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Formulação de Problemas
2D e 3D
Mecânica Estrutural (10371/10391/1411)
2011
Pedro V. Gamboa Departamento de Ciências Aeroespaciais
Faculdade de Engenharia
Universidade da Beira Interior
Mecânica Estrutural - 2011
Departamento de Ciências Aeroespaciais
Pedro V. Gamboa 2
1. Introdução
A análise de elementos finitos de problemas bidimensionais
envolve os mesmos passos básicos dos problemas
unidimensionais.
A análise é um pouco mais complicada pelo facto de os
problemas bidimensionais serem descritos por equações
diferenciais parciais sobre regiões geometricamente complexas.
A fronteira G de um domínio bidimensional W é, em geral, uma
curva. Logo, os elementos finitos são formas geométricas
bidimensionais simples que permitem aproximar um dado
domínio bidimensional bem como a solução sobre esse domínio.
Assim, num problema bidimensional não procuramos apenas a
solução aproximada de um dado problema mas também
aproximamos o domínio através de uma malha apropriada.
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1. Introdução
Consequentemente existirão erros de aproximação:
• devido à aproximação da solução;
• devido à descretização do domínio.
A malha de elementos finitos (descretização) consiste em
simples elementos bidimensionais, como triângulos, retângulos
e/ou quadriláteros que permitem a derivação única de funções
de interpolação.
Os elementos são ligados entre si nos pontos nodais nas
fronteiras dos elementos. A capacidade de representar
geometrias irregulares por uma coleção de elementos finitos
torna o método muito útil e prático para a solução de problemas
de valor de contorno, de valor inicial ou de valores próprios em
várias áreas da engenharia.
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1. Introdução
Neste capítulo os passos básicos dos problemas unidimensionais
vão ser estendidos a problemas bidimensionais com uma única
variável dependente.
Os passos básicos da análise de elementos finitos vão ser
descritos recorrendo a uma equação diferencial parcial de
segunda ordem que governa uma única variável.
Esta equação aparece em muitas áreas como mostra a tabela
seguinte.
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1. Introdução
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2. Problemas de Valor de
Contorno
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2.1. Equação do Modelo
Considere-se o problema de encontrar u(x,y) da equação
diferencial parcial de segunda ordem
dados aij (i,j=1,2), a00 e f, e condições de fronteira
especificadas.
As formas das condições de fronteira vão ficar claras através da
formulação fraca. Como caso especial, pode obter-se a equação
de Poissson a partir de (2.1) colocando a11=a22=k(x,y) e
a12=a21=a00=0:
onde é o operador gradiente.
00022211211
fua
y
ua
x
ua
yy
ua
x
ua
x (2.1)
W em, yxfuk (2.2)
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2.1. Equação do Modelo
Se i e j representarem os vetores unitários nas direções x e y,
respetivamente, o operador gradiente pode ser escrito
e (2.2) num sistema de coordenadas cartesiano fica
Seguidamente deriva-se o modelo de elementos finitos da
equação (2.1).
yx
ji
),( yxfy
uk
yx
uk
x
(2.3)
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2.1. Equação do Modelo
Os passos principais são:
1. Descretização do domínio num conjunto de elementos finitos;
2. Formulação fraca (ou integral ponderado) da equação
diferencial;
3. Derivação das funções de interpolação do elemento finito;
4. Desenvolvimento do modelo de elemento finito usando a forma
fraca;
5. Montagem dos elementos finitos para obter o sistema de
equações algébricas global;
6. Imposição das condições de fronteira;
7. Solução das equações;
8. Pós computação da solução e parâmetros de interesse.
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2.1. Equação do Modelo
Os passos 6 e 7 permanecem iguais ao problema de elmentos
finitos unidimensionais porque no final do passo 5 tem-se um
conjunto de equações algébricas cuja forma é independente da
dimensão do domínio ou da natureza do problema.
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2.2. Descretização em Elemento Finito
Em duas dimensões existe mais do que uma geometria que pode
ser usada como elemento finito:
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2.2. Descretização em Elemento Finito
Como se irá ver, as funções de interpolação dependem não só do
número de nós do elemento e do número de incógnitas por nó,
mas também da forma do elemento.
A forma do elemento tem que ser tal que a sua geometria seja
definida por um conjunto de pontos, que são os nós do
elemento, no desenvolvimento das funções de interpolação. O
triângulo é a forma mais simples, seguida do retângulo.
A representação de uma dada região por um conjunto de
elementos (discretização ou geração da malha) é um passo
importante na análise de elementos finitos. A escolha do tipo de
elemento finito, número de elementos, e densidade de
elementos depende da geometria do domínio, do problema a ser
analisado e o grau de precisão desejado.
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2.2. Descretização em Elemento Finito
Obviamente, não existem fórmulas específicas para obter esta
informação. Em geral, o analista é guiado pelo seu
conhecimento técnico, compreensão do problema físico em
estudo, e experiência na modelação por elementos finitos.
