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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ELETRICIDADE FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO COM RESTRIÇÕES DA CURVA DE CAPABILIDADE DO GERADOR SÍNCRONO DIONICIO ZÓCIMO ÑAUPARI HUATUCO São Luís - MA, Brasil FEVEREIRO 2006

Fluxo de Potência Ótimo Com Restrições Da Curva de Capabilidade Do Gerador Síncrono

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Fluxo de Potência Ótimo Com Restrições Da Curva de Capabilidade Do Gerador Síncrono

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHO CENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

    CURSO DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE ELETRICIDADE

    FLUXO DE POTNCIA TIMO COM RESTRIES DA CURVA DE

    CAPABILIDADE DO GERADOR SNCRONO

    DIONICIO ZCIMO AUPARI HUATUCO

    So Lus - MA, Brasil

    FEVEREIRO 2006

  • FLUXO DE POTNCIA TIMO COM RESTRIES DA CURVA DE

    CAPABILIDADE DO GERADOR SNCRONO

    Dissertao de Mestrado submetida Coordenao do Curso de Ps-Graduao

    em Engenharia de Eletricidade da UFMA como parte dos requisitos para

    obteno ao ttulo de Mestre em Engenharia Eltrica

    na rea de Sistemas de Energia.

    Por

    DIONICIO ZCIMO AUPARI HUATUCO

    FEVEREIRO, 2006

  • FLUXO DE POTNCIA TIMO COM RESTRIES DA CURVA DE

    CAPABILIDADE DO GERADOR SNCRONO

    DIONICIO ZCIMO AUPARI HUATUCO

    DISSERTAO APROVADA EM 17/02/ 2006

    Prof. Dr. Vicente Leonardo Paucar Casas UFMA

    (Orientador)

    Prof. Dr. Ubiratan Holanda Bezerra UFPA

    (Membro da Banca Examinadora)

    Prof. Dr. Osvaldo Ronald Saavedra Mndez UFMA

    (Membro da Banca Examinadora)

  • FLUXO DE POTNCIA TIMO COM RESTRIES DA CURVA DE

    CAPABILIDADE DO GERADOR SNCRONO

    MESTRADO

    rea de Concentrao: SISTEMAS DE ENERGIA ELTRICA

    DIONICIO ZCIMO AUPARI HUATUCO

    Orientador: Prof. Dr. Vicente Leonardo Paucar Casas

    Curso de Ps-Graduao

    em Engenharia de Eletricidade da

    Universidade Federal do Maranho

  • Dedico este trabalho a

    toda minha famlia.

    Em especial a

    minha me Melecia.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, que permitiu alcanar meus objetivos.

    Ao Prof. Dr. Vicente Leonardo Paucar Casas pela orientao, apoio, incentivo e

    amizade, cruciais para o desenvolvimento deste trabalho.

    minha me Melecia Huatuco Huaman e meu irmo Leonardo aupari

    Huatuco, fontes de inspirao e exemplos de constante superao, pelo carinho e

    preocupao mostrados ao longo destes anos.

    Aos meus filhos Jonathan, Karen e Zoraya pelo contnuo carinho expressado no

    decorrer destes anos.

    A meus colegas Marcos Julio Rider Flores e Manfred Bedriana Arons pela

    amizade e fundamental apoio no desenvolvimento deste trabalho.

    Ao grupo de professores do curso: PhD. Maria da Guia da Silva, Dr. Osvaldo

    Ronald Saavedra Mndez e Dr. Jos Eduardo Onoda Pessanha, pela orientao e apoio.

    A Magaly Echegaray Diaz pelo carinho e compreenso durante a realizao do

    curso de Ps-Graduao.

    Aos meus colegas peruanos do laboratrio: Juan Carlos, Juan Mauricio, Carlos,

    Miriam, Sergio, Yuri, Alex e Romel, e aos meus colegas brasileiros Clissianne,

    Irlandino, Osvaldo e Ricardo; a todos do GSP (Grupo de Sistemas de Potncia) e do

    curso de Ps-Graduao, que com sua amizade fizeram da minha permanncia em So

    Lus uma lembrana inesquecvel.

    Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico) e

    ELETRONORTE pelo financiamento de projetos de pesquisa que permitiram melhorar

    a infra-estrutura computacional utilizada no presente trabalho.

  • RESUMO

    Neste trabalho, apresentam-se as equaes dos limites de operao da mquina

    sncrona que constituem a chamada curva de capabilidade. A partir dessas equaes

    matemticas, deduzidas de cada um dos limites, obtido computacionalmente o grfico

    da curva de operao que define a regio de operao da mquina sncrona para que

    seus enrolamentos no se deteriorem nem que a mquina perca estabilidade em regime

    permanente. Essas equaes esto sendo includas nas restries de um fluxo de

    potncia timo (FPO). Na literatura tcnica, no h relatrios sobre as equaes

    mencionadas nem sobre a sua utilizao em programas de FPO que considerem os

    limites reais de operao da mquina sncrona. Considera-se que a capacidade de

    gerao das potncias ativa e reativa de um gerador sncrono est limitada pela curva de

    capabilidade completa considerando todos os seus limites e o objetivo principal deste

    trabalho de pesquisa tem sido a implementao desses limites num FPO. O fluxo de

    potncia timo considerado tem sido modelado como um problema de programao

    no-linear com uma funo objetivo para minimizar o custo total de gerao da potncia

    ativa, sujeita a um conjunto de restries tcnicas e econmicas. A soluo do FPO

    proposta foi obtida com as funes de otimizao do MATLAB. A metodologia

    proposta foi aplicada com sucesso aos sistemas teste WSCC3 de 3 geradores e New

    England de 10 geradores, comprovando que os custos de operao so maiores

    comparados com os resultados de programas FPO convencionais que utilizam limites

    aproximados da curva de capabilidade.

  • ABSTRACT

    This work presents the equations of operation limits of the synchronous machine

    that constitute the so called capability curve. From these mathematical equations,

    deduced from each one of these limits, the graphic of the operation curve is

    computationally generated, defining the operation region of the synchronous machine so

    that their windings do not itself deteriorate nor the machine loses stability in steady

    state. These equations are being included or implemented in the constraints of an

    optimal power flow (OPF). Actually these mentioned equations, neither have not been

    published on technical bibliography nor have these equations been used in OPF

    programs that consider the real operation limits of the synchronous machine. It is

    considered that the generation capacity of the active and reactive powers of a

    synchronous generator is limited by the complete capability curve, considering all its

    limits, and the principal target of this research work is the implementation of these

    limits in an OPF. The considered optimal power flow have been modeled as a nonlinear

    programming problem with an objective function that minimizes the total cost of

    generation of the active power, subject to a set of technical and economic constraints.

    The solution of the proposed OPF was obtained with the MATLAB optimization

    functions. The proposed methodology has been successfully applied on the WSCC3 of 3

    generator systems as well as on the New England 10 generators system, verifying that

    the operation costs are higher compared with the results of conventional OPFs

    programs that use capability curve approximated limits.

  • ix

    SUMRIO

    Lista de Tabelas xii

    Lista de Figuras xiv

    Abreviaturas e Smbolos xvii

    1. INTRODUO 1

    1.1. Generalidades ..................................................................................................... 1

    1.2. Formulao do problema .................................................................................... 2

    1.3. Objetivos............................................................................................................. 3

    1.4. Justificativa ......................................................................................................... 4

    1.5. Metodologia........................................................................................................ 5

    1.6. Estrutura do trabalho .......................................................................................... 5

    2. CURVA DE CAPABILIDADE DO GERADOR SNCRONO 7

    2.1. Introduo........................................................................................................... 7

    2.2. A curva de capabilidade do gerador sncrono .................................................... 8

    2.3. Limites da curva de capabilidade do gerador sncrono......................................... 9

    2.3.1. Potncia ativa e reativa............................................................................... 10

    2.3.2. Limite trmico do enrolamento do campo........................................... 12

    2.3.3. Limite da potncia mecnica da mquina primria .............................. 14

    2.3.4. Limite trmico do enrolamento de armadura....................................... 14

  • x

    2.3.5. Limite de estabilidade permanente terico e prtico ............................ 14

    2.3.6. Limite mnimo da corrente de excitao............................................... 17

    2.4. Curva de capabilidade completa do gerador sncrono...................................... 17

    3. INCLUSO DA CURVA DE CAPABILIDADE COMPLETA NO FLUXO

    DE POTNCIA TIMO 21

    3.1. Introduo......................................................................................................... 21

    3.2. Fluxo de potncia timo .................................................................................. 22

    3.2.1. Desenvolvimentos de fluxo de potncia timo......................................... 22

    3.2.2. Formulao do modelo de FPO ................................................................ 25

    3.2.3. Mtodos de soluo do FPO ..................................................................... 27

    3.2.4. Desafios do FPO ....................................................................................... 29

    3.3. Equaes da curva de capabilidade no FPO ......................................... 31

    3.3.1. Funo objetivo..........................................................................................31 3.3.2. Restries da curva de capabilidade completa..........................................31

    4. APLICAO A SISTEMAS TESTE E RESULTADOS....................................... 33

    4.1.Introduo...................................................................................................... 363

    4.2. Sistema WSCC3 de 3 geradores..................................................................... 36

    4.3. Sistema New England de 10 geradores.........................................................55

    5. CONCLUSES 59

    5.1. Concluses........................................................................................................ 59

    5.2. Contribuies .................................................................................................... 60

    5.3. Trabalhos Futuros ............................................................................................. 61

  • xi

    Apndices 62

    A. Dados dos sistemas teste................................................................................... 63

    A.1 Nomenclatura........................................................................................ 63

    A.2 Sistema WSCC3 de 3 geradores 9 barras ............................................. 64

    A.3 Sistema New England 10 geradores 39 barras...................................... 65

    Referncias bibliogrficas 68

  • xii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 4.1: Resultados do fluxo de potncia timo com a curva de capabilidade

    completa para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras.....................38

    Tabela 4.2: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso

    base)...................................................................................................................42

    Tabela 4.3: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso

    sobrecarregamento em 50% da potncia ativa).................................................43

    Tabela 4.4: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso com

    potncia reativa negativa)..................................................................................47

    Tabela 4.5: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso

    sobrecarregamento em 150% da potncia reativa)............................................51

    Tabela 4.6: Resultados obtidos (funo objetivo) do fluxo de potncia timo para os

    quatro casos de carregamento para o sistema teste WSCC3............................55

  • xiii

    Tabela 4.7: Resultados do fluxo de potncia timo com a curva de capabilidade

    completa para o sistema teste New England de 10 geradores 39 barras........56

    Tabela 4.8: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade aplicados ao sistema teste New England de 10 geradores 39

    barras.................................................................................................................57

