43
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DEIPORÁ CURSO DE GEOGRAFIA JOANA DARC ROSA B. MORAIS A TERCEIRA IDADE: COMO VIVEM OS IDOSOS NO LAR BOM SAMARITANO IPORÁ-GO IPORÁ/GO 2011

A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

Embed Size (px)

DESCRIPTION

geo

Citation preview

Page 1: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DEIPORÁ

CURSO DE GEOGRAFIA

JOANA DARC ROSA B. MORAIS

A TERCEIRA IDADE: COMO VIVEM OS IDOSOS NO LAR

BOM SAMARITANO – IPORÁ-GO

IPORÁ/GO

2011

Page 2: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DEIPORÁ

CURSO DE GEOGRAFIA

JOANA DARC ROSA B. MORAIS

A TERCEIRA IDADE: COMO VIVEM OS IDOSOS NO LAR

BOM SAMARITANO – IPORÁ-GO

Monografia apresentada ao curso de Geografia

da Universidade Estadual de Goiás - UnU

Iporá, como exigência parcial para obtenção do

título de licenciada Geografia.

Orientador: Kaio José Silva Maluf Franco

IPORÁ/GO

2011

Page 3: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

3

Dedico esta monografia a minha filha e ao meu marido,

que sempre estiveram presentes proporcionando carinho

e apoio imprescindíveis para que eu pudesse continuar

nessa jornada.

Page 4: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

4

AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo o que faz a cada dia em minha vida e por ser “o meu rochedo, o meu

lugar forte e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem me refugio. Ele é o

meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte” (Salmos18:2)

A minha família, que esteve comigo em todos os momentos, torcendo e comemorando

cada vitória.

Ao Prof. Kaio José Silva Maluf Franco, meu orientador, que acompanhou esse

trabalho com toda a paciência, rigor, ética e carinho que a pesquisa acadêmica exige,

contribuindo definitivamente para a concretização deste sonho.

Page 5: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

5

“Ninguém envelhece apenas por viver um certo número de anos.

As pessoas envelhecem por abandonarem seus ideais. Os anos

fazem rugas na pele. Desistir do entusiasmo, porém, faz rugas na

alma”.

(Radha Soami)

Page 6: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

6

RESUMO

O envelhecimento é um fenômeno natural e social que se estende por dois terços da vida.

Entende-se portanto, que o ser humano precisa de carinho, respeito e assistência social que lhe

garanta condições à dignidade para viver nessa etapa da sua vida. Esse trabalho objetiva

conhecer as percepções dos idosos sobre o envelhecimento e as condições de vida dessa

população que residem no Lar Bom Samaritano na cidade de Iporá, a fim de compreender

alguns conceitos do que é ser velho e como ter uma boa qualidade de vida na velhice É tratada

na monografia a questão da qualidade de vida de idosos garantidos no Estatuto do Idoso para

então verificar como vivem os idosos no Lar Bom Samaritano na cidade de Iporá, onde foi

percebido ser um lugar oferecido para essa parcela da população superar as suas dificuldades

e conquistar o conforto de uma moradia digna, a assistência a saúde e o convívio com pessoas

para possibilitar o entendimento da magnitude do processo de envelhecimento, que é saber

aceitar as barreiras físicas e delinear novas concepções da importância e dos modos do viver.

Palavras-chave: velhice, modo de vida, idosos

Page 7: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

7

ABSTRACT

Aging is a natural and social phenomenon, which extends for two thirds of life. It is a phase of

life that human beings need affection, respect and social conditions that will ensure dignity.

This study investigated the perceptions of the elderly about aging and living conditions of the

population residing in the Good Samaritan Home in the city of Iporá in order to understand

the process of institutionalization in the perspective of the individual refugee. It is treated in

the monograph the issue of institutionalization of the elderly, its meaning and its effects on

the elderly, important themes that run through to old age. The survey results showed that the

Good Samaritan Home in the city of Iporá is a place where elderly people found to overcome

their difficulties, recovering the comforts of home, health care and quality of life of the

elderly according to their own understanding . Therefore, understanding the magnitude of the

aging process, is learning to accept the physical barriers and devise new conceptions of the

importance and ways of living.

Keywords: aging, quality of life

Page 8: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................ 09

1 CONCEITOS HISTÓRICOS: O QUE É SER VELHO?......................................... 11

1.1 Qualidade de vida ..................................................................................................... 15

1.2 Qualidade de vida na velhice ................................................................................... 17

1.3 Fatores que influenciam para uma boa qualidade de vida na velhice ................. 18

1.4 Asilo ............................................................................................................................ 21

2 O LAR BOM SAMARITANO NA CIDADE DE IPORÁ-GO ................................ 24

3. RESULTADO E DISCUSSÕES ................................................................................ 27

3.1 Os sujeitos da pesquisa .............................................................................................

3.2. Percepção dos idosos sobre saúde e qualidade de vida .........................................

27

29

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 35

REFERÊNCIAS............................................................................................................... 36

Page 9: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

9

INTRODUÇÃO

Com o tema Terceira Idade: como vivem os idosos no lar Bom Samaritano na cidade

de Iporá-GO, é mostrado que o modo de vida dos idosos que residem nessa casa de apoio está

de acordo lei 8842/94 da Política Nacional do Idoso.pois prevê garantias legais e amparam

uma boa qualidade de vida, conforme consta no decreto 1948/96 que regulamenta essa lei.

No Brasil, assim como na maioria dos países em desenvolvimento, o número de

idosos tem aumentado expressivamente e o assunto sobre o cuidado com essa população tem

movido pesquisadores em busca de dados científicos apontando à organização de políticas

públicas mais humanas de atendimento.

Esse estudo se mostra importante para o ensino da Geografia, pois o estudo do

comportamento humano é essencial para a compreensão e intervenção política em uma

sociedade ávida pela busca de novos caminhos que contribuam para a solução dos inúmeros

problemas que afligem o homem contemporâneo.

A partir daí surgiu a problemática dessa pesquisa, onde buscou saber como vivem os

idosos que residem no Lar Bom Samaritano na cidade de Iporá e qual a concepção desses

idosos sobre o que é ser velho. Buscou ainda descobrir se esses idosos a partir de suas

experiências poderão contribuir com a formação dos mais novos e como acham que devem

ser tratados para se sentirem bem.

A partir dos relatos das entrevistas e observações detectou-se que os idosos sentem

que tem boa qualidade de vida mesmo com a falta de respaldo da família e com a escassez

das políticas de proteção ao idoso, representadas pelo Poder Público na cidade de

Iporá.

A pesquisa é do tipo qualitativa descritiva, a partir de um estudo de caso que teve

como sujeitos os moradores e pessoas que trabalham no lar Bom Samaritano na cidade de

Iporá-GO. Foi ainda realizada uma revisão de literatura baseada em livros, artigos e revistas

Page 10: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

10

impressos e de Internet, de grande importância para nortear a investigação, associados à

pesquisa de campo.

O cenário relacionado para o levantamento de informações envolveu o Lar Bom

Samaritano na cidade de Iporá – GO, localizado no bairro Mato Grosso, cujos informantes

foram 16 idosos de ambos os sexos, com idades entre 52 e 84 anos, que por questões éticas

não foram identificados.

A coleta de dados ou levantamento das informações realizou-se no período de 01 de

julho a 20 de julho de 2010, sendo que o instrumento utilizado para amostragem foi

entrevistas semi-estruturada, baseada no questionário da Organização Mundial da Saúde

(OMS) sobre qualidade de vida, e, entrevista, pela diretoria da instituição.

Visando a ordenação e melhor compreensão dessa monografia, esta pontua três

capítulos. Onde no primeiro capítulo trata-se de uma revisão de literatura onde buscou

conceituar os termos velhice e terceira idade, mostrando que ser idoso nos dias atuais é uma

contribuição para quebrar alguns preconceitos sociais. Este capítulo define algumas

abordagens que guiam as discussões sobre a qualidade de vida esperada e necessária a velhice

discutindo os aspectos ligados a: saúde, sociabilidade, suporte social, atividade física,

possibilidade de dar suporte e apoio e sentimento de utilidade.

No segundo capítulo tem-se um relato do modo de vida dos idosos residentes no Lar

Bom Samaritano na Cidade de Iporá-GO, a partir do estudo de caso realizado, que buscou

conhecer a percepção dos idosos sobre a qualidade de vida necessária na velhice. No entanto

não foram mencionados os nomes dos participantes visando preservar-lhes o anonimato foram

identificados por letras do alfabeto.

Os resultados da pesquisa apontaram que no Lar Bom Samaritano na Cidade de Iporá-

GO, é proporcionado uma boa qualidade de vida aos idosos, pois os mesmos demonstraram

que vivem-bem e tem consciência de poder contribuir com a sociedade, quebrando

paradigmas, respeitando e sendo respeitados.

Page 11: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

11

1- CONCEITOS HISTÓRICOS: O QUE É SER VELHO?

O envelhecimento é conceituado das mais variadas formas por diferentes autores, com

pressupostos conseqüentes da idade ou da transformação cotidiana, sem contar em contextos

populares de cunho social da representatividade do idoso.

