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Programação na página 8 Professores: sujeitos de mudança? 1º Congresso de Professores da UFSC Convictos de que o significado do título deste texto nos induz à reflexão sobre o papel do professor dentro do Sindicato, consideramos que uma das metas de trabalho de nossa gestão foi e é oferecer espaços que possibilitem uma maior participação dos docen- tes na vida da Apufsc. Assim, temos trabalhado para, coletivamente, construir alternativas à crise que ora passa a universidade e por extensão, o movimento sindical. Após muitas conversas, tanto dentro da Diretoria como fora desta, buscamos delinear a formatação de um evento aberto ao diálogo. O objetivo do 1º Congresso de Profes- sores da UFSC é caminhar rumo ao entendimento e à construção de pro- postas para os problemas que afetam a universidade pública e a atividade acadêmica. Desse modo, reiteramos o convi- te aos colegas para que participem da programação definitiva (confira na última página) do Congresso, que irá abordar o tema Universi- dade, Trabalho e Política: limites e possibilidades. Não medimos esforços na busca de nomes que pudessem contribuir com a temática proposta. Por mais de dois meses foram feitos diversos con- tatos, muitos declinaram em função de compromissos já assumidos, mas nem por isso desistimos. Tanto o Conselho de Representan- tes quanto a diretoria da Apufsc estão elaborando e discutindo propostas de novo regimento para a Seção Sin- dical. Em breve, o Boletim da Apufsc irá abrir espaço para a apresentação e de- bate dessas propostas, com o objetivo de ampliar a discussão entre todos os professores. Posteriormente, as propostas serão submetidas à apreciação de uma As- sembléia Geral. Novo regimento Temos consciência que falhas exis- tirão, mas estas somente serão detec- tadas à medida que nos propomos a fazer algo. E se queremos mudanças, elas só virão se assumirmos que somos sujeitos fundamentais nesse processo. E por isso, não é lógico que não priorizemos toda e qualquer oportunidade de diálogo com nossos companheiros de trabalho. A Diretoria 2, 3 e 4 de junho FLORIANÓPOLIS, 2 DE JUNHO DE 2008, N o 639

FloriaNóPolis, 2 de juNho de 2008, N 639 Professores: sujeitos de mudança? elaborando e discutindo propostas professor… · Programação na página 8 Professores: sujeitos de

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Programação na página 8

Professores: sujeitos de mudança?

1º Congresso de Professores da UFSC

Convictos de que o significado do título deste texto nos induz à reflexão sobre o papel do professor dentro do Sindicato, consideramos que uma das metas de trabalho de nossa gestão foi e é oferecer espaços que possibilitem uma maior participação dos docen-tes na vida da Apufsc. Assim, temos trabalhado para, coletivamente, construir alternativas à crise que ora passa a universidade e por extensão, o movimento sindical.

Após muitas conversas, tanto dentro da Diretoria como fora desta, buscamos delinear a formatação de um evento aberto ao diálogo. O objetivo do 1º Congresso de Profes-sores da UFSC é caminhar rumo ao

entendimento e à construção de pro-postas para os problemas que afetam a universidade pública e a atividade acadêmica.

Desse modo, reiteramos o convi-te aos colegas para que participem da programação definitiva (confira na última página) do Congresso, que irá abordar o tema Universi-dade, Trabalho e Política: limites e possibilidades.

Não medimos esforços na busca de nomes que pudessem contribuir com a temática proposta. Por mais de dois meses foram feitos diversos con-tatos, muitos declinaram em função de compromissos já assumidos, mas nem por isso desistimos.

Tanto o Conselho de Representan-tes quanto a diretoria da Apufsc estão elaborando e discutindo propostas de novo regimento para a Seção Sin-dical.

Em breve, o Boletim da Apufsc irá abrir espaço para a apresentação e de-bate dessas propostas, com o objetivo de ampliar a discussão entre todos os professores.

Posteriormente, as propostas serão submetidas à apreciação de uma As-sembléia Geral.

Novo regimento

Temos consciência que falhas exis-tirão, mas estas somente serão detec-tadas à medida que nos propomos a fazer algo. E se queremos mudanças, elas só virão se assumirmos que somos sujeitos fundamentais nesse processo. E por isso, não é lógico que não priorizemos toda e qualquer oportunidade de diálogo com nossos companheiros de trabalho.

A Diretoria

2, 3 e 4 de junho

FloriaNóPolis, 2 de juNho de 2008, No 639

Boletim Apufscflorianópolis

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2 de junho de 2008

erca de 150 participantes debateram, na noite de quarta-feira, dia 28, no

Plenarinho Paulo Stuart Wri-ght, na Assembléia Legislativa (Alesc), a criminalização dos movimentos sociais em audiência pública solicitada pelo deputado Sargento Amauri Soares (PDT) e promovida pela Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado Dirceu Dresch (PT). De acordo com Soares, o termo “criminalização” tem sido usado pelo menos nos últimos dez anos para designar atitudes do Estado para classificar e tratar como criminosas as atividades reivindicatórias. A Apufsc foi representada na audiência pela professora Doroti Martins.

A reunião foi proposta para discutir pontos referentes aos movimentos como uso da força policial, abuso de poder e auto-ridade e ameaça contra a inte-gridade física dos manifestantes. Os participantes decidiram que a comissão vai encaminhar rela-tório da audiência a todos os po-deres e órgãos do estado, além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC) e da Anistia Interna-cional. Eles também pediram a realização de um seminário en-volvendo as mesmas instituições para debater o tema.

Durante a audiência ficou constatado que há discriminação dos meios de comunicação com relação aos movimentos sociais. Para acabar com este problema, os participantes definiram por encaminhar uma carta para os veículos de comunicação alertando para o fato e pedindo providências. Denunciar o uso de indivíduos contratados para agredir militantes dos movi-mentos sociais e a criação de um anuário de todos os casos de agressão aos direitos de manifes-tação dos trabalhadores e da ju-ventude, constando o nome dos agredidos e de seus agressores,

também foram mencionados neste encontro.