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2.2. Descretização em Elemento Finito
As regras gerais para a geração da malha de uma formulação de
elementos finitos inclui:
1. Os elementos selecionados devem caracterizar as equações que
governam o problema;
2. O número, forma e tipo (linear ou quadrático) dos elementos deve ser
tal que a geometria do domínio seja representada com a precisão
desejada;
3. A densidade de elementos deve ser tal que as regiões com gradientes
elevados da solução sejam modelados adequadamente (mais elementos
ou elementos de ordem superior em regiões com gradientes elevados);
4. Os refinamentos da malha devem variar gradualmente das regiões com
mais densidade para as regiões com menos densidade. Se forem usados
elementos de transição, estes devem ser usados longe de regiões
críticas. Elementos de transição são aqueles que ligam elementos de
ordem inferior com elementos de ordem superior.
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2.3. Forma Fraca
Para o desenvolvimento da forma fraca basta considerar um
elemento típico.
Assumindo que We é um elemento típico, triangular ou
quadrilateral, da malha de elementos finitos, pode desenvolver-
se o modelo de elemento finito de (2.1) para We, seguindo o
procedimento de três-passos já apresentado.
O primeiro passo consiste em multiplicar (2.1) pela função de
ponderação w, que se assume ser diferenciável uma vez com
respeito a x e y, e depois integra-se a equação sobre o elemento
We:
dxdyfuaFy
Fx
w
e
W
00210 (2.4a)
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2.3. Forma Fraca
onde
No segundo passo distribui-se as derivadas igualmente por w e u.
Para conseguir isto integram-se os dois primeiros termos de
(2.4a) por partes. Primeiro, atendendo às igualdades
y
ua
x
uaF
y
ua
x
uaF
22212
12111
(2.4b)
2222
22
1111
11
ou
ou
wFy
Fy
w
y
Fw
y
FwF
y
wwF
y
wFx
Fx
w
x
Fw
x
FwF
x
wwF
x
(2.5a)
(2.5b)
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2.3. Forma Fraca
Depois, usando a forma dos componentes do teorema do
gradiente
onde nx e ny são as componentes (isto é, os cosenos diretores) do
vetor normal unitário
na fronteira Ge e ds é o comprimento de um elemento linha
infinitesimal ao longo da fronteira.
GW
GW
ee
ee
dsnwFdxdywFy
dsnwFdxdywFx
y
x
22
11 (2.6a)
(2.6b)
jsinicosjin yx nn (2.7)
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2.3. Forma Fraca
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2.3. Forma Fraca
Usando (2.5a), (2.5b), (2.6a) e (2.6b) em (2.4a) obtém-se
Inspecionando o integral de fronteira em (2.8), pode ver-se que
a especificação de u constitui a condição de fronteira essencial
e, por isso, u é a variável principal.
A especificação do coeficiente da função de ponderação na
expressão da fronteira
(2.8)
(2.9)
G
W
e
e
dsy
ua
x
uan
y
ua
x
uanw
dxdywfwuay
ua
x
ua
y
w
y
ua
x
ua
x
w
yx 22211211
00222112110
y
ua
x
uan
y
ua
x
uanq yxn 22211211
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2.3. Forma Fraca
constitui a condição de fronteira natural. Assim, qn é a variável
secundária da formulação. A função qn=qn(s) representa a
projeção do vetor a. u ao longo da normal unitária n.
Por definição, qn é positiva para fora da superfície quando nos
movemos no sentido anti-horário ao longo da fronteira Ge. Na
maior parte dos problemas, a variável secundária qn tem
interesse físico.
O terceiro e último passo da formulação é usar a definição (2.9)
em (2.8) e escrever a forma fraca de (2.1) como
(2.10)
G
W
e
e
dswq
dxdywfwuay
ua
x
ua
y
w
y
ua
x
ua
x
w
n
00222112110
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2.3. Forma Fraca
ou
onde as formas bilinear Be(.,.) e linear le(.) são
A forma fraca (ou forma integral ponderada) em (2.10) ou
(2.11a) e (2.11b) é a base do modelo de elementos finito de
(2.1).
(2.11b)
GW
W
ee
e
dswqdxdywfwl
dxdywuay
ua
x
ua
y
w
y
ua
x
ua
x
wwuB
n
e
e
)(
),( 0022211211
(2.11a) )(),( wlwuB ee
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2.3. Forma Fraca
Sempre que Be(w,u) é simétrico nos seus argumentos w e u, isto
é, Be(w,u)=Be(u,w), o funcional quadrático associado com o
problema variacional (2.11a) pode ser obtido com
A forma bilinear em (2.11b) é simétrica se e só se a12=a21. Então
o funcional é dado por
(2.12b)
GW
W
ee
e
dsuqdxdyuf
dxdyuay
ua
y
u
x
ua
x
uawI
n
e 2
00
2
2212
2
11 22
1)(
(2.12a) )(),()( wlwwBwI eee
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2.3.1. Forma Vetorial do Problema
Variacional
É comum, especialmente na mecânica estrutural, exprimir as
formulações de elementos finitos na forma vetorial (em termos
de matrizes).
Embora a notação vetorial/matricial seja concisa, não é tão
transparente como a forma explícita.
A equação (2.11a) pode ser escrita na forma
onde, no presente caso, w é simplesmente w e u é u.
Agora é necessário exprimir Be(.,.) e le(.) em forma matricial.