No início do século XX, tem-se uma necessidade de que seja feito um breve histórico

em relação aos idosos em diferentes épocas, nas intervenções sociais, políticas e legais na

sociedade brasileira, pois a partir desse século começa-se a viver um momento de transição

entre a sociedade industrial, para a sociedade pós-industrial, onde a criatividade, o trabalho

intelectual impera, e, nessa transição vê-se a exclusão do idoso, onde ser velho é ter que lutar

para continuar ser homem, conforme afirmação de Boff (1999, p. 18):

“Que é, pois, ser velho na sociedade capitalista? É sobreviver. Sem projeto, impedido

de lembrar e de ensinar, sofrendo as adversidades de um corpo que se desagrega à

medida que a memória vai-se tornando cada vez mais viva, a velhice, que não existe

para si, mas somente para o outro. E este outro é opressor.” (BOFF, 1999, p.18).

Nota-se que de acordo com as projeções estatísticas até o ano 2025, o Brasil ocupará o

6º lugar do mundo no que se refere à população idosa, e com isso a desvalorização do idoso

não poderá ser vista mais como um dos preconceitos contra a velhice, deverá tornar-se um

desafio para as pessoas que chegam a essa etapa da vida (DEBERT, 1996, p. 33).

aquele que vê no amanhã a continuidade do trabalho do hoje, aquele que não fica à

espera do descanso eterno, que vai à luta, que busca preencher os espaços da vida, que

se vê como elemento útil à sociedade. Enfim, aquele que acredita e demonstra que tem

experiências a serem relatadas e que, acima de tudo, é ainda capaz de grandes

realizações (DEBERT, 1996, p. 33).

O que mostra que diferente de cada cultura o idoso representa a continuidade da de

uma história, ou seja, dos valores almejados pelo grupo social. Uma vez que nas culturas

tradicionais, o idoso sempre foi visto como símbolo da sabedoria, através do ato de lembrar e

Page 12: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

12

de dar expressão as suas lembranças. Já nas sociedades indígenas, o papel do idoso é de

extrema importância na distribuição e manutenção de conhecimentos culturais entre os

integrantes da tribo. Tem-se ainda conhecimento que em sociedades milenares da Ásia, como

o Japão, existe uma relação de extremo respeito pela população idosa, até os dias de hoje.

Nas sociedades industriais, os idosos não são respeitados, onde, de acordo com Buss

(2003, p. 15), “a velhice é maléfica, porque nela todo sentimento de continuidade é

despedaçado”. O que não pode ser o desaparecimento contínuo da memória do idoso, onde o

antigo não tem mais função, a não ser em lojas de antiguidades, pois o envelhecimento é um

processo que acontece gradativamente

Assim sendo, percebe-se que a velhice tem sido vista e tratada de modo diferente, de

acordo com períodos históricos e com estrutura social, cultural, econômica e política de cada

povo. Portanto, acredita-se que a idade do início da velhice é uma questão que não comporta

um critério único e invariável, no tempo ou entre culturas, pois existe certa controvérsia

quanto à questão de qualificar o idoso, muito bem ilustrada por Veras (2007):.

A velhice é um termo impreciso, e sua realidade, difícil de perceber. Quando uma

pessoa se torna velha? Aos 50, 60, 65 ou 70 anos? (...) Uma pessoa é tão velha quanto

suas artérias, seu cérebro, seu coração, sua moral ou sua situação civil? Ou é uma

maneira pela qual outras pessoas passam a encarar estas características que a

classificam como velha?” (VERAS, 2007, p. 37)

Para esse autor, a idade é de qualquer modo um limite arbitrário, uma vez que trata o

envelhecimento como é um processo contínuo, não se iniciando em nenhuma idade ou

momento particular.

Segundo dados da (ONU), Organização das Nações Unidas (ONU), o idoso é aquela

pessoa que já atingiu a idade de 60 anos e mais. Essa mesma faixa etária é adotada no Brasil,

de acordo com a Lei n.º 8.842/94, em seu capítulo I, artigo 2.º, onde traz que a faixa etária

para uma pessoa ser considerada idosa é a de 60 anos ou mais (Andreotti et al, 2009, p. 4).

Já para Andreotti et al, (2009, p. 4), a pessoa é considerada idosa perante a sociedade a

partir do momento em que encerra as suas atividades econômicas. Trata o processo de

envelhecimento, de uma maneira geral que envolve uma perda progressiva das aptidões

funcionais do organismo. Portanto o indivíduo passa a ser visto como idoso quando começa a

depender de terceiros para o cumprimento de suas necessidades básicas ou tarefas rotineiras

(ANDREOTTI et al., 2009).

Page 13: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

13

Conforme França (2004, p. 56), na verdade, ao contrário do que a maioria pensa,

envelhecer não significa perda da capacidade, mas “é o nosso sistema educacional e de

trabalho que está caduco para atender às necessidades dos mais idosos”.

Nesse sentido, o envelhecer não é somente um momento na vida de um indivíduo, mas

um processo extremamente complexo e pouco conhecido, conforme relata Foucault (1972, p.

134 e 135:.

(...) A velhice deve ser considerada, ao contrário, como uma meta, e uma meta

positiva da existência. Deve-se tender para a velhice e não resignar-se a ter que um dia

afronta-la. É ela, com suas formas próprias e valores próprios, que deve polarizar todo

o curso da vida. (FOUCAULT, 1972, p. 134/135).

A velhice pode ser entendia ainda como um período de desabrochar, mas também

pode ser acompanhada por perturbações psicopatológicas graves. Portanto, o envelhecimento

é um processo que se modifica com a relação do homem e o tempo, com o mundo e sua

própria história, onde Foucault (2005), esclarece que:

“o processo de envelhecimento ocorre diferente para cada pessoa, onde são

considerados vários fatores como o ritmo, época de vida e um estado de espírito onde

os próprios indivíduos se concebem nessa etapa da vida, exercendo sua cidadania

(FOUCAULT, 2005, p. 48)”.

Assim sendo, com o envelhecimento podem aparecer modificações nas reações

emocionais; perdas e separações, solidão, isolamento e marginalização social. Portanto, saber

envelhecer é uma virtude que requer integração dos anos vividos e aceitação do momento

presente. A velhice deve necessariamente ser encarada como um fator social e cultural

associadas da qualidade de vida esperada.

Não se pode ter medo da velhice, especialmente da incompreensão, do abandono ou

mesmo solidão, mas é preciso se manter a mente ativa durante toda a vida, de forma que a

memória se conserve em pleno funcionamento, como é esclarecido por Foucault (2005, p.

148):

[...] se a velhice não está incumbida das mesmas tarefas que a juventude, seguramente

ela faz mais e melhor. Não são nem a força, nem a agilidade física, nem a rapidez que

autorizam grandes façanhas; são outras qualidades, como a sabedoria, a clarividência,

o discernimento. Qualidades das quais a velhice não só não está privada, mas, ao

contrário, pode muito especialmente se valer (CALDAS, 1998, p. 18 e 19).

Nesse entendimento, nota-se que o conceito de velhice está relacionado a última fase

do envelhecimento humano, ou seja, um estado que caracteriza a condição do ser humano

idoso. Entretanto nos dias atuais, com os avanços da medicina, da farmacologia e, até mesmo

Page 14: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

14

da cirurgia plástica, a velhice parece encontrar novos limites, uma vez que os efeitos do

envelhecimento podem ser escamoteados.

Dessa forma “o idoso tem maior aceitação, integração e reconhecimento da sociedade”

(p. 86), já que ser idoso não é uma abstração, porém uma condição visível e que determina, de

certo modo, as possibilidades de ação e inter-relacionamento social, mas é um jeito cruel da

velhice, talvez o pior ou o mais doloroso, é a sensação angustiante que assalta o idoso de não

ser mais capaz de cuidar de si, de não ser amado, ou de não ser merecedor de ocupar o espaço

que lhe é devido.

Portanto há multiplicidades de opiniões ao se conceituar a pessoa idosa. Observa-se

que conceituar população idosa não é tarefa fácil, devido a não clarificação da idéia do que

marca a transição entre fim da idade adulta e o começo da última etapa da vida.

velhice não comporta um só conceito, porque não há equivalência sobre as

características de uma pessoa em determinada idade, isto é, a idade cronológica pode não ser idêntica à biológica e social do indivíduo. O conceito cronológico seria

determinado a partir os 65 anos nos países desenvolvidos, e dos 60 anos nos países em

desenvolvimento (GUEDES, 2001, p. 29).

Os idosos têm um papel fundamental em nossa sociedade e para que seus direitos

fossem reconhecidos criou-se a LEI N o 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o

Estatuto do Idoso que tem como propósito fundamental a promoção do envelhecimento

saudável, a prevenção e/ou a melhoria, ao máximo possível, da capacidade funcional dos

idosos, o cuidado e a prevenção de doenças, a recuperação da saúde daqueles que adoecem e a

reabilitação daqueles que venham a ter sua capacidade funcional diminuída, de modo a

garantir-lhes permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas

funções na sociedade.

Portanto, os idosos não podem mais ser tratados como se fossem peças descartáveis,

ele seria a pessoa mais indicada a nos dar uma opinião, pois são pessoas vividas que nos

servem de exemplo. Pois segundo essa Lei, no Art. 2º, consta que:

O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem

prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por

outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde

física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em

condições de liberdade e dignidade. (ESTATUTO DO IDOSO, art. 2º)

Acredita-se que a velhice se coloca como um novo problema a ser enfrentado,

necessitando de pessoas para o cuidado, esta deve ser vista como uma etapa agradável e

Page 15: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

15

alegre, de recordar o que já se viveu em etapas anteriores. “Todo aquele que sabe tirar de si

próprio o essencial não poderia julgar ruins as necessidades da natureza” (CALDAS, 2000, p.

