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Informativo do Conselho da Justiça Federal Folha do CJF nº 26 - outubro 2011/janeiro 2012 Um debate que contribui para que o Direito material se mantenha vivo e renovado. Assim definiu o corregedor-geral da Justiça Federal e diretor do Centro de Estudos Judiciários do CJF, ministro João Otávio de Noronha, o espírito da Jornada de Direito Civil. Sua 5ª edição, realizada em novembro, resultou em 132 enunciados, muitos deles sobre temas polêmicos e atuais da vida civil Um farol para a interpretação do Direito Civil Centro de Estudos Judiciários Regimento Interno da TNU é alterado para coibir recursos desnecessários p. 5 CEJ/CJF, em parceria com IPEA, inicia em 2012 pesquisa sobre acesso aos JEFs p. 2 Resolução modifica regras para pagamento de precatórios p. 4 Decisões do CJF p. 3 Mesa de abertura da V Jornada. Da esq. p/ a dir., prof. José de Oliveira Ascensão, ministro João Otávio de Noronha, ministro Ari Pargendler, ministro José Carlos Moreira Alves e desembargador federal Fernando Quadros da Silva

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Informativo do Conselho da Justiça Federal

Folha do CJFnº 26 - outubro 2011/janeiro 2012

Um debate que contribui para que o Direito material se mantenha vivo e renovado. Assim definiu o corregedor-geral da Justiça Federal e diretor do Centro de Estudos Judiciários do CJF, ministro João Otávio de Noronha, o espírito da Jornada de Direito Civil. Sua 5ª edição, realizada em novembro, resultou em 132 enunciados, muitos deles sobre temas polêmicos e atuais da vida civil

Um farol para a interpretação do Direito Civil

Centro de Estudos Judiciários

Regimento Interno da TNU é alterado para coibir recursos desnecessários p. 5

CEJ/CJF, em parceria com IPEA, inicia em 2012 pesquisa sobre acesso aos JEFs p. 2

Resolução modifica regras para pagamento de precatórios p. 4

Decisões do CJF

p. 3

Mesa de abertura da V Jornada. Da esq. p/ a dir., prof. José de Oliveira Ascensão,

ministro João Otávio de Noronha, ministro Ari Pargendler, ministro José Carlos Moreira Alves e

desembargador federal Fernando Quadros da Silva

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Folha do CJFNúmero 26 – outubro 2011/janeiro 2012

Conselho da Justiça FederalSCES – Setor de Clubes Esportivos Sul – Trecho III – Polo 8 Lote 9 – SubsoloCEP 70200-003 – Brasília – DF Telefones: (061) 3022-7075/7076 e-mail: [email protected]

Ministro ARI PARGENDLERPresidente

Ministro FELIX FISCHER Vice-Presidente

Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHACorregedor-Geral da Justiça Federal, Presidente da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais eDiretor do Centro de Estudos Judiciários

Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKIMinistro CASTRO MEIRADesembargador Federal OLINDO HERCULANO DE MENEZES Desembargadora Federal MARIA HELENA CISNE Desembargador Federal ROBERTO HADDADDesembargadora Federal MARGA BARTH TESSLERDesembargador Federal PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMAMembros efetivos

Ministro ARNALDO ESTEVES LIMAMinistro MASSAMI UYEDAMinistro HUMBERTO MARTINSDesembargador Federal JOSÉ AMILCAR DE QUEIROZ MACHADODesembargador Federal RALDÊNIO BONIFÁCIO COSTADesembargador Federal ANDRÉ NABARRETE NETODesembargador Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGONDesembargador Federal ROGÉRIO DE MENESES FIALHO MOREIRAMembros suplentes

Eva Maria Ferreira BarrosSecretária-Geral

Roberta Bastos Cunha Nunes – FENAJ 4235/14/12/DFAssessora de Comunicação Social

Ana Cristina Sampaio AlvesCoordenadora de Comunicação Impressa

Adriana DutraChefe da Seção de Imprensa

Raul Cabral MéraChefe da Seção de Planejamento Visual

Bianca NascimentoIsabel CarvalhoRepórteres

Paulo RosembergEdson QueirozFotografias

Claudia Pires El-moorProjeto Gráfico

Raul Cabral MéraRamon Duarte OliveiraDiagramação e Ilustração

Coordenadoria de Serviços Gráficosdo Conselho da Justiça FederalImpressão

Centro de Estudos Judiciários

CEJ/CJF e Ipea apresentam pesquisa sobre acesso à Justiça nos JEFs

O Centro de Estudos Judiciários do CJF (CEJ/CJF) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplica-da (Ipea) realizaram, no dia 4 de novembro, o Seminário de Apresentação da Pesquisa “Acesso à Justiça nos Juizados Especiais Federais”, tendo como público-alvo os coordenadores dos JEFs e juízes da Turma Nacional de Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais.

O objetivo do evento foi apresentar o desenho final da pesquisa, os resultados da pesquisa ex-ploratória, a metodologia, o escopo do estudo e as suas principais etapas de execução.

O intuito do estudo é avaliar os JEFs e tur-mas recursais sob aspectos de estrutura orça-mentária e organizacional, mecanismos de aces-so existentes, perfil dos usuários e das ações judiciais propostas, demanda passada, presente e potencial, além do impacto da interiorização dos juizados e da implantação do processo ele-trônico em termos de acesso, rapidez na trami-tação e racionalização organizacional.

De acordo com o ministro João Otávio de No-ronha, diretor do CEJ, a pesquisa cumpre a fun-ção de orientar o planejamento e criação de uma Justiça mais eficiente e célere, capaz de atender às demandas dos usuários com qualidade e efici-ência e ainda melhorar a estrutura dos juizados.

“Apenas com um levantamento sério como esse, feito pelo CEJ e pelo Ipea, é que seremos capazes de aprimorar a Justiça no Brasil. Preci-samos desses dados para reinventar e melhorar a Justiça. Por isso, peço o total apoio dos juízes federais, desembargadores e servidores para que haja sucesso no levantamento dessas infor-mações”, explica.

A pesquisadora do Ipea, Luseni Aquino, citou o diagnóstico da estrutura e funcio-namento dos JEFs, já realizado pelo CEJ em 2002, como a base para traçar uma estratégia mais ampla e com resultados ainda maiores. “O Ipea irá desenhar e executar as atividades de pesquisa e parceria com o CEJ e apresen-tar relatórios parciais até setembro de 2012, quando já teremos informações suficientes para montar um relatório final e divulgar o seu resultado, durante um segundo seminário, aqui no CJF”, informa.

Segundo a pesquisadora, o levantamento envolverá coleta de dados em campo, análise de processos judiciais, sistematização das infor-mações existentes nos sistemas de estatística da Justiça Federal sobre movimentação processual e análise de dados socioeconômicos das regiões nas quais os juizados especiais federais encon-tram-se instalados.

