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Faculdade de Economia Da Universidade de Coimbra Fontes de Informação Sociológica Trabalho realizado por: Gonçalo Nuno Machado 1º ano Sociologia Ano 2002/2003

Fontes de Informação Sociológica - fe.uc.pt · actualidade como um dos temas mais controversos e mediáticos, ... as vantagens e desvantagens que surgirão através dela e que

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Faculdade de Economia

Da Universidade de Coimbra

Fontes de Informação Sociológica

Trabalho realizado por: Gonçalo Nuno Machado 1º ano Sociologia Ano 2002/2003

Índice Geral

Págs. Introdução...............................................1

Conteúdo........................................................3

Estados das Artes....................................................3

Descrição Detalhada do Processo de Pesquisa das Fontes.........4

Ficha de Leitura................................................5

Avaliação da Página Web.....................................13

Conclusão......................................................15

Referências Bibliográficas...................................16

Anexo A – Página Web Analisada Anexo B – Texto de Suporte da Ficha de Leitura

Fontes de Informação Sociológica TEMA

A Clonagem

INTRODUÇÃO

Este trabalho prático tem como tema central a Clonagem. Esta, surge na actualidade como um dos temas mais controversos e mediáticos, constituindo um dos mais impressionantes desenvolvimentos para a ciência, bem como para a humanidade. Sendo a clonagem um tema confuso para muitos indivíduos e provocando motivos de preocupação e inquietação, devido ao facto de muitas perguntas se colocarem acerca do tema tratado, os objectivos deste trabalho consistem em trazer ideias e noções de como este tema é abordado em diversas fontes de informação. Nesse sentido, foi efectuada uma pesquisa tanto a nível documental como bibliográfica de diversas fontes, quer através da Internet, quer da literatura. A metodologia utilizada leva-nos a dar respostas à questão da clonagem, procurando compreender o seu processo de criação, as vantagens e desvantagens que surgirão através dela e que levam a diferentes pontos de vista e opiniões diversificadas. Mas a análise desta pluralidade de ideias é fundamental para se encontrar uma clarificação desta problemática e se poderem dar as respostas aos problemas suscitados pela clonagem na sua generalidade. A selecção de fontes passou por uma busca documental de natureza impressa, tais como livros, revistas científicas, jornais e revistas. De igual modo, esta pesquisa, inclui uma procura de informação na Internet, ora através de páginas electrónicas com informação relativa ao tema a ser pesquisado, ora em versões electrónicas de jornais, artigos e revistas on-line. Sendo assim, a selecção das fontes de informação relativa a documentos impressos e electrónicos, baseou-se numa pesquisa através do software da universidade de Coimbra, com diversas ligações às diferentes bibliotecas que se encontram nas diversas faculdades. De igual modo, assentou numa pesquisa realizada em livrarias na procura de obras onde o tema tratado fosse a clonagem, como é o caso do livro escolhido para realização da ficha de leitura e que se intitula: “Clonagem Humana” (Atlan, 2001).

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A Clonagem A selecção de fontes passou também pela pesquisa através de motores de busca da Internet, tais como o Altavista, o Yahoo, o Google. E também por uma pesquisa em artigos de revistas electrónicas, tais como a Visão. E, por fim, uma pesquisa em versões electrónicas de jornais e revistas, tais como o Diário de Notícias, o Público e o Jornal de Notícias. Por outro lado, pesquisaram-se diversas páginas electrónicas com informação relativa à clonagem. Ora, foi através do motor de busca Google, que foi seleccionada a página Web para o tratamento deste tema. A página escolhida foi encontrada através de pesquisa simples onde a palavra-chave foi clonagem. O tema principal desta página trata sobre a exploração e o debate das últimas descobertas científicas, com destaque obviamente para a clonagem. Os conteúdos encontrados na página web são variados, mas o que nos interessa para o trabalho refere-se ao tema “Células Estaminais” e a clonagem humana vista numa perspectiva geral. São dadas explicações de como se processa e, no final da página, diversos links que nos levam a outros conteúdos relacionados com a clonagem. Tais como os riscos que ela envolve, o significado de células estaminais e outras respostas acerca de onde vêm os embriões humanos e outras fontes de células estaminais humanas. A página Web escolhida é dirigida em especial a profissionais e especialistas em ciências da vida, mas não deixa de ser importante para investigadores, como é o caso das investigações académicas realizadas por estudantes que necessitem de aprofundar este tema. Por outro lado, esta página tem como intenções transmitir informação e divulgação científica, sendo que, por este motivo, e para uma completa e clara compreensão dos conteúdos nela existentes, será necessário um conhecimento prévio acerca da tema proposto. Deste modo, esta página contribui também para um enriquecimento do conhecimento acerca da clonagem e de como ela se processa, bem como para esclarecer dúvidas e contribuir para uma melhor compreensão do tema.

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A Clonagem

CONTEÚDO Os tipos de fontes seccionadas sobre o tema em questão são fontes primárias e fontes secundárias. As fontes primárias são os documentos audiovisuais e electrónicos, ou seja a pesquisa efectuada na Internet. As fontes secundárias encontram-se preferencialmente nas obras de consulta e referência onde os temas tratados são elaborados a partir de trabalhos bibliográficos ou de documentalistas. Como exemplo, a ficha de leitura apresentada que é constituída por uma parte de um livro em que a análise é efectuada com recurso a outras referências bibliográficas. Segundo a tipologia das fontes de informação, este trabalho possui documentos de natureza impressa, como é o caso do livro “Clonagem humana”, que se apresenta no suporte tradicional, o papel, e possui documentos de natureza electrónica, caso das fontes escolhidas através da Internet, que se apresenta num suporte novo, o electrónico. As matérias nas diversas fontes baseiam-se no tema do trabalho, a clonagem, podendo serem objecto de pesquisa por pessoas espalhadas no mundo, em especial através da Internet. Enquanto que a fonte pesquisada na literatura abrange uma cronologia mais alargada, fazendo referências a várias épocas, a informação retirada da net apresenta-se fazendo referências a aspectos mais teóricos e científicos que se baseiam mais na definição de clonagem e suas características. Estados das Artes: As informações publicadas até ao momento sobre a “clonagem” têm privilegiado os problemas que surgem em redor de um assunto bastante controverso e que dividem a opinião pública. Germano Barata (2001) afirma que “a clonagem tem causado inflamadas discussões em toda sociedade, principalmente quando essa técnica (...) passou a vislumbrar o ser humano”. Para a comunidade científica, também existem diversas opiniões acerca deste tema, como é o caso de Alexandre Quintanilha, um dos mais conhecidos cientistas portugueses. É por isso que, como refere Ana Machado (2003: 26), “para Quintanilha o único entrave à clonagem humana é o pouco domínio da técnica científica”. A clonagem deve pois evoluir e as questões, tanto as de ordem ética, como as de ordem moral devem ser postas em segundo plano (idem, 2003).

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A Clonagem Outras opiniões há que discordam. Para estes últimos os aspectos jurídicos, morais e religiosos, são bem mais importantes que os aspectos técnicos. Como salienta Fernandes, “cada criança tem direito a nascer como um ser único, diferente, fruto do acaso da natureza, mesmo quando esse caso gera gémeos. Cada criança tem direito a não ser uma fotocópia genética” (2001: 4). Sem dúvida que este tema é um dos mais controversos da nossa sociedade, e as razões invocadas por uns e por outros, não são consensuais pois os seus argumentos não contêm a verdade absoluta. Por outro lado, outros autores têm dado importância ao modo como se desenvolveu a clonagem desde que se iniciou o seu estudo, através da sua cronologia, dando também relevância aos vários tipos de clonagem que se podem produzir em vários seres vivos e que poderá vir a ser produzida em seres humanos ( Biomania, 2002; Cruzeiro do sul, 2001). Contudo, temos outros autores que tratam o tema através de uma análise ainda mais profunda em termos científicos, estando dentro da área da biologia e restringindo-se apenas a aspectos técnicos (Campbell et al., 1999). Outros trabalhos, em revistas e jornais electrónicos, procuram ainda analisar e tentar encontrar respostas a questões que marcam a actualidade e que se tornam polémicas no seio da sociedade. Para isso tentam perceber as razões de tantas divergências em relação ao avanço da ciência e em especial à clonagem (Mendonça, 2003; Quintanilha, 2002). Descrição detalhada sobre o processo de pesquisa das fontes: O processo de pesquisa das fontes passou pela procura de informação em documentos impressos e electrónicos. Foram recolhidas fontes, tais como livros, revistas electrónicas e páginas web. O livro escolhido para elaboração da ficha de leitura foi encontrado numa livraria, enquanto que as edições dos jornais foram recolhidas através da sede do jornal respectivo. A restante informação foi procurada através da internet e dos seus motores de busca, onde o documentos recolhidos foram pesquisados através do motor de busca “Google”. Foi usada pesquisa simples, com palavras-chave, tais como “clonagem” e “revistas electrónicas”. A partir daí foi seleccionada a página web e artigos de revistas, tanto de carácter geral, como científicas.

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A Clonagem

FICHA DE LEITURA Título da Publicação: Clonagem Humana Autor: Henri Atlan Local onde se encontra: Livraria Bertrand Data de Publicação: 2001 Edição: 1ª edição Local de Edição: Coimbra Editora: Quarteto Editora Título do Capítulo ou Artigo: Possibilidades biológicas, impossibilidades sociais N.º de Páginas: 13-33 Assunto: A clonagem humana, em termos biológicos possível, mas em termos sociais uma impossibilidade presente. Palavras-Chave: Clonagem reprodutiva; clonagem não reprodutiva; filiações; instrumentalização; células humanas. Data de Leitura: 16 de Abril de 2003

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A Clonagem

Área Científica: Biologia, Antropologia. Observações: Pertence à colecção: Temas contemporâneos I; A ficha de leitura corresponde a parte da publicação. Notas sobre o autor: Henri Atlan nasceu no ano de 1931, é médico, biólogo e igualmente professor de biofísica nas universidades de Paris IV e em Jerusalém. É autor de numerosos trabalhos de biologia celular, imunologia, biofísica, inteligência artificial, filosofia e ética da biologia. Paralelamente é membro do comité nacional de ética das ciências da vida e da saúde, possuindo ainda cargos importantes, sendo director do centro de pesquisa em biologia humana do hospital universitário Hadassah de Jerusalém e ainda director de estudos na “Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales” em Paris. É considerado um biólogo de fama internacional, conhecedor profundo de cibernética, termodinâmica e outras disciplinas, é pioneiro na descrição do seu uso. Um dos seus livros intitulado “Entre o Cristal e a Fumaça”, já se tornou um clássico das ciências naturais contemporâneas ao abrir, de forma pioneira, um caminho fecundo para que se possa entender a natureza de uma nova maneira, no qual deixe de ser absurdo imaginar o que ele nos produziu. Resumo: O autor procura analisar e responder aos problemas que surgem devido à clonagem. São distinguidos dois processos de clonagem: a reprodutiva e não reprodutiva, e as suas respectivas técnicas, bem como uma outra técnica de clonagem (cisão do embrião). A clonagem tem sido reprovada e condenada pelas sociedades de todo o mundo, considerada por uns um crime e por outros um meio de instrumentalização de vidas humanas. Apesar destas oposições, a clonagem poderá ser útil em determinadas situações, como a cura de certas doenças, onde seria apenas necessário desenvolver a clonagem não reprodutiva, ou seja a clonagem de células humanas.

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A Clonagem

Introdução: O texto apresentado insere-se no livro “Clonagem Humana” e o capítulo seleccionado intitula-se “Possibilidades biológicas, impossibilidades sociais”. Sendo o autor médico, biólogo e realizador de trabalhos na área da biologia celular, imunologia, inteligência artificial, filosofia e ética de biologia, o texto referido está enquadrado no âmbito do trabalho realizado pelo autor, visto a clonagem estar inserida nas áreas acima referidas. Este texto transmite os pontos de vista e de reflexão do autor sobre os desafios e as consequências da prática da clonagem. Desenvolvimento: Síntese: O autor procura apresentar, numa primeira fase, os vários processos ou tipos de clonagem possíveis do ponto de vista biológico que são, segundo Henri Atlan, “clonagem reprodutiva de organismos e clonagem não reprodutiva de mapas celulares” (2001: 14). Estas técnicas têm por base a “transferência do núcleo”, surgindo em contraste com uma outra técnica denominada “cisão do embrião” que por razões éticas nunca foi totalmente desenvolvida. Um dos casos tratados no texto sobre clonagem reprodutiva é o da ovelha Dolly. O primeiro animal a nascer através de uma célula não-reprodutiva de um animal adulto e não de um embrião (Cruzeiro do sul, 2001). O autor procura descrever as diferentes possibilidades biológicas de clonagem. Outro argumento apresentado, relaciona-se com a clonagem de seres humanos. Segundo Henri Atlan, “a clonagem reprodutiva de um ser humano consistiria na produção de um embrião por transferência de núcleo a partir de uma célula somática ou embrionária, e no seu desenvolvimento completo até ao nascimento de uma criança” (2001: 18). Este tipo de clonagem deve, como salienta Atlan, “distinguir-se da clonagem não reprodutiva que apenas diz respeito às células somáticas adultas ou embrionários e não dá origem a um embrião levado ao termo do seu desenvolvimento” (2001: 19). A clonagem para fins reprodutivos provoca várias reacções a nível mundial, que a consideram impraticável, pois poderia modificar a humanidade tal qual a conhecemos. Ano 2002/2003 7

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A Clonagem

Muitas vozes insurgem-se contra este tipo de ciência, considerando mesmo a clonagem reprodutiva como um crime contra a humanidade. De facto a clonagem está associada a seres geneticamente iguais em tudo e a humanidade é levada a contrair sentimentos de reprovação contra a utilização desta técnica em seres humanos. A utilização desta técnica é ainda associada à falta de respeito e à perda da dignidade do ser humano. Segundo Henri Atlan, “as razões para proibir a clonagem reprodutiva humana são muito mais de ordem social do que estritamente biológica” (2001: 21). Várias são as instituições que se apresentam contra este tipo de clonagem, bem como em vários países, que já criaram leis para a proibição de quaisquer práticas relacionadas com estas técnicas. Uma das razões a que o autor faz referência é o problema de identidade do ser humano, o “caos das filiações”, em que as sociedades não estariam preparadas para uma convivência entre pessoas nascidas através da reprodução sexuada e aquelas que nasceriam através da clonagem. O autor, refere-se à clonagem reprodutiva sempre como um fim que fosse exterior ao ser criado por esta técnica e o resultado da sua criação não teria em consideração o processo de desenvolvimento humano. Os clones surgiriam na sociedade como cópias de outros seres humanos e a imagem física de cada indivíduo tenderia a desaparecer. De igual modo, ao contrário de qualquer animal irracional, o indivíduo que fosse clonado teria sempre consciência de que o tinha sido, sendo olhado pelos outros como pertencente a uma raça diferente e posta ao seu serviço pessoal, criando o risco de uma possível nova forma de escravatura. Apesar de todas estas problemáticas, alguns motivos poderiam ser considerados suficientes para uma eventual permissão do uso da clonagem reprodutiva. O autor refere-se a várias possibilidades para o uso desta técnica somente para satisfazer vontades individuais, como o caso de querer ter um filho, ou de escolher clones que fossem reproduções autênticas da sua própria pessoa e de familiares mais próximos, mesmo daqueles que já tenham falecido, tentando com isto dar uma ideia da imortalidade do ser humano. Ora estas ideias seriam contra os princípios básicos de uma sociedade, que tem de se reger pelo respeito mútuo e pela dignidade de cada um, estando portanto em contraposição à utilização da clonagem reprodutiva, para apenas satisfazer desejos individuais de cada ser humano e, como salienta Atlan, “por isso, não nos parece bem que o desejo de ter um filho a todo custo possa justificar esta prática” (2001: 26). Ano 2002/2003 8

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A Clonagem

No entanto, alguns responsáveis dos vários quadrantes da sociedade considerem como excepção a utilização da clonagem reprodutiva para alguns casos. Esses casos do ponto de vista da medicina, poderiam passar pela utilização da clonagem reprodutiva como instrumento para salvar vidas humanas, sendo portanto bem vista por uns, embora outros não concordem com a sua utilização, e usam o “princípio Kantiano” que diz que não devemos utilizar o indivíduo apenas como um meio, como forma de suporte dos seus argumentos. Esta opinião não é partilhada pelo autor, já que como salienta Henri Atlan, “a criança pode ser desejada ao mesmo tempo por si mesma e para servir para o tratamento do irmão ou da irmã. Não é portanto necessariamente utilizada apenas como um meio” (2001: 27). Estes casos referidos continuarão bastante controversos e, mesmo que haja quem possa colocar-se a favor da sua utilização, outros haverá que à partida a considerem impensável, pois a sociedade não está preparada para este passo. Comprovando estas ideias, as legislações actuais em muitos dos países do mundo, bem como as deliberações de variadíssimos comités de ética que se colocam contra qualquer hipótese do uso desta técnica. Poderá, contudo, desenvolver-se num futuro próximo uma possibilidade para o tratamento de casos destes, pois com a evolução científica, a técnica de clonagem não reprodutiva de células e de tecidos humanos poderá surgir como alternativa. As investigações desta técnica prosseguem em vários países, sendo possível um dia chegar-se à produção a partir de embriões oriundos de abortos, ou embriões “supranumerários após fecundação in vitro”, e criar células, tecidos e mesmo órgãos que poderiam servir para transplantes em doentes que viessem a necessitar de células, tecidos ou mesmos órgãos novos. Como sempre, colocam-se algumas dúvidas e chega-se mesmo a falar de instrumentalização. Embora reconhecendo que se utilizem vários elementos celulares e o fabrico de algumas células para fins terapêuticos, “tratar-se-ia aqui de uma célula fabricada artificialmente por transferência de núcleo, sem fecundação nem fusão de gâmetas, só considerada como embrião devido à possibilidade de desenvolvimento, a partir dela, de um clone do indivíduo do qual foi retirado o núcleo...” (Henri Atlan, 2001: 29). Tanto a Igreja Católica como outras religiões, consideram que o embrião humano é um ser vivo real e a noção de “pessoa humana potencial” surgiu para evitar abusos com embriões após a sua fecundação. Ano 2002/2003 9

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Em qualquer destes casos, é a partir da fecundação que se é considerado uma pessoa real. Todos estes argumentos tornam-se pouco fundamentados devido ao facto da clonagem não reprodutiva, que imaginamos venha a surgir num futuro próximo, utilizar células sem fecundação, podendo ser utilizadas não só na espécie humana, mas também a partir de outras espécies. Terminado este argumento podemos concordar que uma pessoa que nasça através da clonagem reprodutiva “é uma pessoa plena e, por este motivo, proibir esta prática...” (Henri Atlan, 2001: 30). Além disso, “é igualmente válido considerar que a instrumentalização terapêutica de uma célula totipotente produzida por transferência de núcleo não é uma instrumentalização do embrião” ( Atlan, 2001: 30). Pontos fortes e fracos do documento: O texto utilizado apresenta-nos reflexões e uma análise pessoal do próprio autor, em que do ponto de vista biológico, a clonagem e os processos que lhe são adjacentes, estão de uma forma geral compreensíveis e bem fundamentados. Este será certamente um ponto forte do documento, onde os vários processos de clonagem estão bem estruturados e argumentados. Por outro lado, os desafios para o futuro e as suas consequências estão bem delineadas no documento. Em relação a pontos fracos, em minha opinião o autor não consegue, através da sua própria opinião, trazer um conclusão definitiva em relação aos seus próprios argumentos, acabando por o admitir logo no início do documento, em que considera que mesmo a sua argumentação pode ser questionável e deste modo poderem ser falíveis, em relação a um tema bastante complexo para a sociedade. Conclusão: Um dos principais contributos do texto é trazer para a sociedade a discussão, o debate de opiniões sobre um tema ainda desconhecido por parte do público e contribuir portanto para alguns esclarecimentos acerca do tema. Há da parte do autor uma resposta a argumentos utilizados tanto por instituições, governos, movimentos religiosos, comités de ética e a sociedade em geral, em que nem toda a argumentação é fiável e onde divergem diferentes pontos de vista. O autor tenta transmitir a ideia que o desenvolvimento da clonagem não reprodutiva poderá ser útil para o tratamento de doenças e contribuir para uma

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vida mais sã, já que a clonagem reprodutiva, que poderia contribuir para as mesmas causas, continua sendo negada. Principais autores citados: - John Gurden

- Ovelha Dolly Escolas de pensamento mencionadas no texto:

- O princípio Kantiano Referências Histórico-Culturais:

- Nazismo - Declaração universal da UNESCO sobre genoma humano e direitos do

homem - Investigação no domínio de “cultivar células celulares especializadas ou

mesmo tecidos e talvez um dia em órgãos” em alguns países, como os EUA, Grã-Bretanha...

- Em França a qualificação anglo-saxónica de pré-embrião alargada até ao 14º dia após a fecundação.