  • xiv

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1: Diagrama fasorial em regime permanente da mquina sncrona de plos

    salientes ........................................................................................................11

    Figura 2.2: Limaon de Pascal para diferentes tenses no terminal do gerador em

    p.u......................................................................................................................13

    Figura 2.3: Limites da curva de capabilidade do gerador sncrono em regime

    permanente .......................................................................................................19

    Figura 2.4: Curva de Capabilidade completa do gerador sncrono em regime

    permanente........................................................................................................20

    Figura 4.1: Limites de gerao do gerador sncrono para condio de operao 1 ...34

    Figura 4.2: Curva de capabilidade aproximada do gerador sncrono para condio de

    operao 2......................................................................................................... 35

    Figura 4.3: Curva de capabilidade completa do gerador sncrono para condio de

    operao 3.. .......................................................................................................35

    Figura 4.4: Diagrama unifilar e dados para fluxo de carga do sistema de teste

    WSCC3 de 3 geradores 9 barras. [ANDE77], [BEDR03]..............................36

  • xv

    Figura 4.5: Resultados do fluxo de potncia timo do sistema WSCC3 de 3 geradores

    9 barras...........................................................................................................37

    Figura 4.6: Ponto de operao do gerador 1. Caso base ............................................39

    Figura 4.7: Ponto de operao do gerador 2. Caso base ............................................40

    Figura 4.8: Ponto de operao do gerador 3. Caso base ............................................41

    Figura 4.9: Perfil de tenses para os trs casos propostos e para o sistema teste

    WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso sobrecarregado em 50% da potncia

    ativa)..................................................................................................................43

    Figura 4.10: Ponto de operao do gerador 1. Caso sobrecarregamento da potncia

    ativa ..................................................................................................................44

    Figura 4.11: Ponto de operao do gerador 2. Caso sobrecarregamento da potncia

    ativa ..................................................................................................................45

    Figura 4.12: Ponto de operao do gerador 3. Caso sobrecarregamento da potncia

    ativa ..................................................................................................................46

    Figura 4.13: Ponto de operao do gerador 1 . Caso com potncia reativa

    negativa..............................................................................................................48

  • xvi

    Figura 4.14: Ponto de operao do gerador 2 . Caso com potncia reativa

    negativa..............................................................................................................49

    Figura 4.15: Ponto de operao do gerador 3 . Caso com potncia reativa

    negativa..............................................................................................................50

    Figura 4.16: Ponto de operao do gerador 1. Caso sobrecarregamento da potncia

    reativa................................................................................................................52

    Figura 4.17: Ponto de operao do gerador 2. Caso sobrecarregamento da potncia

    reativa................................................................................................................53

    Figura 4.18: Ponto de operao do gerador 3. Caso sobrecarregamento da potncia

    reativa................................................................................................................54

    Figura 4.19: Perfil de tenses para os trs casos de curvas de capabilidade aplicados

    ao sistema teste New England de 10 geradores 39

    barras.................................................................................................................58

  • xvii

    ABREVIATURAS E SMBOLOS

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    CCEE Cmara de Comercializao de Energia Eltrica

    DC Direct current

    FP Fluxo de potncia

    FPO Fluxo de potncia timo

    GRG Gradiente reduzido generalizado

    LAP Lagrangeano Aumentado Projetado

    MAE Mercado Atacadista de Energia

    MPI Mtodos de pontos interiores

    MATLAB Matrix laboratory

    ng Nmero total de geradores

    ONS Operador Nacional do Sistema Eltrico

    PIM Programao linear inteira mista

    PL Programao linear

    PNL Programao no linear

    PQ Programao quadrtica

    PQS Programao quadrtica seqencial

    PSERC Power Systems Engineering Research Center

    SEE Sistemas de energia eltrica

    SEP Sistema eltrico de potncia

    WSCC3 Sistema teste Western System Coordinating Council de 3

    geradores

    d Eixo direto

    ngulo de potncia

    Ea Tenso induzida interna do gerador

    fp Fator de potncia

    Xd Reatncia sncrona em eixo direto

    Xd Reatncia transitria em eixo direto

    Xq Reatncia sncrona em eixo de quadratura

    Ia Corrente de armadura do gerador

  • xviii

    Iad Componente retangular no eixo direto da corrente de armadura do

    gerador

    Iaq Componente retangular no eixo de quadratura da corrente de

    armadura do gerador

    IaMAX Corrente de armadura mxima do gerador

    PmecMAX Potncia mecnica mxima

    q Eixo em quadratura

    SgNOM Potncia aparente nominal

    V Magnitude da tenso terminal do gerador

  • 1

    1. INTRODUO 1. Figura Nvel 1 1. 1

    1.1. Generalidades

    A histria da pesquisa do fluxo de potncia timo (FPO) pode-se caracterizar

    como a aplicao de grandes progressos dos mtodos de otimizao dos anos 60s. O

    FPO constitui um problema de otimizao no-linear esttico que estima os ajustes

    timos das variveis eltricas em um sistema de potncia com os dados de carga e

    parmetros do sistema.

    O progresso dos mtodos numricos manifesta-se com as solues de problemas

    maiores e mais complexos em um marco de tempo mais rpido. Historicamente a

    soluo do despacho econmico pelo mtodo dos custos incrementais iguais foi um

    precursor do FPO. Com a aplicao do FPO, a utilizao do despacho econmico

    clssico tornou-se menor, no qual s eram consideradas as geraes de potncia ativa

    e as restries de igualdade do balano de energia eltrica. Posteriormente foram

    consideradas restries de desigualdade e de segurana nos algoritmos.

    Nas referncias [CARP93] e [SALG90] apresenta-se uma classificao dos

    algoritmos para resolver o FPO baseado na estrutura da soluo juntamente com uma

    comparao numrica dos resultados.

    Embora existam avanos notveis, o fluxo de potncia timo ainda

    considerado um problema matemtico difcil. Segundo alguns pesquisadores, em

    relao ao FPO em tempo real, ainda no esto disponveis metodologias eficientes,

    pois na maior parte com os algoritmos atuais no possvel obter solues confiveis e

    rpidas. Mesmo assim, atualmente, o problema do FPO est sendo aplicado aos sistemas

    eltricos de potncia que operam em ambiente desregulamentado.

    Tambm, tem-se que desenvolver a curva de capabilidade da mquina sncrona

    usando as equaes deduzidas previamente para seus limites de operao sem que os

  • 2

    enrolamentos fiquem deteriorados nem a mquina perca estabilidade em regime

    permanente.Este modelo da curva de capabilidade de mquinas sncronas vlido para

    geradores de plos salientes e aqueles de plos lisos, podendo tambm operar como

    motor.

    Apresenta-se neste trabalho uma representao matemtica exata dos limites da

    curva de capabilidade, onde se consideram os limites nas correntes do rotor e da

    armadura, limite da potncia mecnica da mquina primria, o limite de estabilidade

    permanente terico e prtico, e o limite de sub-excitao. Com isto, vai-se incluir uma

    representao detalhada do modelo da mquina sncrona em estado permanente em uma

    formulao de FPO.

    Conseqentemente, os geradores podero trabalhar com margens mais amplas,

    perto de seus limites, oferecendo maiores faixas para as potncias ativa e reativa geradas

    sem a perda da estabilidade. Assim, a curva de capabilidade dos geradores deve ser

    includa no FPO com a funo objetivo para minimizar os custos dessas potncias

    geradas.

    1.2. Formulao do problema

    Devido s formulaes convencionais do fluxo de potncia timo (FPO)

    basearem-se somente na modelagem conhecida de fluxo de potncia, onde os geradores

    so modelados como barras PV e conseqentemente conduzir a resultados distantes da

    realidade; e tambm por razes de segurana os fabricantes indicarem limites

    pessimistas da capacidade da mquina sncrona, foi necessria uma representao mais

    realista da mquina, pois este elemento de grande importncia para a anlise do

    sistema de potncia, especialmente em condies de sobrecarregamento.

    Para isso, as curvas de capabilidade so obtidas utilizando-se os valores reais

    dos parmetros da mquina sncrona, tais como reatncia em eixo direto (Xd), reatncia

    em eixo de quadratura (Xq), reatncia transitria em eixo direto (Xd), potncia nominal

    (MVA), tenso nominal (kV) e fator de potncia da mquina (fp). Alm disso, esses

    limites da curva de capabilidade foram deduzidos levando em conta expresses da

    potncia ativa e reativa, algumas identidades trigonomtricas e, mais importante ainda, a

    metodologia da construo geomtrica proposta pelos fabricantes e pesquisadores

  • 3

    [ZAWO01] [GOVE65]. Tambm, para obter o grfico da curva completa de operao,

    utilizou-se como ferramenta um programa computacional desenvolvido na linguagem

    de programao do MATLAB, para que, conseqentemente nesta curva de

    capabilidade, possam-se examinar suas regies e seus limites.

    Finalmente, fazer a incluso destes limites de operao da mquina nas

    restries do fluxo de potncia timo para sua conseguinte aplicao a dois sistemas

    teste: sistema WSCC3 de 3 geradores e o sistema New England de 10 geradores. No

    primeiro sistema, o teste fez-se com carga base, sobrecarregando em potncia ativa e

    com potncia reativa negativa. J no segundo sistema teste, utilizou-se somente o

    carregamento base.

    Os resultados so comparados com resultados de outros FPO convencionais que

    usam somente alguns limites da curva de capabilidade.

    1.3. Objetivos

    O objetivo geral propor um mtodo prtico para resolver o problema do fluxo

    de potncia timo (FPO) num sistema eltrico de potncia (SEP), levando em conta as

    variveis de controle, tais como a potncia ativa e reativa, controle de tenso nas barras,

    com a finalidade de minimizar custos de gerao da potncia ativa e as perdas nas linhas

    de transmisso.

    Um dos objetivos especficos mais relevantes deste trabalho a incluso no FPO

    das novas restries de potncia ativa e reativa, isto , os limites mximo e mnimo dos

    geradores no sero aqueles aproximados, geralmente utilizados na literatura; sero

    mais exatos e de acordo com as restries completas da curva de capabilidade da

    mquina sncrona. A proposta usar melhores restries que resultam da curva de

    capabilidade, com todos seus limites de operao que podero ser aplicados a sistemas

    testes que tenham geradores hidrulicos e trmicos.

    A soluo do fluxo de potncia timo permite conhecer o estado de operao,

    em regime permanente, do sistema de potncia e tambm considerar situaes futuras

    do SEP. Para obter essa soluo, so utilizados diversos mtodos clssicos tais como o

  • 4

    mtodo de Newton, gradiente, programao linear, etc. Atualmente, o FPO uma

    ferramenta importante para a operao adequada do sistema de potncia.

    No FPO, para atender uma determinada demanda total de um SEP, as potncias

    ativas e reativas geradas devem ser pr-especificadas para cada gerador, sendo o custo

    associado com essa gerao um indicador da quantidade de potncia ativa que deve ser

    gerada (despacho econmico clssico); j o custo pelo fornecimento de potncia reativa

    tem pouca ateno, embora, atualmente, exista uma maior pesquisa no desenvolvimento

    de novas metodologias, a fim de se determinar uma remunerao apropriada da potncia

    reativa dos geradores [GIL00].

    Outro objetivo especfico do presente desenvolvimento a comparao dos

    resultados de trs casos diferentes para os limites das variveis da curva de

    capabilidade: potncias ativa e reativa geradas. Sendo o primeiro com limites mximo e

    mnimo (FPO clssico); o segundo uma regio com trs limites e o terceiro, a curva de

    capabilidade completa proposta com seus cinco limites.

    1.4. Justificativa

    At agora nos problemas do FPO no se consideram os limites reais de operao

    dos geradores, porm, com a incluso de todos esses limites propostos neste trabalho, a

    otimizao do FPO pode ser melhorada, ainda mais quando nesse FPO a funo

    objetivo igual ao custo total de gerao da potncia ativa.

    A curva e as equaes desenvolvidas no presente trabalho tambm podem

    contribuir nos sistemas eltricos de superviso e de controle para o desenvolvimento de

    um grande nmero de ferramentas de apoio operao, a partir do tratamento adequado

    das mesmas.

    O uso das curvas de capabilidade que resultam das equaes reais para os limites

    de estabilidade da mquina sncrona sero aos poucos incorporadas para a operao do

    sistema eltrico, e nas anlises mais imediatas que so feitas nos estudos da fase de

    planejamento da operao para horizontes de tempo mais longos [MACH04].

    Alm disso, a visualizao do ponto de operao em conjunto com a curva de

    capabilidade passa a ser de grande utilidade toda vez que permite a preveno de

  • 5

    possveis violaes nos limites de absoro de potncia reativa nas unidades geradoras e

    possveis insucessos.

    O FPO, como muitos outros programas no-lineares, s vezes propenso a um

    mau condicionamento e a uma convergncia difcil, por isso recomenda-se que a

    pesquisa futura nos aspectos de programao de FPO deva ser focada nessas

    dificuldades bsicas. E a soluo encontra-se em nossa habilidade de resolver vrios

    problemas de engenharia que evitam a utilizao de muitos artifcios matemticos.

    1.5. Metodologia

    Em relao metodologia de trabalho, a pesquisa foi desenvolvida no

    laboratrio de sistemas de potncia do Departamento de Engenharia de Eletricidade da

    UFMA, baseada em tcnicas de anlise e sntese.

    Fez-se uma pesquisa bibliogrfica dos diferentes enfoques e dos mtodos de

    resoluo do FPO publicados nos ltimos 40 anos com a finalidade de escolher o

    mtodo ou tcnica j desenvolvida mais conveniente para o estudo a ser feito.

    Tambm se procurou a bibliografia para conhecer melhor a operao do gerador

    sncrono nas proximidades dos limites de estabilidade e os mtodos para traar as

    curvas de capabilidade, usando as equaes matemticas que foram desenvolvidas com

    os parmetros reais de uma mquina em operao [NAGY70], [NILS94].

    Finalmente, foram includas essas equaes dos limites da curva de capabilidade

    da mquina sncrona nas restries do FPO e tambm foi includa na funo objetivo o

    custo total da potncia ativa gerada.

    1.6. Estrutura do trabalho

    O desenvolvimento do trabalho comea no Captulo 2, com a deduo,

    representao e apresentao dos limites da curva de capabilidade, considerado o mais

    importante desta dissertao, e utilizando como ferramenta de programao o

    MATLAB.

  • 6

    No captulo 3, so apresentados os conceitos associados s metodologias do

    FPO, mtodos de soluo existentes e desafios dele, para logo incluir os limites da

    curva de operao da mquina sncrona no FPO.

    No captulo 4, com a inteno de validar esta nova metodologia, utilizou-se dois

    sistemas testes: WSCC3 de 3 geradores e New England de 10 geradores. So

    apresentados os resultados e logo comparados com os resultados de outros FPO

    convencionais que usam s alguns dos limites de operao dos geradores.

    No captulo 5, apresentam-se as concluses e contribuies do presente trabalho,

    assim como possveis trabalhos futuros.

  • 7

    2. CURVA DE CAPABILIDADE DO GERADOR SNCRONO

    2. Figura Nvel 1 2. 1

    2.1. Introduo

    A curva de capabilidade da mquina sncrona de plos salientes uma regio

    onde ela deve operar sem que seus enrolamentos fiquem deteriorados. Antigamente, a

    curva de capabilidade chamava-se diagrama de operao P-Q ou carta de capacidade e

    tinha somente uma construo geomtrica, existindo informao bibliogrfica desses

    mtodos nas referencias [GOVE65], [WALK52], [IEEE90]; porm essa forma da

    construo complexa e muito laboriosa.

    Neste capitulo ser desenvolvido um conjunto de equaes algbricas para os

    principais limites da curva de capabilidade da mquina sncrona para o qual se usam as

    expresses da potncia ativa e reativa, conhecidas nas disciplinas de engenharia eltrica.

    Tambm os parmetros da mquina sncrona hidrulica ou trmica, sejam de plos

    salientes ou rotor cilndrico, e algumas identidades trigonomtricas. D-se uma especial

    importncia deduo e ao estudo dos limites de estabilidade terico e prtico em

    estado estvel da mquina com a finalidade de verificar os limites permissveis de

    gerao das potncias ativa e reativa. Estas equaes ainda no foram desenvolvidas e

    no foram apresentadas na literatura. Desse modo, a contribuio deste trabalho foi

    desenvolver essas equaes matemticas dos limites reais que constituem a curva de

    capabilidade da mquina sncrona, sendo incorporadas ao FPO.

    Conseqentemente, agora se pode fazer a construo da curva de capabilidade

    da mquina sncrona com todos seus limites usando suas verdadeiras equaes

    deduzidas previamente, para sua conseguinte visualizao, obtendo-se seu grfico

    automaticamente no computador em forma fcil, eficiente e direto. As dedues so

  • 8

    tambm vlidas para a operao da mquina sncrona como motor em regime

    permanente.

    Neste trabalho, no so considerados outros limites porque na maioria dos casos

    ficam fora da regio de operao, sendo, ainda assim, providos e recomendados pelos

    fabricantes. Alguns deles so: limites de tenso mxima e mnima nos terminais do

    gerador, limite de rel de corrente sub-excitado, limites de tenso mxima e mnima dos

    servios ancilares e limites de Volts/Hz no regulador de tenso [ADIB94]. Tem-se

    tambm o limite de aquecimento final do ncleo provocado pelas correntes parasitas,

    que so induzidas pelo sistema nas partes de ao da armadura [MECR91], [ZAWO01].

    2.2. A curva de capabilidade do gerador sncrono

    Pode-se definir a curva de capabilidade como um conjunto de limites fsicos, os

    quais definem a regio de operao do gerador sncrono. Os limites operacionais

    representam principalmente os limites fsicos impostos pelo fabricante para manter o

    funcionamento adequado da mquina sncrona [HEFF52]., embora existam outros

    limites que foram adicionados como conseqncia de novos controladores e para

    procurar condies especficas de operao.

    No planejamento e operao dos sistemas eltricos de potncia, distintos

    componentes so modelados em diferentes maneiras visando realizar diversos tipos de

    anlise, como por exemplo: anlise esttica, anlise dinmica de estabilidade transitria,

    anlise dinmica de estabilidade permanente, anlise eletromagntica, entre outros. Em

    particular para anlise dinmica eletromecnica, os modelos dos geradores sncronos

    so determinados basicamente pelas equaes diferenciais do comportamento dinmico

    da mquina e seus controladores, e as condies iniciais impostas pelas equaes

    algbricas que representam a interao dos geradores com a rede eltrica de transmisso

    e cargas. Neste caso, necessrio ressaltar que o comportamento dinmico deve ser

    mantido entre limites operacionais o qual corresponde a adicionar restries em diversas

    variveis das equaes do sistema. Como conseqncia disso, a modelagem para anlise

    esttica prope uma relaxao do monitoramento dos limites operacionais no

    comportamento dinmico, focalizando o problema para o comportamento de estado

  • 9

    estvel ou quase estacionrio; assim, o grau de complexidade do problema diminudo

    facilitando o seu uso nos problemas da operao e planejamento.

    Usando a teoria de dois eixos aplicada numa mquina sncrona de plos

    salientes foi possvel deduzir as equaes que representam os limites da curva de

    operao da mquina sncrona no modo gerador, enfatizando que possvel completar o

    diagrama de operao no modo motor de forma fcil, pois esta curva simtrica com

    relao ao eixo horizontal.

    Agora para a deduo e a diagramao dos limites propostos ,usam-se somente

    os parmetros bsicos de projeto de mquinas sncronas, tais como: reatncia no eixo

    direto (Xd), reatncia no eixo de quadratura (Xq), reatncia transitria no eixo direto

    (Xd), tenso nos terminais do gerador (V), potncia aparente nominal (SgNOM), potncia

    mecnica mxima dada pela mquina primria (PmecMAX) e fator de potncia da mquina

    sncrona (fp).

    2.3. Limites da curva de capabilidade do gerador sncrono

    Nesta seo sero apresentadas as principais caractersticas da curva de

    capabilidade bem como a formao das equaes algbricas e trigonomtricas dos

    limites operacionais que constituem a curva de capabilidade.

    A anlise do presente trabalho est restrita ao modo de operao da mquina

    sncrona no regime permanente com condies definidas pelas seguintes suposies:

    a) Toda variao no carregamento tem um intervalo de tempo muito pequeno,

    ento qualquer perturbao pequena e desprezvel.

    b) Em todos os casos a mquina sncrona est operando em paralelo com um

    sistema eltrico de grande porte, isto , conectada numa barra infinita com tenso

    constante e sem afeito pelas mudanas de carregamento na mquina em operao.

    c) Pode-se ignorar a saturao magntica, justificando-se porque um dos

    problemas mais importantes da mquina sncrona, tal como a estabilidade, usualmente

    est relacionada com uma baixa excitao (sem saturao).

  • 10

    d) Os limites associados tenso nos terminais do gerador esto sendo levados

    em conta quando realizado o controle de tenso em barras.

    e) Os limitadores de mnima excitao no so considerados devido sua anlise

    depender exclusivamente do tipo de regulador de tenso que possui a mquina sncrona

    e ao ajuste de parmetros. Isto pode ser importante quando o gerador exigido a

    trabalhar freqentemente na regio de sub-excitao.

    Ento, a curva de capabilidade associada com o conjunto de limites fsicos dos

    distintos dispositivos do gerador sncrono e eles definem a regio de operao para uma

    anlise esttica. Nas prximas sees, so apresentados os principais limites da curva de

    capabilidade do gerador sncrono que se consideraram neste trabalho.

    2.3.1. Potncia ativa e reativa

    O diagrama vetorial convencional do gerador sncrono de plos salientes

    alimentando uma carga com fator de potncia em atraso mostrado na Figura 2.1, em

    que d e q so os eixos, direto e em quadratura, respectivamente, Ea o vetor da tenso

    induzida interna do gerador, V o vetor da tenso terminal do gerador, o ngulo

    entre a tenso terminal e o eixo em quadratura q (ngulo de potncia) , Xd e Xq so as

    reatncias sncrona do eixo direto e em quadratura, o valor da resistncia da armadura

    desprezvel; Ia representa a corrente de armadura, Iad e Iaq so as componentes

    retangulares no eixo direto e no eixo em quadratura da corrente de armadura do gerador

    [ANDE93].

    Neste diagrama fasorial, desprezando a resistncia do enrolamento de armadura,

    tem-se a equao (2.1) correspondente:

    ++= addaqqa IjXIjXVE (2.1)

  • 11

    Figura 2.1: Diagrama fasorial em regime permanente da mquina sncrona de

    plos salientes

    Lembrando que SG = PG + jQG = V.Ia* pode-se calcular as potncias ativa e

    reativa do gerador sncrono atravs das equaes (2.2).

    2.2

    2

    senXXXXVsen

    XVEP

    qd

    qd

    d

    a

    += (2.2a)

    +

    +=

    qd

    qd

    qd

    qd

    d

    a

    XXXXV

    XXXXV

    XVEQ

    .22cos

    .2cos

    22

    (2.2b)

    Para simplificar, definem-se as variveis:

    d

    a

    XVEm = (2.3)

    =

    qd

    qd

    XXXXVs

    .2

    2

    (2.4)

    +=

    qd

    qd

    XXXXVn

    .2

    2

    (2.5)

    q

    XdIad

    XqIaq

    V

    rIa

    Ea

    Iaq

    Ia

    d

    Iad

  • 12

    Substituindo as equaes (2.3), (2.4) e (2.5) nas equaes (2.2) obtm-se as

    expresses simplificadas para as potncias de gerao (2.6).

    2.. senssenmP += (2.6a)

    nsmQ += 2cos.cos. (2.6b)

    2.3.2. Limite trmico do enrolamento do campo

    O limite trmico determinado pela corrente mxima que pode suportar os

    enrolamentos do rotor sem que fiquem deteriorados. Este limite definido como o lugar

    geomtrico da tenso induzida mxima (a corrente de campo mxima proporcional

    tenso induzida). Para encontrar a equao correspondente, primeiro elevam-se ao

    quadrado as equaes (2.6) para logo substituir na expresso da potncia aparente (2.7).

    222 QPS += (2.7)

    Alm disso, devem-se usar as equivalncias trigonomtricas de ngulo duplo e

    ngulo triplo para obter-se:

    ( ) ( )nsQnmnnsmS +++++= .2cos.2222 (2.8) Agora, para simplificar, faz-se um deslocamento no eixo horizontal:

    nsQQ ++= (2.9)

    Substituindo (2.7) e (2.9) em (2.8), temos.

    cos...2..2 222 smQsmQP ++=+ (2.10)

    Definindo

    222 QPR += (2.11)

    Em que tambm se cumpre:

    senRP .= (2.12)

  • 13

    cos. RQ = (2.13)

    Substituindo (2.11) e (2.13) em (2.10) temos:

    ( ) cos...2cos...222 smRsmR ++= (2.14) Resolvendo a equao (2.14) obtm-se:

    cos..2 smR += (2.15) A equao (2.15) traada na forma polar no plano P-Q o lugar geomtrico da

    potncia aparente para um valor constante da corrente de campo, sendo o limite mximo

    a curva obtida com a mxima corrente de campo que o enrolamento de campo pode

    suportar.

    A curva obtida com a equao (2.15) denomina-se Limaon de Pascal e

    representa o limite trmico do enrolamento de campo mostrado na Figura 2.2.

    -8 -6 -4 -2 0 20

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    Potncia reativa Q (pu)

    Pot

    ncia

    ativ

    a P

    (pu)

    V = 0.90 pu V = 0.95 pu V = 1.00 pu V = 1.05 pu V = 1.10 pu

    R = m + 2 s cos

    Figura 2.2: Limaon de Pascal para diferentes tenses no terminal do gerador em p.u.

  • 14

    2.3.3. Limite da potncia mecnica da mquina primria

    Para o gerador a mxima capacidade da mquina primria fica representada no

    plano P-Q com uma reta paralela ao eixo Q e passando pelo ponto PmecMAX (potncia

    limite da mquina primria). Normalmente, a potncia mecnica mxima colocada em

    funo da SgNOM, e pode ser usado um fator do limite mecnico de acordo com a

    expresso:

    NOMgMAXmec SkP .= (2.16)

    Onde k um fator para encontrar a potncia mecnica mxima.

    2.3.4. Limite trmico do enrolamento de armadura

    Este limite trmico determinado pela corrente mxima que pode suportar o

    enrolamento de armadura. Na literatura, este limite considerado como o lugar

    geomtrico para a corrente de armadura mxima constante, o qual corresponde

    equao de uma circunferncia com centro na origem de coordenadas no plano Q-P.

    ( ) 222*. QPIV aMAX += (2.17) 2.3.5. Limite de estabilidade permanente terico e prtico

    Os limites anteriores (limite de corrente de armadura, limite de corrente de

    campo e limite de potncia mecnica) definem a operao do gerador na regio de

    sobre-excitao (gerao de reativos), que a regio que na maioria das vezes opera.

    Algumas vezes exigida a operao na regio de sub-excitao (consumo de reativos).

    Como conseqncia, devem ser definidos os seguintes limites: o limite de estabilidade

    permanente terico e o limite de estabilidade permanente prtico.

    Anteriormente, a condio terica de estabilidade de regime estvel definia que

    o deslocamento angular no ultrapassasse o mximo ngulo imposto para a mxima

    potncia ativa. Esta condio foi formulada a partir das equaes de potncia-ngulo

    dos geradores. Assim sendo, usam-se as equaes anteriores para obter a potncia ativa

    mxima em tais condies.

  • 15

    Utilizando-se as equivalncias trigonomtricas de ngulo duplo em funo de

    cos na equao (2.6b), tem-se como resultado uma equao quadrtica que, aps ser

    resolvida, obtm-se a equao (2.18):

    ++=ssq

    sm

    sm

    216.4cos 2

    2

    (2.18)

    Utilizando a equao (2.18) e as equaes (2.6) obtm-se a equao (2.19).

    ( ) ( ) 22222222 2242

    smnQsmmnQsmP +++++= (2.19)

    Procurando simplificar faz-se a seguinte alterao de varivel:

    nQq += (2.20)

    A equao (2.20) substituda na equao (2.19) e logo com o objetivo de

    encontrar uma expresso para a potncia ativa mxima em funo da potncia reativa Q,

    obtm-se a primeira derivada da equao (2.19) sobre q e iguala-se a zero.

    02

    =dq

    dP (2.21)

    Obtendo-se:

    022242

    12 221

    2222

    =

    ++

    smsmsqmmq (2.22)

    Da equao (2.22) isolamos o termo ( sqm22 ) para substituir na equao (2.19) e

    logo se obtm:

    qsmqsmP

    42

    222

    22

    max += (2.23)

    Por outro lado, arrumando convenientemente as equaes (2.6), tem-se:

  • 16

    qsqsm =

    22 ..8 (2.24)

    Finalmente, substitui-se a equao (2.24) em (2.23) para encontrar a expresso

    da potncia ativa mxima em funo de Q, que dada por (2.25):

    ( )QnsQnsP

    ++=3

    2max (2.25)

    Sendo os limites de Q:

    snQsn +

    O equivalente da equao (2.25) em funo dos parmetros da mquina dado

    por (2.26):

    QXV

    QXV

    P

    d

    q

    +

    +

    = 2

    32

    2max (2.26)

    Onde a variao de Q :

    dq XVQ

    XV 22

    A expresso matemtica (2.25) ou (2.26), quando traada no sistema de

    coordenadas P-Q, representa o limite de estabilidade permanente terico da mquina

    sncrona de plos salientes, onde Q o valor que faz que P seja mximo. A curva

    resultante assinttica com relao ao limite superior de Q.

    Na prtica no aceito o limite terico e para encontrar o limite prtico

    necessrio deixar uma margem de estabilidade disponvel em todos os casos igual a

    10% ou 20% da potncia ativa nominal [WEED89]. Em conseqncia, o limite de

    estabilidade prtico define-se como:

    )( minlimlim alnoteorico

    itepractico

    ite PKPP = (2.27)

  • 17

    Em que K tem um valor de 0.1 at 0.2

    Para o caso particular da mquina sncrona de rotor cilndrico, esse limite de

    estabilidade permanente uma paralela ao eixo vertical e que passa pela interseco

    com o eixo horizontal no ponto Q = - V2/Xd.

    2.3.6. Limite mnimo da corrente de excitao

    Historicamente, este limite foi estudado por Nagy [NAGY70] e basicamente

    obtido pelo lugar geomtrico da corrente mnima de excitao evitando a operao

    inversa da fonte DC da excitao (corrente negativa). Teoricamente o lugar geomtrico

    no plano P-Q corresponde corrente de excitao zero que pode ser construdo

    diretamente quando o Limaon de Pascal possuir uma excitao zero ( )0=aE . Pode-se demonstrar que este lugar geomtrico igual circunferncia com raio s e traado entre

    as ordenadas V2/Xq e V2/Xd de acordo com a equao (2.28).

    ( ) 222 snQP =++ (2.28) O raio s zero para uma mquina de rotor cilndrico, onde as reatncias nos eixo

    direto e eixo em quadratura so iguais.

    Os geradores normalmente no tm proviso para fornecer corrente negativa de

    campo.Ento, nestas condies, o sistema no pode reduzir a tenso at zero e

    conseqentemente a corrente de campo do gerador, a valores iguais ou menores que

    zero; usual limitar a corrente de campo at um valor mnimo de 5% do requerido

    carga nominal [NAGY70].

    2.4. Curva de capabilidade completa do gerador sncrono

    Na seo 2.3, foram apresentados os principais limites operacionais que formam

    a tpica curva de capabilidade do gerador sncrono. Com o objetivo de propor uma curva

    de capabilidade mais til na anlise esttica, foram escolhidos os seguintes limites:

    1) Limite de corrente de campo

    2) Limite mximo de potncia mecnica

  • 18

    3) Limites de corrente de armadura

    4) Limite de estabilidade permanente terico e prtico (estabilidade de estado

    estvel).

    5) Limite mnimo da corrente de excitao.

    Todas as equaes desses limites so levadas a um mesmo sistema de

    coordenadas, que resulta na curva de capabilidade do gerador sncrono em regime

    permanente mostrada na Figura 2.3. Utilizaram-se os dados da referncia [ANDE93],

    tais como: Sg = 247.5 MVA, V = 16.5 kV, Xd = 0.0608 (p.u.), Xd = 0.146 (p.u.), Xq =

    0.0969 (p.u.), fp = 0.85 e PmecMAX = 0.9.

    Na Figura 2.4, mostra-se a curva de capabilidade completa do gerador sncrono

    de plos salientes em regime permanente, com seus 5 limites e o limite terico de

    estabilidade. Tambm, mostram-se as coordenadas de cada uma das intersees destes

    limites e a regio de operao.

  • 19

    Figura 2.3: Limites da curva de capabilidade do gerador sncrono em regime

    permanente

    -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 30

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    Potncia reativa Q (pu)

    Pot

    ncia

    ativ

    a P

    (pu)

    (1.86;0.00)

    (1.32;2.12) (-1.32;2.13)

    (-1.83;1.70)

    (-2.47;0.38)

    (-2.32;0.00)

    Limite mximo de corrente de campo (Limaon de Pascal) Limite mximo de potncia mecnica (Reta) Limite de corrente de armadura (Circunferncia) Limite de estabilidade de estado estvel - prtico (Parbola) Limite de mnima corrente de excitao - prtico (Circunferncia)

    Regio de operao

  • 20

    Figura 2.4: Curva de Capabilidade completa do gerador sncrono em regime

    permanente

    -3 -2 -1 0 1 2 30

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    Potncia reativa Q (pu)

    Pot

    ncia

    ativ

    a P

    (pu)

    (1.86;0.00)

    (1.32;2.12) (-1.32;2.13)

    (-1.83;1.70)

    (-2.47;0.38)

    (-2.32;0.00)

    Limite mximo de corrente de campo (Limaon de Pascal) Limite mximo de potncia mecnica (Reta) Limite de corrente de armadura (Circunferncia) Limite de estabilidade de estado estvel - prtico (Parbola) Limite de mnima corrente de excitao - prtico (Circunferncia)

    Regio deoperao

  • 21

    3. INCLUSO DA CURVA DE CAPABILIDADE COMPLETA NO

    FLUXO DE POTNCIA TIMO 3. Figura Nvel 1 3. TAblea Nivel 1

    3.1. Introduo

    A soluo das equaes do problema do fluxo de potncia permite conhecer o

    estado atual do sistema e modelar situaes futuras de forma relativamente simples.

    Entretanto, esta abordagem apresenta as seguintes limitaes: a) necessidade da pr-

    especificao do valor de certas variveis de controle, b) dificuldade na modelagem de

    restries de desigualdade, c) dificuldade para modelar aes de controles simultneos,

    e d) impossibilidade da associao de custo operao dos sistemas eltricos de

    potncia (SEP). Para contemplar estas limitaes do problema de fluxo de potncia,

    utiliza-se uma ferramenta denominada fluxo de potncia timo (FPO) [CARP62],

    [DOMM68], [RAMO05].

    No captulo2, foram deduzidas equaes correspondentes a vrios limites de

    operao que compem a curva de capabilidade da mquina sncrona. Essa curva de

    capabilidade representa com maior detalhamento a regio de operao da mquina

    sncrona. A incluso desses limites de operao no modelo do fluxo de potncia timo,

    especificamente includas dentro do conjunto das restries de desigualdade, deve

    permitir uma avaliao mais precisa dos valores de operao das potncias ativa e

    reativa de gerao da mquina sncrona.

    Assim mesmo possvel visualizar o comportamento da mquina sncrona

    dentro da curva de capabilidade para diferentes valores da corrente de campo e da

    corrente de armadura. Esta visualizao da operao da mquina dentro da curva de

    capabilidade vai permitir uma interpretao prtica e fcil do funcionamento e do

  • 22

    requerimento da mquina para sua operao tima, evitando aquecimento dos

    enrolamentos ou perda de sincronismo com a conseguinte deteriorao dos

    enrolamentos ou perda de estabilidade dentro de um sistema eltrico de potncia.

    Tambm se pode utilizar a curva de capabilidade para fazer uma melhor anlise

    computacional do ponto de operao da mquina sncrona conectada na rede de energia

    eltrica para diferentes situaes de carregamento, desde carregamento indutivo puro

    at carregamento capacitivo, variando o fator de potncia; onde esse ponto de operao

    vai tocando cada um dos limites da curva de capabilidade, ou seja, pode-se analisar

    visualmente a operao da mquina, confinada dentro da regio factvel de operao.

    3.2. Fluxo de potncia timo

    O problema do fluxo de potncia timo (FPO) pode ser modelado como um

    problema de otimizao no-linear, no convexo, que calcula um conjunto de variveis

    timas de estado e controle da rede, a partir dos dados de carga e dos parmetros do

    sistema. O problema de FPO consiste em otimizar (minimizar ou maximizar) uma

    funo objetivo enquanto deve ser satisfeito um conjunto de restries fsicas e

    operacionais impostas pelas limitaes dos equipamentos e exigncias de segurana.

    O fluxo de potncia timo uma ferramenta utilizada em estudos dos sistemas

    eltricos de potncia. Seus resultados e suas anlises devem-se aplicar no planejamento

    da expanso, na operao dos sistemas, na otimizao dos sistemas eltricos, na anlise

    de estabilidade, nos resultados de contingncias, no controle e anlise de sistemas em

    tempo real. Constantemente so desenvolvidos e discutidos diversos algoritmos,

    utilizando as mais diversas metodologias.

    3.2.1. Desenvolvimentos de fluxo de potncia timo

    A primeira formulao matemtica de um FPO foi apresentada em 1962 por

    Carpentier, em que o problema foi resolvido pela aplicao das condies de Karush-

    Kuhn-Tucker (KKT) [WRIG97] e a utilizao de um mtodo do tipo relaxao. Esta

    formulao inicial era extremamente complexa, pouco eficiente e apresentava srios

    problemas de convergncia [BAPT04].

  • 23

    Nesta mesma dcada, em 1968, foi apresentado por Dommel e Tinney um

    mtodo de gradiente reduzido, no qual as variveis do problema so divididas em

    variveis independentes, que so as variveis de controle (u) (geraes, tenses em

    barras de carga e ngulos de tenses) [DOMM68]. As restries funcionais e as

    restries de canalizao sobre as variveis de estado so includas na funo objetivo

    atravs de sinalizaes quadrticas externas. Este mtodo do gradiente apresentou

    problemas de oscilao em torno da soluo tima, alm de uma sensibilidade excessiva

    do processo de convergncia em relao ao tamanho do gradiente. Contudo, este

    mtodo continua apresentando interesse do ponto de vista didtico por sua formulao

    ser simples e o desenvolvimento intuitivo. Na dcada de 70, vrios aperfeioamentos

    foram propostos para as formulaes originais, mas nenhum avano significativo foi

    alcanado quando se analisa os quesitos de robustez e velocidade computacional.

    As maiores contribuies dos anos 70 consistiram em um aperfeioamento do

    mtodo de Dommel e Tinney de 1968 atravs da utilizao do mtodo de gradiente

    reduzido generalizado (GRG) [GILL81] ao invs do gradiente reduzido. A essncia

    desde mtodo est na transformao das desigualdades funcionais em restries de

    igualdade, pela introduo de variveis de folga e, quando uma varivel dependente

    violada, automaticamente transformada em varivel independente, e, ao mesmo tempo

    uma das variveis independentes transformada em varivel dependente. As

    desvantagens deste mtodo so: falta de critrio para a troca entre variveis dependentes

    e independentes e a necessidade de iniciar o processo iterativo com uma soluo vivel.

    Mtodos de otimizao baseados em modelos lineares de SEP tambm foram

    publicados nos anos 70, destacando-se os trabalhos de pesquisa de Stott e Hobson

    [STOT77] e Stott e Marinho [STOT78], ambos utilizando tcnicas de programao

    linear (PL) [WRIG97].

    Os mtodos publicados nas dcadas de 60 e 70 utilizavam modelos de primeira

    ordem. Uma contribuio desta poca so os mtodos baseados em programao linear

    seqencial, utilizados at os dias atuais. Mas estas metodologias apresentavam vrias

    deficincias, estabelecendo a necessidade do desenvolvimento de mtodos de segunda

    ordem que fossem capazes de resolver o problema de FPO de forma rpida e eficiente.

  • 24

    A dcada de 80 trouxe avanos considerveis para a soluo do problema de

    FPO. Em [BURC82] foi apresentado um dos primeiros mtodos de segunda ordem que

    obteve sucesso. Nesse trabalho foi utilizado o mtodo do Lagrangeano aumentado

    projetado (LAP), em que a funo objetivo o Lagrangeano aumentado e as restries

    so linearizadas. A principal desvantagem deste mtodo que a matriz Hessiana se

    torna extremamente densa.

    Um aperfeioamento deste mtodo foi proposto em [BURC84], onde se utilizou

    programao quadrtica seqencial (PQS) (com aproximao quadrtica da funo

    objetivo e linearizao das restries). Nesta metodologia, o problema original era

    transformado em uma seqncia de problemas quadrticos.

    Nas referncias [SUN84], [SUN87] e [TINN87] so propostos mtodos de

    programao quadrtica resolvidos pelo mtodo de NewtonRaphson com um clculo

    exato da matriz Hessiana.

    Em [PERE91] foi apresentada uma metodologia de PQS, na qual foram

    utilizadas tcnicas de desacoplamento dos subproblemas de potncia ativa e de potncia

    reativa, alm de tcnicas eficientes para o tratamento de matrizes esparsas com o

    objetivo de reduzir o custo computacional.

    Wu, Granville e La Torre nas referncias [WU94], [GRAN94] e [LATO95] o

    FPO foi modelado utilizando o mtodo dos pontos interiores (MPI) [KARM84],

    alcanando bons resultados na otimizao de sistemas eltricos de potncia (SEP).

    Castronuovo em [CAST01] props uma metodologia para a vetorizao de

    problemas de FPO. Esta metodologia apresentou bom desempenho em computadores

    com arquiteturas que utilizam processamento paralelo.

    Um trabalho sobre o tratamento de variveis discretas utilizando MPI foi

    publicado por Liu [LIU02] em que o mtodo utilizado garante que o resultado final das

    variveis sejam valores discretos mas no garante o timo global.

    Em [SANT03] foi proposto um mtodo heurstico para resolver problemas no

    conexos, este mtodo utiliza execues sucessivas do MPI. Tambm apresentado um

    tratamento para variveis discretas.

  • 25

    3.2.2. Formulao do modelo de FPO

    A formulao do FPO a ser apresentada corresponde ao modelo de um problema

    de otimizao sujeito s restries das equaes de fluxo de potncia e

    minimizao/maximizao de um ndice de desempenho, considerando as limitaes de

    operao do sistema. Dependendo do ndice de desempenho, podem-se definir

    diferentes problemas de otimizao para um mesmo sistema.

    As variveis do FPO

    As variveis do FPO so: a tenso complexa em cada barra, transformadores em

    fase e defasadores, capacitores, reatores; tambm podem ser as potncias ativas e

    reativas de gerao, limite mximo de transmisso em uma linha, transaes contratadas

    entre barras, etc. Podem-se adicionar outras variveis dependendo do objetivo do estudo

    e do mtodo de otimizao utilizado.

    Funo objetivo

    Existe uma grande variedade de funes objetivo que so possveis de utilizar na

    operao da rede eltrica, com relao ao objetivo do estudo. No FPO, algumas das

    mais utilizados so:

    - Mnimo custo de gerao de potncia ativa;

    - Mnimo custo de gerao de potncia reativa;

    - Minimizao das perdas de potncia ativa;

    - Mnimo desvio de uma distribuio de potncia ativa pr-especificada;

    - Mnimo desvio de um perfil de tenses pr-especificado;

    - Mnimo corte de carga;

    - Mnima ao de controle;

    - A combinao das anteriores, em um nico problema multi-objetivo.

  • 26

    As restries de igualdade

    Esta restrio determinada pelas equaes da rede de transmisso iguais s do

    problema de fluxo de potncia. Adicionalmente podem ser includas no problema de

    otimizao restries que modelam caractersticas particulares da operao do sistema

    como uma combinao de variveis do sistema.

    As restries de desigualdade

    So os limites impostos a uma varivel ou conjunto de variveis do sistema. Em

    relao a sua funo, podem ser classificados em trs grandes grupos :

    - Restries fsicas: impostos pelos limites de capacidade dos componentes do

    sistema. Tm-se limites mximo e mnimo de gerao de potncia ativa e reativa das

    unidades geradoras. Limites nos valores dos taps dos transformadores, limites de

    transmisso de potncia aparente em linhas de transmisso, limites da capacidade de

    gerao de potncia reativa dos componentes shunts, etc

    - Restries operacionais: a operao do sistema impe limites que devem ser

    considerados na modelagem, limites mximo e mnimo da magnitude da tenso nas

    barras, abertura angular mxima entre barras, etc.

    - Restries de segurana: as restries de segurana representam outro grupo de

    restries relacionadas a um conjunto de contingncias determinadas pela anlise de

    segurana em tempo real. O resultado da anlise de segurana uma operao tima do

    sistema.

    A formulao do FPO pode ser reescrita como um problema de programao

    no linear padro, dada pela expresso (3.1):

    ul

    ul

    xxIxhh(x)h

    g(x)asMin f(x)

    =

    0.. (3.1)

    Em que:

  • 27

    xnx so as variveis de deciso,

    f(x) : nx a funo objetivo,

    g(x) : nx ndg so as restries de igualdade,

    h(x) : nx ndh so as restries de desigualdade,

    hu e hl so os limite superior e inferior de h(x), respectivamente e

    Ix : nx ndx um sub vetor de x que tem limites xu e xl limite superior e inferior, respectivamente.

    3.2.3. Mtodos de soluo do FPO

    O fluxo de potncia timo um termo genrico que descreve um conjunto de

    problemas nos quais se tenta otimizar a funo objetivo especificada e tambm devem

    ser satisfeitas as restries definidas pelos detalhes operacionais e fsicos da rede

    eltrica. Ento, as formulaes convencionais do FPO apontam para reduzir ao mnimo

    os gastos de operao satisfazendo as restries representadas pelos balanos de

    potncia ativa e reativa nas barras em termos de tenses e de ngulos da fase.

    Uma variedade de tcnicas de otimizao foi usada para a soluo de problemas

    de FPO. As tcnicas podem ser classificadas como: [MOMO99]

    1. Programao no linear (PNL),

    2. Programao quadrtica (PQ),

    3. Mtodo de Newton - soluo baseada em condies de otimizao,

    4. Programao linear (PL),

    5. Verses hbridas da programao linear e da programao inteira,

    6. Mtodos de pontos interiores (MPI).

    A seguir vamos detalhar brevemente cada um deles:

  • 28

    1. Programao no-linear (PNL)

    A programao no-linear (PNL) ocupa-se dos problemas que implica funes

    objetivo no-lineares e das funes de restries. As restries podem consistir em

    formulaes de igualdade e/ou desigualdade, sendo que as formulaes de desigualdade

    podem ser especificadas com base em um valor mximo ou mnimo.

    2. Programao quadrtica (PQ)

    A programao quadrtica uma forma especial de programao no linear,

    onde a funo objetiva quadrtica com restries lineares. Vrios mtodos de PQ nesta

    categoria foram utilizados para solucionar problemas como o do fluxo de potncia

    timo (perdas, despacho econmico). Os mtodos de Newton so baseados em

    sensibilidade e foram usados para solucionar problemas de FPO em tempo real

    3. Mtodo de Newton - solues baseadas em condies de otimizao

    Neste mtodo de aproximao, as condies necessrias de otimizao so

    designadas comumente pelas condies de Karush-Kuhn-Tucker. Em geral, so

    equaes no lineares que requerem mtodos iterativos de soluo. O mtodo de

    Newton favorvel por suas caractersticas de convergncia quadrtica.

    4. Programao linear (PL)

    Esse mtodo conveniente para os problemas de programao linear com

    restries e funo objetivo formulados em forma linear com variveis no negativas. O

    mtodo simplex [WOOD94] conhecido pelo bom desempenho na soluo de

    problemas desse tipo.

    Aproximadamente 25% dos artigos cientficos publicados resolvem os

    problemas de FPO usando tcnicas baseadas em PL [HUNE91]. A tcnica mais

    comumente usada a reviso do mtodo simplex. As funes objetivo (tenses, perdas,

    despacho econmico e potncia reativa) so linearizadas para permitir uma soluo com

    PL.

    5. Programao linear inteira mista (PIM)

  • 29

    A programao linear inteira mista (PIM) um tipo particular de programao

    linear onde as equaes de restries so constitudas de variveis inteiras. A

    programao inteira mista, a programao de nmero inteiro e tambm a programao

    no-linear tm extrema exigncia de recurso computacional e o nmero de variveis

    discretas um importante indicador da dificuldade do problema da PIM para ser

    solucionado.

    Este mtodo utiliza uma mistura das tcnicas de programao linear e

    programao com nmero inteiro para solucionar problemas tpicos de sistemas de

    potncia. A tcnica matemtica de otimizao assume os objetivos lineares e as

    restries so umas combinaes lineares e no linear com variveis inteiras ou

    discretas [ALSA90].

    6. Mtodo de pontos interiores (MPI)

    O mtodo de pontos interiores foi descoberto recentemente por Karmarkar

    [KARM84], surpreendendo todos os pesquisadores, pois este esquema soluciona a

    programao linear mais rapidamente e melhor que o algoritmo simplex convencional.

    As aplicaes do mtodo de pontos interiores aos problemas de PNL e PQ apresentam

    resultados com melhores qualidades e promissores.

    Dos mtodos conhecidos para resolver um problema de FPO, o que se adapta s

    restries de desigualdade o mtodo de programao lineal (ademais do mtodo de

    pontos interiores) j que o problema a ser resolvido semelhante ao que pode ser

    linearizado sem perda de preciso. Os mtodos de Newton e o gradiente oferecem

    muitas dificuldades para trabalhar com restries de desigualdade.

    3.2.4. Desafios do FPO

    A tpica estrutura vertical do sistema de energia eltrica est mudando para uma

    estrutura horizontal em que a gerao, transmisso e distribuio da energia eltrica so

    consideradas como setores separados. Entre as novas propostas, considera-se que a

    gerao competitiva, enquanto a transmisso tende a ser um monoplio regulado. No

    caso do sistema brasileiro, novas instituies como a ANEEL (Agncia Nacional de

    Energia Eltrica), ONS (Operador Nacional do Sistema Eltrico), CCEE (Cmara de

  • 30

    Compensao de Energia Eltrica), anteriormente MAE (Mercado Atacadista de

    Energia), entre outras, constituem parte das evidncias do processo de mudanas no seu

    setor eltrico iniciado em 1995. Nesse contexto, em que a eletricidade considerada um

    bem que pode ser comercializado em um mercado, que surgem os mercados eltricos

    competitivos [ILI98].

    De acordo com os princpios econmicos do mercado de livre acesso, o objetivo

    global dos sistemas de energia eltrica satisfazer a demanda do servio eltrico ao

    menor custo possvel, considerando adequados nveis de confiabilidade, qualidade e

    segurana do servio.

    evidente que neste novo ambiente os mercados eltricos so competitivos.

    Considera-se necessrio, ento, analisar as metodologias de clculo dos pagamentos e

    encargos pelo servio de eletricidade para assegurar a viabilidade tcnica e econmica

    dos SEE. E tambm os custos de gerao da potncia ativa e reativa tm que ser

    regulados pelo prprio mercado eltrico.

    Os recentes desenvolvimentos incluem no FPO clculo de preos marginais nos

    novos mercados eltricos. Nesse contexto, a eletricidade considerada um bem que

    pode ser comercializado. Uma formulao apropriada do problema e uma efetiva

    metodologia de soluo so necessrias para a real aplicao do FPO em sistemas de

    potncia. Atualmente, o FPO implementado na maioria dos novos centros de controle.

    Apesar disso, ainda utilizado efetivamente em poucos sistemas [RAMA68]. Alguns

    desafios que o FPO tem que superar para ser uma ferramenta confivel para a operao

    em tempo real so os seguintes:

    - Resposta rpida

    - Robustez da soluo

    - Nmero de controles afetados na soluo

    - Modelagem de variveis discretas

    - Incluso das transaes econmicas bilaterais.

    - Incluso de variveis ambientais e mecnicas.

  • 31

    3.3. Equaes da curva de capabilidade no FPO

    As equaes da curva de capabilidade representam os limites de operao da

    mquina sncrona em estado estvel e devem ser includos nas restries de

    desigualdade no FPO.

    Alguns pesquisadores j formularam o problema de FPO incluindo modelo

    detalhado dos geradores [FONT04]. Porm, as equaes reais desenvolvidas no captulo

    2 deste trabalho ainda no foram utilizadas. Portanto, deve-se fazer a incluso delas no

    problema de FPO.

    3.3.1. Funo objetivo

    No presente trabalho a funo objetivo dada pela equao (3.2) o custo total de

    gerao de potncia ativa pelos geradores do sistema em R$/h.

    =

    ng

    iGii PCMin

    1)( ngi ,,1K= (3.2)

    Em que 2GiGiGi )(P PcPbaCi ++= , onde a, b e c so coeficientes determinados pelas respectivas concessionrias geradoras

    3.3.2. Restries da curva de capabilidade completa

    As restries de igualdade so as equaes de fluxo de potncia (3.3):

    ,...,nbiPP)(YVV DiGinb

    jijijijji 1 ; 0cos

    1==++

    = (3.3a)

    ,...,nbiQQ)(YVV DiGinb

    jijijijji 1 ; 0sin

    1==++

    = ( 3.3b)

    As restries convencionais de desigualdade das variveis de controle eram

    utilizadas como limites fixos para a potncia ativa (Pmin e Pmx) e para a potncia

    reativa (Qmin e Qmx). Nesta nova formulao, os limites das potncias so aquelas

    apresentadas no Captulo 2 e, para sua incluso nas restries do FPO, devem-se

    escrever da seguinte forma:

  • 32

    ( ) ( )( ) 0..2 2222

    ++++++++

    nsQP

    nsQsmnsQP (3.4a)

    ( ) 0 gNOMSkP (3.4b) ( ) 0222 + aMAXVIQP (3.4c)

    ( ) ( ) 0. 2max3 ++ PQnsQns (3.4d) ( ) 0222 ++ snQP (3.4e)

    As equaes (3.4), correspondem aos limites da corrente de campo, limite de

    potncia mecnica, limite da corrente de armadura, limite de estabilidade permanente e

    limite mnimo da corrente de excitao respectivamente e foram reescritas a partir das

    equaes (2.15), (2.16), (2.17), (2.25) e (2.28).

    As variveis de controle do FPO nesta formulao so: a magnitude da tenso

    em cada barra com limites mnimo e mximo vista nas equaes (3.5) e as potncias

    ativas e reativas de gerao cujos limites so definidos pela curva de capabilidade.

    ,...,nbiVVV 1 ; maxmin = (3.5a)

    ,...,ngiPPP GGG 1 ; maxmin = (3.5b)

    ,...,ngiQQQ GGG 1 ; maxmin = (3.5c)

  • 33

    4. APLICAO A SISTEMAS TESTE E RESULTADOS

    4.1. Introduo

    Nesta metodologia usada para validar as equaes da curva de capabilidade foi

    implementado um modelo de fluxo de potncia timo (FPO), onde se incluiu as

    equaes da curva de capabilidade nas restries de desigualdade e o programa

    computacional foi codificado em MATLAB, verso 7.0.

    Os sistemas de potncia utilizados nos testes foram: sistema WSCC3 (Western

    System Coordinating Council) de 9 barras e 3 geradores; e o sistema New England de

    39 barras e 10 geradores. No primeiro sistema teste, considerou-se caso base de

    carregamento e caso de sobrecarregamento e no segundo sistema teste se considerou

    somente os dados do caso base.

    Foram consideradas trs verses da curva de operao do gerador sncrono,

    escolhidas da literatura de acordo com as seguintes caractersticas:

    Curva de operao 1

    Usando limites de valor constante das potncias ativa e reativa (FPO clssico)

    como se mostra na Figura 4.1. Neste caso, foi usado o pacote de arquivos do programa

    computacional MATPOWER [ZIMM05] desenvolvido para solucionar problemas de

    fluxo de potncia e fluxo de potncia timo, de propriedade de Power Systems

    Engineering Research Center (PSERC).

    Curva de operao 2

    Esta curva corresponde a uma curva de operao aproximada, de trs limites,

    mostrada na Figura 4.2. Neste caso, usam-se as equaes propostas na referncia

    [LOF95] e os algoritmos correspondentes foram desenvolvidos em [RIDE02].

  • 34

    Curva de operao 3

    Esta curva obtida usando a curva de capabilidade completa da mquina

    sncrona (de cinco limites) mostrada na Figura 4.3. A obteno dessa curva foi

    desenvolvida no presente trabalho de pesquisa e o programa computacional

    correspondente foi codificado na plataforma MATLAB 7.0 da companhia The Math

    Works, Inc. O formato de dados dos arquivos de entrada uma variao do formato de

    dados da referncia [ZIMM05].

    Figura 4.1: Limites de gerao do gerador sncrono para condio de operao 1

    Potncia ativa

    Potncia reativa

    Pmax

    Pmin

    Qmin Qmax

    Regio de operao

  • 35

    Figura 4.2: Curva de capabilidade aproximada do gerador sncrono para

    condio de operao 2

    Figura 4.3: Curva de capabilidade completa do gerador sncrono para condio

    de operao 3

    d

    at

    XEV max.

    max. at IV

    d

    tX

    V

    GP

    GQ

    Limite de armadura

    Limite de campo

    Limite de sub excitao

    Regio de operao

    GQ

    Limite de campo

    Limite de potncia mecnica

    Limite de armadura

    Limite de estabilidade

    Limite mnimo de excitao

    Regio de operao

    GP

  • 36

    4.2. Sistema WSCC3 de 3 geradores

    O sistema WSCC3 usado por Anderson e Fouad [ANDE77] composto de 3

    geradores, 9 barras, 11 ramos e 3 cargas que totalizam 315MW de potncia ativa e

    115MVAr de potncia reativa, como mostrado na Figura 4.4. Os dados do sistema,

    que serviram como base para as simulaes, podem ser encontrados no Apndice A.

    Figura 4.4: Diagrama unifilar e dados para fluxo de carga do sistema de teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras. [ANDE77], [BEDR03]

    ~ 2

    78 3

    9

    1 swing

    5

    6

    4

    Carga A 125.0MW 50.0MVAr

    Carga B 90.0MW 30.0MVAr

    Carga C 100.0MW 35.0MVAr

    Gerador 3 108.8 MW

    Gerador 1 212.5 MW

    Gerador 2 163.2 MW .

    r = 0.0320 p.u. x = 0.1610 p.u. B= 0.3060

    r = 0.0085 p.u. x = 0.0720 p.u. B= 0.1490

    r = 0.0119 p.u. x = 0.1008 p.u. B= 0.2090

    r = 0.0390 p.u. x = 0.1700 p.u. B= 0.3580

    r = 0.0100 p.u. x = 0.0850 p.u. B= 0.1760

    r = 0.0170 p.u. x = 0.0920 p.u. B= 0.1580

    x = 0.0576 p.u. a = 1.0000 p.u.

    x = 0.0586 p.u. a = 1.0000 p.u.

    x = 0.0625 p.u. a = 1.0000 p.u.

    ~

    ~

  • 37

    Caso 1 (carregamento base)

    Os resultados do fluxo de potncia timo, considerando a curva de capabilidade

    completa do gerador sncrono, so apresentados na Figura 4.5, onde so mostradas as

    geraes de potncia ativa (MW), as potncias reativas geradas (MVAr), os fluxos de

    potncia ativa nos ramos (MW), os fluxos de potncia reativa nos ramos (MVAr) e as

    magnitudes de tenses nas barras (p.u).

    A funo objetivo o custo total da potncia ativa gerada e tem um valor de

    5296.68 R$/h , conforme Tabela 4.1.

    Figura 4.5: Resultados do fluxo de potncia timo do sistema WSCC3 de 3 geradores 9 barras.

    G2 2

    7

    8

    G3 3

    9

    G1

    1

    5

    6

    4

    100.0 MW 35.0 MVAr

    125.0 MW 50 MVAr

    90.0 MW 30.0 MVAr

    94.19 MW _22.63 MVAr

    94.19 MW _22.63 MVAr

    38.22 MW _5.10 MVAr

    38.07 MW 18.68 MVAr

    55.97 MW _22.19 MVAr

    54.96 MW 16.12 MVAr

    35.04 MW 13.88 MVAr

    35.22 MW _3.89 MVAr

    54.28 MW 31.08 MVAr

    54.58 MW 12.94 MVAr

    72.11 MW _10.15 MVAr

    70.72 MW 16.18 MVAr

    89.80 MW 12.97 MVAr

    89.69 MW 9.05 MVAr

    61.93 MW 16.32 MVAr

    62.21 MW 0.82 MVAr

    134.32 MW 0.03 MVAr

    134.32 MW 0.03 MVAr

    1.094 pu

    1.100 pu

    1.097 pu 1.086 pu 1.100 pu

    1.071 pu 1.084 pu

    1.100 pu 1.089 pu

    Fluxo de potncia ativa (MW) e reativa (MVAr)

    FUNO OBJETIVO:

    5296.68 R$/h

    89.69 MW 12.97 MVAr

    134.32 MW _9.33 MVAr

    94.19MW _27.29 MVAr

  • 38

    Tabela 4.1: Resultados do fluxo de potncia timo com a curva de capabilidade completa para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras.

    Barra Nome Tipo Modulo V(p.u.) ngulo V

    (graus) Gerao (MW)

    Gerao (MVAr)

    1 Barra 1 VTh 1.1000 0.000 89.80 12.97 2 Barra 2 PV 1.0974 4.893 134.32 0.03 3 Barra 3 PV 1.0866 3.248 94.19 -22.63 4 Barra 4 PQ 1.0942 -2.463 - - 5 Barra 5 PQ 1.0718 -4.618 - - 6 Barra 6 PQ 1.0844 -3.982 - - 7 Barra 7 PQ 1.1000 0.905 - - 8 Barra 8 PQ 1.0895 -1.197 - - 9 Barra 9 PQ 1.1000 0.601 - -

    Mostram-se tambm os pontos de operao dos 3 geradores com a curva de

    capabilidade completa proposta neste trabalho para o caso base, nas figuras 4.6, 4.7 e

    4.8. Tem-se a curva de capabilidade do gerador 1, 2 e 3, respectivamente, com o ponto

    inicial de iterao de cor azul e o ponto de convergncia final de cor vermelha. Obteve-

    se 18 iteraes para um carregamento do caso base; tambm se tem os valores da

    potncia reativa e ativa em p.u. (Coordenadas do ponto final). Observa-se que todo o

    cenrio de convergncia prximo do centro da regio de operao factvel. O gerador

    1 de tipo hidrulico e os outros dois so trmicos.