(2.13) )(),( wuwee lB
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2.3.1. Forma Vetorial do Problema
Variacional
Colocando
então Be e le de (2.11b) pode escreve-se na forma
(2.14)
T
yxa
aa
aa
1,
00
0
0
00
2221
1211
DC
(2.15a)
GW
W
ee
e
dsqwdxdyfwwl
dxdy
u
y
ux
u
a
aa
aa
w
y
wx
w
uwB
n
TTe
T
e
)(
00
0
0
),(
00
2221
1211
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2.3.1. Forma Vetorial do Problema
Variacional
ou simplesmente
(2.15b)
GW
W
ee
e
dsdxdyl
dxdyB
TTe
Te
qwfww
DuCDwuw
)(
)(),(
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2.4. Modelo de Elemento Finito
A forma fraca em (2.10) requer que a aproximação escolhida
para u seja no mínimo linear tanto em x como em y para que
nenhum termo em (2.10) seja zero. Uma vez que a variável
primária é a própria função, a família de funções de integração
de Lagrange é admissível.
Suponha-se que u é aproximado num elemento finito típico We
pela expressão
onde ue e Ye são vetores nx1
e uje é o valor de uh
e no nó j (xj,yj) do elemento;
(2.16a) eTee
h
e
j
n
j
e
j
e
h yxuyxuyxuyxu uY
),(ou),(),(),(1
(2.16b) Te
n
e
h
e
h
eeTe
n
e
h
e
h
ee uuuu 11 , Yu
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2.4. Modelo de Elemento Finito
e je são as funções de interpolação de Lagrange com a seguinte
propriedade
Quando se derivam as equaçãos do elemento finito em termos
algébricos, não é necessário saber a forma do elemento We ou a
forma de ie. A forma específica de i
e é desenvolvida para
formas específicas dos elementos tal como triangular,
retangular, etc..
Substituindo a aproximação de elemento finito (2.16a) para u na
forma fraca (2.10) ou (2.13) obtém-se
(2.17) ),,2,1,),( njiyx ijjj
e
i
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2.4. Modelo de Elemento Finito
ou
Esta equação deve ser válida para todas as escolhas admissíveis
da função de ponderação w.
Uma vez que são necessárias n equações algébricas
independentes para resolver as n incógnitas u1e, u2
e, …, une
escolhem-se n funções independentes lineares para w.
(2.18a)
G
W
e
e
dswqdxdywfuway
ua
xua
y
w
yua
xua
x
w
n
n
j
e
j
e
j
n
j
e
je
j
n
j
e
je
j
n
j
e
je
j
n
j
e
je
j
1
00
1
22
1
21
1
12
1
110
(2.18b) GWW
Y
eee
dsdxdydxdy TTeTTqwfwuDCDw )()(0
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2.4. Modelo de Elemento Finito
w=1e, 2
e, …, ne (ou w={1
e 2e … n
e }=YT). Esta escolha
particular para a função de ponderação é natural quando a
função de ponderação é vista como uma variação virtual da
incógnita dependente, isto é
E o modelo de elemento finito resultante é conhecido como
modelo de elemento finito de forma fraca ou modelo de
elemento finito de Ritz.
Para cada escolha de w obtém-se uma relação algébrica entre
(u1e, u2
e, …, une).
n
i
iiuuw1
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2.4. Modelo de Elemento Finito
A equação algébrica resultante da substituição de ie para w
dentro de (2.18a) é numerada como a primeira equação
algébrica, aquela resultante de w=2e é numerada como a
segunda equação, e assim consecutivamente.
Assim, a equação algébrica i é obtida substituindo w=ie em
(2.18a):
ou
GW
W
ee
e
dsqdxdyfdxdyja
ya
xa
yya
xa
x
e
in
e
i
e
i
e
i
n
j
e
j
e
je
i
e
j
e
je
i
00
1
222112110
(2.19a) ),,2,1(1
niQfuK e
j
e
j
n
j
e
j
e
ij
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2.4. Modelo de Elemento Finito
onde
Na forma matricial (2.19a) toma a forma
G
W
W
e
e
e
dsqQ
dxdyff
dxdyja
ya
xa
yya
xa
xK
e
in
e
i
e
i
e
i
e
i
e
i
e
j
e
je
i
e
j
e
je
ie
ij
00
22211211
(2.19b)
eeeeeeee QfuK QfuK ou (2.20a)
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2.4. Modelo de Elemento Finito
onde
Note-se que Kij=Kji, isto é, [Ke] é uma matriz simétrica de ordem
nxn, apenas quando a12=a21.
Y
Y
G
W
W
e
n
ee
e
yn
e
y
e
y
e
xn
e
x
e
x
T
e
e
Te
e
e
e
ds
dxdy
dxdy
21
,,2,1
,,2,1
Ψ
DB
ff
CBBK
(2.20b)
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2.4. Modelo de Elemento Finito
As equações (2.20a) e (2.20b) representam o modelo do
elemento finito de (2.1).
Isto completa o desenvolvimento do modelo do elemento finito.
Antes de descrever a montagem das equações do elemento é
conveniente derivar as funções de interpolação ie para certos
elementos básicos e calcular as matrizes (2.19b) do elemento.
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2.5. Derivação da Função de
Interpolação
A aproximação de elemento finito uhe(x,y) no elemento We tem
que satisfazer as condições seguintes para que a solução
aproximada convirja para a solução verdadeira:
1. A representação de uhe tem que ser contínua como
necessário na forma fraca do problema (isto é, todos os
termos na forma fraca são representados como valores
diferentes de zero):
2. Os polinómios usados para representar uhe têm que ser
completos (isto é, todos os termos desde a constante até aos
termos da ordem superior têm que estar presentes em uhe);
3. Todos os termos do polinómio devem ser linearmente
independentes.
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2.5. Derivação da Função de
Interpolação
O número de termos linearmente independentes na
representação de uhe dita a forma e número de graus de
liberdade do elemento.
Em seguida serão vistos alguns polinómios básicos e elementos
relacionados para o problema do modelo com um único grau de
liberdade por nó.
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2.5.1. Elemento Triangular
Examinando a forma fraca (2.10) e as matrizes do elemento
finito (2.19b) pode ver-se que ie têm que ser pelo menos
funções lineares de x e y.
O polinómio linear completo em x e y de We tem a forma
onde cie são constantes.
O conjunto {1,x,y} é linearmente independente e completo. A
equação (2.21) define um plano único para valores fixos de cie.
Assim, se u(x,y) é uma superfície curva, uhe(x,y) aproxima a
superfície por um plano.
ycxccyxu eeee
h 321),( (2.21)
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2.5.1. Elemento Triangular
Em particular, uhe(x,y) é definido de forma única num triângulo
pelos três valores de uhe(x,y) nos vértices do triângulo.
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2.5.1. Elemento Triangular
Vamos escrever
onde (xi,yi) representa as coordenadas do vértice i do triângulo.
Notar que o triângulo é único definido pelos três pares de
coordenadas (xi,yi).
As três constantes cie (i=1,2,3) em (2.21) podem ser expressas
em termos dos três valores nodais uie (i=1,2,3). Assim, o
polinómio (2.21) é associado com um elemento triangular e
existem três nós identificados, nomeadamente os vértices do
triângulo.
ee
h
ee
h
ee
h uyxuuyxuuyxu 333222111 ),(,),(,),( (2.22)
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2.5.1. Elemento Triangular
As equações em (2.22) têm a forma explícita
onde o índice do elemento e é omitido por simplicidade. Esta
forma vai ser usada em seguida.
Em forma matricial tem-se
A solução de (2.23) para ci (i=1,2,3) precisa da inversa da matriz
de coeficientes A.
33321333
23221222
13121111
),(
),(
),(
ycxccyxuu
ycxccyxuu
ycxccyxuu
h
h
h
Acu
ou
c
c
c
yx
yx
yx
u
u
u
3
2
1
33
22
11
3
2
1
1
1
1
(2.23)
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2.5.1. Elemento Triangular
A inversa deixa de existir sempre que quaisquer duas linhas ou
colunas são iguais. Só quando todos os nós estão na mesma linha
é que se tem duas colunas ou duas linhas iguais na matriz de
coeficientes em (2.23).
Assim, em teoria, desde que os três vértices do triângulo sejam
distintos e não estejam na mesma linha, a matriz de coeficientes
pode ser invertida. No entanto, em computações reais, se dois
nós estão muito perto do terceiro nó ou os três nós formam
quase uma linha reta, a matriz de coeficientes pode ser quase
singular numericamente e não ter inversa.
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2.5.1. Elemento Triangular
Assim, os elementos com geometrias estreitas devem ser
evitados.
Invertendo a matriz de coeficientes em (2.23) obtém-se
onde 2A é o determinante da matriz A.
321
321
321
321
12,
2
1
AA
A
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2.5.1. Elemento Triangular
A é a área do triângulo cujos vértices estão em (xi,yi) (i=1,2,3).
Resolvendo para ci em termos de ui obtêm-se
onde i, i e i são constantes que dependem apenas nas
coordenadas globais dos nós (xi,yi) do elemento
)(2
1
)(2
1
)(2
1
3322113
3322112
3322111
uuuA
c
uuuA
c
uuuA
c
(2.24a)
)naturalordemempermutam,,;(
)(
kjikji
xx
yy
yxyx
kji
kji
jkkji
(2.24b)
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2.5.1. Elemento Triangular
Substituindo para ci de (2.24a) em (2.21) obtém-se
onde ie são as funções de interpolação linear do elemento
e ie, i
e e ie são as constantes definidas em (2.24b).
3
1
332211
332211332211
),(
)(
)()(2
1),(
i
e
i
e
i
e
h
yxu
yuuu
xuuuuuuA
yxu
(2.25a)
)3,2,1(2
1 iyx
A
e
i
e
i
e
i
e
i (2.25b)
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2.5.1. Elemento Triangular
As funções de interpolação linear ie estão representadas na
figura.
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2.5.1. Elemento Triangular
As funções de interpolação ie têm as seguintes propriedades
Pode notar-se que (2.24a) determina uma superfície plana que
passa por u1, u2 e u3.
Assim, o uso de funções de interpolação lineares ie de um
triângulo resulta na aproximação da superfície curva u(x,y) por
uma função planar
como mostra a figura seguinte.
)3,2,1,(),( 2 jiyx ijj
e
j
e
i (2.26a)
(2.26b) 0,0,13
1
3
1
3
1
i
e
i
i
e
i
i
e
iyx
3
1i
e
i
e
i
e
h uu
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2.5.1. Elemento Triangular
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2.6. Avaliação das Matrizes e Vetores do
Elemento
O cálculo exato das matrizes [Ke] e {fe} do elemento em (2.19b)
regra geral não é fácil. As matrizes são avaliadas usando técnicas
de integração numérica.
No entanto, quando aij, a00 e f são constantes ao longo do
elemento, é possível avaliar os integrais exatamente ao longo
dos elementos triangulares ou retangulares lineares.
O integral de fronteira em {Qe} em (2.19b) pode ser avaliado
sempre que qn é conhecido. Para um elemento interior, a
contribuição do integral de fronteira cancela com contribuições
similares de elementos adjacentes da malha (semelhante ao Qie
nos problemas unidimensionais).
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2.6. Avaliação das Matrizes e Vetores do
Elemento
Para simplificar a escrita, podemos escrever [Ke] em (2.19b)
como a soma de cinco matrizes básicas [S](,=0,1,2)
onde [.]T representa a transposta da matriz e
com i,∂i/∂x, x1=x e x2=y; i,0=i.
Todas as matrizes em (2.38) e funções de interpolação em (2.39)
são definidas sobre o elemento.
Agora é necessário calcular as matrizes em (2.39) e (2.19b)
usando as funções de interpolação linear.
(2.38) ][][][][][][ 22
22
12
21
12
12
11
11
00
00 SaSaSaSaSaK Te
(2.39) W
e
dxdyS jiij ,,
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2.6.1. Matrizes de um Elemento
Triangular Linear
Primeiro, note-se que os integrais de polinómios sobre domínios
de triângulos arbitrários podem ser calculados com exatidão.
Para isso, assuma-se que Imn é o integral da expressão xmyn sobre
um triângulo arbitrário D
Então, sendo (xi,yi) as coordenadas dos vértices do triângulo,
pode ser mostrado que
(2.40) D dxdyyxI nm
mn
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2.6.1. Matrizes de um Elemento
Triangular Linear
Podemos usar estes resultados para avaliar os integrais definidos
sobre elementos triangulares.
(2.41)
D
D
D
DD
DD
DD
23
1
22
02
23
1
22
20
3
1
11
3
1
10
01
3
1
01
10
00
00
ˆ912
ˆ912
ˆˆ912
3
1ˆ,ˆ
3
1ˆ,ˆ
triângulodoárea1
yyA
dxdyyI
xxA
dxdyxI
yxyxA
xydxdyI
yyyAydxdydxdyyxI
xxxAxdxdydxdyyxI
AdxdydxdyyxI
i
i
i
i
i
ii
i
i
i
i
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2.6.1. Matrizes de um Elemento
Triangular Linear
Em seguida, calcula-se [Ke] e {fe} para um elemento triangular
linear assumindo que aij e f são constantes ao longo do
elemento. Tendo em conta, também, que
obtém-se
(2.42a) 0,0,23
1
3
1
3
1
i
e
i
i
e
ie
i
e
i A
(2.42b) ee
e
ie
e
i
e
i Ayx3
2ˆˆ
(2.43) e
e
ii
e
e
ii
AyAx 2,
2
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2.6.1. Matrizes de um Elemento
Triangular Linear
Tendo em conta a identidade (2.42b) e para um valor constante
de f=fe ao longo do elemento, tem-se
(2.44)
jiijjiji
ijjiijjijiij
jiijjiijjiij
IIIA
yxA
S
AS
AS
AS
021120
00
221211
1
ˆˆ4
1
4
1,
4
1,
4
1
(2.45)
eee
e
ie
e
i
e
ie
ee
e
iee
e
ie
e
i
e
ee
i
e
i
e
i
e
e
e
i
e
i
e
i
e
ee
ie
e
i
Afyxf
yAxAAA
fIII
A
f
dxdyyxA
fdxdyyxff
ee
3
1ˆˆ
2
1
ˆˆ22
2),(
011000
DD
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2.6.1. Matrizes de um Elemento
Triangular Linear
O resultado em (2.45) devia ser óbvio porque para uma fonte
constante fe a magnitude total da fonte (por exemplo calor) no
elemento é igual a feAe, que é distribuído igualmente por todos
os nós, resultando num valor nodal de feAe/3.
Uma vez conhecidas as coordenadas dos nós dos elementos,
pode calcular-se ie, i
e e ie a partir de (2.24b) e substituir na
equação (2.44) para se obter as matrizes do elemento que, por
sua vez, são usadas em (2.38) para se obter a matriz [Ke].
Em particular, quando a12, a21 e a00 são zero e a11 e a22 são
constantes no elemento, a equação (2.1) fica
efy
ua
x
ua
xW
em0
2
2
222
2
11 (2.46)
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2.6.1. Matrizes de um Elemento
Triangular Linear
e a matriz de coeficientes associados para um elemento
triangular linear é
(2.47) e
j
e
i
ee
j
e
i
e
e
e
ij aaA
K 22114
1
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
Vamos considerar a avaliação do integral de fronteira do tipo
(ver equação (2.19b))
onde qne é uma função conhecida da distância s ao longo da
fronteira Ge.
Não é necessário calcular este integral quando uma porção de Ge
não coincide com a fronteira G do domínio total W. Em porções
de Ge que estão no interior do domínio W, qne no lado (i,j) do
elemento We cancela com qnf no lado (p,q) do elemento Wf
quando os lados (i,j) do elemento We e (p,q) do elemento Wf são
o mesmo (isto é no interface dos elementos We e Wf).
(2.56) G
e
dssqQ e
i
e
n
e
i )(
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
Isto pode ser visto como o equilíbrio do “fluxo” interno.
Quando Ge coincide com a fronteira do domínio W, qn ou é
conhecido como função de s ou deve ser determinado no pós-
processamento. A variável primária deve ser especificada na
porção da fronteira onde qn não é especificado.
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
A fronteira Ge de um elemento bi-dimensional consiste em
segmentos de reta, que podem ser considerados como elementos
uni-dimensionais. Assim, a avaliação dos integrais de fronteira
em problemas bi-dimensionais consiste em avaliar integrais de
linha.
Por exemplo, considere-se um elemento triangular linear como
mostra a figura.
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
As funções de interpolação linear para este elemento são dadas
por (2.25).
Agora, escolhe-se o sistema de coordenadas locais (s,t) com a
origem no ponto 1 e a coordenada s paralela ao lado que liga os
nós 1 e 2. Os dois sistemas de eixos (x,y) e (s,t) são relacionados
com
As constantes a1, b1, c1, a2, b2 e c2 podem ser determinadas com
as seguintes condições
tcsbay
tcsbax
222
111
33
22
11
,,,quando
,,0,quando
,,0,0quando
yyxxbtcs
yyxxtas
yyxxts
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
Obtém-se
As equações (2.57) permitem-nos exprimir i(x,y) como i(s,t)
que pode ser avaliada no lado que liga os nós 1 e 2 colocando
t=0 em i(s,t):
(2.57)
b
tyy
a
cy
a
c
a
syyytsy
b
txx
a
cx
a
c
a
sxxxtsx
321121
321121
1)(),(
1)(),(
a
syyysy
a
sxxxsx
sysxss iii
)()(,)()(
))0,(),0,(()0,()(
121121
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
Por exemplo, tem-se
onde as definições de 1, 1 e 1 são usadas para reescrever a
expressão completa.
De forma idêntica tem-se
onde a=h12 é o comprimento do lado 1-2.
a
s
a
s
A
ya
sy
a
sx
a
sx
a
s
As
112
1
112
1)(
321
21121111
0)(,)( 32 sa
ss
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
Note-se que 1(s) e 2(s) são exatamente as funções lineares e
unidimensionais associadas com o elemento linha qua liga os nós
1 e 2.
De forma similar, quando i(x,y) são avaliadas no lado 3-1 do
elemento, obtém-se
onde a coordenada s é medida ao longo do lado 3-1, com origem
no ponto 3, e h13 é o comprimento do lado 1-3. Assim, a
avaliação de Qie involve a utilização das funções de interpolação
unidimensionais e as incógnitas de qn na fronteira.
13
32
13
1 1)(,0)(,)(h
sss
h
ss
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
Em geral, o integral (2.56) ao longo da fronteira do elemento
triangular linear pode ser expresso como
onde representa o integral ao longo da linha que liga o nó i ao
nó j, a coordenada s é medida do nó i para o nó j, com a origem
no nó i, e Qije é definido como sendo a contribuição de qn no
lado J do elemento We em Qie:
Onde i refere-se ao nó i do elemento e J refere-se ao lado J do
elemento.
(2.58a) e
i
e
i
e
i
ninini
e
i
QQQ
dssqsdssqsdssqsQ
321
133221
)()()()()()(
(2.58b) ladoJ
ni
e
iJ dsqQ
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
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2.6.2. Avaliação dos Integrais de
Fronteira
Por exemplo, tem-se
A contribuição do lado 2-3 é zero porque 1 é zero no lado 2-3
de um elemento triangular. Para um elemento retangular, Q1e
tem quatro partes mas apenas as contribuições dos lados 1-2 e 4-
1 são diferentes de zero porque 1 é zero nos lados 2-3 e 3-4.
G
13
113
21
12111 )()()( dsqdsqdssqQ nnn
e
e
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
A montagem das equações do elemento finito é baseada nos
mesmos dois princípios que foram usados nos problemas
unidimensionais:
1. Continuidade das variáveis primárias
2. “Equilíbrio” das variáveis secundárias
Pode ilustrar-se o procedimento considerando uma malha de
elementos finitos constituída por elementos triangulares e um
elemento quadrilateral.
Vamos considerar que Kij1 (i,j=1,2,3) representa a matriz de
coeficientes do elemento triangular e que Kij2 (i,j=1,…,4)
representa a matriz de coeficientes do elemento quadrilateral.
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Da malha de elementos finitos da figura podemos notar a
correspondência seguinte (isto é, as relações de conectividade)
entre os nós globais e do elemento:
onde x indica que não existe valor.
A correspondência entre os valores nodais locais e globais é
que consiste em impor a continuidade das variáveis primárias
nos nós comuns dos elementos 1 e 2.
(2.59)
3542
321B
(2.60) 5
2
34
2
23
2
4
1
32
2
1
1
21
1
1 ,,,, UuUuUuuUuuUu
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Note-se que a continuidade das variáveis primárias nos nós inter-
elemento garante a continuidade da variável primária ao longo
de toda a fronteira inter-elemento. Para o caso da figura, o
requisito de u21=u1
2 e u31=u4
2 garante que uh1(s)=uh
2(s) no lado
que liga os nós globais 2 e 3.
Isto pode ser mostrado da seguinte forma. A solução uh1(s) ao
longo da linha que liga os nós globais 2 e 3 é linear e é dada por
onde s é a coordenada local com a sua origem no nó 2 e h é o
comprimento do lado 2-3 (ou lado 2).
h
su
h
susuh
1
3
1
2
1 )1()(
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
De forma idêntica, a solução de elemento finito ao longo da
mesma linha mas no elemento 2 é
Uma vez que u21=u1
2 e u31=u4
2, então uh1(s)=uh
2(s) para todos os
valores de s ao longo do interface dos dois elementos.
Em seguida usa-se o equilíbrio das variáveis secundárias. No
interface entre os dois elementos, o fluxo dos dois elementos
deve ser igual em magnitude e opostos em sinal. Para os dois
elementos da figura, o interface é ao longo do lado que liga os
nós globais 2 e 3.
h
su
h
susuh
2
4
2
1
2 )1()(
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Assim, o fluxo interno qn1 no lado 2-3 do elemento 1 deve
equilibrar o fluxo qn2 no lado 4-1 do elemento 2:
No método dos elementos finitos impõe-se a relação acima na
forma de integrais ponderados:
onde hpqe representa o comprimento do lado que liga o nó p ao
nó q do elemento We.
As equações acima podem ser escritas na forma
41
2
32
1
14
2
32
1 ou
nnnn qqqq (2.61)
214
123
214
123
2
4
21
3
12
1
21
2
1 ,
h
n
h
n
h
n
h
n dsqdsqdsqdsq (2.62a)
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
ou
onde QiJe representa a parte de Qi
e que vem do lado J do
elemento e:
Os lados de elementos triangulares ou quadrilaterais são
numerados como mostra a figura. Estas relações de equilíbrio
devem ser impostas na montagem das equações do elemento.
(2.62b) 0,0214
123
214
123
2
4
21
3
12
1
21
2
1 h
n
h
n
h
n
h
n dsqdsqdsqdsq
(2.62c) 0,0 1
44
1
32
1
14
1
22 QQQQ
ladoJ
e
i
e
n
e
iJ dsqQ
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Note-se que QiJe é apenas uma porção de Qi
e [ver (2.56) e
(2.58b)].
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
As equações do elemento da malha de dois elementos da figura
são escritas em primeiro lugar. Para o problema em questão,
existe apenas um grau de liberdade primário por nó. Para o
elemento triangular, as equações do elemento têm a forma
(2.63a)
1
3
1
3
1
3
1
33
1
2
1
32
1
1
1
31
1
2
1
2
1
3
1
23
1
2
1
22
1
1
1
21
1
1
1
1
1
3
1
13
1
2
1
12
1
1
1
11
QfuKuKuK
QfuKuKuK
QfuKuKuK
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Para o elemento quadrilateral, as equações do elemento são
dadas por
Para se impor o equilíbrio das variáveis secundárias em (2.62c) é
necessário que se adicione a segunda equação do elemento 1 à
primeira equação do elemento 2 e, também, que se adicione a
terceira equação do elemento 1 à quarta equação do elemento
2:
(2.63b)
2
4
2
4
2
4
2
44
2
3
2
43
2
2
2
42
2
1
2
41
2
3
2
3
2
4
2
34
2
3
2
33
2
2
2
32
2
1
2
31
2
2
2
2
2
4
2
24
2
3
2
23
2
2
2
22
2
1
2
21
2
1
2
1
2
4
2
14
2
3
2
13
2
2
2
12
2
1
2
11
QfuKuKuKuK
QfuKuKuKuK
QfuKuKuKuK
QfuKuKuKuK
2
4
2
4
1
3
1
3
2
4
2
44
2
3
2
43
2
2
2
42
2
1
2
41
1
3
1
33
1
2
1
32
1
1
1
31
2
1
2
1
1
2
1
2
2
4
2
14
2
3
2
13
2
2
2
12
2
1
2
11
1
3
1
23
1
2
1
22
1
1
1
21
QfQfuKuKuKuKuKuKuK
QfQfuKuKuKuKuKuKuK
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Usando a notação global em (2.60), podemos escrever as
equações em cima como
Agora pode impor-se as condições em (2.62c), igualando a zero
as porções apropriadas das expressões dentro de parênteses do
lado direito das equações acima:
O termos sublinhados são zero pelas relações de equilíbrio
(2.62c).
2
4
1
3
2
4
1
35
2
434
2
423
2
44
1
232
2
41
1
321
1
31
2
1
1
2
2
1
1
25
2
134
2
123
2
14
1
232
2
11
1
221
1
21
QQffUKUKUKKUKKUK
QQffUKUKUKKUKKUK
2
43
2
42
2
41
2
44
1
32
1
33
1
31
2
44
2
43
2
42
2
41
1
33
1
32
1
31
2
4
1
3
2
13
2
12
2
11
2
14
1
22
1
23
1
21
2
14
2
13
2
12
2
11
1
23
1
22
1
21
2
1
1
2
QQQQQQQ
QQQQQQQQQ
QQQQQQQ
QQQQQQQQQ
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Os outros termos de cada equação ou são conhecidos porque qn é
conhecido na fronteira ou permanecem incógnitos porque a
variável primária é especificada na fronteira.
Em geral, quando vários elementos estão ligados, a montagem
dos elementos é feita através da colocação dos coeficientes dos
elementos Kije, fi
e e Qie nas posições adequadas da matriz e vetor
da direita globais. Isto é feito com as relações de conectividade,
isto é, com a as relações de correspondência do número local do
nó com o número global do nó.
