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i_ t TT&jZr ****** **tt ts*l é4€S •£- ma*m_ Anno I. AUROkA S. PAULO:—SABBADO l/i DE AGOSTO DE 1852. IV 67. -...Y.". l|..,.IB_il,l___l|_m«»^Hjj FAVÍ.E Folha Política, Industrial e Iâtteraria. DIAS DE AUDIÊNCIAS. Presidente da Província., todos dias as 2 li. Chefe dc Policiatodos os dias Juízo Ecclcsiasticoterças o sextas as 10 li. dos feitos da _»'az...quarta, o sabb. as 10 li. dc Direitoidem idem Municipalterças c sabbadoa as 11 h. Commercialquintas ns 11 h. dc Orpbáo.idem idem Delegadonao tem dia marcado. Subdcl. das 3 frcjruczias...idcm. Juiz dc paz do sulsabb. as 3 h. ,, do nortequintas.f. as 3 li. i, de St. Eftg....sabb. 3 h. »« «. «O Brmxnáo tem dia marcado. % EPIIEMERIDES. Mingoantcí?, ás 10 li. 31' 16" d* manhí. Nova a 15,1 11 h. 5' 26" da manha. Crescente afi., 3 h. <)• 16» da tardo Cheia a 29, «ao» 13 •19" dajlardc. tS DK UAI.», Z FKRUnOS NO COUO. Dia dc graniíe gala—Náo oa h* nesto nicz. Feriados.—Ucm. Dia Santo d«|guar(fa—a 1.5.- Assumnçflo dc N. Snra. ,, |i_pensado—a 24 8. Bartliolomou. PARTIDA DOS CORREIOS. Para a Corte pclaa barca* de vapor—na vespora das partida» dollas. Norte, c terrestre da Corto—1, 6, 11, 16,86, c 31. Interior por Sorocaba, Campinas, e po- voaçflcs marítimas ao sul de Santos—2, 12, c 22. Li- nlia dc Bragança—6, It), c 26. Santos—2, T, |2, 17.22, e 27. A admnist. recebe a corresp. para oa vapores até aa 7 li. da tarde da antevespora da partida, mas das S h. cm diante o porto «í dobrado.' Quanto as outras corresp. são recebidas nos dias da partida das malas—aa do norte até as S hora. da lar. de; o aa outras at«5 as 10 hora. da manha. O porte 6 dobrado 1 hora antes.! RIO DE JANEIRO.—metakh k fundos rimui-os. Metaes. Onças hespauholas... 29$00O da pátria 29$000 Peças de 6^400 velhas 16$UÜ0 Moedas dc •1^000 98000 Pesos hespanhóoa l.__910 a 1$930 da pátria l-$900 PatacOes ] $920 a 18940 Apólices dc 6 porcento 103 ,, provinciaes 102 CÂMBIOS DO DIA 4 DE AGOSTO. Londres 27 a 60 d[V. Paris 3Õ3 a 90 div. Lisboa 98 por cento do prêmio. Hamburgo 650 a 90 djv* Publica-so-duas vezes por semana na Typographia d'AURORA PAULISTANA, rua daf^etc Casas n." 5, e subscrove-so a 6$000 rs. por semestre ou 11$000 rs. por anno, KT pagos adiantado». _r_ Impriinem-so gratuitamente os artigos o correspondências de interesse geral; os correspondências do interesse particular, bem como os annuncios pagartW o que sc convencionar. Tudas aa communicaçõcs, correspondências o reclamações devem ser dirigidas á Kcdacçno o entregues na mesma Typographia em carta fechada, com a competente responsabilidade. !'m S.PAUL0. i ü^ri&»DU.ü _i*\_iv£r_____r__ j^m. lli-MiioralisaçAi» c crime!!! da Uma rias queixas quotidianas opposição é quo 6 governo demilto os melhores funecionarios ptiblicos pnra substituil-os por crênturas suas, c ainda no Ypiránga de 4 rio corrente se uma doze .«joiTrivel de desrompostura ao fc.xm. vice-presidente, e ao nosso distinclo amigo Dr. Joaquim Motta, porque sup- põe o eximia redaclor que esto exigira do governo que accedera í, exigência da demissão do Dr. Laurinclo do cargo do promotor publico da comarca On- riliba. Nâo .sabemos que grào de ve- racidade tem esta noticia, b na hypolhe- se dc ser verdadeira, quaes as razões que motivarão essa medida, e se toca- mos neste ponto foi tfSo somente parn mostrar com evidencia a injustiça da aceusaçáo, nâo em referencia a vice- presidência, mas àmd.t ao Sr. Nabuco, que segundo as expressões do Ypiránga lançou a provincia pelo caminho da desmo- ralisação e do crime. E1 doefriua corrente que todo o go- verno tem salvo o direito de escolher empregados em quem deposite confia n* ça—entretanto que se na administração do Sr. Nabuco alguma coisa do nota- vel se encontra no artigo—demissões e nomeações e a sua severidade para com os empregados que pertencem ao parti- do saquarema, e depositar confiança em membros do partido que o hotilisava, alguns dos quaes por corto a náo mere- ciào. Os factos que vamos apontar de- monstráo esta verdade. Um dos primei* ros actos da administração i\n Sr. Nabu- co foi exonerar ao Dr. Segurado do cargo de procurador fiscal interino nor enten- der ser incompatível com o de biblioteca- rio da academia jurídica, e logo depois demiltio ao major Bitancourt do empre* go de escrivão de uma das collectorias da capital por icual rasão, e ninguém dirá que estes cidadãos- commúngáo com a opposição e menos poderão ser qualifi- cados de refraclarios. Ao passo que o Sr. Nabuco privava-a saquaremas de bons ordenados conservava em todas a.s repartições publicas a indivíduos que abertamente hostilisâo o governo, e desafiamos a opposição a que aponte uma em que não existão empregados seus correligionários. Não censuramos ao Sr. Nabuco por este proceder, pois não levamos o exclnsivismo político ao ponto a que levarão os nossos Hdversa- rios que quando no poder não deixarão pedra sobre pedra; pelo contrario en- tendemos que não se deve privar a um pai de familia do único meio de subsis- tencia somente pelo facto de não votar com o partido governista, quando o em- prego por elle exercido nenhuma rela- í_o tem com a marcha da administra' ção. Mas os escrúpulos do governo pro- vincial tem ido além, pois são conserva- dos funccionarioi públicos- em empre- gos de confiança, como na secretariado governo, que além de pertencerem a oy^ posição são verdadeiros energúmeno?, ir ponto de eiô nltai voy.es è nos corrtedo- res de palácio tomarem sativíacçâo a seus collegas que commetlerão o horren- do crime de votarem nos candidatos do partido govi^n.stn, como aconteceu nos dias seguintes a ultima eleição, escan- dalo este boje por ninguém ignor.ulo. Quanto ás tiomençoes o que fez o Sr. Nabuco í Em sua curta administração nomeou nlo menus ile tres moços ou qualificados opposíonistas. ou ao menos pertencente* a famílias desst partido. Escolheu para um cargo de alguma con- sideração qual o de presidente da com- missão iirt.p%Sr&tòra'"dsT"CnanKdo ©orr»»r. ção ao mesmo indivíduo que como pre- sidente da câmara municipal nlo te en- vergonhou de assignar em primeiro lu- gar a aceusação quo esta fizera ao su- premo tribunal de justiça contra o Sr. Nabuco-, tanto pode a cegueira do espi- rito de pnitfdo I ! ! A vista disto ainda ousa o Ypiránga avançar com a maior sem—coremonia que o Sr. Nabuco lançou a província pelo caminho da desmoralisação e do crime ! ! ! somente pela noticia de um facto cuja existência n próprio Ypiránga nao ga- ra.ito !!! E~ainda quando o Dr. Lau- rindo esteja demittido náo estará o «ro- verno no seu direito de demittil-o ' Não haverá outro indivíduo com as mesmas mi melhores habilitações para bem ser- vir o cargo de promotor da 5. * cornar- ca? Onde a desmoralisação? onde o crime? Sim ! hoje que o governo acha incompatibilidade em empregos geraes e provinciaes, embora em cidadãos que accompanhãõ a administração, hoje que os inimigos do governo estão todos os dias importunando a presidência para empregar a afilhados e parentes, e sa- hem quasi sempre servidos, hoje final- mente que são conservados finicciona- rios que nas praças publicas, nos tem- pios em oceasião de eleições, e no pio- prio recintho das repartições publicas nostilisáo a seus superiores, eiivenenão os actos da administração, trabem os seus segredos, tudo é desmoralisação !! I tudo écrime! I! Quando porém outr'ora era nomeado nm lente substituto da academia para inspector da thesouraria, empregos geraes e manifestamente in compatíveis, quando erão atrozmente perseguidos todos oi cidadãos que em 1842 haviào commettido o horrível atten- tado de empunhar as armas para deferi- dwra monarchia, a constituição e a inte- gridadedo império, quando finalmente o patronato chegou ao maior escândalo e cynismo, tudo era virtudo! 1 I tudo era patriotismoMl No nosso fraco pensar o governo tem commettido para com a opposição um gravíssimo erro que é não ti atar a essa gents como cila merecei e é- somente assim que ella conhece seus deveres. Se um presidente faz uma nomeação qual- rpier e,ih um membro do grande partida nacionais longe de reconhecer nesse, Jfto o espirito de justiça e impnrcíalalMie, mie ella mesma não pode comproiièn- (lei* a opposição se julga com direito de exigir ma ia, entende que o governo não podia obrar de outra sorte, porque no seu pensar todas as habilitações, to$os os talentos são seus privilégios «xálu- êtvtfl.r\ Importunou e adnladores para peair como -ingratos e orgulhosos depois^de alcanriir o que pretendem. ^l^M^' mos individualisar a pessoa nlf firaà^or- que desejamos evitar o odioso íf«8 quês- toes pessoaes; poderíamos pr)rén* apon- lar faètos repetidos que eotàjprovlrtie justificáo a raá opinião em >^ujp temo^a iur<mic eln-<*pp*&o'n?*i*'—aV-p».fTtí»í«i \tOmwt\o governo actual em algumas de suas no- meações longe de, fazer proselylos cria trahidores, e ao mesmo tempo desgosta a saqitaremas honrados e prestimosos. Talvez estejamos em erro, o nosso amor próprio não vai ao ponto de crer infal- livei-» as nossas convicções individoaes, Voltando porém ao caminho da desmora- lisaçáo e do crime que existe na deuussão do Dr. Laurindo. O Ypiránga como razão deste facto, que na sua própria opinião considera apenas provável, o promover esse promotor o andamento de processos ctmtra os saquaremas, que são criminosos e achou processados. E com efttíito se assim é, se o promo- tor somente sabe processar aos meta- bros de um partido e deixa impunes os crimes praticados por individuoírperten- contes ao outro, pedimos a S. Ex. que quanto antes realise as previsões do Ypi- ranga e demitia um representante da justiça quo assim se porta com tanta parcialidade. Varias vezes temos avançado que a opposição é summamente ingrata edes- oonhecedora até dos favores que se lhe faz, o ainda a questão dos processos em Coritiba é urna prova disto. Um -dos factos pelo qual o Sr. Nabuco se mos- trou superior ás luetas dos partidos foi mandar cessar os processos que em ves- peras das ultimas eleições estavão as autoridades instaurando na comarca de Coriliba- Fácil é comprehender quan- to ha de nobre e generoso neste acto. mas pelo que conlessa o próprio Ypi- ranga o Sr. Laurindo apartando-se das vistas magnânimas do governo vai fa- zer reviver algum desses processos não para bem servir a causa da justiça, mas para perseguir áquelles que lem a ou- sadia de pertencer ao pai lido governis- ta, e proteger ao partido que nessa co- ' marcu especialmente se tem mostrado faccioso e intolerante. Se assim é, muito bem começa o Sr. Laurindo a sua vida publica; esta provincia deverá nelle de- positar grandes esperanças ! ! ! Esperamos porém que o próprio Ypi- ranga não estará informado dos factos c por isso imprudentemente e pelo desejo de censurar ao governo está com- promettendo ao seu amigo.-» O j Ypiránga nos promctte considera- ções. mais particulares acerca de de- missão do Sr. Dr. Laurindo; nós as aguardamos. O Sr. Souza Franco. Na seasüo de 20 tio mcz próximo passado» na câmara temporária, nbrio a discussão do orçamento da fazenda o illustre deputado polo. província do Pará, que em um longo discurso pretendeu justificar a opposição quo fazia á\ proposta do governo. , Nilo acompanharemos o honrado opposicio- nista nas longas observações quo fez, e que fo- rító apoiadas na comparação dos algarismos dns despertas verificadas em annos traasactos com a pedida- actualmento nn proposta do go- vão ora favor du intenção do Sr. Souza Fran- co. Convinha examinar ns causas, a mora li- dade das despezas quo trouxeráo es3e aceres- cimo do cifras sobre a despoza dos annos an- .teriores., convinha finalmente demonstrar que au nossas circumstancius hoje são as mesmas de ha 4 ou 5 annos; mas, nada disto fez o Sr. Souza Franco, contentou-se em apresentar a dilTercnça .dos algarismos da despeza actual com a dos annos anteriores; e, como do eos- turne, trouxe o exemplo das administrações do celebre qüinqüênio, que, no entender do nobro oppnsicionista, são a norma das administra- ções financeiras, som se lembrar que um negro phantasina, que traz impressa na fronte a pa- lavra—esterilidade—ahi está protestan- do a todo instante contra as proposições do Sr. Souza Fr/inco e seus snldados. Não negamos ao illustre opposicionista ai- guns conhecimentos financoiros, mas não po- ' demos deixar do consideral-o muito abaixo do seu talento em faço desse discurso a que alludimos. De todo o seu longo arrazoado o. que se é o espirito de opposição transbor- dando todos os diques da justiça e da razão. Muitas e repetidas vezes dice o Sr. Souza Franco—que so huvião augmentado excessiva- mente as despezas com o tliesouro e thesoura- rias—mas, não podendo negar-se ás reclama- ções do sua própria consciência, sempre decla- rou que o serviço da repartição de fazenda tem melhorado um pouco. Esta declaração, feita por um opposicionista extremado, como é o Sr. Souza Franco, tem grande alcance em favor da administração do Exm. Sr. ministro da fa- zenda, o o Si. Souza Franco o comprehendeu, pois que tentou attenuar a impressão que ia causar aquella sua declaração dizendo—que esse melhoramento tinha sido ,4 custa de mui- to dinheiro, quando elle se poderia reahsar com metade. Mas, S. S. contentou-se com esta proposi- ção; não demonstrou, como convinha, detalha- damente de que modo poderia isso conseguir-se sem augrnento da despeza. Na falta de argu. mentos em favor do que avançou, entre outras cousas, dico o Sr. Souza Franco*.—jtVao se ai- tendeu muito ás circnmslancias das províncias; não se attendeu muito ás necessidades das the. sourarias. e augmentou-se consideravelmente o numero d'empregados, augmentou-se excessiva- mente os ordenados ainda naquellas provin- cias em que isso não era exigido, em que os próprios empregados não contavão com tanta liberalidade. Lembro-me que estando ultima