LIVRE ORGANIZAÇÃO POPULAR – O deputado Soares afirmou que o direito de fazer protestos e manifestações está sendo cada vez mais dificultado. Para ele, a livre organização po-pular, bem como a manifestação pública, estão garantidos no Es-tado Democrático de Direito. “O que estamos discutindo aqui não é assunto novo. A cada ano que passa, percebemos que o nível de violência contra os militan-tes de movimentos sociais vem crescendo assustadoramente. A maioria de nós é tratada como terroristas”, disse.

Ele acrescentou que os mo-vimentos sociais devem per-manecer vigilantes. “Temos que elaborar políticas e defendê-las. Estamos aqui em nome da democracia.” O deputado também mencionou casos de criminalização dos movimentos sociais no estado. Integrantes do Movimento Passe Livre são impedidos de chegar perto dos terminais de ônibus quando estão em movimento pela re-dução da tarifa, “em nome do

direito de ir e vir”. Na UFSC, estudantes correm o risco de serem expulsos da universidade por se manifestarem a favor do aumento do valor da bolsa de trabalho, que hoje é menor que um salário mínimo.

O representante do Movimento Passe Livre, Marcelo Pomar, con-firmou o que Soares disse sobre o impedimento de chegar perto dos terminais. “Nosso direito de ir e vir é história para boi dormir. As con-quistas democráticas foram im-portantíssimas, mas extrema-mente frágeis. Não podemos nos distanciar da história de luta pela liber-dade.”

Em relação ao caso da UFSC, o re-presentante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Rodrigo Ribeiro, afirmou que cerca de 20 estudantes estão respondendo processo por lutar pelo aumento da bolsa de trabalho. “A bolsa-escravidão que eles pagavam para os estudantes não chegava

a um salário mínino, sendo que um estudante trabalha o mesmo período e fazia as mesmas coisas que um funcionário de carreira. Estamos sendo processados porque queremos justiça”, disse.

Representando o Movimento dos Sem-Terra, Vilson Santin declarou que é preciso refletir para que se encontrem as verdadeiras causas da criminalização contra os movimentos sociais. “Como poderemos falar em democracia num país com tanta desigualdade

social. Nos úl-timos tempos, a política do Estado brasi-leiro tem sido muito v io-lenta. Por que isso? De onde vem isso?”, questionou.

S a n t i n também falou que o Poder Judi-ciário pouco tem feito em relação aos casos de criminalização con-tra os movimentos e pede maior rigor na análise dos casos.

Com informações do site da Alesc, em 29/05/08

formAs de CombAte Aos AtAques Ao direito de orgAnizAção dos movimentos soCiAis forAm debAtidos no diA 28 de mAio

audiência pública discute criminalização na alesc

audiêNcia discutiu abuso da força policial e ameaças a manifestantes

C

Participantes do debate querem envolvimento da OAB e da Anistia Internacional na resolução de casos

Alberto neves/Alesc

Boletim Apufscflorianópolis

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2 de junho de 2008

pl Com Crédito extrA foi enviAdo no diA 27 Ao Congresso

Governo não define data para liberação de reajuste

marcelo carvalho

Nossa associação vive um momento de transi-ção com a elaboração do novo regimento e no qual os vários departamentos estão tendo oportunida-de de participar, dando

seu apoio ou propondo mudanças. Entre os vários pontos do novo regimento,

destaco aqueles onde se propõe:(i) um quorum mínimo para a realização

de assembléias e (ii) que deliberações sobre greve sejam feitas por votação em urna. Uma reflexão atenta desses dois pontos visa conter a banalização das assembléias gerais e evitar que decisões sejam tomadas por uma minoria do corpo docente.

Há no nosso sindicato um mito de que a assembléia geral é o único meio legítimo e democrático de se tomar decisões. Será? Vejamos. A última assembléia geral teve a participação de menos de trinta professores. Proponho então a seguinte questão:

Será que o que foi decidido nesta as-sembléia realmente representa o desejo da maioria do corpo de associados?

Alguns dirão: a assembléia era pública e quem discordava do tema deveria ter parti-cipado da assembléia e votado contra.

Tal argumento, contudo, não responde à questão se a decisão da assembléia geral re-presenta o desejo da maioria ou não. O que pode corrigir esta ambigüidade é exatamente a questão do quórum mínimo como consta no novo regimento.

Outro ponto a ser analisado refere-se a for-ma de deliberação. Porque insistir no modelo de assembléia geral se estas estão esvaziadas? Isto indica que devemos procurar meios que permitam uma maior participação de associados no processo decisório. Isto foi con-seguido na última votação sobre o indicativo de greve onde foi adotada a forma de votação em urna e que contou com uma participação significativa dos professores.

Alguns defendem a assembléia geral dizen-do: é na assembléia que se constrói o processo coletivo de decisão, onde se expõe a diferença de opiniões e se chega a um consenso. Mas, tal argumento é questionável, afinal, o que se entende por processo coletivo de decisão? Pode-se muito bem dizer que o processo coletivo de decisão se dá no voto individual consciente de cada associado, voto este feito

após uma reflexão crítica e sem a pressão e paixões das discussões de uma assembléia geral. Neste contexto, o novo regimento pro-põe que deliberações sobre greve ocorram em dois dias sendo um primeiro dia dedicado a discussões para aqueles que assim desejem e um segundo dia onde se decide com votação em urna.

Há vários fatores que podem explicar o es-gotamento da assembléia geral como processo de deliberação. Um deles é que, por formação, um professor é capaz de formar sua própria opinião por meio de uma reflexão critica que dispensa a participação em assembléias ge-rais. Aliado a isso, temos a escassez de tempo oriundo das nossas obrigações de publicar, preparar aulas, projetos de extensão, cargos administrativos etc. No fim, ir a uma assem-bléia geral implica a não execução das tarefas para as quais somos pagos.

Sem dúvida, a aprovação do novo regi-mento e em especial estes dois itens que men-cionei acima representam um revigoramento da Apufsc. É importante que os professores de cada departamento participem, apoiando o regimento e/ou sugerindo mudanças.

Professor do Departamento de Matemática

o mito da assembléia Geral

e acordo com informações da asses-soria de imprensa do Ministério do Planejamento (MP), os reajustes dos

servidores públicos federais abrangidos pelas Medidas Provisórias 430/08 e 431/08 ainda não serão pagos nos contracheques deste mês. Como a folha de pagamento já foi fechada, o órgão informou que o governo ainda estuda se pagará o reajuste, retroativo a março, em folha suplementar, ou se o incluirá nos contrache-ques de junho.

Na última terça-feira, dia 27, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), anun-ciou ao Plenário a chegada ao Congresso do projeto de lei do Executivo que pede a abertura de crédito no valor de R$ 7,56 bilhões para o reajuste de diversas categorias de servidores públicos federais, entre eles os militares, nos moldes da Medida Provisória 430/08. O governo se comprometeu a retirar a MP na última semana, após pressão da oposição. Por se tratar de matéria orçamentária, o projeto deve ser remetido à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) e,

em seguida, ser votado em sessão conjunta do Congresso.

Como a MP 430/08, que abre crédito orçamentário no valor de R$ 7,56 bilhões, continua valendo, o reajuste será pago inde-pendentemente da aprovação do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) nº 5/2008. O PL contém o mesmo teor da MP, mas foi enviado ao Congresso Nacional pelo governo após pressão de parlamentares da oposição, que criticaram a edição de uma medida provisória que abre crédito orçamentário logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter se posi-cionado contrário a esse tipo de medida.

Sensível à angústia dos docentes, cujos salá-rios têm sido cada vez mais desvalorizados pela inflação e pela política de arrocho do governo Lula, o Andes-SN vem alertando a categoria para a necessidade de mobilização pela con-tinuidade da negociação, já que o governo impôs um termo de acordo assinado apenas pelo Proifes, que se autoproclama represen-tante dos docentes das instituições federais de ensino superior.

Em nota divulgada na semana passada, o Setor das Ifes do Sindicato Nacional enume-rava diversos pontos negativos da MP 431: reestruturação da carreira do ensino superior e criação de uma nova carreira para os docentes do ensino básico, ao contrário da unificação reivindicada há anos pelos docentes; escalo-namento do reajuste em três anos, “a fim de escamotear que ele não recupera a defasagem salarial decorrente de perdas acumuladas”; mantém a política de gratificações e rebaixa os vencimentos básicos (VB) - este ano, o piso dos professores continuará sendo R$ 147,00; e des-respeita o princípio da isonomia ao estabelecer valores para titulação sem critérios objetivos por meio da Gratificação Remuneração por Titulação (RT).

Alem dos aspectos citados acima, com a edi-ção da MP 431/08, o governo declara encerrada qualquer negociação até 2010 sem garantia de que os valores impostos à categoria sofrerão correção monetária.

Com informações do Andes-sn e da Ag. senado

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Florianópolis

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2 de junho de 2008

sem conceito.E quando você está num amontoado sem

vínculos institucionais você rapidamente passa de empreendedor a ‘empresário’.

E os ‘sindicalistas’?...Os sindicalistas estão lá fora, junto com os

sem-terra e com os sem–nada. Achando que o pesssoal que planta tomates é que está com a razão. Plantam tomates com a camiseta do Conlutas e não enxergam a diferença entre um trabalhador que aperta botões e um ‘trabalhador da educação’.

Vive-se então dois extremos. Num extremo, os ‘empresários’ transformando as suas salas em ‘escritórios de negócios’. No outro extremo, os ‘sindicalistas’ transformando a nossa associação num ‘apa-relho’ de poder, mais preocu-pada com o que se passa lá fora do que com o que se passa aqui dentro.

Para ambos os extremos interessa a crise de conceito que vivemos. A universidade em crise muito pouco pode exigir desses dois extremos, a não ser que as aulas sejam dadas, que não haja faltas...e que não haja escândalos.

E a Universidade?...Onde ela fica em toda essa história?...

A universidade depende dos acadêmicos, a grande parte de todos nós, aqueles seres, sim, individualistas, mas que estão aqui porque não poderiam estar em outro lugar. Que respiram este ar daqui e que não podem viver sem ele. Que trabalham durante a semana e corrigem provas durante os feriados.

E aqui, voltamos ao nó: ‘Como entregar o sindicato nas mãos de pessoas, que são intrinse-camente individualistas?...’Como fazer com que o sindicato não acabe reproduzindo a própria universidade, sem vida política?...’

Em minha opinião, a primeira condição para isso é que este professsor seja solicitado a dar a sua opinião sobre as questões do sindicato.

E este é um outro nó.As AG’s foram feitas para que este professor

não dê opinião. Quando elas são cheias a sua opinião fica abafada pelo tempo e pelos encami-nhamentos e questões de ordem em fila com uma sequência de oradores que se alternam sobre uma mesma idéia. Quando elas são vazias é porque ele já cansou de não ser ouvido e não está lá.

E elas foram feitas assim pelos motivos acima: ‘Aqui só dá opinião quem se dispõe à causa cole-tiva. Quem veste a camiseta do sindicato. Quem dedica a sua exclusividade institucional para ele. Quem concorda em fazer barraquinhas para ar-recadar dinheiro. Quem se dispõe a sentir o cheiro do suor do trabalhador. Quem tem coragem de peitar o governo no peito.’

Todos sabemos que este modelo esgotou-se. Temos uma série quase infinita de AG’s vazias mostrando isso.

O professor cansou de não ser ouvido, não vai mais às AG’s e não dá qualquer importância ao seu sindicato a não ser para o seu plano de

saúde e para as questões trabalhistas, quando ele precisa de uma Assessoria Jurídica.

