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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Ivone Aparecida dos Santos FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A DIVERSIDADE: UMA PRÁTICA A SER CONSTRUÍDA NA EDUCAÇÃO BÁSICA URAÍ – PARANÀ 2009

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A DIVERSIDADE: UMA … · diversidade, por meio da criação de um espaço de Formação Continuada na própria escola. Esta ação justifica-se, uma vez

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

Ivone Aparecida dos Santos

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A DIVERSIDADE: UMA PRÁTICA A

SER CONSTRUÍDA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

URAÍ – PARANÀ

2009

IVONE APARECIDA DOS SANTOS

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A DIVERSIDADE: UMA PRÁTICA A

SER CONSTRUÍDA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Artigo científico apresentado à Universidade Estadual do Norte do Paraná, como requisito para aprovação no Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação – Paraná, sob a orientação da Professora Marlizete Cristina Bonafini Steinle.

URAÍ - PARANÁ

2009

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A DIVERSIDADE: UMA PRÁTICA A

SER CONSTRUÍDA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Ivone Aparecida dos Santos1

RESUMO

É sabido a todos que um dos princípios que normatiza a Educação contemporânea é o direito de todas as pessoas à escolarização. No entanto, a escola do século XXI ainda continua sendo seletiva e classificatória, quando não dá conta de atender a diversidade humana e desconsidera as diferenças. Deste modo, a presente pesquisa teve como objetivo levar a equipe escolar a refletir criticamente sobre a prática pedagógica na diversidade, através da criação de um espaço de Formação Continuada na própria escola. A fim de atingir o objetivo proposto, optou-se por desenvolver uma pesquisa qualitativa na modalidade de estudo de caso com intervenção. Participara deste estudo, profissionais que atuam nos anos finais do Ensino Fundamental de uma escola pública pertencente ao município de Uraí no Estado do Paraná. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário semi-estruturado objetivando visualizar o grau de entendimento por parte dos sujeitos acerca do tema, bem como, levantar práticas emergentes utilizadas por eles. Acredita-se que com a realização dos grupos de estudos no período de implementação desta pesquisa, os mesmos possibilitaram a ação-reflexão-ação da equipe escolar, quando indicou caminhos mais seguros para a ação docente que, colabora efetivamente com a construção de uma escola pública sem preconceitos, exclusões e tendo na sua oferta a marca da qualidade educacional.

PALAVRAS-CHAVE: Formação continuada; diversidade, educação inclusiva, educação de qualidade.

1Professora Pedagoga da Escola Estadual Prof. Paulo Mozart Machado – EF, Professora PDE – 2008, Graduada em Pedagogia pela FAFI e Pós-graduada em Metodologia e didática do Ensino também pela FAFI.

ABSTRACT

It is well known to all that one of the principles that standardizes the contemporary Education is the right of everyone to education. However, the school of the twenty-first century still continues being selective and classificatory when is incapable of assisting to the human diversity and ignores the differences. Thus, this research aimed to bring school staff to critically reflect on teaching practices in diversity through the creation of an area of Continuing Education at the school. In order to achieve this purpose, we chose to develop a qualitative research using case study method with intervention. Participated in this study, professionals working in the final years of elementary school in a public school in the municipality of Uraí in the State of Paraná. To collect data, a semi-structured questionnaire was used aiming to visualize the degree of understanding by subjects concerning the issue and raise emerging classroom teaching practices used by them. It is believed that in carrying out the study groups during the implementation of this research, they allowed the action-reflection-action of the school team when indicated safer ways for the teaching action that collaborates effectively with the construction of a public school without prejudices, exclusion and having in your offer the mark of quality education.

KEYWORDS: Continuing education, diversity, inclusive education, quality education.

INTRODUÇÃO

Atualmente, evidencia-se uma elevada preocupação com a

universalização do ensino, principalmente no Ensino Fundamental. Porém,

pesquisas demonstram que universalizar o ensino não basta, é preciso oportunizar a

todos os alunos condições para o êxito escolar, abolindo o fracasso e primando por

oportunizar não somente o acesso, mas a permanência com sucesso.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN

9394/96, em seu artigo 4º, esclarece que a educação é um direito de todo cidadão,

tendo como objetivo maior a sua formação plena, uma vez que busca atender todas

as dimensões humanas expressas nas áreas, cognitivas, socioafetivas, políticas,

culturais, de comunicação, motoras, ou seja, as dimensões que garantem a

individualidade do ser, mesmo vivendo na coletividade.

Diante deste novo desafio educacional, é preciso construir a

consciência do aprender a aprender sempre na prática docente e assim, resgatar o

exercício da Formação Continuada, uma vez que ela possibilita o constante

aperfeiçoamento e atualização profissional, fatores que muito contribuem para a

construção de uma escola para todos e uma educação com qualidade.

Diante do exposto anteriormente, este artigo pretende contribuir para

que a equipe escolar possa refletir criticamente sobre a prática pedagógica na

diversidade, por meio da criação de um espaço de Formação Continuada na própria

escola. Esta ação justifica-se, uma vez que busca atender um antigo anseio dos

profissionais da instituição escolar, e ainda por ter a intenção de se efetivar como

uma prática constante.

Sabe-se que a prática da Formação Continuada é uma constante

nas escolas públicas do Paraná e que muitas vezes é ofertada pela própria

mantenedora, e também por outras instituições de ensino. Mas, infelizmente ainda, é

sentido a ausência de um programa que atenda às reais expectativas da

comunidade escolar quando se reúnem nas ricas oportunidades de estudos, mesmo

que tenham como objetivo ressignificar a prática docente.

No entanto, em meio ao desencontro do que se oferta e o que se

espera encontrar, percebe-se um grande esforço dos educadores para

compreenderem o processo de ensino e aprendizagem vivenciados em sua prática,

na tentativa de alçar um novo olhar para o aluno, reconhecendo-o em suas

limitações e possibilidades.

Assim, presume-se que a formação continuada oportunizará aos

professores uma reflexão acerca da diversidade, procurando coletivamente buscar

caminhos para trabalhar com os diferentes grupos de alunos que adentram a escola

em busca do conhecimento científico e conseqüentemente da formação intelectual.

EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA E FORMAÇÃO CONTINUADA

A sociedade contemporânea vem sofrendo interferências no seu

processo de desenvolvimento, em todas as esferas: políticas, sociais, econômicas,

culturais e tecnológicas; as quais vêm exigindo que o sistema educacional também

abrigue muitas mudanças: administrativas, organizacionais e pedagógicas.