A pesquisa, que terá duração de 12 meses, faz parte do Termo de Cooperação para a reali-zação da pesquisa “Acesso à Justiça Federal: dez anos de juizados especiais federais”, assinado em 2011 entre o presidente do CJF e do Superior Tri-bunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, e o presidente do Ipea, Márcio Pochmann. n

Fonte: CEJ/CJF - IPEA

Arte: Raul Méra

141 CIDADES

203 VARAS

1149 PROCESSOS

METRÓPOLE

CAPITAL

CENTRO

LOCALIDADES E NÚMERO DE PROCESSOS NOS JEFS

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Centro de Estudos Judiciários

CEJ/CJF divulga enunciados daV Jornada de Direito Civil

Eles são invocados em obras doutrinárias, acórdãos, sentenças, pareceres e petições ini-ciais. Os enunciados das jornadas de Direito Civil já se tornaram referência no meio jurídico nacional como balizadores de estudos e inter-pretações relativos ao Código Civil de 2002. Em novembro de 2011, o Centro de Estudos Judi-ciários (CEJ) do CJF, que coordena a realização do evento, divulgou os enunciados aprovados na V Jornada de Direito Civil, realizada entre os dias 8 e 10 de novembro, e que comemorou os 10 anos do Código Civil. Os enunciados de 397 a 528 estão disponíveis para consulta no Portal da Justiça Federal (www.jf.jus.br).

Elaborados por comissões de trabalho com-postas por renomados especialistas (professo-res universitários e operadores do Direito), esses entendimentos tratam dos mais diversos aspectos da vida civil, desde questões referen-tes à adoção de filhos e ao regime de bens no casamento, até o registro de sociedades comer-ciais, indenizações decorrentes de responsabili-dade civil e cobrança de dívidas.

Um exemplo de enunciado que suscitou polêmica na Comissão de Direito de Família e de Sucessões foi o de n. 514, referente ao art. 1.571 do CC. De acordo com o enunciado, “a Emenda Constitucional n. 66/2010 não extin-guiu o instituto da separação judicial e extra-judicial”. O desembargador federal Guilherme Calmon, que presidiu a Comissão juntamente com o prof. Francisco José Cahali, explica que a Edson Queiroz

Da esq. p/ a dir.: prof. Rolf Stürner, ministro Ruy Rosado, prof. Gustavo Tepedino e prof. Luiz Edson Fachin

Os novos entendimentos gerados mediante consenso entre grandes especialistas do Direito Civil de todo o País abordam questões da atualidade, tais como a separação judicial e o “usucapião matrimonial”

EC 66 deu nova redação ao § 6º do artigo 226 da Constituição Federal: “A questão da dissolubili-dade do casamento civil pelo divórcio trazida pela EC 66 vem se traduzindo em interpreta-ções discordantes”. Para o magistrado, o en-tendimento acordado pode se tornar referência para os operadores do Direito: “A interpretação vai servir de guia para a doutrina e até mesmo para futuras sentenças e acórdãos”.

A inserção no ordenamento jurídico brasi-leiro de mais uma modalidade de usucapião – o chamado usucapião matrimonial ou familiar –, previsto no artigo 1.240-A do Código Civil, foi um dos temas de maior discussão na V Jornada, e gerou os enunciados de 497 a 500. De acordo com o advogado da União Otavio Luiz Rodri-gues Junior, membro da comissão de Direito das Coisas, o usucapião matrimonial é a possi-bilidade de um dos cônjuges ficar com a pro-priedade do único imóvel do casal, em virtude de abandono do lar por dois anos do outro côn-juge. Neste caso, a lei prevê que, se não houver posse de outro imóvel e este servir de moradia da família, o cônjuge que nele habita terá o seu domínio integral. A nova modalidade de usuca-pião é resultado da edição da Lei 12.424/2011, que entrou em vigor em 16 de junho.

Outro exemplo de enunciado que trata de um tema da atualidade é o 525, segundo o qual “É possível a conversão de união estável entre pessoas do mesmo sexo em casamento, observados os requisitos exigidos para a respec-

tiva habilitação (Art. 1.726)”. O de n. 446, por outro lado, evidencia a preocupação com fatos do cotidiano, como a escalada da violência nos estádios de futebol: “As agremiações esporti-vas são objetivamente responsáveis por danos causados a terceiros pelas torcidas organizadas, agindo nessa qualidade, quando, de qualquer modo, as financiem ou custeiem, direta ou in-diretamente, total ou parcialmente (Art. 927)”.

Debate sobre Direito material“As Jornadas de Direito Civil mantém vivo

o debate sobre o Direito material”. A afirmação foi feita pelo diretor do CEJ/CJF e corregedor-geral da Justiça Federal, ministro João Otávio de Noronha, durante o encerramento da V Jor-nada. Os enunciados que resultam desses en-contros, segundo o ministro, contribuem para a melhor aplicação de seus institutos e para o desenvolvimento da Justiça brasileira.

Para o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ruy Rosado de Aguiar Júnior, um dos mentores das Jornadas e coor-denador científico de todas as cinco edições já realizadas, elas são uma grande prestação de serviço social que a Justiça Federal faz à socie-dade brasileira, na medida em que permitem o aperfeiçoamento da ordem jurídica.

O ministro Noronha ressaltou que “as me-lhores cabeças pensantes do Direito brasileiro” participaram da V Jornada, coordenadas por uma equipe do mais alto gabarito: o ministro Ruy Rosado de Aguiar, o ministro do STJ Paulo Sanseverino e os juristas Ana Frazão, Gustavo Tepedino, Paulo Roque e Otávio Júnior. “Os enunciados têm força muito grande. Eu mesmo já tive oportunidade de me orientar pelos enun-ciados várias vezes, principalmente em matéria nova, em que ainda não temos precedentes”, contou o diretor do CEJ/CJF.

A V Jornada reuniu, durante dois dias, cerca de 250 especialistas e convidados que se divi-diram em seis comissões temáticas, de acordo com os capítulos do Código Civil – Parte Geral, Direito de Família e Sucessões, Direito das Coi-sas, Direito das Obrigações, Direito de Empresa e Responsabilidade Civil. Cada comissão apro-vou um conjunto de enunciados que, ao final do evento, foram lidos em sessão plenária e postos em votação. n

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Decisões do CJF

Foi aprovada no dia 28 de novembro, durante sessão do CJF, a Resolução 168, de 05/12/2011, que altera os termos da Resolução 122, de 28/10/2010, que regulamenta, no âm-bito da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, os procedimentos relativos aos paga-mentos devidos pelas fazendas públicas por meio de precatórios e de requisições de peque-no valor (RPVs) nos processos de competência da Justiça Federal e no exercício da competên-cia federal delegada. As modificações visam a adequar a regulamentação da matéria, em decorrência de diversas alterações na legisla-ção, tais como incidência de imposto de renda nos rendimentos recebidos acumuladamente (RRA), parcelamento de precatórios e compen-sação e também instituir norma de transição para o pagamento parcelado dos precatórios não-alimentícios, que estava previsto no art. 2º da EC 30/2000 e cuja eficácia foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2010, no julgamento conjunto de medidas cautelares em duas Ações Diretas de Inconsti-tucionalidade (2356/DF e 2362/DF).