Recursos de Estilo e Linguagem: O vocabulário é rebuscado e difícil, utilizando uma linguagem cuidada, com utilização de vocabulário científico. O texto apresenta-se em discurso directo quando o autor dá as suas próprias opiniões. Conceitos: Temas: “Clonagem reprodutiva” “Clonagem não reprodutiva” Ano 2002/2003 11

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Problemáticas: “Constituiria a clonagem humana reprodutiva um crime contra a humanidade?” “O caos das filiações?” “Do risco da instrumentalização ao risco de uma nova escravatura” “Quais seriam os motivos para uma eventual autorização?” “Haverá casos aceitáveis?” “A perspectiva da clonagem não reprodutiva de organismos: a clonagem de células humanas” Referências bibliográficas: Atlan, Henri (2001), “Possibilidades biológicas, impossibilidades sociais”, in Henri Atlan, Marc Augé, Mireille Delmas-Marty, Roger-Pol Droit e Nadine Fresco (orgs.), Clonagem Humana . Coimbra: Quarteto Editora, 13-33.

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AVALIAÇÃO DA PÁGINA WEB

A página web seleccionada que tem o seguinte endereço: www.bionetonline.org/portugues é caracterizada por ser um sítio fiável, interessante e actualizado. Trata-se de um projecto associativo e, relativamente ao assunto tratado, demonstra competência e fiabilidade, tanto em relação à informação contida, bem como aos seus autores. É um sítio que redirecciona para sítios fiáveis e esses sítios têm igualmente ligações à página web aqui avaliada. Os autores do documento estão identificados e trata-se de uma parceria entre oito museus e centros de ciência europeus e pelo ECSITE, podendo serem contactados através de um e-mail: [email protected] para colocar dúvidas ou questões que surjam. Tratam-se, portanto, de especialistas nesta matéria, que se exprimem em nome de uma instituição. Este site corresponde às informações procuradas, bem como ao nível de exigência que se necessita. Este site trata o assunto de um modo elaborado, onde todos os assuntos são estruturados com recurso a uma linguagem, de um modo geral, cuidada, bem como a ilustração de imagens. Este documento é verdadeiramente interessante, pois explica, através do seu link “ Células Estaminais”, questões relacionadas com a clonagem. No final dessa mesma página encontramos dois links: “Clonagem humana- perspectiva geral” e “Clonagem humana - riscos” que nos levam à explicação de um modo sintetizado sobre a clonagem humana e sobre os riscos que podem surgir ao longo da investigação. O documento referido não trás informação nova, mas contribui para a sua divulgação. A informação nela contida provém de um site de âmbito europeu, composto par vários países tais como a Grã-Bretanha, Espanha, França, Alemanha, Dinamarca, Bélgica, entre outros, tratando-se igualmente de um site lusófuno, pois Portugal também faz parte da sua produção. Deste modo os limites geográficos da informação não se restringem apenas à Europa, mas sim a todo o mundo, visto a informação ser válida em qualquer contexto geográfico, ou seja em qualquer ponto do mundo. O site apresenta-se com a data do ano de 2002, e em minha opinião não necessita de alguma actualização, pois a informação continua actualizada aos nossos dias.

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A Clonagem Os objectivos que presidem à elaboração do site é permitir a exploração e o debate acerca das últimas descobertas das ciências da vida, neste caso a clonagem. O público-alvo serão os especialistas em ciências da vida, bem como estudantes e investigadores. Por fim, o site encontra-se bem apresentado, com uma redacção de informação clara e bem estruturada. A informação é gratuita e a navegabilidade é fácil, as páginas carregam rápido e o acesso à informação é rápido e eficiente. A pesquisa efectuada teve como fonte documentos electrónicos, onde foram utilizados diversos motores de busca, tais como o Yahoo, Alta Vista e o Google. O motor de busca seleccionado foi o Google onde através de uma pesquisa simples e da palavra-chave clonagem, foram encontrados 39000 registos, de onde foi encontrado o site proposto que se enquadra nos objectivos práticos deste trabalho. A linguagem utilizada na pesquisa passou tanto pelo “Português”, como pelo “Inglês” e o limite geográfico é bastante alargado, como já atrás referido. Os critérios de selecção da página que avalio no meu trabalho passam por diversos factores. O alcance do site escolhido corresponde às expectativas de um público restrito, em especial cientistas e investigadores. Para estes grupos de pessoas o site corresponde em amplitude e profundidade às áreas temáticas que inclui. Estas áreas centram-se nas ciências da vida e em diversos sub-temas relacionados com a temática principal. O tempo para a busca de informação é reduzido, visto a sua navegabilidade ser rápida e a passagem para outros links torna-se acessível. O conteúdo nela existente é bastante preciso e objectivo.