9). Assim, uma vida tranqüila pode levar a uma velhice pacífica e suave com bons cuidados.

O cuidado que o idoso necessita está garantido na nova Constituição Federal brasileira

(1988), “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de cuidar dos idosos, assegurando-lhes

uma participação na vida comunitária, protegendo sua dignidade e bem-estar, garantindo-lhes

o direito à vida” (art. 230). Esse cuidar é na realidade, uma atitude que necessita de

preocupação, ocupação, responsabilidade e envolvimento afetivo com o ser cuidado.

Para Silvestre (1996, p. 45), o cuidar em favor da saúde do idoso, devem objetivar ao

máximo a manutenção do idoso na comunidade, junto de sua família, da forma mais digna e

confortável possível e possa enfrentar os desafios do envelhecimento saudável. Assim, sendo

esse cuidado com o idoso deve oferecer boa qualidade de vida, com ótimas condições de

moradia e momentos de lazer, uma vez que com o passar dos anos muitos idosos tornam-se

totalmente submissos de familiares e amigos.

Neri (2005, p. 5), assegura que ao idoso deve ser garantidos maneiras preventivas de

saúde, prática de atividades físicas, combate ao estresse, alimentação adequada e moradia

adequada. Para o autor é preciso encarar a chegada da terceira idade sem se esconder do

mundo, achando-se inválido e esperando a morte. Ao idoso deve ser dispensados respeito e

dignidade, o envelhecimento não deve estar relacionado à sobrevida, mas a qualidade de vida.

Desse modo, hoje, envelhecer é um triunfo, mas para desfrutar da velhice, é conciso

dispor de políticas públicas adequadas que possam garantir um mínimo de condições e

qualidade de vida para os que atingem a terceira idade.

1.1 Qualidade vida

Qualidade de vida é um amplo conceito que envolve diferentes aspectos relacionados a

saúde física, estado psicológico, relações sociais, nível de independência e pelas relações do

indivíduo com as características mais relevantes do seu meio ambiente.

Cada indivíduo e cada grupo humano procura interpretar a qualidade de vida de

acordo com seus valores, princípios e interesse, sempre utilizando os seus próprios e

diferentes indicadores, originando assim a uma diversidade de interpretações de usos do

conceitos.

Segundo Neri (2005, p. 5), a qualidade de vida pode ser definida como sendo “a

condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais,

Page 16: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

16

modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano. O “estilo de

vida é um conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores individuais e as

oportunidades na vida das pessoas”

Entende-se então que a qualidade de vida pode relacionar-se a diversos pontos que

afetam a vida como um todo. Torna-se um conceito amplo e complexo, para garantir que ter

qualidade de vida é estar em equilíbrio com si próprio, com a vida ou com as diferentes

pessoas.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1986) saúde não é apenas ausência de

doenças, mas também o completo bem-estar biológico, psicológico e social. Nesse sentido, a

Qualidade de Vida envolve indivíduo em qualquer circunstância no contexto onde sobrevive,

considerando a satisfação do bem-estar, no envolvimento de atividades sociais, comunitárias e

físicas, desenvolvimento e enriquecimento pessoal, recreação, e independência para

realização de atividades.

Uma boa qualidade de vida pressupõe ainda no equilíbrio para desenvolver as

atividades, comunicação, relações com grau de afetividade capaz de despertar sentimentos

altruístas, pois o isolamento não proporciona trocas, mas só leva as frustrações, e segundo

Medrado (1996):

Contribui para o desenvolvimento das competências afetivas, éticas, estéticas,

cognitivas, de relação interpessoal e de inserção social. A sua prática, acima de tudo é

saúde e deve ser praticada por todos independente da idade, como forma de lazer e

também como forma de prazer (MEDRADO 1996, p. 56):

Nesse sentido, o exercício físico torna-se como um dos principais mecanismos para

melhorar a nossa saúde e a qualidade de vida, como garante Bacelar (2002):

Realizado de forma moderada e regular, é um santo remédio. Depende unicamente de

nossa força de vontade e disciplina para que possamos restaurar este hábito em nossas

vidas. O hábito se forma com a prática de exercícios até que o corpo passe a solicitar à

mente, incorporando o movimento e substituindo o sedentarismo. (BACELAR, 2002,

p. 34).

Qualidade de vida é um termo que se reveste de grande complexidade, dada a

subjetividade que representa para cada pessoa ou grupo social, podendo representar

felicidade, harmonia, saúde, prosperidade, morar bem, ganhar salário digno, ter amor e

família, poder conciliar lazer e trabalho, ter liberdade de expressão, ter segurança, ter uma

moradia digna, e pode ainda significar todo esse conjunto de atributos e/ou benefícios

(FREITAS, 2004, p. 271)

Page 17: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

17

1.2 Qualidade de vida na velhice

A qualidade de vida na velhice é um fator que se relaciona a uma multiplicidade de

aspectos e influências referentes ao processo de envelhecimento, ou seja, uma velhice

satisfatória não é um atributo do individuo biológico, psicológico ou social, mas resulta da

qualidade da interação entre pessoas em mudanças. Portanto, qualidade de vida é a satisfação

que se tem proveniente de saúde geral, conforto e relações pessoais mais do que de dinheiro.

A qualidade de vida na velhice está diretamente relacionada à interação de vários

fatores construídos ao longo da vida. Esses fatores compreendem carga genética,

estilo de vida, relações sociais e familiares, capacidade laborativa, educação, suporte

econômico e ambiente físico (FREITAS, 2004, p. 271).

Segundo Néri (2004), o interesse pela qualidade de vida na velhice é ainda incipiente e

fragmentado no Brasil, devido ser um fenômeno social é muito recente e, por inserir-se num

quadro de forte desigualdade social e de acentuadas carências, em que uma minoria, como os

idosos, não chega a constituir demandas capazes de mobilizar a sociedade em favor do

atendimento de suas necessidades.

Ter ou não ter uma boa qualidade de vida na velhice não é um atributo do indivíduo

biológico ou psicológico, nem uma responsabilidade individual, mas, sim, um produto da

interação entre pessoas vivendo numa sociedade em transformação (NERI, 2004; SANTOS,

2001).

Nesse sentido pode-se entender que para ter uma boa qualidade de vida na velhice é

preciso ter boa moradia, um bom relacionamento social e praticar atividades físicas para

garantir uma boa saúde. Portanto, quanto mais ativo o idoso, maior sua satisfação,

conseqüentemente melhor sua qualidade de vida (GATTO, 2002, p. 67). Vê-se que o cuidado

com a saúde é uma das questões mais importante que se interrelaciona ao envelhecimento,

pois atua diretamente na forma como este irá encarar a sua velhice.

O cuidado com a saúde é importante em qualquer etapa e mais ainda em idade

avançada, não porque o envelhecimento seja sinônimo de enfermidade, senão porque,

na velhice, as pessoas têm maior propensão a adoecer, já que são mais frágeis ao

diminuir sua capacidade de adaptação às agressões externas e internas

(CORTELLETTI, CASARA & HERÉDIA, 2004, pag. 47).

Percebe-se que a saúde das pessoas idosas, é uma questão de saúde pública e não pode

ser entendida como de responsabilidade individual, pois demanda por políticas sociais que

devem impactar sob os sistemas de saúde, educação, planejamento dos ambientes de trabalho

Page 18: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

18

e dos espaços urbanos, sistema de seguridade social e também sob o modelo de formação e

atuação dos profissionais que cuidam desses assuntos.

1.3 Fatores que influenciam para uma boa qualidade de vida na velhice

Assis (1999, p. 33) acredita-se que qualidade de vida para a pessoa idosa, implica na

manutenção da autonomia, auto-satisfação, participação e a possibilidade de atuar em

variados contextos sociais. Pois a qualidade de vida na velhice é experimentada de diversas

formas e pode estar associada também à impressão subjetiva de seu estado de saúde.

De acordo com Veras (2007, p. 54) muitas vezes, na velhice, os problemas de saúde

causados por patologias múltiplas são agravados pela solidão e a pobreza. Assim sendo

existem outros fatores que influenciam para uma boa qualidade de vida na velhice que estão

relacionados ao apoio social e familiar, seu estilo de vida, experiência pessoal, satisfação com

a vida e estado de humor.

Segundo Neri, (2004, p. 34) os fatores que se relacionam ao estilo de vida referem-se

ao conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades de

independência na vida das pessoas.

Portanto, a capacidade de se manter independente funcionalmente e a capacidade de

realizar atividades sem a interferência ou influência de outras pessoas é uma das questões

mais significativas da velhice.

Para Freitas (2004, p. 28), é possível buscar o envelhecimento saudável através da

promoção da saúde e da prevenção de doença, mantendo a capacidade funcional pelo maior

tempo possível.

Assim sendo, a condição que o idoso tem em se manter independente, conduzindo sua

própria vida, decidindo, atuando e utilizando as habilidades que o indivíduo tem para

desempenhar suas atividades do dia a dia, garantem-lhe boa qualidade de vida.

1.3.1 Saúde

A saúde e a doença nos idosos é destacada para Silvestre. (1996, p. 45) como

fenômenos clínicos e sociológicos que são dependentes, entre outros fatores, da situação

econômica e social, na qual a velhice é limitada principalmente pela aposentadoria e pela

"desqualificação" como mão - de - obra para o mercado de trabalho.