  • 39

    Figura 4.6: Ponto de operao do gerador 1. Caso base

    -3 -2 -1 0 1 2 30

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0 [18] ( 0.1297 ; 0.8980 )

  • 40

    Figura 4.7: Ponto de operao do gerador 2. Caso base

    Na Figura 4.7, o limite de estabilidade terica quase uma reta e o limite de

    corrente mnima de excitao muito pequena devido aos geradores 2 e 3, que so do

    tipo trmico, onde as reatncias nos eixos direto e quadratura tm valores aproximados.

    -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 20

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0 [18] ( 0.0003 ; 1.3432 )

  • 41

    Figura 4.8: Ponto de operao do gerador 3. Caso base.

    -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.50

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0 [18] ( -0.2263 ; 0.9419 )

  • 42

    Agora, considera-se cada uma das trs curvas de operao definidas

    anteriormente para a soluo do FPO, ou seja, primeiro considerando limites fixos

    (curva 1), segundo com trs limites na curva de capabilidade (curva 2) e terceiro com a

    curva de capabilidade completa (curva 3). Os resultados so mostrados na Tabela 4.2.

    apresentada uma comparao dos resultados obtidos para as variveis de controle:

    tenses nas barras (p.u.), potncias ativas (MW) e reativas geradas (MVAr) para cada

    uma das trs curvas de operao com respectivos valores da funes objetivo (R$/h).

    Tabela 4.2: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso base)

    CURVA 1 f.o.=5296.69 R$/h

    CURVA 2 f.o.=5296.68 R$/h

    CURVA 3 f.o.=5296.68 R$/h

    B A R R A

    V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr)

    1 1.100 89.800 12.970 1.100 89.80 12.97 1.100 89.80 12.97 2 1.097 134.32 0.030 1.097 134.32 0.03 1.097 134.32 0.03 3 1.087 94.190 -22.630 1.086 94.19 -22.63 1.086 94.19 -22.63 4 1.094 - - 1.094 - - 1.094 - - 5 1.072 - - 1.071 - - 1.071 - - 6 1.084 - - 1.084 - - 1.084 - - 7 1.100 - - 1.100 - - 1.100 - - 8 1.089 - - 1.089 - - 1.089 - - 9 1.100 - - 1.100 - - 1.100 - -

    Observa-se que na utilizao das trs curvas de capabilidade para a comparao

    os resultados so quase iguais, isso porque o ponto de operao fica prximo do centro

    da regio factvel e no chega a tocar nenhum limite da curva de operao.

    Caso 2 (sobrecarregamento da potncia ativa)

    Ento, para conseguir tocar alguns dos limites da curva de operao, vai-se

    aumentar o carregamento da potncia ativa em 50% em cada barra de carga, mantendo a

    potncia reativa em mesmo valor. Os resultados so apresentados na tabela 4.3

  • 43

    Tabela 4.3: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso

    sobrecarregamento em 50% da potncia ativa)

    CURVA 1 f.o.=10164.94 R$/h

    CURVA 2 f.o.=10168.68 R$/h

    CURVA 3 f.o.=10802.02 R$/h

    B A R R A

    V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr)

    1 1.100 159.13 29.10 1.100 159.43 31.92 1.100 206.01 30.91 2 1.100 192.00 15.23 1.087 191.82 8.26 1.100 163.20 11.27 3 1.092 128.00 -10.20 1.095 127.92 -4.40 1.092 108.80 -11.14 4 1.088 - - 1.086 - - 1.089 - - 5 1.058 - - 1.054 - - 1.061 - - 6 1.073 - - 1.072 - - 1.075 - - 7 1.097 - - 1.088 - - 1.097 - - 8 1.084 - - 1.079 - - 1.084 - - 9 1.100 - - 1.100 - - 1.100 - -

    0.9

    0.95

    1

    1.05

    1.1

    Barra 1 Barra 2 Barra 3 Barra 4 Barra 5 Barra 6 Barra 7 Barra 8 Barra 9

    Caso 1Caso 2Caso 3

    Figura 4.9: Perfil de tenses para os trs casos propostos e para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso sobrecarregamento em 50% da potncia ativa)

  • 44

    Para este caso de sobrecarregamento, mostra-se um grfico de perfil de tenses

    obtidas com cada uma das curvas de capabilidade na Figura 4.9. Tm-se tambm os

    pontos de operao para cada um dos geradores nas figuras 4.10, 4.11 e 4.12 para os

    geradores 1, 2 e 3, respectivamente, com a curva de capabilidade proposta neste

    trabalho, com um carregamento da potncia ativa aumentada em 50% e potncia reativa

    igual ao caso base. Convergncia final com 13 iteraes; mostram-se os valores das

    potncias reativa e ativa em p.u. (Coordenadas do ponto final de cor vermelha). Na

    Figura 4.10 observa-se que no gerador 1 no chega a tocar o limite mecnico, mas fica

    prximo dele. Esta uma curva de capabilidade tpico de um gerador hidrulico.

    Figura 4.10: Ponto de operao do gerador 1. Caso sobrecarregamento da potncia ativa

    -3 -2 -1 0 1 2 30

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0

    [13] ( 0.3091 ; 2.0601 )

  • 45

    Figura 4.11: Ponto de operao do gerador 2. Caso sobrecarregamento da potncia ativa

    Nas figuras 4.11 e 4.12, tem-se a curva de capabilidade dos geradores 2 e 3,

    respectivamente, com carregamento da potncia ativa aumentada em 50% e potncia

    reativa igual ao caso base. Observa-se que os dois geradores so de tipo trmico e no

    ponto de convergncia chega-se a tocar o limite mecnico.

    -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 20

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0

    [13] ( 0.1127 ; 1.6320 )

  • 46

    Figura 4.12: Ponto de operao do gerador 3. Caso sobrecarregamento da potncia ativa

    Caso3 (carregamento com potncia reativa negativa)

    Agora, vai-se tentar tocar alguns dos outros limites. Para isso, em cada barra de

    carga, a potncia ativa da carga se iguala ao caso base e o sinal das potncias reativas

    muda de positivo para negativo. Encontram-se os resultados para as trs curvas de

    capabilidade, mostrados na Tabela 4.4.

    -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.50

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0

    [13] ( -0.1114 ; 1.0880 )

  • 47

    Tabela 4.4: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso com potncia

    reativa negativa)

    CURVA 1 f.o.= 5315.28 R$/h

    CURVA 2 f.o.=5315.28 R$/h

    CURVA 3 f.o.=5350.95 R$/h

    B A R R A

    V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr)

    1 1.009 89.99 -94.66 1.008 89.99 -94.66 0.900 98.63 -135.73 2 1.045 134.67 -61.94 1.045 134.67 -61.94 1.054 132.03 -39.66 3 1.043 94.42 -65.93 1.043 94.42 -65.93 1.071 89.14 -28.21 4 1.064 - - 1.063 - - 0.988 - - 5 1.098 - - 1.098 - - 1.047 - - 6 1.091 - - 1.091 - - 1.044 - - 7 1.085 - - 1.085 - - 1.080 - - 8 1.100 - - 1.100 - - 1.100 - - 9 1.082 - - 1.081 - - 1.088 - -

    Observa-se que para as curvas de capabilidade 1 e 2 tm-se geraes de

    potncias ativas e reativas e funes objetivo iguais, devido aos dois casos do ponto

    final de operao que fica longe dos limites da curva de capabilidade. No caso da curva

    de capabilidade 3 nos geradores trmicos 2 e 3, o ponto de operao final chega a tocar

    o limite de estabilidade prtico, conforme as figuras 4.14 e 4.15.

    Assim como nos casos anteriores, nas figuras 4.13, 4.14 e 4.15 tm-se a curva de

    capabilidade completa dos geradores 1, 2 e 3, respectivamente. Para este caso de

    carregamento com a potncia reativa negativa, mostra-se o ponto de operao inicial de

    cor azul e o ponto de operao final de cor vermelha; tambm mostrado o nmero de

    iteraes para a convergncia igual a 11, e as coordenadas do ponto final que so os

    valores das potncias reativa e ativa respectivamente.

  • 48

    Figura 4.13: Ponto de operao do gerador 1 . Caso com potncia reativa negativa

    -3 -2 -1 0 1 2 30

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0 [11] ( -1.3573 ; 0.9863 )

  • 49

    Figura 4.14: Ponto de operao do gerador 2 . Caso com potncia reativa negativa

    -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 20

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0 [11] ( -0.3966 ; 1.3203 )

  • 50

    Figura 4.15: Ponto de operao do gerador 3 . Caso com potncia reativa negativa

    Caso 4 (sobrecarregamento da potncia reativa)

    Neste caso, vai-se tentar que os geradores cheguem ao limite da corrente de

    campo, ou seja, tocar o Limaon de Pascal, para o qual aumentamos o carregamento da

    potncia reativa em cada barra de carga at 2.5 vezes do caso base e a potncia ativa

    deixou-se igual ao caso base. Os resultados so mostrados na tabela 4.5

    -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.50

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    Qgerado

    (pu)

    P ger

    ado

    (pu)

    0 [11] ( -0.2821 ; 0.8914 )

  • 51

    Tabela 4.5: Resultados do fluxo de potncia timo para os trs casos de curva de

    capabilidade para o sistema teste WSCC3 de 3 geradores 9 barras (caso

    sobrecarregamento em 150% da potncia reativa)

    CURVA 1 f.o.= 5412.54 R$/h

    CURVA 2 f.o.=5412.89 R$/h

    CURVA 3 f.o.=5412.89 R$/h

    B A R R A

    V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr) V (p.u.) PG(MW) QG(MVAr)

    1 1.100 91.79 161.59 1.100 91.910 164.160 1.100 91.910 164.150 2 1.100 135.82 113.23 1.100 135.930 116.120 1.100 135.920 116.110 3 1.100 95.42 80.76 1.093 95.200 76.770 1.093 95.200 76.780 4 1.017 - - 1.015 - - 1.015 - - 5 0.915 - - 0.914 - - 0.914 - - 6 0.968 - - 0.965 - - 0.965 - - 7 1.039 - - 1.037 - - 1.037 - - 8 0.997 - - 0.994 - - 0.994 - - 9 1.058 - - 1.053 - - 1.053 - -

    Para este sobrecarregamento da potncia reativa em 150%, nas trs curvas de

    capabilidade as funes objetivo so aproximadas e as potncias de gerao ativa e

    reativa tambm quase iguais, devido ao ponto final de convergncia que fica prximo

    do limite da corrente de campo. E somente no gerador 3 chega a tocar esse limite como

    se pode observar nas figuras 4.16, 4.17 e 4.18 correspondente curva com 5 limites

    proposta neste trabalho

  • 52

    Figura 4.16: