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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA EDSON APARECIDO GOMES DE SOUZA FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO DE DIORAMA - GO E A RELAÇÃO SOCIAL COM IPORÁ - GO IPORÁ 2012

Formação Do Território de Diorama - Go e a Relação Social Com Iporá - Go

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geografia

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    EDSON APARECIDO GOMES DE SOUZA

    FORMAO DO TERRITRIO DE DIORAMA - GO E A

    RELAO SOCIAL COM IPOR - GO

    IPOR

    2012

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    EDSON APARECIDO GOMES DE SOUZA

    FORMAO DO TERRITRIO DE DIORAMA - GO E A

    RELAO SOCIAL COM IPOR - GO

    Monografia apresentada como exigncia para

    obteno do grau de licenciado no Curso de

    Geografia da UEG Unidade Universitria de Ipor.

    rea de Concentrao: Geopoltica

    Orientador: Prof. Esp. Adjair Maranho de

    Souza

    IPOR

    2012

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    FORMAO DO TERRITRIO DE DIORAMA - GO E A

    RELAO SOCIAL COM IPOR - GO

    por

    Edson Aparecido Gomes de Souza

    Banca examinadora:

    ____________________________________________________________________

    Prof. Esp. Adjair Maranho de Sousa (Orientador)

    __________________________________________________________________

    Prof. Ms. Paula Junqueira da Silva de Rezende (membro)

    __________________________________________________________________

    Prof. Esp. Elizangela Vilela de Almeida Souza (membro)

    Data: _____/_____/_________.

    Resultado: ________________

  • 3

    Dedico

    esse trabalho minha me, que esteve ao

    meu lado desde o incio dos meus

    estudos, minha esposa que conseguiu

    suportar minha ausncia nos dias em que

    no pude estar do seu lado e ao meu

    filho, que muito tem me ensinado o

    sentido da palavra amor.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Deus, que tem direcionado suas bnos em minha vida, guiando meus passos e

    direcionando o sentido de minha existncia neste mundo passageiro.

    minha me, senhora de fibra e fora, que apesar de possuir sonhos singelos em

    sua vida particular, me direcionou a sonhar sonhos grandes, que com luta e persistncia

    conseguirei alcanar.

    minha esposa que me agraciou com a vida de meu filho Edson Junio Santos

    Souza, que com seu sorriso me ensina a ter fora para lutar por um futuro melhor.

    Aos meus amigos Dione Dutra e Everlan, que me ensinaram o sentido da

    verdadeira amizade, feita com aceitaes entendendo que as pessoas so como so, e aceit

    las a sua maneira, um sinal de respeito.

    Aos professores Adjair Maranho, orientador neste trabalho e meu amigo nesta

    jornada universitria e de vida, e Gilmar, que esteve no processo de qualificao, onde

    repassou informaes fundamentais para a concluso desta pesquisa.

    Professora Paula Junqueira, que no processo de qualificao, me orientou a

    realizar uma mudana significativa na idealizao do trabalho, onde foi possvel criar este

    presente estudo de Diorama, de forma simples, porm madura.

    E a todos que de maneira indireta ou diretamente ajudaram na produo deste

    trabalho.

  • 5

    RESUMO

    A produo deste trabalho foi pautada em realizar uma anlise da relao social desenvolvida

    entre Diorama e Ipor, pela proximidade geogrfica como determinante de certo vnculo

    social, por motivo de Ipor ser uma cidade regional detentora de certo desenvolvimento do

    setor tercirio, que mais avanado em relao Diorama. Nessa analise, debatida a

    distncia geogrfica entre a cidade de Aragaras caracterizadora da Microrregio onde est

    inserida Diorama, vista como ao do Estado em uma diviso estratgica, porm no efetiva

    para a relao das duas localidades pelo fator de distncia. So observadas as mudanas no

    territrio dioramense ao longo do tempo, perdendo uma vasta rea para a formao de um

    novo municpio. Na perca desse territrio, buscou se demonstrar a atuao das lideranas polticas em dois aspectos, de um lado a atuao de Manoel Carlos (Pipiu), direcionando

    recursos para o distrito de Salobinha, atual cidade de Montes Claros de Gois e do outro,

    Antonio Mendes como poltico idealizador do melhoramento de Diorama (aspectos de

    educao e autonomia poltica) e realizada uma investigao histrica do processo de

    formao do territrio dioramense, que ora perde rea e ora ganha, atravs da atuao de

    agentes polticos entre os anos de 1974 a 1977, que juntamente com alguns proprietrios

    rurais, solicitam ao INCRA (Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria) a

    transferncia de algumas propriedades situadas em Ipor, para novamente fazerem parte do

    municpio de Diorama.

    Palavras - chave: Territrio, Diorama e formao.

  • 6

    SUMRIO

    INTRODUO .......................................................................................................................... 8

    I- A RELAO DE VINCULO ENTRE DIORAMA E IPOR, APESAR DE NO SER A

    MICRORREGIO EM QUE DIORAMA EST INSERIDA ............................................................... 10

    1.1- O espao territorial que o municpio de Diorama GO possui e sua relao de

    proximidade com Ipor GO .................................................................................................. 10

    1.2- O municpio de Diorama nas divises de planejamento Estadual e a relao de vnculo

    social com Ipor, apesar de no estar na mesma Microrregio ................................................ 12

    II- OS ELEMENTOS DO TERRITRIO E A RELAO POLTICA DE IPOR E

    DIORAMA ............................................................................................................................... 17

    2.1- A importncia do espao territorial ................................................................................... 17

    2.2- A atuao de Israel de Amorim em Ipor: Uma analise poltica de 1938 a 1957 ............. 19

    2.3- A liderana de Antonio Mendes da Silva em Diorama ..................................................... 22

    III- A construo do territrio de Diorama: aspectos histricos da formao.......................... 26

    3.1- A formao do municpio de Diorama .............................................................................. 26

    3.2- A desmembrao do distrito de Salobinha formao do municpio de Montes Claros de

    Gois ......................................................................................................................................... 29

  • 7

    3.3- A realidade do desmembramento do distrito de Salobinha, vista por moradores da cidade

    de Diorama .............................................................................................................................. 32

    CONCLUSO .......................................................................................................................... 35

    REFERNCIAS ....................................................................................................................... 37

    ANEXOS .................................................................................................................................. 39

  • 8

    INTRODUO

    O presente trabalho intitulado FORMAO DO TERRITORIO DE DIORAMA

    - GO E A RELAO SOCIAL COM IPOR GO uma produo da realidade social

    vivenciada pelo o municpio de Diorama localizado na Microrregio de Aragaras. Entretanto

    Diorama tem contato direto com Ipor (cidade cede de outra Microrregio), pelo fato da

    proximidade geogrfica ser menor em comparao Aragaras, situada a mais de 130 km

    aproximadamente de Diorama, enquanto Ipor est apenas a 31 km. Alm dessa relao,

    abordada a mudana territorial ocorrida pela desmembrao de parte do territrio dioramense,

    para a formao de outro municpio, sendo feito um relato histrico dos motivos de tal

    desmembrao.

    A metodologia para a elaborao deste trabalho pautada em pesquisa de campo

    realizada atravs de entrevistas com a populao de Diorama, da leitura de livros sobre

    escritores da geografia que se fundamentam em realizar uma anlise do espao e suas

    mudanas tais como SANTOS (1985), COSTA (1990), ARRAIS (2004) e outros, sendo

    tambm coletas informaes no site do IBGE (2012) e do IMB/SEPALM (2012).

    Entender as mudanas de territrio em determinado espao, e a atuao da

    influncia de lderes polticos nessa dinmica de busca por autonomia administrativa do

    espao territorial em que est inserido, com nfase na relao social entre Diorama e Ipor foi

    inteno da proposta deste trabalho.

    Buscou - se mostrar a transformao da realidade do lugarejo de Aropi, que logo

    aps a vinda de Antonio Mendes da Silva, (ex prefeito de Ipor e homem de cultura elevada

    em relao s pessoas da poca), desenvolve um interesse por autonomia poltica em relao

    Gois, que era a cidade detentora administrativamente de Aropi, e no direcionava recursos

    para projetos de desenvolvimento de obras pblicas para o lugar, assim Antonio Mendes

    passa a direcionar pensamentos de emancipao de Aropi em lderes polticos locais.

    Ao desenvolver este trabalho expressa a relao social entre os grupos urbanos

    de Diorama e Ipor, que apesar de no estarem situados na mesma rea desenvolvida pelo

  • 9

    Estado (Microrregio), se interagem pela proximidade, agregando valores histricos em

    comum. Assim realizada uma anlise deste relacionamento entre as duas cidades, buscando

    fazer uma investigao sobre a mudana do territrio dioramense ao longo de suas

    transformaes administrativas de Lugarejo, Distrito e Municpio, enfocando a perca de

    territrio para a formao do municpio de Montes Claros de Gois.

    E para direcionar este trabalho sua estrutura feita da seguinte maneira, em trs

    captulos que utilizam relatos da regio de Ipor e Diorama, motivo pelo fato de apesar do

    municpio de Diorama estar inserido na microrregio de Aragaras, no possui vnculos

    histricos com a cidade e nem to pouco relao de influncia de pessoas daquela cidade.

    Entretanto Ipor sempre esteve presente na realidade de Diorama, seja no aspecto histrico,

    com atuao de figuras ilustres de Ipor em Diorama (como o caso de Antonio Mendes,

    onde sua atuao no municpio analisada neste trabalho) e para aspectos de prestao de

    servios, pelo fato de Ipor possuir um setor tercirio mais avanado em relao Diorama.

    O primeiro captulo faz uma anlise do municpio de Diorama, demonstrando sua

    proximidade geogrfica com Ipor, enfatizando a microrregio de Aragaras e a distncia

    entre as cidades em questo. O segundo relata a importncia do territrio, com seus elementos

    naturais para o uso da populao e faz uma abordagem relacionada influncia das lideranas

    polticas nos municpios de Diorama e Ipor, analisando a figura de Antonio Mendes como

    uma liderana em comum, porm com atuaes diferentes em cada localidade, e o terceiro e

    ltimo captulo, relata o processo histrico de formao do municpio de Diorama, como suas

    mudanas na conjuntura territorial, caracterizando o mandato de Manoel Carlos (Pipiu), que

    estimula a formao de um novo municpio (Montes Claros de Gois).

  • 10

    I A relao de vnculo entre Diorama e Ipor, apesar de no ser a microrregio em que Diorama est inserida

    1.1 O espao territorial que o municpio de Diorama GO possui e sua relao de proximidade com Ipor GO

    O municpio de Diorama faz parte do estado de Gois, se localizando nas

    coordenadas de -16 14' 03'' de latitude sul e -51 15' 20'' de longitude oeste, com sede

    prpria, onde atua o poder legislativo e executivo, atravs da figura dos vereadores e prefeito,

    na rea judicial, faz parte da Comarca Judiciria de Ipor, na qual so prestados os servios de

    Cartrio Eleitoral e Frum de Justia.

    Diorama GO possui uma rea municipal de 687,34 km, dado adquirido no site

    do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE (2012), e apenas um distrito urbano,

    que o de denominao igual de Diorama, onde todas as ruas so asfaltadas, oferecendo

    populao ensino de nvel fundamental e mdio, hospital municipal e posto de sade para a

    ateno bsica de sade, fatores importantes para qualidade de vida. Tem sua emancipao

    em 17 de dezembro de 1958, com um territrio que partia de sua atual divisa com o municpio

    de Ipor, indo at as margens do rio Araguaia, em terras que hoje fazem parte do atual

    municpio de Montes Claros de Gois.

    No ano de 1963, atravs da Lei Estadual n 4.717, o distrito de Salobinha

    pertencente ao municpio de Diorama, consegue obter a categoria de sede municipal com a

    denominao de Montes Claros de Gois, assim Diorama perde mais de 50% de sua rea

    municipal. Alm da perda deste espao para a formao da nova cidade, o municpio perde

    algumas propriedades rurais para Ipor, sendo que o motivo desta perda de territrio se deu

    pelo fato dos prefeitos Manoel Carlos (Diorama) e Ariston Gomes (Ipor), terem realizado um

    acordo verbal para que Ipor pudesse obter parte no territrio de Diorama, informao essa

    adquirida em entrevista com o senhor Missias Germano da Silva, em entrevista realizada dia

    20 de julho de 2012.

  • 11

    Nos anos de 1973 e 1977 (poca da administrao do Prefeito Nenzinho

    Queiroz), o vice prefeito Adelino Francisco Itacaramby, que atuava no Cartrio de Registro

    Civil de Diorama, buscou reaver estas propriedades que foram transferidas para Ipor, para

    serem novamente agregadas Diorama, onde teve xito em transferir quase todas as

    propriedades de Diorama que foram para Ipor (Informaes extradas na entrevista realizada

    com Adelino Francisco Itacaramby, em 20 de julho de 2012).

    Esse fato da perda de territrio para Montes Claros de Gois, que caracteriza alm

    de tudo uma m diviso prejudicial Diorama, juntamente com a falta de pavimentao da

    GO 174 no trecho Diorama Montes Claros de Gois, hiptese principal do

    relacionamento social entre Diorama e Ipor ser mais amplo.

    As cidades de Diorama e Ipor geograficamente esto prximas, permitindo que

    haja uma relao social de vnculo entre as duas, pelo fato de Diorama ser uma cidade

    pequena e sem estrutura de servios do setor tercirio totalmente, tais como Banco, Detran

    GO (Departamento Estadual de Transito de Gois), Escritrio da Celg (Central Eltrica de

    Gois) e at mesmo lojas comerciais diversificadas.

    Essa dependncia parcial que Diorama tem com Ipor explicada por tais

    servios serem prestados apenas por correspondentes que efetuam o servio em partes, tais

    como Ciretram (Sub - escritrio do Detran), Caixa Aqui e ter energia eltrica fornecida pela

    Celg, e quando tais localidades de servio no conseguem atender completamente o cliente

    em suas necessidades, o mesmo deve se dirigir at Ipor.

    Ipor est a 31 km de Diorama, estando ligadas pela GO 174, que no trecho

    Ipor Diorama totalmente pavimentado, permitindo a fcil locomoo entre as duas

    cidades. Assim pelo fato de no existir um setor comercial completamente desenvolvido em

    Diorama, visto que h apenas cinco supermercados, um farmcia, quatro aougues, uma

    frutaria, uma loja de mveis e duas de roupas, no h uma oferta pela competitividade, desta

    maneira, o setor de comrcio de Ipor sendo mais amplamente diversificado, proporciona o

    aumento da relao entre as duas cidades.

    Alm destes aspectos citados anteriormente, necessrio levar em considerao, a

    oferta de educao superior oferecida pelas instituies UEG (Universidade Estadual de

    Gois) e FAI (Faculdade de Ipor), que com seus cursos de graduao, proporcionam um

    chamativo para a populao universitria de Diorama, aumentando mais a relao social entre

    as duas localidades.

  • 12

    Como pode ser visto na Figura 01, Diorama e Ipor esto realmente prximas

    geograficamente, permitindo que haja um vnculo efetivo maior com a microrregio de Ipor,

    e no com a microrregio de Aragaras, agregadora do municpio de Diorama.

    Fonte: Seplan; Organizao: Washington S. Alves.

    Figura 01

    1.2 O municpio de Diorama nas divises de planejamento Estadual e a relao de

    vnculo social com Ipor, apesar de no estar na mesma Microrregio

    Em observao ARRAIS (2004), o municpio de Diorama est localizado na

    mesorregio noroeste goiano, onde est inserida a microrregio de Aragaras, na qual o

  • 13

    municpio est tambm inserido. Diorama, como qualquer outra localidade, est inserida

    dentro de divises de espaos territoriais, que faz a agregao de espaos municipais.

    ARRAIS (2004) faz essa ligao do estudo das reas, em suas igualdades de produo de

    mercadorias e alimentos, onde caracteriza o territrio como diviso administrativa, porm

    com aspectos de ligao, onde os municpios podem ser estudados em suas igualdades de

    produo, aspectos demogrficos, sociais e outros, mesmo aps terem sido fragmentados em

    novos municpios, distritos, vilas ou povoados.

    A Microrregio de Aragaras diviso feita pelo IMB/SEGPLAN (Instituto

    Mauro Borges/Secretaria de Estado de Gesto e Planejamento) o menor espao de diviso

    para estudo de produo em relao demografia, produo de gneros alimentcios e outros

    estudos de atuao antrpica ou natural em que o municpio de Diorama est inserido. A

    Microrregio de Aragaras composta por seis municpios, sendo eles Aragaras, Arenpolis,

    Baliza, Bom Jardim de Gois, Diorama, Montes Claros de Gois e Piranhas, onde segundo

    ARRAIS (2004, p. 51 56).) a atuao desta Microrregio se pauta na produo pequena de

    alimentos, no sentido da agricultura e pecuria de subsistncia, e no para a entrega de

    alimentos a Ceasa GO (Centrais de Abastecimento de Gois S. A.), porm isso no

    caracteriza uma regio de m produo de alimentos, e sim, uma regio que produz alimentos

    voltados ao seu mercado consumidor interno, no compactuando em parceria ampla com as

    demais, mas que consegue atender as necessidades de alimentao da populao local.

    O municpio de Aragaras est a uma distncia de 140 km aproximadamente de

    Diorama indo pela GO 174 direo a Montes Claros de Gois e continuando o trajeto pela

    BR 070, ou 165 km aproximadamente partindo da GO 174 caminho a Ipor, passando

    pela GO 060 at Piranhas GO e continuando o trajeto pela BR 158. Essas distncias de

    140 km e 165 km (mesmo estando aproximadas) demonstram a relao de separao

    geogrfica a que Diorama e Aragaras esto submetidas.

    Para que se possa ter uma comprovao do distanciamento entre as cidades em

    questo, apresentada a Figura 02, que retrata o mapeamento da Microrregio de Aragaras,

    representando a malha viria determinante da ligao entre os seis municpios integrantes

    desta Microrregio. Nesta tica, pode ser empregada a viso de SANTOS (1985) de fatores

    luminosos ou atrativos, determinantes na relao entre os diferentes espaos, sendo que a

    cidade de Ipor um fator luminoso maior em comparao a Aragaras, em aspecto de

    proximidade, proporcionando um atrativo maior para os cidados de Diorama.

  • 14

    Mapa informativo do espao administrativos da microrregio de Aragaras, onde se localiza o municpio de

    Diorama.

    Disponvel em: < http://www.seplan.go.gov.br/sepin/down/mapas/microrregioes%20-

    %20ibge/microrregiao_de_aragarcas.pdf> Acesso em: 30 mar. 2012.

    Figura 02

  • 15

    O municpio de Diorama, alm de estar presente na microrregio de Aragaras,

    est presente na regio de planejamento Oeste Goiano, que um aglomerado de 43

    municpios, sendo que os mesmos podem ser vistos na figura 3 logo em seguida:

    Mapa informativo regio de planejamento Oeste Goiano (GO - 060), onde se localiza o municpio de Diorama.

    Disponvel em: < http://www.seplan.go.gov.br/sepin/down/mapas/microrregioes%20-

    %20ibge/microrregiao_de_aragarcas.pdf> Acesso em: 30 mar. 2012.

    Figura 03

  • 16

    As transformaes do territrio de Diorama, que interferiram em seu espao

    atravs do interesse capitalista, direcionado a atender as empresas de produo local, onde

    segundo CASTRO (2004 apud SIMES 2004. p. 15.) a produo do territrio sempre esteve

    alinhada a interesses do Estado Nacional, que de uma forma ou de outra direcionava a

    explorao desse territrio pelo capital. Essa lgica pode ser vista nas divises de

    planejamento, criadas pela secretaria de planejamento estadual, onde se estabelece um estudo

    das particularidades de produo de cada Mesorregio e Microrregio de Gois, com

    observao da atuao de cada municpio na temtica econmica, social e produtiva destas

    sub-regies ou regies.

    Assim, Aragaras contm em sua estrutura de Microrregio o municpio de

    Diorama, no por relao social ou de vnculo histrico, mas pelo simples fato de ser uma

    cidade representativa do Estado, que foi agraciada como sede de uma Microrregio de

    planejamento estadual, por apresentar certo desenvolvimento econmico.

    Nas modificaes do tempo no espao importante referir-se a SANTOS (1985),

    que caracteriza as modificaes da paisagem de cada espao, atravs das mudanas de seus

    elementos, tanto naturais quanto urbanos, fazendo uma transformao na estrutura espacial ao

    longo do tempo, pela relao social entre os grupos. Desta maneira em relao Diorama, o

    vnculo com Ipor maior pelo fato j explicitado de proximidade, determinante na relao

    social mais efetiva entre estes dois grupos urbanos.

    Ressalta-se ainda a importncia de identificar a atuao da relao entre Ipor e

    Diorama no sentido de unio poltica de lderes locais das duas cidades, e nessa viso, o

    captulo que se segue faz uma anlise do territrio como fundamento da estrutura municipal,

    que gera a produo de alimentos e desenvolvimento econmico para o municpio e retrata a

    atuao das lideranas locais entre 1938 a 1957, poca que inicia o processo de formao do

    territrio de Diorama e Ipor.

  • 17

    II Os elementos do territrio e a relao poltica de Ipor e Diorama

    2.1 A importncia do espao territorial

    No estudo epistemolgico do conhecimento geogrfico, observada a importncia

    que se d ao territrio pelos governantes, no sentido de determinar meios para o

    desenvolvimento da civilizao. Nessa tica direcionada ao conhecimento geogrfico que

    GEORGE (1988) argumenta as fundamentaes a respeito da interferncia do espao natural

    no desenvolvimento econmico do povo, no sentido de que a natureza contida no territrio

    atravs dos recursos naturais condiciona o homem ao desenvolvimento de maior estoque

    destes recursos tornando possvel alavancar a produo de gneros rendveis, que podem ser

    comercializados, sejam alimentos ou outros materiais de consumo.

    O Estado deve proporcionar meios de que os recursos oferecidos pelo territrio

    sejam utilizados em prol do desenvolvimento dos que o ocupam, criando mecanismos de

    extrao destes recursos, tanto para produo de materiais que auxiliam nas atividades de

    produtoras (agrcola, pecuria e extrativismo), construindo estradas para circulao da

    populao e ao mesmo tempo da produo, e cuidando do solo, juntamente com seus recursos,

    pois para que haja o territrio nacional, necessrio o espao fsico solo, como fundamenta

    COSTA (1992):

    Em especial, ao Estado, caber estreitar o mais possvel os seus laos de coeso e

    unidade de modo a atingir toda a extenso do ecmeno. Da o modo (bastante

    sofisticado para a geografia da poca) de operar essa articulao entre Estado e

    territrio: O homem, bem como a maior de suas obras, o Estado, no concebvel sem o solo terrestre. Quando ns falamos de Estado, designamos sempre,

    exatamente como no caso de uma cidade ou estrada, uma frao da humanidade ou

    uma obra humana e, ao mesmo tempo, uma superfcie terrestre. (COSTA, 1992, p. 33.)

    O territrio parte concreta de uma sociedade e sua concretude se prova atravs

    da importncia que o mesmo oferece para o povo, de se desenvolver em sua utilizao

    econmica, criando meios de produo atravs da pecuria, agricultura e produo industrial.

  • 18

    Neste sentido tambm visto atualmente o surgimento de uma juno entre as atividades

    agrcolas e industriais, criando a produo agroindustrial. A essas finalidades de produo e

    desenvolvimento que o espao natural realiza na estrutura de um Estado ou territrio, pode ser

    entendido o porqu da luta ao longo da constituio territorial, dos atuais Estados Mundiais,

    no tocante de ampliao de seu territrio. Assim, toda a rea administrativa s se desenvolve

    no momento que for demarcado suas fronteiras, e tais serem protegidas para sua edificao

    enquanto nao, povoado, cl ou qualquer grupo social que se unifique.

    Sem isto no possvel compreender o seu desenvolvimento, assim como sem

    territrio no se poderia compreender o incremento da potncia e solidez do Estado.

    Em todos esses casos nos encontramos diante de organismos que estabelecem com o

    solo uma ligao mais ou menos durvel, em conseqncia da qual o solo exerce a

    sua influencia sobre os organismos e aqueles sobre este. Quando se trata de um povo

    em via de incremento, a importncia do solo pode talvez parecer menos evidente;

    mas pensemos, ao contrario, em um povo em processo de decadncia e verificar-se-

    que esta no poder absolutamente ser compreendida, nem mesmo no seu inicio,

    se no se levar em conta o territrio. Um povo decai quando sofre perdas territoriais.

    Ele pode decrescer em numero mas ainda assim manter o territrio no qual se

    concentram seus recursos; mas se comea a perder uma parte do territrio, esse

    sem dvida o principio da sua decadncia futura. (MORAIS, 1990, p. 74.)

    Em anlise a Diorama, pode ser compreendida a perda territorial do municpio

    para a formao de Montes Claros de Gois, que deixa de possuir uma vasta rea rural,

    perdendo representatividade regional pelo fato da diminuio de seu espao e por no ter um

    espao urbano desenvolvido nos diversos setores de prestao de servios (comercial,

    bancrio e outros).

    No se pode deixar de levar em considerao que os recursos oferecidos pelo

    espao natural nem sempre so iguais em todas as regies do planeta, se apresentando de

    maior forma em algumas localidades e de menor em outras, onde o tipo de clima e a atuao

    das estaes do ano possibilitam que haja produtividade ou no, assim o gegrafo em sua

    anlise de desenvolvimento deve saber interpretar os recursos oferecidos pelo espao natural,

    aos que lhe habitam, onde:

    Podemos pensar na superfcie da Terra como possuindo uma camada de recursos, constituindo o sustento total para a existncia do homem que pode ser derivado de

    qualquer rea especifica, dadas suas circunstancias tcnicas. obvio que essa

    camada varia em densidade de lugar para lugar segundo a distribuio dos

    fenmenos naturais; os membros da tribo do Saara na historia de Saint-Exupry no

    precisavam ser convencidos desse fato. Nos plos, a camada , para todos os fins e

    propsitos, inexistente, pois sejam quais forem os recursos tcnicos aplicados a seu

    gelo e sua neve, esses recursos so, atualmente, incapazes de fornecer o menor

    sustento ao homem. (PATERSON, 1982. p. 23.)

  • 19

    As reas de ocupao do espao territorial de uma nao so importantes para a

    produo de bens que auxiliam na sobrevivncia dos membros de uma sociedade, onde esto

    inclusos alimentos, roupas, calados e todos os objetos necessrios para que haja qualidade de

    vida para os cidados que ocupam tal espao administrativo, visto que a importncia da rea

    municipal pode ser compreendida como fundamento das polticas mais atuantes na realidade

    das mudanas locais do povo das sub-regies de um pas.

    Nesta viso, o municpio de Diorama GO estudado em suas peculiaridades de

    desenvolvimento social e econmico em torno do uso do territrio, que abriga os objetos de

    sua legitimidade enquanto espao administrativo (poderes executivo, legislativo e judicirio),

    agregador de pessoas relacionadas dinmica de trabalho, que cria e recria as caractersticas

    de seu povo, como a sede municipal, suas criaes de animais e cultivo de plantas para

    alimentao e a relao que cada cidado possui com o municpio ou cidade.

    2.2- A atuao de Israel de Amorin em Ipor: Uma anlise poltica de 1938 a 1957

    Os municpios de Ipor e Diorama desde o incio de sua constituio como Itajub

    e Aropi em 1940, tiveram ligaes polticas, pelo fato de estarem relacionados influncia de

    Israel de Amorin, poltico importante que segundo GOMIS (1998), esteve ligado formao

    de diversos povoados e municpios da regio, fato esse que fundamentado na seguinte

    citao onde:

    Alm de Ipor, Israel de Amorin coordenou ainda a fundao de novos

    povoados e agrovilas, como Campo Limpo (Amorinpolis), Cob (Moipor),

    Messianpolis, Pilondia, Moncho do Vaz (Israelndia), Pacu (Jaupaci), Aropi

    (Diorama) e Salobinha (Montes Claros de Gois). Ele vendia os lotes para receber

    quando os agricultores pudessem pag los com a sua prpria produo. E fornecia ainda cereais e emprstimos aos que estavam descapitalizados, at que realizassem

    as primeiras colheitas. Tudo bancando com capital prprio, pois nessa poca j havia

    se tornado, segundo suas prprias palavras e de depoentes, o homem mais rico de

    Ipor. GOMIS (1998, p. 101.)

    Em observao a GOMIS (1998) o processo de ocupao de Ipor se inicia em

    reas do antigo Distrito de Rio Claro, com a criao do Distrito de Itajub que pela atuao de

    Israel Amorin, conseguido o apoio do presidente da Repblica Getlio Vargas, onde:

    A partir da, todos os obstculos foram eliminados e tudo passou a ocorrer de

    maneira efetiva e rapidamente. Pelo Decreto - lei Estadual n. 557, de 30 de maro

    de 1938, foi oficializada a transferncia do antigo Distrito de Rio Claro e a

    demarcao de sua nova rea de jurisdio distrital. E pelo Decreto lei n. 1233, de 31 de outubro de 1938, se legitimou o nome de Itajub. As instituies que haviam

  • 20

    sido transferidas sem formalidades legais, como a Subprefeitura, Subdelegacia,

    Cartrio do Registro Civil, etc., passaram a funcionar oficialmente no novo Distrito.

    GOMIS (1998, p. 89.)

    Com o desenvolvimento econmico de Itajub, o distrito consegue sua elevao

    categoria de municpio, com regulamento do Decreto lei estadual n. 249 de 19 de

    novembro de 1948, figurando no cenrio Estadual com a denominao nova de Ipor, tendo

    Luiz Alves de Carvalho como prefeito nomeado, at a realizao das eleies municipais. E

    nessa evoluo da estrutura administrativa de Ipor, tem papel importante a pessoa de Israel

    de Amorin vindo de Conceio do Araguaia (PA), para se tornar uma figura poltica atuante

    em Ipor e regio.

    O livro Israel de Amorin: Um homem que reluziu mais que seus diamantes de

    Ubirajara Galli (2011) busca fazer uma reflexo sobre a origem e trajetria poltica deste

    homem na regio de Ipor, onde relata a histria de um filho de tradicional famlia catlica...

    (que) nasceu em Conceio do Araguaia (PA), no dia 5 de outubro de 1904 GALLI (2001, p.

    15.), e veio para a regio de Ipor no ano de 1926, com apenas 21 anos de idade. Amorin

    trouxe com sigo de Conceio do Araguaia, uma tropa de muares e mulas, cangalhas repletas

    de mercadorias e certa quantia em dinheiro para tentar a sorte. GALLI (2011, p. 19.). Porm

    durante a sua chegada ao Estado de Gois, mais precisamente j na regio de Ipor, teve um

    encontro com a Coluna Prestes, liderada por Luiz Carlos Prestes que saqueou toda suas

    mercadorias.

    Apesar da perda dos bens que Amorin trazia de Conceio do Araguaia (PA),

    consegue se estabelecer na regio do Distrito do Rio Claro, onde passou a desenvolver

    atividades de compra e venda de diamantes segundo GOMIS (1998) E GALLI (1998). Com o

    passar do tempo j em 1937, aos 32 anos de idade, realiza seu casamento com Olga de Souza

    Santos, que irm de Elpdio de Souza Santos, que se torna seu grande aliado nas lutas

    polticas de Ipor.

    Amorin e Elpdio se tornaram lideranas polticas de Ipor, onde no ano de 1949,

    disputaram juntos na mesma chapa poltica os cargos de prefeito (Israel) e vereador (Elpdio),

    caracterizando em uma eleio extempornea segundo informaes de GOMIS (1998), que

    ocorreu somente em vinte e dois novos municpios criados pelo Estado. Israel disputou o

    cargo de prefeito contra Elias de Arajo Rocha, que ao perder aceitou o resultado das urnas de

    forma democrtica, ao contrrio de seus seguidores, que tentaram impedir a posse de Amorin,

    mas no conseguiram, e como relata GOMIS (1998):

  • 21

    A posse ocorreu em 16 de abril de 1949, quando foram tambm empossados

    os primeiros vereadores eleitos para compor a Cmara Municipal de Ipor,

    constituda por Antonio Mendes da Silva, Elpdio de Souza Santos, Daniel Toms de

    Aquino, Itamar da Silva Melo, Antonio Jos da Costa, Joaquim Lopes Pedra e

    Esmerindo Pereira. GOMIS (1998, p. 113.)

    De acordo com GOMIS (1998), Amorin conseguiu realizar seu projeto poltico

    com grande apoio, graas ao fato de ter elegido seis vereadores da cmara, que na poca era

    composta apenas por sete vereadores, sendo que apenas Esmerindo Pereira era do partido

    contrrio. Elpdio de Souza Santos, cunhado e aliado poltico de Amorin atuante ao seu lado

    na poltica, com apresentao de projetos inovadores a Ipor, onde ao ocorrer demarcao

    das ruas e avenidas da cidade, props que fosse feito por um engenheiro atuante no assunto,

    de maneira que Amorin acatou a ideia e a utilizou com a efetivao da contratao de um

    engenheiro urbanista de Goinia.

    O mandato de Amorin, que inicia em de 16 de abril de 1949 at 31 de janeiro de

    1953, segundo GOMIS (1998) perodo que foi marcado por grandes transformaes na

    estrutura urbana de Ipor, com a construo dos prdios da prefeitura, delegacia, cmara de

    vereadores, desenvolvimento das lojas do comrcio local e abertura de estradas rurais que

    faziam a ligao do municpio com outros, proporcionou certo atrativo para a vinda de novas

    pessoas e consequentemente o aumento do espao urbano.

    Com o final do mandato de prefeito, Amorin lana o nome de Antonio Mendes da

    Silva como futuro prefeito, que se elege e realiza uma administrao como retrata GOMIS

    (1998) apagada e sem grandes investimentos na melhoria de Ipor, tendo inicio em 31 de

    janeiro de 1953 at 31 de janeiro de 1957, na qual Amorin esteve atuando como vereador na

    cmara. O fato de Antonio Mendes da Silva no ter sido um prefeito atuante na administrao

    que realizou, no permitiu que Amorin fosse reeleito, aps o mandato de Antonio Mendes, no

    qual Amorim foi candidato a prefeito contra Manoel Antonio da Silva, que era um jovem

    estudante de 22 anos de idade, que acabara de terminar os estudos em contabilidade,

    permitindo que a euforia da populao por um novo nome no cenrio poltico se consumasse

    pela diferena de apenas dois votos de frente para Manoel Antonio da Silva.

    Lembra se de Elpdio de Souza Santos, que foi comentado no incio como lder

    poltico que atuava ao lado de Amorin, este mesmo nome relatado por GALLI (2011) e

    GOMIS (1998), que avisara Amorin sobre o grau de igualdade da disputa, at chegou a pedir

    Amorin que fosse buscar uma famlia de seis eleitores para que pudesse equilibrar a disputa,

    sendo que ciente da vitoria por ter mais experincia que o adversrio, Amorin fala a Elpdio

  • 22

    que no iria dispor de veculo para buscar eleitores, pelo fato da eleio estar ganha,

    informao esta que GALLI (2011) relata da seguinte maneira:

    Com certeza, se Israel de Amorin, por volta das 11 horas da manh, do dia

    em que transcorria a eleio, tivesse ouvido seu cunhado vereador Elpdio de Souza Santos, que percebeu paridade na disputa, entre Israel e seu concorrente,

    teriam mudado o resultado da eleio. Israel no atendeu sugesto de Elpdio para

    que providenciasse transporte para buscar a famlia do senhor Zequinha Gonalves

    que residia s margens do rio Caiap, que votaria nele, sendo eles. Mais ou menos,

    seis eleitores. Votos que teriam mudado a biografia poltica de Israel Amorin.

    GALLI (2011, p. 110.)

    Sobre o acontecimento de Elpdio ter avisado a Amorin que somente a experincia

    poltica no seria o bastante para ter a vitria contra Manoel Antonio, GOMIS (1998) faz uma

    crtica aos polticos que visualizam a experincia como requisito de vitria, abordando o

    embate entre Marconi Perilo e ris Rezende Machado na eleio de 1998, onde relata que:

    Se os polticos fossem mais atentos em ler os sentimentos do povo, seriam,

    sem dvida, menos vitimas das ironias da Histria. Pois, ela no se repete, mas, as

    vezes, nos pe para recapitular as lies passadas. No o que correu na eleio

    para governador de Gois, no ltimo dia 25 de outubro de 1998, quando Marconi

    Perilo que comeou com.6,50% nas pesquisas derrotou ris Rezende Machado, favorito imbatvel com 66,16% das intenes de votos? GOMIS (1998, p. 126.)

    Em todo o relato da histria de Israel de Amorin e Elpdio de Souza Santos, aqui

    feito, necessrio entender a atuao de Amorin na transformar da estrutura urbana de Ipor.

    Mesmo em uma poca difcil para os gestores pblicos poderem consolidarem as obras

    grandes socialmente, por motivo das arrecadaes municipais serem pequenas, surge ele com

    determinao, efetivando o surgimento de prdios pblicos e desbravando estradas, fatos que

    FAORO (1989) fundamenta na afirmao onde O chefe governa o estamento e a maquina

    que regula as relaes sociais, a ela vinculada. (FAORO, 1989. p.739.), demonstrando o

    poder do lder poltico nas transformaes sociais, consolidadas atravs do Estado.

    2.3- A liderana de Antonio Mendes da Silva em Diorama

    Em observao ao comentrio de GOMIS (1998) e o ttulo do livro de Ubirajara

    Galli (2011) busca - se expor neste comentrio, a atuao de Antonio Mendes da Silva no

    municpio de Diorama, como um idealizador do desenvolvimento local, apesar de no ter

    atuado como prefeito em Diorama, mas na funo de educador, juiz de paz e poltico, em

    perodo entre 1958 at 1970 como relatado por Missias Germano (entrevista em 20 de julho

  • 23

    de 2012), Adelino Itacaramby (entrevista em 20 de julho de 2012) e no trabalho monogrfico

    de SILVA (2009) intitulado ANTNIO MENDES E DIORAMA: A HISTRIA DE UM

    HOMEM NA CONSTRUO E ALICERAMENTO DE UM POVO NO SERTO

    GOIANO (1928 1970). Antonio Mendes teve fundamental importncia na conquista da

    elevao de Aropi (antigo nome de Diorama, quando era rea Distrital) categoria de distrito,

    futuramente mudando o nome para Mendelndia em sua homenagem, at a emancipao com

    a atual denominao de Diorama.

    Antonio Mendes da Silva. Fonte: Diorama histria e atualidade.

    Publicado por: Jornal Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama 2001/2004.

    Figura 04

    Em Ipor, Antonio Mendes da Silva atuou como prefeito, entre 31 de janeiro de

    1953 at 31 de janeiro de 1957, informao essa que j havia sido repassada anteriormente,

    porm, nessa administrao GOMIS (1998) retrata a fundamental importncia de

    compreender que a atuao na prefeitura de Ipor pelo prefeito no foi de grandes

    modificaes na conjuntura social e urbana, como havia sido a de seu antecessor Israel de

    Amorin, idealizador de obras importantes e fundamentais para o futuro de Ipor (como a

    estrutura urbana planejada por um engenheiro urbanista), fato esse que implicou na derrota do

    grupo poltico de Israel Amorin, contra Manoel Antonio. Aps o grupo de Amorin ter sido

    derrotado, Antonio Mendes da Silva resolve mudar para o lugarejo de Aropi, que na poca

    no era categorizado como distrito.

  • 24

    A vinda de Antonio Mendes para Aropi fato marcante para o desenvolvimento

    do lugarejo, pelo motivo de ser o primeiro homem com cultura, no sentido de ler e escrever,

    sendo que a populao de Aropi era em sua grande maioria analfabeta, porm com seus

    costumes e tradies culturais prprias, essa informao categorizada na entrevista de

    SILVA (2009, p.54.): Ele foi o primeiro homem com cultura que chegou nessa cidade, aqui

    no tinha nenhuma pessoa alfabetizada, ele alfabetizou vrios cidados aqui na regio, sendo

    aqui o primeiro professor.

    Com a figura de educador e transformador do pensamento da populao, se torna

    um motivador do interesse de conquista poltica para o povoado de Aropi, onde Antonio

    Mendes motivou na populao um desejo de liberdade contra a cidade de Gois, que na poca

    era a sede da rea do lugarejo, e cobrava altas taxas de impostos contra a populao conforme

    relata Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama (2001/2004), nesse sentido Antonio Mendes

    despertou nas lideranas polticas do lugar o anseio de adquirir a elevao de distrito.

    Por ser detentor de determinado conhecimento intelectual em relao s pessoas

    da localidade e ter atuado ao lado de Israel Amorin, Antonio Mendes da Silva segundo Jornal

    Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama (2001/2004) desempenhou fundamental importncia na

    conquista da elevao a categoria de distrito de Aropi, que futuramente se tornara

    Mendelndia e em 17 de dezembro de 1958, pelo Decreto lei n. 2. 390 consegue a categoria

    de municpio, com a denominao de Diorama.

    Em observao ao trabalho monogrfico de SILVA (2009), adquirida a

    informao em uma de suas entrevistas, realizada com o senhor Missias Germano da Silva

    (tambm entrevistado na produo deste presente trabalho), que o nome de Diorama, foi ideia

    de Antonio Mendes, que ao folhear o dicionrio, encontrou o significado de quadro iluminado

    por luz e resolveu atribuir o nome ao novo municpio, porm no prximo captulo deste

    trabalho, pode ser visto que Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama (2001/2004), passa uma

    informao retratando que a origem do nome desconhecida.

    A atuao de Antonio Mendes em Diorama no cenrio da educao foi importante

    na realidade educacional, onde a primeira escola de ensino pblico construda em 1974

    recebeu seu nome em sinal de homenagem e agradecimento ao esforo no desenvolvimento

    cultural do lugar, com o nome de Escola Estadual Antonio Mendes, tendo funcionamento at

    os dias de hoje (2012), e alm da escola, h uma rua com seu nome, na qual est sediada a

    agncia da empresa de correios, o hospital municipal, a unidade de sade do ESF (Estratgia

    Sade da Famlia) e o Cartrio de Registro Civil de Diorama.

  • 25

    Os prdios e ruas caracterizando o nome de uma pessoa so elementos de

    perpetuao da influncia poltica das lideranas, onde ao longo do tempo a paisagem

    expoente da ao dos polticos, que intitulam os nomes em locais pblicos, como modo de

    perpetuao do poder local, sendo visto essa observao na colocao do nome de Antonio

    Mendes em uma Escola pblica.

    Escola Estadual Antonio Mendes (1975); Fonte: Monografia de Silva (2009).

    Figura 05

    Escola Estadual Antonio Mendes;

    Autor Edson Aparecido Gomes de Souza, em 20 de novembro de 2012.

    Figura 06

    Atualmente a unidade educacional Antonio Mendes da Silva, passou por uma

    ampliao do prdio, tendo dois pavilhes (ano de 2012), e no ano de sua fundao contava

    apenas com um prdio cercado por fios de arame farpado, sem biblioteca e laboratrio de

    informtica, sendo que tais quesitos demonstram a evoluo dos recursos didticos da unidade

    escolar.

    Na sequncia deste trabalho, so abordados dados histricos da formao de

    Diorama, como a atuao do primeiro prefeito eleito, observando as mudanas do territrio

    dioramense ao longo do tempo, da famlia de Eva Benuto atravs de seu filho Italino e a viso

    da populao dioramense que se lembra deste fato do desmembramento de Salobinha (Montes

    Claros de Gois).

  • 26

    III A construo do territrio de Diorama: aspectos histricos da

    formao

    3.1- A formao do municpio de Diorama

    A formao do territrio de Gois, desde suas bases iniciais em 1722 quando h a

    descoberta de ouro, obtm determinada quantidade de terras para constituio de seu

    territrio, somando uma rea muito extensa, como o caso da capitania de Gois, onde

    SILVA (2002) retrata:

    Os primeiros limites da Capitania de Gois, teriam de ser, como foram,

    imprecisos. A imensa extenso de suas terras no podia humanamente ter limite

    exato, especialmente naqueles primeiros tempos, aps o alvar de 8 de novembro de

    1744, que a arvorou em capitania distinta da de So Paulo. (SILVA, 2002, p. 37.)

    Com o fim do sistema das Capitanias em 1822, so criadas as Provncias na poca

    imperial, onde a Provncia de Gois obtm um territorial com rea diferente do perodo de

    Capitania, e futuramente no perodo republicano em 1889 se caracteriza como Estado

    pertencente Repblica, com a mesma denominao de Gois. Com uma interferncia um

    pouco menor em seu espao territorial modificando em seus limites, sendo posteriormente a

    rea onde hoje o atual estado de Tocantins, passando a ser figurada como um Estado

    integrante da Federao brasileira, e no mais como parte do territrio goiano. E a essas

    mudanas da conjuntura territorial dos espaos, veremos os aspectos de formao e

    reformulao territorial do municpio de Diorama, que ora se constitui com um determinado

    territrio, e ora perde parte para a formao de um novo municpio.

    De acordo com informaes adquiridas de Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama

    (2001, p.07-08.), foram pioneiros no desenvolvimento da atividade agrcola e de outros

    setores, Antnio Mendes, Geraldo Germano da Silva, Olmpio Abadio dos Santos (Olmpio

    Joo), Teodolino Cosme de S, Antnio Francisco Itacaramby, Eva Benuto Dias, Salustiano

  • 27

    Alves Coelho, Italino Benuto Dias, Jos Moreira de Lima e entre outros. O municpio se

    forma com forte influncia de algumas figuras singulares, sendo Antonio Mendes e Eva

    Benuto, grandes interventores para a emancipao do Lugarejo de Aropi, membros de uma

    comisso elaborada por representantes polticos locais, que se dirigia at a capital do Estado,

    em lombo de mulas, para requerer ao Governador a emancipao de Aropi, mas conseguiram

    nessa viagem apenas a elevao a Distrito, que passa a chamar Mendelndia.

    Eva Maria de Jesus conhecida por Eva Benuto, teve destaque em Diorama por

    motivo de ser detentora de uma grande fazenda na regio, no se sabe ao certo o tamanho da

    propriedade, porm em entrevista com Aurentina Moreira dos Santos, foi relatado que a

    propriedade produzia rapaduras, cachaa e leite bovino, destacando na economia local.

    Alm destes fatos, obteve se a informao que Eva esteve casada duas vezes,

    uma com Jos Benuto no primeiro casamento vindo a ficar viva; o qual lhe deixa grande

    fazenda como herana, e Joo Coelho seu segundo marido, deixando lhe tambm viva,

    adquirindo trs filhos nessa nova relao, e obtendo novamente uma fazenda como herana,

    sendo desta vez um pouco menor.

    Na poltica de Diorama, Eva foi importante para financiar os projetos de Antonio

    Mendes em prol de emancipar o lugarejo, fato que extrado na entrevista com Aurentina ao

    relatar que Eva era analfabeta.

    No primeiro casamento Eva Maria adquire um filho chamado Italino Benuto, que

    concorre a primeira eleio para prefeito em 1962, contra Manoel Carlos. O terreno onde hoje

    o atual Colgio Estadual Dona Eva, era propriedade de seu pai Balbino de Mendona,

    donatrio do terreno a pedido dela. Sua imagem aos 60 anos pode ser vista na Figura 07.

  • 28

    Eva Maria de Jesus (Eva Benuto),

    Fonte: memorial do Colgio Estadual Dona Eva.

    Figura 07

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) em 2012 relata em seu

    site os dados referentes s leis que regulamentaram as denominaes da rea do municpio de

    Diorama ao longo da sua existncia e cita Edmundo Benuto como a pessoa que fez a doao

    de terras aos interessados em se instalar na regio, para a formao do povoado que origina a

    cidade, e os nomes que foram dados ao povoado desde o perodo de sua formao, sendo os

    seguintes relatos:

    Para a formao do povoado, Edmundo Benuto Dias fez a doao de uma rea de

    628.513 m2. O primeiro nome dado para o lugar, nas proximidades do Rio dos Bois,

    foi Aropi, inverso do nome de Ipor, municpio sede, e de grande influncia na

    regio. Pela Lei Municipal n 158, de 10 de maio de 1954, o ento povoado de Aropi

    foi elevado categoria de distrito, com o nome de Mendelndia. Disponvel em:

    Acesso em 20 de dezembro 2011.

    Aps ser criado o municpio de Diorama, com sua respectiva sede administrativa

    no distrito de denominao igual, foi estabelecido que o municpio figurasse junta a comarca

    de Ipor, que est a 31 km de distncia:

    Distrito criado com a denominao de Diorama, ex-povoado, criado com terras

    desmembrada do distrito de Registro do Araguaia, pela lei municipal n 158, de

    10/05/1954, subordinado ao municpio de Gois. Pela lei municipal n 176, de

    05/05/1955, o distrito Mendelndia passou a denominar-se Diorama. Disponvel em:

    Acesso em 20 de dezembro 2011.

    As terras onde hoje constitudo o municpio de Diorama, foram pertencentes ao

    municpio de Gois, como expressa na citao a seguir. fato importante observar que as

    terras que foram cedidas para a formao do Distrito de Mendelndia (atual cidade de

    Diorama), eram pertencentes ao distrito de Registro do Araguaia, territrio da cidade de

    Gois.

    Em diviso territorial vigente em 01/07/1955, o distrito de Diorama figura no

    municpio de Gois. Elevado categoria de municpio com a denominao de

    Diorama, pela lei estadual n 2.390, de 17/12/1958, desmembrado de Gois. Sede no

    atual distrito de Diorama. Constitudo de 3 distritos: Diorama, Registro do Araguaia

    e Salobinha, todos desmembrados do municpio de Gois . Instalado em 01/01/1959.

    Disponvel em: Acesso em 20 de dezembro 2011.

    Como na referncia acima, Diorama antes de si constituir como distrito sede de

    uma rea municipal, foi um pequeno povoado que se formava prximo a um rio chamado Rio

    dos Bois, que teve como incio o nome de Aropi, que significa Ipor ao inverso ou detrs para

  • 29

    frente segundo observaes adquiridas de Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama (2001). O

    fato de Diorama iniciar prximo a um rio primordial para a agropecuria que foi atividade

    relacionada ao surgimento do povoado, GOMES e TEIXEIRA NETO (1993), retrata a

    importncia da agricultura e da pecuria no desenvolvimento social dos povoados goiano-

    tocantinenses, que surgem aps a minerao.

    Pelo menos 20% das cidades goianas e tocantinenses surgiram de sedes de fazendas,

    em torno das quais o lugarejo surgia e prosperava, em terrenos menos acidentados

    do que o relevo das cidades oriundas da minerao. Este fator facilitava o

    crescimento e o desenvolvimento da cidade de origem agropecuria. Mas o principal

    fator era o aparecimento de um novo ciclo econmico em substituio minerao.

    (GOMES; TEIXEIRA NETO, 1993, p. 71.)

    Em observao aos dados de Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama (2001),

    visto que o povoado de Aropi apresentava certo desenvolvimento econmico na rea da

    agropecuria, com a produo de gado e cereais bsicos para a alimentao como arroz, feijo

    e milho, e graas a essa temtica de produo, seus moradores so homenageados com a

    elevao do povoado a categoria de distrito, que passa a figurar com a denominao de

    Mendelndia em 1954, nome que dado ao local em homenagem a pessoa de Antonio

    Mendes da Silva, por motivo de ser um dos grandes interventores no desenvolvimento da

    regio, e finalmente no ano de 1958, recebe a categoria de distrito sede do novo municpio

    que se forma, com terras do municpio de Gois, e o novo municpio passa a contar com trs

    distritos ou reas de aglomerao urbana: Diorama, Registro do Araguaia e Salobinha.

    3.2- A desmembrao do distrito de Salobinha formao do municpio de Montes

    Claros de Gois

    Segundo Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama (2001), o prefeito eleito Manoel

    Carlos da Silva no ano de 1962, conhecido pela populao do municpio de por Pipiu,

    concorreu ao cargo de prefeito contra Italino Benuto (Filho de Eva Maria de Jesus).

    Pipiu era morador do distrito de Salobinha (atual cidade de Montes Claros de

    Gois), porm no era originrio do lugar, enquanto Italino era um comerciante da cidade de

    Diorama, que era sede distrital do municpio de denominao igual, e residente desde criana.

    A foto de Italino Benuto pode ser vista na Figura 08, retratando o aos 90 anos de idade, j

    perto de sua morte aos 95 anos em 20 de dezembro de 2007, e a figura 09 mostra Manoel

    Carlos no ano de posse como prefeito de Diorama.

  • 30

    Fotos de Italino Benuto ( esquerda) e de Manoel Carlos Pipiu ( direita). Fonte: Diorama histria e atualidade.

    Publicado por Jornal Oeste Goiano e Prefeitura de Diorama 2001/2004.

    Figura 08 Figura 09

    Manoel Carlos (Pipiu) resolveu transferir a sede municipal para o distrito de

    Salobinha, sendo que no momento da transferncia, passa a figurar como distrito sede do

    municpio de Diorama, essa informao do entrevistado Missias Germano da Silva. Esse

    fato acontece no ano de 1962, ano inicial do mandato de Pipiu, essa atitude do prefeito em

    retirar o distrito de Diorama para o desenvolvimento do distrito de Salobinha, explicada pelo

    fato de Manoel Carlos ser morador deste distrito em questo, e a est a hiptese principal

    para tal atitude.

    Aps Manoel Carlos da Silva, ter retirado a sede do municipal de Diorama, e

    transferido para o distrito de Salobinha, dado o ponta p inicial para a emancipao

    do distrito de Salobinha; ps o lugar estava em amplo desenvolvimento

    econmico/populacional por parte do setor agrcola, como citado no site do IBGE:

    Com expressivo ritmo de progresso, mormente no setor agropecurio, o Distrito de Salobinha obteve sua autonomia municipal, atravs da Lei Estadual n 4.717, de 23

    de outubro de 1963. Disponvel em:

    Acesso em 20 de dezembro de 2011.

    travada uma busca de direitos de reaver a sede municipal para o distrito de

    Diorama, onde o povo do distrito vai at a capital do Estado (Goinia), para reivindicar a

    volta da sede municipal para sua rea, junto ao presidente da Assembleia Legislativa do

    Estado de Gois, o ento Deputado Estadual, Irs Rezende Machado, segundo a entrevista

    com Missias Germano da Silva (2012):

    J no sentido de buscar de volta a prefeitura para Diorama, me lembro que foi

    montado um grupo de pessoas influentes da poca, onde estava meu sogro, Antnio

    Mendes e Jos Moreira (Quinh), juntamente com outras pessoas, que procuraram

    Irs Rezende para reaver a autonomia de Diorama, e Irs lhes aconselhou, em ser

    feito um projeto de lei na cmara legislativa do estado, para que fosse feita a

  • 31

    emancipao de Salobinha (atual cidade de Montes Claros de Gois), e vendo que

    essa era a nica soluo, foi pedido que fosse feito por Irs este projeto. Fonte:

    Missias Germano da Silva entrevistado em 20 de Julho de 2012.

    Neste episdio a histria de Diorama fica sem relatos, ps o municpio no

    procurou relatar os acontecimentos que sucederam. A prefeitura e a cmara municipal, no

    preocuparam em guardar os relatos dessa histria do municpio de Diorama, pois ao procurar

    qualquer documento de fato histrico sobre o municpio, foi relatado por funcionrios dos

    dois rgos, que no h documentos remanescentes deste perodo histrico, referente ao

    mandato de prefeito de Manoel Carlos no ano de 1962, no municpio de Diorama.

    Em 2001, foi feito um livreto informativo de dados histricos, a pedido da

    prefeitura de Diorama, sendo incumbida a funo de produo deste livreto, ao jornal Oeste

    Goiano. J o municpio de Montes Claros de Gois (antigo distrito de Salobinha), por

    iniciativa do professor Ruy Brasil, tem um material didtico, que relata dados histricos e de

    aspectos relacionados a estudos sociais, a respeito do municpio.

    De maneira geral, os dioramenses que possuem conhecimento da histria do

    desmembramento de Salobinha como Missias Germano, Adelino Itacaramby, Ana Moreira e

    outros, relatam que para a volta da prefeitura para o distrito de Diorama ser efetuada, isso s

    foi possvel aps a emancipao do distrito de Salobinha, em 23 de outubro de 1963, mas os

    trabalhos do novo municpio tem incio apenas no ano que se segue, de 1964, onde o distrito

    de Salobinha passa a ser um dos novos municpios do estado de Gois, com a denominao de

    Montes Claros de Gois.

    O IBGE (2012) relata da seguinte maneira, os dados de leis que fundamentaram a

    estrutura administrativa do municpio de Montes Claros de Gois:

    Distrito criado com a denominao de Salobinha, ex-povoado, pela lei municipal n

    244, de 30/01/1958, subordinado ao municpio de Gois. Pela lei estadual n 2.390,

    de 17/12/1958, o distrito de Salobinha deixa de pertencer ao municpio de Gois

    para ser anexado ao novo municpio de Diorama. Em diviso territorial datada de

    01/07/1960, o distrito de Salobinha figura no municpio de Diorama. Elevado

    categoria de municpio com a denominao de Montes Claros de Gois, pela lei

    estadual n 4.717, de 23/10/1963, desmembrado de Diorama. Disponvel em:

    Acesso em 20 de dezembro de 2011.

    Quando formado o municpio de Montes Claros de Gois, o mesmo passa a ter

    dois distritos, a sede de igual denominao, e o distrito de Registro do Araguaia, que j

    possua a classificao de rea distrital, antes mesmo de Salobinha, que passa a figurar como

    distrito sede, do novo municpio. Ao passar do tempo dois povoados se evoluem,

  • 32

    populacionalmente, conseguindo obter a categoria de distrito, sendo eles Aparecida do Rio

    Claro e Lucilndia.

    Em diviso territorial datada de 31/12/1963, o municpio constitudo de 2

    distritos: Montes Claros de Gois e Registro do Araguaia.Pela lei estadual n 8.088,

    de 14/05/1976 criado o distrito de Aparecida do Rio Claro e anexado ao municpio

    de Montes Claros de Gois. Pela lei estadual n 7.472, de 02/12/1971 criado o

    distrito de Lucilndia e anexado ao municpio de Montes Claros de Gois. Em

    diviso territorial datada de 01/01/1979, o municpio constitudo de 4 distritos:

    Montes Claros de Gois, Aparecida do Rio Claro, Lucilndia e Registro do

    Araguaia. Disponvel em: < www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow> Acesso em 20

    de dezembro de 2011.

    interessante observar que, o municpio de Montes Claros de Gois, foi

    desmembrado de Diorama, por atuaes polticas, que configuram em ideologias polticas do

    governante do municpio de Diorama, Manoel Carlos da Silva (Pipiu), no interesse de realizar

    a emancipao da rea em que residia, e nesse fato a populao de Diorama no consegue

    reaver parte do territrio perdido para Montes Claros de Gois.

    3.3 A realidade do desmembramento do distrito de Salobinha, vista por moradores da

    cidade de Diorama

    Durante a pesquisa feita com moradores do municpio de Diorama em julho de

    2012, que presenciaram partes da administrao de Manoel Carlos, (partes, pois na poca

    eram ainda jovens de 12 a 14 anos, podendo perder um pouco das informaes totais da

    poca) quando houve a transferncia da prefeitura de Diorama para Salobinha, retirado at

    recursos que o distrito possua enquanto sede administrativa do municpio de Diorama, e so

    transferidos para o distrito de Salobinha passando a figurar como base administrativa; a essa

    transferncia de recursos, os cidados relatam os mais diversos objetos, como caminho, um

    jumento arriado e materiais de uso do prdio administrativo da prefeitura em Diorama.

    Desse perodo da histria de Diorama e Montes Claros de Gois, h poucos

    remanescentes ou com vida, para redigir seus relatos sobre a poca, mas em Diorama tem

    pessoas de grande influncia que atuaram na educao, destacamento de polcia e cartrio de

    registro civil setores que lhe permitiram adquirir conhecimento dos relatos histricos de

    Diorama, porm eram jovens neste perodo de formao do municpio, mas podem retratar

    tais acontecimentos com certa clareza.

    Entre as pessoas pesquisadas, est Ana Moreira de Freitas, que era filha de Jos

    Moreira de Lima (Quinh), um dos polticos de influncia na formao do municpio de

  • 33

    Diorama e atuou como professora na educao de primeiro e segundo grau; Missias Germano

    da Silva, que atuou como delegado de policia e era filho de Geraldo Germano da Silva,

    vereador no municpio de Diorama e Adelino Francisco Itacaramby, prefeito de Diorama

    entre os anos de 1989 a 1992 e dono do cartrio de registro civil de Diorama, entre os anos de

    1979 at 2001, ano em que repassa a administrao do Cartrio a suas filhas, Alice

    Itacaramby e Nbia Itacaramby, perpetuando a atuao do poder da famlia Itacaramby nos

    servios de Cartrio.

    Na entrevista com o senhor Missias, foi possvel conhecer o lado de que Italino

    Benuto, adversrio de Manoel Carlos, havia atravs de seus adeptos polticos, ameaado

    Manoel Carlos mudasse para Diorama, e que da parte o interesse de destruir a sede de

    Diorama, atravs da transferncia para o distrito de Salobinha. Entre outras colocaes que se

    segue:

    Pipiu como era conhecido Manoel Carlos da Silva, tinha interesse em mudar

    para Diorama, onde tive a oportunidade de ouvir ele mesmo dizer para meu pai,

    porm o pessoal de Italino Benuto, (candidato de oposio a Pipiu no ano de 1963),

    disse que se o mesmo o fizesse, seria expulso de Diorama, e como Salobinha era

    uma regio prospera, Manoel Carlos cria um projeto de lei para a cmara municipal

    de Diorama, onde era aprovada a remoo do distrito de Diorama para Salobinha,

    fazendo com que Diorama fosse rebaixada a povoado, perdendo at o titulo de

    distrito. E quando houve essa transferncia, foram colocadas placas aqui em

    Diorama informando que Diorama estava a 30 km, por mandado de Manoel Carlos Pipiu. Fonte: Missias Germano da Silva entrevistado em 20 de julho de 2012.

    A atitude de Italino pode ser compreendida na anlise feita por FAORO (1989),

    onde retratada a atuao coronelista em diversas regies do Brasil no sculo XIX, persistido

    resqucios destas atitudes at stima dcada do sculo XX, sendo o coronel colocado em seu

    territrio como lei suprema para a populao, e nesse sentido a primeira eleio de Diorama

    datada deste perodo em que ainda persistem tais aes, porm com menos fora como era

    no sculo passado.

    Durante as entrevistas buscou se entender como os cidados dioramenses,

    visualizam a diviso do municpio de Diorama para a formao de Montes Claros de Gois, e

    se possuem conhecimento de algum poltico que ao longo da histria buscou reaver o espao

    territorial passado em excesso para Montes Claros de Gois; foram entrevistados quatro

    moradores de Diorama, e apenas um relatou que houve busca sim de espao administrativo,

    mas conseguido em Ipor, sendo a fala do senhor Adelino Francisco Itacaramby, que faz o

    seguinte relato:

    No mandato do Nenzinho do Gustavo (Nenzinho Queiroz) entre 1973 a 1977,

    eu era vice prefeito, e atuava no cartrio de registro civil municipal, e buscando aumentar a receita do municpio, procurei moradores prximos de Diorama que

  • 34

    estavam no municpio de Ipor, para registrar as terras como do municpio de

    Diorama, fiz a transferncia de algumas propriedades, tais como a do senhor Nem

    Marques (Cilso Marques), do senhor Adarcino, do Senhor Geraldo Capoeira, Moacir

    e deixei a disposio para ser feito junto ao INCRA a transferncia de quem mais

    quisesse, sendo tudo feito de graa por me, e as terras antes j eram pertencentes ao

    municpio de Diorama Fonte: Adelino Francisco Itacaramby entrevistado em 20 de julho de 2012.

    Durante a pesquisa adquiri uma informao que Diorama havia perdido espao

    territorial para Ipor, e fiz a pergunta para o senhor Adelino do por que das transferncias de

    propriedades do municpio de Ipor para Diorama, e ele mim fez a seguinte resposta:

    Quando Manoel Carlos provoca a formao de Montes Claros de Gois, ele

    oferece terras do municpio de Diorama para Ariston Gomes que na poca era

    prefeito de Ipor, e o mesmo consegue apoio do governador de Gois para que o

    acordo verbal dos dois prefeitos possa se consumar. Fonte: Adelino Francisco

    Itacaramby entrevistado em 20 de julho de 2012.

    Com essas colocaes que so feitas pelos senhores Adelino e Missias, possvel

    entender colocaes polticas que ao longo da histria do municpio de Diorama, fazem parte

    da formao do territrio, como o fato de que foi doadas terras do municpio de Diorama ao

    municpio de Ipor, por parte de um acordo verbal feito pelos prefeitos Manoel Carlos da

    Silva de Diorama e Ariston Gomes da Silva de Ipor, e que posteriormente, o senhor Adelino

    Francisco Itacaramby, atuando no cartrio de registro civil de Diorama, consegue junto ao

    INCRA, reaver parte dos estabelecimentos rurais, sendo estes dois exemplos, informaes

    importantes na histria do municpio de Diorama, que poucos dioramenses possuem

    conhecimento.

  • 35

    CONCLUSO

    Ao desenvolver este trabalho, buscou-se demonstrar no primeiro momento a

    relao social entre os municpios de Diorama e Ipor, enfocando a diferenciao de

    Microrregio criada pelo Estado, onde a relao entre as duas cidades fogem a essa diviso,

    sendo debatida a distncia geogrfica como fator determinante nessa tica de vnculo entre as

    localidades, e a perda de territrio de Diorama para a formao de um novo municpio, sendo

    relatado tal episdio no incio do trabalho, por motivo de caracterizar uma abordagem

    geopoltica do assunto, que fundamenta ainda mais o relacionamento com Ipor.

    No segundo momento debatida a importncia do uso do territrio para seu

    desenvolvimento, seja social ou econmico, fundamentando em escritores do conhecimento

    geogrfico que dimensionam a necessidade do governante para tal uso dos recursos naturais

    do territrio, sendo que o Estado atravs de seus governantes quem tem a incumbncia de

    prover a transformao destes recursos atravs de polticas pblicas. E nessa anlise foi feito

    um relato da ao de agentes pblicos em Ipor e Diorama, responsveis na mudana da

    estrutura local das duas cidades, onde de certa forma os fatos ocorridos nas duas localidades

    permitiu uma evoluo social de vnculo.

    E por final foram expressos dados histricos da formao de Diorama,

    caracterizando a atuao de Manoel Carlos (Pipiu) como ao poltica de transformao do

    territrio dioramense, sendo realizada uma anlise com a populao sobre os reais

    acontecimentos da poca da formao de Diorama, atravs de entrevistas com pessoas que

    vivenciaram este perodo da histria

    A dificuldade mais pertinente neste trabalho foi a falta de pessoas para serem

    entrevistadas, por motivo de haver poucos remanescentes com conhecimento da ao poltica

    de tal poca da histria dioramense, e no haver escritos detalhados dos fatos histricos que

    neste trabalho propem a serem analisados.

    Tal pesquisa procurou realizar uma observao da relao entre Ipor e Diorama,

    enfocando dados histricos, polticos e geogrficos para compreender os motivos que

    fundamentam a necessidade de Diorama procurar em Ipor uma dependncia dos servios do

    setor tercirio, que pouco se desenvolveram. Sendo a anlise histrica de Diorama elemento

    fundamental.

  • 36

    Espera se que o presente trabalho sirva de consulta sobre relatos histricos de

    Diorama, podendo ser feita uma anlise da importncia da cidade de Ipor para os

    dioramenses, permitindo prestao dos servios tercirios a populao de Diorama, e

    demonstrando a importncia da atuao de lideranas tais como foram Antonio Mendes

    (Diorama), Manoel Carlos Pipiu (Montes Claros de Gois) e Israel de Amorin (Ipor) para a

    autonomia administrativa e social de cada localidade.

    H ainda, a inteno de que a populao acadmica de Diorama possa utilizar tal

    trabalho, como fonte de pesquisa sobre a realidade histrica de nosso municpio (nosso pelo

    fato de que sou dioramense), servindo como fonte de pesquisa para a produo de futuros

    trabalhos acadmicos sobre o municpio de Diorama.

    REFERNCIAS

    ARRAIS, Tadeu Alencar. Geografia contempornea de Gois. Goinia: Ed. Vieira, 2004.

    166 p.

    COSTA, Wanderley Messias da; Geografia Poltica e Geopoltica. So Paulo: HUCITEC,

    Editora da Universidade de So Paulo, 1992. 374 p.

    FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: Formao do Patronato Poltico Brasileiro. 8.

    ed. So Paulo: Globo, 1991. 394 p. vol 01

  • 37

    GALLI, Ubirajara. Israel Amorin: Um homem que reluziu mais que seus diamantes.

    Goinia: Kelps, 2011. 172 p.

    GOMES, Horieste; TEIXERA NETO, Antnio; Geografia: Gois-Tocantins. Goinia:

    Centro Editorial e Grfico/UFG, 1993. 227 p.

    GOMIS, Moizeis Alexandre. Uma viagem no tempo de Piles a Ipor. Ipor: Grfica e

    Editora Nova Pgina, 1998. 295 p.

    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA. Dados histricos de

    Diorama GO e Montes Claros de Gois. Disponvel em: . Acesso em: 20 dezembro de 2011.

    IMB/SEGPLAN. Planejamento Oeste goiano e Microrregio de Aragaras. Disponvel em: Acesso em: 30 mar. 2012

    JORNAL OESTE GOIANO E PREFEITURA MUNICIPAL DE DIORAMA 2001/2004.

    Diorama historia e atualidade. Dezembro de 2001. 49 p.

    MORAES, Antonio Carlos Robert (Org.); FERNANDES, Florestan (Coord.). Ratzel. So

    Paulo: Editora tica, 1990. 199 p.

    PATERSON, J. H. Terra, Trabalho e Recursos: Uma introduo Geografia Econmica.

    2. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982. 303 p.

    SANTOS, Milton. Espao e Mtodo. So Paulo: Nobel, 1985. 88 p.

    SILVA, Colemar Natal e. Histria de Gois. 3. ed. Goinia: IGL: AGEPEL, 2002. 388 p.

    SIMES, Tancredo Luis. A INFLUNCIA DAS POLTICAS PBLICAS NA

    FORMAO DO MUNICPIO DE PIRANHAS GOIS. 2008. 40 p. Monografia

    (Graduao em Licenciatura Plena em Geografia) Universidade Estadual de Gois, Ipor, 2008.

    SILVA, Lcio Ricardo Germano Mendes e. ANTONIO MENDES E DIORAMA: A

    HISTRIA DE UM HOMEM NA CONSTRUO E ALICERAMENTO DE UM

    POVO NO SERTO GOIANO (1928 1970). 2009. 69 p. Monografia (Graduao em Licenciatura Plena em Histria) Universidade Estadual de Gois, Ipor, 2009.

    Entrevistas:

    Adelino Francisco Itacaramby, em 20 de julho de 2012.

    Ana Moreira de Freitas, em 20 de julho de 2012.

    Aurentina Moreira dos Santos, em 28 de novembro de 2012.

    Marilurdes Moreira Itacaramby, 20 de julho de 2012.

    Missias Germano da Silva, 20 de julho de 2012.

  • 38

  • 39

    ANEXOS

  • 40

    ENTREVISTA FEITA COM O SENHOR MISSIAS GERMANO DA SILVA, EM 20

    DE JULHO DE 2012:

    A entrevista realizada com o senhor Missias, teve inicio com a pergunta

    relacionada a diviso administrativa do municpio de Diorama, no ano de 1963, onde

    formado o municpio de Montes Claros de Gois, que se constitui atravs de terras

    pertencentes ao municpio de Diorama. E esse novo municpio, que era distrito subordinado a

    cidade de Diorama, si forma com uma rea municipal maior que Diorama (distrito sede), e

    fica a pergunta Onde estava atuao dos polticos da poca em impedir tal diviso antitica, e de lutar para reaver espao administrativo ou municipal perdido?

    O senhor Missias faz o seguinte relato, com base em que lhe foi dito por me

    (entrevistador) sobre o tema pesquisado:

    _ Pipiu como era conhecido Manoel Carlos da Silva, tinha interesse em mudar

    para Diorama, onde tive a oportunidade de ouvir ele mesmo dizer para meu pai, porm o

    pessoal de Italino Benuto Dias, (candidato de oposio a Pipiu no ano de 1963), disse que se o

    mesmo o fizesse, seria expulso de Diorama, e como Salobinha era uma regio prospera,

    Manoel Carlos cria um projeto de lei para a cmara municipal de Diorama, onde era aprovada

    a remoo do distrito de Diorama para Salobinha, fazendo com que Diorama fosse rebaixada

    a povoado, perdendo at o titulo de distrito. E quando houve essa transferncia, foram

    colocadas placas aqui em Diorama informando que Diorama estava a 30 km, por mandado de

    Manoel Carlos Pipiu. Aps o senhor Missias ter feito esta explanao, lhe fez a seguinte pergunta: _ E

    como reagiram os polticos da regio de Diorama, para buscar a legitimidade administrativa

    municipal e houve algum poltico que se segue, na luta de reivindicar espao administrativo,

    sendo que sabido que a rea administrativa de Montes Claros de Gois (antigo distrito de

    Salobinha) quase cinco vezes maior que Diorama? respondido da seguinte maneira:

    _Em meu conhecimento no houve nenhuma atuao poltica dos prefeitos que se

    seguiram, em fazer com que a rea municipal de Diorama, resgatasse espao administrativo, e

    de inicio isso no seria feito, pois o prefeito que sucede Manoel Carlos era seu vice Avelino

    Bernardes, ento o mesmo no teria motivos para reagir em favor de Diorama, sendo que mal

    vinha a prefeitura, e permaneceu em suas terras no Municpio de Montes Claros Gois, at

    que terminasse seu mandato.

    Com o final da resposta do senhor Missias, lhe fez uma nova pergunta O senhor se lembra quantos vereadores compunham a cmara no mandato de Manoel Carlos, e o nome

    dos respectivos vereadores com seu grau de alfabetizao? _ Eu me lembro que tinha o Abel Ferreira da Silva, que era fazendeiro aqui de

    Diorama, e o mesmo era alfabetizado e tinha um conhecimento amplo; Salustiano Alves

    Coelho, que era irmo de Italino Benuto Dias, que exercia na poca a funo de coletor, e

    tinha um grau amplo de estudo; Jos Moreira de Lima (Quinh) que era um agricultor da

    regio de Diorama, e apenas assinava o nome, sem saber ler e escrever; sendo esses nomes,

    eleitos aqui em Diorama, em Salobinha (Montes Claros de Gois) apenas me lembro dos

    nomes mais no recordo do grau de alfabetizao; sendo eles: Enrique Giru, Sandoval

    Carneiro, Jernimo Peres e Jos Paraba, totalizando sete vereadores.

    No final da fala do senhor Missias, lhe agradecei por ter me cedido o seu tempo

    nesta entrevista, e por contribudo na apresentao destas informaes para que pudesse ser

    adquirido contedo para produo de minha monografia.

    _________________________________________________

    Assinatura do entrevistado concordando com os dados escritos

  • 41

    ASSINATURA DO ENTREVISTADO CONCORDANDO COM OS DADO ESCRITOS

    ENTREVISTA FEITA COM O SENHOR ADELINO FRANCISCO ITACARAMBY,

    EM 20 DE JULHO DE 2012:

    A entrevista com o senhor Adelino, teve inicio com a pergunta sobre os fatos que

    aconteceram por volta de 1963, no municpio de Diorama, em questo a desmembrao do

    distrito de Salobinha, que origina o atual municpio de Montes Claros de Gois. Logo que

    formulei tal comentrio, o senhor Adelino fez a seguinte colocao:

    _ Sobre a desmembrao de Diorama, pouco posso dizer, pois nesta poca residia

    em Ipor, mais me lembro que se sucedeu por interesses particulares de Manoel Carlos

    (Pipiu), em desenvolver a localidade em que obteve realmente a vitoria de prefeito.

    Em seguida, perguntei se a m diviso territorial que Diorama sofreu com a

    formao de Montes Claros de Gois, foi repensada pelos polticos locais que buscaram

    reaver mais espao administrativo, pois fato que a atual rea administrativa de Diorama,

    quase cinco vezes menor que a de Montes Claros de Gois, que era distrito de Diorama.

    _No tenho conhecimento que algum prefeito houvesse procurado realizar tal

    atitude, porm durante o mandato do Nenzinho do Gustavo (Nenzinho Queiroz), eu era vice prefeito, e atuava no cartrio de registro civil municipal, e buscando aumentar a receita do

    municpio, procurei moradores prximos de Diorama que estavam no municpio de Ipor,

    para registrar as terras como do municpio de Diorama, fiz a transferncia de algumas

    propriedades, tais como a do senhor Nem Marques (Cilso Marques), do senhor Adarcino, do

    Senhor Geraldo Capoeira, Moacir e deixei a disposio para ser feito junto ao INCRA a

    transferncia de quem mais quisesse, sendo tudo feito de graa por me, e as terras antes j

    eram pertencentes ao municpio de Diorama.

    Com essa colocao do senhor Adelino, obtive uma informao que no tinha a

    respeito da historia de Diorama, e lhe perguntei por que ele requereu terras do municpio de

    Ipor para Diorama, e o mesmo me respondeu da seguinte maneira:

    _ Quando Manoel Carlos provoca a formao de Montes Claros de Gois, ele

    oferece terras do municpio de Diorama para Ariston Gomes que na poca era prefeito de

    Ipor, e o mesmo consegue apoio do governador de Gois para que o acordo verbal dos dois

    prefeitos possa se consumar, desta maneira, o municpio de Diorama perde rea at para um

    municpio j existente, pois o interesse de Manoel Carlos era de destruir a cidade de Diorama.

    Logo em seguida perguntei ao senhor Adelino se ele tinha mais algum

    conhecimento sobre a histria poltica de Diorama, a respeito deste contexto que foi a diviso

    do municpio, e a relao de prejuzo no aspecto de ter feito uma diviso territorial

    favorecendo Montes Claros de Gois com um espao administrativo maior que o de Diorama,

    e ele responde:

    _No tenho lembranas a mais, porm lhe garanto que se eu se lembrar de um fato

    que acredito ser importante entrarei em contato com voc.

    Ento agradeci ao senhor Adelino pela disposio em participar de tal entrevista, e

    lhe disse que lhe levaria o material digitado posteriormente para que ele pudesse assinar

    concordando com o que foi redigido por mim.

    ______________________________________________________

    Assinatura do entrevistado concordando com os dados escritos

  • 42