Page 19: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

19

De acordo com Freitas (2004, p. 33) a saúde é a chave para uma boa vivência do

processo de envelhecimento, mas depende corretos hábitos de vida, inserção familiar,

inserção social e adequação ambiental.

Para Machado (1997), a saúde é um estado de equilíbrio geral psicofisiológico: o

social, o cultural, o trabalho, a efetividade e a participação política são ingredientes

intervenientes à saúde. Assim, a saúde não é mais analisada como o objetivo final de vida,

mas o meio para se atingir seus desejos e Anseios.

A atenção à saúde dos idosos no Brasil, no que dizer respeito à organização e

estruturação, avançou significativamente com a criação da Lei n.º 8.842, de 4 de janeiro de

1994, onde foi regulamentada pelo Decreto n º 1.948, de 3 de julho de 1996, dispondo sobre a

Política Nacional do Idoso, sendo que esta lei, em seu artigo 10, inciso II – na área de saúde,

alínea “a”, garante ao idoso a assistência à saúde para estado de completo bem-estar físico,

mental e social, e não apenas a ausência de doença, nos diversos níveis de atendimento

(LOPES, 2000, 121).

A garantia da saúde ao idoso, conforme é citado na Lei acima possibilitará que ele

tenha uma boa qualidade de vida, ou seja uma “condição humana com dimensões física,

social e psicológica, caracterizadas num contínuo, com pólos positivo e negativo” (FREITAS,

2004, p. 120).

A partir desse estatuto, foi garantido por lei a importância merecida à terceira idade,

devendo ser oferecido melhor qualidade de vida e assistência para se viver bem, uma vez que

envelhecer pode significar amadurecer e não ser velho, pode significar a soma de experiências

que levam ao crescimento e não à morte.

Neri (2004) já afirmava que na fase da velhice, se vivida em condições ótimas de

saúde e ambiente, é provável manter o desempenho, contrair conhecimento, sustentar relações

sociais e aperfeiçoar a capacidade de auto-regulação. O idoso precisa portanto ter saúde para

mudar e enfrentar o ambiente como um todo e satisfazer seus desejos.

Portanto, A saúde representa um fator decisivo para a manutenção, na velhice, de uma

boa qualidade de vida. Durante a velhice, se vivida em condições ótimas de saúde e ambiente,

é possível manter o desempenho, adquirir conhecimento, manter relações sociais, aprimorar a

capacidade de auto-regulação e assim diminuir os prejuízos e conservar a autonomia (NERI,

2004).

De acordo com os autores acima citados, percebe-se que para se ter um

envelhecimento saudável e tranqüilo se faz necessário que os homens usufruam suas

Page 20: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

20

potencialidades e disponibilidades, viva intensamente o momento, dando sentido e novos

significados para a vida na idade avançada.

O idoso precisa se sentir útil e deve-se colaborar para que isso aconteça. Se tiverem

condições de saúde para realizar tarefas, sempre incentivo, pois assim possibilito uma melhor

qualidade de vida pra eles. Cabe acentuar que é necessário compreender o sentido de saúde

para os idosos a partir do seu próprio olhar, tendo em vista a associação que se estabelece

entre a velhice e a doença em nossa sociedade, bem como a representação social dessa

associação.

1.3 2 Habitação

Ter uma habitação digna significa ter conforto, bem-estar, satisfação e segurança para

desempenhar com melhores condições as atividades diárias.

A moradia digna constitui-se num direito humano firmado na Constituição Federal

brasileira de 1988, hoje está previsto no artigo 6º da Constituição Federal, fundado no

princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III e V, CF), ele abrange, além da garantia

da própria moradia, a qualidade e conforto, vinculadas às redes de infra-estrutura básica

(água, esgoto, energia elétrica e drenagem), ao transporte coletivo e aos equipamentos sociais

(saúde, educação, segurança, lazer e cultura). Portanto, um direito fundamental do cidadão

brasileiro, além de revestir-se em um direito inerente à personalidade humana.

A não efetivação deste direito propicia a violação a inúmeros outros direitos e valores

que visam assegurar a dignidade do ser humano, tais como: direito à identidade, à qualidade

de vida, à segurança, à saúde, às oportunidades de trabalho, à inclusão social, cidadania, entre

outros.

De fato, há que se conceber o direito à moradia como elemento principal do

reconhecimento de sua dignidade enquanto pessoa, já que a questão da dignidade, não

obstante tratar-se de um valor espiritual e moral, também é instituto de proteção

jurídica, daí o direito à moradia estar intimamente relacionado a outros direitos, já que

pelo fato de morar sob um teto, em um local determinado, tem-se também direito a

outros direitos, como o direito à vida privada, à intimidade, à honra, à imagem, ao

sigilo de correspondência de sua residência, ao segredo doméstico, ao sossego, à

educação, à saúde, pois não há como admitir o exercício de um direito sem o outro,

porquanto são tão essenciais que se unem em um só indivíduo, de forma que não se

pode separá-los integralmente ou definitivamente (BACELAR 2002, p. 88).

As pessoas precisam ter um local adequado em que possam tentar ter uma vida

tranqüila, e isto é impossível quando as pessoas moram, a cada dia, em um lugar diferente.

Page 21: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

21

Portanto, a qualidade de habitação é um fator de excelência pessoal que pode fazer com que

as pessoas atendam suas necessidades.

1.3.3 Lazer

As necessidades individuais das pessoas podem ser satisfeitas por um programa de

lazer com motivação que garantam uma boa qualidade de vida evitando assim doenças

psicológicas e fisiológicas, uma vez que o direito ao lazer está assegurado no Estatuto do

Idoso, para estimular a integração entre as pessoas.

Machado (1997), defende a idéia de que, para o idoso usufruir do lazer, é necessário

primeiramente a prática, o aprendizado, o estímulo, a preparação e a iniciação aos conteúdos

culturais. Nesse sentido um programa de atividade física pode ser efetivo para a capacidade

funcional desse grupo de pessoas, podendo contribuir certamente para a autonomia e,

sobretudo para a qualidade de vida.

Salgado (2006) entende que para um idoso encontrar na terceira idade um perfeito

equilíbrio, necessita que tenha hábitos de vida saudáveis durante toda a sua trajetória:

infância, adolescência e vida adulta.

Devemos estar cientes de que “uma velhice tranqüila é o somatório de tudo quanto

beneficie o organismo, como por exemplo, exercícios físicos, alimentação saudável,

espaço para o lazer, bom relacionamento familiar, enfim, é preciso investir numa

melhor qualidade de vida” (SALGADO, 2006, p. 2).

Para Matsudo (2001), a população idosa poderá prolongar mais tempo a execução das

atividades da vida diária e garantir melhor qualidade de vida, quando começar a ver a

atividade física como forma de prevenção e reabilitação da saúde que podem ser adquiridas

como forma de lazer. Trata-se de um fenômeno sócio-cultural na vida de pessoas idosas,

representando, além de uma melhora na auto-estima, maior tempo livre vivido com qualidade.

1.4 Asilo

O processo histórico de constituição dos asilos se assemelha a história dos hospitais,

uma vez que em seu início ambas abrigavam idosos em situação de pobreza e exclusão social.

Quando não existiam instituições específicas para idosos, estes eram abrigados em

asilos de mendicidade, junto com outros pobres, doentes mentais, crianças abandonadas,

desempregados.

Page 22: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

22

O Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada, criado em 1890, foi a primeira

instituição para idosos no Brasil aconteceu no estado do Rio de Janeiro, em 1890 até meados

da década de 20, por um proeminente homem de negócios da sociedade carioca, o Visconde

Ferreira de Almeida,para acolher a velhice desamparada. Na época, quando a instituição

passava por um intenso processo de modernização foi motivo para uma série de reportagens

nos jornais.

Esse asilo foi fundado e rapidamente passou a receber subvenções públicas e a contar

com o apoio de uma ordem de freiras Franciscanas que cedia irmãs para cuidarem dos

asilados. Em pouco mais de três décadas, ampliou enormemente sua capacidade, iniciando

com 45 leitos, em 1892,e passando para 260 leitos, em 1925. Teve o prédio ampliado e

contou ainda com modernas instalações, numa série de obras financiadas com o dinheiro das

subvenções e dos inúmeros donativos que a instituição recebia.

Em fins do século XIX, teve em São Paulo a construção da Santa Casa de Misericórdia

para dar assistência a mendigos e idosos. Conforme o aumento de internações para idosos foi

crescendo passou a definir-se como instituição gerontológica.

Nos anos 60 aos anos 90 a velhice transformou-se em questão pública, sendo essa

época caracterizada pela demarcação da velhice, como estágio distinto do ciclo de vida.

A mudança de hábitos de vida dos idosos quando deixam seus lares para uma

habitarem em uma instituição de longa permanência representa um grande desafio, pois se

deparam-se com um jeito diferente do estilo de vida antes vivido por eles.

No entanto, Buss (2003), assegura que os idosos não podem encarar o processo de

institucionalização como perda de liberdade, abandono pelos filhos, aproximação da morte,

pois causará ansiedade quanto à condição do tratamento recebido pelos funcionários.

Muitas vezes uma instituição de longa permanência cumpre papel de abrigo, ou seja, a

nova habitação para o idoso excluído da sociedade e da família, abandonado e sem um lar

fixo, tornando-se como único ponto de referência para uma vida digna e um envelhecimento

com paz e tranqüilidade.

No entanto, mesmo com direito garantido pela Constituição Federal que declara a

obrigatoriedade de proteção a pessoa idosa1, com boas condições de vida que assegure a

dignidade humana, nem sempre o Estado destina os recursos aos asilos para suprir as

1 A proteção ao idoso tem assento constitucional. A Constituição Federal, logo no art. 1º declara que são

princípios fundamentais da República Federal do Brasil, a cidadania e a dignidade humana (incisos I e II). “O

idoso é ser humano, portanto possui status de cidadão e, por consequência, deve ser contemplado por todos os

instrumentos asseguradores da dignidade humana aos brasileiros, sem distinção”. (Constituição Federal, 1988)

Page 23: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

23

necessidades aos idosos que não tem família e acaba comprometendo os recursos do asilo e

dificultando o trabalho dos dirigentes dessas instituições.

Pelo fato da questão do envelhecimento e da velhice ter adquirido grandes proporções

e tender a aumentar, o Estado terá que ser acionado para atuar em parceria com organizações

privadas e não governamentais. O reconhecimento da política de assistência social deu-se

institucionalmente e formalmente, a partir da Constituição Federal de 1988. A regulamentação

desse artigo constitucional foi através da Lei Orgânica de Assistente Social – LOAS, Lei

Orgânica do Assistente Social, de n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a

organização da assistência social.

E, para corrigir os maus tratos que muitos idosos vem recebendo por parte de

familiares que se julgam muito ocupados para dedicar amor e carinho a essas pessoas que já

contribuíram e ainda muito pode contribuir com a sociedade, e até mesmo com o Estado, que

em muitas situações tem se mostrado omisso com a ajuda aos asilos que recebem esses idosos

que a família ignora, a Constituição Federal passa a estabelecer meios legais para que o idoso

deixe de ser discriminado e receba o tratamento que lhe é devido2.

Mas não é somente a Constituição Federal que se preocupa com a dignidade do idoso,

pois foi também criado a partir de 1994, a Política Nacional do Idoso que através de Leis e

diretrizes asseguram o atendimento as necessidades básicas ao idoso para que tenham boas

condições de vida, e possam desfrutar dessa fase de vida com saúde e bem estar3.

2 Constituição Federal estipula que um dos objetivos fundamentais da República é o de promover o bem de

todos, sem preconceito ou discriminação em face da idade do cidadão, bem como de origem, raça, sexo, cor e

quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV. Para o idoso que não integre o seguro social, ou

seja, o benefício a que tem direito apenas quem contribui para a Previdência Social, a Constituição assegura a

prestação de assistência social à velhice. Tal proteção deve se dar com os recursos orçamentários da previdência

social e prevê, entre outras iniciativas, a garantia de um salário mínimo mensal ao idoso que comprove não

possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família (arts. 203 e 204). Especial

destaque na proteção constitucional ao idoso é o papel da família. A família é a base da sociedade e merece

atenção especial do Estado. A partir dessa conceituação, o estado deverá assegurar assistência a cada um dos que

a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações (art. 226). Ainda com

respeito ao aspecto familiar, é dever da família, bem como do Estado e da sociedade, amparar as pessoas idosas,

assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à

vida (art. 3º).

3 A Política Nacional do Idoso (Lei Federal nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, regulamentada pelo Decreto

Federal nº 1.948, de 3 de julho de 1996) é o instrumento básico. A lei começa por repetir os princípios

constitucionais, garantindo ao idoso a cidadania, com plena integração social, a defesa de sua dignidade e de seu

bem-estar e do direito à vida, bem como o repúdio à discriminação (art. 3º). Uma de suas diretrizes é a

priorização do atendimento do idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços. Quando desabrigado

e sem família deve receber do Estado assistência asilar condigna (art. 4º). Na implementação desta política

nacional do idoso, a lei atribui ao Poder Público incumbências muito claras nas mais diversas áreas: a) na

promoção e na assistência social, há previsão de ações no sentido de atender as necessidades básicas do idoso,

estimulando-se a criação de centros de convivência, centros de cuidados noturnos, casas-lares, oficinas de

trabalho, atendimentos domiciliares, além da capacitação de recursos para atendimento do idoso (art. 10, I); b) na

área de saúde, o idoso deve ter toda assistência preventiva, protetiva e de recuperação por meio do Sistema

Page 24: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

24

2 O LAR BOM SAMARITANO NA CIDADE DE IPORÁ-GO

O Lar Bom Samaritano é de caráter filantrópico, localizado no setor Jardim Arco Íris,

Q. 5 L.1, avenida Monte Alegre, na cidade de Iporá-GO. Sua coordenação é exercida por W.

I. C. A unidade apresenta objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os

princípios do Estatuto do Idoso, estando inscrita, no Conselho Municipal de Saúde. Sua

capacidade é para atendimento a 30 idosos, havendo, atualmente, 25 pessoas, dentre homens e

mulheres, abrigados na instituição.

O Lar Bom Samaritano não possui nenhum convênio, recebe donativos, e os idosos

contribuem com 90% dos benefícios recebidos, de acordo com o contrato celebrado na

presença dos familiares. Não foi possível saber,entretanto, qual orçamento mensal da

instituição.

A instituição conta com quatro prestadores de serviços à comunidade e utiliza serviços

médicos e de Enfermagem do Programa Saúde da Família. As condições de trabalho dos

profissionais são adequadas, mas que possuem pouca autonomia para o desenvolvimento de

projetos socioeducativos.

Sobre as instalações físicas, a instituição conta com 10 quartos, com área média de

nove m2 cada quarto, havendo dois ou três idosos em cada cômodo. Os alojamentos possuem

Único de Saúde; deve ser incluída a geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos

federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais (art. 10, II); c) na área da educação prevê-se: a adequação

dos currículos escolares com conteúdos voltados para o processo de envelhecimento, de forma a eliminar

preconceitos; a inserção da Gerontologia e da Geriatria como disciplinas curriculares nos cursos superiores; a

criação de programas de ensino destinado aos idosos; o apoio à criação de universidade aberta para a terceira

idade; d) na área do trabalho e da previdência: impedir a discriminação do idoso, no setor público e privado;

programas de preparação para a aposentadoria com antecedência mínima de dois anos antes do afastamento;

atendimento prioritário nos benefícios previdenciários; e) habitação e urbanismo: facilitar o acesso à moradia

para o idoso e diminuir as

barreiras arquitetônicas; f) na área da justiça: promoção jurídica do idoso, coibindo abusos e lesões a seus

direitos; g) na área da cultura, esporte e lazer: iniciativas para a integração do idoso e, com este objetivo, a

redução de preços dos eventos culturais, esportivos e de lazer. A lei também prevê a criação de conselhos do

idoso no âmbito da União, dos Estados, Distrito Federal e municípios, com o objetivo de formular, coordenar,

supervisionar e avaliar a política nacional do idoso, no âmbito da respectiva atuação (arts. 5º e 6º).

Page 25: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

25

condições de aeração e iluminação adequadas, mas as condições de higiene não são muito

boas. Os idosos possuem espaço para guardar seus pertences pessoais e não há espelhos nos

quartos. Estão presentes 12 banheiros na unidade, em boas condições de higiene, contando

com artefatos de proteção/apoio nos chuveiros e vasos sanitários, não possuindo, entretanto,

tratamento com piso antiderrapante. As paredes e tetos possuem cores claras e laváveis, o que

facilita a limpeza da casa. A instituição de longa permanência atende a todas as exigências

mantendo as dependências em perfeitas condições de higiene, possuindo lixeira externa e

mantendo os lixos em sacos plásticos.

No Lar Bom Samaritano não há escadas por onde os moradores tenham que

obrigatoriamente se deslocar, mas, em caso de sinistro, haveria dificuldade em evacuar o

prédio com rapidez. A unidade possui extintores de incêndio em locais visíveis e dentro dos

prazos de validade, mas os quartos não estão equipados com campainhas de emergência.

As instalações elétricas e hidráulicas estão em boas condições, assim como a cozinha e

o refeitório, estando também os alimentos armazenados e acondicionados corretamente. O Lar

Bom Samaritano possui área externa, e o espaço oferece condições apropriadas para o trânsito

dos idosos.

Verificou-se, durante a visita, que a instituição não presta atendimento personalizado e

não procede ao estudo pessoal e social de cada caso. As visitas aos internos podem ocorrer

diariamente, entre 7h e 20h, constatando-se que O Lar Bom Samaritano não promove a

preservação dos vínculos familiares e sociais dos idosos.

Quanto à alimentação, são servidas cinco refeições diárias, de boa qualidade, havendo

poucos idosos que necessitem de dietas especiais. A instituição não conta com projeto

terapêutico que norteie suas ações de saúde e o número de profissionais é inadequado para

atender à demanda. Os problemas de saúde encontrados são hipertensão e diabetes, havendo

casos de sofrimento psíquico e deficiências. Nos últimos três anos, há registro de um óbito na

unidade. Os medicamentos disponíveis são adequados e estão armazenados corretamente,

sendo manipulados pelos técnicos em Enfermagem. Todos os idosos possuem cartão de

vacina. Os idosos não praticam exercícios físicos na instituição, que promove poucas

atividades comunitárias internas e externas. Os moradores quase não saem da instituição, a

não ser para irem a igreja, que na sua maioria são evangélicos. Não há projeto educacional em

curso, nem biblioteca, mas a assistência religiosa é oferecida de forma satisfatória. Os idosos

têm acesso aos meios de comunicação, podendo escrever e receber cartas, receber e efetuar

ligações telefônicas, mas não lhes são asseguradas as condições de privacidade necessárias à

vida sexual e afetiva.