O artigo 60 da Resolução 168 determina que “o parcelamento dos precatórios expedi-dos até o exercício de 2011 subsistirá até que o Supremo Tribunal Federal decida os embargos de declaração opostos pela União na ADI 2356/DF, nos termos do Ofício encaminhado pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Cesar Peluzzo, ao presidente do Con-selho da Justiça Federal”. Assim, os atos que determinam o parcelamento dos precatórios reúnem, até que o STF decida os embargos de-claratórios, todos os elementos necessários à sua exequibilidade.

No Ofício, o presidente do CJF consultava o presidente do STF quanto aos procedimentos relativos aos valores de parcelas remanescentes dos precatórios parcelados no âmbito da Justiça Federal para inclusão na Proposta Orçamentá-ria de 2012. O presidente do STF respondeu, no entanto, que o CJF deveria aguardar o jul-gamento dos embargos declaratórios opostos pela Advocacia-Geral da União.

O artigo 78 do Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias (ADCT) permitia o pagamento de precatórios pendentes na data da promulgação da Emenda Constitucional 30/2000, de forma parcelada, em até dez anos.

Norma regulamenta pagamento de precatórios parcelados A Resolução 168/2011, além de promover adequações decorrentes de alterações legais, estabelece regras provisórias enquanto se aguarda decisão do STF na ADI 2356/DF

O dispositivo foi contestado nas medidas cau-telares em tramitação no STF, sob o argumento de que a EC 30/2000, ao admitir a liquidação em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, violou o direito adquirido do beneficiário do precatório, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Retenção de IR e compensaçãoQuanto à inclusão de normas relativas à

operacionalização da retenção de tributos, o art. 32 da resolução dispõe que o imposto de renda que incide sobre os valores de requisi-ção de pagamentos devidos aos beneficiários será retido na fonte pela instituição financeira responsável pelo pagamento, por ocasião do saque efetuado pelo beneficiário, observan-do procedimentos quanto à retenção sobre os rendimentos recebidos acumuladamen-te (RRA), de que trata o artigo 12-A da Lei 7.713/1998, ou as situações previstas no art. 27 da Lei 10.833/2003 . No entanto, a retenção do imposto será dispensada quando o beneficiário declarar ao banco que os rendimentos recebi-dos são isentos ou não tributáveis ou quando, em se tratando de pessoa jurídica, estiver ins-crito no Simples Nacional.

No que diz respeito à regra de compen-sação de débitos perante a Fazenda Pública, o artigo 11 da Resolução 122/2010 foi modificado,

e passa a dispor que antes da elaboração do pre-catório, o juízo da execução intimará o órgão de representação judicial da entidade executada por mandado, para que informe em 30 dias a existência de débitos do beneficiário para com a pessoa jurídica devedora do precatório.

As mudanças na Resolução 122 foram su-geridas pelo Grupo de Trabalho (GT) criado no âmbito da Corregedoria-Geral da Justiça Fede-ral, coordenado pelo juiz federal Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes e composto por servidores da Justiça Federal de todas as regiões. A alte-ração proposta foi objeto de tratativas com representantes da Receita Federal, dos bancos oficiais, da Procuradoria da Fazenda Nacional e do Tesouro Nacional.

Os precatórios e RPVs são pagos às pes-soas (física ou jurídica) que possuem créditos decorrentes de ações judiciais decididas em seu favor na Justiça Federal e também naque-las decorrentes da competência federal dele-gada – processos de natureza previdenciária que a Constituição Federal autoriza que se-jam ajuizados em comarca estadual naquelas localidades onde não há vara federal. São da competência da Justiça Federal ações que en-volvem, como autoras, rés ou interessadas, a União Federal, incluindo suas autarquias e fundações públicas, tais como o INSS e univer-sidades federais. n

Edson Queiroz

Sessão do CJF em 28 de novembro de 2011

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Decisões do CJF

Sistema recursal da TNU ganha nova configuração

O CJF, em sessão realizada no dia 24 de outubro, aprovou a Resolução 163/2011, que promove alterações no Regimento Interno da Turma Nacional de Uniformização da Jurispru-dência dos Juizados Especiais Federais (TNU). As mudanças, conforme o presidente da TNU e corregedor-geral da Justiça Federal, ministro João Otávio de Noronha, visam possibilitar um sistema recursal mais racional, que evite acúmulo de recursos desnecessários e, dessa forma, garanta maior agilidade no julgamento dos processos que realmente necessitem de uniformização. A proposta aprovada altera a Resolução 22/2008 do CJF, que dispõe sobre o Regimento Interno da Turma, e revoga a Reso-lução 62/2009.

No artigo 6º da Resolução, que trata do in-cidente de uniformização, recurso que compete à TNU julgar, acrescenta-se parágrafo pelo qual, na hipótese de incidentes dirigidos simultanea-mente à TNU e à Turma Regional (instância uni-formizadora no âmbito de cada região da Justiça Federal), deve ser julgado primeiramente o inci-dente dirigido a esta última. “Trata-se de modi-ficação que reforça a excepcionalidade do inci-dente nacional”, argumenta o ministro Noronha, relator da proposta de reforma da Resolução.

No artigo 7º, que trata da competência do presidente da TNU, foram aprovadas alterações nos incisos VII e VIII. As mudanças possibilitam ao presidente a devolução automática às turmas recursais de origem dos processos que versem sobre questão já julgada pela TNU e sobre tema já pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça em recurso repetitivo ou incidente de unifor-mização, ou pelo Supremo Tribunal Federal em repercussão geral, para que promovam a adequação ou a manutenção de seus acórdãos, conforme o caso. O presidente da TNU (ou o juiz relator do incidente, conforme inc. VIII do art. 8º) também poderá devolver às TRs de ori-gem ações cujos temas estejam pendentes de apreciação pela TNU, pelo STJ ou pelo STF, para que sejam suspensos até a decisão dos recur-sos, de forma que se promova a adequação dos acórdãos no momento oportuno. O presidente poderá, ainda, determinar o sobrestamento dos feitos que já tiverem sido julgados pela TNU, nos quais tenha sido interposto recurso ao STJ ou ao STF, até a decisão final.

De acordo com o ministro Noronha, essas medidas visam “desmotivar a interposição de

Edson Queiroz

Sessão da TNU

Regimento Interno do Colegiado foi alterado com o objetivo de reforçar a excepcionalidade do incidente nacional e otimizar a tramitação dos recursos

incidentes cuja normatização já foi alcançada em julgamento anterior pela TNU” e, ao mesmo tempo, prestigiar o regime de julgamento de recursos representativos de controvérsia pelos tribunais superiores, “cujos resultados devem necessariamente ser observados em homena-gem à segurança jurídica”.

O parágrafo 4º do artigo 15 – que trata do processamento do incidente de uniformização – foi da mesma forma alterado, para incluir normatização sobre a necessidade de funda-mentação adequada dos recursos interpostos contra decisões que não admitem incidentes na origem. Segundo o ministro Noronha, es-ses recursos atualmente são encaminhados por meio de um simples pedido de reconsi-deração. “Essa circunstância tem permitido a subida automática e desmotivada de inciden-tes sem a mínima condição de conhecimento, inclusive intempestivos e movidos sem indica-ção de divergência alguma do acórdão recorri-do com os paradigmas indicados”. O ministro observa que mais de 80% dos processos que aguardam distribuição na TNU referem-se a pedidos de reconsideração.