Folha Política, Industrial e Iâtteraria.memoria.bn.br/pdf/818283/per818283_1852_00067.pdf · Publica-so-duas vezes por semana na Typographia d'AURORA PAULISTANA, rua daf^etc Casas

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AUROkAS. PAULO:—SABBADO l/i DE AGOSTO DE 1852. IV 67.

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FAVÍ.EFolha Política, Industrial e Iâtteraria.

DIAS DE AUDIÊNCIAS.Presidente da Província., todos o» dias as 2 li.Chefe dc Policia todos os diasJuízo Ecclcsiastico terças o sextas as 10 li.

„ dos feitos da _»'az...quarta, o sabb. as 10 li.„ dc Direito idem idem

„ Municipal terças c sabbadoa as 11 h.„ Commercial quintas ns 11 h.„ dc Orpbáo. idem idem

Delegado nao tem dia marcado.Subdcl. das 3 frcjruczias...idcm.Juiz dc paz do sul sabb. as 3 h.

,, „ do norte quintas.f. as 3 li.„ i, de St. Eftg....sabb. a» 3 h.»« «. «O Brmx náo tem dia marcado.

%EPIIEMERIDES.

Mingoantcí?, ás 10 li. 31' 16" d* manhí.Nova a 15,1 11 h. 5' 26" da manha.Crescente afi., <« 3 h. <)• 16» da tardoCheia a 29, «ao» 13 •19" dajlardc.

tS DK UAI.», Z FKRUnOS NO COUO.

Dia dc graniíe gala—Náo oa h* nesto nicz.Feriados.—Ucm.Dia Santo d«|guar(fa—a 1.5.- Assumnçflo dc N. Snra.

„ ,, |i_pensado—a 24 8. Bartliolomou.

PARTIDA DOS CORREIOS.

Para a Corte pclaa barca* de vapor—na vespora daspartida» dollas. Norte, c terrestre da Corto—1, 6, 11,16, 86, c 31. Interior por Sorocaba, Campinas, e po-voaçflcs marítimas ao sul de Santos—2, 12, c 22. Li-nlia dc Bragança—6, It), c 26. Santos—2, T, |2,17. 22, e 27.

A admnist. recebe a corresp. para oa vapores até aa7 li. da tarde da antevespora da partida, mas das S h.cm diante o porto «í dobrado.'

Quanto as outras corresp. são recebidas nos diasda partida das malas—aa do norte até as S hora. da lar.de; o aa outras at«5 as 10 hora. da manha. O porte 6dobrado 1 hora antes.!

RIO DE JANEIRO.—metakh k fundos rimui-os.Metaes. Onças hespauholas... 29$00O

„ „ da pátria 29$000„ Peças de 6^400 velhas 16$UÜ0„ Moedas dc •1^000 98000„ Pesos hespanhóoa l.__910 a 1$930„ „ da pátria l-$900„ PatacOes ] $920 a 18940

Apólices dc 6 porcento 103,, provinciaes 102

CÂMBIOS DO DIA 4 DE AGOSTO.Londres 27 a 60 d[V.Paris 3Õ3 a 90 div.Lisboa 98 por cento do prêmio.Hamburgo 650 a 90 djv*

Publica-so-duas vezes por semana na Typographia d'AURORA PAULISTANA, rua daf^etc Casas n." 5, e subscrove-so a 6$000 rs. por semestre ou 11$000 rs. por anno, KT pagos adiantado». _r_ Impriinem-sogratuitamente os artigos o correspondências de interesse geral; os correspondências do interesse particular, bem como os annuncios pagartW o que sc convencionar. Tudas aa communicaçõcs, correspondências o reclamaçõesdevem ser dirigidas á Kcdacçno o entregues na mesma Typographia em carta fechada, com a competente responsabilidade.

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lli-MiioralisaçAi» c crime!!!daUma rias queixas quotidianasopposição é quo 6 governo demilto os

melhores funecionarios ptiblicos pnrasubstituil-os por crênturas suas, c aindano Ypiránga de 4 rio corrente se lê umadoze .«joiTrivel de desrompostura ao fc.xm.vice-presidente, e ao nosso distincloamigo Dr. Joaquim Motta, porque sup-põe o eximia redaclor que esto exigirado governo que accedera í, exigênciada demissão do Dr. Laurinclo do cargodo promotor publico da comarca dó On-riliba. Nâo .sabemos que grào de ve-racidade tem esta noticia, b na hypolhe-se dc ser verdadeira, quaes as razõesque motivarão essa medida, e se toca-mos neste ponto foi tfSo somente parnmostrar com evidencia a injustiça daaceusaçáo, nâo só em referencia a vice-presidência, mas àmd.t ao Sr. Nabuco,que segundo as expressões do Ypirángalançou a provincia pelo caminho da desmo-ralisação e do crime.

E1 doefriua corrente que todo o go-verno tem salvo o direito de escolherempregados em quem deposite confia n*ça—entretanto que se na administraçãodo Sr. Nabuco alguma coisa do nota-vel se encontra no artigo—demissões enomeações e a sua severidade para comos empregados que pertencem ao parti-do saquarema, e depositar confiança emmembros do partido que o hotilisava,alguns dos quaes por corto a náo mere-ciào. Os factos que vamos apontar de-monstráo esta verdade. Um dos primei*ros actos da administração i\n Sr. Nabu-co foi exonerar ao Dr. Segurado do cargode procurador fiscal interino nor enten-der ser incompatível com o de biblioteca-rio da academia jurídica, e logo depoisdemiltio ao major Bitancourt do empre*go de escrivão de uma das collectorias dacapital por icual rasão, e ninguém diráque estes cidadãos- commúngáo com aopposição e menos poderão ser qualifi-cados de refraclarios. Ao passo que oSr. Nabuco privava-a saquaremas debons ordenados conservava em todas a.srepartições publicas a indivíduos queabertamente hostilisâo o governo, edesafiamos a opposição a que aponteuma só em que não existão empregadosseus correligionários. Não censuramosao Sr. Nabuco por este proceder, poisnão levamos o exclnsivismo político aoponto a que levarão os nossos Hdversa-rios que quando no poder não deixarãopedra sobre pedra; pelo contrario en-tendemos que não se deve privar a umpai de familia do único meio de subsis-tencia somente pelo facto de não votarcom o partido governista, quando o em-prego por elle exercido nenhuma rela-í_o tem com a marcha da administra'

ção. Mas os escrúpulos do governo pro-vincial tem ido além, pois são conserva-dos funccionarioi públicos- em empre-gos de confiança, como na secretariadogoverno, que além de pertencerem a oy^posição são verdadeiros energúmeno?, irponto de eiô nltai voy.es è nos corrtedo-res de palácio tomarem sativíacçâo aseus collegas que commetlerão o horren-do crime de votarem nos candidatos dopartido govi^n.stn, como aconteceu nosdias seguintes a ultima eleição, escan-dalo este boje por ninguém ignor.ulo.Quanto ás tiomençoes o que fez o Sr.Nabuco í Em sua curta administraçãonomeou nlo menus ile tres moços ou jáqualificados opposíonistas. ou ao menospertencente* a famílias desst partido.Escolheu para um cargo de alguma con-sideração qual o de presidente da com-missão iirt.p%Sr&tòra'"dsT"CnanKdo ©orr»»r.ção ao mesmo indivíduo que como pre-sidente da câmara municipal nlo te en-vergonhou de assignar em primeiro lu-gar a aceusação quo esta fizera ao su-premo tribunal de justiça contra o Sr.Nabuco-, tanto pode a cegueira do espi-rito de pnitfdo I ! !

A vista disto ainda ousa o Ypirángaavançar com a maior sem—coremoniaque o Sr. Nabuco lançou a província pelocaminho da desmoralisação e do crime ! ! !somente pela noticia de um facto cujaexistência n próprio Ypiránga nao ga-ra.ito !!! E~ainda quando o Dr. Lau-rindo esteja demittido náo estará o «ro-verno no seu direito de demittil-o ' Nãohaverá outro indivíduo com as mesmasmi melhores habilitações para bem ser-vir o cargo de promotor da 5. * cornar-ca? Onde a desmoralisação? onde ocrime? Sim ! hoje que o governo achaincompatibilidade em empregos geraese provinciaes, embora em cidadãos queaccompanhãõ a administração, hoje queos inimigos do governo estão todos osdias importunando a presidência paraempregar a afilhados e parentes, e sa-hem quasi sempre servidos, hoje final-mente que são conservados finicciona-rios que nas praças publicas, nos tem-pios em oceasião de eleições, e no pio-prio recintho das repartições publicasnostilisáo a seus superiores, eiivenenãoos actos da administração, trabem osseus segredos, tudo é desmoralisação !! Itudo écrime! I! Quando porém outr'oraera nomeado nm lente substituto daacademia para inspector da thesouraria,empregos geraes e manifestamente incompatíveis, quando erão atrozmenteperseguidos todos oi cidadãos que em1842 haviào commettido o horrível atten-tado de empunhar as armas para deferi-dwra monarchia, a constituição e a inte-gridadedo império, quando finalmente opatronato chegou ao maior escândalo ecynismo, tudo era virtudo! 1 I tudo erapatriotismoMl

No nosso fraco pensar o governo temcommettido para com a opposição umgravíssimo erro que é não ti atar a essagents como cila merecei e é- somente

assim que ella conhece seus deveres. Seum presidente faz uma nomeação qual-rpier e,ih um membro do grande partidanacionais longe de reconhecer nesse, Jftoo espirito de justiça e impnrcíalalMie,mie ella mesma não pode comproiièn-(lei* a opposição se julga com direito deexigir ma ia, entende que o governo nãopodia obrar de outra sorte, porque noseu pensar todas as habilitações, to$osos talentos são seus privilégios «xálu-êtvtfl.r <í \

Importunou e adnladores para peaircomo -ingratos e orgulhosos depois^dealcanriir o que pretendem. ^l^M^'mos individualisar a pessoa nlf firaà^or-que desejamos evitar o odioso íf«8 quês-toes pessoaes; poderíamos pr)rén* apon-lar faètos repetidos que eotàjprovlrtiejustificáo a raá opinião em >^ujp temo^aiur<mic eln-<*pp*&o'n?*i*'—aV-p».fTtí»í«i \tOmwt\ogoverno actual em algumas de suas no-meações longe de, fazer proselylos criatrahidores, e ao mesmo tempo desgostaa saqitaremas honrados e prestimosos.Talvez estejamos em erro, o nosso amorpróprio não vai ao ponto de crer infal-livei-» as nossas convicções individoaes,Voltando porém ao caminho da desmora-lisaçáo e do crime que existe na deuussãodo Dr. Laurindo. O Ypiránga dá comorazão deste facto, que na sua própriaopinião considera apenas provável, opromover esse promotor o andamento deprocessos ctmtra os saquaremas, que sãocriminosos e já achou processados.

E com efttíito se assim é, se o promo-tor somente sabe processar aos meta-bros de um partido e deixa impunes oscrimes praticados por individuoírperten-contes ao outro, pedimos a S. Ex. quequanto antes realise as previsões do Ypi-ranga e demitia um representante dajustiça quo assim se porta com tantaparcialidade.

Varias vezes temos avançado que aopposição é summamente ingrata edes-oonhecedora até dos favores que se lhefaz, o ainda a questão dos processos emCoritiba é urna prova disto. Um -dosfactos pelo qual o Sr. Nabuco se mos-trou superior ás luetas dos partidos foimandar cessar os processos que em ves-peras das ultimas eleições estavão asautoridades instaurando na comarca deCoriliba- Fácil é comprehender quan-to ha de nobre e generoso neste acto.mas pelo que conlessa o próprio Ypi-ranga o Sr. Laurindo apartando-se dasvistas magnânimas do governo vai fa-zer reviver algum desses processos nãopara bem servir a causa da justiça, maspara perseguir áquelles que lem a ou-sadia de pertencer ao pai lido governis-ta, e proteger ao partido que nessa co-' marcu especialmente se tem mostradofaccioso e intolerante. Se assim é, muitobem começa o Sr. Laurindo a sua vidapublica; esta provincia deverá nelle de-positar grandes esperanças ! ! !

Esperamos porém que o próprio Ypi-ranga não estará informado dos factosc por isso imprudentemente e só pelo

desejo de censurar ao governo está com-promettendo ao seu amigo.-»

O j Ypiránga nos promctte considera-ções. mais particulares acerca de de-missão do Sr. Dr. Laurindo; nós asaguardamos.

O Sr. Souza Franco.Na seasüo de 20 tio mcz próximo passado»na câmara temporária, nbrio a discussão do

orçamento da fazenda o illustre deputado polo.província do Pará, que em um longo discursopretendeu justificar a opposição quo fazia á\proposta do governo.

, Nilo acompanharemos o honrado opposicio-nista nas longas observações quo fez, e que fo-rító apoiadas na comparação dos algarismosdns despertas verificadas em annos traasactoscom a pedida- actualmento nn proposta do go-

vão ora favor du intenção do Sr. Souza Fran-co. Convinha examinar ns causas, a mora li-dade das despezas quo trouxeráo es3e aceres-cimo do cifras sobre a despoza dos annos an-

.teriores., convinha finalmente demonstrar queau nossas circumstancius hoje são as mesmasde ha 4 ou 5 annos; mas, nada disto fez o Sr.Souza Franco, contentou-se em apresentar adilTercnça .dos algarismos da despeza actualcom a dos annos anteriores; e, como do eos-turne, trouxe o exemplo das administrações docelebre qüinqüênio, que, no entender do nobrooppnsicionista, são a norma das administra-ções financeiras, som se lembrar que um negrophantasina, que traz impressa na fronte a pa-lavra—esterilidade—ahi está protestan-do a todo instante contra as proposições doSr. Souza Fr/inco e seus snldados.

Não negamos ao illustre opposicionista ai-guns conhecimentos financoiros, mas não po-

'demos deixar do consideral-o muito abaixodo seu talento em faço desse discurso a quealludimos. De todo o seu longo arrazoado o.que se vô é o espirito de opposição transbor-dando todos os diques da justiça e da razão.Muitas e repetidas vezes dice o Sr. SouzaFranco—que so huvião augmentado excessiva-mente as despezas com o tliesouro e thesoura-rias—mas, não podendo negar-se ás reclama-ções do sua própria consciência, sempre decla-rou que o serviço da repartição de fazenda temmelhorado um pouco. Esta declaração, feitapor um opposicionista extremado, como é o Sr.Souza Franco, tem grande alcance em favorda administração do Exm. Sr. ministro da fa-zenda, o o Si. Souza Franco o comprehendeu,pois que tentou attenuar a impressão que iacausar aquella sua declaração dizendo—queesse melhoramento tinha sido ,4 custa de mui-to dinheiro, quando elle se poderia reahsarcom metade.

Mas, S. S. contentou-se com esta proposi-ção; não demonstrou, como convinha, detalha-damente de que modo poderia isso conseguir-sesem augrnento da despeza. Na falta de argu.mentos em favor do que avançou, entre outrascousas, dico o Sr. Souza Franco*.—jtVao se ai-tendeu muito ás circnmslancias das províncias;não se attendeu muito ás necessidades das the.sourarias. e augmentou-se consideravelmente onumero d'empregados, augmentou-se excessiva-mente os ordenados ainda naquellas provin-cias em que isso não era exigido, em que ospróprios empregados não contavão com tantaliberalidade. Lembro-me que estando ultima

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AURORA PAULISTANA.

mente na provineia de S- Paulo, vi. que todosae. admiiavão do grande augmento de ordenado

que os empregados tinhão, e que alguns mesmodizião (pie não conlavão nem com meelad des-

se augmento. %'•'-..Se o illustré representante polo Para liou-

vesse meditado iim pouco no quanto tem deimpolitica, errônea, e injusta esta sua proposi-cão, certamente nâo a teria elle avançado. Seo Sr. Souza Franco se tivesse dado ao traba-lho de indagar seriamente a antiga organisa-cão das thesourarias, è os inmuneros e com-

plicados serviços a seu cargo, certo não acha-ria excessivo o augmento do pessoal, quo trou-xe a reforma.

E' de crer que S. S. nunca tivesse servidoempregos de fazenda, ao contrario não teriasido tão fácil na sua censura. Vê-se pois, queo illustré ópposicionistu não está em dia comos trabalhos a cargo das thesourarias.

" Augiuentou-se excessivamente os ordena-dos" dice o Sr. Souza Franco, mas aqui, co-mo em todos os tópicos do seu discurso, a de-monstração jicou no linleiro. Certamente o Sr.Souza Franco não consultou a tabeliã dos ven-cimentos destes empregados; se o houvesseleito, teria oceasião de verificar que á excep-ção dos chefes das repartições e das secções,cujos ordenados apenas pioporcionão uma par-ca subsistência, todos os mais empregadosdesde o 1. ° escri ptura rio até o de mais peque-na graduação não tem ainda com que fazerface ás mais simplices e indispensáveis despe-zas de sua subsistência.

Para não nos tornarmos prolixos'ijcom lon-gas demonstrações traremos um só exemplo:—pela nova organisação vence um 2. ° escrip-turario das thesourarias de l..a ordem da 3. rt

classe 800$ rs., um 3. ° 000!$ rs. anmiacs; eperguntaremos ao Sr. Souza Franco—como éque com 50 ou 668 rs. mensaes será possivelsubsistir alguém com a decência indispensávela um empregado publico, hoje que em qualquerdas províncias do império o mais insignifican-te prédio sc aluga por 2008 rs. aimuaes? Foramuito para desejar que o Sr. Souza Francodesse á luz algum tratado de economia domes-tica, em que demonstrasse a possibilidade deuma stibsistancia decente, qual deve ser a doempregado publico, com a exigua quantia de600 ou 800 mil reis annuaes, quando elles sãoaté como que obrigados a comparecer aos fes-v_. m_ i >• -- -........... ».»i«_ :J...l^.o Ucatti lia-tureza; salvo se o Sr. Souza Franco leva os seusprincípios econômicos ao ponto de rebaixaros empregados de fazenda á condição do olli-chies mechántcos.

Ninguém ignora que é dc sunima vanta-gem aos cofres do estado tirar o empregadopublico da posição mesquinha em que se acha,para protegcl-o contra a prevaricação e afrande; mas o Sr. Souza Franco, qne so ripro-senta como tendo feito monopólio do zelo pelosdinheiros públicos, esqueceu todas estas con-siderações para só dirigir-se ao seu fim, istoé, apresentar o governo como dissipador dosdinheiros públicos.

E' pois nossa convicção quo o augmentodos ordenados dos empregados de fazenda,principalmente das províncias corno a de S.Paulo, ainda está muito á quem das necessi-dados mais urgentes da vida do homem.

O Sr. Souza Franco teria sido mais justo,mais político, e até mais opposicionista, sctomando a palavra tratasse de demonstrar queos ordenados dos empregados das tbesoura-rias ainda estão á quem de suas nocessida-des, e que por conseqüência a reforma tinhasido por este lado defeituosa ou insufficierite;que convinha attender mais a esta muito im-portante classe de cidadãos, que ocotípa seishoras de cada dia no difficil e fatigante Ira-balho de algarismos, o que só pôde haveruma remuneração no fim de 30 annos de efléc-tivo exercício, pois quo hoje, além do descontode vencimentos nas licenças, também se lhesdesconta o tempo para a aposentadoria.

Como pois podorião os empregados da fa-zenda de S. Paulo admirar-se do aceresci-mo dos ordenados?.... Houve indubitavcl-mente improviso da parte do Sr. Souza Fran-co, mas improviso muito infeliz e de que seterá certamente arrependido.

Faremos só mais urna reflexão sobre o dis-curso do nobre opposicionista, na parto emque quiz ferir o chefe da repartição de fazen-da desta província. Disse elle,'depois de ha-ver declamado contra o augmento de pessoaldesta repartição:—Islo depende talvez de queonde ha director pouco hábil, ha trabalho mal.dirigido, e é preciso mais gente, &c.; e maisabaixo— Se na thesouraria de S. Paulo haempregados que são hábeis, ha também a res.peito do principal e chefe a precisão desse,augmento, &c.

Se o Sr. Souza Franco quiz dirigir esteataque ao Exm. Sr. Dr. Hypolito chefe da rc-

partição, e que hoje se acha na administraçãoda provineia como vice-presidente, perdoe-nos quo, lhe digamos, que deu uma coaretada

grosseira , pois querendo justificar o aug-mento do pessoal com a ineptidão do cheiocertamente ignorava que a nomeação dó Exm.Sr. Dr. Hypolito para o cargo de inspector datliesouraria desta provineia foi posterior aodecreto quo reformou as repartições de lazen-da; além disto a reputação de que goza entrenós o Exm. Sr. Dr. Hypolito, sua reconheci-da illustraçáo o collocão muito acima dasroncas do Sr. Souza Franco, que seu furor dede cego opposicionista náo recua nem mesmoante a calumnia pelo satânico prazer de tudocensurar.

COHP.SSPONDBITCIA.

4:*.!

Sr. Redaclor da Aurora Paulistana.

Tendo lido na sua apreciável folha do 22 depinho o discurso pronunciado pelo deputadoRibeiro iPAndrada na sessão do dia 8 do mes-mo mcz, e prestando mais particular nttençãosobre á parto relativa ás eleições de Brugan-ça, não pude conter a minha indignação, nemdeixar de fazer tristíssima idéa do caracter,índole, e educação desse estouvado piilrador,á! vista da desenvoltura, e leviandade, com queousou desfigurar os factos, e stygniatisar domodo o mais insólito e desahrido a conduetado digno juiz municipal do Brangançn poroccasião daqttellas eleições; e como o meio maiserncuz dc neutralisar os eíléitos de uma ca.lumnia, é desmascarar o calumniador, e fazerappareccr a verdade cm toda a sua evidencia,digne-sèi Sr. Rédáctor, inserir nu sua concei-tuada folha, o ofiicio que aqucllo juiz munici-pai dirigio ao Exm. Presidente da provínciaom resposta ;i representação da mesa paro-chiai; elle náo só contem a defesa desse dignomagistrado, como um desmentido formal ásfalsas iinputações daquolle apóstolo da doma-gogia. i

.•vSou Srl Rcdactor seu constante leitor o'¦'• ¦A' Imparcial.

Illm. c Exm. Sr.—Foi-me presente a por-taria, que V. Ex. me dirigio com data dc 5do corrente, transmittindo a representação in-clusa do juiz de paz Marccllino Pereira dcAraújo, a fim ae que eu inlormc circumstan-ciadiinicnté, e com individuação sobre cadaum de seus tópicos; e conforme me pcrmitlc nescassez do tempo, passarei a cumprir a de-terminação de V. Ex.

Primeira parte da representação—que a.sautoridades policiaes, o coinmandante da guar-da nacional desta villa, para alcançarem umtriumpho eleitoral, tinhão posto em acção to-da a sorte de meios violentos, como notifica-ção para revista do dia 1. ° , para destaca-monto, e editaes com promessas de processoscrimes, e punições severas. Tratarei separa,danicnte dc cada um desses pretendidos meiosdo coacção, o principiando pela revista, direique em verdade se íizerão aquolles notifica,ções para rovista da guarda nacional destavilla no dia 1. ° do corrente, assim como jáse tinhão feito para as revistas dos inezes an-teriores; não era porem uma revista extraor-dinaria, como clã a entender aquelle juiz depaz, mas sim daquellns que segundo o regula-iátrieiifo da guarda nacional devem ter locarna primeira dominga de cada mez; não eratambém uma revista geral feita com ostenta,ção na praça publica, ou em frente da casado coiimuindante do corpo, mas uma revistapor companhias, uma simples chamada deguarda nacional junto ás moradas de seus res-pectivos comniandantes; e daqui bem vé V,Ex. que essa revista nem era vexatória paraos guardas nacionaes, nem podia ser conside-rada como uma ostentação de força, porqueum pequeno ajuntamento de pessoas todas de-sarmadas em desarranjo, e trajadas á moda daroça não causa o menor abalo na populaçãonem merece a denominação de força. Quantoao destacamento, nào só é exacto que para ellese íizerão as precisas notificações, como atéconsegui reunir mu forte destacamento de 140praças da guarda nacional e policial e passa-rei a dar a razão desse meu procedimento:Nunca eleição alguma foi aqui tão forte-mente pleiteada como essa que teve logar nodia 1.° do corrente; nunca a opposição desen-volveo tanta-audácia e tenacidade como fezagora para obter o vencimento dessa eleição;para todos os bairros expedirão os seus ngon-tes diversas circulares com o fim Je deprimiro actual governo, o todas ns leis por elle pro-mulgadas ; inculcnrão-sc como os legítimoscommandantes da guarda nacional, qualificai,-do de intrusos c ineias-caras a todos os ofii-ciacs nomeados pelo mesmo governo, dest'ar

*

desobediência, c insubordinação;Wiltrajárao-mo por meio da imprensa, dirigindo contramim correspondências, e nccusaçOos ns maiscalumniosus e infamtintcs, tudo para descon-ceituarmo na opinião publica, fi alienar domim todas us nlleições populares, o depois co-mo desatinados percorrião o districto destavilla, vociferando contra os meus feitos, e lon-do em voz alta para todos os votantes os im.pressos diffamatorios quo tinhão inandado pu-blicar contra mim; e como se tudo isso nãobastasse, ainda assoalhavão por toda parteque ou havião de vencer a eleição, ou os seusadversários não lograrião o tritimpho delia, o

para dar-se mais peso a esta ameaça, boatosatterradores so ospalhavão pelos habitantesdesta villa, dizendo-se que não so concluiriaa eleição sem uma grande desordem, c que.Ia-cyntho Ozorio, Luiz Gonzaga, doutros chefesda opposição eondiiziriãu do noite os votantespara suas casas, onde os coiiscrvarião reclusose debaixo de armas, para fazerem face n (piai-quer eventualidade, o mesmo perturbar os tra-ballios da eleição, quando houvesse perigo depcrdel-a.

A' vista do taes oceurrencins, e sobre tu-do do excitamento c animosidade, com quea opposição se empenhava nessa desordenadaluta, quem podia deixar de conceber mui gra-vos receios pela segurança c Irnnquilltdiidepublica ? E nesse caso que me cumpria fa-zer ? Cruzar os braços, deixar de tomar asmedidas, que a prudência aconselhava, e sus-pender em fim toda a acção da justiça, só-mente porque so tinha de fazer uma eleiçãoprimaria? Eis a razão porque entendi quede-via reunir um forte deslocamento nào parastipplantar a liberdade do voto, o opprimjr osmeus adversários políticos, mas para contei-os dentro da orbita legal, o prevenir os funes.tos resultados dos seus desatinos; a lei me au-torisava a toninr esse expediente', ns circums-tnncias o justilicavão plenamente e uma vezque elle marchasse de accordo com o dispostodo art. 103 da lei regulamentar das eleiçõesnenhuma censura poder-se—ia irrogar-ino.Ora é inegável (pie es;a condição fui por minifielmente observada, porque prohibindò uquel-le artiiro a ostentação de forca no dia du elei-ção primaria a uma menor distancia du legoado lotrar da mesma eleição o parocendo-meque se achava compridu>ndidolU)itssu dispo*»-çao o (lestacamecto (pie por ordem minha setinha reunido, na véspera do din 1." de fc-veseiro ainda pela manhã determinei que cs-sn força sc fosse postar em dous pontos diver.sos na distancia de mais de legoa desta villa,deixando aqui ficar única monte 22 praças daguarda nacional o policial, que me parecerãoindispensáveis para manter n, ordem publicado logar; e não so diga que nem mesmo essapequena força me era permittidu no dia daeleição primaria, porque o artigo 108 somen-to prohibe a presença de uma força apparato-sa, que pôde espalhar o alarma na população,c comprimir a liberdade do voto, e nunca a as.sistencia do um insignificante destacamento,que tem por fim decorrer as mais urgentes nocessidades, e prevenir os conlhetos. que sãotão freqüentes em semelhantes oceasiões. Sepois o meu procedimento esteve sempre emharmonia com a lei, so o artigo 103 não pro-hibe; o antes tolera a ostentação de força áuma legoa distancia do logai da eleição, é in.negãvel (pie o expediente por mim ndoptudonão pedia ser considerado como um meio decoacção, ou um nttentadu contra a liberdadedo volo; e se a opposição entende (pie essasmedidas apezar du muito legues, não deixãoeom tudo de causar algum abalo na população',e prejudicar o livre exercido daquolle direito,porque então não se cohibe de lautos desati-nos / Porque não sc abstem da provocar taesmedidas pelo seu inconsiderado proceder .'.Mas ella não so quer segeitar á unia condiçãotão riisoavel; tomando á peito vencer a elei-ção á todo custo, recorrer aos meios maisignóbeis e reprovados, e incitando a luta como maior fervor o animosidade , acaba porcomprometter a ordem e segurança publica;e depois quando as autoridades tomáo as con-venieiitas medidas para contei—a dentro da or-bita legal, c atulhar os funestos resultados doseu desatinado proceder, clama contra essasprovidencias e qualifica-as do arbitrarias outtentorius da liberdade do voto. Do tudo istoo que so podo concluir é que n opposição nãoconfia nos recursos legues, nem gosa dessagrando influencia que tanto ttlardéa, e que.muito de propósito provoca aquellas medida}para ter pretextos á allegar contra n validadeda eleição, ou desculpar-se de sua derrota.

Quanto aog editaes, que também são consi-derado pelo presidento da mesa purochial co-mo meios de coacção, somente um mandei pu-blicar 15 dias antes da eleição, o é aquelle

te concitúrão os guardas nacionaes votantes á l mesmo que já foi presente a V, Ex., o saião

impresso no periódico Ypiranga; por meio des-te edital tinha eu annunciado (pie procederiacrimiiialmenle contra todos aquclles, que usas.sem do promessas, ou ameaças para constran.ger os cidadãos qualificados a votar ou deixarde votar em determinadas pessoas; manifestaresta minha resolução não era attentar contraa liberdade do voto, nem constituir os votam(os om estado de coacção; mas sim assegurartpie tornaria cfieetivas us leis quo garantem oexercício desse direito, e que por conseguinteestnva disposto a protegel-o pelos meios le-gaes.

Segundo ponto da representação—que navéspera da eleição tinha eu inandado postardops fortes destacamentos, um á duas legoasda villa na Fonte Alta, e outro distante umalegoa na estrada do Soccorro, destinados a in.limidar os votantes, que abi entrassem, e com-p tstos de guardas nacionaes votantes, osquaes até a data daquella representação aindanáo tinhão podido votar porque uli permane-eiüo destacados.

Respondendo direi, quo eu em verdade fizmarchar aquclles dous destacamentos para ospontos supra designados, não para intimidaros votantes, como ousa nílirinar o presidentodu mesa purochial, pois que nqui ninguémignora que eu só costumo empregar a forçapara prevenir, ou punir delidos, e náo paraviolentar a pessoa algumu, ou prival-a doexercício de uin direito; mas porque náo podiaconservar essa força dentro da vill.i no dia daeleição primaria, pela razão acima expendi-das, ao mesmo tempo que aquclles pontos ofie-recião as coininodidades necessárias para oseu alojamento.

Uma dessas forças também era compôs-ta de guard.is nacionaes votantes, os quaescom efeito ainda não tinhão votado até á da-ta daquella representação; mas logo depoisque o juiz de paz suspendei) os trabalhos damesn, e ainda antes do so findar o primeirachamada forão todos dispensados do destaca-mento paru virem votar á esta villa, c aqui soapresentarão elles ainda no principio da se-gunda chamada.

Terceira allegação—que na véspera daeleição ã noite, grandes patrulhas de guardasnacionaes e policiues forao cslacionadas nasentradas deslu villa para revistar os votantes,que chega vão, ficando uns logo incorporadosas mesmas patrulhas, e sendo outros levadospara certas casas iPanteinão preparadas, doonde sahirão para votar.

Em resposta direi, que com etloilo na ves-porá du eleição pouco antes do escurecerexpedi duas patrulhas de seis guardas cadatuna, não para ficarem estacionadas nus en-tradas desta villa, mas para rondarem poresses lados na distancia de quinhentos passos;ollas não tiverôo por fim obstar o comparecimento dos cidadãos votantes, ou fuzcl-os pos-sar por uma rigorosa busca, como diz o presi-dento da mesa, mas para observarem do certadistancia, se elles vinhâo armados, e desar-mal-os quando assim se npresentassem, poisera esta uma das medidas, quu em face dasoceurrensias acima relatadas, mu cumpria to-mar, para frustar os planos desorganisadoresda opposição; nenhum dos votantes, que poralli passarão forão detidos para engrossaraquellas patrulhas, pois que estas levaváo re-commciidaçáo muito expressa de não se en-tenderem com os votantes, senão no unicocaso de se apresentarem armados em grupos, omesmo assim iláo se lhes devia fazer a menorviolência, mas somente desarmal-os, e deixarseguir o seu caminho; também não ó exactoque alguns desses volantes fossem conduzidospor patrulhas ambulantes até as casas supramencionadas, 1. ° porque nessa oceasião nãohouverão outras patrulhas além daquellns quotinhão sido expedidas para as entradas da vil-Ia; 2.° porque os votantes que por ahi passa-ráo já vinhâo acompanhados do pessoas iiiuu-cates, que os tinhão reunidos nos bairros dosuas residências; náo nego que o partido sa-quareina tivesse casas destinadas para a lios-pedagem dos votantes, assim como também astivera a opposição, mas no procedimento deum e outro lado se notava uma grando ditfe-ronca, o vinha a ser, que os votantes gover-nistas tinhão a faculdade de sahir a qualquerhora e de facto forão vistos constantemente apercorrerem as ruas dostn villa, sem guardas,e todos dispersos; em quanto que os votantesdo lado opposto so havião recolhido fora de lio-ras nas casas de

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le Luiz Gonzaga, JacinthoOzono, e outros, e d'ahi não sahirão senãoquando a modo de rebanhos forão c< nduzidosao templo paru depositarem as suas cédulas naurna.

Quarta allegação—quo no dia 1.° de feve-reiro pelas 9 bons da manhã verificou-se arevista geral da guarda naoional em frente dacadea desta villa. Mus a islo respondo, quo

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com quanto se tivessem foito notificaçõespara essa revista, como acima declarei, to-da via posso assegurar n V. Ex. que ella nãose verificou nesse dia, nem mesmo em outroqualquer porque como o presidente da mesa ti-nha annunciiulo por editaes, que V. Ex. revo.gára aqucllcs avisos (o quo não era exacto)nenhum guarda se apresentou para essa re-vista, o os meninos commandantes de compa-ninas nao se importarão mais com ella, semduvida por se acharem distrnhidos com a ciei-ção, c por algumas oceurrencias desagrada-veis, que nesse mesmo dia tiverão logar. Nãoduvido que em frente dn cadôa se tivesse feitorevista dos vinte e dons guardas, que nqui dei.xei ficar, e so achavão nqiinrtolhidos nesse edi-íicio; mas isto não era a revista duque agoraso trati, e sim uma simples chamada de guar-das destacados, que segundo a ordem do servi-ço se deve fazer três vezes ao dia.

Quinta ai lega ção — que nesse mesmo diapatrulhas numerosas percorrião as ruas destavilla, o outras se achavão postadas nus can-toa da igreja matriz; persistindo firmes emseus postos, e preenchendo a sua missão osdestacamentos postados nas entradas da mês-ma villa.

Primeiramente observarei tpie quando mes-Ino taes medidas fossem tomadas pelas au-toridades policiaes, não era todavia condeiuna-vel um semelhante procedimento, não só porque ns oceurrencias acima relatadas ojusti-ficavào plenamente, como porque o art. 103dn lei regulnnienLnr-das eloiçOes não suspendeu noção da justiça, e nem prohibo o empregodnquelles meios, que são absolutamente indis-pensa veis parti u manutenção da ordem e se,.gurnnçn individual: mus nqtiellu allegação nãoé somente improcedente, pois também lhe tal-ta a devida exncttdtlo, e p que ainda é maisn fiel exposição de algumas oecuironcius, ipietoritavão inevitáveis nqucllus providencias. Nodia supia referido, ainda não erão sete horasda manhã, cpiaudu os prilicipnea agentes deambos os credos percorrião ns ruas desta villapara distribuírem cédulas pelos votanlus, oachando—se todos possui dos dc animosidade, eressentimento, pareço qtie de propósito prOCUjrnrão nquella occasião para se desabafarem, ede fueto encontrando-se no largo da motrizdesta villa tiavão entro si uma altorcnçno dêpalavras, ntneaçâo—se reciproeaniente, o dãoa voz de prizão uns contra o.s outros; itnme-diatnmente comoção li ngitar-so cm tornodelles os votantes de ambos os lados, e já sedispõe a tomar n defesa de seus ilibados, dei-xando ver de quando em quando as garruchas,que trazião oceultas debaixo dos punehos; operigo se augmentitv-i ã proporção que esseajuntamento so ia engrossando, o receio e in-quietaçdo já so upoderuvão de todos os espiri-tos; tudo prestigiava uni rompimento próximo:para prevenil-o, expedi iiiiinediataineiite duasescoltas, não para prender n pessoa alguma,mas para restabellecer a ordem, dispersar osgrupos, que s« iao formando, e desarmar ostpto fossem encontrados com armas; essas es-coitas também tivorão ordem para depois dis-só^se postarem nos cantos dn igreja, não parapôr 08 votantes em coacçàu, como clã a enten-der o presidente da mesa, tuas pura não deixarpessoa alguma entrar com armas no templo, epara npprehendel-as quando algum as trottxes-se. Com estas providencias rcstabelereu-se asegurança publica, e todos os votantes se apre.sentarão na igreja u dar os seus votos sem omenor constrangimento, ou sombra de coacçáo,pois ninguém ignorava quo a presença dessaforça somente tinha por fun a manutenção daordem e segurança individual.

Quanto tios destacamentos, que, segundo dizo presidento da mesa, ainda se conservuvãoestacionados nas estradas dn villa no dia daeleição primaria, cumpre-me assegurar a V.Ex. quo s-jmelhunto allegação está muito lon-ge de ser verdadeira; pois que tendo eu no diaantecedente expedido para ali duas patrulhas,como já tive occasião de expôr a V. Ex.; ás8 horas da noite mandei quo ellas se retiras,sem para o quartel, c desde então deixou de ha-ver destacamentos nas estradas da villn.

Sexta allegação—que naqucllo mesmo diaos meus agentes se tinhão tvprescntado naigreja armados do ptmh.tes, espadas, garru-chás, e cia vi notes, e com tal escândalo, quenem ao monos occultnvAo suas armas.

Ropellindo com toda a efficacia essa tão per-fida, como grosseira insinuação, devo decla-rar a V. Ex., que tonclo por longo tempo exer-cido nesta villa empregos de justiça, nunca ti-ve por costume ladenrme de outra força, quenão seja a permittidn pela lei, e que além dis.so nenhuma vantagem me podia resultar dapresença du itma força armada dontro da igre-ja, quando a cem passos de distancia se acha-va a minha disposição um destacamento devinte e duas praças, além daquellas estacio.

nadas fora da villa na distancia de legoa omeia; o facto quo refere o presidente cia mesanão só é paru mim inteiramente extranho comoaté mesmo mo parece inverosimil, porque ten-do eu empregado toda a possível vigilânciapara obstar a reunião de gente armada dentrodn igreja, por ser essa occasião, em quo maisperigoso se tornava o uso de armas prohibi.das posso assegurar a V. Ex. com fé do ver.dade, que nunca vi, e nem mo constou que du-rnnto os trabalhos da eleição se achasse ai-gueiu com armas dentro do templo; e se fosseexacto que desse modo ali se apresentarão osagentes de policia, porque os náo mandou re-tirar o presidente dn mesa? E i*o receava Pi-zel-o por sua própria autoridade, porque náome denunciou esse facto, como já o tinha fei-to acerca de outros inuituo de menor impor-lane ia !

Sétima allegação—quo no dia 2 do fevo-reire retirando-so o povo quasi ao anoitecer,e ficando it urna guardada por alguns norma-netites forão iininediatunieale leichadas a por-ta principal da igreja é uma das latentes, dei-xando-se aberta apenas uma destas, onde logofoi (tostada nina patrulha de 8 homens arma-dos com uma sentinelhi, que passeava dianteda referida porta, interrogando aquollns pes-soas quo dn mesma so nproxttnaván; quo itigreja so achara com uma só luz, u por conse-guinte quasi escura, o perto du urnu viáo-secertos agentes dn policia.

Respondendo direi que em vordndu depoisde retirar o põv-s apenas ms conservou abertauma dus portas latentes dn igreja, e isto pornao ser preciso quo do mesmo modo se censor-vnssem as outras; junto delia foi com etfeitopostada uma patrulha do 8 homens, que metinhão sido requisitados pelo presidente da me-sa pura guardarem a urna, e so bem que alise observassem Iodas as formalidades milita-res relatadas em seu ollicio pelo mesmo presi-dento da mesa, todavia eslus precauções nãotinhão por*tiui ditltcullar o ingresso a pessoaalguma, porque em verdade por ali entrava osntlta (piem queria, mas para evitar qualquersurpresa no caso du se pretender roubar auma, como por muitus vezes tem succ«didoem diversas partes.

Sobre a ctrrumsttincia de se achar a igrejaqutisi as escuras, devo observar que quandomesmo tosse ella verdadeira, somente so podiaimputar essi falta ao mesmo presidente du me-sa, que é quem devia providenciar sobro talrespeito; mas posso ussegurur a V. Ex. epienunca a igreja esteve com menos do três lu-zes sobre a mesa grande, em que se achava aurna depositada, porquo vendo eu quo o pre-sidento chi mesa não dava sobre isso providen-cia alginna, o quo ntó o mesmo sachristào mui-to do propósito e por insinuação de seus allia-dos políticos recolhera para sua casa quantacera havhi nos oastiçuos da igreja, para lá co-inecei a mandar as luzes necessárias, o diiran-to todas as noites, em que a urna estevo depo-stluda na igreja não houve falta dellas.

Quanto aos agentes da policia, postados anoite perto da urna, elles não erão senão ai.guns cidadãos pertencentes ao partido suqua.rema, (pio uli se achavão guardando a rnesinuurna, e se o presidente da mesa tinha razoespara suspeitar da sua prosonçu, ninguém obs.tava quo elle também para lá mandasse seusagentes.

Oitava allegação—quo durante o dia 1.°o 2 de fevereiro tinhão sido presos diversosvotantes, uns pelas patrulhas, de que se acha-vão tomadas as portas da igreja, e quando pro.tendido entrar parti entregarem ns suas cedu.Ias, e outros á noite dontro da igreja, c quan-do gttardavão a urna. Primeiramente devoobservar, que nquellas patrulhas não se acha-vão collocadas junto ás portas da igreja, enem erão destinadas para prenderem os vo-tantes quo por uli entrassem, como mnlicio-sumento dá a entender o presidente da mesa;mas antes por ordem minha so tinhão posta,do nos cantos da mesma igreja por causa dasoceurrencias do dia 1.°, e unicamente paraobstar quo pessoa alguma entrasse com armasdentro da igreja, e npprehendel-as quando nl-guetn as trouxesse: é verdade que na ocea-sião da eleição forao presos alguns guardasnacionues votantes por ordem dos seus res-pectivos coinmandantes, e isto porquo tendosido avisados pata o serviço do destacamento,não só desobedecerão ás ordens de seus le-gitimos superiores, como até mesmo altivos einsubordinudos percorrião as ruas desta villu,dizendo alto e bom som que náo reconheciüopor seus commanduntes senão o ex-tenente-coronel Jacintho Ozorio, e outros ofticiaesde-mittidos; mas estas prizões não forão eíFec-tuadas por aquellns patrulhas, e nem mesmona occasião, em que esses votantes entravãono templo, c sim peles cabos, o guardas dasrespectivas companhias, e quando erãoencon-

trados pelas ruas desta villa quasi sempre dis-tanlante da igreja.

Quanto aos votantes que á noite gtmrdavãoa urna, cumpre-mo deelarar que pelos mesmosmotivos forão com effeito presos três guardasnacionaes (e não seis como diz o presidenteda mesa) que ás 9 horas da noite se haviãointroduzido na igreja sob pretexto de guarda-rem a urna; mas estas pri/.õos não fõrao pro-piiamenle effectuadas dentro do templo, porquo tendo sido nhi encontrados pelos cabos,que trazião ordem para prendel-os, estes pormeios astuciosos poderão conseguir, quo ellesse retirassem para fora, e só depois disso 6 quese lhes intimou a ordem de prizão, o forãoconduzidos para a cadòu; e note V. Kx. quetanto estes, como todos os meios, de quo acimafiz menção, não forão privados do seu direitodo votação, porque alguns delles já tinhão vo.tado quando forão presos, e os outros forãoalliviados da prizão ainda anlcs dc findar-sea l.K chamada.

Nona allegação—quo eu nas discussões«pio houvorão me havia portado com tal ani-mosidade, que até cheguei ao ponto do píofo-rir palavras ameaçadoras, porque quando setratava da suspensão dos trabalhos da mesa,tinha eu exclnmado que não consentiria cmsemelhante suspensão, e empregaria toda aforça nooessuri.» pura obrigar a mesa a con-cluir n eleição. Nada disso é exacto c bem vêV. Ex. quo nem mesmo era vorosimil que taespalavras tivesse eu proferido; e nu verdade sea mesa sem causa legitima suspendia os seustrabalhos, para que ohrigol-a por nioio da for-çu, a concluir n eleição ? Pois não seria mui-to mais conveniente c expedito organisar umanova mesa pura continuar nuquolles traba.lhes?

Décima allegação—quo tendo havido acer-cu da acta uma discussão assaz calorosa, emque eu havia tomado parto, e retirando—sepor instantes o Mesario Salvador Nardi, porassim httve-lo pedido, inimechatamenle meprecipitei apoz delle, o chamando us armasos meus soldados, fiz sahir uma escolta emseu segtuiiionto. Deixando de parto o quo hade exagerado nessa allegação, direi que emverdade tinha eu tomado esse expediente naoccasião em (pio so truta; porque do factotendo sido bastante animada aqtiella discussão,nu qual lambem tomara purte o dito' MeSario,o vendo-o levantar-se urrebutadumente , edirigir-se a passos precipitados para tora daigreja, rasOus sobejas tinha eu paru suspeitarque elle se achava possuído do sinistro in-tento; o por isso ordenei que dous pertnaiien-tos o acompanhassem de longe, e observas-sem para onde ia e o quo pretendia fazer, ecomo logo depois tornasse á npparecor naigreja mandei retirar aquelles dous soldados,que nem ao menos tinhão chegado á approxi.mur-se dello.

Décima primeira allegação—qUC no dia 3de fevereiro, procedondu-so á abertura do cofrepuni se continuar no recebimento das cedidas,no instante em quo os mesarios Francisco Mar-tins Teixeira, e Francisco Emiliò da SilvaLeme abrirão o cofre, observarão quo da tam-pa delle havia cahido duas cédulas de còrverde, as qunes segundo as observações quenosso acto so fizerão, tinhão sido introduzi-dai por uma lenda, e fazem presumir quemuito maior numero se introduzio durante anoite; epio nessa mesma occasião achando-meou presente, declurei porunte a mesa, quo ameia noite tinha revistado o cofre, e notandoque nelle havia aqtiella lenda, por onde se po-deria introduzir nlguinus cédulas, tratei logodo acautelar, tapando—a com cera. Princi.piarei pelo facto de ter sido o cofre por mimrevistado: na tardo do dia 2 do fevereiro,quando a mesa ia suspender os seus trabalhospara continuar no dia seguinte, tinha indica-do o mesario Francisco Pires Monteiro, quepara maior segurança so recolhessem as ce-dulas em uma urna, e fosse esta depositadano cofre das três chaves, e como o presidentoda mesa com infracçào manifesta da lei serecusasse tomar esse expediente, sob o frivolopretexto dc náo se ter ainda concluído o rece-bitnento dus cédulas; não pude deixar de sus*peitai que du parto da opposição se urdia nl-gúm tenebroso plano sobre a violação da ur-na, e por isso pouco depois de escurecer (e nãoa meia noite, como diz o presidente du mesa)me dirigi a igreja com alguns amigos, e pas-sando a examinar o cofre com toda a atten-çáo, e isto em presença de mais de 30 pes-soas, observei que nelle existia uma pequenafendu, por onde com algum custo so poderiaintroduzir uma cédula de pequeno volume; eesta circunstancia ainda mais corroborava asminhas suspeitas, e por isso tapando com umpouco de cera aquella fenda, recommeiidei asentinclla que tivesse toda a vigilância com ocofre, c que não deixasso pessoa alguma apro-

ximar-se delle, e retirei-me immedintamente,No seguinte dia achando—se reunida a iiics?!ie abrindo—se o cofre para se continuar o ro-cebimento das cédulas, exclamou o mesarjoFrancisco Emiliò da Silva Leme que tinhavisto ctiliir de um dos cantos da tampa duascédulas de còr verde, que parecião ter sidointroduzidas pela fenda, de que fiz menção, oque era de presumir que muilo maior numerose tivesse introduzido durante a noite; paraterminar a discussão, quo a este respeito sosuscitou entre os mesarios, propuz que socontassem as cédulas para ver se o numerodellas correspondia ao dos votantes, quo ha-vião comparecido, e que se desse exame re-soltasse o excedente de duas cédulas, a mesaas devia inutilisar, proseguindo nos seus tra-balhos da eleição, porque então era evidente<pie nada mais podia ter-se verificado do quointroducção de duas cédulas; mas o juiz dopaz presidente ainda se oppôz a este expedi-ente, e dizendo que suspendia os trabalhos damesa não só por esse, como por outros muitosfactos, retirou-se com os dois mesarios sup-ptentes, deixando cm cima da mesa todos ospapeis relativos a eleição. Em vista do quofica exposto não pude deixar de convencer-me, que nquellas cédulas não tinhão cahidoda tampa do cofr;, o que isto não ora senãoum invento, um pretexto do (iuc so servirãoos mesarios da opposição para cohonestar asua retirada, e tanto isto é verdade, que ten-do-se organisado de novo a mesa, verilicou-soem presença de mais dc 100 pessoas, que onumeío das cédulas ate ali existentes [corres-pondião exactamento o numero dos votantes-que havião comparecido, sendo ainda paranotar-se, que já antes da abertura do cofre opresidente da mesa havia dito ao escrivão dopaz, que era preciso passar-se um edital, oeste não podia ser outro senão aquelle, comque logo depois mandou publicar u suspen-são dos trabalhes da mesa.

Décima segunda allegação—que depois doresolvida aquella suspensão por maioria dovotos, náo foi possível fexar-so o cofre e la-vrar-se a acta dc todo o oceorido, por me terapoderado da urna, e de todos os papeis relati-vos á eleição.

Entretanto direi' que ainda estajallegaçãoestá muito longo de ser verdadeira, 1.° por-que

'<>£•<> qoc o prcoii/ento declinou suspensos

os trabalhos da mesa, elle c os seus collegas•'Salvador Nardi e Francisco Emílio forão-solevantando dos seus assentos, sem mais se im-portarem com o cofre, nem com os papeis ten-dentes á eleição, 2.° porque forão os eleitoresmesarios quo ficarão tomando conta de tudoisto, quando aquelles se retirarão, 3.° porquosó me approxitnei da mesa, depois que o pre-sidente e seus companheiros já se arhavãofora da igreja. Em remate devo assegurar aV. Ex. quejisc a opposição abandonou os tra-balhos dti mesa não foi de certo por nemhumdos factos acima referidos, mas por conhecerperfeitamente quo o lado opposro vencia aeleição por mais de dous terços/de votos, co-mo depois' se verificou.

Deos guarde a V. Ex. por muitos annos.Bragança' ü de fevereiro de 1852 Illm. eExm. Sr. Presidento da Provineia.—O dc-legado, Joaquim Pinfo*Porlo.

NOTICIAS DIVERSAS.

INTERIOR.Consta-nos que o Sr. Joflo Miguel do

Mello Taques, juiz municipal do termode Castro, fora suspenso pelo Exm. vi-ce-presidente da provineia para ser pro-cessado por crime de responsabilidade-Os actos ultimamente praticados por es-te juiz, como retenção indébita em seupoder de dinheiros de ausentes &c pe-dião uma repressão qualquer: ainda bemque S. Ex., aproximando o actor e nstranquíbernias, soube fazer aos habitan-les de Castro e á moralidade publicauma concessão que o honra;, e pois agra-decênios á S. Ex. o louvável acto quepracticou mandando suspender aquellojuiz*para'ser processado.

EXTERIOR.

Lè-se no Jornal do Commercio de 5 do cor-rente:

Os Estados—Unidos acabão de perder umadas suas illustraçoes. O Sr. Henrique Clay fal-leceu em Washington aos 28 de julho, e suamorte foi lamentada por toda a nação, porquodiante da campa desappareceu o espirito dopartido, e todos quizerão render homenagem

Page 4: Folha Política, Industrial e Iâtteraria.memoria.bn.br/pdf/818283/per818283_1852_00067.pdf · Publica-so-duas vezes por semana na Typographia d'AURORA PAULISTANA, rua daf^etc Casas

4tao a.'..'. BB _______________

AURORA PAULISTANA.

á memória do maior homem político, do oradormais profundo e mais brilhante da União Ame-ri cana.

A convenção democrática reunida em Bal-timore para designar ao seu partido o candi.dato á presidência terminou finalmente seuslongos trabalhos dando a maioria ao generalFranklin Pierce, presonagem que no moinei),to de reunir-se a convenção pouca ou nenhu-ma probabilidade tinha de ser preferido aosseus competidores. Entretanto a escolha dosdelegados foi ratificada por todo o partido, e ogeneral Pierce entrou na arena sem outrocompetidor do seu lado.

Não acontece outro tanto ao candidato¦vvhíg. Os delegados deste partido, reunidosigualmente cm Baltimore, depois de cincoentae duas votações, nas quaes nenhum dos candi-datos obteve maioria, elegerão o general Win-field Scott por 158 votos, tendo obtido o Sr.Fillmore 112 e o Sr. Webster 21.

Como sabem os leitores, a questão vital nosEstados-Unidos é a da escravidão. Para ar-redar os perigos eom que esta questão amea-cava a União, transigirão ha dous annos osdous partidos, approvando uma lei, chamadade compromisso, que conservou o equilíbrioentre os Estados com escravos e sem escra-vos. e estatuio a extradição.

O general Scott recusou sempre pronunci-ar-se com franqueza sobre este importante as-snmpto, e agora mesmo ao aceitar a designa-ção do seu partido exprimio-se dubianiente.Tanto bastou para crear um schisma. Os de-legados de alguns Estados do Sul protestarãocontra a nomeação, e ameaçarão retirar-sedas urnas ou apresentar outro candidato. NoNorte manifestou-se a mesma opposição, bemque por outros motivos, uma fracção do parti-do designou o Sr. Webster para a cândida-tura.

Se na approximação da eleição a imminen-cia do perigo não induzir os dissidentes a cer-rarem suas fileiras em derredor da bandeira deScott, pôde ter-se por certo o triumpho dogeneral Pierce.

Os democratas elegerão pnra viec-presiden-te o Sr. Guilherme Rufes King, e os whigs oSr. Guilherme A. Graham, ministro da ma-linha, que ao aceitar a nomeação se retiroudo gabinete.

jNJo iirimpir© ocmootro tloslo nnnn pntrariloem New York 162,583 emigrantes. No mes-mo período de 1851 entrarão 151,203, o node 1850 somente 90,900.

Da Califórnia havia datas em Ne\v-Yo;katé 31 de maio. As noticias das minas conti-nuavão a ser favoráveis.

Segundo cartas de Panamá estava o gene-ral Flores no dia 4 de junho em Puna compouco mais de OOOJiomens. Se o Peru o náoauxiliar directamente, parece certo que nãoconseguirá derribar o governo do Equador.• De Londres alcanção ns noticias, como dis-semos, a 2fi de junho. Ü parlamento devia seradiado no 1.° de julho e dissolvido no dia 2.Nada se pôde dizer com certeza sobre o resul.tado das eleições; entretanto a opinião maisgeral era que o ministério ficaria cm minoria.

Em sessão da câmara dos lords de 21 de ju-nho declarou lord Derby que pelo thesouro iaser expedida uma ordem prohibindo a misturada chicória com o café. E' uma medida im-portante para o consumo do nosso principalartigo de exportação.

Em 19 de junho foi ratificado em Londreso tratado sobre a suecessão da coroa da Di-namarca celebrado entre esta potência e a In-glaterra, França, Áustria, Rússia, Prússia,Suécia, e Noruega.

Na câmara dos communs declarou o rninis-terto da fazenda que o governo, a vista dasultimas noticias recebidas do Cabo, prescindiado credito de 200,000 libras votado para sus-tentação da guerra contra os Cnfres.

De Paris a noticia mais importante é a daopposição feita pelo corpo legislativo na ses-são de 22 de junho ao orçamento das despe-zas, rejeitando, a despeito do veto do conselhode estado, a verba sobre n dotação dos sena-dores. Luiz Napoleão assistia á sessão.

Por nove votos contra oito decidio o con-selho de estado a questão do confisco dos bensda família de orleans, declarando que os tri-bunaes civis não podião tomar conhecimentodo recurso interposto pelos procuradores da-quella familia, nem intervir na execução dosdecretos de 22 de janeiro.

Para preencher o déficit na renda do paizapresentou o governo no corpo legislativo iresprojectos de impostos sumptuarios sobre nsheranças, carruagens e cães, bem como outroque sujeita á taxa de cinco sous cada resinade papel que for consumida em França.

Os generaes Changarnier, Lamoriciere, Le-flô, e Bedeau, forão riscados do quadro do e.ver-

cito franecz, por terem recusado prestar ojuramento exigido pela constituição.

No meio dia da França tinha havido gran-des innundações que causáráu sérios estra-gos ás searas.

Cartas de Paris annuncião que os filhos deLuiz Philippe e a viuva do duque de Orleans,outr'ora unidos poi sua adversidade commumcoineção a dividir-se. Os primeiros conver-terão-se á necessidade de fusão, ao passo quea duqueza nem isso quer ouvir fnllar, e quepara evitar toda e qualquer solidariedade nospassos (pie derem seus cunhados, foi estabele-cer sua residência na Suissa.

A corte de FroshdorflT, segundo essas mes-mas cartas, não está monos dividida do que a'de Claremont. O conde de Chambord, depoisde exeommungar todos os legitimistas que pac-tuárão com a impiedade e com* a usurpaçáòbonapartista, expellio das fileiras do seu par-tido ao marquez de Larochejacquelein, que emuma carta ha pouco publicada foi declaradoindigno do nome que tem. ,o

No campo dos republicanos desterrados rei-na tambem a maior desordem. Os Srs. Cceur-deroy e Vatithicr acabavão de publicar emLondres um folheto contra os Srs. Lodru-Rol-lin, Louis Blanc, Mazzini, Cabet, Pierre e Ju.les Leroux, e outros apóstolos da fraternidn-de. "A brochura destes indiscretos, diz o cor-respondente do Courrier des Etals-Unis, tempor titulo a Barreira do Combate, e professaas theorias mais selvagens sobre a civilisnção,que, no dizer destes amadores de paradoxos,não pôde ser regenerada senão pela barbaria.Os nossos republicanos invocão, pois, uma in-vasão dos cossacos do Dou. Qual é a dieta,dura que semelhantes aberrações não faráõdesculpar c abençoar? Como nos enganamosquando dizemos que o 2 de dezembro foi umneto praticado por Luiz Napoleão; não, foium acto de Blanqui, de Barbes e dc Prou-dhon."

Do norte da Europa a única noticia de ai-guma importância é do alcance financeiro, ecausou grande sensação na praça do liam-burgo. O governo dinarnarquez declarou nul-los c. de nenhum valor todos os empréstimos,tanto forçados como voluntários, feitos pelogoverno provisório dos duendes durante a rc-volução. Os títulos desses empréstimos, naquantia de vinte milhões de francos, pertenciàona maior parte a casas haniburguezas, e antesda resfdução tomada pelo gabinete dinan.ar-quez negociavão-sc a 70 por eento. Depoisdessa declaração perderão todo o seu valor.

As eleições da Bélgica terminarão menosfavoráveis ao minsisterio do que se osperava.O partido liberal tem ainda uma pequena maio.ria, mas perdeu doze votos na câmara dusdeputados.

Da Itália e da Hespanha nada ha do impor-tanto/'

Publicações a Pedido.Na sessão de 14 do mez próximo pas-sado o Sr. deputado Joaquim Ignacio

Silveira dn Molln, por oconsifib da dis-cussão dos additivos oflereoidos á lei doorçamento, pronunciou um discurso quedurou hora e meia, sustentando a con-veniencia de se approvãrem as despezasextraordinárias que o governo em ai ten-çno uuicameiite aos interesses da provimcia e a urgência do serviço se vio obii-gado a fazer durante o exercicio que íin-dou; encarregando-se o mesmo Sr. de-putado da defeza da administração doExm. Sr. Nabuco de Araújo, que desen-volveu em termos enérgicos sendo inces-santemente interrompido por apartes daminoiia-

Havíamos tencionado publicar essediscurso com a sessão de 14, e o decifra-mos em grande parte, iillimnmenle po-rem tendo-se aggravado ns nossos in-conmiodos accelerando-se a publicaçãodos trabalhos não nos foi possivel acom-panhal-a para sair na respectiva sessão,publicada na Aurora n. 68 de 31 de ju-lho, e assim pedimos desculpa a esse Sr.deputado, que nos releva a falta at-tento o motivo justificado que a deter-minou.

O tachygrapho d'assembléa provinciul.

pecial obzequio dc dar publicidade emsua respeitável folha a mesma poesia.

A joYen filha do a I feros Jíiâo Vicenteda Silva e de sua mulher D. Maria Cau-diria de Carvalho era afilhada do muitodigno vigário eollado da freguezia daGutia o padre José Manoel de Olivoi-ra, que súmmamente a prçsava, tra-zendo-a quotidianamente em seus bra-ços; e essa intensa amizade era em ex-tremo eonespondida pela menina, que oestimava como a seu próprio pae, comoamigo de toda a familia accompanha-mos aos pães dessa innocente em suajusta dor que deverá ser suavisada pelaconsoladora idéa de que ella livre dosmales que affligem a humanidade a estahora goza das delicia» do paraíso ce-leste.

Um amigo.A Mentiria morte prematura dc

um .lovcn.Já viste lã no céo morrer a cstrellaQue luzia nos seios do horizonte .'Já viste se murchar inda cm botãoA flori nha nascida ao pé da fonte 1

Já visto o negro sol cahir no oceasoDo negro so cubrir o azul do céo ?Já viste a lua tremular tristonhaTrislonha invclver-se e.n negro véo ?

Como a estrella,Qual a florinha,A innoceiitinha

Desfaleceu !

No albor da vidaFumo-lhe a venturaPoi sol quo tomboii-io

Na sepultura ! -'

Lua innocenteQue a chama perdeu JSorriu—o surrindo\ W*t:UP'rn o céo se volveu !..

Não choro perder-te... (pie o céo te ganhou!Da cYoa dos anjos tu és o penhorE's Ivrio innocente que fosle tremendoColher os perfumes das mãos do Senhor !

Não choro perder-lo..—q' tu não morreste !Apenas quebraslc compacto véo...Só sinto saudade—saudade sóinentoDo anjo que rindo ropoisa no céo !...

15 de Julho de 1852.

A|HM.Vergueiro & C.tendo renlisado um contrato com o Exm.governo desta provincia para a intro-ducçoo de colonos, nchao-se habilitadospara olíerecer aos Srs. fazendeiros destaprovincia, colonos para os seus ostabelo-cimentos, recebendo em pagamento dapassagem e mais despezas dos ditos co-lonos até o seu desembarque em Santos,letras garantidas a dous e quatro annosde praso.

Durante o corronle mez de agosto es-perâo dous carregamentos, a saber unide famílias porluguezas pela barca Cari-dade quo deve ter sabido do Porto com'250 pessoas pouco mais ou menos, e ou-tro de igual numero sabido de Hambur-go constando de famílias suissas-alle-más. Portanto os Srs. fazendeiros (piedesejarem realisar contratos deveráoquanto antes dirigir-se aos mesmosVergueiro & C.a

Tendo sabido a luz no Crepúsculo n.6 de 22 do mez passado unia poesia ámorte prematura deumajoven, a cujahonrada familia tribulamos particularestima e consideração rogamos aos Srs.Kedactores da Aurora Paulistana o es-

FRANCISCO Borges do Canto fazconstar ao publico que havendo passadoum valle de cem mil réis a João JDinizFeres da Silveira, para resgatar um ou-tro, e como o dito Feres se tenha evadi-do levando o valle do annunciaute, fazportanto constar para não haver qual-quer tnnsacção de negocio que o an-nunciante por nada se responsabilisa.

Villa de Ilapéva 30 de julho de 1852.—Francisco Borges do Canto.FUGIO no dia 4 de agosto corrente

um escravo de Francisco de Paula San-In Barbara, morador nesta ^cidade: denome Sabino, cientilo, de 19 «á 20 annos,magro, alto, beiçudo. muito vivo, e ligei-ro, levou paletó do pauno azul, forrado

de baetilba xadrez, e calça de algodãoazul trançado: foi vislo na festa de Pi-rapóra: quem o apprebeiidcr será bemgratificado.

ITIARíTlOTvlTVT VICTORRUA DE SANTA THEREZA N. 14,tem a honra de participar ao respeitávelpublico desta cidade, como no de foradelia, que elle acaba de receber umgrande surtimento de sedas para vestidode senhoras, da mais rica qualidade, as-sim como seda preta. Tem tambem se-tini preto para collete, casimira setimpara calça, tudo das melhores fabricasfrancezas, e pelo preço mais rnsoavel.

O mesmo costuma ler sempre umgrande surtimento de guarda chuvas, de(58000 até 158000 rs. e de senhoras de38000 até J08000 rs.'

13111 principio de maio do corrente annofugirão da lazendn de Santo Antônio districtoda freguezia de Cassapava pertenconte a Joãoda Costa Comes Leitão, da cidndc dc Jaca-rehv dous escravos cujos signaes são os se-guinteSt

1.° Miguel crioulo, idnde de 20 a 28 annospouco mais ou menos, estatura regular, ma-gro, rosto comprido, pouca barba, olhos gran-des, bons dentes, falia grossa, e quando faliafaz carrancas; tem o dedo polegar do tunasdas mãos muito sombo, e uma cicatriz dc lc-rida um uma perna, e tem os pé* largos; en-tende do ofiicio de tropeiro, e é muito ineli-nado a lidar com i.nimae.s, e por isso pode ser«pie se intitule por forro e se ajuste em algu-ma parte para andar com tropn, ou lidar comanimaes. liste escravo fui de João José Ri-beiro conhecido por João da Costa dn villude S. José, (loquem fui comprado pelo annuu-eiante em setembro do 1851. Quando fugiolevou v«s:id«. calça e r.amizn tPalgodâo, cami-za e coberta do baeta nzul, e um poncho vo-lho, mas pode ter já mudado de trago.

2.° Francisco nação moçiimbiquc. idade 20e tantos annos, cór meia fulla. cara redunda,nariz pequeno o lein signaes da nnqão porcima do nariz, filia muito bem, tem boa den-tndura, nãu tem barba, tem os pés compridose dedos finos o quando anda vira os pés parafora. Quando fundo levou vestido calca e ca-ini7.il de algodão mas pode ter já mudado dovestuário. Este escravo foi comprado no Riode Janeiro. Ambos ellos lein Btgnaoa de te-rem sido castigados por serem muito fujílens.

Dá-so cincoenta mil réis de gratificaçãopor cada um, a quem os capturar c levar a seuSr. na cidado de Jacarehy; ou entregar em S.Paulo uo Sr. Domingos tle Paiva Azevedo, emCampinas ao Sr. Manoel Cbrdozo d'Ahneidae Silva, em Sorocaba no Sr. CoinmendadorJoáo Bt.ptista Corroa, e em Taubaté .-.o Sr.José Francisco Monteiro, em Cuaratinguetáao Sr. Francisco do Assis de Oliveira Borges,eai Lorena ao Sr. Joaquim José Moreira doLima; o no Rio de Janeiro ao Sr. Commen-dador Antônio Manoel da Fonseca na rua dosPescadores; ou aos Srs. Antônio José do Re-go Pereira éc C. na rua das Violas.

CHAPÉOSNa fabrica nacional de chapéos de Jncob

Michels rua da descida de S. Francisco ri. 5abrio-se a |njn de chapéos de todas as quali-dades, onde se venderá d'ora avante tanto avarejo como em atacado por preços razoáveis.

Na mesma fabrica apromptâo-so com todaa brevidade encouimondas para fora.

O deposito da mesma fabrica continua a es-tar na rua Direita n. 7, defronte do Chafariz.

I.ava-*e, branquon-se, lustrão-se e ppe-se como novos chapéos de palha e do Chih. oigualmente toucados de senhoras; nu rua doOuvidor n. 23, junto no mercado do madeiras.

P-Post-Scriptum.

or grave incojnmodo de saúde doum dos redaclores, nüo nos foi possi-vel publicar a—Aurora— em as duasultimas semanas; pedimos disto desuni-pa aos Srs. assignantes, assegurando-lhes toda a regularidade d'ora em di-anto na publicação desta foJíia.

Typ. iTAurora Paulistana r. das Sete Casas n. 5.Impreesor.-— J. J. de SonfAnna do Espirito SonVx-