Page 26: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

26

O Lar Bom Samaritano, assim como outros asilos de Iporá e até mesmo do estado de

Goiás sofrem pó falta de uma política de atenção integral do poder público em oferecer

serviços de longa permanência. Os idosos que vivem nessa instituição são na sua grande

maioria abandonados nessa instituição filantrópica primeiramente pela família e, depois, pelas

próprias instituições, que deveriam garantir tratamento digno, mas que, na maioria das vezes,

repetem a segregação e a exclusão.

Percebe-se portanto, que mudanças ainda precisam acontecer. O Estatuto do Idoso

precisa ser divulgado, o Poder Público tem a função de estabelecer políticas públicas efetivas

de atenção à pessoa idosa e nós, cidadãos e cidadãs indignados com essa sociedade perversa,

temos o dever de, por meio das instâncias de controle social, exercer a nossa cidadania e lutar

por uma sociedade mais digna para todos e todas.

Page 27: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

27

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com o objetivo de caracterizar os sujeitos da pesquisa e nortear as questões das

entrevistas, foram utilizados instrumentos do tipo roteiro de entrevista ao Dirigente do Lar

Bom Samaritano (Apêndice I) e para o idoso que ali reside (Apêndice II). Pode-se considerar

que esse momento da entrevista, foi uma das etapas mais desafiadoras da pesquisa, pois

adentrar como um estranho no mundo privado do entrevistado e transformá-lo em parceiro da

caminhada, trazendo em seu relato a profundidade do seu vivido exige troca e aproximação.

Todos os sujeitos receberam pseudônimos, objetivando a preservação do anonimato.

Esta identificação atenta para o aspecto ético da pesquisa , constante no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE., seguindo as normas da resolução do CONEP

196/96, pois conforme afirma Vieira (2004) "todo e qualquer pesquisador deve obedecer

princípios, diretrizes e normas para a elaboração de seu trabalho científico, principalmente, se

o mesmo envolver seres humanos".

Os sujeitos da pesquisa foram esclarecidos sobre os objetivos a que se propunha. Para

Vieira (2004) e Trivinos (1992) o consentimento livre e esclarecido ou informado com o

consentimento, transforma o que seria simples uso da pessoa em participação consciente dessa

pessoa num empreendimento cientifico. Ainda, segundo esses mesmos autores o termo de

consentimento tem como finalidade principal proteger o participante; e também, o

pesquisador e a instituição.

Foi então solicitada autorização prévia do Dirigente do Lar Bom Samaritano,

entregando-lhe uma carta de apresentação, elaborada pela pesquisadora, constando a

finalidade da pesquisa.

3.1 Os sujeitos da pesquisa

Page 28: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

28

Os sujeitos da pesquisa são 25 idosos que residem no Lar Bom Samaritano, sendo a

maioria do sexo feminino (quinze sujeitos) e (10) do sexo masculino. A idade varia entre 65 e

90 anos, com exceção de um(tetraplégico) com 30 anos. A religião da maioria (22 sujeitos) é

Evangélica e apenas de uma (01) é Católica. A grande maioria (18 sujeitos) são de estado

civil solteiro, três são viúvos e quatro são casados (porém não vivem com o esposo(a)).

Quanto ao nível de escolaridade 15 entre os (25) não são alfabetizados e 10 são

alfabetizados. Esses números mostram o grande número de pessoas de terceira idade com

pouco ou nenhum grau de escolaridade, o que mostra que analfabetismo no idoso representa

uma realidade nos países em desenvolvimento, como, por exemplo, o Brasil.

QUADRO 01: Características dos idosos que residem no Lar Bom Samaritano

Sujeito Sexo Idade

Estado civil

Escolaridade

Religião

A1 Feminino 66 anos Solteira Não alfabetizado Católica

A2 Feminino 73 anos Casada Alfabetizado Evangélica

A3 Feminino 85 anos Casada Não alfabetizado Evangélica

A4 Feminino 69 anos Solteira Não alfabetizado Evangélica

A5 Feminino 80 anos Solteira Não alfabetizado Evangélica

A6 Feminino 70 anos Viúva Não alfabetizado Evangélica

A7 Feminino 68 anos Solteira Não alfabetizado Católica

A8 Feminino 66 anos Solteira Alfabetizado Evangélica

A9 Feminino 72 anos Solteira Não alfabetizado Evangélica

A10 Feminino 69 anos Solteira Não alfabetizado Evangélica

A11 Feminino 85 anos Viúva Alfabetizado Evangélica

A12 Feminino 90 anos Solteira Alfabetizado Evangélica

A13 Feminino 70 anos Solteira Não alfabetizado Evangélica

A14 Feminino 71 anos Solteira Não alfabetizado Evangélica

A15 Feminino 75 anos Viúva Não alfabetizado Evangélica

A16 Masculino 76 anos Solteiro Alfabetizado Evangélica

A17 Masculino 81 anos Solteiro Não alfabetizado Católica

A18 Masculino 73 anos Solteiro Alfabetizado Evangélica

A19 Masculino 90 anos Casado Não alfabetizado Evangélica

A20 Masculino 84 anos Solteiro Não alfabetizado Evangélica

A21 Masculino 65 anos Solteiro Alfabetizado Evangélica

A22 Masculino 70 anos Solteiro Alfabetizado Evangélica

A23 Masculino 68 anos Casado Não alfabetizado Evangélica

A24 Masculino 99 anos Solteiro Alfabetizado Evangélica

A25 Masculino 30 anos Solteiro Alfabetizado Evangélica Fonte: Dados obtidos na enfermaria do Lar Bom Samaritano, em julho de 2010

Os idosos que residem no Lar Bom Samaritano, quanto ao grau de dependência são

distribuídos em ala A (ala feminina) 12 idosas, a ala B (ala masculina) com 10 idosos, já a ala

Page 29: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

29

C (ala mista – totalmente dependentes) com 3 internos – do sexo masculino, sendo 1

tetraplégico.

Todos os idosos fazem uso freqüente de medicamentos, sendo bastante comum os

agentes cardiovasculares, analgésicos, sedativos e tranqüilizantes.

Quadro 02: Distribuição de idosos residentes no Lar Bom Samaritano, segundo o sexo e o grau de dependência.

Iporá - GO. 2010.

SEXO Indep. Dep.

Parcial

Totalmente

Dep.

TOTAL

Masculino 5 2 3 10

Feminino 8 7 - 15

Total 13 9 3 25

Fonte: Dados obtidos na enfermaria do Lar Bom Samaritano, em julho de 2010.

3.2. Percepção dos idosos sobre saúde e qualidade de vida

Visando apresentar os resultados dos depoimentos dos idosos do Lar Bom Samaritano

sobre saúde e qualidade de vida na velhice, este tópico traz dois momentos: identificando as

suas percepções sobre o contexto em que vivem, a influência de suas crenças, valores,

sentimentos e visão de mundo, refletindo deste modo, suas percepções.

3.2.1 Aspectos ligados a saúde

Na opinião dos 25 idosos que residem no Lar Bom Samaritano, em relação ao estado

de saúde, a grande maioria considera que sua saúde esta boa, conforme pode ser verificado

nos gráficos 1 e 2.

Os dados sugerem que a visão de boa saúde pode estar atrelada à questão da saúde

psicológica. A pesquisa também sugere que há idosos com representação de saúde muito

positiva pois, apesar de terem problemas de saúde, buscam sempre a autonomia, enfrentando

os obstáculos, enquanto alguns se apóiam em pequenos problemas da saúde física, num

discurso de infelicidade e sofrimento, o que pode ser indício de que a saúde emocional ou

psicológica representa importante critério para que idosos institucionalizados possam ter

maior qualidade de vida. A questão de ter ou não saúde para essas pessoas parece ser

compreendida por uma questão de não ter sofrimento, ou não sentir dor.

Page 30: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

30

Gráfico 1: Auto-avaliação da saúde segundo idosos que residem no Lar Bom Samaritano. Iporá-GO. – 2010.

Fonte: a autora/2010

No gráfico 1, referente às condições de saúde, observa-se que 60% dos idosos

consideram sua saúde boa, 16% regular, 12% ótima, 8% ruim, e 4% péssima. Percebe-se que

os entrevistados demonstraram uma atitude e uma visão bastante positiva com relação à

própria saúde, pois a maioria considera como boa o estado de saúde. E as respostas foram

bem interessantes já que, a menor parte dos entrevistados consideram sua saúde como

péssima.

88%

12%

Apresenta problemas de saúde

Tem problemas de saúde

Não tem problemas de saúde

Page 31: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

31

Fonte: a autora/2010

No gráfico 2, é mostrado que a maioria das pessoas entrevistadas 88% tem problemas

de saúde e apenas 12% não tem problemas de saúde. Dessas pessoas com problemas de saúde,

os problemas mais citados pelos idosos foram dor nas articulações, problemas de vista e

doenças do coração. Todos usam remédios, que são adquiridos no Posto de Saúde ou, quando

não tem no posto são adquiridos com o dinheiro da aposentadoria.

A importância da saúde para esses idosos podem ser constatadas a partir de alguns

depoimentos que foram registrados abaixo.

Ter saúde é poder comer, andar, e sair. É ter uma vida com mais qualidade e saúde é

conviver com familiares e amigos que realmente gostam de você, independente da sua saúde.

(A2)

Eu acho que se você não tem saúde você não aprecia todas as outras coisas que você

possa ter, quer dizer eu não tenho tudo o que eu quero, mas se eu não tiver saúde... Sabe, se

você não tem saúde você nem corre atrás das coisas, você também não usufrui das coisas que

você tem... (A5)

A minha saúde está boa, eu não tenho assim, doença física, que a gente fala...(A8).

Saúde é não sentir dor, é ter muita felicidade é algo que Deus nos dá. É não viver

bebendo um e outro remédio sem valer nada. Eu mesmo só bebo os que tem costume. (A11).

Ter saúde é não sentir nada e poder se virar sozinho, é quando agente come e dorme

bem.( A17).

Saúde é a riqueza de Deus. È poder estudar e ir a igreja (A19)

Saúde é mesmo sendo velho poder conversar e andar. Dormir bem e comer. (A22)

Nota-se que para esses idosos a saúde é um bem importante, pois acreditam que com

saúde é possível realizar seus objetivos, ideais e sonhos, podem ainda batalhar e trabalhar para

alcançar a felicidade.

Page 32: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

32

Vê-se que os idosos entrevistados sentem que tem saúde, já que acreditam ser

independentes e conseguem sobreviver. Cabe mencionar que atualmente grande parte dos

idosos é definitivamente capaz de sustentar o controle sobre sua própria vida, pois mesmo

tendo doenças são saudáveis, uma vez que convivem bem com elas (GUEDES, 2001;

TEIXEIRA, 2002).

O estado de saúde para os idosos entrevistados tem relação com o seu cotidiano, e é

subjetivado a partir do contexto de vida e da realização das atividades por eles valorizadas.

Pode-se ainda notar nas falas dos mesmos que a saúde é admirada, retratada com sentimento

de quem não encara a velhice como doença e sim como mais uma fase de vida. Para essas

pessoas a saúde é um bem muito precioso e a sua perda significa dependência e a falta de

autonomia para as atividades cotidianas.

Percebe-se que o sentido de saúde está associado à não existência de doença, porém, é

importante destacar que esses indivíduos consideram doenças aquelas que classificam como

graves, ou seja que impossibilitam a pessoa de sair da cama para realizar suas atividades.

Estes idosos entrevistados apontam a saúde como uma dimensão importante em sua

vida, pois dependem dela para realizarem suas atividades cotidianas e de lazer. E, em geral, os

idosos consideram a saúde como o valor mais fundamental, reforçando o dito popular “o

importante é estar com saúde”. Ter saúde para fazer suas atividades é algo de grande valor

para essa idosa.

3.3.2 Aspectos ligados a qualidade de vida

Quando foi perguntado aos idosos sobre ter qualidade de vida, é percebido de acordo

com suas falas, que relacionam qualidade de vida com ter um lugar para morar e cuidado

especiais sendo oferecidas comidas e roupas lavadas.

Dona (A1). Diz: “eu tenho uma vida boa aqui, mas eu não queria vim pra cá, vim

porque não tinha escolha. Não tinha ninguém pra cuidar de mim. Aqui eu não sinto solidão”.

Ter uma vida boa é levar uma vida saudável, se cuidando para a saúde, levantando

sempre na hora certa, comendo bem e na hora certa, não fumando e não bebendo bebida

alcólica (A2)

Page 33: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

33

Segundo as pessoas entrevistadas, sentem-se bem onde vivem, e, reconhecem as

constantes perdas de que vem sendo vítimas ao longo de toda vida, porém com mais ênfase

quando a velhice se aproxima. Percebe-se que essas perdas são a nível biológico, psicológico

e social, e se associam com todo o processo de envelhecimento.

Assim diz (A3):

...eu gosto muito daqui desse asilo, aqui é bem tranqüilo, agente quando ta mais velho

as vezes gosta de ficar sozinho, sem muito barulho, e aqui agente pode ficar a vontade. Cê

sabe como é gente velho né?

As pessoas têm o direito de se isolarem para viverem consigo mesmas! Mas se for

garantido uma boa qualidade de vida para alcançar uma velhice tranqüila (BASSIT, 2004, p.

40).

(A5) diz que viver aqui é bom e eu procuro viver tudo o que me resta, vou a igreja

sempre que posso (não estou doente) e ainda estudo. Pra mim ter voltado a estudar, mesmo

depois de velho, é muito importante, pois nunca é tarde pra aprender. Quero aproveitar cada

minuto da minha vida. Não sei quando vou ser chamada para morar com Deus.

“[...] morar aqui é muito bom, eu não quero ficar sozinha, Deus me livre acontece

alguma coisa [...] Moro aqui porque sei que não vai acontecer nada de ruim comigo, assim

fico perto de outras pessoas se acontecer alguma coisa.” (A9)

“qualidade de vida é poder vencer obstáculos, é uma luta diária, com otimismo e

força para vencer.” (A12)

...para viver bem é preciso ter saúde, pois “é o melhor da vida”. “viver bem, é viver

com saúde, porque não tem nada melhor do que você poder sair, fazer tudo o que quer e não

precisar usar óculos por exemplo, não precisar ficar com a caixinha de comprimidos.” (A16).

Ter qualidade de vida é alimentar bem, não fazer extravagâncias, não fumar, não

beber, é isso aí. Porque uma pessoa que bebe e que fuma não tem saúde e não tem boa

qualidade de vida. Uma pessoa que vara a noite, também não tem saúde e boa qualidade de

Page 34: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

34

vida. Então tem que ter seu horário direitinho, fazer exercícios, cuidar da sua vida, não

cuidar da vida dos outros e é isso aí... (A18)

Pode-se notar que nos discursos dos idosos o autocuidado e o estilo de vida são os

únicos meios encontrados por eles para ter saúde e qualidade de vida. E, quando falam sobre

qualidade de vida foi possível perceber um mergulho no olhar, na fala, na linguagem, nas

expressões, nas emoções, que foram traduzidas. E, por alguns, até mesmo em lágrimas, por

estarem tendo o privilégio de ter cuidados, comida quentinha, roupa lavada e um lugar para

morar, já que muitas pessoas quando chega a terceira idade são abandonadas e não conseguem

um amparo para viver os últimos dias que ainda lhe restam.

Leme (2006) destaca que é necessário contentar-se com o tempo que é dado para

viver, seja qual for, mesmo sendo ele curto, sempre há tempo suficiente para que se possa

viver na sabedoria e na honra. Ele muito bem assim se expressa: “a maneira mais bela de

morrer é com a inteligência intacta e os sentidos despertos, deixando a natureza desfazer

lentamente o que ela fez (...) os velhos não devem nem se apegar desesperadamente nem

renunciar sem razão ao pouco de vida que lhes resta” (CALDAS, 2000, p. 56).

A qualidade de vida se aprende e se constitui através de hábitos de saúde, de

relacionamentos e de compreensões que são exercitadas desde a mais tenra idade. Teixeira diz

que “as pessoas envelhecem de maneira coerente com a história de suas vidas. A pessoa

sempre será o que foi, ainda que com novas configurações” (2000, p.48).

Nos discursos dos entrevistados há preocupação com o estilo de vida saudável para ter

uma boa qualidade de vida. Acham interessante não consumir bebidas alcoólicas e não fumar

e ressaltam que não podemos fazer “extravagâncias”, ou seja, abusar da saúde. Retratam ainda

a importância de uma alimentação adequada para a vida com saúde. O estilo de vida saudável

é enfatizado por esses idosos como uma das principais formas de cuidar da sua saúde e

adquirir uma boa qualidade de vida.

Page 35: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados conclui-se que a vida dos idosos do asilo analisado é

satisfatória, pois conforme foi encontrado, considerando a média geral dos asilados, estão

satisfeitos com a qualidade de vida que possuem.

Para esses entrevistados a velhice não pode ser vista como sinônimo de doença e

incapacidade e demonstraram acreditar no desenvolvimento nesta fase que independente da

idade devem ser tratados como todos seres humanos, já que tem essa garantia em Lei,

conforme mostra o Estatuto do Idoso.

Os idosos do Lar Bom Samaritano na cidade de Iporá não ignoram seus problemas e

sofrimentos mas, porém encaram com certa naturalidade, buscando muitas vezes a

espiritualidade e a religiosidade como suporte e sustentação para enfrentá-los.

Eles conseguem estabelecer uma distinção entre saúde e velhice, afirmando que não há

interferência direta do aumento da idade com o estado de saúde. Portanto, reconhecem a

maior probabilidade de perdas e limitações com o próprio envelhecimento.

Nota-se que para se ter um envelhecimento saudável é fundamental manter-se

independente e autônomo durante a velhice, e esse é exatamente o sentido oculto de saúde

para as idosas pesquisadas.

Percebe-se que para esses idosos a saúde é muito importante para se viver bem.

Acreditam que ter saúde é ótimo e apontam que com saúde conseguem viver melhor.

Colocam a saúde como um bem que o indivíduo pode adquirir fundamental para se usufruir

de uma vida tranquila.

Os sentidos dados à saúde ao longo do processo sócio-histórico dos idosos estudadas

configuram-na como um valor, e o autocuidado é assumido como um comportamento

importante para a aquisição de uma boa qualidade de vida.

Page 36: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

36

REFERÊNCIAS

ANDREOTTI, R.A.; OKUMA, S. S. Validação de uma bateria de testes de atividades da

vida diária para idosos fisicamente independentes. Revista Paulista de Educação Física,

São Paulo, n. 13, p. 46-66, jan./jun, 1999.

