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FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
FLUXO DE ATENDIMENTO
PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE EM
SITUAÇÃO DE TRABALHO INFANTIL NO DISTRITO
FEDERAL
Brasília, 07 de junho de 2013.
∙ 2 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
APRESENTAÇÃO
O Fluxo de Atendimento a Crianças e Adolescentes em Situação
de Trabalho Infantil é um documento construído pela Comissão do
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil do DF/CEPETI e o
Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção
ao Adolescente Trabalhador do DF/Fórum PETI. A construção de um
fluxo conjunto visa sistematizar o atendimento de todos os órgãos da
rede do Distrito Federal no enfrentamento ao trabalho infantil sob a
ótica da prevenção, proteção e promoção dos direitos das crianças e
adolescentes conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
8.069/1990).
O estabelecimento de um fluxo de atendimento é imprescindível
para nortear os atores da Rede de Proteção Social quanto à
responsabilidade de cada instituição no enfrentamento ao trabalho
infantil. É preciso ter consciência que nenhum órgão isolado é capaz
de romper com a exploração da força de trabalho infanto-juvenil, ao
mesmo tempo em que é fundamental que cada instituição exerça sua
função sem sobreposições de ações.
A construção desse fluxo traz um amadurecimento às políticas
públicas distritais voltadas à defesa e à promoção dos direitos das
crianças e adolescentes. Ao estruturar o atendimento à criança ou
adolescente com direito violado, bem como a atenção à sua família, o
fluxo visa minimizar a sobreposição de ações, visibilizando a atuação
∙ 3 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
de cada órgão e o responsabilizado pela sua competência. Além
disso, a rede de atendimento se fortalece diminuindo as distâncias
entre as instituições e entrelaçando o acompanhamento do público
alvo.
Considerando a participação da população, dos movimentos
sociais e dos operadores das políticas públicas como fundamental
para qualificar os instrumentos normativos e o funcionamento dos
mecanismos de promoção e defesa dos direitos das crianças e dos
adolescentes, o CEPETI e o Fórum PETI lançaram o documento para
consulta pública e o mesmo permaneceu aberto para consulta até o
dia 20 de abril de 2013.
Comissão do Programa de Erradicação
do Trabalho Infantil do DF
Fórum de Prevenção e Erradicação do
Trabalho Infantil e de Proteção ao
Adolescente Trabalhador do DF
∙ 4 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
LISTA DE SIGLAS
AFT – Auditor Fiscal do Trabalho
CadÚnico – Cadastro Único para Programas Sociais do Governo
Federal
CDCA – Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente
CEPETI – Comissão Estadual do Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil do DF
CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei N.º 5.452, DE
1º DE MAIO DE 1943)
COSE – Centro de Convivência
CRAS – Centro de Referência da Assistência Social
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social
CRCA - Centro de Referência da Criança e do Adolescente
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
DPCA – Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente
Fórum PETI – Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
e de Proteção ao Adolescente Trabalhador do DF
GREPAV - Gerência Regional de Planejamento, Acompanhamento e
Avaliação Educacional
MPT – Ministério Público do Trabalho
MS – Ministério da Saúde
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
∙ 5 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias
e Indivíduos
PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família
PBF – Programa Bolsa Família
PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
SCFV – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
SEAS - Serviço Especializado de Abordagem Social
SE/DF – Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
SEDEST/DF – Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência
de Renda do Distrito Federal
SES/DF – Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
SICON – Sistema de Condicionalidades do Programa Bolsa Família
SIPIA – CT/Web – Sistema de Informação para a Infância e
Adolescência
SISPETI - Sistema de Controle e Acompanhamento das Ações
ofertadas pelo Serviço Socioeducativo do Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil
SRTE – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
SINAN-NET – Sistema de Informação de Agravos de Notificação do
Ministério da Saúde.
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta
TIP – Trabalho Infantil Perigoso
∙ 6 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
SUMÁRIO
FLUXO DESCRITIVO ................................................................. 7
1 ENTRADA ......................................................................... 7
1.1. Denúncias ................................................................... 7
1.2. Registro de Informações........................................... 12
2 DIAGNÓSTICO ............................................................... 13
2.1. Averiguação Inicial ................................................ 13
2.2. Abordagem Especializada ....................................... 16
2.3. Análise de Situação ................................................ 17
3 APLICAÇÃO DE MEDIDAS................................................ 20
3.1. Medidas de Proteção .............................................. 20
3.2. Medidas de Responsabilização ............................... 37
4 MONITORAMENTO .......................................................... 40
FLUXOGRAMAErro! Indicador não
definido....................................................................... 42
CONTATOS DOS ÓRGÃOS E UNIDADES .................................. 43
CONSELHOS TUTELARES ........................................................ 43
CENTROS DE REFERENCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTENCIA
SOCIAL (CREAS) ................................................................... 51
DELEGACIA DE PROTEÇÃO A CRIANÇA E ADOLESCENTES ......... 522
CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR ............. 53
ANEXO I ................................................................................ 54
ANEXO II ............................................................................... 76
∙ 7 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
FLUXO DESCRITIVO
1 ENTRADA
1.1. Denúncias
É responsabilidade do Estado e da Sociedade denunciar a
ocorrência de trabalho infantil, sendo fundamental à rede de proteção
da criança e do adolescente observar formas não tão evidentes de
exploração dessa força de trabalho, bem como de situações de risco
que venham a promover a entrada da criança e do adolescente no
exercício laboral exploratório.
A situação de trabalho infanto-juvenil se configura em
qualquer situação em que a criança ou adolescente contribuam para a
produção de bens ou serviços, incluindo atividades não remuneradas.
A situação de trabalho pode ser motivada pela necessidade de auto-
sustento e complementação de renda da família ou através da
exploração financeira de terceiros, podendo ocorrer através de
qualquer forma de inserção no mercado de trabalho, por meio de
atividades em espaços públicos ou privados, nos setores formais e
informais da economia. No entanto, o trabalho infantil não pode ser
reduzido unicamente à necessidade de geração de renda e nem de
benefícios como alimentação e moradia. A situação de trabalho
abarca uma realidade social e subjetiva complexa com diversos
outros fatores motivadores para a inserção da criança ou adolescente
em uma situação de exploração – como a busca da valorização de
∙ 8 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
sua própria atividade, a necessidade de novos espaços de
sociabilização e de mobilidade, a vinculação afetiva e familiar, a
construção de um espaço de afirmação, a necessidade de
identificação com adultos de sua família e comunidade, o
pertencimento a grupos, a projeção de um futuro, dentre outros.
Cabe à rede de proteção denunciar ao Conselho Tutelar,
órgão permanente e autônomo, não jurisdicional encarregado pela
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente1, qualquer suspeita de trabalho infantil, risco de trabalho
ou ainda situações irregulares de trabalho de adolescentes que, com
14 a 15 anos, não estejam em condição de aprendizes ou de qualquer
adolescente que esteja inserido em atividades definidas na listagem
de Trabalho Infantil Perigoso - TIP (de acordo com a Portaria n.º 20,
de 13/9/2001, complementada pela Portaria n.º 4 de 21/3/2002, do
MTE)2.
O Conselho Tutelar funcionará de segunda a sexta feira de
8h00 às 18h00 para o recebimento de todos os tipos de denúncias.
Em horário contrário, o recebimento de denúncias se dará por meio
do Centro de Referência dos Direitos da Criança e do Adolescente-
CRCA, por intermédio de ligação gratuita. Fora o horário de
expediente, finais de semana e feriados, os Conselhos Tutelares
ficarão de sobreaviso para atendimentos de situações emergenciais
enviadas por meio do CRCA.
1 Conforme preconiza o Art. 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído
pela Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990: “Os casos de suspeita ou confirmação
de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados
ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
legais.” 2 Ver Anexo I.
∙ 9 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
A suspeita de uma situação de trabalho infantil pode provir de
uma diversa gama de fatores, porém especialmente relacionadas e
com olhar atento às piores e mais comuns formas de exploração de
força de trabalho infantil: exploração sexual comercial, trabalho no
narcotráfico, trabalho doméstico, trabalho em situação de rua
(ambulante, guardador de carro, trabalho em feiras, mendicância
etc.), trabalho no lixão ou vinculado a coleta de lixo, trabalho rural
principalmente com uso de agrotóxicos. Os indícios para suspeita
podem vir desde mudanças abruptas na renda, constatação do
trabalho dos pais como uma das formas tradicionais de trabalho
familiar (como trabalho em lixão ou algumas formas de trabalho na
rua), relação com integrantes de redes organizadas do narcotráfico
ou com redes de aliciamento para exploração sexual, fadiga e
exaustão física, identificação de lesões ou sintomas decorrentes de
alguma atividade laboral, continuas faltas em espaços de costume
frequência (como escola, igreja, grupos, atividades de convivência
etc.).
∙ 10 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
DISQUE 100
Todos os órgãos públicos necessitam estar atentos à questão
do trabalho infantil não apenas em datas específicas ou ações
pontuais de enfrentamento, mas no cotidiano de suas atuações, não
negligenciando nenhuma informação sobre situação de trabalho
envolvendo uma criança ou adolescente atendido, membro de uma
família acompanhada ou qualquer informação sobre situação de
exploração da força de trabalho infanto-juvenil no seu território de
abrangência (especialmente ligados aos trabalhos infantis perigosos e
às piores formas de trabalho infantil).
ATENÇÃO
Algumas situações costumam não ser compreendidas como
trabalho infantil. É fundamental que cada órgão conscientize seus
profissionais, bem como toda a comunidade, que essas são
situações que devem ser denunciadas todas as vezes que forem
encontradas e que a rede de proteção deve ser sempre acionada
para intervir e acompanhar as crianças, adolescentes e suas as
famílias. São elas:
Exploração Sexual Comercial
Trabalho no tráfico de drogas
Trabalho de Rua (como a mendicância, comércio informal de
rua, trabalho em feiras e atividade de guardador de carros)
Trabalho Doméstico
Trabalho Rural
Trabalho na Coleta de Recicláveis (mesmo que a criança ou
adolescente não trabalhe diretamente no lixão, muitas vezes
ele ajuda na triagem do material em casa).
∙ 11 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Toda situação de trabalho infantil identificada deve ser
encaminhada ao Conselho Tutelar para averiguação e registro,
mesmo que o órgão encaminhado já esteja acompanhando o
indivíduo ou a família e já realizando intervenções de enfrentamento
e superação do trabalho infantil.
Toda denúncia, proveniente de membros da sociedade ou do
governo por meio das Unidades da Assistência Social, das Unidades
de Saúde, Escolas, Segurança Pública, Ministério Público, SRTE, CRCA
e da Sociedade, bem como provenientes de serviços de registro e
encaminhamento de denúncias da população, deverão ser
encaminhadas ao Conselho Tutelar/CRCA.
DISQUE 100
O canal que deve ser divulgado para que a população possa realizar
denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes é o
Disque de Denúncia Nacional, o Disque 100. Esse serviço funciona
diariamente das 8h às 22h, inclusive nos fins de semana e feriados.
As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas, no prazo
de 24 horas, aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização,
priorizando o Conselho Tutelar como porta de entrada. A identidade
da pessoa denunciante é mantida em sigilo. O Disque 100 pode ser
acessado pelos seguintes meios:
· discagem direta e gratuita do número 100;
· envio de mensagem para o e-mail [email protected];
· ligação internacional. Fora do Brasil através do número +55 61
3212.8400
∙ 12 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
1.2. Registro de Informações
Ao receber denúncia sobre situação de trabalho infantil, o
Conselho Tutelar deverá realizar o registro da situação de violação
de direito no SIPIA CT/WEB – Sistema de Informação para a
Infância e Adolescência. O SIPIA CT/Web é um sistema nacional
de registro e tratamento de informações sobre a garantia e defesa
dos direitos fundamentais preconizados no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).
O SIPIA CT/Web fundamenta-se no ECA e tem três objetivos
primordiais:
operacionalizar na base a política de atendimento dos direitos,
ou seja, possibilitar a mais objetiva e completa leitura possível
da queixa ou situação da criança ou adolescente, por parte do
Conselho Tutelar;
encaminhar a aplicação da medida mais adequada com vistas
ao ressarcimento do direito violado para sanar a situação em
que se encontra a criança ou adolescente; e
subsidiar as demais instâncias - Conselhos de Direitos e
autoridades competentes - na formulação e gestão de políticas
de atendimento.
Os órgãos devem fortalecer o Disque 100, como serviço de
abrangência nacional, e evitar a criação de serviços paralelos de
denúncias.
∙ 13 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
2 DIAGNÓSTICO
2.1. Averiguação Inicial
É responsabilidade do Conselho Tutelar exercer as funções de
escuta, orientação, aconselhamento, requerimento de serviços
necessários à efetivação do atendimento, encaminhamento e
acompanhamento de todos os casos de sua região. Após receber
qualquer forma de denuncia de trabalho infantil ou risco de trabalho,
cabe ao Conselho Tutelar da região realizar uma averiguação inicial.
Essa etapa é fundamental, pois é uma das portas de entrada para a
rede de proteção da criança e do adolescente, possibilitando
visibilizar a questão e realizar seu enfrentamento, zelando pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Para averiguação inicial, o Conselho Tutelar deve entrar em
contato com a família ou responsável da criança ou adolescente para
verificar a veracidade da informação e para fazer um levantamento
da situação da família no quesito de sua inserção em programas
públicos, como o de transferência de renda, o de erradicação do
trabalho infantil, no serviço de convivência, dentre outros.
Na averiguação, o Conselho Tutelar deve identificar as
seguintes situações:
O SIPIA CT/Web é um sistema nacional e seus dados são
preenchidos online pelos Conselheiros Tutelares através da
plataforma SIPIA-CT WEB, acessado no sitio:
http://www.sipia.gov.br/
∙ 14 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
(I) Crianças ou adolescentes, com idade menor de 14 anos, que
trabalha;
(II) Adolescente, de 14 a 15, anos que trabalhe em condição
que não seja de aprendiz;
(III) Adolescente, de 16 a 17 anos, que esteja trabalhando em
condições que não sejam na condição de aprendiz ou que
esteja empregado sem seus direitos trabalhistas e
previdenciários assegurados3;
(IV) Adolescente, de 14 a 17 anos, trabalhando, mesmo que na
condição de aprendiz, em atividades definidas na listagem
de Trabalho Infantil Perigoso (TIP – de acordo com a Portaria
n.º 20, de 13/9/2001, complementada pela Portaria n.º 4 de
21/3/2002, do MTE);
(V) Adolescente, de 14 a 17 anos, trabalhando, mesmo na
condição de aprendiz, em qualquer atividade laboral
identificada como insalubre, perigoso, penoso e/ou noturno.
