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FOLHA MAÇÔNICA Desde 11 de setembro de 2005 Revista semanal distribuída por e-mail aos cadastrados e dedicada aos assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real. Abaporu é uma pintura, óleo sobre tela, com oitenta e cinco centímetros de altura por setenta e três centímetros de largura. Está localizada no Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires (MALBA), na Argentina. É datada de 1928 e considerada símbolo do Movimento Modernista Brasileiro. Tarsila do Amaral, retratava a brasilidade moderna e colorida. Abaporu é sua obra mais representativa e uma das brasileiras mais valiosas no mercado de arte internacional. Alguns críticos sugerem que Abaporu, seria uma reescritura de O Pensador. Edição 404 8 de junho de 2013 Editor: Robson Granado Colaboradores permanentes: Aquilino R. Leal, Francisco Maciel, Gilberto Ferreira Pereira Grandes Iniciados Símbolos Polêmica na Folha Medite Conversa ao Pé do Olvido Coluna do Direito Dica Documentos e Fotos Antigos Eureka (Tureka, Nósreka) Com a Palavra o Leitor Enquete Inútil

Folha maçônica 404

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Revista semanal com assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real

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FOLHA MAÇÔNICA

Desde 11 de setembro de 2005

Revista semanal distribuída por e-mail aos cadastrados e dedicada aos

assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real.

Abaporu é uma pintura, óleo sobre tela, com oitenta e cinco centímetros de altura por setenta e três

centímetros de largura. Está localizada no Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires (MALBA),

na Argentina. É datada de 1928 e considerada símbolo do Movimento Modernista Brasileiro. Tarsila do

Amaral, retratava a brasilidade moderna e colorida. Abaporu é sua obra mais representativa e uma das

brasileiras mais valiosas no mercado de arte internacional. Alguns críticos sugerem que Abaporu, seria

uma reescritura de O Pensador.

Edição 404

8 de junho de 2013

Editor: Robson Granado Colaboradores permanentes: Aquilino R. Leal, Francisco Maciel, Gilberto Ferreira Pereira

Grandes Iniciados Símbolos Polêmica na Folha Medite Conversa ao Pé do Olvido Coluna do Direito Dica Documentos e Fotos Antigos Eureka (Tureka, Nósreka) Com a Palavra o Leitor Enquete Inútil

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GRANDES INICIADOS

Frederick Louis Maytag

Mais conhecido como: Inventor da máquina de lavar automática Membro da: Newton Lodge No. 59, Newton, Iowa F.L. Maytag nasceu em 14 de julho de 1857 em Newton, Iowa. O filho mais velho dos dez que nasceram dos imigrantes judeus-alemães Amelia Tarebun (1837–?) e Daniel William Maytag. F.L. Maytag frequentou a North Central College (faculdade) em Naperville, Illinois, em 1872-73 Em 1893, F.L., seus dois cunhados, e George W. Parsons contribuíram com US$600 cada um, para um total de US$2,400, para começarem uma nova empresa de implementos agrícolas chamada Parsons Band-Cutter & Self Feeder Company. F.L. Maytag posteriormente assumiu sozinho o controle da firma e mudou seu nome para Maytag Company. À medida que Maytag crescia, F.L. se aventurava em outros negócios. Nos anos 1910, F.L. deixou o dia a dia das operações da empresa nas mãos de seus filhos Elmer Henry Maytag e Lewis Bergman Maytag, para se concentrar em outras áreas comerciais incluindo as inovações de uma máquina de lavar com motor movido a gas chamada de Multi-Motor e uma máquina de lavar com um agitador que forçava a água através das roupas que recebeu o nome de Gyrafoam. Estas invenções demonstraram-se extremamente valiosas em 1927, Maytag estava produzindo mais que o dobro de seu concorrente mais próximo e superou o setor com crescimento anual de mais que o dobro por cinco anos consecutivos. Mesmo após Elmer Henry Maytag tornar-se presidente da Maytag em 1926, F.L. continuou ativo promovendo os produtos da Maytag, assegurando a felicidade dos trabalhadores e frequentemente os cumprimentando com a pergunta, "Todo mundo está feliz?" Um membro ativo em sua Loja Maçônica – foi obreiro na Newton Lodge No. 59, Newton, Iowa, recebendo os graus em 23 de abril, 14 de maio, e sendo exaltado Mestre Maçom em 13 de setembro de 1887. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Frederick_Louis_Maytag_I

SÍMBOLOS

Esquadro Separemos o Esquadro do Compasso e o estudemos, para melhor vermos seu significado e uso. Não é necessário dizer que o Esquadro que temos em mente não é um Quadrado, que tem quatro ângulos e cantos iguais, considerado pelos gregos como uma figura de perfeição. Nem é o esquadro do carpinteiro, com uma perna mais longa que a outra, com centímetros marcados para a medição. Ele é um pequeno Esquadro sem adornos, sem marcações e com pernas de igual comprimento, um simples esquadro para verificações empregado para se testar a precisão dos ângulos, e a acurácia com que as pedras são cortadas. Desde que o esquadro de verificação era usado para comprovar que os ângulos estavam corretos, ele se tornou naturalmente um emblema da

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precisão, integridade e correção. Assim como as pedras são cortadas para se encaixar em uma construção, também as nossas ações e pensamentos são construídas e reunidas em uma estrutura de Caráter, com firmeza ou frouxamente, e devem ser testadas de acordo com o padrão moral do qual o simples esquadro de verificação é um símbolo. Assim, entre os Maçons Especulativos, o pequeno esquadro de verificação sempre foi símbolo da moralidade, da justeza básica que deve ser o teste de todo ato e o fundamento do caráter e da sociedade. Fonte: http://www.phoenixmasonry.org/the_square.htm

A POLÊMICA NA FOLHA Desabafo de um velho maçom velho ou... a terceira bofetada Fato: Dizem que no início tudo são flores; o nosso início da Ordem, contudo, teve seus percalços mas, como também dizem por aí, depois da tempestade... Através de nosso padrinho FAFP estreitamos laços de amizade na Loja com outros irmãos; ele sempre que possível nos colocava nas rodas de conversa e assim, em pouco tempo conseguimos nos familiarizar com a „galera‟ – é bem verdade que muitos já nos eram conhecidos, em particular devemos ressaltar o português Ramiro Dario Guimarães que ainda bebe sua cervejinha bem gelada em Penedo (RJ) – atualmente „hibernando‟! (julho de 2011) Mas dentre os novos relacionamentos temos a destacar o obtido com o irmão P. B. – propositalmente omitimos seu nome pelas razões que abaixo leremos. Esse mano, advogado se a memória não nos trai, tinha uma bela casa de veraneio em Piratininga (Rio de Janeiro) e nela passamos alguns fins de semana na companhia dele, cunhada e filhos além, é claro do nosso padrinho e mulher (casal FAFP) além de nossa noiva, a atual mulher (ou santa se preferirem). Foi um relacionamento meteórico entre os três casais. Todos curtiram a bela praia e as dependências da casa do mano

P.B., um MM que, em verdade, continuava sendo uma PB! Um pouco tarde nos demos conta disso, para não aviltar a verdade, a descoberta coube à mulher de nosso padrinho. Para entender os acontecimentos somos obrigados a recuar no tempo e dizer que o casal FAFP por razões de ordem biológica não conseguiram herdeiros pesem as inúmeras tentativas e utilização dos mais modernos processos médicos da época (anos 70) os quais se estenderam por mais duas décadas aproximadamente. Infelizmente sem sucesso! Infelizmente porque o casal FAFP, ironicamente, tem extrema loucura por crianças; o fato de não poderem ser pais foi largamente compensado pelo sem fim de afilhados e o do trabalho que ainda realizam com os filhos de comunidades carentes! O nosso „amigo‟ (mui amigo!) P.B., acabou tomando conhecimento da problemática do casal; sem mais ou menos, atribuiu à mulher a culpa pela não fecundação mas que ele tinha meios de corrigir a deficiência genética da cunhada. Como advogado se utilizou da oratória para, lentamente, conquistar a confiança da cunhada, iniciando ele por supostas amizades a serem consultadas, remédios homeopáticos, curandeiros e por fim apelando para a guilda do além. Acabou ela, no desespero, em tenra idade sem a devida maturidade que os anos nos trazem e, sobretudo, por ser o P.B. um Maçom, um cunhado, mais do que isso, o cunhado, dar-lhe mais atenção que o canalha merecia. Era a aproximação que ele tanto almejava! Depois de meses de muito lero-lero o golpe final. Alegando ser o cavalo de uma entidade (seria o „caboco papa #u?) teve a desfaçatez de comunicar à cunhada que tal entidade lhe havia avisado que ela, entidade, tinha a solução para a problemática do casal, despertando de sobremaneira ânsia da inocente da cunhada. Ele, inteligentemente iniciou o lento processo de cozinhamento, despertando ainda mais a curiosidade da pobre coitada. Pelo que nos foi passado na época, o „cara-de-pau‟ telefonava para ela dizendo que recebera o tal „caboco‟ e que tudo estava em andamento, lento mas andava e que em breve ela daria luz não a um filho mas sim a gêmeos! Claro que tal notícia expos ainda mais a cunhada. Em uma de suas „mensagens do além‟ o safado pediu-lhe o máximo de sigilo: em hipótese alguma podia relatar os acontecimentos a quem quer que fosse! O sigilo, segundo ele, era fundamental para não despertar o „olho grande‟ daqueles que não queriam a felicidade do casal! O pior, tal recomendação se estendia também ao marido, principalmente a este pois, sem ele saber, estava com um „encosto‟ que em nada ajudaria nos „trabalhos‟, muito pelo contrário! Ele teria de necessariamente ficar longe do processo para evitar a possível influência telepática! Nossa! O pilantra era demais. Pois bem, a cunhada que já seguia alguns de seus „conselhos‟, absurdos por sinal, trouxe à tona a urgência da solução... Tudo que ele queria! Explicou-lhe que era necessária uma série de „trabalhos espirituais‟ os quais, infelizmente, não poderia ser feitos no terreiro com o receio do mesmo estar „contaminado‟; mas não havia o que ser preocupar, ele, pilantra, estava providenciando um local mais adequado devido à necessidade do „caboco‟ ficar um pouco à vontade, pelo que ela deveria se preparar psicologicamente!

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Pouco dias antes do desfecho final, ele lhe trouxe a grande notícia: a muito custo tinha conseguido o local para o „trabalho sexual‟! E que ela se preparasse pois teria que simular um contato mais íntimo com o „caboco‟, mas tudo não passava, segundo o safardana, de uma mera experiência extra-sensorial e caso a „entidade‟ pedisse para ela se despir e/ou ele procedesse de forma semelhante, não havia motivos para qualquer receio pois o „cavalo‟ P.B. estaria possuído pelo espírito (e ela certamente seria possuída pelo P.B.!) nada se recordando do acontecido após o fato consumado (uma „forunfada‟ estava por vir, diríamos). Meio desconfiada mas tratando-se de um maçom, de uma pessoa de certa postura e cultura, pai de dois ou três filhos, marido exemplar segundo a esposa, ela, na gana de ser mãe, concordou com as condições, especialmente àquela de manter sigilo quanto ao que iria ocorrer, caso contrário o „trabalho‟ não iria funcionar. Finalmente chega a notícia tão ansiosamente esperada e que iria resolver o problema do casal! Eles iam ser pais! Um milagre... Todo o trabalho espiritual iria desenvolver-se apenas ela com o „cavalo‟ P.B. na tenda „MOTEL DAS FLORES‟ no início da tarde! É claro que nesse exato momento „a ficha caiu‟ da inocente e naquela mesma noite contou os acontecimentos ao marido que foi difícil conter para que o mesmo não tomasse atitudes drásticas. O canalha se afastou da Loja (S. Cristovão-RJ) e nós, além de um mínimo de irmãos, somente soubemos do caso tempo depois, e isso após muita nossa insistência quando a mais uma visita à casa de campo do facínora! Conclusão: Nós no Grau II recebendo excelentes lições! E a pergunta não se calava: “Isso é a Maçonaria”? “Algumas vezes construímos sonhos baseados em grandes coisas ou pessoas; o tempo passa e acabamos descobrindo que grandes mesmo eram nossos sonhos e as coisas e as pessoas, pequenas demais para torna-los reais.” (AR Leal)

Coluna assinada pelo M.·. I.·. Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165

MEDITE

Direito autoral...? É pacífico nas legislações do mundo dito civilizado, o direito do autor à sua criação. É natural que assim seja. Cada um, naturalmente, se dedicou, estudou, trabalhou, suou para criar um livro, uma obra de arte, uma peça de teatro, um artigo etc. Aqui no Brasil, a lei nº. 9610, de 19/02/1998, normatiza e disciplina o assunto. O direito do autor perdura por 70 anos após o seu falecimento. Quando me vejo na condição atual de autor de mais de 170 artigos em 4 anos, de 3 livros, de alguns artigos aqui na nossa Folha Maçônica, e, observando como as idéias surgem para o meu trabalho nessa área, constato que elas vêm naturalmente, tem uma fonte que eu sinto como sendo da Ordem Maior. Assim, não posso me intitular como autor verdadeiro ou solitário desses trabalhos. É interessante observar que, muitas vezes, ocorrem descobertas científicas em lugares distantes em nosso planeta, sem que os pesquisadores tivessem contato entre si e com os anúncios públicos feitos quase ao mesmo tempo. Sou na realidade, um instrumento que se disponibilizou sem pensar, para um trabalho que foi acontecendo naturalmente. A questão do direito autoral não me afeta no que se refere à remuneração porque todo o meu trabalho feito até hoje foi voluntário. Mas o tema se me apresentou também sem pensar e me coloca a comentar: será que o trabalho desses tantos autores de livros, de estátuas, de pinturas, de peças teatrais, de artigos, pode ser atribuído ao trabalho individual de cada um? Heitor Freire M.·. M.·.

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CONVERSA AO PÉ DO OLVIDO

Qualquer brasileiro que tenha nascido na metade do século passado é um índio mítico. No filmes de caubóis, lá estavam os peles-vermelhas sendo massacrados, e os mais espertos eram Tontos, amigos do Zorro. Na escola, esse universo paralelo, era apresentado a Peri, de “O Guarani” do José de Alencar. Ouvia nas rádios “Índia, sangue tupi, Tens o cheiro da flor. Vem, que eu quero te dar Todo meu grande amor!” Ou, mais tarde, com Caetano Veloso: “Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante De uma estrela que virá numa velocidade estonteante E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante Depois de exterminada a última nação indígena E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi”. Ou com Renato Russo e a Legião Urbana: “Quem me dera ao menos uma vez Como a mais bela tribo Dos mais belos índios Não ser atacado por ser inocente.” Assim, hoje, todo mundo tem um estereótipo do índio e está pronto a ler a favor a notícia de que índios da tribo mundurucu chegaram à Base Aérea de Brasília (trazidos pela FAB) para reunião com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. O principal pedido dos índios é a suspensão de todos os empreendimentos hidrelétricos na Amazônia, incluindo Belo Monte, até que o processo de consulta prévia aos povos tradicionais seja regulamentado.

Mércio Pereira Gomes, antropólogo, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-presidente da Funai, escreve em “Bom selvagem, mau selvagem”: “Admiração e desprezo, encantamento e repulsa. Os mesmos sentimentos dos portugueses que primeiro se depararam com um grupo tupinambá na costa de Porto Seguro, há mais de 500 anos, perduram ainda hoje. Do mais odiento dos fazendeiros ao mais diligente dos antropólogos, compartilhamos doses variadas dessa ambígua impressão sobre os índios brasileiros.” Os nossos índios tupinambás foram matéria para pensadores como o teólogo e humanista inglês Thomas Morus, autor de “A Utopia” (1516), “um dos mais importantes livros de todos os tempos”. Em Paris, na década de 1560, alguns tupinambás foram trazidos da Baía da Guanabara para conhecer os franceses. Na ocasião, através de um intérprete, Michel de Montaigne falou com eles e demonstrou, no texto “Dos canibais”: o canibalismo tupinambá, que horrorizava os

europeus, não era menor que as atrocidades cometidas na “civilizada” Europa de seu tempo com chumbo derretido derramado nos ouvidos dos inimigos, queima nas fogueiras, etc. Montaigne semeou no pensamento ocidental a noção de relativismo cultural. Na Inglaterra, um século depois, Thomas Hobbes escreveria o “Leviatã” (1651), o tratado que inaugura no pensamento político ocidental a visão de que o Homem é um ser intrinsecamente egoísta e mau, ainda mais na condição de selvagem, de ser da Natureza: o homem era o lobo do homem. A visão de Hobbes teve mais influência que a de Morus e Montaigne, mas esses influenciaram Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e a teoria do bom selvagem: o homem nasce bom, a sociedade o corrompe; a natureza é boa, a sociedade é o mal, o egoísmo, a propriedade privada. O romantismo brasileiro, com José de Alencar e Gonçalves Dias, entre outros, seguiu Rousseau. Dom Pedro II usava sua estola real feita com penas de papo de tucano, à moda indígena, mesmo quando

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seu principal historiador, Francisco Adolpho de Varnhagen (1816-1878), apregoava que a civilização só poderia chegar aos rincões do país pela destruição do índio “incivilizável”. Em 1891, a Igreja do Apostolado Positivista propôs à Assembleia Constituinte o reconhecimento do índio como parte da nação, porém com direitos específicos: que suas terras fossem consideradas “estados autóctones americanos”. Anos depois, em 1910, o coronel do Exército e positivista Cândido Rondon inauguraria o Serviço de Proteção ao Índio. Ele e seus seguidores consideravam os índios como "nações autônomas com as quais o Brasil deveria procurar estabelecer laços de amizade". Para Mércio Pereira Gomes, “a teoria do bom selvagem prevalece no espírito nacional. O índio é inocente, puro, vive em harmonia com a natureza, é contra estradas que rasgam a Amazônia, contra desmatamentos criminosos e hidrelétricas que destroem rios e espécies animais e vegetais.” Mas ressalva que os índios são seres históricos. “Seres históricos fazem coisas históricas. Daí o espanto veemente sobre aspectos considerados negativos na atualidade indígena. Por que o índio vende madeira escondido das autoridades? Por que aqueles que têm tão poucas terras, sobretudo nos estados do Sul e no Mato Grosso do Sul, as arrendam para os brancos? Por que se tornam dependentes de programas de alimentação, quando têm tantas terras para plantar? Por que não se integram logo ao país e se sujeitam aos mesmos direitos dos demais brasileiros e sem mais privilégios? O mau selvagem é preguiçoso e incapaz, e sua cultura tem pouco a oferecer à humanidade.” No belo ensaio “A viagem do índio até a brasilidade: Antonio Callado, Moacyr Scliar, Assis Brasil e Antonio Torres”, Eloína Prati dos Santos (UFRGS) aborda “quatro engraçadas road novels brasileiras”. Vamos ficar com “A Expedição Montaigne” (1982), de Antonio Callado. Vicentino Beirão, ex-funcionário do Serviço de Proteção aos Índios, pretende devolver as terras brasileiras aos índios, seus legítimos donos, através de uma guerra de guerrilhas. Ipavu, o único índio que Beirão consegue para sua causa, “articulado e esperto, versado nos significados da cultura a que aderiu por reconhecer suas comodidades e não sua superioridade; um índio mais do que civilizado, corrompido pela cultura que o coopta como uma forma de abrir um espaço para si dentro dela”. Ieropé, o esperto pajé da tribo de Ipavu.

Vicentino tem tuberculose, Ipavu é cachaceiro, e vão pro mato sem cachorro. “Os personagens, embora percorrendo o mesmo trajeto, estão separados por visões antagônicas: Ipavu idealiza a civilização e quer se integrar à sociedade e Vicentino se baliza por uma visão teórica, estrangeira e não realista dos índios que quer salvar. Por outro lado, Vicentino e Ieropé querem a volta das coisas a um estado pré-cabralino, enquanto Ipavu deseja o abandono completo do modo de vida indígena em favor de uma vida „civilizada‟ degradante”. Ipavu e Vicentino morrem. Ieropé sobrevive sob a ameaça se aventureiros e colonos. “Não é sugerida a possibilidade de integração vitoriosa entre brancos e índios, de hibridação das culturas. É um diálogo de surdos”, afirma Eloína Prati. E conclui que o livro de Antônio Callado “examina a má digestão das narrativas européias pelos brasileiros, critica as boas intenções equivocadas e constata a impossibilidade de reverter ou inverter

o empreendimento civilizatório e suas mazelas.” Para Mércio Pereira Gomes, precisamos de um melhor conhecimento de nossa história “para incorporar o índio como parte da cultura brasileira, aceitando suas especificidades. Lutar por uma visão respeitosa, amorosa e solidária para com os índios é essencial para a sua pertinência no mundo contemporâneo, mas também para a transformação do Brasil numa nação digna e aberta aos seus primeiros filhos”. O melhor caminho é o do meio, aquele entre a realidade e a utopia, a história e o mito, a tutela e a autonomia, o passado e o futuro, o eu e o outro. Vão ser necessárias quantas gerações para chegar lá? “Tupy or not tupy, that is the question” – provocava o antropófago Oswald de Andrade. É preciso se manifestar.

Coluna assinada pelo Ir.·. Francisco Maciel, membro da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. D‟Artagnan Dias Filho 148 – GLMERJ

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COLUNA DO DIREITO

(Telefonia fixa) A operadora pode exigir multa rescisória para cancelamentos? Não. Entretanto, a operadora pode oferecer um benefício que caso aceito pode vir a implicar em fidelização do cliente por prazo não superior a 12 meses. Mesmo assim, caso haja o pedido de cancelamento no decurso do prazo da fidelidade a multa deverá ser proporcional ao período restante. Atenção: ao consumidor sempre deverá ser oportunizada a contratação sem a fidelidade, lhe sendo facultado dispensar o benefício oferecido. Coluna assinada pelo Ir.·. Gilberto F. Pereira, Fundador da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165

DICA

Curso de Reiki Supraluminar Magnificado O professor e Ir.´. Paulo Ferreira, Reiki Master, oferece um curso, em nível de terapeuta, de Reiki Supraluminar Magnificado. A aula acontecerá no campus Niterói da Universidade Estácio de sá, no próximo dia 22 de junho, de 9h30 às 16h30, com intervalo de uma hora para almoço. A turma inicial já está fechada com 15 alunos.

Visite o blog do Ir.´. Paulo Ferreira: http://blogluzinfinita.blogspot.com.br/

DOCUMENTOS E FOTOS ANTIGAS

Antigo esquadro em cuja inscrição se lê: “Me esforçarei para viver com amor e gentileza”.

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EUREKA (TUREKA E NÓSREKA) Contestações, lances, bobagens, respostas, estudos, crendices, variados, „nóstícias‟ fatos, curiosidades, sofismas, perguntas, humor, nostalgia, outros e... nós!

Perguntas cretinas (III)

Se Popeye e Olivia são solteiros e nunca tiveram relações sexuais... de onde saiu Gugu e por que se parece tanto com

ambos?

Como Piu-Piu consegue manter o equilíbrio em seu maldito balanço, com uma cabeça tão grande?

Por que o Coyote, se tem dinheiro para comprar milhares de porcarias ACME para pegar o Papaléguas, não compra um

frango assado com batatas fritas e uma Coca?

Por que Superman, Batman e todos da Liga da Justiça usam as cuecas por cima das calças?

Conhecendo o efeito da espinafre de Popeye a pergunta que fica: é realmente espinafre? Não seria maconha com

cocaína, essa josta?

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Que tipo de substância psicotrópica tomam os Sete Anões, para que depois de 20 horas de trabalho, saiam da mina

cantando, dançando e felizes da vida, esses FDP?

Não acham que a Pantera Cor de Rosa foi a primeira expressão da cultura gay que se transmitiu massivamente? E... a

Pantera Cor de Rosa. era ele ou ela? Havia feito a operação ou não? Por que sempre andava nu e não se via nada?

Por que a Chapeuzinho Vermelho teve que pedir tantas pistas para dar-se conta de que sua avó era na realidade o Lobo

Mau? Seria ela retardada mental ou míope?

Por que todos os personagens de Disney usam luvas brancas e só têm quatro dedos? É por acaso uma mensagem

subliminar que confirma a vida extraterrestre?

Como pode o avô de Heidi manter um chalé nos Alpes Suíços, com a pensão de merda que ganha como aposentado?

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Por que o Incrível Hulk rasga toda a sua roupa exceto as calças? É elástica ou é porque tem pênis pequeno?

E por fim... por que os Flintstones celebram o Natal se eles viveram antes de Cristo?

Colaboração do MI Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug e Resp Loj Maç Stanislas de Guaita 165

Com a palavra o leitor:

Evolução do Espírito

Responda a estas duas questões: 1. Você acredita que Deus, ao nos criar, deseja que alcancemos a mesma evolução espiritual de Jesus? 2. E Jesus? Teria sido criado perfeito ou reencarnou muitas vezes até chegar à condição de puro espírito? Está com dúvidas? Então leia o texto abaixo.

De acordo com a Doutrina Espírita, se Deus é Justiça Suprema, é claro que todos os Espíritos criados por Ele tiveram o mesmo ponto de partida, isto é, sem saber e sem progresso moral: todos foram criados simples e ignorantes. Isso significa que em nossa origem, não possuíamos nem senso moral, nem desenvolvimento intelectual, conforme a questão 11 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. É importante dizer ainda que antes de o Espírito encarnar como homem, e na condição de princípio inteligente, ele passou pelo reino animal, segundo se referem às questões 606 e 607 de “O Livro dos Espíritos”. O Espírito, então, até atingir a perfeição espiritual como a de Jesus, reencarna inúmeras vezes em mundos de categorias diferentes, segundo o grau de atraso ou de adiantamento de seus habitantes. Isso confirma o que disse Jesus: “Há muita moradas na casa de meu Pai”, ou seja, existem outros mundos habitados além da Terra. No Universo, a casa de Deus, a Terra, por exemplo, sendo um planeta de expiações e provas, ocupa o segundo grau na escala dos mundos habitados. Ela já foi um orbe primitivo (1° grau), está passando para a categoria de mundo de regeneração (3° grau), posteriormente será um mundo feliz (4° grau) e depois um mundo celestial (5° grau).

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As reencarnações, pelo visto, são cursos necessários para a evolução do Espírito nas diversas escolas que são os mundos habitados. Quando o Espírito, pelo seu livre arbítrio, se afasta das leis de Deus, entrando pelo caminho do mal, o Espírito sofre as conseqüências do seu erro em outras reencarnações. É como o aluno que repete o ano até passar, ou seja, até voltar ao caminho do bem. Neste sentido, todos os Espíritos, por mais criminosos que sejam, um dia alcançarão a perfeição e a pureza espiritual. Tudo isso acontece porque Deus ama todos os Seus filhos e deseja que todos sejam felizes!

Agora, respondendo às perguntas, o correto é dizer que: 1ª Resposta: Sim, Deus deseja que todos os seus filhos alcancem a perfeição, e Jesus é o guia e modelo que Ele apresentou ao homem. 2ª Resposta: Como todos os Espíritos, Jesus também teve o mesmo ponto de partida, reencarnando quantas vezes tenham sido necessárias nas diversas moradas do Universo, até chegar à condição de Espírito puro.

Sugestão de Leitura Amplie seu conhecimento sobre este assunto e sobre o Espiritismo, lendo o livro Espiritismo e Cultura, de Marcus De Mario, publicado pela Mauad Editora. Texto de Gerson Simões Monteiro, enviado pelo Irmão Dorival Santos (A.´. R.´. L.´. M.´. Stanislas de Guaita 165, GLMERJ)

Enquete inútil:

Pergunta: O que é bit? O que é byte?

(Envie-nos sua resposta e a publicaremos semana que vem.)

Pergunta da edição anterior: Estou louco?

Explico: morando em área rural sendo ela relativamente grande para nós dois (Vilma e eu, Aquilino), unilateralmente,

resolvemos „povoar‟ a mesma com alguns animais de pequeno porte, particularmente, gansos, patos, coelhos, galinhas

etc. todos fora de cativeiro que, naturalmente, se juntaram aos tatus, lagartos entre outros „nativos‟. A carência de aves

nos induziu adquirir algumas... Pensamos em algo exótico: em um casal de kiwis.

Já em Lima Duarte procurei informações a respeito de uma loja especializada de comércio de aves para adquirir um kiwi,

fui recebido com certa desconfiança, piorando a minha fama de, digamos, „meio porra louca‟. A maioria se mostrou

surpresa; a maioria sugerindo ir a um supermercado... Supermercado? Kiwi? Supermercado? Não entendi muito bem...

Um pouco estupefatos comentamos o caso com a mulher, Vilma. Esta, lembrou que na „nossa roça‟ tínhamos alguns pés

de kiwis... Insisti na aquisição de um casal de kiwis ave e... Nem completei... Em bom português me mandou para a

p.q.m.p.!

Pergunto eu ao mano leitor: Onde errei? Estou ficando (mais) tresloucado?

Agradeço a todos que responderam „livrando minha cara‟... Outros, me declararam totalmente louco... O que não está

longe da realidade, mas, neste caso específico, tenho razão!

O kiwi, além de uma fruta, é também uma ave da Nova Zelândia. Em http://en.wikipedia.org: At around the size of a

domestic chicken, kiwi are by far the smallest living ratites and lay the largest egg in relation to their body size of any

species of bird in the world.[2] There are five recognised species, all of which are endangered; all species have been

adversely affected by historic deforestation but currently large areas of their forest habitat are well protected in reserves

and national parks. At present, the greatest threat to their survival is predation by invasive mammalian predators.

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The kiwi is a national symbol of New Zealand – indeed, the association is so strong that the term Kiwi is used, all over the

world, as the colloquial demonym for New Zealanders.

(Aproximadamente do tamanho de uma galinha doméstica, os kiwis são de longe as menores aves não-vadoras e põem

os maiores ovos em ralação a seu tamanho corporal entre todas as espécies de pássaros no mundo. Existem cinco

espécies reconhecidas e todas estão em risco de extinção; todas as espécies têm sido afetadas adversamente pela

destruição histórica das florestas, porém, atualmente, grandes áreas de seu habitat de florestas nativas são bem

protegidas em reservas e parques nacionais. Atualmente, a maior ameaça a sua sobrevivência é a predação por parte

de mamíferos predadores.

O kiwi é um símbolo nacional da Nova Zelândia - de fato, a associação é tão forte que o termo kiwi é empregado, em

todo o mundo, como gentílico coloquial dos neozelandeses.)Tradução livre pelo Irmão Robson B. Granado - setembro

2011.

Esse animal também é conhecido aqui no Brasil como quivi – abaixo duas imagens desse exótico animal.

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Você sabia que a pasta NO TOPO DA COLUNA DO NORTE, do PONTO CULTURAL DO FOLHA MAÇÔNICA (http://sdrv.ms/QobWqH ) está dividida em quatro sub-pastas? A saber: CONSULTÓRIO MAÇÔNICO GRAU I GRAU II GRAU III E MAIS. Você sabia que a na pasta CONSULTÓRIO MAÇÔNICO (perguntas com resposta) estão postadas 156 dúvidas respondidas? Você sabia que na pasta GRAU I (trabalhos sobre o grau) estão disponíveis 587 arquivos de leitura obrigatória? Você sabia que na pasta GRAU II (trabalhos inerentes ao grau II) estão postados 124 títulos? Você sabia que a pasta GRAU III E MAIS nos brinda com 298 títulos sob os mais diversos assuntos? Você sabia que todo esse material está protegido por senha em função do grau? Você sabia que são 208 MB de literatura Maçônica que podem ser livremente 'baixados'? Você sabia que estes dados se referem ao dia 05/06/2013 e que hoje já estão superados? Você sabia que esse conteúdo é o resultado de inúmeros Irmãos transcrevendo para o 'papel' seus conhecimentos? Você sabia que a manutenção e a divulgação desse apanhado de artigos é decorrente do labor e dedicação de um único Irmão? Então, se você sabia... Divulgue! Difundindo assim a cultura Maçônica nos Países de língua portuguesa! Se não sabias... Agora sabes...!

“Oh! Quam bonum est et quam jucundum, habitare

fratres in unum!”

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