ASSIS, H. A importância da adequação de atividades desenvolvidas nas instituições de

amparo a idosos e sua relação com as atividades realizadas na vida pregressa. 180 f.

Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais,

Belo Horizonte, 1999.

BACELAR, R. Envelhecimento e produtividade: processos de subjetivação. Recife, FASA,

2002.

BOFF, L., Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis: Editora

Vozes. 1999.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro

de 1988. Brasília: Editora do Senado Federal, 2002

_________. Estatuto do Idoso. Promulgado e 1º de outubro de 2003Brasília: Senado

Federal, 2003

_________. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo 2000, Rio de

Janeiro, 2001

______, Ministério da Previdência e Assistência Social. Reflexões sobre o idoso no

Brasil. Brasília: 2003

BUSS, P. M. Uma Introdução ao Conceito de Promoção da Saúde. In: CZERESNIA, D.

(Orgs.) Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendência. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.

CALDAS, C.P.A dimensão existencial da pessoa idosa e seu cuidador. Textos

Envelhecimento, v.3, n.4, 2000.

CORTELLETTI IA, CASARA MB, HERÉDIA VBM, organizadores. Idoso asilado: um

estudo gerontológico. Caxias do Sul: EDUCS; 2004.

DEBERT, Guita. As representações (estereótipos) do papel do idoso na sociedade atual.

Anais do I Seminário Internacional. Envelhecimento populacional: uma agenda para o

fim do século. Brasília: MPAS, SAS, 1996

Page 37: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

37

Decreto nº 1.948 Regulamenta a Lei nº 8.842 de 04 de janeiro de 1994 - Política Nacional do

Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 1996. 05

jan, seção 1, p. 77-9

FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito: curso dado no Collège de France (1981-

1982). Tradução de Márcio Alves da Fonseca e Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins

Fontes, 2005.

FRANÇA, M. C. Caminha de Castilhos. A Memória Intrageracional e a Memória

Compartilhada sobre as Experiências Transmitidas entre Avós e Netos em Teutônia

(RS). Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, Porto Alegre, v. 6, p.53-81,

2004.

FREITAS, et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Ed. Guanabara Koogan, 2004.

GATTO, I. B. Aspectos Psicológicos do Envelhecimento. In: NETTO, Matheus Papaléo.

Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu,

2002.

GONÇALVES, L.O. Cuidadores primários familiares dos idosos atendidos na Clínica

Escola de Fisioterapia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. 2002. Dissertação

(Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2002.

GUEDES, J.S. Sorria toda vida, viva com saúde bucal: autocuidados e cuidadores. São

Paulo: Secretaria da Saúde de São Paulo, 2001.

LEME, Luiz E. A Gerontologia e o problema do Envelhecimento. Visão Histórica. In

Gerontologia. Papaléo Neto, M. (Org.). São Paulo: Editora Atheneu, 1996.

LOPES, R. G. C. Saúde na Velhice: as interpretações sociais e os reflexos no uso de

medicamentos. São Paulo: Educ, 2000.

MACHADO, A. A. Psicologia do esporte: temas emergentes. Jundiaí: Ápice, 1997.

MATSUDO, S.M.M. Envelhecimento e atividade física. Londrina: Midiograf, 2001.

MEDRADO, B. O idoso e a representação de si. Psicologia Revista, v. 0, n. 2, p. 99-118,

maio, 1996.

NERI, A.L. Qualidade de vida no adulto maduro: interpretações teóricas e evidências de

pesquisa. In: Qualidade de Vida e Idade Madura. Campinas, SP: Papirus, 2005.

SALGADO, M. A. A Questão Social do Idoso no Brasil. Intercâmbio, v.3 ,n. 7, p. 5-11,

jan/dez, 2006.

SANTOS, W.T. O olhar do idoso sobre sua própria saúde. Tese (Doutorado em Saúde

Pública). Departamento de Prática de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

Page 38: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

38

SILVESTRE JA; Kalache A; Ramos LR; Veras RP. O envelhecimento populacional

brasileiro e o setor de saúde. A. G. G. 1996.

TEIXEIRA, M. B. Empoderamento de idosos em grupos direcionados à promoção da

saúde. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública). Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional

de Saúde Pública, São Paulo, 2002

VERAS, R. Fórum: envelhecimento populacional e as informações de saúde do PNAD:

demandas e desafios contemporâneos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n.

10, out. 2007.

VIEIRA, L. A. A. Uma Visão sobre o Envelhecimento: ser idoso é diferente de ser velho.

2004. Monografia (Curso de Graduação em Psicologia)-Faculdade de Psicologia, Centro de

Estudos Superiores de Maceió, Alagoas, 2004.

Page 39: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

39

APÊNDICES

Page 40: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

40

APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA AO COORDENADOR DA INSTITUIÇÃO

1- Qual é o nome da instituição asilar?

2- Onde se encontra localizado?

3- Essa instituição desenvolve alguns projetos? Se SIM, quais?

4- Quantos idosos residem nesta instituição?

5- Qual o processo adotado para morar nesta instituição?

Page 41: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

41

APÊNDICE B

ROTEIRO DE ENTREVISTA AOS MORADORES DA INSTITUIÇÃO

PESQUISA SOBRE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

NA TERCEIRA IDADE

1ª PARTE - Identificação

1) Identificação do entrevistado

a) Nome:

b) Idade:

c) Onde e quando nasceu:

d) Seu estado civil:

e)Religião:

f) Escolaridade:

2ª PARTE – História de Vida

2) Falando um pouco da sua vida:

a) Há quanto tempo está na instituição (Lar Bom Samaritano);

b) Onde morava antes de vir para o lar;

c) Por que mudou para o lar;

d) O mais agrada no lar;

e) O que menos agrada no lar;

3ª PARTE - Aspectos familiares

3) Falando sobre sua família: (caso tenha)

a) Você tem família

b) Eles moram aqui em Iporá: (caso positivo)

b.1) Há visitas por parte de seus familiares;

b.2) E o que fazem quando estão aqui;

c) Eles moram aqui em Iporá; (caso negativo)

c.1) Ainda tem contato com eles.

d) Sente falta dos seus familiares, porquê;

4ª PARTE - Aspectos sociais

4) Vamos falar sobre seu envelhecimento;

a) Como você acha que as pessoas vêem os idosos;

5ª PARTE - Aspectos culturais

5) Freqüentou escola? No caso negativo -Porque?

6) Frequenta a igreja?

6ª PARTE - Aspecto econômico

Page 42: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

42

6) Qual é a sua renda?

a) De onde vem;

b) Como você gasta seu dinheiro;

7ª PARTE - Aspectos psicológicos

7) Fale sobre sua Felicidade / Satisfação / Sentido da Vida / Fé:

a) O que você acha que é “ser velho”?

b) O que é estar na terceira idade?

8ª PARTE - Saúde

8) O que é saúde para você?

a) Como está sua saúde atual?

b) Tem problemas de saúde? Quais?

c) Quantos remédios toma por dia?

d) Quais são os gastos com a saúde?

e) Faz exames de rotina?

f) Já foi fumante ou fuma?

g) Já sentiu ou sente algum problema respiratório devido ao cigarro?

9ª PARTE - Qualidade de vida

9) Sobre qualidade de vida:

a) Como conceituaria qualidade de vida?

b) Você acha que tem qualidade de vida?

c) O que faria para melhorar?

Page 43: A Terceira Idade Como Vivem Os Idosos No Lar Bom Samaritano – Iporá-go

43

UEG – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNVERSITÁRIA DE IPORÁ

CURSO: GEOGRAFIA

ACADÊMICA: JOANA DARC ROSA B. MORAIS

Identificação do idoso

Nome: _____________________________________________________________.

Ocupação: _________________________. Idade: __________________________.

End. Res: ___________________________________________________________.

Telefone para Contato: ____________________________

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PÓS-INFORMAÇÃO.

Eu, ________________________________________________________ aceito

participar da pesquisa A TERCEIRA IDADE: QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS

NO LAR BOM SAMARITANO – IPORÁ-GO., que tem como objetivo geral de observar,

descrever e analisar a percepção dos idosos institucionalizados com relação a qualidade de

vida relacionada à saúde, seus aspectos familiares, sociais, culturais, econômicos,

psicológicos e físicos. A entrevista será feita individualmente numa sala semiestruturada e

acompanhada pelo dirigente da instituição. Permito que a pesquisadora utilize recursos de

áudio e vídeo (filmadora e gravadora). Durante a entrevista e/ou na discussão de grupo, terei

liberdade de interromper, parar e/ou desistir da entrevista a qualquer momento sem qualquer

prejuízo. A pesquisadora estará à disposição para tirar quaisquer dúvidas relacionadas às

perguntas e métodos utilizados antes, durante e depois da entrevista. Foi informado que esta

pesquisa será publicada, respeitando o sigilo absoluto e minha privacidade. Quaisquer danos

que possam vir causar a minha imagem ou moral, a pesquisadora ficará responsável. Certo da

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido em 02(duas) vias (via entrevistador e

via entrevistado) e da proposta da pesquisa a mim apresentado, declaro autorizado a

pesquisadora a entrevista.

Iporá - GO,___ de ____________ de 2011.

Assinatura: _____________________________

Para maior esclarecimentos, entrem em contato:

Joana D’arque Fone: