4
ANO 1 / NÚMERO 7 13 a 19 DE MAIO DE 2011 DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA Andar de ônibus aqui é mais caro do que em cidades como Rio de Janeiro, Brasília e Salvador (Pág 4) 8 Folha do Japi CULTURA DVD DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Sessões são oferecidas de graça à população e no final do filme o enredo é debatido Depois de dirigir séries nos EUA (como “House” e “Lei e Ordem”), o diretor Juan José Campanella, de “O Filho da Noiva”, voltou à Argentina para produzir o “O Segredo de Seus Olhos”. Novamente trabalhando com o ator Ricardo Darin, Campanella junta no mesmo filme diversos tipos de gêneros tais como suspen- se, drama, romance, policial, comé- dia, denúncia política (uma parte se passa durante a ditadura militar argentina) e até film noir. Darin interpreta Benjamín Espósi- to, um oficial de justiça aposenta- do que resolve escrever um livro tendo como premissa um caso escabroso que investigou no passa- do e que trouxe consequências trágicas para todos os envolvidos. Mas não é só isso. Ele quer também expiar seu remorso por não ter lutado pelo amor de sua vida. É digna de nota a firmeza com que Campanella conduz a trama, sem- pre de forma inusitada e buscando o aprofundamento psicológico dos protagonistas. O filme busca tam- bém fazer um estudo do que leva uma pessoa a ficar obcecada, em contraste com o vazio existencial enfrentado por Espósito. Se você já conhece o trabalho do diretor Campanella então não pode perder mais esse excelente filme dele. E se não conhece, é uma ótima oportunidade para tomar contato com o que há de melhor no cinema argentino da atualidade. De qualquer forma, “O Segredo de Seus Olhos” é imperdível. - por André Lux EM EXIBIÇÃO O Noivo da Minha Melhor Amiga (Leg) – Sala 7 Rio (Dub) – Sala 3 Thor (Dub) – Sala 6 Thor 3D (Leg) – Sala 5 Thor 3D (Dub) – Sala 5 Turnê (Leg) – Sala 3 Velozes e Furiosos 5 (Leg) – Sala 1 Velozes e Furiosos 5 (Dub) – Sala 2 Mais informações: www.moviecom.com.br Informações da Secretaria de Saúde contrariam promessas do prefeito Miguel Haddad (Pág. 3) cinema ganhou um espaço Odemocrático e aberto a idei- as para discutir, de forma saudá- vel, o conteúdo do filme apresen- tado desde a criação do Cineclube Consciência, em 2007, em Jundiaí. Segundo a produtora do projeto alternativo, Tânia Feitosa, o obje- tivo é proporcionar o desenvolvi- mento da cultura audiovisual nas cidades. A ideia do espaço alternativo partiu de um grupo de amigos apaixonados pelo cinema. Logo no início o Cineclube não tinha estrutura física e de materiais para exibir os filmes. “Antes exi- bíamos os filmes em uma tevê e logo começamos a juntar dinheiro e compramos equipamentos espe- cíficos”, afirma Tânia. Antes da exibição, o roteiro do filme é apresentado ao telespecta- dor e após assistirem a história é debatida. A sétima arte atrai não somente cinéfilos, mas também pessoas que não têm condições financeiras para irem ao cinema, estudantes, jornalistas ou sim- plesmente pessoas que gostem de assistir. “O nosso público é bas- tante mesclado”, diz a produtora. O Cineclube Consciência é aberto ao público, é totalmente de graça e oferece três eventos: Rua Livre, Cineclube na Fatec e Cineclube na Cidade. O primeiro, com parceria com o Grupo Zama, realiza um domingo por mês uma espécie de sarau, momento aberto para a exposição do trabalho de artistas de Jundiaí e região. “É importante que as pessoas não só consumam a cultura, mas que façam parte da construção dela na cidade”, acre- dita Tânia. O Cineclube na Fatec exibe e dis- cute filmes gratuitamente todos os sábados, às 19 h, no auditório da Fatec (Faculdade de Tecnolo- gia) de Jundiaí. Segundo a Tânia, as sessões são escolhidas dentro de um tema mensal e os filmes são na maioria das vezes internacio- nais. O Cineclube na Cidade apre- senta sempre filmes nacionais e conta com a presença de um con- vidado. As sessões são às quartas- feiras, às 19h30, na Sala Glória Rocha. Mais informações sobre as sessões, acesse: www.cineclubeconsciencia.blogspot.com Exibição é sempre seguida de debates sobre o filme Pág 7 Pág 8

Folha do Japi 7

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Sétima edição do jornal que respeita a sua inteligência.

Citation preview

Page 1: Folha do Japi 7

ANO 1 / NÚMERO 7

13 a 19 DE MAIO DE 2011 DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA

Andar de ônibus aqui é mais caro do que em cidades como

Rio de Janeiro, Brasília e Salvador (Pág 4)

8 Folha do Japi

CULTURA

DVD

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Sessões são oferecidas de graça à população e no final do filme o enredo é debatido

Depois de dirigir séries nos EUA (como “House” e “Lei e Ordem”), o diretor Juan José Campanella, de “O Filho da Noiva”, voltou à Argentina para produzir o “O Segredo de Seus Olhos”.Novamente trabalhando com o ator Ricardo Darin, Campanella junta no mesmo filme diversos tipos de gêneros tais como suspen-se, drama, romance, policial, comé-dia, denúncia política (uma parte se passa durante a ditadura militar argentina) e até film noir.Darin interpreta Benjamín Espósi-to, um oficial de justiça aposenta-do que resolve escrever um livro tendo como premissa um caso

escabroso que investigou no passa-do e que trouxe consequências trágicas para todos os envolvidos. Mas não é só isso. Ele quer também expiar seu remorso por não ter lutado pelo amor de sua vida. É digna de nota a firmeza com que Campanella conduz a trama, sem-pre de forma inusitada e buscando o aprofundamento psicológico dos protagonistas. O filme busca tam-bém fazer um estudo do que leva uma pessoa a ficar obcecada, em contraste com o vazio existencial enfrentado por Espósito.Se você já conhece o trabalho do diretor Campanella então não pode perder mais esse excelente

filme dele. E se não conhece, é uma ótima oportunidade para tomar contato com o que há de melhor no cinema argentino da atualidade. De qualquer forma, “O Segredo de Seus Olhos” é imperdível.

- por André Lux

EM EXIBIÇÃO

O Noivo da Minha

Melhor Amiga

(Leg) – Sala 7

Rio (Dub) – Sala 3

Thor (Dub) – Sala 6

Thor 3D (Leg) – Sala 5

Thor 3D (Dub) – Sala 5

Turnê (Leg) – Sala 3

Velozes e Furiosos 5

(Leg) – Sala 1

Velozes e Furiosos 5

(Dub) – Sala 2

Mais informações:

www.moviecom.com.brInformações da Secretaria de Saúde contrariampromessas do prefeito Miguel Haddad (Pág. 3)

cinema ganhou um espaço Odemocrático e aberto a idei-

as para discutir, de forma saudá-

vel, o conteúdo do filme apresen-

tado desde a criação do Cineclube

Consciência, em 2007, em Jundiaí.

Segundo a produtora do projeto

alternativo, Tânia Feitosa, o obje-

tivo é proporcionar o desenvolvi-

mento da cultura audiovisual nas

cidades.

A ideia do espaço alternativo

partiu de um grupo de amigos

apaixonados pelo cinema. Logo

no início o Cineclube não tinha

estrutura física e de materiais

para exibir os filmes. “Antes exi-

bíamos os filmes em uma tevê e

logo começamos a juntar dinheiro

e compramos equipamentos espe-

cíficos”, afirma Tânia.

Antes da exibição, o roteiro do

filme é apresentado ao telespecta-

dor e após assistirem a história é

debatida. A sétima arte atrai não

somente cinéfilos, mas também

pessoas que não têm condições

financeiras para irem ao cinema,

estudantes, jornalistas ou sim-

plesmente pessoas que gostem de

assistir. “O nosso público é bas-

tante mesclado”, diz a produtora.

O Cineclube Consciência é aberto

ao público, é totalmente de graça e

oferece três eventos: Rua Livre,

Cineclube na Fatec e Cineclube na

Cidade. O primeiro, com parceria

com o Grupo Zama, realiza um

domingo por mês uma espécie de

sarau, momento aberto para a

exposição do trabalho de artistas

de Jundiaí e região. “É importante

que as pessoas não só consumam

a cultura, mas que façam parte da

construção dela na cidade”, acre-

dita Tânia.

O Cineclube na Fatec exibe e dis-

cute filmes gratuitamente todos

os sábados, às 19 h, no auditório

da Fatec (Faculdade de Tecnolo-

gia) de Jundiaí. Segundo a Tânia,

as sessões são escolhidas dentro

de um tema mensal e os filmes são

na maioria das vezes internacio-

nais. O Cineclube na Cidade apre-

senta sempre filmes nacionais e

conta com a presença de um con-

vidado. As sessões são às quartas-

feiras, às 19h30, na Sala Glória

Rocha.

Mais informações sobre as sessões, acesse:

www.cineclubeconsciencia.blogspot.com

Exibição é sempre seguida de debates sobre o filme

Pág 7

Pág 8

Page 2: Folha do Japi 7

José Roberto Lux, o Zé Boquinha, foi jogador e técnico profissionalde basquete por 51 anos e hoje é comentarista de basquete

e futebol do canal de TV ESPN e da rádio Estadão ESPN.

2 Folha do Japi

EDITORIAL ESPORTES

esta nova edição da Folha Ndo Japi destacamos mais

um exemplo de descaso das

autoridades locais. A promessa

de construir um Hospital Regi-

onal no local onde antes ficava a

Casa de Saúde feita pelo atual

prefei to Miguel Haddad

(PSDB) está longe de sair do

papel. Na verdade é pior que

isso: nem no papel está!

Conforme informou a Secreta-

ria de Saúde do Estado, a Prefei-

tura não apresentou ainda nem

mesmo os projetos arquitetôni-

co e executivos do novo Hospi-

tal Regional, muito menos o

cronograma da obra (pág.3).

Mas parece que tudo isso não

tem importância para o prefeito

e sua equipe, afinal o que

importa mesmo é que na frente

da antiga Casa de Saúde foi

colocada uma placa anunciando

a chegada do Hospital Regional

sem qualquer informação perti-

nente sobre as obras, nem valo-

res ou cronogramas de entrega.

Trata-se apenas de uma mera

peça de marketing da Prefeitura

- como são, por sinal, todas as

placas indicativas da adminitra-

ção tucana na cidade (veja

reportagem na página 6).

Mas falemos agora de algo posi-

tivo: Jundiaí continua sendo um

celereiro de atletas para a sele-

ção brasileira de basquete femi-

nino. Nada menos do que oito

jogadoras da cidade foram con-

vocadas para as seleções de sub-

17 e sub-19. Isso é motivo de

grande orgulho para todos nós

que vivemos nessa bela cidade!

Atletas do Divino/COC vão integrar as equipes nas categorias Sub-17 e Sub-19

s times de basquete femi-Onino sub-17 e sub-19 do

Divino/COC estão em recesso

do Campeonato Estadual e

somente retornam aos treinos

em agosto. O motivo é a convo-

cação de oito atletas para a

seleção Brasileira de Basquete.

A escola de jogadores de bas-

quete de Jundiaí tem em seu

currículo nada mais que a

lendária Magic Paula.

As atletas Mariana, Joyce,

Drielle, Damires e Daniele

foram convocadas para repre-

sentar o Brasil na categoria sub

19 no Campeonato Mundial

que será disputado, de 21 a 31

de julho, nas cidades chilenas

de Puerto Varas e Puerto

Montt. As brasileiras estão no

grupo 'D' com Espanha, Eslo-

vênia e Taipé.

A seleção brasileira feminina

retornou, no final de abril, da

fase de treinos realizada com

os técnicos e toda equipe de

profissionais da Impact Bas-

ketball, em Las Vegas (EUA),

que é um centro de treinamen-

to especializado em basquete e

faz a preparação dos jogadores

que atuam na NBA e WNBA,

além dos atletas que partici-

pam das seleções do draft e das

principais universidades dos

Estados Unidos.

EXPEDIENTE

Edição: André Lux

Reportagens e fotos:

Renata Gutierrez

Ilustrações:

José Geraldo de Oliveira

Tiragem: 5 mil exemplares

cartas, sugestões, denúncias:

[email protected]

Blog do jornal:

[email protected]

Twitter: @FolhaDoJapiJund

As opiniões assinadas são de

responsabilidade de seus autores

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Folha do Japi

O Jornal de Jundiaí Regional se assemelhou, recentemente, a um mero informativo partidário do PSDB. Não contente por divul-gar exaustivamente uma ativida-de promovida pela legenda no último dia 11, o matutino teve a brilhante ideia de convocar a população para participar do

De olho na MÍDIA

ato. Usou o título ‘Vá prestigiar’ numa nota que anunciava o debate tucano e, por isso, mais uma vez pagou o mico da semana nesta coluna. A intensa propaganda, contudo, parece não ter surtido efeito: apenas 50 pessoas comparece-ram ao evento do PSDB...

Os treinamentos nos Estados

Unidos tiveram como objetivo

melhorar a força e a condição

física das atletas, para melho-

rar o desempenho durante as

partidas, e aumentar a veloci-

dade, o equilíbrio e a flexibili-

dade da equipe comandada

por Luiz Claudio Tarallo, tam-

bém técnico da equipe de Jun-

diaí, que foi convocado para

comandar a seleção. O prepara-

dor físico do Divino/COC,

Paulo Martignago, também foi

convidado para a seleção.

No mês de maio será aperfeiço-

ado o ritmo de jogo com amis-

tosos no ginásio do Bolão con-

tra equipes adultas femininas e

masculinas.

Já na categoria Sub-17 as atletas

Maria Cláudia, Natália e Carla

do Divino/COC de Jundiaí

foram convocadas para a sele-

ção brasileira. A equipe prepa-

ra-se para o Campeonato Sul-

Americano da categoria, de 24

de junho a 1º de julho, na cidade

de Pasto, na Colômbia. Enquan-

to o dia não chega, as meninas se

preparam até 22 de junho na

Arena Santos, em Santos. As

jogadoras têm como técnica a

ex-atleta Janeth Arcain, famosa

pela cesta do meio da quadra.

“É muito bom saber que as atle-

tas do time de Jundiaí estão indo

para seleção”, destaca Nestor

Mostério, supervisor de basque-

te do Divino/COC. Para ele, as

atletas voltam dos jogos com

mais força, com status de quem

jogou pela seleção brasileira da

categoria e amadurecidas.

Porém os desfalques farão com

que o Divino/COC somente

estreie no Campeonato Paulista

Sub-17 no dia 13 de agosto,

contra o APAB/ Barretos, em

casa, no ginásio Romão de

Souza. Já a categoria sub-19

estreia em 17 de agosto, contra

o Santo André/Semasa, em

Santo André.

Coluna do

ZÉ BOQUINHAO Palmeiras conseguiu se reabilitar vencendo o Coritiba e jogando um bom futebol. Mostrou como a mídia é volúvel, pois após a goleada de 6 a 0 sofrida no Paraná, todo o bom trabalho executado pelo técnico Felipão foi jogado no lixo. Aparece-ram noticias de briga no elenco e boicote ao técnico. Bastou a boa vitória de 2 a 0, no jogo de volta, apesar da equipe não se classificar para a próxima fase da copa do Bra-sil, para que tudo voltasse ao normal e que a derrota anterior fosse trata-da como “acidente de percurso”. Em contra partida, o Coritiba , que na semana passada era considerado o melhor time do Brasil, já está sendo olhado com desconfiança. “E la nave

va”. Mas, a diretoria do verdão tem que se preocupar com um problema maior: a construção da nova arena. Depois de derrubar um lindo estádio como o Palestra Itália, as obras estão paradas, existe ameaça de uma MP e a construtora exige a assinatura do contrato. O clube está perdendo dinheiro dos associados que não conseguem mais frequentar a parte social e esportiva e, consequente-mente, deixaram de pagar a taxa de manutenção. Comenta-se que o Palmeiras está deixando de arreca-dar 1,5 milhão de reais por mês. Planejamento ruim ou falta dele.Nota: e o Ronaldinho Gaúcho, quan-do vai conseguir jogar futebol outra vez? Eu acredito que nunca mais.

Paulistas pagam em mé-dia 16 reais por 100km, o mesmo valor que na Fran-ça, Noruega e Portugal, e bem superior aos de EUA, Chile e Argentina.

O pedágio cobrado nas rodovias paulistas é o mais caro do Brasil e, quando comparado com os dos Estados Unidos ou da Itália, fica evidente que está entre os mais caros do mundo.

Na rodovia Florida’s Turnpike, nos EUA, o preço por quilômetro roda-do é de R$ 0,076, enquanto a média nas rodovias paulistas é de R$ 0,111 ou 46% superior ao da rodo-via estadunidense. Além disso, na Florida há o SunPass, um dispositi-vo como o “Sem Parar”, só que garante desconto médio de 20% para o usuário.

Damires

A seleção brasileira sub-17 conta com três atletas de Jundiaí

O técnicoTarallo

No caso das rodovias italianas (R$ 0,134), elas são mais baratas do que as rodovias Anchieta (R$ 0,159), Imigrantes (R$ 0,152) e Castello Branco (R$ 0, 145), enquanto a Ban-deirantes (R$ 0,135) e a Anhangue-ra (R$ 0,132) têm valores próximos. Mas a concessionária italiana cons-truiu com recursos próprios a sua rede de rodovias, diferentemente do que ocorre em São Paulo. Fonte: brasilcaminhoneiro.com.br

Reprodução

Esta coluna tem como objetivo mostrar como alguns órgãos da imprensa jundiaiense tratam determinados assuntos. O propósito é a reflexão: a quem interessa transformar notícias preocupantes em fatos positivos?

Page 3: Folha do Japi 7

6 Folha do Japi Folha do Japi 3

CIDADES POLÍTICA

Apple está mais próxima de Jundiaígraças ao empenho do governo Federal

De acordo com a Constituição, as placas devem ser informativas e educativas

Presidenta Dilma Rousseff poderá cortar a fita inaugural da empresa em julho

Resposta da Secretaria de Saúde contraria as promessas do prefeito Miguel Haddad

s placas a indicar obras que Aserão ou estão sendo realiza-

das pela Prefeitura de Jundiaí não

informam os valores, nome de

construtora, nem as datas previs-

tas para início e término do servi-

ço. “Não há uma lei que obrigue a

Prefeitura a colocar os valores, o

que há é uma publicidade sem

transparência”, afirma o consultor

jurídico, Gustavo Ferreira.

De acordo com o artigo 37, 1º

parágrafo da Constituição da

República Federativa do Brasil,

consta que: “A publicidade dos

atos, programas, obras, serviços e

campanhas dos órgãos públicos

deverá ter caráter educativo,

informativo ou de orientação

social, dela não podendo constar

nomes, símbolos ou imagens que

caracterizem promoção pessoal de

autoridades ou servidores públi-

cos”. Baseando-se na aplicação da

lei federal, as placas da Prefeitura

de Jundiaí não são nem educativas

e nem informativas. “Se não coloca

a origem do dinheiro, onde está o

caráter informativo e educativo

destas placas?”, questiona o con-

sultor jurídico.

Ainda de acordo com ele, as placas

m resposta ao requerimento Eenviado pelo deputado estadu-al Pedro Bigardi (PCdoB) pedindo explicações a respeito do início da reforma da antiga Casa de Saúde Dr. Domingos Anastásio como Hospital Regional, a Secretaria de Saúde do Estado afirma que não há projetos arquitetônico e executivo, nem previsão de prazos no crono-grama de implantação do Hospital e que a obra ainda não foi iniciada porque não houve licitação.“Isso prova que a população está sendo enrolada pela Prefeitura”, afirma o deputado Bigardi. Em 27 de agosto de 2009 o prefeito Miguel Haddad (PSDB) afirmou que a estimativa é de que sejam gastos R$ 18 milhões na reforma do imóvel e aquisição de equipamentos. “Como a Prefeitura tem projetos de custos para reforma do hospital se não tem projeto arquitetônico?”, questiona.O imbróglio em relação à reforma da Casa de Saúde completa quatro anos e, como já divulgou a reporta-gem da Folha do Japi, não há qual-quer movimentação interna de obras ou materiais de construção. O que há é o abandono. “As obras são por conta da Prefeitura e ela não está cumprindo o acordo”, diz o parlamentar. O convênio entre o Estado e a Prefeitura prevê que o Governo Estadual ficará responsá-vel pelo funcionamento do hospital

com parceria com a Unicamp e cabe à Prefeitura a idealização do projeto arquitetônico e as obras.Ainda de acordo com o Bigardi, o ex-governador do Estado de São Paulo, José Serra, teria afirmado que a entrega do Hospital Regio-nal seria em 2011. Porém, no site da Prefeitura de Jundiaí, com data de 18 de junho de 2009, consta informação obtida pelo secretário de obras, Sinésio Scara-bello Filho, “que após o início das obras, o Hospital Regional deve demorar cerca de dois anos para estar concluído” e que “o proces-so licitatório tenha início dentro de aproximadamente oito meses, depois que estiverem prontos todos os projetos”. Diante destas informações, Bigardi acredita ser lamentável tanta promessa e nenhuma conclusão. “Eu vou cobrar a Prefeitura sobre o projeto e espero que não tente enganar a população com falsas expectati-vas”, informa. A Secretaria de Obras da Prefeitu-ra de Jundiaí informa que o proje-to arquitetônico do Hospital Regional está pronto e os projetos complementares em fase de conclusão. Ainda de acordo com a nota, até o final deste mês deve ser definido o valor da obra para abertura de licitação para cons-trução do hospital.

instaladas na antiga Casa de Saúde

perderam o caráter informativo,

uma vez que consta apenas uma

publicidade da Prefeitura. “O

correto é informar a população

sobre as obras, mostrar a origem da

verba e datar. Quanto mais infor-

mação, mais garantia tem o princí-

pio da publicidade e mais transpa-

rência para a população”, afirma.

Outro exemplo de placa 'incorreta',

segundo o consultor, é a placa do

AME (Ambulatório Médico de

Especialidades), que durante o

tempo de obras não apresentou o

valor da construção e muito menos

a previsão de término.

Em casos de obras conveniadas

com o Estado ou o Governo Federal

e financiadas pelos órgãos, a Prefe-

itura é obrigada a colocar o valor da

construção, origem da verba e

nome da construtora. “Em contrato

já é firmada essa exigência”, desta-

ca Ferreira.

Em nota, a Prefeitura de Jundiaí

informou que as placas com os

valores das obras estão colocadas

junto à realização do serviço. Em

relação ao AME, a Prefeitura infor-

ma que a placa foi destruída por

vândalos e não foi refeita.

Antonieta

e Antonio

Gordinho

Hospital Regional: fora a promessa, dentro o abandono.Abaixo, resposta da Secretaria de Saúde ao deputado

Bigardi contraria promessas do prefeito Miguel Haddad

A presidente Dilma Rousseff esteve na China em abril deste ano e assinou acordo com a empresa Foxconn, a maior fabricante de celulares, para viabilizar a fabrica-ção do iPad e o iPhones e a geração de mais seis mil futuros empregos no Brasil. A informação foi confir-mada pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante que garantiu estar tudo certo para que a gigante Apple se instale no Distrito Industrial, em Jundiaí.“Nos próximos dias, a Receita Federal anunciará a equiparação tributária dos tablets aos notebo-oks”, afirma o vereador Durval Orlato (PT), que intermediu com o

presidente do Sindicato dos Meta-lúrgicos, Eliseu Silva Costa junto ao ministro. “O Mercadante foi um dos intermediadores do Governo com a Foxconn. As informações sobre a estrutura disponível na cidade foram muito importantes para a decisão dos diretores da empresa”, analisa o vereador.A possibilidade de geração de aproximadamente 6 mil novos empregos na cidade empolga o presidente dos Metalúrgicos. “Já estamos nos estruturando para registrar os novos postos de traba-lho e oferecer condições para a qualificação dos candidatos”, adianta Eliseu.

Placas da Prefeitura não informam nem educam

Entrelinhas daPOLÍTICA

Tiro certeiroDepois dos delegados Fernando Bardi e Paulo Sérgio, mais uma força policial se desloca para a política. Fátima Giassetti, titular da Delegacia de Defesa da Mulher, assinou a ficha de filiação no PPS para, provavelmente, ser candidata a vereadora.

E agora?Um dos vereadores que apoiou o aumento do salário para R$ 12 mil e voltou atrás após a pressão popular não tem dormido à noite. Com os amigos mais próximos, o parlamentar metido a Don Juan comenta estar preocupadíssimo com as eleições do ano que vem. E tem que ficar preocu-pado mesmo!

Fake, não!O pessoal do Cidade Democrática precisa ficar atento no concurso Cidadonos. Têm aumentado muito o número de cadastrados sem identifi-cação: colocam só o primeiro nome, sem foto e nada de descrição. Será que existem mesmo?

Sem freioO ex-presidente do PMDB de Jundiaí, Armando Fadigatti, desembestou a praguejar pelos quatro cantos que atacaram-no “traiçoeiramente pelas costas” e tomaram-lhe o partido após a morte de Orestes Quércia. Qual seria o motivo de tanta ferocidade do diretor da Secretaria de Serviços Públicos? Pisa no freio, Fadigatti!

Durval Orlato e Eliseu Silva

junto ao ministro Mercadante

Page 4: Folha do Japi 7

4 Folha do Japi Folha do Japi 5

A cidade de Jundiaí tem o preço

da passagem mais caro que 24 das

27 capitais do país (incluindo o

Distrito Federal). O valor de R$

2,65 perde apenas para São Paulo,

Porto Alegre e Florianópolis,

cujos valores foram reajustados

este ano e são de R$ 3, R$ 2,70 e R$

2,95 respectivamente. Rio de Jane-

iro, Brasília e Salvador são cida-

des com população muito superi-

or ao número de Jundiaí e, ainda

assim, apresentam tarifas de

transporte público mais baixas.

“São Paulo injetou no sistema de

transporte coletivo quase R$ 2

milhões por dia em 2010”, afirma

o ex-secretário de Transportes por

15 anos em Jundiaí, José Carlos

Sacramoni. Ainda de acordo com

ele, a Prefeitura da capital paulis-

ta destinou no último ano 1,7% do

orçamento municipal, totalizan-

do R$ 600 milhões no ano. “Por

que todo mundo consegue inves-

tir no transporte público, só Jun-

diaí que não consegue?”.

O alto custo do transporte reflete

diretamente no bolso da popula-

ção que está insatisfeita com o

serviço prestado. A merendeira

Maria Helena Brito utiliza seis

ônibus por dia e reclama da falta

de estrutura no atendimento,

principalmente na Linha da Vila

Aparecida. “É um descaso com a

sociedade, os ônibus são sempre

lotados e nunca passam no horá-

rio”, reclama. Para ela o valor

pago pela passagem deveria dar o

direito a uma viagem tranquila, já

que a mulher fica cerca de quatro

horas por dia dentro do ônibus.

A passageira Gisele de Lima Arru-

da utiliza o transporte público

para ir ao trabalho diariamente e

lembra que há 15 anos o valor da

passagem era de apenas R$ 1.

“Logo quando me mudei para

Jundiaí o valor era baixo, compa-

rado com o atual”, analisa. Ainda

de acordo com ela se pudesse não

dependeria de ônibus. “Eu só

ando de ônibus, porque não tenho

condições de ter minha própria

condução, mas é uma vergonha o

valor, acho que muito maior do

que o serviço prestado”.

O problema no atraso dos ônibus

foi apontado pelo ex-secretário

como falta de continuidade nos

projetos dos terminais de ônibus

por parte da Prefeitura de Jundiaí.

“Ele foi idealizado em três fases,

realizamos a primeira, que foi a

integração física. Agora, a Prefei-

tura precisaria dar continuidade,

coisa que não fez”, afirma Sacra-

moni.

A integração temporal – sistema

de bilhete único – e a priorização

do transporte público nos corre-

dores são as ações mencionadas

pelo ex-secretário como inacaba-

das e descontinuadas pela atual

administração. “Jundiaí precisa

mudar e é necessário estudar mais

a questão do trânsito da cidade”,

diz.

A Prefeitura de São José do Rio

Preto, a 256 Km de Jundiaí, com

uma população de 400 mil pesso-

as e orçamento de pouco mais de

R$ 842 milhões, abaixou o valor da

passagem do transporte público

de R$ 2,30 para R$ 2,10. Enquanto

isso, Jundiaí tem mais de 370 mil

habitantes, um orçamento de

mais de R$ 1 bilhão e cobra R$ 2,65

pela passagem. “Jundiaí tem con-

dições para subsidiar uma parte

da passagem, o que falta é vonta-

de e capacidade política”, afirma

o ex-secretário de Transportes,

José Carlos Sacramoni.

Ainda segundo o ex-secretário, é

preciso que a Prefeitura priorize o

transporte e pare de embutir no

valor das passagens a isenção de

outros passageiros. Embora, as

pessoas acima de 65 anos não pa-

guem tarifa, não são isentos de

cobrança. O valor que seria cobra-

do, segundo o Sacramoni, é repas-

sado em forma de reajuste para os

demais passageiros. “A Prefeitura

deveria subsidiar o valor da passa-

gem pelo menos dos estudantes e

dos idosos”, afirma.

“É um absurdo eu ter de pagar

pelo transporte dos outros”, afirma

a ajudante de cozinha Neide India-

no. Para a mulher, a Prefeitura

deveria ser responsável pelo custe-

io das passagens dos idosos e estu-

dantes. “Já pago uma tarifa alta

pela baixa qualidade no transporte

público e ainda pago meus impos-

tos, que está embutido o preço do

transporte”, acredita.

Uma possível solução apontada

pelo ex-secretário seria o cadastra-

mento de alunos que utilizam o

transporte público. Desta maneira,

a Prefeitura teria um controle com

uso de computadores da frequên-

cia do aluno na escola. “Não faze-

mos tudo pela internet hoje? Até

mesmo enviar o imposto de renda

é feito pela internet, porque não

utilizar esta ferramenta para con-

trolar a frequência do aluno em

aula e assim, poder custear esta

passagem para este estudante?”,

exclama.

“Não adianta a Prefeitura achar

que a solução é colocar GPS nos

ônibus e novas frotas, se não in-

vestir no transporte. É preciso

parar de enxergar somente a 9 de

Julho”, ironiza Sacramoni referin-

do-se à obra naquela via, porque,

segundo ele, é a única que pode

ser vista do Paço Municipal.

Em nota, a Secretaria de Transpor-

te apenas informou que a Prefeitu-

ra de Jundiaí oferece aos estudan-

tes do ensino fundamental, médio

e superior isenção de 50% no valor

da tarifa de ônibus mediante com-

provação de matrícula em institui-

ções de ensino regulares reconhe-

cidas pelo MEC (Ministério da

Educação).