CONCLUSÃO

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A Clonagem Vantagens e dificuldades: O trabalho efectuado, sobre a clonagem, apresentou vantagens e desvantagens, quer no que respeita à estruturação do trabalho, à busca de informação e à compreensão dos conteúdos. Uma das principais dificuldades na realização do meu trabalho, prendeu-se com o facto da escassez de fontes de informação de natureza impressa. Após uma busca exaustiva pelas livrarias e pela biblioteca da faculdade de economia, cheguei à conclusão que a clonagem não é um tema muito procurado e talvez por essa razão seja lógica a pouca existência de material de pesquisa. Por outro lado, a pesquisa através da internet revelou a existência de bastante informação relacionada com o tema proposto. De facto, utilizando a pesquisa através na net, utilizando alguns motores de busca, foi possível encontrar em muitos casos, milhares de registos com informação variada, que passava por artigos de opinião, entrevistas e informação relacionada com diversas áreas (biologia, medicina, entre outras). Devido à natureza do tema, a compreensão dos conteúdos pesquisados revelou-se difícil, devido ao uso de um vocabulário cuidado, com a utilização de conceitos científicos, o que tornou mais complicada a compreensão dos conteúdos, em especial por pessoas que não estejam ligadas a estas áreas. Apesar destas dificuldades, foi possível encontrar alguns documentos que, embora sem grande profundidade, utilizam uma linguagem um pouco mais simples. Em relação à estruturação do meu trabalho, revelou-se mais complicado na realização do estado das arte, em parte devido à reduzida existência de documentos impressos e com isso ter que reunir fontes praticamente de origem electrónica (internet). Outra dificuldade na realização do trabalho, foi encontrar uma boa página web, já que, em minha opinião, existe uma grande quantidade de informação, mas em relação à qualidade e à fiabilidade da página, cheguei à conclusão que só através de uma busca minuciosa foi possível encontrar o sítio de acordo com objectivos do trabalho. Devo ainda salientar, que na realização da ficha de leitura senti algumas dificuldades em relação aos termos usados, apesar de no âmbito geral compreender todo o texto. Para finalizar, penso que a informação pesquisada necessita de mais estudos e comparações alargadas, pois torna-se insuficiente para uma total compreensão do tema, que é complexo e que deixa muitas dúvidas na sociedade em geral.

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A Clonagem

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Atlan, Henri (2001), “Possibilidades biológicas, impossibilidades sociais”, in Henri Atlan, Marc Augé, Mireille Delmas-Marty, Roger-Pol Droit e Nadine Fresco (orgs.), Clonagem humana. Coimbra: Quarteto Editora, 13-33. Biomania (2002), “Clonagem”. Página consultada em 30 de Abril de 2003, <http://www.biomania.com.br/biotecnologia/clonagem.php>. Bionet (2002), “Bionet”. Página consultada em 27 de Abril de 2003, <http://www.bionetonline.org/portugues.com>. Campbell, Neil A. et al. (1999), Genetics, DNA Technology. Adison Wesley Longman: Benjamin/Cummings. Cruzeiro do sul (2001), “Clonagem”. Página consultada em 18 de Abril de 2003, <http://site.cruzeironet.com.br/jcs/saude/portal_saude/clonagem.htm>. Fernandes, José Manuel (2003), “A clonagem de humanos: apenas uma questão técnica?”. Público, 9 de Janeiro, pp. 4. Germano, Barata (2001), “A clonagem ainda é técnica em desenvolvimento”. Revista electrónica de jornalismo científico. Consultado em 17 de Abril de 2003, <http://www.comciência.br/reportagens/clonagens/clone 02.htm>. Machado, Ana (2003), “A tecnologia pouco desenvolvida é o único entrave à clonagem humana”. Público, 8 de Janeiro, pp. 26.

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A Clonagem Mendonça, Helena (2003), “Os clones são uma ameaça?”. Diário de Notícias, 8 de Fevereiro. Página consultada a 4 de Abril de 2003, <http://www.dn.sapo.pt/noticia/mostra_noticia.asp?codnoticia=87783&codedição=666>. Quintanilha, Alexandre (2002), “O conhecimento científico é considerado um luxo”. Revista electrónica Visão. Consultado em 10 de Maio de 2003, <http://www.visaoonline.pt/paginas/conteudo.asp?edconteudo=29257>

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Anexo A

Página web analisada

Anexo B

Texto de suporte da ficha de leitura