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Cinco canhões foram encontrados ao longo das obras de drenagem. De acordo com a identificação dos arqueólogos, os artefatos datariam do século XVII e podem ser os mais antigos da cidade. Visto que não há registro de forte na região, estuda- se a possibilidade de os canhões terem sido desativados e jogados ao mar. Teresa Speridião traz o perfil de Renato Sant’Ana Dia 28 de abril, o Festival Santa Música Faz subirá a Providência. David Miguel conta que a proposta é unir artistas locais e grupos de fora da comunidade, integrando as diversas atrações da cidade. Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 32 ANO V RIO DE JANEIRO | MARÇO – ABRIL DE 2012 Arqueologia descobre canhões na Sacadura Cabral página E Abelha em gota de tinta, isopor cravejado em pregos, poças coloridas. O Morro da Conceição abriga o ateliê do premiado artista plástico Renato Sant’Ana. Santa Música Faz no Morro da Providência página 15 A professora de Urbanismo da UFF, Fernanda Sánchez, analisa o crescente interesse acadêmico pela comunidade da Providência e pesquisa as diversas implicações dos grandes projetos urbanos na vida dos moradores. página C Pesquisadores estudam o Morro da Favela Representantes do Consórcio Saúde Gamboa, Iphan e prefeitura apresentam as obras no Caminho e Jardins do Valongo, previstas para conclusão no final de maio. Ainda sem uso definido, Casa da Guarda e Mictório Público estão em reforma. Mas os problemas de segurança permanecem na região. página H Valongo de cara nova cultura e cidadania cultura e cidadania Lielzo Azambuja páginas F e G Culinária natural e saborosa gastronomia cultura e cidadania Carolina Monteiro Divulgação Interdições geram impacto financeiro em lojas no entorno da Praça Mauá página A página K folha da rua larga

Folha da Rua Larga 32

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Folha da Rua Larga é um periódico bimestral distribuído gratuitamente no Centro do Rio e Zona Portuária.

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Page 1: Folha da Rua Larga 32

folha da rua larga

Cinco canhões foram encontrados ao longo das obras de drenagem. De acordo com a identificação dos arqueólogos, os artefatos datariam do século XVII e podem ser os mais antigos da cidade. Visto que não há registro de forte na região, estuda-se a possibilidade de os canhões terem sido desativados e jogados ao mar.

Teresa Speridião traz o perfil de Renato Sant’AnaDia 28 de abril, o Festival Santa Música Faz subirá a Providência. David Miguel conta que a proposta é unir artistas locais e grupos de fora da comunidade, integrando as diversas atrações da cidade.

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 32 ANO VRIO DE JANEIRO | MARÇO – ABRIL DE 2012

Arqueologia descobre canhões na Sacadura Cabral

página E

Abelha em gota de tinta, isopor cravejado em pregos, poças coloridas. O Morro da Conceição abriga o ateliê do premiado artista plástico Renato Sant’Ana.

Santa Música Faz no Morro da Providência

página 15

A professora de Urbanismo da UFF, Fernanda Sánchez, analisa o crescente interesse acadêmico pela comunidade da Providência e pesquisa as diversas implicações dos grandes projetos urbanos na vida dos moradores.

página C

Pesquisadores estudam o Morro da Favela

Representantes do Consórcio Saúde Gamboa, Iphan e prefeitura apresentam as obras no Caminho e Jardins do Valongo, previstas para conclusão no final de maio. Ainda sem uso definido, Casa da Guarda e Mictório Público estão em reforma. Mas os problemas de segurança permanecem na região.

página H

Valongo de cara nova

cultura e cidadania

cultura e cidadania

Lielzo Azambuja

páginas F e G

Culinária natural e saborosa

gastronomia

cultura e cidadania

Carolina Monteiro

Divulgação

Interdições geram impacto financeiro em lojas no entorno da Praça Mauá

página A página K

folha da rua larga

Page 2: Folha da Rua Larga 32

março – abril de 2012

nossa rua

Você acompanha as notícias a respeito dos achados arqueológicos na região?

Ana Rega,Funcionária pública federal

“Fiquei sabendo da descoberta de sítio ar-queológico na região por meio de jornal, rá-dio e TV. Mas queria saber mais. Em uma ci-dade com vocação turística como a nossa, aquilo poderia ser feito de uma forma a pos-sibilitar visitação.”

Luciano Oliveira,Analista de sistemas

“Frequento o Centro do Rio há mais de 30 anos. Sou da área de informática, acesso muito a internet e tenho total interesse por ciência. No entanto, infelizmente, não tenho encontrado informações sobre os últimos achados arqueológicos.”

“Costumo ler bastante e acompanhar as notícias nacionais e internacionais, porém li apenas uma única vez sobre os achados ar-queológicos no Centro, mesmo assim, com um enfoque negativo, já que causaria atraso no calendário das obras.”

Rockfeller Peçanha,Engenheiro metalúrgico

Sacha Leite

Sacha Leite

Sacha Leite

folha da rua larga

espaço dos leitores

2folha da rua larga

Redação do jornalRua São Bento, 9 - 1º andar - Centro

Rio de Janeiro RJ - CEP 20090-010 - Tel.: (21) 2233-3690

www.folhadarualarga.com.br [email protected]

A Folha da Rua Larga recebe opiniões sobre todos os temas. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusações insultuosas ou desacompanhadas de docu-mentação. Devido às limitações de espaço, será feita uma seleção das cartas e, quando não forem concisas, serão publicados os trechos mais relevantes. As cartas devem ser enviadas para a Rua São Bento, 9 sala 101 CEP: 20090-010, pelo fax (21) 2233-3690 ou através do endereço eletrônico [email protected].

Conselho Editorial - André Figueiredo, Carlos

Pousa, Francis Miszputen, João Carlos Ventura,

Mário Margutti, Mozart Vitor Serra

Direção Executiva - Fernando Portella

Editora e Jornalista Responsável - Sacha Leite

Colaboradores - Ana Carolina Portella, André

Barros, Carolina Monteiro, Danielle Silveira,

Fernando Portella, Lielzo Azambuja e

Teresa Speridião

Projeto gráfico - Henrique Pontual e Adriana Lins

Diagramação - Suzy Terra

Revisão Tipográfica - Raquel Terra

Produção Gráfica - Paulo Batista dos Santos

Impressão - Maví Artes Gráficas Ltda.

www.maviartesgraficas.com.br

Contato comercial - Teresa Speridião

Tiragem desta edição: 6.000 exemplares

Anúncios - [email protected]

Há mais de dois anos tento resolver o problema da fal-ta de iluminação pública na escada que liga a Rua Jogo da Bola (altura do número 78) à ladeira do Escorrega, no Morro da Conceição. Qual não foi minha surpresa ao con-ferir o último protocolo, número 20156, na Concessionária Porto Novo: “tudo resolvido, senhor!” Só pode ser brinca-deira. Está aí a foto que comprova. Luminárias quebradas, muros pichados, lixo jogado pela escada. Ali é passagem diária de muitas crianças e idosos, que não podem e não devem andar pela rua (íngreme, esburacada e cheia de mo-tos em alta velocidade). Pago quase R$ 30 por mês de taxa de iluminação pública. Gostaria de saber onde é o tal Porto Maravilha, já que aqui não é. Novo protocolo aberto, nú-mero 20861, seguimos na saga, obrigado.

Raphael Vidal

Grandes geradores de lixo são obrigados por lei a pagar empresa privada para recolhimento de lixo extraordiná-rio. Ao mesmo tempo catadores de lixo são liberados para rasgar as embalagens e escolher o que lhe interessa e es-palhar pela rua o que não interessa. Só são fiscalizados os que são formalizados, os que estão à margem da lei, não, com isso, a informalidade aumenta ( é legal ser informal).

A.V.

Tudo resolvido, senhor?

Lixo espalhado pela informalidade

(enviada por leitor)

(enviada por leitor)

Page 3: Folha da Rua Larga 32

da redaçã[email protected]

Santa Música Faz na Providência

Divulgação

Participantes da 2ª edição do Santa Música Faz, realizado dia 11 de fevereiro na comunidade da Mineira

Festival com chancela da Fête de La Musique envolverá a comunidade em abril

cultura e cidadania P

RO

JE

TO

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio Edição EspecialMarço – Abril de 2012

O Santa Música, festival impedido pelos moradores de Santa Teresa, em junho do ano passado, por medo de música alta, cresceu e tomou uma dimensão sociocultural. Após passar pela Mineira e Chapéu Mangueira, o Fes-tival Santa Música Faz che-gará à Providência no dia 28 de abril. O produtor David Miguel explica a ideia de promover um festival nas co-munidades pacificadas que culminará em um evento que se propõe a envolver toda a cidade, em junho.

Quando surgiu a ideia do Santa Música Faz?

Santa Música Faz é uma derivação do Festival Santa Música – evento que acon-tece uma vez por ano e tem a chancela do Fête de La Musique Network – festival de livre expressão musical, que ocorre em mais de 450 cidades ao redor do mundo. No Brasil, o Festival Santa Música acontecerá no mês de junho de 2012.

Como avalia as primeiras ações realizadas?

Extremamente bem su-cedidas. Passamos pelas comunidades da Mineira e Chapéu Mangueira/Babilô-nia. Levamos um piano de

cauda para a Mineira, com alguns dos mais importantes pianistas em atividade, atu-almente, no Brasil – entre eles, a Clara Sverner – e, ao Chapéu Mangueira, levamos alguns dos mais importantes instrumentistas de cordas da atualidade.

Em ambas as comunida-des, apresentamos os gru-pos de samba e pagode das

comunidades, sempre com enorme sucesso.

De que maneira ocorre a mobilização da população local para o evento?

A equipe do Santa Música trabalha na comunidade du-rante dez dias com central de produção instalada no local e seleciona dez jovens da co-

munidade para trabalhar na produção e fazer parte de um curso do Sebrae de empre-endedorismo. Esses jovens “capilarizam” a novidade na comunidade. Temos sido muito bem recebidos por onde passamos.

O que está previsto para a grande culminância em junho?

Pretendemos realizar o Festival Santa Música em junho na região da Lapa, Lavradio e Praça Tira-dentes. Serão 20 espaços musicais com programa-ção musical variada. As equipes que ficam nas co-munidades farão o festival de junho nas comunida-des. Nossa intenção é que, em 2014, o Festival Santa

Música esteja em toda a cidade.

Qual é a programação para o dia 28, na Provi-dência?

A entrada será gratuita, como em todas as comu-nidades, mas ainda não temos a programação fe-chada. Estamos trabalhan-do nisso agora. Em breve, a programação estará no www.festivalsantamusica.com.br.

Quem é o público con-vidado? Como será feita essa mobilização?

O Santa Música Faz é feito para a comunidade. Pretendemos apresentar sonoridades pouco comuns naquelas localidades e va-lorizar a música local. A mobilização da cidade é feita pelas redes sociais e nas comunidades através dos agentes Santa Música e das lideranças locais. To-dos os leitores da Folha da Rua Larga estão convida-dos. Dia 28 de abril, sába-do, das 15h às 22h. Procu-rem os detalhes da progra-mação no site do festival.

Comece o seu dia com um delicioso café da manhã a kilo, na medida certa! Servimos café, chocolate, sucos, salgados, pães e guloseimas para deixar a sua vida mais gostosa.

Trabalhamos com o Café Orfeu, um dos mais puros grãos do Brasil.

UMA DELÍCIA

DE CAFÉ DA MANHÃ!

Rua da Quitanda, 187 loja A • Centro da Cidade • RJ

Tel.: 2253-5810 • www.baroa.com.br

Aprecie também o nosso almoço.Gastronomia internacional com um toque caseiro.

• Polo Região Portuária convida comerciantes para lançamento do novo projeto da associação, dia 9 de maio – PÁG. J

• Rivadávia Corrêa, na Central do Brasil, e Casa Amarela, na Providência, criam eventos de incentivo à leitura – PÁG. K

Page 4: Folha da Rua Larga 32

sanda amâncio

[email protected]

Participantes do bloco organizado pelo Gren, no carnaval deste ano

B

Wellington Borges

março – abril de 2012

Espaço Cultural Gren, na Rua da Candelária, promove oficinas gratuitas

cultura e cidadania

Aprender a combinar sons tocados simultaneamente, a ler partituras e a atuar se-rão algumas das atividades oferecidas pela Eletrobras Eletronuclear – empresa que opera as usinas nucleares de Angra dos Reis – no Espa-ço Cultural Gren (Grêmio Recreativo dos Empregados da Eletrobras Eletronuclear). No local, serão realizadas oficinas de harmonia musi-cal, dança, percussão, teatro e cinema. O espaço tem dois polos, um no Centro da ci-dade (Rua da Candelária, nº 89) e o outro no Cine Teatro Gren da Praia Brava, em An-gra dos Reis.

As inscrições são feitas através do site (www.gre-neletronuclear.com) e estão

Aulas de harmonia musical, dança, percussão, teatro e cinema serão oferecidas ao público externo

abertas para o público exter-no, seguindo os critérios es-tabelecidos pelo grêmio. As aulas começam neste mês e o período varia de seis me-ses a um ano, dependendo da oficina.

Um dos professores da oficina de percussão será o mestre de bateria da escola de samba Mangueira, Ailton Nunes. Para Rogério Arcuri, de 58 anos, que já se inscre-veu na oficina de percussão, as aulas proporcionarão para ele mais conhecimento técnico. “Eu quero corrigir alguns erros e vícios que tenho quando toco tambo-rim”, ressalta Rogério, que deseja aprender a tocar ou-tros instrumentos durante a oficina.

com a Theóphilo Otoni, no Centro. O bloco Batuke Nu-clear, formado por 30 pesso-as, entre elas, empregados da Eletronuclear, se apresen-tou pela primeira vez duran-te este carnaval.

“O Batuke Nuclear é uma demonstração do espírito de equipe, companheirismo e dinamismo da Eletronucle-ar, que nos motiva a enfren-tar os desafios para expan-são da geração nuclear no Brasil”, ressalta o assistente da presidência da Eletronu-clear, Leonam dos Santos Guimarães.

Proporcionar atividades culturais aos seus empre-gados e ao público externo

é um dos objetivos da Ele-tronuclear, que, no carnaval deste ano, realizou o Gren

Folia. O evento reuniu cer-ca de 1,5 mil pessoas na es-quina da Rua da Candelária

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C

Carolina Monteiro

A academia sobe o Morro da FavelaFernanda Sánchez esclarece o motivo do aumento de pesquisa na área da Providência

março – abril de 2012

Professora Fernanda Sánchez: interesse na região está relacionado às mudanças urbanas que visam os Jogos Olímpicos de 2016

sacha [email protected]

Para a professora do De-partamento de Urbanismo da UFF, Fernanda Sánchez, o Morro da Providência é uma experiência a ser am-plamente registrada, estu-dada e referenciada, já que se trata, oficialmente, da primeira favela do Brasil. É o Morro da Favela, que po-pularizou o termo “favela” em todo o país, para comu-nidades com característi-cas urbanas semelhantes. A pesquisadora, que busca reconhecer as implicações dos grandes projetos urba-nos nas cidades e evidenciar seus efeitos nas diversas dimensões simbólicas dos espaços urbanos, explica o interesse crescente de pes-quisadores provenientes de universidades nacionais e internacionais sobre o tema.

Em que consiste a pes-quisa desenvolvida na Re-gião Portuária?

Estou trabalhando há al-guns anos em pesquisas que buscam reconhecer os efeitos dos grandes projetos urbanos nas cidades, áreas centrais, como a área por-tuária. As pesquisas eviden-ciam efeitos desses projetos, como o Porto Maravilha, nas mais diversas dimen-sões dos espaços urbanos: simbólica, política, urbanís-tica, social, cultural, econô-mica.

Procuro discutir com os estudantes as diferentes ideias de cidade que dão base aos projetos, as dis-putas de interesses entre os sujeitos na produção das intervenções nos espaços, assim como os benefícios, os conflitos ou os males ge-rados pelos projetos de ur-banização.

O que despertou o re-cente interesse acadêmico na comunidade da Provi-dência, que existe há 114 anos?

Avalio que o que causa interesse das universida-

cultura e cidadania

des, não somente do Rio de Janeiro, mas também internacionais, que têm visitado a área é o chama-do “momento olímpico”, as transformações urba-nas com vistas às Olim-píadas de 2016. Dentre essas transformações, os grandes projetos urbanos – Porto Maravilha, Porto Olímpico – bem como as ações e programas urba-nos de segurança, como o da UPP instalada na região da Providência, dentre outras. A Região Portuária, e o que vem acontecendo ali, passou a ser uma das vitrines urba-nas do Rio de Janeiro e do Brasil para o mundo.

Como se dá a recepção

dos moradores aos aca-dêmicos visitantes? Como você percebe essa relação?

Penso que acontece de diferentes modos. De um lado, os acadêmicos visitam a área com enorme curiosi-

dade, querendo saber como estão indo as coisas, como os moradores percebem as mudanças, quais posições assumem, como vivem seu cotidiano. Por outro lado, os moradores tentam mape-ar os visitantes, investigar o que de fato querem, quais são suas questões ou suas propostas. Avalio que essa desconfiança ou questiona-mento é saudável, afinal, um diálogo entre sujeitos se constrói no próprio proces-so, sem fórmulas ou mode-los.

Nesse diálogo, algumas afinidades e outras tantas diferenças podem ser reco-nhecidas, o que torna a re-lação muito rica. Em certas situações, pode-se perceber a convergência de posição política entre alguns sujei-tos, sejam moradores, pes-quisadores ou visitantes, em relação à crítica ao mo-delo dominante de projetos urbanos. Em outras, pontos de vista dos moradores nos fazem rever profundamen-

te premissas, leituras ou questões que tínhamos em outros momentos e que pre-cisam ser reavaliadas.

Quais são os principais

aspectos que merecem ser estudados nesta que foi a primeira favela do Brasil?

O registro de ser a primei-ra favela do Brasil precisa ser tomado com o máximo de cuidado e respeito. A Provi-dência, assim como o con-junto das favelas cariocas, é parte importante de nossa geografia social, de nossa história urbana, de nossa cul-tura. É assim que nos cons-tituímos como cidade e tal reconhecimento foi o que deu fundamento, há mais de quatro décadas, aos conflitos sociais que deram origem aos projetos de reurbaniza-ção, em oposição àqueles de remoção, expulsão ou secun-darização das favelas como áreas urbanas. Trata-se, de fato, de uma luta simbólica e política pelo direito à cidade.

De que forma se posicio-na diante das casas marca-das para remoção?

Aquela exposição de foto-grafia que estampou as ima-gens ampliadas dos morado-res da Providência nas facha-das das casas ficou marcada na minha memória. Teve um sentido estético e político importante. As imagens são contundentes, evidenciam os conflitos. Desafiam a esfe-ra supostamente técnica das ações oficiais. Naquelas ca-sas “marcadas para morrer”, existem moradores, famílias, histórias de vida, relações ter-ritoriais ali sedimentadas ao longo do tempo. Avalio que os projetos atuais não consi-deram essas histórias. Muitas dessas remoções podem ser evitadas, com mobilização dos moradores, da sociedade, da opinião pública.

Parece que vem ocor-

rendo uma grande eferves-cência cultural na Provi-dência. O que possibilitou

a ocorrência desse tipo de fenômeno?

Será que esse caldeirão de coletivos da cultura não existia há muito tempo e agora vem buscando mais possibilidades de se tornar visível? Quais são as ex-pressões antigas e quais são os novos projetos, na esfera da cultura, da música, das artes plásticas? Tenho co-nhecimento, por exemplo, de projetos educacionais e culturais belíssimos, que estão em andamento, como o da Casa Amarela, centro de leitura e literatura in-fanto-juvenil e sei que tem muita coisa acontecendo.

Qual é o principal pro-

blema da Providência? Teria alguma sugestão para tratá-lo?

Eu vejo que o principal problema hoje talvez seja o risco de “gentrificação”, de mudança sutil do per-fil social do bairro, da va-lorização imobiliária, das pressões e conflitos advin-dos do próprio modelo de modernização da área do Porto. E a Providência está diretamente ligada a essas dinâmicas.

E qual o principal va-

lor? Como contribuir para que essa vocação seja potencializada?

O principal valor é ser a primeira favela do Rio e do Brasil. Tal registro, em si mesmo, indica sua poten-cialidade, seu nascimento como marca territorial da resistência, do modo de vida carioca, complexo, contraditório e com uma ri-queza urbana que não pode ser resumida aos riscos e imperativos da moderniza-ção excludente dos projetos atuais.

Edição Especial

Page 6: Folha da Rua Larga 32

Dmarço – abril de 2012

Quem são estas pessoas de olhos brilhantes que, diante de uma realidade dura de violência, conseguem atrair crianças, adolescentes e jovens para uma escola de música, despertando talentos e ajudando-os a en-contrar, através da arte, um caminho melhor de opor-tunidades?

Quem são estes que largam tudo para se dedicar aos idosos, às mulheres vítimas da violência e aos droga-dos?

Quem são estes que, com poucos recursos, montam mágicos espetáculos em praça pública, atraindo deze-nas, centenas, milhares de pessoas para viver a magia da música, do teatro e da dança?

Quem são estes que, embora as dificuldades, adotam crianças abandonadas em seus lares e cuidam delas como se fossem seus filhos para que tenham uma vida melhor?

Quem são estes que realizam trabalhos sociocul-turais nos presídios, interagem com os prisioneiros, buscando despertar nessas almas desacreditadas novas esperanças quando não as tinham mais?

Quem são estes que, todas as noites no Centro da cidade, levam para os mendigos, meninos e meninas de rua a Sopa dos Pobres, cumprindo com uma missão que estabeleceram para si mesmos até o final de suas vidas?

Quem são estes que lutam contra os preconceitos e transmitem respeito às diferenças de raça, cor, sexo e credo; que trabalham voluntariamente no apoio aos doentes; que ensinam a ler e escrever aqueles que ain-da não sabem e dedicam suas vidas para levar a paz, a alegria e a fé aonde não existem mais esperanças?

Quem são estes que criam espaços gratuitos de in-clusão digital nas comunidades pobres, permitindo, principalmente aos adolescentes, se conectarem com o mundo para que possam interagir com outras reali-dades?

Quem são estes que mobilizam pessoas para prote-ger a natureza, que fazem protestos e movimentos em defesa do ar que respiramos, do mar, das praias, dos rios, das florestas, dos animais e da qualidade de vida do planeta?

Estes são aqueles que devemos reverenciar e nos en-volver para aprender com eles, de fato, o que significa “responsabilidade social”. São estas pessoas que estão transformando o nosso bairro e o nosso país para me-lhor. São nomes que poucos conhecem, não estão nas colunas sociais, mas aqueles que se beneficiam de suas ações, sim, jamais esquecerão seus atos.

São estes cidadãos promotores da cidadania que esta edição especial deseja homenagear.

artigo

fernando portella

[email protected]

Quem são estes?

Sacha Leite

Cliques Rua Larga

Divulgação

cultura e cidadania

Dois pescados infláveis estão expostos ao público que circula pela Avenida Marechal Floriano desde a semana anterior à Páscoa. Em frente ao Beco das Sardinhas, a intervenção, de autoria desconhecida, está em sintonia com o ambiente oceânico da região.

A foto mostra a Corrida e Caminhada que aconteceu em dezembro passado na região. De 5 a 12 de maio, a Vila Olímpica da Gamboa organiza a 1ª edição dos Jogos Abertos, que inclui também futebol, futsal, handebol, basquete, atletismo, jiu-jítsu, judô, capoeira, queimado e cabo de guerra. Informe-se e participe!

Edição Especial

Page 7: Folha da Rua Larga 32

Divulgação

Emarço – abril de 2012

cultura e cidadania

As descobertas arqueo-lógicas na Região Portuá-ria têm sido uma constante desde o início das obras de drenagem iniciadas no en-torno do Morro da Concei-ção. Há um ano, parte da história do Rio de Janeiro começou a ser desenterrada nos arredores da Rua Barão de Tefé, evidenciando estru-turas do Cais do Valongo e Cais da Imperatriz. Mais re-centemente, foram localiza-dos, durante as obras, cinco canhões de ferro fundido, encontrados sob a Rua Sa-cadura Cabral, na altura do Largo de São Francisco da Prainha, e outro, na altura da Praça Mauá.

Os canhões, com cerca de 1,70m de comprimento foram identificados como sendo do século XVII. Se-

Um sítio arqueológico na Região PortuáriaEstudiosos dizem que canhões encontrados podem ser os mais antigos da cidade

da redaçã[email protected]

A OPERAÇÃO URBANA PORTO MARAVILHA MUDARÁ O SISTEMA VIÁRIO DA REGIÃO PORTUÁRIA PARA MELHOR. DUAS NOVAS GRANDES AVENIDAS VÃO AUMENTAR EM MAIS DE 50% A CAPACIDADE QUE HOJE A PERIMETRAL E A RODRIGUES ALVES OFERECEM. AO TODO, SERÃO 70 KM DE VIAS REURBANIZADAS. O VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS (VLT) UNIRÁ O CENTRO DA CIDADE COM MAIS DE 40 ESTAÇÕES INTEGRADAS AO METRÔ, À RODOVIÁRIA , ÀS BARCAS, À CENTRAL DO BRASIL E AO AEROPORTO.

Saiba mais: www.portomaravilha.com.br e www.portonovosa.com

nha, que dava apoio de fogo à Fortaleza da Conceição.

A arqueóloga Erika Ma-rion Robrahn-González, responsável pelo programa de levantamento arqueo-lógico da Concessionária Porto Novo, que atua na área, ressalta a importân-cia dos estudos na região: “A área do Porto do Rio de Janeiro é uma das regiões onde a ocupação colonial começou, portanto, reúne um grande potencial de pes-quisa e importância históri-ca. Os trabalhos dos arque-ólogos devem revelar uma outra cidade do Rio de Ja-neiro até então subterrânea. As pesquisas arqueológicas permitem ampliar esta pers-pectiva para uma história mais abrangente. Por outro lado, existe também a possi-

bilidade de serem revelados vestígios de ocupações pré--históricas que habitaram a região antes do início da colonização europeia”, ex-plica.

Na Praça Mauá, além do canhão, também foi evi-denciada uma sequência de pisos de ocupação e edifi-cações do início do século XIX. Os diversos materiais encontrados, tais como faiança, grés, vidro e metal, remetem ao século XVIII. O acervo está sendo levado para a Universidade Estadu-al do Rio de Janeiro (UERJ), onde será armazenado para estudos científicos.

gundo a coordenadora do programa de pós-graduação em Arqueologia da UFRJ, Tânia Andrade Lima, que coordena o trabalho arque-ológico na região, estes podem ser os mais antigos canhões já descobertos no Rio de Janeiro e, possivel-mente, no Brasil.

Supostamente, os arte-

fatos seriam de origem in-glesa e teriam permanecido três séculos enterrados na área até serem encontrados por funcionários da Secre-taria Municipal de Obras, em fevereiro e março deste ano. A descoberta tem pro-vocado dúvidas na equipe de arqueólogos que cuida da área, já que não há docu-

mentação histórica dessas peças, tampouco informa-ções sobre a presença de qualquer forte no lugar.

Diversas teses têm sido cogitadas pelos estudiosos, entre eles, o historiador e pesquisador do Iphan, Ad-ler Homero, especialista em fortificações. Sua teoria é que existira, além da Bateria da Prainha, na Praça Mauá, outra bateria na região, já que quatro dos canhões es-tavam juntos. Há ainda a suposição de que os canhões tenham sido desativados e jogados ao mar.

Segundo os especialistas, a hipótese mais provável so-bre o canhão encontrado na Praça Mauá é que ele seja do século XVII, por conta de suas dimensões, e tenha fei-to parte da Bateria da Prai-

Parte do canhão encontrado na Rua Sacadura Cabral

Edição Especial

Page 8: Folha da Rua Larga 32

Proibida a passagem de pedestresLojas nos arredores da Rua Sacadura Cabral e Camerino reduzem faturamento em 90%

F

Carolina Monteiro

Carolina Monteiro

março – abril de 2012

“Estamos a pão e água.

Se eu tivesse

só este bar, já tinha

fechado.”Raimundo Macedo,

comerciante

Para muitos frequenta-dores da região, as interdi-ções no entorno da Praça Mauá, especialmente nas ruas Barão de Tefé, Saca-dura Cabral e Camerino, significaram apenas uma mudança de trajeto. Entre-tanto, para outra parcela da população, os comer-ciantes, essa intervenção urbana gerou consequên-cias finan-ceiras gra-ves. Três lojas já f e c h a r a m as portas e mais de 70 estabe-lecimentos da região reduziram o fatura-mento em aproxima-d a m e n t e 90%.

O cea-rense Rai-m u n d o M a c e d o mora e trabalha na região há 15 anos. Ele é proprie-tário do Bar Servidor, fre-quentado por funcionários e usuários do Hospital dos Servidores, Galpão da Ci-dadania e empresas vizi-nhas. Locatário do ponto localizado na esquina das ruas Camerino e Sacadura Cabral, ele diz que, antes das obras, a loja vendia cerca de 100 refeições por dia. Com a queda no mo-vimento, motivada pelas obras, passou a vender um ou dois pratos feitos por dia. “Só não fechei as por-tas porque estou investin-

cultura e cidadania

Raimundo Macedo, dono do Bar Servidor

Maria Adélia, da Seixamar

do dinheiro do meu bolso. Tinha oito funcionários e pagava em dia, agora fi-quei só com um”, relata Raimundo, que conta tam-bém que está com os bal-cões desligados há quinze dias. De acordo com ele, por um motivo desconhe-cido, teria passado a re-ceber somente um tipo de fase de energia elétrica,

i m p o s s i -b i l i t a n d o o aqueci-mento dos balcões e a venda de salgados.

D o n o de outros três bares no Centro do Rio, Raimundo diz que foi abordado, seis me-ses antes das obras, por uma assistente

social, que informou que as obras nas ruas Sacadura Cabral e Camerino seriam concluídas em 45 dias. No entanto, ainda segun-do ele, a profissional teria declarado que as calçadas ficariam desobstruídas e haveria acesso livre a car-ga e descarga.

O empresário conta que precisou pegar dois em-préstimos bancários, um no valor de R$ 24 mil e outro no valor de R$ 26 mil para dar conta do pre-juízo. Apesar do endivida-mento, ele considera que vale a pena permanecer

na região. Mas revela uma apreensão: “Depois das obras, não sei como vou recuperar clientes e avi-sar que a poeira e o baru-lho acabaram”. Raimundo alega também uma grande preocupação com a sobre-vivência: “Até acabar a obra, quem garante que va-mos estar presentes? Para ocupar a área reformada querem só empresas ricas, como ocorreu em outros casos de revitalização no mundo”. E reclama: “Es-tamos a pão e água. Se eu tivesse só este bar, já tinha fechado”.

Maria Adélia, proprie-tária da loja de ferragens Seixamar, há 12 anos na região, garante que, ape-sar da queda nas vendas, não se opõe à intervenção: “Nós, comerciantes, não estamos contra a obra. Se vai trazer benefícios, so-mos a favor. No entanto, impedir a circulação do público, sem previsão de conclusão nas obras, di-ficulta muito o nosso tra-balho”. E esclarece de que forma está sendo possível manter seu negócio: “O que está segurando agora é a venda externa, de ata-cado. Se fosse depender da venda de balcão, já tínha-mos fechado as portas”.

De acordo com a comer-ciante, fatores como a po-eira causada pelas obras e a impossibilidade de esta-cionamento por parte dos clientes contribuem para um cenário desfavorável aos empresários locais. “Não deram previsão de término. Cada vez que

Edição Especial

Page 9: Folha da Rua Larga 32

G

Carolina Monteiro

Carolina Monteiro

Sacha Leite

março – abril de 2012

sacha [email protected]

“Estou no prejuízo, mas isso aqui vai

valorizar. Vai ficar

melhor do que a Lapa.”

João Luiz Barbosa, comerciante

cultura e cidadania

Nelson Pires, proprietário da MJ Pires

João Luiz, do estacionamento São Judas Tadeu

taram tanto o seu negócio quanto o fizeram aos seus vizinhos. Essa diferença estaria relacionada ao es-tabelecimento de contato direto com a prefeitura e reivindicação do acesso livre ao seu estabeleci-mento por estar associado à Associação de Comer-ciantes do Porto Maravi-lha.

“Tive um prejuízo fi-nanceiro. Abri mão do rotativo para facilitar a obra e fiquei apenas com os mensalistas. Isso signi-ficou uma perda de apro-ximadamente R$ 5 mil por mês. No entanto, in-felizmente, sei que meus vizinhos estão passando por dificuldades”, lamen-ta Fábio.

(São Cristóvão) oferece-ram isenção de impostos e IPTU como contrapartida aos morado-res”, relem-bra.

O proprie-tário do esta-cionamento conta que a r r ecadava R$ 500 no rotativo por dia e teria passado a faturar só R$ 10 diários (o equivalente a duas horas de estaciona-mento) após as interdições. “90% do meu faturamento foi embora. Tinha 26 men-salistas, hoje tenho 12. Todo mês sai um”, relata João Luiz.

Apesar da dificuldade com a redução de circu-lação do público, o em-presário está decidido a

permanecer na região: “Já tive propostas de passar o ponto, mas renovei o

contrato até 2021. Estou no prejuí-zo, mas isso aqui vai va-lorizar. Vai ficar melhor do que a Lapa”.

Além de não querer sair, João Luiz estuda a possibi-lidade de transformar o estaciona-mento em

outro tipo de negócio: “Pedimos para um arquiteto e engenheiro projetar a transformação do imóvel em um hostel”.

Já para Fábio Kudsi, en-genheiro e proprietário do estacionamento Lupark, localizado na Rua Came-rino, as obras não impac-

em 2013”.Segundo Nelson Pires,

dono da bomboniere MJ Pires, o movimento de sua loja também caiu cerca de 90%: “Colocaram uma placa dizendo que é proi-bida a entrada de pedes-tres. Não sei o que fazer, nem a quem recorrer”. Seu Nelson, que vende biscoitos, refrigerantes e salgados por encomenda acredita que as obras serão finalizadas até julho.

João Luiz Barbosa, dono do estacionamento São Ju-das Tadeu, na Rua Saca-

dura Cabral, diz que, em sua opinião, deveria ser estabelecido um acordo entre prefeitura e comer-ciantes locais. “Poderiam, por exemplo, guardar o maquinário deles no meu estacionamento, contratar alimentação dos traba-lhadores no Bar Servidor, lanches do MJ Pires e as-sim por diante, daí talvez prejuízo e falências seriam evitados. Estamos pagan-do impostos, IPTU, nor-malmente. Na Rua Bela, quando fizeram o viaduto que dá na Linha Vermelha

acham uma pedra históri-ca, a obra atrasa. Acho que deveriam levar para um laboratório e estudar, mas sem interferir no calendá-rio da obra”, opina Maria Adélia.

A empresária diz que não tem acesso a infor-mações oficiais sobre a intervenção, mas procura se informar como pode: “A cada um que entra, per-guntamos sobre o anda-mento da obra. Falam que ainda falta muito. Segun-do um dos encarregados, essa obra será concluída

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Hmarço – abril de 2012

A nova aparência do ValongoObras no Caminho e Jardins do Valongo têm previsão de finalização para final de maio

Carolina Monteiro

Após quase dois anos de intervenções, a reurba-nização do Caminho do Valongo tem previsão de conclusão. Segundo Pedro Nolasco, engenheiro do Consórcio Saúde Gamboa, até 2010, o lugar apresen-tava condições precárias de acesso para moradores e visitantes: “Quando che-guei aqui, há dois anos, o esgoto era a céu aberto, o chão era de terra batida e a iluminação precária. A úni-ca estrutura existente era uma defensa metálica, que foi mantida”.

Ainda de acordo com o engenheiro, o piso de pé de moleque, semelhante ao da Pedra do Sal foi reconstru-ído, uma mureta foi ergui-da, bancos de pedra foram colocados e postes de luz

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Cenário imitando pedras e até uma cascata remontará construção de 1906, feita por Pereira Passos

zido pela reforma só poderá ser desfrutado pelos mora-dores se for acompanhado da implantação de um es-quema de segurança local: “A restauração ficou bem feita, mas os frequentado-res do lugar continuam os mesmos: os usuários de drogas”. Segundo ele, o Ca-minho e Jardins do Valongo serão ótimas opções para usufruto de crianças e ido-sos, caso a iluminação pre-cária e a falta de vigilância sejam resolvidas: “Precisa-mos de um lugar de lazer. Meu filho falou, outro dia, que não queria voltar para casa, porque não havia lu-gar para brincar”.

foram instalados. Porém, segundo ele, até o fim de maio, a parte elétrica será finalizada.

Dia 30 de maio é a data esperada para a conclu-são da obra nos Jardins do Valongo, que podem ser acessados do Morro da Conceição, descendo pelas escadarias do Caminho do Valongo ou subindo, pela Rua Camerino.

De acordo com Luiz Pi-nho, arquiteto do Iphan que acompanha o processo, foi feito um estudo de como aparentava o local na épo-ca em que foi construído, durante o governo Pereira Passos, em 1906. O projeto aprovado remonta os ro-cailles, estruturas de arga-massa e cerâmica que imi-tam pedra e madeira. Uma

cascata com água corrente também fará parte da nova ambientação.

O engenheiro Pedro No-lasco informou ainda que a Casa da Guarda e o Mic-tório Público estão sendo reformados, porém não há uso definido para esses espaços. Quando questio-nado se houve consulta aos moradores e sociedade civil quanto ao novo uso desses dois pontos histó-ricos, o representante da prefeitura Rodrigo Moli-nari declarou: “Não sei em que momento haverá essa consulta à população, tam-pouco quem será o inter-locutor que discutirá essa questão”.

Para o morador Arthur Manoel de Azevedo Mar-tins, o embelezamento tra-

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Pelo fortalecimento do comércio de ruaPolo Região Portuária planeja lançamento de nova fase dia 9 de maio

da redaçã[email protected]

O Polo Região Portuária promoverá o lançamento de nova etapa de trabalho no mês de maio. Segundo o con-sultor Israel Ifadayo Olivei-ra, a ideia é que a festividade não seja apenas um evento institucional, mas uma opor-tunidade para os empresários locais levarem material de divulgação de seus respecti-vos negócios e construírem uma rede de relacionamento.

Comerciantes do Centro do Rio e Zona Portuária fo-ram convidados a cooperar com o evento, cada qual à sua maneira. “Eu contribuí com serviços gráficos, ou-tro profissional colaborou com serviços de impressão, já outro cedeu o espaço, e assim por diante”, explicou a designer Maria Eugênia Duque Estrada, do antigo Polo Nova Rua Larga e atu-

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importância cultural para a região.

Maria Eugênia, membro do Polo desde sua criação, explica que a participação dos comerciantes é elemen-to essencial para o êxito do grupo e, consequentemente, para o benefício da própria região. Apesar de saber que

a maioria dos membros é composta de pequenos em-preendedores que precisam assumir muitas funções, dificultando a dedicação à solução dos problemas co-letivos, ela chamou a aten-ção para os benefícios de se associar ao Polo: “Além de um maior franqueamento aos programas de capacitação do Sebrae e Senac e da facilita-ção ao acesso de programas de crédito direcionados às pequenas e médias empresas, haverá uma ferramenta web que funcionará como um canal de comunicação entre os polos do Rio e o poder público. O portal será criado por solicitação da Secretaria Municipal de Desenvolvi-mento Solidário, com desen-volvimento da Fecomércio”, explica.

O benefício do novo ca-

nal estaria no acesso direto às instâncias da prefeitura. De acordo com a designer, o sistema permitirá subir esquemas, plantas baixas e diversos tipos de arquivo para ilustrar as solicitações. Além disso, segundo ela, haverá um intermediador informando pendências, prazos e retornos, facilitan-do o acompanhamento e o registro dos processos, da demanda à conclusão.

O evento de lançamento do Polo Região Portuária está agendado para 9 de maio, a partir das 19h, no Restaurante Velho Sonho (Avenida Marechal Floria-no, nº 163).

al Polo Região Portuária. A organização irá definir ainda os membros da nova direto-ria, já que, de acordo com o estatuto criado em 2008, as gestões devem ser alternadas periodicamente.

A diretoria do Polo in-formou que o dividiu em oito eixos, de acordo com

a vocação de atividade da região: Cultura, Patrimô-nio, Gastronomia, Turis-mo, Arte e Lazer, Ciência e Tecnologia, Comércio e Serviços. A partir deles, fo-ram definidos focos estra-tégicos, partindo do prin-cípio de que o comércio de rua possui uma grande

Jmarço – abril de 2012

cultura e cidadania

Reunião do Polo Região Portuária, realizada na sede do Instituto Cultural Cidade Viva

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Kmarço – abril de 2012

morro da conceição

da redaçã[email protected]

da redaçã[email protected]

teresa speridiã[email protected]

Um DNA pronto e colorido

Em continuidade às his-tórias de artistas do Morro da Conceição, apresento hoje Renato Sant´Ana. Ele não mora no Morro da Conceição, mas passa a maior parte dos dias em seu belo ateliê, no número 46 da Ladeira João Homem.

O artista é natural de Cachoeiro de Itapemirim – é conterrâneo de Roberto Carlos: “veio ao Rio de Ja-neiro para voltar e não vol-tou”, e confessa na saudade as coisas que arranjou aqui. Estudou na UFRJ, paralela-mente, Arquitetura e Belas Artes. Sua vida profissional também foi assim, ora ar-quiteto ora artista plástico, até que um dia reforçou suas bases no Parque Lage e foi trabalhar como assis-tente do grande artista Jor-ge Guinle.

Renato conta que vem de família de pintores, por-tanto, sua veia artística já possui um DNA pronto e colorido. Seu currículo é extenso, já participou de várias exposições nacio-nais e internacionais, inclu-

sive já vendeu duas de suas obras para o presidente da bolsa de valores de Nova York, recebeu vários elo-gios do marchand de Andy Warhol, e por aí vai.

Se, para quem sabe ler, um pingo é letra, para ele uma gota caída no chão foi a explosão que faltava para criar as famosas Poças Quânticas. Daí em diante, foi só brincar de poça e de quântica infinitamente, causando um efeito curto-

-circuito frenético de cores e formas, que nos alucina à primeira vista. O senti-do quase chega ao delírio; violenta a noção de formas e cores.

Sua pintura, sem supor-te visível, flutua no espaço sobre placas de acrílicos transparentes. Em algumas obras, ele usa placa sobre placa, com espaço entre elas, dando tridimensiona-lidade à obra, legitimando, assim, a era em que vive-mos.

Uma abelha presa em uma gota espessa de tinta, uma cadeira de dentista antiquíssima, outra, de barbeiro de 1870, usada em uma ferrovia norte--americana, pesada como um elefante, garrafas PET com restos de refrigerante amassadas a vácuo, um “pé de cabra” de ferro, usado por sapateiros, tubo de ensaio, cubo de isopor cravejado de pregos e parafusos, e muito mais coisas que o olhar não consegue captar em pou-co tempo.

Suas obras podem ser vistas em seu ateliê, no Morro da Conceição, em exposição permanente, na Galeria Tramas, no Sho-pping Cassino Atlântico, 2º piso, loja 219, ou em exposição temporária, de 29 março a 6 de maio, no Centro Cultural dos Cor-reios.

Incentivo à leitura ocupa Centro do RioProjeto literário de escola inclui eventos em praça pública a cada dois meses

Poças Quânticas, de Renato Sant´Ana

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cultura e cidadania

Inaugurado Espaço na Casa Amarela

Com o intuito de esti-mular o hábito da leitura na cidade, a Escola Riva-dávia Corrêa promoveu, dia 10 de abril, o primeiro evento externo da Central de Leitores, projeto ela-borado pela professora Martha Maria Gomes, da Escola Municipal Riva-dávia Corrêa. A iniciativa venceu o prêmio Escola de Leitores, organizado pelo Instituto C&A em 2011. Como parte do pro-grama, a Praça Rivadávia Corrêa, em frente à esco-la e próxima à Central do Brasil, vai sediar festas literárias envolvendo alu-nos e professores a cada dois meses.

Ao longo do evento do dia 10, as crianças e jo-vens do ensino fundamen-tal abordaram os passan-tes e distribuíram livros doados por Laura Sandro-ni, Júlio Emílio e outros simpatizantes do projeto, incluindo os próprios pro-

O que estudantes da Escola Rivadávia Corrêa pensam sobre leitura:

“O livro tem muita importância para todos. Quem lê tem a inteligência de falar e fazer provas melhores.”

Nathália Nicoli, 7° ano do ensino fundamental

“Ler não é um dom ou uma dádiva e sim um privilégio. Ler todo mundo pode ler, mas saber e gostar é outra coisa”.

Mariana Correia Grijó, 7° ano do ensino fundamental

“Ler faz ir a lugares que você nem imagina. Você pode ir ao espaço, ao Cen-tro da Terra. Eu estudo porque quero ser uma pessoa digna no futuro.

Josué de Souza Alves, 8° ano do ensino fundamental

O Espaço de Leituras Ana Maria Machado foi inaugurado no dia 25 de março, na Casa Amarela, Morro da Providência. A homenagem à atual presi-dente da Academia Brasi-leira de Letras se deve à doação de livros infantis e infanto-juvenis que a escritora ofereceu ao pro-jeto, além de uma admira-ção dos voluntários ao seu trabalho.

