-lho. Responsabilidade por verbas trabalhistas. Responsabilidade do empregador e entes do grupo econômico. Responsabilidade civil do empregador. Responsabilidade do sócio. Teoria da desconsi-deração da personalidade jurídica. Consórcio de empregadores.

18. Poderes diretivo, regulamentar, fiscalizatório e disciplinar. Limites ao poder potestativo. Abuso de direito do empregador e suas consequências. Formas modernas de controle e fiscalização do trabalho.

19. Terceirização no Direito do Trabalho: características e efeitos jurídicos. Terceirização lícita e ilícita. Intermediação de mão-de-obra. Trabalho temporário. Fraudes. Pejotização. Entes estatais e terceirização. Responsabilidade subsidiária e solidária. Saúde e segurança do trabalhador. Especifi-cidade da Administração Pública.

20. Contrato de emprego: denominação, conceito, classificação, caracterização, morfologia e elementos integrantes. Obrigações principais e acessórias dos sujeitos contratantes. Normas gerais de tutela do trabalho. Identificação profissional.

21. Modalidades de contratos de emprego. Contratos por tempo indeterminado. Tipos de contratos a termo. Contrato de experiência e período de experiência. Contrato de emprego e contratos afins. Diferenças entre contratos de trabalho e prestação de serviços autônomos, emprei-tada, representação comercial, mandato, sociedade, facção e parceria. Micro empreendedor indivi-dual, pessoa jurídica e relação de emprego. Pré-contratações: requisitos para configuração, efeitos, direitos decorrentes, hipótese de perdas e danos. Indenização pela perda de uma chance. Profissões com regulamentação especial.

22. Formas de invalidade do contrato de emprego. Nulidades: total e parcial, absoluta e relativa. Trabalho ilícito e trabalho proibido. Efeitos da declaração de nulidade. Fraudes na relação de empre-go. Coação sobre trabalhadores. Colusão. Lide simulada. Fraude decorrente de sucessão, falência e recuperação judicial de empregadores. Utilização indevida de Tribunal arbitral, de Comissão de Conciliação Prévia e de órgãos de mediação. Vícios de consentimento na relação de emprego.

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EMPREGADOR

A CLT conceitua a figura jurídica do empregador nos seguintes termos:

Art. 2° Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1° Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

O comando normativo trouxe a menção ao empregador como empresa. O conceito de empresa é norteado por uma atividade exercida por uma pessoa, que pode ser empresário individual ou pessoa jurídica. Quem celebra contrato de trabalho não é empresa e sim a pessoa física ou jurídica, que desen-volve a empresa. Critica-se o conceito, também, por considerar equiparados a empregador outras pessoas que, na verdade, são autênticos empregadores.

Prevalece na doutrina que o conceito de empregador decorre do conceito de empregado, isto é, sempre que um trabalhador ofereça a outrem sua energia de trabalho, nos limites da relação de empre-go (com pessoalidade, não eventualidade, onerosidade, subordinação e alteridade), o tomador de seus serviços será empregador, independentemente de sua natureza jurídica (pessoa física, pessoa jurídica ou mesmo ente despersonificado).

De acordo com Homero Batista (2018, p. 39), “muito esforço já foi empreendido para associar o patrão com os riscos da atividade econômica, mas, nesse caso, ficariam de fora os empregadores que não produzem bens e serviços, bem como seria difícil de enquadrar como empregadores as famílias, as entidades assistenciais e a própria administração pública. Indo direto ao ponto: a única forma segura de se definir empregador é apresentar o conceito a partir da figura do empregado. Como o empregado é a pessoa física passível de ser definida com alguns atributos, conforme delineamento do art. 3º da CLT, pode-se afirmar que empregador é aquele que admite trabalhadores como empregados. Ou seja, pode haver vários tipos de trabalhadores, mas onde houver um trabalhador-empregado, ali haverá um empre-gador”.

São características do empregador (ou, ainda, efeitos jurídicos decorrentes de sua existência) a sua despersonalização e a assunção dos riscos do empreendimento e do próprio trabalho contratado.

Em regra, o empregado se vincula ao empreendimento, e não à pessoa do empregador, permitindo assim que se afirme que a mudança subjetiva na empresa (mudança dos sócios, por exemplo) não afetará os contratos de trabalho vigentes. Logo, em relação à pessoa do empregador predomina a impessoalida-

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de, o que viabiliza a aplicação concreta do princípio da continuidade da relação de emprego.

Ao atribuir exclusivamente ao empregador os riscos do empreendimento (art. 2°), a CLT proíbe sejam distribuídos eventuais prejuízos entre os empregados. O contrato de trabalho não é um contrato de resultado, e sim um contrato de prestação (atividade).

SUCESSÃO DE EMPREGADORES

A sucessão é a entrega da empresa, ou seja, não é a venda simples do estabelecimento e nem do maquinário, é a entrega do negócio, do comércio, da empresa. O que ocorre é a transferência do negó-cio, clientela, equipamentos, banco de dados, marca, etc.

Os arts. 10 e 448 da CLT asseguram que a alteração na estrutura jurídica ou na propriedade da empresa não prejudica em nada os contratos de trabalho dos empregados oriundos da época anterior à alteração subjetiva, nos seguintes termos:

Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

#REFORMATRABALHISTA. A Lei 13.467/2017 introduziu dispositivo na CLT específico sobre a respon-sabilidade da empresa sucessora:

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

O fundamento principiológico desse entendimento encontra-se nos princípios da continuidade da relação de emprego, o princípio da despersonalização da figura do empregador (só há pessoalidade em relação à figura do empregado) e, por fim, o princípio da intangibilidade objetiva do contrato individual de trabalho (manutenção das cláusulas mesmo com a sucessão, porque o contrato não pode ser altera-do).

• REQUISITOS

a) Alteração na estrutura jurídica ou na propriedade da empresa (transferência do estabele-

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cimento): A alteração da estrutura jurídica da empresa pode se dar a qualquer título, bastando que reste modificado subjetivamente o polo passivo (correspondente ao empregador). Da mesma forma, caracte-riza a sucessão de empregadores a transferência apenas parcial de uma empresa.

b) Continuidade da atividade empresarial: Somente se pode falar em sucessão de emprega-dores se a atividade empresarial não sofre solução de continuidade com a alteração da estrutura jurídica ou da propriedade. De acordo com Henrique Correia (2018, p. 322), “após a sucessão, o sucessor deverá dar continuidade ao empreendimento, sem que fique paralisado por muito tempo. Destaca-se que essa continuidade de refere à manutenção da mesma atividade-fim exercida pelo sucedido, não havendo prazo mínimo ou máximo para que isso ocorra, o que será aferido pela utilização do critério da razoabi-lidade. Se aquele que adquire o estabelecimento não prosseguir com nenhuma atividade empresarial, ou se alterar a atividade-fim, não há sucessão, ainda que os empregados sejam os mesmos no mesmo local de trabalho”.

ATENÇÃO: Atualmente, a continuidade da prestação de serviços não é considerado pela doutrina e jurisprudência um requisito para a sucessão.