O plano de saúde está mudando de banda, indo lá para o prédio da Reitoria e a questão da URP não está recebendo o apoio das pessoas que controlam a associação, indo talvez exigir a organização individual das pessoas que se sentem prejudicadas, numa ação jurídica contra o governo, considerando a existência de uma causa transitada em julgado, redescoberta pelo professor Armando Lisboa.

A Andes está sem o seu registro sindical... e a Apufsc e o Movimento Docente estão numa m.

Vamos continuar com este modelo ou vamos tentar reerguer a Apufsc, como associação de

docentes e quiçá como um sindicato?...

E aqui voltamos ao grande nó: ‘A opinião do professor acadêmico, individualista, em sua sala, vai modificar alguma coisa?...’

Vários partidos políticos no Brasil desaparecem quan-do morrem os seus líderes. É o partido do líder e não o

partido dos filiados. As idéias são as do líder e os filiados estão ali mas poderiam estar em outro lugar.

A Apufsc é a associação dos sindicalistas e as AG’s foram feitas para mantê-la em suas mãos.

Precisamos que a Apufsc seja a associação dos professores da UFSC e, em minha opinião, a solução para o nosso ‘grande nó’ passa por um caminho de duas vias: i) você precisa fazer os problemas da Apufsc (e do Movimento Docente) chegar ao professor em sua sala; ii) você precisa fazer a opinião deste professor ser respeitada.

Quando este professor sentir que a sua opi-nião estará influindo sobre os destinos de sua associação ele se sentirá responsável por ela.

E estará motivado para uma causa coletiva.Quando isso acontecer, o nosso necessário

esforço de ação política ficará diluído entre todos os professores e não mais precisaremos segregar ‘sindicalistas’ e ‘acadêmicos’.

Mas isso precisa acontecer. Como criar este caminho de duas vias?...Criando vasos de circulação entre os professo-

res e o sindicato, através dos seus representantes no Conselho.

Essa não é uma idéia nova e é tão antiga quanto o regimento atual cuja origem é a dé-cada de 80, mas a ‘cultura’ sindical que aqui se desenvolveu considerou os seus representantes mais como ‘moleques de recado’, como agentes para a ‘mobilização’ dos professores sobre as idéias e as práticas dos sindicalistas. Um cami-nho só de ida.

E isso fez com que a Apufsc ficasse por mais de 20 anos sem CR.

E isso ninguém mais aceita.

Professor do Departamento de Engenharia Mecânica e membro do Conselho de Representantes da Apufsc

O grande nóPaulo C. Philippi

Os professores da UFSC estão sendo solicitados em seus departamentos e centros a discutirem uma proposta de reforma de sua associação, a Apufsc, elaborada pelo Conselho de

Representantes e cujos princípios básicos são: i) a exigência de um quorum para as assembléias tanto de instalação quanto de deliberação; ii) a exigência de uma completa independência do Conselho Fiscal; iii) que as decisões de greve envolvam a maior participação possível dos professores que estão no efetivo exercício do ma-gistério; iv) um Conselho de Representantes forte atuando como o centro de decisões da Apufsc e v) a exigência de que as deliberações em todas as instâncias da Apufsc obedeçam aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, pu-blicidade, economia e eficiência.

São princípios básicos de uma associação, con-siderada como uma entidade de direito privado, dotada de personalidade jurídica e caracterizada por um agrupamento de pessoas que, aqui, envol-vem os professores da UFSC, do ensino fundamen-tal, médio e superior que estão no efetivo exercício do magistério ou aposentados.

Sendo princípios básicos por que a ênfase sobre coisas óbvias?...

A primeira observação é que esses princípios não estão sendo atendidos na Apufsc. Não há quorum para as assembléias, decisões importantes sendo tomadas por um número muito pequeno de associados, incluindo as de greve. O Conselho Fiscal e a Diretoria são eleitos numa mesma chapa e num mesmo dia. O Conselho de Repre-sentantes não existiu durante mais de 20 anos e as convocações de assembléias pela Diretoria da Apufsc são feitas sem qualquer consulta prévia ao Conselho, como se ele continuasse a não existir e com o mesmo resultado: assembléias vazias. As prestações de contas são feitas com itens amontoa-dos em rubricas achatadas que nada informam, não se dando publicidade a gastos específicos que seriam do interesse do associado e sobre os quais ele gostaria de opinar e os nossos representantes na Andes e em outros lugares voltam sem os relatórios que precisamos ler.

A segunda observação é que as pessoas que detiveram o poder da Apufsc, durante todos esses anos, acostumaram-se a este poder e estão reagindo e irão reagir contra este processo de reforma.

Além disso, o presente processo de discussão da nossa proposta de reforma do regimento geral da Apufsc deixam aparentes certos ‘nós’ no trânsito sindical que estão à origem de um esforço de

resistência à proposta de um novo sindicalismo universitário.

O grande nó se baseia no temor do ‘conge-lamento’ político da Apufsc quando o poder de decisão passar a ser do Conselho de Represen-tantes e em conseqüência do professor, em sua individualidade.

O professor é um ser acadêmico individua-lista. Suas preocupações são a ‘sua’ pesquisa, as ‘suas’ idéias, o seu conhecimento, a ‘sua’ ativi-dade de criação, a ‘sua’ comunidade científica e os ‘seus’ alunos com quem ele também aprende e dos quais a sua atividade de criação depende.

O sindicato pressupõe a renúncia à esta indi-vidualidade por uma causa coletiva.

E a grande questão que os nossos oponentes estão colocando ao processo de reforma que estamos propondo para o sindicalismo uni-versitário é esta: ‘Como entregar o sindicato nas mãos de pessoas, que são intrinsecamente individualistas?...’

Esta preocupação foi o norte da Apufsc duran-te toda a sua existência de 30 anos... e de todas as associações de docentes que se formaram nas décadas de 70 e 80 no Brasil, em resposta ao regime militar.

As decisões em AG vêm de lá. Tínhamos, todos, motivações comuns: a liberdade de ex-pressão, os direitos dos trabalhadores, o combate às elites que dominavam o país (e que ainda dominam), a reforma agrária (que ainda não foi feita)... e os professores iam em massa às AG’s sob uma motivação comum a todos.

De lá para cá muita coisa mudou.O muro de Berlim caiu, a União Soviética

ruiu e o PT compreendeu que governar um país pressupõe uma importante renúncia ideológica, acordos e pactos. E o de sempre: virou um partido como todos os outros, trocando a cesta básica pela bolsa família.

E as nossas AG’s ficaram vazias. Os professores ficaram mais maduros e mais individualistas em uma comunidade mais plural sem uma causa de combate comum. Dividiram-se em ‘acadêmicos’,

e ‘sindicalistas’...mas não só. A universidade entrou em crise de prestígio e o empre-endedorismo passou a ser um predicado importante e uma condição de sucesso.

O professor empreendedor é estimulado, caçado e bem pago em países como os Es-tados Unidos, Inglaterra...e outros que não estão no meu

dicionário. É o agente que carreia recursos para a instituição e que transforma chumbo em ouro.

A diferença entre lá e cá é que, lá, o empre-endedorismo fica sob o controle da instituição. E, aqui, não.

Além disso, a universidade em crise perdeu a sua unidade e transformou-se num amontoado

sem causa em comum, professores ficaram mais individualistas

a aPufsc é dos sindicalistas e as AGs servem para mantê-la em suas mãos

Política de cultura na ufscArmando de Melo Lisboa

A criação da Se-cretaria de Cultura/UFSC é uma no-vidade auspiciosa que configura, no mínimo, uma opor-tunidade para forta-

lecer a agenda da área de cultura, artes e humanidades dentro da UFSC.

A designação da profa. Maria de L. Borges para dirigir a Secretaria indica que ela não está destinada para figurar como a cereja do bolo da nova adminis-tração. Neste momento de gênese, há que precisar a compreensão de Cultura com a qual esta Secretaria trabalhará, pois isto definirá a agenda de ação da mesma para os próximos quatro anos.

Cabe não se aprisionar do enqua-dramento culturalista, onde a cultura é tratada apenas como elemento esté-tico e decorativo. Opondo-se a isto, na América Latina a teoria da dependência foi para outro extremo, descartando a importância da dimensão cultural: ao acentuar, obviamente, o fenômeno da dependência, insiste em definir a identi-dade latino-americana através do marco econômico, como se a dependência fosse nossa particularidade.

Se é na eterna busca de sentido – quem somos nós? – que a cultura está imbrica-da, ela não pode abstrair os dramáticos dilemas contemporâneos, ignorar que a extrema desigualdade, os graves conflitos e os jogos de poder redefinem os signifi-cados, fazendo dos mesmos instrumentos de luta política.

As atuais transformações societárias acentuam a importância da cultura no metabolismo econômico (Weber revive, ainda que às avessas) e do imaterial. Mesmo a estetização disseminada de-monstra uma transformação na nature-za do capitalismo, conclui Eagleton (in “A idéia de cultura”). Na globalização, uma determinada cultura estendeu-se pelo planeta. A luta da “civilização contra a barbárie” (Sarmiento ecoa ...) continua forte nas políticas imperiais hegemônicas. Contra a estandardização dominante surgem tanto reações super-particularistas, quanto a busca dum ge-nuíno universalismo não eurocêntrico.

Numa perspectiva pós-colonialista, cabe adotar não a política cultural como linha de atuação para a Secreta-

ria (reduzindo-a apenas a fomentar o consumo de bens culturais, como teatro, cine ...), mas a política da cultura. Ou seja: a cultura é também um elemento constitutivo da política, redefinindo-a, contribuindo decisivamente para a con-formação dum projeto nacional aberto à uma perspectiva cosmopolita.

Celso Furtado, nosso economista maior e tendo sido o primeiro Ministro da Cultura, defendeu que a primeira condição para liberarmo-nos do sub-desenvolvimento é assumir nossa pró-pria identidade, exortando para “que exorcizemos os fantasmas de uma modernidade que nos condena a um mimetismo cultural esterilizante” (in “Brasil, a construção interrompida”, 1992). O gênio inventivo de um povo, sua criatividade vital, apenas é liberado quando o padrão de desenvolvimento adotado apóia-se na identidade cultural nacional, a qual jamais é unitária em si mesma, nem puramente autêntica e fechada a outras tradições.

Os países tropicais, enquadrados colo-nialmente, adotaram técnicas inadequa-das à sua exuberante realidade ecológica e diversidade cultural, desprezando a abundância de luz, calor e umidade, seus povos mestiços, misturados e “impuros”.

Nossa condição colonial deriva do pensamento eurocêntrico (inclusive de esquerda), que estigmatizou nossa na-tureza e nossa cultura. Mas, isto está a mudar, pois Gilberto Freire (que criou a “tropicologia”) frutifica em Köln, Ale-manha, onde existe um Instituto para a Tecnologia nos Trópicos (www.tt.fh-ko-eln.de). Quantos Institutos semelhantes existem na América Latina?

O divórcio entre as políticas eco-nômicas desenvolvimentistas e nossa matriz cultural barroca tem gerado uma modernização dependente, modernismo sem modernização, modernidade sem desenvolvimento integral.

Cabe recusar o modelo único e preten-samente universal de modernização que confunde modernidade com mera indus-trialização mimética. Há múltiplas vias de construção da modernidade. Nossa forma de adentrar na modernidade não pode mais se pautar por tecnologias que ignoram nossas singularidades. Ou seja: podemos ser modernos e diferentes, sem deixar de ser “indios”.

Professor do Departamento de Economia

Boletim Apufscflorianópolis

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2 de junho de 2008

eduardo fagnani

As forças conserva-doras jamais aceita-ram a derrota sofrida em 1988. Desde os tra-balhos da Assembléia Nacional Constituinte (ANC) recorrem sem-

pre ao falso argumento de que os gastos são insustentáveis e o “déficit” da seguridade será um tsuname devastador das contas públicas.

Durante a acirrada disputa na ANC destaca-se um ato emblemático do presiden-te José Sarney. Quando teria início a votação da última fase dos trabalhos da ANC, numa efssbefjsb ufoubujwb efnpejdbs pt svnpt ebANC, Sarney convocou cadeia nacional de rádio e televisão para “alertar o povo e os constituintes” para “os perigos” que algumas das decisões contidas no texto aprovado no primeiro turno representavam para o futuro do país. A principal tese defendida era de que o país tornar-se-ia “ingovernável”. O inimigo da governabilidade era a seguri-dade, que causaria uma “explosão brutal de gastos públicos” (Sarney vai à TV criticar o projeto. Gazeta Mercantil. 27/7/1988).

O discurso de Sarney provocou a imedia-ta e memorável defesa da ANC feita pelo deputado Ulysses Guimarães. A Constitui-ção será a “guardiã da governabilidade”, sentenciou. Reportou-se a um conjunto de aspectos “inaugurais” do texto que seria sub-metido ao crivo da revisão constituinte. Em seguida, concluiu seu discurso fulminando, magistralmente, a tese do ‘desgoverno’: “Senhores constituintes: a Constituição, com as correções que faremos, será a guardiã da governabilidade. A governabilidade está no social. A fome, a miséria, a ignorância, a doença inassistida, são ingovernáveis. A injustiça social é a negação do governo e a condenação do governo (...)” (Ulysses Guimarães. “Esta constituição terá cheiro de amanhã, não de mofo”. Folha de S. Paulo, 28/7/1989).

Após quase 20 anos, não se pode afirmar que a seguridade tenha quebrado o país ou que ela seja a principal vilã do ajuste fiscal e do desgoverno. Por outro lado, ela é, sem dúvidas, um dos principais pilares da governabilidade, como profetizou Ulysses Guimarães. Entre 1988 e 2006, o número de benefícios do Regime Geral da Previdên-cia Social (RGPS) aumentou de 11 para 25

milhões, entre trabalhadores urbanos (INPS Urbano), trabalhadores rurais (Previdência Rural) e benefícios assistenciais (Loas). Seu formidável efeito distributivo fica mais evidente se contabilizarmos também os seus beneficiários indiretos. Segundo o IBGE, para cada beneficiário direto há 2,5 beneficiários indiretos, membros da família. Dessa forma, a seguridade beneficia, direta e indiretamen-te, cerca de 87 milhões de pessoas. Quase 70% dos benefícios são equivalentes ao piso de um salário mínimo. Sem ela, a população em situação de pobreza seria 11% maior. Hoje, mais de 80% dos idosos recebem aposenta-doria ou pensão. Por conta disso, a taxa de incidência da pobreza nos grupos etários com mais de 65 anos é de apenas 10%. Sem os benefícios, mais de 70% dos idosos estariam abaixo da linha de pobreza.

A despeito desses fatos, a partir de 1990 os mesmos argumentos baseados nas mesmas teses apocalípticas voltaram a ser evocados para justificar novas rodadas de reforma. Foi assim durante o governo Collor en-quanto aguardava a revisão constitucional prevista para ocorrer em 1993 – que acabou não ocorrendo por conta do impeachment – para enterrar de vez a seguridade.

O governo FHC teve maior êxito. A Re-forma da Previdência realizada em 1998 desmontou parte das conquistas de 1988. Para justificar esse legado, além dos argu-mentos falaciosos de sempre, seu governo inovou ao difundir a visão do aposentado como portador de ‘privilégios’ inaceitáveis, um verdadeiro ‘marajá’, que ameaçava a estabilidade. O próprio presidente da República denominou-os de “vaga-bundos”.

O governo Lula não foi diferente. Em meados de 2005 a área econômi-ca reprisou os mesmos mantras para justificar o programa visando ao “déficit nominal zero”. O ajuste repousava sobre o que restou da segu-ridade. Raul Veloso, conhecido membro da ortodoxia, foi direto ao ponto: “O superávit primário acabou. (...) A única saída seria cortar despesas constitucionalmente obri-gatórias – em bom português previdência, saúde, educação e assistência social” (Folha de S. Paulo, 2/9/2005).

Outro especialista reeditou a tese do país ingovernável, ao recomendar que todos os

esforços fossem concentrados “na mãe de todas as reformas, que será a previdenciária, sem a qual o país será inviável” (sic) (Fabio Giambiagi, Valor, 18/10/2005).

Bombardeada pela ministra Dilma Roussef – que considerou o plano uma “sim-plificação grosseira” – essa proposta voltou ao centro da agenda do candidato derrotado à presidência da República em 2006.

Em janeiro de 2006, o então ministro da Previdência, Nelson Machado, escancarou o que a Constituição da República havia consagrado duas décadas antes. De forma correta, os critérios de apuração do “déficit” foram alterados e ele reduziu-se dos “alar-mantes” R$42 bilhões para R$ 4 bilhões. A ortodoxia ficou à beira de um ataque de nervos. Em uníssono, argumentaram tratar-se de “manipulação contábil” que equivale a não enfrentar os problemas de fundo e “varrer a sujeira para debaixo do tapete”.

Na atual conjuntura, não há nada de novo no front conservador. A recente insti-tuição do Fórum Nacional da Previdência Social proporcionou outra enxurrada de re-velações apocalípticas. Campos e Pochmann (2007, 65) têm razão quando afirmam que o debate sobre a previdência no Brasil ainda permanece contaminado por idéias “fora de lugar”. Segundo esses autores, algumas das propostas de reforma do sistema previdenci-ário em discussão “são estritamente focadas no próprio sistema, esquecendo (ou simples-mente desconsiderando) que os problemas aí existentes radicam na verdade fora dele, quer dizer, radicam mais propriamente no

mercado de trabalho”. De fato, no debate em

curso tem prevalecido a visão de que a natureza da questão financeira da Pre-vidência Social no Brasil decorre, exclusivamente, de fatores endógenos ao próprio sistema. De forma simplificada, argumenta-se que o desequilíbrio fi-

nanceiro seria conseqüência do crescimento dos gastos com benefícios, reflexos da suposta “generosidade” do atual plano de benefícios. O ritmo de crescimento das despesas se inten-sificará no futuro. A transição demográfica seria um componente adicional de expansão dos gastos com aposentadorias e o “déficit” do sistema, hoje crítico, seria insustentável em 2050. A experiência de outros países comprovaria a tese de que os gastos com

Previdência social: idéias “fora de lugar”

dePois de 20 anos, a seguridade é um dos pilares da governabilidade

Boletim Apufscflorianópolis

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2 de junho de 2008

aposentaria no Brasil estariam muito acima dos padrões internacionais. O suposto excesso dos gastos à luz da experiência internacional reforçaria o argumento de que a Previdência se constituiria no principal obstáculo ao desenvolvimento econômico, dado que não deixa espaço orçamentário para investimen-tos em infra-estrutura. Nesta perspectiva, a única saída para equacionar o problema seria fazer novas rodadas de reformas, feitas para corrigir as benesses do sistema e para reduzir o patamar de gastos. (Giambiaggi, 2007; Tafner, 2007; e Caetano & Miranda, 2007).

Ao contrário, a natureza da questão do fi-nanciamento da Previdên-cia Social é preponderan-temente exógena e reflete as opções macroeconômi-cas adotadas nas últimas décadas, que fragilizaram o mercado de trabalho e estreitaram os mecanismos de financiamento das po-líticas sociais, em geral, e da Previdência Social, em particular (Fagnani, 2005). Mais precisa-mente, o cerne da questão do financiamento da Seguridade Social é a redução do patamar de receitas, decorrente do baixo crescimento econômico e seus impactos negativos sobre o mercado de trabalho.

Portanto, uma agenda alternativa mais justa e eficaz deve, necessariamente, mudar o foco das despesas para o das receitas. O crescimento econômico é condição necessá-ria para isso. O início do segundo mandato do presidente Lula teve o mérito de recolocar a questão do crescimento econômico no centro da agenda governamental. Trata-se de fato alvissareiro e bem-vindo que não ocorria há mais de duas décadas. A redução das taxas de juros – que ainda permanecem elevadas – foi um dos fatores centrais para o início da retomada do crescimento.

A doutrina e a ideologia de que o país não poderia crescer mais de 3,5% ao ano, tantas vezes represadas, estão sendo nega-das pela realidade. O PIB cresceu 5,4% em 2007. Foram criados mais de 1,8 milhões de empregos formais. Em setembro foram cria-dos mais de 251 mil empregos com carteira assinada, o melhor resultado desde 1992. O desemprego estrutural caiu para 14,25% em dezembro de 2007, o melhor resultado desde 1998. O desemprego médio em 2007 medido pelo IBGE caiu para 9,3%, a menor taxa em cinco anos. A arrecadação tributária até setembro aumentou 11% em relação a 2006. O governo arrecadou até outubro de 2007 mais de R$ 36 bilhões acima do previsto. A dívida líquida do setor público caiu para 43% do PIB, o menor valor desde 1999. O crescimento do investimento no País acumulado entre 2006 e 2007 é de

18%. O investimento deve crescer 20% nos próximos 5 anos, estima o BNDES. No

final de 2007, 85% da indústria produzia acima da média dos últimos dois anos. O consumo de máquinas cresceu 29% no 3º trimestre de 2007. A rentabilidade da indústria voltou a subir após dois anos. O consumo avançou 5,9% no primeiro semes-tre, a maior taxa desde 1997.

Em agosto, as contratações de empre-gados com carteira assinada ajudaram a previdência social a apresentar pela primeira vez desde meados de 1990 uma redução de 20% no alegado “déficit” em suas contas em relação a agosto de 2006. No final de 2007, o secretário de Previdência Social do MPS,

Helmut Schwarzer, coor-denador do Fórum Nacio-nal da Previdência Social, admitiu a melhoria das contas da previdência, ante os fatos positivos decorrentes do crescimen-to econômico. Segundo Tdixbs{fs, p bmfhbep ªeäcit” do INSS está caindo e pode fechar menor do

que em 2006. Pela primeira vez desde 1995, o déficit da Previdência Social acumulado no ano (janeiro a outubro) apresentou queda na comparação com igual período do ano anterior. E prossegue Schwarzer:

“Essa queda é sinal do momento excep-cional favorável da previdência. A arre-cadação cresceu fortemente e o gasto com benefícios está praticamente estável”, avalia o secretário de Previdência Social do MPS. A redução já pode ser considerada como uma nova tendência das contas do regime geral de aposentadorias (Déficit na previdência cai pela primeira vez desde 95, Folha de S.Paulo, 23/11/2007).

Assim, após opções macroeconômicas ins-piradas na cartilha neoliberal, esses sinais de reversão da tendência de estagnação contra-dizem frontalmente as profecias pessimistas de que a economia não poderia crescer mais de 3,5% ao ano porque geraria inflação; de que sem a Reforma da Previdência o País não cresceria; de que sem a reforma da Pre-vidência o País não investiria; de que sem a reforma da Previdência, “a mãe da todas as reformas, o pais se tornará ingovernável”, dentre tantos outros dogmas falaciosos di-fundidos como cortina de fumaça, por trás da qual se escondem os objetivos de capturar esses recursos da Seguridade para a gestão financeira da dívida. A continuidade desse ciclo de crescimento por mais alguns anos colocará por terra muitas das teses catas-tróficas difundidas há mais de vinte anos pela ortodoxia econômica. Sem crescimento não há saídas civilizadas para a Previdência Social – nem para o país.

Professor de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (Cesit)

Não há saída civilizada para o país e para a seguridade sem crescimento

Os interessados em participar do campe-onato universitário de tênis, promovido pelo Núcleo de Estudos em Tênis de Campo (Netec), tem até sexta-feira, dia 6, para fazer sua inscrição. Podem participar alunos e ex-alunos de graduação, pós-graduação e cursos de extensão promovi-dos pelo Netec, com idade a partir dos 15 anos, alunos do Colégio de Aplicação da UFSC, professores e servidores da UFSC, participantes dos projetos de extensão promovidos pelo Netec, e do convênio do Sesi com a UFSC. Do campeonato de cadeira de rodas poderão inscrever-se cadeirantes da comunidade em geral. As categorias são as seguintes:MASCULINO:- Alunos: A, B e C (avançado, intermedi-ário e iniciante);- Professores, funcionários e servidores acima de 40 anos: A e BFEMININO (alunas, professoras, funcio-nárias e servidoras):- Até 35 anos- Acima de 35 anosCADEIRANTES:- Livre: Masculino e FemininoREALIZAÇÃO: 13, 14 e 15 de junho de 2008, no CDS da UFSC.INFORMAÇÕES: Netec (fundos do prédio da piscina, no Centro de Desportos-CDS).Fone: 3721-9695 ou no celular 8803-5065 (professor Osvaldo André).E-mail: [email protected]

O desembargador federal Edgard Lipp-mann Jr., do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), determinou na última quinta-feira, dia 29, que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) não pode cobrar nenhum tipo de taxa relacionada ao ensino. A liminar foi con-cedida a pedido do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade, autor da ação civil pública.

O DCE recorreu ao TRF4 depois da Justiça Federal de Porto Alegre ter ne-gado a liminar. Ao analisar o recurso, o desembargador destacou que é vedado à instituição de ensino condicionar a ex-pedição de documentos indispensáveis ao aluno ao pagamento de qualquer taxa. O caso ainda será julgado pela 4ª Turma do tribunal, em data a ser definida.

liminar impede uFrGs de cobrar taxas

campeonato de tênis

Boletim Apufscflorianópolis 2 de junho de 2008

publicação semanal da Apufsc (Associação dos professores da ufsC), seção sindical do Andes – sindicato nacional

Presidente: Armando de melo lisboa

Vice-Presidente: lino fernando de bragança peres

secretária Geral:

diretoria Gestão 2006/2008

Produção

jornalista responsável ney pacheco (sC - 735 Jp)Projeto gráfico e editoração eletrônica tadeu meyer martinsimpressão gráfica rio sultiragem 3.500 exemplaresdistribuição gratuita e dirigida

eNtre em coNtatoendereço sede da ApufsC-ssind, Campus universitário, Cep 88040-900, florianópolis – sC

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1° secretário: idaleto malvezzi Aued

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diretor de divulgação e imprensa: fernando ponte de souza

Vice-diretora de divulgação e imprensa:

diretora de Promoções culturais e científicas: Albertina dutra silva

Vice-diretor de Prom. culturais e científicas: César de medeiros regis

diretora de Promoções sociais: maristela fantin

diretora de Política sindical: doroti martins

diretor de relações institucionais: Carlos becker Westphall

diretora de assuntos de aposentadoria: irmgard Alba Haas

coNselho Fiscal efetivos: ivo sostisso, Jonas salomão spricigo, Arthur ronald de vallauris buchsbaum

suplentes: marco Aurélio da ros, edmundo vegini, maurício roberto da silva

o conteúdo dos artigos assinados é de responsabilidade dos autores e não corresponde necessariamente à opinião da diretoria da Apufsc

1º Congresso de Professores da UFSCProgramação

19h30 - Auditório dA reitoriAConferência de Abertura- Roberto Romano (Unicamp) - Roberto Leher (UFRJ)

14 horAs - Auditório dA reitoriAUniversidade no Sul do Brasil:

reforma universitária e suas conseqüências

- Diorge Alceno Konrad (UFSM)- Laura Fonseca (Unipampa)- Milena Maria da Costa Martinez

(UFPR)- Carlos Henrique Lemos Soares

(UFSC)

16 horAs - Auditório dA reitoriAMaio de 68: 40 anos depois- Christian Guy Caubet (UFSC)

19h30 - Auditório dA reitoriACondições de Trabalho na Uni-

versidade: saúde do professor, assédio moral, direito autoral, produção acadêmica para quem?

- Américo Ishida (UFSC)- Roberto Moraes Cruz (UFSC)

2 de junho

3 de junho

14 horAs - Auditório dA reitoriAFundações x Universidade: Apoio

ou prejuízo?- Carlos Becker Westphall (Apuf-

sc)- Christian Guy Caubet (UFSC)- Representante da Reitoria

16h30 - Auditório dA reitoriAHistória do Movimento Docente

na UFSC- Crenilde Rodrigues (UFSC)- Marli Auras (UFSC)- Vera Bazzo (UFSC)

19h30 - Auditório dA reitoriAMovimento Sindical e Universi-

dade: efeitos da proposta de reforma do governo federal no movimento docente

- José Vitorino Zago (Conlutas)- Fernando Molinos Pires (An-

des-SN)- Ricardo Antunes (Unicamp)

14 horAs - Auditório do CFhA Experiência dos Encontros de Profes-

sores da UFSC. - Mauricio Roberto da Silva (UFSC)

15 horAs - Auditório do CFhO Papel do Professor Aposentados no

Movimento Sindical- Fernando Molinos Pires (Andes-

SN)

16 horAs - Auditório do CFhConcepções de Regimento e Sindicato- Albertina Dutra Silva (Diretoria da

Apufsc)- João Carlos Fagundes (Conselho de

Representantes da Apufsc)

17 horAs - Auditório do CFhA Universidade e o Plano Diretor- Lino Fernando de Bragança Peres

(UFSC)- Janice Tirelli (Repres. do Campeche

no Plano Diretor)

14 horAs - Auditório do Colégio de APliCAçãoCarreira Única nas Universidades Federais- Hélcio Queiróz Braga (SINDCEFET-MG)- Alberto Elvino Franke (UFSC)

4 de junho

3 e 4 de junho, entre 9 e 17 horas, tendA CulturAl montada na praça em frente ao Convivência com comida, ioga, panfletagem, música...