“Depois do samba, a Academia chegou à Pro-vidência”, brincou o co-ordenador cultural João Guerreiro. Segundo ele, Ana Maria Machado teria afirmado que gostaria de se aproximar das comuni-dades pacificadas: “Suge-ri que ela vá à Providência assim que o plano inclina-do for finalizado”, conta João.

O Espaço de Leituras

fessores e alunos. Decla-mação de poesia, peça de teatro, contação de histó-rias e apresentação musi-cal também fizeram parte da terça-feira festiva, na Praça Rivadávia Corrêa.

Outro momento inte-ressante da vivência foi

quando as professoras distribuíram frases sobre o prazer de ler, que fo-ram inseridas em balões de gás hélio e liberadas no ar: “Em algum lugar o balão vai cair, daí vai ser bom, porque a frase pode inspirar quem o encon-

trar, gerar curiosidade e ainda divulgar a escola”, diz a coordenadora Rena-ta Ricoca.

promove o Sarau Provi-dencial, que ocorre no Largo da Escadaria uma vez por mês. Já as conta-ções de histórias e rodas de leitura são realizadas uma vez por semana na Casa Amarela.

Além do Espaço de Leituras, a Casa Amarela abriga também a expo-sição fotográfica perma-nente Morro da Favela, do fotógrafo Maurício

Hora. A mostra retrata o cotidiano dos moradores da Providência e o olhar destes sobre a área por-tuária. O Espaço Livre de Educação Popular, que, desde 2009, oferece refor-ço escolar aos jovens mo-radores da área, também está operando no local

O Espaço de Leituras funciona terças e quintas--feiras, das 14h às 17h, e quartas e sextas- feiras,

das 9h às 17h. Não abre às segundas-feiras.

Nos dez primeiros dias de funcionamento, foram emprestados 23 livros a crianças e jovens morado-res da região. Não há tem-po máximo de emprésti-mo pré-fixado.

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marcelle [email protected]

da redaçã[email protected]

Lmarço – abril de 2012

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Paula Kossatz

cultura e cidadania

Visita guiada à região abrange Circuito da Herança Africana

Antiga Rua Larga ganha Museu da Energia

Nova fase do projeto Animando a Rua Larga diversifica área a ser visitada

Recém-inaugurado, museu mostra como usar a energia elétrica de forma inteligente

Os concorridos passeios de jipe pelos arredores da Avenida Marechal Floriano e Morro da Conceição, que fazem parte das ações do projeto Animando a Rua Larga e tiveram enorme procura na primeira edição, ano passado, vão ganhar mais um percurso em 2012: o corredor de cultura africana, localizado nas cercanias da Zona Portuária. O novo trajeto percorrerá pontos como o Obelisco do Cais da Imperatriz, na Rua Barão de Tefé, onde será criado um monumento em homenagem aos africanos

que chegaram ao Brasil, nos séculos XVII e XVIII, e o Instituto Pretos Novos, centro de estudos sobre os negros, localizado na Rua Pedro Ernesto.

Além desse novo roteiro, os visitantes poderão optar pelo trajeto original, que percorre a antiga Rua Larga (atual Marechal Floriano), onde visitarão o Centro Cultural Light, o Itamaraty, o Beco das Sardinhas e o Colégio Pedro II. O Morro da Conceição está incluído nos dois roteiros. Lá, parte do caminho será feito a pé pelo casario colonial, Pedra do Sal, Igreja e Largo de

da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Realizado pela Folha da Rua Larga e pelo Instituto Cultural Cidade Viva, o projeto conta com apoio do Polo Região Portuária, e reúne empresários, comerciantes e moradores locais com vistas à implantação de programas e eventos que ajudarão na preservação e divulgação do patrimônio histórico e cultural da região. A guia Priscila Melo conduz os participantes do passeio

Crianças fascinadas ouvem as explicações sobre uma das peças expostas

Um dos objetivos do Museu é desenvolver ativi-dades de cunho educativo, como a recepção de grupos escolares, cursos e oficinas para professores, exibição

de peças teatrais e filmes de animação. O visitante tam-bém terá à disposição mate-rial de apoio, uma revista e o portal www.museulight.com.br, no qual também é possí-

vel fazer o agendamento das visitas, cursos e oficinas.

Um espaço interativo que gera aprendizado de forma lúdica. Esse é o mote do Museu da Energia, o mais novo espaço cultural dedi-cado à ciência e ao conhe-cimento dos caminhos da energia elétrica, inaugura-do na manhã do dia 28 de março. O novo centro cul-tural localiza-se na Avenida Marechal Floriano, n° 168, anexo ao prédio sede da Li-ght.

Dividido em cinco se-ções, o espaço conta com diversos experimentos, jogos eletrônicos, painéis multimídia e artefatos his-tóricos, por meio dos quais será possível travar contato com diferentes formas de energia, saber um pouco mais sobre a conservação dos recursos naturais e como evitar desperdícios.

Passeando pelo Museu da EnergiaPraça das Energias (área externa) – Local para reflexão e

experimentação de diferentes formas de transformação da ener-gia mecânica e luminosa. Conta com oito experimentos, como balanços acoplados, balanços de diferentes tipos, escorregas, bicicletas energéticas, cabo de guerra, briga de ìmãs, árvore de prismas e energia UV.

Eletromagnetismo – Explica a origem da carga elétrica, o magnetismo e a indução eletromagnética. Conta com quatro experimentos: sala dos átomos, esfera de plasma, ferro fluido, gerador a manivela.

Geração, transmissão e distribuição da eletricidade – No experimento ‘Caminhos da Energia’, detalha as etapas pelas quais a energia elétrica passa até chegar ao consumidor final.

Uso da energia elétrica – Mostra diversos usos da energia elétrica e o conforto que ela proporciona, enfatizando o seu uso sustentável. Conta com dois experimentos: os jogos da ‘Casa Maluca’ e a conta de luz.

Energia e meio ambiente – Apresenta fontes alternativas de geração de energia elétrica, os perigos de intervenções não au-torizadas na rede e as responsabilidades do consumidor. Conta com dois experimentos: ‘Perigos na Rede’ e ‘Livro Mágico’.

Apoio Realização Patrocínio

São Francisco da Prainha, bares e bens tombados.

O ponto de partida para os dois percursos

será no Centro Cultural Light, onde os visitantes participarão de oficinas de história, que servirão

como uma introdução ao circuito. Gratuitas, as visitas guiadas acontecerão a partir do último fim de semana de abril e ao longo do mês de maio. Serão dez saídas, com capacidade para vinte pessoas em cada jipe da empresa Jeep Tour. As vagas são limitadas, e serão preenchidas mediante inscrição prévia.

O Animando a Rua Larga, projeto criado com o objetivo de dar continuidade ao processo de reurbanização dessa importante região do Rio, tem patrocínio da Light, através de seu instituto, e

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gastronomia

receitas carolGastronomia natural

danielle [email protected]

ana carolina [email protected]

Confira outras receitas da Carol no blog nacozinhacomcarol.

blogspot.com

Ambiente aconchegante com bufê a quilo variado

São 16 pratos quentes e 16 saladas

Quiche de alho-poró com brie e nozes

março – abril de 2012 folha da rua larga

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Beterraba une bom paladar a ingredientes saudáveis

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Na minha cozinha tento simplificar a vida. Com as de-mandas de família e trabalho, sobra pouco tempo para me dedicar aos afazeres domés-ticos e cozinhar é o que mais me dá prazer. Então, quando sobra um tempo extra, faço algumas receitas para conge-lar, conservas de legumes e sal temperado. Adianto vários truques para me ajudar num momento de correria. Uma ótima opção são as quiches.