Neste contexto, são inúmeros os desafios postos para a escola, uma

vez que ela não é a única detentora do saber, e os meios de comunicação de massa

e as tecnologias estão cada vez mais presentes na vida dos indivíduos que compõe

essa era da contemporaneidade, exigindo desta forma que o processo de ensino

esteja atualizado, para mediar de forma competente os conhecimentos necessários

para capacitar o aluno e torná-lo agente de transformação social.

Pensando sobre esta nova realidade escolar Heerdt (2003, p. 69)

diz, “o grande desafio, sem dúvida, não é o de estar ciente destas transformações,

mas sim integrá-las e contemplá-las no trabalho educacional.” Assim, a escola

precisa promover um resgate da sua função, de detentora dos conteúdos

historicamente construídos e promotora de novos conhecimentos, quando reflete

criticamente sobre as suas ações e condutas cotidianas, tendo em vista desenvolver

novas formas de atuar na educação que promova o sucesso do aluno.

Dentro desta conjuntura é urgente que a escola preocupe-se com o

desenvolvimento de um sistema de ensino interconectado com os problemas da

sociedade atual, abolindo a velha estruturação de um ensino fragmentado e

descontextualizado da realidade como era na educação tradicional.

Acredita-se atualmente que é necessário haver mudanças na escola, especialmente

no que diz respeito à atuação do professor – aquele que ensina, pois, ao longo dos

anos vem sentindo que sua profissão está perdendo a identidade. Deste modo,

torna-se urgente resgatar o papel do professor enquanto agente transformador que

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oportuniza a formação e a transformação integral dos alunos, tornando-os cidadãos

críticos.

Para Arroyo (2008, p. 41):

“[...] Obriga-nos a repensar o ensinar e situá-lo no campo mais fecundo do direito à educação e à formação plena; a indagar-nos pelas dimensões a serem formadas para garantir o direito à plena formação das crianças e adolescentes, jovens e adultos com que trabalhamos. Vê-los em sua totalidade humana, como sujeitos cognitivos, éticos, estéticos, corpóreos, sociais, políticos, culturais, de memória, sentimento, emoção, identidade diversos... Vê-los não recortados nessas dimensões, mas em totalidade humana.”

Ao falar em aprendizagem, o professor deve ter claro que é um dos

responsáveis pelo processo de aprendizagem do aluno, cabendo a ele o papel de

mediador do conhecimento, assim, o responsável por possibilitar aos alunos a

apropriação de novos conhecimentos.

De acordo com Demo, (2004, p. 65) “[...] somente é professor de

verdade, quem souber fazer o aluno aprender.” Assim, para que o aluno possa

aprender, ou seja, apropriar-se do conhecimento historicamente produzido, exige-se

o comprometimento do professor com a aprendizagem, na medida em que se

reconhece que o professor não é um mero transmissor de conhecimentos, mas,

alguém que se preocupa em garantir a aprendizagem e o sucesso escolar dos

alunos. Portanto, o professor precisa ter consciência que o aprender é contínuo e

processual.

Sabe-se que a sociedade contemporânea clama por uma educação

de qualidade e por práticas pedagógicas que levem o aluno ao exercício de sua

cidadania. Assim, são inúmeros os debates e discussões realizados por teóricos,

pesquisadores e profissionais da educação sobre a importância de uma política

voltada para a Formação Continuada dos educadores brasileiros.

Discutir sobre a Formação docente, não tem sido uma tarefa muito

fácil, pois seu foco não está direcionado apenas para a Formação Inicial, mas,

principalmente, para a Formação Continuada. Deste modo, o grande desafio está na

conscientização do educador para uma prática autônoma de Formação Continuada,

compreendendo, portanto, que a responsabilidade do seu aperfeiçoamento

profissional não é única e exclusivamente do órgão gestor, mas também, de sua co-

responsabilidade, mediante uma ação autônoma e continuada.

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De acordo com Freire (1996), o professor precisa ser levado a uma

permanente reflexão sobre a sua formação docente e sua prática pedagógica, numa

postura de ação-reflexão-ação. Ao adentrar este universo, da ação-reflexão-ação, é

necessário que a equipe escolar busque respostas para os seguintes

questionamentos acerca do currículo: - Qual é a concepção de mundo, de homem,

de sociedade, de conhecimento, de ensino e de aprendizagem que o nosso currículo

possui?

Buscar respostas para estas indagações demonstra que a

comunidade escolar visualiza o currículo como uma ferramenta que ajuda o

professor a mediar a aquisição de novos conhecimentos, principalmente quando

reconhece o valor dos conhecimentos prévios dos alunos – conhecimento real, e

compromete-se em levar o aluno a adquirir o conhecimento científico –

conhecimento ideal, ao considerar o currículo como dinâmico, transformador e

articulado com a prática

Refletir sobre a prática pedagógica, através da ação-reflexão-ação, é

de fundamental relevância, principalmente no sentido de direcioná-la aos interesses

e necessidades dos alunos, “é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem

que se pode melhorar a próxima prática.” (FREIRE, 1996, p.43).

Segundo o mesmo autor (FREIRE, 1990), a reflexão da prática,

através da Formação Continuada, não só proporcionará ao professor a atualização e

ampliação dos conhecimentos, mas poderá contribuir com o conhecimento do aluno,

provocando a paixão pela aventura do aprender.

A Formação Continuada proporcionará ao professor aprender mais

sobre a arte de ensinar, preocupado com a dimensão crítica de sua prática

educativa, repensando-a e buscando adequá-la aos alunos, mas esse processo não

deve acontecer de forma isolada. É preciso que o processo formativo que acontece

na escola, ocorra através da prática reflexiva coletiva de socialização das

dificuldades enfrentadas no fazer pedagógico, buscando soluções para os

problemas detectados. Assim é fundamental a criação de espaços dentro da escola

para que os professores se encontrem e reflitam sobre o seu trabalho, na busca de

melhor desenvolverem os alunos em suas potencialidades.

Acredita-se que uma questão importante a ser considerada nos

cursos de Formação Continuada, bem como nos grupos de estudo nas escolas, diz

respeito à diversidade, uma vez que a construção do conhecimento na educação

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contemporânea deve ocorrer coletivamente e deve estar voltada para questões que

contemplem as diferenças.