Em caso de crianças e adolescentes que não estejam
trabalhando, deverão ser identificadas:
(I) Crianças ou adolescentes que apresentam história pregressa
de trabalho;
(II) Crianças ou adolescentes em situação de aliciamento por
redes de exploração.
É essencial ao Conselheiro Tutelar, na averiguação inicial, não
apenas perguntar aos familiares ou responsáveis se a criança ou
adolescente está trabalhando, uma vez que em muitos casos a
3 Ver Anexo II.
∙ 15 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
atividade laboral não é vista por seus pais como um “trabalho” –
como, por exemplo, no serviço doméstico ou em auxílios esporádicos
na coleta de lixo ou ainda na venda ambulantes. Há também o
complicador de algumas formas de exploração laboral serem veladas,
como no tráfico de narcóticos ou na exploração sexual comercial.
Portanto, é fundamental a averiguação inicial ter um teor
investigativo. Embora o Conselho Tutelar não tenha uma atuação
pericial, deve buscar evidências que o possibilite constatar as
situações de trabalho, necessitando mesmo em caso negativo
identificar se há histórico de trabalho infantil na família ou outras
violações de direitos, avaliando possíveis riscos de inserção precoce
no trabalho e prestar os devidos encaminhamentos.
O principal instrumento para os conselheiros apurarem os fatos
é por meio de relato tanto de familiares e responsáveis como da
própria criança ou adolescente, devendo estar atentos às falas,
discursos e comportamentos, buscando com o diálogo esclarecer suas
dúvidas e detectar contradições. Porém as evidências também podem
provir de observações acerca da saúde da criança por meio de
extrema fadiga, lesões, ou outros sintomas, observações acerca da
condição da família. Não deve ser avaliada apenas a necessidade de
geração de renda, mas também relações com outras crianças ou
adolescentes em situação de trabalho, relação com aliciadores,
possibilidade de cuidado relacionado com tempo dos pais dedicado ao
trabalho etc. Também é possível averiguar relatos de outras pessoas
como vizinhos, professores, dentre outros.
Aqui é crucial que o Conselho Tutelar possua inserção na
comunidade e conheça a fundo a dinâmica da região sob sua tutela,
detalhando as formas comuns de trabalho infantil, como ocorrem e
∙ 16 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
regiões de incidência. Seria importante que os Conselhos Tutelares
soubessem quais as redes de violação de direitos de crianças e
adolescentes da sua região, com o apoio da Segurança Pública local
para fazer as devidas verificações. A averiguação deve buscar
estabelecer relações entre a denúncia, as evidências constatadas e a
dinâmica dos possíveis trabalhos onde a criança e o adolescente
possam estar inseridos ou corram o risco de vir a ser inseridos.
2.2. Abordagem Especializada
Quando se tratar de indivíduos e famílias que estiverem em
situação de rua ou que a atividade laboral ocorra em espaço público e
o adolescente ou criança com direito violado recuse qualquer diálogo
com os Conselheiros Tutelares, o Conselho Tutelar solicitará suporte
ao Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS),
realizado pela Secretaria de Estado Desenvolvimento Social e
Transferência de Renda, para a realização da Averiguação Inicial.4
Cabe esclarecer que a responsabilidade da Averiguação Inicial,
mesmo solicitando suporte do SEAS, é do Conselho Tutelar.
O SEAS poderá construir junto ao Conselho Tutelar
estratégias de intervenção, por meio de abordagens sistemáticas e
elaboração de oficinas temáticas, visando intervir na situação de
violação de direito que ocorre no espaço público. A atuação do
Serviço de Abordagem é fundamental para intervir em casos, nos
quais e seja necessário o uso de instrumentos pedagógicos para a
sensibilização e vinculação da criança ou adolescente ao atendimento
da rede de garantia de direitos.
4 No Distrito Federal o Serviço Especializado de Abordagem Social é executado por
meio de uma entidade conveniada à SEDEST. Existem 28 equipes de abordagem
distribuídas no Distrito Federal.
∙ 17 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
O SEAS tem como trabalho social essencial ao serviço o
conhecimento do território e das condições de vida das pessoas que
utilizam a rua como espaço de sobrevivência e/ou moradia,
identificando suas estratégias de sobrevivência, procedências,
aspirações, desejos e relações estabelecidas com as instituições.
Dessa forma, a solicitação desse serviço pelo Conselho Tutelar é
fundamental em casos nos quais a criança ou adolescente em
situação de trabalho infantil possua grande trânsito pela cidade ou
que não se tenha conhecimento sobre seu local de moradia e de
exercício de atividade laboral, bem como de sua rotina, estratégias de
sobrevivência e a que redes ele está vinculado.
O SEAS é construído por meio de estratégias lúdicas e
educativas, respeitando o direito da população em situação de rua de
ir e vir e de inserção e usufruto da cidade, de forma que não realiza a
retirada compulsória de pessoas e famílias em situação de rua dos
espaços públicos, inclusive de crianças e adolescentes. É importante
que as estratégias lúdicas e educativas sejam desenvolvidas em
espaços seguros, específicos e reservados.
2.3. Análise de Situação
Após a Averiguação Inicial o Conselho Tutelar encaminhará o
caso para avaliação técnica e requisitará atendimento de serviços
especializados, a saber:
(I) Unidade de Saúde Local: para a avaliação e diagnóstico
da saúde da criança e adolescente trabalhadores ou com
história pregressa de trabalho, com avaliação dos danos
provocados e da exposição a fatores de risco. Essa avaliação
deve ser realizada independente da situação de trabalho
(legal ou ilegal).
∙ 18 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
(II) Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (CREAS): para avaliação da violação de direitos
socioassistenciais da família, da comunidade e do território e
de estudo técnico sobre os fatores que estruturam essa
violação visando à construção de plano de superação
individual e familiar da situação de trabalho infantil e demais
violações que esteja ocorrendo com a família. O CREAS que
deve ser acionado é da área de moradia da família, bem
como do território no qual ocorre a situação de violação de
direitos.5
(III) Escola: para avaliação da inserção e do êxito escolar,
investigando impacto da situação do trabalho no
rendimento, na adesão, na assiduidade, na frequência e na
participação de familiares e responsáveis na vida escolar da
criança e adolescentes.
(IV) Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
(SRTE): para inspeção da situação de trabalho infantil por
auditor do trabalho, notificação do empregador e
afastamento imediato da criança ou adolescente do
trabalho. Ressalta-se que a atuação da inspeção do trabalho
no combate ao trabalho infantil centra-se no trabalho formal
e nos empregadores. Modalidades como trabalho infantil
doméstico, em economia familiar, exploração sexual,
atividades ilícitas não são alvo das ações de fiscalização das
Superintendências Regionais do Trabalho.
5 No Distrito Federal existem 09 CREAS. A área de abrangência de cada um deles
está especificada nas páginas 51 e 52.
∙ 19 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
(V) Ministério Público do Trabalho (MPT): para instauração
de procedimentos investigatórios, inquéritos civis públicos e
outras medidas administrativas para proteção dos interesses
individuais, difusos e coletivos relativos à infância e à
adolescência.
(VI) Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente
(DPCA): quando identificada na Averiguação Inicial a
presença de rede estruturada de exploração e aliciamento
para exploração sexual comercial e tráfico de drogas, bem
como de explorador que atue por meio da força, coação,
ameaça, chantagem e ou qualquer outra ação que constitua
crime aos Direitos da Criança e Adolescente.
(VII) Outros: quando identificada a necessidade da avaliação e
atendimento de outros órgãos.
A articulação intersetorial é fundamental na avaliação da
situação da exploração da força de trabalho infantil e na elaboração
de estratégias para seu enfrentamento. A necessidade de articulação
intersetorial segue o princípio da incompletude institucional, sendo
fundamental a compreensão de cada órgão que sua atuação a partir
de uma avaliação isolada é incompleta e não permite compreensão
de todos os elementos do fenômeno. Só através de um olhar para
todos os elementos que compõe a violação de direito é possível
abarcar sua complexidade e sua superação efetiva.
Todos os órgãos devem informar ao Conselho Tutelar sua
avaliação técnica e, observados casos de divergência de avaliação e
de medidas de intervenção, o Conselho e os demais órgãos poderão
chamar reunião de estudo técnico intersetorial para definição
∙ 20 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
conjunta de encaminhamentos e estratégias de enfrentamento da
situação da violação de direito.
3 APLICAÇÃO DE MEDIDAS
3.1. Medidas de Proteção
3.1.1. Ações da Secretaria de Desenvolvimento
Social e Transferência de Renda – SEDEST:
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de
Renda é responsável pela gestão do Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil (PETI) no âmbito do Distrito Federal. O PETI é
programa de âmbito nacional que articula um conjunto de ações
visando proteger e retirar crianças e adolescentes com idade inferior
a 16 anos do trabalho infantil precoce.
O PETI contempla 3 (três) ações: (I) a transferência de renda a
todas as famílias identificadas com trabalho infantil; (II) o
acompanhamento das famílias por meio dos CREAS e CRAS; (III) a
inserção da criança ou adolescente em serviço de convivência e
fortalecimento de vínculo.
(I) Transferência de Renda:
Toda família com criança e adolescente em situação de trabalho
tem direito à Transferência de Renda. Ela pode ocorrer de duas
formas: pelo Programa Bolsa Família (PBF) ou diretamente pelo PETI,
quando a família não se enquadrar nos critérios de elegibilidade do
PBF. Em ambos os programas, o repasse financeiro de renda é feito
diretamente à família por meio de cartão magnético da CAIXA.
∙ 21 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Para o ingresso no PETI a família deve ser cadastrada no
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal –
CadÚnico – e ter registrada que se trata de uma família com criança e
adolescente em situação de trabalho infantil.
Na versão 7 do CadÚnico, os campos que devem ser marcados
para identificar a situação de trabalho infantil são os campos 8 e 10.
O campo 8 se refere à declaração da própria família de situação de
trabalho infantil e o campo 10 se refere às impressões do
entrevistador sobre a situação de trabalho infantil na unidade
domiciliar da família entrevistada.
A transferência de renda possui condicionalidades voltadas
fundamentalmente para garantir o afastamento da criança e
adolescente do trabalho precoce, garantir sua permanência na Escola
e o acesso e participação da família nas políticas de Assistência Social
e de Saúde. O cumprimento das condicionalidades pela família visa
interromper o ciclo de pobreza sofrido pela família.
Ao ser inserida no Programa, a família é informada dessas
condicionalidades, estando consciente dos compromissos
estabelecidos para o recebimento dos benefícios. Quando a família
descumpre as condicionalidades, ela não é automaticamente
Ao realizar o cadastramento, é fundamental que o entrevistador
registre a situação de trabalho infantil sempre que for identificada
exploração da força de trabalho infantil, independemente da renda
familiar. Situações de exploração sexual, agricultura familiar,
atividades ilícitas, mendicância, trabalho infantil doméstico,
trabalho infantil artístico e esportivo também são formas que
devem ser registradas.
∙ 22 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
desligada do programa de transferência de renda, mas passa por um
processo gradativo de suspensão do benefício (advertência, bloqueio,
suspensão e cancelamento).
(II) Acompanhamento Familiar:
O acompanhamento das famílias com crianças e adolescentes
com crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil é
realizado, em um primeiro momento, pelo Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS) e, em um segundo
Na Área de Educação
Para as crianças ou adolescentes de 6 (seis) a 15 (quinze) anos
de idade, a matrícula e a frequência mínima de 85% (oitenta e
cinto por cento) da carga horária escolar mensal.
Para os adolescentes de 16 (dezesseis) e 17 (dezessete) anos
de idade, cujas famílias recebam o Benefício Variável Vinculado
ao Adolescente (BJI), a matrícula e a frequência mínima de
75% (setenta e cinco por cento) da carga horária escolar
mensal.
Na Área da Assistência Social:
Para crianças e adolescentes de até 16 (dezesseis) anos,
retirados do trabalho infantil, é obrigatória a frequência em
ações socioeducativas no Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos ou em outras unidades da rede de
promoção e proteção dos direitos de crianças e adolescentes.
Condicionalidades da transferência de renda pelo PETI:
∙ 23 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
momento, a família passa a ser acompanhada pelo Centro de
Referência da Assistência Social (CRAS).
O SEAS deve acompanhar esses indivíduos e suas famílias
enquanto os mesmos estiverem em situação de rua. A equipe do
SEAS deve realizar visitas domiciliares em conjunto com a equipe
técnica do CREAS, observando a família em sua integralidade. A
atuação articulada e integrada deve se pautar no desenvolvimento de
estratégias voltadas para a reintegração familiar.
No CREAS, é ofertado Serviço de Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), o qual é voltado
para fortalecer a função protetiva da família, visando proteger e
contribuir para retirar imediatamente as crianças e adolescentes da
situação de trabalho infantil. O PAEFI também é voltado para
contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior
da família, para a reparação de danos e da incidência de violação de
direitos e para prevenir a reincidência de violações de direitos.
De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais, são trabalhos essenciais ao PAEFI: Acolhida;
escuta; estudo social; diagnóstico socioeconômico; monitoramento e
avaliação do serviço; orientação e encaminhamentos para a rede de
serviços locais; construção de plano individual e/ou familiar de
atendimento; orientação sociofamiliar; atendimento psicossocial;
orientação jurídico-social; referência e contrarreferência; informação,
comunicação e defesa de direitos; apoio à família na sua função
protetiva; acesso à documentação pessoal; mobilização, identificação
da família extensa ou ampliada; articulação da rede de serviços
socioassistenciais; articulação com os serviços de outras políticas
públicas setoriais; articulação interinstitucional com os demais órgãos
∙ 24 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
do Sistema de Garantia de Direitos; mobilização para o exercício da
cidadania; trabalho interdisciplinar; elaboração de relatórios e/ou
prontuários; estímulo ao convívio familiar, grupal e social;
mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio.
A família deve ser acompanhada pelo PAEFI por no mínimo 03
(três) meses, promovendo ações intersetoriais especialmente com o
O CREAS também trabalha com a família a superação de outras
situações de violação de direitos. Sendo que é fundamental que
essas também sejam trabalhadas com a família visando sua
superação, pois podem estar relacionadas com a situação de
trabalho infantil. São elas:
Violência física, psicológica e negligência;
Violência sexual;
Afastamento do convívio familiar devido à aplicação de
medida socioeducativa ou medida de Proteção;
Tráfico de pessoas;
Situação de rua;
Abandono;
Discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou
raça/etnia;
Outras formas de violação de direitos decorrentes de
discriminações/submissões a situações que provocam danos
e agravos a sua condição de vida e os impedem de usufruir
autonomia e bem estar.
∙ 25 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Sistema de Garantia de Direitos, para garantir a superação da
situação de trabalho infantil.
Após o desligamento do PAEFI, a família deve ser a
acompanhada inserida no Serviço de Proteção e Atendimento
Integral à Família (PAIF), ofertado pelo CRAS da região de
moradia da família. O referenciamento da família ao CRAS deve ser
realizado pelo CREAS.
O PAIF consiste no trabalho social com a família com a
finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias e de prevenir a
ruptura dos seus vínculos – tanto os familiares, como os vínculos com
a comunidade. O PAIF deve trabalhar para garantir o acesso e o
usufruto da família aos seus direitos e contribuir com melhoria de sua
qualidade de vida e da superação das condições de vulnerabilidade.
As ações do PAIF são de caráter preventivo, protetivo e proativo e
devem prevenir a reincidência da situação de direitos daquela família.
Enquanto, as ações intersetoriais especialmente do PAEFI
ocorrem especialmente com o Sistema de Garantia de Direitos, a
intersetorialidade do PAIF é construída com ênfase na Política de
Saúde e de Trabalho. A articulação com as Políticas culturais também
é importante para ampliar universo informacional e proporcionar
novas vivências às famílias usuárias do serviço.
∙ 26 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Embora o acompanhamento da família só seja referenciado do
CREAS ao CRAS após a superação da violação de direitos, a equipe
técnica do PAEFI dentro do plano de acompanhamento familiar
poderá indicar a família para participar de grupos e atividades
ofertadas no CRAS de sua região que contribuam para fortalecer a
função protetiva das famílias: como oficinas ou atividades voltadas
para pais e mães de filhos integrantes do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos.
Quando a família estiver em acompanhamento pelo CRAS e
houver reincidência do trabalho infantil, a família será desligada do
PAIF, reinserida no PAEFI e o Conselho Tutelar será informado pelo
CREAS da reincidência da violação de direito.
Tanto a CREAS, quando a família estiver em acompanhamento
no PAEFI, quanto o CRAS, quando em acompanhamento no PAIF,
É fundamental que tanto o CREAS como o CRAS realizem o registro
o acompanhamento das famílias participantes do PETI no Sistema
de Condicionalidades do Programa Bolsa Família (SICON) de
modo a resguardar o histórico do acompanhamento e inclusive
facilitar sua continuidade caso a família mude de Estado.
ATENÇÃO
O primeiro acompanhamento da família com adolescentes retirados
da situação de trabalho infantil é realizado pelo PAEFI. Será o
CREAS que, após a superação da situação de violação de direitos,
referenciará a família para o acompanhamento no CRAS.
Os outros órgãos não devem realizar o encaminhamento de casos
de famílias diretamente ao CRAS.
∙ 27 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
deverão acompanhar o cumprimento das condicionalidades da
Transferência de Renda. Quando a família estiver em situação de
descumprimento das condicionalidades, a equipe técnica que estiver
acompanhando o caso poderá optar por suspender temporariamente
os efeitos das suspenção dos benefícios da família. Essa possibilidade
existe porque os efeitos gradativos no benefício (advertência,
bloqueio, suspensão e cancelamento) que buscam evitar o
desligamento imediato do programa não são suficientes sozinhos
para garantir que o acompanhamento das famílias seja respaldado
pela manutenção da transferência de renda.
Quando é solicitada a suspensão dos efeitos do
descumprimento da condicionalidade, eles ficam suspensos por 6
(seis) meses, podendo ser renovada mediante avaliação técnica de
profissional competente. A garantia de renda mensal articulada com a
inclusão das famílias em atividades de acompanhamento familiar pela
Política de Assistência Social, bem como em serviços de outras
políticas setoriais, é compreendida como a estratégia mais adequada
para se trabalhar a superação das violações de direitos e
vulnerabilidades sociais que impedem ou dificultam que a família
cumpra as condicionalidades previstas nos PBF e no PETI.
(II) Inserção da criança ou adolescente no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV):
Assim que o CREAS iniciar o atendimento da família no PAEFI,
ele encaminhará a crianças ou adolescente ao CRAS para a sua
inserção no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
(SCFV) ofertado mais próximo de sua moradia.
∙ 28 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Ofertado nos Centros de Convivência (COSE) e na rede
conveniada, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é
um serviço realizado em grupos a fim de complementar o trabalho
social com as famílias e prevenir a ocorrência de situações de risco
social. Ele possui característica universalizante, mas deve priorizar a
inserção de crianças e adolescentes integrantes do PETI. O SCFV tem
por objetivo desenvolver o sentimento de pertença e de identidade;
fortalecer vínculos familiares; estimular e orientar a construção e
ressignificação de suas histórias e vivências; incentivar a socialização
e a convivência comunitária e desenvolver competências para a
compreensão crítica da realidade social e do mundo contemporâneo
possibilitar a ampliação do universo informacional, artístico e cultural
das crianças e adolescentes, bem como estimular o desenvolvimento
de potencialidades, habilidades, talentos e propiciar a formação
cidadã por meio do desenvolvimento de ações geracionais e
intergeracionais.
Os objetivos do SCFV são alcançados por meio da educação
social, em atividades planejadas nas oficinas de artes, dinamização,
esporte e lazer, informática e meio ambiente desenvolvidas por
Educadores Sociais com o apoio técnico de Pedagogos.
O SCFV possui em seu bojo a tarefa de lidar com crianças e
adolescentes que, ou muito cedo perderam seus vínculos, ou
apresentam vínculos marcados pela fragilidade ou inadequação.
Ao contrário da escola, o SCFV atua diretamente no
fortalecimento dos vínculos do socioeducando, transformando os
estímulos em signos significantes, provocando no indivíduo um
As Crianças e Adolescentes em situação de trabalho infantil devem
ser incluídas no SCFV com absoluta prioridade.
∙ 29 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
movimento de troca, cada vez maior, da ação pela reação,
contribuindo para o estabelecimento de novas bases para futuras
vinculações afetivas, ou resgatando as vinculações perdidas e/ou
fragilizadas.
Na escola, o professor, pela característica e dinâmica do seu
campo de atuação, se detém ao conteúdo e aos resultados
qualitativos e quantitativos na formação acadêmica do indivíduo. O
SCFV, por sua vez, se preocupa e foca na formação social do
indivíduo, enxergando-o como um ser social e possibilitando a ele
uma maior relação dialógica com o mundo.
Além disso, o SCFV proporciona à família a compreensão do seu
papel de proteção, mediação e formação social de seus membros.
Neste sentido, o SCFV estabelece como metodologia, discussões
reflexivas e atividades direcionadas ao fortalecimento de vínculos.
Há duas modalidades de SCFV:
a) Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos para Crianças e Adolescentes de 06 a 15
anos: Tem por foco a constituição de espaço de
convivência, formação para a participação e cidadania,
desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das
crianças e adolescentes, a partir dos interesses,
demandas e potencialidades dessa faixa etária. As
intervenções são pautadas em experiências lúdicas,
culturais e esportivas como formas de expressão,
interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção social.
As atividades ofertadas contribuem para ressignificar
vivências de isolamento e de violação de direitos, bem
∙ 30 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
como propiciar experiências favorecedoras do
desenvolvimento de sociabilidades e na prevenção de
situações de risco social.
b) Projovem Adolescente – Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculo para Adolescentes e
Jovens de 15 a 17 anos: Tem por foco o fortalecimento
da convivência familiar e comunitária e contribui para o
retorno ou permanência dos adolescentes e jovens na
escola, por meio do desenvolvimento de atividades que
estimulem a convivência social, a participação cidadã e
uma formação geral para o mundo do trabalho. As
atividades abordam as questões relevantes sobre a
juventude, contribuindo para a construção de novos
conhecimentos e formação de atitudes e valores que
reflitam no desenvolvimento integral do jovem. As
atividades também visam desenvolver habilidades gerais,
tais como a capacidade comunicativa e a inclusão digital
de modo a orientar o jovem para a escolha profissional,
bem como realizar ações com foco na convivência social
por meio da arte-cultura e esporte-lazer. As intervenções
buscam valorizar a pluralidade e a singularidade da
condição juvenil e suas formas particulares de
sociabilidade; sensibilizar para os desafios da realidade
social, cultural, ambiental e política de seu meio social;
criar oportunidades de acesso a direitos; estimular
práticas associativas e as diferentes formas de expressão
dos interesses, posicionamentos e visões de mundo de
jovens no espaço público.
∙ 31 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
A frequência nas atividades de SCFV é registrada mensalmente
no Sistema de Controle e Acompanhamento das Ações ofertadas pelo
Serviço Socioeducativo do Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil - SISPETI.
3.1.2. Ações da Secretaria de Estado de Saúde – SES:
(I) Assistência:
Todo e qualquer atendimento, na rede de atenção à saúde –
seja em Unidades Básicas de Saúde ou em Hospitais de média e alta
complexidade – prestado a crianças e adolescentes, será realizado
com uma abordagem que permita ao profissional de saúde a
identificação da situação de trabalho infanto-juvenil como causa do
agravo e/ou acidente de trabalho que gerou a necessidade da procura
deste paciente ao serviço. Assim, paralelamente o caso será
encaminhado ao Conselho Tutelar para abordagem específica, e
também será feita a notificação compulsória ao Ministério da Saúde.
(II) Vigilância:
Por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
(CEREST), a Secretaria de Estado de Saúde promove ações para
DOCUMENTOS PARA ESTUDO E LEITURA
Caderno Orientações Técnicas Gestão do Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil no SUAS (MDS, 2010)
Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos para Crianças e Adolescentes de 6
a 15 anos (prioridade para crianças e adolescentes
integrantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil)
(MDS, 2010).
∙ 32 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do
trabalhador por meio da prevenção e vigilância. Cabe ao CEREST
capacitar a rede de serviços de saúde, subsidiar a formulação de
políticas públicas, apoiar a estruturação da assistência de média e
alta complexidade para atender aos acidentes de trabalho e agravos
contidos na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho e aos Agravos
de Notificação Compulsória citados na Portaria GM/MS nº 104 de 25
de Janeiro de 2011, dentre eles o Acidente de trabalho em crianças e
adolescentes.
(III) Notificação:
Todos os casos de acidente de trabalho com crianças e/ou
adolescentes identificados nas unidades de saúde deverão ser
notificados ao Ministério da Saúde (MS), através do SINAN-NET
(Sistema de Informação de Agravos de Notificação do MS). Os dados
registrados neste Sistema possibilitam intervenções, a partir da
elaboração de estratégias de forma integrada e eficiente para o
combate ao trabalho infantil. Esses casos também serão
encaminhados ao MPT para investigação, em acordo com Termo de
Cooperação Técnica celebrado entre a SES/DF e o MPT 10ª Região
em 2011, que objetiva proteger, preservar e recuperar a integridade
física e mental da saúde de crianças e adolescentes em situação de
trabalho.
DOCUMENTO PARA ESTUDO E LEITURA
Trabalho infantil: diretrizes para atenção integral à saúde de
crianças e adolescentes economicamente ativos (MS, 2005).
∙ 33 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
3.1.3. Ações da Secretaria de Estado de Educação:
(I) Matrícula:
Cabe a Secretaria de Educação, por meio das Coordenações
Regionais de Ensino, facilitar e garantir o acesso de crianças e
adolescentes identificados em situação de trabalho infantil à Unidade
de Ensino, priorizando a inclusão em Unidades de Ensino de tempo
integral. Quando houver dificuldades para realizar a matrícula
escolar, a Gerência Regional de Planejamento, Acompanhamento e
Avaliação Educacional – GREPAV localizada na Coordenação Regional
de Ensino da Região Administrativa deverá ser acionada.
(II) Acompanhamento pedagógico:
O acompanhamento pedagógico sistemático de crianças e
adolescentes identificados em situação de trabalho infantil será feito
pelos profissionais da Unidade de Ensino, garantindo o processo de
escolarização e inserção social destes estudantes.
3.1.3. Ações da Promotoria da Infância e da
Juventude:
A Promotoria da Infância e da Juventude é o órgão do
Ministério Público que atua na defesa dos direitos de crianças e
adolescentes, promovendo, para tanto, medidas judiciais e
extrajudiciais.
(I) Acolhimento institucional/familiar:
Quando o Conselho Tutelar, na análise da situação da criança
e/ou adolescente, entender necessário seu afastamento do convívio
familiar, comunicará o fato imediatamente à Promotoria da Infância e
da Juventude, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal
∙ 34 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e
a promoção social da família (parágrafo único, do artigo 136, do
Estatuto da Criança e do Adolescente).
Diante da comunicação do Conselho Tutelar de que uma criança
e/ou adolescente precisa ser afastada da família (porque a família
viola ou ameaça gravemente de violação os seus direitos) e de posse
de todas as informações necessárias para propor uma medida judicial
(documentação das crianças e adolescentes e de seus pais ou
responsáveis, endereço de residência dos pais ou responsáveis,
relatórios de atendimento pelo Conselho Tutelar e outros órgãos, bem
como diante da constatação de inexistência de outros familiares ou
pessoas com quem a criança e/ou adolescente tenha vínculo de
afetividade capazes de acolher a criança e/ou adolescente, a
Promotoria da Infância e da Juventude vai propor uma ação judicial
para que seja feito o acolhimento institucional ou familiar da criança
e/ou do adolescente.
Tanto o acolhimento institucional como o acolhimento familiar
são medidas provisórias e excepcionais que são utilizadas para a
proteção da criança e/ou adolescente como forma de transição para
sua reintegração familiar ou, não sendo o retorno para a família
possível, para sua colocação em uma família substituta, por meio de
adoção ou guarda.
O acolhimento institucional se faz em instituições que estejam
registradas no Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente
(CDCA) e o acolhimento familiar em famílias que sejam
acompanhadas por um programa de acolhimento familiar
devidamente inscrito no mesmo conselho. Portanto, tais programas
∙ 35 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
são fiscalizados e devem ser permanentemente avaliados, inclusive
com a participação do Conselho Tutelar.
A partir da determinação judicial de acolhimento institucional
ou familiar de uma criança e/ou adolescente, toda rede de atenção à
criança e/ou ao adolescente é acionada para que, desde o início,
sejam implementadas ações e medidas que visem possibilitar o
retorno da criança e/ou adolescente à sua família.
Após a determinação de acolhimento institucional ou familiar,
somente o Juiz da Infância e da Juventude pode autorizar a saída da
criança e/ou do adolescente do acolhimento e sua entrega aos
familiares que irão se responsabilizar pelos mesmos.
Em casos emergenciais, os serviços de acolhimento institucional
poderão acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação
judicial, fazendo a comunicação ao Juiz da Infância e da Juventude
em 24 horas.
(II) Destituição/ suspensão do poder familiar:
Quando verificada a necessidade, para proteção dos interesses
de criança e/ou adolescente, de que sejam restringidos os poderes
que pai e/ou mãe tenham sobre o filho, pode-se propor uma ação
judicial visando a destituição (retirada completa) ou a suspensão
(temporária) do poder familiar. Essa ação pode ser proposta por
quem exerce de direito a responsabilidade sobre a criança e/ou o
adolescente ou, não havendo essa pessoa para proteger a criança,
pelo Ministério Público (Promotoria da Infância e da Juventude).
A finalidade dessa ação é proteger a criança e/ou o adolescente
de violações de direitos a que é submetido pelos pais. Como
consequência, no caso mais drástico, de destituição do poder familiar,
∙ 36 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
a criança e/ou adolescente é cadastrado para adoção. Nos casos de
suspensão do poder familiar, a medida pode ser reavaliada após um
tempo para verificar se ainda é necessária.
A destituição ou a suspensão do poder familiar são medidas que
somente podem ser aplicadas judicialmente.
(III) Medidas judiciais para a defesa de interesses
coletivos e difusos
Na fiscalização e no acompanhamento de situações de trabalho
infantil, podem ser identificadas irregularidades em serviços públicos
ou privados de promoção dos direitos de crianças e adolescentes,
ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude.
Esses casos também devem ser encaminhados à Promotoria da
Infância e da Juventude, encarregada de zelar pelo efetivo respeito
aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes.
3.1.4. Ações de outras unidades, serviços e
programas:
É fundamental a articulação com programa, projetos e serviços
de outras Secretarias e Órgãos para a inserção da criança ou
adolescentes em atividades que garantam seus direitos ao Esporte,
Lazer, Cultura e Profissionalização.
∙ 37 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
3.2. Medidas de Responsabilização
3.2.2. Ações da Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego (SRTE):
A SRTE atua tanto na função educativa e orientadora prevista no
artigo 627 da CLT, quanto na aplicação de medidas, tais como:
(I) Autuação do Empregador:
De acordo com a Instrução Normativa nº 66, de 13 de outubro
de 2006, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a qual dispõe
sobre a atuação da Inspeção do Trabalho no combate ao trabalho
infantil e proteção ao trabalhador adolescente, o Auditor-fiscal do
Trabalho (AFT) ao constatar o trabalho de criança e o trabalho ilegal
de adolescente, deverá notificar o infrator, através do Termo de
Afastamento, e lavrar os autos de infração cabíveis para afastar
imediatamente a criança e/ou adolescente do trabalho ou regularizar
a condição de aprendiz.
(II) Interdição:
Medida de urgência, adotada a partir da constatação de
situação de trabalho que caracteriza risco grave e iminente ao
trabalhador, considerando grave e iminente risco toda condição ou
situação de trabalho que possa causar acidente ou doença
relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do
trabalhador. Implica a paralisação total ou parcial do
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento até que
seja corrigida a situação.
∙ 38 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
3.2.3. Ações do Ministério Público do Trabalho:
O Ministério Público do Trabalho (MPT) atua na garantia e
promoção dos direitos sociais dos trabalhadores e tem como uma das
suas principais atuações a erradicação da exploração do trabalho de
crianças e proteção do trabalhador adolescente.
O MPT, no uso de suas atribuições que lhe são conferidas pela Lei
Orgânica do Ministério Público da União – lei complementar nº 75, de
02 de maio de 1993, utiliza como instrumento de atuação a
Recomendação, o Termo de Ajustamento de Conduta e a Ação Civil
Pública.
(I) Recomendação
O art. 6º, XX, da Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de
1993, estipula que caberá ao Ministério Público da União, expedir
recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e
bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a
adoção das providências cabíveis.
Nesse contexto legal, portanto, o Ministério Público do Trabalho,
ramo do Ministério Público da União, tem como dever expedir
recomendações visando à erradicação do trabalho infantil e proteção
ao trabalho adolescente sempre que se vislumbrar potencialidade de
lesão à proteção integral da infância.
Recomendação visa à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública, bem como o respeito aos interesses, direitos e
bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo para adoção das
providências cabíveis.
∙ 39 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
(II) Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
De acordo com o artigo 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85, com a
redação que lhe deu o artigo 113 da Lei n. 8.078/90, o Ministério
Público do Trabalho poderá celebrar com a parte compromissária
Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta com o objetivo de
imprimir solução extrajudicial ao conflito, para erradicar o trabalho
infantil, proteger o trabalho adolescente, cumprir a cota de
aprendizes prevista no art. 429 da CLT e as políticas públicas de
proteção integral à infância.
O referido Termo de Compromisso terá eficácia de título
executivo extrajudicial, sendo obrigatória a execução da multa ali
prevista na hipótese de descumprimento da cláusula imposta.
(III) Ação Judicial
Ação Judicial é uma ação judicial específica que os procuradores
utilizam para a defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos, tendo como objetivo reprimir ou mesmo prevenir
danos, podendo ter como objeto a condenação em dinheiro ou
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Caso não haja, no curso da investigação ministerial, a
possibilidade de celebração de solução extrajudicial com a empresa
investigada, via celebração de Termo de Compromisso de
Ajustamento de Conduta, o Ministério Público do Trabalho ajuizará a
competente Ação Civil Pública com a expressa menção quanto à
obrigação de não exploração do trabalho infantil e à proteção do
trabalho adolescente. (Lei nº 7.347/85 e art. 7º, inciso XXXIII, da
CF).
∙ 40 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Poderá o Ministério Público do Trabalho, ainda, ajuizar Ações
Civis Públicas com o objetivo de fazer cumprir a legislação relativa ao
cumprimento da cota de aprendizes (art. 429 da CLT), sendo a
aprendizagem importante instrumento de inserção do jovem no
mercado de trabalho com todas as garantias legais.
Há, ainda, a possibilidade de ajuizamento de Ação Civil Pública
em desfavor dos entes públicos de todas as instâncias federativas
com o objetivo de fazer cumprir a legislação quanto às políticas
públicas de proteção integral da infância.
4 MONITORAMENTO
O Conselho Tutelar, como órgão permanente e autônomo,
representante da sociedade e encarregado por ela de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, deverá
monitorar as ações dos Órgãos acionados para atendimento da
criança e adolescente em situação de exploração da força de
trabalho, zelado para que todos os agentes públicos tratem a
restituição e garantia dos direitos das crianças e adolescentes com a
mais absoluta prioridade – como preconiza o artigo 227 da
Constituição Federal.
Para garantir o cumprimento de ações voltadas para a
restituição dos direitos de crianças e adolescentes, o Conselho Tutelar
poderá expedir notificações com requisições de serviços e, mesmo
não sendo revestido de poder jurisdicional, deverá encaminhar ao
Ministério Público, notícia de fato que constitua infração
administrativa ou penal contra criança ou adolescente e representar
∙ 41 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações.
Assim, cabe ao Conselho Tutelar o monitoramento das ações
das políticas públicas acionadas nos atendimentos dos casos, bem
como o acompanhamento e registro dos casos de trabalho infantil e
demais violações de direitos no SIPIA / CT Web e o acionamento de
órgãos competentes para responsabilização das instituições
envolvidas em casos de omissão do Estado e/ou da família.
∙ 42 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
∙ 43 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
CONTATOS DOS ÓRGÃOS E UNIDADES
CONSELHOS TUTELARES
Atualmente no Distrito Federal existem 33 Conselhos Tutelares,
distribuídos em 26 regiões administrativas.
ÁGUAS CLARAS
Telefones: 3567-5953/3568-7273/3383-1484/7816-8375
Endereço: Rua Manacá Lt. 02 Bl. 01-Loja 12 e 14 Águas Claras/DF
CEP: 71.936-500
E-mail: [email protected]
BRASÍLIA NORTE
Telefones:3349-5521/3349-0889/ 3349-6068/ 3347-4222/ 78128433
Endereço: SEPN 515 BLOCO “A” Lote 01 – ASA NORTE
EDIFÍCIO BANCO DO BRASIL- 2°Andar Sala 202
CEP: 70.770-501
E-mail: [email protected]
BRASÍLIA SUL
Telefones: 3226-1710/ 3224-0572/ 3225-1552/ 7812-8694
Endereço: SCTS Zona Cívica Administrativa, ANTIGO TOURING CLUB
CEP: 70.070-150
E-mail: [email protected]
∙ 44 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
BRAZLÂNDIA
Telefones:: 3391-1028/ 3479-1104/ 3391-1043/ 7812-8570
Endereço: Quadra 24 Lote 06/07
SETOR TRADICIONAL BRAZLÂNDIA
CEP: 72.720-240
E-mail: [email protected]
CANDANGOLÂNDIA
Telefones: 3301-5065/ 3301-5091/ 3301-9317/ 7816-8547
Endereço: RUA DOS TRANSPORTES - ÁREA ESPECIAL Nº 01
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL - PREDIO DIROB
CEP: 71.250-070
E-mail: [email protected]
CEILÂNDIA NORTE
Telefones: 3471-1044/ 3471-0406/ 3371-0407/ 7812-8748
Endereço: QNN 13 AREA ESPECIAL Mod. B Sala 01 - CENTRO
CULTURAL
CEP: 72.225-130
E-mail: [email protected]
CEILÂNDIA SUL
Telefones: 3471-1056 / 3471-1053/ 3471-1050/ 7813-9214
Endereço: QNM 02 Conj F Lotes 01 e 03
CEP: 72.225-172
E-mail: [email protected]
∙ 45 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
CRUZEIRO
Telefones: 3234-5469 / 3234-6692 / 3234-7563 / 78168507
Endereço: SRES Lote 03 AE C Setor Escolar- Cruzeiro Velho
CEP: 70.640-680
E-mail: [email protected]
ESTRUTURAL
Telefones: 3465-6909 / 3465-5161 / 3465-6614 / 7812-9391
Endereço: Setor Central Área especial 9, ao lado do TRE
E-mail: [email protected]
GAMA I
Telefone: 3484-7458 / 3484-1402 / 3484-6343 / 7812-9382
Endereço: Entre Quadra 13/17 Área Especial do Setor Oeste - Gama
CEP: 72.425-135
E-mail: [email protected]
GAMA II
Telefone: 3484-7859/ 3484-5686/ 3484-5456/ 7813-5332
Endereço: Área Especial S/N ao lado da Administração do Gama
CEP: 72.405-610
E-mail: [email protected]
GUARÁ
Telefone: 3568-3829 / 7812-0610
Endereço: Colônia Agrícola Águas Claras, Chácara 20
CEP: 71090.235
∙ 46 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
E-mail: [email protected]
ITAPOÃ
Telefones: 3467-1123 / 7816-8533
Endereço: Quadra 378 Conjunto A A/E Nº. 04 Del Lago – Itapoã
Brasília - DF
CEP: 71.590-000
E - mail: [email protected]
LAGO NORTE
Telefones: 3468-6873 / 3468-8529 / 3468-1789 / 7816-8551
Endereço: SHIN CA 05 BLOCO A SALA 216 – LAGO NORTE (Prédio da
Adm. do Lago Norte)
CEP: 71503-505
E-mail: [email protected]
LAGO SUL
Telefones: 3248-2120 / 3248-5672 / 3248-7170 / 7816-8569
Endereço: SHIS QI 11 AE 01 LAGO SUL (Adm. do Lago Sul)
CEP:71625-205
E-mail: [email protected]
NÚCLEO BANDEIRANTE
Telefones: 3386-0998/ 3386-6888 / 3388-1550 / 7816-7449
Endereço: Avenida Contorno Projeção Dois Praça Padre Roque
Núcleo Bandeirante, Projeção 11
E-mail: [email protected]
∙ 47 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
PARANOÁ
Telefones: 3369-4148 / 3369-5686 / 3369-7850 / 7812-1894
Endereço: Qd 21 Área Especial – ao lado do centro de saúde
CEP: 71570-121
E-mail: [email protected]
PLANALTINA I
Telefones: 3389-1740 / 3389-1974 / 3388-4632 / 7812-9335
Endereço: Área Especial, Módulo H, nº 06, Bloco F, CREAS, Sala 11,
Planaltina-DF (Em frente ao HRP)
CEP: 73301-970
E-mail: [email protected]
PLANALTINA II
Telefones: 3388-4616 / 3388-4623 / 3388-4627 / 7816-8469
Endereço: Avenida WL2 Setor Administrativo/Administração
Regional de Planaltina, sala 17
CEP: 73301-970
E-mail: [email protected]
RECANTO DAS EMAS
Telefones: 3434-8517 / 3333-2605 / 3434-6324 / 3404-3485 /
7812-9362
Endereço: Av. Recanto das Emas (antigo TER ao Lado do Posto de
Saúde n°2).
CEP: 71250-070
E-mail: [email protected]
∙ 48 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
RIACHO FUNDO I
Telefones: 3399-5096 / 3399-5160 / 7813-5363
Endereço: Área Central n°3 (ao Lado da ADM.)
CEP:
E-mail: [email protected]
RIACHO FUNDO II
Telefones: 3434-7584 / 3134-5974 / 7812-9430
Endereço: Qn5 B Área Especial Galpão Comunitário
E-mail: [email protected]
SAMAMBAIA NORTE
Telefones: 3359-7651 / 3459-1869 / 3459-7910 / 7816-8542
Endereço: QS 409, AE 2. Administração Regional
CEP: 71570-121
E-mail: [email protected]
SAMAMBAIA SUL
Telefones: 3358-1936 / 3357-3058 / 3357-1165 / 7816-8420
Endereço: QR 301 Conj. 04 Lt. 01
CEP: 70.307-970
E-mail: [email protected]
SANTA MARIA NORTE
Telefones: 3393-3106 / 3393-9260 / 3393-9873 / 7816-8426
Endereço: Adm Regional de Santa Maria Norte
CEP: 72.511-100
∙ 49 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
E-mail: [email protected]
SANTA MARIA SUL
Telefones: 3393-6025 / 3393-6742 / 3393-5341 / 7812-8731
Endereço: Quadra 209/309- Área Especial B
CEP: 72.509-300
E-mail: [email protected]
SÃO SEBASTIÃO
Telefones: 3339-4961 / 3339-2533 / 3335-0147 / 7813-5306
Endereço: Adm. Regional São Sebastião
E-mail: [email protected]
SOBRADINHO I
Telefones: 3387-5707 / 3387-4249 / 7816-8560
Endereço: Qd. 04 Área Especial Rua N° 1/2 ao lado da Paróquia
CEP: 73020-000
E-mail: [email protected]
SOBRADINHO II
Telefones: 3485-0257 / 3485-4434 / 3485-2794 / 7816-8498
Endereço: AR 05 AREA ESPECIAL FEIRA PERMANENTE SOBRADINHO
II / DF
CEP: 73.060-500
E-mail: [email protected]
TAGUATINGA NORTE
Telefones: 3562-9332 / 3562-9305 / 7812-8767
∙ 50 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Endereço: QNA 39 Área Especial 19 – Taguatinga Norte
CEP: 72.110-390
E-mail: [email protected]
TAGUATINGA SUL
Telefones: 3352-2686 / 3351-8309 / 3352-2824 / 7812-9403
Endereço: C 12 Área Especial S/N° - Taguatinga Centro
CEP: 72010-120
E-mail: [email protected]
VARJÃO
Telefones: 3468-1626 / 3468-7425 / 3468-1579 / 7816-8541
Endereço: Qd 01 Conjunto D lote 01 Varjão – Brasília- DF.
CEP: 71.555-022
E-mail: [email protected]
VICENTE PIRES
Telefones: 3435-1841 / 3435-1893 / 3567-3079 / 7816-8438
Endereço: Rua 4 Chac. 3 Obra Social Nossa Senhora de Fátima
(Vicente Pires)
CEP: 72110-000
E-mail: [email protected]
∙ 51 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
CENTROS DE REFERENCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTENCIA
SOCIAL (CREAS)
No Distrito Federal existem 08 CREAS. A área de abrangência
de cada Unidade é especificada conforme quadro a seguir:
CREAS Área de Abrangência Endereço e
Contato
CREAS BRASÍLIA
RA I Brasília
SGAS 614/615 Lote
101 (L2 Sul)
v.br
Telefones: 33469332
Fax: 32458131
RA VIII Núcleo Bandeirante
RA X Guará
RA XI Cruzeiro
RA XIV São Sebastião
RA XVI Lago Sul
RA XVIII Lago Norte
RA XIX Candangolândia
RA
XXII Sudoeste/Octogonal
RA XXIII Varjão
RA XXVII Jardim Botânico
RA XXIX SIA - Setor de
Indústria e Abastecimento
RA XXIV Park Way
CREAS SOBRADINHO
RA V Sobradinho QD 06 A.E. Nº 03 –
Sobradinho
v.br
Telefone: 33872241
Fax: 33878651
RA VII Paranoá
RA XXVI Sobradinho II
RA XXVIII Itapoã
RA XXXI Fercal
CREAS PLANALTINA RA VI Planaltina
A. E. - H - LOTE 06 -
Setor Central.
v.br
Telefone: 3389-8996
CREAS GAMA
RA II Gama A.E. 11/13 Setor
Central
gov.br
Telefone: 3556-3973
FAX: 3484-1257
RA XIII Santa Maria
RA XV Recanto das Emas
∙ 52 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
CREAS TAGUATINGA
RA III Taguatinga A.E. Nº. 09 -Setor “D”
Sul - Tag. Sul
v.br
Telefones: 33529635
35633842
FAX:
33518129
RA XVII Riacho Fundo
RA XX Águas Claras
RA XXI Riacho Fundo II
RA XXX Vicente Pires
CREAS BRAZLÂNDIA RA IV Brazlândia
A/E Nº 01 Lotes K/L
v.br
Telefone: 34792059
CREAS CEILÂNDIA RA IX Ceilândia
QNM 16 A.E. Módulo
A.- Ceilândia
Norte
v.br
Telefones: 3581-6005
3581-2260
FAX: 3373-9854
CREAS SAMAMBAIA RA XII Samambaia
QR 408 Conj. 1
Lote 1 e 2
Samambaia Norte
Telefone: 33581426
CREAS ESTRUTURAL
RA XXV SCIA - Setor
Complementar de Indústria
e Abastecimento (Cidade
Estrutural e Cidade do
Automóvel)
Área Especial 09 Setor
Central – Estrutural
v.br
Telefone: 33630064
DELEGACIA DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTES
A DPCA, delegacia a qual compete à investigação e apuração de
fatos em que a criança ou o adolescente aparecem como vítimas, fica
localizada no seguinte endereço:
Setor de Áreas Isoladas, Sudoeste - SAISO - Bloco D, Complexo da
PCDF CEP. 70.645-095
Telefones: 3361.1049/3361.099
∙ 53 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
O Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador do
DF, da SES/DF, fica localizado no seguinte endereço:
SEPS 712/912 Ed. Disat.
Telefone/Fax: (61) 3346.7462
E-mail: [email protected]
∙ 54 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
ANEXO I
Listas das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista Tip)
Decreto No. 6.481, de 12 de Junho de 2008.
I) TRABALHOS PREJUDICIAIS À SAÚDE E À SEGURANÇA
Atividade: Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração Florestal
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis
Repercussões à Saúde
1. Na direção e
operação de
tratores, máquinas
agrícolas e esmeris,
quando
motorizados e em
movimento
Acidentes com
máquinas,
instrumentos ou
ferramentas
perigosas
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites),
mutilações,
esmagamentos, fraturas
2. No processo
produtivo do fumo,
algodão, sisal,
cana-de-açúcar e
abacaxi
Esforço físico e
posturas viciosas;
exposição a poeiras
orgânicas e seus
contaminantes,
como fungos e
agrotóxicos;
contato com
substâncias tóxicas
da própria planta;
acidentes com
animais
peçonhentos;
exposição, sem
proteção
adequada, à
radiação solar,
calor, umidade,
chuva e frio;
acidentes com
instrumentos
pérfuro-cortantes
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
pneumoconioses;
intoxicações exógenas;
cânceres; bissinoses;
hantaviroses; urticárias;
envenenamentos;
intermações;
queimaduras na pele;
envelhecimento precoce;
câncer de pele;
desidratação; doenças
respiratórias; ceratoses
actínicas; ferimentos e
mutilações; apagamento
de digitais
3. Na colheita de
cítricos, pimenta
malagueta e
semelhantes
Esforço físico,
levantamento e
transporte manual
de peso; posturas
viciosas;
exposição, sem
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
intermações;
∙ 55 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
proteção
adequada, à
radiação solar,
calor, umidade,
chuva e frio;
contato com ácido
da casca; acidentes
com instrumentos
pérfuro-cortantes
queimaduras na pele;
envelhecimento precoce;
câncer de pele;
desidratação; doenças
respiratórias; ceratoses
actínicas; apagamento
de digitais; ferimentos;
mutilações
4. No beneficiamento
do fumo, sisal,
castanha de caju e
cana-de-açúcar
Esforço físico,
levantamento e
transporte de
peso; exposição a
poeiras orgânicas,
ácidos e
substâncias tóxicas
Fadiga física; afecções
músculo-esqueléticas,
(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
intoxicações agudas e
crônicas; rinite;
bronquite; vômitos;
dermatites ocupacionais;
apagamento das digitais
5. Na pulverização,
manuseio e
aplicação de
agrotóxicos,
adjuvantes, e
produtos afins,
incluindo limpeza
de equipamentos,
descontaminação,
disposição e
retorno de
recipientes vazios
Exposição a
substâncias
químicas, tais
como, pesticidas e
fertilizantes,
absorvidos por via
oral, cutânea e
respiratória
Intoxicações agudas e
crônicas; poli-
neuropatias; dermatites
de contato; dermatites
alérgicas; osteomalácias
do adulto induzidas por
drogas; cânceres;
arritmias cardíacas;
leucemias e episódios
depressivos
6. Em locais de
armazenamento ou
de beneficiamento
em que haja livre
desprendimento de
poeiras de cereais e
de vegetais
Exposição a
poeiras e seus
contaminantes
Bissinoses; asma;
bronquite; rinite alérgica;
enfizema; pneumonia e
irritação das vias aéreas
superiores
7. Em estábulos,
cavalariças, currais,
estrebarias ou
pocilgas, sem
condições
adequadas de
higienização
Acidentes com
animais e contato
permanente com
vírus, bactérias,
parasitas, bacilos e
fungos
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
contusões; tuberculose;
carbúnculo; brucelose;
leptospirose; tétano;
psitacose; dengue;
hepatites virais;
dermatofitoses;
candidíases;
∙ 56 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
leishmanioses cutâneas e
cutâneo-mucosas e
blastomicoses
8. No interior ou junto
a silos de
estocagem de
forragem ou grãos
com atmosferas
tóxicas, explosivas
ou com deficiência
de oxigênio
Exposição a
poeiras e seus
contaminantes;
queda de nível;
explosões; baixa
pressão parcial de
oxigênio
Asfixia; dificuldade
respiratória; asma
ocupacional; pneumonia;
bronquite; rinite;
traumatismos; contusões
e queimaduras
9. Com sinalizador na
aplicação aérea de
produtos ou
defensivos agrícolas
Exposição a
substâncias
químicas, tais como
pesticidas e
fertilizantes,
absorvidos por via
oral, cutânea e
respiratória
Intoxicações exógenas
agudas e crônicas;
polineuropatias;
dermatites; rinite;
bronquite; leucemias;
arritmia cardíaca;
cânceres; leucemias;
neurastenia e episódios
depressivos.
10. Na extração e corte
de madeira
Acidentes com
queda de árvores,
serra de corte,
máquinas e
ofidismo
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
esmagamentos;
amputações; lacerações;
mutilações; contusões;
fraturas; envenenamento
e blastomicose
11. Em manguezais e
lamaçais
Exposição à
umidade; cortes;
perfurações;
ofidismo, e contato
com excrementos
Rinite; resfriados;
bronquite;
envenenamentos;
intoxicações exógenas;
dermatites; leptospirose;
hepatites virais;
dermatofitoses e
candidíases
Atividade: Pesca
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis
Repercussões à Saúde
12. Na cata de iscas
aquáticas
Trabalho noturno;
exposição à radiação
solar, umidade, frio e a
animais carnívoros ou
peçonhentos;
afogamento
Transtorno do ciclo vigília-
sono; queimaduras na
pele; envelhecimento
precoce; hipotermia;
lesões; envenenamentos;
perfuração da membrana
do tímpano; perda da
consciência; labirintite e
∙ 57 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
otite média não supurativa
e apnéia prolongada
13. Na cata de
mariscos
Exposição à radiação
solar, chuva, frio;
posturas inadequadas
e movimentos
repetitivos; acidentes
com instrumentos
pérfuro-cortantes;
horário flutuante,
como as marés; águas
profundas
Queimaduras na pele;
envelhecimento precoce;
câncer de pele;
desidratação; doenças
respiratórias; ceratoses
actínicas; hipertemia;
fadiga física; dores
musculares nos membros
e coluna vertebral;
ferimentos; fadiga;
distúrbios do sono;
afogamento
14. Que exijam
mergulho, com
ou sem
equipamento
Apnéia prolongada e
aumento do nitrogênio
circulante
Afogamento; perfuração
da membrana do tímpano;
perda de consciência;
barotrauma; embolia
gasosa; síndrome de
Raynaud; acrocianose;
otite barotraumática;
sinusite barotraumática;
labirintite e otite média
não supurativa
15. Em condições
hiperbáricas
Exposição a condições
hiperbáricas, sem
períodos de
compressão e
descompressão
Morte; perda da
consciência; perfuração da
membrana do tímpano;
intoxicação por gases
(oxigênio ou nitrogênio);
barotrauma; embolia
gasosa; síndrome de
Raynaud; acrocianose;
otite barotraumática;
sinusite barotraumática;
labirintite; otite média não
supurativa; osteonecrose
asséptica e mal dos
caixões (doença
descompressiva)
Atividade: Indústria Extrativa
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis
Repercussões à Saúde
16. Em cantarias e no
preparo de
cascalho
Esforço físico;
posturas viciosas;
acidentes com
instrumentos
pérfuro-cortantes;
exposição a poeiras
minerais, inclusive
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
DORT/LER; ferimentos e
mutilações; rinite; asma;
∙ 58 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
sílica
pneumoconioses;
tuberculose
17. De extração de
pedras, areia e
argila (retirada,
corte e separação
de pedras; uso de
instrumentos
contuso-
cortantes,
transporte e
arrumação de
pedras)
Exposição à
radiação solar,
chuva; exposição à
sílica;
levantamento e
transporte de peso
excessivo; posturas
inadequadas e
movimentos
repetitivos;
acidentes com
instrumentos
pérfuro-cortantes;
condições
sanitárias
precárias; corpos
estranhos
Queimaduras na pele;
envelhecimento precoce;
câncer de pele;
desidratação; doenças
respiratórias;
hipertermia; fadiga física;
dores musculares nos
membros e coluna
vertebral; lesões e
deformidades
osteomusculares;
comprometimento do
desenvolvimento
psicomotor; ferimentos;
mutilações; parasitores
múltiplas e
gastroenterites;
ferimentos nos olhos
(córnea e esclera)
18. De extração de
mármores,
granitos, pedras
preciosas,
semipreciosas e
outros minerais
Levantamento e
transporte de peso
excessivo;
acidentes com
instrumentos
contudentes e
pérfuro-cortantes;
exposição a poeiras
inorgânicas;
acidentes com
eletricidade e
explosivos; gases
asfixiantes
Fadiga física; afecções
músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
esmagamentos;
traumatismos;
ferimentos; mutilações;
queimaduras; silicose;
bronquite; bronquiolite;
rinite; tuberculose; asma
ocupacional; enfisema;
fibrose pulmonar; choque
elétrico; queimaduras e
mutilações; asfixia
19. Em escavações,
subterrâneos,
pedreiras,
garimpos, minas
em subsolo e a
céu aberto
Esforços físicos
intensos;
soterramento;
exposição a poeiras
inorgânicas e a
metais pesados;
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites); asfixia;
anóxia; hipóxia;
esmagamentos;
queimaduras; fraturas;
silicoses; tuberculose;
asma ocupacional;
bronquites; enfisema
pulmonar; cânceres;
lesões oculares;
contusões; ferimentos;
∙ 59 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
alterações mentais;
fadiga e estresse
20. Em locais onde
haja livre
desprendimento
de poeiras
minerais
Exposição a poeiras
inorgânicas
Pneumoconioses
associadas com
tuberculose; asma
ocupacional; rinite;
silicose; bronquite e
bronquiolite
21. Em salinas Esforços físicos
intensos;
levantamento e
transporte manual
de peso;
movimentos
repetitivos;
exposição, sem
proteção adequada,
à radiação solar,
chuva e frio
Fadiga física; stress;
afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
DORT/LER; intermações;
queimaduras na pele;
envelhecimento precoce;
câncer de pele;
desidratação; doenças
respiratórias; ceratoses
actínicas
Atividade: Indústria de Transformação
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis Repercussões à
Saúde
22. De lixa nas
fábricas de
chapéu ou feltro
Acidentes com
máquinas e
instrumentos
perigosos;
exposição à poeira
Ferimentos; lacerações;
mutilações; asma e bronquite
23. De jateamento
em geral,
exceto em
processos
enclausurados
Exposição à poeira
mineral
Silicose; asma; bronquite;
bronquiolite; stress e alterações
mentais
24. De douração,
prateação,
niquelação,
galvanoplastia,
anodização de
alumínio,
banhos
metálicos ou
com
desprendimento
de fumos
metálicos
Exposição a fumos
metálicos (cádmio,
alumínio, níquel,
cromo, etc),
névoas, vapores e
soluções ácidas e
cáusticas;
exposição a altas
temperaturas;
umidade
Intoxicações agudas e crônicas;
asma ocupacional; rinite; faringite;
sinusite; bronquite; pneumonia;
edema pulmonar; estomatite
ulcerativa crônica; dermatite de
contato; neoplasia maligna dos
brônquios e pulmões; ulceração ou
necrose do septo nasal;
queimaduras
25. Na operação
industrial de
Exposição a riscos
biológicos
Dermatoses ocupacionais;
dermatites de contato; asma;
∙ 60 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
reciclagem de
papel, plástico e
metal
(bactérias, vírus,
fungos e
parasitas), como
contaminantes do
material a ser
reciclado,
geralmente
advindo de coleta
de lixo
bronquite; viroses; parasitoses;
cânceres
26. No preparo de
plumas e crinas
Exposição ao
mercúrio e
querosene, além
de poeira orgânica
Transtornos da personalidade e de
comportamento; episódios
depressivos; neurastenia; ataxia
cerebelosa; encefalopatia;
transtorno extrapiramidal do
movimento; gengivite crônica;
estomatite ulcerativa e arritmias
cardíacas
27. Na
industrialização
do fumo
Exposição à
nicotina
Intoxicações exógenas; tonturas e
vômitos
28. Na
industrialização
de cana de
açúcar
Exposição a
poeiras orgânicas
Bagaçose; asma; bronquite e
pneumonite
29. Em fundições
em geral
Exposição a
poeiras
inorgânicas, a
fumos metálicos
(ferro, bronze,
alumínio, chumbo,
manganês e
outros); exposição
a altas
temperaturas;
esforços físicos
intensos;
Intoxicações; siderose; saturnismo;
beriliose; estanhose; bronquite
crônica; bronquite asmática;
bronquite obstrutiva; sinusite;
cânceres; ulceração ou necrose do
septo nasal; desidratação e
intermação; afecções músculo-
esqueléticas (bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites)
30. Em tecelagem Exposição à poeira
de fios e fibras
mistas e
sintéticas;
exposição a
corantes; postura
inadequadas e
esforços
repetitivos
Bissinose; bronquite crônica;
bronquite asmática; bronquite
obstrutiva; sinusite; fadiga física;
DORT/LER
31. No
beneficiamento
de mármores,
granitos, pedras
preciosas,
semipreciosas e
Esforços físicos
intensos;
acidentes com
máquinas
perigosas e
instrumentos
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); traumatismos;
ferimentos; mutilações; silicose;
bronquite; bronquiolite; rinite;
∙ 61 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
outros bens
minerais
pérfuro-cortantes;
exposição a
poeiras
inorgânicas;
acidentes com
eletricidade
tuberculose; asma ocupacional;
enfisema; fibrose pulmonar;
choque elétrico
32. Na produção de
carvão vegetal
Exposição à
radiação solar,
chuva; contato
com amianto;
picadas de insetos
e animais
peçonhentos;
levantamento e
transporte de peso
excessivo;
posturas
inadequadas e
movimentos
repetitivos;
acidentes com
instrumentos
pérfuro-cortantes;
queda de toras;
exposição à
vibração,
explosões e
desabamentos;
combustão
espontânea do
carvão;
monotonia;
estresse da tensão
da vigília do forno;
fumaça contendo
subprodutos da
pirólise e
combustão
incompleta: ácido
pirolenhoso,
alcatrão, metanol,
acetona, acetato,
monóxido de
carbono, dióxido
de carbono e
metano
Queimaduras na pele;
envelhecimento precoce; câncer de
pele; desidratação; doenças
respiratórias; hipertemia; reações
na pele ou generalizadas; fadiga
física; dores musculares nos
membros e coluna vertebral; lesões
e deformidades osteomusculares;
comprometimento do
desenvolvimento
psicomotor; DORT/LER; ferimentos;
mutilações; traumatismos; lesões
osteomusculares; síndromes
vasculares; queimaduras;
sofrimento psíquico; intoxicações
agudas e crônicas
33. Em contato com
resíduos de
animais
deteriorados,
glândulas,
Exposição a vírus,
bactérias, bacilos,
fungos e parasitas
Tuberculose; carbúnculo;
brucelose; hepatites virais; tétano;
psitacose; ornitose; dermatoses
ocupacionais e dermatites de
contato
∙ 62 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
vísceras,
sangue, ossos,
couros, pêlos
ou dejetos de
animais
34. Na produção,
processamento
e manuseio de
explosivos,
inflamáveis
líquidos,
gasosos ou
liquefeitos
Exposição a
vapores e gases
tóxicos; risco de
incêndios e
explosões
Queimaduras; intoxicações; rinite;
asma ocupacional; dermatoses
ocupacionais e dermatites de
contato
35. Na fabricação
de fogos de
artifícios
Exposição a
incêndios,
explosões,
corantes de
chamas (cloreto
de potássio,
antimônio
trisulfito) e poeiras
Queimaduras; intoxicações;
enfisema crônico e difuso;
bronquite e asma ocupacional
36. De direção e
operação de
máquinas e
equipamentos
elétricos de
grande porte
Esforços físicos
intensos e
acidentes com
sistemas; circuitos
e condutores de
energia elétrica
Afecções músculo-esqueléticas
(bursites, tendinites, dorsalgias,
sinovites, tenossinovites);
mutilações; esmagamentos;
fraturas; queimaduras; perda
temporária da consciência;
carbonização; parada cárdio-
respiratória
37. Em curtumes,
industrialização
de couros e
fabricação de
peles e peliças
Esforços físicos
intensos;
exposição a
corantes,
alvejantes, álcalis,
desengordurantes,
ácidos, alumínio,
branqueadores,
vírus, bactérias,
bacilos, fungos e
calor
Afecções músculo-
esquelética(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); tuberculose;
carbúnculo; brucelose; antrax;
cânceres; rinite crônica;
conjuntivite; pneumonite;
dermatites de contato; dermatose
ocupacional e queimaduras
38. Em matadouros
ou abatedouros
em geral
Esforços físicos
intensos; riscos de
acidentes com
animais e
ferramentas
pérfuro-cortantes
e exposição a
agentes biológicos
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); contusões;
ferimentos; tuberculose;
carbúnculo; brucelose e psitacose;
antrax
39. Em
processamento
ou
Acidentes com
máquinas,
ferramentas e
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
∙ 63 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
empacotamento
mecanizado de
carnes
instrumentos
pérfuro-cortantes;
esforços
repetitivos e riscos
biológicos
tenossinovites); contusão;
amputação; corte; DORT/LER;
tuberculose; carbúnculo; brucelose;
psitacose
40. Na fabricação
de farinha de
mandioca
Esforços físicos
intensos;
acidentes com
instrumentos
pérfuro-cortantes;
posições
inadequadas;
movimentos
repetitivos; altas
temperaturas e
poeiras
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); contusão;
amputações; cortes; queimaduras;
DORT/LER; cifose; escoliose;
afecções respiratórias e dermatoses
ocupacionais
41. Em indústrias
cerâmicas
Levantamento e
transporte de
peso; posturas
inadequadas e
movimentos
repetitivos;
exposição ao calor
e à umidade;
exposição à
poeira; acidentes
com máquinas e
quedas
Fadiga física; dores musculares nos
membros e coluna vertebral; lesões
e deformidades osteomusculares;
comprometimento do
desenvolvimento psicomotor;
desidratação; intermação; doenças
respiratórias, com risco de silicose;
fraturas; mutilações; choques
elétricos
42. Em olarias nas
áreas de fornos
ou com
exposição à
umidade
excessiva
Levantamento e
transporte de
peso; posturas
inadequadas e
movimentos
repetitivos;
exposição ao calor
e à umidade;
exposição à
poeira; acidentes
com máquinas e
quedas
Fadiga física; dores musculares nos
membros e coluna vertebral; lesões
e deformidades osteomusculares;
comprometimento do
desenvolvimento psicomotor;
desidratação; intermação; doenças
respiratórias, com risco de silicose;
fraturas; mutilações; choques
elétricos
43. Na fabricação
de botões e
outros artefatos
de nácar, chifre
ou osso
Acidentes com
máquinas e
ferramentas
pérfuro-cortantes;
esforços
repetitivos e
vibrações, poeiras
e ruídos
Contusões; perfurações; cortes;
dorsalgia; cervicalgia; síndrome
cervicobraquial; tendinites;
bursites; DORT/LER; alterações
temporária do limiar auditivo;
hipoacusia e perda da audição
∙ 64 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
44. Na fabricação
de cimento ou
cal
Esforços físicos
intensos;
exposição a
poeiras (sílica);
altas
temperaturas;
efeitos abrasivos
sobre a pele
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); silicose; asma
ocupacional; bronquite; dermatites;
dermatoses ocupacionais;
intermação; ferimentos;
mutilações; fadiga e estresse
45. Na fabricação
de colchões
Exposição a
solventes
orgânicos,
pigmentos de
chumbo, cádmio e
manganês e
poeiras
Encefalopatias tóxicas agudas e
crônicas; hipertensão arterial;
arritmias cardíacas; insuficiência
renal; hipotireoidismo; anemias;
dermatoses ocupacionais e irritação
da pele e mucosas
46. Na fabricação
de cortiças,
cristais,
esmaltes,
estopas, gesso,
louças, vidros
ou vernizes
Esforços físicos
intensos;
exposição a
poeiras (sílica),
metais pesados,
altas
temperaturas,
corantes e
pigmentos
metálicos
(chumbo, cromo e
outros) e calor
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); queimaduras;
catarata; silicose; asma
ocupacional; bronquite; enfisema;
intoxicação; dermatoses
ocupacionais; intermação
47. Na fabricação
de porcelanas
Exposição a
poeiras minerais e
ao calor; posições
inadequadas
Pneumoconioses e dermatites;
fadiga física e intermação; afecções
músculo-esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); DORT/LER
48. Na fabricação
de artefatos de
borracha
Esforços físicos
intensos;
exposição a
produtos
químicos,
antioxidantes,
plastificantes,
dentre outros, e
ao calor
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); câncer de bexiga e
pulmão; asma ocupacional;
bronquite; enfisema; intoxicação;
dermatoses ocupacionais;
intermação e intoxicações;
queimaduras
49. Em destilarias
de álcool
Exposição a
vapores de etanol,
metanol e outros
riscos químicos;
risco de incêndios
e explosões
Cânceres; dermatoses
ocupacionais; dermatites de
contato; intermação; asma
ocupacional; bronquites;
queimaduras
50. Na fabricação
de bebidas
alcoólicas
Exposição a
vapores de etanol
e a poeira de
Queimaduras; asfixia; tonturas;
intoxicação; irritação das vias
aéreas superiores; irritação da pele
∙ 65 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
cereais; exposição
a bebidas
alcoólicas, ao
calor, à formação
de atmosferas
explosivas;
incêndios e outros
acidentes
e mucosas; cefaléia e embriaguez
51. No interior de
resfriadores,
casas de
máquinas, ou
junto de
aquecedores,
fornos ou alto-
fornos
Exposição a
temperaturas
extremas, frio e
calor
Frio; hipotermia com diminuição da
capacidade física e mental; calor,
hipertermia; fadiga; desidratação;
desequilíbrio hidroeletrolítico e
estresse
52. Em serralherias Exposição a
poeiras metálicas
tóxicas, (chumbo,
arsênico cádmio),
monóxido de
carbono,
estilhaços de
metal, calor, e
acidentes com
máquinas e
equipamentos
Neoplasia maligna dos brônquios e
pulmões; bronquite; pneumonite;
edema pulmonar agudo; enfisema
intersticial; queimaduras; cortes;
amputações; traumatismos;
conjuntivite; catarata e intoxicações
53. Em indústrias
de móveis
Esforços físicos
intensos;
exposição à poeira
de madeiras,
solventes
orgânicos, tintas e
vernizes; riscos de
acidentes com
máquinas, serras
e ferramentas
perigosas
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); neoplasia maligna
dos brônquios e pulmões;
bronquite; pneumonite; edema
pulmonar agudo; enfisema
intersticial; asma ocupacional;
cortes; amputações; traumatismos;
dermatose ocupacional; anemias;
conjuntivite
54. No
beneficiamento
de madeira
Esforços físicos
intensos;
exposição à poeira
de madeiras; risco
de acidentes com
máquinas, serras,
equipamentos e
ferramentas
perigosas
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); asma ocupacional;
bronquite; pneumonite; edema
pulmonar agudo; enfizema
intersticial; asma ocupacional;
dermatose ocupacional;
esmagamentos; ferimentos;
amputações; mutilações; fadiga;
stress e DORT/LER
55. Com exposição
a vibrações
Vibrações
localizadas ou
Síndrome cervicobraquial; dor
articular; moléstia de Dupuytren;
∙ 66 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
localizadas ou
de corpo inteiro
generalizadas
capsulite adesiva do ombro;
bursites; epicondilite lateral;
osteocondrose do adulto; doença
de Kohler; hérnia de disco; artroses
e aumento da pressão arterial
56. De desmonte
ou demolição
de navios e
embarcações
em geral
Esforços físicos
intensos;
exposição a fumos
metálicos (ferro,
bronze, alumínio,
chumbo e outros);
uso de
ferramentas
pesadas; altas
temperaturas
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); asfixia; perda da
consciência; fibrilação ventricular;
queimaduras; fraturas; contusões;
intermação; perfuração da
membrana do tímpano
Atividade: Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis Repercussões
à Saúde
57. Em sistemas de
geração,
transmissão e
distribuição de
energia elétrica
Exposição à energia
de alta tensão;
choque elétrico e
queda de nível.
Eletrochoque; fibrilação
ventricular; parada
cárdio-respiratória;
traumatismos;
escoriações fraturas
Atividade: Construção
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis Repercussões à
Saúde
58. Construção civil
e pesada,
incluindo
construção,
restauração,
reforma e
demolição
Esforços físicos
intensos; risco de
acidentes por queda
de nível, com
máquinas,
equipamentos e
ferramentas;
exposição à poeira
de tintas, cimento,
pigmentos
metálicos e
solventes; posições
inadequadas; calor;
vibrações e
movimentos
repetitivos
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites); mutilações;
fraturas; esmagamentos;
traumatismos; afecções
respiratórias; dermatites de
contato; intermação;
síndrome cervicobraquial;
dores articulares;
intoxicações; polineuropatia
periférica; doenças do sistema
hematopoiético; leucocitose;
episódios depressivos;
neurastenia; dermatoses
ocupacionais; DORT/LER;
cortes; contusões;
traumatismos
∙ 67 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Atividade: Comércio (Reparação de Veículos Automotores
Objetos Pessoais e Domésticos)
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis Repercussões
à Saúde
59. Em borracharias ou
locais onde sejam
feitos
recapeamento ou
recauchutagem de
pneus
Esforços físicos
intensos; exposição a
produtos químicos,
antioxidantes,
plastificantes, entre
outros, e calor
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites, tenossinovites);
queimaduras; câncer de
bexiga e pulmão; asma
ocupacional; bronquite;
enfisema; intoxicação;
dermatoses ocupacionais;
intermação e intoxicações
Atividade: Transporte e Armazenagem
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis Repercussões
à Saúde
60. No transporte e
armazenagem de
álcool,
explosivos,
inflamáveis
líquidos, gasosos
e liquefeitos
Exposição a vapores
tóxicos; risco de
incêndio e explosões
Intoxicações;
queimaduras; rinite e
dermatites de contato
61. Em porão ou
convés de navio
Esforços físicos
intensos; risco de
queda de nível;
isolamento, calor e
outros riscos
inerentes às cargas
transportadas
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites, tenossinovites);
lesões; fraturas;
contusões; traumatismos;
fobia e transtorno do ciclo
vigília-sono
62. Em transporte de
pessoas ou
animais de
pequeno porte
Acidentes de trânsito Ferimentos; contusões;
fraturas; traumatismos e
mutilações
Atividade: Saúde e Serviços Sociais
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis
Repercussões à Saúde
63. No manuseio ou
aplicação de
produtos químicos,
Exposição a
quimioterápicos e
outras substâncias
Intoxicações agudas e
crônicas; polineuropatia;
dermatites de contato;
∙ 68 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
incluindo limpeza
de equipamentos,
descontaminação,
disposição e
retorno de
recipientes vazios
químicas de uso
terapêutico
dermatite alérgica;
osteomalácia do adulto
induzida por drogas;
cânceres; arritmia
cardíaca; leucemias;
neurastenia e episódios
depressivos
64. Em contato com
animais portadores
de doenças infecto-
contagiosas e em
postos de
vacinação de
animais
Exposição a vírus,
bactérias, parasitas e
bacilos
Tuberculose;
carbúnculo; brucelose;
psitacose; raiva; asma;
rinite; conjuntivite;
pneumonia; dermatite
de contato e dermatose
ocupacional
65. Em hospitais,
serviços de
emergência,
enfermarias,
ambulatórios,
postos de
vacinação e outros
estabelecimentos
destinados ao
cuidado da saúde
humana, em que
se tenha contato
direto com os
pacientes ou se
manuseie objetos
de uso dos
pacientes não
previamente
esterilizados
Exposição a vírus,
bactérias, parasitas e
bacilos; stress
psíquico e sofrimento;
acidentes com
material biológico
Tuberculose; AIDS;
hepatite; meningite;
carbúnculo;
toxaplasmose; viroses,
parasitoses; zoonose;
pneumonias;
candidíases;
dermatoses; episódios
depressivos e sofrimento
mental
66. Em laboratórios
destinados ao
preparo de soro, de
vacinas e de outros
produtos similares
Exposição a vírus,
bactérias, parasitas,
bacilos e contato com
animais de laboratório
Envenenamentos;
cortes; lacerações;
hepatite; AIDS;
tuberculose; carbúnculo;
brucelose; psitacose;
raiva; asma; rinite
crônica; conjuntivite;
zoonoses; ansiedade e
sofrimento mental
Atividade: Serviços Coletivos, Sociais, Pessoais e Outros
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis
Repercussões à Saúde
67. Em lavanderias
industriais
Exposição a
solventes, cloro,
sabões, detergentes,
calor e movimentos
Polineurites; dermatoses
ocupacionais; blefarites;
conjuntivites;
intermação; fadiga e
∙ 69 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
repetitivos queimaduras
68. Em tinturarias e
estamparias
Exposição a
solventes, corantes,
pigmentos metálicos,
calor e umidade
Hipotireoidismo;
anemias;
polineuropatias;
encefalopatias;
hipertensão arterial;
arritmia cardíaca;
insuficiência renal;
infertilidade masculina;
queimaduras; intermação
e depressão do Sistema
Nervoso Central.
69. Em esgotos Esforços físicos
intensos; exposição a
produtos químicos
utilizados nos
processos de
tratamento de esgoto,
tais como cloro,
ozônio, sulfeto de
hidrogênio e outros;
riscos biológicos;
espaços confinados e
riscos de explosões
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
escolioses; disfunção
olfativa; alcoolismo;
asma; bronquite; lesões
oculares; dermatites;
dermatoses; asfixia;
salmoneloses;
leptospirose e disfunções
olfativas
70. Na coleta,
seleção e
beneficiamento
de lixo
Esforços físicos
intensos; exposição
aos riscos físicos,
químicos e biológicos;
exposição a poeiras
tóxicas, calor;
movimentos
repetitivos; posições
antiergonômicas
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
ferimentos; lacerações;
intermações; resfriados;
DORT/LER; deformidades
da coluna vertebral;
infecções respiratórias;
piodermites;
desidratação; dermatoses
ocupacionais; dermatites
de contato; alcoolismo e
disfunções olfativas
71. Em cemitérios Esforços físicos
intensos; calor; riscos
biológicos (bactérias,
fungos, ratos e outros
animais, inclusive
peçonhentos); risco
de acidentes e
estresse psíquico
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
ferimentos; contusões;
dermatoses
ocupacionais; ansiedade;
alcoolismo; desidratação;
câncer de pele; neurose
∙ 70 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
profissional e ansiedade
72. Em serviços
externos, que
impliquem em
manuseio e
porte de valores
que coloquem
em risco a sua
segurança
(Office-boys,
mensageiros,
contínuos)
Acidentes de trânsito
e exposição à
violência
Traumatismos;
ferimentos; ansiedade e
estresse
73. Em ruas e outros
logradouros
públicos
(comércio
ambulante,
guardador de
carros, guardas
mirins, guias
turísticos,
transporte de
pessoas ou
animais, entre
outros)
Exposição à violência,
drogas, assédio
sexual e tráfico de
pessoas; exposição à
radiação solar, chuva
e frio; acidentes de
trânsito;
atropelamento
Ferimentos e
comprometimento do
desenvolvimento afetivo;
dependência química;
doenças sexualmente
transmissíveis; atividade
sexual precoce; gravidez
indesejada; queimaduras
na pele; envelhecimento
precoce; câncer de pele;
desidratação; doenças
respiratórias; hipertemia;
traumatismos;
ferimentos
74. Em artesanato Levantamento e
transporte de peso;
manutenção de
posturas
inadequadas;
movimentos
repetitivos; acidentes
com instrumentos
pérfuro-cortantes;
corpos estranhos;
jornadas excessivas
Fadiga física; dores
musculares nos membros
e coluna vertebral; lesões
e deformidades
ostemusculares;
comprometimento do
desenvolvimento
psicomotor; DORT/LER;
ferimentos; mutilações;
ferimentos nos olhos;
fadiga; estresse;
distúrbios do sono
75. De cuidado e
vigilância de
crianças, de
pessoas idosas
ou doentes
Esforços físicos
intensos; violência
física, psicológica e
abuso sexual; longas
jornadas; trabalho
noturno; isolamento;
posições
antiergonômicas;
exposição a riscos
biológicos.
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
DORT/LER; ansiedade;
alterações na vida
familiar; síndrome do
esgotamento profissional;
neurose profissional;
∙ 71 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
fadiga física; transtornos
do ciclo vigília-sono;
depressão e doenças
transmissíveis.
Atividade: Serviço Doméstico
Item Descrição
dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis Repercussões à
Saúde
76. Domésticos
Esforços físicos
intensos; isolamento;
abuso físico,
psicológico e sexual;
longas jornadas de
trabalho; trabalho
noturno; calor;
exposição ao fogo,
posições
antiergonômicas e
movimentos
repetitivos;
tracionamento da
coluna vertebral;
sobrecarga muscular
e queda de nível
Afecções músculo-
esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites); contusões;
fraturas; ferimentos;
queimaduras; ansiedade;
alterações na vida familiar;
transtornos do ciclo vigília-
sono; DORT/LER;
deformidades da coluna
vertebral (lombalgias,
lombociatalgias, escolioses,
cifoses, lordoses); síndrome
do esgotamento profissional
e neurose profissional;
traumatismos; tonturas e
fobias
Atividade: Todas
Item Descrição dos
Trabalhos
Prováveis Riscos
Ocupacionais
Prováveis
Repercussões à Saúde
77. De manutenção,
limpeza, lavagem
ou lubrificação de
veículos, tratores,
motores,
componentes,
máquinas ou
equipamentos, em
que se utilizem
solventes
orgânicos ou
inorgânicos, óleo
diesel,
desengraxantes
Exposição a solventes
orgânicos,
neurotóxicos,
desengraxantes,
névoas ácidas e
alcalinas
Dermatoses
ocupacionais;
encefalopatias;
queimaduras;
leucocitoses; elaiconiose;
episódios depressivos;
tremores; transtornos da
personalidade e
neurastenia
∙ 72 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
ácidos ou básicos
ou outros
produtos
derivados de óleos
minerais
78. Com utilização de
instrumentos ou
ferramentas
perfurocontantes,
sem proteção
adequada capaz
de controlar o
risco
Perfurações e cortes Ferimentos e mutilações
79. Em câmaras
frigoríficas
Exposição a baixas
temperaturas e a
variações súbitas
Hipotermia; eritema
pérnio; geladura
(Frostbite) com necrose
de tecidos; bronquite;
rinite; pneumonias
80. Com
levantamento,
transporte, carga
ou descarga
manual de pesos,
quando realizados
raramente,
superiores a 20
quilos, para o
gênero masculino
e superiores a 15
quilos para o
gênero feminino;
e superiores a 11
quilos para o
gênero masculino
e superiores a 7
quilos para o
gênero feminino,
quando realizados
frequentemente
Esforço físico intenso;
tracionamento da
coluna vertebral;
sobrecarga muscular
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
lombalgias;
lombociatalgias;
escolioses; cifoses;
lordoses; maturação
precoce das epífises
81. Ao ar livre, sem
proteção
adequada contra
exposição à
radiação solar,
chuva , frio
Exposição, sem
proteção adequada, à
radiação solar, chuva
e frio
Intermações;
queimaduras na pele;
envelhecimento precoce;
câncer de pele;
desidratação; doenças
respiratórias; ceratoses
actínicas; hipertemia;
dermatoses; dermatites;
conjuntivite; queratite;
pneumonite; fadiga;
intermação
82. Em alturas Queda de nível Fraturas; contusões;
∙ 73 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
superiores a 2,0
(dois) metros
traumatismos; tonturas;
fobias
83. Com exposição a
ruído contínuo ou
intermitente acima
do nível previsto
na legislação
pertinente em
vigor, ou a ruído
de impacto
Exposição a níveis
elevados de pressão
sonora
Alteração temporária do
limiar auditivo;
hipoacusia; perda da
audição; hipertensão
arterial; ruptura
traumática do tímpano;
alterações emocionais;
alterações mentais e
estresse
84. Com exposição ou
manuseio de
arsênico e seus
compostos,
asbestos,
benzeno, carvão
mineral, fósforo e
seus compostos,
hidrocarbonetos,
outros compostos
de carbono,
metais pesados
(cádmio, chumbo,
cromo e
mercúrio)e seus
compostos,
silicatos, ácido
oxálico, nítrico,
sulfúrico,
bromídrico,
fosfórico, pícrico,
álcalis cáusticos
ou substâncias
nocivas à saúde
conforme
classificação da
Organização
Mundial da Saúde
(OMS)
Exposição aos
compostos químicos
acima dos limites de
tolerância
Neoplasia maligna dos
brônquios e pulmões;
angiosarcoma do fígado;
polineuropatias;
encefalopatias; neoplasia
maligna do estômago,
laringe e pleura;
mesoteliomas;
asbestoses; arritmia
cardíaca; leucemias;
síndromes
mielodisplásicas;
transtornos mentais; cor
pulmonale; silicose e
síndrome de Caplan
85. Em espaços
confinados
Isolamento; contato
com poeiras, gases
tóxicos e outros
contaminantes
Transtorno do ciclo
vigília-sono; rinite;
bronquite; irritabilidade e
estresse
86. De afiação de
ferramentas e
instrumentos
metálicos em
afiadora, rebolo ou
esmeril, sem
proteção coletiva
Acidentes com
material cortante e
com exposição a
partículas metálicas
cortantes
desprendidas da
afiadora
Ferimentos e mutilações
∙ 74 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
contra partículas
volantes
87. De direção,
operação, de
veículos,
máquinas ou
equipamentos,
quando
motorizados e em
movimento
(máquinas de
laminação, forja e
de corte de
metais, máquinas
de padaria, como
misturadores e
cilindros de
massa, máquinas
de fatiar,
máquinas em
trabalhos com
madeira, serras
circulares, serras
de fita e
guilhotinas,
esmeris, moinhos,
cortadores e
misturadores,
equipamentos em
fábricas de papel,
guindastes ou
outros similares)
Esforços físicos;
acidentes com
ferramentas e com
sistemas condutores
de energia elétrica
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
mutilações;
esmagamentos; fraturas;
queimaduras e parada
cárdio-respiratória
88. Com exposição a
radiações
ionizante e não-
ionizantes
(microondas,
ultravioleta ou
laser)
Exposição a radiações
não-ionizante e
ionizante (raios X,
gama, alfa e beta)
em processos
industriais,
terapêuticos ou
propedêuticos (em
saúde humana ou
animal) ou em
prospecção;
processamento,
estocagem e
transporte de
materiais radioativos
Carcinomas baso-celular
e espino-celular;
neoplasia maligna da
cavidade nasal,
brônquios, pulmões,
ossos e cartilagens
articulares; sarcomas
ósseos; leucemias;
síndrome
mielodisplásicas; anemia
aplástica; hemorragias;
agranulocitose;
polineuropatia; blefarite;
conjuntivite; catarata;
gastroenterite; afecções
da pele e do tecido
conjuntivo relacionadas
com a radiação,
osteonecrose e
∙ 75 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
infertilidade masculina
89.
De manutenção e
reparo de
máquinas e
equipamentos
elétricos, quando
energizados
Esforços físicos
intensos; exposição a
acidentes com
sistemas, circuitos e
condutores de
energia elétrica e
acidentes com
equipamentos e
ferramentas contuso-
cortantes
Afecções músculo-
esqueléticas(bursites,
tendinites, dorsalgias,
sinovites,
tenossinovites);
mutilações;
esmagamentos; fraturas;
queimaduras; perda
temporária da
consciência;
carbonização; parada
cárdio-respiratória
II) TRABALHOS PREJUDICIAIS À MORALIDADE
Item Descrição dos Trabalhos
1. Aqueles prestados de qualquer modo em prostíbulos, boates,
bares, cabarés, danceterias, casas de massagem, saunas, motéis,
salas ou lugares de espetáculos obscenos, salas de jogos de azar e
estabelecimentos análogos
2. De produção, composição, distribuição, impressão ou comércio de
objetos sexuais, livros, revistas, fitas de vídeo ou cinema e cds
pornográficos, de escritos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas,
emblemas, imagens e quaisquer outros objetos pornográficos que
possam prejudicar a formação moral
3. De venda, a varejo, de bebidas alcoólicas
4. Com exposição a abusos físicos, psicológicos ou sexuais.
∙ 76 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
ANEXO II
A Proteção do Adolescente Trabalhador
Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de Maio de 1943.
CAPÍTULO IV
DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos.
Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente
Capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas
da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos arts. 404, 405 e na Seção II.
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais
prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social
e em horários e locais que não permitam a frequência à escola.
a) revogada;
b) revogada.
Art. 404 - Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado
este o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
Art. 405 - Ao menor não será permitido o trabalho:
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse
fim aprovado pelo Diretor Geral do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho;
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade.
∙ 77 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
§ 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de
prévia autorização do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é
indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua formação moral.
§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho:
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, dancings e estabelecimentos análogos;
b) em empresas circenses, em funções de acróbata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes;
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes,
desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que
possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua formação moral;
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas.
§ 4º Nas localidades em que existirem, oficialmente reconhecidas, instituições
destinadas ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que se encontrem sob o
patrocínio dessas entidades será outorgada a autorização do trabalho a que alude o § 2º.
§ 5º Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu parágrafo único.
Art. 406 - O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor o trabalho a que se
referem as letras "a" e "b" do § 3º do art. 405:
I - desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não possa ser prejudicial à sua formação moral;
II - desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação moral.
Art. 407 - Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo
menor é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua
moralidade, poderá ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva
empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções.
Parágrafo único - Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e
recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função, configurar-se-á a rescisão do contrato de trabalho, na forma do art. 483.
Art. 408 - Ao responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do contrato
de trabalho, desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízos de ordem física ou moral.
∙ 78 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Art. 409 - Para maior segurança do trabalho e garantia da saúde dos menores, a
autoridade fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos
locais de trabalho.
Art. 410 - O Ministro do Trabalho, Industria e Comercio poderá derrogar qualquer
proibição decorrente do quadro a que se refere a alínea "a" do art. 405 quando se
certificar haver desaparecido, parcial ou totalmente, o caráter perigoso ou insalubre, que determinou a proibição.
SEÇÃO II
DA DURAÇÃO DO TRABALHO
Art. 411 - A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais
relativas à duração do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste
Capítulo.
Art. 412 - Após cada período de trabalho efetivo, quer contínuo, quer dividido em 2 (dois) turnos, haverá um intervalo de repouso, não inferior a 11(onze) horas.
Art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante
convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde
que o excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, de
modo a ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada;
II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze)
horas, com acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre
a hora normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao
funcionamento do estabelecimento.
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o disposto no art. 375, no parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no art. 384 desta Consolidação.
Art. 414 - Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.
SEÇÃO III
DA ADMISSÃO EM EMPREGO E DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 415 - Haverá a Carteira de Trabalho e Previdência Social para todos os
menores de 18 anos, sem distinção do sexo, empregados em empresas ou estabelecimentos de fins econômicos e daqueles que lhes forem equiparados.
∙ 79 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
Parágrafo único. A carteira obedecerá ao modelo que o Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio adotar e será emitida no Distrito Federal, pelo Departamento
Nacional, do Trabalho e, nos Estados, pelas Delegacias Regionais do referido Ministério.
Art. 416 - Os menores de 18 anos só poderão ser admitidos, como empregados,
nas empresas ou estabelecimentos de fins econômicos e naqueles que lhes forem
equiparados, quando possuidores da carteira a que se refere o artigo anterior, salvo
a hipótese do art. 422.
Art. 417 - A emissão da carteira será feita o pedido do menor, mediante a exibição dos seguintes documentos:
I - certidão de idade ou documento legal que a substitua;
II - autorização do pai, mãe ou responsável legal;
III - autorização do Juiz de Menores, nos casos dos artigos 405, § 2º, e 406;
IV - atestado médico de capacidade física e mental;
V - atestado de vacinação;
VI - prova de saber ler, escrever e contar;
VII - duas fotografias de frente, com as dimensões de 0,04m x 0,03m.
Parágrafo único. Os documentos exigidos por este artigo serão fornecidos
gratuitamente.
Art. 419 - A prova de saber ler, escrever e contar, a que se refere a alínea "f" do
art. 417 será feita mediante certificado de conclusão de curso primário. Na falta
deste, a autoridade incumbida de verificar a validade dos documentos submeterá o
menor ou mandará submetê-lo, por pessoa idônea, a exame elementar que
constará de leitura de quinze linhas, com explicação do sentido, de ditado, nunca
excedente de dez linhas, e cálculo sobre as quatro operações fundamentais de aritmética. Verificada a alfabetização do menor, será emitida a carteira.
§ 1º Se o menor for analfabeto ou não estiver devidamente alfabetizado, a carteira
só será emitida pelo prazo de um ano, mediante a apresentação de um certificado
ou atestado de matrícula e frequência em escola primária.
§ 2º A autoridade fiscalizadora, na hipótese do parágrafo anterior, poderá renovar o
prazo nele fixado, cabendo-lhe, em caso de não renovar tal prazo, cassar a carteira expedida.
§ 3º Dispensar-se-á a prova de saber ler, escrever e contar, se não houver escola
primária dentro do raio de dois quilômetros da sede do estabelecimento em que
∙ 80 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
trabalhe o menor e não ocorrer a hipótese prevista no parágrafo único do art. 427. Instalada que seja a escola, proceder-se-á como nos parágrafos anteriores.
Art. 420 - A carteira, devidamente anotada, permanecerá em poder do menor,
devendo, entretanto, constar do Registro de empregados os dados
correspondentes.
Parágrafo único. Ocorrendo falta de anotação por parte da empresa,
independentemente do procedimento fiscal previsto no § 2º do art. 29, cabe ao
representante legal do menor, ao agente da inspeção do trabalho, ao órgão do
Ministério Público do Trabalho ou ao Sindicato, dar início ao processo de reclamação, de acordo com o estabelecido no Título II, Capítulo I, Seção V.
Art. 421. A carteira será emitida, gratuitamente, aplicando-se à emissão de novas vias o disposto nos artigos 21 e seus parágrafos e no artigo 22.
Art. 422 - Nas localidades em que não houver serviço de emissão de carteiras
poderão os empregados admitir menores como empregados, independentemente
de apresentação de carteiras, desde que exibam os documentos referidos nas
alíneas "a", "d" e "f" do art. 417. Esses documentos ficarão em poder do
empregador e, instalado o serviço de emissão de carteiras, serão entregues à repartição emissora, para os efeitos do § 2º do referido artigo.
Art. 423 - O empregador não poderá fazer outras anotações na carteira de trabalho
e previdência social além das referentes ao salário, data da admissão, férias e saída.
SEÇÃO IV
DOS DEVERES DOS RESPONSÁVEIS LEGAIS DE MENORES E DOS EMPREGADORES DA APRENDIZAGEM
Art. 424 - É dever dos responsáveis legais de menores, pais, mães, ou tutores,
afastá-los de empregos que diminuam consideravelmente o seu tempo de estudo,
reduzam o tempo de repouso necessário à sua saúde e constituição física, ou prejudiquem a sua educação moral.
Art. 425 - Os empregadores de menores de 18 (dezoito) anos são obrigados a velar
pela observância, nos seus estabelecimentos ou empresas, dos bons costumes e da decência pública, bem como das regras da segurança e da medicina do trabalho.
Art. 426 - É dever do empregador, na hipótese do art. 407, proporcionar ao menor
todas as facilidades para mudar de serviço.
Art. 427 - O empregador, cuja empresa ou estabelecimento ocupar menores, será
obrigado a conceder-lhes o tempo que for necessário para a frequência às aulas.
Parágrafo único - Os estabelecimentos situados em lugar onde a escola estiver a
maior distancia que 2 (dois) quilômetros, e que ocuparem, permanentemente, mais
∙ 81 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
de 30 (trinta) menores analfabetos, de 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos, serão
obrigados a manter local apropriado em que lhes seja ministrada a instrução
primária.
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por
escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar
ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em
programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível
com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
§ 1o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de
Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso
não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.
§ 2o Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora.
§ 3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.
§ 4o A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo
caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.
§ 5o A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes portadores de deficiência.
§ 6o Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de
aprendiz portador de deficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades
e competências relacionadas com a profissionalização.
§ 7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento
do disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.
Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e
matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de
aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no
máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.
a) revogada;
b) revogada.
∙ 82 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
§ 1o-A. O limite fixado neste artigo não se aplica quando o empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional.
§ 1o As frações de unidade, no cálculo da percentagem de que trata o caput, darão lugar à admissão de um aprendiz.
§ 2o Os estabelecimentos de que trata o caput ofertarão vagas de aprendizes a
adolescentes usuários do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase)
nas condições a serem dispostas em instrumentos de cooperação celebrados entre
os estabelecimentos e os gestores dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo
locais.
Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem
cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta
poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica, a saber:
I – Escolas Técnicas de Educação;
II – entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao
adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente.
§ 1o As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura
adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.
§ 2o Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento, será concedido certificado de qualificação profissional.
§ 3o O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da
competência das entidades mencionadas no inciso II deste artigo.
Art. 431. A contratação do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se
realizará a aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso II do art. 430, caso em que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora dos serviços.
Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os
aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.
§ 2o Revogado.
Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o
aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:
∙ 83 ∙
FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
a) revogada;
b) revogada .
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz; (AC)
II – falta disciplinar grave; (AC)
III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou (AC)
IV – a pedido do aprendiz. (AC)
Parágrafo único. Revogado.
§ 2o Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às hipóteses de extinção do contrato mencionadas neste artigo.
SEÇÃO V
DAS PENALIDADES
Art. 434 - Os infratores das disposições deste Capítulo ficam sujeitos à multa de
valor igual a 1 (um) salário mínimo regional, aplicada tantas vezes quantos forem
os menores empregados em desacordo com a lei, não podendo, todavia, a soma
das multas exceder a 5 (cinco) vezes o salário-mínimo, salvo no caso de reincidência em que esse total poderá ser elevado ao dobro.
Art. 435 - Fica sujeita à multa de valor igual a 1 (um) salário-mínimo regional e ao
pagamento da emissão de nova via a empresa que fizer na Carteira de Trabalho e Previdência Social anotação não prevista em lei.
Art. 438 - São competentes para impor as penalidades previstas neste Capítulo:
a) no Distrito Federal, a autoridade de 1ª instância do Departamento Nacional do Trabalho;
b) nos Estados e Território do Acre, os delegados regionais do Ministério do
Trabalho, Industria e Comercio ou os funcionários por eles designados para tal fim.
Parágrafo único - O processo, na verificação das infrações, bem como na aplicação
e cobrança das multas, será o previsto no título "Do Processo de Multas Administrativas", observadas as disposições deste artigo.
SEÇÃO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se,
porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito)
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FLUXO DE ATENDIMENTO Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Trabalho Infantil
anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida.
Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Art. 441 - O quadro a que se refere o item I do art. 405 será revisto bienalmente.