Por exemplo, se o número global do nó 3 corresponder ao nó 3
do elemento 1 e ao nó 4 do elemento 2, então tem-se
2
44
1
3333
2
4
1
3
2
4
1
3
2
4
1
33 , KKKQQffFFF
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Se os números globais dos nós 2 e 3 corresponderem,
respetivamente, aos nós 2 e 3 do elemento 1 e aos nós 1 e 4 do
elemento 2, então os coeficientes globais K22, K23 e K33 são dados
por
De forma idêntica, os componentes fonte dos nós globais 2 e 3
são adicionados:
Para a malha de dois elementos da figura anterior, pode obter-
se as equações montadas.
2
44
1
3333
2
14
1
2323
2
11
1
2222 ,, KKKKKKKKK
2
4
1
33
2
1
1
22 , FFFFFF
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
Assim
O procedimento de montagem descrito acima pode ser usado
para montar elementos de qualquer forma e tipo.
Por exemplo, considere-se a malha de elementos finitos
mostrada na figura anterior. A posição (4,4) da matriz global de
coeficientes contém K331+K11
2+K113. A posição 4 no vetor montado
contém F31+F1
2+F13.
(2.64)
2
3
2
2
2
4
1
3
2
1
1
2
1
1
5
4
3
2
1
2
33
2
32
2
34
2
31
2
23
2
22
2
24
2
21
2
43
2
42
2
44
1
33
2
41
1
32
1
31
2
13
2
12
2
14
1
23
2
11
1
22
1
21
1
13
1
12
1
11
0
0
00
F
F
FF
FF
F
U
U
U
U
U
KKKK
KKKK
KKKKKKK
KKKKKKK
KKK
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2.7. Montagem das Equações do
Elemento
As posições (1,5), (1,6), (1,7), (2,5), (2,6), (2,7), (3,6), (3,7) e
(4,7) da matriz global contêm zeros porque KIJ=0 quando os nós
globais I e J não correspondem aos nós do mesmo elemento da
malha.
Estão completos os cinco primeiros passos na modelação por
elementos finitos da equação (2.1). Os dois passos seguintes da
análise, nomeadamente a imposição das condições de fronteira e
a solução das equações são iguais ao caso dos problemas
unidimensionais.
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2.8. Cálculos Posteriores
A solução do elemento finito em qualquer ponto (x,y) num
elemento We é dada por
e as suas derivadas são calculadas a partir de (2.65) como
As equações (2.65) e (2.66) podem ser usadas para calcular a
solução e as suas derivadas em qualquer ponto (x,y) dentro do
elemento.
(2.65)
n
j
e
j
e
j
e
h yxuyxu1
),(),(
(2.66)
n
j
e
je
j
e
h
n
j
e
je
j
e
h
yu
y
u
xu
x
u
1
1
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2.8. Cálculos Posteriores
É útil gerar, pela interpolação de (2.65), a informação
necessária para representar graficamente uhe e as suas
derivadas.
As derivadas de uhe não serão contínuas nas fronteiras entre
elementos porque a continuidade das derivadas não é imposta
durante o procedimento de montagem. A forma fraca das
equações sugere que a variável primária é u, que é considerada
a variável nodal. Se outras variáveis, como derivadas de ordem
superior da incógnita dependente, forem consideradas como
variáveis nodais para as tornar contínuas na fronteira entre
elementos, o grau de interpolação (ou a ordem do elemento)
aumenta.
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2.8. Cálculos Posteriores
Por outro lado, a continuidade das derivadas de ordem superior
que não são identificadas como variáveis primárias pode violar
os princípios físicos do problema.
Por exemplo, se ∂u/∂x for tornado contínuo viola-se o requisito
de que qx (=a11 ∂u/∂x) é contínuo no interface de dois materiais
diferentes porque a11 é diferente para os dois materiais no
interface.
Para o elemento triangular linear, as derivadas são constantes
dentro do elemento:
(2.67)
n
j e
j
e
je
hn
j e
j
e
je
h
j
e
e
j
j
e
e
j
jjj
e
e
j
A
u
y
u
A
u
x
u
AyAxyx
A
11 2,
2
2
1,
2
1,
2
1
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2.8. Cálculos Posteriores
Para o elemento retangular linear, ∂Ue/∂x é linear em y e
∂uhe/∂y é linear em x:
onde x e y são as coordenadas locais.
Apesar de ∂uhe/∂x e ∂uh
e/∂y serem funções lineares de x e y,
respetivamente, em cada elemento, elas são descontínuas nas
fronteiras entre elementos. Consequentemente, as quantidades
calculadas usando as derivadas da solução do elemento finito uhe
são descontínuas nas fronteiras entre elementos.
(2.68)
n
j
je
j
je
hn
j
je
j
je
h
j
e
jj
e
j
a
xxu
by
u
b
yyu
ax
u
a
xx
byb
yy
ax
1
2
1
2 1)1(1
,1)1(1
11
,11
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2.8. Cálculos Posteriores
Por exemplo, se calcularmos qxe=a11
e ∂uhe/∂x num nó partilhado
por três elementos diferentes, são esperados três valores
diferentes de qxe. A diferença entre os três valores vai-se
reduzindo à medida que a malha é refinada. Alguns programas
comerciais de elementos finitos fornecem apenas um valor de qx
no nó através da média obtida dos valores dos vários elementos
ligados no nó.