A utilização excessiva do pedido de re-consideração, conforme relata o ministro, possibilitou, ao longo do tempo, “a institucio-nalização de conduta danosa ao bom funcio-namento da Justiça”, já que, em regra, toda decisão do presidente da TNU que confirma decisão de inadmissão do incidente sofre a in-terposição de agravo regimental, o que permi-te a distribuição do recurso ao Colegiado para nova análise. O pedido de reconsideração, portanto, será substituído pela possibilidade de recurso de agravo nos próprios autos con-tra decisão de inadmissão do incidente, mas a decisão proferida pelo presidente da TNU, que reformar essa inadmissão do incidente, será irrecorrível.

“Um sistema não pode, ao mesmo tempo, prestigiar a celeridade, a informalidade, a eco-nomia processual e a proliferação de recursos. Se esta última já é um problema da Justiça bra-sileira como um todo, não se pode permitir que se instale, de forma definitiva, nos juizados especiais federais, cujo propósito é atender de forma rápida e segura pretensões que tenham valor reduzido”, afirma o ministro Noronha. n

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Decisões do CJF

Na sessão de 24 de outubro, o CJF aprovou o texto de anteprojeto de lei que cria três novas varas federais em Macapá (AP), além de cargos de juízes, servidores e funções comissionadas. O processo examinado pelo CJF foi da relatoria do presidente do Colegiado, ministro Ari Pargendler, também presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O texto do anteprojeto foi aprovado pelo Pleno do STJ em 05/12/2011 e encaminhado ao Congresso Nacional.

O ministro Ari Pargendler classificou como de grande importância a medida. Ele revelou a carência de uma vara ambiental em Macapá, ca-pital do Amapá. “O estado tem grandes recursos naturais, reservas florestais imensas. Há necessi-dade de que eventuais danos ao meio ambiente sejam imediatamente reprimidos”, avaliou.

A decisão foi tomada após análise de rela-tórios da Direção do Foro da Seção Judiciária do Amapá e do secretário de Controle Interno do CJF, que visitou a sede da seccional, em Ma-capá, e verificou in loco a situação da unidade, em termos de demanda processual e deficiên-cias do quadro de pessoal. Segundo os dados coletados pelo secretário, as atuais três varas federais da capital do Amapá (duas de com-petência comum e um juizado especial) pos-suem mais de 30 mil processos em tramitação. Nos últimos dez anos, segundo o relatório, a população do estado teve um crescimento de mais de 26%, o que gerou reflexos na atividade

O CJF aprovou a Resolução 160, de 08/11/2011, que regulamenta, no âmbito da Jus-tiça Federal, o procedimento de alienação por iniciativa particular em caso de insucesso da ad-judicação (transmissão da propriedade) de bens penhorados. Previsto no artigo 685-C do Código de Processo Civil, inserido pela Lei 11.382/2006, a alienação particular permite que o próprio exequente (aquele que promove a execução) escolha se os bens penhorados serão alienados por iniciativa própria ou por intermédio de cor-retor credenciado perante a autoridade judiciá-ria. A medida foi aprovada no dia 24 de outubro.

O relator da matéria, o corregedor-geral da Justiça Federal, ministro João Otávio de Noro-

econômica e, consequentemente, na demanda processual perante a Justiça Federal.

Além disso, houve significativo incremento de ações no Juizado Especial Federal, por ser esta uma opção mais rápida de solução para o jurisdi-cionado com causas de menor valor, e a ausên-cia de outras varas especializadas vem trazendo transtorno no curso dos processos. Em matéria penal, por exemplo, há várias ações de repercus-são nacional em andamento no estado (resultan-tes de operações da Polícia Federal), havendo o risco de prescrição de determinadas ações.

Reprodução Site Jornal Nacional

Fortaleza de São José de Macapá (AP), um dos cartões postais da cidade

Anteprojeto prevê criação de três varas federais em Macapá (AP)

Regulamentada na JF a alienação por iniciativa particular

A Justiça Federal do Amapá também recebe grande número de ações de servidores públi-cos e demandas de órgãos federais como a Ad-vocacia-Geral da União (AGU), a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, a OAB, o Ministério Público da União e as procuradorias autárqui-cas, cujo contingente no estado aumentou em proporção muito superior ao contingente de juízes federais. Autoridades dessas instituições demonstraram preocupação com o efetivo de magistrados disponíveis para atendimento dos processos do estado. n

nha, ressalta que o instituto da alienação por ini-ciativa particular visa dar a eficiência e a agilida-de próprias da prática de mercado e tornar mais rápida a execução do processo. “A proposta que disciplina a alienação por iniciativa particular foi aprovada pelo Fórum de Corregedores da Justiça Federal. Serve, portanto, de mo-delo normativo para a unificação desse procedimento no âmbito da Justiça Fede-ral”, informa o ministro em seu voto.

A resolução estabelece os proce-dimentos para o credenciamento de corretores e os passos a serem obser-vados no caso da alienação pelo pró-prio exequente. n

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Decisões do CJF

Penalidades não são mais óbices ao processo de remoção

O CJF aprovou a Resolução 158, de 28/10/2011, que altera a Resolução 3/2008, a qual dispõe sobre a remoção de servidores no âmbito do Conselho e da Justiça Federal, em sessão realizada no dia 24 de outubro. O relator da matéria, ministro Ari Pargendler, presidente do CJF, propôs a revogação da alínea “b” do inciso I do artigo 30 da nor-ma, segundo a qual o processo de remoção deve ser instruído após comprovação de não ter o servidor sofrido penalidade de adver-tência no último ano ou de suspensão nos últimos três anos anteriores ao pedido. Com a revogação, não será mais necessária essa comprovação para que o servidor participe do concurso de remoção.

Na sessão de julgamento de 12/9/2011, o ministro Ari Pargendler proferiu voto com o entendimento de que a “supressão suge-rida é medida que prestigia o princípio da legalidade, uma vez que o impedimento inscrito no dispositivo sob exame acresce, às penalidades disciplinares de advertência e de suspensão, outro efeito além daqueles re-

gulares e previstos em lei” e que essas veda-ções afrontam também o princípio da igual-dade. Ele esclarece que o impedimento temporal estabelecido na resolução não decorreu de imposição legal, mas de ato discricionário da Administração.

Para examinar melhor a questão, o vice-presidente do CJF, ministro Felix Fischer, havia pedido vis-ta do processo, e apresentou voto-vista também favorável à revogação do dispositivo. O ministro Fischer relata, em seu voto, que recebeu em 17/10/2011 ofício do Conse-lho Nacional de Justiça comu-nicando decisão no Pedido de Providências n. 0003376-38.2011.2.00.0000, que sus-tou a execução da alínea “b” do inciso I do art. 30 da Reso-lução n. 3/2008 e determinou ao CJF que promovesse a revisão do ato no prazo de 60 dias. n

Pagamento e compensação de horas extras têm nova regulamentação

Em sessão realizada em 12 de dezembro, o CJF aprovou, por intermédio da Resolução 173, de 15/12/2011, nova regulamentação quanto ao pagamento do serviço extraordi-nário e a compensação de horas extras no âmbito do CJF e da Justiça Federal de 1º e 2º graus. Dentre as principais alterações está a inclusão do servidor ocupante de cargo em comissão como detentor do direito à percep-ção de remuneração ou compensação pelo serviço extraordinário. A prestação desse ser-viço, no entanto, só poderá ser autorizada, por escrito, para atender a situações excep-cionais e temporárias, devidamente justifica-das. A autorização será dada pelo presidente, no CJF e nos TRFs, e pelo diretor do foro, nas seções judiciárias, aos quais compete re-conhecer a necessidade de sua prestação e a situação excepcional e temporária.

A nova redação da norma institui, entre ou-tros pontos, que o servidor submetido à jornada ininterrupta poderá prestar serviço extraordi-nário desde que cumpra jornada de oito horas, com intervalo de no mínimo uma hora, no dia da prestação do serviço. O serviço extraordiná-rio não poderá exceder duas horas diárias nos dias úteis, 44 mensais e 134 anuais. Nos juizados especiais federais, contudo, esse limite anual po-derá ser ultrapassado, em caráter excepcional, mediante autorização do presidente do respecti-vo tribunal, exclusivamente nos feriados dos dias 11 de agosto e 1º e 2 de novembro.

De acordo com a norma, o valor da hora extra será calculado dividindo-se a remunera-ção mensal do servidor, incluída a retribuição da função ou cargo comissionado, pelo resultado da multiplicação do número de horas da jorna-da diária por 30, adotando-se o divisor de 200

com acréscimo de 50% se em dia útil ou sábado e 100% em caso de domingos, feriados e reces-so forense. Pela resolução, o recesso forense é o período compreendido entre 20 de dezembro e 6 de janeiro. A critério do titular da unidade, as horas extras poderão ser convertidas em banco de horas e utilizadas em até 60 dias.

Quando ocorrer a prestação de serviço ex-traordinário, o registro da jornada de trabalho e das horas extraordinárias deverá ser efetuado, preferencialmente, em sistema eletrônico de pre-sença. Os dias de crédito não poderão ser acu-mulados por mais de um exercício nem exceder a trinta dias. Também não deverão ser gozados em acúmulo com férias não parceladas, para que a ausência do servidor não exceda a trinta dias.

O novo ato revoga o art. 50 e promove alte-rações nos artigos 42, 43, 45, 46 e 47 da Resolu-ção 4/2008, que antes disciplinava a matéria. n

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Decisões do CJF

Concessão de licenças médicas tem novas regras

O CJF aprovou a Resolução 159, de 08/11/2011, que altera a regulamentação das licenças para tratamento da própria saúde (Re-solução 2/2008) e por motivo de doença em pessoa da família (Resolução 5/2008) no âmbito do Conselho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, tendo em vista alterações pro-movidas na Lei 8.112/90 pelas Leis 11.907/2009 e 12.269/2010. Relatada pelo desembargador fede-ral Roberto Haddad, presidente do TRF3, a ma-téria foi debatida na sessão do dia 24 de outubro.

De acordo com o texto aprovado, poderão ser concedidas ao servidor licença para trata-mento da própria saúde e licença por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta ou entea-do, ou de dependente que viva às suas expensas e conste dos seus assentamentos funcionais. A concessão, no entanto, fica condicionada à ava-liação de perícia oficial.

Outra das principais alterações efetua-das é a questão da suspensão ou interrupção do estágio probatório no caso de licença para tratamento da própria saúde ou de licença por motivo de doença em pessoa da família. De acordo com o relator, como a Lei 12.269/2010 não disciplinou a matéria “estágio probatório”, o instituto permanece suspenso durante todo o período de fruição de licença por motivo de doença em pessoa da família.

Já quanto ao impacto da licença no período de gestão para progressão funcional ou promo-

ção na carreira após o estágio probatório, ficou decidido que os primeiros 30 dias de licença a cada período de 12 meses devem ser conside-rados como de efetivo exercício também para cômputo do período de gestão (parágrafo úni-co do art. 24, da Lei n. 12.269/2010, c/c § 5º do art. 20 da Lei n. 8.112/1990). Porém, a partir do 31º dia no mesmo lapso de 12 meses, o período da licença somente pode ser considerado para fins de aposentadoria e disponibilidade e, mes-mo assim, se for remunerada, o que impede seu cômputo no período de gestão para progressão funcional ou promoção na carreira.

A resolução também trata do novo regra-mento da licença por motivo de doença em pessoa da família durante as férias. De acordo com a norma, os primeiros 30 dias de licença a cada 12 meses contam como efetivo exercício para fins de período aquisitivo de férias. A reso-lução também determina que não pode haver concomitância dessa licença – e também da li-cença para tratamento da própria saúde – com o gozo de férias.

Conforme a nova regulamentação, a Justiça Federal deve reconhecer os efeitos financeiros decorrentes da alteração legislativa segundo a qual, a partir de 12 de dezembro de 1990, são considerados como de efetivo exercício os perí-odos de licença médica por doença em pessoa da família inferiores a 30 dias em cada 12 meses. Os juros de mora nos valores apurados para direitos reconhecidos pela aplicação retroativa

das disposições do parágrafo único da Lei 12. 262/2010 serão devidos nos pagamentos efetua-dos após 30 dias da vigência da lei autorizadora, ou seja, a partir de 22/7/2010.

Por fim, devem ser observados os critérios da Resolução 106/2010 para a apuração de valo-res de passivos devidos a servidores do Conse-lho e da Justiça Federal de primeiro e segundo graus. Neste sentido, foi alterada a redação do artigo 48, § 2º, da Resolução CJF 5/2008, o qual estabelece que “durante a fruição de licença, o servidor ocupante de função comissionada ou cargo comissionado perceberá apenas a remu-neração do cargo efetivo (...)”.

Como não há retroação da lei, somente as li-cenças concedidas a partir de 22/6/2010 serão re-muneradas de acordo com a nova orientação.n

Por intermédio da Resolução 162, de 08/11/2011, o CJF revogou o artigo 3º e os parágrafos 1º e 2º do artigo 7º da Resolução 115/94, assim como o artigo 2º, parágrafo único, e artigo 6º, parágrafo único, da Reso-lução 155/96, dispositivos que tratavam da reserva de vagas a deficientes físicos em concursos públicos na Justiça Federal. A decisão, de caráter emergencial, foi proferida em sessão do dia 24 de outubro. Estudos que estão sendo realizados pelo Sistema de Recursos Humanos da Justiça Federal subsidiarão nova proposta de regulamentação a ser apreciada pelo Conselho.

O relator da matéria e presidente do CJF, ministro Ari Pargendler, explica que as alterações foram decididas após questionamentos do Ministério Públi-co Federal, segundo os quais a regulamentação feria a legislação pertinente.

A Resolução 155 reservava 20% das vagas em concursos públicos da Justiça Federal a deficientes, mas para a definição do número de vagas de-corrente da aplicação desse percentual, estipulava regra segundo a qual esse número será arredondado para o número inteiro imediatamente in-

ferior, em frações menores que 5/10, e para o imediatamente superior, em frações iguais ou superiores a 5/10. “A ordem de classificação decorrente da aplicação conjunta das resoluções 115/94 e 155/96 tem-se mostrado inadequada, especialmente em concursos com menos de 10 vagas, caso em que nenhuma seria destinada ao deficiente, o que nega efetividade à política de inclusão estabelecida no inciso VIII do artigo 37 da Constituição Federal”, afirma o ministro Ari Pargendler.

Ele explica que esses regramentos, no âmbito da Justiça Federal, precisam ser revisados e adequados à legislação superveniente, em es-pecial o artigo 37, parágrafo 1º e seguintes do Decreto 3.298/1999, que regulamenta a Lei 7.853/1989.

“A revogação parcial ora proposta é solução de caráter imediato, ao excluir dispositivos que afrontam a legislação superveniente, e evita que os tribunais regionais federais, ao realizarem concursos públicos para provi-mento de cargos, sejam compelidos a cumprir regramentos dissonantes da legislação em referência”, conclui o ministro em seu voto. n

Vagas para deficientes em concursos terão nova regulamentação

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Decisões do CJF

Aprovado programa nacional de capacitação de servidores para 2012/13

O CJF aprovou na sessão de 24 de outu-bro o Programa Permanente de Capacitação dos Servidores da Justiça Federal (PNC) para o exercício de 2012/2013. O documento, da relatoria do corregedor-geral da Justiça Fede-ral e diretor do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), ministro João Otávio de Noronha, é re-sultado de estudos realizados pelo CEJ, pela Secretaria de Recursos Humanos do CJF e pe-las áreas de Recursos Humanos dos tribunais regionais federais.

Entre os objetivos traçados para o progra-ma estão os de formar e desenvolver os servi-dores para o cumprimento da missão institu-cional, implantar e desenvolver programas de aprendizagem voltados para a formação inicial e continuada dos servidores e contribuir para o alcance das metas definidas no Planejamento Estratégico da Justiça Federal.

AçõesO PNC estabelece a capacitação dos servi-

dores em quatro vertentes: cidadania, com foco na missão e visão institucional; estratégica, com foco nos objetivos, metas e projetos estratégi-cos da Justiça Federal; técnica, voltada para o

PNC considera as vertentes cidadã, estratégica, técnica e gerencial para a formação dos servidores

desempenho do servidor no exercício de suas atribuições; e gerencial.

Para tanto, estão previstos programas como o de ambientação e integração de novos servidores, formação técnica básica, intermediária e especializada, formação dos profissionais de treinamento e desenvolvi-mento, reciclagem para atividade de seguran-

ça, de desenvolvimento gerencial, além da formação de multiplicadores, com ênfase no aprendizado a distância.

Além de atender à Lei 11.416/2006 e à Resolução CJF 536/2006, o PNC tem o obje-tivo de melhorar a qualidade profissional dos servidores e influir diretamente no aprimora-mento institucional. n

Edson Queiroz

Sessão do CJF de 24 de outubro de 2011

Com o intuito de se adequar aos novos critérios para realização de obras no âmbito do Poder Judiciário, o CJF aprovou, em ses-são de 12/12, a Resolução 179, de 21/12/2011, que disciplina o planejamento, a execução e a fiscalização de obras e aquisição de imóveis para toda a Justiça Federal. Este ato normativo também regulamenta o sistema de priorização dos projetos para inclusão no Plano de Obras. A iniciativa atende ao disposto nos artigos 32 e 35 da Resolução 114/2010, do Conselho Nacio-nal de Justiça (CNJ).

Em 2008, o CJF já havia editado a Reso-lução 16, que instituiu o Comitê Técnico de Obras da Justiça Federal e estabeleceu a inclu-são na proposta orçamentária anual dos recur-sos para projetos de construção, aquisição, reforma e modernização de imóveis. Contudo, a norma precisou ser revista por não atender integralmente às recentes determinações do

Resolução disciplina obras da JF de acordo com normas do CNJ

CNJ. Foram necessárias mudanças em relação a temas como fiscalização e priorização de obras, por exemplo.

A minuta da nova resolução do CJF foi elabo-rada após meses de pesquisas promovidas pelas

áreas técnicas do CJF e dos tribunais regionais federais por meio de reuniões internas e por vi-deoconferência. O CJF também formulou consul-tas ao CNJ para esclarecer dúvidas com relação à aplicação das novas regras sobre o tema. n

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Gestão Documental

CJF implanta sistema de gestão de documentos eletrônicos

O avanço da tecnologia trouxe grandes oportunidades no mundo corporativo. Mas jun-to às facilidades geradas pela “Era Digital”, outro assunto preocupante começou a fazer parte da vida de quem acessa a internet: as fraudes digi-tais. Pensando nisso, o CJF resolveu adotar a cer-tificação digital para todos os servidores da casa.

O certificado digital é um documento ele-trônico que contém dados sobre a pessoa ou empresa que o utiliza para comprovar sua identi-dade perante terceiros. Funciona como uma car-teira de identidade eletrônica, permitindo que uma transação realizada pela internet torne-se segura, já que as partes envolvidas deverão apre-sentar mutuamente suas credenciais.

A medida garante autenticidade e integrida-de e evita fraudes, já que os documentos, para possuírem reconhecimento legal, não mais pre-cisam ser convertidos em papel, assinados com reconhecimento de firma e enviados via postal, diminuindo custos e a burocracia.

A certificação digital é parte necessária para implantação do Sistema de Gestão de Docu-mentos Eletrônicos (Siga-Doc), implantado no CJF em janeiro de 2012, por meio da Portaria 95, de 28/12/2011. Com a utilização do programa, o CJF promove a agilidade dos trâmites adminis-trativos e aperfeiçoa os processos de trabalho, duas estratégias consideradas prioritárias.

O Siga-Doc é um software criado pela equipe da Subsecretaria de Tecnologia da In-

formação e de Comunicações da Seção Judici-ária do Rio de Janeiro e inserido na instituição desde 2007. Ele permite a criação, transferên-cia, assinatura e demais atos de tramitação de documentos administrativos de forma exclu-sivamente eletrônica. Testado e aperfeiçoado pela SJRJ ao longo de quatro anos, opera com certificação digital, tem recursos para gerar PDFs, trabalha com modelos de documentos e formulários pré-definidos e possui muitas ou-tras funcionalidades.

“Com o sistema é possível tramitar os ex-pedientes eletronicamente, passando-os para os setores responsáveis até chegar à fase de arquivamento. Com isso, o CJF busca dar mais transparência às informações. É um salto que es-tamos dando”, acredita Silvana Soares, da Coor-denadoria de Gestão por Processos, ligada à Se-cretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI).

Sobre como o CJF tem lidado com a transi-ção para o Siga-Doc, a coordenadora afirma que a SDI tem visitado vários setores para auxiliar na identificação das rotinas a serem reorganizadas e promovido encontros entre os participantes de processos de trabalho que sofreram alteração em função da implantação do novo sistema. “Sa-bemos que toda mudança pode causar descon-forto inicialmente, mas a fase de implantação é fundamental para que possamos colher os frutos depois, como uma organização mais dinâmica, informações disponíveis e economia de tempo

e recursos”, avalia Silvana. “Esse sistema aumen-tará a nossa capacidade de gerenciamento da informação”, aposta o servidor Walter Pereira.

Em quatro anos de utilização do Siga-Doc, a SJRJ já registrou uma aceleração no trâmite de documentos administrativos e redução do volume de expedientes transportados entre foros e subseções.

O reconhecimento da eficiência do software pelo CJF chamou a atenção de outras instituições. Em 2011, a SJRJ celebrou convênio com o Tribu-nal de Justiça do Pará para implantar o Siga-Doc e em janeiro de 2012 o sistema começou a ser usado pelo TRF da 3ª Região. n

O Conselho das Escolas da Magistratura Fe-deral (Cemaf ), presidido pelo diretor do Cen-tro de Estudos Judiciários (CEJ), ministro João Otávio de Noronha, e composto pelos diretores das escolas da magistratura federal das cinco regiões da Justiça Federal e pelo presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Aju-fe), reuniu-se no dia 13 de dezembro, no CJF, para discutir a reformulação do Plano Nacional de Aperfeiçoamento e Pesquisa para Juízes Fe-derais (PNA). Questões referentes à formação inicial do juiz como etapa de concurso, paga-mento de bolsa, as escolas de magistratura e a formação de servidores, o afastamento de juris-dição para diretores de Escola de Magistratura Federal e a formação de uma rede de escolas foram discutidas no encontro.

O ministro Noronha destacou a importân-cia de se investir na formação inicial do juiz

Cemaf debate formação dos magistrados federais

Edson Queiroz

e nas escolas. A secretária do CEJ, Maria Rai-munda Mendes da Veiga, apresentou a minuta do novo PNA e relatou os encaminhamentos feitos pelos comitês de Aperfeiçoamento e de Pesquisa, Editoração e Intercâmbio. Entre as questões apontadas, destacou-se a formação inicial como etapa do vitaliciamento, e não como etapa do concurso.

Quanto à formação de servidores nas es-colas de magistratura, tal como determinado na Resolução CNJ 126, a secretária do CEJ sa-lientou que o caminho é o desenvolvimento de competências estratégicas e foco na for-mação de uma equipe de assessoramento ao juiz federal.

Ela apresentou ainda estudo sobre a pos-sibilidade de afastamento de jurisdição dos diretores das escolas durante o exercício do mandato. “Hoje, os diretores acumulam o cargo

com suas funções no tribunal, o que prejudica ambos os cargos”, esclareceu.

Com relação à formação de uma rede de es-colas, o CEJ apresentou um gráfico com o que as instituições hoje oferecem aos seus alunos. Constatou-se que pouco mais de 50% das ati-vidades das escolas correspondem a eventos, tais como conferências, simpósios e encontros; 26% é formada por cursos teóricos; e o restan-te divide-se em treinamentos e pós-graduação, entre outros.

A secretária do CEJ destacou que é preci-so reformular os currículos de modo a alinhá-los às normas da Enfam, a Escola Nacional de Magistratura, as quais prevêem um currículo mínimo, com metodologia de estudo de caso. “As tratativas já começaram e as escolas deverão trazer as suas sugestões até a próxima reunião, em fevereiro de 2012”, disse a secretária. n

Educação

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Centro de Estudos Judiciários

Seminário reúne mais de 150 pessoas para discutir Direito Aduaneiro

A fim de oferecer aos magistrados federais a oportunidade de debater e avaliar as principais questões jurídicas que envolvem as legislações de controle das aduanas com profissionais do setor, o CEJ/CJF realizou, nos dias 25 e 26 de outubro, o 1º Seminário Nacional em Matéria Aduaneira. Além de juízes, cerca de 150 procuradores, audi-tores e fiscais da Fazenda Nacional e da Receita Federal, bem como membros do Ministério Pú-blico, participaram das atividades do seminário.

O evento também buscou apresentar o atual cenário internacional do controle adua-neiro e a atuação da Receita Federal do Brasil, discutir a dinâmica do comércio exterior diante dos procedimentos e normas legais e o sistema de revisão aduaneira conjugado às decisões do STJ, analisar os procedimentos referentes ao regime aduaneiro especial (drawback), além de debater temas como evasão de divisas e interposição fraudulenta de terceiros e seus aspectos controversos.

Segundo o corregedor-geral da Justiça Fe-deral e diretor do CEJ, ministro João Otávio de Noronha, o evento pretendeu ampliar a discus-são sobre o assunto. “O seminário servirá para fortalecer ainda mais a matéria aduaneira, pois permitirá que os participantes tenham uma maior compressão sobre o tema”, disse o minis-tro, durante a solenidade de abertura. O even-to é uma parceria entre o Conselho da Justiça Federal, a Polícia Federal, a Receita Federal, a Procuradoria da Fazenda Nacional e o Ministé-rio Público Federal.

Na opinião de Bruna Mendes, coordenado-ra de Desenvolvimento de Programas Educa-cionais do CEJ e responsável pela organização do seminário, era fundamental que o Conselho participasse dessa discussão, tendo em vista que muitos magistrados federais trabalham di-retamente com as questões envolvidas pela ma-

téria aduaneira. “Foi por isso que procuramos trazer profissionais das três áreas para palestrar, compondo uma abordagem temática mais plu-ral do tema”, disse.

A palestra inaugural foi proferida pelo au-ditor fiscal Wagner Wilson de Casto. Ele falou sobre o controle aduaneiro, o atual cenário do comércio internacional, destacou o papel da ad-ministração aduaneira e as perspectivas históri-cas do setor. “Infelizmente, o grau de desconhe-cimento ainda é grande. Por isso, precisamos de iniciativas como esta, para que mais pessoas tenham ampla visão sobre o assunto”, destacou.

Debates sobre revisão aduaneira e regime aduaneiro especial (drawback) também fize-ram parte do seminário. O desembargador fede-ral do TRF da 3ª Região, Carlos Muta, apresen-tou o posicionamento da Justiça Federal diante de alguns itens do Regulamento Aduaneiro, principalmente com relação à apuração da regu-laridade do pagamento dos impostos à Receita Federal, quando da retirada das mercadorias dos portos. “O importante, nessa questão, é a observância dos princípios constitucionais da le-galidade e do devido processo legal – preceitos

que, apesar de não regularem especificamente a matéria aduaneira, devem ser aplicados. É o que vemos, por exemplo, na jurisprudência dos tribunais, que está fincada na concepção do erro de fato”, ponderou o magistrado.

Para a procuradora da Fazenda Nacional, Ângela Estrella, é fundamental distinguir o di-reito relacionado aos tributos comuns, pagos por todos os cidadãos, do direito que rege a matéria aduaneira – apesar de ambos serem regulamentados pelo Código Tributário Nacio-nal (CTN). “Os dois visam objetivos diferentes”, acredita. O principal argumento é que muitos aspectos específicos do tema acabam sendo re-gulamentados por diferentes resoluções. Já no painel sobre regime aduaneiro especial, o audi-tor fiscal da Receita Federal, Rodrigo Mineiro, abordou o Código Aduaneiro Comunitário do Mercosul, aprovado pelo bloco em 1994.

Ainda durante o seminário, a desembarga-dora federal do TRF da 1ª Região, Maria do Car-mo Cardoso, apresentou alguns dos principais entendimentos da Justiça Federal ao analisar as ações sobre o chamado drawback. O termo define os contratos que regem a suspensão temporária de impostos sobre matérias-primas importadas para fabricação de manufaturados. É sobre o produto final, quando exportado, que se processa o pagamento das tarifas. A finalida-de é estimular a produção interna voltada para o comércio exterior.

Outros temas colocados em discussão du-rante o evento foram as sanções aplicadas aos ex-portadores de mercadorias e as dificuldades de cobrança de impostos sobre o processo de entra-da e saída de produtos do Brasil. Com o sucesso do evento, a coordenação do CEJ já começou a pensar na segunda edição, que deverá acontecer no próximo ano, novamente em parceria com a Receita e a Polícia Federal, a Procuradoria da Fa-zenda Nacional e o Ministério Público. n

Da esq. p/ a dir.: Wagner de Castro, auditor-fiscal da Rec. Federal, ministro João Otávio de Noronha, Fabrício da Soller, procurador-geral adjunto da Fazenda Nacional e Zayda Bastos Manatta, secretária-adjunta da Rec. Federal

Da esq. p/ a dir.: Marcus Vinicius Porto, procurador da Fazenda Nacional, Angela Teresa Estrella, procuradora da Fazenda Nacional, Carlos Muta, desembargador federal, Herica Gomes Vieira, coordenadora-geral de adm. aduaneira e Antonio Carlos Filho, auditor-fiscal da Receita Federal

Edson Queiroz

Edson Queiroz

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Edson Queiroz

Responsabilidade Socioambiental

Comunicação Social

Programa de Sustentabilidade implanta cultura socioambiental no CJF

Via Legal é finalista do VIII Prêmio AMB

Iniciado no dia 27 de outubro, o Programa de Sustentabilidade do CJF tem como uma de suas principais finalidades a realização de cam-panhas educativas e de conscientização sobre responsabilidade socioambiental. O projeto concretiza uma recomendação da Secretaria de Controle Interno do Conselho e busca efetivar o que preconiza o Planejamento Estratégico do bi-ênio 2009/2014. O trabalho começou em dezem-bro de 2010, quando a Portaria 95 instituiu um comitê de sustentabilidade, coordenado pela Se-cretaria de Desenvolvimento Institucional (SDI). Uma das principais responsabilidades do grupo é estabelecer metas de gestão compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade.

Por isso, na primeira etapa da iniciativa, foi adotado o programa de coleta seletiva em todas as unidades, incluindo copas, banheiros e corre-dores do Conselho. Em um segundo momento, os funcionários terceirizados receberam treina-mento específico conduzido pela ONG Amigos do Futuro. Para a próxima fase está prevista palestra de conscientização para servidores e magistrados sobre a importância e as vantagens da reciclagem, como forma de estimular a mudança de atitude.

Além disso, o CJF adotará, em breve, manu-al de procedimentos para orientar funcionários terceirizados e servidores com relação à correta separação dos detritos. O sistema de coleta se-letiva visa reduzir os impactos provocados pela destinação inadequada dos resíduos e rejeitos. Os materiais recicláveis serão entregues a coo-perativas de catadores de lixo conveniadas. Em

O programa Via Legal especial sobre os 10 anos dos Juizados Especiais Federais ( JEF) é um dos três finalistas da categoria ‘Telejornalismo’ do VIII Prêmio AMB de Jornalismo – Edição Pau-lo Bonavides. Há quase 10 anos no ar, o Via Legal é produzido pela equipe do Centro de Produção de Programas da Justiça Federal (CPJUS) com o objetivo de esclarecer sobre os direitos do cida-dão de um jeito simples. Atualmente, a atração é exibida semanalmente pelas TVs Cultura, Justiça, Brasil, além de 25 emissoras regionais.

A edição finalista abordou as principais vantagens e os obstáculos que ainda precisam ser superados pelas cerca de 440 unidades dos JEF espalhadas pelo País, que se tornaram si-nônimo de agilidade e de acesso à Justiça. O programa também destacou a inovação trazida pelos juizados itinerantes, que beneficiaram

2012, o Programa de Sustentabilidade do CJF irá abranger também medidas para economia de papel, água, energia, prevenção de doenças e redução da emissão de gás carbônico.

A coordenadora do projeto, Jaqueline Mello, adiantou que quando todo o material necessá-rio para completar o serviço de coleta seletiva estiver disponível, serão realizadas novas pales-tras para os terceirizados. “Todo mundo já está muito consciente de que precisa fazer sua parte. A maioria, inclusive, sente orgulho de trabalhar em um lugar que faz esse tipo de separação do lixo”, afirmou. Ela contou ainda que, em relação à economia de papel, cartazes informativos e o sistema de gestão de documentos e processos eletrônicos (Siga-Doc) contribuirão de forma ex-pressiva para a economia pretendida.

Para o secretário de Administração, Antô-nio Humberto de Souza Brito, a expectativa é

de benefícios coletivos: “É fundamental que todos disponham de um ambiente limpo, bem cuidado, e que os materiais descartados possam ser reaproveitados pelas cooperativas de cata-dores”, disse. Na opinião da presidente da ONG Amigos do Futuro, Rejane Pieratti, a iniciativa demonstra a preocupação do Conselho com as próximas gerações. “Toda a sociedade, o plane-ta e o futuro dos nossos filhos ganham com essa mudança de hábito e de cultura”, declarou.

A coleta seletiva e a reciclagem têm um papel significativo para o meio ambiente. Por meio delas são recuperadas as matérias-primas que de outro modo seriam retiradas da nature-za. Trata-se, portanto, de um sistema de reco-lhimento de materiais, como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separa-dos na fonte geradora e que podem ser reutili-zados ou reciclados. n

milhares de brasileiros que vivem em locais distantes ou até isolados.

Na premiação da AMB, a equipe do progra-ma da Justiça Federal concorre com o quadro ‘O Conciliador’, exibido pelo Fantástico da TV Glo-bo; e com o programa Via Justiça especial sobre o Judiciário e a Copa do Mundo de 2014, produ-zido pela Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis-MG) e também exibido pela TV Justiça.

O prêmioO Prêmio AMB de Jornalismo tem como

objetivo estimular a cobertura jornalística qua-lificada em temas relacionados à Magistratura e chega à sua oitava edição como um dos mais importantes do País na área do Judiciário. Neste ano, serão distribuídos R$ 80 mil em prêmios, sendo R$ 10 mil para cada um dos vencedores,

que serão escolhidos pela comissão julgadora. Os trabalhos escolhidos serão anunciados no dia 07 de fevereiro, em Brasília. n

Presidente da ONG Amigos do Futuro, Rejane Pieratti, profere palestra no CJF

Confira abaixo os horários de exibição do Via Legal e assista também pela internet, nos sites:

TV JUSTIÇA - Quarta-feira: 21h30, Sábado: 18h30, Segunda-feira: 21h30.

TV CULTURA - Sábado: 7h30.

TV BRASIL (Brasília, canal 2) - Domingo: 6h.

www.vialegal.cjf.jus.brwww.programavialegal.blogspot.com