#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA

OJ 225, SDI-I/TST: Celebrado contrato de concessão de serviço público em que uma empresa (primei-ra concessionária) outorga a outra (segunda concessionária), no todo ou em parte, mediante arren-damento, ou qualquer outra forma contratual, a título transitório, bens de sua propriedade:

I - Em caso de rescisão do contrato de trabalho APÓS a entrada em vigor da concessão, a segunda concessionária, na condição de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do contrato de traba-lho, sem prejuízo da responsabilidade subsidiária da primeira concessionária pelos débitos trabalhis-tas contraídos até a concessão;

II - No tocante ao contrato de trabalho extinto ANTES da vigência da concessão, a responsabilidade pelos direitos dos trabalhadores será EXCLUSIVAMENTE da antecessora.

OJ 411, SDI-I/TST: O sucessor NÃO responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão.

OJ 92 SDI-I/TST. Em caso de criação de novo município, por desmembramento, cada uma das novas entidades responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no período em que figurarem como real empregador.

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Súmula nº 430 do TST. Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua privatização.

OJ 261 SDI-I/TST. As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica sucessão trabalhista.

Por fim, vale destacar que a existência de cláusula de não responsabilização na sucessão, presente no contrato civil de transferência do negócio, não tem efeitos perante os contratos de trabalho.

• SÓCIO RETIRANTE

A Reforma Trabalhista regulamentou a figura do sócio retirante no art. 10-A da CLT, que compreen-de aquele que se retira da sociedade mediante notificação prévia aos demais sócios, devendo ocorrer alteração no contrato social da empresa.

O sócio retirante responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio. Para a responsabilização do sócio, será necessário que a recla-mação trabalhista seja ajuizada no período de até 2 anos depois de averbada a modificação do contrato.

Art. 10-A, CLT. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da socieda-de relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:

I - a empresa devedora;

II - os sócios atuais; e

III - os sócios retirantes.

Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar compro-vada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

GRUPO ECONÔMICO

O grupo econômico é instituto trabalhista que prevê a solidariedade das empresas integrantes de um conglomerado empresarial em relação aos créditos trabalhistas dos empregados de qualquer das empresas do grupo. Gera um efeito garantidor do crédito trabalhista, que é denominado solidariedade

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passiva.

A sustentação legal da figura do grupo econômico é encontrada tanto no art. 2°, § 2°, da CLT, quan-to no art. 3°, § 2°, da Lei n° 5.889/1973 (Lei do Trabalho Rural).

(CLT) Art. 2° (…)

§2º: Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a confi-guração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. (NR)

(Lei n° 5.889/1973) Art. 3° (…)

§ 2° Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidariamen-te nas obrigações decorrentes da relação de emprego.

A partir da criação da figura legal da solidariedade passiva, a jurisprudência desenvolveu a ideia de solidariedade ativa decorrente do grupo econômico, segundo a qual cada uma das empresas integrantes do grupo econômico pode usufruir da energia de trabalho dos empregados de qualquer uma das empre-sas do grupo, sem que com isso se formem necessariamente diversos contratos de trabalho simultâneos.

Súmula 129 TST. A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

ATENÇÃO: O efeito da solidariedade ativa no grupo econômico é também chamado de “teoria do empregador único”, no sentido de que todas as empresas integrantes do grupo econômico são empre-gadoras (ou mesmo um único empregador) de todos os empregados de quaisquer delas, tanto sob o aspecto passivo (garantir os créditos trabalhistas) quanto sob o aspecto ativo (usufruir da energia de trabalho do empregado).

Contudo, a Reforma Trabalhista trouxe nova redação para o §2º, fazendo com que, atualmente, haja debate na doutrina sobre a manutenção ou não da solidariedade ativa.

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ANTES DA REFORMA APÓS A REFORMA

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurí-dica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra ativi-dade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente respon-sáveis a empresa principal e cada uma das

subordinadas.

§ 2º. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurí-dica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. (Redação dada pela Lei

nº 13.467, de 2017)

Antes da Reforma, a redação sobre a responsabilidade era no sentido de que a responsabilidade solidária dá-se “para efeitos da relação de emprego”, o que fazia com que o entendimento predominante fosse pela solidariedade passiva (em relação às obrigações decorrentes do vínculo) e também ativa (teoria do empregador único). Todavia, com a Reforma, o texto celetista passou a preceituar que as empresas serão solidariamente responsáveis “pelas obrigações decorrentes da relação de emprego”, o que tem feito parte da doutrina entender que agora não há mais que se falar em solidariedade ativa, mas apenas passiva.

• CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO

Do texto celetista, depreende-se que o primeiro requisito de um grupo é a pluralidade de empresas.

O segundo aspecto a ser considerado é que não há formalidade para a formação do grupo, ou seja, não há necessidade de preenchimento de uma característica formal para que se possa concluir pela existência de grupo de empregadores.

O terceiro aspecto a ser avaliado: a existência de relação subordinação ou coordenação. No texto original da CLT, o grupo é formado pela relação entre uma empresa que coordena as demais, em relação de subordinação (grupo vertical). Na lei do rural, o art. 3°, §2° (Lei 5889/73) já previa a possibilidade de formação de grupo econômico mediante uma relação de coordenação (grupo horizontal).

Com a Reforma Trabalhista e a nova redação do §2º, agora a CLT adota expressamente os dois tipos de grupos econômicos (por coordenação e por subordinação) para fins de solidariedade. Dessa forma, há formação de grupo econômico se houver relação de hierarquia entre as empresas integrantes ou, ainda que exista certa autonomia, se houver demonstração de interesse integrado, efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta das empresas.

Ainda, conforme preceitua o novo §3º do art. 2º da CLT, não haverá caracterização do grupo econômico apenas pela mera identidade de sócios entre as empresas, sendo necessária a demonstração

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do preenchimento de três requisitos: interesse integrado, a efetivação comunhão de interesses e a atua-ção conjunta das empresas integrantes.

Art. 2°, § 3° Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

CONSÓRCIO DE EMPREGADORES

O consórcio de empregadores é a reunião de empregadores para contratação de empregados, a fim de que estes prestem serviços a todos os integrantes do consórcio, na medida de suas necessidades. A figura surgiu no meio rural, como solução para a questão da informalidade, adaptando os interesses dos empregadores rurais à necessidade de proteção do trabalhador que se ativa no campo. A partir do consórcio, diversos empregadores se reúnem para dividir os custos decorrentes da contratação formal de empregados.

A figura do consórcio de empregadores rurais foi positivada com o acréscimo do art. 25-A à Lei n° 8.212/1991, nos seguintes termos:

Art. 25-A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos.

§ 1° O documento de que trata o caput deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equivalente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de cada um dos produtores rurais.

§ 2° O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outor-gados os poderes, na forma do regulamento.

§ 3° Os produtores rurais integrantes do consórcio de que trata o caput serão responsáveis solidários em relação às obrigações previdenciárias.

Principais características:

- Os integrantes do consórcio de empregadores são solidariamente responsáveis pelas obrigações previdenciárias em relação a seus empregados;

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- A figura do consórcio cria a solidariedade ativa, isto é, os empregados são empregados de todos os integrantes do consórcio, indistintamente;

- A CTPS do empregado deverá ser anotada por uma das pessoas físicas integrantes do consórcio, cujo nome será acrescido da expressão “e outros”;

- O consórcio deve ser obrigatoriamente formalizado por documento registrado no cartório de títulos e documentos, do qual deverá constar expressamente a cláusula de solidariedade, nos moldes do art. 265 do CCB.

Embora a lei trate sobre consórcio de empregadores rurais, a doutrina menciona que não há impe-dimento para a existência de consórcio de empregadores urbanos.

PODERES DO EMPREGADOR

O poder empregatício decorre do contrato de trabalho, consistindo no conjunto de prerrogativas conferidas ao empregador para a direção da prestação dos serviços.

• PODER DIRETIVO

É o poder de dirigir a organização da estrutura e do espaço interno da empresa, bem como do processo de trabalho, pelo qual o empregador comanda a energia de trabalho do empregado no sentido que melhor lhe aproveite.

» Uniformes: logomarcas e higienização

Cabe ao empregador determinar o uniforme que o empregado deve utilizar, sempre no atendimen-to aos interesses de sua empresa. A jurisprudência do TST tinha o entendimento majoritário de que o uso de uniforme com marcas de fornecedores e propaganda de produtos, sem consentimento, configurava dano à imagem do empregado, sendo cabível indenização por danos morais ao trabalhador.

Contudo, de acordo com o novo art. 456-A da CLT, acrescentado pela Reforma Trabalhista, é direito do empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente de trabalho, sendo lícita a inclusão no uniforme dos empregados de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada:

Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.

Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipó-

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teses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.

Ademais, de acordo com o parágrafo único do art. 456-A da CLT, a higienização do uniforme é, em regra, de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes daqueles usados para a limpeza de vestimentas de uso comum.

• PODER REGULAMENTAR

É o poder de fixar regras gerais a serem seguidas no âmbito da empresa. São exemplos de exercício do poder regulamentar a instituição do regulamento interno de empresa, as circulares, as ordens de servi-ço e mesmo as ordens diretas (verbais ou escritas) dadas pelo empregador ao empregado, diretamente ou através de prepostos.

Prevalece que tais regras não se enquadram no conceito de norma jurídica, tendo natureza de cláu-sulas contratuais, as quais, como atos unilaterais, aderem ao contrato de trabalho.

Ao regulamento interno da empresa aplica-se o princípio da condição mais benéfica, segundo o qual as condições mais benéficas nele previstas aderem ao contrato individual de trabalho. Há relação direta com o princípio da inalterabilidade contratual lesiva, previsto no art. 468 da CLT.

Art. 468, CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Atualmente, com o advento da Reforma Trabalhista, estabeleceu-se que convenção e acordo cole-tivo poderão dispor sobre regulamento empresarial.

Art. 611, CLT Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.

VI - regulamento empresarial;

• PODER FISCALIZATÓRIO

É o poder de vigilância em relação ao ambiente interno da empresa e a prerrogativa que tem o empregador de fiscalizar o modo de prestação dos serviços. São exemplos do poder fiscalizatório quais-quer formas de controle do ambiente de trabalho, como revistas pessoais, monitoramento por vídeo câmeras, monitoramento de e-mail, detector de metais, controle de horário, entre outros.

O poder fiscalizatório deve sempre ser realizado com a observância do princípio da dignidade da

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pessoa humana e dos direitos fundamentais à intimidade e à vida privada, sob pena de o empregador ser obrigação a indenizar o empregado por danos morais.

#QUESTÕES POLÊMICAS:

» MONITORAMENTO DO E-MAIL DO EMPREGADO: Como regra geral, a tendência é que seja aceito o monitoramento do e-mail, desde que seja e-mail corporativo e que o empregador tenha avisado previamente o empregado acerca da possibilidade de controle e/ou não tenha permitido (expressa ou tacitamente) o uso do e-mail também para fins pessoais.

Neste caso, aplica-se o critério da ponderação de interesses, pois a intimidade do empregado conflita com a segurança da empresa (direito de propriedade), ao passo que o empregado pode utilizar o e-mail para fins ilícitos, como divulgação de material relacionado à pedofilia, por exemplo, ocasionando incalculáveis prejuízos, materiais e imateriais, à empresa.

Ao contrário, se o e-mail for pessoal, não pode o empregador monitorá-lo. Este é o entendimento que tem prevalecido na jurisprudência do TST.

» REVISTA PESSOAL: Não há que se confundir revista pessoal com revista íntima. A revista íntima é expressamente vedada pela lei.

Dispõe o inciso VI do art. 373-A da CLT que é vedado “proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias”. Observe-se que o dispositivo se refere expressamente à mulher, mas, a partir dos princípios da isonomia e da dignidade da pessoa humana, pode-se dizer que se dirige a qualquer trabalhador, independentemente do sexo. Esse é o entendimento da doutrina ampla-mente majoritária.

A revista pessoal, por sua vez, é normalmente admitida, desde que a atividade assim o recomende, bem como desde que não seja abusiva, isto é, não lesione a intimidade do empregado. Há que se obser-var, entretanto, que deverá o empregador, sempre que possível, se valer de meios alternativos à revista pessoal, como, por exemplo, sistema de monitoramento por vídeo.

Também é importante observar que locais expressamente destinados ou reservados ao empregado não podem ser objeto de revista. Dessa maneira, os armários individuais para guarda de objetos pessoais, de disponibilização obrigatória conforme o item 24.2.1 da NR-24, não podem ser revistados pelo empre-gador. Ademais, os vestiários e banheiros também não podem ser monitorados por circuito interno de vídeo.

Finalmente, em abril/2016, foi promulgada a Lei n° 13.271/2016, que estabelece a proibição de revis-tas íntimas de funcionários e clientes do sexo feminino por empresas privadas e órgãos e entidades da Administração Pública:

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Art. 1° As empresas privadas, os órgãos e entidades da administração pública, direta e indireta, ficam proibidos de adotar qualquer prática de revista íntima de suas funcionárias e de clientes do sexo feminino.

Art. 2° Pelo não cumprimento do art. 1°, ficam os infratores sujeitos a: · I - multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao empregador, revertidos aos órgãos de proteção dos direitos da mulher; II - multa em dobro do valor, estipulado no inciso 1, em caso de reincidência; independentemente da indenização por danos morais e materiais e sanções de ordem penal.

• PODER DISCIPLINAR

É o poder que o empregador tem de aplicar punições aos empregados em caso de descumprimen-to de suas obrigações contratuais. Decorre do dever de obediência do empregado em relação às ordens emanadas pelo empregador, tendo em vista a subordinação jurídica que marca a relação entre ambos.

A CLT adota o critério taxativo ao prever hipóteses específicas em que a conduta do empregado é considerada infração punível.

Art. 482, CLT. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:

a) ato de improbidade;

b) incontinência de conduta ou mau procedimento;

c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando consti-tuir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;

d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;

e) desídia no desempenho das respectivas funções;

f) embriaguez habitual ou em serviço;

g) violação de segredo da empresa;

h) ato de indisciplina ou de insubordinação;

i) abandono de emprego;

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

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l) prática constante de jogos de azar.

*m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. Nova hipótese inserida pela Lei nº. 13.46 de 2017. REFORMA TRABALHISTA.

Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devida-mente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.

Como regra, são aplicáveis três espécies de penalidades ao empregado faltoso:

- Advertência (verbal ou escrita);

- Suspensão disciplinar (por até 30 dias);

- Demissão motivada ( justa causa).

Obs.: Se a suspensão disciplinar por estipulada por mais de 30 dias, configurar-se-á rescisão indireta do contrato de trabalho.

Art. 474, CLT. A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na resci-são injusta do contrato de trabalho.

Quando da aplicação da punição disciplinar, devem ser observados pelo empregador diversos requisitos, a saber: tipicidade, gravidade, autoria, dolo ou culpa, adequação entre a falta e a pena aplica-da, proporcionalidade, imediaticidade (sob pena de configuração de perdão tácito), singularidade (non bis in idem), ausência de discriminação, gradação de penalidades.

» Multa por descumprimento do acordado em trabalho intermitente (reforma trabalhista)

A Reforma Trabalhista criou hipótese de multa que pode ser aplicado ao empregado contratado para prestação de trabalho intermitente. De acordo com o art. 443, § 3°, da CLT, o trabalho intermitente compreende o contrato de trabalho, cuja prestação dos serviços ocorre com subordinação, mas não é contínua, havendo alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade.

Art. 452-A, CLT. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.

§ 1º. O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de servi-ços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.

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§ 2º. Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.

§ 3º. A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho inter-mitente.

§ 4º. Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.

TERCEIRIZAÇÃO

A terceirização é a transferência, pela tomadora, de parte da atividade da empresa para outra empresa, que presta serviços terceirizados.

Na terceirização desloca-se o foco da tradicional relação bilateral entre empregador e empregado, criando verdadeira relação trilateral, abrangendo em um dos vértices do triângulo o trabalhador, que mantém vínculo de emprego com a empresa prestadora de serviços, mas disponibiliza o resultado de sua energia de trabalho a um tomador de serviços, diverso do seu empregador. Ademais, entre o prestador de serviços e o tomador de serviços há uma relação de direito civil (contrato de prestação de serviços), ou ainda uma relação administrativa (contrato administrativo), se o tomador for a Administração Pública.

No dia 31/03/2017 foi promulgada a lei 13.429/2017 que passou a regulamentar a terceirização, antes disciplinada pela súmula 331 do TST. Além disso, a Reforma Trabalhista, Lei 13.467/2017, alterou alguns dispositivos da lei.

Súm. 331. Contrato de prestação de serviços. Legalidade (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011.

I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamen-te com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n° 6.019, de 03.01.1974).

II – A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de empre-go com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).

III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei n° 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabili-

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dade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

V – Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obriga-ções da Lei n° 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

• Atividade-meio x Atividade-fim

A Súmula 331 do TST não permite a terceirização das atividades-fim ou principais da empresa.

Com o advento da Lei 13.429/2017, que alterou diversos dispositivos da lei 6.019/74, não houve restrição aos serviços passíveis de terceirização, o que levou à interpretação de que havia sido autorizada a terceirização nas atividades-fim das empresas. No entanto, diante da ausência de previsão expressa, ainda havia debate sobre tal possibilidade.

Com a Lei 13.467/2017, que alterou novamente a redação da lei 6.019/74, passou a haver previsão expressa sobre a possibilidade de terceirização nas atividades-fim das empresas.

Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. (Reda-ção dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

ATENÇÃO: Vale lembrar que, em agosto de 2018, o STF decidiu que é lícita a terceirização em todas as atividades da empresa. A tese de repercussão geral aprovada no RE foi a seguinte: “É licita a terceiriza-ção ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratan-te”.

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Leia mais em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=388429

• Ausência de subordinação e pessoalidade

É imperioso destacar que continua sendo imperiosa a ausência de pessoalidade e de subordinação, sob pena de reconhecimento de vínculo de emprego direto com a empresa tomadora. Inclusive, o §1º do art. 4º-A da Lei 6.019/74 preceitua que “a empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores”.

Obs.: A terceirização realizada de forma ilegal na Administração Pública não é possível o reconhe-cimento de vínculo com o poder público, haja vista a inexistência de submissão ao concurso público - é o que se encontra previsto na súmula 331 do TST.

• Salário equivalente

A Lei 6.019/74 preceitua que a contratante e a contratada poderão estabelecer que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante. Trata-se, assim, de faculdade.

Art. 4º-C, §1º. Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os emprega-dos da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Tal dispositivo tem sido criticado pela doutrina, pois ofende o princípio da isonomia.

Vale mencionar que há previsão expressa de salário equivalente para os trabalhadores temporários.

Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa toma-dora ou cliente, e calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário míni-mo regional;

• Quarentena

A fim de evitar fraudes, a Lei 6.019/74 passou a prever um período em que não poderá haver contratação:

- De pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados;

- De empresa prestadora de serviços que disponibilize trabalhador terceirizado que tenha sido

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demitido da contratante, antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.

Art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

• Responsabilidade

Ocorrendo a terceirização, o inadimplemento dos direitos trabalhistas implicará reconhecimento de responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços.

Art. 5º-A § 5º. A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previden-ciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.

• Terceirização e Administração Pública: responsabilidade

No caso de terceirização lícita, a discussão gravita em torno da responsabilidade do Estado na condição de tomador de serviços, considerando o conteúdo do art. 71, §2º da Lei 8.666/93, em inter-pretação gramatical, exclui qualquer responsabilidade da Administração Pública sobre os empregados contratados em virtude de terceirização, operada por licitação pública.

O entendimento do TST, na súmula 331, é no sentido de que a Administração Pública responde subsidiariamente quando houver culpa no cumprimento das obrigações constantes na Lei de Licita-ções, especialmente na fiscalização da empresa contratada quanto ao cumprimento das suas obrigações contratuais e legais.

Súm. 331. Contrato de prestação de serviços. Legalidade (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) – Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011.

V – Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obriga-ções da Lei n° 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

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O STF definiu tese sobre essa temática, no RE 760931/DF. Segundo o Supremo, o inadimplemen-to dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93.

#DIZERODIREITO #FALAMARCINHO

INFORMATIVO 862 DO STF: O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. Obs.: a tese acima foi a fixada pelo STF.

No entanto, penso que é importante um esclarecimento revelado durante os debates: é possível sim, excepcionalmente, que a Administração Pública responda pelas dívidas trabalhistas contraídas pela empresa contratada e que não foram pagas, desde que o ex-empregado reclamante comprove, com elementos concretos de prova, que houve efetiva falha do Poder Público na fiscalização do contra-to. STF. Plenário. RE 760931/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ác. Min. Luiz Fux, julgádo em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).

• Quarteirização

A quarteirização compreende a transferência de parte da gestão dos serviços de uma empresa terceirizada para outra empresa. De acordo com o posicionamento vigente antes da nova lei de terceiri-zação, a jurisprudência trabalhista tinha o posicionamento de que essa medida constituía fraude e acarre-tava responsabilidade solidária das empresas envolvidas. Ocorre que a Lei 13.429/2017 passou a permitir, expressamente, a quarteirização:

Art. 4º-A §1º. A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

#TEMQUELERALEI

Destacam-se, a seguir, os artigos da Lei 6.019/74 sobre a terceirização.

Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

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§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestado-ras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - registro na Junta Comercial; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quaren-ta e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4º-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - relativas a: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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b) direito de utilizar os serviços de transporte; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequa-das à prestação do serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1º Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2º Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 2º Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 3º É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente conven-cionado em contrato. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

§ 4º A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas depen-dências da contratante, ou local por ela designado. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

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§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

I - qualificação das partes; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

II - especificação do serviço a ser prestado; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

IV - valor. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

Art. 5º-C.Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei, a pessoa jurídi-ca cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores, perma-necendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial, e subsidiariamente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)

REFORMA TRABALHISTALEI 13.467/2017

REDAÇÃO ATUALLEI 13.429/2017 (31/03/2017) SÚMULA N. 331 DO TST

“Art. 4º-A. Considera-se pres-tação de serviços a terceiros a transferência feita pela contra-tante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado pres-tadora de serviços que possua capacidade econômica compa-tível com a sua execução.

“Art. 4º-A. Empresa presta-dora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determi-nados e específicos.

III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei n° 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoa-lidade e a subordinação direta.

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§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcon-trata outras empresas para

realização desses serviços.

§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcon-trata outras empresas para

realização desses serviços.

Dispositivo sem correspondên-cia na Súmula 331 do TST

§ 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalha-dores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qual-quer que seja o seu ramo, e a

empresa contratante.”

§ 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalha-dores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qual-quer que seja o seu ramo, e a

empresa contratante.”

Dispositivo sem correspondên-cia na Súmula 331 do TST

Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços rela-cionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua ativida-

de principal.

“Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços deter-

minados e específicos.

III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei n° 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoa-lidade e a subordinação direta.

§ 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de

serviços.

§ 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de

serviços.

Dispositivo sem correspondên-cia na Súmula 331 do TST

§ 2º Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as

partes.

§ 2º Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as

partes.

Dispositivo sem correspondên-cia na Súmula 331 do TST

§ 3º É responsabilidade da contratante garantir as condi-ções de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realiza-do em suas dependências ou local previamente convencio-

nado em contrato.

§ 3º É responsabilidade da contratante garantir as condi-ções de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realiza-do em suas dependências ou local previamente convencio-

nado em contrato.

Dispositivo sem correspondên-cia na Súmula 331 do TST

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§ 4º A contratante pode-rá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimen-to médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante,

ou local por ela designado.

§ 4º A contratante pode-rá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimen-to médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante,

ou local por ela designado.

Dispositivo sem correspondên-cia na Súmula 331 do TST

§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribui-ções previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.”

§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribui-ções previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.”

IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quan-to àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também

do título executivo judicial.

• EMPREITADA E SUBEMPREITADA

Na subempreitada, o empreiteiro delega parte da sua atividade-fim para outra empresa. É uma distribuição de atividades, sendo que a empreiteira é a responsável principal pela obra. Esta é a modali-dade precursora da terceirização, prevista na CLT. Vejamos:

Art. 455. Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.

Parágrafo único. Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia das obrigações previs-tas neste artigo.

O aspecto mais importante do estudo do art. 455 da CLT diz respeito à natureza da responsabilida-de do empreiteiro, se solidária ou apenas subsidiária. Atualmente tem prevalecido que a responsabilidade do empreiteiro principal é subsidiária.

Quanto ao dono da obra, em regra, prevalece no TST, conforme OJ 191, a ausência de responsabi-lidade, salvo se for ele uma empresa construtora ou incorporadora.

OJ-SDI1-191. Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de cons-trução civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas

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obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.

ATENÇÃO: Novo entendimento do TST: Recentemente, o TST decidiu o Tema Repetitivo nº 0006 (IRR-190-53.2015.5.03.0090, SBDI-I, rel. Min. João Oreste Dalazen, 11.5.2017, Informativo nº 159 do TST), tratando sobre as hipóteses em que há responsabilidade do dono da obra pelas verbas trabalhistas contraídas pelo empreiteiro.

TESE 6 DE RECURSOS DE REVISTA REPETITIVOS: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONA DA OBRA - APLICAÇÃO DA OJ 191 DA SbDI-1 LIMITADA À PESSOA FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS”:

I) A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista a que se refere a Orientação Jurisprudencial n.º 191 da SDI-1 do TST não se restringe à pessoa física ou micro e peque-nas empresas, compreende igualmente empresas de médio e grande porte e entes públicos (decidido por unanimidade);

II) A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista na parte final da Orientação Jurisprudencial n.º 191, por aplicação analógica do art. 455 da CLT, alcança os casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro (decidido por unanimidade);

III) Não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial n.º 191 da SDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal Regional do Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da obra, excepcionando apenas “a pessoa física ou micro e pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica vinculada ao objeto contratado” (decidido por unanimidade);

IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econô-mico-financeira, o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do art. 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria, vencido o Exmo. Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro);

V) O entendimento contido na tese jurídica nº 4 aplica-se exclusivamente aos contratos de empreitada celebrados após 11 de maio de 2017, data do presente julgamento - ED-IRR - 190-53.2015.5.03.0090 - 9/8/2018

Assim, salvo no caso da Administração Pública direta e indireta, se a contratação da empreitei-ra ocorrer com culpa, ou seja, sem conferência de idoneidade econômico-financeira, o dono da obra

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responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas.

• CONTRATO DE FACÇÃO

Trata-se de um negócio jurídico interempresarial, por meio do qual uma empresa contrata a outra para confeccionar e fornecer produtos prontos e acabados. Possui natureza mercantil.

ATENÇÃO: Tal contrato não se confunde com a terceirização, eis que no contrato de facção, a empresa contratante não é tomadora direta dos serviços prestados. Ela contrata um produto pronto e acabado, não possuindo relação com os empregados da empresa contratada.

Prevalece no TST o entendimento no sentido de que tal contratação, se feita de forma lícita e sem a configuração de fraude, não enseja a responsabilidade subsidiária da contratante pelos débitos traba-lhistas relativos aos empregados da contratada.

Destaca-se jurisprudência da SDI-I do C. TST:

AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DE PRESIDENTE DE TURMA QUE NEGA SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS. CONTRATO DE FACÇÃO. RESPON-SABILIDADE SUBSIDIÁRIA. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 331, IV, DO TST. Na esteira do entendi-mento desta Corte, é inaplicável o item IV da súmula 331 aos contratos de facção quando não há ingerência da contratante na empresa de facção e a atividade desta não se realiza com exclusividade para uma só tomadora de serviços, como ficou evidenciado no acórdão turmá-rio. Como o acórdão da Turma encontra-se em consonância com a iterativa e notória jurisprudência do TST, deve ser mantida a decisão agravada que negou seguimento ao recurso de embargos, nos termos do artigo 894, § 2º, da CLT. Agravo regimental não provido. (AgR-E-RR - 55-10.2015.5.04.0641, Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 06/10/2016, Subseção I Espe-cializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 14/10/2016)

CONTRATO DE TRABALHO

Contrato de trabalho é o contrato qualificado pela presença dos requisitos caracterizadores da relação de emprego. Logo, o contrato de trabalho pode ser definido como o acordo de vontades, tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física (empregado) coloca seus serviços à disposição de uma pessoa física, jurídica ou ente despersonalizado (empregador), sendo estes serviços pessoais, não eventuais, onerosos e subordinados.

Art. 442, CLT. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação

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de emprego.

Art. 443, CLT. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbal-mente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.

O contrato de trabalho pode ser celebrado de modo expresso ou tácito. É expresso o contrato cuja manifestação volitiva foi externada, seja por escrito, seja verbalmente, pelos pactuantes. Por sua vez, é tácito o contrato de trabalho que se forma pela presença dos elementos caracterizadores da relação de emprego, sem, contudo, que exista uma ação direta dos contratantes no sentido da expressão do pacto.

ATENÇÃO: Não obstante possa o contrato de trabalho, de fato, ser pactuado verbalmente, ou até mesmo tacitamente, constitui obrigação administrativa do empregador a anotação do contrato de traba-lho em CTPS (art. 29, caput, da CLT) e o registro em livro, ficha ou sistema eletrônico competente (art. 41, caput, da CLT).

• Características do contrato de trabalho

a) É contrato de direito privado, porque a essência do contrato (prestação de serviço) é de natu-reza privada, inclusive quando o Estado é o empregador, pois neste caso age como particular, sem privi-légios frente ao Direito do Trabalho.

b) É contrato sinalagmático, porque dá origem a obrigações contrárias, contrapostas. Há um equilíbrio, ainda que apenas formal, entre as prestações de ambas as partes. Esta característica aparece se considerado o contrato como um conjunto de direitos e obrigações para ambas as partes.

Obs.: Alguns autores subdividem esta característica em duas, defendendo que o contrato de traba-lho é sinalagmático, no sentido de que é bilateral e cria obrigações para ambas as partes, e comutativo, no sentido de que há equivalência entre a prestação de serviços e a contraprestação salarial.

c) É contrato consensual, em contraposição ao contrato formal ou solene. Exige apenas o acor-do entre as partes, independentemente de qualquer solenidade (pode ser até tácito) ou forma especial (pode ser verbal ou escrito, se expresso, ou, repita-se, apenas tácito).

d) É contrato intuitu personae, pois é necessária a pessoalidade em relação ao empregado, ou seja, o contrato se forma em razão da pessoa do empregado. Lembre-se: não há pessoalidade em rela-ção ao polo passivo do liame empregatício, sendo regra a despersonalização do empregador, o que fundamenta, por exemplo, a sistemática da sucessão de empregadores.

Obs.: Esta característica é também chamada de infungibilidade, pois o empregado não pode, em regra, ser substituído por outro.

e) É contrato de trato sucessivo, tendo em vista que as principais prestações (prestação de servi-

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ço e pagamento de salário) sucedem-se de forma contínua no tempo. Por isso a relação de emprego é uma relação de débito permanente. Ressalte-se, neste aspecto, o princípio da continuidade da relação de emprego, que informa o Direito do Trabalho, e será muito importante no estabelecimento da presunção de indeterminação de prazo do contrato de trabalho.

f ) É contrato de atividade, em contraposição ao contrato de resultado, pois não interessa o resultado do trabalho prestado, e sim a obtenção da energia de trabalho do empregado pelo tomador dos serviços.

g) É contrato oneroso, pois pressupõe a realização de sacrifícios e concessão de vantagens econô-micas recíprocas. Lembre-se: um dos pressupostos fático-jurídicos do vínculo de emprego é a onerosida-de.

h) É contrato dotado de alteridade, porque o empregado trabalha por conta alheia, isto é, por conta do empregador. Daí decorre a assunção dos riscos da atividade exclusivamente pelo empregador (art. 2°, caput, da CLT).

i) É contrato complexo, pois pode se associar a outros contratos, como, por exemplo, um contra-to de comodato de imóvel residencial. Neste caso, o contrato acessório segue os destinos do principal, razão pela qual, extinto o contrato de trabalho, em princípio extinguem-se também os contratos acessó-rios a ele.

• Elementos essenciais do contrato de trabalho

O art. 104 do Código Civil define os elementos essenciais dos contratos em geral:

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I – agente capaz;

II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Como a CLT não menciona os elementos essenciais, há aplicação subsidiária do Código Civil (art. 8º da CLT).

» Agente capaz

O empregado terá capacidade plena aos 18 anos. A incapacidade relativa, por seu turno, dá-se em relação ao maior de 16 anos e menor de 18 anos, havendo, aqui, vedação ao trabalho em atividades insalubres, perigosas e noturnas. Vale destacar que o menor de 18 anos precisa de assistência do repre-sentante legal para assinar recibo de quitação das verbas rescisórias. Finalmente, o maior de 14 anos tem

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capacidade para trabalhar como aprendiz.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

Art. 402, CLT. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos.

Art. 439, CLT. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida.

Art. 440, CLT. Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.

» Objeto Lícito

A prestação do serviço não pode envolver um ilícito penal. O objeto será lícito quando for conforme a lei, a moral e os costumes.

#Questão: Ocorrido o trabalho ilícito, o que acontece?

1ª Corrente: observa-se exclusivamente a atividade do empregador. Se ela for ilícita o contrato será nulo. Sob essa ótica, o trabalhador não estaria inserto em um trabalho abrangido pela CLT e, por tal motivo, estaria completamente afastado da incidência da norma trabalhista, não tendo direito a nenhuma parcela ali constante. Esse entendimento foi adotado pelo TST na OJ 199 da SDI 1 do TST: é nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico.

2ª corrente: abstrai-se a atividade do empregador e observa-se exclusivamente a atividade do empregado. Assim, se o que o empregado faz é ilícito, o contrato é nulo.

3ª corrente (Rodrigues Pinto): Contemporiza as críticas lançadas aos dois entendimentos anteriores. Esse entendimento contempla a teoria da dosagem da pena. Segundo ele, para que a solução jurí-dica seja coerente, deve se observar a ilicitude do empregador e a participação do empregado na atividade, permitindo um olhar amplo sobre a situação específica. Esta participação pode ocorrer em 4 graus:

1º grau: o empregado não sabe e não contribui. Nesse caso, o contrato é plenamente válido, dado

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que o empregado desconhece a atividade ilícita e, ainda, não contribui com ela na sua atividade. Assim, o empregado tem direito ao reconhecimento da validade do seu contrato e, consequente-mente, ao adimplemento de todos os direitos trabalhistas.

2° grau: o empregado sabe e não contribui. Nesse caso, para os defensores desse entendimento, o empregado só tem direito ao salário. Délio Maranhão e Sergio Pinto entendem que não há direito a nada, pois o empregado descumpre o dever de denunciar.

3° grau: o empregado sabe e contribui. Essa é a hipótese manifesta de ilicitude do contrato. Assim, reconhece-se a nulidade do contrato e, por ser assim, o empregado não terá direito algum.

4º grau: não sabe e contribui. A solução aqui é a teoria da aparência. Fica no plano subjetivo, dado que o empregado poderia, simplesmente, fingir não saber. Desta forma, se o negócio tinha a aparência de legal aos olhos do homem médio, o empregado terá direito a tudo.

Distinção entre o trabalho ilícito e o trabalho proibido:

Trabalho ilícito é aquele que compõe um tipo penal ou concorre diretamente para a realização da conduta definida como crime. Exemplo: o trabalhador é contratado como matador profissional; ou, ainda, como impressor de documentos falsos.

Trabalho proibido, por sua vez, é o trabalho irregular, no sentido de que é vedado pela lei, mas não constitui crime. Em outras palavras, o trabalho em si é lícito, mas na circunstância específica em que é prestado é vedado pela lei, a fim de proteger o trabalhador ou ainda o interesse público. Exemplos: trabalho do menor de 18 anos em atividade noturna, insalubre ou perigosa; trabalho do estrangeiro sem o visto de trabalho concedido pelo MTE.

O trabalho proibido costuma merecer a integral proteção trabalhista, desde que o trabalho não caracterize, também, tipo penal. Exemplo: Súmula 386: Preenchidos os requisitos do art. 3° da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independen-temente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

» Forma prescrita ou não defesa em lei

Em regra, o contrato de trabalho não possui forma específica, podendo, inclusive, ser expresso ou tácito. Excepcionalmente, a lei poderá exigir forma especial. Ex.: contrato do atleta profissional (lei 9.615/98).

Em relação à forma, é relevante a questão do empregado público. Conforme o art. 37, II, da CRFB/88, a administração pública direta e indireta somente poderá contratar trabalhadores mediante aprovação prévia em concurso público. Este é um requisito formal.

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Súmula 363 do TST. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2°, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.

Todavia, a nulidade por vício de forma, em caso de ausência de concurso público, é convalidada em caso de privatização. Neste sentido, o TST editou a Súmula 430:

Súmula 430 do TST. Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de concurso público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua privatização.

NULIDADE NO DIREITO DO TRABALHO:

O Direito do Trabalho possui um sistema especial de nulidades, baseado nas peculiaridades de seus fundamentos e de seus princípios. Costuma-se atribuir três razões principais a tal particularidade:

» Não há como retornar ao status quo ante em relação à prestação de serviços, pois, uma vez que houve trabalho, não há como devolver ao trabalhador a energia despendida;

» Apropriada a energia de trabalho pelo tomador dos serviços, há significativo desequilíbrio entre as partes até que o empregado receba os salários. Assim, não é razoável negar-lhe tais direitos.

» Se a legislação busca valorizar e dignificar o trabalho, com toda a rede de proteção e intervenção estatal existentes, é natural que este valor (trabalho) prepondere sobre outros valores tutelados pela ordem jurídica.

Desse modo, no Direito do Trabalho, a regra em relação às nulidades é a decretação da nulidade provocar efeitos ex nunc, limitando-se a impedir a produção de novas repercussões jurídicas a partir da declaração de nulidade do contrato. Esta regra deverá ser aplicada sempre que o bem jurídico afrontado pela irregularidade disser respeito ao interesse do trabalhador, não violando interesse público.

Exemplo: trabalhador é admitido aos 13 anos e trabalha até o 15 anos, presentes os requisitos do art. 3° da CLT. Neste caso, a anulação do contrato produzirá efeitos ex nunc, ou seja, serão garantidos todos os direitos do empregado, pelo tempo em que durou o contrato, e o mesmo será invalidado a partir dali, a fim de fazer cessar a irregularidade.

Entretanto, se a irregularidade atingir interesse público, a regra em referência será amenizada, a fim de conciliar todos os interesses tutelados, igualmente importantes para o equilíbrio jurídico. Exem-

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plo: contratação de empregados pela Administração Pública sem o devido concurso público. No caso, garante-se ao trabalhador apenas a retribuição direta (remuneração pelas horas trabalhadas mais FGTS, conforme a Súmula 363 do TST) e nada mais.

Finalmente, se a irregularidade constitui crime (trabalho ilícito, portanto), não há se falar em apli-cação da teoria especial trabalhista, até porque aí não haverá se falar em trabalho, assim considerada a produção humana de bens e serviços sob a ótica social.

• Diferenças entre contratos de trabalho e prestação de serviços autônomos, empreitada, repre-sentação comercial, mandato, sociedade e parceria.

O contrato individual de trabalho é aquele celebrado no bojo de uma relação de emprego, o qual possui como característica a presença dos seguintes pressupostos fático-jurídicos: pessoa física, pessoali-dade, onerosidade, não eventualidade e subordinação.

Diferencia-se dos contratos de prestação de serviços autônomos, empreitada, representação comer-cial, mandato, sociedade e parceria.

- Prestação de serviços autônomos: é uma contratação que envolve, mediante retribuição, todo tipo de trabalho lícito, material ou imaterial. A principal diferença em relação à relação de emprego é a ausência de subordinação. Possui previsão no art. 594 do Código Civil.

- Empreitada: é o contrato por meio do qual o empreiteiro assume a obrigação de realizar uma obra certa. Trata-se de contrato de resultado. Quem assume todos os riscos do empreendimento é o empreiteiro.

- Representação comercial: O representante comercial comercializa produtos ou serviços, de maneira autônoma. Está previsto na Lei 4886/65. O que distingue tal contrato da relação de emprego é a inexistência de subordinação. De acordo com Henrique Correia (2018, p. 663), “em vários aspectos esse contrato assemelha-se ao contrato de trabalho, como: a possibilidade de cláusula de exclusividade, contrato oneroso e não eventual”.

- Mandato: No contrato de mandato, o mandante confere poderes ao mandatário, a fim de que este pratique atos em seu nome ou, ainda, para administrar seus interesses. A procuração é o instrumento do mandato. Tem previsão nos arts. 653 e seguintes do Código Civil.

- Sociedade: De acordo com Henrique Correia (2018, p. 663), “o contrato de sociedade ocorre quando uma pessoa ou mais associam-se, contribuindo com bens ou serviços para a exploração de uma atividade econômica. Nesse contrato, há distribuição de lucros e divisão dos prejuízos. Aliás, não há entre os sócios relação de hierarquia, existindo uma posição de igualdade. Por outro lado, no contrato de trabalho, além de presente a subordinação, o empregador assume exclusivamente os riscos da atividade

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econômica”.