São tortas salgadas cuja base é ovo e creme de lei-te, em que uso diversos re-cheios e é uma boa forma de aproveitar as sobras na geladeira. Hoje fiz uma qui-che de alho-poró com queijo brie e nozes. A massa pode também ficar pronta com antecedência e mantida no freezer por até três meses. O creme pode ser usado com todos os recheios. Mãos à obra e use a criatividade!

Carolina Monteiro

Carolina Monteiro

ACP

Quem passa pela Rua Dom Gerardo e vê o Be-terraba logo entende que ali os ingredientes natu-rais têm posição de des-taque. Mas o que muita gente não sabe é que o lugar nem sempre foi tão natural assim. Há quase dois anos, a filial do Cen-tro ganhou novos donos e uma grande reformulação no cardápio, que eliminou da preparação todos os produtos industrializados e diminuiu ao máximo o nível de gordura dos pra-tos. “Temperamos tudo com alho, cebola e tem-peros naturais, retiramos a gordura dos grelhados e, em outros pratos, como o feijão, utilizamos o mí-nimo possível”, explica Luciana, uma das sócias da casa.

O bufê a quilo do res-taurante é composto por cerca de 16 pratos quen-tes e 16 saladas, que mu-dam diariamente. Além de natural, o menu é também vegetariano e conta com pelo menos um prato ve-gano por dia, ou seja, sem o uso de leite e ovos no preparo. Essas opções fa-zem sucesso: “Recebemos por volta de 15 clientes veganos por dia”, conta Luciana.

Alfafa, suflê de ricota com cenoura e arroz ver-melho são alguns exem-plos do que recheia o bufê do Beterraba. As opções que mais agradam são o quibe de banana, a po-lenta frita e o bacalhau. Sexta-feira, a culinária de Minas Gerais invade as panelas e pratos como couve mineira e feijoada light fazem sucesso. En-tre as sobremesas, a estre-la é a concorrida torta de banana. Para acompanhar as refeições, a casa ofere-ce mais de 50 opções de sucos, incluindo guaraná da casa e gengibre com agrião e broto.

Engana-se quem pen-sa que o restaurante não é uma boa sugestão para quem costuma ter uma alimentação menos rígi-da. Segundo Luciana, a maior parte do público do restaurante não é vegeta-riano e naturalista, mas pessoas que trabalham na região e optam por uma alimentação mais balan-ceada durante a semana. Também é fácil ver entre-gadores do Beterraba pe-las ruas do Centro, já que o delivery é pedida certa no horário do almoço.

Os sócios da casa real-mente enxergam o cliente como prioridade. Além

de aceitar sugestões de pratos dos fiéis frequenta-dores, são preparadas até mesmo receitas levadas por eles. “O clima é mui-to caseiro. O restaurante é como uma extensão da casa dos clientes e, por isso, tentamos adequar o cardápio a eles”, diz Lu-ciana.

Ainda pensando em deixar o cliente satisfei-to, o Beterraba tem algu-mas promoções especiais, como o desconto de 10% para funcionários de em-presas cadastradas. Os aniversariantes do mês também ganham presen-te: levando cinco ou mais

pessoas, o almoço e uma fatia de torta de banana são grátis. Quem for al-moçar sozinho ganha a sobremesa. E isso vale para todos os dias do mês de aniversário.

Para quem ainda não conhece a casa, aqui fica a dica: vá de coração aberto e mente livre de precon-ceitos, porque a culinária natural tem tudo para con-quistar quem estiver dis-posto a experimentar no-vidades sem fazer careta.

Massa:140g de manteiga1 ovo220g de fermento em pó2g de fermento Modo de preparo:Numa bacia misture os

ingredientes secos. Misture a manteiga com a ponta dos dedos. Quando formar uma farofa grossa, junte os lí-quidos previamente mistu-rados. Misture tudo até for-mar uma massa lisa. Leve à geladeira por, no mínimo, duas horas antes de usar, ou três meses no freezer.

Creme:450ml de creme de leite

fresco150ml de leite6 ovos45g de queijo parmesão

ralado1 pitada de noz moscada2g de sal Modo de preparo:Bata tudo e reserve.

Recheio:500g de alho-poró20g de manteiga10g de azeite2g de sal50g de nozes torradas100g de queijo brie Modo de preparo:Corte o alho-poró em ro-

delas e refogue na manteiga e azeite. Tempere com sal.

Junte o alho-poró com o creme e prove o tempero. Abra a massa numa for-ma de fundo removível e leve ao congelador por 30 minutos. Recheie-a com o alho-poró, salpique as no-zes e o brie. Leve ao forno pré-aquecido a 160ºC por 40 minutos ou até que fique dourada.

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dicas da cidade Crédito facilitado na compra de imóvel

16folha da rua larga

lazer

da redaçã[email protected]

março – abril de 2012

Previ-Rio garante, em termo de compromisso, acesso facilitado a duas mil unidadesDivulgação

Imagem ilustrativa do Porto Olímpico

da redaçã[email protected]

A prefeitura do Rio, o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Mara-vilha (gerido pela Caixa Econômica Federal), a Previ-Rio e a Solace assi-naram, em março, o Ter-mo de Compromisso para Desenvolvimento de Pro-jetos Imobiliários no Porto Olímpico. O documento estabelece diretrizes pre-liminares para constru-ção e aproveitamento das edificações pelo mercado imobiliário após os Jogos Olímpicos e Paraolímpi-cos de 2016, onde servi-dores municipais terão a compra de imóveis facili-tada.

A cerimônia, realiza-da no canteiro de obras na Praia Formosa, atrás da Rodoviária Novo Rio, onde será construído o empreendimento, teve a presença de representantes

do COI (Comitê Olímpico Internacional), do presi-dente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Ar-thur Nuzman, do prefeito Eduardo Paes, do superin-tendente Nacional da Cai-xa Econômica Federal, Vi-tor Pinto, e do presidente da Solace, Carlos Eduardo Paes Barreto. A previsão é que, com a assinatura do

acordo, até o fim do ano, a empresa inicie as obras e lance o empreendimento Porto Olímpico.

A abertura do evento foi feita por Eduardo Paes, que destacou a importân-cia da utilização do espaço da Região Portuária para sediar alguns dos equipa-mentos das Olimpíadas 2016. O prefeito detalhou

o termo de compromisso: “Este será um programa específico da Previ-Rio para viabilizar o financia-mento de imóveis aqui na área, utilizando recursos do fundo da previdência municipal”, explicou Paes.

A prefeitura, por meio da Previ-Rio, garante que irá oferecer aos servidores municipais condições es-peciais de financiamento para aquisição das duas mil unidades imobiliárias do Porto Olímpico, após a utilização do espaço pelo COI. Os imóveis inicial-mente receberão as vilas de mídia e de árbitros, um centro de convenções, além de dois hotéis com 500 quartos cada.

Jovens retratam cotidiano no Porto

Fica em cartaz até 30 de abril a mostra Um Porto de Ci-dadania, a fotografia como testemunha de transformação. O Galpão da Cidadania expõe 50 fotografias em grandes dimensões produzidas por jovens moradores da região. As imagens são fruto de uma série de oficinas ministradas pelo fotógrafo Maurício Hora, que assina a curadoria da mostra.

Informática para todos

As inscrições para o curso gratuito de informática a par-tir de orientações sobre o consumo consciente da energia elétrica, organizado pela Light e pelo CDI, estão abertas. Os alunos terão noções básicas de informática, edição de vídeo, imagens, blog em HTML, Publisher, redes sociais e ferramentas do Google. As aulas ocorrerão duas vezes por semana no Centro Cultural Light.

Lazer no Morro da Conceição

Por iniciativa dos moradores, em abril uma turma se for-mou para receber aulas de tai chi chuan. No momento, as aulas estão sendo ministradas por professores da Vila Olím-pica da Gamboa, às terças-feiras, das 7h às 8h, no salão da igreja.