Nesta perspectiva, torna-se necessário incluir questões para serem

discutidas e/ou refletidas tais como: etnia, raça, gênero, classe, sexo, entre outras,

numa política de valorização de todo o conhecimento que os diferentes grupos

trazem para a sala de aula, compreendendo que este conhecimento enriquece o

ensino e a aprendizagem, dos conteúdos científicos, assim, não os substituem. Mas,

infelizmente acabam sendo desapercebidos ou ignorados por muitos professores.

DIVERSIDADE E EDUCAÇÃO PARA TODOS

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino

Fundamental, um dos princípios que devem nortear o processo de ensino-

aprendizagem dos nossos alunos diz respeito à Ética.

Deste modo, nossos alunos devem construir seu exercício de

cidadania pautado no respeito às diferenças, não com a intenção de acentuar as

desigualdades, mas de respeitar as diversidades entre os indivíduos. Assim, cada

aluno é único, portanto, tem suas características particulares que merecem ser

consideradas pelo professor e pela escola, uma vez que a sociedade brasileira é

multicultural, ou seja, a diversidade faz parte da história da sua população e

conseqüentemente da sua escola, sobretudo a pública.

Mas o que é a diversidade?

Questões como estas fazem parte das discussões realizadas nas

escolas, tanto na escola pública como na privada, e merecem ser respondidas, uma

vez que a escola é considerada como um dos universos em que a diversidade

humana se faz mais presente, assim, conhecer sobre a diversidade, faz com que o

preconceito seja minimizado.

Ao analisarmos etimologicamente a palavra diversidade, podemos

constatar que, de acordo com o Minidicionário Aurélio (2004, p. 325), a palavra

“diversidade” denota os seguintes significados:

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“1Qualidade ou condição do que é diverso, diferença, dessemelhança. 2Divergência, contradição (entre idéias, etc). 3Multiplicidade de coisas diversas: existência de seres e entidades não idênticos, ou dessemelhantes, oposição.”

No entanto, ao olhar a diversidade com os olhos da ciência e da

pesquisa, amplia-se ainda mais o seu significado,

“[...] falar sobre a diversidade cultural não diz respeito apenas ao reconhecimento do outro. Significa pensar a relação entre o eu e o outro. Aí está o encantamento da discussão sobre a diversidade. Ao considerarmos o outro, o diferente, não deixamos de focar a atenção sobre o nosso grupo, a nossa história, o nosso povo. Ou seja, falamos o tempo inteiro em semelhanças e diferenças.

Isso nos leva a pensar que ao considerarmos alguém ou alguma coisa diferente, estamos sempre partindo de uma comparação. E não é qualquer comparação. Geralmente, comparamos esse outro com algum tipo de padrão ou de norma vigente no nosso grupo cultural ou que esteja próximo da nossa visão de mundo. Esse padrão pode ser de comportamento, de inteligência, de esperteza, de beleza, de cultura, de linguagem, de classe social, de raça, de gênero, de idade.” (GOMES, 1999, p. 72).

Assim, a diversidade aos olhos da educação, significa dar

oportunidades educacionais a todos os alunos e alunas, tanto para o acesso como

para a permanência com sucesso, numa atitude de democratização dos

conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade.

Ao discutir diversidade é necessário esclarecer que ela não se

remete somente às crianças com necessidades especiais. A diversidade é uma

característica humana, assim, todos nós seres humanos somos diferentes uns dos

outros. Este é o desafio da escola, fazer com que os alunos compreendam que

apesar de vivermos em uma sociedade diversa, devemos garantir a nossa

individualidade exigindo que ela seja respeitada e conseqüentemente devemos

respeitar a individualidade do outro.

A este respeito Carvalho (2004, p. 70) afirma: “Pensar em respostas

educativas da escola é pensar em sua responsabilidade para garantir o processo de

aprendizagem para todos os alunos, respeitando-os em suas múltiplas diferenças.”

Atualmente, pesquisas demonstram que, cada vez mais, tem

aumentado a presença de alunos que historicamente um dia foram excluídos da

escola. Esta realidade pode ser constatada principalmente nas escolas públicas, por

constituir um espaço de grande diversidade.

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Este fato se confirma quando se analisa no Projeto Político

Pedagógico o perfil dos alunos que compõem as salas de aula da escola pública,

pois nele constatamos que a educação pública está voltada para uma educação

plural, que atende a todas as pessoas, e não mais apenas a uma minoria.

O desejo da democratização do ensino é apresentado desde 1990,

no documento final da Declaração Mundial de Educação para Todos, quando em

seu, Artigo 3º diz, “é necessário universalizar o acesso à educação e promover a

equidade, melhorando sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para

reduzir as desigualdades.” (1990, p. 3).

Percebe-se que, a cada ano, o acesso do aluno que um dia foi

excluído da escola tem aumentado, mas também é de conhecimento que o seu

retorno apenas, não garante o seu sucesso, e por isso, teme-se pela perpetuação do

processo de repetências sucessivas acompanhada de evasão.

Diante dessa realidade, grande tem sido a preocupação da escola

na tentativa de buscar caminhos para a seguinte questão: - Mas, como discutir a

diversidade na escola e incluí-la no currículo?

Vale destacar que a educação para a diversidade não é uma

preocupação do início do século XXI, mas faz parte da história da humanidade

quando já desejava uma sociedade mais justa e igualitária.

Para efetivar este desejo é preciso primeiramente desmistificar as

crenças que enaltecem as diferenças contidas na sociedade, a fim de abolir os

estereótipos em torno dos grupos sociais e oportunizar uma educação

emancipatória.

Diante desse desejo, é fundamental a preocupação da escola em

oferecer um currículo que contemple questões sobre a diversidade, levando os

docentes à reflexão e à conscientização de que a diversidade está presente nas

diferentes áreas do conhecimento, e assim, deve ser reconhecida e considerada nas

práticas pedagógicas desenvolvidas pelos docentes, respeitando a riqueza de

identidades que compõem a sociedade. (GOMES, 2008, p. 24 e 25).

É importante ainda ressaltar que a escola do século XXI, compõe-se

por uma heterogeneidade de alunos, ou seja, os alunos que lá estão são muito

diferentes dos das décadas passadas, pois a escola atualmente é constituída por

grupos distintos, com características também distintas: sociais, econômicas,

religiosas, culturais, de gênero, étnicas, com necessidades especiais, etc.

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Além desses grupos, ainda encontramos o grupo dos alunos que

apresentam facilidade para aprender; outros que sofrem para assimilar os conceitos

mais simples; alguns que apresentam facilidade para aprender, mas não se

interessam, pois não querem nada com nada; outros com dificuldades e que se

mostram muito interessados; outros com estilos de aprendizagem diferentes; e

também o grupo dos indisciplinados.

Todo esse contexto mostra que os alunos que compõem nossas

salas de aula não são iguais e que, portanto, não é possível desenvolver uma ação

pedagógica única e homogênea, assim, os educadores são desafiados a reconhecer

a figura do outro, do diferente, tendo de serem sensíveis à diversidade e desvelando

a escola uniformizadora e segregadora, que por tanto temo imperou no sistema

educacional brasileiro.

Infelizmente, ainda hoje, muitas são as escolas que tem uma

educação formal, cuja tendência educacional é homogeneizar os alunos, como se a

educação tivesse um protótipo único de aluno, e que a função da escola fosse

trabalhar somente com este tipo de educando, desconsiderando as suas diferenças.

Neste contexto, os sistemas regulares acabam padronizando uma única forma de

ensino, quando desconsidera o aluno não o reconhecendo como centro da ação

educativa, portanto conseqüentemente não se preocupam com a organização de um

currículo que atenda as diversidades.

Concordando com este pensamento, Araújo (1998, p. 44) diz,

“[...] a escola precisa abandonar um modelo no qual se esperam alunos homogêneos, tratando como iguais os diferentes, e incorporar uma concepção que considere a diversidade tanto no âmbito do trabalho com os conteúdos escolares quanto no das relações interpessoais.”

Para a efetivação de um currículo que atenda à diversidade, é

necessária uma prática pedagógica em que a visão adaptativa esteja presente,

adequando quando necessário a suas metodologias, utilizando recursos

diferenciados, lançando mão de instrumentos avaliativos variados, etc., uma vez que

busca atender às necessidade de cada aluno, criando contextos educacionais que

permitam atender as suas especificidades, caso contrário, estará desenvolvendo um

ensino igual para todos, valorizando a transmissão de conteúdos, promovendo um

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trabalho descontextualizado do processo de aprendizagem, que propõe o ensino e a

aprendizagem apenas da minoria dos alunos, não de todos.

Corroborando este pensamento, Carvalho (2004) afirma que é preciso diversificar a

intervenção pedagógica, buscando atender as características e necessidades de

cada um, de acordo com os objetivos propostos.

Nesse sentido, Amaral (1998, p. 22) acrescenta:

“[...] a Educação, como cada um de nós, deve escolher a roupa adequada para os dias frios assim como para os de calor, os alimentos compatíveis com o horário e/ou clima, os comportamentos para as situações de alegria ou tristeza [...] Enfim, escolher o melhor (para cada um de nós e para aqueles que nos cercam) para um melhor viver.”

Neste contexto, cabe ao professor reconhecer seu papel de

mediador de aprendizagens de todos os alunos, devendo ser esta mediação

desprovida de preconceito, estigma e exclusão.

Deste modo acredita-se que o professor que reconhece as

diferenças em suas aulas é capaz de reconhecer o outro e valorizá-lo de acordo com

suas especificidades e potencialidades, assegurando aos alunos a equidade, ou

seja, a igualdade de oportunidades para poderem se desenvolver de acordo com

sua realidade, além de promover uma educação que valorize as raízes de cada

cultura, ou seja, uma educação multicultural.

Para Gadotti (1992, p. 21):

“A escola que se insere nessa perspectiva procura abrir os horizontes de seus alunos para a compreensão de outras culturas, de outras linguagens e modos de pensar, num mundo cada vez mais próximo, procurando construir uma sociedade pluralista.”

É fundamental então, identificar os obstáculos que dificultam o

sucesso dos alunos no processo de aprendizagem e buscar tornar o ensino e a

aprendizagem ações prazerosas, numa interação contínua entre o professor, o aluno

e o conhecimento. O professor necessita estar bem preparado para desafiar os

alunos, através do uso de estratégias mais interessantes, que permitam uma

participação reflexiva. Para tanto, é fundamental que o professor tenha convicção de

que a aprendizagem é possível para todos.

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A escola reconhece o aluno considerando-o sujeito de direitos?

Infelizmente, ainda hoje, ao se analisar as diferentes práticas

pedagógicas utilizadas no interior das escolas identificam-se, em sua grande

maioria, metodologias homogêneas e repetitivas, as quais denunciam a visão de que

é o aluno que deve se adaptar a ação metodológica da escola e não a escola que

deve preocupar-se em adaptar a sua metodologia à necessidade do aluno.

Esta postura educativa acaba por fazer com que todos os alunos

sejam tratados pela escola de forma igualitária, desconsiderando suas

peculiaridades, diferenças e direitos. É necessário pensar a educação dentro de um

processo de desenvolvimento humano, considerando o aluno como sendo o centro

desse processo, tendo por parte do professor e da escola um olhar permeado pela

diversidade de ações, comportamentos, emoções, atitudes, aprendizagens, etc.,

fazendo com que as práticas educativas sejam ressignificadas no sentido da

valorização do outro, principalmente dos excluídos.

Desta forma, Gomes (1999, p. 74) diz:

“Os/as educadores/as são também profissionais da cultura e não de um padrão único de aluno, de currículo, de conteúdo, de práticas pedagógicas, de atividades escolares. Todos/as, sem exceção, diferem em raça/etnia, nacionalidade, sexo, idade, gênero, crença, classe. Todas essas diferenças estão presentes na relação professor/aluno e entre os próprios educadores/as. Nesse sentido, podemos afirmar que a reflexão sobre a diversidade cultural nos conduz a um repensar do papel do/a professor/a.”

Neste contexto de educação para a diversidade, é necessário que

ocorra a ressignificação da prática pedagógica, na medida em que o professor

reconheça as novas exigências impostas à sua prática docente pela sociedade

contemporânea, e busque transformar os sistemas educacionais no sentido de

garantir também a transformação desta sociedade, banindo de nosso convívio

coletivo às desigualdades sociais e o preconceito, oportunizando a todos e todas

uma vida melhor, numa sociedade mais humanizada, inclusiva e democrática.

Gomes (2008, p. 27) ainda destaca que,

“há uma nova sensibilidade nas escolas públicas, sobretudo, para a diversidade e suas múltiplas dimensões na vida dos sujeitos. Sensibilidade que vem se traduzindo em ações pedagógicas de transformação do sistema educacional em um sistema inclusivo, democrático e aberto a diversidade.”

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No entanto, entende-se que a escola inclusiva deva ir além da

sensibilidade educativa, mas que promova a conscientização do respeito ao direito

do cidadão de freqüentar uma escola que acolhe as suas necessidades,

desmistificando desta forma, ora a visão de filantropia ou mesmo de dó dos

excluídos, ora a visão de incapacidade e descrédito do seu potencial de

aprendizagem.

CONCEITUANDO EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Ao propor uma discussão sobre o tema da diversidade nas escolas,

acreditamos ser necessário associar a esta discussão outra temática que vem sendo

amplamente destacada por todos os envolvidos no processo de ensino e que na sua

grande maioria, tem gerado inúmeras indagações, tais como:

•Mas que inclusão é esta?

•As escolas e os professores estão preparados para trabalhar com

este processo de inclusão?

Para responder estas questões Monteiro (2001, p. 21) diz,

“[...] A inclusão é a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, uma sociedade mais justa, mais igualitária, e respeitosa, orientada para o acolhimento da diversidade humana e pautada em ações coletivas que visem a equiparação das oportunidades de desenvolvimento das dimensões humanas.”

Ao analisar a inclusão no contexto da educação partimos do

pressuposto de que todas as crianças têm o direto de se educar juntos em uma

mesma escola, sem que esta escola exija requisitos excludentes e que ainda

garanta o acesso e a permanência com sucesso de todos os que dela participarem,

oportunizando condições de aprendizagem sem exceções.

Desta forma, conforme Mantoan (2005, p. 24), inclusão é,

“a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se

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aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.”

Portanto, na escola inclusiva, todos os alunos, independentemente

de suas condições físicas, intelectuais, sociais, lingüísticas, religiosas, sexuais ou

outras, têm direito de acesso, de permanência e de sucesso, embebido de uma

inter-relação limpa, sem preconceitos, tanto dos seus pares, como dos seus

professores e os demais membros da comunidade escolar.

De acordo com Carvalho (2004, p. 121), escola inclusiva é aquela

que “inclua a todos, que reconheça a diversidade e não tenha preconceitos contra as

diferenças, que atenda às necessidades de cada um e que promova a

aprendizagem.”

Tudo isso é possível na medida em que a escola promova

mudanças no seu processo de ensinar e aprender, reconhecendo o valor de cada

criança e o seu estilo de aprendizagem, entendo que todos possuem

potencialidades que devem ser desenvolvidas pela escola por meio da mediação

docente.

Mesmo frente aos grandes avanços tecnológicos da

contemporaneidade, a realidade escolar tem mostrado claramente ainda algumas

formas de exclusão em seu contexto, muitas vezes, por meio de atitudes ou

comentários desrespeitosos e maldosos emitidos por professores e/ou pelos colegas

de sala.

A escola inclusiva precisa atender as diferentes necessidades

educativas dos alunos, o que não deixa de ser um grande desafio para os

professores da educação atual, pois, a educação que considera a heterogeneidade

dos alunos, exige o reconhecimento e aceitação das diferenças individuais,

construindo uma abordagem pedagógica inovadora, não se admitindo exclusões ou

segregações.

Pensar na questão da inclusão no espaço escolar, implica em

compreender todos aqueles excluídos historicamente no Brasil, que são: os

afrodescendentes, indígenas, mulheres, gays, pobres, os analfabetos, os

pertencentes às variadas religiões, os portadores de necessidades educativas

especiais, os imigrantes, etc., assim, percebe-se que o rol dos excluídos, vai muito

além dos alunos com necessidades especiais.

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Vale destacar que o desafio da exclusão não pertence somente à

escola, é um desafio de ordem social, política, econômica e cultural, cabe a escola

um papel fundamental no enfrentamento deste desafio, possibilitar a vivência de

práticas inclusivas no seu espaço, propiciando condições de participação das

minorias da sociedade.

Segundo Haddad (2008),

“[...] o benefício da inclusão não é apenas para crianças com deficiência, é efetivamente para toda a comunidade, porque o ambiente escolar sofre um impacto no sentido da cidadania, da diversidade e do aprendizado.”

O direito à educação para todos os cidadãos brasileiros já é

assegurado pela nossa Constituição Federal (1988), quando declara em seu Artigo

205, “que a educação é um direito de todos, devendo ela garantir o pleno

desenvolvimento da pessoa, o seu exercício de cidadania e a qualificação para o

trabalho”. (BRASIL, 1988, p. 34).

Assim, a escola inclusiva precisa ser reconhecida como um espaço

de qualidade que promove o ensino e a aprendizagem para todos os alunos, através

da participação e interação, além de valorizar cada um em suas diferenças. Nesta

perspectiva a escola inclusiva deve ser muito mais do que um espaço que oferece

condições físicas e materiais para os alunos considerados excluídos, ele deve

também promover a interação interpessoal entre os alunos, a fim de minimizar o

preconceito.

De acordo com Carvalho (2004, p. 111) “A proposta inclusiva

pressupõe uma ‘nova’ sociedade e, nela, uma escola diferente e melhor do que a

que temos hoje.” E diz ainda,

“Mas, aceitar o ideário da inclusão, não garante ao bem intencionado mudar o que existe, num passe de mágica. A escola inclusiva, isto é, a escola para todos deve estar inserida num mundo inclusivo onde as desigualdades não atinjam os níveis abomináveis com os quais temos convivido.”

A escola é o espaço primordial para se oportunizar a integração, e a

melhor convivência entre os alunos e os professores, e que possibilita o acesso aos

bens culturais. Logo, é preciso que a escola busque trabalhar de forma democrática,

oferecendo oportunidades de uma vida melhor para todos, independentemente de

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condição social, econômica, raça/etnia, religião, sexo, etc. Todos os alunos têm

direito de estarem na escola, aprendendo e participando, sem ser discriminado ou

ter que enfrentar qualquer tipo de preconceito, por motivo algum.

Segundo Mantoan (2005, p.18), o que pretendemos é que a escola

seja inclusiva, e para que isso aconteça é urgente que seus planos se redefinam

para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e

que reconhece e valoriza as diferenças.

Assim, a educação inclusiva visa desenvolver valores educacionais

e metodologias que permitam desenvolver as diferenças através do aprender em

conjunto, buscando a atenuação e a eliminação de barreiras na aprendizagem, e

promovendo a aprendizagem de todos, principalmente daqueles que se encontram

mais vulneráveis, em contraposição com a escola tradicional, que sempre foi

seletiva, considerando as diferenças como uma anormalidade, e desenvolvendo um

ensino homogeneizado. (CARVALHO, 2004).

Corroborando a afirmação de Carvalho, Araújo (1988, p. 44) diz:

“[...] a escola precisa abandonar o modelo no qual se esperam alunos homogêneos, tratando como iguais os diferentes, e incorporar uma concepção que considere a diversidade tanto no âmbito do trabalho com os conteúdos escolares quanto no das relações interpessoais. É preciso que a escola trabalhe no sentido de mudar suas práticas de ensino visando o sucesso de todos os alunos, pois o fracasso e o insucesso escolar acabam por levar os alunos ao abandono, contribuindo assim com um ensino excludente.”

A educação inclusiva, dentro de um processo responsável, precisa

garantir a aprendizagem a todas as pessoas, dando condições para que

desenvolvam sentimentos de respeito à diferença, que sejam solidários e

cooperativos. De acordo com Mantoan, (2008, p. 2):

“Temos de combater a descrença e o pessimismo dos acomodados e mostrar que a inclusão é uma grande oportunidade para que alunos, pais e educadores demonstrem as suas competências, poderes e responsabilidades educacionais. As ferramentas estão aí, para que as mudanças aconteçam, urgentemente, e para que reinventemos a escola, desconstruindo a máquina obsoleta que a dinamiza, os conceitos sobre os quais ela se fundamenta os pilares teórico-metodológicos em que ela se sustenta.”

17

Em busca de uma escola de qualidade, objetivando uma educação

voltada para a emancipação e humanização do aluno, é fundamental que o sistema

educacional prime por uma educação para todos, onde o enfoque seja dado às

diferenças existentes dentro da escola. Uma tarefa nada fácil, que exige

transformações acerca do sistema como um todo e mudanças significativas no olhar

da escola, pensando na adaptação do contexto escolar para o aluno.

IMPLEMENTAÇÃO: DO SONHO À REALIDADE

Levantar aspectos sobre a formação continuada tendo como foco a

existência da diversidade na escola inclusiva, foi um grande desafio para esta

pesquisa, principalmente quando a temática em questão ainda é considerada um

assunto polêmico, pela sua diversidade de concepções e opiniões.

A fim de atingir o objetivo proposto, utilizou-se como caminho

metodológico a pesquisa qualitativa, na modalidade de estudo de caso com

intervenção.

A implementação do projeto contou como campo de pesquisa uma

Escola Estadual pertencente ao município de Uraí no Estado do Paraná.

Participaram como sujeitos desta pesquisa, vinte e dois professores

dos anos finais (5ª a 8ª séries) do Ensino Fundamental, pertencentes às diversas

áreas do conhecimento, sendo todos do Quadro Próprio do Magistério e com

formação específica na área em que atuam, tendo mais de dez anos de experiência

profissional, como também participaram três pessoas da Equipe Pedagógica.

Antes de iniciar os grupos de estudo, foi aplicado um instrumento de

coleta de dados para levantar os conhecimentos prévios dos professores quanto à

diversidade. O instrumento escolhido para esta coleta foi um questionário

semiestruturado, contendo quatro questões que deram oportunidade aos sujeitos de

mostrarem o grau de compreensão que possuem do tema em questão.

Após a leitura, compreensão e análise das respostas obtidas nos

questionários, foram organizados os grupos de estudo, onde os encontros versaram

sobre variados temas, sempre procurando enfatizar as diversidades presentes na

escola. Os assuntos estudados nos encontros foram: Interculturalidade e educação

escolar – Vera Maria Candau; Formação de professores e diversidade cultural – Ana

Canen; Educação e diversidade étnico-cultural (sic) – Nilma Lino Gomes; Inclusão:

18

Educação Especial: Perspectivas para o próximo milênio – Rosita Édler Carvalho;

Documentário: Olhos Azuis; Racismo, discriminação racial e ações afirmativas: a

sociedade atual – Kabenguele Munanga e Nilma Lino Gomes; a Lei 10639/2003 –

História e Cultura Afro-brasileira e Africana e as Diretrizes Curriculares para a

Educação das Relações Étnico–Raciais (sic); Sexualidade: lições da escola –

Guacira Lopes Louro; Cartilha Diversidade Religiosa e Direitos Humanos –

Secretaria Especial dos Direitos Humanos; Diversidade do campo e indígena;

Análise do filme Escritores da Liberdade – Richard Lagravenese.

Análise de Dados

De posse das respostas obtidas no questionário, a presente

pesquisa procurou analisar qual era a concepção que os professores da Educação

Básica possuem sobre o processo de inclusão. Após o agrupamento das respostas

obtidas nos questionários, a categorização das informações levantadas e ainda,

fundamentado em uma profunda base teórica, pode-se observar que os professores

sujeitos deste estudo, ao serem questionados sobre o que entendem por

diversidade, demonstraram que o tema não é obscuro para a maioria deles como

revelam os professores P1 e P2,

“Entendo por diversidade as inúmeras diferenças existentes no mundo que podem ser na religião, crenças, cor, raça, gosto, preferências, etnia, deficiência física, mental (P1)”.

“Sob o meu ponto de vista diversidade é o encontro de pessoas diferentes que, por assim serem, trazem consigo vivências, experiências, desejos, limitações, etc., (P2).”

Ao visualizar as respostas dos dois professores acima, é possível

inferir que quanto à noção conceitual, a comunidade escolar já atingiu seu objetivo,

quando reconhece que a diversidade é uma especificidade da natureza humana e

não simplesmente uma característica de deficiência. Neste contexto, acredita-se que

a maioria das pessoas já ultrapassou o paradigma da diferença, visto que concebem

que é a diversidade que garante a nossa individualidade e, portanto, é fundamental

que ocorra o respeito de uns para com os outros, uma vez que pensamos, agimos e

sentimos o mundo de uma forma muito particular.

19

No entanto, uma resposta nos chamou atenção, quando o professor

declara que a diversidade é sinônimo de inclusão. Esta concepção pode ser

analisada segundo a resposta do Professor P3, quando define diversidade.

“Em se tratando de educação, posso defini-la como um misto de pessoas com identidades diferentes dentro de um mesmo sistema social, no caso, a escola. Também é inclusão, respeito pelo indivíduo, valorizar as diferenças, o diverso (P3)”.

Como podemos perceber, o professor P3 têm conhecimento sobre o

assunto, mas ainda confunde as terminologias. O grande problema acerca da

confusão conceitual é levar o professor a ter uma atitude de dó ou piedade em

relação aos alunos com necessidades educativas especiais, uma vez que acreditam

que a diversidade os torna inferiores e que a inclusão é uma atitude humanitária e

não um direito de qualquer cidadão.

Segundo Carvalho (2004, p. 21-24):

“[...] Lembremo-nos de que, como decorrência das relações interpessoais, se desenvolvem sentimentos de auto-estima, tão mais positivos e de auto-confiança, quanto menores forem as pressões e/ou os sinais de piedade ou de tolerância por humanitarismo.”

E diz ainda quanto ao processo de inclusão,

“[...] Oxalá ocorra brevemente para que muitos de nós tenhamos a satisfação de viver numa sociedade mais inclusiva, que crie condições de bem-estar para todos os que dela participam, sem que isso represente assistencialismo ou caridade.”

É preciso conscientizar a sociedade quanto aos preconceitos e os

estereótipos que se cria em relação ao diferente ou ao deficiente, uma vez que eles

acabam influenciando o desenvolvimento do aluno incluso.

Os professores sujeitos desta pesquisa, também foram questionados

sobre a universalização da educação quando declara que ela é um direito de todos,

garantido na LDB 9394/96, e também se eles acreditam que a escola pública tem

garantido o acesso e a permanência de todos os alunos inclusos, em uma escola de

qualidade.

20

Ao analisar e refletir acerca das respostas dadas pelos professores,

foi possível constatar que há uma divergência entre as opiniões, pois, alguns

acreditam que de certa forma, está ocorrendo a universalização da educação,

apesar de haver certas ressalvas, já outros, acreditam que ainda não está ocorrendo

efetivamente. Porém, ao analisar as justificativas de cada professor, percebemos

que eles concordam em alguns pontos, principalmente quando reconhecem que a

escola tem sim garantido o acesso, porém, a permanência e a qualidade estão

caminhando vagarosamente.

Tudo isso é atribuído a diversos fatores conforme podemos observar pelas

respostas dos professores P11 e P22,

“A escola está aberta para receber e trabalhar com todos os alunos, mas para a escola de qualidade existir de verdade é necessário um maior compromisso de alunos, pais e funcionários (P11).”

“Na verdade, acredito que a escola está cumprindo em parte a sua função, pois o acesso a ela está melhor, mas a permanência ainda é um desafio para nós educadores (P22).”

Outros professores sujeitos desta pesquisa também afirmaram que a

escola pública não está garantindo o acesso e a permanência do aluno com uma

educação de qualidade, e atribuem essa deficiência a vários outros fatores conforme

as respostas dos professores P15 e P20:

“Todos freqüentam a escola, mas muitos, por pouco tempo. Faltam maiores capacitações para os professores, mas principalmente a presença dos pais na educação. Estes não são mais presentes (P15).”

“O acesso é garantido, mas a permanência nem sempre, devido à falta de recursos, preparo dos professores e equipe escolar e atendimento individualizado aos que necessitam (P20).”

O que se percebe, a partir da reflexão acerca das respostas, é que o

ensino só irá garantir uma aprendizagem satisfatória a partir do momento em que

todos os responsáveis pela educação e, não somente os professores, assumirem o

seu compromisso e o seu papel neste processo inclusivo, e assim juntos, lutarem

para que todos os alunos possam ser reconhecidos e respeitados em suas

21

individualidades e diferenças, tendo garantidos os seus direitos à uma educação de

qualidade.

Nesse sentido, Candau (2002, p. 53) afirma que:

“Parece que o sistema público de ensino, nascido no contexto da modernidade, assentado no ideal de uma escola básica a que todos têm direito e que garanta o acesso a todos os conhecimentos sistematizados de caráter considerado “universal”, além de estar longe de garantir a democratização efetiva do direito à educação e ao conhecimento sistematizado, terminou por criar uma cultura escolar padronizada, ritualística, formal, pouco dinâmica, que enfatiza processos de mera transmissão de conhecimentos, quando esta de fato acontece, e está referida à cultura de determinados atores sociais, brancos, de classe média, de estrato burguês e configurados pela cultura ocidental, considerada como universal.”

Os professores também foram questionados como organizam o seu

trabalho pedagógico de formar que possam atender a diversidade existente na

escola, e de acordo com as suas respostas percebeu-se que existe uma grande

preocupação por parte dos professores em relação a estas questões.

Segundo eles, utilizam as mais variadas metodologias, tais como:

buscando atender as diferenças individuais de cada aluno; flexibilizando os

conteúdos e adequando-os às necessidades dos alunos; aproveitando os

conhecimentos prévios dos alunos levando em consideração a sua realidade e

ainda, discutindo sobre a diversidade existente em sala, procurando mostrar que

cada um é capaz de apropriar-se dos conhecimentos de acordo com o seu tempo e

o seu ritmo, conforme destacado pelo Professor P 15 e P7:

“Procuro utilizar metodologias diversificadas que propiciem a aquisição dos conteúdos escolares.” (P15)

“Alterar as atividades diárias; organização do tempo para o desenvolvimento dessa atividade, uma vez que cada aluno tem seu ritmo, seu tempo próprio. Trabalhar com atividades diferenciadas com maior flexibilidade de adaptação ao processo ensino-aprendizagem da sala.” (P7)

No entanto, apesar de toda discussão sobre a responsabilidade

educacional da escola em se adaptar as necessidades dos alunos, ainda existe

resistência por parte do profissional da educação quando dele é solicitado um

trabalho diferenciado com a finalidade de atender essa diversidade. Este fato se

justifica uma vez que os professores estão acostumados a preparar suas aulas e

22

desenvolvê-las da mesma maneira para todos os alunos, assim, torná-la

diferenciada, atendendo às necessidades dos alunos irá demandar tempo e

trabalho.

Outro fator apresentado pelos professores que muito tem

impossibilitado o processo de inclusão, é o fato de que eles não estão preparados

para atender os alunos com deficiência, pois, muitos entendem a diversidade como

sendo uma característica somente dos alunos portadores de necessidades

especiais, não reconhecendo que a diversidade é inerente ao ser humano, por

conseguinte, cada um daqueles adolescentes que estão ali na sua sala de aula, são

diferentes uns dos outros, especialmente quando reconhecemos a sua construção

sócio-histórica.

Como último questionamento da pesquisa, foi solicitado a cada

participante que apresentasse as dificuldades encontradas por eles ao trabalharem

em uma escola pública inclusiva. Foi possível perceber que há um grande consenso

nas respostas apresentadas, quando a maioria dos sujeitos demonstrou tais

dificuldades: a falta de preparo por parte dos profissionais em lidar com os alunos

considerados diferentes; a falta de apoio por parte da família que delega toda a

responsabilidade da educação para a escola; o número de alunos por turma que

dificulta e impossibilita um atendimento individualizado aos alunos inclusos; o

problema da indisciplina e da falta de limites que fazem com que os alunos sejam

indiferentes às especificidades dos colegas, e a falta de suporte pedagógico e de

profissionais de apoio especializado para acompanhar os professores,

principalmente no atendimento aos alunos com necessidades educacionais.

Através da análise das respostas, nas quais foram apresentadas as

dificuldades enfrentadas pelo professor no processo de inclusão, foi possível

observar que os docentes encontraram muitos “culpados” pelas mazelas da

educação, mas em momento algum da entrevista, houve a preocupação em refletir

sobre o trabalho fragmentado, homogeneizado e descontextualizado como um fator

imperante, fatores que muitas vezes acabam por fazer com que muitos alunos se

sintam inferiorizados e abandonem as escolas, contribuindo para o aumento dos

índices de reprovação e de evasão escolar.

Canen (2003, p. 213) diz:

23

“[...] busca-se na vertente multicultural, a formação de um professor apto a lidar com a diversidade cultural de seus alunos, partindo de um desafio a estereótipos que informam práticas docentes discriminatórias e problematizando conteúdos etnocêntricos e práticas pedagógicas fragmentadas.”

Ainda neste estudo, reconhecemos que a grande conseqüência de

uma escola excludente está denunciada no seu índice de aproveitamento escolar.

Deste modo, consideramos importante levantar os índices de aprovação, reprovação

e abandono escolar por parte dos alunos, a fim de analisar os resultados e

relacioná-los a algum tipo de intervenção proposto pela escola, uma vez que a

escola se diz inclusiva.

Resultado do Rendimento Escolar – 3 últimos anos – Fonte: SERESituação 2006 2007 2008

5ª 6ª 7ª 8ª 5ª 6ª 7ª 8ª 5ª 6ª 7ª 8ª

Total

Apr 163 150 149 123 131 138 116 149 125 116 130 135 1625

Rep 14 12 16 1 26 25 15 5 37 25 28 18 222

Des 7 8 1 0 9 15 5 4 17 10 22 5 103

R/F 14 13 11 4 11 11 20 6 9 7 5 7 118

A/C 3 0 5 0 0 8 27 1 5 5 3 3 60

Trans 18 17 11 5 17 19 13 19 10 19 16 5 169

Total 219 200 193 133 194 216 196 184 203 182 204 173 2297Índice: Apr- Aprovados; Rep- Reprovados; Des- Desistentes; R/F- Reprovados por freqüência; A/C - Aprovados por Conselho de Classe; Trans- Transferidos.

O resultado apresentado pela escola no último IDEB ainda está um

pouco longe do considerado satisfatório. A média apresentada foi de 3,7, o que é

motivo de preocupação para todos os profissionais que sonham em poder ofertar

aos alunos uma educação de qualidade. É preciso refletir acerca dos problemas que

estão influenciando a prática pedagógica, buscando redirecionar o trabalho

desenvolvido pelos professores, Equipe Pedagógica, Direção e todos os

profissionais que atuam na escola, além de buscar um maior e melhor envolvimento

dos pais, visando alcançar a meta exigida para a educação em nosso país.

Diante dos resultados apresentados na tabela e através das

reflexões realizadas, foi possível identificar que a escola ainda continua realizando

um trabalho homogeneizado e segregador, o que não contribui em nada com a

aprendizagem.

24

A partir da análise de documentos oficiais da escola, foi possível

perceber também que ela possui um índice significativo quanto à diversidade de

alunos, caracterizados da seguinte forma: cor, religião, alunos com necessidades

especiais, indígenas, situação socioeconômica, alunos advindos do campo e gênero.

Vale destacar que estas são algumas das muitas diversidades

presentes nos alunos das escolas públicas da contemporaneidade, que queiramos

ou não, precisam ser consideradas e respeitadas por todos aqueles que acreditam

na democratização da escola por meio de uma educação de qualidade para todos.

TECENDO CONSIDERAÇÕES

A diversidade no contexto escolar é uma temática muito complexa,

uma vez que envolve várias esferas da instituição escolar. No entanto, entendemos

que a sua complexidade não pode ser justificativa para a sua negação ou descaso,

pois, a diversidade faz parte da natureza humana e existe desde que o mundo é

mundo, mas, infelizmente somente no século XX é que a humanidade teve olhos e

sensibilidade para reconhecê-la e respeitá-la.

Assim, o desafio de promover a aprendizagem no contexto da

diversidade, tornou-se para os professores da escola pública um grande problema,

que tem gerado angústias, rejeições e frustrações.

Diante deste panorama é primordial que os educadores sejam

levados à reflexão e à busca de soluções, pois, saber lidar com as diferenças é

uma exigência de todo profissional da educação contemporânea.

Na tentativa de colaborar com este propósito durante a

execução deste projeto já foi possível colher frutos, visto que, na medida

em que os grupos de estudo iam acontecendo muitos outros

questionamentos foram surgindo sobre a educação inclusiva na educação para a

diversidade, a ponto de os professores concluírem que os grupos de estudo não

podem se encerrar aqui, havendo a necessidade de uma reflexão contínua sobre o

tema, bem como a criação de um espaço de discussão permanente na escola, que

propicie ao professor maior segurança e autonomia para poder lidar com os

diferentes tipos de alunos que a escola pública recebe.

Tal solicitação justifica-se, quando, durante os encontros, foi

possível perceber a angústia de muitos educadores por não saberem como lidar

25

com a diversidade presente no seu grupo de alunos, uma vez que eles não têm uma

formação adequada que lhes permita uma prática mais fundamentada. Muitas vezes

as práticas diferenciadas emergem no cotidiano da sala de aula sem um

embasamento consistente, por isso o professor deve observar com cuidado ao

trabalhar o diverso, de forma a não acentuar ainda mais o preconceito e a

discriminação existentes no espaço escolar.

Deste modo, acreditamos que a convivência acaba com o

preconceito e a compreensão do problema o torna menor do que parece, uma vez

que o problema passa a ter uma dimensão agora de desafio.

Para sumariar, a presente pesquisa entende que na escola inclusiva

não cabem o preconceito e as atitudes homogeneizadoras e excludentes, é preciso,

rever paradigmas conceituais e atitudinais para que ela possa contribuir com a

construção de uma sociedade mais justa e menos preconceituosa.

26

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