- Parceria: Trata-se de uma espécie de contrato de sociedade que se constitui, em regra, na agricul-tura e pecuária. Desse modo, as partes dividem lucros e prejuízos. Há previsão no art. 96 da Lei 4.504/64.

MODALIDADES DO CONTRATO DE EMPREGO

• CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO E CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO

» CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO

É aquele que não tem previsão de término, isto é, que vigora indefinidamente no tempo. A contra-tação por prazo indeterminado é a regra geral no contexto do contrato de trabalho, até mesmo como forma de concretização do princípio da continuidade da relação de emprego. Por isso, há presunção relativa nesse sentido.

Súmula 212 do TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a pres-tação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

» CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO

É aquele cujo término (ou termo, tanto faz) já é conhecido pelas partes quando da contratação.

Nesta linha de entendimento, o § 1° do art. 443 da CLT dispõe que “considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de servi-ços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada”.

Uma primeira corrente considera que a lei não designou forma especifica, de tal forma que deve ser expresso, mas pode ser oral ou escrito. É majoritária.

Uma segunda corrente entende que, além de expresso, o contrato deverá ser firmado por escrito, tendo em vista o art. 29 da CLT, que determina a anotação do contrato e das condições especiais, se houverem, na carteira de trabalho.

A prefixação do prazo pode ocorrer de 2 formas:

» Termo certo: é o evento futuro e certo, sobre o qual já se sabe o momento exato da ocorrência.

» Termo incerto: é o evento futuro e certo, entretanto, é indefinido quanto ao momento da ocorrência. O exemplo clássico é a morte. No direito do trabalho se subdivide em: 1) termo incerto, pela execução

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de serviços especificados; 2) termo incerto, pela realização de determinado acontecimento suscetível de previsão aproximada.

Como exceção que é à regra geral (da indeterminação de prazo do contrato de trabalho), o contra-to a termo somente poderá ser firmado nas hipóteses legalmente previstas, a seguir:

• Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo.

• Atividades empresariais de caráter transitório.

• Contrato de experiência.

• Contratos cuja determinação de prazo é imperativa, conforme legislação não consolidada (exemplos: atleta profissional de futebol; artista profissional).

• Contrato provisório (Lei n° 9.601/1998).

A regra geral é de que o prazo máximo do contrato por prazo determinado é de 2 anos. Dentro desse prazo, em regra, é admitida uma única prorrogação.

Art. 445, CLT. O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.

Existem, entretanto, exceções:

• Contrato temporário de trabalho: 180 dias, prorrogáveis por mais 90 dias.

• Contrato de experiência: 90 dias.

• Atleta profissional: 5 anos

• Substituto do aposentado por invalidez: até o advento do termo (súmula 160 do TST).

A prorrogação do contrato por prazo determinado está disciplinada no art. 451 da CLT: “O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo.”

Sobre a sucessão de contratos a termo, dispõe o art. 452 da CLT que “considera-se por prazo inde-terminado todo contrato que suceder, dentro de seis meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos aconte-cimentos”.

A extinção normal do contrato por prazo determinado ocorre pelo advento do seu prazo final, o advento do termo. Prevalece o entendimento de que, nesse caso, não é necessária qualquer comunica-

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ção prévia sobre a finalização contratual, dado que as partes conhecem o prazo final do contrato. Nesse caos, são devidas as verbas decorrentes do trabalhado: saldo de salário, férias proporcionais acrescidas de 1/3, 13º salário proporcional e liberação do FGTS do período.

Entretanto, há previsão de pagamento, na hipótese de rescisão antecipada e imotivada do contrato a termo pelo empregador, de indenização correspondente à metade do valor da remuneração a que teria direito o empregado até o final do contrato. Neste sentido, o art. 479 da CLT:

Art. 479, CLT Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

Há compatibilidade desta indenização com o regime do FGTS.

Súmula 125. O art. 479 da CLT aplica-se ao trabalhador optante pelo FGTS admitido mediante contra-to por prazo determinado, nos termos do art. 30, § 3°, do Decreto n° 59.820, de 20.12.1966.

Prevê o art. 480 da CLT que, no caso de rescisão antecipada pelo empregado, este deve indenizar o empregador pelos prejuízos experimentados em decorrência da rescisão antecipada.

Art. 480, CLT. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.

§ 1° A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições.

Por fim, possibilita a lei que os contratos por prazo determinado contenham cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada. Neste sentido, o art. 481 da CLT:

Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recí-proco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

Se o contrato possui cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, ocorrendo a sua finalização prematura e injustificada, serão aplicados os princípios que regem a terminação dos contratos por prazo indeterminado, havendo direito, por exemplo, a aviso prévio.

Também devido à natureza do contrato por prazo determinado e ao prévio conhecimento, por parte do empregado, quanto à data do término do contrato, não são aplicáveis, em regra, as normas que regulam as estabilidades provisórias.

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Existem, por enquanto, duas exceções a esta regra da incompatibilidade das garantias provisórias de emprego com os contratos a termo:

1) Acidente de trabalho (aí incluída a doença profissional): O fundamento é teoria do risco do empreendimento.

Súmula 378. III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei n° 8.213/1991.

2) Gestante:

Súmula 244. III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA: É também chamado de contrato de prova, pois contempla uma avaliação mútua, do empregado e do empregador.

Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmen-te ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente..

§ 2° O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:

c) de contrato de experiência.

Art. 445. O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.

Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias.

Quanto à forma, não obstante a CLT não estabeleça forma solene para o contrato de experiência, pelo que o mesmo poderia ser firmado verbalmente, a jurisprudência entende, majoritariamente, que o contrato de experiência deve ter o mínimo de formalidade, isto é, deve ser escrito, ainda que apenas nas anotações gerais da CTPS, para que surta seus efeitos legais.

ATENÇÃO!! O contrato de experiência é de, no máximo, 90 dias, e não 3 meses.

Súmula 188 do TST. O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de

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90 dias.

CONTRATO DE PROVISÓRIO: Está previsto na Lei 9.601/98. Por essa lei, o empregador pode contratar o empregado por prazo determinado para qualquer função, desde que essa contratação implique aumento do número de empregados no seu quadro regular efetivo. Para que seja aten-dido o requisito legal, a contratação sob essa modalidade deve ser precedida de autorização em norma coletiva. O prazo máximo desse contrato é de 2 anos. Dentro dos 2 anos, entretanto, ele pode ser renovado mais de uma vez.

No caso de rescisão antecipada do contrato, seja por iniciativa do empregado ou do empregador, a indenização devida será aquela prevista na norma coletiva que autorizou a contratação, afastando-se expressamente os arts. 479 e 480 da CLT – inteligência do art. 1°, §1°, 1, da Lei 9.601/98.

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BIBLIOGRAFIA

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DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTR, 2015.

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